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I
Introdução à criação comercial de peixes ornamentais
INTRODUÇÃO À CRIAÇÃO
COMERCIAL DE PEIXES
ORNAMENTAIS
2a edição
Jaboticabal-SP
2021
Introdução à criação comercial de peixes ornamentais
CDU 639.3:339
2021
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Introdução à criação comercial de peixes ornamentais
SUMÁRIO
Introdução............................................................................................... 1
Os tipos de criação..............................................................................3
Criação extensiva.......................................................................... 3
Criação intensiva............................................................................5
Espécies e variedades................................................................ 8
Qualidade da água....................................................................... 8
Mercado................................................................................................... 13
Nutrição e alimentação.................................................................20
Exigências nutricionais................................................................... 21
Proteínas e aminoácidos................................................................ 21
Lipídeos................................................................................................... 22
Carboidratos......................................................................................... 22
Vitaminas............................................................................................... 23
Minerais................................................................................................... 23
Reprodução..........................................................................................29
Limpeza e esterilização..................................................................29
Doenças..................................................................................................30
APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO
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Introdução à criação comercial de peixes ornamentais
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Introdução à criação comercial de peixes ornamentais
OS TIPOS DE CRIAÇÃO
CRIAÇÃO EXTENSIVA
- Adubação de tanques:
A finalidade deste manejo é de acelerar o desenvolvimento de mi-
crorganismos (fito e zooplâncton) que servirão de alimentos às larvas e
filhotes dos peixes. Pode ser feito com adubos orgânicos ou químicos,
sendo o mais indicado o adubo químico, pois evita o crescimento de
certos microrganismos que podem causar doenças nos peixes. Existem
diversas formulações de N:P:K (Nitrogênio: Fósforo: Potássio) que
podem ser utilizadas, por exemplo: 5:10:5, 5:10:10, etc. O produtor
pode tomar como base cerca de 150 g por metro quadrado de tanque,
mas o mais importante é saber dosar a quantidade, dependendo de sua
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- Calagem:
O objetivo deste manejo é de eliminar bactérias e de corrigir o pH
do solo, diminuindo sua acidez, sendo necessária somente em viveiros
de terra. Deve ser feita com cal virgem ou hidratada (de construção),
na proporção de 150 g por metro quadrado de tanque, espalhando-se
por toda a superfície do tanque seco. Espera-se cerca de dois dias até
começar a encher o tanque. É possível realizar uma segunda calagem
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CRIAÇÃO INTENSIVA
- Tipos de prateleiras:
Quando se produzem peixes intensivamente, para otimizar o uso
do espaço, os aquários são dispostos em prateleiras que podem ter
de 2; 3 ou 4 andares. Essas prateleiras podem ser construídas com
diversos materiais. Prateleiras de alvenaria são as mais baratas e mais
resistentes, porém não podem ser movidas do lugar. Se houver neces-
sidade de possível mudança, uma opção barata é fazer as prateleiras
de madeira, mas sua desvantagem é a baixa durabilidade. Prateleiras
de metal também são bastante utilizadas, tanto as de ferro (metalon),
mais pesadas, quanto as de alumínio (esquadria), mais leves, com
maior durabilidade e mais caras. Se for levado em conta o tempo de
duração e o custo, as prateleiras de alumínio levam vantagens sobre as
de ferro ou de madeira.
Enfim, seja qual for o material utilizado, as prateleiras devem ser
muito bem dimensionadas para suportar o peso dos aquários totalmen-
te cheios de água.
