Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Embrapa Soja
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Bioecologia e nutrição de
insetos
Base para o manejo integrado de
pragas
2a edição
Antônio R. Panizzi
José R. P. Parra
Editores Técnicos
Embrapa
Brasília, DF
2013
Embrapa Soja
Rodovia Carlos João Strass – Distrito de Warta
CEP 86001-970 Londrina, PR
Fone: (43) 3371-6000 | Fax: (43) 3371-6100
cnpso.sac@embrapa.br | www.cnpso.embrapa.br
Embrapa Informação Tecnológica
Parque Estação Biológica (PqEB),
Av. W3 Norte (final)
CEP 70770-901 Brasília, DF
Fone: (61) 3448-4236 | Fax: (61) 3448-2494
livraria@embrapa.br | www.embrapa.br/livraria
Unidade responsável pelo conteúdo
Embrapa Soja
Unidade responsável pela edição
Embrapa Informação Tecnológica
Coordenação editorial: Selma Lúcia Lira Beltrão, Lucilene Maria de
Andrade, Nilda Maria da Cunha Sette
Supervisão editorial: Wyviane Carlos Lima Vidal
Revisão de texto e normalização bibliográfica: Vitória Rodrigues
Índices: Celina Tomaz de Carvalho, Iara Del Fiaco Rocha
Revisão do e-book: Aline Pereira de Oliveira, Maria Cristina Ramos
Jubé
Tratamento editorial do e-book: Leandro Sousa Fazio
Conversão e editoração do e-book: WOC Tecnologia da Informação
Ltda
Tratamento digital de imagens: Mário César Moura de Aguiar, Júlio
César da Silva Delfino
Capa: Carlos Eduardo Felice Barbeiro
1aedição
1a impressão (2009): 2.000 exemplares
2a edição
E-book (2013)
Todos os direitos reservados
Para uso exclusivo de Embrapa Soja. A reprodução não autorizada
desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos
direitos autorais (Lei no 9.610).
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Embrapa Informação Tecnológica
© Embrapa 2013
Autores
Gilberto S. Albuquerque
Laboratório de Entomologia e Fitopatologia
Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf)
Av. Alberto Lamego, 2.000
28015-620 Campos dos Goytacazes, RJ
gsa@uenf.br
Lúcia M. Almeida
Departamento de Zoologia
Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Caixa Postal 19.020
81531-990 Curitiba, PR
lalmeida@ufpr.br
Helen C. H. B. Bellanda
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto
(FFCLRP/USP)
Av. Bandeirantes, 3.900
Bairro Monte Alegre
14040-901 Ribeirão Preto, SP
leve.stock@terra.com.br
hbarros@usp.br
José M. S. Bento
Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP)
Caixa Postal 9
13418-900 Piracicaba, SP
jmsbento@esalq.usp.br
Carlos R. F. Brandão
Museu de Zoologia/USP
Av. Nazaré, 481
04263-000 São Paulo, SP
crfbrand@usp.br
Vanda H. P. Bueno
Departamento de Entomologia
Universidade Federal de Lavras (Ufla)
Caixa Postal 37
37200-000 Lavras, MG
vhpbueno@ufla.br
Fabrício A. Cappelari
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto
(FCLRP/USP)
Av. Bandeirantes, 3.900
Bairro Monte Alegre
14040-901 Ribeirão Preto, SP
fabricioalaorcappelari@yahoo.com.br
fabriciocappelari@pg.ffclrp.usp.br
Marco Antonio A. Carneiro
Laboratório de Padrões de Distribuição Animal
Universidade Federal de Ouro Preto
35400-000 Ouro Preto, MG
mcarneirinho@gmail.com
Fernando L. Cônsoli
Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP)
Caixa Postal 9
13418-900 Piracicaba, SP
fconsoli@esalq.usp.br
Marilda Cortopassi-Laurino
Laboratório de Abelhas/USP
Rua do Matão, Travessa 14, 321
05508-900 São Paulo, SP
mclaurin@usp.br
Ana C. Dalla-Bona
Departamento de Zoologia
Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Caixa Postal 19.020
81531-980 Curitiba, PR
ana.dalla@ig.com.br
ana.dalla@hotmail.com
Jacques H. C. Delabie
Laboratório de Mirmecologia
Centro de Pesquisas do Cacau (Cepec)
Comissão Executiva do Plano de Lavoura Cacaueira (Ceplac)
Rodovia Ilhéus–Itabuna, Km 22
Caixa Postal 7
45600-000 Itabuna, BA
delabie@cepec.gov.br
jacques.delabie@gmail.com
G. Wilson Fernandes
Instituto de Ciências Biológicas
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Av. Antônio Carlos, 6.627
Caixa Postal 486
31270-901 Belo Horizonte, MG
gwilson@icb.ufmg.br
Clélia Ferreira
Instituto de Química
Universidade de São Paulo (USP)
Caixa Postal 26.077
05513-970 São Paulo, SP
clfterra@iq.usp.br
Elio C. Guzzo
Embrapa Tabuleiros Costeiros – UEP Alagoas Ceca/Ufal – Campus
Avançado Delza Gitaí
Rodovia BR-104 Norte, km 85
57100-000 Rio Largo, AL
guzzo@cpatc.embrapa.br
ecguzzo@gmail.com
Marinéia L. Haddad
Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP)
Caixa Postal 9
13418-900 Piracicaba, SP
mlhaddad@esalq.usp.br
Edson Hirose
Departamento de Agronomia
Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro)
Rua Simeão Varela de Sá, 3
85040-080 Guarapuava, PR
edsonhirose@yahoo.com.br
ehirose@unicentro.br
Vera L. Imperatriz-Fonseca
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
(FFCLRP/USP)
Av. Bandeirantes, 3.960
14040-901 Ribeirão Preto, SP
veralif@ffclrp.usp.br
Astrid M. P. Kleinert
Museu de Zoologia/USP
Av. Nazaré, 481
04263-000 São Paulo, SP
astridkl@ib.usp.br
Flavio A. Lazzari
Pesquisador Autônomo
Rua João Antônio Prosdócimo, 495
81560-020 Curitiba, PR
flaviolazzari@gmail.com
Sonia M. N. Lazzari
Departamento de Zoologia
Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Caixa Postal 19.020
81531-980 Curitiba, PR
lazzari@ufpr.br
sonialazzari@gmail.com
Júlio N. C. Louzada
Departamento de Biologia – Setor de Ecologia
Universidade Federal de Lavras (Ufla)
37200-000 Lavras, MG
jlouzada@gmail.com.br
Cristiane Nardi
Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP)
Caixa Postal 9
13418-900 Piracicaba, SP
cnardi@esalq.usp.br
nardicris@gmail.com
Mario A. Navarro-Silva
Departamento de Zoologia
Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Caixa Postal 19.020
81531-980 Curitiba, PR
mnavarro@ufpr.br
Lenita J. Oliveira (in memoriam)
Antônio R. Panizzi
Laboratório de Bioecologia de Percevejos
Embrapa Soja
Caixa Postal 231
86001-970 Londrina, PR
panizzi@cnpso.embrapa.br
José R. P. Parra
Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP)
Caixa Postal 9
13418-900 Piracicaba, SP
jrpparra@esalq.usp.br
Carla Cresoni-Pereira
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
(FFCLRP/USP)
Av. Bandeirantes, 3.900
Bairro Monte Alegre
14040-901 Ribeirão Preto, SP
ccresoni@gmail.com
cresoni@bol.com.br
Marina A. Pizzamiglio-Gutierrez
Center for Analysis of Sustainable Agricultural Systems (Casas)
37 Arlington Avenue
Kensington, CA 94707-1035, USA
marinapizza@hotmail.com
Josiane S. Prophiro
Departamento de Zoologia
Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Caixa Postal 19.020
81531-980 Curitiba, PR
jprophiro@yahoo.com.br
Mauro Ramalho
Departamento de Botânica
Universidade Federal da Bahia (UFBA)
40210-730 Salvador, BA
ramauro@ufba.br
Márcia F. Ribeiro
Embrapa Semiárido
BR 428, Km 152, Zona Rural
56301-970 Petrolina, PE
marcia.ribeiro@cpatsa.embrapa.br
maribbee@yahoo.com.br
Cibele S. Ribeiro-Costa
Departamento de Zoologia
Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Caixa Postal 19.020
81531-980 Curitiba, PR
stra@ufpr.br
Ana C. Roselino
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
(FFCLRP/USP)
Av. Bandeirantes, 3.900
Bairro Monte Alegre
14040-901 Ribeirão Preto, SP
acr@aluno.ffclrp.usp.br
José R. Salvadori
Laboratório de Entomologia
Embrapa Trigo
Caixa Postal 451
99001-970 Passo Fundo, RS
jrsalva@cnpt.embrapa.br
Alessandra F. K. Santana
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
(FFCLRP/USP)
Av. Bandeirantes, 3.900
Bairro Monte Alegre
14040-901 Ribeirão Preto, SP
alefks@yahoo.com.br
alefks@pg.ffclrp.usp.br
Flávia A. C. Silva
Departamento de Zoologia
Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Caixa Postal 19.020
81531-980 Curitiba, PR
flacloclet@yahoo.com.br
Rogério R. Silva
Museu de Zoologia/USP
Av. Nazaré, 481
04263-000 São Paulo, SP
rogeriorosas@gmail.com
Walter R. Terra
Instituto de Química
Universidade de São Paulo (USP)
Caixa Postal 26.077
05513-970 São Paulo, SP
warterra@iq.usp.br
José D. Vendramim
Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP)
Caixa Postal 9
13418-900 Piracicaba, SP
jdvendra@esalq.usp.br
S. Bradleigh Vinson
Department of Entomology
Texas A&M University
College Station, TX 77843, USA
bvinson@ag.tamu.edu
José C. Zanuncio
Departamento de Biologia Animal
Universidade Federal de Viçosa (UFV)
Av. P. H. Rolfs, s/n
36571-000 Viçosa, MG
zanuncio@ufv.br
Regina C. Zonta-de-Carvalho
Centro de Diagnóstico Marcos Enrietti
Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab/PR)
Rua Jaime Balão, 575
80340-040 Curitiba, PR
regcarva@seab.pr.gov.br
Fernando S. Zucoloto
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
(FFCLRP/USP)
Av. Bandeirantes, 3.900
Bairro Monte Alegre
14040-901 Ribeirão Preto, SP
zucoloto@ffclrp.usp.br
Agradecimentos
Este projeto consumiu um longo período de tempo e envolveu
inúmeras pessoas desde o seu planejamento inicial até a sua
execução final. Somos gratos em especial aos autores por
aceitarem o nosso convite, por atenderem ao nosso chamado para a
reunião realizada em Recife, PE, em 2006, por ocasião do XXI
Congresso Brasileiro de Entomologia para discutirmos o projeto do
livro, e pela paciência e eficácia em atender às nossas demandas
durante esse tempo todo. Somos gratos também às seguintes
pessoas da Embrapa Informação Tecnológica, que nos
acompanharam e nos guiaram durante o processo da produção final
do livro: Fernando do Amaral Pereira, Mayara Rosa Carneiro,
Lucilene Maria de Andrade, Maria Cristina Ramos Jubé, Celina
Tomaz de Carvalho, Iara Del Fiaco Rocha, Júlio César da Silva
Delfino, Mário César Moura de Aguiar, Carlos Eduardo Felice
Barbeiro, Corina Barra Soares e Wesley José da Rocha.
Agradecemos a José Oswaldo Siqueira, Diretor de Programas
Temáticos e Setoriais do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq) pelo apoio e orientação, ao CNPq
que nos forneceu os recursos financeiros que viabilizaram a
publicação desta obra, e a Alexandre José Cattelan, Chefe Geral da
Embrapa Soja pelo apoio e estímulo. Aos alunos, estagiários,
laboratoristas e técnicos que nos auxiliaram ao longo dos anos
somos agradecidos. Por fim, agradecemos às sugestões e ideias de
Mercedes C. Carrão Panizzi para a produção do livro.
Apresentação
Os estudos em bioecologia, nutrição e manejo integrado de
pragas, tema abordado por esta obra volumosa, são da mais alta
importância para que o conhecimento da Entomologia possa ser
repassado aos seus usuários, quer na área acadêmica, quer na
área mais aplicada.
Os editores Antônio R. Panizzi (Embrapa Soja) e José R. P.
Parra (Esalq/USP) conseguiram reunir um grupo numeroso de
pesquisadores qualificados do Brasil e do exterior e produziram um
texto que servirá como um legado para as gerações futuras.
A hegemonia total do ser humano sobre os demais organismos
habitantes do planeta Terra só é desafiada pelos insetos, os nossos
maiores competidores. Vivem em todos os ambientes, explorando
todos os nichos ecológicos, causam enormes prejuízos nas culturas
e nos grãos armazenados, transmitem doenças para animais,
plantas e para o ser humano, sendo importantes agentes de
epidemias, como o mosquito da dengue. Por outro lado, os insetos
são de grande utilidade como aqueles que são parasitas e
predadores de pragas, as abelhas produtoras do mel e em especial,
na função de polinizadores de plantas. Estudos indicam que, se os
insetos fossem eliminados totalmente, o ser humano desapareceria
da face da Terra, pois as plantas, que nos fornecem alimento por
estar na base da cadeia alimentar, desapareceriam por completo.
Portanto, estudos como os aqui relatados são imprescindíveis para
embasar os programas de manejo e controle das espécies nocivas
de insetos, em especial para a agricultura.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq) sentem-se orgulhosos em viabilizar a produção deste livro.
Por fim, queremos cumprimentar os editores e os autores pelo
esforço em concentrar os seus conhecimentos nos diversos
capítulos que compõem a obra. Boa leitura.
Prefácio
Em 1991, foi publicada a 1a edição do livro Ecologia Nutricional
de Insetos e suas Implicações no Manejo de Pragas, por A. R.
Panizzi e J. R. P. Parra. O livro foi muito bem recebido por
pesquisadores, professores e estudantes de graduação e de pós-
graduação, por preencher uma lacuna importante da literatura
nacional sobre o assunto. Assim, durante todos estes anos, o livro
serviu de consulta e de texto-base em cursos por diversas
instituições de ensino e pesquisa do Brasil.
Passados 18 anos, constatamos a necessidade de preparar
uma 2a edição, revisada, ampliada e atualizada. Para isso,
inicialmente contatamos os autores da 1a edição, que ainda mantêm
atividade de pesquisa, e também outros autores para a inclusão de
novos capítulos que tínhamos em mente. Dessa forma, de um total
de 9 capítulos da 1a edição, aumentamos para 26 nessa nova
edição. Por ter sido esse aumento tão drástico, e por ter uma nova
abrangência, decidimos que a obra seria um novo livro, não uma 2a
edição.
Estamos cientes de que a ecologia nutricional pode ser vista
sob dois aspectos: no stricto sensu, talvez não coubessem no texto
alguns capítulos, pois os “puristas” da ecologia nutricional se
dedicam apenas à questão de como os insetos “lidam” com os
nutrientes e antinutrientes (aleloquímicos) definidos pelos índices
nutricionais de eficiências, não se importando com questões
comportamentais nem com implicações práticas oriundas de hábitos
alimentares e do impacto nutricional do alimento na biologia do
inseto. Neste novo livro, optamos pela conceituação da ecologia
nutricional no lato sensu, isto é, abrindo o leque para todos os
aspectos que possam ter maior ou menor relação com a questão
nutricional/alimentar, incluindo a potencialidade de aplicações
práticas derivadas dessa conceituação ampla da ecologia
nutricional. Entretanto, para evitar críticas quanto ao uso da
expressão ecologia nutricional decidimos utilizar termos mais
conservadores e optamos pelos termos bioecologia e nutrição nessa
nova obra.
A rápida evolução do conhecimento em biologia, com o
aparecimento de novas áreas de pesquisa, justifica a demanda da
elaboração de um texto atual. Acreditamos que com este novo
volume, estaremos contemplando a quase totalidade das
multivariadas facetas da bioecologia e da nutrição dos insetos e
suas implicações no manejo de pragas.
O livro é constituído de três partes. A parte I é dedicada aos
aspectos básicos e contém 8 capítulos. Neles são abordados
aspectos genéricos da bioecologia e nutrição de insetos, dietas
artificiais e fisiologia, interações inseto/planta e simbiose, a interface
da ecologia química com o alimento e o canibalismo.
A parte II é dedicada aos aspectos específicos de grupos
alimentares (guildas) e contém 16 capítulos incluindo formigas,
abelhas sociais, mastigadores de folhas (Lepidoptera), sugadores
de sementes (Heteroptera), mastigadores de sementes (Bruchinae),
insetos rizófagos, galhadores, detritívoros, insetos-pragas de grãos
armazenados, moscas frugívoras, afídeos, endo e ectoparasitoides
(Hymenoptera), heterópteros predadores, coleópteros predadores
(Coccinellidae), crisopídeos (Neuroptera) e insetos hematófagos.
Na parte III, os aspectos aplicados são abordados em 2
capítulos. O primeiro trata da resistência de plantas aos insetos e o
segundo e último capítulo refere-se ao manejo integrado de pragas
no contexto da bioecologia e nutrição dos insetos.
Esperamos que este livro abrangente sobre a bioecologia e
nutrição dos insetos como base para a implementação de
programas de manejo integrado de pragas cumpra seu propósito
como o ocorrido com o livro anterior sobre o mesmo assunto. A
todos os usuários, pesquisadores, professores, alunos de pós-
graduação e graduação e aos aficcionados por insetos em geral,
esperamos ter atendido as expectativas.
Os Editores
Parte I - Aspectos gerais
Capítulo 1
Introdução à bioecologia e nutrição
de insetos como base para o manejo
integrado de pragas
Antônio R. Panizzi
José R. P. Parra
Introdução
Os seres vivos, em geral, são reflexo daquilo que consomem, e
esse fato evidencia a importância do alimento para os organismos.
No caso dos insetos, muitos aspectos da sua biologia, incluindo o
comportamento, a fisiologia e a ecologia, estão de uma ou outra
maneira inseridos dentro de um determinado contexto alimentar.
Além da quantidade, a qualidade e a proporção de nutrientes
presentes no alimento, a presença de compostos secundários ou
não nutricionais (aleloquímicos) causam impacto variável na biologia
dos insetos, determinando a sua capacidade de contribuição
reprodutiva para a geração seguinte.
Os estudos relativos à bioecologia e à nutrição de insetos
evoluíram nas últimas décadas, desde a definição das exigências
nutricionais básicas para a sua sobrevivência e reprodução (ver
capítulo 2) até a avaliação da sua influência no comportamento e na
fisiologia dos insetos, com consequências ecológicas e
evolucionárias (ver capítulo 5). O estudo alimentar/nutricional foi
chamado de ecologia nutricional de insetos, e sua conceituação e
desenvolvimento ocorreram nos últimos anos (SCRIBER; SLANSKY
JUNIOR, 1981; SLANSKY JUNIOR, 1982; SLANSKY JUNIOR;
SCRIBER, 1985; SLANSKY JUNIOR; RODRIGUEZ, 1987). Neste
capítulo introdutório, serão abordados de forma sucinta o alimento
natural e as dietas artificiais, o consumo, a digestão e a utilização do
alimento, as interações multitróficas dos alimentos, incluindo os
simbiontes e a interface do alimento com a ecologia química.
Hábitos alimentares variados e a abrangência e implicações do
estudo da bioecologia dos insetos e a sua nutrição no manejo
integrado de espécies-praga serão também tratados,
resumidamente.
O alimento
O alimento natural
O alimento natural, isto é, aquele obtido na natureza, se
apresenta nas mais diversas formas e possui qualidade nutricional
variável. Desde que os insetos apareceram na face da Terra (ver
capítulo 5), iniciou-se um processo de evolução adaptativa, com o
aparecimento dos diferentes estilos de vida dos insetos aptos para
explorar o alimento natural nas suas mais diversas formas. Se, por
um lado, os insetos se adaptam para explorar as fontes nutricionais
(p. ex.: organismos vegetais e animais), estes, por sua vez, mudam
para evitar serem consumidos, num processo coevolutivo contínuo.
O fato de os insetos terem uma capacidade lendária de explorar os
mais variados habitats em busca do alimento confere a eles um
sucesso adaptativo único, constituindo-se nos únicos seres vivos
que desafiam o Homem na sua hegemonia total.
Além da qualidade variável, o alimento natural apresenta
sazonalidade, o que o torna ainda mais desafiante. O ambiente
abiótico, incluindo a temperatura, a umidade e o fotoperíodo, faz
com que o alimento natural não esteja disponível de forma
permanente, o que força os insetos a se adaptarem para suportar os
períodos de desfavorabilidade; essas adaptações variam desde
trocas fisiológicas drásticas, como no caso dos insetos que entram
em diapausa, até trocas fisiológicas menos drásticas, ou seja, os
insetos entram em oligopausa ou quiescência. Em ambos os casos,
ocorrem acúmulo de energia estocada na forma de lipídios, o que
garante a sua sobrevivência. Outra estratégia é a migração em
busca de habitats mais favoráveis, o que também demanda energia
estocada para suportar os voos prolongados.
O alimento natural apresenta variação na sua qualidade, e, não
raro, ocorre a presença de aleloquímicos ou produtos do
metabolismo secundário, que podem ser tóxicos (ver capítulos 5 e
25). A defesa física (p. ex., presença de pilosidade, espinho, textura
grossa de tecidos, etc.) torna também o alimento natural, muitas
vezes, inacessível ou indigerível. Assim, precisa-se sempre ter em
mente que o alimento natural apresenta muitos desafios e que
mesmo insetos monófagos, isto é, especializados em explorar uma
única fonte nutricional, se deparam com problemas no momento de
explorá-lo. Portanto, quando se estuda a biologia dos insetos em
laboratório, a busca de dietas artificiais é muito importante, pois
estas permitem que os insetos se desenvolvam sem que haja
necessidade de suplantar os problemas apresentados pelo alimento
natural.
Dietas artificiais
O desenvolvimento de dietas artificiais para insetos,
principalmente a partir da década de 1960, propiciou um
refinamento das pesquisas sobre as exigências nutricionais,
existindo meios artificiais para criar mais de 1.300 espécies de
insetos. Esse avanço nas técnicas de criação permitiu descobrir que
alguns grupos restritos de insetos exigem ácidos nucleicos e,
mesmo, vitaminas lipossolúveis. Técnicas sofisticadas de produção
de parasitoides in vitro (excluindo-se o hospedeiro) têm sido
desenvolvidas com sucesso. Embora tenham ocorrido avanços nas
dietas para parasitoides e predadores (COHEN, 2004), é para
fitófagos, das ordens Lepidoptera, Coleoptera e Diptera, que se
concentram 85% das dietas artificiais. O uso de dietas artificiais para
a criação de insetos permitiu grandes avanços em áreas básicas e
aplicadas, e hoje essa atividade é considerada uma das mais
importantes na área de entomologia, cobrindo desde a utilização de
insetos em pesquisas até na educação pública e na alimentação de
animais e humanos (ver capítulo 3).
Interações multitróficas
Simbiontes
O sucesso dos insetos como organismos capazes de colonizar
os mais variados habitats deve-se à sua enorme capacidade de se
alimentar de ampla variedades de recursos nutricionais. Além disso,
a exploração de fontes nutricionais inadequadas se torna possível
graças à associação dos insetos com microrganismos, num
processo simbiótico, o que tem permitido a utilização de vias
metabólicas novas com vantagens associativas mútuas ao longo do
tempo evolucionário (ver capítulo 6).
Ampla variedade de microrganismos está envolvida no
processamento alimentar dos insetos. Esses microrganismos
incluem: simbiontes externos de insetos que cultivam fungos, como
os besouros-das-ambrósias das subfamílias Scolytinae e
Platypodinae, formigas da subfamília Myrmicinae, Tribo Attini, e
térmitas da subfamília Macrotermitinae; simbiontes internos como
protozoários e bactérias, que tanto podem ser secundários, como
bactérias em Heteroptera ou primários ou obrigatórios, como
Buchnera, Wigglesworthia e Blochmannia (ver capítulo 6).
O estudo dos simbiontes tem avançado nas últimas décadas
principalmente em razão do desenvolvimento de técnicas
moleculares que permitiram melhor compreensão dessas interações
até então desconhecidas. A obtenção de genomas completos dos
endosimbiontes com ampla diversidade ecológica e filogenética
permitirá uma comparação mais rica e possibilitará o teste de
modelos evolutivos existentes. A possibilidade de manipular os
simbiontes bacterianos em insetos-vetores de doenças infecciosas,
como malária, dengue, mal de Chagas e doença do sono,
importantes causadores de mortalidade humana, surge como uma
estratégia promissora para reduzir o período de vida do inseto ou
limitar a transmissão dos parasitos. Com relação às pragas
agrícolas, o desvendamento das inter-relações dos insetos com
seus simbiontes abre oportunidades para elaborar medidas de
controle sofisticadas e eficientes. Uma vez conhecido o papel dos
simbiontes sobre insetos-praga, a sua manipulação, quer por via
genômica, bioquímica quer por via convencional (por exemplo,
eliminar simbiontes com o uso de antibióticos) configura-se como
uma possibilidade real para mitigar o impacto das pragas nas
culturas (BOURTZIS; MILLER, 2007; ver também capítulo 6).
Sociais
Os hábitos alimentares de insetos sociais estão entre os mais
sofisticados da Classe Insecta. As formigas (Hymenoptera) e as
abelhas sociais (Bombini, Apini, Meliponini – Hymenoptera),
apresentados nos capítulos 9 e 10, respectivamente, dão uma ideia
do tema.
As formigas atuam como predadores importantes nas cadeias
tróficas (FLOREN et al., 2002), São os principais herbívoros das
florestas tropicais; exploram exsudatos de insetos sugadores
fitófagos (p. ex., Homoptera) e nectários florais (DAVIDSON et al.,
2004) e cultivam fungos para o seu sustento. Como predadores e
herbívoros mais significativos por causa de sua abundância e
distribuição cosmopolita, durante os mais de 100 milhões de anos
de evolução, as formigas desempenharam e continuam a
desempenhar enorme influência sobre uma série de organismos e
ecossistemas (ver capítulo 9). As estratégias de forrageamento do
alimento em formigas são lendárias e demonstram um nível de
especialização único entre os seres vivos (FOWLER et al., 1991).
As abelhas sociais, à semelhança das formigas, são altamente
especializadas na exploração dos recursos nutricionais e no
comportamento de forrageio. A busca em flores de pólen e néctar e
a produção de mel estão entre os mais sofisticados sistemas
biológicos conhecidos entre os seres vivos (ver capítulo 10).
Fitófagos
Os hábitos alimentares dos insetos fitófagos são extremamente
variáveis, incluindo os mastigadores de folhas (capítulo 11),
sugadores de sementes (capítulo 12), mastigadores (broqueadores)
de sementes (capítulos 13 e 17), insetos rizófagos (capítulo 14),
insetos galhadores (capítulo 15), insetos frugívoros (capítulo 18) e
insetos sugadores de folhas, brotos e frutos (capítulo 19), entre
outros, e que neste volume estão contemplados.
Os mastigadores de folhas englobam espécies das ordens
Coleoptera, Hymenoptera e Lepidoptera, as quais são de, maneira
geral, especializadas em uma ou poucas famílias de plantas. Assim,
as relações evolutivas com suas plantas alimentícias são estreitas e
as defesas químicas das plantas fartamente discutidas na literatura
(BERNAYS, 1998). Em geral, as lagartas consomem relativamente
grande quantidade de alimento, possuem capacidade intestinal
grande e rapidamente digerem o alimento. Entretanto, por serem
pouco seletivas, muitas vezes, acabam por ingerir partes das
plantas pouco nutritivas como nervuras ou tecidos já
metabolicamente pobres (ver capítulo 11).
Os sugadores de sementes (percevejos) incluem heterópteros
de diversas famílias que preferem se alimentar de sementes verdes
(imaturas), embora alguns consomem sementes maduras. Os
hemípteros (heterópteros), que se alimentam de plantas, inserem os
estiletes (mandíbulas + maxilas) nos tecidos para retirar os
nutrientes. Como resultado da atividade alimentar pode ocorrer dano
total nas sementes ou queda na sua viabilidade, o que dará origem
a plântulas de baixo vigor. O impacto dos insetos na produção de
sementes e frutos é discutido amplamente na literatura de
entomologia econômica, e é de grande importância para a
agricultura mundial (SCHAEFER; PANIZZI, 2000; e capítulo 12).
Os mastigadores (broqueadores) de sementes abrangem
espécies de Coleoptera e Lepidoptera, embora apenas os
coleópteros apresentem peças bucais mastigadoras no estágio de
larva e adulto. Entre os coleópteros consumidores de sementes
estão diversas espécies pertencentes a várias famílias, sendo um
exemplo clássico os chamados carunchos-de-sementes ou
besouros-de-sementes – os bruquídeos ou bruquíneos (ver capítulo
13). As larvas consomem exclusivamente o conteúdo de sementes,
enquanto os adultos alimentam-se de pólen e néctar. Embora
polífagos, preferem as sementes de leguminosas e várias espécies
são consideradas de importância econômica (VENDRAMIN et al.,
1992).
Os insetos rizófagos são representados principalmente pelos
coleópteros que se alimentam de tecidos vivos das raízes.
Entretanto, seus hábitos podem ser bastante variados, broqueando
raízes, caules e tubérculos, formando galerias, ou cortando tecidos
a partir do exterior, aproveitando diferentes partes do tecido
radicular (ver capítulo 14). Em muitos grupos, a larva é capaz de se
alimentar externamente das raízes subterrâneas, e os adultos, das
partes aéreas das plantas, não necessariamente da mesma espécie
em cujas raízes nutriram-se as larvas. Muitas larvas de espécies de
coleópteros rizófagos, além de consumirem raízes (rizófagas),
podem explorar caules subterrâneos, bulbos e tubérculos, ou
matéria orgânica em decomposição, como madeira (xilófagas),
fezes (coprófagas), animais mortos (necrófagas), húmus e palha
(OLIVEIRA et al., 2003).
Os insetos galhadores são encontrados em todas as ordens de
insetos herbívoros (Hemiptera, Thysanoptera, Coleoptera,
Hymenoptera, Lepidoptera e Diptera), com exceção da ordem
Orthoptera. As galhas são caracterizadas por serem reações das
plantas aos danos causados por insetos e sua classificação inclui as
galhas do tipo organoides que são as que pouco diferem
estruturalmente do padrão de crescimento normal da planta, e o
órgão da planta, mesmo atacado, não perde sua identidade (p. ex.,
intumescências e calosidades); e galhas do tipo histioides que
exibem grande variedade de fenômenos de crescimento anormal
(ver capítulo 15).
Os insetos frugívoros abarcam diversas ordens. As moscas-
das-frutas serão contempladas em detalhe no capítulo 18. Os
tefritídeos formam a guilda dos insetos frugívoros, relacionada ao
hábito alimentar dos imaturos. Os adultos alimentam-se desde
exsudatos dos frutos até fezes de pássaros, matéria orgânica em
decomposição, néctares, pólens e outros. A alimentação restrita ao
fruto ocorre no estágio larval, embora seja possível que as larvas
alimentem-se dentro do fruto de seus próprios exoesqueletos e de
outros pequenos animais (larvas, vermes e outros invertebrados) e
de larvas coespecíficas menores (ZUCOLOTO, 1993b). As fêmeas
depositam os ovos na casca do fruto e as larvas eclodem
diretamente para o seu interior, onde se alimentarão e completarão
o ciclo. Quando o fruto já maduro, caem e a larva de último ínstar
sai e penetra no solo, onde pupará se transformando,
posteriormente em adulto (CHRISTENSON; FOOTE, 1960).
Entre os insetos sugadores de folhas, brotos e frutos, os
afídeos constituem agrupamento alimentar interessante e são
apresentados no capítulo 19. Além dos afídeos, os psilídeos,
moscas-brancas e outros Sternorrhyncha são exemplos de insetos
especializados na sucção da seiva do floema. Os afídeos
(Hemiptera: Aphidoidea) ao se alimentarem penetram os tecidos
vegetais com o aparelho bucal e sugam a seiva, afetando o
desenvolvimento da planta e causando lesões localizadas ou
sistêmicas; a transmissão de vírus pelos afídeos é comum e causa
danos severos, sendo uma interação especializada inseto–planta.
Vários autores tratam da alimentação e nutrição dos afídeos
abordando aspectos fisiológicos e bioquímicos, o papel da saliva no
processo alimentar e mecanismos de adaptações para a
alimentação (ver referências no capítulo 19).
Carnívoros
Os hábitos alimentares de insetos carnívoros incluem os
parasitoides (Hymenoptera) (capítulo 20), os percevejos-predadores
(Heteroptera) (capítulo 21), os besouros-predadores (Coccinelidae)
(capítulo 22) e os neurópteros (capítulo 23), os quais são
apresentados neste livro.
Os parasitoides (Hymenoptera) são insetos que se adaptaram
ao modo vida parasítico quer utilizando recursos nutricionais
limitados pelo imaturo, quer adquirindo nutrientes durante a fase
adulta. Os imaturos maximizam a utilização de recursos obtidos do
hospedeiro, e os adultos exploram fontes nutricionais de várias
maneiras (ver capítulo 20). O desenvolvimento de parasitoides,
assim como o de outros entomófagos, é intimamente dependente de
seu hospedeiro. Parasitoides são caracterizados de diferentes
formas, dependendo do estágio do hospedeiro que exploram
(parasitoide de ovo, ovo-larva, larva, larva-pupa, pupa, adulto), de
sua localização no hospedeiro (endo ou ectoparasitoide) ou do
número de indivíduos alocados pela fêmea em um mesmo
hospedeiro (parasitoide solitário ou gregário) (ASKEW, 1973).
Os percevejos-predadores (Heteroptera) englobam inúmeras
espécies, entre elas as dos gêneros Orius (Anthocoridae), Geocoris
(Lygaeidae), Nabis (Nabidae), Podisus, Brontocoris e Supputius
(Pentatomidae), Macrolophus (Miridae) e Zelus e Sinea
(Reduviidae). É importante ressaltar que muitos heterópteros
predadores apresentam o hábito fitófago (ver capítulo 21). O
alcance da nutrição ótima compreende a interação ecológica
tritrófica que envolve a entomofagia, a presa ou segundo nível
trófico, e o primeiro nível trófico, o alimento da presa, e,
frequentemente, a planta. Assim, a coexistência de hábitos fitófagos
e zoófagos em Heteroptera é de grande importância.
Os besouros-predadores (Coccinelidae) são, entre os besouros
(Coleoptera), os predadores mais importantes. Os hábitos
alimentares das larvas são semelhantes aos dos adultos e por isso
suas mandíbulas são, em geral, semelhantes. Muitas espécies são
predadoras, principalmente de afídeos, coccídeos e ácaros, e um
pequeno grupo de espécies têm hábito fitófago, com mandíbulas
adaptadas para cortar e triturar o tecido das plantas, alimentando-se
principalmente de plantas das famílias Cucurbitaceae e Solanaceae
(ver capítulo 22). Os coccinelídeos predadores são eficientes na
busca das presas em todos os ambientes, além de serem muito
vorazes, o que os caracteriza como eficientes predadores,
principalmente de afídeos (HODEK, 1973).
Os neurópteros, conhecidos no Brasil como crisopídios ou
bichos-lixeiros, pelo hábito das larvas de carregar detritos em seu
dorso, são predadores eficientes de outros insetos. Por serem
comuns nos mais variados agroecossistemas e apresentarem
potencial de uso como predadores em programas de controle
biológico de pragas, os neurópteros (crisopídios) têm chamado a
atenção, mas no Brasil são ainda pouco conhecidos e explorados
nesse sentido (ver capítulo 23). As larvas são predadoras e os
adultos alimentam-se de néctar, pólen e/ou honeydew (CANARD,
2001). As presas das larvas e dos poucos adultos predadores
consistem de artrópodes pequenos, relativamente imóveis e com
tegumento, suficientemente, macio para serem perfurados ou
triturados pelas suas peças bucais, como ácaros, moscas-brancas,
psilídios, pulgões, cochonilhas, ovos e larvas pequenas de
lepidópteros, psocópteros e tripes, além de ovos e larvas pequenas
de besouros, moscas, etc. (ALBUQUERQUE et al., 2001).
Sugadores de sangue
Os insetos sugadores de sangue (hematófagos), alimentam-se
do sangue de diferentes hospedeiros e podem transmitir agentes
patogênicos. Espécies de Diptera, Hemiptera, Phthiraptera,
Siphonaptera, por exemplo, são vetores de agentes de doença
epidemiológicas tais como dengue, malária, leishmaniose, doença
de Chagas e peste bubônica. A atividade hematofágica pode ser
desempenhada por imaturos e adultos de ambos os sexos, ou,
exclusivamente, por fêmeas que procuram os hospedeiros para a
oogênese (FORATTINI, 2002). Algumas espécies, embora não
hematófagas, podem provocar reações alérgicas, causadas por
compostos presentes na saliva que é liberada no momento da
picada, ou pela inoculação de substâncias tóxicas (veneno). Outras
espécies se desenvolvem no interior de hospedeiros vertebrados,
alimentando-se dos tecidos e sangue, provocando lesões e
desenvolvimento de infecções secundárias associadas a bactérias e
fungos (ver capítulo 24).
Considerações finais
O estudo dos insetos sob a ótica da bioecologia e da nutrição
(ecologia nutricional) envolve a integração da várias áreas de
conhecimento, como bioquímica, fisiologia e comportamento, dentro
de um contexto ecológico e evolucionário (SLANSKY JUNIOR;
RODRIGUEZ, 1987). Muitas informações científicas sobre a biologia
dos insetos foram sendo acumuladas ao longo dos anos, entretanto,
pouco se tem feito em termos de análise dessas informações,
considerando-se as áreas do conhecimento mencionadas, de forma
conjunta.
A análise dos dados, na visão holística e abrangente da
ecologia nutricional, resulta no surgimento de questões para as
quais as respostas não estão ainda disponíveis. Por exemplo,
vamos considerar um agroecossistema qualquer, como no caso de
uma plantação de soja. Sabe-se que várias espécies de insetos
atacam essa cultura simultaneamente. Quais são os efeitos da
competição inter e intraespecífica na biologia das espécies
envolvidas? Como os insetos reagem às variações dos fatores
abióticos, tais como flutuações de temperatura e troca de
fotoperíodo? Como o comportamento alimentar do inseto e a sua
fisiologia são afetados com as trocas na qualidade nutricional do
alimento ao longo do tempo? Como se comporta um inseto
parasitado em termos de alimentação, reprodução e dispersão?
Quais fatores fazem com que certas espécies de insetos passem do
status de não pragas ao de pragas importantes? Essas e outras
perguntas devem ser respondidas, e a abordagem sob a ótica da
bioecologia e nutrição de insetos (ecologia nutricional lato sensu)
serve como o princípio básico para a análise dessas questões.
Está claro que muitos processos ecológicos, fisiológicos e
comportamentais demonstrados pelos insetos ligam-se ao contexto
nutricional. Assim, é de extrema importância o conhecimento do
comportamento e da preferência alimentar, dos hábitos alimentares,
e das necessidades nutricionais dos insetos e as suas
consequências no crescimento, na sobrevivência, na longevidade,
na reprodução, nos movimentos, nos hábitos gregários, etc. Isto
permitirá o delineamento de uma estratégia de controle que inclua
as mais variadas táticas. Por exemplo, o conhecimento da
preferência dos insetos por determinadas plantas permite que se
usem essas plantas como armadilhas para atrair os insetos e
facilitar o seu controle; ou a preferência por plantas em
determinados estágios do seu desenvolvimento possibilita a
manipulação da época de plantio para um controle mais eficiente.
Ainda, a constatação de características físicas, como a presença de
pilosidade, a dureza dos tecidos, e químicas, como a quantidade e
proporção dos nutrientes e a presença de compostos não
nutricionais (aleloquímicos) com propriedades de toxicidade
potencial criam perspectivas para a manipulação dessas
características como alternativas de controle de insetos pragas.
Dessa forma, estudos nessa área, tanto no contexto básico
como aplicado, devem ser encorajados. Esses estudos certamente
irão contribuir com informações altamente relevantes para se
entender os diferentes estilos de vida dos insetos, e para manejá-los
de forma mais eficiente em programas de manejo integrado de
pragas.
Referências
ALBUQUERQUE, G. S.; TAUBER, C. A.; TAUBER, M. J. Chrysoperla externa and
Ceraeochrysa spp.: potential for biological control in the New World tropics and subtropics.
In: McEWEN, P.; NEW, T. R.; WHITTINGTON, A. E. (Ed.). Lacewings in the crop
environment. Cambridge: Cambridge University, 2001. p. 408-423.
ASKEW, R. R. Parasitic Hymenoptera. In: ASKEW, R. R. (Ed.). Parasitic insects. New
York: Elsevier, 1973. p. 113-184.
BECK, S. D. Nutrition, adaptation and environment. In: RODRIGUEZ, J. G. (Ed.). Insect
and mite nutrition. Amsterdam: North-Holland Publishing, 1972. p. 1-6.
BECK, S. D.; REESE, J. C. Insect-plant interactions nutrition and metabolism. Recent
Advances in Phytochemistry, New York, v. 10, p. 41-92, 1976.
BERNAYS, E. A. Evolution of feeding behavior in insect herbivores. BioScience,
Washington, DC, v. 48, p. 35-44, 1998.
BOURTZIS, K.; MILLER, T. A. Insect symbiosis. Boca Raton: CRC, 2007. 347 p.
BRUES, C. T. Insect dietary: an account of the food habits of insects. Cambridge: Harvard
University, 1946. 466 p.
CANARD, M. Natural food and feeding habits of lacewings. In: McEWEN, P.; NEW, T. R.;
WHITTINGTON, A. E. (Ed.). Lacewings in the crop environment. Cambridge: Cambridge
University, 2001. p. 116-129.
CHRISTENSON, L. D.; FOOTE, R. H. Biology of fruit flies. Annual Review of Entomology,
Palo Alto, v. 5, p. 171-192, 1960.
COHEN, A. C. Insect diets: science and technology. Boca Raton: CRC, 2004. 324 p.
COUDRON, T. A.; YOCUM, G. D.; BRANDT, S. L. Nutrigenomics: a case study in the
measurement of insect response to nutritional quality. Entomologia Experimentalis et
Applicata, Dordrecht, v. 121, p. 1-14, 2006.
DAVIDSON, D. W.; COOK, S. C.; SNELLING, R. R. Liquid-feeding performance of ants
(Formicidae): ecological and evolutionary implications. Oecologia, Oxford, v. 139, n. 3, p.
255-266, 2004.
FLOREN, A.; BIUN, A.; LINSENMAIR, K. E. Arboreal ants as key predators in tropical
lowland rainforest trees. Oecologia, Oxford, v. 131, p. 137-144, 2002.
FORATTINI, O. P. Culicidologia médica. São Paulo: Edusp, 2002. v. 2, 860 p.
FOWLER, H. G.; FORTI, L. C.; BRANDÃO, C. R. F.; DELABIE, J. H. C.; VASCONCELOS,
H. L. Ecologia nutricional de formigas. In: PANIZZI, A. R.; PARRA, J. R. P. (Ed.). Ecologia
nutricional de insetos. São Paulo: Manole, 1991. p. 131-223.
FRAENKEL, G. A historical and comparative survey of the dietary requirements of insects.
Annals of the New York Academy of Sciences, New York, v. 77, p. 267-274, 1959.
HODEK, I. Biology of Coccinellidae. Prague: Academy of Science, 1973. 260 p.
KOGAN, M. Bioassays for measuring quality of insect food. In: MILLER, J. R.; MILLER, T.
A. (Ed.). Insect-plant interactions. New York: Springer-Verlag, 1986a. p. 155-189.
KOGAN, M. Plant defense strategies and host-plant resistance. In: KOGAN, M. (Ed.).
Ecological theory and integrated pest management practice. New York: J. Wiley,
1986b. p. 83-134.
KOGAN, M.; JEPSON, P. (Ed.). Perspectives in ecological theory and integrated pest
management. Oxford: Cambridge University, 2007. 588p.
LUCKMANN, W. H.; METCALF, R. L. The pest-management concept. In: METCALF, R. L.;
LUCKMANN, W. H. (Ed.). Introduction to insect pest management. New York: J. Wiley,
1982. p. 1-31.
MAXWELL, F. G.; JENNING, P. R. Breeding plants resistant to insect. New York: J.
Wiley, 1980. 683 p.
MORAES, C. M. de; LEWIS, W. J.; PARÉ, P. W.; ALBORN, H. T.; TUMLINSON, J. H.
Herbivore-infested plants selectively attract parasitoids. Nature, London, v. 393, p. 570-573,
1998.
OLIVEIRA, L. J.; BROWN, G. G.; SALVADORI, J. R. Corós como pragas e engenheiros do
solo em agroecossistemas. In: O USO da macrofauna edáfica na agricultura do século xxi:
a importância dos engenheiros do solo. Londrina: Embrapa Soja, 2003. p. 76-86.
REDDY, G. V. P.; GUERRERO, A. Interactions of insects pheromones and plant
semiochemicals. Trends in Plant Science, London, v. 9, p. 253-261, 2004.
SCHAEFER, C. W.; PANIZZI, A. R. Heteroptera of economic importance. Boca Raton:
CRC, 2000. 828 p.
SCRIBER, J. M.; SLANSKY JUNIOR, F. The nutritional ecology of immature insects.
Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 26, p. 183-211, 1981.
SINGH, P. Artificial diets of insects, mites, and spiders. New York: Plenum, 1977. 594 p.
SINGH, P.; MOORE, R. F. Handbook of insect rearing. Amsterdam: Elsevier, 1985. v. 1,
488 p.
SLANSKY JUNIOR, F. Toward the nutritional ecology of insects. In: INTERNATIONAL
SYMPOSIUM ON INSECT-PLANT RELATIONSHIPS, 5., 1982, Wageningen.
Proceedings... Wageningen: Centre for Agricultural Publishing and Documentation, 1982.
p. 253-259.
SLANSKY JUNIOR, F.; RODRIGUEZ, J. G. Nutritional ecology of insects, mites, spiders,
and related invertebrates: an overview. In: SLANSKY JUNIOR, F.; RODRIGUEZ, J. G.
(Ed.). Nutritional ecology of insects, mites, spiders, and related invertebrates. New
York: J. Wiley, 1987. p. 1-69.
SLANSKY JUNIOR, F.; SCRIBER, J. M. Food consumption and utilization. In: KERKUT, G.
A.; GILBERT, L. I. (Ed.). Comprehensive insect physiology, biochemistry, and
pharmacology. Oxford: Pergamon, 1985. v. 1, p. 87-163.
SLANSKY JUNIOR, F.; SCRIBER, J. M. Selected bibliography and summary of quantitative
food utilization by immature insects. Bulletin of the Entomological Society of America,
Lanham, v. 28, p. 43-55, 1982.
TURLINGS, T. C. J.; TON, J. Exploiting scents of distress: the prospect of manipulating
herbivore-induced plant odours to enhance the control of agricultural pests. Current
Opinion in Plant Biology, Amsterdam, v. 9, p. 421-427, 2006.
UVAROV, B. P. Insect nutrition and metabolism: a summary of the literature. Transactions
of the Royal Entomological Society of London, London, v. 74, p. 255-343, 1928.
VENDRAMIM, J. D.; NAKANO, O.; PARRA, J. R. P. Pragas dos produtos armazenados. In:
FUNDAÇÃO DE ESTUDOS AGRÁRIOS LUIZ DE QUEIROZ (Org.). Curso de
entomologia aplicada à agricultura. Piracicaba: Fealq, 1992. p. 673-704.
WALDBAUER, G. P. The consumption and utilization of food by insects. Bulletin of the
Entomological Society of America, Lanham, v. 5, p. 229-288, 1968.
ZUCOLOTO, F. S. Adaptation of a Ceratitis capitata population (Diptera, Tephritidae) to an
animal protein base diet. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 67,
p.119-127, 1993b.
Capítulo 2
Índices nutricionais para medir
consumo e utilização de alimentos por
insetos
José R. P. Parra
Antônio R. Panizzi
Marinéia L. Haddad
Introdução
A nutrição pode ser enfocada sob o aspecto qualitativo e
quantitativo. A nutrição qualitativa trata exclusivamente dos
nutrientes exigidos sob o ponto de vista químico. Nesse aspecto, é
perfeitamente conhecido que, independentemente da posição
sistemática e do hábito alimentar dos insetos, as exigências
nutricionais qualitativas são semelhantes e, excetuando-se uma
necessidade geral de esteróis, são próximas às dos animais
superiores. Assim, os insetos têm como exigências nutricionais
básicas, aminoácidos, vitaminas e sais minerais (nutrientes
essenciais) e carboidratos, lipídios e esteróis (nutrientes não
essenciais), os quais devem ser adequadamente balanceados,
especialmente na relação proteínas (aminoácidos): carboidratos (ver
capítulo 3).
Existem inúmeros trabalhos sobre nutrição de insetos desde o
início do século passado (UVAROV, 1928) e, a partir das revisões de
Brues (1946) e Fraenkel (1953), houve, especialmente, depois da
década de 1970, grande número de publicações sobre o assunto
(RODRIGUEZ, 1972; DADD, 1973, 1977, 1985; HOUSE, 1972,
1977; REINECKE, 1985; PARRA, 1991; ANDERSON; LEPPLA,
1992, THOMPSON; HAGEN, 1999; BELLOWS; FISHER, 1999;
COHEN, 2004). O desenvolvimento de dietas artificiais para insetos,
sobretudo após a década de 1960, propiciou um refinamento das
pesquisas sobre as exigências nutricionais (SINGH, 1977); em 1985
existiam meios artificiais para mais de 1.300 espécies de insetos
(SINGH, 1985). Este avanço nas técnicas de criação permitiu
descobrir que alguns grupos restritos de insetos exigem ácidos
nucleicos e, mesmo, vitaminas lipossolúveis como A, E e K1. Até
sofisticadas técnicas de produção de parasitoides in vitro (excluindo-
se o hospedeiro) têm sido desenvolvidas (CÔNSOLI; PARRA, 2002).
Esses autores referiram 73 espécies de parasitoides criadas in vitro,
16 pertencentes à Ordem Diptera e 57 à Ordem Hymenoptera. As
dietas artificiais para fitófagos, hoje utilizadas, têm a mesma
composição daquelas desenvolvidas nas décadas de 1960 e 1970
(ver capítulo 3).
Porém, demorou um pouco para que se desse a devida atenção
à nutrição quantitativa, pelas dificuldades técnicas na medição de
utilização de alimentos. Entretanto, hoje é sabido que o consumo e a
utilização de alimento constituem a condição básica para o
crescimento, o desenvolvimento e a reprodução dos insetos. Dessa
forma, a quantidade e qualidade do alimento consumido na fase
larval afetam a taxa de crescimento, o tempo de desenvolvimento, o
peso do corpo, a sobrevivência, bem como influenciam a
fecundidade, a longevidade, a movimentação e a capacidade de
competição de adultos. Larvas alimentadas inadequadamente levam
a pupas e adultos de “má qualidade”. Assim, uma dieta artificial para
Pseudoplusia includens (Walker) que não contenha óleo de germe
de trigo (fonte dos ácidos linoleico e linolênico) leva à deformação
das asas de todos os adultos (PARRA, J. R. P. observação pessoal).
Resultados semelhantes foram registrados por Bracken (1982) e
Meneguim et al. (1997) para outras espécies de lepidópteros.
A nutrição quantitativa (SCRIBER; SLANSKY JUNIOR, 1981) ou
dietética (BECK, 1972) considera que não é somente importante,
para o inseto, as exigências nutricionais básicas, mas a proporção
(quantidade) de alimento ingerido, digerido, assimilado e convertido
em tecidos de crescimento. Essa quantidade varia conforme os
nutrientes e os compostos não nutritivos (como os aleloquímicos)
existentes no alimento. Alguns pesquisadores (SLANSKY JUNIOR;
RODRIGUEZ, 1987a) deram dimensão maior à nutrição quantitativa.
Assim, quando são examinadas e avaliadas as mudanças no
comportamento e na fisiologia dentro de um contexto ecológico (em
constantes mudanças), identificando as consequências ecológicas e
os aspectos evolucionários de tais comportamentos, a nutrição de
insetos alcança, segundo esses autores, significado mais amplo,
transformando-se na ecologia nutricional de insetos. Segundo esses
autores, a maioria, se não todos os processos ecológicos,
fisiológicos e comportamentais de insetos, corre dentro de um
contexto nutricional, que inclui alimentação, crescimento,
metabolismo, síntese de enzimas, acúmulo de lipídios, diapausa,
voo, reprodução.
Considerando que as medidas de consumo e utilização são o
limite entre a fisiologia alimentar e o comportamento de seleção da
planta hospedeira, seu estudo tem uma série de aplicações não
somente na área básica de nutrição, ecologia de comunidades e
comportamento, mas também nas áreas aplicadas de controle por
meio de resistência de plantas e controle biológico (KOGAN;
PARRA, 1981; PARRA, 1991; COHEN, 2004; JERVIS, 2005).
Assim, os conceitos básicos de consumo e utilização de
alimentos foram desenvolvidos por nutricionistas, relacionando a
qualidade do alimento consumido com o seu efeito no crescimento e
desenvolvimento de animais (KLEIN; KOGAN, 1974). Os ecologistas
utilizaram esse tipo de análise como base para estudos de fluxo de
energia em comunidades (MUKERJI; GUPPY, 1970; LATHEEF;
HARCOURT, 1972). Estudiosos em manejo de pragas podem usar
medidas de consumo e de taxas de crescimento no desenvolvimento
de modelos de simulação para determinação dos níveis de dano
econômico de pragas (STIMAC, 1982) ou mesmo para avaliar a
parte da planta preferida pelo inseto (GAMUNDI; 1988). O processo
que determina a seleção da planta hospedeira por um inseto, ou
seja, a relação inseto–planta (ver capítulo 5) é uma aplicação de
medidas de consumo e utilização por insetos. A interação de
aleloquímicos e nutrientes tem sido determinada por meio de índices
nutricionais, fornecendo subsídios à compreensão dos mecanismos
de resistência de plantas a insetos (REESE, 1977). O estudo de
índices nutricionais pode ser feito em dietas naturais ou artificiais e
explicar os fenômenos que ocorrem em condições variáveis de
temperatura (SOUZA et al., 2001), umidade, fotoperíodo, parasitismo
e mesmo de nutrientes no solo (OLIVEIRA et al., 1990),
aleloquímicos, plantas transgênicas, estudos enzimáticos ou até
canibalismo (NALIM, 1991). Para dietas artificiais, a adequação
nutricional de uma dieta ou mesmo a determinação do recipiente
mais adequado podem ser feitas por meio de medidas de consumo e
utilização. Assim, Souza et al. (2001), empregando índices de
consumo e utilização de alimento, concluíram que para Spodoptera
frugiperda (J.E. Smith) a melhor temperatura de criação é a de 30
°C, porém para Heliothis virescens (Fabr.) e Diatraea saccharalis
(Fabr.) tanto faz criá-los a 25 °C ou a 30 °C (Tabela 1).
Técnicas experimentais
Os dados necessários para a determinação desses índices
incluem: a quantidade de alimento consumido no tempo T; o ganho
de peso pelo inseto no período T e a excreção total (incluindo
exúvias, secreções, casulos e fezes). Além desses dados, o volume
de CO2 produzido na respiração pode ser exigido em certos tipos de
estudos. É importante que na determinação dos índices nutricionais
adote-se, para todos os dados, uma padronização, utilizando-se
para os parâmetros o peso de matéria fresca ou o peso de matéria
seca. É preferível a utilização de peso seco, especialmente quando
os índices forem determinados em dietas artificiais, pois a perda de
água do meio é substancial, tornando-se difícil a correção para se
trabalhar com o peso fresco. Os índices calculados com base no
peso de matéria fresca não têm valor comparativo por causa da
diferença da porcentagem de água no alimento, fezes e tecidos do
inseto. Entretanto, o conhecimento da quantidade de água é
fundamental para o entendimento de adaptações a diferentes estilos
de vida, nas quais a sua utilização tem consequências ecológicas
importantes (SLANSKY JUNIOR; SCRIBER, 1985). A seleção do
período (por exemplo, o ciclo todo, um estágio ou um ou mais
ínstares) para medir consumo e utilização é fundamental. Períodos
definidos fisiologicamente oferecem a vantagem de poderem ser
reproduzidos e comparáveis com os resultados de outros
experimentos.
Agrotis orthogonia(1)
Waldbauer
Triticum aestivum 0,21 0,42 2,3 8,70 31,60 56,80
(1968)
Waldbauer
Folhas de fumo 0,08 0,53 1,90 10,50 86,40 -
(1968)
Agrotis ipsilon(3)
Waldbauer
Folhas de milho 0,06 0,18 0,77 2,60 10,40 86,00
(1968)
Pseudoplusia
includens(1)
Kogan e Cope
Folhas de soja 0,60 0,35 2,33 6,53 14,96 75,08
(1974)
Eacles imperialis
magnifica(3)
Crócomo e
Folhas de cafeeiro 0,37 1,43 3,78 15,13 84,87 -
Parra (1979)
Lonomia circumstans(3)
Folhas de cafeeiro 0,18 0,46 1,30 4,14 13,90 80,02 D’Antonio e
Parra (1984)
Alabama argillacea(1)
Carvalho e
Folhas de algodoeiro - - 7,90(4) 11,26 81,00 -
Parra (1983)
‘IAC –18’
Reis Filho
Erinnyis ello ello(1) 0,37 0,93 3,49 15,38 79,83 -
(1984)
(1)
Medição em peso seco; (2) medição em peso fresco; (3) medição em área; (4) consumo do 1º ao 3º ínstar.
Fonte: Parra, 1991.
Método direto
Gravimétrico
É o método mais utilizado para medir consumo e utilização de
alimentos. Embora demande tempo considerável, exige apenas
balança e estufa para tal determinação. É difícil realizar a medição
de utilização de alimento em insetos mantidos em dietas artificiais ou
em situações nas quais eles vivem dentro do substrato alimentar tais
como: pragas de produtos armazenados, minadores, brocas de
colmo, de frutos e coprófagos (KOGAN, 1986).
Métodos indiretos
Nesses métodos são utilizados produtos, que adicionados às
dietas, permitem a determinação do consumo e utilização de uma
forma indireta. O composto a ser adicionado não deve ser tóxico nas
concentrações utilizadas e nem ser metabolizado pelos insetos.
Têm-se usado, no decorrer dos anos, vários compostos como
lignina, amido, substâncias que ocorrem nos pigmentos de plantas
(chromogens), corantes (os mais diversos), óxido de ferro, sulfato de
bário, óxido crômico, materiais radioativos, etc.
Método colorimétrico
Para a determinação de consumo e utilização de alimento nesse
método são utilizados corantes, dos quais os mais comuns são óxido
crômico (McGINNIS; KASTING, 1964), calco oil red N-1700 (DAUM
et al. 1969), solvent red 26 e soluble blue (BREWER, 1982) e
amaranth – acid red 27 (HORI; ENDO, 1977; KURAMOCHI;
NISHIJIMA, 1980), citados por Kogan (1986). Entre esses métodos
serão citados com detalhes aqueles que utilizam como marcadores
calco oil red e óxido crômico.
Entre os inúmeros corantes utilizados, o calco oil red N-1700 ou
solvent red 26, obtido na Keystone Aniline and Chemical, Chicago,
Illinois, EUA, é o que tem dado os melhores resultados. Esse
método foi desenvolvido, inicialmente, por Daum et al. (1969) para
medir ingestão do adulto de Anthonomus grandis Boh. O
procedimento é mais ou menos o seguinte: o corante deve ser
adicionado à dieta na base de 100 ppm a 1.000 ppm. Para facilitar a
incorporação, o corante deve ser dissolvido em óleo (por exemplo,
óleo de milho, de algodão e de germe de trigo) (HENDRICKS;
GRAHAM, 1970). A marcação torna-se mais visível quando o
corante é dissolvido em óleo de milho ou algodão, em relação à
acetona ou ao álcool; as larvas, pré-pupas e pupas devem ser
lavadas com acetona para evitar contaminação externa pelo corante.
O calco oil red concentrado nas larvas, pupas e fezes é extraído com
o auxílio de maceradores de tecidos e com acetona, a solução deve
ser filtrada e as concentrações medidas em um espectrofotômetro,
ajustando a escala de comprimento de onda em 510 µm (DAUM et
al., 1969). Se necessário, o resíduo do corante do papel de filtro
utilizado deve ser extraído em aparelho Soxhlet. Wilkinson et al.
(1972) verificaram que esse corante pode ser adicionado às dietas
dos lepidópteros Pieris rapae (L.), Helicoverpa zea (Boddie) e
Trichoplusia ni (Hübner) sem prejuízos para o desenvolvimento
normal desses insetos; o mesmo fato já havia sido observado por
Gast e Landin (1966), Lloyd et al. (1968) e Daum et al. (1969) para
A. grandis e por Hendricks e Graham (1970) e Jones et al. (1975)
para os lepidópteros H. virescens e H. zea, respectivamente.
Parra e Kogan (1981) observaram que o calco oil red, na base
de 1 g/L de dieta artificial dissolvido em óleo de germe de trigo,
afetou o consumo de P. includens reduzindo-o em cerca de 50% em
relação à testemunha.
A digestibilidade aproximada (AD) pode ser calculada sem
coleta das fezes ou medição do alimento consumido. Assim,
em que:
MF = concentração do marcador nas fezes.
MA = concentração do marcador no alimento.
Caso se conheça o peso das fezes ou do alimento consumido,
pode-se calcular o peso do alimento consumido = x peso das
fezes ou peso das fezes = x peso do alimento consumido.
O método do óxido crômico consiste na adição de uma
concentração conhecida de óxido crômico à dieta (4%) (dissolvido
em um meio básico) e determinação da concentração desse
elemento nas fezes. Este método consiste em uma oxidação líquida
de Cr2O3 a Cr2O-27, seguido por determinação colorimétrica do íon
dicromato, com difenilcarbazide. As amostras são digeridas com
uma mistura de ácido perclórico – ácido sulfúrico – molibdato de
sódio por 30 minutos. O material digerido frio é diluído com
defenilcarbazide e a absorbância medida a 540 µm, contra um
“branco”, consistindo de 9,5 mL de H2SO4 0,25 N e 0,5 mL de
difenilcarbazide. Esse método foi descrito pela primeira vez por
McGinnis e Kasting (1964) para medir a digestibilidade aproximada
de Agrotis orthogonia Morrison (Lepidoptera). Segundo esses
autores, tal método foi mais rápido, prático e melhor que o
gravimétrico. Entretanto, Daum et al. (1969) o consideram um
procedimento químico empírico, que é facilmente influenciado pelo
tempo de reação e temperatura, apresentando, ainda, a
desvantagem de empregar ácidos perigosos como o perclórico e
sulfúrico, além de exigir uma pessoa treinada em química analítica.
McMillian et al. (1966) verificaram que o óxido crômico teve um
efeito inibidor na alimentação dos lepidópteros H. zea e S.
frugiperda. Em vez de usar a determinação colorimétrica, por meio
de defenilcarbazide, Parra e Kogan (1981) usaram a medição direta
do cromo por meio de espectroscopia de absorção atômica. Nesse
método, são utilizadas as seguintes fórmulas: alimento consumido
(F) = (E x% Cr nas fezes) + (B x% Cr no inseto) em que F = alimento
consumido; B = ganho de peso pelo inseto; e E = fezes.
O alimento consumido é computado indiretamente e os outros
parâmetros são previamente medidos. Com base nesses valores é
possível calcular a ECI e a ECD. A digestibilidade aproximada (AD)
= 1 (% de Cr no meio /% de Cr nas fezes).
Método do elemento-traço
Esse método qualitativo pode, ao lado dos quantitativos, ser
utilizado em estudos nutricionais. O rubídio e o césio são usados
para marcar insetos em estudos de ecologia (BERRY et al., 1972;
STIMMAN, 1974; SHEPARD; WADDILL, 1976; Van STEENWYK et
al. 1978; ALVERSON et al., 1980; MOSS; Van STEENWYK, 1982).
Esses elementos são rapidamente absorvidos pelos tecidos da
planta e transferidos ao inseto por meio da alimentação. Eles podem
ser detectáveis por espectroscopia de absorção atômica e,
conhecendo-se as concentrações do elemento-traço no alimento, no
inseto e nas fezes, podem-se determinar os índices da mesma
forma, como descrito para o método do óxido crômico (método
colorimétrico).
Método imunológico
O método imunológico (serológico) foi utilizado por Lund e
Turpin (1977) para determinar o consumo da lagarta Agrotis ipsilon
por carabídeos; por Sousa-Silva (1980) para avaliar o consumo da
lagarta D. saccharalis por predadores e por Sousa-Silva (1985) para
estudos com Deois flavopicta (Stal) (Homoptera). Uma revisão de
técnicas imunológicas para identificar dietas foi feita por Calver
(1984).
Método calorimétrico
A utilização de alimento pode ser determinada baseando-se em
equivalentes calóricos, em vez de unidades de massa
(SCHROEDER, 1971, 1972, 1973, 1976; STEPIEN; RODRIGUEZ,
1972; Van HOOK; DODSON, 1974; BAILEY; MUKERJI, 1977;
SLANSKY JUNIOR, 1978). Loon (1993), usando o método
calorimétrico, observou que Pieris brassicae L. (Lepidoptera:
Pieridae) criada em dieta artificial se desenvolveu com uma
eficiência metabólica maior do que quando foi criada na planta
(Brassica oleracea). Quando ele usou o método gravimétrico, essas
diferenças não foram detectadas. Segundo o autor, as eficiências
metabólicas originadas de cálculos de dados obtidos pelo método
gravimétrico são sujeitas a grande número de erros do acaso que
distorcem a determinação da eficiência metabólica em estudos
envolvendo plantas. O calor de combustão de larvas, das fezes e do
meio é determinado em uma bomba calométrica de oxigênio. Esse
calor de combustão é definido como sendo a energia liberada como
calor, quando a substância é completamente oxidada a CO2 e H2O.
Waldbauer (1968) propôs os seguintes índices a seguir.
AD 37 CME 42 AD 37 CME 42
ECI 23 ESI (E) 28 ECI 8 ESI (E) 12
I – VI ínstar G 56 25 44
C 61 36 60
I – Pupação G 52 22 43
C 59 29 50
Fonte: Parra (1991) e Parra e Kogan (não publicado).
Crócomo e
Eacles imperialis magnifica Cafeeiro x(1) -(2) x x x x Parra
(1979)
Susi et al.
Spodoptera frugiperda Dietas artificiais x - x x x x
(1980)
Silva e
Anticarsia gemmatalis Dietas artificiais x - x x x x Parra
(1983)
Vendramim
Agrotis subterranea Couve x - x x x x et al.
(1983)
Carvalho e
Alabama argillacea Algodoeiro x - x x x x Parra
(1983)
D”Antonio
Lonomia circumstans Cafeeiro x - x x x x e Parra
(1984)
Mishfeldt et
Heliothis virescens Dietas artificiais - - - x x x
al. (1984)
Precetti e
H. virescens Algodoeiro x - x x x x Parra
(1984)
Parra e
S. frugiperda Dietas artificiais - - - x x x Carvalho
(1984)
Reis Filho
Erinnyis ello ello Seringueira x - x x x x
(1984)
Crócomo e
S. frugiperda Milho, trigo, sorgo x x x x x x Parra
(1985)
Genthon et
S. frugiperda Dieta artificial x - x x x x
al. (1986)
Rodrigues
Filho e
H. virescens Dietas artificiais - - - x x x
Parra
(1986)
Pádua
Cotesia flavipes D. saccharalis - - - x x x
(1986)
Batata-doce e Matana
S. eridania x x x x x x
bracatinga (1986)
Almeida
D. saccharalis Dieta artificial x - x x x x
(1986)
Salvadori
Pseudaletia sequax Dietas artificiais x - x x x x
(1987)
Zonta
A. gemmatalis Soja x x x x x x
(1987)
Oliveira
S. frugiperda Milho x x x x x x
(1987)
Gamundi
A. gemmatalis Soja x x x x x x
(1988)
Nalim
S. frugiperda Milho x x x x x x
(1991)
Fernandes
S. frugiperda Milho - - - x x x
(2003)
(1)
Determinados; (2) Não determinados.
Dieta A
Dieta B
(1)
Variável independente = porção de alimento ingerida pelo inseto = numerador de RCR.
(2)
Covariável (X) = (Peso seco do inseto/2) * tempo experimental = denominador de RCR.
Análise da variância e teste de Tukey para os dados do índice
nutricional RCR das dietas A e B.
data ENTO;
input TRAT $ NU CO;
datalines;
DA 0.73333 1.24
DA 0.8822 1.4750
DA 0.8365 1.35
DA 0.8536 1.715
DA 0.7897 1.5
DA 0.6898 1.15
DA 0.9483 1.43
DA 0.6385 1.85
DA 0.6947 1.28
DA 0.8752 1.5
DA 0.9378 1.73
DA 0.7332 1.25
DA 0.5428 1.52
DA 0.5943 1.16
DA 0.6051 1.29
DB 0.1859 0.7
DB 0.7899 3.7
DB 0.7563 1.21
DB 0.8140 1.18
DB 0.7885 1.28
DB 0.7528 1.22
DB 0.6926 1.14
DB 0.6393 0.91
DB 0.3050 0.365
DB 0.7654 1.32
DB 0.6074 1.02
DB 0.2109 0.225
DB 0.2590 0.29
;proc print;
run;
ods html;
ods graphics on;
proc glm data=ENTO;
class TRAT;
model NU=TRAT CO TRAT*CO;
lsmeans TRAT/adjust=tukey pdiff;
run;
ods graphics off;
ods html close;
em que:
NUN = numerador de RCR ou variável independente Y.
CO = denominador de RCR ou covariável (X).
TRAT = tratamento, no caso dieta A e dieta B.
Considerando-se o índice RCR das referidas tabelas pela
análise de variância convencional e pela Ancova, as dietas A e B
diferem estatisticamente (P = 0,0096) quando se usa a Ancova e
não diferem (P = 0,1280) quando se usa o teste de Tukey. Para
facilidade do usuário, foi apresentado o programa SAS para Análise
de Covariância.
Número de ínstares
O número de ínstares não é constante, na maioria dos insetos,
variando de quatro a oito. Entretanto, alguns Odonata sofrem 10 ou
12 ecdises e alguns Ephemeroptera apresentam 20 ou mais ínstares
(Tabela 11). Existem várias regras que tentam fazer previsão quanto
ao grau de crescimento de insetos como a de Dyar (DYAR, 1890) (“a
cápsula cefálica das lagartas cresce em progressão geométrica,
aumentando em largura a cada ecdise, numa razão constante para
uma dada espécie e em média 1,4”) que é válida para muitos
Lepidoptera, Archaeognata, Hymenoptera, Coleoptera e Hemiptera.
Outras, como a de Przibram (BATISTA, 1972), são postuladas
partindo-se da premissa de que o crescimento dos insetos é
harmônico. Como esse crescimento é geralmente desarmônico,
heterogônico ou alométrico, essa regra não se aplica, pois segundo
ela “a cada ecdise deve haver um aumento de cada parte do corpo
na mesma proporção de todo o corpo”. Cole (1980) mostrou, em
estudos realizados com 105 espécies de insetos, que a cada ecdise,
todas as dimensões lineares são aumentadas na razão de 1,52 e
1,27, respectivamente, para insetos holometábolos e
hemimetábolos. Vários fatores, além dos intrínsecos da espécie,
contribuem para que haja variação do número de ínstares, como os
hereditários (ALBRECHT, 1955; MORETI; PARRA, 1983) (Tabela
12); a forma de criação (LONG, 1953; PETERS; BARBOSA, 1977); a
temperatura (FERRAZ et al., 1983; JUNIOR; PARRA, 1984) (Tabela
13); a nutrição (PARRA et al., 1977; REIS FILHO,1984; MATANA,
1986) (Tabela 14); o sexo (ROE et al., 1982) e o parasitismo
(REYNOLDS et al., 1984; ORR; BOETHEL, 1985).
Odonata 10–12
Blattaria (3) 6–10 (8)
Mantodea 5–9
Grylloblattodea 8
Orthoptera 5–11
Phasmida 8–12
Isoptera 5–11
Dermaptera 4–6
Embioptera 4–7
Plecoptera 22–33
Zoraptera –
Heteroptera (4) 5 (9)
Homoptera 3–5
Thysanoptera 5–6
Psocoptera 6
Phthiraptera 3–4
Strepsiptera 7
Megaloptera 10
Neuroptera 3–5
Mecoptera 4
Siphonaptera 3
Diptera 3–6
Trichoptera 5–7
F1 63,0 33,3
F2 95,0 95,0
F3 100,0 88,9
F4 100,0 100,0
Fonte: Moreti e Parra (1983).
Nº de ínstares 6 7
Spodoptera eridania Batata-doce Bracatinga Matana (1986)
Nº de ínstares 6 7
Custos da ecdise
O processo de muda requer alto custo energético e o conteúdo
calórico e nutricional de uma cutícula mudada pode representar mais
de 20% da produção total de biomassa larval. O inseto compensa,
muitas vezes, essa perda, reabsorvendo as camadas internas da
cutícula velha antes da ecdise, e consumindo (e mesmo digerindo)
partes da cutícula. Cerca de 33% de lipídio acumulado pelo
penúltimo ínstar ninfal de Acheta domesticus (L.) (Orthoptera) é
metabolizado na ecdise para o último ínstar e esse lipídio somente é
reconstruído no segundo dia depois da muda. De 19% a 34% do
lipídio existente nas “pré-mudas” são empregados nas quatro
ecdises de B. mori, bem como de 65% a 73% do carboidrato
existente nas pré-mudas são utilizados durante as ecdises
(HIRATSUKA, 1920). Portanto, para crescer, aumentar o peso e
acumular reservas energéticas o inseto necessita, ao longo dos
ínstares, alterar a composição do corpo ou melhorar o
aproveitamento alimentar.
Considerações finais
Independentemente da sua posição sistemática e do seu hábito
alimentar, as exigências nutricionais qualitativas são semelhantes
nos insetos (regra da identidade). Entretanto, as proporções dos
nutrientes exigidas são muito variáveis de inseto para inseto
(princípio da proporcionalidade nutricional), o que determina uma
grande diversidade de hábitos alimentares. Além disso, a escolha do
alimento não é determinada somente pelos componentes nutritivos
como também pelas características físicas e pelos aleloquímicos das
dietas. Assim, a forma como o alimento é ingerido, digerido,
assimilado e convertido em tecidos de crescimento depende desses
componentes dentro de um contexto ecológico e evolucionário
(ecologia nutricional).
Essas análises nutricionais acerca de interações nos diferentes
níveis tróficos exigem, na maioria das vezes, a determinação dos
índices nutricionais mencionados neste capítulo, os quais
demandam estudos meticulosos e que, dependendo do tipo e
tamanho de inseto, podem, especialmente nas determinações
realizadas nos primeiros ínstares, levar a erros.
Esses tipos de estudos evoluíram muito nas décadas de 1970 e
1980, conforme atestam as 347 citações sobre consumo e utilização
de alimento apresentadas por Slansky Junior e Scriber (1982,1985).
Essa evolução não impediu que continuassem a existir muitos
problemas nas suas determinações (fontes de variação) e na
interpretação dos valores obtidos (ver item Interpretação dos valores
de índices nutricionais, neste capítulo). Em alguns níveis tróficos, há
necessidade de maior aprofundamento nas pesquisas sobre
fisiologia, nutrição, genética, comportamento, entre outros,
especialmente nas relações hospedeiro–parasitoide. Inúmeros
aspectos de acasalamento, alimentação de adultos, oviposição,
desenvolvimento de formas imaturas e mesmo diapausa (em regiões
mais frias) necessitam ser pesquisadas e desvendadas
(THOMPSON, 1986). Nesses casos, a tentativa de criar o inimigo
natural in vitro é ainda um desafio ao entomologista. Espera-se que,
com as novas técnicas de biologia molecular, esses desafios sejam
vencidos. No Brasil, cujas pesquisas com esses índices nutricionais
iniciaram-se no final da década de 1970 (CRÓCOMO; PARRA,
1979) e que apresentam poucos grupos envolvidos diretamente com
o assunto, os problemas são ainda maiores. De modo geral, as
pesquisas limitam-se à determinação dos índices nutricionais e à
análise fria dos resultados obtidos, não atingindo a profundidade
esperada. Sugere-se que haja maior interação, principalmente, de
entomologistas e bioquímicos, pois, com essa associação, muitos
dos intrincados mecanismos que envolvem as relações inseto–
planta poderão ser desvendados. Nos últimos anos, novos métodos
de análise dos dados (utilização da análise de covariância – Tabela
10), estudos com plantas transgênicas (FERNANDES, 2003) (Tabela
16) e mesmo o desenvolvimento da nutrigenômica poderão
desvendar intrincados mecanismos da nutrição de insetos.
Tabela 16. Consumo de área foliar de Spodoptera frugiperda em
milho convencional e geneticamente modificado (MON810), durante
três gerações de laboratório. Temperatura de 28 °C ± 1 °C, UR de
60% ± 10% e fotofase de 14h.
