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Rev. Bras. Saúde Prod. Anim., Salvador, v.13, n.2, p.578-590 abr./jun., 2012 http://www.rbspa.ufba.

br
ISSN 1519 9940

Sistema orgânico de produção de pescado de água doce1

Organic production system of freshwater fish

BOSCOLO, Wilson Rogério2*; FEIDEN, Aldi2; NEU, Dacley Hertes3; DIETERICH,


Fabiana4

1
Revisão apresentada no Congresso Brasileiro de Zootecnia (ZOOTEC 2011).
2
Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Toledo, Paraná,Brasil.
3
Universidade Estadual de Maringá, Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Maringá, Paraná, Brasil.
4
Universidade Estadual Paulista, Centro de Aquicultura,Programa de Pós-Graduação em Aquicultura,
Jaboticabal, São Paulo, Brasil.
*Endereço para correspondência: wrboscolo@pq.cnpq.br

RESUMO SUMMARY

No presente trabalho objetivou-se levantar dados This study aimed to collect data about organic
sobre a produção orgânica de pescado de água production of freshwater fish. Today the
doce. Atualmente, a produção de alimentos production of organic food of plant origin is
orgânicos de origem vegetal é a predominante no predominant in the market, however, the animal
mercado, no entanto, a criação de animais com rearing with organic certificate has great
certificação de origem orgânica tem grande potential, and is an important tool for adding
potencial e é uma importante ferramenta para value to grains and organic products. Regarding
agregação de valor aos grãos e subprodutos the regulation of organic aquaculture, producers
agroindustriais orgânicos. Quanto à normatização are based on international standards. In Brazil,
da aquicultura orgânica, os produtores têm se the norms for breeding are very recent and
baseado em normas internacionais. No Brasil, a their regulation was consolidated through
normatização para criação de animais é bastante Interministerial Instruction No28, published on
recente e sua regulamentação foi consolidada June 8, 2001 by Ministério da Agricultura,
por meio da Instrução Normativa Interministerial Pecuária e Abastecimento (MAPA) together
No28, publicada no dia 8 de junho de 2011 with Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA).
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e In the literature there are few studies with
Abastecimento (MAPA) juntamente com o organic fish farm, but according to available
Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). Na data, the rearing of species such as tilapia
literatura, são escassos os trabalhos com (Oreochromis niloticus), pacu (Piaractus
piscicultura orgânica, mas de acordo com os dados mesopotamicus) and jundia (Ramdhia sp) fed
disponíveis, a criação de espécies como a tilápia with organic diet, in different rearing systems,
(Oreochromis niloticus) o pacu (Piaractus show results quite optimistic about the
mesopotamicus) e o jundiá (Rhamdia sp.) production system, which is the focus of this
alimentados com rações orgânicas, em diferentes work.
sistemas de cultivo, demonstram resultados
bastante otimistas quanto ao sistema de produção, Keywords: agro-ecology, aquaculture, livestock
foco deste trabalho. organic, production system

Palavras-chave: agroecologia, aquicultura,


produção animal orgânica, sistema de produção

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INTRODUÇÃO manutenção de emprego no campo e