- Tipos de aquário:
Os aquários empregados na produção de peixes podem ser feitos
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- Sistemas de aquecimento:
O uso de aquecedores está limitado a espécies tropicais criadas
em regiões de clima frio ou de grande variação de temperatura. Os
kinguios, por exemplo, podem ser criados na maioria das cidades bra-
sileiras sem necessidade de aquecedores. A maioria dos peixes orna-
mentais é de clima quente e devem ser mantidos numa temperatura em
torno dos 27ºC, o qual é uma vantagem para os produtores da região
norte, onde não é preciso elevar a temperatura. O aquecimento pode
ser tanto da água quanto do ambiente. O aquecimento da água é feito
através de aquecedores elétricos que são colocados individualmente
nos aquários. Além de o preço termostato ser alto, e os aparelhos, frá-
geis, o gasto com energia elétrica é considerável com esse sistema
de aquecimento. Alternativas mais baratas podem ser obtidas com o
aquecimento do ambiente onde estão os aquários, podendo ser utiliza-
dos tanto o gás quanto pequenos fornos a lenha. Nesses fornos, passa
uma corrente forçada de ar com tubos de metal, e o ar aquecido é di-
recionado para dentro do ambiente (salas, cômodos ou galpões) onde
os peixes são criados.
- Iluminação:
A iluminação pode ser natural, como em estufas fechadas com
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-Filtragem:
Os filtros são, principalmente, utilizados nos sistemas intensivos,
onde a densidade de peixes é muito alta e a água é recirculada, poden-
do ser mecânicos, químicos ou biológicos.
Os filtros mecânicos (físicos) podem ser construídos com qual-
quer material que retenha partículas sólidas contidas na água. Os mais
usados são telas, grades, lã acrílica e areia.
Os filtros químicos são constituídos por substâncias que retiram
íons dissolvidos na água. Os mais comuns são as resinas removedoras,
zeólitas e o carvão ativado. Normalmente, são utilizados por criadores
que trabalham com altas densidades, tenham limitação de água e espé-
cies de alto valor comercial.
O filtro biológico é feito com qualquer material inerte que per-
mite a fixação das bactérias que irão transformar compostos tóxicos,
como a amônia, em componentes não tão nocivos. Na construção des-
se filtro, deve-se levar em conta que essas bactérias utilizam bastante
oxigênio para se desenvolver. Algumas sugestões de substratos para
bactérias são: cascalho, “bio balls”, cerâmicas, resíduos de indústria
de plásticos, areia, espuma, etc. Os filtros devem ser bem dimensio-
nados de acordo com os tanques e devem ser lavados periodicamente.
O filtro esterilizante tem ação germicida, podendo ser empregado
para este fim lâmpadas de luz ultravioleta (UV) ou ozônio (O3). São
eficientes na eliminação de bactérias, fungos, vírus, pequenos patóge-
nos e algas presentes na água.
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ESPÉCIES E VARIEDADES
QUALIDADE DA ÁGUA
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- Temperatura:
Há dois tipos de peixes comumente criados: os tropicais e os de
água fria. Para peixes tropicais, recomenda-se cultivo com temperatu-
ras acima de 20ºC, sendo que algumas espécies necessitam de tempe-
ratura entre 27 e 30ºC para se reproduzir.
Espécies de água fria, como Kinguios e Carpas, podem ser cria-
das facilmente em temperaturas de 10 a 20ºC. Mesmo que possam ser
cultivadas em temperaturas mais baixas, nas épocas mais frias e em
regiões do Sul do Brasil, o crescimento é muito prejudicado, e uma
alternativa seria manter os peixes, principalmente no caso de reprodu-
tores, em estufas ou tanques cobertos com plástico transparente.
-pH:
O pH é uma escala que indica se a água é acida (pH abaixo de
7,0) ou alcalina (pH acima de 7,0). Existem diversos “kits” com testes
químicos e aparelhos no mercado para medir esse parâmetro. Existem
peixes tolerantes, que vivem bem em uma faixa ampla de pH, que se
situa entre 6,5 e 7,5.
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-Alcalinidade:
Indica a quantidade de sais de cálcio presentes na água. Isto afeta
diretamente o pH, uma vez que quanto maior a alcalinidade, menor
é a mudança do pH do meio aquático ao longo do dia ou quando se
adiciona algum composto ou substância na água. Isto é muito impor-
tante, pois oscilações bruscas no pH podem levar peixes à morte ou
propiciar doenças. Em tanques escavados, a água deve ser mantida em
torno de 200 mg (CaCO3) por litro para que o pH não varie muito ao
longo do dia. Outro motivo importante para se verificar a alcalinidade
é que algumas espécies de peixes não desovam caso os valores estive-
rem diferentes do exigido.