Geração
Tratamento
F1 F2 F3
Referências
ALBRECHT, F. O. La densité des populations et al croissance chez Schistocerca gregaria
(Forsk.) et Nomadacris septemfasciata (Serv.): la meu d’ajustement. Journal D’Agriculture
Tropicale et de Botanique Appliquée, Paris, v. 11, p. 109-192, 1955.
ALMEIDA, R. M. S. Nutrição quantitativa e influência da densidade populacional no
desenvolvimento e fecundidade de Diatraea saccharalis (Fabr., 1974) (Lepidoptera:
Pyralidae). 1986. 68 f. Dissertação (Mestrado) – Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba.
ALMEIDA, R. M. S.; PARRA, J. R. P. Nutrição quantitativa de Diatraea saccharalis (Fabr.,
1974) em dieta artificial e em diferentes temperaturas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ZOOLOGIA, 15., Curitiba, 1988. Anais... Curitiba: Sociedade Brasileira de Zoologia, 1988.
p. 182.
ALVERSON, D. R.; ALL, J. N.; BUSH, P. D. Rubidium as marker and simulated inoculum for
the black-faced leafhopper Graminella nigrifrons, the primary vector of maize chlorotic virus
of corn. Environmental Entomology, Lanham, v. 9, p. 29-31, 1980.
AL-ZUBAIDI, F.; CAPINERA, J. L. Utilization of food and nitrogen by the beet armyworm
Spodoptera exigua (Hübner) (Lepidoptera: Noctuidae) in relation to food type and dietary
nitrogen levels. Environmental Entomology, Lanham, v. 13, p. 1604-1608, 1984.
ANDERSON, T. E.; LEPPLA, N. C. Advances in insect rearing for research & pest
management. Boulder: Westview, 1992. 517 p.
BAILEY, C. G.; MUKERJI, M. K. Energy dynamics of Melanoplus bivittatus and M.
femurrubrum (Orthoptera: Acrididae) in a grassland ecosystem. The Canadian
Entomologist, Ottawa, v. 109, p. 605-614, 1977.
BATISTA, G. C. Fisiologia dos insetos. Piracicaba: Esalq, 1972. 264 p.
BECK, S. D. Nutrition, adaptation and environment. In: RODRIGUEZ, J. G. (Ed.). Insect
and mite nutrition: significance and implications in ecology and pest management.
Amsterdam: North-Holland Pub., 1972. p. 1-3.
BECK, S. D.; REESE, J. C. Insect-plant interactions: nutrition and metabolism. In:
WALLACE, J. W.; MANSELL, R .L. (Ed.). Biochemical interaction between plants and
insects. Recent Advances in Phytochemistry, New York, v. 10, p. 41-92, 1976.
BELLOWS, T. S.; FISHER, T. W. Handbook of biological control. New York: Academic
Press, 1999. 1046 p.
BERENBAUM, M. Brementown revisited: interactions among allelochemicals in plants.
Recent Advances in Phytochemistry, New York, v. 19, p. 139-169, 1985.
BERENBAUM, M. Toxicity of a furanocoumarin to armyworms: a case of biosynthetic
escape from insect herbivores. Science, New York, v. 201, p. 532-534, 1978.
BERNAYS, E. A. Tannins: an alternative viewpoint. Entomologia Experimentalis
Applicata, Dordrecht, v. 24, p. 44-53, 1978.
BERNAYS, E. A.; WOODHEAD, S. Plant phenols utilized as nutrients by a phytophagous
insect. Science, New York, v. 216, p. 201-203, 1982.
BERRY, W. L.; STIMMAN, M. W.; WOLF, W. W. Marking of native phytophagous insects with
rubidium: a proposed technique. Annals of the Entomological Society of America,
Lanham, v. 64, p. 236-238, 1972.
BHAT, N. S.; BHATTACHARYA, A. K. Consumption and utilization of soybean by
Spodoptera litura (Fabricius) at different temperatures. Indian Journal of Entomology,
New Delhi, v. 40, p. 16-25, 1978.
BHATTACHARYA, A. K.; WALDBAUER, G. P. Faecal acid uric as an indicator in the
determination of food utilization. Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 15, p. 1129-
1135, 1969b.
BHATTACHARYA, A. K.; WALDBAUER, G. P. Quantitative determination of uric acid in
insect feces by lithium extraction and the enzymatic spectrophotometric method. Annals of
the Entomological Society of America, Lanham, v. 62, p. 925-927, 1969a.
BHATTACHARYA, A. K.; WALDBAUER, G. P. Use of fecal uric acid method in measuring
the utilization of food by Tribolium confusum. Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 16,
p. 1983-1990, 1970.
BOWERS, W. S.; OHTA, T.; CLEERE, J. S.; MARSELLA, P. A. Discovery of anti-juvenile
hormones in plants. Science, New York, v. 193, p. 542-547, 1976.
BRACKEN, G. K. The bertha armyworm, Mamestra configurata (Lepidoptera: Noctuidae):
effects of dietary linolenic acid on pupal syndrome, wing syndrome, survival and pupal fat
composition. The Canadian Entomologist, Ottawa, v. 114, p. 567-573, 1982.
BREWER, F. D. Development and food utilization of tobacco budworm hybrids fed artificial
diet containing iol soluble dyes. Journal of the Georgia Entomological Society, Griffin, v.
17, p. 248-254, 1982.
BREWER, F. D.; KING, E. G. Consumption and utilization of a soyflour-wheat germ diet by
larvae of the tobacco budworm parasitized by the tachnid Eucelatoria sp. Entomophaga,
Amsterdam, v. 25, p. 95-101, 1980.
BREWER, F. D.; KING, E. G. Food consumption and utilization by sugarcane borers
parasitized by Apanteles flavipes. Journal of the Georgia Entomological Society, Griffin,
v. 16, p. 185-192, 1982.
BRITO, L. O.; LOPES, A. R.; PARRA, J. R. P.; TERRA, W. R.; SILVA-FILHO, M. C.
Adaptation of tobacco budworm Heliothis virescens to proteinase inhibitors may be
mediated by the synthesis of new proteinases. Comparative Biochemistry and
Physiology, New York, v. 128, p. 365-375, 2001.
BROADWAY, R. M.; DUFFEY, S. S. Plant proteinase inhibitor: mechanism of action and
effect on the growth and digestive physiology of larval Heliothis zea and Spodoptera exigua.
Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 32, p. 827-833, 1986.
BRUES, C. T. Insect dietary: an account of the food habits of insects. Cambridge: Harward
University, 1946. 466 p.
BUSCARLET, L. A. The use of 22Na for determining the food intake of the migratory locust.
Oikos, Copenhagen, v. 25, p. 204-208, 1974.
CALVER, M. C. A review of ecological applications of immunological techniques for diet
analysis. Australian Journal of Ecology, Melbourne, v. 9, p. 19-25, 1984.
CAPINERA, J. L. Variegated cutworm: consumption of sugarbeet foliage and development
on sugarbeet. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 71. p. 978-980, 1978.
CARVALHO, S. M.; PARRA, J. R. P. Biologia e nutrição quantitativa de Alabama argillacea
(Hübner, 1818) Lepidoptera, Noctuidae) em três cultivares, de algodoeiro. In: Congresso
Brasileiro de Entomologia, 8., 1983, Brasília, DF. Resumos… Londrina: SEB, 1983. p. 78.
CHANG, N. T.; LYNCH, R. E.; SLANSKY JUNIOR, F.; WISEMAN, B. R.;HABECK, D. H.
Quantitative utilization of selected grasses by fall armyworm larvae. Entomologia
Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 45, p. 29-35, 1987.
CHANG, Y. M.; LUTHE, D. S.; DAVIS, F. M.; WILLIAMS, W. P. Influence of whorl region from
resistant and susceptible corn genotypes on fall armyworm (Lepidoptera: Noctuidae) growth
and development. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 93, p. 477-483, 2000.
CHAPMAN, R. F. The insects: structure and function. Cambridge: Harvard University, 1982.
788 p.
CHOU, Y. M.; ROCK, G. C.; HODGSON, E. Consumption and utilization of chemicals
defined diets by Argyrotaenia velutinana and Heliothis virescens. Annals of Entomology of
Society of America, Lanham, v. 66, p. 627-632, 1973.
COHEN, A. C. Insect diets: science and technology. Boca Raton: CRC, 2004. 324 p.
COHEN, A. C.; PATANA, R. Efficiency of food utilization by Heliothis zea (Lepidoptera:
Noctuidae) fed artificial diets or green beans. The Canadian Entomologist, Ottawa, v. 116,
p. 139-146, 1984.
COLE, J. B. Growth ratios in holometabolous and hemimetabolous insects. Annals of
Entomology of Society of America, Lanham, v. 64, p. 540-544, 1980.
CÔNSOLI, F. L.; PARRA, J. R. P. Criação “in vitro” de parasitóides e predadores. In:
PARRA, J. R. P.; BOTELHO, P. S. M.; CORRÊA-FERREIRA, B. S.; BENTO, J. M. S. (Ed.).
Controle biológico no Brasil: parasitóides e predadores. São Paulo: Manole, 2002. p.
239-275.
COUDRON, T. A.; YOCUM, G. D.; BRANDT, S. L. Nutrigenomics: a case study in the
measurement of insect response to nutritional quality. Entomologia Experimentalis et
Applicata, Dordrecht, v. 121, p. 1-14, 2006.
CRÓCOMO, W. B.; PARRA, J. R. P. Biologia e nutrição de Eacles imperialis magnifica
Walker, 1856 (Lepidoptera, Attacidae) em cafeeiro. Revista Brasileira de Entomologia,
Curitiba, v. 23, p. 51-76, 1979.
CRÓCOMO, W. B.; PARRA, J. R. P. Consumo e utilização de milho, trigo e sorgo por
Spodoptera frugiperda (Smith, J. E. 1797) (Lepidoptera, Noctuidae). Revista Brasileira de
Entomologia, Curitiba, v. 29, p. 225-260, 1985.
CROSSLEY JUNIOR, D. A. Radioisotope measurement of food consumption by a leaf
beetle species, Chrysomela knabi Brown. Ecology, Washington, DC, v. 47, p. 1-8, 1966.
D’ANTONIO, A. M.; PARRA, J. R. P. Biologia e nutrição quantitativa de Lonomia
circumstans (Walker, 1855) (Lepidoptera, Attacidae) em cafeeiro. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 9., 1984, Londrina. Anais... Londrina: Sociedade
Entomológica do Brasil, 1984. p. 19.
DADD, R. H. Insect nutrition: current development and metabolic implications. Annual
Review of Entomology, Palo Alto, v. 18, p. 381-420, 1973.
DADD, R. H. Nutrition organisms. In: KERKUT, G. A.; GILBERT, G. I. (Ed.).
Comprehensive insect physiology biochemistry and pharmacology. Oxford: Pergamon,
1985. v. 8, p. 319-390.
DADD, R. H. Qualitative requirements and utilization of nutrients: insects. In: RECHCIGL
JUNIOR, M. (Ed.). CRC Handbook Series in Nutrition and Food, Section D: nutritional
requirements. Boca Raton: CRC, 1977. v. 1, p. 305-346.
DALY, H. V. Insect morphometrics. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 30, p. 415-
438, 1985.
DAUM, R. J.; McKIBEEN, G. H.; DAVICH, T. B.; McLAUGHLIN, R. Development of the bait
principle for boll weevil control: Calco Oil Red N-1700 dye for measuring ingestion. Journal
of Economic Entomology, Lanham, v. 62, p. 370-375, 1969.
DETHIER, V. G. Feeding behavior. Symposia of the Royal Entomological Society of
London, London, v. 3, p. 46-58, 1966.
DYAR, H. G. The number of molts of lepidopterous larvae. Psyche, Heidelberg, v. 5, p. 420-
422, 1890.
EDWARDS, P. J.; WRATTENS, S. D. Ecologia das interações entre insetos e plantas.
São Paulo: EPU-Edusp, 1981. 71 p.
FEENY, P. Biochemical coevolution between plants and their insect herbivores. In:
GILBERT, L. E.; RAVEN, P. H. (Ed.). Coevolution of animals and plants. Austin: University
of Texas, 1975. p. 3-19.
FERNANDES, O. D. Efeito do milho geneticamente modificado (MON810) em
Spodoptera frugiperda (J. E. Smith, 1797) e no parasitóide de ovos Trichogramma
spp. 2003. 163 f. Tese (Doutorado) – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz,
Universidade de São Paulo, Piracicaba.
FERRAZ, M. C. V. D.; PARRA, J. R. P.; VENDRAMIM, J. D. Determinação das exigências
térmicas de Spodoptera frugiperda (J.E. Smith, 1797) (Lepidoptera, Noctuidae) em
condições de laboratório. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 8., 1983,
Brasília. Resumos... Londrina: SEB, 1983. p. 17.
FERREIRA, C.; PARRA, J. R. P.; TERRA, W. R. The effect of dietary glycosides on larval
midgut b glucosidases from Spodoptera frugiperda and Diatraea saccharalis. Insect
Biochemistry and Molecular Biology, Oxford, v. 27, p. 55-59, 1996.
FOX, L. R.; MACAULEY, B. J. Insect grazing on Eycalyptus in response to variation in leaf
tannins and nitrogen. Oecologia, Berlin, v. 29, p. 145-162, 1977.
FRAENKEL, G. The nutritional value of green plants for insects. In: INTERNATIONAL
CONGRESS OF ENTOMOLOGY, 9., 1951, Amsterdam. Transactions… The Hague: W.
Junk, 1953. v. 2. p. 90-100.
FROST, S. W. Insect life and insect natural history. New York: Dover Press, 1959. 534 p.
FUNKE, B. R. Mold control for insect rearing media. Bulletin of the Entomological Society
of America, Lanham, v. 29, p. 41-44, 1983.
GAMUNDI, J. C. Biologia comparada e nutrição quantitativa de Anticarsia gemmatalis.
Hübner, 1818 (Lepidoptera, Noctuidae) em folhas e vagens de soja. 1988. 137 f. Tese
(Mestrado) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo,
Piracicaba.
GAST, R. T.; LANDIN, M. Adult boll weevils and eggs marked with dye fed in larval diet.
Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 59, p. 474-475, 1966.
GENTHON, M.; ALMEIDA, R. P.; PARRA, J. R. P. Nutrição, metabolismo respiratório e taxa
de conversão protéica de Spodoptera frugiperda (J.E. Smith, 1797) em dieta artificial. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 10., 1986, Rio de Janeiro. Resumos...
Londrina: SEB, 1986. p. 45.
GIUSTOLIN, T. A.; VENDRAMIM, J. D.; PARRA, J. R. P. Desenvolvimento de uma dieta
artificial para estudos do efeito de aleloquímicos sobre Scrobipalpuloides absoluta
(Meyrick). Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Londrina, v. 24, p. 265-272,
1995.
GREEN, T. R.; RYAN, C. A. Wounds-induced proteinase inhibitor in plant leaves: a possible
defense mechanism against insects. Science, New York, v. 175, p. 776-777, 1972.
GREENBERG, B. Sterilizing procedures and agents, antibiotics and inhibitors in mass
rearing of insects. Bulletin of the Entomological Society of America, Lanham, v. 16, p.
31-36, 1970.
HABIB, M. E. M.; PALEARI, L. M.; AMARAL, M. E. C. Effect of three larval diets on the
development of armyworm, Spodoptera latisfascia Walker, 1856 (Noctuidae, Lepidoptera).
Revista Brasileira de Zoologia, São Paulo, v. 1, p. 177-182, 1983.
HAGEN, K. S.; DADD, R. H.; REESE, J. The food of insects. In: HUFFAKER, C. B.; RABB,
R. L. (Ed.). Ecological entomology. New York: J. Wiley, 1984. p. 80-112.
HARBORNE, J. B. Biochemical aspects of plant and animal coevolution. New York:
Academic Press, 1982. 435 p.
HARRIS, W. A.; READY, D. F.; LIPSON, E. D.; HUDSPETH, A. J.; STARK, W. S. Vitamin A
deprivation and Drosophila photo pigments. Nature, London, v. 266, p. 648-650, 1977.
HENDRICKS, D. E.; GRAHAM, H. M. Oil soluble dye in larval diet for tagging moths, eggs,
and spermatophores of tobacco budworms. Journal of Economic Entomology, Lanham, v.
63, p. 1019-1020, 1970.
HIRATSUKA, E. Researches on the nutrition of the silk worm. Bulletin Series Experiment
Station, Tokyo, v. 1, p. 257-315, 1920.
HORI, K.; ENDO, M. Metabolism of ingested auxins in the bug Lygus disponsi: conversion of
indole-3-acetic acid and gibberillin. Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 23, p. 1075-
1080, 1977.
HORTON, D. R.; REDAK, R. A. Further comments on analysis of covariance in insect
dietary studies. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 69, p. 263-275,
1993.
HOUSE, H. L. Insect nutrition. In: FIENNES, R. N. (Ed.). Biology of nutrition. Oxford:
Pergamon, 1972. v. 18, p. 513-573.
HOUSE, H. L. Nutrition of natural enemies. In: RIDGWAY, R. L.; VINSON, S. B. (Ed.).
Biological control by augmentation of natural enemies. New York: Plenum, 1977. p.
151-182.
ISHAAYA, I. Nutritional and allelochemic insect-plant interactions relating to digestion and
food intake: some examples. In: MILLER, J. R.; MILLER, T. A. (Ed.). Insect-plant
interactions. New York: Springer-Verlag, 1986. p. 191-223.
JERVIS, M. A. Insects as natural enemies: A practical perspective. New York: Springer,
2005. 748 p.
JONES, R. L.; PERKINS, W. D.; SPARKES, A. N. Heliothis zea: effects of population density
and a marker dye in the laboratory. Journal of Econonomic Entomology, Lanham, v. 68,
p. 349-350, 1975.
JONGSMA, M. A.; BOLTER, C. B. The adaptation of insects to plant protease inhibitors.
Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 43, p. 885-895, 1997.
KASTEN JUNIOR, P.; PARRA, J. R. P. Biologia de Alabama argillacea (Hübner, 1818) I.
Biologia em diferentes temperaturas na cultivar de algodoeiro IAC-17. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 19, p. 269-280, 1984.
KASTING, R.; MCGINNIS, A. J. Measuring consumption of food by an insect with carbon-14
labelled compound. Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 11, p. 1253-1260, 1965.
KING, E. G.; LEPPLA, N. C. Advances and challenges in insect rearing. New Orleans:
USDA, 1984. 306 p.
KLEIN, I.; KOGAN, M. Analysis of food intake, utilization and growth in phytophagous
insects: a computer program. Annals of Entomological Society of America, Lanham, v.
67, p. 295-297, 1974.
KOGAN, M. Bioassays for measuring quality of insect food. In: MILLER, J. R.; MILLER, T. A.
(Ed.). Insect-plant interactions. New York: Springer-Verlag, 1986. p. 155-189.
KOGAN, M. Intake and utilization of natural diets by the Mexican bean beetle Epilachna
varivestis a multivariate analysis. In: RODRIGUEZ, J. G. (Ed.). Insect and mite nutrition.
Amsterdam: North Holland, 1972. p. 107-126.
KOGAN, M. The role of chemical factors in insect/plant relationships. In: INTERNATIONAL
CONGRESS OF ENTOMOLOGY, 15., 1976, Washington, DC. Proceedings... New York:
Plenum Press, 1977. p. 211-227.
KOGAN, M.; COPE, D. Feeding and nutrition associated with soybeans 3: food intake,
utilization and growth in the soybean looper Pseudoplusia includens. Annals of
Entomological Society of America, Lanham, v. 67, n. 1, p. 66-72, 1974.
KOGAN, M.; PARRA, J. R. P. Techniques and applications of measurements of consumption
and utilization of food by phytophagous insects. In: BHASKARAN, G.; FRIEDMAN, S.;
RODRIGUEZ, J. G. (Ed.). Current topics in insect endocrinology and nutrition. New
York: Plenum, 1981. p. 337-362.
KURAMOCHI, K.; NISHIJIMA, Y. Measurement of the meal size of the horn fly, Haematobia
irritans (L.) (Diptera: Muscidae) by the use of amaranth. Applied Entomology and
Zoology, Tokyo, v. 15, p. 262-269, 1980.
LATHEEF, M. A.; HARCOURT, D. G. A quantitative study of food consumption, assimilation
and growth in Leptinotarsa decemlineata (Coleoptera: Chrysomelidae) on two host plants.
The Canadian Entomologist, Ottawa, v. 104, p. 1271-1276, 1972.
LEE, K. P.; RAUBENHEIMER, D.; SIMPSON, S. J. The effects of nutritional imbalance on
compensatory feeding for cellulose-mediated dietary dilution in a generalist caterpillar.
Physiological Entomology, Oxford, v. 29, p. 108-117, 2004.
LEE, K. P.; SIMPSON, S. J.; RAUBENHEIMER, D. A comparison of nutrient regulation
between solitarious and gregarious phases of the specialist caterpillar, Spodoptera exempta
(Walker). Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 50, p. 1171-1180, 2004.
LLOYD, E. P.; DAUM, R. J.; McLAUGHLIN, R. E.; TINGLE, F. C.; McKIBEEN, G. H.; BURT,
E. C.; MCCOY, J. R.; BELL, M. R.; CLEVELAND, T. C. A red dye to evaluate bait
Formulations and to mass mark field populations of boll weevils. Journal of Economic
Entomology, Lanham, v. 61, p. 1440-1444, 1968.
LONG, D. B. Effects of population density on larvae of Lepidoptera. Transactions of the
Royal Entomological Society of London, London, v. 104, p. 543-584, 1953.
LOON, J. J. A. Gravimetric vs respirometric determination of metabolic efficiency in
caterpillars of Pieris brassicae. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v.
67, p. 135-142, 1993.
LUND, R. P.; TURPIN, F. T. Serological investigation of black cutworm larval consumption by
ground beetles. Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 70, p. 322-
324, 1977.
MARTINS, J. F. S.; PARRA, J. R. P.; MIHSFELDT, L. H. Resistência de arroz a broca-do-
colmo II: avaliação pela alimentação de lagartas em dietas artificiais contendo extratos de
plantas. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 24, n. 3, p. 357-365, 1989.
MATANA, A. L. Efeito do alimento no ciclo de vida e na nutrição, e exigências térmicas
de Spodoptera eridania (Stal, 1871) (Lepidoptera: Noctuidae). 1986. 99 f. Tese
(Mestrado) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
MAXWELL, F. G.; JENNINGS, P. R. Breeding plants resistant to insects. New York: J.
Wiley, 1980. 683 p.
MCGINNIS, A. J.; KASTING, R. Calorimetric analysis of chromic oxide used to study food
utilization by phytophagous insects. Journal of Agricultural and Food Chemistry,
Washington, DC, v. 12, p. 259-262, 1964.
MCMILLIAN, W. W.; STARKS, K. J.; BOWMAN, M. C. Use of plant parts as food by larvae of
the corn earworm and fall armyworm. Annals of the Entomological Society of America,
Lanham, v. 59, p. 863-864, 1966.
MENEGUIM, A. M.; PARRA, J. R. P.; HADDAD, M. L. Comparação de dietas artificiais,
contendo diferentes fontes de ácido graxos, para criação de Elasmopalpus lignosellus
(Zeller) (Lepidoptera: Pyralidae). Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Londrina,
v. 26, p. 35-43, 1997.
MIHSFELDT, L. H.; PARRA, J. R. P. Comparação de dietas artificiais para criação de
Diatraea saccharalis (Fabricius, 1794) (Lepidoptera: Pyralidae). In: CongrESSO BrasILEIRO
DE EntomolOGIA, 10., 1986, Rio de Janeiro. Resumos... Londrina: SEB, 1986. p. 67.
MIHSFELDT, L. H.; PARRA, J. R. P.; SERRA, H.J.P. Comparação de duas dietas artificiais
para Heliothis virescens (F., 1781). In: CongrESSO BrasILEIRO DE EntomolOGIA, 9., 1984,
Londrina. Anais... Londrina: Sociedade Entomológica do Brasil, 1984. p. 70.
MOHAMED, A. K. A.; BREWER, F. W.; BELL, J. V.; HAMALLE, R. J. Effect of Nomuraea
rileyi on consumption and utilization of food by Heliothis zea larvae. Journal of the Georgia
Entomological Society, Griffin, v. 17, p. 256-363, 1982.
MORETI, A. C. C. C.; PARRA, J. R. P. Biologia comparada e controle de qualidade de
Heliothis virescens (Fabr., 1781) (Lepidoptera-Noctuidae) em dietas natural e artificial.
Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, v. 50, p. 7-15, 1983.
MOSS, J. I.; VAN STEENWYK, R. A. Marking pink bollworm (Lepidoptera: Gelechiidae) with
cesium. Environmental Entomology, Lanham, v. 11, p. 1264-1268, 1982.
MUKERJI, M. K.; GUPPY, J. C. A quantitative study of food consumption and growth in
Pseudaletia unipuncta (Lepidoptera: Noctuidae). The Canadian Entomologist, Ottawa, v.
102, p. 1179-1188, 1970.
NALIM, D. M. Biologia, nutrição quantitativa e controle de qualidade de populações de
Spodoptera frugiperda (J. E. Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae) em duas dietas
artificiais. 1991. 180 f. Tese (Doutorado) – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz,
Universidade de São Paulo, Piracicaba.
NEALIS, V. The number of ínstars in jack pine budworm, Choristoneura pinus pinus Free.
(Lepidoptera: Tortricidae) and the effect of parasitism on head capsule width and
development time. The Canadian Entomologist, Ottawa, v. 119, p. 773-778, 1987.
NORRIS, D. M.; KOGAN, M. Biochemical and morphological bases of resistance. In:
MAXWELL, F. G.; JENNINGS, P. R. (Ed.). Breeding plants resistant to insects. New York:
J. Wiley, 1980. p. 23-61.
OLIVEIRA, L. J. Biologia, nutrição quantitativa e danos causados por Spodoptera
frugiperda (J.E. Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae) em milho cultivado em solo
corrigido para três níveis de alumínio. 1987. 125 f. Tese (Mestrado) – Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba.
OLIVEIRA, L. J.; PARRA, J. R. P.; CRUZ, I. Nutrição quantitativa da lagarta-do-cartucho em
milho cultivado para três níveis de alumínio. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília,
DF, v. 25, p. 235-241, 1990.
ORR, D. B.; BOETHEL, D. T. Comparative development of Copidosoma truncatellum
(Hymenoptera: Encyrtidae) and its host, Pseudoplusia includens (Lepidoptera: Noctuidae)
on resistant and susceptible soybean genotypes. Environmental Entomology, Lanham, v.
14, p. 612-616, 1985.
PÁDUA, L. E. M. Influência de nutrição, temperatura e umidade relativa do ar na
relação Apanteles flavipes (Cameron, 1891): Diatraea saccharalis (Fabricius, 1792).
1986. 85 f. Tese (Doutorado) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade
de São Paulo, Piracicaba.
PARRA, J. R. P. Consumo e utilização de alimentos por insetos. In: PANIZZI, A. R.; PARRA,
J. R. P. (Ed.). Ecologia nutricional de insetos e suas implicações no manejo de pragas.
São Paulo: Manole, 1991. p. 9-65.
PARRA, J. R. P. Métodos para medir consumo e utilização de alimentos por insetos. In:
RAMIRO, Z.; GRAZIA, J.; LARA, F. M. (Ed.). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ENTOMOLOGIA, 6., 1980, Campinas. Anais... Londrina: SEB, 1980. p. 77-102.
PARRA, J. R. P. Nutrição quantitativa de Lepidoptera. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ENTOMOLOGIA, 9., 1987, Campinas. Anais... Londrina: SEB, 1987. p. 39-65.
PARRA, J. R. P. Técnicas de criação e produção massal de inimigos naturais. In:
CRÓCOMO, W. B. (Ed.). Manejo de pragas. Botucatu: Unesp, 1988. p. 117-146.
PARRA, J. R. P.; CARVALHO, S. M. Biologia e nutrição quantitativa de Spodoptera
frugiperda (J.E. Smith, 1797) em meios artificiais compostos de diferentes variedades de
feijão. Anais da Sociedade de Brasileira de Entomologia, Londrina, v. 13, p. 305-319,
1984.
PARRA, J. R. P.; ESTEVAM, R. C.; BOTELHO, P. S. M.; AGUIAR, J. A. D. Respiratory
metabolism of Diatrea saccharalis. Sugarcane: Turnbridge Wells, p.19-23, apr./june 1988.
Supplement.
PARRA, J. R. P.; KOGAN, M. Comparative analysis of method for measurements of food
intake and utilization using the soybean looper, Pseudoplusia includens and artificial media.
Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 30, p. 45-57, 1981.
PARRA, J. R. P.; PRECETTI, A. A. C. M.; KASTEN JUNIOR, P. Aspectos biológicos de
Spodoptera eridania (Cramer, 1782) (Lepidoptera: Noctuidae) em soja e algodoeiro. Anais
da Sociedade Entomológica do Brasil, Jaboticabal, v. 6, p. 147-155, 1977.
PAULILLO, L. C. M. S.; LOPES, A. R.; CRISTOFOLETTI, P. T.; PARRA, J. R. P.; TERRA, W.
R.; SILVA-FILHO, M. C. Changes in midgut endopeptidase activity of Spodoptera frugiperda
(Lepidoptera: Noctuidae) are responsible for adaptation to soybean proteinase inhibitors.
Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 93, p. 892-896, 2000.
PECHANN, T.; COHEN, A. C.; WILLIAMS, W. P.; LUTHE, D. S. Insect feeding mobilizes a
unique plant defense protease that disrupts the peritrophic matrix of caterpillars.
Proceedings of the National Academy of Sciences, Washington, DC, v. 99, p. 13319-
13323, 2002.
PETERS, T. M.; BARBOSA, P. Influence of population density on size, fecundity, and
development rate of insects in culture. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 22, p.
431-454, 1977.
PETRUSEWICZ, K.; MAcFADYEN, A. Productivity of terrestrial animals: principles and
methods. Oxford: Blackwell, 1970. 190 p. (Int. Biol. Proj. Handbook, 13).
POMPERMAYER, P.; LOPES, A. R.; TERRA, W. R.; PARRA, J. R. P.; FALCO, M. C.; SILVA-
FILHO, M. C. Effects of soybean proteinase inhibitor on development, survival and
reproductive potential of the sugarcane borer, Diatraea saccharalis. Entomologia
Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 99, p. 79-85, 2001.
PRECETTI, A. A. C. M.; PARRA, J. R. P. Biologia e nutrição quantitativa de Heliothis
virescens (Fabr., 1781) (lepidoptera, noctuidae) em três cultivares de algodoeiro (gossypium
hirsutum var. Latifolium l.). In: REUNÃO NACIONAL DO ALGODÃO, 3., 1984, Recife.
Anais… Recife, 1984. p. 148.
RADWAN, H. S. A.; ASSAL, O. M.; ABOELGHAR, G. E.; RISKALLAH, M. R.; AHMED, M. T.
Some aspects of the action of diflubenzuron and trifluron on food consumption, growth rate
and food utilization by Spodoptera littoralis larvae. Journal of Insect Physiology, Oxford, v.
32, p. 103-107, 1986.
RAUBENHEIMER, D.; SIMPSON, S. J. Analysis of covariance: an alternative to nutritional
indices. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 62, p. 221-231, 1992.
REESE, J. C. Interaction of allelochemicals with nutrients in herbivore food. In:
ROSENTHAL, G. A.; JANZEN, D. H. (Ed.). Herbivores: their interaction with secondary
plant metabolites. New York: Academic Press, 1979. p. 309-329.
REESE, J. C. The effects of plant biochemical on insect growth and nutritional physiology.
In: HEDIN, P. A. (Ed.). Host plant resistance to pests. Washington, DC: America Chemical
Society, 1977. p. 129-152.
REINECKE, J. P. Nutrition: artificial diets. In: KERKUT, G. A.; GILBERT, L. I. (Ed.).
Comprehensive insect physiology biochemistry and pharmacology. Oxford: Pergamon,
1985. v. 4, p. 319-419.
REIS FILHO, W. Influência de clones de seringueira na biologia e nutrição de Erynnyis
ello (L., 1758) (Lepidoptera: Sphingidae). 1984. 136 f. Dissertação (Mestrado) - Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba.
REYNOLDS, G. W.; SMITH, C. M.; KESTER, K. M. Reductions in consumption, utilization
and growth rate of soybean lopper (Lepidoptera: Noctuidae) larvae fed foliage of soybean
genotype PI 227687. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 77, p. 1371-1375,
1984.
RODRIGUES FILHO, I. L.; PARRA, J. R. P. Comparação de dietas artificiais para a criação
de Heliothis virescens. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 10., 1986, Rio
de Janeiro. Resumos… Londrina: SEB, 1986. p. 50.
RODRIGUEZ, J. G. Insect and mite nutrition: significance and implications in ecology
and pest management. Amsterdam: North-Holland Pub., 1972. 702 p.
ROE, R. M.; HAMMOND JUNIOR, A. M.; SPARKS, T. C. Growth of larval Diatraea
saccharalis (Lepidoptera: Pyralidae) on an artificial diet and synchronization of the last larval
stadium. Annal of the Entomological Society of America, Lanham, v. 75, p. 421-429,
1982.
ROSENTHAL, G. A.; HUGHES, G. C.; JANZEN, D. H. L-canavanine, a dietary nitrogen
source for the seed predator Caryedes brasiliensis (Bruchidae). Science, New York, v. 217,
p. 353-355, 1982.
SALVADORI, J. R. Biologia, nutrição e exigências térmicas de Pseudaletia sequax
Franclemont, 1951 (Lepidoptera: Noctuidae) em dieta artificial. 1987. 121 f. Dissertação
(Mestrado) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo,
Piracicaba.
SARREN, V.; RATHORE, Y. S.; BHATTACHARYA, A. K. Influence of Bacillus thuringiensis
on the utilization of Spodoptera litura (Fabricius). Z. Angew. Entomol., Berlin, v. 95, p. 253-
258, 1983.
SCHMIDT, D. J.; REESE, J. C. Sources of error in nutritional index studies of insects on
artificial diet. Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 32, p. 193-198, 1986.
SCHMIDT, D. J.; REESE, J. C. The effects of physiological stress on black cutworm (Agrotis
ipsilon) larval growth and food utilization. Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 34, p. 5-
10, 1988.
SCHROEDER, L. A. Effect of food deprivation on the efficiency of utilization of dry matter,
energy and nitrogen by larvae of the cherry scallop moth Calocalpe undulata. Annals of the
Entomological Society of America, Lanham, v. 69, p. 55-58, 1976.
SCHROEDER, L. A. Energy budget of cecropia moth, Platysamia cecropia (Lepidoptera:
Saturniidae) fed lilac leaves. Annals of the Entomological Societty of America, Lanham,
v. 62, p. 367-372, 1972.
SCHROEDER, L. A. Energy budget of larvae of Hyalophora cecropia (Lepidoptera) fed Acer
negundo. Oikos, Copenhagen, v. 22, p. 256-259, 1971.
SCHROEDER, L. A. Energy budget of the larvae of the moth Pachysphinx modesta. Oikos,
Copenhagen, v. 24, p. 278-281, 1973.
SCRIBER, J. M. Host-plant suitability. In: BELL, W. J.; CARDÉ, R. T. (Ed.). The chemical
ecology of insects. London: Chapman and Hall, 1984. p. 159-202.
SCRIBER, J. M.; SLANSKY JUNIOR, F. The nutritional ecology if immature insects. Annual
Review of Entomology, Palo Alto, v. 26, p. 183-211, 1981.
SEHNAL, F. Growth and life cycles. In: KERKUT, G. A.; GILBERT, L. I. (Ed.).
Comprehensive insect physiology biochemistry and pharmacology. Oxford: Pergamon,
1985. v. 2, p. 1-86.
SHEPARD, M.; WADDIL, V. W. Rubidium as a marker for Mexican bean beetle Epilachna
varivestis (Coleoptera Coccinellidae). The Canadian Entomologist, Ottawa, v. 108, p. 337-
339, 1976.
SIKOROWSKI, P. P.; KENT, A. D.; LINGING, O. H.; WIYGUL, G.; ROBERSON, J.
Laboratory and insectary studies on the use of antibiotics and antimicrobial agents in mass
rearing of bollweevils, Anthonomus grandis. Journal of Economic Entomologist, Lanham,
v. 73, p. 106-110, 1980.
SILVA, R. F. P.; PARRA, J. R. P. Consumo e utilização de alimento artificial por Anticarsia
gemmatalis Hübner. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 8., 1983,
Brasília, DF. Resumos... Londrina: SEB, 1983. p. 18.
SIMPSON, S. J.; ABISGOLD, J. D. Compensation by locust for changes in dietary nutrients:
behavioral mechanisms. Physiological Entomology, Oxford, v. 10, p. 443-452, 1985.
SIMPSON, S. J.; RAUBENHEIMEIR, D. The geometric analysis of feeding and nutrition: an
user’s guide. Journal of Insect Physiolology, Oxford, v. 41, p. 545-553, 1995.
SINGH, P. Artificial diets for insects, mites, and spiders. London: Plenum, 1977. 594 p.
SINGH, P. Multiple-species rearing diets. In: SINGH, P.; MOORE, R. F. (Ed.). Handbook of
insect rearing. Amsterdam: Elsevier, 1985. v. 1, p. 19-24.
SLANKY JUNIOR, F.; WHEELER, G. S. Caterpillars compensatory feeding response to
diluted nutrients leads to toxic allelochemical dose. Entomologia Experimentalis et
Applicata, Dordrecht, v. 65, p. 171-186, 1992.
SLANSKY JUNIOR, F. Food utilization by insects interpretation of observed differences
between dry weight and energy efficiencies. Entomologia Experimentalis et Applicata,
Dordrecht, v. 39, p. 47-60, 1985.
SLANSKY JUNIOR, F. Nutritional ecology of endoparasitic insects and their host: an
overview. Journal of Insect Physiolology, Oxford , v. 32, p. 255-261, 1986.
SLANSKY JUNIOR, F. Utilization of energy and nitrogen by larvae of the imported cabbage
worm, Pieris rapae as affected by parasitism by Apanteles glomeratus. Environmental
Entomology, Lanham, v. 7, p. 179-185, 1978.
SLANSKY JUNIOR, F.; FEENY, P. Stabilization of the rate of nitrogen accumulation by
larvae of the cabbage butterfly on wild and cultivate food plants. Ecological Monographs,
Ithaca, v. 47, p. 209-228, 1977.
SLANSKY JUNIOR, F.; RODRIGUEZ, J. G. (Ed.). Nutritional ecology of insects: mites,
spiders, and related invertebrates. New York: J. Wiley, 1987b. p. 1-69.
SLANSKY JUNIOR, F.; RODRIGUEZ, J. G. Nutritional ecology of insect mites, spiders
and related invertebrates. New York: J. Wiley, 1987a. 1016 p.
SLANSKY JUNIOR, F.; SCRIBER, J. M. Food consumption and utilization. In: KERKUT, G.
A.; GILBERT, L. I. (Ed.). Comprehensive insect physiology biochemistry and
pharmacology. Oxford: Pergamon, 1985. v. 4, p. 87-163.
SLANSKY JUNIOR, F.; SCRIBER, J. M. Selected bibliography and summary of quantitative
food utilization by immature insects. Bulletin of the Entomological Society of America,
Lanham, v. 28, p. 43-55, 1982.
SOO HOO, C. F.; FRAENKEL, G. The consumption, digestion, and utilization of food plants
by a polyphagous insect, Prodenia eridania (Cramer). Journal of Insect Physiology,
Oxford, v. 12, p. 711-730, 1966.
SOUSA-SILVA, C. R. Serologia aplicada ao estudo de Deois flavopicta (Stal, 1854)
(Homoptera: Cercopidae). 1985. 90 f. Tese (Doutorado) - Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba.
SOUSA-SILVA, C. R. Uso de radiotraçador e serologia no estudo das relações
alimentares entre a broca da cana-de-açúcar Diatraea saccharalis (Fabr., 1974) e
artrópodes predadores. 1980. 63 f. Dissertação (Mestrado) – Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba.
SOUTHWOOD, T. R. E. Ecological methods. New York: Holsted, 1978. 575 p.
SOUZA, A. M. L. Adequação de recipientes, para criação em dietas artificiais de
pragas com comportamentos variáveis. 1999. 95 f. Dissertação (Mestrado) – Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba.
SOUZA, A. M. L.; ÁVILA, C. J.; PARRA, J. R. P. Consumo e utilização de alimento por
Diatraea saccharalis (Fabr.) (Lepidoptera: Pyralidae), Heliothis virescens (Fabr.) e
Spodoptera frugiperda (J.E. Smith) (Lepidoptera: Noctuidae) em duas temperaturas.
Neotropical Entomology, Londrina, v. 30, p. 11-17, 2001.
STEPIEN, Z. A.; RODRIGUEZ, J. G. Food utilization by acarid mites. In: RODRIGUEZ, J. G.
(Ed.). Insect and mite nutrition: significance and implication in ecology and pest
management. Amsterdam: North-Holland Pub., 1972. p. 127-151.
STIMAC, J. L. History and relevance of behavioral ecology in models of insect population
dynamics. The Florida Entomologist, Lutz, v. 65, p. 9-16, 1982.
STIMANN, M. W. Marking insects with rubidium: imported cabbage worm marked in the
field. Environmental Entomology, Lanham, v. 3, p. 327-328, 1974.
SUSI, R. M.; PARRA, J. R. P.; CRÓCOMO, W. B. Comparação de corantes para medir
consumo e utilização de alimento por Spodoptera frugiperda (J.E. Smith, 1797) em dieta
artificial. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 6., 1980, Campinas.
Anais… Londrina: SEB, 1980. p. 5-6.
THOMPSON, S. N. Nutrition and in vitro culture of insect parasitoids. Annual Review of
Entomology, Palo Alto, v. 31, p. 197-219, 1986.
THOMPSON, S. N.; HAGEN, K. S. Nutrition of entomophagous insects and other
arthropods. In: BELLOWS, T. S.; FISHER, T. W. (Ed.). Handbook of biological control.
New York: Academic Press, 1999. p. 594-652.
THOMPSON, S. N.; REDAK, R. A. Feeding behavior and nutrient selection in an insect
Manduca sexta L. and alterations induced by parasitism. Journal of Comparative
Physiology A, Oxford, v. 191, p. 909-923, 2005.
UVAROV, B. P. Insect nutrition metabolism: a summary of the literature. Transactions of
the Royal Entomological Society of London, London, v. 74, p. 255-343, 1928.
VAN HOOK, R. J.; DODSON, G. I. Food energy budget for the yellow-poplar weevil,
Odontopus calceatus (Say). Ecology, Washington, DC, v. 55, p. 205-207, 1974.
VAN STEENWYK, R. A.; BALLMER, G. T.; PAGE, A. L.; REYNOLDS, H. T. Marking pink
bollworm with rubidium. Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 71,
p. 81-84, 1978.
VENDRAMIM, J. D.; SOUZA, A. R. R.; PARRA, J. R. P. Ciclo biológico de Heliothis
virescens (Fabricius, 1781) (Lepidoptera, Noctiudae) em dietas com diferentes tipos de
celulose. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Jaboticabal, v. 11, p. 3-11, 1983.
VENDRAMIN, J. D.; LARA, F. M.; PARRA, J. R. P. Consumo e utilização de folhas de
cultivares de couve (Brassica oleracea L. var. acephala) por Agrotis subterranea (Fabricius,
1974) (Lepidoptera-Noctuidae). Anais da Sociedade Entomológica do Brasil,
Jaboticabal, v. 12, p. 129-144, 1983.
WALDBAUER, G. P. Food utilization. In: RODRIGUEZ, J. G. (Ed.). Insect and mite
nutrition: significance and implications in ecology and pest management. Amsterdam:
North-Holland Pub., 1972. p. 53-55.
WALDBAUER, G. P. The consumption and utilization of food by insects. Advances in
Insect Physiology, London, v. 5, p. 229-288, 1968.
WALDBAUER, G. P. The consumption, digestion and utilization of solanaceous and non-
solanaceous plants by larvae of the tobacco horworm Protoparce sexta (Lepidoptera
Sphingidae). Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 7, p. 252-269, 1964.
WALDBAUER, G. P. The growth and reproduction of maxillectomizeds tobacco horworms
feeding on normally rejected non-solanaceous plants. Entomologia Experimentalis et
Applicata, Dordrecht, v. 5, p. 147-158, 1962.
WARBRICK-SMITH, J.; BEHMER, S. T.; LEE, K. P.; RAUBENHEIMER, D.; SIMPSON, S. T.
Evolving resistance to obesity in an insect. Proceedings of the National Academy of
Sciences, Washington, DC, v. 103, n. 38, p. 14045-14049, 2006.
WILKINSON, J. D.; MORRISON, R. K.; PETERS, P. K. Effects of calco oil red N-1700 dye
incorporated into a semi-artificial diet of the imported cabbage worm, corn earworm, and
cabbage looper. Journal of Economic Entomolology, Lanham, v. 65, p. 264-268, 1972.
ZONTA, N. C. C. Consumo e utilização de alimento por larvas de Anticarsia
gemmatalis Hübner, 1818 (Lepidoptera, Noctuidae), infectadas com Nomuraea rileyi
(Farlow) Samson. 1987. 125 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Paraná,
Curitiba.
Capítulo 3
A evolução das dietas artificiais e suas
interações em ciência e tecnologia
José R. P. Parra
Hymenoptera 67
Orthoptera 24
Isoptera 5
Fonte: Singh (1985).
No Brasil, o primeiro inseto fitófago a ser criado em dieta artificial foi Diatraea
saccharalis (F.), a broca-da-cana-de-açúcar, utilizando-se em 1969 a dieta artificial
desenvolvida por Hensley e Hammond (1968), em Piracicaba, SP, em pesquisa de
controle biológico, desenvolvida por Domingos Gallo, então chefe do Departamento
de Entomologia da Esalq/USP.
No Brasil, ainda hoje, discute-se a validade e/ou importância de se criar
insetos em laboratório, pois a tradição ensinou, de forma errônea, àquelas pessoas
não ligadas à Entomologia, que o pesquisador que se dedica à Entomologia
Agrícola deve se preocupar, exclusivamente, com a eliminação de insetos, usando
principalmente inseticidas. Esse fenômeno coincide com a história da Entomologia
Agrícola no Brasil, a qual, nos seus primórdios, dispunha de poucos conhecimentos
para controlar os insetos de forma mais racional e oferecia como solução apenas o
controle com produtos químicos. Dessa forma, em nosso país apenas nos últimos
anos algumas universidades e centros de pesquisa vêm dando a devida
importância à criação de insetos em laboratório. Assim, hoje já existem laboratórios
de Entomologia avançados no Brasil, com técnicas de criação de insetos
sofisticadas. Entretanto, esta não é a regra, e tudo deve ser feito para mudar essa
tendência, pois a manutenção de colônias de insetos é imprescindível às modernas
estratégias de controle de pragas, pois, tanto nas pesquisas básicas como
aplicadas de um programa, é exigido um suprimento contínuo de insetos.
Corroborando essa afirmativa, Knipling (1979) destacou que um dos mais
importantes avanços na Entomologia foi o progresso feito pelos cientistas ao
conseguirem criar um número quase ilimitado de insetos a um custo razoável.
Portanto, o tema criação de insetos é, hoje, dos mais relevantes, pois esse assunto
se tornou o maior componente da moderna ciência entomológica (LEPPLA;
ADAMS, 1987).
Surgiram, a partir do clássico livro de Smith (1966), inúmeras publicações
como as de Rodrigues (1972); Singh (1977); Leppla e Ashley (1978); Dickerson et
al. (1980); Dadd (1985); Edwards et al. (1987); King e Leppla (1984); Singh e
Moore (1985); Reinecke (1985); Ashby e Singh (1987); Parra (1991); Anderson e
Leppla (1992); Thompson e Hagen (1999) e Parra (2007), que alavancaram essa
área da Entomologia. A partir daí, os livros específicos sobre o assunto passaram a
escassear, talvez pelo aparente insucesso observado para a criação de
parasitoides e predadores in vitro. Em 2004, Cohen publicou um novo livro, Insect
Diets: Science and Technology, abordando não só aspectos básicos, mas também
a tecnologia envolvendo o conhecimento da ciência dos alimentos, a parte química,
a física, a microbiologia e o efeito durante o processamento dos componentes para
a confecção da dieta artificial.
Embora tenham ocorrido avanços nas dietas para parasitoides (CÔNSOLI;
PARRA, 2002) e predadores (COHEN, 2004), sem dúvida alguma é para fitófagos,
das ordens Lepidoptera, Coleoptera e Diptera, que se concentram 85% das dietas
artificiais.
É evidente que em Entomologia pode-se, dependendo da área de estudo,
manipular populações de insetos existentes no campo ou manter insetos, em
hospedeiros naturais em laboratórios, insetários (telados) ou em câmaras
climatizadas. Entretanto, foi graças ao desenvolvimento de meios artificiais que
houve possibilidades de se criar grande número de insetos necessários ao
desenvolvimento de estudos em programas de Manejo Integrado de Pragas (MIP),
com total controle do entomologista sobre essas populações. Assim, foi possível a
obtenção de grandes avanços em áreas básicas como nutrição, toxicologia,
produção de proteínas recombinantes e de fármacos, plantas transgênicas,
bioquímica (estudos enzimáticos), biotecnologia, endocrinologia, genética,
comportamento, ecologia e até taxonomia de insetos. Com o desenvolvimento de
criações massais de insetos evoluíram as pesquisas aplicadas em controle
biológico, resistência de plantas e patologia de insetos, controle genético
(esterilização de machos e utilização de genes letais), vetores de doenças,
produção de feromônios e cairomônios (métodos de controle por comportamento),
controle químico, etc. É conveniente salientar que, mesmo em países
desenvolvidos, esse avanço se deu nos últimos 30 anos, pois Singh (1977) listou
154 publicações sobre dietas artificiais de 1908 a 1950 e 1.807 de 1951 a 1976. De
1976 a 2007, foram referidas poucas publicações com novidades sobre dietas
artificiais, especialmente para fitófagos.
Em 1974, foi criado, nos EUA, um newsletter internacional, denominado
FRASS (Insect Rearing Group Newsletter) para melhorar a comunicação e
cooperação entre interessados no assunto, além de resolver os problemas de
cientistas ligados à criação de insetos. São aí contidas informações sobre novas
dietas, preços de ingredientes, endereços de pesquisadores envolvidos com
diferentes espécies, sanidade e modelos de laboratórios, quarentena, controle de
qualidade, etc. (DICKERSON; LEPPLA, 1992).
Um esquema das relações entre criações de insetos e as diversas áreas da
Entomologia, com vistas ao manejo de pragas e à agricultura sustentável, foi
apresentado por Parra (2000, 2002 e 2008) (Figura 1). Portanto, a manutenção de
colônias de insetos em laboratório é imprescindível às modernas estratégias de
manejo de pragas, pois tanto nas pesquisas básicas como aplicadas de um
programa é exigido um suprimento contínuo de insetos.
Isoptera (cupins)
Orthoptera (gafanhotos)
12 exemplares secos 60,0 6,0
Diptera
Hymenoptera (formigas)
Adultos
Elateridae 5 Satyridae 9
Scarabaeidae 17 Delphacidae 7
Tenebrionidae 7 Trichodectidae 3
Trogositidae 1 Hymenoptera 67
ApheIinidae 1 Neuroptera 8
Braconidae 4
Eulophidae 4
Calliphoridae 19 Megachilidae 1
Chloropidae . 4
Culicidae 61 lsoptera 5
Cuterebridae 1 Kalotermitidae 1
DoIichopodidae 1 Rhinotermitidae 3
Glossinidae 1
Mycetophilidae 1 Arctiidae 15
Mystacinobiidae 1 Bombycidae 2
Oestridae 1 Carposinidae 1
Phoridae 3 Cochylidae 1
Piophilidae 1 Cossidae 2
Psilidae 1 Gelechiidae 10
Psychodidae 18 Geometridae 32
Sarcophagidae 8 Heliconiidae 1
Scatopsidae 1 Hepialidae 2
Sciaridae 22 Hesperiidae 7
Sciomyzidae 1 Lasiocampidae 6
Simuliidae 8 Limacodidae 1
Sphaeroceridae 2 Liparidae 3
Syrphidae 3 Lycaenidae 12
Tabanidae 5 Lymantriidae 6
Tachinidae 4 Lyonetiidae 1
Tephritidae 18 Megalopygidae 1
Tipulidae 1 Megathymidae 6
Fonte: Singh (1985).
Dieta: tudo que o inseto ingere para satisfazer suas necessidades fisiológicas.
Ainda hoje existem confusões ou ambiguidades entre dieta natural e artificial.
Xênica: dietas em que se cria uma espécie sem que se excluam simbiontes de
natureza desconhecida.
Nutrientes essenciais: compostos que têm que ser incluídos na dieta porque
não podem ser sintetizados nem pelo sistema metabólico do inseto nem pelos
simbiontes. São as vitaminas, aminoácidos e certos sais minerais.
Nutrientes não essenciais: elementos que têm que ser consumidos para
produzir energia e que são convertidos de forma tal que os insetos possam utilizá-
los por meio de processo metabólico. São os carboidratos, lipídios e esteróis.
Dieta para múltiplas ordens: pelo menos uma espécie de duas ordens é criada
nesta dieta. Por exemplo, dietas para Lepidoptera e Diptera.
Dieta “específica” para ordem: espécies de pelo menos duas famílias da
mesma ordem são criadas. Por exemplo, espécies das famílias Noctuidae e
Tortricidae (Lepidoptera).
Dieta “específica” para gênero: duas ou mais espécies do mesmo gênero são
criadas na mesma dieta. Por exemplo, H. virescens e Heliothis subflexa (Guenée).
Regra da identidade
Independentemente da posição sistemática e do hábito alimentar do inseto as
exigências nutricionais qualitativas são semelhantes.
Assim, um mastigador, sugador ou parasitoide têm as mesmas exigências
qualitativas, variando, no entanto, a forma como essa dieta é oferecida, seja
microencapsulada para um parasitoide (THOMPSON, 1986), em membrana de
parafilm para um pulgão (KUNKEL, 1977) seja em ágar para fitófagos. Os tipos de
dieta de acordo com o aparato bucal de insetos foram discutidos por Reinecke
(1985) e os problemas existentes na criação de parasitoides in vitro foram referidos
por Grenier (1994) e Cônsoli e Parra (1999b, 2002).
Cochliomyia hominivorax 90 0 “
Itoplectis conquisitor 61 20 3,1
Dietas em pó ou friáveis
São facilmente obtidas misturas homogêneas e não ocorre contaminação por
microrganismos. Como exemplo, dietas para pragas de grãos armazenados, grilos
e baratas.
Hábitos alimentares
O alimento dos insetos é muito diversificado, incluindo material de origem
animal, vegetal e orgânico. Essa é uma das características dos insetos, levando-os
a especializações para o consumo desses alimentos de diferentes formas.
Segundo Brues (1946) e Frost (1959), todos os organismos vivos e mortos são
utilizados, folhas, néctar, pólen, sementes, madeira, seiva (fluido do xilema e
floema), fungos, carne animal, sangue, pelo, fezes e cera. Existem outros casos
menos comuns como na mosca tse-tsé, na qual a larva em desenvolvimento se
alimenta de glândulas nutritivas internas da mãe. Há várias moscas, mantídeos e
ácaros nos quais a fêmea adulta pode consumir o macho. Nas moscas da família
Cecidomyiidae, que produzem galhas e são endogênicas, a larva desenvolve-se
internamente no corpo da mãe, em alguns casos, consumindo-o. Alguns insetos
cultivam o seu próprio alimento, enquanto outros possuem simbiontes para ajudá-
los na sua nutrição (capítulo 6 deste livro).
Alguns adultos de insetos consomem o mesmo alimento da fase larval e outros
não se alimentam. Na diversidade de formas nas quais os alimentos são
consumidos estão incluídos os mastigadores, os sugadores-picadores, os
sifonadores e os esponjadores.
Qualquer classificação de hábitos alimentares, segundo Brues (1946), é
arbitrária; entretanto, os animais têm tradicionalmente sido separados em quatro
principais categorias, de acordo com o nível trófico de alimento que eles
consomem. Assim, são classificados em herbívoros, carnívoros, sapróvoros ou
detritívoros e onívoros. Essas grandes categorias podem ser divididas em classes
(guildas) alimentares, baseando-se no tipo específico de alimento consumido –
filófagos (que consomem folhas); carpófagos (frutos); nectívoros (néctar),
fungívoros ou micetófagos (fungos), etc. – e na forma como eles são consumidos
(entre os filófagos, existem mastigadores dilaceradores, raspadores, minadores,
produtores de galhas, sugadores de seiva, etc.).
Herbívoros: são os que consomem tecidos de plantas e que, segundo
Chapman (1982), correspondem à cerca da metade dos insetos. Nessa categoria
estão os fitófagos e micetófagos. As ordens de insetos predominantemente
fitófagas são: Orthoptera, Lepidoptera, Hemiptera, Thysanoptera, Phasmatodea,
Isoptera, Coleoptera (Cerambycidae, Chrysomelidae e Curculionidae),
Hymenopetera (Symphyta) e alguns Diptera. A maior parte desses insetos se
alimenta de plantas superiores enquanto as larvas aquáticas de Ephemeroptera,
Plecoptera e Trichoptera, de algas. Larvas que se alimentam de fungos são
frequentes em Diptera e Coleoptera. Entre os coprófagos, os fungos fazem parte
da sua dieta, e os cupins cultivam seu próprio fungo.
Carnívoros: incluem parasitoides e predadores. Entre os parasitoides existem
os ectoparasitoides e os endoparasitoides. No primeiro grupo estão os
representantes de Phthiraptera (Siphonaptera, Anoplura) e alguns Heteroptera,
como Cimex, e alguns Reduviidae e vários Diptera (pernilongos, Simuliidae,
Ceratopogonidae, Tabanidae e Pupipara). Há muitos sugadores de sangue,
incluindo de vertebrados. Algumas vezes, ambos os sexos sugam sangue, como
em Siphonaptera e na mosca tse-tsé, ou somente as fêmeas, como em
Nematocera e Brachycera. Neste último caso, as fêmeas também se alimentam
regularmente de néctar, que é o único alimento dos machos.
Os endoparasitoides, na sua maioria, são parasitoides somente como larvas,
englobam todos os Strepsiptera, Ichneumonoidea, Chalcidoidea e Proctotrupoidea,
entre os Hymenoptera, e Bombyliidae, Cyrtidae, Tachinidae e alguns
Sarcophagidae, entre os Diptera.
Grupos predominantemente predadores são: Odonata, Dictyoptera
(Mantodea), Heteroptera (Reduviidae e outros), larvas de Neuroptera, Mecoptera,
Diptera (Asilidae e Empididae), Coleoptera (Adephaga, fase larval de Lampyridae e
a maioria dos Coccinellidae) e Hymenoptera (Sphecidae e Pompilidae).
Sapróvoros ou detritívoros: ocorrem principalmente em insetos superiores
cujas larvas diferem dos adultos. Matéria orgânica morta é a fonte de alimento mais
comum para muitas larvas de Diptera e Coleoptera. Nesses habitats, os
microrganismos desempenham importante papel nas dietas.
Onívoros: consomem mais de um dos tipos de alimentos mencionados
anteriormente.
As categorias alimentares reúnem os insetos em agrupamentos funcionais e,
como tal, há um cruzamento de limites taxonômicos. Assim, certas larvas de
Coleoptera, Hymenoptera e Lepidoptera podem cair na mesma categoria de
mastigadores de folhas. De forma análoga, as categorias funcionais de predadores
e parasitoides podem ser aplicadas a herbívoros e carnívoros (por exemplo, uma
lagarta-rosca é um predador de plântulas e um afídeo é um “parasito” de sua planta
hospedeira).
Essa classificação de categorias alimentares baseia-se, para a bioecologia e a
nutrição, no fato de que a composição de diferentes alimentos varia na proporção
de nutrientes e de aleloquímicos. Além disso, como alguns alimentos são mais
abundantes que outros, existindo diferença na facilidade de serem localizados e
consumidos, é óbvio que deva existir variação na pressão seletiva. Assim, em
função do alimento, vão ocorrer nos insetos adaptações no consumo e utilização
desses alimentos. Dessa forma, dentro de cada classe alimentar ocorrerão
semelhanças ditadas pela evolução para cada espécie, o que levará a uma
diversidade de adaptação dentro de cada classe envolvendo diferenças em
tamanho, habilidade de dispersar, especialização alimentar, forma de defesa contra
predadores e parasitoides, etc. (ver capítulo 2).
Estímulos físicos
A consistência e a estrutura de uma dieta adequada são governadas pelos
hábitos alimentares e o tipo de aparato bucal do inseto. Assim, para pragas de
grãos armazenados, grilos, baratas, etc., meios granulados ou em pó são
preferíveis; insetos fitófagos e brocas exigem dietas sólidas com alto teor de água;
larvas de moscas se desenvolvem bem com dietas gelatinosas; para larvas de
pernilongos, o alimento precisa ser suspenso ou dissolvido em água; e para
sugadores é comum fornecer o alimento em uma membrana (parafilm). As
propriedades físicas da dieta, como dureza, textura, homogeneização, conteúdo de
água, podem ter papel importante para o inseto.
Pode-se conseguir modificação física da dieta adicionando-se celulose, que
não é digerida pelos insetos. Ela funciona como um estímulo para o inseto,
atuando como diluente, fazendo com que seja ingerida maior quantidade de
alimento. Muitos insetos apresentam alimentação e crescimento melhorados, se se
adicionar celulose às suas dietas como B. mori, Schistocerca gregaria (Forskal),
Locusta migratoria L., etc. Portanto, a função da celulose é alterar a textura da
dieta, tornando-a mais “áspera”, facilitando a passagem do alimento pelo trato
digestivo.
Existem outras substâncias inertes, como argilas e materiais insolúveis, que
podem ser usadas nas dietas como diluentes para fornecer textura e aspereza
adequadas. Lâminas de Eucalyptus sulfato branqueadas têm sido as mais
utilizadas em nossas condições, baseando-se em Vendramim et al. (1982). Essas
lâminas são obtidas em fábricas de celulose e após serem trituradas em
liquidificador, são adicionadas à dieta, com efeito semelhante a alfacel (α-celulose)
adicionada às dietas artificiais em outros países (com custo mais alto).
A consistência de uma dieta pode ser difícil de ajustar porque a maioria dos
fitófagos exige alto conteúdo de água, mas necessita de uma superfície firme
contra a qual eles possam pressionar as suas peças bucais. O polissacarídeo ágar
é a substância preferida para controlar essa consistência, porque é compatível com
os ingredientes da dieta. Porém, apresenta a desvantagem de possuir traços de
minerais que dificultam a determinação de exigências minerais. O agar forma um
gel bastante firme na concentração de 1,5% ou mais. A maior parte das dietas é
preparada com 3% de ágar, embora possa haver variação no desenvolvimento de
insetos, em função de sua concentração na dieta.
Várias pesquisas vêm sendo realizadas numa tentativa de substituir o ágar, o
qual representa de 60% a 70% do custo total da dieta. Os possíveis substitutos do
ágar foram discutidos por Leppla (1985). O produto que tem substituído o ágar com
mais sucesso é o carrageenan, que, embora sendo também extraído de algas
marinhas, é mais barato. É um polissacarídeo composto de galactose, dextrose e
levulose. Existem duas formas de carrageenan: uma extraída com água fria e que
forma uma solução viscosa; a outra, extraída com água quente, forma um gel que é
usado em dietas para insetos. Vários outros agentes gelificantes têm sido testados,
como alginatos, gelatinas, gomas, glutina, lecitina de soja, CMC
(carboximetilcelulose), nem sempre com sucesso, e, mais recentemente, amido de
mandioca (ABBASI et al., 2007).
Em algumas dietas, pode-se substituir o ágar por bagacilho de cana, pó de
serra, etc. Entretanto, podem surgir problemas com o conteúdo de água na dieta e,
no primeiro caso, é comum a infestação por ácaros.
A quantidade ótima de água de uma dieta é difícil de descobrir e, muitas
vezes, a alteração do conteúdo de água afeta as propriedades físicas e altera a
concentração dos nutrientes da dieta. Também é difícil manter uma quantidade de
água constante, por causa da sua perda por evaporação.
Para o bicudo-do-algodoeiro, Anthonomus grandis (Boheman), a forma da
dieta é importante para induzir oviposição. O dobro de ovos é obtido quando a
dieta é oferecida em pedaços cilíndricos com uma superfície curva em relação à
dieta que apresenta superfície plana. O primeiro ínstar larval de Lymantria dispar
(L.) somente se alimenta se a dieta for colocada na parede interna do recipiente de
criação em forma de um prato, imitando a lâmina foliar. Alguns geometrídeos,
dependendo do recipiente de criação, necessitam de apoio (suporte) para
conseguirem atingir o alimento.
Estímulos químicos
Fagoestimulantes são compostos que liberam o comportamento de
alimentação e induzem os insetos a se alimentar. Para continuar a se alimentar, o
inseto depende de estimulantes de alimentação, embora eles não sejam,
necessariamente, os mesmos em cada estágio de desenvolvimento.
Existem os nutrientes estimulantes de alimentação (açúcares, aminoácidos,
sais, esteróis, vitaminas, compostos orgânicos e ácidos orgânicos) e os compostos
que não têm valor nutritivo (compostos do metabolismo secundário) (aleloquímicos)
incluindo flavonoides, quinonas, taninos, fenilpropanos, isoprenoides, triterpenos
(acetogeninas e fenilpropanos) e isotioacianato, faseolunatima, catalposídio
(cianogenéticos e outros glucosídeos). Uma lista de fagoestimulantes para insetos
foi preparada por Reinecke (1985).
No caso de dietas, têm importância os nutrientes, dos quais os açúcares são
os mais importantes fagoestimulantes, vindo a seguir proteínas (aminoácidos) e
esteróis. Às vezes, além de compostos químicos, aspectos físicos devem ser
levados em consideração. Assim, os sugadores, por exemplo, só se alimentam por
meio de membrana de parafilm. Em outros casos, extratos de plantas podem ser
fagoestimulantes.
Estímulos biológicos
Muitas exigências biológicas de insetos são peculiares à espécie e não são
diretamente relacionadas com a nutrição. Entretanto, condições fisiológicas, como
idade e diapausa, influem na avaliação de resultados de experimentos nutricionais.
Armazenamento de nutrientes
Muitas vezes, um nutriente essencial não é exigido na dieta porque foram
acumuladas reservas em períodos anteriores de alimentação. Existem duas
importantes fontes de nutrientes: o vitelo do ovo e os corpos gordurosos de larvas
e adultos. Como os ovos são pequenos, neles não podem ser armazenados
macronutrientes como glucose, mas as vitaminas, por exemplo, podem ser
armazenadas de tal forma a satisfazer as exigências nutricionais da larva. Mesmo
entre os micronutrientes, há diferenças na sua capacidade de armazenamento.
Assim, baratas do gênero Blattella contêm grandes quantidades de ácido linoleico
mas não dispõem de tiamina. Ovos de Blattella apresentam quantidades de inositol
suficientes para permitir o desenvolvimento até o terceiro ínstar ninfal. Já em
Schistocerca sp., a quantidade de betacaroteno armazenada no ovo é suficiente
para o completo desenvolvimento larval. Quando os ovos são obtidos de adultos
com deficiência em betacaroteno, esse componente deve ser adicionado à dieta
para o desenvolvimento normal do inseto.
Os nutrientes podem ser armazenados em grandes quantidades (mesmo os
macronutrientes) nos corpos gordurosos de larvas e adultos. Isto é evidente em
adultos de Lepidoptera que não se alimentam. Nesses casos, os processos
metabólicos do adulto dependem das reservas das formas imaturas. Alguns
gafanhotos podem armazenar certos nutrientes no tecido gorduroso. Assim, se for
permitido que eles se alimentem de gramíneas durante os dois primeiros ínstares
larvais, e, a seguir, forem alimentados com um alimento pobre em carboidrato, eles
poderão viver sem esse componente devido às reservas acumuladas
anteriormente. Larvas de A. grandis (Coleoptera) armazenam colina e inositol
suficientes para permitir o desenvolvimento do ovo, mesmo se esses
micronutrientes forem excluídos da dieta do adulto (CHAPMAN, 1982). Muitas
vezes, o alimento pode ser proveniente de degradação de tecidos, ou seja,
resultante da autólise de músculos de voo (p. ex., desenvolvimento de ovos de
alguns pernilongos e de formas jovens de pulgões).
Simbiontes
Os insetos podem ter relações simbióticas com bactérias (Blattodea, Isoptera,
Homoptera, Heteroptera, Anoplura, Phthiraptera, Coleoptera, Hymenoptera e
Diptera), protozoários flagelados (baratas de madeira e cupins), leveduras
(Homoptera e Coleoptera) e fungos (Hemiptera, Rhodnius). As espécies que não
possuem associações com microrganismos são chamadas assimbióticas. Os
simbiontes podem viver livremente na luz do aparelho digestivo. É o caso dos
flagelados que vivem no intestino posterior das baratas, que se alimentam de
madeira e de cupins. Também bactérias de sugadores de plantas vivem no ceco do
último segmento do intestino médio. A maior parte dos microrganismos é
intracelular, podendo ocorrer em várias partes do corpo. As células que abrigam
esses simbiontes são conhecidas como micetócitos e elas podem se agregar para
formar órgãos conhecidos como micetomas. Os micetomas são grandes poliploides
e ocorrem em diferentes tecidos. Em geral, distribuem-se irregularmente no tecido
gorduroso, mas podem ser células irregulares no epitélio do intestino médio ou
podem estar nos ovaríolos ou livres na hemolinfa. Nos holometábolos, os
micetomas são somente encontrados nas formas imaturas. Existem alguns casos
de associações insetos–simbiontes que são casuais e outros em que essa
associação é constante.
O papel dos simbiontes na nutrição de insetos é muito grande (ver capítulo 6).
Assim, eles podem ser a fonte principal de alimento (p. ex., fungos para formigas,
besouros, pernilongos e moscas), ajudar a digestão pela secreção de enzimas no
intestino, converter internamente alimento de uma forma não aproveitável para
uma forma aproveitável (p. ex., em cupins e baratas), fornecer fatores auxiliares de
crescimento (p. ex., vitaminas e esteróis) ou, ainda, executar funções bioquímicas
para dar condições de um inseto sobreviver e crescer em uma dieta inadequada
(fixação de nitrogênio atmosférico, desintoxicação de resíduos metabólicos e
aleloquímicos). Em geral, os artrópodes possuem organismos simbiontes somente
se eles se alimentarem em dietas inadequadas durante a vida inteira. Alimentos
inadequados incluem madeira e grãos armazenados (ricos em celulose e
deficientes em proteína), lã, pelos, penas (ricos em queratina e deficientes em
vitaminas), sucos de plantas (deficientes em nitrogênio) e sangue ou soro
(deficientes em vitaminas hidrossolúveis). Embora os simbiontes possam ser
eliminados por esterilização superficial de ovos, centrifugação, tratamento térmico,
microcirurgia ou quimioterapia, o seu estudo nutricional é dificultado quando existe
qualquer associação de microrganismos com insetos. Esses simbiontes são
transferidos de uma geração para outra por alimento contaminado, pelos ovos ou
por processos especializados durante a ovogênese. A importância dos simbiontes,
como Wolbachia, Buchnera, vem sendo estudada por grupos de pesquisa em todo
o mundo. Hoje se sabe que grande percentual de insetos possuem tais simbiontes,
muitos deles com funções ainda desconhecidas. Para maiores detalhes ver
Bourtzis e Miller (2003) e capítulo 6.
As exigências nutricionais de alguns insetos são apresentadas nas Tabelas 6 a
12.
Essenciais
Arginina E E E E E E E ne E ne
Histidina E E E E E E E ne E ne
Isoleucina E E E E E E E ne E ne
Leucina E E E E E E E ne E ne
Lisina E E E E E E E ne E ne
Metionina E E E E E E E ne E ne
Fenilalanina E E E E E E E ne E ne
Treonina E E E E E E E ne E ne
Triptofano E E E E E E E ne E ne
Valina E E E E E E E ne E ne
Não-
essenciais
Alanina ne ne Ne ne ne ne ne ne ne ne?
Ácido
ne ne Ne ne E ne ne ne ne ne
aspártico
Cistina ne e? Ne ne ne ne ne ne ne E?
Ácido
ne ne Ne ne ne ne ne ne ne ne
glutâmico
Glicina ne e E ne ne ne ne ne ne ne
Prolina ne E E ne E ne ne ne ne ne?
Serina ne ne E ne ne ne ne ne ne ne?
Tirosina ne ne Ne ne ne ne ne ne ne ne
(1)
Com simbiontes; (2) sem simbiontes; E = exigido; e = melhora o crescimento (provavelmente exigido); ne = não exigido.
Fonte: Dadd (1977).
Vitamina B
Tiamina E E E E E E E E
Riboflavina E E E E E E E e
Niacina E E E E E E E E
Piridoxina E E E E E E E e
Pantotenato E E E E E E E E
Ácido fólico E E E E E E E e
Biotina ne? E E E E E E e
B12 - ne? - - - ne ne e
Fator lipogênico
Colina E E E E E E E E
Inositol E ne E e? E ne E E
Vitamina C
Outros
Carnitina - ne - - - - ne -
Vitamina E ne ne? ne e - ne ne -
Vitamina A (β-
caroteno)
Para crescimento ne e? e - - ne ne -
Para visão - - E - - - - -
(1)
Com simbiontes; E = exigido; e = melhora o crescimento (provavelmente exigido); ne = não exigido.
Fonte: adaptado de Dadd (1977).
S - - - E -
Cl E - E - E
P E - E E -
K E - E E -
Mg E E E E E
Ca ne ne E E E?
Na E ne E E ne
Fe ne ne E E -
Zn - ne E E E?
Mn ne ne E E E?
Cu - ne - E E
Álcool de açúcar
Sorbitol U u U - U U U
Manitol nu - U - - u U
Pentose
Hexose
Glucose U U U U U U U
Frutose U U U U U U U
Galactose u u u nu U u u
Sorbose nu nu nu nu nu? nu nu
Dissacarídeo
Sacarose U U U u? U U U
Maltose U U U u U U U
Trealose u - U u U U U
Celobiose nu U U nu nu nu U
Melibiose u U U nu U U U
Lactose nu U U nu nu U U
Trissacarídeo
Melezitose U - U u U U U
Rafinose u - U u U U U
Polissacarídeo
Amido nu U U? u - - U
Glicogênio nu - nu nu - - U
Inulina nu - nu nu - - -
Diptera Coleoptera Lepidoptera Hemiptera Blattodea Orthoptera
Colestanol u - u? - u U U
Colesterol U U U U U U U
6-dehidro-colesterol u - U - - nu nu
Ergosterol U - u U u nu nu
Zimosterol u? - nu - - - -
Dermosterol - - - - - - U
Campesterol - - - - U - -
β-Sitosterol U U U U U U U
Estigmasterol U U - U U nu U
Ácido graxo
Insaturado
linoleico ou ne E, ns ns E E, ns E E
linolênico ne
Linoleico ne - E E? - - -
Linolênico ne - E E? - - -
Composição de dietas
Componentes gerais
Os componentes gerais de uma dieta artificial são listados na Tabela 13. Seria
inviável a confecção de uma dieta utilizando-se cada um dos componentes
isoladamente, numa atividade rotineira de laboratório ou, para a produção de
milhões de insetos, numa criação massal. Assim, são utilizados ingredientes que
forneçam cada um dos nutrientes (proteínas, vitaminas, sais minerais, carboidratos,
lipídios e esteróis) e que tenham um custo menor. Como o processo de preparo da
dieta envolve aquecimento, pode ocorrer degradação de proteínas, vitaminas e
mesmo de anticontaminantes durante a sua execução. Outras vezes, há
dificuldade de aquisição de um produto no mercado, havendo necessidade de
adaptações. Dessa forma, pode não haver repetição dos resultados, pois nem
sempre o produto é elaborado da mesma forma, como germe de trigo, torrado ou
não, e anticontaminantes, solúveis ou não em água. Cohen (2004) mostrou as
diferenças nutritivas do germe de trigo, se o produto for torrado ou não. Além disso,
como os produtos não são puros e podem ser mal armazenados, podem trazer
contaminantes (p. ex., o ágar) e interferir na criação do inseto.
A descoberta de que o germe de trigo seria uma fonte proteica para dietas
proporcionou grande avanço na área, pois ele contém todos os nutrientes, com
possível exceção do ácido ascórbico. Apresenta 18 aminoácidos comuns,
açúcares, triglicerídeos, fosfolipídeos (colina e inositol), vitaminas do complexo B,
tocoferol, caroteno, 21 elementos minerais e mais de 50 enzimas, além de ter ação
fagoestimulante.
A albumina do ovo foi, no início dos estudos com dietas, uma fonte proteica
importante. Entretanto, como coagula com o aquecimento, deixou de ser utilizada.