atende a uma crescente demanda dos
consumidores. O mercado de orgânicos
O Brasil, embora não seja um grande está em plena expansão no Brasil e
consumidor de pescado, apresenta exterior e é um mercado de grande
grande demanda. Aliado a este fato, é importância principalmente para os
grande produtor e exportador de grãos e agricultores familiares. Embora a grande
subprodutos agroindustriais. Quando maioria dos produtores possuam origem
se pensa em alimentos orgânicos, o familiar, existe uma produção mundial de
panorama nacional não é diferente, pois pescados, referente ao ano de 2008, cerca
os grãos produzidos são em boa parte de 16.000 toneladas de salmão orgânico,
destinados à exportação e sujeitos 8.800 toneladas de camarão orgânico,
à flutuação do câmbio. Com efeito, a 7.200 toneladas de carpas, 3.000
piscicultura é uma atividade com grande toneladas de mexilhões, 2.000 toneladas
potencial para agregação de valor a esta de trutas e 1.000 toneladas de
produção primária, tanto para suprir a “seabram”/“seabass” (MENTE et al.,
demanda interna, quanto para 2011).
exportação. No Brasil, a partir de 8 de junho de 2011,
A piscicultura no Brasil é praticada em a Instrução Normativa Interministerial
diferentes sistemas de criação e com No28 definiu alguns conceitos cruciais
diversas espécies, tanto nativas, como para a definição das normas para a
exóticas, e segundo Godinho (2007) são criação de organismos aquáticos no
cerca de 40 espécies que podem ser sistema orgânico de produção (BRASIL,
criadas. Devido às variações climáticas 2011).
regionais, várias espécies têm sido criadas
comercialmente em sistema convencional
com sucesso. De forma geral, todas as PRODUÇÃO DE ALIMENTOS
espécies criadas no sistema convencional ORGÂNICOS
podem ser convertidas para o sistema
orgânico. No entanto, algumas premissas
de ordem técnica e filosófica devem A produção e comercialização de
ser atendidas para enquadramento produtos orgânicos tomaram corpo na
no sistema, o qual deve passar por Europa no final da década de 80 e ganhou
certificação e auditoria criteriosa por força com a instituição de normas e
certificadoras nacionais e estrangeiras, ou padrões de produção, processamento,
por sistemas participativos, pois o comercialização e importação de produtos
consumidor de produtos orgânicos é orgânicos de origem vegetal e animal por
exigente. meio da Lei 2092/91 da CCE, de 24 de
Como premissa básica, os alimentos junho de 1991 (ORMOND et al., 2002) e
orgânicos devem ser produzidos em pelo Decreto 6.323, de 27 de dezembro
sistemas de cultivo/criação agroecológico, de 2007 (BRASIL, 2009).
tecnicamente viáveis e ecologicamente A certificação do pescado como orgânico
corretos, para atingir o bem-estar animal. é bastante discutível e trabalhosa,
Os colaboradores envolvidos em toda principalmente, do pescado proveniente
cadeia produtiva devem ser tratados com da pesca extrativa, na qual o produtor
justiça. não tem o controle total do processo
Os sistemas de produção de alimentos (MANSFIELD, 2003). Em sistemas
orgânicos são importantes para geração e de produção de peixes marinhos
intensivos, o gasto energético também é

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questionável, assim como nos sistemas No Paraná, em 2005, houve um projeto


convencionais e orgânico (PELLETIER pioneiro na produção da tilapicultura
& TYEDMERS, 2007). No entanto, no sob bases agroecológicas, que buscava
caso da aquicultura de água doce, atuar, em parceria com produtores
sobretudo, na criação de peixes onívoros, familiares interessados na verticalização
o sistema demonstra ser proveitoso, a da produção agropecuária, na exploração
rastreabilidade de toda cadeia produtiva é das propriedades rurais e agregar valor a
facilitada e pode ser comparada a outras sua produção, desde as matérias-primas
culturas orgânicas que visam ao baixo até as animais, de forma integrada,
custo energético e à produção de conforme os princípios agroecológicos.
alimentos limpos. Estes produtores visavam a produzir
Para receber um selo de certificação de alimentos com qualidade de origem, e
produto de origem orgânica, este certificados para atender a consumidores
necessita ser produzido, como regra exigentes, tanto no mercado nacional
básica, sem a utilização de agrotóxicos ou como internacional, dentro de normas
adubação química, e ainda, a relação internacionais de certificação de produção
da indústria com os trabalhadores orgânica aquícolas. No entanto, como
envolvidos no processo deve ser estavam focados principalmente na
baseada nos conceitos do comércio justo. exportação de filés frescos de tilápia
Os movimentos de certificação e, como neste período houve significativa
para diferenciar produtos e produtores mudança cambial, o projeto foi
agrícolas são originários de países interrompido por inviabilidade
ricos, principalmente da Europa, e são econômica.
capitaneadas pela Federação Internacional No Brasil, a maior parte da produção
de Movimentos da Agricultura Orgância de alimentos orgânicos se concentra
(IFOAM), que elaborou as normas na região Sul e Sudeste e, segundo
seguidas mundialmente pelas associações IPARDES (2007), no Paraná, as regiões
filiadas. Dentre as certificadoras mais oeste e sudoeste do estado apresentam
conhecidas mundialmente é possível grande potencial para produção de grãos
destacar a Bioland e a Naturland na e criação de animais. O sudoeste é
Alemanha, a Agriculture Biologique na responsável por 43% da produção de soja
França, a Bio-Suisse na Suíça, a NOP nos orgânica do Paraná, que é comercializada
Estados Unidos, e o IBD (Instituto Bio por empresas processadoras da região ou
Dinâmico) no Brasil (ORMOND et al., de fora que geralmente exportam seus
2002). produtos. Além da soja, a região participa
No Brasil, em 2009, foi publicada com 20% da produção estadual de
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária mandioca e milho. A região sudoeste é
e Abastecimento (MAPA), através conhecida por apresentar uma produção
da Secretaria de Desenvolvimento orgânica agrícola e pecuária bem
Agropecuário e Cooperativismo a diversificada e organizada através de
legislação para os sistemas orgânicos associações de agricultores familiares,
de produção (BRASIL, 2009). E cuja produção é comercializada em feiras,
posteriormente, em 2011, através do mercados varejistas locais e regionais. Ao
MAPA e MPA, a normatização para todo são 741 produtores orgânicos que
produtos provenientes da aquicultura. colaboram com 10.290 toneladas de
Portanto, a normatização nacional para produtos/ano. Portanto, a piscicultura
a produção de alimentos orgânicos é orgânica pode ser uma importante forma
muito recente.