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INTRODUÇÃO À CRIAÇÃO COMERCIAL DE PEIXES ORNAMENTAIS
- Nitrogênio:
É de fundamental importância para o produtor de qualquer espé-
cie de peixe conhecer o ciclo do nitrogênio. Esse é o ciclo do nutriente
mais importante na aquicultura. De uma maneira simples, ele funciona
da seguinte forma:
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MERCADO
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NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO
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EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS
PROTEÍNAS E AMINOÁCIDOS
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senciais são de suma importância, pois não são produzidos pelo orga-
nismo do peixe ou não são produzidos na quantidade ideal para um
bom desenvolvimento dos animais. Já os não essenciais podem ser
transformados e produzidos pelos peixes.
Os aminoácidos têm importância vital na vida dos peixes, pois
é através deles que ocorre o crescimento, a reprodução e o fortale-
cimento do sistema imunológico e outras funções biológicas que os
protegem de doenças. Pós-larvas e alevinos têm necessidade maior de
aminoácidos, tendendo a diminuir com o passar de seu crescimento
até a sua fase adulta.
LIPÍDEOS
CARBOIDRATOS
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VITAMINAS
MINERAIS
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- Alimentos vivos:
Diversos alimentos vivos estão disponíveis no meio aquático para
os peixes. O valor nutricional deles é muito variado, e o uso de alguns
deles implica risco de introdução de doenças no ambiente de criação.
A cultura inicial pode ser obtida com outros piscicultores. Há diversos
tipos de alimentos vivos usados na produção de peixes, e todos têm
sua importância. Hoje em dia, o uso de alimento vivo ainda é essen-
cial para se obter altas produções e crescimentos rápidos na produção
de peixes ornamentais. Os principais alimentos vivos empregados na
piscicultura ornamental são:
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-Zooplâncton:
É composto de animais microscópicos de diversas espécies, que
surgem nos tanques adubados. É um alimento de ótima qualidade, e
muitos peixes são criados somente com esse alimento. O produtor
pode ter tanques especificamente para a produção de zooplâncton.
Para coletá-lo, pode ser utilizada uma rede de malha muito fina (500
micras). O maior inconveniente do uso do zooplâncton é o alto risco
de introdução de doenças nos aquários. Uma alternativa seria congelá-
-lo e fornecer posteriormente.
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- Bloodworms (Quironomídeos):
É uma larva de mosquito de hábito alimentar herbívoro. Sua
larva é altamente nutritiva e necessita de material orgânico para
se desenvolver. Possui característica biomarcadora, devido a sua
pigmentação robusta em vermelho ser afetada em ambientes po-
bres de oxigênio. Sua cor avermelhada tende a diminuir, tornan-
do-se mais opaca quando os teores de oxigênio dissolvidos es-
tão baixos. É bastante encontrada em águas poluídas. Pode ser
criada em caixas externas com material orgânico no fundo. Sua co-
leta é feita com peneiras e pode ser fornecida fresca ou congelada.
-Alimentos secos:
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REPRODUÇÃO
LIMPEZA E ESTERILIZAÇÃO
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DOENÇAS
-Virose primaveral:
Afeta carpas e bagres, sendo introduzida no criatório por peixes
de lugares infectados, o que destaca a importância da quarentena. Esta
doença só aparece quando a temperatura baixa dos 20ºC. Nesta enfer-
midade, podem-se observar peixes inchados (hidropsia abdominal) e
olhos saltados (exoftalmia).
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- Columnariose:
É uma doença de origem bacteriana, podem-se observar nos pei-
xes lesões parecidas com algodão perto da boca e das nadadeiras, além
de dificuldades ao nadar e inapetência. Deve ser tratada rapidamente
com antibióticos e melhorando as condições do aquário.
-Deficiência de minerais:
A falta de alguns minerais na ração pode levar os peixes a apre-
sentar problemas no crescimento, na reprodução ou más-formações
durante seu desenvolvimento.
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