A caseína, a soja, o feijão, a levedura de cerveja e o milho são outras fontes
proteicas bastante utilizadas. O feijão, por ser pobre em certos aminoácidos, como
metionina e cisteína, normalmente, é acompanhado, nas dietas, de outra fonte
proteica, que complemente essas deficiências. O mesmo acontece com a soja, que
é pobre em ácidos aminosulfurados. O milho, fortificado com a lisina e o triptofano,
pode ser importante fonte proteica. Existem diferenças de comportamento dos
insetos com relação às variedades de soja, milho e feijão utilizados nas dietas. O
feijão, com cascas de cores diferentes e com teores de taninos variáveis,
proporciona desenvolvimento de Spodoptera frugiperda (J.E. Smith) variável, em
função da digestibilidade do inseto. Assim, a variedade Carioca tem se mostrado a
mais adequada às nossas condições (PARRA; CARVALHO, 1984), enquanto o
milho-branco tem sido adequado para muitas espécies, como D. saccharalis
(PARRA; MIHSFELDT, 1992). Isso é válido também para dietas naturais, pois
Costa (1991) observou a preferência varietal de Nezara viridula (L.) criado com
sementes de soja. Nos EUA, é comum encontrar o feijão ‘Pinto Bean’ na
composição de várias dietas artificiais.
As fontes de lipídios e esteróis são os óleos vegetais. O óleo de germe de
trigo, de milho, de linhaça e de girassol são os mais utilizados. Quando a exigência
de ácidos linolênico e linoleico é muito alta, como para Elasmopalpus lignosellus
(Zeller), e como esses ácidos puros são caros, opta-se pelo óleo de girassol, mais
rico nos ácidos citados (MENEGUIM et al., 1997).
Entre os carboidratos, sacarose, frutose e glucose são os mais utilizados.
O pH da dieta pode ter papel importante no desenvolvimento de insetos;
assim, um inseto que vive na natureza num meio ácido “preferirá” um pH inferior e
aquele que vive em meio alcalino, uma dieta com pH superior a 7. Além disso,
Funke (1983) mostrou que em meios ácidos, especialmente os fungos,
desenvolvem-se menos, exigindo menor quantidade de anticontaminantes na dieta.
Kasten Junior et al. (1998) e Parra et al. (2001) constataram que o bicho-furão-dos-
citros, Gymnandrosoma aurantianum (Lima), tem a fase larval alongada e maior
mortalidade em dietas com pH mais ácido, daí a preferência do inseto em se
desenvolver em frutos maduros, com pH menos ácidos. O pH, em suma, é
importante para a palatabilidade dos alimentos. Influi na textura, no aroma e na
contaminação por microrganismos. Afeta as reações enzimáticas e não
enzimáticas e pode ser importante na preservação de alimentos (COHEN, 2004)
(ver capítulo 4).
Os antioxidantes utilizados são, em geral, o ácido ascórbico (vitamina C), o α-
tocoferol (vitamina E) e vitamina A. Os efeitos benéficos e deletérios desses
antioxidantes são relatados por Cohen e Crittenden (2004) e por Cohen (2004).
A celulose, quando necessária, dependendo do hábito do inseto, é comprada
como α-celulose (sendo chamada de alfacel). No Brasil, utilizam-se lâminas de
Eucalyptus sulfato branqueadas, trituradas em liquidificador (VENDRAMIM et al.,
1982), levando a ótimos resultados para H. virescens e outras espécies.
Uma relação de misturas vitamínicas e sais minerais utilizados em dietas é
apresentada a seguir (Tabelas 14 e 15). Esse é um dos grandes problemas para
iniciantes em estudos com dietas artificiais no Brasil, pois as misturas não se
encontram Formuladas para venda. Assim, é necessário que se conheça a sua
composição para que elas sejam preparadas em laboratórios ou farmácias de
manipulação.
Tabela 14. Misturas de sais utilizados na criação de insetos com dietas artificiais.
Mistura de sais
Biotina 20 g
Pantotenato de cálcio 1g
Cloreto de colina 50 g
Vitamina A concentrada
(200.000 unidades por grama) 4,500
Vitamina D concentrada
Inositol 5,000
Cloreto de colina 75,000
Menadiona 2,250
Biotina 20,000
Ácido fólico 90,000
Vitamina B12 1,350
Técnicas de criação
Recipientes de criação
A escolha do recipiente de criação pode afetar a sanidade e a nutrição do
inseto. Se os insetos forem criados individualmente, as possibilidades de
alastramento de doenças e contaminação são reduzidas. A criação do inseto
individualizado elimina o canibalismo, embora existam casos em que, mesmo se as
espécies forem gregárias, elas podem se tornar canibais, se os insetos forem
agrupados ou se as dietas forem deficientes.
Nos EUA, os insetos são criados em copos de plástico com capacidade de 30
mL, aproximadamente, e com tampas de papelão (ou de plástico). Existem, ainda,
copos de sorvetes, de papelão ou plástico transparente. Ignoffo e Boening (1970)
descreveram bandejas de plástico, contendo 50 compartimentos individuais (cada
compartimento mede 2,8 cm x 4,1 cm x 1,6 cm e tem um volume de cerca de 15
mL). Essas bandejas, após a colocação da dieta e a inoculação dos insetos, são
fechadas com uma fina camada de plástico transparente, papel alumínio, papel,
etc. Vários outros recipientes têm sido descritos, tendo sido utilizados, para a
multiplicação de larvas e a obtenção de patógenos, até sacos de papel parafinado.
Nos EUA, existem firmas especializadas (p.ex., a Bio-Serv, Inc.) que produzem
esses recipientes em escala comercial, os quais são de baixo custo e descartáveis.
O grande problema de um recipiente é a evaporação da dieta, provocando
alteração da sua textura e palatabilidade. No Brasil, têm-se tentado criações em
recipientes de plástico (tipo copos de café), os quais por causa de sua espessura
fina são muitas vezes perfurados, especialmente por brocas. Os recipientes de
vidro (2,5 cm de diâmetro por 8,5 cm de altura) têm dado bons resultados também
em laboratórios de criação massal de C. flavipes, parasitoide da broca-da-cana, D.
saccharalis.
Na Figura 10 são mostrados alguns tipos de recipientes utilizados para a
criação de insetos com dietas artificiais, incluindo recipientes atualmente
empregados, de plástico e com tampa autoadesiva, de plástico transparente,
permitindo a visualização do inseto e a troca de oxigênio. Um recipiente adequado
para a criação de insetos deve ter as seguintes características: ser barato;
transparente; facilmente encontrado no mercado; feito de material não tóxico ao
inseto e que mantenha umidade.
Figura 10. (1) Alguns recipientes utilizados nos EUA para criação de
insetos (Bio-Serv, Inc.); (2) Recipiente de plástico (A); com cobertura
autoadesiva (B).
Preparo da dieta
O preparo da dieta é feito misturando-se os ingredientes (exceto o ágar) em
água, e batendo-se em liquidificador. O ágar é dissolvido separadamente em água
em ebulição. A seguir, os dois conteúdos são misturados e homogeneizados em
um agitador elétrico. A dieta é transferida ainda quente para recipientes de criação
(no caso, recipientes de vidro). Os anticontaminantes e as vitaminas deverão ser
adicionados à dieta em temperaturas entre 60 °C e 65 °C, para evitar sua
degradação (Figura 11).
Figura 11. Fluxograma geral do preparo de dieta
artificial para criação de insetos.
Obtenção de ovos
São colocados 50 adultos (20 machos e 30 fêmeas) de D. saccharalis em
gaiolas de PVC de 10 cm de diâmetro e 22 cm de altura, revestidas internamente
com papel sulfite umedecido, para receber os ovos, e fechadas com tecido de voile
e elástico ou com uma das partes de uma placa de Petri. Embora muitos forneçam
solução de mel a 10%, renovada a cada dois dias, para adultos, Parra et al. (1999)
demonstraram que eles não precisam de carboidratos, pois a água é mais
importante e suficiente para a colocação normal de ovos. Além da exigência para
postura, a presença de água umedecendo o local da postura é fundamental. Caso
contrário, haverá dessecação dos ovos em razão do grande número de aerópilas
que eles possuem (Figura 12).
Figura 12. Ovos de Diatraea saccharalis,
submetidos a diferentes graus de umidade (A, B e
C): (A) Água e papel molhado; (B) Somente papel
molhado; e (C) Papel seco. Aspectos gerais das
aerópilas (D, E e F): (D) Detalhe das aerópilas no
córion; (E) Detalhe da aerópila aberta; e (F)
Detalhe da aerópila fechada.
Fonte: Parra et al. (1999).
Fotos: Fernando Luiz Cônsoli.
Desenvolvimento da criação
Após a inoculação dos ovos tratados nos tubos com dieta, estes são
acondicionados em suportes de arame ou de madeira (Figura 13). Parte da
população de D. saccharalis é destinada à produção de parasitoides (95%) e parte
(5%) é utilizada para continuação da criação de laboratório. Nesse caso, são
recolhidas as pupas no interior dos tubos de vidro, separadas por sexo e levadas à
gaiola de adultos.
Figura 13. Suportes de arame (A) e de madeira (B) utilizados para criação
de insetos, com tubos de criação. A inclinação no recipiente de madeira é
para que o excesso de água da dieta (logo após o seu preparo) fique retido
no algodão que tampa os tubos (válido, portanto, para algodão hidrófilo).
Fotos: Patrícia Milano.
Formaldeído (37,2%) 2 mL
Solução vitamínica(1) 20 mL
Ágar (1.000 mL de H2O) 36,0 g
Água 450 mL
Solução vitamínica (1)
Niacinamida 1g
Pantotenato de cálcio 1g
Riboflavina 0,50 g
Tiamina 0,25 g
Piridoxina 0,25 g
Ácido fólico 0,10 g
Biotina 0,02 mg
Vitamina B12 (1.000 mg/mL) 2 mL
Continua...
(1)
Em 1.000 mL de água destilada.
Tabela 19. Continuação.
Diatraea saccharalis (Fabr.) (Lepidoptera, Crambidae) (MIHSFELDT; PARRA, 1992)
Componente Quantidade
Farinha de milho 140 g
Germe de trigo 35 g
Levedura de cerveja 37,50 g
Ácido ascórbico 5g
Ácido benzoico 1,25 g
Metilparahidroxibenzoato (nipagin) 1g
Água 400 mL
Ágar 25 g
Água para o Ágar 600 mL
Continua...
Obs.: quantidade suficiente para 100 tubos de criação (8,5 cm x 2,5 cm de diâmetro).
Caseína 35 g
Celulose(2) 5g
Germe de trigo 30 g
Ácido ascórbico 4g
Sacarose 35 g
Aureomicina 0,30 g
Ágar 25 g
Cloreto de colina 1g
Sais de Wesson 10 g
Metilparahidroxibenzoato (nipagin) 1,50 g
Mistura vitamínica 10 mL
Formaldeído 0,50 mL
KOH (4M) 5 mL
Ácido acético glacial 0,13 mL
Água destilada 840 mL
Mistura vitamínica
Niacinamida 1 mg
Pantotenato de cálcio 1 mg
Tiamina 0,25 mg
Riboflavina 0,50 mg
Piridoxina 0,25 mg
Ácido fólico 0,25 mg
Biotina 0,02 mg
Inositol 20 mg
Continua...
(1)
Quantidade suficiente para 100 tubos de criação;
(2)
Lâminas de celulose sulfato branqueadas de Eucalyptus, trituradas em liquidificador.
Obs.: essa quantidade é suficiente para 80 recipientes (tubos de vidro de 2,5 cm diâmetro x 8,5 cm comprimento).
Ágar 46 g
Feijão 250 g
Germe de trigo 200 g
Caseína 75 g
Levedura de cerveja 125 g
Ácido ascórbico 12 g
Mistura vitamínica Vanderzant 20 g
Tetraciclina 250 g
Formaldeído 40% 12 mL
Nipagin 10 mL
Ácido sórbico 6g
Caseína 20 g
Pó de sementes de café-ouro (1)
100 g
Sais de Wesson 2g
Ágar 27 g
Etanol 10 mL
Nipagin 1g
Benzoato de Na 0,8 g
Formaldeído a 37% 2 mL
Continua...
(1)
Sementes de café-ouro são escolhidas, moídas e peneiradas originando partículas de café de 600 mic.
Arginina 400
Asparagina 300
Ácido aspártico 100
Cisteína 50
Cistina 5
Ácido gama aminoisobutírico 20
Ácido glutâmico 200
Glutamina 600
Glicina 20
Histidina 20
Homoserina 800
Isoleucina 200
Leucina 200
Hidrocloreto de lisina 200
Metionina 100
Fenilalanina 100
Prolina 100
Serina 100
Treonina 200
Triptofano 100
Tirosina 20
Valina 200
Vitamina
Biotina 0,1
Pantotenato de cálcio 5
Cloreto de colina 50
Ácido fólico 1
I-inositol 50
Ácido nicotínico 10
Ácido p-aminobenzoico 10
Hidrocloreto de piridoxina 2,5
Riboflavina 5
Hidrocloreto de tiamina 2,5
Ácido ascórbico 10
Sacarose 20.000
Maltose 10.000
Cloreto de magnésio 6H2O 200
Obs.: completar o volume a 100 mL e ajustar o pH a 7,4–7,8 com ácido fosfórico ou hidróxido de potássio.
Niacinamida 1 mg
Pantotenato de cálcio 1 mg
Tiamina 0,25 mg
Riboflavina 0,50 mg
Piridoxina 0,25 mg
Inositol 20 mg
Continua...
Ágar 7g
Água destilada 500 mL
Continua...
(1)
Idêntica àquela utilizada para D. saccharalis.
Celulose 7,5 g
Germe de trigo 45,0 g
Ácido ascórbico 6,0 g
Sacarose 52,5 g
Sais de Wesson 15,5 g
Aureomicina 0,5 g
Instalações
Por mais rústicas que sejam as instalações, para se proceder a uma criação
razoável, em meios artificiais, deverão ser utilizados pelo menos três locais
separados, a saber:
Local para preparo de dieta. Sala adequada para pesagem dos ingredientes e
preparo das dietas. Nesse local será feita também a colocação de ovos ou lagartas
nos recipientes com meio artificial, além do preparo de alimento para adultos.
Local para adultos. Os adultos deverão ser mantidos em local separado, já que
nas escamas de asas de lepidópteros se aloja grande número de microrganismos,
que serão facilmente transportados pelo vento. Os ovos coletados das gaiolas de
adultos deverão ser transferidos para a sala de preparo da dieta, onde serão
tratados com desinfestantes.
Local para desenvolvimento larval. As lagartas serão mantidas neste local até
a pupação, quando as pupas serão transferidas para o local de adultos.
Além desses três locais, convém salientar que os resíduos de dietas deverão
ser eliminados em locais isolados, pois constituem focos de contaminação. As
paredes e os balcões desses locais, bem como as prateleiras, deverão ser
revestidos de azulejo, fórmica, de tal forma que seja permitida a sua limpeza diária
com desinfestantes, produtos quaternários de amônio, hipoclorito de sódio a 5,0%,
formaldeído a 37%–40%, etc. O hipoclorito de sódio é bastante utilizado, pois, além
de barato, apresenta boa estabilidade, solubilidade e baixa toxicidade para
mamíferos. Ademais, sendo um forte oxidante, o hipoclorito de sódio inativa
proteínas e elimina vírus, bactérias, fungos, algas e protozoários. É interessante
também que os pisos recebam um tratamento diário com esses produtos. Pinturas
com epóxi ou material equivalente podem substituir azulejos e fórmicas em
laboratórios de criação. Quando a contaminação dos laboratórios atingir níveis
insustentáveis, que não permitam a manutenção de colônias de insetos,
recomenda-se desinfestação total do ambiente de criação com pastilhas de
paraformaldeído (Paraformax®). Para essa operação, as salas deverão ser
totalmente vedadas e as pastilhas colocadas sobre bico de Bunsen, para liberação
mais rápida do paraformaldeído. Recomendam-se cinco pastilhas/m3, destacando-
se que a sala poderá ser reutilizada 24 horas após a esterilização, com todos os
cuidados que um produto de alta toxicidade exige. Maiores detalhes sobre
instalações para criações de insetos (incluindo massais) consultar Leppla e Ashley
(1978).
Esterilização de equipamentos e recipientes por meio
de agentes físicos
Autoclave. O aquecimento é feito sob pressão (15 libras a 121 °C). O tempo de
esterilização é variável de 10 min a 15 min, dependendo do tipo de material e de
seu volume. É adequado para soluções, tubos de borracha, instrumental, areia,
caixas (não plásticas), etc.
Irradiação. Os raios ultravioleta (UV) (2.650 Å) e gama são suficientes contra
bactérias, fungos e vírus. As lâmpadas de esterilização são de mercúrio e
transmitem a 2.567 Å. Os raios UV são utilizados, também, para plásticos e
parafinas.
Calor seco. As estufas promovem boa esterilização de recipientes de criação,
vidraria, algodão, etc.
Bostrychidae Curculionidae
Coleoptera Anobiidae Dermestidae Tenebrionidae
Bruchidae Cucujidae
Galleriidae
Lepidoptera Gelechiidae
Pyralidae
Fonte: Dunkel e Read (1991).
Esterilização de pupas
A esterilização de pupas poderá ser feita por meio de lavagem em hipoclorito
de sódio, como, por exemplo, a 0,2% por 15 minutos, com posterior lavagem em
água destilada. Segundo Copersucar (1987), os principais contaminantes de dietas
(em recipientes de criação) e em posturas podem ser resumidos baseando-se no
esquema da Figura 14.
Caseína 3,500
Germe de trigo, etc. 3,000
Carboidrato
Sacarose 3,000
Glucose 0,500
Lipídio
Ácido linoléico 0,250
Esterol
Colesterol 0,050
Mineral
Sais de Wesson, etc. 1,000
Vitamina
Mistura de Vanderzant, etc. 2,000
Gelificante e volumoso
Ágar 2,500
Celulose 10,000
Inibidor de microrganismo
Estreptomicina 0,015
Nipagin (metilparahidroxibenzoato) 0,112
Ácido sórbico, etc. 0,300
Água 72,170
KOH 4M 0,500
Fonte: Singh (1983).
Avaliação de dietas artificiais
Existem várias formas de avaliar se uma dieta é adequada, destacando-se
critérios morfológicos, critérios biométricos, critérios nutricionais e tabela de vida.
Critérios morfológicos
O aparecimento de uma anomalia morfológica pode ser a manifestação de
uma dieta desfavorável. House (1963) referiu algumas anomalias e a sua
associação com deficiências nutricionais (Tabelas 24, 25 e 26).
Forma geral
Adulto - -
Larva, ninfa - -
Pupa - -
Abdome + -
Olhos +
Cabeça - +
Pernas +
Terminália - +
Tórax -
Asas - - - - -
Atividade
Paralisação - - -
Geral - - - -
apetite -
Emergência - -
Excreção(fezes) - - -
Ecdise - - -
Pigmentação
Corpo - - -
Olhos - + -
Tumores + + -
Reprodução - -
(1)
Paralisação de movimento; coloração anormal; anomalias morfológicas.
(2)
+ = excesso; - = falta ou deficiência do nutriente.
Fonte: House (1963).
Anormalidade
Falta de
Proteína Aminoácido Carboidrato Lipídio Esterol Vitamina Mineral Água
alimento
Metabolismo
geral
Carboidrato + - + -
Gordura - -
Nitrogênio - -
Urato + - -
Tecido
Adiposo + - - -
Intestinal - -
Sangue - - -
Oenócito - -
Integumento - - -
Tubos de
-
Malpighi
Corpora allata -
Ovário - -
Oócito - - - -
(1)
Tecidos: células e microestruturas (detectáveis somente por técnicas histológicas ou histoquímicas).
(2)
+ = excesso; - = falta ou deficiência do nutriente.
Fonte: House (1963).
Canal alimentar
pH
inchaço -
digestão - -
Excreção
ácido úrico -
(1)
Anomalias não visíveis a olho nu (mudanças em pH, pressão osmótica ou composição química).
(2)
+ = excesso; - = falta ou deficiência do nutriente.
Fonte: House (1963).
Critérios biométricos
Para um inseto holometabólico podem ser utilizados os seguintes parâmetros:
fase de ovo (período de incubação ou de desenvolvimento embrionário; viabilidade
da fase ou mortalidade (%); coloração que pode ser variável conforme a dieta e
mesmo servir como uma indicação, se houver ou não fertilização). Os ovos são
muito sensíveis ao ressecamento e devem ser mantidos em locais (papel de filtro
umedecido, por exemplo) com umidade relativa superior a 60%.
Na fase larval (número de ínstares determinado pela medição da largura da
cápsula cefálica para lepidópteros, (PARRA; HADDAD, 1989; HADDAD et al.,
1999) (Figura 16): duração de cada ínstar; duração do período larval; viabilidade ou
mortalidade larval (%); deformações (%); e presença de patógenos).
Figura 16. Ciclo biológico de Bonagota cranaodes (ovo-adulto) e número
de ínstares, com as respectivas durações e medidas de cápsulas cefálicas.
25 °C, 60% ± 10% de UR e fotofase de 14h. As setas indicam os ínstares
da espécie.
Fonte: Parra et al. (1995).
Na fase pupal (duração do período pupal); peso de pupas com idade fixa –
esse tipo de observação é importante, por existir estreita correlação entre peso de
pupas e capacidade de postura; viabilidade pupal (%); razão sexual (rs) e
deformações. As pupas podem ser sensíveis à dessecação e devem ser mantidas
em locais com umidades relativas altas, 75% a 85%. Umidades acima de 85%
favorecem o desenvolvimento da patógenos, especialmente fungos e bactérias. As
pupas perdem água com o passar do tempo (Figura 17). Essa é a razão pela qual
a pesagem deve ser feita com idade fixa (p. ex., 24h, 48h). Para facilitar a pupação,
recomenda-se colocar areia no fundo do recipiente de criação ou uma mistura de
uma parte de vermiculita para duas partes de areia. Pode-se, para alguns
holometabólicos, estudar a fase de pré-pupa. É considerada pré-pupa, segundo
Torre-Bueno (1978), “um ínstar quiescente entre o fim do período larval e o período
pupal ou um estágio larval ativo mas que não se alimenta”. Assim, quando houver
interesse, podem ser determinadas a duração (geralmente curta) e a viabilidade do
período de pré-pupa. Na prática, considera-se como pré-pupa a partir do momento
em que a larva de último ínstar cessa a alimentação.
Critérios nutricionais
Os índices nutricionais mais utilizados são aqueles propostos por Waldbauer
(1968) e revistos por Kogan e Cope (1974); Scriber e Slansky Junior (1981) com
considerações analíticas por Raubenheimer e Simpson (1992); Horton e Redak
(1993) Simpson e Raubenheimer (1995) e Beaupre e Dunham (1995) (ver capítulo
2).
Tabela de vida
Para a comparação de dietas, normalmente, é utilizada a tabela de vida de
fertilidade (SILVEIRA NETO et al., 1976; GUTIERREZ, 1996). Para a elaboração
de tabelas de vida de fertilidade devem ser avaliados os seguintes parâmetros
biológicos: duração do período ovo-adulto; viabilidade das fases imaturas; período
de pré-oviposição; razão sexual; mortalidade diária de machos e fêmeas;
capacidade de postura diária.
Para esse tipo de comparação, devem ser observados, no mínimo, 20 casais
por dieta analisada. Salvadori e Parra (1990) compararam quatro dietas para
Pseudaletia sequax Franclemont, baseando-se em tabela de vida de fertilidade,
observando valores da taxa líquida de reprodução (Ro) (número de vezes que a
população aumenta a cada geração) e de razão finita de aumento (») (número de
indivíduos adicionados à população por fêmeas que darão fêmeas) bastante
diferentes e suficientes para identificar as duas dietas artificiais mais adequadas (1
e 2) em relação ao alimento natural (trigo) (4) (Tabela 27). Nalim (1991) utilizou o
mesmo critério para selecionar uma dieta para S. frugiperda. Hoje, testes como
Jacknife e Boostrap (GUTIERREZ, 1996), permitem a comparação dos resultados
obtidos em tabelas de vida de fertilidade. Há casos em que os quatro critérios
(morfológicos, biométricos, nutricionais e tabela de vida) não são suficientes para
definir a melhor dieta para uma determinada espécie de inseto. Nesse caso,
recorre-se a outro tipo de análise, sendo os mais comuns a análise de
agrupamento (cluster analysis) e a dos componentes principais (Figuras 19 e 20).
Tabela 27. Taxa líquida de reprodução (Ro), duração de cada geração (T),
capacidade inata de aumentar em número (rm) e razão finita de aumento (λ) de
Pseudaletia sequax em diferentes dietas.
Dieta Ro T (dias) rm λ
1(1) 282,63 57,9 0,097481 1,10239
Referências
ABBASI, B. H.; AHMED, K.; KHALIQUE, F.; AYUB, N.; LIV, H.J.; KAZMI, S. A. R.; NAUMAN, M. Rearing the
coton boll worn, Helicoverpa armigera, on a tapioca-based artificial diet. Journal of Insect Science, Tucson, v.
7, p. 1-7, 2007.
ALVERSON, J.; COHEN, A. C. Effect of antifungal agents on biological fitness of Lygus hesperus Knight
(Heteroptera: Miridae). Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 95, p. 256-260, 2002.
ANDERSON, T. E.; LEPPLA, N. C. Advances in insect rearing for research and pest management. Boulder:
Westview, 1992. 517 p.
ASHBY, M. D.; P. SINGH. A glossary of insect rearing terms. Wellington: SIPC. SDSIR, 1987, 46 p. (DSIR
Bulletin, 239).
AVE, D. A. Stimulation of feeding: insect control agents in regulatory mechanisms in insect feeding. In:
CHAPMAN, R. F.; BOER, G. de. (Ed.). Regulatory mechanisms in insect feeding. New York: Champan &
Hall, 1995. p. 345-363.
ÁVILA, C. J.; TABAI, A. C. P.; PARRA, J. R. P. Comparação de técnicas para criação de Diabrotica speciosa
(Germar) (Coleoptera: Chrysomelidae) em dietas natural e artificial. Anais da Sociedade Entomológica do
Brasil, Londrina, v. 29, p. 257-267, 2000.
BEAUPRE, S. J.; DUNHAM, A. E. A comparison of ratio-based and covariance analyses of a nutritional data
set. Functional Ecology, London, UK, v. 9, p. 876-880, 1995.
BELLOWS, T. S.; FISHER, T. W. (Ed.). Handbook of biological control. San Diego: Academic, 1999. 1046 p.
BENTO, F. M. M.; MAGRO, S. R.; FORTES, P.; ZÉRIO, N. G.; PARRA, J. R. P. Biologia e tabela de vida de
fertilidade de Agrotis ipsilon em dieta artificial. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 42, p. 1369-
1372, 2007.
BLEICHER, E.; PARRA, J. R. P. Efeito do hospedeiro de substituição e da alimentação na longevidade de
Trichogramma sp. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 26, p. 1845-1850, 1991.
BOURTZIS, K.; MILLER, T. A. Insect symbiosis. Boca Raton: CRC, 2003. 347 p.
BRUES, C. T. Insect dietary: an account of the food habits of insects. Cambridge: Harvard University, 1946.
466 p.
BUENO, V. H. P. Controle biológico de pragas: produção massal e controle de qualidade. Lavras: UFLA,
2000. 196 p.
CAMPO, C. B. H.; OLIVEIRA, E. B.; MOSCARDI, F. Criação massal da lagarta da soja (Anticaria
gemmatalis). Londrina: Embrapa Soja, 1985. 23 p. (Embrapa Soja. Documentos,10).
CHAGAS, M. C. M.; PARRA, J. R. P.; MILANO, P.; NASCIMENTO, A. M.; PARRA, A. L. G. C.; YAMAMOTO, P.
T. Ageniaspis citricola: criação e estabelecimento no Brasil. In: PARRA, J. R. P.; BOTELHO, P. S. M.; CORRÊA-
FERREIRA, B. S.; BENTO, J. M. S. (Ed.). Controle biológico no Brasil: parasitóides e predadores. São
Paulo: Manole, 2002. p. 377-394.
CHAMBERS, D. L. Quality control in mass rearing. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 22, p. 289-
308, 1977.
CHAPMAN, R. F. The insects: structure and function. 3th ed. Cambridge: Harvard University, 1982. 919 p.
COHEN, A. C. Extra-oral digestion in predatory arthropods. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 40, p.
85-103, 1995.
COHEN, A. C. Insect diets: science and technology. Boca Raton: CRC, 2004. 324 p.
COHEN, A. C. Simple method for rearing the insect predator Geocoris punctipes (Heteroptera: Lygaeidae) on a
meat diet. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 78, p. 1173-1175, 1985.
COHEN, A. C. Solid-to-liquid feeding: the inside(s) story of extra-oral digestion in predaceous Artrhopoda. The
American Entomologist, Lanham, v. 44, p. 103-116, 1998.
COHEN, A. C.; CRITTENDEN, P. Deliberately added and “cryptic” antioxidants in three artificial diets for insects.
Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 97, p. 265-272, 2004.
CÔNSOLI, F. L.; PARRA, J. R. P. Development of an oligidic diet for in vitro rearing of Trichogramma galloi
Zucchi and Trichogramma pretiosum Riley. Biological Control, Amsterdam, NL, v. 8, p. 172-176, 1997a.
CÔNSOLI, F. L.; PARRA, J. R. P. “In vitro” rearing of parasitoids: constraints and perspectives. Trends in
Entomology, Trivadrum, v. 2, p. 19-32, 1999b.
CÔNSOLI, F. L.; PARRA, J. R. P. Biology and parasitism of T. galloi Zucchi and T. pretiosum Riley reared “in
vitro” and “in vivo”. Annals of the Entomological Society of América, Lanham, v. 89, p. 828-834, 1996b.
CÔNSOLI, F. L.; PARRA, J. R. P. Comparison of hemolymph and holotissues of different species of insect as
diet components for in vitro rearing of Trichogramma galloi Zucchi and T. pretiosum Riley. Biological Control,
Amsterdam, NL, v. 6, p. 401-406, 1996a.
CÔNSOLI, F. L.; PARRA, J. R. P. Criação in vitro de parasitóides e predadores. In: PARRA, J. R. P.; BOTELHO,
P. S. M.; CORRÊA-FERREIRA, B. S.; BENTO, J. M. S. (Ed.). Controle biológico no Brasil: parasitóides e
predadores. São Paulo: Manole, 2002. p. 249-271.
CÔNSOLI, F. L.; PARRA, J. R. P. Development of an artificial host egg for in vitro egg laying Trichogramma
galloi and T. pretiosum using plastic membranes. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 91,
p. 327-336, 1999a.
CÔNSOLI, F. L.; PARRA, J. R. P. Produção “in vitro” de parasitóides: criação de Trichogramma galloi Zucchi
and T. pretiosum Riley, no Brasil. In: PARRA, J. R. P.; ZUCCHI, R. A. (Ed.). Trichogramma e o controle
biológico aplicado. Piracicaba: Fealq, 1997b. p. 259-302.
COPERSUCAR. Guia prático ilustrado para identificação e controle de contaminantes em insetários.
São Paulo, 1987. 31 p. (Copersucar. Boletim Técnico. Edição Especial).
COSTA, A. S. Criação de Insetos Vetores para estudos de transmissão de fitoviroses. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 6., 1980, Campinas. Anais... Campinas: Fundação Cargill, 1980. p. 157-
183.
COSTA, M. M. L. Técnicas de criação de Nezara viridula (L., 1758) e sua relação com o parasitóide
Eutrichopodopsis nitens Blanchard 1966. 1991. 134 p. Tese (Mestrado) – Esalq, Universidade de São Paulo,
Piracicaba.
DADD, R. H. Nutrition organisms. In: KERKUT, G. A.; GILBERT, L. I. (Ed.). Comprehensive insect
physiology, biochemistry and pharmacology. Oxford: Pergamon, 1985. v. 4. p. 313-390.
DADD, R. H. Qualitative requirements and utilization of nutrients: insects. In: RECHCIGL JUNIOR, M. (Ed.).
Handbook series in nutrition and food. Cleveland: CRC, 1977. v. 1. p. 305-346.
DAI, X. J.; MA, Z. J.; ZHANG, L. W.; CAO, A. H. Utilization of artificial host egg-wasps for control of insect pest
in agriculture and forestry. In: INTERNATIONAL CONGRESS OF ENTOMOLOGY, 19., 1992, Beijing,
Proceedings… Beijing: [s.n.], 1992. p. 191.
DEGASPARI, N.; BOTELHO, P. S. M.; ALMEIDA, L. C.;CASTILHO, H. J. Biologia de Sphenophorus levis
Vaurie, 1987 (Col: Curculionidae) em dieta artificial e no campo: relatório anual da Coordenadoria Regional–
Sul: Entomologia. Boletim técnico Planalsucar, Piracicaba, v. 2, p. 291-309, 1983.
DICKERSON, W. A.; HOFFMAN, J. D.; KING, E. G.; LEPPLA, N. C.; ODDEL, J. M. Arthropod species in culture
in the United States and other countries. Bulletin of the Entomological Society of America, Lanham, 1980.
93p.
DICKERSON, W. A.; LEPPLA, N. C. The insect rearing group and the development of insect rearing as a
profession. In: ANDERSON, T. E.; LEPPLA, N. C. (Ed.). Advances in insect rearing for research and pest
management. Boulder: Westview, 1992. p. 3-7.
DOUGHERTY, E. C. Introduction to axenic culture of invertebrate metazoan: a goal. Annals of the New York
Academy of Sciences, New York, v. 77, p. 27-54, 1959.
DUNKEL, F. V.; READ, N. R. Review of the effects of sorbic acid on insect survival in rearing diets with
reference to other antimicrobials. The American Entomologist, Lanham, v. 37, p. 172-173, 1991.
EDWARDS, D. R.; LEPPLA, N. C.; DICKERSON, W. A. Arthropod species in culture. Bulletin of the
Entomological Society of America, Lanham, 1987. 49 p.
ETZEL, L. K.; LEGNER, E. F. Culture and colonization. In: BELLOWS, T. S.; FISHER, T. W. (Ed.). Handbook of
biological control. San Diego: Academic, 1999. p. 125-197.
FEENY, P. Biochemical coevolution between plants and their insect herbivores. In: GILBERT, L.E.; RAVEN, P.
H. (Ed.). Coevolution of animals and plants. Austin: The University of Texas, 1975, p. 3-19.
FINNEY, G. L.; FISHER, T. W. Culture of entomophagous insects and their host. In: De BACH, P.; SCHLINGER,
E. I. (Ed.). Biological control of insect pests and weeds. London, UK: Chapman & Hall, 1964. p. 328-355.
FORTES, P.; MAGRO, S. R.; PANIZZI, A. R.; PARRA, J. R. P. Development of dry artificial diet for Nezara
viridula (L.) and Euschistus heros (Fabricius) (Heteroptera: Pentatomidae). Neotropical Entomology, Londrina,
v. 35, p. 567-572, 2006.
FRAENKEL, G. The nutritional value of green plants for insects. In: INTERNATIONAL CONGRESS OF
ENTOMOLOGY, 9., August, 1951, Amsterdam. Transactions… The Hague: W. Junk. 1953. v. 2. p. 90-100.
FROST, B. R. Insect life and insect natural history. New York: Dover, 1959. 526 p.
FUNKE, B. R. Mold. control for insect-rearing media. Bulletin of the Entomological Society of America,
Lanham, v. 29, p. 41-44, 1983.
GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R. P. L.; BAPTISTA, G. C. de; BERTI FILHO, E.;
PARRA, J. R. P.; ZUCCHI, R. A.; ALVES, S. B.; VENDRAMIM, J. D.; MARCHINI, L. C.; LOPES, J. R. S.;
OMOTO, C. Entomologia agrícola. Piracicaba: Fealq, 2002. 920 p.
GARCIA, M. S.; PARRA, J. R. P. Comparação de dietas artificiais, com fontes protéicas variáveis, para criação
de Ecdytolopha aurantiana (Lima) (Lepidoptera: Tortricidae). Anais da Sociedade Entomológica do Brasil,
Londrina, v. 28, p. 219-232, 1999.
GOMES, S. M.; GRENIER, S.; GUILLAUD, J.; PARRA, J. R. P. Desenvolvimento de Trichogramma pretiosum
Riley 1879 em meios artificiais. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 19., 2002, Manaus.
Resumos… Manaus: SEB, 2002. p. 53.
GREENE, G. L.; LEPPLA, N. C.; DICKERSON, W. A. Velvetbean caterpillar: a rearing procedure and artificial
medium. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 69, p. 487-488, 1976.
GREGORY, J. F. Vitamins. In: FENEMMA, O. R. (Ed.). Food chemistry. New York: Marcel Dekker, 1996. p.
531-613.
GRENIER, S. A. Desenvolvimento e produção “in vitro” de Trichogramma. In: PARRA, J. R. P.; ZUCCHI, R. A.
(Ed.). Trichogramma e o controle biológico no Brasil. Piracicaba: Fealq: Fapesp, 1997. p. 235-258.
GRENIER, S. In vitro rearing of parasitoid insects. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 14.,
Piracicaba, 1993. Anais… Londrina: Sociedade Entomológica do Brasil, 1993. p. 17-27.
GRENIER, S. Rearing of Trichogramma and other egg parasitoids on artificial diets. In: WAJNBERG, E.;
HASSAN, S. A. (Ed.). Biological control with egg parasitoids. Wallingford: CAB International, 1994. p. 73-92.
GUTIERREZ, A. P. Applied population ecology: a supply demand approach. New York: John Wiley, 1996.
300 p.
HADDAD, M. L.; PARRA, J. R. P. Métodos para estimar os limites térmicos e a faixa ótima de
desenvolvimento das diferentes fases do ciclo evolutivo dos insetos. Piracicaba: Fealq, 1984. 12 p.
HADDAD, M. L.; PARRA, J. R. P.; MORAES, R. C. Métodos para estimar os limites térmicos inferior e
superior de desenvolvimento de insetos. Piracicaba: Fealq, 1999. 29 p.
HEIMPEL, G. E.; ROSENHEIM, J. A.; KATTARI, D. Adult feeding and lifetime reprodutive success in the
parasitoid Aphytis melinus. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 83, p. 305-315, 1997.
HENSLEY, S. D.; HAMMOND, A. M. Laboratory techniques for rearing the sugar cane borer on an artificial diet.
Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 61, p. 1742-1743, 1968.
HORTON, D. R.; REDAK, R. A. Further comments on analysis of covariance in insect dietary studies.
Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 69, p. 263-275, 1993.
HOUSE, H. L. Insect nutrition. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 6, p. 13-16, 1961.
HOUSE, H. L. Nutritional diseases. In: STEINHAUS, E. A. (Ed.). Insect pathology: an advanced treatise. New
York: Academic, 1963. v. 1, p. 133-160.
HOUSE, H. L. Nutritional of natural enemies. In: RIDGWAY, R. L.; VINSON, S. B. (Ed.). Biological control by
augmentation of natural enemies. New York: Plenum, 1977. p. 151-182.
HOUSE, H. L. The role of nutritional principles in biological control. Canadian Entomologist, Ottawa, v. 98, p.
1121-1134, 1966.
HOY, M. A.; NOWIERSKI, P.; JOHNSON, M. W.; FLEXNER, J. L. Issues and ethics in commercial releases of
natural enemies. The American Entomologist, Lanham, v. 37, p. 74-75, 1991.
IGNOFFO, C. M.; BOENING, O. P. Compartmented disposable plastic trays for rearing insects. Journal of
Economic Entomology, Lanham, v. 63, p. 1696-1697, 1970.
JONES JUNIOR, W. A.; JACKSON, C. G. Mass production of Anaphes iole for augmentation against Lygus
hesperus: effects of food on fecundity and longevity. Sowthwestern Entomologist, Dallas, v. 15, p. 463-468,
1990.
JUSTI JUNIOR, J. Desenvolvimento de uma dieta artificial e técnicas de criação de Helicoverpa zea
(Boddie, 1850) em laboratório. 1993. 76 p. Tese (Mestrado) – Esalq, Universidade de São Paulo, Piracicaba.
KAINOH, Y.; BOWN, J. J. Aminoacids as oviposition stimulants for the egg-largal parasitoid Chelonus sp. near
curvimoculatris (Hymenoptera: Braconidae). Biological Control, Amsterdam, NL, v. 4, p. 22-25, 1994.
KASTEN JUNIOR, P.; MOLINA, R. M. S.; IAROSSI, A. R.; PARRA, J. R. P. Efeitos do pH no desenvolvimento
de Ecdytolopha aurantiana (Lepidoptera, Tortricidae). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA,
17., 1998, Rio de Janeiro. Resumos… Rio de Janeiro: [s.n], 1998. p. 658.
KASTEN JUNIOR, P.; PRECETTI, A. A. C. M.; PARRA, J. R. P. Dados biológicos comparativos de Spodoptera
frugiperda (J.E. Smith, 1797) em duas dietas artificiais e substrato natural. Revista Agricultura, Piracicaba, v.
53, p. 68-78, 1978.
KING, E. G.; LEPPLA, N. C. (Ed.). Advances and challenges in insect rearing. New Orleans: Agricultural
Research Service Southern Region-U.S. Dept. of Agriculture, 1984. 306 p.
KNIPLING, E. F. The basic principles of insect population suppression and management. Washington,
DC: Usda: ARS, 1979. 659 p.
KOGAN, M.; COPE, D. Feeding and nutrition associated with soybeans. 3. Food intake, utilization and growth in
the soybean looper Pseudoplusia includens. Annals of the Entomological Society of América, Lanham, v.
67, p. 66-72, 1974.
KOGAN, N. Criação de insetos: bases nutricionais e aplicações em programas de manejo de pragas. In:
RAMIRO, Z. A.; GRAZIA, J.; LARA, F. M. (Ed.). CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 6., 1980,
Campinas. Anais… Campinas: Fundação Cargill, 1980. p. 45-75.
KUNKEL, H. Membrane feeding system in aphid research. In: HARRIS, K. F. E.; MARAMOROSCH, K. (Ed.).
Aphis as virus vectors. New York: Academic, 1977. p. 311-338.
LEPPLA, N. C. Gelling agents for insect diet: from mush to medium. Frass Newsletter, Gainesville, v. 8, p. 1-3,
1985.
LEPPLA, N. C.; ADAMS, F. Insect mass-rearing technology: principles and applications. New York: [s.n.],
1987. 20 p.
LEPPLA, N. C.; ASHLEY, T. R. (Ed). Facilities for insect research and production. Washington, DC: Usda,
1978. 86 p. (Technical Bulletin, 1576).
LI-LI-YING; LIU WEN-HUI; CHEN CHAO-SHIAN; HAN SHI-TZOU; SHIN JIA-CHI; DU HANSU; FENG SHU-YI.
In vitro rearing Trichogramma spp., Anastatus sp. in artificial “eggs” and the methods of mass production. In:
INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON TRICHOGRAMMA AND OTHER EGGS PARASITES, 2., Guangzhou.
Abstracts… Paris, FR: Inra, 1986.
LIPKE, H.; FRAENKEL, G. Insect nutrition. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 1, p. 17-44, 1956.
LIU, WENHUI; SHUO YANG WEN; LI-LI-YING. Lyophilized diets for in vitro rearing Trichogramma dendrolimi &
Bracon greeni. In: INTERNATIONAL CONGRESS OF ENTOMOLOGY, 19., 1992, Beijing. Proceedings...
Beijing: [s.n.], 1992, p. 321.
MACKAUER, M. Genetic aspects of insect production. Entomophaga, Amsterdam, NL, v. 17, p. 27-48, 1972.
MAGRINI, E. A.; BOTELHO, P. S. M.; PARRA, J. R. P.; HADDAD, M. L. Comparação de dietas artificiais para
criação massal de Anagasta kuehniella (Zeller) (Lepidoptera: Pyralidae). Anais da Sociedade Entomológica
do Brasil, Londrina, v. 22, p. 361-371, 1993.
MAGRO, S. R.; DIAS, A. B.; TERRA, W. R.; PARRA, J. R. P. Biological, nutritional and histochemical basis for
improving an artificial diet for Bracon hebetor Say (Hymenoptera: Braconidae). Neotropical Entomology,
Londrina, v. 35, p. 215-222, 2006.
MAGRO, S. R.; PARRA, J. R. P. Comparison of artificial diets for rearing Bracon hebetor Say (Hymenoptera:
Braconidae). Biological Control, Amsterdam, NL, v. 29, p. 341-347, 2004.
McFARLANE, J. E. Vitamins E and K in relation to growth of the house cricket (Orthoptera: Grylidae). The
Canadian. Entomologist, Ottawa, v. 109, p. 329-330, 1978.
MENEGUIM, A. M.; PARRA, J. R. P.; HADDAD, M. L. Comparação de dietas artificiais, contendo diferentes
fontes de ácidos graxos, para criação de Elasmopalpus lignosellus (Zeller) (Lepidoptera: Pyralidae). Anais da
Sociedade Entomológica do Brasil, Londrina, v. 26, p. 35-43, 1997.
MILANEZ, J. M. Técnicas de criação e bioecologia de Diabrotica speciosa (Germar, 1824) (Coleoptera:
Chrysomelidae). 1995. 102 p. Dissertação (Mestrado) - Esalq, Universidade de São Paulo, Piracicaba.
MILANO, P. Influência da nutrição e temperatura na reprodução de representantes de Noctuidae,
Crambidae, Tortricidae e Elachistidae. 2008, 75p.Tese (Doutorado em Entomologia) – Esalq, Universidade
de São Paulo, Piracicaba, 2008.
MONNERAT, R. G. Parâmetros bionômicos do bicudo-de-algodoeiro criado em dieta artificial para a realização
de bioensaios. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, Brasília, DF, v. 29, p. 1-12, 2002.
MORETI, A. C. C. C.; PARRA, J. R. P. Biologia comparada e controle de qualidade de Heliothis virescens
(Fabr., 1781) (Lepidoptera-Noctuidae) em dietas natural e artificial. Arquivos do Instituto Biológico, São
Paulo, v. 50, p. 7-15, 1983.
NALIM, D. M. Biologia, nutrição quantitativa e controle de qualidade de populações de Spodoptera
frugiperda (J.E. Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae) em duas dietas artificiais. Piracicaba, 1991. 150 p.
Tese (Doutorado) – Esalq, Universidade de São Paulo.
NANTES, J. F. D.; PARRA, J. R. P. Influência da alimentação sobre a biologia de Perileucoptera coffeella
(Guérin Menèville, 1842) (Lepidoptera, Lyonetiidae). Científica, Jaboticabal, v. 6, p. 263-268, 1978.
NAVA, D. E. ; PARRA, J. R. P. Microlepidóteros pragas dos citros: bioecologia, danos e controle. São Paulo:
A. S. Pinto, 2005. 8 p.
NAVA, D. E.; FORTES, P.; OLIVEIRA, D. G.; VIEIRA, F. T.; IBELLI, T. M.; GUEDES, J. V. C.; PARRA, J. R. P.
Platynota rostrana (Walker) (Tortricidae) and Phidotricha erigens (Pyralidae) artificial diets effects on biological
cycle. Brazilian Journal of Biology, São Carlos, v. 66, p. 29-41, 2006.
NAVA, D. E.; PARRA, J. R. P. Biologia de Stenoma catenifer Walsingham (Lepidoptera: Elachistidae) em dieta
natural e artificial e estabelecimento de um sistema de criação. Neotropical Entomology, Londrina, v. 34, p.
751-759, 2005.
NETTLES, W. C. Effects of soyflour, bovine serum albumin and three amino acid mixtures on growth and
development of Eucelatoria bryani (Diptera: Tachinidae) rearing on artificial diets. Environmental Entomology,
Lanham, v. 15, p. 1111-1115, 1986.
PANIZZI, A. R.; PARRA, J. R. P.; SANTOS, C. H.; CARVALHO, D. R. Rearing the southern green stink bug
using an artificial dry diet and an artificial plant. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 35, p. 1709-
1715, 2000.
PARRA, J. R P.; HADDAD, M. L. Determinação do número de ínstares de insetos. Piracicaba: Fealq, 1989.
49 p.
PARRA, J. R. P. A biologia de insetos e o manejo de pragas: da criação em laboratório à aplicação em campo.
In: GUEDES, J. C.; COSTA, I. D.; CASTIGLIONI, E. (Org.). Bases e técnicas do manejo de insetos. Santa
Maria: UFSM-CCR-DFS, 2000. p 1-29.
PARRA, J. R. P. A prática do controle biológico de pragas no Brasil. In: PINTO, A. S.; NAVA, D. E.; ROSSI, M.
M.; MALERBO-SOUZA, D. T. Controle biológico de pragas na prática. Piracicaba: CP2, 2006. p. 11-24.
PARRA, J. R. P. Consumo e utilização de alimentos por insetos. In: PANIZZI, A. R.; PARRA, J. R. P. (Ed.).
Ecologia nutricional de insetos e suas aplicações no manejo de pragas. São Paulo: Manole: CNPq, 1991.
p. 9-65.
PARRA, J. R. P. Criação de insetos para estudos com patógenos. In: ALVES, S. B. (Ed.). Controle microbiano
de insetos. Piracicaba: Fealq, 1998. p. 1015-1038.
PARRA, J. R. P. Criação massal de inimigos naturais. In: PARRA, J.R.P.; BOTELHO, P. S. M.; CORRÊA-
FERREIRA, B. S.; BENTO, J. M. S. (Ed.). Controle biológico no Brasil: parasitóides e predadores. São
Paulo: Manole, 2002. p. 143-164.
PARRA, J. R. P. Criação massal de inimigos naturais. In; BASTOS, P. B.; BATISTA FILHO, A.; LEITE, L. G.
(Coord.). II Ciclo de Palestras sobre Controle Biológico de Pragas. Campinas: Fundação Cargill, 1992a. p.
5-20.
PARRA, J. R. P. Mass rearing of natural enemies. In: Capinera, J. L. (Org.). Encyclopedia of entomology.
Dordrecht: Springer, 2008. v. 3. p. 2301-2305.
PARRA, J. R. P. O controle biológico aplicado como um componente do manejo de pragas. In: ARAÚJO, M. C.
P.; COELHO, G. C.; MEDEIROS, L. (Org.). Interações ecológicas e biodiversidade. Ijuí: Editora da Unijuí,
1997. p. 179-197.
PARRA, J. R. P. O controle biológico aplicado e o manejo integrado de pragas. In: SIMPÓSIO DE
AGRICULTURA ECOLÓGICA, 1., 1993. [Anais...] Campinas: IAC, Fundação Cargill, 1993. p. 116-139.
PARRA, J. R. P. Situação atual e perspectivas do controle biológico, através de liberações inundativas no
Brasil. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 27, p. 271-279, 1992b.
PARRA, J. R. P. Técnicas de criação de insetos para programas de controle biológico. Piracicaba: USP-
Esalq-Fealq, 2007. 133 p. (Apostila).
PARRA, J. R. P. Técnicas de criação e produção massal de inimigos naturais. In: CROCOMO, W. B. (Ed.).
Manejo integrado de pragas. Botucatu: Unesp, 1990. p. 177-146.
PARRA, J. R. P.; CARVALHO, S. M. Biologia e nutrição quantitativa de Spodoptera frugiperda (J.E. Smith,
1797) em meios artificiais compostos de diferentes variedades de feijão. Anais da Sociedade Entomológica
do Brasil, Porto Alegre, v. 13, p. 305-319, 1984.
PARRA, J. R. P.; CÔNSOLI, F. L. Criação massal e controle de qualidade de parasitóides de ovos. In: BUENO,
V. H. (Ed.). Controle biológico de pragas: produção massal e controle de qualidade. Lavras: Ufla, 2009. No
prelo.
PARRA, J. R. P.; CÔNSOLI, F. L. In vitro rearing of Trichogramma pretiosum Riley, 1879. Ciência e Cultura,
Campinas, v. 44, p. 407-409, 1992.
PARRA, J. R. P.; EIRAS, A. E.; HADDAD, M. L.; VILELA, E. F.; KOVALESKI, A. Técnica de criação de
Phtheochroa cranaodes Meyrick (Lepidoptera: Tortricidae) em dieta artificial. Revista Brasileira de Biologia,
São Carlos, v. 55, p. 537-543, 1995.
PARRA, J. R. P.; KASTEN JUNIOR, P.; MOLINA, R. M. S.; HADDAD, M. L. Efeito do pH no desenvolvimento do
bicho-furão. Laranja, Cordeirópolis, v. 22, p. 321-332, 2001.
PARRA, J. R. P.; MIHSFELDT, L. H. Comparison of artificial diets for rearing the sugarcane borer. In:
ANDERSON, T. E.; LEPPLA, N. C. (Ed.). Advances in insect rearing for research and pest management.
Boulder: Westview, 1992. p. 195-209. 519 p.
PARRA, J. R. P.; MILANO, P.; CÔNSOLI, F. L.; ZÉRIO, N. G.; HADDAD, M. L. Efeito de nutrição de adultos e da
umidade na fecundidade de Diatraea saccharalis (Fabr.) (Lepidoptera: Crambidae). Anais da Sociedade
Entomológica do Brasil, Londrina, v. 28, p. 49-57, 1999.
PARRA, J. R. P.; ZUCCHI, R. A. Trichogramma in Brazil: feasibility of use after twenty years of research.
Neotropical Entomology, Londrina, v. 33, p. 271-281, 2004.
PARRA, J. R. P.; ZUCCHI, R. A. Uso de Trichogramma no controle de pragas. In: Atualização sobre métodos
de controle de pragas. Piracicaba: Esalq-Fealq, 1986. p.54-75.
PARRA, J.R.P.; BENTO, J.M.S.; CHAGAS, M.C.M.; YAMAMOTO, P.T. O controle biológico da larva minadora-
dos-citros. Visão Agrícola, Piracicaba, v. 2 , p. 64-67, 2004.
PARRELLA, M. P.; HEINZ, K. M.; NUNNEY, L. Biological control through augmentative releases of natural
enemies: a strategy whose time has come. The American Entomologist, Lanham, v. 38, p. 172-178, 1992.
PASINI, A.; PARRA, J. R. P.; LOPES, J. M. Dieta artificial para criação de Doru luteipes (Scudder) (Dermaptera:
Forficulidae), predador da lagarta-de-cartucho-do-milho, Spodoptera frugiperda(J.E. Smith)
(Lepidoptera:Noctuidae). Neotropical Entomology, Londrina, v. 36, p. 308-311, 2007.
PEDROSO, A. S. Dados bionômicos de Ceratitis capitata Wied, 1824 (Díptera: Tephritidae) obtidos em
laboratório em regime de dieta artificial. 1972. 127 p. Tese (Doutorado) – Esalq, Universidade de São Paulo,
Piracicaba.
PEREIRA, M. J. B.; BERTI FILHO, E.; PARRA, J. R. P. Artificial diet rearing the annoma fruit borer Cerconota
anonella spp. 1830 (Lepidoptera, Oecophoridae). Insect Science and its Application, Oxford, v. 23, p. 137-
141, 2004.
PREZOTTI, L.; PARRA, J. R. P.; VENCOVSKY, R.; COELHO, A. S. G.; CRUZ, I. Effect of the size of the founder
population on the quality of sexual populations of Trichogramma pretiosum in laboratory. Biological Control,
Amsterdam, NL, v. 30, p. 174-180, 2004.
PREZOTTI, L.; PARRA, J. R. P.; VENCOVSKY, R.; DIAS, C. T. S.; CRUZ, I.; CHAGAS, M. C. M. Teste de voo
como critério de avaliação da qualidade de Trichogramma pretiosum Riley (Hymenoptera: Trichogrammatidae):
adaptação de metodologia. Neotropical Entomology, Londrina, v. 31, p. 411-417, 2002.
RAUBENHEIMER, D.; SIMPSON, S. T. Analysis of covariance: an alternative to nutritional indices.
Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 62, p. 221-231, 1992.
REINECKE, J. P. Nutrition: artificial diets. In: KERKUT, G. A.; GILBERT, L. I. (Ed.). Comprehensive insect
physiology biochemistry and pharmacology. Oxford: Pergamon, 1985. v. 4, p. 391-419.
RIDGWAY, R. L.; INSCOE, M. N. Mass reared natural enemies for pest control: trends and challenges. In:
RIDGWAY, R. L.; HOFFMANN, M. P.; INSCOE, M. N.; GLENISTER, C. S. (Ed.). Mass reared natural enemies:
Application, regulation, and needs. Lanham: Thomas Say Publications in Entomology, 1998. p. 1-26.
RIDGWAY, R. L.; VINSON, S. B. Biological control by augmentation of natural enemies. New York: Plenum,
1977. 480 p.
RODRIGUES FILHO, I. L. Comparação de dietas artificiais para Heliothis virescens (Fabr., 1781)
(Lepidoptera: Noctuidae) através de estudos biométricos e nutricionais. 1985, 86 p. Tese (Mestrado) –
Esalq, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 1985.
RODRIGUEZ, J. G. Insect and mite nutrition. Significance and implication in ecology and pest
management. Amsterdam, NL: North Holland, 1972. 702 p.
ROSSETO, C. J. Requisitos nutricionais de insetos fitófagos. Campinas: Instituto Agronômico, 1980. 30 p.
(IAC. Circular Técnica, 105).
SALLES, L. A. B. Metodologia de criação de Anastrepha fraterculus (Wied., 1830) (Diptera: Tephritidae) em
dieta artificial em laboratório. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Porto Alegre, v. 21, p. 479-486,
1992.
SALVADORI, J. R.; PARRA, J. R. P. Seleção de dietas artificiais para Pseudaletia sequax (Lep.: Noctuidae).
Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 25, p. 1701-1713, 1990.
SCRIBER, J. M.; SLANSKY JUNIOR, F. The nutritional ecology to immature insects. Annual Review of
Entomology, Palo Alto, v. 26, p. 183-211, 1981.
SHOREY, H. H. The biology of Trichoplusia ni (Lepidoptera: Noctuidae). II. Factors affecting adult fecundity and
longevity. Annals of the Entomological Society of América, Lanham, v. 56, p. 476-480, 1962.
SIGNORETTI, A. G. C; NAVA, D. E.; BENTO, J. M. S.; PARRA, J. R. P. Biology and thermal requirements of
Utetheisa ornatrix (L.) (Lepidoptera: Arctiidae) reared on artificial diet. Brazilian Archives of Biology and
Technology, Curitiba, v. 51, n. 4, p. 447-453, 2008.
SIKOROWSKI, P. P.; LAWRENCE, A. M.; INGLIS, G. D. Effects of Serratia marcescens on rearing of the
tobacco budworm (Lepidoptera: Noctuidae). The American Entomologist, Lanham, v. 47, p. 51-61, 2001.
SILVEIRA NETO, S.; NAKANO, O.; BARBIN, D.; VILLA NOVA, N. A. Manual de ecologia dos insetos.
Piracicaba: Ceres, 1976. 419 p.
SIMPSON, S. J.; RAUBENHEIMER, D. The geometric analysis of feeding and nutrition. Journal of Insect
Physiology, Tucson, v. 41, p. 545-553, 1995.
SINGH, P. A general purpose laboratory diet mixture for rearing insects. Insect Science and its Application,
Oxford, v. 4, p. 357-362, 1983.
SINGH, P. Artificial diets for insects, mites, and spiders. New York: Plenum, 1977. 594 p.
SINGH, P. Multiple species rearing diets. In: SINGH, P.; MOORE, R. F. (Ed.). Handbook on insect rearing.
Amsterdam, NL: Elsevier, 1985. v. 1, p. 19-44.
SINGH, P.; MOORE, R. F. Handbook of insect rearing. Amsterdam, NL: Elsevier, 1985. v. 1, 488 p.
SINGH, P.; MOORE, R. F. Handbook of insect rearing. Amsterdam, NL: Elsevier, 1985. v. 2, 514 p.
SMITH, C.N. Insect colonization and mass production. New York: Academic, 1966. 618 p.
SOARES JUNIOR, G. G. Problems with entomopathogens in insect rearing. In: ANDERSON, T. E.; LEPPLA, N.
C. (Ed.). Advances in insect rearing for research & pest management. Boulder: Westview, 1992. p. 289-
322.
SODREZEIESKI, A. E.; PARRA, J. R. P.; HADDAD, M. L. Padrão de perda de água em lepidópteros. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 12., 1989 Resumos… Belo Horizonte: [s.n], [1989]. p. 67.
STARLER, N. H.; RIDGWAY, R. L. Economic and social considerations for the utilization of augmentation of
natural enemies. In: RIDGWAY, R. L.; VINSON, S. B. (Ed.). Biological control by augmentation of natural
enemies. New York: Plenum, 1977. p. 413-453.
STIMMANN, M. W.; PANGALDAN, R.;SCHUREMAN, B. S. Improved method of rearing the beet armyworm.
Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 65, p. 596-597, 1972.
THOMPSON S. N.; HAGEN, K. S. Nutrition of entomophagous insects and other arthropods. In: BELLOWS, T.
S.; FISHER, T. W. (Ed.). Handbook of biological control. New York: Academic, 1999. p. 594-652.
THOMPSON, S. N. Nutritional and in vitro culture of insect parasitoids. Annual Review of Entomology, Palo
Alto, v. 31, p. 197-219, 1986.
TORRE-BUENO, J. R. de la. A glossary of entomology. New York: New York Entomological Society, 1978,
336 p.
UVAROV, B. P. Insect nutrition and metabolism. A summary of the literature. Transactions of the
Entomological Society of London, London, UK, v. 74, p. 255-343, 1928.
VAN DRISCHE, R. G.; BELLOWS JUNIOR, T. S. Biological control. London, UK: Chapman & Hall, 1996. 539
p.
VAN LENTEREN, J. C. (Ed.). Quality control and production of biological control agents: theory and
testing procedures. Wallingford: Cabi, 2003. 327 p.
VAN LENTEREN, J. C. Success in Biological control of arthropods by augmentation of natural enemies. In:
GURR, G.; WRATTEN, S. (Ed.). Biological control, measures of success. Dordrecht: Kluwer Academic
Publishers, 2000. p. 77-103.
VAN LENTEREN, J. C.; WOETS, J. Biological and integrated control in greenhouses. Annual Review of
Entomology, Palo Alto, v. 33, p. 239-269, 1988.
VENDRAMIM, J. D.; SOUZA, A. R. R.; PARRA, J. R. P. Ciclo biológico de Heliothis virescens (Fabricius, 1781)
(Lepidoptera, Noctuidae) em dietas com diferentes tipos de celulose. Anais da Sociedade Entomológica do
Brasil, Jaboticabal, v. 11, p. 3-11, 1982.
VILLACORTA, A.; BARRERA, J. F. Nova dieta merídica para criação de Hypothenemus hampei(Ferrari, 1867)
(Coleoptera: Scolytidae). Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Londrina, v. 22, p. 405-409, 1993.
WAAGE, J. K.; CARL, R. P.; MILLS, J.; GREATHEAD, D. J. Rearing entomophagous insects. In: SINGH, P.;
MOORE, R. F. (Ed.). Handbook of insect rearing. Amsterdam, NL: Elsevier, 1985. v. 1, p. 45-66.
WÄCKERS, F.L.; VAN RIJN, P.C.J.; HEIMPEL, G. F. Honeydew as a food source for natural enemies: making
the best of a bad meal? Biological Control: Theory and Applications in Pest Management, San Diego, v.
45, p. 176-184, 2008.
WALDBAUER, G. P. The consumption and utilization of food by insects. Advances in Insect Physiology,
London, v. 5, p. 229-288, 1968.
WERREN, J. H. Biology of Wolbachia. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 42, p. 587-609, 1997.
Capítulo 4
Fisiologia molecular e evolutiva do
processo digestivo dos insetos
Walter R. Terra
Clélia Ferreira
Introdução
A conscientização da necessidade de desenvolver métodos de
controle dos insetos não agressivos ao meio ambiente aliada à
percepção de que o intestino é uma interface grande e relativamente
pouco protegida do inseto levaram à intensa pesquisa sobre o
sistema digestório dos insetos (LAW et al., 1992). Nessa visão, este
capítulo fornece uma revisão ampla e atualizada dessa área de
pesquisa, chamando a atenção para os processos moleculares
subjacentes aos fenômenos digestivos e suas potencialidades,
quando possível, no desenvolvimento de novos métodos de
controle. Para manter o capítulo dentro de tamanho razoável, muitos
detalhes e as referências originais correspondentes foram
suprimidos e o leitor é dirigido para revisões. Tomou-se, entretanto,
o cuidado de apresentar as referências originais dos trabalhos que
subsidiam as tendências atuais de pesquisa.
A digestão é o processo pelo qual as moléculas do alimento são
quebradas em moléculas menores que podem ser absorvidas pelo
tecido intestinal. O processo digestivo ocorre no canal alimentar
(sistema digestório ou intestino) que é responsável por todas as
etapas do processamento do alimento: digestão, absorção,
formação e eliminação das fezes. O intestino anterior e o posterior
possuem células revestidas por uma cutícula, enquanto no intestino
médio as células são separadas do alimento por uma estrutura
anatômica semelhante a uma película chamada de membrana
peritrófica. As glândulas salivares são associadas ao intestino
anterior e, embora possam ser importantes na tomada do alimento,
não são de regra de valor para a digestão. A digestão é realizada
pelas enzimas digestivas do inseto, com participação praticamente
nula de microrganismos simbiontes, embora estes possam ter
implicações importantes em alguns casos ao fornecer nutrientes
para os insetos e na produção de feromônios e desintoxicação de
aleloquímicos.
Enzimas digestivas
Digestão de proteínas
A digestão inicial de proteínas é realizada por proteinases
(endopeptidases), que são enzimas capazes de quebrar as ligações
peptídicas internas das proteínas (Figura 4A). São necessárias
diferentes proteinases para a tarefa porque os tipos de aminoácidos
variam ao longo da cadeia polipeptídica (R é o grupo variável na
Figura 4A). As proteinases podem diferir na especificidade em
relação à proteína-alvo (substrato) e são agrupadas de acordo com
o aminoácido catalítico principal nas subclasses: serina, cisteína e
aspártico proteinase. Tripsina, quimotripsina e elastase são serina
proteinases que têm ampla distribuição entre os insetos e possuem
massa molecular na faixa de 20 kDa a 35 kDa e pH ótimos alcalinos.
A tripsina hidrolisa preferencialmente (sua especificidade primária)
as ligações peptídicas no lado carboxila de aminoácidos com grupos
R básicos (Arg, Lys). A ligação quebrada, preferencialmente, pela
quimotripsina é junto a grupos R hidrofóbicos grandes (ex.: Phe e
Tyr) e pela elastase, junto a grupos hidrofóbicos com grupos R
pequenos (ex. Ala) (TERRA; FERREIRA,1994, 2005).
Figura 4. Digestão das classes de nutrientes principais. As setas
indicam as ligações quebradas pelas enzimas. (A) Digestão de
proteína; R, radicais de aminoácidos diferentes; (B) Digestão de
amido; (C) Ligação β-glicosídica; e (D) Digestão de lipídio; PL,
fosfolipase; R, molécula de ácido graxo.
Fonte: Terra (2003).
Digestão de carboidratos
A digestão inicial e intermediária de amido (ou glicogênio) é
realizada pela a-amilase. Essa enzima cliva ligações internas do
polissacarídeo até que seja reduzido a pequenos oligossacarídeos
ou dissacarídeos (Figura 4B).
As amilases não são muito ativas em relação a grânulos
intactos de amido, tornando a mastigação importante. As amilases
de insetos dependem de íons cálcio para atividade ou estabilidade,
são ativadas por cloreto (amilases de Lepidoptera são exceções),
suas massas moleculares estão entre 48 kDa e 68 kDa e seus pH
ótimos variam (4,8-9,8), dependendo do táxon do inseto (TERRA;
FERREIRA, 1994, 2005).
A digestão final das cadeias de amido ocorre sob ação das α-
glicosidases, enzimas que removem sequencialmente moléculas de
glicose das extremidades redutoras de oligomaltossacarídeos. Se o
sacarídeo for um dissacarídeo, ele é chamado de maltose (Figura
4B). Por isso, α-glicosidase é também chamada de maltase. De
regra, sacarose (glicose α 1,2-frutose) é hidrolisada também por α-
glicosidase. Sacarose é encontrada em grandes quantidades no
néctar e seiva do floema e, em menores quantidades, em alguns
frutos e folhas (TERRA; FERREIRA, 1994, 2005).
Polissacarídeos são importantes constituintes de paredes
celulares. Para os insetos fitófagos, o rompimento das paredes
celulares vegetais é necessário para expor os polímeros estocados
(amido) nos conteúdos celulares vegetais às enzimas digestivas. A
quebra da parede celular pode ser alcançada por mastigação,
porém mais frequentemente resulta da ação de enzimas. Assim,
mesmo insetos incapazes de utilizar os componentes da parede
celular como alimento têm vantagem com a presença de enzimas
contra esses componentes estruturais em seu tubo digestório. As
paredes celulares são rompidas por β-glucanases, xilanases e
pectinases (células vegetais), lisozima (células bacterianas) e
quitinase e β-glucanase (células de fungos).
Embora a celulose seja abundante em plantas, a maioria dos
insetos herbívoros, como lagartas e gafanhotos, não a utilizam
(TERRA et al., 1987; FERREIRA et al., 1992). A celulose é uma
cadeia não ramificada de moléculas de glicose unidas por ligações
β-1,4, (Figura 4C) arranjadas em uma estrutura cristalina que é
difícil de romper. Assim, a digestão de celulose provavelmente não é
vantajosa para um inseto que possa satisfazer as suas exigências
dietéticas usando constituintes do alimento mais facilmente
digeríveis. A atividade de celulase encontrada em alguns herbívoros
só serve para facilitar o acesso de enzimas digestivas ao interior de
células vegetais ingeridas pelos insetos. A digestão verdadeira de
celulose é restrita a insetos que têm, de regra, dietas
nutricionalmente pobres, como as de cupins, baratas de madeira e
besouros cerambicídeos e escarabeídeos (ver itens sobre Blattodea,
Isoptera e Coleoptera). Há evidência crescente de que os próprios
insetos secretam enzimas capazes de hidrolisar celulose cristalina,
desafiando a antiga hipótese de que simbiontes bacterianos ou
protozoários são necessários para digestão de celulose
(WATANABE; TOKUDA, 2001) (ver itens sobre Blattodea e
Isoptera). Os produtos finais da ação da celulase são glicose e
celobiose (Figura 4C), que é hidrolisado por uma β-glicosidase,
também chamada de celobiase.
A quebra de paredes bacterianas catalisadas por lisozima é
muito importante para insetos como a mosca-doméstica (ver item
Lepidoptera). Em razão disso, essa enzima foi isolada e
caracterizada (LEMOS et al., 1993) e, após clonagem de seu cDNA
codificante, foi expressa, cristalizada e teve a sua estrutura 3D
resolvida (MARANA et al., 2006).
Fungos são nutrientes frequentes para muitos insetos,
principalmente detritívoros, embora também ocorram contaminando
produtos armazenados. A parede dos fungos é digerida por uma
quitinase especial que é eficaz na digestão, mas pouco ativa sobre a
membrana peritrófica do inseto (GENTA et al., 2006a).
Hemicelulose é uma mistura de polissacarídeos associados
com celulose nas paredes de células vegetais. Eles são cadeias de
β-1,4 e/ou β-1,3-glicanas feitas principalmente de glicose
(glucanas), xilose (xilanas) e outros monossacarídeos. Os
polissacarídeos são hidrolisados por uma série de enzimas tais
como xilanases, laminarinases e liquenases. Os produtos finais da
ação dessas enzimas são monossacarídeos ou oligossacarídeos
com ligações β. A digestão final dessas cadeias ocorre sob a ação
de β-glicosidases que removem monossacarídeos (de regra,
glicose, galactose ou xilose) da extremidade não redutora dos
oligossacarídeos com ligações β. Assim, as β-glicosidases
completam a digestão de celulose e hemiceluloses (TERRA;
FERREIRA, 1994, 2005).
Uma β-glicosidase especial (aril β-glicosidase) age em
glicolipídios, provavelmente removendo in vivo galactose de
monogalactosildiacilglicerol que, junto com digalactosildiacilglicerol é
um importante lipídio dos tecidos fotossintéticos.
Digalactosildiacilglicerol é convertido em monogalactosildiacilglicerol
pela ação de uma β-galactosidase. As plantas produzem muitos
tipos de β-glicosídeos tóxicos, cuja hidrólise, geralmente catalisada
por uma aril β-glicosidase, pode gerar toxinas, tais como cetonas e
cianeto. Os insetos podem contornar os problemas causados pelas
toxinas com mecanismos de desintoxicação (SPENCER, 1988) ou
pela repressão da síntese e secreção da enzima responsável pela
clivagem do glicosídeo (FERREIRA et al., 1997; AZEVEDO et al.,
2003). Como só essa enzima tem sua atividade diminuída, a
hidrólise dos di- e oligossacarídeos não é prejudicada.
Trealase é a enzima que cliva o dissacarídeo trealose, principal
açúcar da hemolinfa dos insetos. Uma vez que esse carboidrato é
usado como fonte de energia, trealase está presente em todos os
tecidos dos insetos. No tubo digestivo ela pode ser encontrada na
forma solúvel que é secretada para o lúmen ou ligada a membranas
(TERRA; FERREIRA, 2005). Embora Mitsumasu et al. (2005)
afirmem que a trealase ligada à membrana está presente na
musculatura visceral, que não se consegue remover durante a
dissecção, seus resultados não parecem conclusivos. Inicialmente,
foi atribuída à trealase solúvel intestinal a função de clivar trealose,
que se difundiria da hemolinfa para o lúmen, a favor de gradiente de
concentração. Isso levaria à recuperação da glicose resultante da
hidrólise da trealose por absorção também a favor de gradiente,
uma vez que a concentração de glicose hemolinfática é muito baixa
(WYATT, 1967). Entretanto, a trealase solúvel deve ser digestiva,
pois ela diminui com o jejum e volta ao seu nível normal após
realimentação, enquanto a trealose hemolinfática permanece
constante (TERRA; FERREIRA, 1981). Trealases em geral,
incluindo as presentes no intestino médio, são inibidas pelos β-
glicosídeos tóxicos produzidos por plantas e pelos seus aglicones.
Os insetos podem responder à ingestão dessas substâncias
aumentando a atividade de trealase (SILVA et al., 2006).
Digestão de lipídios e fosfatos
Óleos e gorduras são triacilgliceróis e são hidrolisados por uma
triacilglicerol lipase que cliva preferencialmente as ligações ésteres
externas do substrato (Figura 4D) e age somente na interface água-
lipídio. Essa interface é aumentada por surfactantes que,
diferentemente dos sais biliares de vertebrados, são principalmente
lisofosfatídeos. O 2-monoacilglicerol resultante da ação da lipase
pode ser absorvido ou ser mais hidrolisado antes da absorção
(TERRA; FERREIRA, 2005).
Os lipídios de membrana incluem glicolipídios, tais como
galactosildiacilgliceróis e fosfatídeos. Após a remoção de moléculas
de galactose desses lipídios, resulta diacilglicerol cuja hidrólise foi
descrita anteriormente. A fosfolipase A remove um ácido graxo do
fosfatídeo, resultando em um lisofosfatídeo (Figura 4D) que forma
agregados micelares, causando a solubilização das membranas
celulares. O lisofosfatídeo pode ser absorvido intacto pelos insetos
(TERRA; FERREIRA, 2005).
Fosfatases não específicas removem grupos de fosfato de
compostos fosforilados, tornando a sua absorção mais fácil. As
fosfatases são ativas em pH alcalino ou ácido (TERRA; FERREIRA,
2005).
Observações preliminares
Os processos de tomada e preparo do alimento para ingestão
variam com o tipo de alimento, com a natureza das peças bucais
(que dependem da filogenia dos insetos), tipos de glândulas
salivares e estratégias de desenvolvimento. Para facilitar a
discussão, o tema será dividido em relação à natureza do alimento e
das peças bucais utilizadas. Somente os grupos principais serão
considerados.
Alimentos sólidos
A forma principal de ingerir um alimento sólido é com peças
bucais capazes de morder e mastigar o material lubrificado com
saliva. A saliva, nesse caso, de regra, não possui enzimas, embora
possa conter em alguns casos amilase e a-glicosidase (WALKER,
2003) e, em casos mais raros ainda, como em baratas, celulase e
laminarinase (GENTA et al., 2003). O papel dessas enzimas na
digestão é apenas acessório. Exemplos nos itens Isoptera e
Orthoptera neste capítulo.
Outras formas de ingerir alimentos sólidos são observadas nos
filtradores (p. ex., larvas de mosquitos), onde a saliva não tem
importância, e nos insetos com peças perfuradoras-sugadoras,
como os Hemiptera. Aqui existem diferenças se o inseto é predador,
quando, em geral, ocorre digestão extracorpórea graças às enzimas
da saliva injetada na presa (MILES, 1972), ou se o inseto ataca
sementes, onde geralmente a saliva é carente de enzimas e a
ingestão corresponde ao material em suspensão causado por
movimentos das peças bucais e jatos de saliva (ex.: Dysdercus
peruvianus Guérin-Méneville, item Hemiptera).
Alimentos líquidos
Diferenças importantes são observadas se o alimento é sangue
ou seiva, que são obtidos com peças bucais perfuradoras-
sugadoras e néctar, adquirido com peças lambedoras (abelhas) ou
sugadoras (lepidópteros adultos).
No caso do sangue, o processo de tomada deve ser indolor e o
mais rápido possível para evitar reação agressiva do hospedeiro.