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de agregação de valor a esta produção mediante convênios específicos firmados


primária. com o Mapa.
O selo do Sistema Brasileiro de
Avaliação da Conformidade Orgânica é
NORMAS PARA A AQUICULTURA o selo público oficial que será usado
ORGÂNICA para identificar e controlar a produção
nacional de orgânicos. A partir de
01/01/2011 os produtos certificados por
A produção de alimentos orgânicos, no Auditoria e Sistemas Participativos de
Brasil, tem avançado nos últimos anos e Garantia devem apresentar o selo do
paralelamente a estes avanços vem a SisOrg em seus rótulos.
legislação a ela aplicada. Atualmente, a São estabelecidos e seguidos por
legislação brasileira contempla vários produtores orgânicos na área de
setores e aspectos relacionados à aquicultura no Brasil, padrões e
produção orgânica de produtos de normas de empresas especializadas em
origem vegetal e animal e define que certificação orgânica, segundo os moldes
estas devem conservar o ambiente, legislativos internacionais como da
proteger os consumidores e proibir o certificadora alemã, Naturland, que no
uso de terapêuticos sintéticos, produtos Brasil, é representada pela empresa IMO-
químicos e organismos geneticamente Control, por exemplo. Abaixo serão
modificados. Em 28 de dezembro de listados alguns aspectos referentes a
2007, foi assinado o Decreto 6.323, normas da Certificadora Naturland
posteriormente a Instrução Normativa para certificação de empreendimentos
nº64 de 18 de dezembro de 2008 do aquícolas para produção da aquicultura
MAPA e mais recentemente a Instrução orgânica.
Normativa Interministerial No28, do A piscicultura orgânica é a criação de
Ministério da Agricultura, Pecuária e peixes em água isenta de contaminantes
Abastecimento (MAPA), juntamente com ou poluentes, na qual os organismos
o Ministério da Pesca e Aquicultura devem ser alimentados naturalmente
(MPA) de 8 de junho de 2011, torna-se (p. ex.: plâncton, nécton, bentos, ou
um marco regulatório para a atividade ao vegetais) ou receber ração "orgânica",
estabelecer normas técnicas para os preferencialmente alevinos e pós-larvas
sistemas orgânicos de produção aquícola de cultivos "orgânicos" (NATURLAND,
a serem seguidos por toda pessoa física 2004).
ou jurídica responsável por unidades de O cultivo de tilápias, segundo Naturland
produção em conversão ou por sistemas (2004), pode ser realizado em viveiros
orgânicos de produção, bem como uma de terra e tanques rede, sob diferentes
lista de substâncias permitidas. condições geográficas ecológicas e
Nos dias atuais, encontra-se em sociais. Quanto ao uso de farinha e óleo
implantação o Sistema Brasileiro de de peixe como alimento, estabelece-se
Avaliação da Conformidade Orgânica – que a farinha de peixe deve ter
SisOrg, gerido pelo MAPA e integrado origem na mesma região geográfica
por órgãos e entidades da administração onde ocorre a produção aquícola e é
pública federal e pelos Organismos de permitido o uso de farinha/óleo de peixe
Avaliação da Conformidade, entendidos de fornecedor independente certificado,
por Certificação por Auditoria e Sistemas se for considerada a composição do
Participativos de Garantia, credenciados produto; o uso de resíduos de pescado
pelo MAPA. Os Estados e o Distrito processado para o consumo humano. O
Federal poderão integrar o SisOrg