Assim, a saliva usada nesse processo contém analgésicos,
vasodilatadores e anticoagulantes, mas é carente de enzimas
digestivas (RIBEIRO, 1987). Essa estratégia é observada tanto
entre os mosquitos quanto entre os Hemiptera, embora ambos
apresentem processos digestivos completamente diferentes (ver
itens sobre Hemiptera e Diptera).
Os hemípteros que sugam seiva apresentam dois tipos de
saliva: um responsável pela formação de uma bainha em volta dos
estiletes bucais e outro com enzimas que facilitam a penetração no
tecido vegetal para alcançar os vasos condutores. As enzimas
incluem pectinase e outras relacionadas à degradação do cimento
intercelular (WALKER, 2003).
Finalmente, os ingestores de néctar, em geral, possuem uma a-
glicosidase salivar que decompõe a sacarose do néctar em glicose e
frutose, como as abelhas (ver item Hymenoptera).
Blattodea
As baratas, em geral, são onívoras e sua digestão ocorre como
nos ancestrais Neoptera (Figura 6A), exceto que parte da digestão
final realiza-se na superfície celular (TERRA; FERREIRA, 1994). A
diferenciação de pH ao longo do intestino não é conservada entre
baratas como P. americana, mas é mantida em outras como em
Nauphoeta cinerea Olivier (Blaberidae) (ELPIDINA et al., 2001).
Outra diferença entre baratas e o ancestral Neoptera é a
hipertrofia das estruturas do intestino posterior (Figura 2C),
observada principalmente nas baratas-de-madeira. Essas estruturas
abrigam bactérias que produzem acetato e butirato a partir de
madeira ou outros materiais com celulose. Acetato e butirato são
absorvidos pelo intestino posterior de todas as baratas,
principalmente as de madeira (TERRA; FERREIRA, 1994). A
celulose pode ser digerida em parte por enzimas bacterianas no
intestino posterior de Periplaneta americana L. ou por protozoários
em Cryptocercus punctulatus Scudder (BIGNELL, 1981). Contudo,
agora é claro que a saliva de P. americana contém duas celulases e
três laminarinases que abrem células vegetais e lisam células de
fungos (GENTA et al., 2003). Isso concorda com o hábito de se
alimentar de detritos desse inseto. A barata-de-madeira, Panesthia
cribrata Saussure, também tem sua própria celulase (SCRIVENER
et al., 1989; TOKUDA et al., 1999).
Isoptera
Os cupins podem ser considerados como insetos derivados de
baratas-de-madeira e mais adaptados do que essas para lidar com
material refratário, como madeira e húmus. Associado a essa
especialização, eles perderam o papo e os cecos gástricos e
ampliaram ainda mais as estruturas do intestino posterior (Figura
2D). Tanto os cupins inferiores quanto os superiores digerem
celulose com sua própria celulase (WATANABE et al., 1998;
TOKUDA et al., 1999), a despeito da ocorrência de protozoários
produtores de celulase na pança, uma região expandida anterior do
intestino posterior dos cupins primitivos. Os produtos da digestão de
celulose passam do intestino médio para o posterior, onde são
convertidos em acetato e butirato por bactérias como nas baratas-
de-madeira. Bactérias simbiontes são também responsáveis pela
fixação de nitrogênio no intestino posterior (BENEMAN, 1973),
resultando em proteína bacteriana. Esta é incorporada na biomassa
do cupim, depois de ser expelida como fezes por um indivíduo e ser
ingerida e digerida por outro. Isso explica a habilidade dos cupins de
crescer em dietas muito pobres em proteínas.
Orthoptera
Os gafanhotos alimentam-se principalmente de plantas e sua
fisiologia digestiva evoluiu claramente do ancestral Neoptera. A
digestão de carboidratos ocorre no papo, sob a ação de enzimas
intestinais, enquanto a digestão de proteínas e a final de
carboidratos são observadas nos cecos gástricos anteriores. A
saliva abundante (desprovida de enzimas digestivas) produzida
pelos gafanhotos satura os sítios absortivos nos cecos gástricos,
interrompendo o contrafluxo de fluido. Gafanhotos em jejum
apresentam o contrafluxo de fluidos. A celulase que é encontrada
em gafanhotos deve apenas facilitar o acesso das enzimas
digestivas às células vegetais ingeridas, ao degradar o arcabouço
de celulose das paredes celulares (DOW, 1986; TERRA; FERREIRA
1994; MARANA et al., 1997).
Os grilos são onívoros ou predadores e digerem a maioria do
amido e da proteína no seu papo desenvolvido (Figura 2B) (TERRA;
FERREIRA, 1994).
Hemiptera
Compreende insetos das subordens principais
Auchenorrhyncha (cigarras e cigarrinhas) e Sternorrhyncha (afídeos)
que se alimentam quase que exclusivamente de seiva de plantas e
Heteroptera (percevejos) que são adaptados a diferentes dietas. O
ancestral da ordem inteira deve ter sido semelhante aos
Auchenorrhyncha de hoje.
O ancestral Hemiptera (Figura 6F) difere bastante do ancestral
Neoptera, como consequência das adaptações para sugar seiva de
plantas. Essas diferenças consistem na falta de papo e cecos
gástricos anteriores, perda das enzimas envolvidas na digestão
inicial e intermediária e perda da membrana peritrófica associadas à
falta de digestão luminal e, finalmente, presença das células
intestinais do tipo Hemiptera (Figura 3H). A membrana perimicrovilar
mantém uma distância constante da membrana microvilar, estende-
se em direção ao compartimento luminal com fundo cego e delimita
um compartimento fechado, o espaço perimicrovilar (Figura 3H).
Os Hemiptera sugadores de seiva podem sugar floema ou
xilema. Essas fontes nutricionais têm quantidades muito baixas de
proteína (com exceção de poucas seivas de floema, ver a seguir) e
de polímeros de carboidratos, e são relativamente pobres em
aminoácidos essenciais. Diferente das seivas de xilema, as de
floema são muito ricas em sacarose (TERRA, 1990). Assim, exceto
pela hidrólise de sacarose, nenhuma digestão é de regra
necessária, levando às adaptações mencionadas no início.
O principal desafio do inseto sugador de seiva é absorver
nutrientes (principalmente de seivas diluídas), tais como
aminoácidos essenciais, que estão presentes em baixa
concentração nas seivas. Qualquer que seja o mecanismo utilizado,
os sugadores de xilema podem absorver até 99% dos aminoácidos
e carboidratos da dieta (ANDERSEN et al., 1989). Os aminoácidos
podem ser absorvidos de acordo com um mecanismo hipotético que
depende das membranas perimicrovilares (Figura 7). O modelo
requer a presença de um cotransportador K+-aminoácido na
superfície das membranas perimicrovilares e de transportadores de
aminoácidos e bombas de K+ nas membranas microvilares (TERRA,
1988; FERREIRA et al., 1988). Embora os transportadores de
aminoácidos tenham sido descritos em membranas microvilares de
vários insetos (WOLFERSBERGER, 2000), as tentativas de estudar
as proteínas postuladas são recentes e envolvem técnicas
proteômicas e transcriptômicas. Para isso, as membranas
microvilares e perimicrovilares devem ser separadas pelas técnicas
de Silva et al. (1996) e submetidas à eletroforese para isolamento
das proteínas de membrana. Aquelas com maiores massas devem
ser a seguir sequenciadas por espectrometria de massa. As
sequências a serem obtidas orientarão a síntese de iniciadores,
para assegurar as clonagens de seus cDNA codificantes. Outro
enfoque consiste no sequenciamento ao acaso de biblioteca de
cDNA intestinal e a procura, entre as sequências obtidas, daquelas
que poderiam estar relacionadas com a hipótese apresentada
acima. A confirmação implica a expressão das sequências, geração
de anticorpos contra os produtos de expressão e a sua
imunocitolocalização.
Figura 7. Modelo da estrutura e papel fisiológico da superfície apical
das células intestinais de Hemiptera. (A) Representação
diagramática de célula intestinal típica correspondente à
microscopia eletrônica (B) e apresentada em detalhes de seu ápice
em (C). A membrana microvilar (MM) é revestida pela membrana
perimicrovilar (PMM) (indicada por pontas de setas em B) que se
estende para o compartimento luminal em fundo cego. As
membranas microvilares e perimicrovilares delimilitam um
compartimento fechado, o espaço perimicrovilar (PMS). A
membrana microvilar é rica e a membrana perimicrovilar é pobre em
proteínas integrantes (IP). As membranas microvilares transportam
ativamente íons de potássio (o mais importante íon da seiva) do
PMS para as células intestinais, gerando um gradiente de
concentração entre a seiva no interior do intestino e o PMS. Este
gradiente de concentração é a força motriz da absorção ativa de
compostos orgânicos (aminoácidos, aa, por exemplo) por
transportadores apropriados presentes na PMM. Os compostos
orgânicos, uma vez no PMS, podem difundir-se até transportadores
específicos na superfície microvilar. Esse movimento é
provavelmente aumentado por uma transferência de água do lúmen
intestinal para as células intestinais, acompanhando (como água de
solvatação) o transporte de compostos e íons pelos transportadores
hipotéticos.
Fonte: Ferreira et al. (1988).
Coleoptera
Os ancestrais Coleoptera são como os ancestrais
Holometabola, exceto pela perda dos cecos que foram substituídos
em função pelo ventrículo anterior. Ocorreram ainda tendências
evolutivas que levaram à grande redução ou perda do papo e à
ocorrência de pelo menos a digestão final de proteínas na superfície
intestinal. Assim, nos Carabidae predadores, a maior parte da
digestão ocorre no papo, sob a ação de enzimas intestinais,
enquanto nas larvas predadoras de Elateridae, a digestão inicial
ocorre, extracorporeamente, por meio de enzimas regurgitadas
sobre a presa. O material liquefeito é a seguir ingerido pelas larvas e
sua digestão é concluída na superfície intestinal (TERRA;
FERREIRA, 1994).
A digestão inicial de glicogênio e proteínas em larvas de
dermestídeos ocorre no espaço endoperitrófico. A digestão final é
observada sempre na superfície intestinal, no caso do glicogênio no
ventrículo anterior e de proteína no ventrículo posterior. Há um
gradiente decrescente ao longo do intestino de amilase e tripsina
(proteinase majoritária), sugerindo a ocorrência de uma reciclagem
de enzimas digestivas (CALDEIRA et al., 2007). Da mesma forma
que dermestídeos, as larvas de Migdolus fryanus (West.)
(Cerambycidae) e Sphenophorus levis (Vaurie) (Curculionidae)
possuem um gel peritrófico na região anterior e uma membrana
peritrófica na região posterior do ventrículo e apresentam uma
aminopeptidase microvilar e um gradiente decrescente de amilase,
maltase e proteinase ao longo do ventrículo (DIAS; TERRA, dados
não publicados).
As larvas de tenebrionídeos também possuem uma
aminopeptidase microvilar e a distribuição de enzimas nas regiões
intestinais é similar nos adultos e larvas (TERRA; FERREIRA,
1994), embora os adultos tenham um papo e as larvas não.
Os insetos da série Cucujiformia (que inclui Tenebrionidae,
Chrysomelidae, Bruchidae e Curculionidae) têm uma cisteína
proteinase em adição (ou no lugar de) serina proteinases digestivas,
sugerindo que os ancestrais de todo o táxon eram insetos
adaptados à ingestão de sementes ricas em inibidores de serina
proteinases. A ocorrência de tripsina como a proteinase principal de
M. fryanus (DIAS; TERRA, dados não publicados) confirma trabalho
preliminar (MURDOCK et al., 1987) que afirmava que as larvas de
cerambicídeos teriam readquirido as serina proteinases intestinais.
Os Scarabaeidae e famílias relacionadas são relativamente
isoladas na série Elateriformia e divergiram consideravelmente do
ancestral Coleoptera. As larvas de escarabeídeos, exemplificadas
pelas do vira-bosta, geralmente alimentam-se de materiais contendo
celulose e que estão em decomposição pela ação da flora rica em
fungos. A digestão ocorre no ventrículo, que possui três fileiras de
cecos (Figura 2F), com um sulco ventral entre a fileira do meio e a
última. A alcalinidade do conteúdo intestinal aumenta para quase 12
ao longo do sulco ventral. Esse pH elevado, provavelmente, facilita
a digestão de celulose, que ocorre sobretudo na câmara de
fermentação no intestino posterior (Figura 2F), pela ação provável
de enzimas de bactérias. O produto final da degradação de celulose
é, principalmente, o ácido acético, que é absorvido por meio da
parede do intestino posterior. Não se sabe com segurança se as
larvas de escarabeídeos ingerem fezes para obter compostos de
nitrogênio da biomassa, como descrito para cupins, embora isso
seja provável pela demonstração de que a biomassa microbiana,
que ocorre, sobretudo, na câmara de fermentação, é incorporada
pelas larvas (LI; BRUNE, 2005)
Hymenoptera
A organização do processo digestivo é variável entre os
himenópteros e para compreender as suas peculiaridades é
necessário resumir brevemente a sua evolução. As linhagens basais
dos himenópteros são larvas fitófagas, que se alimentam ecto ou
endofiticamente e incluem várias superfamílias como Xyeloidea e
Tenthredinoidea, conhecidas como moscas-de-serra. Próximo a
esse grupo, temos os Siricoidea (vespas-de-madeira) que estão
adaptadas a ingerir madeira infectada por fungos. Ancestrais
semelhantes às moscas-de-madeira deram origem à Apocrita
(vespas com cintura), que são parasitoides de insetos. Eles usam o
ovopositor para ferir ou matar seu hospedeiro que representa seu
único alimento necessário para todo o seu desenvolvimento. Um
táxon irmão de Ichneumonoidea entre os Apocrita deu origem aos
Aculeata (abelhas, formigas e vespas com cintura fina) (QUICKE,
2003).
Os sistemas digestivos dos ancestrais Hymenoptera são
semelhantes aos dos ancestrais panorpoides (Figura 6C).
Entretanto, existem tendências evolutivas que levaram à perda dos
cecos (substituídos funcionalmente pelo ventrículo anterior) e
mudanças na compartimentação das enzimas digestivas. Essas
tendências parecem estar associadas ao desenvolvimento de
hábitos parasitoides e foram mantidas nos Aculeata, como descrito
a seguir.
A larva da mosca-de-serra Themos malaisei (Saini e Singh)
(Tenthredinoidea: Argidae) tem um intestino médio com um anel de
cecos anteriores que forma um U no lado ventral. O pH luminal é
acima de 9,5 nos primeiros dois terços do intestino médio. A tripsina
(proteinase majoritária) e amilase têm atividade decrescente ao
longo do espaço endoperitrófico, sugerindo uma reciclagem de
enzimas. A maltase predomina no tecido ventricular anterior como
enzima solúvel aprisionada no glicocálix, já a aminopeptidase é uma
enzima microvilar do ventrículo posterior (DIAS et al., dados não
publicados). Essas características são similares àquelas das larvas
de Lepidoptera.
Admite-se que as larvas das vespas-de-madeira do gênero
Sirex sejam capazes de digerir e assimilar os constituintes da
madeira adquirindo celulase e xilanase e, possivelmente, outras
enzimas dos fungos presentes na madeira de que se alimentam
(MARTIN, 1987).
As larvas de Apocrita têm um intestino médio fechado
posteriormente e que permanece sem conexão com o intestino
posterior até a pupação. É provável que essa condição tenha
surgido nos ancestrais Apocrita endoparasitoides como uma
adaptação para evitar a liberação de toxinas no seu hospedeiro
(TERRA, 1988).
Nas larvas das abelhas, a maior parte da digestão ocorre no
espaço endoperitrófico. Os fluxos em contracorrente parecem
ocorrer, mas não há um gradiente de pH luminal. As abelhas adultas
ingerem néctar e pólen. Sacarose do néctar é hidrolisada no papo
pela ação de uma sacarase das glândulas hipofaríngeas. Após a
ingestão, os grãos de pólen extrudem o seu protoplasma no
ventrículo, onde ocorre a digestão. Como nas larvas, há evidência
de circulação endo-ectoperitrófica de enzimas digestivas nos adultos
(JIMENEZ; GILLIAM, 1990; TERRA; FERREIRA, 1994).
As operárias das formigas se alimentam de néctar, honeydew,
seiva de plantas e de alimento parcialmente digerido e regurgitado
pela larva. Assim, é frequente a afirmação de que elas não possuem
enzimas digestivas ou que apresentem apenas as enzimas
envolvidas na digestão intermediária e/ou final (TERRA; FERREIRA,
1994). Embora isso pareça ser verdadeiro para as formigas-
cortadeiras, que parecem depender apenas de monossacarídeos
produzidos pelas enzimas fúngicas agindo sobre os polissacarídeos
(SILVA et al., 2003), tal fato não parece ser frequente. Assim, os
adultos de Camponotus rufipes F. (Formicinae) têm amilase, tripsina
(proteinase principal), maltase e aminopeptidase no interior de uma
membrana peritrófica tipo 1. Como apenas 14% da amilase e menos
de 7% das outras enzimas digestivas são excretadas durante o
esvaziamento intestinal, esses insetos devem ter um mecanismo de
reciclagem das enzimas (DIAS; TERRA, dados não publicados).
Diptera
Os Diptera evoluíram ao longo de duas linhas principais: um
conjunto (antigo Nematocera) de subordens correspondentes aos
mosquitos, incluindo os Diptera basais e a subordem Brachycera
que inclui as moscas mais evoluídas (Cyclorrhapha). O ancestral
Diptera é similar ao ancestral panorpoide (Figura 6C) por possuir as
enzimas envolvidas em digestão intermediária dispostas no fluido
ectoperitrófico (principalmente dos desenvolvidos cecos), enquanto
as enzimas da digestão terminal são integrantes da membrana
microvilar intestinal (TERRA; FERREIRA, 1994). Embora essas
características sejam comuns à maioria das larvas não braquíceras,
as mais evoluídas podem apresentar cecos reduzidos em tamanho
(p. ex., Culicidae). Os adultos não hematófagos armazenam
alimento líquido (néctar ou produtos de decomposição) nos seus
papos. A digestão ocorre no intestino médio, como nas larvas. O
néctar ingerido pelos mosquitos (machos e fêmeas) é armazenado
no papo e é digerido e absorvido no ventrículo anterior. O sangue,
que é ingerido apenas pelas fêmeas, passa para o ventrículo
posterior, onde é digerido e absorvido (BILLINGSLEY, 1990;
TERRA; FERREIRA, 1994).
O ancestral Cyclorrhapha (Figura 6D) evoluiu muito a partir do
ancestral panorpoide (Figura 6C), aparentemente como resultado de
adaptação a uma dieta constituída principalmente de bactérias. Os
eventos digestivos na larva de Cyclorrhapha são exemplificados
pelos observados na larva de Musca domestica L. (ESPINOZA-
FUENTES; TERRA, 1987; TERRA et al., 1988b). Essas ingerem
alimento rico em bactérias. No ventrículo anterior há uma redução
no conteúdo de amido do bolo alimentar, facilitando a morte
bacteriana. O bolo passa agora para o ventrículo médio, onde as
bactérias são mortas por uma combinação de baixo pH, de uma
lisozima especial e de uma catepsina D. Finalmente, o material
liberado pelas bactérias é digerido no ventrículo posterior, como
observado no ventrículo inteiro dos insetos de outros táxons. Os
fluxos em contracorrente ocorrem no ventrículo posterior
impulsionados pela secreção de fluido na parte distal do ventrículo
posterior e sua absorção no ventrículo médio. Este possui células
especializadas para tamponar os conteúdos luminais na zona ácida,
em adição àquelas funcionando na absorção de fluidos. Os adultos
Cyclorrhapha, exceto pelos poucos hematófagos, alimentam-se
principalmente de material em decomposição (rico em bactéria) de
uma forma similar aos adultos de M. domestica. Esses salivam (ou
regurgitam o conteúdo de seus papos) sobre o alimento. Após a
dispersão do material ingerido, a digestão de amido é realizada
principalmente no papo pela ação de amilase salivar. A digestão
segue no intestino médio, essencialmente como descrito para as
larvas (TERRA; FERREIRA, 1994).
Lepidoptera
Os ancestrais Lepidoptera (Figura 6E) diferem dos ancestrais
panorpoides porque não têm cecos gástricos, apresentam todas as
suas enzimas digestivas (exceto aquelas envolvidas na digestão
inicial) imobilizadas na superfície intestinal e possuem células
caliciformes com pescoços longos ou com bases penduculadas nas
regiões ventriculares anteriores e posteriores, respectivamente. As
células calciformes excretam íons K+ que são absorvidos das folhas
ingeridas pelas larvas. As células caliciformes também parecem
assistir às células colunares anteriores a absorver água e as células
colunares posteriores a secretar água (TERRA; FERREIRA, 1994;
ORTEGO et al., 1996).
Embora a maioria das larvas de Lepidoptera possua o mesmo
padrão de digestão, espécies que se alimentam de dietas raras
geralmente apresentam algumas modificações. As larvas de Tineola
bisselliella (Hummel) (Tineidae) ingerem lã e possuem um ventrículo
altamente redutor para clivar as ligações dissulfeto da queratina e,
assim, facilitar a hidrólise proteolítica da proteína (TERRA;
FERREIRA, 1994). Resultados similares foram obtidos com
Hofmannophila pseudospretella (Stainton) (CHRISTELLER, 1996).
As larvas da cera (Galleria mellonella L.) infestam colmeias e
digerem e absorvem a cera. A participação de bactérias simbiontes
no processo é controversa. Outra adaptação aparentemente ocorreu
em alguns Lepidoptera que se alimentam somente de néctar. A
digestão do néctar requer apenas a ação de uma α-glicosidase (ou
uma b-frutosidase) para hidrolisar sacarose. Muitos adultos de
Lepidoptera, que são ingestores de néctar, têm amilase nas
glândulas salivares e várias glicosidases e peptidases no intestino
médio (TERRA; FERREIRA, 1994).
Introdução
Comunidades terrestres com plantas são compostas de pelo
menos três níveis tróficos: plantas, herbívoros e inimigos naturais de
herbívoros (PRICE et al., 1980), e as plantas e insetos evoluíram
associados nessas interações benéficas ou detrimentais desde os
primórdios da vida terrestre (DETHIER, 1976; DALY et al., 1978).
Insetos beneficiam as plantas por meio da polinização ou quando
vivem em associação com elas, como formigas que vivem e
protegem plantas de acácias contra insetos e vertebrados
herbívoros e em troca recebem abrigo e alimento (JANZEN, 1966).
Para Schoonhoven (1990), a maioria dos estudos ecológicos
tem demonstrado que insetos e plantas não vivem simplesmente
juntos, mas interagem entre si, sofrem as consequências dessas
interações e se adaptam porque um depende do outro. Nas últimas
décadas foram publicados milhares (mais de 2.000 entre 1980 a
1982) de artigos e revisões sobre as interações planta–inseto,
polinização e coadaptações entre esses organismos (BERNAYS,
1982; SCRIBER, 2002). Segundo Karban e Agrawal (2002), muitas
pesquisas foram conduzidas sobre os mecanismos de defesa das
plantas e em comparação com um número menor de estudos sobre
as estratégias dos insetos para superarem essas defesas.
Price et al. (1980) argumentaram que as teorias sobre as
interações planta–inseto não podem progredir sem considerações
sobre o nível trófico terciário e uma observação detalhada dessas
interações revela que as plantas exercem efeitos diretos ou
indiretos, positivos ou negativos, não somente nos herbívoros mas
também nos inimigos dos herbívoros e esses níveis tróficos
terciários devem ser considerados como parte da bateria de defesas
das plantas. Recentemente, De Moraes e Mescher (2004) afirmaram
que as interações planta–herbívoro fornecem exemplos bem
analisados, mas existem poucos conhecimentos sobre a influência
dos níveis tróficos secundários nessas interações.
A teoria da coevolução
O conceito de coevolução é relativamente novo, mas, em
essência, reverte aos estudos de Darwin sobre a polinização e
adaptações entre abelhas e flores (FUTUYMA; SLATKIN, 1983). Em
1964, Ehrlich e Raven publicaram um artigo clássico sobre a
coevolução das angiospermas e insetos herbívoros e nessa teoria
sugeriram que, por meio de mutações e recombinações, as
angiospermas produziram substâncias secundárias que alteraram
as suas propriedades nutritivas e constituíram um meio de defesa
contra os insetos herbívoros. Livres do ataque desses insetos,
essas plantas colonizaram novas áreas, porém alguns grupos de
insetos desenvolveram mecanismos para evitar ou se adaptar a
essas substâncias e passaram a explorar essas plantas com
sucesso, sem a competição de insetos que não se adaptaram. As
plantas desenvolveram substâncias para repelir esses herbívoros e
estes desenvolveram mecanismos para se adaptar ou explorar
essas substâncias e, nesse processo, as plantas se tornaram mais
tóxicas e os herbívoros mais especializados (CORNELL; HAWKINS,
2003).
Coevolução provavelmente tem sido importante em qualquer
nível trófico e, enquanto os detalhes variam, os conceitos gerais
provavelmente se aplicam em todos os níveis, pois todas as
espécies de organismos enfrentam os mesmos problemas de
aquisição e alocação de recursos (GUTIERREZ; CURRY, 1989 e
Figura 2) e todos evoluíram em resposta a outros organismos e ao
meio ambiente abiótico. Na bioeconomia, uma alocação importante
é para a defesa que inclui outros componentes que aumentam
fitness e adaptação (GUTIERREZ; REGEV, 2005).
Figura 2. Aquisição e alocação de energia em uma cadeia
alimentar. Note a mesma entrada e saída em cada nível trófico.
Fonte: Gutierrez e Curry (1989).
Incitantes de
Iniciam ou aceleram os movimentos do inseto
locomoção
Redutores da
Interferem nos processos normais de utilização do alimento
digestibilidade
lncitantes de
Estimulam o inseto a iniciar a alimentação ou oviposicão, fazem
alimentação ou
com que o inseto continue a se alimentar
oviposição
Fonte: Kogan (1986).
O custo da defesa
A alocação de recursos metabólicos destinados às defesas
físicas ou químicas contra os herbívoros deve representar um alto
custo energético e nutritivo para a planta (CHEW; RODMAN, 1979).
Defesas diretas e indiretas diferem nas suas exigências por
recursos metabólicos (HALITSCHKE et al., 2001) e podem ter várias
consequências no fitness da planta, dependendo do meio ambiente
(TURLINGS; BENREY, 1998). Plantas podem estar sob pressão de
seleção para coordenar os processos metabólicos necessários para
a defesa direta induzida e aqueles necessários para defesa indireta
ou tolerância. A quantidade e o tipo de defesa desenvolvidos pela
planta e seus tecidos ou órgãos estão relacionados com os riscos
que a planta enfrenta quando sofre ataque de um inseto, a
importância dos órgãos a proteger e os custos envolvidos
(RHOADES, 1983). Os órgãos de reprodução representam a base
da existência da planta e parecem estar melhor protegidos do que
as partes vegetativas, capazes de compensar os danos; admite-se
que plantas perenes possuem melhor proteção do que as plantas
efêmeras (KOGAN, 1986; PRICE,1984).
Feeny (1976) e Kogan (1986) sugeriram que havia poucas
evidências experimentais para estimar os custos para defesa, por
causa das dificuldades em se obter tais evidências. Após 20 anos,
Siemens et al. (2003) relataram que a evidência sobre os custos da
defesa induzida em sistemas naturais e na agricultura é descrita na
literatura, mas tem sido difícil estimar esses custos e geralmente
eles não são medidos em termos de fitness ou custo adaptativo da
planta. Cipollini et al. (2003) relataram que as defesas induzidas são
uma forma de plasticidade fenotípica adaptativa por meio da qual as
plantas economizam custos metabólicos ao acionar as defesas
diretas somente quando estas são necessárias e para incrementar a
defesa indireta pelos inimigos naturais, mas, ao mesmo tempo,
permitindo que as defesas constitutivas continuem em ação. Essa
coordenação permitiria à planta diminuir a defesa direta que poderia
afetar os inimigos naturais se esta fosse sequestrada pelo
herbívoro, e, ao mesmo tempo, estimular a defesa indireta
(CIPOLLINI et al., 2003). Hilker e Meiners (2002) tentaram medir os
custos ou benefícios das defesas induzidas usando os parâmetros
reprodutivos da planta, frutos e produção de sementes como moeda
corrente, mas não obtiveram resultados. A dificuldade em estimar
esses custos é complicada pelo fato de que as evidências que,
normalmente, admite-se serem defesas diretas, são difíceis de isolar
da enorme quantidade de outras alterações que ocorrem após o
ataque do inseto (RODA; BALDWIN, 2003).
A capacidade de ervas daninhas invadirem e colonizarem áreas
não indígenas tem sido atribuída a essa fuga do herbívoro,
permitindo a alocação de recursos antes usados na defesa química
e agora empregados no desenvolvimento e reprodução (ZANGERL;
BERENBAUM, 2005) e pode representar um meio de medir esses
custos em termos de fitness ou custo adaptativo.
Herbívoros
Os herbívoros são os insetos mais numerosos na maioria dos
sistemas ecológicos naturais e, em alguns habitats, podem ser
responsáveis por cerca de 80% do material vegetal ingerido
anualmente (THOMPSON; ALTHOF, 1999). A habilidade do inseto
de se alimentar satisfatoriamente envolve uma sequência de
comportamentos em que cada etapa facilita a etapa seguinte, como
a localização do habitat da planta hospedeira, o reconhecimento do
alimento, a aceitação e a adequação desse alimento (SALT, 1935,
MATTHEWS; MATTHEWS, 1978; KOGAN, 1976). Mecanismos
comportamentais permitem aos herbívoros escolher o local onde
depositar os ovos ou a progênie em plantas que oferecem melhores
condições para o desenvolvimento da futura geração (KARBAN;
AGRAWAL, 2002).
Rhoades (1985), em um trabalho clássico, examinou as
interações de ofensa-defesa entre herbívoros e plantas e como
essas podem alterar suas propriedades químicas e afetar o
desenvolvimento dos herbívoros. Para se alimentar de plantas com
altos níveis de substâncias secundárias para defesa, herbívoros
adaptados necessitam investir recursos (custos) na desintoxicação e
isso afeta seu crescimento (RODA; BALDWIN, 2003). Karban e
Agrawal (2002) expandiram o esquema proposto por Rhoades
(1985) e apresentaram três estratégias empregadas pelos
herbívoros para explorar seus hospedeiros (Tabela 2). A primeira
estratégia é considerada a menos agressiva e envolve o fator
escolha, em que os herbívoros selecionam certas plantas e evitam
outras. A segunda estratégia envolve modificações na morfologia e
fisiologia do inseto que ocorreram com o tempo ecológico e
evolucionário para explorar os hospedeiros presentes e futuros. A
terceira estratégia, a mais agressiva, ocorre quando o herbívoro
manipula ativamente a planta hospedeira, muitas vezes, antes
mesmo de se alimentar como, por exemplo, ao induzir o hospedeiro
a desenvolver uma galha nutritiva.
Modificações
Metabolizar,
morfológicas e
desintoxicar
fisiológicas
As substâncias secundárias e os
níveis tróficos terciários
As características de uma planta, como as substâncias
secundárias, tricomas, dureza dos tecidos e outras, podem afetar as
interações entre herbívoros e seus inimigos naturais ao atuarem
diretamente sobre o herbívoro, o inimigo natural ou ambos (PRICE
et al., 1980). Hufbauer e Via (1999) sugeriram que a evolução entre
insetos herbívoros e seus parasitoides pode ser influenciada pelo
relacionamento entre o inseto herbívoro e sua planta hospedeira e
demonstraram que populações de afídeos da ervilha podem se
especializar em alfafa, trevo ou outros hospedeiros, mas afídeos
especializados em alfafa foram parasitados com menos sucesso do
que os afídeos especializados em trevo, não importando se o
parasitoide era proveniente de alfafa ou trevo.
Uma vasta literatura tem descrito os efeitos das toxinas de
plantas nos consumidores primários, mas pouco é conhecido sobre
o impacto dessas toxinas nos inimigos naturais (PRICE et al., 1980;
PRICE, 1982). O fato de que uma planta pode tornar um inseto
resistente ao parasitismo foi registrado por Morgan (1910) e Gilmore
(1938 a,b), quando observaram que as lagartas do mandarová do
fumo Manduca sexta (L.) e Manduca quinquemaculata (Haworth)
(Lepidoptera: Sphingidae) criadas em plantas de fumo com altas
concentrações de nicotina reduziram a sobrevivência do parasitoide
Cotesia congregatus (Say) (Hymenoptera: Braconidae). Campbell e
Duffey (1979) registraram que quando lagartas de Helicoverpa zea
(Boddie) (Lepidoptera: Noctuidae) ingerem tomatina, esse alcaloide
pode ser tóxico ou mesmo letal ao parasitoide Hyposoter exiguae
(Viereck) (Hymenoptera: Ichneumonidae). Plantas com altas
concentrações de tomatina deveriam estar bem defendidas contra
herbívoros, no entanto, são mais vulneráveis, pois a tomatina afeta
pouco a lagarta e muito o parasitoide (PRICE, 1986). Outros
aleloquímicos de plantas, entretanto, são benéficos aos
parasitoides, em experimentos de laboratório com Diaeretiella rapae
(McIntosh) (Hymenoptera: Braconidae) um parasitoide ao qual foi
oferecido colônias de afídeos em plantas de beterraba e em plantas
de crucífera, o parasitoide preferiu parasitar os afídeos em crucífera,
pois essas plantas possuem uma substância que orienta o
parasitoide para encontrar a planta e depois o afídeo (READ et
al.,1970). Outros resultados de pesquisas envolvendo os
aleloquímicos, insetos herbívoros e inimigos naturais desses
herbívoros demonstram a complexidade dessas interações
envolvendo vários níveis tróficos.
Para De Moraes et al. (2000), a demonstração de que
parasitoides são atraídos pelos compostos voláteis liberados pelas
plantas em resposta ao ataque dos insetos herbívoros gerou
considerável interesse nos últimos dez anos e esses autores
apresentaram desenvolvimentos mais recentes na investigação das
interações planta–parasitoide. Alborn et al. (1997) isolaram o
composto volicitin de secreções orais de lagartas de Spodoptera
exigua Hübner (Lepidoptera: Noctuidae) e aplicaram nas folhas de
plântulas de milho induzindo essas plântulas a liberar compostos
voláteis que atraíram vespas parasitas dessa lagarta. A simulação
de danos sem a aplicação de voliticin não liberou compostos
voláteis para atrair as vespas. Heliothis subflexa (Guenée)
(Noctuidae: Heliothinae) alimenta-se de frutos de Physalis angulata
e estes não contêm ácido linoleico, uma exigência para o
desenvolvimento de muitos insetos (DE MORAES; MESCHER,
2004) e H. subflexa superou essa deficiência nutricional, entretanto,
seu parasitoide Cardiochiles nigriceps Viereck requer ácido linoleico
e isto reduz a vulnerabilidade de H. subflexa por meio de uma forma
de “cripsis“ bioquímica.
Considerações finais
As populações humanas continuam a aumentar
exponencialmente e, como consequência, a demanda por alimento
para os seres humanos e animais, bem como para a produção de
fibras. As plantas são as principais fontes de alimento e fibras e os
insetos são os maiores competidores por esses recursos. O
desenvolvimento de técnicas modernas de cultivo, como a
mecanização agrícola, e o emprego de herbicidas e inseticidas têm
permitido o cultivo de áreas extensas e a utilização de um número
restrito de espécies, diminuindo a diversidade vegetal (CROMARTIE
JUNIOR, 1981). O uso de agrotóxicos, muitas vezes, tem provocado
a erupção de pragas secundárias, a resistência dos insetos a esses
produtos e a degradação do meio ambiente (VAN DEN BOSCH,
1978) e esses fatores estimularam a pesquisa de produtos naturais
como os inseticidas botânicos, semioquímicos, aleloquímicos e a
manipulação genética de plantas. Um progresso considerável tem
sido feito no desenvolvimento e na aplicação de semioquímicos
como os feromônios para detecção, monitoramento, bloqueio no
sistema de comunicação para o acasalamento e o controle de
insetos-praga (CARDÉ; MILLAR; 2004). As informações sobre
períodos de quiescência do bicudo do algodoeiro e sua emergência
na primavera têm sido usadas para desenvolver um programa de
erradicação desse inseto usando feromônios e pesticidas
(DICKERSON et al., 1987). O uso de feromônios sintéticos para
evitar o acasalamento de Cydia pomonella (L.), Grapolita molesta
Busck, Endipiza viteana Clemens e outras espécies são exemplos
comuns na literatura. Desde 1970, foram publicadas mais de 548
pesquisas sobre cairomônios, mas não existem revisões gerais
exceto para coleópteros Cerambycidae e Scolytidae em sistemas de
florestas (ALLISON et al., 2004; SUN XIAO-LING et al., 2006).
O controle de insetos por meio de cultivares resistentes é uma
estratégia importante e envolve o estudo das defesas químicas
estabelecidas na planta, o comportamento, a fisiologia, os órgãos
sensores e a genética dos insetos (SAXENA; BARRION, 1985).
Para Bernays (1983), a melhor estratégia seria aumentar as defesas
presentes na planta e cuja ação sistêmica é restrita à própria cultura
e a biologia molecular provocou uma revolução nos conhecimentos
sobre as defesas induzidas e re-focalizou a atenção para o potencial
de exploração dos mecanismos de resistências endógenas das
plantas e, consequentemente, a proteção das culturas (FERRY et
al., 2004).
O desenvolvimento de inseticidas botânicos progrediu nos
últimos 50 anos desde a descoberta de que as folhas de Melia
azedarach e outras plantas relacionadas continham substâncias que
inibiam a alimentação em Schistocerca gregaria (Forsk.)
(SCHOONHOVEN, 1982), e produtos comerciais são disponíveis.
Avermectin, um produto natural obtido pela fermentação de um
microrganismo do solo, Streptomices avermectilis, já comercializado
é eficiente no controle de ácaros, com poucos efeitos para os
insetos benéficos (PUTTER et al., 1981; DYBAS; GREEN, 1984;
BULL, 1986). Avermectin é usado em mais de 50 produtos agrícolas
na Califórnia e, apesar de ser um produto natural, é tóxico para
peixes e outros invertebrados aquáticos (Pesticides Action Network
– PAN). O fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae var.
acridum tem sido usado para controlar gafanhotos na África
(ARTHURS; THOMAS, 2000) e outros insetos no Brasil.
Roitberg (2007) revisou pesquisas na área de manipulação do
comportamento de insetos no manejo de pragas e advertiu que a
resposta de comportamento do inseto aos vários estímulos pode
variar muito sob condições diferentes e, consequentemente, deve
ser entendida através dos conceitos de ecologia comportamental
antes de seu uso em programas de manejo de pragas como o uso
de atraentes, cairomônios, feromônios e outras táticas.
O avanço da biotecnologia permitiu a introdução de genes em
plantas (HORSCH et al., 1985) e o Bacillus thuringiensis tem sido
usado em razão da seletividade de sua toxina, relativa simplicidade
genética determinada por um único gene, facilitando a transferência
para outro organismo (LINDQUIST; BUSCH-PETERSEN, 1987) e
também porque se pensou que não fosse tóxico ao meio ambiente
(LUTTRELL; HERZOG, 1994). Keeping et al. (2007) sugeriram o
uso de milho geneticamente modificado como uma cultura-
armadilha para atrair Eldana saccharina Walker (Lepidoptera:
Pyralidae), praga de cana-de-açúcar na África do Sul e o uso de
táticas de push-pull no manejo desse inseto.
Algodão transgênico, soja e outras plantas cultivadas foram
desenvolvidos visando ao controle de lepidópteros, com maior
sucesso contra a lagarta-rosada, Pectinophora gossypiella
Saunders, e menor sucesso contra outras pragas e, além disso,
afetando a eficiência de inimigos naturais (GUTIERREZ et al.,
2006). Pemsl et al. (2005) analisaram os benefícios econômicos do
uso de algodão transgênico Bt e seu papel nas erupções de pragas
secundárias, e o uso de culturas transgênicas resistentes aos
herbicidas tem resultado em um aumento no uso de herbicidas,
provocando o desenvolvimento de resistência em algumas ervas
daninhas e efeitos deletérios em anfíbios (HAYES, 2003; RELYEA,
2005).
Por último, a aplicação de determinadas teorias ecológicas em
ecossistemas profundamente alterados (agricultura) é questionável
(LEWIS; WILSON, 1980), não obstante, as pesquisas na área das
interações inseto–planta continuarão a fornecer as informações
necessárias para o desenvolvimento de novas tecnologias de
manejo de insetos, ecologicamente compatíveis com o meio
ambiente. Essa conclusão foi escrita em 1991 (PIZZAMIGLIO,
1991), contudo, ainda é válida, apesar do progresso considerável na
área de análise de agroecossistemas e sistemas multitróficos
naturais (GUTIERREZ; BAUMGÄRTNER, 2007).
Referências
AGRAWAL, A. A. Phenotypic plasticity in the interactions and evolution of species.
Science, Washington, DC, v. 294, p. 321-26, 2001.
ALBORN, H. T.; TURLINGS, T. C.; JONES, T. H.; STENHAGEN, G.; LOUGHRIN, J. H.;
TUMLINSON, J. H. An elicitor of plant volatiles from beet armyworm oral secretion.
Science, Washington, DC, v. 276, p. 945-949, 1997.
ALLISON, J. D.; BORDEN, J. H.; SEYBOLD, S. J. A review of the chemical ecology of the
Cerambycidae (Coleoptera). Chemoecology, Basel, v.14, p. 123-150, 2004.
ANDREWARTHA, H. G.; BIRCH, L. C. The distribution and abundance of animals.
Chicago: The University of Chicago, 1954. 782 p.
ARTHURS, S.; THOMAS, M. B. Effects of a mycoinsecticide on feeding and fecundity of the
brown locust Locustana pardalina. Biocontrol, Science and Technology, Oxford, v. 10, p.
321-329, 2000.
BARRETT, P. A.; WILLIS, K. J. Did dinosaurs invent flowers? Dinosaur & angiosperm
coevolution revisited. Biological Reviews of the Cambridge Philosophical Society,
Cambridge, v. 76, p. 411-447, 2001.
BAUMGÄRTNER, J.; SEVERINI, M. Microclimate and arthropod phenologies: The leaf
miner Phyllonoricter biancardella F. (Lep.) as an example. In: PRODI, F.; ROSSI, F.;
CRISTOFERI, G. International Conference on Agrometeorology. Cesena: Fondazione
Cesena Agricultura Pub., 1987. p. 225-243.
BECERRA, J. X. Synchronous coadaptation in an ancient case of herbivory. Proceedings
of the National Academy of Sciences of United States of America, Washington, DC, v.
100, issue 22, p. 12804-12807. 2005.
BECK, S. D.; SCHOONHOVEN, L. M. Insect behavior and plant resistance. In: MAXWELL,
F. G.; JENNINGS, R. A. (Ed.). Breeding plants resistant to insects. New York: J. Wiley,
1980. p. 115-135.
BERENBAUM, M. Charge of the light brigade; insect adaptations to phototoxins. In: HEITZ,
J. R.; DOWNUM, K. R. (Ed.). Light-activated pesticides. Washington, DC: ACS
Symposium Series, 1987. p. 206-216.
BERENBAUM, M. Coumarins and caterpillars: a case for coevolution. Evolution:
international journal of organic evolution, Lancaster, v. 37, p. 163-179, 1983.
BERENBAUM, M. Post-ingestive effects of phytochemicals on insects: on Paracelsus and
plant products. In: MILLER, T. A.; MILLER. J. (Ed.). Insect-plant interactions. New York:
Springer-Verlag, 1986. p. 121-153.
BERENBAUM, M.; FEENY, P. Toxicity of angular furanocoumarins to swallowtails:
escalation in the coevolutionary arms race? Science, Washington, DC, v. 212, p. 927-929,
1981.
BERNAYS, E. A. Antifeedants in crop pest management. In: WHITEHEAD, D. L.;
BOWERS, W. (Ed.). Natural products for innovative pest management. Oxford:
Pergamon, 1983. p. 259-271.
BERNAYS, E. A. Plant tannins and insect herbivores: an appraisal. Ecological
Entomology, Oxford, v. 6, p. 353-360, 1981.
BERNAYS, E. A. The insect on the plant: a closer look. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM
ON PLANT-INSECT RELATIONSHIPS, 5., 1982, Wageningen. Proceedings…
Wageningen: PUDOC, 1982. p. 3-17.
BERNAYS, E. A.; CHAPMAN, R. F. Host-plant selection by phytophagous insects. New
York: Chapman and Hall, 1994. 312 p.
BERNAYS, E. A.; GRAHAM, M. On the evolution of host specificity in phytophagous
arthropods. Ecology, Tempe, v. 69, p. 886-892, 1988.
BLAIR, A. C.; WOLFE, L. M. The evolution of an invasive plant: an experimental study with
Silene latifolia. Ecology, Tempe, v. 85, p. 3035-3042, 2004.
BRUES, C. T. The selection of food-plants by insects, with special reference to
lepidopterous larvae. The American Naturalist, Chicago, v. 54, p. 31 3-332, 1920.
BULL, D. L. Toxicity and pharmacodynamics of avermectin in the tobacco budworm, com
earworm, and fall armyworm (Noctuidae: Lepidoptera). Journal of Agricultural and Food
Chemistry, Washington, DC, v. 34, p. 74-78, 1986.
CAMPBELL, B. C.; DUFFEY, S. S. Tomatine and parasitic wasps: potential incompatibility of
plant antibiosis with biological control. Science, Washington, DC, v. 205, p. 700-702, 1979.
CANDOLLE de, A. M. P. Physiologie vegetale. Paris: Bechet Jenne, Lib. Fac. Med., 1832.
v. III.
CARDÉ, R. T.; MILLAR, J. (Ed.). Advances in insect chemical ecology. Cambridge:
Cambridge University, 2004. 352 p.
CARROL, C. R.; HOFFMAN, C. A. Chemical feeding deterrent mobilized in response to
insect herbivory and counter adaptation by Epilachna tredecimnotata. Science,
Washington, DC, v. 209, p. 414-416, 1980.
CHAN, B. G.; WAISS, A. C.; LUKEFAHR, M. Condensed tannin, an anti-biotical chemical
from Gossypium hirsutum. Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 24, p. 113-118, 1978.
CHAPMAN, R. F. The insects: structure and function. Cambridge: Harvard University,
1982. 788 p.
CHEW, F. S.; RODMAN, J. Plant resources for chemical defense. In: ROSENTHAL, G. A.;
JANZEN, D. H. (Ed.). Herbivores: their interaction with secondary plant metabolites. New
York: Academic Press, 1979. p. 271-307.
CIPOLLINI, D.; PURRINGTON, C. B.; BERGELSON, J. Costs of induced responses in
plants. Basic and Applied Ecology, Jena, v. 4, p. 79-89, 2003.
COLEY, P. D. Effects of leaf age and plant life history patterns on herbivory. Nature,
London, v. 284, p. 545-546, 1980.
CORNELL, H. V.; HAWKINS, B. A. A test of phytochemical coevolution theory. The
American Naturalist, Chicago, v. 161, p. 507-522, 2003.
COSTA, A. A.; VARANDA, E. M. Building of leaf shelters by Stenoma scitiorella Walker
(Lepidoptera: Elachistidae): manipulation of host plant quality? Neotropical Entomology,
Londrina, v. 31, p. 537-540, 2002.
CROMARTIE JUNIOR, W. J. The environmental control of insects using crop diversity. In:
PIMENTEL, D. (Ed.). Handbook of pest management. Boca Raton: CRC, 1981. v. 1, p.
223-251.
CZAPECK, F. Biochemie der Pflanzen. Jena: G. Fisher, 1921.
DALY, H. V.; DOYEN, J .T.; EHRLICH, P. Introduction to insect biology and diversity.
New York: McGraw-Hill, 1978. 564 p.
DE MORAES, C. M.; LEWIS, W. J.; TUMLINSON, J. H. Examining plant-parasitoid
interactions in tritrophic systems. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Londrina,
v. 29, p. 189-203, 2000.
DE MORAES, C. M.; MESCHER, M. C. Biochemical crypsis in the avoidance of natural
enemies by an insect herbivore. Proceedings of the National Academy of Sciences of
United States of America, Washington, DC, v. 101, p. 8993-8997, 2007.
DETHIER, V. G. Chemical factors determining the choice of food plants by Papilio larvae.
The American Naturalist, Chicago, v. 75, p. 61-73. 1941.
DETHIER, V. G. Evolution of feeding preferences in phytophagous insects. Evolution,
Lancaster, v. 8, p. 55-64, 1954.
DETHIER, V. G. Man’s plague? insects and agriculture. Princeton: Darwin Press, 1976.
237 p.
DICKE, M. Evolution of induced indirect defense of plants. In: TOLLRIAN, R.; HARVELL, C.
D. (Ed.). The ecology and evolution of inducible defenses. Princeton: Princeton
University, 1999. p. 62-88.
DICKE, M.; AGRAWAL, A. A.; BRUIN, J. Plants talk, but are they deaf? Trends in Plant
Science, London, v. 8, p. 403-405, 2003a.
DICKE, M.; BRUIN, J. Chemical information transfer between plants: back to the future.
Biochemical Systematics and Ecology, Oxford, v. 29, p. 981-994, 2001.
DICKE, M.; HILKER, M. Induced plant defenses: from molecular biology to evolutionary
ecology. Basic and Applied Ecology, Jena, v. 4, p. 3-14, 2003.
DICKE, M.; TAKKEN, W. (Ed.). Chemical ecology: from gene to ecosystem. Berlin:
Springer, 2006. 189 p. (Wageningen UR Frontis Series, 16).
DICKE, M.; POECKE, R. M. P. van; BOER, J. G. de. Inducible indirect defence of plants:
from mechanisms to ecological functions. Basic and Applied Ecology, Jena, v. 4, p. 27-
42, 2003b.
DICKERSON, W. A.; RIDGEWAY, R. L.; PLANER, F. R. Southeastern boll weevil
eradication program, improved pheromone trap, and program status. In: BELTWIDE
COTTON RESEARCH AND PRODUCTION CONFERENCE, 1987, Memphis.
Proceedings… Memphis: National Cotton Council, 1987. p. 335-337.
DIETL, G. P.; KELLEY, P. H. The fossil record of predator-prey arms races: coevolution and
escalation hypotheses. Paleontological Society Papers, New Haven, v. 8, p. 353-374,
2002.
DUFFEY, S. S.; SCUDDER, G. G. E. Cardiac glycosides in Oncopeltus fasciatus (Dallas)
(Hemiptera: Lygaeidae) I: The uptake and distribution of natural cardenolids in the body.
Canadian Journal of Zoology, Ottawa, v. 52, p. 283-289, 1974.
DUSSOURD, D. E. Behavioral sabotage of plant defense: do vein cuts and trenches reduce
insect exposure to exudates? Journal of Insect Behavior, New York, v. 12, p. 501-515,
1999.
DUSSOURD, D. E.; UBIK, K.; RESCH, J. F.; MEINWALD, J.; EISNER, T. Egg protection by
parental investment of plant alkaloids in Lepidoptera. In: INTERNATIONAL CONGRESS OF
ENTOMOLOGY, 17., 1984, Hamburg. Anais… [Hamburg: s.n.], 1984. p. 840.
DYBAS, R. A.; GREEN JUNIOR, A. S. Avermectins: their chemistry and pesticidal activity.
In: BRITISH CROP PROTECTION CONFERENCE ON PESTS AND DISEASES, 1984,
Brighton. Proceedings… Brighton: BCPC, 1984. 3 v., p. 947-953.
EDWARDS, P. J.; WRATTEN, S. D. Ecologia das interações entre insetos e plantas.
São Paulo: Edusp, 1981. 71 p.
EHRLICH, P. R.; RAVEN, P. R. Butterflies and plants: a study in coevolution. Evolution:
International Journal of Organic Evolution, Lancaster, v. 18, p. 586-608, 1964.
EISNER, J. S.; JOHNESSEE, J. S.; CARREL, J. Defensive use by an insect of a plant
resin. Science, Washington, DC, v. 184, p. 996-999, 1974.
EUBANKS, M. D.; STIRSKY, J. D.; DENNO, R. F. The evolution of omnivory in heteropteran
insects. Ecology, Tempe, v. 84, p. 2549-2556, 2003.
FABRE, J. H. Souvenirs entomologiques. Paris: Delagrave, 1879-1890. p. 317-433. (3e
série).
FAEGRI, K.; VAN DER PIJL, L. The principles of pollination ecology. Oxford: Pergamon,
1979. 291 p.
FEENY, P. Biochemical coevolution between plants and their insect herbivores. In:
GILBERT, L. E.; RAVEN, P. H. (Ed.). Coevolution of animals and plants. Austin:
University of Texas Press, 1975. p. 3-19.
FEENY, P. Plant appearance and chemical defense. In: WALLACE, J. W.; MANSELL, R. L.
(Ed.). Biochemical interactions between plants and insects. New York: Plenum, 1976.
p. 1-40.
FEENY, P. Seasonal changes in oak leaf tannins and nutrients as cause of spring feeding
by winter moth caterpillars. Ecology, Tempe, v. 51, p. 565-581, 1970.
FEILD, T. S.; ARENS, N. C. The ecophysiology of early angiosperms. Plant Cell
Environment, Oxford, v. 30, p. 291-309, 2007.
FENNAH, R. G. Nutritional factors associated with seasonal population increase of cacao
thrips Selenothrips rubrocinctus (Giard.) (Thysanoptera) on cashew, Anacardium
occidentale. Bulletin of Entomological Research, London, v. 53, p. 681-713, 1963.
FERRY, N.; EDWARDS, M. G.; GATEHOUSE, J. A.; GATEHOUSE, A. M. R. Plant-insect
interactions: molecular approaches to insect resistance. Current Opinion in
Biotechnology, London, v. 15, p. 1-7, 2004.
FLINT, M. L.; VAN DEN BOSCH, R. Introduction to integrated pest management. New
York: Plenum, 1981. 256 p.
FORCE, D. C.; MESSENGER, P. S. Fecundity, reproductive rates, and innate capacity for
increase of three parasites of Therioaphis maculata (Buckton). Ecology, Tempe, v. 45, p.
706-715, 1964.
FOX, L. R. Cannibalism in natural populations. Annual Review of Ecology and
Systematics, Palo Alto, v. 6, p. 87-106, 1975.
FRAENKEL, G. The nutritional value of green plants for insects. In: INTERNATIONAL
CONGRESS OF ENTOMOLOGY, 9., 1951, Amsterdam. Transactions… The Hague: W.
Junk, 1953. v. 2, p. 90-100.
FRAENKEL, G. The “raison d’etre” of secondary plant substances. Science, Washington,
DC, v. 129, p. 1966-1970, 1959.
FRAENKEL, G. The basis of food selection in insects which feed on leaves. In: Annual
meeting of entomological society, 8., 1958, Hokkaido. Invited paper. Japan: Hokkaido
University, 1958, p. 1-5.
FRETWELL, S. D. Food chain dynamics: the central theory of ecology? Oikos,
Copenhagen, v. 50, p. 291-301, 1987.
FUTUYMA, D. J. Evolutionary interactions among herbivorous and plants. In: FUTUYMA, D.
J.; SLATKIN, M. (Ed.). Coevolution. Sunderland: Sinauer, 1983. p. 207-231.
FUTUYMA, D. J.; SLATKIN, M. (Ed.). Coevolution. Sunderland: Sinauer, 1983. 555 p.
GALLUN, R. L.; KHUSH, G. S. Genetic factors affecting expression and stability of
resistance. In: MAXWELL, F. G.; JENNINGS, P. R. (Ed.). Breeding plants resistant to
insects. New York: J. Wiley, 1980. p. 63-85.
GENSEL, P. G.; ANDREWS, H. N. The evolution of early land plants. The American
Scientist, Chicago, v. 75, p. 478-489, 1987.
GILES, C. T.; VIVANCO, J. M.; NEWINGHAM, B.; GOOD, W.; BAIS, H. P.; LANDRS, P.;
CAESAR, A.; CALOWAY, R. M. Insect herbivory stimulates allelopathic exudation by an
invasive plant and the suppression of natives. Ecology Letters, Oxford, v. 8, p. 209-217,
2005.
GILMORE, J. V. Notes on Apanteles congregatus (Say) as a parasite of tobacco
hornworms. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 31, p. 712-715, 1983b.
GILMORE, J. V. Observations on the hornworms attacking tobacco in Tennessee and
Kentucky. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 31, p. 706-712, 1983a.
GOSSARD, T. W.; JONES, R. E. The effects of age and weather on egg-laying in Pieris
rapae L. Journal of Applied Ecology, Oxford, v. 14, p. 65-71, 1977.
GROSTAL, P.; O’DOWD, D. J. Plants, mites and mutualism: leaf domatia and the
abundance and reproduction of mites on Viburnum tinus (Caprifoliaceae). Oecologia,
Heidelberg, v. 97, p. 30-315, 1994.
GUTIERREZ, A. P. Climate change: effects on pest dynamics. In: REDDY, K. R.; HODGES,
H. F. (Ed.). Climate change and global crop productivity. London: CAB International,
2001. p. 353-370.
GUTIERREZ, A. P.; CURRY, G. L. Framework for studying crop-pest systems. In: FRISBIE,
R. F. (Ed.). Integrated pest management systems for cotton production. New York: J.
Wiley, 1989. p. 37-64.
GUTIERREZ, A. P.; ADAMCYZK JUNIOR, J. J.; PONSARD, S. A physiologically based
model of Bt cotton-pest interactions II: bollworm-defoliator-natural enemy interactions.
Ecological Modeling, Amsterdam, v. 191, p. 360-382, 2006.
GUTIERREZ, A. P.; BAUMGÄRTNER, J. Modeling the dynamics of tritrophic population
interactions. In: KOGAN, M.; JEPSON, P. (Ed.). Perspectives in ecological theory and
integrated pest management. Cambridge: Cambridge University, 2007. p. 301-360.
GUTIERREZ, A. P.; PIZZAMIGLIO, M. A. Physiologically-based GIS model of weather
mediated model of competition between a parasitoid and a coccinellid predator of oleander
scale. Neotropical Entomology, Londrina, v. 36, p. 70-83, 2007.
GUTIERREZ, A. P.; REGEV, U. The bioeconomics of tritrophic systems: applications to
invasive species. Ecological Economics: the transdisciplinary journal of the international
society for ecological economics, Amsterdam, v. 52, p. 382-396, 2005.
HAIRSTON, N. G.; SMITH, F. E.; SLOBODKIN, L. B. Community structure, population
control, and competition. The American Naturalist, Chicago, v. 44, p. 421-425, 1960.
HALITSCHKE, R.; SCHITTKO, U.; POHNERT, G.; BOLAND, W.; BALDWIN, I. Molecular
interaction between the specialist herbivore Manduca sexta (Lepidoptera, Sphingidae) and
its natural host Nicotiana attenuata. III: fatty acid–amino acid conjugated in herbivore oral
secretions are necessary and sufficient for herbivore-specific plant responses. Journal of
Plant Physiology, Stuttgart, v. 125, p. 711-717, 2001.
HARBORNE, J. B. Biochemical interaction between higher plants. In: HARBORNE, J. B.
(Ed.). Introduction to ecological biochemistry. London: Academic Press, 1977b. p. 178-
195.
HARBORNE, J. B. Insect feeding preferences. In: HARBORNE, J. B. (Ed.). Introduction to
ecological biochemistry. London: Academic Press, 1977a. p. 103-129.
HARBORNE, J. B. The plant and its biochemical adaptation to the environment. In:
HARBORNE, J. B. (Ed.). Introduction to ecological biochemistry. London: Academic
Press, 1977c. p. 1-26.
HARPER, E. M. Dissecting post-paleozoic arms races. Palaeogeography,
Palaeoclimatology, Palaeoecology, Amsterdam, v. 232, p. 322-343, 2006.
HARRIS, M. K. Arthropod-plant interaction related to agriculture emphasizing host plant
resistance. In: HARRIS, M. K. (Ed.). Biology and breeding for resistance to arthropods
and pathogens in agricultural plants. College Station: Texas University, 1980. p. 23-51.
HAYES, T. Conservation physiology: the amphibian response to pesticide contamination.
Integrative and Comparative Biology, Oxford, v. 43, p. 815, 2003.
HEIL, M.; McKEY, D. Protective ant-plant interactions as model systems in ecological and
evolutionary research. Annual Review of Ecology and Systematics, Palo Alto, v. 34, p.
425-453, 2003.
HILKER, M.; MEINERS, T. Induction of plant response to oviposition and feeding by
herbivorous arthropods: A comparison. Entomologia Experimentalis et Applicata,
Dordrecht, v. 104, p. 181-192, 2002.
HOLLING, C. S.; JONES, D.; CLARK, C. C. Ecological policy design: a case study of forest
and pest management. In: CONFERENCE ON PEST MANAGEMENT, 1977, Laxenburg.
Proceedings… Oxford: Pergamon, 1977. p. 13-90.
HORSCH, R. B.; FRY, J. E.; HOFFMANN, N. L.; EICHOLTZ, D.; ROGERS, S. G.; FRALEY,
R. T. A simple and general method for transferring genes into plants. Science, Washington,
DC, v. 227, p. 1229-1231, 1985.
HOWARD, J. J. Leaf-cutting ant diet selection: the role of nutrients, water, and secondary
chemistry. Ecology, Tempe, v. 68, p. 503-515, 1987.
HOWARD, K. J.; SMITH, A. R.; O’DONNELL, S.; JEANNE, R. L. Novel method of swarm
emigration by the epiponine wasp, Apoica pallens (Hymenoptera Vespidae). Ethology,
Ecology and Evolution, Firenze, v. 14, p. 365-371, 2002.
HUFBAUER, R. A.; VIA, S. Evolution of an aphid-parasitoid interaction: variation in
resistance to parasitism among aphid populations specialized on different plants.
Evolution, Lancaster, v. 53, p. 1435-1445, 1999.
HUFFAKER, C. B.; KENNETT, C. E. Studies of two parasites of the olive scale, Parlatoria
oleae (Colvée) in control of the olive scale, Parlatoria oleae (Colvée) IV: biological control of
Parlatoria oleae (Colvée) through the compensatory action of two introduced parasites.
Hilgardia, Berkeley, v. 37, p. 283-334, 1966.
HUFFAKER, C. B.; MESSENGER, P. S.; DEBACH, P. The natural enemy component in
natural control and the theory of biological control. In: HUFFAKER, C. B. (Ed.). Biological
control. New York: Plenum, 1971. p. 16-67.
HUHEEY, J. E. Warning coloration and mimicry. In: BELL, W. L.; CARDÉ, R. T. (Ed.).
Chemical ecology of insects. London: Chapman and Hall, 1984. p.257-297.
IKEDA, T.; MATSUMARA, F.; BENJAMIN, D. M. Chemical basis for feeding adaptations of
pine sawflies Neodiprion rugifrons and Neodiprion swainei. Science, Washington, DC, v.
197, p. 497-499, 1977.
JANZEN, D. H. Coevolution of mutualism between ants and acacias in Central America.
Evolution, Lancaster, v. 20, p. 249-275, 1966.
JANZEN, D. H. When is it coevolution? Evolution, Lancaster, v. 34, p. 611-612, 1980.
JERMY, T. Insect-host-plant relationship-coevolution or sequential evolution? Symposia
Biologica Hungarica, Budapest, v. 16, p. 109-113, 1976.
KARBAN, R.; AGRAWAL, A. A. Herbivore offense. Annual Review of Ecology and
Systematics, Palo Alto, v. 33, p. 641-664, 2002.
KEEPING, M. G.; RUTHERFORD, R. S.; CONLONG, D. E. Bt-maize as a potential trap
crop for management of Eldana saccharina Walker (Lep., Pyralidae) in sugarcane. Journal
of Applied Entomology, Hamburg, v. 131, p. 241-250, 2007.
KENNEDY, J. S.; BOOTH, C. O. Host alternation in Aphis fabae Scop I: feeding preferences
and fecundity in relation to the age and kind of leaves. The Annals of Applied Biology,
London, v. 38, p. 25-64, 1951.
KIRKPRATICK, T. W. Insect life in the tropics. London: Longmans, 1957. 311 p.
KOGAN, M. Plant defense strategies and host-plant resistance. In: KOGAN, M. (Ed.).
Ecological theory and integrated pest management practice. New York: J. Wiley, 1986.
p. 83-133.
KOGAN, M. The role of chemicals factors in insect/plant relationships. In: INTERNATIONAL
CONGRESS ENTOMOLOGY, 15., 1976, Washington, DC. Proceedings… College Park:
Entomological Society of America, 1976. p. 211-227.
KOGAN, M.; PAXTON, J. Natural inducers of plant resistance to insects. In: HEDIN, P. A.
(Ed.). Plant resistance to insects. Washington, DC: American Chemical Society, 1983. p.
152-171.
KOSSEL, A. Ueber die Chorda dorsalis. Zeitschrift für Physiologische Chemie, Berlin, v.
15, p. 331-334, 1891.
KUBO, I.; KLOCKE, J. A. Isolation of phytoecdysones, insect ecdysis inhibitors and feeding
deterrents. In: HEDIN, P. A. (Ed.). Plant resistance to insects. Washington, DC: American
Chemical Society, 1983. p. 329.
LAW, J. M.; REGNIER, E. Pheromones. Annual Review of Biochemistry, Palo Alto, v. 40,
p. 533-548, 1971.
LEVIN, D. A. The chemical defenses of plants to pathogens and herbivores. Annual
Review of Ecology and Systematics, Palo Alto, v. 7, p. 121-159, 1976.
LEWIS, R.; WILSON, N. Ecological theory and pest management. Annual Review of
Entomology, Palo Alto, v. 25, p. 287-308, 1980.
LINDQUIST, D. A.; BUSCH-PETERSEN, E. Applied insect genetics and IPM. In: DELUCHI,
V. (Ed.). Integrated pest management: quo vadis? Geneve: [s.n.], 1987. p. 237-255.
LUTTRELL, R. G.; HERZOG, G. A. Potential effect of transgenic cotton expressing Bt
cotton IPM programs. In: HERBER, D. J. (Ed.). Proceedings of the Beltwide Cotton
Production Research. Memphis: Conference National Cotton Council, 1994. p. 806-809.
MARTIN, J. S.; MARTIN, M. M.; BERNAYS, E. A. Failure of tannic acid to inhibit digestion
or reduce digestibility of plants protein in gut fluids of insect herbivores: implications for
theories of plant defense. Journal Chemical Ecology, New York, v. 13, p. 605-621, 1987.
MATTHEWS, R. W.; MATTHEWS, J. R. Insect behaviour. New York: J. Wiley, 1978. 507 p.
MELLO, M. O.; SILVA-FILHO, M. C. Plant-insect interactions: an evolutionary arms race
between two distinct defense mechanisms. Brazilian Journal of Plant Physiology,
Piracicaba, v. 14, p. 71-81, 2002.
MORAN, N.; HAMILTON, W. D. Low nutritive quality as defense against herbivores.
Journal of Theoretical Biology, London, v. 89, p. 247-254, 1980.
MORGAN, A. C. Observations recorded at the 236th regular meeting of the Entomological
Society of Washington. Proceedings of the Entomological Society of Washington,
Washington, DC, v. 12, p. 12-72, 1910.
MOTHES, K. Historical introduction. In: BELL, E. A.; CHARLWOOD, B. V. (Ed.). Secondary
plant products: encyclopedia of plant physiology. Berlin: Springer-Verlag, 1980. v. 8, p.1-
10.
MULLER, C. Lack of sequestration of host plant glucosinolates in Pieris rapae and P.
brassicae. Chemoecology, Basel, v. 13, p. 47-54, 2003.
MURDOCH, W. W.; BRIGGS, C. J.; SWARBRICK, S. Host suppression and stability in a
parasitoid: host system: experimental demonstration. Science, Washington, DC, v. 307, p.
610-613, 2005.
NECHOLS, J. R.; TAUBER, M. J.; TAUBER, C. A.; MASAKI, S. Adaptations to hazardous
seasonal conditions: dormancy, migration, and polyphenism. In: HUFFAKER, C. B.;
GUTIERREZ, A. P. (Ed.). Ecological entomology. 2nd ed. New York: J. Wiley, 1999. p.
313-353.
NORDLUND, D. A. Semiochemicals: a review of the terminology. In: NORDLUND, D. A.;
JONES, R. L.; LEWIS, W. J. (Ed.). Semiochemicals: their role in pest control. New York: J.
Wiley, 1981. p. 13-24.
OPLER, P. A. Fossil lepidopterous leaf miners demonstrate the age of soma insect-plant
relationships. Science, Washington, DC, v. 179, p. 1321-1323, 1973.
OWEN, D. Camouflage and mimicry. Chicago: University of Chicago, 1980b. 158 p.
OWEN, J. Feeding strategy. Chicago: University of Chicago, 1980a. 160 p.
PEMSL, D.; WAIBEL, H.; GUTIERREZ, A. P. Why do some Bt-cotton farmers in China
continue to use high levels of pesticides? International Journal of Agricultural
Sustainability, Essex, v. 3, p. 44-56, 2005.
PIANKA, E. R. Evolutionary ecology. New York: Harper & Row, 1994. 486 p.
PIMM, S. L. Properties of food webs. Ecology, Tempe, v. 61, p. 219-225, 1980.
PIMM, S. L.; LAWTON, J. H. On feeding on more than one trophic level. Nature, London, v.
275, p. 542-544, 1978.
PIZZAMIGLIO, M. A.Ecologia das interações inseto/planta. In: PANIZZI, A. R.; PARRA, J.
R. P. (Ed.). Ecologia nutricional de insetos e suas implicações no manejo de pragas.
São Paulo: Manole: CNPq, 1991. p. 101-129.
POLIS, G. A.; MYERS, A.; HOLT, R. D. The ecology and evolution of intraguild predation:
potential competitors that eat each other. Annual Review of Ecology and Systematics,
Palo Alto, v. 20, p. 297-330, 1989.
PRICE, P. W. Ecological aspects of host plant resistance and biological control: interactions
among three trophic levels. In: BOETHEL, D. J.; EIKENBARY, R. D. (Ed.). Interactions of
plant resistance and parasitoids and predators of insects. London: Ellis Horwood,
1986. p. 11-30.
PRICE, P. W. Hypotheses on organization and evolution in herbivorous insect communities.
In: DENNO, R. F.; MCCLURE, M. S. (Ed.). Variable plants and herbivores in natural and
managed systems. New York: Academic Press, 1982. p. 559-596.
PRICE, P. W. Insect ecology. New York: J. Wiley, 1984. 608 p.
PRICE, P. W.; BOUTON, C. E.; GROSS, P.; MCPHERON, B. A.; THOMPSON, J. N.; WEIS,
A. E. Interactions among three trophic levels: influence of plants on interactions between
insect herbivores and natural enemies. Annual Review of Ecology and Systematics, Palo
Alto, v. 11, p. 41-65, 1980.
PROKOPY, R. J.; OWENS, E. D. Visual detection of plants by herbivorous insects. Annual
Review of Entomology, Palo Alto, v. 28, p. 337-364, 1983.
PUTTER, I.; MACCORNEL, J. G.; PREISER, F. A.; HAIDRI, A. A.; RISTICH, S. S.; DYBAS,
R. A. Avermectins, novel insecticides, acaricides, and nematicides from a soil
microorganism. Experientia, Basel, v. 37, p. 963-964, 1981.
QUEZADA, J. R.; DEBACH, P. Bioecological and population studies of the cottony scale,
Icerya purchasi Mask. and its natural enemies. Rodolia cardinalis Mul. and Cryptochaetum
iceryae Wil. in southern California. Hilgardia, Berkeley, v. 41, p. 631-688, 1973.
RAMSAY, J. A.; BUTTER, C. G.; SANG, J. H. The humidity gradient at the surface of a
transpiring leaf. The Journal of Experimental Biology, London, v. 15, p. 255-265, 1983.
RASNITSYN, A. P.; KASSILOV, V. A. The first documented occurrence of phyllophagy in
pre-Cretaceous insects: leaf tissues in the gut of upper Jurassic insects from southern
Kazakhstan. Paleobotany Journal, v. 34, p. 301-309, 2000.
RATHCKE, B. J.; POOLER, R. W. Coevolutionary race continues, butterfly larval adaptation
to plant trichomes. Science, Washington, DC, v. 187, p. 175-176, 1975.
RAUBENHEIMER, D.; SIMPSON, S. J. Nutrient balancing in grasshoppers: behavioural
and physiological correlates of dietary breadth. The Journal of Experimental Biology,
London, v. 206, p. 1669-1681, 2003.
READ, D. P.; FEENY, P.; ROOT, R. B. Habitat selection by the aphid parasite Diaeretiella
rapae (Hymenoptera: Braconidae) and hyperparasite Charips brassicae (Hymenoptera:
Cynipidae). Canadian Entomology, Ottawa, v. 102, p. 567-1578, 1970.
RELYEA, R. A. The lethal impacts of roundup and predatory stress on six species of North
American tadpoles. Archives of Environmental Contamination and Toxicology, New
York, v. 48, p. 351-357, 2005.
RHOADES, D. F. Evolution of plant chemical defenses against herbivores. In:
ROSENTHAL, G. A.; JANZEN, D. (Ed.). Herbivores: their interactions with secondary plant
metabolites. New York: Academic Press, 1979. p. 3-54.
RHOADES, D. F. Herbivore population dynamics and plant chemistry. In: DENNO, R. F.;
MCCLURE, M. S. (Ed.). Variable plants and herbivores in natural and managed
systems. New York: Academic Press, 1983. p. 155-220.
RHOADES, D. F. Offensive-defensive interactions between herbivores and plants: their
relevance in herbivore population dynamics and ecological theory. The American
Naturalist, Chicago, v. 125, p. 205-238, 1985.
RHOADES, D. F.; CATES, R. G. Toward a general theory of plant anti-herbivore chemistry.
In: WALLACE, J. W.; MANSELL, R. L. (Ed.). Biochemical interactions between plants
and insects. New York: Plenum, 1976. p. 168-213. 438 p.
ROCHAT, J.; GUTIERREZ, A. P. Weather mediated regulation of olive scale by two
parasitoids. Journal Animal Ecology, Oxford, v. 70, p. 476-490, 2001.
RODA, A.; BALDWIN, I. T. Molecular technology reveals how the induced direct defenses of
plants work. Basic and Applied Ecology, Jena, v. 4, p. 15-26, 2003.
ROITBERG, B. D. Why pest management needs behavioral ecology and vice versa.
Entomological Research, Seoul, v. 37, p. 14-18, 2007.
ROOT, R. B. The niche exploitation patterns of the blue-gray gnatcatcher. Ecological
Monographs, Durham, v. 37, p. 317-350, 1967.
ROSENTHAL, G. A. A seed-eating beetle’s adaptations to a poisonous seed. The
Scientific American, New York, v. 249, p. 164-171, 1983.
ROSENTHAL, G. A.; DAHLMAN, D. L.; JANZEN, D. H. L-canavanine detoxification: a seed
predator’s biochemical mechanism. Science, Washington, DC, v. 202, p. 528-529, 1978.
ROSENTHAL, G. A.; JANZEN, D. H.; DAHLMAN, D. L. Degradation and detoxification of
canavanine by a specialized seed predator. Science, Washington, DC, v. 196, p. 658-660,
1977.
ROSTÁS, M.; SIMON, M.; HILKER, M. Ecological cross-effects of induced plant responses
towards herbivores and phytopathogenic fungi. Basic and Applied Ecology, Jena, v. 4, p.
43-62, 2003.
ROTHSCHILD, M. Secondary plant substances and warning colouration in insects. In:
EMDEN, H. F. van (Ed.). Insect/plant relationships. London: Oxford Blackwell, 1973. p.
59-83.
RUDGERS, J. A.; STRAUSS, S. Y. A selection mosaic in the facultative mutualism between
ants and wild cotton. Proceedings of the Royal Society of London, London, Series V,
B27, n. 1556, p. 2481-2488, 2004.
RYAN, C. A. Insect-induced chemical signals regulating natural plant protection responses.
In: DENNO, R. F.; McCLURE, M. S. (Ed.). Variable plants and herbivores in natural and
managed systems. New York: Academic Press, 1983. p. 43-60.
SAGERS, C. L. Manipulation of host plant quality: herbivores keep leaves in the dark.
Functional Ecology, London, v. 6, p. 741-743, 1992.
SALT, G. Experimental studies on insect parasitism III: host selection. Proceedings of the
Royal Society of London, London, Series V, B117, p. 413-435, 1935.
SANDBERG, S.; BERENBAUM, M. Leaf-tying by tortricid larvae as an adaptation for
feeding on phototoxic Hypericum perforatum. Journal of Chemical Ecology, New York, v.
15, p. 875-885, 1989.
SAXENA, R. C.; BARRION, A. A. Biotypes of the brown planthopper Nilaparvata lugens
(Stal) and strategies in deployment of host plant resistance. Insect Science and its
Application, Oxford, v. 6, p. 271-289, 1985.
SCHOONHOVEN, L. M. Host-marking pheromones in lepidoptera with special reference to
two Pieris-spp. Journal of Chemical Ecology, New York, v. 16, p. 3043-3052, 1990.
SCHOONHOVEN, L. M. Biological aspects of antifeedants. Entomologia Experimentalis
et Applicata, Dordrecht, v. 3, p. 57-69, 1982.
SCHOWALTER, T. D.; HARGROVE, W. W.; CROSSLEY JUNIOR, D. A. Herbivory in
forested ecosystems. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 31, p. 177-196, 1986.
SCRIBER, J. M. Evolution of insect-plant relationships: chemical constraints, coadaptation,
and concordance of insect/plant traits. Entomologia Experimentalis et Applicata,
Dordrecht, v. 104, p. 217-235, 2002.
SEIGLER, D.; PRICE, P. W. Secondary compounds in plants: primary functions. The
American Naturalist, Chicago, v. 110, p. 101-105, 1976.
SIEMENS, D. H.; LISCHKE, H.; MAGGIULLI, N.; SCHURCH, S.; ROY, B. A. Cost of
resistance and tolerance under competition: the defense-stress benefit hypothesis.
Evolutionary Ecology, Amsterdam, v. 17, p. 247-263, 2003.
SIMPSON, S. J.; RAUBENHEIMER, D. The geometric analysis of nutrient-allelochemical
interactions: a case study using locusts. Ecology, Tempe, v. 82, p. 422-439, 2001.
SIRVENT, T. M.; KRASNOFF, S. B.; GIBSON, D. M. Induction of hypericins and hyperforins
in Hypericum perforatum in response to damage by herbivores. Journal of Chemical
Ecology, New York, v. 29, p. 2667-2681, 2003.
SLAMA, K. Plants as a source of materials with insect hormone activity. Entomologia
Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 12, p. 721-728, 1969.
SLANSKY JUNIOR, F. Nutritional ecology: the fundamental quest for nutrients. In: STAMP,
N. E.; CASEY, T. M. (Ed.). Ecological and evolutionary constraints on foraging. New
York: Chapman & Hall, 1993. p. 29-91.
SLANSKY JUNIOR, F.; PANIZZI, A. R. Nutritional ecology of seed-sucking insects. In:
SLANSKY JUNIOR, F.; RODRIGUEZ, J. G. (Ed.). Nutritional ecology of insects: mites,
spiders and related invertebrates. New York: J. Wiley, 1987. p. 283-320.
SMART, J.; HUGHES, N. F. The insect and the plant: progressive palaecological integration.
In: EMDEN, H. F. van (Ed.). Insect/plant relationships. London: Oxford Blackwell, 1973. p.
143-155.
STAHL, E. Planzen und schnechen: biologische studie ueber die schutzmittel der pflanzen
gegen schneckenfrass. Jenaische Zeits Naturwiss, Jena, v. 22, p. 555-684, 1888.
STANTON, M. L.; SNOW, A. A.; HANDEL, S. N. Floral evolution: attractiveness to
pollinators increases male fitness? Science, Washington, DC, v. 232, p. 1625-1627, 1986.
STRONG, D. R.; LAWTON, J. H.; SOUTHWOOD, T. R. E. (Ed.). Insects on plants:
community patterns and mechanisms. Cambridge: Harvard University, 1984. 313 p.
SUN, X.-L.; YANG, Q.-Y.; SWEENEY, J. D.; GAO, C.-Q. A review: chemical ecology of Ips
typographus (Coleoptera, Scolytidae). Journal of Forestry Research, Tokyo, v. 17, p. 65-
70, 2006.
SWEET, M. H. On the original habits of Hemiptera (Insecta). Annals of the Entomological
Society of America, Lanham, v. 72, p. 575-579, 1979.
TAKHTAJAN, A. Flowering plants, origin and dispersal. Edinburgh: Oliver & Boyd, 1969.
310 p.
TALLAMY, D. W. Epilachna borealis squash beetle feeding behaviour and adaptation
against induced cucurbit defenses. Ecology, Tempe, v. 66, p. 157, 1985.
THOMPSON, J. N. Patterns in coevolution and systematics. In: STONE, A. R.;
HAWKSWORTH, D. L. (Ed.). Coevolution and systematics. Oxford: Oxford University,
1986. p. 119-143.
THOMPSON, J. N.; ALTHOFF, D. Insect diversity and the trophic complexity of
communities. In: HUFFAKER, C. B.; GUTIERREZ, A. P. (Ed.). Ecological entomology.
2nd ed. New York: J. Wiley, 1999. p. 313-353.
THORSTEINSON, A. J. Host selection in phytophagous insects. Annual Review of
Entomology, Palo Alto, v. 5, p. 193-218, 1960.
THORSTEINSON, A. J. The experimental study of the chemotactic basis of specificity in
phytophagous insects. The Canadian Entomologist, Ottawa, v. 87, p. 49-57, 1955.
TILLBERG, C. V.; BREED, M. D. Placing an omnivore in a complex food web: dietary
contributions to adult biomass of an ant. Biotropica, Washington, DC, v. 36, p. 266-272,
2004.
TOJU, H.; SOTA, T. Imbalance in predator and prey armament: geographic clines in
phenotypic interface and natural selection. The American Naturalist, Chicago, v. 167, p.
105-117, 2006.
TURLINGS, T.; BENREY, B. The effects of plant metabolites on the behavior and
development of parasitic wasps. Ecoscience, Québec, v. 5, p. 321-333, 1998.
VAN DAM, N. M.; HARVEY, J. A.; WÄCKERS, F. L.; BEZEMER, T. M.; VAN DER PUTTEN,
W. H.; VET, L. E. M. Interactions between aboveground and belowground induced
responses against phytophages. Basic and Applied Ecology, Jena, v. 4, p. 63-77, 2003.
VAN DEN BOSCH, R. The pesticide conspiracy. 2nd ed. Berkeley: University of California
Press, 1978. 226 p.
VERSCHAFFELT, E. The cause determining the selection of food in some herbivorous
insects. Proceedings of the Royal Academy, Amsterdam, v. 13, p. 536-542, 1910.
VIA, S. Cannibalism facilitates the use of a novel environment in the flour beetle, Tribolium
castaneum. Heredity, London, v. 82, p. 267-275, 1999.
WALLING, L. L. The myriad plant responses to herbivores. Journal of Plant Growth
Regulation, New York, v. 19, p.195-216, 2000.
WAWRZYNSKI, R. P.; HAHAN, J. D.; ASCERNO, M. E. Insect and Mite Galls. 2005.
Disponível em: <http://www.extension.umn.edu/distribution/horticulture/DG1009.html>.
Acesso em: Dia? Mês? Ano de acesso?
WELLINGTON, W. G.; JOHNSON, D. L.; LACTIN, D. J. Weather and insects. In:
HUFFAKER, C. B.; GUTIERREZ, A. P. (Ed.). Ecological entomology. 2nd ed. New York:
J. Wiley, 1999. p. 313-353.
WHITTAKER, R. H. The biochemical ecology of higher plants. In: SONDHEIMER, E.;
SIMEONE, J. B. (Ed.). Chemical ecology. New York: Academic Press, 1972. p. 43-70.
WILLIAMS, A. G.; WHITHAN, T. G. Premature leaf abscission: an induced plant defense
against gall aphids. Ecology, Tempe, v. 67, p. 1619-1627, 1986.
YARNES, C. T.; BOECKLEN, W. J. Abiotic factors promote plant heterogeneity and
influence herbivore performance and mortality in Gambel’s oak (Quercus gambelii).
Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 114, p. 87-95, 2005.
ZANGERL, A. R. Evolution of induced plant responses to herbivores. Basic and Applied
Ecology, Jena, v. 4, p. 91-103, 2003.
ZANGERL, A. R.; BERENBAUM, M. R. Increase in toxicity of an invasive weed after
reassociation with its coevolved herbivore. Proceedings of the National Academy of
Sciences of United States of America, Washington, DC, v. 102, p. 15529-15532, 2005.
ZANGERL, A. R.; RUTLEDGE, C. E. The probability of attack and patterns of constitutive
and induced defense: a test of optimal defense theory. The American Naturalist, Chicago,
v. 147, p. 599-608, 1996.
ZUMMO, G. R.; SEGERS, J. C.; BENNEDICT, J. H. Seasonal phenology of allelochemicals
in cotton and resistance to bollworm (Lepidoptera: Noctuidae). Environmental
Entomology, Lanham, v. 13, p. 1287-1290, 1984.
ZWÖLFER, H. Mechanismen und ergebnisse der co evolution von phytophagen und
entomophagen insekten und hoheren pflanzen. In: PHYLOG. SYMP., 20., Hamburg.
Proceedings… Hamburg: [s.n.], 1975. p. 7-50.
ZWÖLFER, H. Patterns and driving forces in the evolution of plant-insect systems. In:
INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON INSECT-PLANT RELATIONSHIPS, 5., 1982,
Wageningen. Proceedings… Wageningen: Centre for Agricultural, 1982. p. 287-296.
Capítulo 6
Os simbiontes e a nutrição dos
insetos
Edson Hirose
Antônio R. Panizzi
Introdução
Os insetos são os organismos de maior sucesso sobre a Terra,
em parte, por causa da capacidade de se alimentar de uma ampla
variedade de dietas (ISHIKAWA, 2003). Muitas dessas dietas
apresentam deficiências nutricionais que, em parte, podem ser
supridas por microrganismos (TAMAS et al., 2002). Assim, os
microrganismos durante milhões de anos de evolução influenciaram
o desenvolvimento e a sobrevivência dos insetos, quer servindo de
alimento, quer fornecendo vias metabólicas novas; os insetos, por
sua vez, permitiram a disseminação desses microrganismos
(BERENBAUM, 1988; WERNEGREEN, 2004; SCHULTZ et al.,
2005).
O termo simbiose foi utilizado pela primeira vez por Anton Bary,
em 1879, para definir uma associação íntima entre organismos de
diferentes espécies, normalmente entre um hospedeiro e um
microrganismo (RIO et al., 2003). Apesar de a simbiose representar
todas as relações do parasitismo até o mutualismo, o termo é
normalmente utilizado para relações onde há benefício mútuo.
Muitos microrganismos estão envolvidos no processamento
alimentar dos insetos. Por exemplo, insetos que se alimentam de
dietas de difícil digestão por causa da presença de moléculas
complexas (BREZNAK; BRUNE, 1994; CAZEMIER et al., 2003;
SUH et al., 2003), dietas com deficiências nutricionais, como o
floema, deficiente em lipídios e aminoácidos essenciais, e sangue,
pobre em várias vitaminas do complexo B (DADD, 1985; RAINEY et
al., 1995, ADAMS; DOUGLAS, 1997; BYNE et al., 2003). Outros
microrganismos são necessários para desintoxicação do material
vegetal (DOWN, 1989) e mesmo na defesa do inseto contra
invasões de patógenos e ataque de parasitoides (OLIVER et al.,
2003; DILLON; DILLON, 2004). Os microrganismos podem estar
presentes tanto interna como externamente ou manter ou não uma
relação complexa com o hospedeiro, mas a maioria das relações
ecológicas entre microrganismos e insetos é construtiva (ALVES,
1998).
As relações simbióticas nutricionais em várias ordens de
insetos desenvolveram-se independentemente com diferentes tipos
de microrganismos. Alguns grupos de insetos desenvolveram
sistemas de cultivo onde o simbionte fúngico é mantido
externamente servindo de alimento para o inseto – ectossimbiose.
Outros grupos mantêm relações mais íntimas carregando os
simbiontes internamente – endossimbiose; esses simbiontes podem
ainda estar presentes no lúmen do intestino na forma livre, os
extracelulares, ou dentro de células especializadas, os intracelulares
(Figura 1) (DOUGLAS, 1989, 1998; STEVENS et al., 2001; DILLON;
DILLON, 2004, WERNEGREEN, 2004).
Figura 1. Relações simbióticas entre insetos e seus
microrganismos.
Fonte: adaptado de Kitano e Oda (2006).
Besouros-das-ambrósias – subfamílias
Scolytinae e Platypodinae
Os coleópteros, conhecidos como besouros-das-ambrósias,
pertencentes às subfamílias Scolytinae e Platypodinae, escavam
extensas galerias nas árvores para se alimentar e ovipositar
(CASSIER et al., 1996). São conhecidas aproximadamente 3.400
espécies que cultivam fungos em galerias e que desenvolveram
estratégias de alimentação e manipulação de vários tipos de
substratos fúngicos. Alguns desses insetos são considerados
pragas florestais importantes, por causas dos danos que debilitam
as plantas atacadas (PAINE et al., 1997; VAN ZANDT et al., 2003).
Alguns desses coleópteros possuem micângias, que podem
variar de invaginações simples e rasas a estruturas mais complexas
associadas a glândulas e células secretoras para a aquisição e o
transporte de fungos (SIX, 2003). O termo micângia, por exemplo,
tem sido aplicado para estruturas como a ranhura na dobra torácica
de Dentroctonus frontalis Zimmermann (HAPP et al., 1971),
pontuações na cabeça de Scolytus ventralis LeConte (LIVINGSTON;
BERRYMAN, 1972) e caminhos nas setas plumosas em Pityoborus
spp. (FURNISS et al., 1987). Alguns autores utilizam a denominação
pseudomicângia quando essa não está associada às células
glandulares (CASSIER et al., 1996).
A relação entre os besouros e os fungos se caracteriza como
mutualística quando o inseto se alimenta diretamente do fungo ou
quando o fungo debilita a planta, facilitando a alimentação pelo
inseto. Em contrapartida, os insetos permitem o bom
desenvolvimento e uma transmissão eficiente do fungo, e caso os
besouros sejam retirados, os jardins se deterioram rapidamente em
razão do crescimento excessivo dos fungos que congestionam as
galerias ou ao alastramento de contaminantes (WOOD; THOMAS,
1989). Como os térmitas e as formigas, os besouros-das-ambrósias
protegem o jardim fúngico de contaminantes prejudiciais e as larvas
crescem em uma dieta fúngica (BEAVER, 1989).
Alguns fungos de ambrósia crescem vegetativamente e só são
encontrados em galerias escavadas por esses coleópteros,
sugerindo uma associação obrigatória (FARRELL et al., 2001).
As interações de coleópteros e seus fungos são multifacetadas
e complexas. Elas dependem do estágio do inseto, e os efeitos
sobre o desenvolvimento do inseto dependerão do vigor do
hospedeiro e da composição da flora fúngica associada (PAINE et
al., 1997). De modo geral, essa associação está relacionada com a
nutrição do inseto, em que o fungo modifica os constituintes
vegetais, facilitando sua assimilação. A madeira é uma fonte pobre
em vitaminas, esteróis e outros nutrientes, e os fungos, ao utilizarem
a planta como substrato, convertem os nutrientes presentes em
formas mais digeríveis pelo inseto (SIX, 2003). Em contrapartida, os
besouros oferecem um meio de disseminação aos fungos, e, nas
micângias, os fungos ficam protegidos da dissecação (BEAVER,
1989).
Coppedge et al. (1995) observaram que D. frontalis são maiores
e mais férteis quando se desenvolvem na presença do fungo
simbionte, quando comparado com insetos criados na ausência do
fungo. Ayres et al. (2000) demonstraram uma evidência que suporta
a teoria de que os fungos podem concentrar nitrogênio. Ao
comparar duas espécies de besouros, com e sem micângia,
demonstraram que os insetos sem micângia necessitavam consumir
mais floema para obter o nitrogênio necessário para o
desenvolvimento. Outras funções desempenhadas pelos simbiontes
fúngicos incluem limitar o crescimento de outros fungos e, em
alguns casos, contribuir para a comunicação química do inseto
(HUNT; BORDEN,1990).
Simbiontes internos
Acredita-se que a maioria dos organismos da classe Insecta
está envolvida em algum tipo de simbiose, e a maior parte dessas
relações é compartilhada com bactérias (RIO et al., 2003), mas
organismos mais complexos como fungos e protozoários também
podem estar presentes (BREZNAK; BRUNE, 1994; OHKUMA;
KUDO, 1996; BRUNE, 2003). Simbiontes microbianos são os
principais catalisadores evolutivos ao longo dos quatro bilhões de
anos de vida na Terra, moldando grande parte da evolução de
organismos complexos (McFALL-NGAI, 2002; WERNEGREEN,
2004).
O habitat primário desses microrganismos é o trato digestório
de seus hospedeiros que comporta uma grande variedade de
microrganismos não patogênicos que podem ser agentes de uma
associação mutualística (HACKSTEIN; STUMM, 1994; CAZEMIER
et al., 1997; VRIES et al., 2001; EICHLER; SCHAUB, 2002). O
estudo dessa microbiota é um componente importante para o
entendimento da biologia dos insetos (DILLON; DILLON, 2004).
Algumas espécies de insetos, nas mais variadas ordens,
apresentam estruturas modificadas no trato digestório para conter e
manter esses microrganismos (DOUGLAS, 1989).
A flora bacteriana no trato digestório dos insetos abriga, em sua
maioria, bactérias gram-negativas e bactérias coliformes são
frequentemente encontradas (DILLON; DILLON, 2004; HIROSE et
al., 2006). Muitas dessas bactérias podem ser multiplicadas em
meio de cultura e são encontradas facilmente no meio ambiente,
sendo por isso habitantes casuais do trato digestório (HIROSE et al.,
2006).
Um dos principais fatores que limita a pesquisa com
associações simbióticas é a dificuldade de cultivar a maioria dos
microrganismos fora do hospedeiro (WILKINSON, 1998). Contudo, a
eliminação dos microrganismos do inseto tem se mostrado de valor
para avaliar os efeitos dessa associação (DALE; WELBURN, 2001;
VRIES et al., 2001; YUSUF; TURNER, 2004).
Várias abordagens têm sido adotadas para eliminar os
microrganismos, entre elas podem ser citadas: tratamento com
calor, lisozimas e antibióticos, mas nenhum método é utilizado de
forma generalizada por causa das particularidades de cada inseto.
O tratamento com calor é útil apenas quando o hospedeiro
apresenta tolerância térmica maior que o simbionte, sendo esse
método utilizado para vários coleópteros e o uso de lisozimas está
em desuso por causa dos efeitos nos tecidos do hospedeiro
(DOUGLAS, 1989). O método mais amplamente adotado é a
desinfecção do inseto de seus simbiontes por meio de terapia com
antibióticos, administrados oralmente, ou por injeção (WILKINSON,
1998).
Com o advento das técnicas moleculares modernas, o estudo
da microbiota de insetos teve um grande avanço, permitindo a
identificação de espécies de bactérias sem a necessidade de cultivo
em meio de cultura, através da amplificação de sequências
altamente conservadas de DNA ribossomal 16S (O’NEILL et al.,
1992; BRAUMAN et al., 2001; ZCHORI-FEIN; BROWN, 2002). O
sequenciamento do genoma permitiu verificar as similaridades entre
os simbiontes, como ocorreu sua evolução e qual maquinaria
bioquímica está codificada nos genes (WERNEGREEN, 2002;
DEGNAN et al., 2005).
Protozoários
O zoólogo americano, L.R. Cleveland, em 1923, foi o primeiro a
reconhecer que a alimentação baseada em celulose dos térmitas
estava relacionada com uma associação mutualística com os
protozoários intestinais (SLAYTOR, 1992; BRUNE; STINGL, 2005).
A relação é formada onde o hospedeiro se beneficia da habilidade
de os simbiontes produzirem enzimas que quebram a celulose
(O’BRIEN; BREZNAK, 1984; BREZNAK; BRUNE, 1994). Acreditava-
se que os térmitas necessitariam exclusivamente das enzimas
produzidas pelos protozoários, mas apenas 25% dos térmitas
(térmitas basais na escala evolutiva) apresentam protozoários no
intestino posterior, e os demais térmitas apresentam atividade
celulolítica endógena (SLAYTOR et al., 1997). Mesmo os térmitas
que possuem protozoários apresentam atividade enzimática
endógena (SLAYTOR, 1992; INOUE et al., 1997; WATANABE;
TOKUDA, 2001).
Segundo Nakashima et al. (2002), apesar de os térmitas basais
apresentarem celulases endógenas, as enzimas provenientes dos
simbiontes seriam necessárias para suportar o metabolismo do
hospedeiro. Essa é uma explicação para o fato de os térmitas
basais, apesar de produzirem enzimas endógenas, serem
dependentes dos protozoários intestinais para sobrevivência em
uma dieta de celulose.
Algumas espécies de protozoários simbiontes não podem
sobreviver quando os térmitas são alimentados em dieta à base de
amido, o que caracteriza uma relação de dependência. A
diversidade de protozoários encontrados no intestino talvez decorra
do fato de as diferentes espécies de flagelados serem
especializadas em outros componentes da madeira além da
celulose (INOUE et al., 2000). A maioria do endoxilanase em
Reticulitermes speratus (Kolbe) fica situada no intestino posterior e é
perdida pela remoção de protozoários por meio de irradiação
ultravioleta. Os efeitos de dietas artificiais na composição da
comunidade de protozoários confirmam que diferentes espécies de
flagelados estão envolvidas na degradação de celulose (INOUE et
al., 1997).
Simbiontes secundários
Simbiontes secundários ou facultativos são aparentemente
habitantes recentes de insetos (CHEN; PURCELL; 1997). Esses
microrganismos transferem-se entre espécies de hospedeiros e
apresentam alguns benefícios na biologia do hospedeiro, como
tolerância de temperatura (CHEN et al., 2000; SANDSTRÖM et al.,
2001; MONTLLOR et al., 2002) e aumento na resistência contra
desenvolvimento de parasitoides em afídeos (OLIVER et al., 2003).
Também foi sugerido que comensais possam influenciar
características como suscetibilidade de hospedeiro para doenças e
a transmissão de outros microrganismos, como infecção por
tripanossomas em Glossina spp. (WELBURN et al., 1993). A Tabela
1 apresenta alguns exemplos dessas relações.
Baizongia pistacea
Van Ham
(Hemiptera:
et al., 2003
Aphidoidea)
Thao et al.,
Carsonella sp. Psilideos Aminoácidos
2000
Baumann
Tremblaya sp. Cochonilhas
et al., 2002
Camponotus spp.
Aminoácidos e ácidos Gil et al.,
Blochmannia (Hymenoptera:
graxos 2003
Formicidae)
Homalodisca
Moran et
Baumannia coagulata (Hemiptera: Desconhecido
al., 2003
Cicadellidae)
Simbiontes
secundários
Desconhecido,
Glossina spp. (Diptera: Aksoy et
Sodalis possivelmente
Glossinidae) al., 1995
nutricional
Resistência a Oliver et
Simbionte tipo R Afídeos
parasitoides al., 2003
Simbiontes em Heteroptera
Muitos heterópteros possuem apêndices no trato digestório
chamados “cecos” ou criptas de bactérias. Estes são de várias
formas e tamanhos e abrigam sempre grande número de
microrganismos. Hemípteros das famílias Pentatomidae,
Scutelleridae, Corimelaenidae invariavelmente possuem essas
estruturas para comportar bactérias que poderiam ter relações
simbióticas (STEINHAUS, 1967).
Hirose et al. (2006) verificaram que na região dos cecos em
Nezara viridula (L.) (Hemiptera: Pentatomidae) (Figura 2) havia uma
baixa concentração de bactérias culturáveis, mas por meio de
técnica molecular foi possível detectar a presença de uma bactéria,
que estava presente também na superfície dos ovos (HIROSE et al.,
2006, PRADO et al., 2006). O número de unidades formadoras de
colônias bacterianas (UFC) em meio LB, presentes no V1 a V3
foram, respectivamente, 5,0 x 104 a 1,0 x 106 UFC e 1,0 a 1,5 x 108
UFC; em V4 (região dos cecos gástricos) esse número foi reduzido
para 0 a 3,0 x 103 UFC.
Figura 2. Detalhes da região dos cecos gástricos (V4) do percevejo-
verde, Nezara viridula (Hemiptera: Pentatomidae), formado por
quatro cordões de cecos e traqueias (túbulos de coloração
prateada): (A) Parte proximal; (B) Parte mediana, setas indicando
um dos cordões de cecos; e (C) Parte distal, seta indicando final dos
cecos e início do reto.
Fonte: Hirose (2005).
Fotos: Edson Hirose
Buchnera
Apenas insetos da ordem Hemiptera utilizam a seiva do floema
como a principal ou única fonte de alimento. Esse estilo de vida
evoluiu várias vezes entre os hemípteros, envolvendo a maioria dos
Sternorrhyncha e muitos Auchenorrhyncha (DOLLING, 1991). Em
razão das qualidades nutricionais desbalanceadas do conteúdo
floemático, todos os hemípteros que se alimentam unicamente de
seiva elaborada necessitam de microrganismos simbiontes
(DOUGLAS, 2006).
Buchnera é uma protobactéria gram-negativa que domina a
microbiota dos afídeos que representam mais de 90% de todas as
células microbianas nos tecidos do inseto. Essa bactéria vive no
interior de células poliploides grandes, chamados bacteriócitos que
se agrupam em estruturas bilobadas chamadas bacteriomas,
situadas adjacentes aos ovaríolos. Dentro dos bacteriócitos, cada
célula de Buchnera é separada do conteúdo citoplasmático por uma
membrana originária da célula hospedeira chamada membrana
simbiossomal (DOUGLAS, 2003). Essas bactérias são transferidas,
verticalmente, diretamente das mães para os embriões na fase de
blastoderme (BUCHNER, 1965; MIURA et al., 2003).
Em alguns aspectos, a seiva elaborada é excelente para a dieta
do animal por ser um alimento “pré-digerido” com altas
concentrações de açúcar provendo uma fonte abundante de
carbono e nitrogênio na forma de aminoácidos livres, além de ser
livre de toxinas e deterrentes alimentares, pois compostos
secundários tendem a ser localizados no apoplasto e nos vacúolos
das células, apesar de existirem exceções (BRUDENELL et al.,
1999; THOMPSON; SCHULZ, 1999). Apesar disso, a seiva
elaborada possui dois problemas nutricionais principais, que podem
ser descritos como barreiras de nitrogênio e açúcar que os insetos
devem sobrepor para poder se alimentar desse material.
O crescimento e a fecundidade dos insetos fitófagos são
geralmente limitados pelo nitrogênio em duas formas: a quantidade
de nitrogênio, a quantidade total de nitrogênio disponível e a
qualidade desse nitrogênio ou sua composição. Essa questão de
qualidade surge porque animais são incapazes de sintetizar 9 dos
20 aminoácidos essenciais necessários para a síntese de proteínas.
Se a concentração de um desses aminoácidos for baixa, ocorre
prejuízo na síntese de proteínas que afeta o desenvolvimento do
inseto (DOUGLAS, 1998).
A relação entre os aminoácidos essenciais e não essenciais fica
em torno de 1:4 a 1:20. Essa relação é considerada baixa quando
comparada com a relação de 1:1 nas proteínas animais; por isso, os
aminoácidos essenciais contidos no floema são insuficientes para
suportar o crescimento dos afídeos (DOUGLAS, 2006).
A evidência de que Buchnera fornece aminoácidos essenciais
pode ser obtida de três formas: nutricional, fisiológica e genômica.
As provas nutricionais e fisiológicas dependem do desenvolvimento
de dois grupos de técnicas: eliminar a Buchnera dos afídeos com os
antibióticos, gerando insetos apossimbiontes, livre dos simbiontes
bacterianos; e criar esses insetos com dietas definidas que podem
ser manipuladas (DADD, 1985; WILKINSON, 1998). Por meio de
dietas com deficiências de aminoácidos é possível verificar quais
aminoácidos são sintetizados pela Buchnera já que insetos
apossimbiontes só poderiam se desenvolver em dietas com todos
os aminoácidos essenciais (DOUGLAS, 1998).
Experimentos fisiológicos complementares demonstram que
afídeos com Buchnera podem sintetizar aminoácidos essenciais por
meio de precursores como a sacarose e o aspartato (DOUGLAS,
1989; FEBVAY et al., 1999; WILKINSON et al., 2001; BIRKLE et al.,
2002). Na Figura 3 são apresentados os aminoácidos essenciais
disponibilizados pela maquinaria bioquímica das bactérias
simbióticas.
Figura 3. Dependência entre hospedeiro e bactéria. O hospedeiro
necessita de vias bioquímicas do simbionte para sintetizar
aminoácidos essenciais e o simbionte necessita dos aminoácidos
não essenciais que se encontram no citoplasma da célula
hospedeira.
Wigglesworthia
A mosca tsé-tsé Glossina spp. (Diptera: Glossinidae) é um
importante vetor de protozoários causador da doença do sono em
humanos e outras enfermidades em animais. Esses insetos
alimentam-se exclusivamente de sangue durante todos os estágios
de desenvolvimento, o que apresenta deficiências nutricionais, as
quais são supridas por simbiontes. Vários microrganismos têm sido
reportados em tecidos desse hospedeiro e descobertas recentes
confirmaram que esses organismos representam três associações
distintas. Dois desses simbiontes são membros de
Enterobacteriaceae: um simbionte primário do gênero
Wiggesworthia e um simbionte secundário do gênero Sodalis
(AKSOY et al., 1995). A terceira associação é relatada com
bactérias do gênero Wolbachia (CHENG et. al., 2000).
É difícil estudar as funções dos simbiontes na mosca tsé-tsé.
Tentativas de eliminar os simbiontes com antibióticos, lisozimas e
anticorpos específicos têm resultado em retardo no desenvolvimento
e redução na produção de ovos. A capacidade reprodutiva pode ser
parcialmente restaurada quando insetos apossimbiontes recebem
suplementação com vitaminas do complexo B, sugerindo que os
endossimbiontes provavelmente estão envolvidos no metabolismo
desses compostos (NOGGE, 1981). Essa evidência é reforçada ao
analisar o genoma de Wigglesworthia que possui a habilidade de
sintetizar várias vitaminas, incluindo biotina, thiazole, ácido lipoico,
FAD (riboflavina, B2), folato, pantotenato, tiamina (B1), pirodixina
(B6), proto-heme e nicotiamina (ZIENTZ et al., 2004).
Wigglesworthia vive intracelularmente dentro de células
epiteliais especializadas, organizadas em bacteriomas localizadas
na parte anterior do intestino médio. Essas bactérias encontram-se
no citoplasma dos bacteriócitos (CHEN et al., 1999).
Esse simbionte primário não infecta o ovo, mas é
maternalmente transmitido para a larva via secreção das glândulas
de leite. A mosca tsé-tsé tem uma reprodução vivípara, uma fêmea
adulta produz um único ovo, por vez, que se desenvolve
internamente. Após um período de maturação e muda dentro do
adulto, a larva de terceiro ínstar é depositada e empupa (CHENG;
AKSOY, 1999).
Blochmannia
Blochmannia é um simbionte obrigatório bacteriano associado
exclusivamente às células de formigas do gênero Polyrhachis,
Colobopsis e Camponotus (DASCH et al., 1984; SCHRÖDER et al.,
1996; SAMESHIMA et al., 1999; SAUER et al., 2002; DEGNAN et
al., 2005). Esse simbionte tem sido estudado extensivamente em
Camponotus, um gênero especializado em secreções de plantas e
exudados de afídeos (DAVIDSON et al., 2004).
Os afídeos, após a digestão e assimilação do floema, eliminam
resíduos ricos em açúcares e aminoácidos que são aproveitados por
outros insetos. Entre esses, algumas espécies de formigas exploram
essa fonte alimentar recolhendo as gotas de néctar diretamente das
secreções dos afídeos, criando uma relação entre as formigas e os
afídeos (DOUGLAS, 2006).
Apesar de a composição do néctar liberado pelos afídeos ser
mais balanceada em relação aos aminoácidos essenciais,
comparado com o floema, é possível que a parte dos aminoácidos
adquirida pelas formigas que se alimentam de néctar seja fornecida
por simbiontes intracelulares.
O genoma Blochmannia retém genes que permitem a
biossíntese de todos os nove aminoácidos essenciais, além de
ácidos graxos, sugerindo que a bactéria tenha um papel na nutrição
da formiga (GIL et al., 2003).
Endossimbionte principal de Sitophilus oryzae
(Sope)
O principal simbionte intracelular do gênero Sitophilus
(Coleoptera: Curculionidae) foi denominado Sope (Sitophilus oryzae
principal endosimbiont) por Heddi et al. (1998). Trata-se de uma
bactéria gram-negativa localizada nos ovários de adultos e em
bacteriomas nas larvas. Esse simbionte cresce em número durante
a fase larval, acumulando-se nos bacteriomas localizados no ápice
dos cecos gástricos. Ao atingir a fase adulta, o número de bactérias
decresce e após três semanas desaparece completamente.
Contudo, as fêmeas retêm esses simbiontes em um bacterioma
apical nos ovários e, dessa forma, transmitem o simbionte para a
progênie. Dessa forma, a simbiose nesses gorgulhos parece ser
necessária apenas durante a fase larval e no início da fase adulta
(HEDDI, 2003).
As larvas de Sitophilus alimentam-se, essencialmente, do
albúmen dos cereais, que apresentam deficiências nutricionais
como ácido pantotênico, biotina e riboflavina, aminoácidos
aromáticos, fenilalanina e tirosina. Heddi et al. (1999) testou a
possibilidade de Sope fornecer parte desses nutrientes, com dietas
com suplementação de ácido pantotênico e riboflavina, e observou
que as diferenças no desenvolvimento entre insetos normais e
apossimbiontes são atenuadas quando os insetos são alimentados
com dieta suplementar.
Considerações finais
O estudo da simbiose entre microrganismos e insetos pode
responder a uma série de questões sobre o sucesso dos insetos nos
mais diversos ambientes. A obtenção de genomas completos dos
endossimbiontes com uma ampla diversidade ecológica e
filogenética permitirá uma comparação mais rica e possibilitará o
teste de modelos evolutivos existentes.
Uma aplicação prática na pesquisa com simbiontes é a
possibilidade de manipular os simbiontes bacterianos em insetos-
vetor de doenças infecciosas como malária, dengue, mal de
Chagas, doença do sono, importantes causadores de mortalidade
principalmente em países subdesenvolvidos (ALPHEY et al., 2002;
AKSOY, 2003). Assim, há possibilidade de manipulação desses
endossimbiontes para controlar populações de vetores no campo,
ou tornar os simbiontes incompatíveis com agentes causais das
doenças. Estudos já demonstram evidências de que a manipulação
dos endossimbiontes é uma estratégia promissora para reduzir o
período de vida do inseto ou limitar a transmissão dos parasitos
(BROWNSTEIN et al., 2001; AKSOY, 2003).
Com relação às pragas agrícolas, o desvendamento das inter-
relações dos insetos com seus simbiontes abre oportunidades para
elaborar medidas de controle sofisticadas e eficientes. Uma vez
conhecido o papel dos simbiontes sobre insetos-praga, a sua
manipulação quer por via genômica ou bioquímica quer por via
convencional (por exemplo, eliminar ou selecionar simbiontes com o
uso de antibióticos) surge como uma possibilidade real para mitigar
o impacto das pragas nas culturas. Claramente, faltam ainda
estudos mais avançados para se atingir esses objetivos, mas os
avanços recentes no estudo dos simbiontes de insetos sugerem que
isso possa vir a ser alcançado num futuro não muito distante.
Referências
AANEN, D. K.; EGGLETON, P. Fungus-growing termites originated in African rain forest.
Current Biology, London, UK, v. 15, p. 851-855, 2005.
AANEN. D. K.; EGGLETON, P.; ROULAND-LEFÈVRE, C.; GULDBERG-FRØSLEV, T.;
ROSENDAHL, S.; BOOMSMA, J. J. The evolution of fungus-growing termites and their
mutualistic fungal symbionts. Proceedings of the National Academy of Sciences of the
United States of America, Washington, DC, v. 99, p. 14887-14892, 2002.
ABE, T.; BIGNELL, D. E.; HIGASHI, M. Termites: evolution, sociality, symbioses, ecology.
Dordrecht: Kluwer Academic, 2000. 466 p.
ABE, Y.; MIHIRO, K.; TANAKASHI, M. Symbiont of brown-winged green bug, Plautia stali
Scott. Japanese Society of Applied Entomology and Zoology, Tokyo, JP, v. 39, p. 109-
115, 1995.
ADAMS, D.; DOUGLAS, A.E. How symbiotic bacteria influence plant utilization by the
polyphagous aphid, Aphis fabae. Oecologia, Berlin, DE, v. 110, p. 528-532, 1997.
AKSOY, S. Control of tsetse flies and trypanosomes using molecular genetics. Veterinary
Parasitology, Amsterdam, NL, v. 115, p. 125-145, 2003.
AKSOY, S.; POURHOSSEINI, A. A.; CHOW, A. Mycetome endosymbionts of tsetse flies
constitute a distinct lineage related to Enterobacteriaceae. Insect Molecular Biology,
Oxford, v. 4, p. 15-22, 1995.
ALPHEY, L.; BEARD, C. B.; BILLINGSLEY, P.; COETZEE, M.; CRISANTI, A.; CURTIS, C.;
EGGLESTON, P.; GODFRAY, C.; HEMINGWAY, J.; JACOBS-LORENA, M.; JAMES, A. A.;
KAFATOS, F. C.; MUKWAYA, L. G.; PATON, M.; POWELL, J. R.; SCHNEIDER, W.; SCOTT,
T. W.; SINA, B.; SINDEN, R.; SINKINS, S.; SPIELMAN, A.; TOURÉ, Y.; COLLINS, F. H.
Malaria control with genetically manipulated insect vectors. Science, New York, v. 298, p.
119-121, 2002.
ALVES, S. B. Microrganismos associados a insetos. In: ALVES, S. B. (Ed.). Controle
microbiano de insetos. Piracicaba: Fealq, 1998. p. 75-96.
AYRES M. P.; WILKENS, R. T.; RUEL, J. J.; LOMBARDERO, M. J.; VALLERY, E. Nitrogen
budgets of phloem-feeding bark beetles with and without symbiontic fungi (Coleoptera:
Scolytidae). Ecology, Washington, DC, v. 81, p. 2198-2210, 2000.
BASS, M.; CHERRETT, J. M. The role of leaf-cutting ant worker (Hymenoptera: Formicidae)
in fungus garden maintenance. Ecological Entomology, Oxford, v. 19, p. 215-220, 1994.
BAUMANN, P.; MORAN, N. A.; BAUMANN, L. Bacteriocyte-associated endosymbionts of
insects. In: DWORKIN, M. (Ed.). The prokaryotes [online]. New York: Springer, 2000.
Disponível em: <http://link.springer.de/link/service/books/10125/>.
BEAVER, R. A. Insect-fungus relationships in the bark and ambrosia beetles. In: WILDING,
N.; COLLINS, N. M.; HAMMOND, P. M.; WEBBER, J. F. (Ed.). Insect-fungus interactions.
New York: Academic, 1989. p. 119-143.
BERENBAUM, M. R. Microorganisms as mediators of intertrophic and intratrophic
interactions. In: BARBOSA, P.; LETOURNEAU, D. K. (Ed.). Novel aspects of insect-plant
interactions. New York: J. Wiley, 1988. p. 91-123.
BIGNELL, D. E.; EGGLETON, P. Térmites in ecosystems. In: ABE, T.; HIGASHI, M.;
BIGNELL, D. E. (Ed.). Termites: evolution, sociality, symbiosis, ecology. Dordrecht: Kluwer
Academic, 2000. p. 363-388.
BIRKLE, L. M.; MINTO, L. B.; DOUGLAS, A. E. Relating genotype and phenotype for
tryptophan synthesis in an aphid-bacterial symbiosis. Physiological Entomology, Oxford,
v. 27, p. 1-5, 2002.
BORDENSTEIN, S. R.; O’HARA, F. P.; WERREN, J. H. Wolbachia-induced incompatibility
precedes other hybrid incompatibilities in Nasonia. Nature, London, UK, v. 409, p. 707-710,
2001.
BRAUMAN, A.; DORÉ, J.; EGGLETON, P.; BIGNELL, D. E.; BREZNAK, J. A.; KANE, M. D.
Molecular phylogenetic profiling of prokaryotic communities in guts of termites with different
feeding habits. FEMS Microbiology Ecology, Oxford, v. 35, p. 27-36, 2001.
BREZNAK, J. A.; BRUNE, A. The role of microorganisms in the digestion of lignocelluse by
Termitidae. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 39, p. 453-87, 1994.
BRUDENELL, A. J. P.; GRIFFITHS, H.; ROSSITER, J. T.; BAKER, D. A. The phloem
mobility of glucosinolates. Journal of Experimental Botany, Oxford, v. 50, p. 745-756,
1999.
BRUNE, A. Symbionts aiding digestion. In: RESH, V. H.; CARDÉ, R. T. (Ed.). Encyclopedia
of insect. New York: Academic, 2003. p. 1102-1107.
BRUNE, A.; STINGL, U. Prokaryotic symbionts of termite gut flagellates: Phylogenetic and
metabolic implications of a tripartite symbiosis. In: OVERMANN, J. (Ed.). Molecular basis
of symbiosis. New York: Springer-Verlag, 2005. p. 39-60.
BUCHNER, P. Endosymbiosis of animals with plant microorganisms. New York: J.
Wiley, 1965. 909 p.
BYRNE, D. N.; HENDRIX, D. L.; WILLIAMS, L. H. Presence of trehalulose and other
oligosaccharides in hemipteran honeydew, particularly Aleyrodidae. Physiological
Entomology, Oxford, v. 28, p. 144-149, 2003.
CASSIER, P.; LEVIEUX, J.; MORELET, M.; ROUGON, D. The mycangia of Platypus
cylindrus Fab. and P. oxyurus Dufour (Coleoptera: Platypodidae). Structure and associated
fungi. Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 42, p. 171-179, 1996.
CAZEMIER, A. E.; HACKSTEIN, J. H. P.; OP DEN CAMP, H. J. M.; ROSENBERG, J.; VAN
DER DRIFT, C. Bacteria in the intestinal tract of different species of arthropods. Microbial
Ecology, New York, v. 33, p. 189-197, 1997.
CAZEMIER, A. E.; VERDOES, J. C.; REUBSAET, F. A. G.; HACKSTEIN, J. H. P.; VAN DER
DRIFT, C.; OP DEN CAMP, H. J. M. Promicromonospora pachnodae sp. nov., a member of
the (hemi) cellulolytic hindgut flora of larvae of the scarab beetle Pachnoda marginata.
Antonie van Leeuwenhoek, Wageningen, v. 83, p. 135-148, 2003.
CHAPELA, I. H.; REHNER, S. A.; SCHULTZ, T. R.; MUELLER, U. G. Evolutionary history of
the symbiosis between fungus-growing ants and their fungi. Science, New York, v. 266, p.
1691-1694, 1994.
CHEN, D. Q.; MONTLLOR, C. B.; PURCELL, A. H. Fitness effects of two facultative
endosymbiotic bacteria on the pea aphid, Acyrthosiphon pisum, and the blue alfalfa aphid,
A. kondoi. Entomologia Experimentalis of Applicata, Dordrecht, v. 95, p. 315-323, 2000.
CHEN, D. Q.; PURCELL, A. H. Occurrence and transmission of facultative endosymbionts
in aphids. Current Microbiology, New York, v. 34, p. 220-225, 1997.
CHEN, X.; SONG, L.; AKSOY, S. Concordant evolution of a symbiont with its host insect
species: molecular phylogeny of genus Glossina and its bacteriome-associated
endosymbiont, Wigglesworthia glossinidia. Journal of Molecular Evolution, Berlin, DE, v.
48, p. 49-58, 1999.
CHENG, Q.; AKSOY, S. Tissue tropism, transmission and expression of foreign genes in
vivo in midgut symbionts of tsetse flies. Insect Molecular Biology, Oxford, v. 8, p. 125-132,
1999.
CHENG, Q.; RUEL, T. D.; ZHOU, W.; MOLOO, S. K.; MAJIWA, P.; O’NEILL,S. L.; AKSOY,
S. Tissue distribution and prevalence of Wolbachia infections in tsetse flies, Glossina spp.
Medical and Veterinary Entomology, Oxford, v. 14, n. 1, p. 44-50, 2000.
COOK, S.; DAVIDSON, D.W. Nutritional and functional biology of exudate-feeding ants.
Entomologia Experimentalis of Applicata, Dordrecht, v. 118, p. 1-10, 2006.
COPPEDGE, B.R.; STEPHEN, F. M.; FELTON, G. W. Variation in female southern pine
beetle size and lipid content in relation to fungal associates. The Canadian Entomologist,
Ottawa, v. 127, p.145-54, 1995.
CURRIE, C. R. A community of ants, fungi, and bacteria: a multilateral approach to studying
symbiosis. Annual Review of Microbiology, Palo Alto, v. 55, p. 357-380, 2001.
CURRIE, C. R.; SCOTT, J. A.; SUMMERBELL, R. C.; MALLOCH, D. Fungus-growing ants
use antibiotic-producing bacteria to control garden parasites. Nature, London, UK, v. 398, p.
701-704, 1999.
DADD, R. H. Nutrition: organisms. In: KERKUT, G. A.; GILBERT, L. I. (Ed.). Comparative
insect physiology, biochemistry and pharmacology. Oxford: Pergamon, 1985. v. 4, p.
313-390.
DALE, C.; PLAGUE, G. R.; WANG, B.; OCHMAN, H.; MORAN, N. A. Type III secretion
systems and the evolution of mutualistic endosymbiosis. Proceedings of the National
Academy of Sciences of the United States of America, Washington, DC, v. 99, p. 12397-
12402, 2002.
DALE, C.; WELBURN, S. C. The endosymbionts of tsetse flies: manipulating host-parasite
interactions. International Journal for Parasitology, Oxford, v. 31, p. 627-630, 2001.
DALE, C.; YOUNG, S. A.; HAYDON, D. T.; WELBURN, S. C. The insect endosymbiont
Sodalis glossinidius utilizes a type III secretion system for cell invasion. Proceedings of the
National Academy of Sciences of the United States of America, Washington, DC, v. 98,
p. 1883-1888, 2001.
DASCH, G. A.; WEISS, E.; CHANG, K. P. Endosymbionts of insects. In: KRIEG, N. R. (Ed.).
Bergey’s manual of systematic bacteriology. Baltimore: Williams & Wilkins, 1984. p.
811-833.
DAVIDSON, D. W.; COOK, S. C.; SNELLING, R. R. Liquid-feeding performances of ants
(Formicidae): ecological and evolutionary implications. Oecologia, Berlin, DE, v. 139, p.
255-266, 2004.
DEGNAN, P. H.; LAZARUS, A. B.; WERNEGREEN, J. J. Genome sequence of
Blochmannia pennsylvanicus indicates parallel evolutionary trends among bacterial
mutualists of insects. Genome Research, New York, v. 15, p.1023-1033, 2005.
DILLON, R. J.; DILLON, V. M. The gut bacteria of insects: nonpathogenic interactions.
Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 49, p. 71-92, 2004.
DOLLING, W. R. The Hemiptera. Oxford: Oxford University, 1991. 274 p.
DOUGLAS, A. E. Nutritional interactions in insect-microbial symbioses: aphids and their
symbiotic bacteria Buchnera. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 43, p. 17-37,
1998.
DOUGLAS, A. E. Phloem-sap feeding by animals: problems and solution. Journal of
Experimental Botany, Oxford, v. 57, p. 747-754, 2006.
DOUGLAS, A.E. Buchnera bacteria and other symbionts of aphids. In: BOURTZIS, K.;
MILLER, T. A. (Ed.). Insect symbiosis. Boca Raton: CRC, 2003. p. 23-38. 347 p.
DOUGLAS, A.E. Mycetocyte symbiosis in insects. Microbiology and Molecular Biology
Reviews, Washington, DC, v. 64, p. 409-434, 1989.
DOWN, P. F. In situ production of hydrolytic detoxifying enzymes by symbiotic yeasts of
cigarette beetle (Coleoptera: Anobiidae). Journal of Economic Entomology, Lanham, v.
82, p. 396-400, 1989.
EICHLER, S.; SCHAUB, G. A. Development of symbionts in triatomine bugs and the effects
of infections with trypanosomatids. Experimental Parasitology, Orlando, v. 100, p. 17-27,
2002.
EICHLER, S.; SCHAUB, G. A. The effects of aposymbiosis and of an infection with
Blastocrithidia triatomae (Trypanosomatidae) on the tracheal system of the reduviid bugs
Rhodnius prolixus and Triatoma infestans. Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 44, p.
131-140, 1997.
ERIKSON, D. The pathogenic aerobic organisms of the Actinomyces group. Special
Report Series (Medical Research Council (Great Britain), London, UK, v. 203, p. 5-61,
1935.
FARRELL, B. D.; SESQUEIRA, A. S.; O’MEARA, B. C.; NORMARK, B. B.; CHUNG, J. H.;
JORDAL, B. H. The evolution of agriculture in beetles (Curculionidae: Scolytinae and
Platypodinae). Lancaster, v. 55, p. 2011-2027, 2001.
FEBVAY, G.; RAHBE, Y.; RYNKIEWICZ, M.; GUILLAUD, J.; BONNOT, G. Fate of dietary
sucrose and neosynthesis of amino acids in the pea aphid, Acyrthosiphon pisum, reared on
different diets. Journal of Experimental Biology, London, v. 202, p. 2639-2652, 1999.
FUKATSU, T.; NIKOH, N.; KAWAI, R.; KOGA, R. The secondary endosymbiotic bacterium
of the pea aphid Acyrthosiphon pisum (Insecta, Homoptera). Applied and Environmental
Microbiology, Washington, DC, v. 66, p. 2748-2758, 2000.
FURNISS, M. M.; Y. WOO, Y.; DEYRUP, M. A.; ATKINSON, T. H. Prothoracic mycangium
on pine-infesting Pityoborus spp. (Coleoptera: Scolytidae). Annals of the Entomological
Society of America, Lanham, v. 80, p. 692-696, 1987.
GIL, R.; SILVA, F. J.; ZIENTZ, E.; DELMOTTE, F.; GONZALEZ-CANDELAS, F. The genome
sequence of Blochmannia floridanus: comparative analysis of reduced genomes.
Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America,
Washington, DC, v. 100, p. 9388-9393, 2003.
GOODCHILD, A. J. P. The nature and origin of the mid-gut contents in a sap-sucking
heteropteran, Piezosternum calidum Fab. (Tessaratominae) and the role of symbiontic
bacteria in its nutrition. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 23, p.
177-188, 1978.
GREEN, A. M.; MUELLER, U. G.; ADAMS, M. M. Extensive exchange of fungal cultivars
between sympatric species of fungus-growing ants. Molecular Ecology, Oxford, v. 11, p.
191-195, 2002.
HACKSTEIN, J. H. P.; STUMM, C. K. Methane production in terrestrial arthropods.
Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America,
Washington, DC, v. 91, p. 5441-5445, 1994.
HAPP, G. M.; HAPP, C. M.; BARRA, S. J. Fine structure of the prothoraxic mycangium, a
chamber for the culture of symbiotic fungi, in the southern pine beetle Dentroctonus
frontalis. Tissue and Cell, Edinburgh, v. 3, p. 295-308, 1971.
HEDDI, A. Endosymbiosis in the weevil of the genus Sitophilus: Genetic, physiological, and
molecular interactions among associated genomes. In: BOURTZIS, K.; MILLER, T. A. (Ed.).
Insect symbiosis. Boca Raton: CRC, 2003. p. 67-82.
HEDDI, A.; CHARLES, H.; KHATCHADOURIAN, C.; BONNOT, G.; NARDON, P. Molecular
characterization of the principal symbiotic bacteria of the weevil Sitophilus oryzae: a
peculiar G-C content of an endocytobiotic DNA. Journal of Molecular Evolution, Berlin, v.
47, p. 52-61, 1998.
HEDDI, A.; GRENIER, A. M.; KHATCHADOURIAN, C.; CHARLES, H.; NARDON, P. Four
intracellular genomes direct weevil biology: Nuclear, mitochondrial, principal endosymbiont,
and Wolbachia. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States
of America, Washington, DC, v. 96, p. 6814-6819, 1999.
HENTSCHEL, U.; STEINERT, M.; HACKER, J. Common molecular mechanisms of
symbiosis and pathogenesis. Trends in Microbiology, Cambridge, v. 8, p. 226-231, 2000.
HIROSE, E. Estudo de simbiontes associados a Nezara viridula (L.) (Hemiptera:
Pentatomidae). 2005. 120 p. Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
HIROSE, E.; PANIZZI, A. R.; DE SOUZA, J. T.; CATTELAN, A. J.; ALDRICH, J. R. Bacteria
in the gut of southern green stink bug (Heteroptera: Pentatomidae). Annals of the
Entomological Society of America, Lanham, v. 99, p. 91-95, 2006.
HUNT, D. W. A.; BORDEN, J. H. Conversion of verbenols to verbenone by yeasts isolated
from Dendroctonus ponderosae (Coleoptera: Scolytidae). Journal of Chemical Ecology,
New York, v. 16, p.1385-1397, 1990.
HUNTER, M. S.; PERLMAN, S. J.; KELLY, S. E. A bacterial symbiont in the Bacteroidetes
induces cytoplasmic incompatibility in the parasitoid wasp Encarsia pergandiella.
Proceedings of the Royal Society of London Series B - Biological Sciences,
Washington, DC, v. 270, p. 2185-2190, 2003.
INOUE, T.; KITADE, O.; YOSHIMURA, Y.; YAMAOKA, I. Symbiotic associations with
protists. In: ABE, T.; HIGASHI, M.; BIGNELL, D. E. (Ed.). Termites: evolution, sociality,
symbiosis, ecology. Dordrecht: Kluwer Academic Publications, 2000. p. 275-288.
INOUE, T.; MURASHIMA, K.; AZUMA, J.-I.; SUGIMOTO, A.; SLAYTOR, M. Cellulose and
xylan utilization in the lower termite Reticulitermes speratus. Journal of Insect Physiology,
Oxford, v. 43, p. 235-242, 1997.
ISHIKAWA, H. Insect symbiosis: an introduction. In: BOURTZIS, K.; MILLER, T. A. (Ed.).
Insect symbiosis. Boca Raton: CRC P, 2003. p. 1-21.
JOHNSON, R. A.; THOMAS, R. J.; WOOD, T. G.; SWIFT, M. J. The inoculation of the
fungus comb in newly founded colonies of the Macrotermitinae (Isoptera) from Nigeria.
Journal of Natural History, London, UK, v. 15, p. 751-756, 1981.
KATOH, H.; MIURA, T.; MAEKAWI, K.; SHINZATO, N.; MATSUMOTO, T. Genetic variation
of symbiotic fungi cultivated by the macrotermitine termite Odontotermes formosanus
(Isoptera: Termitidae) in the Ryukyu Archipelago. Molecular Ecology, Oxford, v. 11, p.
1565-1572, 2002.
KAUFMAN, M.G.; WALKER, E.D.; ODELSON, D.A.; KLUG, M.J. Microbial community
ecology insect nutrition. The American Entomologist, Ottawa, v. 46, p.173-184, 2000.
KITANO, H.; ODA, K. Self-extending symbiosis: a mechanism for increasing robustness
through evolution. Biological Theory, Cambridge, v. 1, p. 61-66, 2006.
LEHANE, M. J.; WU, D.; LEHANE, S. M.. Midgut-specific immune molecules are produced
by the blood-sucking insect calcitrans. Proceedings of the National Academy of
Sciences of the United States of America, Washington, DC, v. 94, p. 11502-11507, 1997.
LIVINGSTON, R. L.; BERRYMAN, A. A. Fungus transportation structures in the fir engraver,
Scolytus ventralis (Coleoptera: Scolytidae). The Canadian Entomologist, Ottawa, v. 114,
p. 174-186, 1972.
McFALL-NGAI, M. J. Unseen forces: The influence of bacteria on animal development.
Developmental Biology, San Diego, v. 242, p. 1-14, 2002.
MIURA, T.; BRAENDLE, C.; SHINGLETON, A.; SISK, G.; KAMBHAMPATI, S.; STERN, D.
L. A comparison of parthenogenetic and sexual embryogenesis of the pea aphid
Acyrthosiphon pisum (Hemiptera: Aphidoidea). Journal of Experimental Zoology. B.
Molecular and Developmental Evolution, Hoboken, v. 295, p. 59-81, 2003.
MONTLLOR, C. B.; MAXMEN, A.; PURCELL, A. H. Facultative bacterial endosymbionts
benefit pea aphids Acyrthosiphon pisum, under heat stress. Ecological Entomology,
Oxford, v. 27, p. 189-195, 2002.
MORAN, N. A. Microbial minimalism: genome reduction in bacterial pathogens. Cell,
Cambridge, v. 108, p. 583-586, 2002.
MORAN, N. A.; BAUMANN, P. Bacterial endosymbionts in animals. Current Opinion in
Microbiology, London, UK, v. 3, p. 270-275, 2000.
MORAN, N. A.; COLLIN, C.; DUNBAR, H.; SMITH, W. A.; OCHMAN, H. Intracellular
symbionts of sharpshooters (Insecta: Hemiptera: Cicadellinae) form a distinct clade with a
small genome. Environmental Microbiology, Oxford, v. 5, p. 116-126, 2003.
MORAN, N. A.; TELANG, A. Bacteriocyte-associated symbionts of insects. Bioscience,
Washington, DC, v. 48, p. 295-304, 1998.
MUELLER, U. G.; GERARDO, N. Fungus-farming insects: Multiple origins and diverse
evolutionary histories. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United
States of America, Washington, DC, v. 99, p. 15247-15249, 2002.
MUELLER, U. G.; REHNER, S. A.; SCHULTZ, T. D. The evolution of agriculture in ants.
Science, New York, v. 281, p. 2034-2038, 1998.
MUELLER, U. G.; SCHULTZ, T. R.; CURRIE, C.; ADAMS, R.; MALLOCH, D. The origin of
the attine ant-fungus symbiosis. The Quarterly Review of Biology, Chicago, v. 76, p. 169-
197, 2001.
NAKASHIMA, K.; WATANABE, H.; SAITOH, H.; TOKUDA, G.; AZUMA, J. I. Dual cellulose-
digesting system of the wood-feeding termite, Coptotermes formosanus Shiraki. Insect
Biochemistry and Molecular Biology, Oxford, v. 32, p. 777-784, 2002.
NODA, H.; MIYOSHI, T.; ZHANG, Q.; WATANABE, K.; DENG, K. Wolbachia infection
shared among planthoppers (Homoptera: Delphacidae) and their endoparasite
(Strepsiptera: Elenchidae): A probable case of interspecies transmission. Molecular
Ecology, Oxford, v. 10, p. 2101-2106, 2001.
NOGGE, G. Significance of symbionts for the maintenance of an optional nutritional state
for successful reproduction in hematophagous arthropods. Parasitology, Cambridge, v. 82,
p. 101-104, 1981.
O’BRIEN, R. W.; BREZNAK, J. A. Enzymes of acetate and glucose metabolism in termites.
Insect Biochemistry, Bristol, v. 14, p. 639-643, 1984.
OHKUMA, M.; KUDO, T. Phylogenetic diversity of the intestinal bacterial community in the
termite Reticulitermes speratus. Applied and Environmental Microbiology, Washington,
DC, v. 62, p. 461-468, 1996.
OLIVER, K. M.; RUSSELL, J. A.; MORAN, N. A.; HUNTER, M. S. Facultative bacterial
symbionts in aphids confer resistance to parasitic wasps. Proceedings of the National
Academy of Sciences of the United States of America, Washington, DC, v. 100, p. 1803-
1807, 2003.
O’NEILL, S.; GIORDANO, R.; COLBERT, A.; KARR, T.; ROBERTSON, H. 16S r RNA
phylogenetic analysis of the bacterial endosymbionts associated with cytoplasmic
incompatibility in insects. Proceedings of the National Academy of Sciences of the
United States of America, Washington, DC, v. 89, p. 2699-2702, 1992.
PAINE, T. D.; RAFFA, K. F.; HARRINGTON, T. C. Interactions among scolytid bark beetles,
their associated fungi, and live host conifers. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v.
42, p. 179-206, 1997.
POULSEN, M.; BOT, A. N. M.; CURRIE, C. R.; NIELSEN, M. G.; BOOMSMA, J. J.. Within-
colony transmission and the cost of a mutualistic bacterium in the leaf-cutting ant
Acromyrmex octospinosus. Functional Ecology, London, v. 17, p. 260-269, 2003
PRADO, S. S.; RUBINOFF, D.; ALMEIDA, R. P. P. Vertical transmission of a pentatomid
caeca-associated symbiont. Annals of the Entomological Society of America, Lanham,
v. 99, p. 577-585, 2006.
RAINEY, F. A.; BURGHARDT, J.; KROPPENSTEDT, R. M.; KLATTE, S.; STACKEBRANDT,
E. Phylogenetic analysis of the genera Rhodococcus and Nocardia and evidence for the
evolutionary origin of the genus Nocardia from within the radiation of Rhodococcus species.
Microbiology, Washington, DC, v. 141, p. 523-528, 1995.
RIO, R. V.; LEFEVRE, C.; HEDDI, A.; AKSOY, S. Comparative genomics of insect–
symbiotic bacteria: influence of host environment on microbial genome composition.
Applied and Environmental Microbiology, Washington, DC, v. 69, p. 6825-6832, 2003.
ROULAND-LEFEVRE, C. Symbiosis with fungi. In: ABE, T.; HIGASHI, M.; BIGNELL, D. E.
(Ed.). Termites: evolution, sociality, symbiosis, ecology. Dordrecht: Kluwer Academic
Publications, 2000. p. 289-306.
SAMESHIMA, S.; HASEGAWA, E.; KITADE, O.; MINAKA, N.; MATSUMOTO, T.
Phylogenetic comparisons of endosymbionts with their host ants based on molecular
evidence. Zoological Science, Tokyo, JP, v. 16, p. 993-1000, 1999.
SANDSTRÖM, J. P.; RUSSELL, J. A.; WHITE, J. P.; MORAN, N. A. Independent origins
and horizontal transfer of bacterial symbionts of aphids. Molecular Ecology, Oxford, v. 10,
p. 217-228, 2001.
SAUER, C., DUDACZEK, D.; HÖLLDOBLER, B.; GROSS, R. Tissue localization of the
endosymbiotic bacterium ‘Candidatus Blochmannia floridanus’ in adults and larvae of the
carpenter ant Camponotus floridanus. Applied and Environmental Microbiology,
Washington, DC, v. 68, p. 4187-4193, 2002.
SCHRÖDER, D.; DEPPISCH, H.; OBERMAYER, M.; KROHNE, G.; STACKEBRANDT, E.
Intracellular endosymbiotic bacteria of Camponotus species (carpenter ants): systematics,
evolution and ultra structural characterization. Molecular Microbiology, Oxford, v. 21, p.
479-489, 1996.
SCHULTZ, T. R.; MUELLER, U. G.; CURRIE, C. R.; REHNER, S. A. Reciprocal illumination:
A comparison of agriculture of humans and in fungus-growing ants In: VEGA, F.;
BLACKWELL, M. (Ed.). Insect-fungal association: ecology and evolution. New York:
Oxford University, 2005. p. 149-190.
SHIGENOBU, S.; WATANABE, H.; HATTORI, M.; SAKAKI, Y.; ISHIKAWA, H. Genome
sequence of the endocellular bacterial symbiont of aphids Buchnera sp. APS. Nature,
London, UK, v. 407, p. 81-86, 2000.
SIX, D. L. Bark beetle-fungus symbioses. In: BOURTZIS, K.; MILLER, T. A. (Ed.). Insect
symbiosis. Boca Raton: CRC, 2003. p. 97-114.
SLAYTOR, M. Cellulose digestion in termites and cockroaches: What role do symbionts
play? Comparative Biochemistry and Physiology, Part B. Covers Biochemical and
Molecular Biology, Amsterdam, NL, v. 103, n.4, p. 775-784, 1992.
SLAYTOR, M.; VEIVERS, P. C.; LO, N. Aerobic and anaerobic metabolism in the higher
termite Nasutitermes walkeri (Hill). Insect Biochemistry and Molecular Biology, Oxford,
v. 27, p. 291-303, 1997.
STEINHAUS, E. A. Insect microbiology. New York: Hafner, 1967. 763 p.
STEVENS, L.; GIORDANO, R.; FIALHO, R. F. Male-killing, nematode infections,
bacteriophage infection and virulence of cytoplasmic bacteria in the genus Wolbachia.
Annual Review of Ecology and Systematics, Palo Alto, v. 32, p. 519-545, 2001.
SUH, S. O.; MARSHALL, C. J.; McHUGH, J. V.; BLACKWELL, M. Wood ingestion by
passalid beetles in the presence of xylose-fermenting gut yeasts. Molecular Ecology,
Oxford, v. 12, p. 3137-3145, 2003.
TAMAS, I.; KLASSON, L.; CANBÄCK, B.; NÄSLUND, A. K.; ERIKSSON, A. S.;
WERNEGREEN, J. J.; SANDSTRÖM, J. P.; MORAN, N. A.; ANDERSSON, S. G.E. 50
million years of genomic stasis in endosymbiotic bacteria. Science, New York, v. 296, p.
2376-2379, 2002.
THAO, M. L.; MORAN, N. A.; ABBOT, P.; BRENNAN, E. B.; BURCKHARDT, D. H.;
BAUMANN, P. Cospeciation of psyllids and their primary prokaryotic endosymbionts.
Applied and Environmental Microbiology, Washington, DC, v. 66, p. 2898-2905, 2000.
THOMPSON, G. A.; SCHULZ, A. Macromolecular trafficking in the phloem. Trends in Plant
Science, Oxford, v. 4, p. 354-360, 1999.
VAN HAM, R. C. H. J.; KAMERBEEK, J.; PALACIOS, C.; RAUSELL, C.; ABASCAL, F.;
BASTOLLA, U.; FERNANDEZ, J. M.; JIMENEZ, L.; POSTIGO, M.; SILVA, F. J.; TAMAMES,
J.; VIGUERA, E.; LATORRE, A.; VALENCIA, A.; MORAN, F.; MOYA, A. Reductive genome
evolution in Buchnera aphidicola. Proceedings of the National Academy of Sciences of
the United States of America, Washington, DC, v. 100, p. 581-586, 2003.
VAN ZANDT, P.; TOWNSEND JUNIOR, V.; CARLTON, C.; BLACKWELL, M.; MOPPER, S.
Loberus impressus (LeConte) (Coleoptera: Erotylidae) fungal associations and presence in
the seed capsules of Iris hexagona. The Coleopterists’ Bulletin, Washington, DC, v. 57, p.
281-288, 2003
VRIES, E. J.; JACOBS, G.; BREEUWER, J. A. J. Growth and transmission of gut bacteria in
the western flower thrips, Frankliniella occidentalis. Journal of Invertebrate Pathology,
New York, v. 77, p. 129-137, 2001.
WARREN, J. H. Biology of Wolbachia. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 42, p.
587-609, 1997.
WATANABE, H.; TOKUDA, G. Animal cellulases. Cellular and Molecular Life Sciences,
Basel, v. 58, p. 1167-1178, 2001.
WELBURN, S. C.; ARNOLD, K.; MAUDLIN, I.; GODAY, G. W. Rickettsia-like organisms and
chitinase production in relation to transmission of trypanosomes by tsetse flies.
Parasitology, Cambridge, v. 107, p. 141-145, 1993.
WERNEGREEN, J. J. Endosymbiosis: lessons in conflict resolution. PLoS Biology, San
Francisco, v. 2, n. 3, p. e68, 2004.
WERNEGREEN, J. J. Genome evolution in bacterial endosymbionts of insects. Nature
Reviews Genetics, London, UK, v. 3, p. 850-861, 2002.
WILCOX, J. L.; DUNBAR, H. E.; WOLFINGER, R. D.; MORAN, N. A. Consequences of
reductive evolution for gene expression in an obligate endosymbiont. Molecular
Microbiology, Oxford, v. 48, p. 1491-1500, 2003.
WILKINSON, T. L. The elimination of intracellular micro-organisms from insects: an analysis
of antibiotic-treatment in the pea aphid (Acyrthosiphon pisum). Comparative Biochemistry
and Physiology. A. Molecular & Integrative Physiology, New York, v. 119, p. 871-881,
1998.
WILKINSON, T. L.; ADAMS, D.; MINTO, L. B.; DOUGLAS, A. E. The impact of host plant on
the abundance and function of symbiotic bacteria in an aphid. Journal of Experimental
Biology, London, UK, v. 204, p. 3027-3038, 2001.
WOOD, T. G.; THOMAS, R. J. The mutualistic association between Macrotermitinae and
Termitomyces. In: WILDING, N.; COLLINS, N. M.; HAMMOND, P. M.; WEBBER, J. F. (Ed.).
Insect-fungus interactions. New York: Academic, 1989. p. 69-92.
YUSUF, M.; TURNER, B. Characterization of Wolbachia-like bacteria isolated from the
parthenogenetic stored-product pest psocid Liposcelis bostrychophila (Badonnel)
(Psocoptera). Journal of Stored Products Research, Oxford, v. 40, p. 207-225, 2004.
ZCHORI-FEIN, E.; BROWN, J. K. Diversity of prokaryotes associated with Bemisia tabaci
(Gennadius) (Hemiptera: Aleyrodidae). Annals of the Entomological Society of America,
Washington, DC, v. 95, p. 711-718, 2002.
ZIENTZ, E.; DANDEKAR, T.; GROSS, R. Metabolic interdependence of obligate
intracellular bacteria and their insect host. Microbiology and Molecular Biology Reviews,
Washington, DC, v. 68, p. 745-770, 2004.
ZIENTZ, E.; SILVA, F. J.; GROSS, R. Genome interdependence in insect-bacterium
symbioses. Genome Biology, London, UK, v. 2, p. 1032.1-1032-6, 2001.
Capítulo 7
Bioecologia e nutrição vs ecologia
química: as interações multitróficas
mediadas por sinais químicos
José M. S. Bento
Cristiane Nardi
Introdução
Para os insetos, a percepção de sinais químicos a longa
distância é de extrema importância no processo de localização
hospedeira, uma vez que pode proporcionar informações precisas
sobre o hospedeiro, como a sua localização, o estágio de
desenvolvimento e a condição fisiológica. Assim, a eficiência em
responder a tais sinais é um fator adaptativo importante, pois, além
de proporcionar o acesso ao alimento e o suprimento das
necessidades nutricionais, pode significar o encontro de um sítio de
acasalamento, oviposição e sobrevivência de sua progênie (DICKE,
2000; BEDE et al., 2007).
Os sinais químicos utilizados pelos insetos são divididos em
dois grupos: os aleloquímicos, que compreendem as substâncias
envolvidas na comunicação interespecífica, e os feromônios, que
agem como sinais intraespecíficos. Os aleloquímicos atuam no
processo de busca pelo alimento, tanto para fitófagos quanto para
zoófagos, uma vez que são utilizados para localizar os organismos
de níveis tróficos inferiores. Tais compostos podem agir como
alomônios, cairomônios, sinomônios ou apneumônios, dependendo
dos organismos que emitem e recebem os sinais (NORDLUND;
LEWIS, 1976; DICKE; SABELIS, 1988). Os feromônios, por sua vez,
também podem exercer importante função na busca hospedeira,
agindo como marcadores de trilha em direção a uma fonte alimentar,
como estímulo à agregação ou como atraentes sexuais, facilitando o
encontro de parceiros em locais propícios para acasalamento e
oviposição (NORDLUND; LEWIS, 1976). Adicionalmente, os
feromônios podem agir de maneira associada aos aleloquímicos
(ex., ação sinérgica de feromônios de agregação e compostos da
planta hospedeira) ou ter sua emissão influenciada pelos
aleloquímicos (ex., produção de feromônios de agregação somente
na presença da planta hospedeira) (LANDOLT, PHILLIPS, 1997;
REDDY; GUERRERO, 2004).
As pesquisas que envolvem feromônios já estão consolidadas e
incluem a comercialização de inúmeros compostos sintéticos para o
manejo de diversas espécies em todo o mundo. Nas últimas
décadas, diversos estudos têm sido realizados acerca dos efeitos de
aleloquímicos voláteis de plantas sobre insetos herbívoros,
predadores e parasitoides. Além disso, o interesse dos
pesquisadores vem crescendo, tanto no âmbito ecológico quanto em
relação às novas perspectivas geradas para o manejo de insetos na
agricultura (KARBAN; BALDWIN, 1997; ARAB; BENTO, 2006;
TURLINGS; TON, 2006; COOK et al., 2007).
Neste capítulo serão discutidas as interações tróficas mediadas
pelos sinais químicos voláteis e o seu papel no processo de busca
hospedeira por insetos. Inicialmente, serão abordados o mecanismo
de recepção dos sinais químicos pelos insetos e os processos de
orientação destes em direção aos organismos hospedeiros.
Posteriormente, será discutida a influência dos componentes
voláteis na busca hospedeira de insetos no contexto das interações
de plantas e herbívoros, bem como das relações tritróficas e
multitróficas envolvendo os inimigos naturais.
O mecanismo de busca hospedeira
em insetos
A localização de um hospedeiro nutricionalmente adequado
requer um sofisticado mecanismo de detecção dos sinais presentes
no ambiente, incluindo estímulos visuais, sonoros, táteis e olfativos
(CHAPMANN, 1998; VISSER, 1986).
Considerando-se que, em longas distâncias, o custo energético
para locomoção e procura do alimento é elevado, a habilidade e a
eficiência em reconhecer os sinais de seu hospedeiro são
determinantes para o sucesso da sua busca (DICKE, 2000; BEDE et
al., 2007). Os compostos químicos voláteis (estímulos olfativos)
adquirem importância significativa por possuírem alta capacidade de
transmissão e durabilidade no ambiente, sendo específicos e
precisamente detectados pelos receptores dos insetos (Tabela 1)
(THORNHILL; ALCOCK, 1983; GREENFIELD, 2002).
Poder de desvio de
Sim Sim Não Não
barreira
Curta a
Durabilidade Instantânea Instantânea Curta
longa
Especificidade Muito alta Alta Baixa Baixa a alta
(1)
Exceto os sinais bioluminescentes.
Fonte: Thornhill e Alcock (1983).
Interações planta–herbívoro
As substâncias do metabolismo secundário de plantas
representam importante componente para sua defesa direta contra
os herbívoros, sendo representadas por substâncias tóxicas,
repelentes ou deterrentes. Ao longo do tempo, entretanto, alguns
insetos passaram por adaptações que os permitem ultrapassar
essas barreiras e explorar tais compostos, incrementando seu
sucesso adaptativo (RHOADES, 1979). Nesse contexto, o
reconhecimento dos voláteis de plantas é significativamente
importante, pois pode determinar o sucesso da busca hospedeira,
além de evitar o contato com plantas não adequadas às suas
exigências. Tais mecanismos para a busca hospedeira podem
ocorrer em resposta aos voláteis constitutivos ou induzidos,
dependendo das interações envolvidas e dos sinais disponíveis no
ambiente.
Considerações finais
Nas últimas décadas, o incremento significativo nos estudos
sobre ecologia química tornou possível a exploração de
infoquímicos no manejo comportamental de insetos, tais como o uso
de feromônios e voláteis de plantas. A descoberta de que plantas
atacadas por herbívoros podem reagir ao ativar suas defesas
indiretas e alertar predadores e parasitoides sobre a presença de
suas presas causou crescente interesse de pesquisadores, os quais
têm investigado mecanismos bioquímicos e consequências
ecológicas de tais interações, bem como as implicações e
perspectivas de uso desses compostos na agricultura (TURLINGS;
TON, 2006). De acordo com Karban e Baldwin (1997), a indução
artificial, por meio da aplicação de substâncias indutoras de defesas
em plantas pode ser uma das estratégias para aumentar o potencial
de repelência a insetos herbívoros ou incrementar a atratividade aos
seus inimigos naturais. Adicionalmente, os mecanismos moleculares
envolvidos na indução de voláteis de plantas têm indicado a
possibilidade de serem desenvolvidas variedades com maior
potencial defensivo, as quais podem expressar constantemente ou
de forma induzida tal característica (AGELOPOULOS, 1999;
TURLINGS; TON, 2006).
Embora tenham sido geradas muitas expectativas para o uso
extensivo de voláteis induzidos de plantas na agricultura, é
consenso que muitos estudos ainda são necessários para se
estabelecer uma estratégia efetiva em campo (KARBAN; BALDWIN,
1997; TURLINGS; TON, 2006; ARAB; BENTO, 2006; COOK et al.,
2007). Nesse sentido, um importante avanço nessa área será
alcançado a partir de estudos ecológicos e aplicados sobre a
ecologia nutricional e química, relacionados às interações tróficas
entre plantas, insetos herbívoros e seus inimigos naturais.
Referências
AGELOPOULOS, N.; BIRKETT, M. A.; HICK, A. J.; HOOPER, A. M.; PICKETT, J. A.; POW,
E. M.; SMART, L. E.; SMILEY, D. W. M.; WADHAMS, L. J.; WOODCOCK, C. M. Exploiting
semiochemical in insect control. Journal of Pesticide Science, Tokyo, v. 55, p. 225-235,
1999.
ALBORN, H. T.; BRENNAN, M. M.; TUMLINSON, J. H. Differential activity and degradation
of plant volatile elicitors in regurgitant of tobacco hornworm (Manduca sexta) larvae.
Journal of Chemical Ecology, New York, v. 29, p.1357-1372, 2003.
ALBORN, H.T.; JONES, T. H.; STENHAGEN, G. S.; TUMLINSON, J. H. Identification and
synthesis of volicitin and related components from beet armyworm oral secretions. Journal
of Chemical Ecology, New York, v. 26, p. 203-220, 2000.
ARAB, A.; BENTO, J. M. S. Plant volatiles: new perspectives for research in Brazil.