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uso de produtos de outras fontes poderá animal (farinha e óleo de pescado), é


ser utilizado, mas de forma limitada, necessária a redução ao máximo da
sem ultrapassar 30% de toda quantidade porcentagem de um componente animal
de farinha/óleo de peixe ao longo da ou a substituição por matéria vegetal. O
vida do animal (DIETERICH, 2010). alimento não poderá ser obtido de
animais terrestres criados no sistema
convencional (mamíferos e aves). Com
ALIMENTAÇÃO o objetivo de suprir as necessidades
específicas dos animais, é permitida a
adição de vitaminas e minerais à dieta ,
Segundo Dieterich (2010), o tipo, a bem como, não há objeções quanto
quantidade e a composição do alimento ao uso de pigmentos naturais. No que
devem levar em consideração os concerne à manipulação das dietas, a
métodos naturais de alimentação da Instrução Normativa Interministerial
espécie animal a ser cultivada. Todos os No28, de 8 de junho de 2011 é
alimentos devem ser produzidos de categórica ao permitir o uso de
acordo com as normas da empresa suplementos minerais e vitamínicos,
certificadora ou de acordo com as desde que os seus componentes não
Normas Básicas do IFOAM. Entretanto, contenham resíduos contaminantes
se em algum país ocorre a acima dos limites permitidos e que
impossibilidade de obtenção de produtos atendam a legislação específica. Deve-
orgânicos certificados é possível permitir se evitar, apenas, o uso de antibióticos
que outros, oriundos da produção sintéticos, ou substâncias que estimulem
tradicional extensiva ou silvestre, o crescimento, assim como outros
componham a dieta, desde que os aditivos sintéticos ao alimento.
requerimentos gerais sejam comprovados Os alimentos de origem orgânica
por sistema de controle adequado. disponíveis no Brasil são normalmente
São permitidos aqueles de origem grãos e subprodutos da agroindústria.
animal em quantidades limitadas e com Como as técnicas de produção e
comprovação de origem. Os provenientes processamento aplicados a estes são
de organismos geneticamente modificados distintos, muitas vezes a composição
e seus derivados não podem ser utilizados. química pode diferir quanto aos
Em cultivo de espécies carnívoras que ingredientes convencionais e orgânicos,
exigem uma dieta rica em proteína como se nota na Tabela 1.

Tabela 1. Comparação da composição química de ingredientes de origem orgânica e


convencional

Composição química (%)


Ingredientes
Proteína bruta Gordura
Farelo de soja orgânico1 45,13 7,76
Farelo de soja convencional2 47,25 2,32
Trigo integral orgânico1 17,47 3,41
Trigo integral convencional2 11,43 2,30
Milho orgânico1 5,26 4,60
Milho convencional2 7,45 2,87
1
Feiden et al. (2010); 2Boscolo et al. (2002).

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Como foi observado na tabela acima, a cada espécie, para atender a legislação
composição química dos alimentos específica do MAPA (BRASIL, 2009), se
convencionais e orgânicos apresentam faz necessária a utilização de alimentos
variações que devem ser consideradas de origem animal, pois aminoácidos
para a formulação das rações. Estas industriais não são aceitos pelos órgãos
variações são inerentes às variedades certificadores.
cultivadas e também ao tipo de Dentre os alimentos de origem animal,
processamento dos alimentos. No caso é permitida a utilização de peixes,
do farelo de soja, por exemplo, é crustáceos, e moluscos, mas seus
verificável que o teor de proteína do produtos e derivados para animais
alimento de origem orgânica é menor, de hábito onívoro e os produtos e
no entanto, o teor de gordura é cerca de subprodutos não podem ser refinados.
três a quatro vezes maior. Esta diferença Ao considerar que as farinhas e óleos de
é explicada pelo tipo de processo peixes disponíveis são processados via
de extração do óleo. No caso do cocção e prensagem, é seguro afirmar
convencional, o óleo é extraído por que estes alimentos são potenciais para
solventes (hexano) que não são incrementar rações para organismos
permitidos no processo orgânico. A aquáticos. Como a sustentabilidade é
extração de óleo da soja orgânica é um prérrequisito para o sistema
realizada via prensagem, de modo a orgânico, a utilização de farinha de
resultar em um farelo de soja com maior resíduos do processamento de peixes e
teor de gordura e. consequentemente, de espécies, não adequadas ao consumo
energia e menor teor de proteína. humano, são alimentos liberados.
Atualmente, são poucos os grãos e BOSCOLO et al. (2010) em estudo da
subprodutos da agroindústria de origem inclusão de farinha de resíduos de
vegetal certificados como orgânicos. Ao peixes na alimentação da tilápia-do-
considerar que os sistemas orgânicos de Nilo, observaram que a inclusão de até
produção animal devem buscar a oferta 16% desta em rações orgânicas aumenta
de alimentação nutritiva, saudável, de o ganho de peso e melhora a conversão
qualidade e em quantidade adequada de alimentar dos peixes (Tabela 2), sem
acordo com as exigências nutricionais de prejudicar a higidez dos animais.