Neotropical Entomology, Londrina, v. 35, p. 151-158, 2006.
ARAB, A.; TRIGO, J. R.; LOURENÇÃO, A. L.; PEIXOTO, A. M.; RAMOS, F.; BENTO, J. M.
S. Differential attractiveness of potato tuber volatiles to Phthorimaea operculella
(Gelechiidae) and the predator Orius insidiosus (Anthocoridae). Journal of Chemical
Ecology, New York, v. 33, p. 1845-1855, 2007.
BEDE, J. C.; MCNEIL, J. N.; TOBE, S. S. The role of neuropeptides in caterpillar nutricional
ecology. Peptides, New York, v. 28, p. 185-196, 2007.
BELL, W. J.; KIPP, L. R.; COLLINS, R. D. The role of chemo-orientation in search-behavior.
In: CARDÉ, R. T.; BELL, W. J. Chemical ecology of insects. New York: Chapmann & Hall,
1994. p. 105-152.
BERNASCONI, M. L.; TURLINGS, T. C. J.; AMBROSETTI, L.; BASSETTI, P.; DORN, S.
Herbivore-induced emissions of maize volatiles repel the corn leaf aphid, Rhopalosiphum
maidis. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 87, p. 133-142, 1998.
BERNAYS, E. A.; CHAPMAN, R. F. Host-plant selection by phytophagous insects. New
York: Chapman & Hall, 1994. 312 p.
BLIGHT, M. M.; PICKET, J. A.; WADHAMS, L. J.; WOODCOCK, C. M. Antennal perception
of oilseed rape, Brassica napus (Brassicacea), volatiles by the cabbage seed weevil
Ceutorhynchus assimilis (Coleoptera: Curculioniadae). Journal of Chemical Ecology, New
York, v. 21, p. 1649-1664, 1995.
BRUCE, T. J. A.; WADHAMS, L. J.; WOODCOCK, C. M. Insect host localization: a volatile
situation. Trends in Plant Science, Oxford, v. 10, p. 269-274, 2005.
CARROL, M. J.; SCHMETZ, E. A.; MEAGHER, R. L.; TEAL, P. E. A. Attraction of
Spodoptera frugiperda to volatiles from herbivore-damage maize seedlings. Journal of
Chemical Ecology, New York, v. 32, p. 1911-1924, 2006.
CHAPMAN, R. F. The insects: structure and function. Cambridge: Cambridge University,
1998. 788 p.
COOK, A. M.; KAHAN, Z. R.; PICKETT, J. A. The use of push-pull strategies in integrated
pest management. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 52, p. 57-80, 2007.
DE GROOT, P.; MACDONALD, L. M. Green leaf volatiles inhibit response of red pine cone
beetle Conophthorus resinosae (Coleoptera: Scolytidae) to a sex pheromone.
Naturwissenschaften, Berlin, v. 86, p. 81-85, 1999.
DE MORAES, C. M.; LEWIS, W. J.; PARÉ, P. W.; ALBORN, H. T.; TUMLINSON, J. H.
Herbivore-infested plants selectively attract parasitoids. Nature, London, v. 393, p. 570-573,
1998.
DE MORAES, C. M.; MESCHER, M. C.; TUMLINSON, J. H. Caterpillar-induced nocturnal
plant volatiles repel conspecific females. Nature, London, v. 410, p. 577-580, 2001.
DEL-CLARO, K.; OLIVEIRA, P. S. Ant-homoptera interaction: do alternative sugar sources
distract tending ants? Oikos, Copenhagen, v. 68, p. 202-206, 1993.
DICKE, M. Chemical ecology of host-plant selection by herbivorous arthropods: a
multitrophic perspective. Biochemical Systematics and Ecology, Oxford, v. 28, p. 601-
617, 2000.
DICKE, M.; LOON, J. A. van. Multitrophic effects of herbivore-induced plant volatiles in an
evolutionary context. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 97, p. 237-
249, 2000.
DICKE, M.; SABELIS, M. W. Infochemical terminology: based on cost-benefit analysis
rather than origin of compounds? Functional Ecology, London, v. 2, p. 131-139, 1988.
DICKE, M.; VET, L. E. M. Plant-carnivore interactions: evolutionary and ecological
consequences for plant, herbivore and carnivore. In: OLFF, H.; BROWN, V. K.; DRENT, R.
H. Herbivores: between plants and predators. Oxford: Blackwell Science, 1999. p. 483-
520.
DICKENS, J. C. Green leaf volatiles enhance aggregation pheromone of boll weevil,
Anthonomus grandis. Entomological Experimentalis et Applicatta, Dordrecht, v. 52, p.
191-203, 1989.
DICKENS, J. C.; BILLINGS, R. F.; PAYNE, T. L. Green leaf volatiles interrupt aggregation
pheromone response in bark beetles infesting southern pines. Experientia, Basel, v. 48, p.
523-524, 1992.
FERRY, N.; EDWARDS, M. G.; GATEHOUSE, J. A.; GATEHOUSE, A. M. R. Plant-insect
interactions: molecular approaches to insect resistance. Current Opinion Biotechnology,
London, v. 15, p. 155-161, 2004.
GREENFIELD, M. D. Signalers and receivers: mechanisms and evolution of arthropod
communication. New York: Oxford University, 2002. 432 p.
HÄGELE, B. F.; ROWELL-RAHIER, M. Dietary mixing in three generalist herbivores:
nutrient complementation or toxin dilution? Oecologia, Berlin, v. 119, p. 521-533, 1999.
HALITSCHKE, R.; SCHITTKO, U.; POHNERT, G.; BOLAND, W.; BALDWIN, I. T. Molecular
interactions between the specialist herbivore manduca sexta (Lepidotera, Sphingidae) and
its natural host Nicotiana attenuata III: Fatty aci-amino acid conjugates in herbivore oral
secretions are necessary and sufficient for herbivore-specific plant response. Plant
Physiology, Bethesda, v. 125, p. 711-717, 2001.
HARTMANN, T. Chemical ecology of pyrrolizidine alkaloids. Planta, New York, v. 207, p.
483-495, 1999.
HARTMANN, T.; OBER, D. Biosynthesis and metabolism of pyrrolizidine alkaloids in plants
and specialized insect herbivores. Topics in Current Chemistry, Berlin, v. 209, p. 207-243,
2000.
HAYES, J. L.; STROM, B. L.; ROTON, L. M.; INGRAM, L. L. Repellent properties of the host
compond 4-allylanisole to the southern pine beetle. Journal of Chemical Ecology, New
York, v. 20, p. 1595-1615, 1994.
HEIL, M.; KOCH, T.; HILPERT, A.; FIALA, B.; BOLAND, W.; LINSENMAIR, K. E. Extrafloral
nectar production of the ant-associated plant, macaranga tanarius, is an induced, indirect,
defensive response elicited bu jasmonic acid. Proceedings of the National Academy of
Sciences, Washington, DC, v. 98, p. 1083-1088, 2001.
HILKER, M.; MEINERS, T. Induction of plant responses towards oviposition and feeding of
herbivorous arthropods: A comparison. Entomologia Experimentalis et Applicata,
Dordrecht, v. 104, p. 181-192, 2002.
HUBER, D. P. W.; BORDEN, J. H. Angiosperm bark volatiles disrupt response of douglas-fir
beetle, dendroctonus pseudotsugae, to attractant-baited traps. Journal of Chemical
Ecology, New York, v. 27, p. 217-233, 2001.
JAFFÉ, K.; SANCHEZ, P.; CERDA, H.; HERNANDEZ, R.; URDANETA, N.; GUERRA, G.;
MARTINEZ, R.; MIRAS, B. Chemical ecology of the palm weevil Rhynchophorus palmarum
(L.) (Coleoptera: Curculionidae): attraction to host plants and to a male-produced
aggregation pheromone. Journal of Chemical Ecology, New York, v. 19, p.1703-1720,
1993.
KALBERER, N. M.; TURLINGS, T. C. J.; RAHIER, M. Attraction of a leaf beetle (Oreina
cacaliae) to damaged host plants. Journal of Chemical Ecology, New York, v. 27, p. 647-
661, 2001.
KARBAN, R.; BALDWIN, I. T. Induced responses to herbivory. Chicago: Chicago
University, 1997. 319 p.
KESSLER, A.; HALITSCHKE, R. Specificity and complexity: the impact of herbivore-
induced plant responses on arthropod community structure. Current Opinion in Plant
Biology, Amsterdam, v. 10, p. 409-414, 2007.
KOST, C.; HEIL, M. Increased availability of extrafloral nectar reduces herbivory in lima
bean plants (Phaseolus lunatus, Fabaceae). Basic and Applied Ecology, Jena, v. 6, p.
237-248, 2005.
LANDOLT, P. J.; PHILLIPS, T. W. Host plant influences on sex pheromone behavior of
phytophagous insects. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 42, p. 371-391, 1997.
LEWIS, W. J.; MARTIN, W. R. Semiochemicals for use with parasitoids: status and future.
Journal of Chemical Ecology, New York, v. 16, p. 3067-3089, 1990.
MARSH, D.; KENNEDY, J. S.; LUDLOW, A. R. An analysis of anemotactic zigzaging flight in
male moths stimulated by pheromone. Physiological Entomology, Oxford, v. 3, p. 221-
240, 1978.
MATTIACI, L.; DICKE, M.; POSTHUMUS, M. A. Beta-Glucosidase: an elicitor of herbivore
induced plant odor that attracts host-searching parasitic wasps. Proceedings of the North
Central Branch of the Entomological Society of America, Lanham, v. 92, p. 2036-2040,
1995.
MCCONN, M.; CREELMAN, R. A.; BELL, E.; MULLET, J. E.; BROWSE, J. Jasmonate is
essential for insect defense in arabidopsis. Proceedings of the North Central Branch of
the Entomological Society of America, Lanham, v. 94, p. 5473-5477, 1997.
MCKEY, D. The distribution of secondary componds within plants. In: ROZENTHAL, G. A.;
JANZEN, D. H. Herbivores: Their interactions with secondary plant metabolites. New York:
Academic Press, 1979, p. 56-122.
NATALE, D.; MATTIACCI, L.; PASQUALINI, E.; DORN, S. Response of female Cydia
molesta (Lepidoptera Tortricidae) to plant derived volatiles. Bulletin of Entomological
Research, London, v. 93, p. 335-342, 2003.
NISHIDA, R. Sequestration of defensive substances from plants by lepidoptera. Annual
Review of Entomology, Palo Alto, v. 47, p. 57-92, 2002.
NORDLUND, D. A.; LEWIS, W. J. Terminology of chemical releasing stimuli in intraspecific
and interspecific interactions. Journal of Chemical Ecology, New York, v. 2, p. 211-20,
1976.
NORONHA, N. C.; BENTO, J. M. S. Volatiles of citrus and guava plants: something in the
air to the psyllid Diaphorina citri. In: anniversary ISCE Meeting, 25., 2008, State College.
Proceedings… State College: International Society of Chemical Ecology, 2008. p. 74.
NOTTINGHAM, S. F.; HARDIE, J.; DAWSON, G. W.; HICK, A. J.; PICKETT, J. A.;
WADHAMS, L. J.; WOODCOCK, C. M. Behavioral and electrophysiological responses of
aphids to host and nonhost plant volatiles. Journal of Chemical Ecology, New York, v. 17,
p. 1231-1242, 1991.
PARÉ, P. W.; TUMLINSON, J. H. De novo biosynthesis of volatiles induced by insect
herbivory in cotton plants. Plant Physiology, Bethesda, v. 114, p. 1161-1167, 1997.
PARÉ, P.; ALBORN, H. T.; TUMLINSON, J. H. Concerted biosynthesis of an insect elicitor of
plant volatiles. Proceedings of the National Academy of Sciences, Washington, DC, v.
95, p. 13971-13975, 1998.
POHNERT, G.; JUNG, V.; HAUKIOJA, E.; LEMPA, K.; BOLAND, W. New fatty acid amides
from regurgitant of lepidopteran (Noctuidae, Geometridae) caterpillars. Tetrahedron,
Elmsford, v. 55, n. 37, p. 11275-11280, 1999.
POLAND, T. M.; BORDEN, J. H.; STOCK, A. J.; CHONG, L. J. Green leaf volatiles disrupt
responses by the spruce beetle, Dendroctonus rufipennis, and the western pine beetle,
Dendroctonus brevicomis (Coleoptera: Scolytidae) to attractant-baited traps. Journal of the
Entomological Society of British Columbia, Victoria, v. 25, p. 17-24, 1998.
POLAND, T. M.; HAACK, R. A. Pine shoot beetle, Tomicus piniperda (Col., Scolytidae),
responses to common green leaf volatiles. Journal of Applied Entomology, Hamburg, v.
124, p. 63-69, 2000.
PRICE, P. W.; BOUTON, C. E.; GROSS, P.; MCPHERON, A. E. Interactions among three
trophic levels: influence of plant interactions between insect herbivores and natural
enemies. Annual Review of Ecology and Systematics, Palo Alto, v. 11, p. 41-65, 1980.
RANDLKOFER, B.; OBERMAIER, E.; MEINERS, T. Mother’s choice of the oviposition site:
balancing risk of egg parasitism and need of food supply for the progeny with an
infochemical shelter? Chemoecology, Basel, v. 17, p. 177-186, 2007.
REDDY, G. V. P.; GUERRERO, A. Interactions of insects pheromones and plant
semiochemicals. Trends in Plant Science, Oxford, v. 9, p. 253-261, 2004.
REDDY, G. V. P.; HOLOPAINEN, J. K.; GUERRERO, A. Olfactory responses of Plutella
xylostella natural enemies to host pheromone, larval frass, and green leaf cabbage
volatiles. Journal of Chemical Ecology, New York, v. 28, p. 131-143, 2002.
REINECKE, A.; RUTHER, J.; HILKER, M. The scent of food and defence: green leaf
volatiles and toluquinone as sex attractant mediate mate finding in the European cockchafer
Melolontha melolontha. Ecology Letters, Oxford, v. 5, p. 257-263, 2002.
RHOADES, D. F. Evolution of plant chemical defense against herbivores. In: ROZENTHAL,
G. A.; JANZEN, D. H. Herbivores: Their interactions with secondary plant metabolites. New
York: Academic Press, 1979. p. 4-48.
RÖSE, U. S. R.; LEWIS, J.; TUMLINSON, J. H. Extrafloral nectar from cotton (Gossypium
hirsutum) as a food source for parasitic wasps. Functional Ecology, London, v. 20, p. 67-
74, 2006.
RYAN, C. A.; PEARCE, G. L. Polypeptide hormones. Plant Physiology, Bethesda, v. 125,
p. 65-68, 2001.
SCHOONHOVEN, L. M.; LOON, J. J. A. van; DICKE, M. Insect-plant biology. New York:
Oxford University, 2005. 421 p.
SOLER, R.; HARVEY, J. A.; KAMP, A. F. D.; VET, L. E. M.; PUTTEN, W. H. van der; DAM,
N. M. van; STUEFER, J. F.; GOLS, R.; HORDJK, C. A.; BEZEMER, T. M. Root herbivores
influence the behaviour of an aboveground parasitoid through changes in plant-volatiles
signals. Oikos, Copenhagen, v. 116, p. 367-376, 2007.
TAKABAYASHI, J.; TAKABAYASHI, S.; DICKE, M.; POSTHUMUS, M. A. Developmental
stage of herbivore Pseudaletia separata affects production of herbivore-induced synomone
by corn plants. Journal of Chemical Ecology, New York, v. 21, p. 273-287, 1995.
THORNHILL, R.; ALCOCK, J. The evolution of insect mating systems. Cambridge:
Harvard University, 1983. 546 p.
TURLINGS, T. C. J.; ALBORN, H. T.; LOUGHRIN, J. H.; TUMLINSON, J. H. Volicitin, an
elicitor of corn volatiles in oral secretion of Spodopters exigua: isolation and bioactivity.
Journal of Chemical Ecology, New York, v. 26, p. 189-202, 2000.
TURLINGS, T. C. J.; LENGWILWER, U. B.; BERNASCONI, M. L.; WECHSLER, D. Timing
of induced volatile emissions in maize seedlings. Planta, New York, v. 207, p. 146-152,
1998.
TURLINGS, T. C. J.; TON, J. Exploiting scents of distress: the prospect of manipulating
herbivore-induced plant odours to enhance the control of agricultural pests. Current
Opinion in Plant Biology, Amsterdam, v. 9, p. 421-427, 2006.
TURLINGS, T. C. J.; TUMLINSON, J. H.; HEATH, R. R.; PROVEAUX, A. T.; DOOLITTTLE,
R. E. Isolation and identification of allelochemicals that attract the larval parasitoid, Cotesia
marginiventris (Cresson), to the microhabitat of one of its hosts. Journal of Chemical
Ecology, New York, v. 17, p. 2235-2251, 1991.
TURLINGS, T. C. J.; WÄCKERS, F. Recruitment of predators and parasitoids by herbivore-
injured plants. In: CARDÉ, R. T.; MILLAR, J. G. Advances in insect chemical ecology.
Cambridge: Cambridge University Press, 2004. p. 21-75.
TURLINGS, T. J. C.; TUMLINSON, J. H.; LEWIS, W. J. Exploitation of herbivore-induced
plant odors by host-seeking parasitic wasps. Science, Washington, DC, v. 250, p. 1251-
1253, 1990.
VAN DAM, N. M.; HARVEY, J. A.; WÄCKERS, F. L.; BEZEMER, T. M.; PUTTEN, W. H. van
der; VET, L. E. M. Interactions between aboveground and belowground induced responses
against phytophages. Basic and Applied Ecology, Jena, v. 4, p. 63-77, 2003.
VAN DAM, N. M.; VUISTER, L. W. M.; BERGSHOEFF, C.; VOS, H. de; MEIJDEN, E. van
der. The raison d’etre of pyrrolizidine alkaloids in Cynoglossum officinale-deterrent effects
against generalist herbivores. Journal of Chemical Ecology, New York, v. 21, p. 507-523,
1995.
VET, L. E. M.; DICKE, M. Ecology of infochemical use by natural enemies in a tritrophic
context. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 37, p. 141-172, 1992.
VET, L. E. M.; LEWIS, W. J.; PAPAJ, D. R.; LANTEREN, J. C. van. A variable-response
model for parasitoid foraging behavior. Journal of Insect Behavior, Amsterdam, v. 3, p.
471-490, 1990.
VISSER, J. H. Host odor perception in phytophagous insects. Annual Review of
Entomology, Palo Alto, v. 31, p. 121-144, 1986.
WÄCKERS, F. L.; JÖRG, R.; RIJN, P. van. Néctar and pollen feeding by insect herbivores
and implications for multitrofic interactions. Annual Review of Ecology and Systematics,
Palo Alto, v. 52, p. 301-323, 2007.
WÄCKERS, F. L.; WUNDERLIN, R. Induction of cotton extrafloral nectar production in
response to herbivory does not require an herbivore-specific elicitor. Entomologia
Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 91, p. 149-154, 1999.
WALDBAUER, G. P.; FRIEDMAN, S. Self-selection of optimal diets by insects. Annual
Review of Entomology, Palo Alto, v. 36, p. 43-63, 1991.
Capítulo 8
Canibalismo em insetos
Alessandra F. K. Santana
Ana C. Roselino
Fabrício A. Cappelari
Fernando S. Zucoloto
Introdução
Quando ouvimos falar em canibalismo, imaginamos um tipo de
comportamento anormal e não lógico. E quando o relacionamos aos
insetos, a imagem que nos vem à cabeça é a de uma fêmea de
louva-deus alimentando-se da cabeça do macho durante a cópula.
Na verdade, essas ideias e imagens não representam a verdade
completa sobre esse comportamento.
O estudo do canibalismo apresenta uma rica área de
exploração dos conceitos de bioecologia e nutrição (ecologia
nutricional), porque a alimentação intraespecífica possui uma
variedade de consequências ecológicas que diferem daquelas da
alimentação interespecífica (JOYNER; GOULD, 1985). Este capítulo
tem o objetivo de apresentar uma revisão sobre os estudos de
canibalismo em insetos a fim de esclarecer e aprofundar o
conhecimento sobre esse tema tão intrigante.
O canibalismo, segundo Fox (1975), é definido como “uma
predação intraespecífica”; para alguns antropólogos, “o ato de
consumir uma parte, várias partes ou a totalidade de um indivíduo
da mesma espécie”. É um comportamento amplamente distribuído
pelo Reino Animalia e foi encontrado em mais de 1.500 espécies
(POLIS, 1981), principalmente em insetos e peixes.
O canibalismo não se restringe às espécies carnívoras,
ocorrendo com grande frequência também nos herbívoros e nos
detritívoros. Segundo Fox (1975), a distribuição de canibais entre
seres aquáticos e terrestres é bem desigual, e maior nestes últimos.
Em terra, destaca-se um grande número de espécies herbívoras
praticando o canibalismo, apesar de o número de espécies
carnívoras e herbívoras ser praticamente igual nesse ambiente. Não
é somente resultado da falta extrema de alimento. Ocorre
geralmente sob condições naturais em uma variedade de situações:
parceira ingerindo parceiro, pais ingerindo seus filhos e filhos, seus
pais ou, mais comumente, seus irmãos (WHITE, 2005).
Entre os insetos, o canibalismo está distribuído de maneira bem
uniforme por toda classe. Entre os grupos, Coleoptera é o que
apresenta maior número de espécies canibais; é também
amplamente documentado em Lepidoptera (BARROS-BELLANDA;
ZUCOLOTO, 2005; DIAL; ANDLER, 1990; JOYNER; GOULD, 1985;
PIERCE, 1995; RAFFA, 1987; REED et al., 1996), ainda que se
tenha uma considerável variação na frequência do comportamento
canibal em populações próximas de insetos (SCHWEITZER, 1979;
GOULD et al., 1980; BREDEN; CHIPPENDALE, 1989). Em muitos
casos, entretanto, as vantagens seletivas, associadas com o
canibalismo, ainda precisam ser elucidadas.
Causas
Colinvaux (1973) sugere que o canibalismo só ocorre em
situações extremas sob forte pressão ambiental, como a
impossibilidade de dispersão. As causas do comportamento canibal
normalmente estão associadas ao alimento e à densidade
populacional; entretanto, o gatilho para tal comportamento pode
estar ligado a outros fatores ou um conjunto de fatores (FOX, 1975),
como o desenvolvimento assincrônico, a idade dos indivíduos, o
parasitismo, as altas temperaturas e a variação na umidade relativa
do ar (RICHARDSON et al., 2006).
Alimento
O alimento é um item fundamental para a sobrevivência de
qualquer ser vivo. Alterações em sua disponibilidade, parcial ou
total, levam a um estresse que causa mudanças comportamentais,
bioquímicas e fisiológicas, e que, eventualmente, podem levar ao
canibalismo. A mudança comportamental é prontamente revertida
assim que as necessidades nutricionais e a disponibilidade de
alimento são restabelecidas.
Um exemplo desse comportamento é o observado em
Spodoptera littoralis Boisduval (Lepidoptera), conhecido como
lagarta-do-algodão. A lagarta ataca não somente algodão, mas
também cereais. Quando falta alimento, apresenta uma tendência
ao canibalismo, ingerindo as lagartas que a cercam, mas retorna à
condição normal assim que a situação do seu alimento é restaurada
(ABDEL-SAMEA et al., 2006).
Um caso interessante de canibalismo é o apresentado em
Emblemasoma auditrix Shewel (DEVRIES; LAKES-HARLAN, 2007),
uma mosca parasitoide em que cerca de 38 larvas eclodem
simultaneamente em seu útero. Após a localização do hospedeiro
pela mosca, uma única larva é depositada, onde ela rapidamente se
desenvolve e pupa após 5 dias. Acontece que a procura pelo
hospedeiro pode levar diversas semanas e, durante esse período, a
larva cessa seu desenvolvimento e permanece no primeiro ínstar.
Entretanto, a larva apresenta um aumento de peso intrauterino,
indicando que o ganho alimentar está relacionado ao canibalismo de
outras larvas dentro do útero. Esse caso foi descrito como
canibalismo pré-natal (Figura 1).
Figura 1. (A) Decréscimo do número médio de larvas por mosca ao
longo do tempo. Grupo I (n = 50) (símbolos negros, linhas
contínuas): moscas não tiveram acesso ao hospedeiro (cigarras) e
nenhuma larva foi depositada durante os 12 dias de experimento.
Grupo II (n = 49) (símbolos em aberto, linhas contínuas): moscas
tiveram acesso ao hospedeiro. As cigarras foram coletadas no
campo e subsequentemente apresentadas às moscas em
laboratório. Em ambos os grupos, o decréscimo é significante
comparado ao dia 0 e ao dia 4, no grupo I e II, respectivamente. O
número de larvas mortas, mas completas, variou em ambos os
grupos (linhas tracejadas); (B) Porcentagem de moscas contendo
remanescentes de larvas (ganchos bucais, partes da cutícula) em
ambos os grupos (n = 10). Grupo I (colunas negras); Grupo II
(colunas abertas).
Fonte: Devries (2007).
Densidade
Os efeitos canibais resultantes da alta densidade populacional
são normalmente confundidos com a escassez de alimentos. Em
muitos casos, o alimento existe em abundância ou em quantidades
adequadas e mesmo assim observa-se a prática do canibalismo.
Quando do nascimento de uma grande quantidade de indivíduos,
estes representam competidores em potencial para os mais velhos.
Devorá-los pode ser uma boa estratégia tanto do ponto de vista
nutricional quanto do ponto de vista competitivo (FOX, 1975).
Lestes nympha Selys (Odonata) se alimenta de moscas,
mosquitos e outros pequenos insetos. Entretanto, alterações
ambientais como excesso de alimento e falta de predadores fazem
com que a população cresça, causando um aumento no número de
ovos e larvas. Quando essas eclodem, entram em competição pelo
mesmo alimento. Assim, ocorre a mudança de alvo alimentar:
passam a canibalizar coespecíficos (FISHER, 1961). Como
consequência, além do controle populacional, há um incremento
nutricional para o canibal.
Apesar de o canibalismo não ser incomum entre os insetos
fitófagos, ele provavelmente não ocorre comumente na natureza se
a população não estiver extremamente densa. O fenômeno da
migração está associado com a redução antecipada de recursos
alimentares após um aumento da densidade populacional, situação
observada com os gafanhotos mórmons da América do Norte,
Anabrus simplex Haldeman. Em migração, apresentavam privação
de dois nutrientes essenciais: proteínas e sais minerais (Figura 3).
Como os próprios insetos são ricos nesses nutrientes, eles
praticavam o canibalismo (SIMPSON et al., 2006). Esse estudo
demonstrou que a saciedade desses dois nutrientes reduziu a taxa
de canibalismo e a saciedade de proteína, especialmente, inibia a
migração. Isso sugere que a razão principal para a formação de
bandos migratórios na espécie é a deficiência nutricional de
proteínas e sais.
Figura 3. Mudanças do estado-dependente do canibalismo em
ninfas de gafanhoto Anabrus simplex Haldeman (A) coletadas
nos campos após 5 horas de pré-tratamento em cada uma das
quatro dietas artificiais: (B) P = 42% proteína e sem
carboidratos digeríveis, C = 42% carboidratos e sem proteína,
PC = ambos nutrientes e O = nenhum dos nutrientes (n = 20);
(C) ou sementes de erva com ou sem uma alíquota de 0.25 M
NaCl (n = 50). Depois de 50 minutos de exposição, houve
rápido declínio na curva, indicando menor taxa de canibalismo.
Quando expostos a dietas apenas proteicas ou apenas
salinas, houve o comportamento canibal, quando expostos a
dietas de apenas carboidratos, o comportamento canibal foi
muito mais evidente. Entretanto, quando expostos a uma dieta
rica em proteínas e sais, a tendência ao canibalismo diminuiu.
Fonte: Simpson et al. (2006).
Foto: Stephen J. Simpson
Comportamento da vítima
Em algumas situações, o canibalismo é iniciado por padrões
comportamentais particulares de alguns indivíduos suscetíveis.
Diferenças nas taxas de canibalismo de duas espécies aparentadas
de Lepidoptera podem ser explicadas por diferenças nesses
padrões comportamentais das lagartas. As lagartas do milho,
Heliothis armigera Hübner, movem-se ativamente e induzem
respostas agressivas quando em contato com outras lagartas. Em
contraste, lagartas de Heliothis punctigera Wallengren não se
movem quando se encontram com outras e apresentam taxas de
canibalismo muito menores (FOX, 1975).
Disponibilidade de vítimas
O fato de um indivíduo se encontrar com o outro da mesma
espécie, em estado de vulnerabilidade, pode ocasionar o
comportamento de canibalismo. As taxas de canibalismo em ovos e
jovens recém-emergidos podem ser determinadas pelo tamanho da
massa de ovos e pelo tempo que levam para eclodir. Algumas
espécies de joaninhas (Coccinelidae) podem consumir seus ovos-
irmãos pelo simples fato de terem eclodido primeiro do que suas
larvas-irmãs.
Foi observado em alguns grupos de insetos que, mesmo em
condições de baixa densidade populacional e de quantidade de
recursos alimentares, os indivíduos ingerem uns aos outros. As
lagartas de borboletas monarcas, ao eclodirem, ingerem os ovos
vizinhos e a folha onde estava depositado seu ovo (BROWER,
1961). O mesmo acontece com H. armigera Hübner: ao eclodirem,
as lagartas rastejam para dentro da espiga do milho. A primeira a
chegar à espiga ingere todas as outras (irmãs ou não), mesmo que
a espiga e/ou a plantação de milho seja suficiente para alimentar
todas as lagartas. Em laboratório, essas lagartas, submetidas a
dietas artificiais, apresentaram taxas de canibalismo ainda maiores
e, nesse caso, pela alta densidade populacional.
O canibalismo de ovos em Ascia monuste Godart (Figura 4), a
lagarta da couve, ocorre sempre que há oportunidade e há uma
preferência pela ingestão de coespecíficos em detrimento da
ingestão de seu alimento principal (ZAGO-BRAGA; ZUCOLOTO,
2004). Esse comportamento é influenciado pelo estágio de
desenvolvimento – quanto mais velha a lagarta, maior seu poder de
predação – atribuído à estrutura física das mandíbulas, que são
mais rígidas nos ínstares finais, assim como à mobilidade, também
maior nesses ínstares, facilitando a predação de lagartas recém-
eclodidas, que já apresentam certa mobilidade.
Canibalismo sexual
O canibalismo sexual é um comportamento que pode ser
iniciado independentemente da quantidade de alimento ou da
densidade da população. A causa desse comportamento pode ser
justamente a disponibilidade e/ou o comportamento da vítima em
questão.
O consumo de partes do corpo do macho pelas fêmeas durante
a cópula ocorre em espécies de Orthoptera como Hapithus agitator
Uhler e Cyphoderris sp. Nessas espécies, a fêmea se alimenta das
asas do macho durante a cópula. Esse comportamento mantém a
fêmea unida ao macho durante a inseminação e, ainda, evita que
esta se alimente do espermatóforo antes de seu total esvaziamento.
Machos cujas asas foram retiradas cirurgicamente em laboratório
obtiveram menos sucesso na transferência do espermatóforo do que
os que permaneceram alados (VAHED, 1998).
O canibalismo do corpo inteiro do macho pelas fêmeas pode
ocorrer durante ou logo após a cópula e foi registrado em pelo
menos 16 espécies de mantídeos predadores (Dictyoptera), alguns
gêneros de Orthoptera e em pelo menos 25 espécies de
ceratopogonídeos predadores (Diptera) (LAWRENCE, 1992).
Populacionais
Do ponto de vista populacional, o canibalismo pode ser extremo
o bastante a ponto de causar a extinção da população ou
simplesmente reduzir o seu tamanho e, dessa maneira, pode
diminuir a competição intraespecífica. O canibalismo pode afetar
também a distribuição etária da população e causar oscilações no
número de indivíduos nos diferentes estágios de desenvolvimento.
Quando o canibalismo reduz drasticamente as taxas reprodutivas
ou, em espécies com alto grau de agressividade, elimina seus
descendentes, esse comportamento gera resultados altamente
negativos (FOX, 1975).
Controle populacional
Em laboratório, comportamentos canibais podem aumentar a
estabilidade e a persistência da população. Uma das quatro
espécies de moscas varejeiras, Chrysomyia albiceps Wiedemann, é
canibal e foi a única que persistiu nesse comportamento quando o
alimento estava escasso. As poucas larvas sobreviventes eram
pesadas o bastante para produzir pupas viáveis. As espécies não
canibais produziram indivíduos pequenos, incapazes de manter sua
população na presença de intensa competição. Ullyette (1950)
concluiu que, para C. albiceps, o canibalismo foi um mecanismo de
interferência na competição, reduziu a pressão da pouca
disponibilidade de recursos e manteve a qualidade fisiológica dos
indivíduos sobreviventes.
Em experimentos com maior número de coespecíficos da
lagarta A. monuste Godart, houve uma tendência de redução do
tamanho do grupo (Tabela 1), podendo indicar que o canibalismo
nessa espécie provavelmente funciona como controle populacional
(ZAGO-BRAGA; ZUCOLOTO, 2004).
Grupo I X X
Os resultados representam a média ± desvio-padrão de seis repetições. Médias seguidas das letras iguais na
mesma coluna não diferem das outras. Teste ANOVA de Kruskal-Wallis (Sigma Stat for Windows, 1994 – Jandel
Corporation) com P<0,05.
Fonte: Zago-Braga e Zucoloto (2004).
Estrutura etária
Além do controle populacional, o canibalismo pode influenciar
na estrutura da população. A sobrevivência de indivíduos canibais
em detrimento de outras categorias gera uma oscilação na
distribuição das classes etárias (MERTZ, 1969).
Para prever as consequências do canibalismo deve-se saber
pelo menos a estrutura etária da população e as respectivas taxas
alimentares. Medidas independentes da taxa de canibalismo são
necessárias para distinguir a taxa de mortalidade exclusiva desse
comportamento. Argumentos que concluem que o canibalismo não é
a maior causa da mortalidade são algumas vezes encobertos em
termos de baixa proporção da presença de coespecíficos no
alimento do canibal. Por exemplo, foi concluído que o canibalismo
não era importante entre as ninfas de libélulas e efemérides por
causa da raridade desse comportamento e porque as ninfas
praticavam canibalismo somente quando estavam famintas (FOX,
1975). Já em Plagiodera versicolora Laicharting (Coleoptera), o
canibalismo é considerado o principal mecanismo regulatório
responsável por até 50% da mortalidade dos indivíduos recém-
eclodidos. Dependendo da composição etária da população, mesmo
uma baixa taxa de canibalismo pode causar uma mortalidade
significativa (BREDEN; WADE, 1985).
Em himenópteros do gênero Bombus, ocorre a ingestão de
ovos e/ou larvas por adultos; essas refeições melhoram a dieta,
controlam e regulam o crescimento da população por meio de suas
classes de indivíduos (operárias, operárias poedeiras e machos)
(MICHENER, 1974).
As consequências populacionais de comportamentos como o
canibalismo podem não ser imediatamente óbvias porque podem
envolver pequenas mudanças na faixa etária da população, o
aumento da sobrevivência e/ou fitness dos indivíduos canibais e a
taxa de mortalidade por canibalismo pode ser pouco significativa
como um mecanismo regulatório.
Individuais
Além das consequências populacionais, o canibalismo pode
conferir benefícios nutricionais diretos ao fitness do inseto, como
aumento na taxa de sobrevivência ou fecundidade (CHURCH;
SHERRATT, 1996). O benefício indireto é representado pela
remoção de competidores em potencial (FOX, 1975). Em A.
monuste Godart (Lepidoptera, Pieridae), por exemplo, as lagartas
que praticam o canibalismo de ovos e de lagartas recém-eclodidas
apresentam maior taxa de sobrevivência (Tabela 2a) e maior peso
(Tabela 2b) em comparação às não canibais (BARROS-BELLANDA;
ZUCOLOTO, 2001). Experimentos feitos com Ceratitis capitata
Wiedemann, uma espécie de moscas-das-frutas, mostraram que as
larvas quando estão privadas de alimento – seja em quantidade seja
em qualidade – praticam o canibalismo de ovos e larvas menores;
esse comportamento propicia às larvas melhor desenvolvimento do
que as privadas de alimento (ZUCOLOTO, 1993).
E1 3,3 ± 1,2 b
N = 6; médias ± SD seguidas de letras diferentes
diferem significativamente (teste-t, P<0,005).
Fonte: Barros-Bellanda e Zucoloto (2001).
Seleção do comportamento
Os indivíduos canibais expandem sua gama de recursos e se
beneficiam evolutivamente. A qualidade e a quantidade da dieta
desses indivíduos interferem nas taxas de canibalismo, mas
também dependem de predisposição genética para a prática de atos
canibais brandos, médios ou intensos. Três condições individuais
motivam o canibalismo: diminuição da atividade de forrageamento,
privação de alimento e a plasticidade fisiológica. Esses fatores
permitem ao canibal incluir em sua dieta itens que antes eram
ignorados pelo alto custo ou pelo baixo ganho energético (POLIS,
1981).
Polis (1981) supõe que a menor alteração genética já seria
suficiente para originar um indivíduo canibal em uma população.
Essas alterações são representadas nos diferentes fenótipos
encontrados na deme: os canibais, na maioria das vezes, são
maiores, podem ter garras e mandíbulas maiores, são mais
agressivos e apresentam diferenças marcantes na dieta e estrutura
trófica. Assim, esses organismos terão sua taxa de crescimento
otimizada e uma trajetória de vida diferente dos demais da espécie
(POLIS, 1981). Podem passar de um ínstar para outro mais rápido e
reproduzir-se mais cedo. Por exemplo, duas espécies de Tribolium
apresentam taxas de canibalismo de ovos diferentes para machos e
para fêmeas. Em T. castaneum Herbst, as fêmeas são mais vorazes
que os machos, porém o contrário ocorre em T. confusum Jacq. du
Val. Como resultado da ingestão de ovos, as fêmeas de T.
castaneum Herbst apresentam aumento na produção de ovos por
fêmea (HO; DAWSON, 1996). Várias espécies do gênero
Megarhinus (Diptera, Culicidae) apresentam uma gama bastante
variada em suas taxas de canibalismo com a mesma quantidade de
alimento disponibilizada em laboratório (BAY, 1974).
Giray et al. (2001) sugerem três hipóteses comportamentais
relacionadas a linhagens genéticas, que geram indivíduos mais ou
menos capazes de obter sucesso pela ação canibalista. São elas:
hipótese da atividade locomotora, hipótese da eficiência de busca,
hipótese da apetência. As linhagens com indivíduos com maior
habilidade em se locomover, em encontrar quem será ingerido e ter
apetite para ingeri-lo, desempenhará o ato canibal melhor que
outros não tão habilidosos.
A teoria da seleção por parentesco sugere que o canibalismo é
mais provável de se espalhar e se fixar em uma população quando
o canibalismo entre parentes próximos for evitado. Em um grupo de
mosquitos, em que a discriminação por parentesco evoluiu dessa
forma, as larvas dessas espécies encontram regularmente parentes
e não parentes na água. Comparou-se o grau de canibalismo sobre
indivíduos aparentados e não aparentados em duas espécies
ecologicamente distintas de mosquito: uma detritívora autógena,
Trichoprosopon digitatum Rondani (Culicinae) e uma predadora
autógena, Toxorhynchites moctezuma Dyar and Knab
(Toxorhynchitinae). Apesar de a literatura documentar a ocorrência
de discriminação parental em outros insetos, nenhum desses
mosquitos mostrou preferência em canibalizar não aparentados. No
exemplo dado, T. digitatum Rondani, o canibalismo determinado
pela relação tamanho da vítima x tamanho do canibal possibilitou a
seleção para o consumo preferencial de não aparentados, mas, nas
observações de Toxorhynchites, os benefícios nutritivos
compensaram os custos de não discriminar parentes de não
parentes (SHERRATT et al., 1999).
No exemplo de Rhinocoris tristis Stål (Hemiptera), reduvídeos
que exibem cuidado parental, os machos ingerirem parte de sua
própria prole é uma evidência que confirma a ligação entre
disponibilidade de alimento e incidência do canibalismo. Pode-se
considerar a discriminação da prole, porque isso pode alterar os
custos do canibalismo ao macho. Os machos guardam seus ovos
colocados em tempos diferentes por várias fêmeas. Esses ovos são
defendidos por 15 a 43 dias de ataques por vespas parasitas e por
insetos predadores, dependendo do período de incubação deles.
Nesse período, os machos ingerem alguns dos ovos sugando seu
conteúdo e deixando a parede do ovo e o opérculo intactos. O
macho copula com a fêmea antes da oviposição e, provavelmente,
pode ser o pai de pelo menos alguns dos ovos. Entretanto, existem
alguns casos de cuidado aloparental, que são resultados da
competição direta entre machos pela cria. Em experimento para
investigar se os machos discriminaram entre sua própria prole e a
de outro macho, não foi encontrada diferença significativa na
porcentagem de ovos canibalizados pelo próprio pai ou pelo pai
adotivo (THOMAS; MANICA, 2003).
Canibalismo versus predação
A ocorrência e a intensidade do canibalismo varia amplamente
nas espécies; muito dessa variabilidade se deve a fatores que
influenciam a população: 1) algumas espécies respondem à
limitação de recursos por dispersão, diapausa, alterações em
características fisiológicas ou interferência por competidores; 2)
alguns animais podem ser incapazes de canibalizar porque não
conseguem prender uma presa grande, agressiva ou com
mecanismo de fuga eficiente.
Quando várias espécies dividem um recurso, as interações
entre os indivíduos que competem complicam a seleção para o
comportamento de canibalismo. Existem exemplos de espécies que
predam seus competidores e, em muitos casos, são também
canibais. O balanço entre canibalismo e predação influencia a
dinâmica populacional das espécies envolvidas. Em populações
naturais, as fontes geradoras de mortalidade são influenciadas por
diversos fatores combinados, como a sincronia de emergência de
ovos, a predação, alterações climáticas. O canibalismo, na ausência
desses fatores, pode contribuir para a estabilidade da população
(HOPPER et al., 1996).
Analisando a frequência relativa das espécies agressivas e
competidoras relacionadas a um recurso, podem ser observadas
mudanças na população. As taxas de canibalismo deveriam ser
maiores para espécies sem competidores próximos, as quais
ocorrem quando o recurso é usado por poucas espécies; entretanto,
acontece o oposto porque é menor o contato entre os indivíduos da
mesma espécie. Quanto mais espécies utilizam o mesmo recurso,
mais eventos interespecíficos ocorrem e a quantidade relativa de
canibalismo e predação dependerá dos encontros com os outros
indivíduos (Figura 6). É comum em espécies que são sempre
canibais, até quando a competição interespecífica é alta, os eventos
de canibalismo serem menos frequentes quando existe menos
sobreposição no uso de recursos (FAHY, 1972).
Figura 6. Proporções relativas de canibalismo (c) e predação
sobre potenciais competidores (p) por espécies agressivas,
com base na abundância relativa das espécies e no grau de
distribuição e escassez de recursos. (A) Espécie agressiva é
mais comum do que os competidores; (B) As espécies são
igualmente abundantes; (C) A espécie agressiva é
relativamente rara.
Fonte: Fox (1975).
Significados ecológicos do
canibalismo
Ecologicamente, além do ganho nutricional, o indivíduo que
canibaliza elimina um potencial competidor e um possível predador
coespecífico. Eles diminuem o tamanho da população, o alimento se
torna mais abundante para cada sobrevivente e aumentam as
chances de sobreviver e crescer mais rápido. O canibalismo pode
ser desvantajoso quando o indivíduo canibal torna-se muito
agressivo, podendo destruir sua progênie ou eliminar possíveis
parceiros sexuais (FOX, 1975). Dessa maneira, não há seleção a
favor desse comportamento.
Os mecanismos e significados ecológicos do canibalismo
podem diferir muito entre herbívoros e carnívoros. O principal
benefício do canibalismo para carnívoros parece ser a
compensação quantitativa por falta de predadores (DONG; POLIS,
1992). Khan et al. (2003), por exemplo, verificaram que o besouro-
carnívoro C. septempunctata L. (Coccinelidae) canibalizou
significativamente mais ovos na ausência dos afídeos do que na
presença deles. Os herbívoros, entretanto, podem realizar o
comportamento canibal tanto para ganhos qualitativos quanto
quantitativos. Os canibais herbívoros que se alimentam de
coespecíficos elevam seus índices de nitrogênio que podem sanar
deficiências nutritivas causadas pela baixa qualidade nutricional das
plantas que ingerem normalmente. Os cupins da espécie Z.
angusticollis Hagen tornam-se canibais quando sua dieta é
puramente de celulose e, consequentemente, deficiente em
proteínas (COOK; SCOTT, 1933). Animais onívoros fornecem um
bom exemplo para testar a predição sugerida. A maioria dos
onívoros tem uma sobrevivência e uma fecundidade mais elevadas
quando a dieta é composta por plantas e animais predados (COLL,
1998). Os onívoros fitozoófagos, que se alimentam primeiramente
de plantas, espera-se que melhorem sua dieta nutricionalmente com
o canibalismo, assim como fazem os herbívoros. Quanto aos
onívoros zoofitófagos, aqueles que se alimentam primeiramente de
proteína animal, têm o benefício energético do canibalismo, por
meio do consumo de coespecíficos em razão do nível trófico que
ocupam (FAGAN et al., 2002; MAYNTZ et al., 2005). Ainda existem
poucos registros da preferência de canibais em se alimentar de
coespecíficos ou de heteroespecíficos em teste de escolha (LEON-
BECK; COLL, 2007).
Em geral, a predação intraespecífica tem recebido
relativamente pouca atenção pela sua importância na bioecologia e
nutrição. Apesar de intermitente na natureza e talvez não tão
abrangente como outros mecanismos de obtenção de nutrientes, ela
pode atuar como importante mecanismo na dinâmica de populações
e persistência das espécies (JOYNER; GOULD, 1987).
Considerações finais
Os estudos e pesquisas sobre canibalismo em insetos
revestem-se de importância tanto para os aspectos evolutivos como
para quem se interessa pela aplicação desses conhecimentos.
Embora haja algumas teorias discordantes sobre a evolução do
comportamento e hábitos alimentares dos insetos, aceita-se, com
maior frequência, que os primeiros insetos exclusivamente terrestres
eram saprófagos, aparecendo depois os fitófagos e então os
carnívoros. Entretanto, muitas espécies fitófagas praticam o
comportamento canibal que, em um aspecto ou outro (muitas vezes
não exclusivos), trazem vantagens, seja nos aspectos de
desenvolvimento e reprodução e/ou para controle populacional que,
em última instância, podem evitar competição e selecionar os mais
aptos.
Do ponto de vista teórico, podemos pensar também que o
comportamento canibal nas espécies fitófagas pode ter sido um
passo importante rumo ao comportamento especificamente
carnívoro. Mesmo com possíveis desvantagens, o canibalismo é um
comportamento que exige pouco de quem o pratica, pois não há
necessidade de forrageamento e, na maioria das vezes, não há uma
reação contrária ao canibal; além disso, a composição nutricional do
item alimentar a ser ingerido se aproxima muito da do canibal. Esse
fato traz, no mínimo, duas vantagens: melhor aproveitamento do
alimento e nenhuma necessidade de se metabolizar substâncias
estranhas. Tudo isso garantirá ao canibal influências positivas no
seu fitness.
A ingestão de fontes animais por um inseto preferencialmente
fitófago exige certas adaptações, principalmente nos aspectos
comportamental e digestório. No aspecto comportamental, é preciso
que o inseto tenha receptores para perceber, aceitar e ingerir a fonte
animal. No aspecto digestório, o inseto deve possuir condições de
liberar quantidades diferentes de enzimas (principalmente
proteases) do que se ele fosse exclusivamente fitófago; isso se faz
necessário porque, de uma forma geral, as fontes alimentares
advindas de animais são mais ricas em proteínas que as advindas
de fontes vegetais. O que acaba de ser dito pode, pelo menos em
teoria, ter sido um passo decisivo para o aparecimento de espécies
de insetos exclusivamente carnívoras. Para quem se interessa pelo
aspecto aplicado, entender o comportamento canibal e seus
desdobramentos pode auxiliar na confecção de dietas artificiais e
manutenção de populações para possível aplicação em controle
biológico.
Outro ponto importante sobre o canibalismo é situar as
espécies de insetos que possuem esse comportamento dentro da
classificação adequada. Durante muito tempo, espécies
oportunisticamente canibais eram classificadas como
exclusivamente fitófagas. Hoje sabemos que o comportamento
canibal pode melhorar bastante a performance dessas espécies.
Pesquisas futuras devem envolver o maior número possível de
áreas, como comportamento, fisiologia, bioquímica e genética.
Estudos sobre comportamento devem abranger, em primeiro lugar,
os aspectos descritivos e, sempre que possível, quantificados. Isso
permitirá conhecer quais as possíveis causas que levam o inseto a
praticar o canibalismo; para isso, é aconselhável que se trabalhe
com populações em seus habitats, quantificando alimentos
disponíveis e estratégias utilizadas no comportamento canibal.
Experimentos em laboratório podem ajudar a entender melhor o
comportamento canibal, pois são possíveis manipulações no
desenho experimental, muitas vezes impossível de serem feitas na
natureza.
Aspectos fisiológicos (crescimento, produção de ovos, ingestão,
taxas de aproveitamento de dietas contendo e não contendo
alimentos passíveis de canibalismo) e bioquímicos (principalmente
quantificando enzimas digestórias) poderão auxiliar bastante a
entender as adaptações que porventura possam ocorrer no
processo de canibalismo. Não devemos nos esquecer de que o
comportamento canibal pode alterar-se dependendo da
disponibilidade dos alimentos utilizados pela população. Sempre
que possível, seria interessante manter algumas gerações em
laboratório para estudar se as adaptações poderão ser selecionadas
e conhecer, então, a influência dos aspectos genéticos no
canibalismo.
Referências
ABDEL-SAMEA, S. A.; AL-KADY, H. A.; KHEDR, G. A. Cannibalism phenomenon between
Spodoptera littoralis (Boisd.) (Lepidoptera: Noctuidae) larvae in the laboratory. Egyptian
Journal of Agricultural Research, Cairo, EG, v. 84, p. 725, 2006.
AGARWALA, B. K.; DIXON, A. F. G. Laboratory study of cannibalism and interespecific
predation in ladybirds. Ecological Entomology, Oxford, v. 17, p. 303-309, 1992.
ALCOCK, J. Animal behaviour: an evolutionary approach. 7th ed. Sunderland: Sinauer,
2001. 543 p.
ARNQVIST, G.; HENRIKSSON, S. Sexual cannibalism in the fishing spider and a model for
the evolution of sexual cannibalism based on genetic constraints. Evolutionary Ecology,
Dordrecht, v. 11, p. 255-273, 1997.
BARROS-BELLANDA, H. C. H.; ZUCOLOTO, F. S. Egg cannibalism in Ascia monuste in
the field; opportunistic, preferencial and very frequent. Journal of Ethology, Tokyo, JP, v.
23, p. 133-138, 2005.
BARROS-BELLANDA, H. C. H.; ZUCOLOTO, F. S. Influence of chorion ingestion on the
performance of Ascia monuste and its association with cannibalism. Ecological
Entomology, Oxford, v. 26, p. 557-561, 2001.
BAY, E. C. Predator-Prey relationships among aquatic insects. Annual Review of
Entomology, Palo Alto, v. 19, p. 441-453, 1974.
BIRKHEAD, T. R.; LEE, K. E.; YOUNG, P. Sexual cannibalism in a praying mantid,
Hierodula membranacea. Behaviour, Leiden, v. 106, p. 112-118, 1988.
BOOTS, M. Cannibalism and the stage-dependent transmission of a viral pathogen of the
Indian meal moth, Plodia interpunctella. Ecological Entomology, Oxford, v. 23, p. 118-122,
1998.
BREDEN, F.; CHIPPENDALE, G. M. Effect of larval density and cannibalism on growth and
development of the southwestern corn borer, Diatraea grandiosella, and the European corn
borer, Ostrinia nubilalis (Lepidoptera: Pyralidae). Journal of the Kansas Entomological
Society, Lawrence, v. 62, p. 307-315, 1989.
BREDEN, F.; WADE, M. The effects of group size and cannibalism rate on larval growth and
survivorship in Plagiodera versicolora. Entomography, Sacramento, v. 3, p. 455-463, 1985.
BROWER, L. P. Experimental analyses of egg cannibalism in Monarch and Queen
butterflies, Danaus plexippus and D.gilippus berenice in South Central Florida.
Physiological Zoology, Chicago, v. 34, p. 284-296, 1961.
BURGIO, G.; SANTI, F.; MAINI, S. On intra-guild predation and cannibalism in Harmonia
axyridis (Pallas) and Adalia bipunctata L. (Coleoptera: Coccinellidae). Biological Control,
San Diego, v. 24, p. 110-116, 2002.
BUSKIRK, R. E.; FROHLICH, C.; ROSS, K. G. The natural selection of sexual cannibalism.
The American Naturalist, Chicago, v. 23, p. 612-25, 1984.
CHURCH, S. C.; SHERRATT, T. N. The selective advantages of cannibalism in a
neotropical mosquito. Behavioral Ecology and Sociobiology, Berlin, DE, v. 39, p. 117-
123, 1996.
COLINVAUX, P. A. Introduction to ecology. New York: J. Wiley, 1973. 621 p.
COLL, M. Living and feeding on plants in predatory Heteropterae. In: COLL, M.;
RUBERSON, J. R. (Ed.). Predatory Heteroptera: their ecology and use in biological
control. Lanham: Entomological Society of America, 1998. p. 89-130.
COOK, S. F.; SCOTT, K. G. The nutritional requirements of Zootermopsis (Termopsis)
angusticollis. Journal of Cellular and Comparative Physiology, Philadelphia, v. 4, p. 95-
110, 1933.
DEVRIES, T.; LAKES-HARLAN, R. Prenatal cannibalism in an insect. Short communication.
Naturwissenschaften, Berlin, DE, v. 94, p. 477-482, 2007.
DIAL, C. I.; ADLER, P. H. Larval behavior and cannibalism in Heliothis zea (Lepidoptera:
Noctuidea). Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 83, p. 258-263,
1990.
DONG, Q.; POLIS, G. A. The dynamics of cannibalistic populations: a foraging perspective.
In: ELGAR, M. A.; CRESPI, B. J. (Ed.). Cannibalism: ecology and evolution among diverse
taxa. Oxford: Oxford Science, 1992. p. 13-37.
EISENBERG, R. M. The regulation of density in a natural population of the pond snail,
Lymnaea elodes. Ecology, Washington, DC, v. 47, p. 889-905, 1966.
FAGAN, W. F.; SIEMANN, E.; MITTER, C.; DENNO, R. F. HUBERTY, A. F. WOODS, H. A.;
ELSER, J. J. Nitrogen in insects: implications for trophic complexity and species
diversification. The American Naturalist, Chicago, v. 160, p. 784-802, 2002.
FAHY, E. The finding behaviour of some commom lotic species in two streams of differing
dentrital content. Journal of Zoology, London, UK, v. 167, p. 337-350, 1972.
FISCHER, Z. Cannibalism among larvae of the dragonfly Lestes nympha Selys. Ekologia
Polska Seria B, Warszawa, PL, v. 7, p. 33-39, 1961.
FOX, L. R. Cannibalism in natural populations. Annual Review of Ecology and
Sistematics, Palo Alto, v. 6, p. 87-106, 1975.
GIRAY, T.; LUYTEN, Y. A.; MACPHERSON, M.; STEVENS, L. Physiological bases of
genetic differences in cannibalism behavior of the confused flour beetle Tribolium confusum.
Evolution; International Journal of Organic Evolution, Lancaster, v. 55, p. 797-806,
2001.
GOULD, F.; HOLTZMAN, G. R. L.; SMITH, M. Genetic variation in predatory and
cannibalistic tendencies of Heliothis virescens strains. Annals of the Entomological
Society of America, Lanham, v. 73, p. 243-250, 1980.
HO, F. K.; DAWSON, P. S. Egg cannibalism by Tribolium larvae. Ecology, Washington, DC,
v. 47, p. 318-322, 1996.
HOPPER, K. R.; CROWLEY, P. H.; KIELMAN, D. Density dependence, hatching synchrony,
and within-cohort cannibalism in young dragonfly larvae. Ecology, Washington, DC, v. 77,
p. 191-200, 1996.
HURD, L. E.; EISENBERG, R. M.; FAGAN, F. W.; TILMON, K. J.; SNYDER, W. E.;
VANDERSALL, K. S.; DARZ, S. G.; WELCH, D. Cannibalism reverses male-biased sex
ratio in adult mantids: female strategy against food limitation? Oikos, Copenhagen, v. 69, p.
193-198, 1994.
JOYNER, K.; GOULD, F. Conspecific e tissues and secretions as sources of nutrition. In:
SLANKY JUNIOR, F.; RODRIGUEZ, J. G. (Ed.). Nutritional ecology of insects, mites,
spiders and related invertebrates. New York: Wiley-Interscience, 1987. p. 697-719.
JOYNER, K.; GOULD, F. Developmental consequences of cannibalism in Heliothis zea
(Lepidoptera, Noctuidae). Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v.
78, p. 24-28, 1985.
KASUYA, E.; HIBINO, Y.; ITÔ, Y. On “intercolonial” cannibalism in japanese paper wasps,
Polistes chinensis antennalis Pèrez and P. jadwigae Dalla Torre (Hymenoptera: Vespidae).
Researches on Population Ecology, Kyoto, v. 23, p. 255-262, 1980.
KHAN, M. R.; KHAN, M. R.; HUSSEIN, M. Y. Cannibalism and interspecific predation in
ladybird beetle Coccinella septempunctata (L.) (Coleoptera: Coccinellidae) in laboratory.
Pakistan Journal of Biological Sciences, Faisalabad, v. 6, p. 2013-2016, 2003.
KIGHT, S. L.; KRUSE, K. C. Factors affecting the allocation of paternal care in waterbugs
(Belostoma flumineum Say). Behavioral Ecology and Sociobiology, Berlin, DE, v. 30, p.
409-414, 1992.
LAWRENCE, S. E. Sexual cannibalism in the praying mantid, Mantis religiosa: a field study.
Animal Behavior, London, UK, v. 43, p. 569-583, 1992.
LEMOS, F. J. A.; ZUCOLOTO, F. S.; TERRA, W. R. Enzymological and excretory
adaptations of Ceratitis capitata (Diptera, Tephritidae) to high proteins and salts diets.
Comparative Biochemistry and Physiology, Oxford, v. 102, p. 775-779, 1993.
LEON-BECK, M.; COLL, M. Plant and prey consumption cause a similar reductions in
cannibalism by an omnivorous bug. Journal of Insect Behavior, New York, v. 20, p. 67-76,
2007.
MATHEWS, R. W.; MATHEWS, J. R. Insect behavior. New York: J. Wiley, 1978. 507 p.
MAYNTZ, D.; RAUBENHEIMER, D.; SALOMON, M.; TOFT, S.; SIMPSON, S. J. Nutrient
specific foraging in invertebrate predators. Science, New York, v. 307, p. 111-113, 2005.
MERTZ, D. B. Age-distribution and abundance in populations of flour beetles. I.
Experimental studies. Ecological Monographs, Durham, v. 39, p. 1-31, 1969.
MICHENER, C. D. The social behavior of the bees: a comparative study. Cambridge:
Harvard University, 1974. 404 p.
OSAWA, N. Sibling cannibalism in the lady beetle Harmonia axyridis: fitness consequences
for mother and offspring. Researches on Population Ecology, Kyoto, v. 34, p. 45-55,
1992.
POLIS, G. A. The evolution and dymanics of intraespecific predation. Annual Review of
Ecology and Systematics, Palo Alto, v. 2, p. 225-251, 1981.
RAFFA, K. F. Effect of host plant on cannibalism rates by fall armyworm (Lepidoptera:
Noctuidae) larvae. Environmental Entomology, Lanham, v. 16, p. 672-675, 1987.
REED, D. J.; BEGON, M.; THOMPSON, D. J. Differential cannibalism and population-
dynamics in a host-parasitoid system. Oecologia, Berlin, DE, v. 105, p. 189-193, 1996.
RICHARDSON, M. L.; REAGEL, P. F.; MITCHEL, R. F.; HANKS, L. M. Impact of
cannibalism on fitness and population dynamics of phytophagous insects. In: ANNUAL
MEETING OF THE ENTOMOLOGICAL SOCIETY OF AMERICA, 2003, Cincinnati, Ohio.
[Abstracts...]. Cincinnati: ESA, 2003. 338 p.
SANTI, F.; MAINI, S. Ladybirds mothers eating their eggs: is it cannibalism? Bulletin of
Insectology, Bologna, v. 60, p. 89-91, 2007.
SCHWEITZER D. F. Predatory behavior in Lithophane querquera and other spring
caterpillars. Journal of the Lepidopterists Society, Cambridge, v. 33, p. 129-134, 1979.
SHERRATT, T. N.; RUFF, S. E.; CHURCH, S. C. No evidence for kin discrimination in
cannibalistic Tree-hole mosquitoes (Diptera, Culicidae). Journal of Insect Behavior, New
York, v. 12, p. 123-132, 1999.
SIMPSON, S. J.; SWORD, G. A.; LORCH, P. D.; COUZIN, I. D. Cannibal crickets on a
forced march for protein and salt. Proceedings of the National Academy of Sciences of
the United States of America, Washington, DC, v. 103, p. 4152-4156, 2006.
SUTTLE, K. B. The evolution of sexual cannibalism. 1999. Disponível em:
<http://ib.berkeley.edu/courses/ib160/past_papers/suttle.html>. Acesso em: 4 jun. 2007.
THOMAS, L. K.; MANICA, A. Filial cannibalism in an assassin bug. Animal Behaviour,
London, UK, v. 66, p. 205-210, 2003.
ULLYETTE, G. C. Competition for food and allied phenomena in sheep blowfly populations.
Philosophical Transactions of the Royal Society of London, London, UK, v. 234, p. 77-
174, 1950.
VAHED, K. The function of nupcial feeding in insects: a review of empirical studies.
Biological Reviews, London, v. 73, p. 43-78, 1998.
WHITE, T. C. R. Why does the world stay green? Nutrition and survival of plant-
eaters. [Sidney]: CSIRO, 2005. 128 p.
WHITMAN, D. W.; BLUM, M. S.; SLANSKY JUNIOR, F. Carnivory in phytophagous insects.
In: ANANTHAKRISNAN, T. N. (Ed.). Functional dynamics of phytophagous insects.
New Delhi, In: Oxford & IBH, 1994. p. 161-205.
WOYKE, J. Evidence and action cannibalism substance in Apis cerana indica. Journal of
Apicultural Research, Cardiff, v. 19, p. 6-16, 1980.
YASUDA, H.; OHNUMA, N. Effect of cannibalism and predation on the larval performance
of two ladybird beetles. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 93, p. 63-
67, 1999.
ZAGO-BRAGA, R. C.; ZUCOLOTO, F. Cannibalism studies on eggs and newly hatched
catterpillars in a wild population of Ascia monuste (Godart) (Lepidoptera, Pieridae). Revista
Brasileira de Entomologia, Curitiba, v. 48, p. 415-420, 2004.
ZUCOLOTO, F. S. Adaptation of a Ceratitis capitata (Diptera, Tephritidae) population to an
animal protein-based diet. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 67, p.
119-127, 1993.
Parte II - Aspectos
específicos
Capítulo 9
Formigas (Hymenoptera)
Carlos R. F. Brandão
Rogério R. Silva
Jacques H. C. Delabie
Introdução
Fowler et al. (1991) publicaram um texto abrangente sobre a
ecologia nutricional de formigas. Optou-se aqui por abordar a
bioecologia e a nutrição de formigas a partir de sua classificação em
grupos ecológicos na Região Neotropical, organizando a informação
segundo conceitos atuais e de acordo com a ecologia alimentar dos
diferentes grupos. Dessa forma, deu-se ênfase a referências
recentes que, somadas às apresentadas por Fowler et al. (1991),
complementam o tema.
As formigas são organismos eussociais, o que representa um
nível de estrutura colonial avançado no qual convivem indivíduos
adultos, pertencentes a duas ou mais gerações, capazes de
contribuir com as tarefas necessárias à manutenção das colônias,
que apresentam cuidado cooperativo à prole e que pertencem a
castas reprodutivas e não reprodutivas (WILSON; HÖLLDOBLER,
2005b).
O registro fóssil de himenópteros sugere que a origem do mais
recente ancestral comum às espécies de formigas atuais viveu há
mais de 120 milhões de anos (GRIMALDI; ENGEL, 2005), embora
estimativas com dados moleculares estendam ainda mais no
passado essa origem, isto é, 132 a 176 milhões de anos (MOREAU
et al., 2006). Brady et al. (2006), entretanto, sugeriram recentemente
que a origem do ancestral das formigas tenha ocorrido entre 105 e
143 milhões de anos (CROZIER, 2006), enquanto Wilson e
Hölldobler (2005a) reforçam as hipóteses levantadas a partir de
argumentos ecológicos.
Entre os organismos eussociais, as formigas representam o
grupo mais diverso e ecologicamente dominante (WILSON;
HÖLLDOBLER, 2005a, b). Entre todos os insetos, constituem um
dos táxons mais importantes em termos de biomassa ou abundância
relativa local (HÖLLDOBLER; WILSON, 1990; DAVIDSON et al.,
2003; ELLWOOD; FOSTER, 2004; WILSON; HÖLLDOBLER, 2005a,
b). Junto com os cupins, as formigas constituem somente cerca de
2% de um milhão de espécies de insetos descritas até o momento,
mas podem representar mais de 50% da biomassa de insetos nas
florestas tropicais do globo (WILSON; HÖLLDOBLER, 2005a, b).
Como grupo ecologicamente dominante em todos os
ecossistemas da Terra, da tundra às florestas tropicais (KASPARI,
2005; WILSON; HÖLLDOBLER, 2005a, b), as formigas engajam-se
em interações com muitos outros organismos e, consequentemente,
participam de forma significativa dos processos funcionais dos
ecossistemas (HÖLLDOBLER; WILSON, 1990), tais como a
regulação das populações de numerosos artrópodes (FLOREN et
al., 2002; IZZO; VASCONCELOS, 2005; PHILPOTT; ARMBRECHT,
2006), a dispersão de sementes (BEATTIE, 1985) e a promoção de
modificações na estrutura física dos ecossistemas (FOLGARAIT,
1998).
Estudos sobre comunidades de formigas vêm embasando
programas de avaliação e de conservação de ecossistemas
(BROMHAM et al., 1999; ANDERSEN et al., 2002) e têm sido
utilizados como indicadores da biodiversidade de outros
invertebrados. São ainda essenciais para compor estimativas
confiáveis de riqueza de espécies dos grupos chamados de
“hiperdiversos” (insetos, ácaros e outros aracnídeos e nematoides)
(SILVA; BRANDÃO, 1999). Estudos focalizando comunidades de
formigas têm sido também muito empregados em diferentes
programas da biologia da conservação, como na avaliação do
impacto de espécies invasoras, na detecção de comportamentos
populacionais de espécies ameaçadas ou, como grupo considerado
“chave” para o monitoramento na avaliação de programas de
recuperação do uso da terra (por exemplo, reabilitação de minas) e
no acompanhamento, em longo prazo, de mudanças nos
ecossistemas (UNDERWOOD; FISHER, 2006).
O estudo de comunidades locais de formigas oferece enorme
potencial para a realização de testes de hipóteses sobre riqueza
local e regional de espécies (KASPARI et al., 2000b, 2004),
abundância relativa (KASPARI, 2001; KASPARI et al., 2000a;
KASPARI; VALONE, 2002), tamanho do corpo e sua influência na
ecologia dos organismos (KASPARI, 2005), dinâmica de
comunidades locais e nos estudos de interações inter e
intraespecíficas, e suas consequências ecológicas (GOTELLI;
ELLISON, 2002; SANDERS et al., 2003) e, ainda, na definição de
características de redes tróficas (GUIMARÃES et al., 2006).
A compreensão da estrutura das comunidades de formigas
neotropicais e dos fatores que determinam sua organização tem
avançado com o uso de conceitos de grupos funcionais ou de
guildas tróficas. Esse tipo de classificação permite agrupar espécies
simpátricas que ocupam funções ou nichos similares e que mostram
alto grau de interação ou sobreposição em sua autoecologia e que
poderiam, assim, ser vistas como grupos de espécies que
influenciariam, em conjunto, a estrutura da comunidade
(SIMBERLOFF; DAYAN, 1991; WILSON, 1999; BLONDEL, 2003).
A adoção do modelo de grupos funcionais vem tendo bastante
sucesso na análise ecológica das comunidades de formigas da
Austrália (ANDERSEN, 1995) pelo seu poder preditivo em relação
ao impacto de fatores como estresse (que limita a produtividade) e
perturbação (responsável pela remoção de biomassa), sendo usado
frequentemente em estudos que visam identificar bioindicadores
ambientais (ANDERSEN et al., 2002, 2004; ANDERSEN; MAJER,
2004; MAJER et al., 2004).
Nos últimos anos, o grupo de pesquisa em taxonomia e
ecologia de comunidades de formigas do Museu de Zoologia da
Universidade de São Paulo (São Paulo) e o do Laboratório de
Mirmecologia da Universidade Estadual de Santa Cruz/Comissão
Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Bahia) têm empregado
grande parte de seus esforços em reunir dados de biologia,
comportamento e morfologia da fauna de formigas de diversos
biomas brasileiros. Esse conjunto de informações foi aqui utilizado
para elaborar uma proposta de classificação dessa fauna em
guildas, na análise, em detalhe, da estrutura ecológica da fauna de
formigas neotropicais. Neste estudo, descreveu-se a bioecologia e a
nutrição de formigas, tomando como ponto inicial as guildas de
formigas neotropicais, somando, na descrição adotada, o resultado
de diversos estudos desenvolvidos pelos autores, em especial a
caracterização das guildas de formigas em florestas neotropicais
(DELABIE et al., 2000; RAMOS-LACAU et al., 2008), a organização
em guildas das formigas do Cerrado (SILVESTRE et al., 2003) e da
mirmecofauna da serapilheira. Tendo em vista as observações já
acumuladas sobre guildas de formigas, sugere-se ainda que novos
testes de hipóteses sobre os fatores que determinam a ecologia das
comunidades e das populações de formigas terão poder preditivo
significativamente aumentado quando realizados, segundo um
modelo de guildas, se comparados a métodos analíticos
tradicionais.
Guildas de formigas e aspectos da
sua bioecologia e nutrição
A maioria dos imagos (adultos) de formigas, como outras
vespas predadoras e insetos de metamorfose completa em geral,
explora como recurso alimentar principal, senão exclusivo, a
hemolinfa de suas presas ou, ainda, substâncias açucaradas
produzidas por nectários (florais ou extraflorais) e exsudados de
hemípteros, enquanto gastam grande parte da energia derivada
desses insumos açucarados e oleosos na procura de alimento para
os imaturos da colônia (WILSON; HÖLLDOBLER, 2005b). Portanto,
são as larvas que dependem de proteína e de outras substâncias
para completar seu desenvolvimento, enquanto operárias adultas
necessitam repor a energia gasta nas atividades de forrageamento,
construção e manutenção do ninho, e nos cuidados com a prole.
Muitos estudos de ecomorfologia demonstram claramente a
associação entre morfologia, ecologia e taxonomia (MILES et al.,
1987; JULIANO; LAWTON, 1990a, b; PRICE, 1991; DOUGLAS;
MATTHEWS, 1992). Padrões morfológicos compartilhados por
espécies que coexistem espacial e temporalmente têm sido
frequentemente utilizados para caracterizar a organização de
comunidades (STEVENS; WILLING, 2000).
O tamanho do corpo, por si só, pode condicionar as dimensões
do nicho ecológico de um organismo (OVADIA; SCHMITZ, 2002;
NESS et al., 2004; WOODWARD et al., 2005) e, consequentemente,
a estrutura de uma comunidade (OVADIA; SCHMITZ, 2002; COHEN
et al., 2003; KASPARI, 2005). Em estudos de comunidades de
formigas, evidências sugerem que a interação entre o tamanho do
corpo e a complexidade estrutural do ambiente influencia a
composição de espécies (FARJI-BRENER et al., 2004; SARTY et
al., 2006). Isso permite uma ampla diversidade de espécies
compartilhar recursos e evita o controle desses recursos por apenas
uma ou duas espécies mais abundantes. Por exemplo, espécies
particularmente comuns e de tamanho relativamente grande não
conseguem acessar todos os microhabitats (como os interstícios da
serapilheira ou pequenas cavidades dos solos que apresentem
complexidade estrutural especial), deixando, portanto, áreas livres
para o refúgio e a aquisição de alimentos utilizados por outras
espécies (SARTY et al., 2006).
Para descrever objetivamente as guildas a partir do conjunto de
espécies conhecidas na Mata Atlântica foram feitas análises
fundamentadas na importância da morfologia na caracterização de
grupos ecológicos. O esquema de classificação apresentado a
seguir incorpora caracteres morfológicos com importância funcional
conhecida e que, portanto, têm relação com a bioecologia e a
nutrição das espécies de formigas, como tamanho, forma de
diversas estruturas (cabeça, olhos, tronco, pecíolo, pernas) e local
de forrageamento (KASPARI; WEISER, 1999, WEISER; KASPARI,
2006).
Quando aplicado a estudos na Mata Atlântica, que é um dos
ambientes mais ricos em habitats e nichos ecológicos da Região
Neotropical, o esquema de classificação indica a presença
consistente de nove guildas que habitam a serapilheira. Somadas às
informações da literatura e às nossas próprias observações e,
ainda, agregando experiência em levantamentos levados a cabo em
outras formações vegetais, sugere-se a existência de mais cinco
guildas, adicionais às espécies que habitam a serapilheira aquelas
com hábitos arborícolas, nômades e subterrâneos.
O esquema aqui preferido é hierárquico e adota uma
estratificação vertical da fauna como o principal compartimento.
Essa segregação de habitats entre espécies que compartilham o
mesmo espaço já é bastante conhecida. Diversos levantamentos
sistemáticos realizados em distintos biomas e regiões do planeta
demonstraram que existem diferenças significativas na composição
de espécies entre a fauna subterrânea, a da serapilheira, a da
superfície do solo e a da vegetação (LONGINO; NADKARNI, 1990;
DELABIE et al., 1994; BRÜHL et al., 1998; SILVESTRE et al., 2003;
SILVA et al., 2004). Em segundo plano, as análises indicam que o
tamanho do corpo e dos olhos são as principais variáveis que
podem ser utilizadas para caracterizar os grupos funcionais,
seguidas por informações sobre a forma de algumas estruturas
morfológicas, especialmente das mandíbulas, do pecíolo e a
posição relativa do olho em relação às outras estruturas da cápsula
cefálica (WEISER; KASPARI, 2006).
Em adição, uma análise de agrupamento revela que alguns
grupos incluem uma diversidade de táxons explorando os mesmos
recursos, enquanto outros grupos são filogeneticamente
consistentes, o que implica que a exploração de alguns nichos é
taxonomicamente limitada. Nesses casos, a forma especializada
das mandíbulas, o tamanho do corpo e as características
comportamentais são elementos importantes na caracterização
desses grupos e resultam em agrupamentos muito bem definidos,
inclusive taxonomicamente. Pelo menos na região biogeográfica
estudada, alguns nichos foram preenchidos exclusivamente por
táxons pertencentes a um mesmo clado, em geral, com biologia e
anatomia altamente especializadas, além do tamanho do corpo
relativamente reduzido.
Espera-se que o mesmo panorama de 14 guildas compondo a
estrutura das comunidades se repita em todos os outros ambientes
de florestas neotropicais, incluindo áreas de savanas em estágio de
clímax, como os cerradões. À medida que os ambientes se
simplificam e perdem habitats, perdem certamente componentes ou
mesmo guildas inteiras, consequentemente, não é de se esperar
que existam comunidades mais ricas em determinados
ecossistemas, isto é, guildas não reveladas por nossos estudos.
Nas regiões sob regime climático temperado verifica-se a presença
de uma guilda especial formada por espécies parasitas sociais.
A ausência de espécies parasitas sociais no esquema de
guildas reflete a carência de amostragem adequada e ainda a
pobreza de estudos sobre a biologia de numerosas espécies da
Região Neotropical. Na referida região, algumas espécies já foram
identificadas como inquilinas ou parasitas sociais, em especial, no
gênero Acromyrmex, como Acromyrmex insinuator Schultz,
Bekkevold e Boomsma (hospedeiro: Acromyrmex echinatior Forel),
Pseudoatta argentina Gallardo [hospedeiro: Acromyrmex lundii
(Guérin-Méneville)] e Pseudoatta sp. (hospedeiro: Acromyrmex
rugosus F. Smith) (SUMMER et al., 2004). Há também várias
espécies parasitas sociais conhecidas em espécies neotropicais dos
gêneros Allomerus, Pheidole e Ectatomma (HORA et al., 2005).
Seria perfeitamente legítimo considerar o conjunto de espécies de
formigas neotropicais com hábitos parasitas sociais como a 15ª
guilda no esquema proposto.