Tabela 2. Desempenho zootécnico da tilápia-do-Nilo, alimentadas com rações


orgânicas, composta de diferentes níveis de inclusão de farinha de peixes

Inclusão de farinha de peixes (%) CV


Parâmetros
0 4 8 12 16 (%)
Ganho de peso (g) 166,62b 175,72b 170,82b 173,13b 204,72a 4,92*
Sobrevivência (%) 98,00 96,00 94,00 100,00 98,00 5,90
Conversão alimentar 2,01 1,93 1,95 1,97 1,73 6,74
Médias na mesma linha seguidas de letras distintas diferem (P<0,05) pelo teste de Tukey.
*(P<0,05). Adaptado de Boscolo et al. (2010)

A inclusão das farinhas de peixes, entre outras, além de contribuir para


principalmente de resíduos de melhorar o balanço de aminoácidos,
processamento de tilápias, sardinha, atuns também são importantes fontes de

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minerais. Em rações com a inclusão de entre produtor e o Organismo de


farinha de resíduos de peixes de origem Avaliação da Conformidade Orgânica
marinha, não se necessita de (OAC) e Organização de Controle
suplementação de fósforo adicional, Social (OCS), em casos de escassez ou
como demonstrado por Lösch et al. em condições especiais, será permitida a
(2009), para alevinos de tilápia-do-Nilo. utilização de alimentos convencionais
Essa mesma constatação está presente na na proporção de ingesta diária, com
pesquisa de Boscolo et al. (2005), que base na matéria seca de 20% para
complementam que normalmente, com monogástricos.
inclusões de cerca de 15% de farinha Normalmente, a substituição da ração
de resíduos de peixes, não se necessita convencional pela ração orgânica, se
de inclusão de fosfato bicálcico ou bem formulada, pode ser realizada sem
outra fonte suplementar de fósforo. comprometer o desempenho zootécnico
Os inconvenientes são o custo desses dos peixes (BOSCOLO et al., 2010;
alimentos, a variação na composição FEIDEN et al., 2010). Feiden et al.
química, e a qualidade, principalmente, (2010), ao avaliarem o desenvolvimento,
quanto aos índices de peróxidos e acidez. rendimento corporal e a composição
Portanto, o produtor deve ficar atento à química de jundiás (Rhamdia voulezi)
qualidade dos subprodutos da aquicultura criados em sistema de tanques rede, no
e trabalhar com fornecedores idôneos e reservatório Governador José Richa, no
certificados. Rio Iguaçu, alimentados com rações
Ainda, segundo a Instrução Normativa orgânicas e convencionais, observaram
Interministerial No28 de 8 de junho de resultados semelhantes entre os dois
2011 do MAPA/MPA (BRASIL, 2011) tratamentos (Tabela 3).
e o plano de manejo orgânico acordado

Tabela 3. Comparação do desempenho de jundiás alimentados com rações orgânicas e


convencionais em tanques-rede

Tipo de ração
Variáveis*
Orgânica Convencional
Ganho de peso(g) 37,8 ± 6,75 40,57 ± 5,91
Comprimento final (cm) 16,33 ± 0,67 16,54 ± 0,52
Conversão alimentar 0,93 ± 0,14 0,80 ± 0,09
Sobrevivência (%) 98,33 ± 1,69 97,59 ± 2,66
*(P>0,05). Adaptado de Feiden et al. (2010)