A seguir, são descritas as guildas ou agrupamentos alimentares
de formigas neotropicais e os dados pertinentes sobre sua biologia,
seguindo o esquema de classificação taxonômica de Bolton (2003),
com ilustrações a partir de fotos do Dr. Alex Wild, a quem
agradecemos a cessão das imagens.
Formigas predadoras
Generalistas epigeicas
Grandes
As formigas predadoras generalistas epigeicas (espécies que
forrageiam na superfície do solo) são espécies de tamanho de corpo
grande (em geral, 1 cm ou mais), mandíbula longa e linear, ou
triangular, olhos distantes entre si e localizados aproximadamente
no ponto médio entre a inserção da mandíbula e a margem vertexal;
olhos muito grandes com o maior número relativo de omatídeos
entre as guildas. A casta operária é monomórfica.
Os táxons incluídos nesse agrupamento são espécies dos
gêneros Dinoponera, Odontomachus (Figura 1A), Pachycondyla,
Ectatomma e as espécies maiores de Anochetus. Anochetus é
considerado o grupo-irmão de Odontomachus, pois ambos os
gêneros compartilham um mecanismo de fechamento das
mandíbulas exclusivo em Ponerinae, conhecido como “mandíbula-
armadilha” (GRONENBERG; EHMER, 1996). Em geral, operárias
mais velhas das espécies dessa guilda forrageiam isoladamente à
procura de presas, em especial artrópodes de tamanho compatível
com elas, mas caçam outros invertebrados, tais como pequenos
gastrópodes e minhocas. São também oportunamente saprófagas;
as maiores espécies (observações pontuais realizadas em
Dinoponera, Ectatomma ou Pachycondyla) sendo, às vezes,
encontradas em cadáveres de pequenos mamíferos. Raramente
empregam recrutamento ou visitam ou guardam nectários (a não ser
no gênero Ectatomma e em algumas Pachycondyla arborícolas);
vivem em ninhos no solo, em cavidades nas plantas ou ainda
associados a epífitas, que são habitadas por populações de
algumas dezenas a poucas centenas de indivíduos.
Figura 1A. Operária de Odontomachus bauri Emery durante
aproximação da presa.
Foto: Alex Wild
Médias
As formigas epigeicas médias são espécies de tamanho de
corpo médio (0,5 cm a 1 cm), mandíbula triangular, olhos
desenvolvidos, distantes da inserção da mandíbula e distantes entre
si (Figura 1B). Inclui algumas espécies de Heteroponera,
Gnamptogenys, Hylomyrma, Megalomyrmex, Oxyepoecus,
Pheidole, Solenopsis e Basiceros. Todas as Pheidole e grande parte
das Solenopsis do subgênero Solenopsis são polimórficas,
enquanto os demais táxons do agrupamento são monomórficos.
Formam colônias com populações médias (algumas dezenas a
centenas de operárias) a grandes (alguns milhares de operárias,
como em Solenopsis). Por exemplo, colônias adultas de Basiceros
manni Brown & Kempf são formadas por cerca de 50 operárias
(WILSON; HÖLLDOBLER, 1986), enquanto as de Heteroponera
dolo (Roger) possuem menos de uma centena de operárias
(BORGES et al., 2004).
Generalistas hipogeicas
Médias
As formigas hipogeicas (espécies que forrageiam
exclusivamente dentro da serapilheira) de tamanho de corpo médio
(0,5 cm a 1 cm) são caracterizadas pela redução relativa dos olhos,
posicionados muito próximos à inserção das mandíbulas. Esse
grupo inclui espécies relativamente pequenas e monomórficas de
Gnamptogenys, Hypoponera e Pachycondyla [como Pachycondyla
ferruginea (F. Smith) e Pachycondyla stigma (F.)]. A biologia dessas
espécies é pobremente conhecida e a redução dos olhos sugere
serem predadoras hipogeicas, que capturam suas presas,
geralmente pequenos artrópodos, nos interstícios da serapilheira.
Pequenas
Esse grupo de formigas é formado, considerando-se os critérios
morfológicos utilizados, exclusivamente por espécies do gênero
Hypoponera, reunindo todas as espécies de tamanho de corpo
pequeno (menor que 0,5 cm), mandíbulas triangulares pequenas,
olhos reduzidos a um omatídeo e inseridos próximos à inserção das
mandíbulas. No espaço morfológico que definiu as nove guildas de
serapilheira, esse agrupamento está bem separado da guilda de
predadoras hipogeicas generalistas médias, comentada
anteriormente. Há grande uniformidade na forma geral do corpo e
de outros caracteres morfológicos. Não existem informações
detalhadas sobre a bioecologia e a nutrição desse grupo, mas todas
essas espécies são consideradas forrageadoras generalistas
(BROWN JUNIOR, 2000). É comum encontrar diversas espécies de
Hypoponera dessa guilda convivendo na mesma amostra de 1 m2
de serapilheira. Como as análises sugerem que elas compartilham
itens alimentares, seguindo a teoria ecológica, essas formigas
devem, de alguma maneira, se segregar, evitando competição
(temporalmente ou na escolha muito detalhada de itens).
Especialistas
É um grupo de formigas que reúne espécies, em geral,
raramente estudadas, com morfologia e biologia especializadas.
Possuem mandíbulas do tipo triangular clássico a fortemente
diferenciado. Inclui espécies de tamanho relativo médio a pequeno,
mandíbulas estreitas e com pontos de articulação distantes entre si,
com dentição diferenciada; olhos próximos à inserção da mandíbula,
distantes entre si, reduzidos ou ausentes (Figura 2A, B). Apresenta
grande diversidade de formas, agrupando representantes de
Amblyoponinae (Amblyopone, Prionopelta), Cerapachyinae
(Acanthostichus, Cerapachys, Sphinctomyrmex), Myrmicinae
(Adelomyrmex, Cryptomyrmex, Stegomyrmex), Ectatomminae
(Gnamptogenys [alguns táxons], Typhlomyrmex), Ponerinae
(Centromyrmex, Thaumatomyrmex) e Proceratiinae (Discothyrea,
Proceratium). Todos esses táxons vivem na serapilheira ou são
hipogeicos.
Figura 2A. Formigas predadoras especializadas: operária de
Cerapachys augustae Wheeler.
Foto: Alex Wild
Figura 2B. Operária de Thaumatomyrmex contumax Kempf
transportando sua presa miriápode Polyxenidae, antes do processo
de depilação.
Foto: Benoit Jahyny
Predadoras dacetíneas
Dacetini, segundo Baroni-Urbani e Andrade (2007), na Região
Neotropical, é uma tribo composta por cinco gêneros
(Acanthognathus, Basiceros, Daceton, Phalacromyrmex e
Strumigenys), considerando Creightonidris sinônimo júnior de
Basiceros (FEITOSA et al., 2007). A forma diferenciada das
mandíbulas de muitas formigas dacetíneas é uma das
características mais marcantes desse segmento da mirmecofauna
típica da serapilheira. A morfologia e o mecanismo de ação dessas
mandíbulas são bastante diferentes do padrão presente em
Myrmicinae (WILSON, 1956; DIETZ, 2004).
A maioria dos membros da tribo vive em colônias monogínicas
forrageando e nidificando na serapilheira, nas camadas superficiais
do solo ou entre as raízes superficiais (BOLTON, 1998). Todas as
espécies conhecidas são predadoras, principalmente de Collembola
entomobriídeos e esminturídeos, mas várias espécies predam
também ampla variedade de outros pequenos artrópodes, tais como
Diplura, Symphyla, Chilopoda, Pseudoscorpiones, Acarina, Araneae,
Isopoda, Amphipoda e muitas outras ordens de insetos de tamanho
de corpo pequeno e suas larvas (DEJEAN, 1987a, b).
Estruturalmente, as mandíbulas são modificadas, sendo
empregadas na predação e a maioria das especializações reflete
técnicas especiais para a captura da presa (MASUKO, 1984;
BOLTON, 1998, 1999). Indivíduos dessas espécies são muito
comuns em amostras de serapilheira em florestas tropicais e
subtropicais. Algumas espécies são localmente abundantes
(FISHER, 1999; DIETZ, 2004).
Em formigas, especializações das mandíbulas envolvem não
somente a forma, mas dependem também da velocidade e da força
que elas podem gerar (GRONENBERG et al., 1997, 1998). Segundo
o modo de ação das mandíbulas, as espécies podem ser
classificadas em dois subgrupos principais, discutidos a seguir.
Predadoras arborícolas
Nesse agrupamento estão incluídas as espécies de formigas
como Paraponera clavata (F.), D. armigerum, D. boltoni, Ectatomma
tuberculatum (Olivier) (que emprega estratégia de caça “à espreita”),
Acanthoponera, algumas espécies de Pachycondyla e
Gnamptogenys e grande parte das espécies de Pseudomyrmex, que
forrageiam ativamente na vegetação, predando ampla diversidade
de artrópodes. Em geral, têm comportamento de forrageamento
solitário e vivem em colônias com menor número de indivíduos
comparado ao das generalistas dominantes (arborícolas associadas
com recursos ricos em açúcares). Podem atingir tamanhos de
operárias relativamente grandes (>1 cm), viver em colônias com
alguns milhares de indivíduos e exibir forte agressividade e
presença de venenos poderosos, como P. clavata – a tocandira-
verdadeira (existem várias acepções para os nomes populares
empregados regionalmente para essas formigas).
Formigas generalistas
Esse agrupamento alimentar inclui significativa proporção da
riqueza em formigas de diversas comunidades locais. Quando as
espécies de uma comunidade são classificadas em categorias
tróficas (p. ex., onívoras, fungívoras, predadoras e detritívoras), a
onivoria é a categoria dominante tanto pela densidade relativamente
alta de seus ninhos (KASPARI, 2001) quanto pela densidade de
espécies por unidade de superfície amostrada.
A biologia alimentar das espécies generalistas é extremamente
rica tanto na amplitude de itens alimentares coletados como no
repertório de comportamentos usados em interações intra e
interespecíficas. Muitas espécies ecologicamente dominantes (em
termos de biomassa) são consideradas “herbívoras crípticas”
(HUNT, 2003; DAVIDSON et al., 2003; PHILPOTT; ARMBRECHT,
2006) por apresentarem interações mutualísticas com insetos
sugadores de seiva [principalmente Hemiptera Auchenorryncha
(Membracoidea) e Sternorrhyncha (Coccoidea e Aphidae)],
chamados coletivamente de trofobiontes quando cuidados pelas
formigas (DELABIE, 2001; STYRSHY; EUBANKS, 2007) (Figura 3A,
B, C).
Mirmicíneas
Esse é um agrupamento de formigas que inclui diversas
espécies de Myrmicinae com mandíbulas triangulares e
relativamente curtas, intervalo grande entre os olhos bem
desenvolvidos, como grande parte das espécies de Pheidole (Figura
4A), Wasmannia, algumas espécies de Oxyepoecus [Oxyepoecus
crassinodus Kempf, Oxyepoecus myops Albuquerque & Brandão,
Oxyepoecus plaumanni Kempf, Oxyepoecus rastratus (Mayr),
Oxyepoecus reticulatus Kempf, Oxyepoecus rosai Albuquerque &
Brandão], Lachnomyrmex plaumanni Borgmeier, Lachnomyrmex
victori Feitosa & Brandão, bem como as espécies de Solenopsis de
tamanho de corpo relativamente grande.
Figura 4A. Operárias e soldado de Pheidole rugulosa Gregg
coletando sementes (mirmicínea generalista).
Foto: Alex Wild
Cortadoras de folhas
As formigas cortadoras de folhas ou “atíneos superiores” (dos
gêneros polimórficos Atta e Acromyrmex, algumas espécies de
Sericomyrmex e de Trachymyrmex) utilizam substrato vegetal vivo
ou morto (Figura 5A). Diferentemente dos atíneos criptobióticos, as
espécies de Acromyrmex, Sericomyrmex e Trachymyrmex têm
colônias com centenas a milhares de indivíduos; as de Atta atingem
milhões de indivíduos. O fungo cultivado pelos atíneos superiores é
monofilético, provavelmente transmitido apenas verticalmente
(clonal) pelas rainhas às novas colônias (CHAPELA et al., 1994);
mas ver Mikheyev et al., 2006. Adicionalmente, esse fungo
simbiótico produz nódulos conspícuos chamados estáfilas, que
formam agrupamentos vacuolizados dilatados na extremidade das
hifas e ricos em glicogênio (gongilídeos).
Attini criptobióticos
Na serapilheira, o agrupamento das formigas Attini
criptobióticas inclui espécies monomórficas dos gêneros
Apterostigma, Cyphomyrmex, Mycetagroicus, Mycetosoritis,
Mycocepurus, Myrmicocrypta, Sericomyrmex e Trachymyrmex
(Figura 5B). O tamanho das colônias é sempre pequeno, com, no
máximo, poucas centenas de indivíduos. O fungo cultivado pelas
Attini criptobióticas tem provável origem polifilética em razão de
mecanismos de transmissão horizontal e domesticação
independente e convergente de fungos de vida livre.
Formigas subterrâneas
Empregou-se aqui o termo subterrâneo para classificar a guilda
que reúne espécies de formigas que vivem exclusivamente nas
camadas mais profundas do solo, incluindo algumas que passam a
maior parte do seu ciclo de vida em ninhos e cavidades no solo;
apenas sexuados vêm à superfície uma ou poucas vezes ao ano
(SILVA; SILVESTRE, 2004). Não se considera como pertencente à
essa guilda as espécies de formigas predadoras especializadas,
mesmo que tenham hábitos subterrâneos, considerando nesse caso
o hábito alimentar hierarquicamente mais importante que o extrato
que ocupam.
Espécies consideradas como pertencentes à guilda de formigas
subterrâneas incluem, por exemplo, as do gênero Tranopelta de
forrageamento inteiramente subterrâneo (DELABIE, et al., 2000),
caracterizadas pelo tegumento com pouca pigmentação (pálidas),
pela redução do comprimento do escapo, pela segmentação das
antenas e dos olhos. O gênero Acropyga, do qual as Tranopelta são
provavelmente dependentes (DELABIE; FOWLER, 1993), também
inclui espécies criptobióticas e subterrâneas (embora algumas
sejam localmente abundantes) que mantêm associações
obrigatórias com cochonilhas (Hemiptera: Pseudococcidae)
encontradas nas raízes de plantas (LAPOLLA, 2004). As rainhas de
Acropyga carregam entre as mandíbulas uma fêmea fecundada do
homóptero simbiótico durante o voo nupcial (JOHNSON et al.,
2001). Esse comportamento foi chamado de trofoforese (LAPOLLA
et al., 2002) e permite a rainhas fundadoras iniciar uma nova colônia
com uma nova geração do Pseudococcidae simbiótico.
A biologia de grande parte das espécies que formam esse
grupo é desconhecida. A presença de espécies subterrâneas é,
muitas vezes, revelada somente pelos registros de machos em
armadilhas luminosas. Sua riqueza parece ser maior do que se
acreditava e considerada como uma fronteira em nosso
conhecimento sobre a fauna de formigas (LONGINO; COLWELL,
1997; FISHER; ROBERTSON, 2002; SILVA; SILVESTRE, 2004).
Técnicas de coletas sistemáticas para a avaliação da composição e
da abundância das espécies ainda não foram devidamente testadas
(ESTEVES et al., 2008); novidades taxonômicas e mais informações
sobre a ecologia alimentar desse grupo são esperadas a partir de
avaliações mais intensas em vários sítios da Região Neotropical.
Referências
ADAMS, R. M. M.; MUELLER, U. G.; GREEN, A. M.; NAROZNIAK, J. M. Garden sharing
and garden stealing in fungus-growing ants. Die Naturwissenschaften, Berlin, v. 87, p.
491-493. 2000a.
ADAMS, R. M. M.; MUELLER, U. G.; SCHULTZ, T. R.; NORDEN, B. Agropredation:
usurpation of attine gardens by Megalomyrmex ants. Die Naturwissenschaften, Berlin, v.
87, p. 549-554, 2000b.
ALBUQUERQUE, N. L.; BRANDÃO, C. R. F. A revision of the Neotropical Solenopsidini ant
genus Oxyepoecus Santschi, 1926 (Hymenoptera: Formicidae: Myrmicinae) 1: the vezenyii
species-group. Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 44, p. 55-80, 2004.
ANDERSEN, A. N. A classification of Australian ant communities, based on functional
groups which parallel plant life forms in relation to stress and disturbance. Journal of
Biogeography, Oxford, v. 22, p. 15-29, 1995.
ANDERSEN, A. N. Regulation of “momentary” diversity by dominant species in
exceptionally rich ant communities of the Australian seasonal tropics. The American
Naturalist, Chicago, v. 140, p. 401-420, 1992.
ANDERSEN, A. N.; FISHER, A.; HOFFMANN, B. D.; READ, J. L.; RICHARDS, R. Use of
terrestrial invertebrates for biodiversity monitoring in Australian rangelands, with particular
reference to ants. Austral Ecology, Carlton, v. 29, p. 87-92, 2004.
ANDERSEN, A. N.; HERTOG, T.; WOINARSKI, J. C. Z. Long-term fire exclusion and ant
community structure in an Australian tropical savanna: congruence with vegetation
succession. Journal of Biogeography, Oxford, v. 33, p. 823-832, 2006.
ANDERSEN, A. N.; HOFFMANN, B. D.; MÜLLER, W. J.; GRIFFITHS, A. D. Using ants as
bioindicators in land management: simplifying assessment of ant community responses.
Journal of Applied Ecology, Oxford, v. 39, p. 8-17, 2002.
ANDERSEN, A. N.; MAJER, J. N. Ants show the way down under: invertebrates as
bioindicators in land management. Frontiers in Ecology and Environment, Washington,
DC, v. 2, p. 291-298, 2004.
ANDERSEN, A. N.; PATEL, A. D. Meat ants as dominant members of Australian ant
communities: an experimental test of their influence on the foraging success and forager
abundance of other species. Oecologia, Berlin, v. 98, p. 15-24, 1994.
ANDRADE, M. L. de. Fossil and extant species of Cylindromyrmex (Hymenoptera:
Formicidae). Revue Suisse de Zoologie: annales de la Société Zoologique Suisse et du
Muséum D’histoire Naturelle de Genève, Genève, v. 105, p. 581-664, 1998.
ANDRADE, M. L. de; BARONI-URBANI, C. Diversity and adaptation in the ant genus
Cephalotes, past and present (Hymenoptera, Formicidae). Stuttgarter Beiträge sur
Naturkunde, Stuttgart, serie B, v. 271, p. 1-889, 1999. (Geologie und Paläontologie).
ARMBRECHT, I.; JIMÉNEZ, E.; ALVAREZ, G.; ULLOA-CHACON, P.; ARMBRECHT, H. An
ant mosaic in the Colombian rain forest of Chocó (Hymenoptera: Formicidae).
Sociobiology, Chico, Califórnia, US, v. 37, p. 491-509, 2001.
ARMBRECHT, I.; PERFECTO, I. Litter-twig dwelling ant species richness and predation
potential within a forest fragment and neighboring coffee plantations of contrasting habitat
quality in Mexico. Agriculture, Ecosystems and Environment, Amsterdam, v. 97, p. 107-
115, 2003.
ARMBRECHT, I.; PERFECTO, I.; SILVERMAN, E. Limitation of nesting resources for ants in
Colombian forests and coffee plantations. Ecological Entomology, Oxford, v. 31, p. 403-
410, 2006.
BARONI-URBANI, C.; ANDRADE, M. L. de. Pollen eating, storing, and spitting by ants. Die
Naturwissenschaften, Berlin, v. 84, p. 256-258, 1997.
BARONI-URBANI, C.; ANDRADE, M. L. de. The ant genus Proceratium in the extant
and fossil record (Hymenoptera: Formicidae). Torino: Museo Regionale di Scienze
Naturali, 2003. 492 p. (Monografie, 36).
BARONI-URBANI, C.; ANDRADE, M. L. de. The ant tribe Dacetini: limits and constituent
genera, with descriptions of new species (Hymenoptera, Formicidae). Annali del Museo
Civico di Storia Naturale “Giacomo Doria”, Genova, Erredi, v. 95, p. 1-191, 2007.
BEATTIE, A. J. The evolutionary ecology of ant-plant mutualism. Cambridge:
Cambridge University, 1985. 182 p.
BERGHOFF, S. M.; MASCHWITZ, U.; LINSENMAIR, K. E. Influence of the hypogaeic army
ant Dorylus (Dichthadia) laevigatus on tropical arthropod communities. Oecologia, Berlin, v.
135, p. 149-157, 2003.
BERGHOFF, S. M.; WEISSFLOG, A.; LINSENMAIR, K. E.; HASHIM, R.; MASCHWITZ, U.
Foraging of a hypogaeic army ant: a long neglected majority. Insectes Sociaux, Paris, v.
49, p. 133-141, 2002.
BLONDEL, J. Guilds or functional groups: does it matter? Oikos, Copenhagen, v. 100, p.
223-231, 2003.
BLÜTHGEN, N.; FIEDLER, K. Competition for composition: lessons from nectar-feeding ant
communities. Ecology, Tempe, v. 85, p. 1479-1485, 2004b.
BLÜTHGEN, N.; FIEDLER, K. Preferences for sugars and amino acids and their
condionality in a diverse nectar-feeding ant community. Journal of Animal Ecology,
Oxford, v. 73, p. 155-166, 2004a.
BLÜTHGEN, N.; GEBAUER, G.; FIEDLER, K. Disentangling a rainforest food web using
stable isotopos: dietary diversity in a species-rich ant community. Oecologia, Berlin, v. 137,
p. 426-435, 2003.
BLÜTHGEN, N.; GOTTSBERGER, G.; FIEDLER, K. Sugar and amino acid composition of
ant-attended nectar and honeydew sources from an Australian rainforest. Austral Ecology,
Carlton, v. 29, p. 418-429, 2004a.
BLÜTHGEN, N.; STORK, n. E. Ant mosaics in a tropical rainforest in Australia and
elsewhere: a critical review. Austral Ecology, Carlton, v. 32, p. 93-104, 2007.
BLÜTHGEN, N.; STORK, n. E.; FIEDLER, K. Bottom-up control and co-occurrence in
complex communities: honeydew and nectar determine a rainforest ant mosaic. Oikos,
Copenhagen, v. 106, p. 344-358, 2004b.
BLÜTHGEN, N.; VERHAAGH, M.; GOITÍA, W.; JAFFÉ, K.; MORAWETZ, W.; BARTHLOTT,
W. How plants shape the ant community in the Amazonian rainforest canopy: the key role of
extrafloral nectaries and homopteran honeydew. Oecologia, Berlin, v. 125, p. 229-240,
2000.
BOLTON, B. Ant genera of the tribe Dacetonini (Hymenopera: Formicidae). Journal of
Natural History, London, v. 33, p. 1639-1689, 1999.
BOLTON, B. Monophyly of the dacetonine tribe-group and its component tribes
(Hymenoptera: Formicidae). Bulletin of the Natural History Museum, London, v. 67, p.
65-78, 1998. (Entomology Series).
BOLTON, B. Synopsis and classification of formicidae. Gainesville: American
Entomological Institute, 2003. p. 1-370. (Memoirs of the American Entomological Institute,
71).
BOLTON, B.; FISHER, B. L. Afrotropical ants of the ponerine genera Centromyrmex Mayr,
Promyopias Santschi gen. rev. and Feroponera gen. n., with a revised key to genera of
African Ponerinae (Hymenoptera: Formicidae). Zootaxa, Auckland, v. 1929, p. 1-37, 2008.
BORGES, D. S.; DELABIE, J. H. C.; MARIANO, C. S. F.; POMPOLO, S. G. Notes
écologiques et étude cytogénétique de la fourmi néotropicale Heteroponera dolo (Roger,
1861) (Hymenoptera, Formicidae, Heteroponerinae). Bulletin de la Société
Entomologique de France, Paris, v. 109, p. 257-261, 2004.
BRADY, S. G. Evolution of the army ant syndrome: the origin and long-term evolutionary
stasis of a complex of behavioral and reproductive adaptations. Proceedings of the
National Academy of Sciences, Washington, DC, v. 100, p. 6575-6579, 2003.
BRADY, S. G.; SCHULTZ, T. R.; FISHER, B.; WARD, p. S. Evaluating alternative
hypotheses for the early evolution and diversification of ants. Proceedings of the National
Academy of Sciences, Washington, DC, v. 103, p. 18172-18177, 2006.
BRADY, S. G.; WARD, P. S. Morphological phylogeny of army ants and other dorylomorphs
(Hymenoptera: Formicidae). Systematic Entomology, London, v. 30, p. 593-618, 2007.
BRANDÃO, C. R. F. Further revisionary studies of the ant genus Megalomyrmex Forel
(Hymenoptera: Formicidae: Myrmicinae: Solenopsidini). Papéis Avulsos de Zoologia, São
Paulo, v. 43, p. 145-159, 2003.
BRANDÃO, C. R. F.; DINIZ, J. L. M.; AGOSTI, D.; DELABIE, J. H. C. Revision of the
neotropical ant subfamily Leptanilloidinae. Systematic Entomology, London, v. 24, p. 17-
36, 1999.
BRANDÃO, C. R. F.; DINIZ, J. L. M.; TOMOTAKE, E. M. Thaumatomyrmex strips millipedes
for prey: a novel predatory behaviour in ants, and the first case of sympatry in the genus
(Hymenoptera: Formicidae). Insectes Sociaux, Paris, v. 38, p. 335-344, 1991.
BRANDÃO, C. R. F.; MAYHÉ-NUNES, J. A phylogenetic hypothesis for the Trachymyrmex
species groups, and the transition from fungus-growing to leaf-cutting in the Attini
(Myrmicinae). In: SNELLLING, R. R.; FISHER, B. L.; WARD, p. S. (Ed.). Adances in ant
systematic (Hymenoptera: Formicidae): homage to E. O. Wilson: 50 years of
contributions. Gainesville: American Entomological Institute, 2007. p. 72-88. (Memoirs of
the American Entomological Institute, 80).
BROMHAM, L.; CARDILLO, M.; BENNETT, A. F.; ELGAR, M. A. Effects of stock grazing on
the ground invertebrate fauna of woodland remnants. Australian Journal of Ecology,
Victoria, AU, v. 24, p. 199-207, 1999.
BROWN JUNIOR, W. L. A remarkable new species of Proceratium, with dietary and other
notes on the genus (Hymenoptera: Formicidae). Psyche, Cambridge, v. 86, p. 337-346,
1980.
BROWN JUNIOR, W. L. Contributions toward a reclassification of the Formicidae III: tribe
Amblyoponini (Hymenoptera). Bulletin of the Museum of Comparative Zoology,
Cambridge, v. 122, p. 143-230, 1960.
BROWN JUNIOR, W. L. Diversity of ants. In: AGOSTI, D.; MAJER, J. D.; ALONSO, L. E.;
SCHULTZ, T. (Ed.). Ants: standard methods for measuring and monitoring biodiversity.
Washington, DC: Smithsonian Institution, 2000. p. 45-79.
BROWN JUNIOR, W. L. Predation of arthropod eggs by the ant genera Proceratium and
Discothyrea. Psyche, Cambridge, v. 64, p. 115, 1957.
BROWN JUNIOR, W. L.; KEMPF, W. W. A world revision of the ant tribe Basicerotini.
Studia Entomologica, Petrópolis, v. 3, p. 161-250, 1960.
BROWN JUNIOR, W. L.; KEMPF, W. W. Tatuidris, a remarkable new genus of Formicidae
(Hymenoptera). Psyche, Cambridge, v. 74, p. 183-190, 1968.
BROWN JUNIOR, W. L. Contributions toward a reclassification of the Formicidae. v.
Ponerinae, tribes Platythyreini, Cerapachyini, Cylindromyrmecini, Acanthostichini, and
Aenictogitini. Search Agriculture: entomology, Ithaca, v. 5, p. 1-115, 1975.
BRÜHL, C. A.; GUNSALAM, G.; LINSENMAIR, K. E. Stratification of ants (Hymenoptera:
Formicidae) in a primary rain forest in Sabah, Borneo. Journal of Tropical Ecology, New
York, v. 14, p. 285-297, 1998.
BUSCHINGER, A.; PEETERS, C.; CROZIER, R. H. Life-pattern studies on an Australian
Sphictomyrmex (Formicidae: Ponerinae; Cerapachyini): functional polygyny, brood
periodicity and raiding behavior. Psyche, Cambridge, v. 96, p. 287-299, 1989.
CHAPELA, I. H.; REHNER, S. A.; SCHULTZ, T. R.; MUELLER, U. G. Evolutionary history of
the symbiosis between fungus-growing ants and their fungi. Science, Washington, DC, v.
266, p. 1691-1694, 1994.
COHEN, J. E.; JOHNSON, T.; CARPENTER, S. R. Ecological community description using
the food web, species abundance, and body size. Proceedings of the National Academy
of Sciences, Washington, DC, v. 100, p. 1781-1786, 2003.
CROZIER, R. H. Charting uncertainty about ant origins. Proceedings of the National
Academy of Sciences, Washington, DC, v. 103, p. 18029-18030, 2006.
DAVIDSON, D. W. Ecological stoichiometry of ants in a new world rain forest. Oecologia,
Berlin v. 142, p. 221-231, 2005.
DAVIDSON, D. W. The role of resources imbalances in the evolutionary ecology of tropical
arboreal ants. Biological Journal of the Linnean Society, London, v. 61, p. 153-181,
1997.
DAVIDSON, D. W.; COOK, S. C.; SNELLING, R. R. Liquid-feeding performance of ants
(Formicidae): ecological and evolutionary implications. Oecologia, Berlin, v. 139, p. 255-
266, 2004.
DAVIDSON, D. W.; COOK, S. C.; SNELLING, R. R.; CHUA, T. H. Explaining the abundance
of ants in lowland tropical rainforest canopies. Science, Washington, DC, v. 300, p. 969-
972, 2003.
DAVIDSON, D. W.; INOUYE, R. S.; BROWN, J. H. Granivory in a desert ecosystem:
experimental evidence for indirect facilitation of ants by rodents. Ecology, Tempe, v. 65, p.
1780-1786, 1984.
DEJEAN, A. Behavioral plasticity of hunting workers of Serrastruma serrula presented with
different arthropods. Sociobiology, Chico, Califórnia, US, v. 13, p. 191-208, 1987a.
DEJEAN, A. Étude du comportement de prédation dans le genre Strumigenys. Insectes
Sociaux, Paris, v. 33, p. 388-405, 1987b.
DEJEAN, A.; CORBARA, B. A review of mosaics of dominant ants in rainforests and
plantations. In: BASSET, Y.; NOVOTNY, V.; MILLER, S. E.; KITCHING, R. L. (Ed.).
Arthropods of tropical forests: spatio-temporal dynamics and resource use in the canopy.
Cambridge: Cambridge University, 2003. p. 341-347.
DEJEAN, A.; DEJEAN, A. How a ponerinae ant acquired the most evolved mode of colony
foundation. Insectes Sociaux, Paris, v. 45, p. 343-346, 1998.
DEJEAN, A.; FÉNÉRON, R. Polyginie et forme de polymorphisme chez une Ponerinae.
Actes des Colloques Insectes Sociaux, Paris, v. 8, p. 179-182, 1993.
DEJEAN, A.; FÉNÉRON, R. Polymorphism and oligogyny in the ponerine ant,
Centromyrmex bequaerti. Insectes Sociaux, Paris, v. 43, p.87-99, 1996.
DEJEAN, A.; FÉNÉRON, R. Predatory behaviour in the ponerine ant, Centromyrmex
bequaerti: a case of termitolesty. Behavioural Processes: an international journal of
comparative and physiological ethology, Amsterdam, v. 47, p. 125-133, 1999.
DEJEAN, A.; MCKEY, D.; GIBERNAU, M.; BELIN, M. The arboreal ant mosaic in a
Cameroonian rainforest (Hymenoptera: Formicidae). Sociobiology, Chico, Califórnia, US,
v. 35, p. 403-423, 2000.
DEJEAN, A.; SOLANO, P. J.; AYROLES, J.; CORBARA, B.; ORIVEL, J. Arboreal ants build
traps to capture prey. Nature, London, v. 434, p. 973, 2005.
DELABIE, J. H. C. Inquilinismo simultâneo de duas espécies de Centromyrmex
(Hymenoptera, Formicidae, Ponerinae) em cupinzeiros de Syntermes sp. (Isoptera,
Termitidae, Nasutermitinae). Revista Brasileira de Entomologia, Curitiba, v. 39, p. 605-
609, 1995.
DELABIE, J. H. C. Trophobiosis between Formicidae and Hemiptera (Sternorrhyncha and
Auchenorryncha): an overview. Neotropical Entomology, Londrina, v. 30, p. 501-516,
2001.
DELABIE, J. H. C.; AGOSTI, D.; NASCIMENTO, I. C. Litter ant communities of the Brazilian
Atlantic rain forest region. In: AGOSTI, D.; MAJER, J. D.; ALONSO, L. T.; SCHULTZ, T. R.
(Ed.). Sampling ground-dwelling ants: case studies from the world’s rain forests. Perth:
Curtin University, 2000. p. 1-17 (Bulletin, 18).
DELABIE, J. H. C.; CASIMIRO, A. B.; NASCIMENTO, I. C.; SOUZA, A. L. B.; FURST, M.;
ENCARNAÇÃO, A. M. V.; SMITH, M. R. B.; CAZORLA, I. M. Stratification de la
communauté de fourmis (Hymenoptera; Formicidae) dans une cacaoyère brésilienne et
conséquences pour le contrôle naturel des ravageurs du cacaoyer. In: CONFERENCE
INTERNATIONALE SUR LA RECHERCHE CACAOYERE, 11., 1994, Yamoussoukro.
Actes… London: J. de Lafforest Transla. Inter., 1994. p. 823-831.
DELABIE, J. H. C.; FOWLER, H. G. Physical and biotic correlates of population fluctuations
of dominant soil and litter ant species (Hymenoptera: Formicidae) in Brazilian cocoa
plantations, Journal of the New York Entomological Society, New York, v. 101, p. 135-
140, 1993.
DELABIE, J. H. C.; REIS, Y. T. Sympatry and mating flight synchrony of three species of
Cylindromyrmex (Hymenoptera: Formicidae) in southern Bahia, Brazil, and the importance
of Malaise trap for rare ants inventory. Revista Brasileira de Entomologia, Curitiba, v. 44,
p. 109-110, 2000.
DIETZ, B. H. Uma revisão de Basicerotini Brown, 1948 (Formicidae: Myrmicinae),
suas relações filogenéticas internas e com outras tribos dacetíneas (Dacetini e
Phalacromyrmecini). 2004. 245 f. Tese (Doutorado em Zoologia), – Instituto de
Biociências da Universidade de São Paulo, São Paulo.
DIETZ, B. H.; BRANDÃO, C. R. F. Comportamento de caça e dieta de Acanthognathus
rudis Brown & Kempf: com comentários sobre a evolução da predação em Dacetini
(Hymenoptera, Formicidae, Myrmicinae). Revista Brasileira de Entomologia, Curitiba, v.
37, p. 683-692, 1993.
DIJKSTRA, M. B.; BOOMSMA, J. J. Gnamptogenys hartmani Wheeler (Ponerinae:
Ectatommini): an agro-predator of Trachymyrmex and Sericomyrmex fungus-growing ants.
Die Naturwissenschaften, Berlin, v. 90, p. 568-571, 2003.
DINIZ, J. L. M.; BRANDÃO, C. R. F. Biology and myriapod egg predation by the Neotropical
myrmicine ant Stegomyrmex vizottoi (Hymenoptera: Formicidae). Insectes Sociaux, Paris,
v. 40, p. 301-311, 1993.
DOUGLAS, M. E.; MATTHEWS, W. J. Does morphology predict ecology? hypothesis
testing within a freshwater stream fish assemblage. Oikos, Copenhagen, v. 65, p. 213-224,
1992.
EISNER, T. A comparative morphological study of the proventriculus of ants (Hymenoptera:
Formicidae). Bulletin of the Museum of Comparative Zoology, Cambridge, v. 116, p.
429-490, 1957.
ELLWOOD, M. D. F.; FOSTER, W. A. Doubling the estimate of invertebrate biomass in a
rainforest canopy. Nature, London, v. 429, p. 549-551, 2004.
ESTEVES, F. A.; BRANDÃO, C. R. F.; VIEGAS, K. Subterranean ants (Hymenoptera:
Formicidae) as prey of fossorial reptiles (Reptilia, Squamata: Amphisbaenidae) in Central
Brazil. Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 48, p. 329-334, 2008.
FARJI-BRENER, A. G.; BARRANTES, G.; RUGGIERO, A. Environmental rugosity, body
size and access to food: a test of the size-grain hypothesis in tropical litter ants. Oikos,
Copenhagen, v. 104, p. 165-171, 2004.
FARJI-BRENER, A. G.; ILLES, A. E. Do leaf-cutting ant nest make “bottom-up” gaps in
neotropical rain forests? a critical review of the evidence. Ecology Letters, Oxford, v. 3, p.
219-227, 2000.
FEITOSA, R. M.; BRANDÃO, C. R. F.; DIETZ, B. H. Basiceros scambognathus (Brown,
1949) n. comb., with the first worker and male descriptions, and a revised generic diagnosis
(Hymenoptera: Formicidae: Myrmicinae). Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 47,
p. 15-26, 2007.
FERNÁNDEZ, F. Adelomyrmecini new tribe and Cryptomyrmex new genus of myrmicine
ants (Hymenoptera: Formicidae). Sociobiology, Chico, Califórnia, US, v. 44, p. 325-335,
2004.
FERNÁNDEZ, F. Revision of the myrmicine ants of the Adelomyrmex genus-group
(Hymenoptera: Formicidae). Zootaxa, Auckland, v. 361, p. 1-52, 2003.
FISHER, B. L. Improving inventory efficiency: a case study of leaf-litter ant diversity in
Madagascar. Ecological Applications, Tempe, v. 9, p. 714-731, 1999.
FISHER, B. L.; ROBERTSON, H. G. Comparison and origin of forest and grassland ant
assemblages in the high plateau of Madagascar (Hymenoptera: Formicidae). Biotropica,
Washington, DC, v. 34, p. 155-167, 2002.
FLOREN, A.; BIUN, A.; LINSENMAIR, K. E. Arboreal ants as key predators in tropical
lowland rainforest trees. Oecologia, Berlin, v. 131, p. 137-144, 2002.
FOLGARAIT, P. J. Ant biodiversity and its relationship to ecosystem functioning: a review.
Biodiversity and Conservation, London, v. 7, p. 1221-1244, 1998.
FOWLER, H. G.; DELABIE, J. H. C. Resource partitioning among epigaeic and hypogaeic
ants (Hymenoptera: Formicidae) of a Brazilian cocoa plantation. Ecología Austral, Buenos
Aires, v. 5, p. 117-124, 1995.
FOWLER, H. G.; FORTI, L. C. BRANDÃO, C. R. F.; DELABIE, J. H. C.; VASCONCELOS,
H. L. Ecologia nutricional de formigas. In: PANIZZI, A. R.; PARRA, J. R. p. (Ed.). Ecologia
nutricional de insetos. São Paulo: Manole, 1991. p. 131-223.
FRANÇOSO, M. F. L. Biologia e taxonomia de Heteroponera Mayr 1887 neotropicais
(Hymenoptera: Formicidae). 1995. 122 f. Dissertação (Mestrado em Zoologia) - Instituto de
Biociências, Universidade de São Paulo, São Paulo.
GOBIN, B.; RÜPPELL, O. R.; HARTMANN, A.; JUNGNICKEL, H.; MORGAN, E. D.;
BILLEN, J. A new type of exocrine gland and its function in mass recruitment in the ant
Cylindromyrmex whymperi (Formicidae, Cerapachyinae). Die Naturwissenschaften,
Berlin, v. 88, p. 395-399, 2001.
GOTELLI, N. J.; ELLISON, A. M. Biogeography at a regional scale: determinants of ant
species density in New England bogs and forests. Ecology, Tempe, v. 83, p. 1604-1609,
2002.
GOTWALD JUNIOR, W. H. Army ants: the biology of social predation. New York: Cornell
University, 1995. 302 p.
GOTWALD JUNIOR, W. H.; BROWN JUNIOR, W. L. The ant genus Simopelta
(Hymenoptera: Formicidae). Psyche, Cambridge, v. 73, p. 261-277, 1966.
GOTWALD JUNIOR, W. H.; LÉVIEUX, J. Taxonomy and biology of a new west african ant
belonging to the genus Amblyopone (Hymenoptera: Formicidae). Annals of the
Entomological Society of America, Lanham, v. 65, p. 383-396, 1972.
GRIMALDI, D.; ENGEL, M. S. Evolution of the insects. New York: Cambridge University,
2005. 755 p.
GRONENBERG, W.; BRANDÃO, C. R. F.; DIETZ, B. H.; JUST, S. Trap-jaws revisited: the
mandible mechanism of the ant Acanthognathus. Physiological Entomology, Oxford, v.
23, p. 227-240, 1998.
GRONENBERG, W.; EHMER, B. The mandible mechanism of the ant genus Anochetus
(Hymenoptera, Formicidae) and the possible evolution of trap-jaws. Zoology, Jena, v. 99, p.
153-162, 1996.
GRONENBERG, W.; PAUL, J.; JUST, S.; HÖLLDOBLER, B. Mandible muscle fibers in ants:
fast or powerful? Cell and Tissue Research, Heidelberg, v. 289, p. 347-361, 1997.
GUIMARÃES, P. R.; RICO-GRAY, V.; REIS, S. F. dos; THOMPSON, J. n. Asymmetries in
specialization in ant-plant mutualistic networks. Proceedings of the Royal Society of
London B, London, v. 273, p. 2041-2047, 2006.
HÖLLDOBLER, B. Communication, raiding behavior and prey storage in Cerapachys
(Hymenoptera: Formicidae). Psyche, Cambridge, v. 89, p. 3-23, 1982.
HÖLLDOBLER, B.; OBERMAYER, M.; WILSON, E. O. Communication in the primitive
cryptobiotic ant Prionopelta amabilis (Hymenoptera: Formicidae). Journal of Comparative
Physiology A: neuroethology, sensory, neural, and behavioral physiology, Berlin, v. 171, p.
9-16, 1992.
HÖLLDOBLER, B.; WILSON, E. O. Soil-binding pilosity and camouflage in ants of the tribes
Basicerotini and Stegomyrmecini (Hymenoptera, Formicidae). Zoomorphology, Berlin, v.
106, p. 12-20, 1986.
HÖLLDOBLER, B.; WILSON, E. O. The ants. Cambridge: Harvard University, 1990. 732 p.
HOOPER, C.; CHAPIN III, F. S.; EWEL, J. J.; HECTOR, A.; INCHAUSTI, P.; LAVOREL, S.;
LAWTON, J. H.; LODGE, D. M.; LOREAU, M.; NAEEM, S.; SCHMID, B.; SETÄLÄ, H.;
SYMSTAD, A. J.; VANDERMEER, J.; WARDLE, D. A. Effects of biodiversity on ecosystem
functioning: a consensus of current knowledge. Ecological Monographs, Durham, v. 75, p.
3-35, 2005.
HORA, R. R.; DOUMS, C.; POTEAUX, C. FÉNÉRON, R.; VENEZUELA, J.; HEINZE, J.;
FRESNEAU, D. Small queens in the ant Ectatomma tuberculatum: a new case of social
parasitism. Behavioral Ecology and Sociobiology, New York, v. 59, p. 285-292, 2005.
HUNT, J. H. Cryptic herbivores of the rainforest canopy. Science, Washington, DC, v. 300,
p. 916-917, 2003.
IZZO, T. J.; VASCONCELOS, H. L. Ants and plant size shape the structure of the arthropod
community of Hirtella myrmecophila, an Amazonian ant-plant. Ecological Entomology,
Oxford, v. 30, p. 650-656, 2005.
IZZO, T. J.; VASCONCELOS, H. L. Cheating the cheater: domatia loss minimizes the
effects of ant castration in an Amazonian ant-plant. Oecologia, Berlin, v. 133, p. 200-205,
2002.
JAHYNY, B.; DELABIE, J. H. C.; FRESNEAU, D. Mini-sociétés sans reine chez le genre
Néotropical Thaumatomyrmex Mayr, 1887 (Formicidae: Ponerinae). Actes des Colloques
Insectes Sociaux, Paris, v. 15, p. 33-36, 2002.
JAHYNY, B.; LACAU, S.; DELABIE, J. H. C.; FRESNEAU, D. Le genre Thaumatomyrmex
Mayr 1887, cryptique et prédateur spécialiste de Diplopoda Penicillata. In: JIMÉNEZ, E.;
FERNÁNDEZ, F.; ARIAS, T. M.; LOZANO-ZAMBRANO, F. H. (Ed.). Sistemática,
biogeografía y conservación de las hormigas cazadoras de Colombia. Bogotá: Instituto
de Investigación de Recursos Biológicos Alexander von Humboldt, 2007. p. 329-346.
JOHNSON, C.; AGOSTI, D.; DELABIEJ, H. C.; DUMPERT, K.; WILLIAMS, D. J.;
TSCHIRNHAUS, M. von; MASCHWITZ, U. Acropyga and Azteca ants (Hymenoptera:
Formicidae) with scale insects (Sternorrhyncha: Coccoidea): 20 million years of intimate
symbiosis. American Museum Novitates, New York, v. 3335, p. 1-18, 2001.
JOHNSON, R. A. Seed-harvestor ants (Hymenoptera: Formicidae) of North America: an
overview of ecology and biogeography. Sociobiology, Chico, Califórnia, US, v. 36, p. 89-
122, 2000.
JULIANO, S. A.; LAWTON, J. H. The relationship between competition and morphology I:
morphological patterns among co-occurring Dytiscid beetles. Journal of Animal Ecology,
Oxford, v. 59, p. 403-409, 1990a.
JULIANO, S. A.; LAWTON, J. H. The relationship between competition and morphology II:
experiments on co-occurring Dytiscid beetles. Journal of Animal Ecology, Oxford, v. 59, p.
831-848, 1990b.
KASPARI, M. Body size and microclimate use in neotropical granivorous ants. Oecologia,
Berlin, v. 96, p. 500-507, 1993.
KASPARI, M. Global energy gradients and size in colonial organisms: worker mass and
worker number in ant colonies. Proceedings of the National Academy of Sciences,
Washington, DC, v. 102, p. 5079-5083, 2005.
KASPARI, M. Litter ant patchiness at the 1-m2 scale: disturbance dynamics in three
neotropical forests. Oecologia, Berlin, v. 107, p. 265-273, 1996b.
KASPARI, M. Taxonomic level, trophic biology and the regulation of local abundance.
Global Ecology and Biogeography: a journal of macroecology, Oxford, v. 10, p. 229-
244, 2001.
KASPARI, M. Worker size and seed size selection by harvester ants in a Neotropical forest.
Oecologia, Berlin, v. 105, p. 397-404, 1996a.
KASPARI, M.; ALONSO, L.; O’ DONNELL, S. Three energy variables predict ant
abundance at a geographical scale. Proceedings of the Royal Society B, London, v. 267,
p. 485-489, 2000a.
KASPARI, M.; BYRNE, M. M. Caste allocation in litter Pheidole: lessons from plant defense
theory. Behavioral Ecology and Sociobiology, New York, v. 37, p. 255-263, 1995.
KASPARI, M.; O’ DONNELL, S. High rates of army ant raids in the neotropics and
implications for ant colony and community structure. Evolutionary Ecology Research,
Tucson, v. 5, p. 933-939, 2003.
KASPARI, M.; O’ DONNELL, S.; KERCHER, J. R. Energy, density, and constrainsts to
species richness: ant assemblage along a productivity gradient. The American Naturalist,
Chicago, v. 155, p. 280-293, 2000b.
KASPARI, M.; VALONE, T. J. On ectotherm abundance in a seasonal environment: studies
of a desert ant assemblage. Ecology, Tempe, v. 83, p. 2991-2996, 2002.
KASPARI, M.; VARGO, E. Colony size as a buffer against seasonality: Bergmann’s rule in
social insects. The American Naturalist, Chicago, v. 145, p. 610-632, 1995.
KASPARI, M.; WARD, p. S.; YUAN, M. Energy gradients and the geographic distribution of
local ant diversity. Oecologia, Berlin, v. 140, p. 407-413, 2004.
KASPARI, M.; WEISER, M. The size-grain hypothesis and interspecific scaling in ants.
Functional Ecology, London, v. 13, p. 530-538, 1999.
KEMPF, W. W. A synopsis of the neotropical ants of the genus Centromyrmex. Studia
Entomologica, Petrópolis, v. 9, p. 401-410, 1966.
KEMPF, W. W. Retoques à classificação das formigas Neotropicais do gênero
Heteroponera Mayr. Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 15, p. 29-47, 1962.
KETTERL, J.; VERHAAGH, M.; BIHN, J. H.; BRANDÃO, C. R. F.; ENGELS, W. Spectrum of
ants associated with Araucaria angustifolia trees and their relations to Hemipteran
trophobionts. Studies on Neotropical Fauna and Environment, Lisse, v. 38, p. 199-206,
2003.
KHOO, K. C.; HO, C. T. The influence of Dolichoderus thoracicus (Hymenoptera:
Formicidae) on losses due to Helopeltis theivora (Heteroptera: Miridae), black pod disease,
and mammalian pests in cocoa in Malaysia. Bulletin of Entomological Research, London,
v. 82, p. 485-491, 1992.
LACAU, S.; VILLEMANT, C.; DELABIE, J. H. C. Typhlomyrmex meire, a remarkable new
species endemic to southern Bahia, Brazil (Formicidae: Ectatomminae). Zootaxa,
Auckland, v. 678, p. 1-23, 2004.
LACAU, S.; VILLEMANT, C.; JAHYNY, B.; DELABIE, J. H. C. Typhlomyrmex Mayr, 1862: un
genre méconnu de petites fourmis cryptiques et prédatrices (Ectatomminae:
Typhlomyrmicini). In: JIMÉNEZ, E.; FERNÁNDEZ, F.; ARIAS, T. M.; LOZANO-ZAMBRANO,
F. H. (Ed.). Sistemática, biogeografía y conservación de las hormigas cazadoras de
Colombia. Bogotá: Instituto de Investigación de Recursos Biológicos Alexander von
Humboldt, 2007. p. 241-283.
LAPOLLA, J. S. Acropyga (Hymenoptera: Formicidae) of the world. Contributions of the
American Entomological Institute, Ann Harbor, v. 33, n. 3, p. 1-130, 2004.
LAPOLLA, J. S.; COVER, S. P.; MUELLER, U. G. Natural history of the mealybug-tending
ant Acropyga epedana, with descriptions of the male and queen castes. Transactions of
the American Entomological Society, Philadelphia, v. 128, p. 367-376, 2002.
LATTKE, J. E. Revision of the ant genus Gnamptogenys in the new world (Hymenoptera:
Formicidae). Journal of Hymenoptera Research, Washington, DC, v. 4, p. 137-193, 1995.
LEAL, I. R.; OLIVEIRA, P. S. Foraging ecology of attine ants in a neotropical savanna:
seasonal use of fungal substrate in the cerrado vegetation of Brazil. Insectes Sociaux,
Paris, v. 47, p. 376-382, 2000.
LEAL, I.; OLIVEIRA, P. S. Behavioral ecology of the neotropical termite-hunting ant
Pachycondyla (=Termitopone) marginata: colony founding, group-raiding and migratory
patterns. Behavioral Ecology and Sociobiology, New York, v. 37, p. 373-383, 1995.
LEAL, I.; OLIVEIRA, P. S. Interactions between fungus-growing ants (Attini), fruits and
seeds in cerrado vegetation in Southeast Brazil. Biotropica, Washington, DC, v. 30, p. 170-
178, 1998.
LENKO, K. A formiga Leptogenys bohlsi como predadora de isópodos (Hymenoptera:
Formicidae). Papéis Avulsos Zoologia, São Paulo, v. 19, p. 59-61, 1966.
LOFGREN, C. S.; VANDER MEER, R. K. (Ed.). Fire ants and leaf-cutting ants: biology
and management. Boulder: Westview, 1986. 435 p.
LONGINO, J. T. Ants of Costa Rica. 2008. Disponível em:
<http://www.evergreen.edu/ants/AntsofCostaRica.html.>. Acesso em: 1o fev. 2009.
LONGINO, J. T. Complex nesting behavior by two neotropical species of the ant genus
Stenamma (Hymenoptera: Formicidae). Biotropica, Washington, DC, v. 37, p. 670-675,
2005.
LONGINO, J. T.; COLWELL, R. K. Biodiversity assessment using structured inventory:
capturing the ant fauna of a tropical rain forest. Ecological Applications, Tempe, v. 7, p.
1263-1277, 1997.
LONGINO, J. T.; NADKARNI, N. M. A comparison of ground and canopy leaf litter ants
(Hymenoptera: Formicidae) in a neotropical montane forest. Psyche, Cambridge, v. 97, p.
81-93, 1990.
MAJER, J. D.; DELABIE, J. H. C.; SMITH, M. R. B. Arboreal ant community patterns in
Brazilian cocoa farms. Biotropica, Washington, DC, v. 26, p. 73-83, 1994.
MAJER, J. D.; SHATTUCK, S. O.; ANDERSEN, A. N.; BEATTIE, A. J. Australian ant
research: fabulous fauna, functional groups, pharmaceuticals, and the fatherhood.
Australian Journal of Entomology, Canberra, v. 43, p. 235-247, 2004.
MASCHWITZ, U.; STEGHAUS, S.; GAUBE, R.; HÄNEL, H. A. South East Asian ponerine
ant of the genus Leptogenys (Hym., Form.) with army ant life habits. Behavioral Ecology
and Sociobiology, New York, v. 24, p. 305-316, 1989.
MASUKO, K. Larval hemolymph feeding: a nondestructive parental cannibalism in the
primitive ant Amblyopone silvestrii Wheeler (Hymenoptera: Formicidae). Behavioral
Ecology and Sociobiology, New York, v. 19, p. 249-255, 1986.
MASUKO, K. Studies on the predatory biology of oriental Dacetine ants (Hymenoptera:
Formicidae) I: Some japanese species of Strumigenys, Pentastruma, and Epitritus, and a
Malaysian Labidogenys, with special reference to hunting tactics in short-mandibulate
forms. Insectes Sociaux, Paris, v. 31, p. 429-451, 1984.
MCGILL, B. J.; ENQUIST, B. J.; WEIHER, E.; WESTOBOY, M. Rebuilding community
ecology from functional traits. Trends in Ecology and Evolution, Amsterdam, v. 21, p.
178-185, 2006.
MCGLYNN, T. P. Ants on the move: resource limitation of a litter-nesting ant community in
Costa Rica. Biotropica, Washington, DC, v. 38, p. 419-427, 2006.
MCGLYNN, T. P.; CARR, R. A; CARSON, J. H.; BUMA, J. Frequent nest relocation in the
ant Aphaenogaster aranoides: resources, competition, and natural enemies. Oikos,
Copenhagen, v. 106, p. 612-621, 2004.
MCGLYNN, T. P.; SHOTELL, M. D.; KELLY, M. S. Responding to a variable environment:
home range, foraging behavior, and nest relocation in the Costa Rica rainforest ant
Aphaenogaster aranoides. Journal of Insect Behavior, Amsterdam, v. 16, p. 687-701,
2003.
MEDEIROS, J. D.; MORRETES, B. L. Dispersal of Miconia cabucu seeds by ant
Trachymyrmex spp. Biotemas, Florianópolis, v. 7, p.124-126, 1994.
MIKHEYEV, A. S.; MUELLER, U. G.; ABBOT, P. Cryptic sex and many-to-one coevolution in
the fungus-growing ant symbiosis. Proceedings of the National Academy of Sciences,
Washington, DC, v. 103, p.10702-10706, 2006.
MILES, D. B.; RICKLEFS, R. E.; TRAVIS, J. Concordance of ecomorphological
relationships in three assemblages of passerine birds. The American Naturalist, Chicago,
v. 129, p. 347-364, 1987.
MILL, A. E. Faunal studies on termites (Isoptera) and observations on their ant predators
(Hymenoptera: Formicidae) in the Amazon basin. Revista Brasileira de Entomologia,
Curitiba, v. 26, p. 253-260, 1982.
MONTOYA, J. M.; PIMM, S. L.; SOLÉ, R. V. Ecological networks and their fragility. Nature,
London, v. 442, p. 259-264, 2006.
MOREAU, C. S.; BELL, C. D.; VILA, R.; ARCHIBALD, S. B.; PIERCE, N. E. Phylogeny of
the ants: diversification in the age of angiosperms. Science, Washington, DC, v. 312, p.
101-104, 2006.
NESS, J. H.; BRONSTEIN, J. L.; ANDERSEN, A. N.; HOLLAND, N. Ant body size predicts
dispersal distance of ant-adapted seeds: implications of small-ant invasions. Ecology,
Tempe, v. 85, p. 1244-1250, 2004.
O’ DONNELL, S.; KASPARI, M.; LATTKE, J. Extraordinary predation by the neotropical
army ant Cheliomyrmex andicola: implications for the evolution of the army ant syndrome.
Biotropica, Washington, DC, v. 37, p. 706-709, 2005.
OLIVEIRA, M. A.; DELLA-LUCIA, T. M. C.; ANJOS, N. Ocorrência e densidade de ninhos
de formigas cortadeiras em plantios de eucalipto no sul da Bahia. Revista Brasileira de
Entomologia, Curitiba, v. 42, p. 17-21, 1998.
OLIVEIRA, P. S.; FREITAS, A. V. L. Ant-plant-herbivore interactions in the neotropical
cerrado savanna. Die Naturwissenschaften, Berlin, v. 91, p. 557-570, 2004.
OVADIA, O. F.; SCHMITZ, O. J. Linking individuals with ecosystems: experimentally
identifying the relevant organizational scale for predicting trophic abundances.
Proceedings of the National Academy of Sciences, Washington, DC, v. 99, p. 12927-
12931, 2002.
OVERAL, W. L.; BANDEIRA, A. G. Nota sobre hábitos de Cylindromyrmex striatus Mayr,
1870, na Amazônia (Formicidae: Ponerinae). Revista Brasileira de Entomologia, Curitiba,
v. 29, p. 521-522, 1985.
PASSOS, L.; OLIVEIRA, p. S. Interactions between ants, fruits and seeds in a restinga
forest in south-eastern Brazil. Journal of Tropical Ecology, New York, v. 19, p. 261-270,
2003.
PHILPOTT, S. M.; ARMBRECHT, I. Biodiversity in tropical agroforests and the ecological
role of ants and ant diversity in predatory function. Ecological Entomology, Oxford, v. 31,
p. 369-377, 2006.
PHILPOTT, S. M.; FOSTER, p. F. Nest-site limitation in coffee agroecosystems: artificial
nests maintain diversity of arboreal ants. Ecological Applications, Tempe, v. 15, p. 1478-
1485, 2005.
PIZO, M. A.; OLIVEIRA, p. S. The use of fruits and seeds by ants in the Atlantic Forest of
southeast Brazil. Biotropica, Washington, DC, v. 32, p. 851-861, 2000.
PRICE, T. Morphology and ecology of breeding warblers along an altitudinal gradient in
Kashmir, India. Journal of Animal Ecology, Oxford, v. 60, p. 643-664, 1991.
QUIROZ-ROBLEDO, L.; VALENZUELA-GONZÁLEZ, J.; SUÁREZ-LANDA, T. Las hormigas
ecitoninas (Formicidae: Ecitoninae) de la Estación de Biología Tropical Los Tuxtlas,
Veracruz, México. Folia Entomológica Mexicana, Ciudad de México, DF, v. 41, p. 261-
281, 2002.
RAMOS-LACAU, L. S.; ZANETTI, R.; DELABIE, J. H. C.; MARINHO, C. G.;
SCHLINDWEIN, M. N.; LACAU, S.; NASCIMENTO, L. S. R. Respostas das guildas de
formigas (Hymenoptera: Formicidae) a práticas silviculturais em plantio de eucaliptos.
Agrotrópica, Itabuna, v. 20, p. 61-72, 2008.
RIBAS, C. R.; SCHOEREDER, J. H. Are all ant mosaics caused by competition?
Oecologia, Berlin, v. 131, p. 606-611, 2002.
ROBERTS, D. L.; COOPER, R. J.; PETIT, L. J. Use of premontane moist forest and shade
coffee agroecosystems by army ants in Western Panama. Conservation Biology: Malden,
v. 14, p. 192-199, 2000.
ROJAS, P.; FRAGOSO, F. Composition, diversity, and distribution of Chihuahuan Desert ant
community (Mapimí, Mexico). Journal of Arid Environments, London, v. 44, p. 213-227,
2000.
SANDERS, N. J.; CRUTSINGER, G. M.; DUNN, R. R.; MAJER, J. D.; DELABIE, J. H. C. An
ant mosaic revisited: dominant ant species disassemble arboreal ant communities but co-
occur randomly. Biotropica, Washington, DC, v. 39, p. 422-427, 2007.
SANDERS, N. J.; GOTELLI, N. J.; HELLER, N. E.; GORDON, D. M. Community
disassembly by an invasive ant species. Proceedings of the National Academy of
Sciences, Washington, DC, v. 100, p. 2474-2477, 2003.
SARTY, M.; ABBOTT, K. L.; LESTER, P. J. Habitat complexity facilitates coexistence in a
tropical ant community. Oecologia, Berlin, v. 149, p. 465-473, 2006.
SILVA, R. R.; BRANDÃO, C. R. F. Formigas (Hymenoptera: Formicidae) como indicadores
da qualidade ambiental e da biodiversidade de outros invertebrados terrestres. Biotemas,
Florianópolis, v. 12, p. 55-73, 1999.
SILVA, R. R.; BRANDÃO, C. R. F.; SILVESTRE, R. Similarity between cerrado localities in
the central and southeastern Brazil based on the dry season ant fauna visiting baits.
Studies on Neotropical Fauna and Environment, Lisse, v. 39, p. 191-199, 2004.
SILVA, R. R.; SILVESTRE, R. Riqueza da fauna de formigas subterrâneas (Hymenoptera:
Formicidade) em Seara, Oeste de Santa Catarina, Brasil. Papéis Avulsos de Zoologia,
São Paulo, v. 41, p. 1-11, 2004.
SILVESTRE, R.; BRANDÃO, C. R. F.; SILVA, R. R. Gremios funcionales de hormigas: el
caso de los gremios del Cerrado. In: FERNÁNDEZ, F. (Ed.). Introducción a las hormigas
de la región Neotropical. Bogotá: Fundación Humboldt, 2003. p. 113-148.
SIMBERLOFF, D.; DAYAN, T. The guild concept and the structure of ecological
communities. Annual Review of Ecology and Systematics, Palo Alto, v. 22, p. 115-143,
1991.
STEGHAUS-KOVAC, S.; MASCHWITZ, U. Predation on earwigs: a novel diet specialization
within the genus Leptogenys (Formicidae: Ponerinae). Insectes Sociaux, Paris, v. 40, p.
337-340, 1993.
STEVENS, R. D.; WILLIG, M. R. Community structure, abundance, and morphology. Oikos,
Copenhagen, v. 88, p. 48-56, 2000.
STYRSKY, J. D.; EUBANKS, M. D. Ecological consequences of interactions between ants
and honeydew-producing insects. Proceedings of the Royal Society of London B,
London, v 274, p. 151-164, 2007.
SUMMER, S.; AANEN, D. K.; DELABIE, J. H. C.; BOOMSMA, J. J. The evolution of social
parasitism in Acromyrmex leaf-cutting ants: a test of Emery’s rule. Insectes Sociaux, Paris,
v. 51, p. 37-42, 2004.
SYMONDSON, W. O. C.; SUNDERLAND, K. D.; GREENSTONE, M. H. Can generalist
predators be effective biocontrol agents? Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 47,
p. 561-594, 2002.
ULLOA-CHACÓN, P.; CHERIX, D. The Little Fire Ant Wasmannia auropunctata (R.)
(Hymenoptera: Formicidae). In: MEER, R. K. V.; JAFFE, K.; CEDENO, A. (Ed.). Applied
myrmecology: a world perspective. Boulder: Westview, 1990. p. 281-289. 741 p.
UNDERWOOD, E. C.; FISHER, B. L. The role of ants in conservation monitoring: if, when,
and how. Biological Conservation, Essex, v. 132, p. 166-182, 2006.
WAY, M. J.; BOLTON, B. Competition between ants for coconut palm nesting sites. Journal
of Natural History, London, v. 31, p. 439-455, 1997.
WAY, M. J.; KHOO, K. C. Role of ants in pest-management. Annual Review of
Entomology, Palo Alto, v. 37, p. 479-503, 1992.
WEBER, n. A. Gardening ants: the attines. Memoirs of the American Philosophical
Society, Philadelphia, v. 92, p. 1-146, 1972.
WEISER, M. D.; KASPARI, M. Ecological morphospace of new world ants. Ecological
Entomology, Oxford, v. 31, p. 131-142, 2006.
WHITFORD, W. G. Structure and seasonal activity of Chihuahuan desert ant communities.
Insectes Sociaux, Paris, v. 25, p. 79-88, 1978.
WILSON, E. O. Feeding behavior in the ant Rhopalhothrix biroi Szabó. Psyche. Cambridge,
v. 63, p. 21-23, 1956.
WILSON, E. O. Observations on the behavior of the Cerapachyinae ants. Insectes
Sociaux, Paris, v. 5, p. 129-140, 1958.
WILSON, E. O. Pheidole in the new world: a dominant, hyperdiverse ant genus.
Cambridge: Harvard University, 2003. 794 p.
WILSON, E. O. Some ecological characteristics of ants in New Guinea rain forests.
Ecology, Tempe, v. 40, p. 437-447, 1959.
WILSON, E. O. The little things that run the world. Conservation Biology: the journal of the
society for conservation biology, Malden, v. 1, p. 344-346, p 1987.
WILSON, E. O.; BROWN JUNIOR, W. L. Behavior of the cryptobiotic predaceus ant
Eurhopalothrix heliscata, n. sp. (Hymenoptera: Formicidae: Basicerotini). Insectes
Sociaux, Paris, v. 31, p. 408-428, 1984.
WILSON, E. O.; HÖLLDOBLER, B. Ecology and behavior of the neotropical cryptobiotic ant
Basiceros manni (Hymenoptera: Formicidae: Basicerotini). Insectes Sociaux, Paris, v. 33,
p. 70-84, 1986.
WILSON, E. O.; HÖLLDOBLER, B. Eusociality: origin and consequences. Proceedings of
the National Academy of Sciences, Washington, DC, v. 102, p. 13367-13371, 2005b.
WILSON, E. O.; HÖLLDOBLER, B. The rise of the ants: a phylogenetic and ecological
explanation. Proceedings of the National Academy of Sciences, Washington, DC, v.
102, p. 7411-7414, 2005a.
WILSON, J. B. Guilds, functional types and ecological groups. Oikos, Copenhagen, v. 86,
p. 507-522, 1999.
WOODWARD, G.; EBENMAN, B.; EMMERSON, M.; MONTOYA, J. M.; OLESEN, J. M.;
VALIDO, A.; WARREN, P. H. Body size in ecological networks. Trends in Ecology and
Evolution, Amsterdam, v. 20, p. 402-409, 2005.
YANOVIAK, S. P.; DUDLEY, R.; KASPARI, M. Directed aerial descent in canopy ants.
Nature, London, v. 433, p. 624-626, 2005.
YU, D. W.; WILSON, H. B.; PIERCE, N. E. An empirical model of species coexistence in a
spatially structured environment. Ecology, Tempe, v. 82, p. 1761-1771, 2001.
Capítulo 10
Abelhas sociais (Bombini, Apini,
Meliponini)
Astrid M. P. Kleinert
Mauro Ramalho
Marilda Cortopassi-Laurino
Márcia F. Ribeiro
Vera L. Imperatriz-Fonseca
Introdução
Neste capítulo será abordado o papel do alimento na organização
das colônias de abelhas sociais, desde a atividade de forrageio até a
sua utilização na alimentação da prole, ressaltando também
características dos dois principais recursos coletados e processados por
elas, o pólen e o mel. Nas abelhas, a eussocialidade surgiu nos Apinae
e está presente nas tribos Bombini, Apini e Meliponini. Um dos conflitos
sociais mais evidentes se expressa na produção de sexuados e na
existência de uma casta reprodutiva especializada. O alimento tem forte
influência sobre a diferenciação de castas e o controle de sua
quantidade ou qualidade é um dos mecanismos centrais na vida social.
A atividade de forrageio nas flores e o processamento do alimento nas
colônias influenciam diretamente a vida social da colônia. Será dada
maior ênfase aos mecanismos descritos em Meliponini. Os Meliponini
são generalistas florais, mas apresentam atividade de forrageio seletiva
e, via de regra, o balanço econômico anual da colônia depende de
forrageio intensivo de poucas fontes florais de pólen e de néctar
disponíveis em cada habitat. A escolha das fontes de alimento é
mediada por características morfofuncionais das campeiras, estratégias
de forrageio (solitária ou coletiva) e por interações sociais na colônia e
no campo. Nas comunidades, a sobreposição alimentar entre espécies
é a regra, mas o papel da competição na organização das assembleias
locais é ainda bastante controvertido. As relações entre estratégias
reprodutivas das colônias, diversidade e distribuição de abundância nas
comunidades apenas começaram a ser exploradas em estudos
recentes.
Aquisição de recursos
As abelhas sociais alimentam-se basicamente de pólen (fonte de
proteína) e de néctar (fonte de carboidratos) coletados nas flores,
embora haja exceções. Algumas espécies de abelhas-sem-ferrão
(Meliponini) são necrófagas, alimentando-se de matéria orgânica em
decomposição [como Trigona hypogea Silvestri, Trigona necrophaga
Camargo & Roubik e Trigona crassipes (Fabricius)]; outras se
alimentam também de melato, solução açucarada produzida por
membracídeos; finalmente, algumas se especializaram em roubar
alimento dos ninhos de outras abelhas (abelhas cleptobióticas,
Lestrimelitta spp., nas Américas, e Cleptotrigona spp. na África).
O pólen
Como as plantas não podem se movimentar para encontrar seus
parceiros para a reprodução, principalmente as plantas com flores, as
angiospermas desenvolveram uma série de características que as
possibilitaram contornar essa dificuldade: atraem insetos ou outros
animais para as suas flores, de forma a favorecer o cruzamento entre
elas. Nas flores, as plantas disponibilizam alimento, néctar e pólen, e
utilizam várias características, como cores vibrantes, perfumes, pétalas
que atuam como plataformas de pouso, etc., para atrair os visitantes
florais que levarão os grãos de pólen (parte masculina) de uma flor até
o estigma de outra flor (parte feminina), fenômeno denominado
polinização.
As abelhas coletoras de pólen favorecem mais a polinização efetiva
das plantas do que as coletoras de néctar (FREE, 1966) e são mais
importantes para as espécies de plantas que não oferecem néctar ou
que apresentam anteras que liberam o pólen por meio de poros,
necessitando de atividade de coleta especializada, realizada somente
por algumas espécies de abelhas.
Ao contrário do néctar, oferecido ao longo do dia, o pólen das
plantas é um recurso oferecido de uma só vez. Ele é a principal fonte de
proteína para a maioria das abelhas e é usado para o desenvolvimento
da cria. Por fazer parte da dieta de outros insetos e por complementar a
dieta de morcegos, aves e marsupiais, o pólen transformou todos esses
animais, assim como as abelhas, em agentes polinizadores.
Valor proteico
O teor proteico dos grãos de pólen é muito variável, de 2,5% até
61% (BUCHMANN, 1986). Os nutrientes dos grãos de pólen estão
contidos no seu citoplasma e só podem ser aproveitados após um
processo digestivo e de contato com esse material, geralmente
realizado através de poros das suas camadas. As camadas mais
externas dos grãos, formadas de celulose e de esporopolenina,
compostos de difícil decomposição, não são digeridas e, como mantêm
sua estrutura externa, o grão pode ser identificado após passar pelo
trato digestivo dos animais. A indestrutividade dos grãos tem permitido
aos paleoecologistas reconstituírem a flora e o clima originais das
regiões onde eles ocorreram.
A proteína dos grãos de pólen consiste principalmente de enzimas
que atuam durante o crescimento do tubo polínico (STANLEY;
LINSKENS, 1974).
Roulston et al. (2000) mostraram que o teor proteico de grãos de
pólen de 377 espécies de plantas é altamente conservador dentro dos
gêneros (DP = 2,9%), famílias (DP = 4,7%) e divisões, com exceção
das famílias Cactaceae e Fabaceae. Os taxa das plantas com buzz-
pollination são todos ricos em proteínas (x = 47,8%), embora os grãos
de pólen apresentem os menores tamanhos.
Os grãos de pólen anemófilos apresentam menor teor proteico do
que os zoófilos, embora grãos de pólen anemófilos, como os de
Poaceae (milho) e de Moraceae (embaúba) sejam frequentemente
coletados por Apis mellifera e por espécies de Meliponini
(CORTOPASSI-LAURINO; RAMALHO, 1988). O teor proteico de grãos
de pólen das corbículas de alguns Meliponini da Região Amazônica
apresentou valores entre 15,7%-23,8% (SOUZA et al., 2004).
Microscopia do mel
Para coletar o néctar, as abelhas visitam principalmente os
nectários das flores. Dependendo das flores utilizadas para a coleta, o
néctar estará contaminado com o pólen das próprias flores. Quando se
observa o mel ao microscópio, podem ser identificados os grãos de
pólen das flores (Figura 9) que foram visitadas para a coleta do néctar.
Como regra geral, grãos de pólen mais representados serão os
indicadores da origem floral, ou seja, dos néctares que mais
contribuíram para a composição final do mel. Alguns grãos de pólen são
considerados indicadores geográficos por só serem produzidos em
determinadas localidades.
Figura 9. Grãos de pólen encontrados em lâminas de mel. O grão
isolado central é de Euphorbiaceae, identificado pelo padrão cróton de
ornamentação, e os outros grãos agrupados são de Mimosaceae
(Mimosa bimucronata e M. taimbensis).
Foto: Marilda Cortopassi-Laurino
Como explorar
Comparado com o mel de A. mellifera, o mel de meliponíneos tem
frequentemente maior porcentagem de água, maior acidez e menores
valores de pH (CORTOPASSI-LAURINO; GELLI, 1991). A alta
porcentagem de água torna esses méis mais susceptíveis à
fermentação, restringindo bastante o tempo e as condições favoráveis
de armazenamento.
A elaboração do Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade
de Méis de Meliponíneos enfrenta dois grandes problemas básicos: a
escassez de resultados de análises físico-químicas e a grande
variedade de abelhas produtoras.
Os estudos técnicos do mel têm sido direcionados para algumas
dezenas de espécies, principalmente de Melipona. Já foi sugerido um
protocolo para o controle do mel de Melipona, Scaptotrigona e de
Trigona, (VIT et al., 2004). Há embasamento técnico para uma proposta
preliminar de Legislação de Mel de Meliponini, considerando que já
foram analisadas mais de 700 amostras de 17 espécies. Dessas
amostras, há maior número de resultados para os parâmetros de teores
de umidade, pH, acidez, (livre e total), cinzas e HMF (hidroximetil-
furfural).
Entretanto, como essas características físico-químicas variam
muito, há a necessidade de ampliar o número de amostras para a
obtenção de um perfil consistente do mel da maioria dos gêneros e
espécies até agora estudados (BAZLEN, 2000; SOUZA et al., 2004,
2006; ALMEIDA; MARCHINI, 2006; CARVALHO et al., 2006;
CAVALCANTE et al., 2006; OLIVEIRA et al., 2006). Na Tabela 1 estão
sumarizados os resultados de análises do mel das espécies de
Meliponini em que foi possível totalizar pelo menos cinco amostras.
Trinidad/
M. favosa 511 31,2 M
Tobago
Melipona favosa
6 36,8 24,2 17,1 2,9 90,1 0,2 Venez. L
favosa
Melipona
20 3,3 43,5 28,8 5,8 BA T
mandacaia
M.
8 3,5 132,6(1) 32,2 0,4 SP C
quadrifasciata
M.
6 4,0 38,5(1) 25,5 3,8 1,8 0,1 BA X
quadrifasciata
M.
6 1,2–2,2 BA Z
quadrifasciata
M. scutellaris 7 0,7–19,8 BA Z
Melipona
62 33,0 Trinidad M
trinitalis
Scaptotrigona
7 3,9 66,6 26,9 1,0 México J
pachysoma
Tetragonisca
261 4,2 27,7 SP H
angustula
Tetragonisca
20 4,0 54,1 27,9 5,7 22,0 38,9 SP/BA Y
angustula
Tetragonisca
10 4,4 20,6(1) 23,9 7,5 30,0 0,4 SP R
angustula
Tetragonisca Costa
14 24,9 D
angustula Rica
Tetragonisca
7 4,2 74,7 25,0 0,3 SP C
angustula
(1)
Acidez livre. Todos os dados são do território brasileiro e quando não, estão identificados.