Em estudo do desempenho de pacus conversão alimentar semelhante às


(Piaractus mesopotamicus), criados em melhores rações comerciais avaliadas.
tanques-rede e alimentados com Neste estudo, foram utilizadas rações
diferentes rações comerciais e uma extrusadas com 32% de proteína bruta
formulação com ingredientes orgânicos (Tabela 4). Os altos índices de
certificados, no período de inverno no conversão alimentar e baixo ganho de
reservatório de Itaipu, Boscolo et al. peso é explicado segundo os autores
(2010) observaram que a ração orgânica devido à baixa temperatura na época do
proporcionou ganho de peso e

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experimento. No entanto, não foi origem orgânica, avaliadas em


observada mortalidade dos peixes. experimentos têm demonstrado
As formulações de rações, elaboradas resultados satisfatórios quanto ao
com ingredientes com certificação de desempenho dos peixes (Tabela 5).

Tabela 4. Valores médios dos parâmetros de desempenho de pacus alimentados com


diferentes rações comerciais (A, B, C, e E) e ração orgânica (D) no inverno em
tanques-rede.

Rações
Variáveis CV (%)
A B C D (orgânica) E
Peso inicial (g) 498,3 502,0 458,8 485,6 496,1 4,61NS
Peso final (g) 619,7a 584,8b 553,8c
593,4ab 551,1c 1,81*
Ganho de peso (g) 121,48a 82,80ab 95,05ab
107,84a 55,04b 20,60*
Conversão alimentar 2,96b 4,15ab 3,87ab 3,17b 6,07a 26,56*
Ganho de peso diário (g) 2,53a 1,72ab 1,98ab 2,25a 1,15b 20,59*
Médias na mesma linha seguidas de letras distintas diferem (P<0,05) pelo teste de Tukey.
Fonte: Adaptado de Boscolo et al. (2010b).

Tabela 5. Rações com ingredientes orgânicos utilizados na alimentação de peixes

Espécies avaliadas
Ingredientes 1
Jundiá Tilápia2 Pacu3
Farelo de soja 35,37 45,20 35,00
Milho 20,00 36,57 32,03
Trigo integral 16,63 - -
Farelo de trigo - - 6,65
Farinha de tilápias 25,00 - 25,00
Farinha de peixes - 16,00 -
Calcário calcítico - 0,73 -
Premix (min +vit.) 0,70 1,00 0,50
Sal comum 0,30 0,50 0,30
Total 100,00 100,00 100,00
Nutrientes %
Energia (Kcal/kg) 3200,00 3100,00 3455,16
Proteína bruta 36,00 29,93 32,00
Fósforo total 0,90 0,80 1,06
Gordura 5,31 8,36 5,81
Lisina total 2,20 1,96 2,10
Metionina total 0,75 0,61 0,69
Fontes: 1FEIDEN et al. (2010); 23Boscolo et al. (2010ab).

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Através dos dados apresentados, é primária para o fornecimento dos


possível observar o comportamento de nutrientes essenciais, disponibilizados em
uma ração orgânica de forma semelhante viveiros escavados, o uso de dietas
às melhores rações convencionais completas poderia proporcionar um
comercializadas, o que possibilita uma desenvolvimento saudável dos animais.
visualização otimista de prospecção Outro fato a destacar é a demanda de
futura desse tipo de produção que vai mais pesquisas, sobretudo, estudos de
de encontro a uma tendência mundial digestibilidade dos diversos ingredientes
de produção de alimentos de disponíveis (GONÇALVES et al., 2009;
origem ecologicamente sustentáveis. No PEZZATO et al., 2009; BRAGA et. al.,
entanto, nota-se que em todas as rações, 2010), dos alimentos orgânicos e testes de
obrigatoriamente, foi utilizada uma sua inclusão para formulação de rações
fonte proteica de origem animal: a mais eficientes, pois existe grande
farinha de peixes, mesmo que em níveis variação nos processos de produção e
menores se comparada ao farelo de soja. industrialização dos alimentos orgânicos,
A farinha de peixe, normalmente o que resulta em composição e valor
resíduos do processamento, contribui biológico diferenciado dos alimentos
para melhorar o balanceamento de convencionais.
aminoácidos, pois a utilização de
aminoácidos industriais, atualmente,
como já se discutiu, não é recomendada TRANSPORTE, ABATE E
pelas principais certificadoras. PROCESSAMENTO
A possibilidade de utilização dos
aminoácidos industriais em rações
orgânicas seria uma forma racional de O transporte e abate devem ser realizados
contribuir para a formulação de rações de maneira cuidadosa e rápida, de forma
com menores teores de proteína bruta e a evitar o sofrimento dos animais. O
que atendam às exigências das espécies sacrifício dos peixes deve ser realizado
cultivadas (FURUYA et al., 2006). com incisões nas brânquias ou
A inclusão de aminoácidos industriais evisceração imediata. Previamente, os
seria uma forma eficiente de economizar peixes deverão ser anestesiados (mediante
proteína, de modo a resultar em menor concussão, descarga elétrica, dióxido de
excreção de amônia e, com isso, melhorar carbono e se necessário anestésicos
a qualidade da água de cultivo com vegetais) - (NATURLAND, 2004), por
menor impacto ambiental. Para exemplo o eugenol, já testado para
tanto, ainda são necessários maiores diversas espécies de peixes de água doce,
estudos desses componentes em rações como para o tambaqui (ROUBACH et al.,
orgânicas, conjuntamente, com os órgãos 2005) e para a tilápia-do-Nilo (VIDAL et
certificadores para viabilizar a aquicultura al., 2008).
em tanques-rede, em ambientes onde a O uso de processos físicos e mecânicos
piscicultura tradicional não é possível, de limpeza das áreas de produção, bem
caso dos reservatórios de hidroelétricas e como utensílios e equipamentos devem
grandes açudes do nordeste brasileiro. ser preferidos, se comparados a métodos
Esses ambientes apresentam comunidades químicos, e o efluente gerado deve ser
que exercem a agricultura de subsistência submetido a um sistema de tratamento
ou familiar, caso dos pescadores eficiente. No anexo II da Instrução
artesanais, por exemplo. Nesses locais Normativa Interministerial No28 de 8 de
oligotróficos, onde não há produção junho de 2011, estão previstas as

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substâncias permitidas para uso na orgânico, tanto em viveiros escavados,


sanitização de instalações e equipamentos quanto em tanques-rede, os estudos
destinados à produção animal orgânica. realizados até o momento comprovam
São permitidos o uso de hipoclorito de que os rendimentos de carcaça, tronco
sódio, peróxido de hidrogênio, ácido limpo e filé dos peixes alimentados com
peracético, sabões e detergentes neutros, rações orgânicas são excelentes
entre outros produtos para correta limpeza (BOSCOLO et al., 2010) e equivalentes
e desinfecção (BRASIL, 2011), no intuito aos animais criados em sistema
de garantir a segurança e a qualidade dos convencional (FEIDEN et al., 2010),
produtos. assim como a qualidade de carne em
Quanto ao rendimento e composição termos de composição centesimal
química dos peixes criados em sistema (Tabelas 6 e 7).

Tabela 6. Valores médios para rendimento de carcaça de pacus alimentados com


diferentes rações comerciais (A, B, C, e E) e ração orgânica (D)

Rações
Variáveis CV (%)
A B C D (orgânica) E
Filé (%) 39,00 38,80 39,47 38,73 39,70 10,66NS
Tronco Limpo (%) 56,29 56,44 56,76 56,21 56,67 10,31NS
Gordura (%) 3,34 3,10 3,27 3,13 3,69 32,31NS
NS (P>0,05). Fonte: Boscolo et al. (2010b).

Tabela 7. Rendimento corporal e composição química de filés de jundiás alimentados


com rações orgânicas e convencionais em tanques-rede

Tipo de ração
Variáveis (%)*
Orgânica Convencional
Rendimento de carcaça 88,99 ± 1,72 88,51 ± 2,02
Gordura visceral 1,89 ± 0,72 2,24 ± 0,22
Índice hepatossomático 2,44 ± 0,26 2,37 ± 0,34
Umidade 74,73 ± 0,57 73,66 ± 0,33
Proteína bruta 15,46 ± 0,73 15,56 ± 0,79
Matéria mineral 2,94 ± 0,30 3,03 ± 0,12
Lipídeos 6,27 ±0,29 7,23 ± 0,30
*(P>0,05). Adaptado de Feiden et al. (2010).

Ao considerar que atualmente existe encontrados na literatura apresentam


limitação na variedade de ingredientes condições satisfatórias.
com certificação de origem orgânica De acordo com Neu et al. (2011), como
disponíveis no mercado, e, por isso, o mercado de produtos orgânicos é
as rações não ficam perfeitamente uma área econômica que cresce
equilibradas, os resultados de rendimento constantemente, pesquisas com alimentos
e composição centesimal dos peixes orgânicos são pertinentes pois além da
alimentados com rações orgânicas contribuição para a estabilização do setor,

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sobretudo, da piscicultura, é importante REFERÊNCIAS


para informar os consumidores finais a
respeito das características dos alimentos.
Com o desenvolvimento do setor BOSCOLO, W.R.; FEIDEN, A;
agroindustrial de processamento de KLEIN, S.; LORENZ, E.K.;
alimentos orgânicos e normatizações DIETRICH, F.; CANZI, C.; SILVA,
mais adequadas, é previsível que se J.R. Relatório final das atividades
aumente a oferta de ingredientes. Este desenvolvidas no convênio de
fato pode contribuir para formulação de cooperação técnico científica entre
rações que atendam melhor as Itaipu Binacional e Unioeste. Paraná:
exigências dos animais, de forma a UNOESTE, 2010b. 159p..
maximizar o desempenho, rendimento
de carcaça e que também contribuam BOSCOLO, W.R., HAYASHI, C.,
para redução do custo das fórmulas. MEURER, F. Digestibilidade aparente
Assim torna-se maior a competitividade da energia e nutrientes de alimentos
e lucratividade entre os produtores. convencionais e alternativos para a
Atualmente, no Brasil, a legislação para tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus,
os sistemas orgânicos de produção L.). Revista Brasileira de Zootecnia,
animal e suas instruções normativas v.13, n.2, p.539-545, 2002.
já estão estabelecidas. As normas para
a aquicultura orgânica possuem uma BOSCOLO, W.R.; SIGNOR, A.;
legislação específica, elaborada em FEIDEN, A.; SIGNOR, A.A.;
conjunto pelo MAPA e MPA, cuja SHAEFER, A.; REIDEL, A.; Farinha
descrição constituem-se de normas a de Resíduos da Filetagem de Tilápia em
serem seguidas por toda pessoa física ou Rações para Alevinos de Piauçu
jurídica responsável por unidades de (Leporinus macrocephalus). Revista
produção em conversão ou por sistemas Brasileira de Zootecnia, v.34, n.6,
orgânicos de produção. p.1819-1827, 2005.
A produção de peixes no sistema
orgânico é uma importante ferramenta BOSCOLO, W.R.; SIGNOR, A.A.;
para agregação de valor aos grãos e COLDEBELLA, A.; BUENO, G.W.;
subprodutos certificados de origem FEIDEN,A. Rações orgânicas
orgânica produzidos. Várias espécies se suplementadas com farinha de resíduos
adaptam bem ao sistema de criação de peixe para juvenis da tilápia do Nilo
orgânico como é o caso do pacu, jundiá (Oreochromis niloticus). Revista
e tilápia-do-Nilo. Ciência Agronômica, v.41, n.4, p.686-
692, 2010.

BRAGA, L.G.T.; RODRIGUES, F.L.;


AGRADECIMENTOS
AZEVEDO, R.V.; CARVALHO,
J.S.O.; RAMOS, A.P.S. Digestibilidade
Ao Grupo de Estudos em Manejo na
aparente da energia e nutrientes de
Aquicultura da Universidade Estadual do Oeste coprodutos agroindustriais para tilápia
do Paraná pela disponibilização de informações do Nilo. Revista Brasileira de Saúde e
e material sobre criação orgânica de peixes. Produção Animal [Online], v.11, n.4,
Ao Instituto Água Viva de Pesquisa e Extensão p.1127-1136, 2010.
em Aquicultura e Pesca Sustentáveis, Meio
Ambiente e Processos de Recursos Pesqueiros,
pelo apoio logístico às atividades de pesquisa e
de extensão com piscicultura orgânica.

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interministerial No28, de 8 de junho de BARROS, M.M.; ROCHA, D.F.;
2011. Estabelece normas técnicas KLEEMAN, G.K.; SANTA ROSA,
para os sistemas orgânicos de M.J.S. Energia e nutrientes digestíveis
produção aquícola a serem seguidos de alimentos para a tilápia do Nilo.
por toda pessoa física ou jurídica Boletim do Instituto de Pesca, v.35,
responsável por unidades de p.201-213, 2009.
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Disponível em: DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
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