(2)
C: Cortopassi-Laurino (1997); D: Demera e Angert (2004); H: Iwama (1977); J: Santiesteban (1994); L: Vit et al. (1994);
M: Bijlsma et al. (2006); O: Oliveira, G.E. et al. (2006); R: Almeida D. e Marchini, L.C. (2006); S: Cavalcante et al. (2006);
T: Alves et al. (2005); U: Camargo et al. (2006); V: Souza et al. (2004, 2006); X: Oliveira, G.A. et al. (2006); Y: Bazlem
(2000); Z: Fonseca et al. (2006).
pH 3,3–4,2 4,0–4,4
Acidez livre <132,6 <20,6
Umidade <33,0 <27,7
Cinzas <0,5 <0,4
Atividades antibacterianas
Desde tempos remotos, o mel tem sido utilizado como agente
antibacteriano para o tratamento de feridas e queimaduras. Com o
crescimento da utilização de antibióticos, aumentou também o
aparecimento de bactérias resistentes a esses produtos. As
comunidades científica e médica iniciaram, então, uma busca por
alternativas potenciais aos antibióticos, incluindo aqui o estudo do mel.
Inicialmente, pensava-se que a propriedade antibacteriana do mel
estivesse associada à alta concentração de açúcares (± 80% para Apis)
e ao pH baixo. No entanto, alguns organismos capazes de sobreviver
em pH baixo, como Staphylococcus aureus, não sobreviviam no mel,
indicando que outras substâncias atuavam contra as bactérias. Essa
“inibina” foi mais tarde identificada como sendo o peróxido de
hidrogênio ou água oxigenada. Esse composto é produto da ação de
uma enzima produzida pela abelha (glicoseoxidase) no açúcar do mel
(glicose), resultando no ácido glucônico mais peróxido de hidrogênio. A
presença do H2O2 é maior no mel diluído.
Mesmo quando a produção de peróxido de hidrogênio é inibida
com a adição de catalase, ainda assim o mel dos meliponíneos mantém
atividade antibacteriana. Portanto, há ainda outros compostos que
precisam ser identificados quimicamente.
O mel não processado de A. mellifera tem sido recomendado como
agente tópico em feridas infectadas, úlceras crônicas e queimaduras,
com excelentes resultados na redução da infecção e na diminuição do
tempo de cura (TOSTES; LEITE, 1994). De modo similar, o mel de
meliponíneos também tem sido usado como agente tópico em picadas
de insetos e de cobras e inflamações oculares em vários países da
América Latina. Em laboratórios, o mel de meliponíneos tem
demonstrado capacidade bacteriostática e bactericida, igual ou maior
que o de A. mellifera, contra diversas cepas de bactérias, tanto Gram
positivas como negativas, porém com menor ação contra fungos e
leveduras (CORTOPASSI-LAURINO; GELLI, 1991; MARTINS et al.,
1997; GRAJALES-C. et al., 2001; DEMERA; ANGERT, 2004;
GONÇALVES et al., 2005; OLIVEIRA et al., 2005).
As Tabelas 3 e 4 apresentam um resumo do conhecimento atual
desses méis em relação ao seu poder inibidor e comparações com o de
Apis mellifera africanizada. Nesses testes, dois métodos têm sido
usados: o da diluição e aplicação em placas de Petri (ANONYME, 1977)
e o da difusão em ágar (BAUER et al., 1966). Desses méis, os mais
testados foram os das abelhas mais produtivas, como as Melipona e a
jataí. As bactérias mais testadas foram Staphylococcus aureus e
Pseudomonas aeruginosa, pois são os principais agentes infecciosos
de feridas e queimaduras.
Msc = 5 Ms = 2 Pl = 1 Ta = 3 Mq = 2 Tc = 1 Am = 20
Bacillus subtilis Caron 3,3 3,9 5,0 3,7 4,0 4,0 2,7
(1)
Cortopassi-Laurino e Gelli (1991).
Fonte: Anonyme (1977).
Microrganismos no mel
Existe grande interesse na caracterização de microrganismos
presentes no mel, pois esse produto das abelhas pode ser usado como
alimento ou como componente de drogas e cosméticos. O conteúdo
microbiano do mel afeta a sua “vida de prateleira” e o seu prazo de
validade para uso humano.
Os microrganismos associados com o mel são os fungos e as
bactérias formadoras de esporos. Os esporos estão presentes em todos
os lugares, mesmo dentro dos ninhos das abelhas. Podem ser
provenientes de fontes externas, como grãos de pólen, néctar, ar, trato
digestivo das abelhas, etc., e sobreviver no mel durante algum tempo
(SNOWDON; CLEVER, 1996). Fontes secundárias são as que podem
ser incorporadas ao mel a qualquer momento, após a sua retirada do
ninho, mas boas práticas de manuseio e de higiene controlam essas
contaminações.
As bactérias não se reproduzem no mel e um grande número de
formas vegetativas indica contaminações recentes no mel, a partir de
fontes secundárias. E como tem propriedades antibacterianas, espera-
se que o mel (de Apis) contenha baixo número e limitada diversidade de
microrganismos.
As análises da quantidade de microrganismos em mel de
meliponíneos estão nas Tabelas 5 e 6. Como não existem parâmetros
para esse mel, os resultados só indicam o número de unidades
formadoras de colônias (UFC/g ou mL). Os parâmetros para o mel de
Apis em Brasil (2000) aceitam até 100 UFC/g para fungos e leveduras.
M. fasciculata -
1,5 <10,0 <0,18 <0,18(3)
MA(1)
M. fasciculata - PA(1) 2,5 23,5 <0,18 <0,18
M. quadrifasciata -
25 615 <0,18 <0,18
SP
M. quinquefasciata - 1,5 55 <0,18 <0,18
GO
M. rufiventris - SP 55,0 2,3x103 <0,18 <0,18
Tetragona clavipes -
<1 7,0x103 <0,18 <0,18
SP
Tetragona clavipes -
50 3,3x103 <0,18 <0,18
SP
Tetragona clavipes -
100 1,4x103 <0,54 <0,54
SP
Tetragona clavipes -
<1 5,5 <0,18 <0,18
SP
Melipona sp. - AM(1) 2 3,0 <0,18 <0,18
Considerações finais
Os estudos sobre o hábito alimentar dos Apidae sociais têm
contribuído, especialmente, para a compreensão da energética ou
economia de forrageio desses animais. De manejo relativamente fácil,
no campo e no laboratório, as campeiras de Apis, Bombus e Meliponini
se ajustam bem aos objetivos de experimentos controlados, onde se
analisam comportamentos, benefícios e custos durante o forrageio. As
informações assim obtidas remetem, em última instância, à discussão
da “teoria da dieta ótima”, talvez uma controvérsia em si mesma (capaz
de encampar as exceções e dependente delas para explicar o
aperfeiçoamento dos consumidores no fluxo evolutivo em direção à
optimização), mas, sem dúvida, um paradigma biológico.
As colônias dos Apidae sociais são o centro da economia de
forrageio tanto em termos espaciais (o ponto fixo para o deslocamento)
como comportamentais (modificando o comportamento dos
forrageadores). Em uma retrospectiva da ecologia de A. mellifera,
Seeley (1985) observa que os estudos sobre o funcionamento da
colônia estão bem avançados, enquanto as investigações sobre as
condições históricas que propiciam o surgimento e o estabelecimento
de respostas específicas, como, por exemplo, um elaborado sistema de
comunicação, começaram a aparecer só no final do século 20. Está
havendo uma intersecção entre abordagens de fisiologia
comportamental (por que determinado tipo de colônia funciona) e de
ecologia comportamental (por que determinado tipo de funcionamento
foi selecionado). Nessa nova fase, a intensificação dos estudos nas
regiões tropicais será fundamental, pois esses ambientes são os
moldes sobre os quais se elaboraram complexos mecanismos
ecológicos e, aí, se diferenciaram muitas variantes geográficas de A.
mellifera, além de centenas de espécies de meliponíneos.
Quando populações são isoladas por quaisquer barreiras, passam
a ter histórias evolutivas independentes. Entre essas barreiras, a
diferenciação genética tem, frequentemente, efeitos populacionais e
ecológicos irreversíveis. Assim, na tribo Meliponini, há centenas de
espécies com histórias evolutivas independentes que partilham as
características básicas do ancestral comum, possuem ampla
distribuição geográfica e, muitas vezes, ocupam o mesmo habitat.
Diante desses fatos, surge uma pergunta básica: que mecanismos
regulam a coexistência?
Em termos de ecologia alimentar, cada espécie de Meliponini traz
“soluções” já encontradas pelo ancestral, mais ou menos alteradas, as
quais se sobrepõem às próprias aquisições, de modo que cada sistema
colonial funciona e atua sobre o meio, repetindo, em parte, a
necessidade de manutenção da eficiência de forrageio, em diferentes
ambientes ou fontes alimentares, e a diferenciação do hábito alimentar
para escapar às pressões interespecíficas, representadas pelas
características ancestrais. A aparente contradição entre esses dois
“objetivos” ecológicos, provavelmente, foi solucionada pela
diversificação morfofuncional, muitas vezes sutil, mas que, ainda assim,
viabilizou, em termos econômicos, estratégias específicas de uso das
fontes florais de alimentos e a ocupação diferenciada dos habitats.
Ainda assim, comparações entre a maioria das comunidades locais de
Meliponini revelam variações relativamente moderadas no número de
espécies coexistentes, indicando que há limites também mais estreitos
para o empacotamento de abelhas sociais generalistas nos
ecossistemas.
Nos últimos anos, informações sobre o hábito alimentar dos
Meliponini têm se acumulado, mas ainda com muitas lacunas básicas
diante do grande número de espécies. Além disso, houve poucas
tentativas de se relacionar a expressão de características
morfofuncionais às condições de disponibilidade de alimento. Desse
modo, o traçado de paralelismos sobre o modo de alocação de recursos
entre colônias de espécies próximas (por exemplo, de um mesmo
gênero) e distantes é um campo em aberto para a pesquisa que, sem
dúvida, ajudará a compreender os mecanismos comportamentais e
ecológicos que viabilizaram a coexistência e, portanto, foram
importantes para eventuais divergências no hábito alimentar (por
exemplo, preferências florais) e para o encontro de soluções específicas
no funcionamento colonial (por exemplo, tipo de sistema de
comunicação).
Referências
ABSY, M. L.; KERR, W. E. Algumas plantas visitadas para obtenção de pólen por operárias de
Melipona seminigra merrilae em Manaus. Acta Amazônica, Manaus, v. 7, p. 303-315, 1977.
ALFORD, D. V. Bumblebees. London, UK: Davis-Poynter, 1975. 352p.
ALMEIDA, D.; MARCHINI, L. C. Características físico-químicas de amostras de mel da abelha
jataí (Tetragonisca angustula) provenientes do Município de Piracicaba-SP. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE APICULTURA, 16., Aracaju, 2006. Anais... Aracaju: Imagem, 2006. 1 CD-
ROM.
ALVES, R. M. O.; CARVALHO, C. A. L.; SOUZA, B. A.; SODRÉ, G. S.; MARCHINI, L. C.
Características físico-químicas de amostras de mel de Melipona mandacaia Smith
(Hymenoptera: Apidae). Ciências e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 25, n. 4, p. 644-
650, 2005.
ANONYME. Méthodes officielles d´analyse du miel. Journal Officiel de la République
Française, Paris, FR, 22 avril 1977, p. 3485-3514.
ANTONINI, Y.; COSTA, R. G.; MARTINS, R. P. Floral preferences of a neotropical stingless bee,
Melipona quadrifasciata Lepeletier (Apidae: Meliponina) in na urban forest fragment. Brazilian
Journal of Biology, São Carlos, v. 66, p. 463-471, 2006.
ANVISA. Resolução n° 12, de 2 de janeiro de 2001. Regulamento técnico sobre os padrões
microbiológicos para alimentos. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília,
DF, 10 jan. 2001. Seção 1.
ARAÚJO, E. D.; COSTA, M.; CHAUD-NETTO, J.; FOWLER, H. G. Body size and flight distance
in stingless bees (Hymenoptera: Meliponini): inference of flight range and possible ecological
implications. Brazilian Journal of Biology, São Carlos, v. 64, p. 563-568, 2004.
AZEVEDO, G. G. Atividade de voo e determinação do número de ínstares larvais em
Partamona helleri (Friese) (Hymenoptera, Apidae, Meliponinae). 1997. 64 p. Dissertação
(Mestrado) - Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais.
BARTH, M. O. O pólen no mel brasileiro. Rio de Janeiro: Luxor, 1989. 151 p.
BATISTA, M. A.; RAMALHO, M.; SOARES, A. E. E. Nesting sites and abundance of Meliponini
(Hymenoptera: Apidae) in heterogeneous habitats of the Atlantic Rain Forest, Bahia, Brazil.
Lundiana, Belo Horizonte, v. 4, p.19-23, 2003.
BAUER, A. W.; KIRBY, W. M. M.; SHERRIS, J. C.; TURK, M. Antibiotic susceptibility testing by a
standardized single disk metodo. American Journal of Clinical Pathology, Philadelphia, v. 45,
p. 493-496, 1966.
BAZLEM, K. Charakterisierung von Honigen Stachelloser Bienen aus Brasilien. 2000. 136
p. Thesis (Doktor) – Fakultäd für Biologie der Eberhard-Karls, Universität Tubingen, Tübingen.
BEETSMA, J. The process of queen-worker differentiation in the honeybee. Bee World, Cardiff,
v. 60, p. 24-39, 1979.
BIESMEIJER, J. C.; SLAA, E. J. The structure of eusocial bee assemblages in Brazil.
Apidologie, Paris, FR, v. 37, p. 240-258, 2006.
BIJLSMA, L.; BRUIJN, L. L. M.; MARTENS, E. P.; SOMMEIJER, M. J. Water content of stingless
bees honeys (Apidae, Meliponini): interspecific variation and comparison with honey of Apis
mellifera. Apidologie, Paris, FR, v. 37, p. 480-486, 2006.
BOGDANOV, S.; MARTIN, P.; LULLMANN, C. Harmonised methods of the European Honey
Commission. Apidologie, Paris, FR, extra-issue, p. 1-59, 1997.
BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Instrução Normativa nº 11, 20 de outubro
de 2000. Aprova o regulamento técnico de identidade e qualidade de mel. Diário Oficial [da]
República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 23 out. 2000. Seção 1, p. 23.
BREED, M. D.; MCGLYNN, T. P.; SANCTUARY, M. D.; STOCKER, E. M.; CRUZ, R. Distribution
and abundance of selected meliponine species in a Costa Rican tropical wet forest. Journal of
Tropical Ecology, Cambridge, v. 15, p. 765-777, 1999.
BRIAN, M. V. Caste determination in social insects. Annual Review of Entomology, Palo Alto,
v. 2, p. 107-120, 1957.
BROWERS, E. V. M. Glucose/fructose ratio in the food of honeybee larvae during caste
differentiation. Journal of Apicultural Research, Cardiff, v. 23, p. 94-101, 1984.
BROWERS, E. V. M.; EBERT, R.; BEETSMA, J. Behavioral and physiological aspects of nurse
bees in relation to the composition of larval food during caste differentiation in the honeybee.
Journal of Apicultural Research, Cardiff, v. 26, p. 11-23, 1987.
BRUIJN, DE L. L. M.; SOMMEIJER, M. J. Colony foraging in different species of stingless bees
(Apidae, Meliponinae) and the regulation of individual nectar foraging. Insectes Sociaux, Paris,
FR, v. 44, p. 35-47, 1997.
BUCHMANN, S. L. Vibratile pollination in Solanum and Lycopersicon: alook at pollen chemistry.
In: D’ARCY, W. G. (Ed.). Solanaceae: biology and systematics. New York: Columbia University,
1986. p. 237-252.
CAMARGO, J. M. F.; ROUBIK, D. Systematics and bionomics of the apoid obligate
necrophages: the Trigona hypogea group. Biological Journal of the Linnean Society, London,
UK, v. 44, p.13-39, 1991.
CAMARGO, J. M. F.; WITTMANN, D. Nest architeture and distribution of the primitive stingless
bee, Mourella caerulea (Hymenoptera, Apidae, Meliponinae): evidence for the origin of Plebeia
(s.lat.) on the Gondwana Continent. Studies on Neotropical Fauna and Environment,
Amsterdam, NL, v. 24, p. 213-229, 1989.
CAMARGO, R. C. R.; BRITO NETA, M. S.; RIBEIRO, J. G.; AZEVEDO, M. C.; BARRETO, A. L.
H.; PEREIRA, F. M.; LOPES, M. T. R. Avaliação da qualidade do mel de jandaíra (Melipona
subnitida Ducke) produzido em área Resex do Delta do Parnaíba, por meio de análises físico-
químicas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE APICULTURA, 16., 2006. Anais... Aracaju:
Imagem, 2006. 1 CD-ROM.
CAMPOS, G.; DELLA-MODESTA, R. C.; SILVA, T. J.P.; BAPTISTA, K. E.; GOMIDES, M. F.;
GODOY, R. L. Classificação do mel em floral ou mel de melato. Ciência e Tecnologia de
Alimentos, Campinas, v. 23, n. 1, p. 1-5, 2003.
CARVALHO, C. A. L.; SODRÉ, G. S.; SOUZA, B. A.; FONSECA, A. A. O.; CAVALCANTE, S. M.
P.; OLIVEIRA, G. A.; MARCHINI, L. C. Composição físico-química de méis de diferentes
espécies de abelhas-sem-ferrão provenientes da Ilha de Itaparica, Bahia. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE APICULTURA, 16., 2006. Anais... Aracaju: Imagem, 2006. 1 CD-ROM.
CASTILHO-HYODO, V. C. Rainha ou operária? um ensaio sobre a determinação de castas em
Schwarziana quadripunctata (Lepeletier, 1836) (Hymenoptera, Apidae, Meliponini). 2002. Tese
(Doutorado Ecologia) – Universidade de São Paulo, São Paulo.
CAVALCANTE, S. M. P.; SODRÉ, G. S.; CARVALHO, C. A. L.; FONSECA, A. A. O.; SOUZA, B.
A.; OLIVEIRA, G. A.; SANTOS, T. B. A. Características físico-químicas de méis de Melipona
scutellaris de diferentes municípios do Estado da Bahia. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
APICULTURA, 16., 2006. Anais... Aracaju: Imagem, 2006.
CAVASIN-OLIVEIRA, G.; CRUZ-LANDIM, C. Aspectos ultra-estruturais da glândula hipofaríngea
de operária de Trigona hypogea (Hymenoptera, Apidae, Meliponinae). In: COLÓQUIO DA
SOCIEDADE BRASILEIRA DE MICROSCOPIA ELETRÔNICA, 13., 1991. Caxambu. Anais…
Caxambu: [s.n.], 1991, p. 177.
CORTOPASSI-LAURINO, M. Comparing some physico-chemical parameters between stingless
bee and africanized Apis mellifera honeys from Brazil. In: INTERNATIONAL APICULTURAL
CONGRESS OF APIMONDIA, 35., 1997, Antwerp, BE. Proceedings… Antwerp, BE:
Apimondia, 1997. p. 351.
CORTOPASSI-LAURINO, M.; GELLI, D. S. Analyse pollinique, propriété physico-chimiques et
action antibactérienne des miels d´abeille africanisées Apis mellifera et de Méliponinés du Brésil.
Apidologie, Paris, FR, v. 22, p. 61-73, 1991.
CORTOPASSI-LAURINO, M.; IMPERATRIZ-FONSECA, V. L.; ROUBIK, D. W.; DOLLIN, A.;
HEARD, T.; AGUILAR, I.; EARDLEY, C.; NOGUEIRA-NETO, P. Global meliponiculture:
challenges and opportunities. Apidologie, Paris, v. 37, p. 275-292, 2006.
CORTOPASSI-LAURINO, M.; RAMALHO, M. Pollen harvest by Africanized Apis mellifera and
Trigona spinipes in São Paulo: botanical and ecological views. Apidologie, Paris, FR, v. 19, p.
1-24, 1988.
CRANE, E. O livro do mel. São Paulo: Nobel, 1987. 226 p.
DARCHEN, R.; DELAGE-DARCHEN, B. Facteur determinant les castes chez les trigones (Hym.,
Apidae). Comptes Rendus de l’Académie des Sciences, Paris, FR, v. D 270, p. 1372-1373,
1970.
DARCHEN, R.; DELAGE-DARCHEN, B. Le déterminisme des castes chez les Trigones
(Hyménoptères Apidés). Insectes Sociaux, Paris, FR, v.18, p. 121-134, 1971.
DELAGE-DARCHEN, B.; DARCHEN, R. Les enzymes digestives de diverses abeilles socials et
en particulier de Dactylurina staudingeri. Publications Scientifiques Aceleres, Paris, FR, v. 5,
p. 28, 1984.
DEMERA, J. H.; ANGERT, E. R. Comparison of the antimicrobial activity of honey produced by
Tetragonisca angustula (Meliponinae) and Apis mellifera from different phytogeographic regions
of Costa Rica. Apidologie, Paris, FR, v. 35, p. 411-417, 2004.
ENGELS, W.; IMPERATRIZ-FONSECA, V. L. Caste development, reproductive strategies and
control of fertility in honeybees and in stingless bees. In: ENGELS, W. (Ed.). Social insects, an
evolutionary approach to caste reproduction. Berlin, DE: Springer Verlag, 1990. p. 167-230.
FAEGRI, K.; VAN DER PIJL, L. The principles of pollination ecology. 3rd ed. Oxford:
Pergamon, 1979. 244 p.
FAUSTINO, C. D.; MATOS, E. V. S.; MATEUS, S.; ZUCCHI, R. First record of emergency queen
rearing in stingless bees. Insectes Sociaux, Paris, FR, v. 49, p. 11-113, 2002.
FIDALGO, A. O.; KLEINERT, A. M. P. Foraging behavior of Melipona rufiventris Lepeletier
(Apinae, Meliponini) in Ubatuba/SP, Brazil. Brazilian Journal of Biology, São Carlos, v. 67, p.
137-144, 2007.
FOWLER, H. G. Responses by stingless bee to a subtropical environment. Revista de Biologia
Tropical, San Jose, CR, v. 27, p. 111-118, 1979.
FREE, J. B. The pollinating efficiency of honey-bee visits to apple flowers. The Journal of
Horticultural Science, Ashford, v. 41, p. 91-94, 1966.
FREE, J. B.; FERGUSON, A. W.; SIMPKINS, J. R. The effect of different periods of brood
isolation on subsequent brood-cell visits by worker honeybees (Apis mellifera L.). Journal of
Apicultural Research, Cardiff, v. 28, p. 22-25, 1989.
FREE, J.B.; BUTLER, C.G. Bumblebees. London, UK: HarperCollins, 1959. 208p.
GARY, N. E. Diurnal variation in the intensity of flight activity from honeybee colonies. Journal of
Apicultural Research, Cardiff, v. 6, p. 65-68, 1967.
GÉNISSEL, A.; AUPINEL, P.; BRESSAC, C.; TASEI, J. N.; CHEVRIER, C. Influence of pollen
origin on performance of Bombus terrestris micro-colonies. Entomologia Experimentalis et
Applicata, Dordrecht, v. 104, p. 329-336, 2002.
GILLIAM, M. Identification and roles of non-pathogenic microflora associated with honey bees.
FEMS Microbiology Letters, Oxford, v. 155, p. 1-10, 1997.
GILLIAM, M.; BUCHMANN, S. L.; LORENZ, B. J. Microbiology of the larval provisions of the
stingless bee, Trigona hypogea, an obligate necrophage. Biotropica, Washington, DC, v. 17, n.
1, p. 28-31, 1985.
GILLIAM, M.; MORTON, H. L. Bacteria belonging to genus Bacillus isolated from honey bees,
Apis mellifera, fed 2,4-d and antibiotics (1). Apidologie, Paris, FR, v. 9, p. 213-221, 1978.
GILLIAM, M.; ROUBIK, D. W.; LORENZ, B. J. Microorganisms associated with pollen, honey,
and brood provisions in the nest of a stingless bee, Melipona fasciata. Apidologie, Paris, FR, v.
21, p. 89-97, 1990.
GONÇALVES, A. L.; ALVES FILHO, A.; MENEZES, H. Atividade antimicrobiana do mel da
abelha nativa sem ferrão Nannotrigona testaceicornis (Hymenoptera: Apidae, Meliponini).
Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, v. 72, p. 455-459, 2005.
GRAJALES-C, J.; RINCON, M.; VANDAME, R.; SANTIESTEBAN, A.; GUZMAN, M.
Caracteristicas físicas, químicas y efecto microbiológico de mieles de meliponinos y Apis
mellifera de la Region Soconusco, Chiapas. In: SEMINÁRIO MEXICANO SOBRE ABEJAS SIN
AGUIJÓN, 2., 2001, Mérida. Memmórias…[S.l.: s.n], 2001. p. 61-66.
GUIBU, L. S.; IMPERATRIZ-FONSECA, V. L. Atividade externa de Melipona quadrifasciata
quadrifasciata Lepeletier (Hymenoptera, Apidae, Meliponinae). Ciência e Cultura, Campinas, v.
36, p. 623, 1984.
HARTFELDER, K.; ENGELS, W. The composition of larval food in stingless bees: evaluating
nutritional balance by chemosystematic methods. Insectes Sociaux, Paris, v. 36, n. 1, p. 1-14,
1989.
HARTFELDER, K.; MAKERT, G. R.; JUDICE, C. C.; PEREIRA, G. A. G.; SANTANA W. C.;
DALLACQUA, R.; BITONDI, M. M. G. Physiological and genetic mechanisms underlying caste
development, reproduction and division of labor in stingless bees. Apidologie, Paris, FR, v. 37,
p. 144-163, 2006.
HEINRICH, B. Bumblebee economics. Cambridge: Harvard University, 1979.
HILÁRIO, S. D.; IMPERATRIZ-FONSECA, V. L.; KLEINERT, A. M. P. Flight Activity and colony
strength in the stingless bee Melipona bicolor bicolor (Apidae, Meliponinae). Revista Brasileira
de Biologia, São Carlos, v. 60, n. 2, p. 299-306, 2000.
HILÁRIO, S. D.; IMPERATRIZ-FONSECA, V. L.; KLEINERT, A. M. P. Responses to climatic
factors by foragers of Plebeia pugnax Moure (in litt.) (Apidae, Meliponinae). Revista Brasileira
de Biologia, São Carlos, v. 61, n. 2, p. 191-196, 2001.
HOFSTEDE, F. E.; SOMMEIJER, M. J. Effect of food avalilability on individual foraging
specialization in the stingless bee Plebeia tobagoensis (Hymenoptera, Meliponini). Apidologie,
Paris, FR,v. 37, p. 387-397, 2006.
HUANG, Z. Y.; OTIS, G. W. Nonrandom visitation of brood cells by worker honeybees
(Hymenoptera: Apidae). Journal of Insect Behavior, New York, v. 4, p. 177-184, 1991.
HUBBELL, S. P.; JOHNSON, L. K. Comparative foraging behavior of six stingless bees species
exploiting a standardized resource. Ecology, Washington, DC, v. 59, p. 1123-1136, 1978.
HUBBELL, S. P.; JOHNSON, L. K. Competition and nest spacing in a tropical stingless bee
community. Ecology, Washington, DC, v. 58, p. 949-965, 1977.
IMPERATRIZ-FONSECA, V. L.; DARAKJIAN, P. Flight activity of Schwarziana quadripunctata
quadripunctata (Apidae, Meliponinae): influence of environmental factors. In: INTERNATIONAL
BEHAVIOURAL ECOLOGY CONGRESS, 1994, Nottingham. Abstracts... Nottingham: [s.n.],
1994. p. 86.
IMPERATRIZ-FONSECA, V. L.; KLEINERT-GIOVANNINI, A.; CORTOPASSI-LAURINO, M.;
RAMALHO, M. Hábitos de coleta de Tetragonisca angustula angustula Latreille (Hymenoptera,
Apidae, Meliponinae). Boletim de Zoologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 8, p.
115-131, 1984.
IMPERATRIZ-FONSECA, V. L.; KLEINERT-GIOVANNINI, A.; PIRES, J. T. Climate variations
influence on the flight activity of Plebeia remota Holmberg (Hym., Apidae, Meliponinae). Revista
Brasileira de Entomologia, Curitiba, v. 29, p. 427-434, 1985.
IMPERATRIZ-FONSECA, V. L.; OLIVEIRA, M. A. C.; IWAMA, S. Notas sobre o comportamento
de rainhas virgens de Plebeia (Plebeia) remota Holmberg (Apidae, Meliponinae). Ciência e
Cultura, Campinas, v. 27, n. 6, p. 665-669, 1975.
IWAMA, S. Coleta de alimentos e qualidade do mel de Tetragonisca angustula angustula
Latreille (Apidae, Meliponinae). 1977. 134 p. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) –
Universidade de São Paulo, São Paulo.
JOHNSON, L. K. Foraging strategies and the structure of stingless bee communities in Costa
Rica. In: JAISSON, P. (Ed.). Social Insects in the tropics 2. Paris, FR: Université Paris-Nord,
1983. p. 31-58.
JOHNSON, L. K. Patterns of communication and recruitment in stingless bees. In: BREED, M.
D.; MICHENER, C. D.; EVANS, H. E. (Ed.). The biology of social insects. Boulder: Westview,
1982. p. 323-34.
JOHNSON, L. K.; HUBBELL, S. P. Aggression and competition among stingless bees: field
studies. Ecology, Washington, v. 55, p. 120-127, 1974.
JOHNSON, L. K.; HUBBELL, S. P. Contrasting foraging strategies and coexistence of two bee
species on a single resource. Ecology, Washington, DC, v. 56, p. 1398-1406, 1975.
JOHNSON, L. K.; HUBBELL, S. P.; FEENER, D. H. Defense of food supply by eusocial colonies.
American Zoologist, New York, v. 27, p. 347-358, 1987.
JUDICE, C.; HARTFELDER, K.; PEREIRA, G. A. G. Caste specific gene expression profile in the
stingless bee Melipona quadrifasciata - are there common patterns in highly eusocial bees.
Insectes Sociaux, Paris, FR, v. 51, p. 352-358, 2004.
JUNG-HOFFMAN, J. Die Determination von Königin und Arbeiterin der Honigbiene. Zeitschrift
für Bienenforschung, München, v. 8, p. 296-322, 1966.
KATAYMA, E. Egg-laying habits and brood development in Bombus hypocrita (Hymenoptera,
Apidae). II. Brood development and feeding habits. Kontyû, Tókio, JP, v. 43, p. 478-496, 1975.
KATAYMA, E. Observations on the brood development in Bombus ignitus (Hymenoptera,
Apidae). II. Brood development and feeding habits. Kontyû, Tókio, JP, v. 41, p. 203-216, 1973.
KATAYMA, E. Studies on the development of the broods of Bombus diversus Smith
(Hymenoptera, Apidae). II. Brood development and feeding habits. Kontyû, Tókio, JP, v. 34, p.
8-17, 1966.
KERR, W. E. Estudos sobre o gênero Melipona. Anais da Escola Superior de Agricultura
“Luiz de Queiroz”, São Paulo, v. 5, p. 181-291, 1948.
KERR, W. E. Evolution of the mechanism of caste determination in the genus Melipona.
Evolution, Lancaster, v. 4, p. 7-13, 1950a.
KERR, W. E. Formação de castas no gênero Melipona (Illiger, 1806) - nota prévia. Anais da
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, São Paulo, v. 3, p. 299-312, 1946.
KERR, W. E. Genetic determination of castes in the genus Melipona. Genetics, Baltimore, v. 35,
p. 143-152, 1950b.
KERR, W. E. Some aspects of the evolution of social bees (Apidae). In: DOBZHANSKY, T.;
HECHT, M. K.; STEERE, W. C. (Ed.). Evolutionary biology. New York: Appleton-Century
Crofts, 1969. v. 3, p. 119-175.
KERR, W. E.; NIELSEN, R. A. Evidences that genetically determined Melipona queens can
become workers. Genetics, Baltimore, v. 54, p. 359-866, 1966.
KERR, W. E.; STORT, A. C.; MONTENEGRO, M. J. Importância de alguns fatores ambientais na
determinação de castas do gênero Melipona. Anais da Academia Brasileira de Ciência, Rio
de Janeiro, v. 38, p. 149-168, 1966.
KLEINERT-GIOVANNINI, A. The influence of climatic factors on flight activity of Plebeia emerina
(Hym., Apidae, Meliponinae) in winter. Revista Brasileira de Entomologia, Curitiba, v. 26, p. 1-
13, 1982.
KLEINERT-GIOVANNINI, A.; IMPERATRIZ-FONSECA, V. L. Aspects of the trophic niche of
Melipona marginata marginata (Apidae, Meliponinae). Apidologie, Paris, v. 18, p. 69-100, 1987.
KLEINERT-GIOVANNINI, A.; IMPERATRIZ-FONSECA, V. L. Flight activity and climatic
conditions: responses by two subspecies of Melipona marginata Lepeletier (Apidae,
Meliponinae). Journal of Apicultural Research, Cardiff, v. 25, p. 3-8, 1986.
LE COMTE, Y.; SRENG, L.; POITOUT, S. H. Brood pheromone can modulate the feeding
behavior of Apis mellifera workers (Hymenoptera: Apidae). Journal of Economic Entomology,
Lanham, v. 88, p. 798-804, 1995.
LEVIN, D. A. Pollinator behavior and the feeding structure of plant-population. In: RICHARDS, A.
J. (Ed.). The pollination of flowers by insects. New York: Academic, 1978. p. 133-150.
LINDAUER, M. Ein Beitrag zur Frage der Arbeitsteilung im Bienenstaat. Zeitschrift für
Vergleichende Physiologie, Berlin, v. 34, p. 299-345, 1952.
LINDAUER, M.; KERR, W. E. Communications between workers of stingless bees. Bee World,
Cardiff, v. 41, p. 29-41, 1960.
MACHADO, J. O. Simbiose entre as abelhas sociais brasileiras (Meliponinae, Apidae) e uma
espécie de bactéria. Ciência e Cultura, São Paulo, v. 23, p. 625-633, 1971.
MAKERT, G. R.; PAXTON, R. J.; HARTFELDER, K. An optimized method for the generation of
AFLP markers in a stingless bee (Melipona quadrifasciata) reveals a high degree of genetic
polymorphism. Apidologie, Paris, FR, v. 37, p. 687-698, 2006.
MARTINS, C. F.; MOURA, A. C. A.; BARBOSA, M. R. V. Bee plants and relative abundance of
corbiculate Apidae species in a Brazilian Caatinga área. Revista Nordestina de Biologia, João
Pessoa, v. 17, p. 63-74, 2003.
MARTINS, S. C. S.; ALBUQUERQUE, L. M. B.; MATOS, J. H. G.; SILVA, G. C.; PEREIRA, A. I.
B. Atividade antibacteriana em méis de abelhas africanizadas (Apis mellifera) e nativas
(Melipona scutellaris, Melipona subnitida e Scaptotrigona bipunctata) do Estado do Ceará.
Higiene Alimentar, São Paulo, v. 52, p. 50-53, 1997.
MATEUS, S.; NOLL, F. B. Predatory behavior in a necrophagous bee, Trigona hypogea
(Hymenoptera, Apidae, Meliponini). Naturwissenschaften, Berlin, DE, v. 91, p. 94-96, 2004.
MICHENER, C. D. The social behaviour of the bees, a comparative study. Cambridge:
Harvard University, 1974. 404 p.
MONTEIRO, D.; RAMALHO, M. Abelhas generalistas (Meliponina) e sucesso reprodutivo de
árvores com florada em massa de Stryphnodendron pulcherrimum (Willd.) Hochr., (Fabales-
Mimosaceae) na Mata Atlântica (Bahia). Neotropical Entomology, Londrina, 2009. Aceito para
publicação.
MOO-VALLE, H.; QUEZADA-EUÁN, J. J. G.; WENSELEERS, T. The effect of food reserves on
the production of sexual offspring in the stingless bee Melipona beecheii (Apidae, Meliponini).
Insectes Sociaux, Paris, FR, v. 48, p. 398-403, 2001.
MORETI, A.C.C.C.; MARCHINI, L. C.; SOUZA, V. C.; RODRIGUES, R. R. Atlas de pólen de
plantas apícolas. Rio de Janeiro: Papel Virtual, 2002. 93 p.
MORITZ, R. F. A. Nourishment and sociality in honeybees. In: HUNT J. H.; NALEPA, C. A. (Ed.).
Nourishment and evolution in insectes societes. Boulder: Westview, 1994. p. 345-390.
NATES-PARRA, G. Biodiversidad y meliponicultura en el Piedemonte Llanero, Meta, Colombia.
In: ENCONTRO SOBRE ABELHAS, 7., 2006. Ribeirão Preto. Anais... Ribeirão Preto: FFCLRP-
USP. 1 CD-ROM.
NOGUEIRA-NETO, P. Vida e criação de abelhas indígenas sem ferrão. São Paulo:
Nogueirapis, 1997. 446 p.
NOLL, F. B.; ZUCCHI, R.; JORGE, J. A.; MATEUS, S. Food collection and maturation in the
necrophagous stingless bee, Trigona hypogea (Hymenoptera, Meliponinae). Journal of the
Kansas Entomological Society, Lawrence, v. 69, n. 4, p. 287-293, 1997.
NUÑEZ, J. A. Foraging efficiency and survival of African Honeybees in the tropics. In:
ENCONTRO SOBRE ABELHAS, 4., 2000. Ribeirão Preto, Anais... Ribeirão Preto: [s.n.], 2000.
p. 9-16.
OLIVEIRA, G. A.; SODRÉ, G. S.; CARVALHO, C. A. L.; SOUZA, B. A.; CAVALCANTE, S. M. P.;
FONSECA, A. A. O. Análises físico-químicas de méis de Melipona quadrifasciata do semi-árido
da Bahia. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE APICULTURA, 16., 2006, Aracaju. Anais...
Aracaju: Imagem. 1 CD-ROM.
OLIVEIRA, G. E.; COSTA, M. C. P.; NASCIMENTO, A. R.; NETO, V. M. Qualidade
microbiológica do mel de tiúba (Melipona compressipes fasciculata Smith) produzido no Estado
do Maranhão. Higiene Alimentar, São Paulo, v. 19, p. 92-133, 2005.
OLIVEIRA, G. E.; SILVEIRA, L. M. S.; NASCIMENTO, A. R.; NETO, V. M. Avaliação de
parâmetros físico-químicos do mel de tiúba (Melipona compressipes fasciculata Smith)
produzido no Estado do Maranhão. Higiene Alimentar, São Paulo, v. 20, p. 74-81, 2006.
OLIVEIRA, M. A. C. Algumas observações sobre a atividade externa de Plebeia saiqui e
Plebeia droryana. 1973. 79 p. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) – Universidade
de São Paulo, São Paulo.
PAIN, J.; MAUGENET, J. Recherches biochimiques et physiologiques sur le pollen emmaganisé
para les abeilles. Annales de l’Abeilles, Paris, FR, v. 9, p. 209-236, 1966.
PEREBOOM, J. J. M. “… While they banquet splendly the future mother…” The
significance of trophogenic and social factors on caste determination and differentiation
in the bumble bee Bombus terrestris. 1997. 101 p. Thesis. (PhD) - University of Utrecht,
Utrecht.
PEREBOOM, J. J. M. Food, feeding and caste differentiation in bumble bees. In:
INTERNATIONAL CONGRESS OF ENTOMOLOGY, 20. , 1996, Firenzi. Proceedings... Firenze:
[s.n.], 1996, p. 390.
PEREBOOM, J. J. M. The composition of larval food and the significance of exocrine secretions
in the bumblebee Bombus terrestris. Insectes Sociaux, Paris, FR, v. 47, p. 11-20, 2000.
PEREBOOM, J. J. M.; SHIVASHANKAR, T. Larval food processing by adult bumble workers. In:
INTERNATIONAL CONGRESS OF IUSSI, 12., 1994, Paris, FR. Proceedings… Paris, FR:
Université Paris, 1994. p. 495.
PIRANI, J. R.; CORTOPASSI-LAURINO, M. Flores e abelhas em São Paulo. São Paulo:
Edusp, 1993. 192 p.
PLOWRIGHT, R. C.; JAY, S. C. Caste differentiation in bumble bees (Bombus Latr.: Hym.). I. The
determination of female size. Insectes Sociaux, Paris, FR, v. 15, p. 171-192, 1968.
PLOWRIGHT, R. C.; JAY, S. C. On the size determination of bumble bee castes (Hymenoptera:
Apidae). Canadian Journal of Zoology, Ottawa, CA, v. 55, p. 1133-1138, 1977.
PLOWRIGHT, R. C.; PENDREL, B. A. Larval growth in bumble bees (Hymenoptera: Apidae).
The Canadian Entomologist, Ottawa, CA, v. 109, p. 967-973, 1977.
PYKE, G. H. Optimal foraging theory: a critical review. Annual Review of Ecology and
Systematics, Palo Alto, v. 15, p. 523-575, 1984.
RAMALHO, M. Diversidade de abelhas (Apoidea, Hymenoptera) em um remanescente de
Floresta Atlântica, em São Paulo. 1995. 144 p. Tese (Doutorado em Ecologia) – Universidade
de São Paulo, São Paulo.
RAMALHO, M. Foraging by stingless bees of the genus Scaptotrigona (Apidae, Meliponinae).
Journal of Apicultural Research, Cardiff, v. 29, p. 61-67, 1990.
RAMALHO, M. Stingless bees and mass flowering trees in the canopy of Atlantic Forest: a tight
relationship. Acta Botânica Brasillica, São Paulo, v. 18, p. 37-47, 2004.
RAMALHO, M.; BATISTA, M. A. Polinização na Mata Atlântica: perspectiva ecológica da
fragmentação. In: FRANKE C. R.; ROCHA, P. L. B.; KLEIN, W.; GOMES, S. L. (Org.). Mata
Atlântica e Biodiversidade. Salvador: Ed. Universidade Federal da Bahia, 2005. p. 93-142.
RAMALHO, M.; GIANNINI, T. C.; MALAGODI-BRAGA, K. S.; IMPERATRIZ-FONSECA, V. L.
Pollen harvest by stingless bee foragers (Hymenoptera, Apidae, Meliponinae). Grana, Norway,
v. 33, p. 239-244, 1994.
RAMALHO, M.; IMPERATRIZ-FONSECA, V. L.; GIANNINI, T. C. Within colony-size variation of
foragers and pollen load capacity in the stingless bee Melipona quadrifasciata anthidioides
Lepeletier (Apidae, Hymenoptera). Apidologie, Paris, FR, v. 29, p. 221-228, 1998.
RAMALHO, M.; IMPERATRIZ-FONSECA, V. L.; KLEINERT-GIOVANNNI, A.; CORTOPASSI-
LAURINO, M. Exploitation of floral resources by Plebeia remota Holmberg (Apidae,
Meliponinae). Apidologie, Paris, FR, v. 16, p. 305-330, 1985.
RAMALHO, M.; KLEINERT-GIOVANNINI, A.; IMPERATRIZ-FONSECA, V. L. Important bee
plants for stingless bees (Melipona and Trigonini) and africanized honeybees (Apis mellifera) in
neotropical habitats: a review. Apidologie, Paris, FR, v. 21, p. 469-488, 1990.
RAMALHO, M.; KLEINERT-GIOVANNINI, A.; IMPERATRIZ-FONSECA, V. L. Utilization of floral
resources by species of Melipona (Apidae, Meliponinae): floral preferences. Apidologie, Paris,
FR, v. 20, p. 185-95, 1989.
RAMALHO, M.; KLEINERT-GIOVANNNI, A.; IMPERATRIZ-FONSECA, V. L. Ecologia alimentar
de abelhas sociais. In: PANIZZI, A. R.; PARRA, J. R. P. (Ed.). Ecologia nutricional de insetos
e suas implicações no manejo de pragas. São Paulo: Manole: Brasília, DF: CNPq, 1991. 359
p.
RAMALHO, M.; SILVA, M. D.; CARVALHO, C. A. L. Dinâmica de uso de fontes de pólen por
Melipona scutellaris Latreille (Hymenoptera, Apidae): uma análise comparativa com Apis
mellifera L. (Hymenoptera, Apidae), no Domínio Tropical Atlântico. Neotropical Entomology,
Londrina, v. 36, p. 38-45, 2007.
RATNIEKS, F.L.W. Heirs and spares: caste conflict and excess queen production in Melipona
bees. Behavioral Ecology and Sociobiology, Heildelberg, v. 50, p. 467-473, 2001.
REMBOLD, H.; LACKNER, B. Vergleichenden Analyse von Weiselfuttersäften. Mitteilungen der
Deutschen Gesellschaft für Allgemeine und Angewandte Entomologiev, Berlin, DE, v. 1, p.
299-301, 1978.
RIBEIRO, M. F. Growth in bumble bee larvae: relation between development time, mass and
amount of pollen ingested. Canadian Journal of Zoology, Ottawa, CA, v. 72, p. 1978-1985,
1994.
RIBEIRO, M. F. Long duration feedings and caste differentiation in Bombus terrestris larvae.
Insectes Sociaux, Paris, FR, v. 46, p. 315-322, 1999.
RIBEIRO, M. F.; ALVES, D. A. Size variation in Schwarziana quadripunctata queens
(Hymenoptera, Apidae, Meliponini). Revista de Etologia, São Paulo, v. 3, p. 59-65, 2001.
RIBEIRO, M. F.; DUCHATEAU, M. J.; VELTHUIS, H. H. W. Comparison of the effects of two
kinds of commercially available pollen on colony development and queen production in the
bumble bee Bombus terrestris L. (Hymenoptera, Apidae). Apidologie, Paris, FR, v. 27, p. 133-
144, 1996.
RIBEIRO, M. F.; IMPERATRIZ-FONSECA, V. L.; SANTOS-FILHO, P. S. Exceptional high queen
production in the Brazilian stingless bee Plebeia remota. Studies on Neotropical Fauna and
Environment, Amsterdam, NL, v. 38, p. 111-114, 2003.
RIBEIRO, M. F.; SANTOS-FILHO, P. S.; IMPERATRIZ-FONSECA, V. L. Size variation and egg
laying performance in Plebeia remota queens (Hymenoptera, Apidae, Meliponini). Apidologie,
Paris, FR, v. 37, p. 1-12, 2006a.
RIBEIRO, M. F.; VELTHUIS, H. H. W.; DUCHATEAU, M. J.; VAN DER TWEEL, I. Feeding
frequency and caste differentiation in Bombus terrestris larvae. Insectes Sociaux, Paris, FR, v.
46, p. 306-314, 1999.
RIBEIRO, M. F.; WENSELEERS, T.; SANTOS-FILHO, P. S.; ALVES, D. A. Miniature queens in
stingless bees: basic facts and evolutionary hypotheses. Apidologie, Paris, FR, v. 37, p. 191-
206, 2006b.
ROSA, C. A.; LACHANCE, M. A.; SILVA, J. O. C.; TEIXEIRA, A. C. P.; MARINI, M. M.;
ANTONINI, Y.; MARTINS, R. P. Yeast communities associated with stingless bees. FEMS Yeast
Research, Amsterdam, NL, v. 4, n. 3, p. 271-275, 2003.
RÖSELER, P. F. Die Kasten der sozialen Bienen. In: LINDAUER, M. (Ed.).
Informationsaufnahme und Informationsverarbeitung im lebenden Organismus.
Wiesbaden: Franz Steiner Verlag, 1975. v.3, p. 145-237.
RÖSELER, P. F. Endocrine control of polymorphism in bumble bees. In: INTERNATIONAL
CONGRESS OF IUSSI, 8, Wageningen, September 5-10, 1977. Proceedings… Wageningen:
Centre for Agricultural Publishing and Documentation, 1977, p. 22-23.
RÖSELER, P. F. Grössenpolymorphismus, Geschlechtsregulation und Stabilisierung der Kasten
im Hummelvolk. In: SCHMIDT, G. H. (Ed.). Sozialpolymorphismus bei Insekten. Stuttgart:
Wissenschaliche Verlagsgesellschaft MBH, 1974. p. 298-335.
RÖSELER, P. F. Juvenile hormone and queen rearing in bumble bees. In: LÜSCHER, M. (Ed.).
Phase and caste determination in insectes. Oxford: Pergamon 1976. p. 55-61.
RÖSELER, P. F. Roles of morphogenetic hormones in caste polymorphism. In: GUPTA, A. P.
(Ed.). Morphogenetic hormones of arthropds: roles in histogenesis, organogenesis, and
morphogenesis. New Brunswick: Rutgers University, 1991. pt.3, p 384-399.
RÖSELER, P. F. Unterschied in der Kastendetermination zwischen den Hummelarten Bombus
hypnorum und Bombus terrestris. Zeitschrift für Naturforschung, Berlin, DE, v. 25b, p. 543-
548, 1970.
RÖSELER, P. F.; RÖSELER, I. Morphologische und physiologische Differenzierung der Kasten
bei den Hummellarten Bombus hypnorum un Bombus terrestris (L). Zoologischer Jarbücher
(Physiologie), Jena, v. 78, p. 175-198, 1974.
ROUBIK, D. W. Ecology and natural history of tropical bees. Cambridge: Cambridge
University, 1989. 514 p.
ROUBIK, D. W. Obligate necrophagy in social bee. Science, New York, v. 217, p. 1059-1060,
1982.
ROULSTON, T. H.; CANE, J. H.; BUCHMANN, S. L. What governs protein content of pollen:
pollinator preferences, pollen-pistil interactions, or phylogeny? Ecological Monographs,
Durham, v. 70, n. 4, p. 617-643, 2000.
SAKAGAMI, S. F. Stingless bees. In: HERMANN, H. R. (Ed.). Social insects. New York:
Academic, v. 3, 1982. p. 361-423.
SAKAGAMI, S. F.; ZUCCHI, R. Oviposition process in a stingless bee, Trigona (Scaptotrigona)
postica Latreille. Studia Entomologica, Petrópolis, v. 6, p. 497-510, 1963.
SANTIESTEBAN-H, A. Caracteristicas físicas y químicas de las mieles de cinco especies
de abejas Apis mellifera, Melipona beecheii, Scaptotrigona pachysoma, Tetragona jaty y
Plebeia SP. (Hymenoptera, Apidae) colectadas en el Municipio de Union Juarez, Chiapas,
Mexico. Chiapas: Escuela de Ciencias Químicas-Universidade Autonoma de Chiapas, 1994. 67
p.
SANTOS-FILHO, P. S.; ALVES, D. A.; ETEROVIC, A.; IMPERATRIZ-FONSECA, V. L.;
KLEINERT, A. M. P. Numerical investment in sex and caste by stingless bees (Apidae:
Meliponini): a comparative analysis. Apidologie, Paris, FR, v. 37, n. 2, p. 207-221, 2006.
SCHOENER, T. W. Theory of feeding strategies. Annual Review of Ecology and Systematics,
Palo Alto, v. 2, p. 369-404, 1971.
SEELEY, T. D. Honeybee ecology. New Jersey: Princeton University, 1985.
SEELEY, T. D. The wisdom of the hive. Cambridge: Harvard University, 1995.
SHUEL, R. W.; DIXON, S. E. The early establisishment of dimorphism in the female honeybee,
Apis mellifera L. Insectes Sociaux, Paris, FR, v. 7, p. 265-282, 1959.
SILVA, C. E. P.; SCHLINDWEIN, C. Fidelidade floral e características polínicas das plantas
relacionadas à Melipona scutellaris (Hym., Apidae, Meliponini). In: CONGRESSO DE
ECOLOGIA DO BRASIL, 6., Fortaleza, 9-14 novembro, 2003. Anais... Londrina: Sociedade
Entomológica do Brasil, 2003. p.193-194.
SILVA, D. L. N. Estudos bionômicos em colônias mistas de Meliponinae. Boletim de Zoologia
da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 2, p. 7-106, 1977.
SILVA-MATOS, E. V.; NOLL, F. B.; ZUCCHI, R. Sistemas de regulação social encontrados em
abelhas altamente eussociais (Hymenoptera; Apidae, Meliponinae). In: ENCONTRO SOBRE
ABELHAS, 4, Ribeirão Preto, 6-9 setembro, 2000. Anais... Riberão Preto: [s.n.], 2001. v. 4, p.
95-101.
SLAA, E. J. Population dynamics of a stingless bee community in the seasonal dry lowlands of
Costa Rica. Insectes Sociaux, Paris, v. 53, p. 70-79, 2006.
SLAA, E. J.; CEVAAL, A.; SOMMEIJER, M. J. Flower constancy of three species of stingless
bees (Apidae: Meliponinae) in Costa Rica. Proceedings of the Section of Experimental and
Applied Etomology, Amsterdam, NL, v. 8, p. 79-80, 1997.
SLAA, E. J.; RUIZ, B.; SALAS, R.; ZEISS, M.; SOMMEIJER, M. J. Foraging strategies in
stingless bees: flower constancy versus optimal foraging? Proceedings of the Section of
Experimental and Applied Etomology, Amsterdam, NL, v. 9, p. 185-190, 1998.
SLAA, E. J.; WASSENBERG, J.; BIESMEIJER, J. C. The use of field-based social information in
eusocial foragers: local enhancement among nestmates and heterospecifics in stingless bees.
Ecological Entomology, Oxford, v. 28, p. 369-379, 2003.
SLADEN, F. W. L. The humble-bee, its life-history and how to domesticate it. London, UK:
Macmillan, 1912. 283 p.
SNOWDON, J. A.; CLIVER, D. O. Microorganisms in honey. International Journal of Food
Microbiology, Amsterdam, NL, v. 31, p. 1-26, 1996.
SOUZA, B. A.; CARVALHO, C. A. L.; SODRÉ, G. S.; MARCHINI, L. C. Características físico-
químicas de amostras de mel de Melipona asilvai. Ciência Rural, Santa Maria, v. 34, n. 5, p.
1623-1624, 2004.
SOUZA, B. A.; ROUBIK, D. W.; BARTH, M.; HEARD, T.; ENRIQUEZ, E.; CARVALHO, C.;
VILLAS-BOAS, J.; MARCHINI, L. C.; LOCATELLI, J.; PERSANO-ODDO, L.; ALMEIDA-
MURADIAN, L.; BOGDANOV, S.; VIT, P. Composition of stingless bee honey: setting quality
standards. Interciencia, Caracas, v. 31, n. 12, p. 867-875, 2006.
STANLEY, R. G.; LINSKENS, H. F. Pollen: biology, biochemistry, management. Heidelberg:
Springer-Verlag, 1974.
TAKENAKA, T.; TAKAHASHI, E. General chemical composition of the royal jelly. Bulletin of the
Faculty of Agriculture, Tokio, JP, v. 20, p. 71-78, 1980.
TEIXEIRA, L. V.; CAMPOS, L. A. O. Produção de rainha de emergência em Plebeia lucii
(Hymenoptera, Apidae, Meliponina). In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE INSETOS SOCIAIS, 1.,
2005, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: [s.n.], 2005. 1 CD-ROM.
TERADA, Y. Contribuição ao estudo da regulação social em Leurotrigona muelleri e
Frieseomelitta varia (Hymenoptera, Apidae). 1974. 96 p. Dissertação (Mestrado) –
Universidade de São Paulo, São Paulo.
TOSTES, R. O. G.; LEITE, F. E. P. Novas considerações sobre o uso tópico de açúcar e mel em
feridas. Revista Médica de Minas Gerais, Belo Horizonte, v. 4, p. 35-39, 1994.
VAN NIEUWSTADT, M. G. L.; IRAHETA, C. E. R. Relation between size and foraging range in
stingless bees (Apidae, Meliponinae). Apidologie, Paris, FR, v. 27, p. 219-228, 1996.
VELTHUIS, H. H. W.; SOMMEIJER, M. J. Roles of morphogenetic hormones in caste
polymorphism in stingless bees. In; GUPTA, A. P. (Ed.). Morphogenetic hormones of
arthropds: roles in histogenesis, organogenesis, and morphogenesis: part 3. New Brunswick:
Rutgers University, 1991. p. 346-383.
VELTHUIS, H. H. W.; VAN DOORN, A. A century of advances in bumblebee domestication and
the economic and environmental aspects of its commercialization for pollination. Apidologie,
Paris, FR, v. 37, p. 421-451, 2006.
VILLAS-BÔAS, J. K.; MALASPINA, O. Physical-chemical analysis of Melipona compressipes
and Melipona seminigra: honeys of Boa Vista do Ramos, Amazonas, Brazil. In:
INTERNATIONAL CONFERENCE ON TROPICAL BEES, 8, 2004 and ENCONTRO SOBRE
ABELHAS, 6., 2004, Ribeirão Preto. Proceedings... Ribeirão Preto: Funpec, 2004. p. 729
VIT, P.; BOGDANOV, S.; KILCHENMANN, V. Composition of Venezuelan honeys from stingless
bees (Apidae: Meliponinae) and Apis mellifera. Apidologie, Paris, FR, v. 25, n. 3, p. 278-288,
1994.
VIT, P.; MEDINA, M.; ENRIQUEZ, M. E. Quality standards for medicinal uses of Meliponinae
honey in Guatemala, Mexico and Venezuela. Bee World, Cardiff, v. 85, n. 1, p. 2-5, 2004.
WASER, N. M. Foraging behavior of pollinators. In: REAL, L. (Ed.). Pollination Biology. New
York: Academic, 1983.
WENSELEERS, T.; HART, A. G.; RATNIEKS, F. W. When resistance is useless: policing and the
evolution of reproductive acquiescence in insects societies. The American Naturalist, Chicago,
v. 164, p. 154-167, 2004.
WENSELEERS, T.; RATNIEKS, F. L.; BILLEN, J. Caste fate conflict in swarm-founding social
Hymenoptera: an inclusive fitness analysis. Journal of Evolutionary Biology, Basel, v. 16, n. 4,
p. 647-658, 2003.
WENSELEERS, T.; RATNIEKS, F. W.; RIBEIRO, M. F.; ALVES, D. A.; IMPERATRIZ-FONSECA,
V. L. Working-class royalty: bees beat the caste system. Biology Letters, Oxford, v. 1, n. 2, p.
125-128, 2005.
WHITE, D.; CRIBB, B. W.; HEARD, T. A. Flower constancy of the stingless bee Trigona
carbonaria Smith (Hymenoptera: Apidae: Meliponini). Australian Journal of Entomology,
Canberra, v. 40, p. 61-64, 2001.
WILMS, W.; IMPERATRIZ-FONSECA, V. L.; ENGELS, W. Resources partitioning between higly
eusocial bees and possible impact of the introduced Africanized honey bee on native stingless
bees in the Brazilian Atlantic rainforest. Studies on Neotropical Fauna and Environment,
Amsterdam, NL, v. 31, p. 137-151, 1996.
WILMS, W.; RAMALHO, M.; WENDEL, L. Stingless bees and Africanized honey bees in the
Mata Atlântica rainforest of Brazil. In: INTERNATIONAL APICULTURAL CONGRESS OF
APIMONDIA, 30., 1997. Anais… Antwerp: Apimondia, 1997. p.167-170.
WINSTON, M. L. A biologia da abelha. Porto Alegre: Magister, 2003. 276 p.
WIRTZ, P. Differentiation in the honey bee larva. Meded Landbhoogesch, Wageningen, n.
73/75, p. 1-155, 1973.
ZUCCHI, R. Ritualised dominance, evolution of queen-worker interactions and related aspects in
stingless bees (Hymenoptera, Apidae). In: INOUE, T.; YAMANE S. (Ed.). Evolution of insects
societies. Tokyo, JP: Hakuhin-Sha, 1993. p. 207-249.
Capítulo 11
Lagartas desfolhadoras (Lepidoptera)
Helen C. H. B. Bellanda
Fernando S. Zucoloto
Introdução
Uma evidência direta do sucesso do grupo Holometabola está
relacionada com o fato de os imaturos desse grupo serem bem
adaptados a nichos ecológicos distintos dos nichos dos adultos
(TERRA, 1991). Este capítulo estudará as lagartas mastigadoras de
folhas, ou seja, tratará apenas da alimentação dos imaturos da ordem
Lepidoptera, excluindo detalhes sobre a alimentação dos adultos e,
também, sobre o processo de oviposição.
Os insetos mastigadores de folhas pertencem a três ordens:
Coleoptera, Hymenoptera e Lepidoptera (BERNAYS, 1998). A ordem
Lepidoptera é a segunda maior do grupo dos insetos, em diversidade
de espécies, e a grande maioria de suas lagartas são fitófagas ou,
mais especificamente, mastigadoras de folhas. Elas, também, são
predominantemente especialistas, alimentando-se em uma ou poucas
famílias de plantas. Têm uma relação evolutiva especial e amplamente
relatada na literatura com as defesas químicas das plantas verdes
(BERNAYS, 1998).
A importância da interação das lagartas com suas respectivas
plantas-hospedeiras é tão grande, que elas são conhecidas por nomes
associados a essas plantas, como, por exemplo: o curuquerê-dos-
capinzais Mocis latipes (Guene) – Noctuidae, o curuquerê-da-couve
Ascia monuste (Latreille) – Pieridae, a lagarta-da-maçã-do-algodoeiro
Heliothis virescens F. – Noctuidae, o bicho-mineiro-do-cafeeiro
Leucoptera coffeella (Guérin-Méneville) – Lyonetiidae, a lagarta-do-
feijoeiro Omiodes indicatus (F.) – Pyralidae, etc.
As lagartas, assim como os insetos herbívoros, de forma geral,
têm mais dificuldades de obter proteínas do que os insetos de outras
guildas, como os sugadores de sementes, os carnívoros ou os
parasitoides, por causa dos níveis baixos desses nutrientes nas partes
não reprodutivas das plantas (SOUTHWOOD, 1978; WHITMAN et al.,
1994). Por isso, as lagartas adquiriram, ao longo do tempo,
características evolutivas comuns, tais como ampla capacidade
intestinal e rápida digestão do alimento (BERNAYS, 1998).
É interessante ressaltar que as lagartas têm a alimentação como
sua principal atividade, o que também lhes possibilita taxas altas de
crescimento. Porém, alimentando-se muito tempo e estando expostas
na superfície das folhas (situação vulnerável a interferências externas),
tornam-se presas fáceis de predadores e parasitoides (BERNAYS,
1997). A vulnerabilidade das lagartas é uma pressão evolutiva
importante para o surgimento de estratégias variadas para evitar
ataques de predadores e parasitoides (EVANS; SCHMIDT, 1990;
STAMP; CASY, 1993) dentro do grupo Lepidoptera.
Os principais temas desenvolvidos neste capítulo relacionam-se
com: a) a associação especializada entre as lagartas e suas folhas; b)
a dificuldade de esses insetos obterem proteínas versus suas taxas
altas de crescimento; e c) a vulnerabilidade alta das lagartas na
superfície das folhas.
Biologia geral
Apenas 5% da diversidade de adultos da ordem Lepidoptera são
borboletas, a grande maioria das espécies são mariposas. A maioria
dos lepidópteros imaturos é herbívora e poucos são carnívoros
verdadeiros, alimentando-se em massas de ovos de outros
lepidópteros (Titanoceros) ou de aranhas (Stathmopoda), vivendo com
larvas de formigas (alguns Lycaenidae), entre outros (NIELSEN;
COMMOM, 1991).
Biologicamente, assim como morfologicamente, a ordem
Lepidoptera é a mais uniforme entre as grandes ordens dos
Holometabola. Os adultos, com poucas exceções, alimentam-se de
néctar, secreções de sugadores de floema ou sucos fermentados, com
auxílio de suas longas probóscides. A maioria dos lepidópteros adultos
“sequestra” nutrientes da fase larval para produzir ovos (TELANG et
al., 2001). A falta de aminoácidos abundantes na dieta da maioria dos
adultos é admirável (SLANSKY JUNIOR; SCRIBER, 1985) e admirável
é a necessidade proteica para a produção dos ovos pela fêmea adulta
(WHEALER et al., 2000). As lagartas de praticamente todas as
espécies alimentam-se de plantas superiores e é também provável que
quase todas essas plantas superiores sejam hospedeiras de pelo
menos uma espécie de lagarta (DALY et al., 1981).
A ingestão da casca dos ovos (córion) por lagartas recém-
eclodidas é um comportamento também comum neste grupo
(NIELSEN; COMMOM, 1991; CLARK; FAETH, 1998) e, segundo
Barros-Bellanda e Zucoloto (2001), tal comportamento tem um efeito
positivo na performance dos indivíduos que o realiza, além de ter
provável relação com o canibalismo de ovos estudado na espécie
Ascia monuste (Figuras 1 e 2).
Períodos/turnos de alimentação
Sobre o comportamento alimentar de uma espécie, é importante
considerar que a principal necessidade das lagartas é maximizar sua
taxa de crescimento enquanto evita riscos. Em geral, o período de
alimentação é relativamente mais perigoso do que outros
comportamentos e a vigilância deve ser mantida (BERNAYS, 1997). Já
o período de repouso é importante para maximizar a eficiência
digestória (BERNAYS; WOOD, 2000).
A análise temporal do comportamento alimentar nos insetos
recebeu pouca atenção se comparada com outros aspectos desse
comportamento, como os mecanismos de regulação da ingestão
(BARTON-BROWNE, 1975; DETHIER, 1980; BERNAYS; SIMPSON,
1982; SIMPSON; BERNAYS, 1983) ou a escolha do hospedeiro
(REYNOLDS et al., 1986). Em 1972, Ma descreveu que as lagartas de
P. brassicae alimentam-se nas plantas em períodos, embora não tenha
feito nenhuma análise quantitativa.
Para a maioria dos insetos, o período de alimentação e o período
de repouso são distribuídos ao acaso e a duração também ocorre ao
acaso (REYNOLDS et al., 1986). Porém, em alguns exemplos, há
correlação forte entre a duração do período de alimentação e o período
precedente de não alimentação (REYNOLDS et al., 1986).
Estudos sobre o comportamento alimentar do quinto ínstar de
Manduca sexta (Cramer), tanto com dieta artificial como de folhas de
tabaco, foi descrito quantitativamente (REYNOLDS et al., 1986). Essas
lagartas alimentaram-se em turnos e cresceram no mesmo ritmo em
ambos os alimentos (Figura 6). As lagartas alimentam-se
constantemente, também à noite, e não houve diferença na
alimentação nos períodos diurno e noturno. A proporção do tempo
gasto alimentando-se no tabaco foi muito maior do que na alimentação
na dieta artificial (Figura 7). Com o desenvolvimento das lagartas, os
períodos de alimentação tornaram-se maiores e os de repouso
menores (REYNOLDS et al., 1986).
Dispersão
A dispersão larval é um comportamento adaptativo que tem papel
na sobrevivência das lagartas quando as fontes de alimento tornam-se
limitadas. Esse comportamento é bem estudado em Chilo partellus
(Swinhoe), lagarta-do-milho, e origina-se por causa da agregação
larval ser maior do que uma planta pode sustentar, sendo um
comportamento dependente da densidade (Van HAMBURG, 1980,
citado por BERGER, 1992; CHAPMAN et al., 1983). O maior problema
da dispersão dessas lagartas em grandes plantações não é a
dessecação e nem a dificuldade de achar a planta, mas sim a
predação. Larvas do quinto ínstar, que se movimentam rapidamente e
mantêm a mobilidade, mesmo estando sem alimento, têm melhor
chance de escapar dos predadores do que as lagartas menores
(BERGER, 1992). Esse comportamento adaptativo, de dispersão, não
garante sucesso total, mas as lagartas que o realizam têm maiores
chances. Acredita-se que a história ecológica das lagartas de A.
monuste é semelhante em alguns aspectos, principalmente por que
elas também precisam mudar para completar seu desenvolvimento e
por que as plantações de couve também ocorrem em áreas extensas.
A. monuste parece enfrentar uma pressão seletiva fraca na
utilização da couve como recurso alimentar para seus imaturos. As
folhas de couve têm qualidade nutricional razoável (relativamente a
outras folhas), porém uma persistência e disponibilidade altas
(BARROS; ZUCOLOTO, 1999) e são essas três características que
definem as relações alimentares que o inseto tem com seu hospedeiro
(TALLAMY; WOOD, 1986). Em A. monuste foram observadas falhas na
distribuição de ovos pelas fêmeas e uma mobilidade razoável em
lagartas no final da fase larval. A indiscriminação da oviposição das
fêmeas deve estar influenciando a mobilidade das lagartas da espécie
que, por sua vez, influencia na alteração do comportamento das
fêmeas. A couve é encontrada, frequentemente, em hortas grandes, o
que, por sua vez, exerce influência na oviposição e no sucesso de
migração larval, sempre que isso se faz necessário. O comportamento
de migração é um sucesso em locais de alta densidade de hospedeiros
(Le MASURIER, 1994, BARROS-BELLANDA; ZUCOLOTO, 2003),
como, por exemplo, em plantações grandes (Le MASURIER, 1994).
Espécies com larvas móveis mostram sempre uma oviposição
menos discriminatória (MARQUES et al., 1994; TAMMARU et al.,
1995). A priori, porém, parece mais lógico que as características da
fêmea precedam e causem as características das lagartas, pois as
fêmeas são frequentemente melhor “equipadas” para fazer escolhas
entre as plantas hospedeiras potenciais (PRICE, 1994, citado por
JANZ; NYLIN, 1997) e a preferência de oviposição parece ser
ecológica e evolutivamente mais plástica do que a performance larval
(JANZ et al., 1994). No processo evolutivo, ocorrendo oviposições
menos discriminatórias, a seleção natural favorece as lagartas mais
móveis e “permite” também a sobrevivência dos imaturos provenientes
de fêmeas que colocam ovos com menos discriminação (JANZ; NYLIN,
1997).
As lagartas de A. monuste, durante a dispersão larval, não
mostraram capacidade alta de detectar seu hospedeiro. Plantas da
espécie B. oleracea, espaçadas em intervalos regulares, facilitaram a
dispersão de lagartas P. rapae L. (CAIN et al., 1985). Espécies como
Charidryas harrissi S., Battus philenor L. e P. rapae L. precisam estar a
poucos milímetros de distância da planta hospedeira para detectá-la
como alimento (DETHIER, 1959; RAUSHER, 1979; CAIN et al., 1985,
respectivamente). Com A. monuste parece ocorrer o mesmo
(BARROS-BELLANDA; ZUCOLOTO, 2002).
A dispersão larval, por sua vez, também ocasiona risco de
predação e de privação de alimento (RAUSHER, 1979; DAMMAM,
1991), apesar de a predação ter ocorrido em frequência alta em
lagartas de A. monuste que se alimentavam em folhas de plantas de
onde haviam se originado (BARROS-BELLANDA; ZUCOLOTO, 2003).
Para os insetos, os inimigos naturais representam maior perigo de
mortalidade no estágio larval (FEENY et al., 1985, DAMMAM, 1987).
Inimigos naturais
Os recursos alimentares utilizados por um inseto geram uma força
seletiva muito atuante nos traços históricos de sua vida (RHOADES,
1985). Dependendo do recurso utilizado, têm-se os graus de
especificidade e de adaptações, gerando pressões seletivas fortes se
os insetos forem expostos a predadores, parasitoides e/ou
competidores (PRICE, 1984) e se o recurso utilizado tiver baixa
qualidade nutricional, baixa persistência e disponibilidade (TALLAMY;
WOOD, 1986). Os inimigos naturais e os recursos alimentares de uma
espécie influenciam fortemente a distribuição espacial de uma
população de insetos. Em uma revisão (BERDEGUE et al., 1996), 70%
a 85% dos estudos fornecem evidências de que a escolha do alimento
e/ou o sítio de oviposição prioriza achar espaços livres de inimigos.
É difícil obter medidas diretas da predação em animais pequenos.
Ao contrário, o desaparecimento tem sido, às vezes, utilizado como
medida de predação. Nesse caminho, muitos estudos deduziram a
importância da predação como um fator que afeta a mortalidade dos
insetos herbívoros e, também, das lagartas. Os predadores
invertebrados são mais importantes para as lagartas menores
enquanto os vertebrados tornam-se os principais predadores para as
espécies maiores. Com certeza, a importância evolucionária dos
predadores como um perigo iminente e constante tem sido bem
discutida e sabe-se que eles sempre influenciaram as estratégias de
utilização do alimento das espécies de imaturos de lepidópteros
(HEINRICH, 1993).
Dados mostraram o perigo do movimento das lagartas em
associação com o risco da predação por formigas (BERGELSON;
LAWTON, 1988) por pentatomídeos (MARSTON et al., 1978), por
aranhas (De BOER, 1971) e também por pássaros (CLARK; FAETH,
1998). Se relacionarmos que a alimentação gera uma série de
movimentos, como já mencionado, tem-se que a alimentação é
“perigosa” para as lagartas. Estudos de Bernays (1997) mostraram que
o período de alimentação foi 100 vezes mais perigoso do que o
período de repouso para as lagartas de Uresiphita reversalis Guenée
(coloração aposemática) e três vezes mais perigosa para as lagartas
de M. sexta (críptica).
Um exemplo claro da importância da predação na interação
lagarta–folha é descrito por Damman (1987): apesar de ser evidente
que as folhas jovens proporcionam performance melhor, também para
Omphalocera munroei Damman, espécie que prefere as folhas velhas
de plantas do gênero Asimina (família Annonaceae), diferentemente de
outros insetos herbívoros, que se concentram em atacar folhas jovens.
Estudos seguintes mostraram que a proteção contra os inimigos
naturais foi mais importante do que a eficiência na nutrição dessas
lagartas.
A sobrevivência larval em C. lacinia variou com o tratamento de
exclusão do predador (Figura 8). O grupo-controle, em que nenhum
predador foi excluído, diferiu dos outros três tratamentos, tendo uma
sobrevivência menor. As formigas parecem ser predadoras muito
importantes para a sobrevivência dessa espécie.
Referências
AHMAN, I. Oviposition behavior of Dasineura brassicae on a high-versus a low-quality Brassica
host. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 39, p. 247-253, 1985.
ALONSO, A.; HERRERA, C. M. Variation in herbivory within and among plants of Daphne
laureola (Thymelaceae): correlation with plant size and architecture. Journal of Ecology,
Oxford, v. 84, p. 495-502, 1996.
AMANO, K. Studies on the intranspecific competition in dung-breeding flies - effects of larval
density on yellow dung fly, Scatophaga stercoraria L. (Diptera, Scatophagidae). Japanese
Journal Sanitary Zoology, Tokyo, JP, v. 34, p. 165-175, 1983.
AMANO, K. Studies on the intraspecific competition in dung-breeding flies. III. Pupal size and
mortality in immature stages under various larval density conditions in Musca hevei Villeneuve
(Diptera, Muscidae). Applied Entomology and Zoology, Tokyo, JP, v. 22, p. 59-67, 1987.
APPLEBAUM, S. W. Biochemistry of digestion. In: KERKUT, G. A.; GILBERT, L. I. (Ed.).
Comprehensive insect physiology biochemistry and pharmacology. Oxford: Pergamon,
1985. v. 4, p. 279-312.
BARBOSA, P.; KRISCHIK, V. A.; JONES, C. G. Microbial mediation of plant-herbivore
interactions. New York: J. Wiley, 1991. 548 p.
BARROS, H. C. H.; ZUCOLOTO, F. S. Performance and host preference of Ascia monuste
(Lepidoptera, Pieridae). Journal Insect Physiology, Oxford, v. 45, p. 7-14, 1999.
BARROS-BELLANDA, H. C. H.; ZUCOLOTO, F. S. Effects of intraspecific competition and food
deprivation on the immature phase of Ascia monuste orseis (Lepidoptera, Pieridae). Iheringia,
Porto Alegre, v. 92, p. 93-98, 2002.
BARROS-BELLANDA, H. C. H.; ZUCOLOTO, F. S. Egg cannibalism in Ascia monuste in the
field; opportunistic, preferential and very frequent. Journal of Ethology, Tokyo, JP, v. 23, p.
133-138. 2005.
BARROS-BELLANDA, H. C. H.; ZUCOLOTO, F. S. Importance of larval migration (dispersal)
for the survival of Ascia monuste (Godart) (Lepidoptera: Pieridae). Neotropical Entomology,
Londrina, v. 30, p. 11-17, 2003.
BARROS-BELLANDA, H. C. H.; ZUCOLOTO, F. S. Influence of chorion ingestion on the
performance of Ascia monuste and its association with cannibalism. Ecological Entomology,
Oxford, v. 26, p. 557-561, 2001.
BARTON-BROWNE, L.; MORHAUSE, J. E.; Van GERVEN, A. C. M. An excitatory state
generated during feeding en the locust, Chortoicetes terminifera. Journal Insect Physiology,
Oxford, v. 21, p. 1731-1735, 1975.
BAUMGARTNER, J.; SEVERINI, M. Microclimate and arthropod phonologies: the leaf miner
Phyllonoricter blancardella F. (Lep.) as an example. In: PRODI, F.; ROSSI, F.; CRISTOFERI, C.
(Ed.). Agrometeorology. Cesena: Fondazione Cesena Agricultura, 1987. p. 225-243.
BECKWITH, R. C. Influence of host foliage on the Douglas-fir tussock moth. Environmental
Entomology, Lanham, v. 5, p. 73-77, 1976.
BERDEGUE, M.; TRUMBLE, J. J.; HARE, D.; REDAK, R. A. Is it enemy-free space? The
evidence for terrestrial insects and fresh-water arthropods. Ecological Entomology, Oxford, v.
21, p. 203-217, 1996.
BERGELSON, J. M.; LAWTON, J. H. Does foliage damage influence predation on the insect
herbivores of bird? Ecology, Washington, DC, v. 69, p. 434-445, 1988.
BERGER, A. Larval movements of Chilo partellus (Lepidoptera: Pyralidae) within and between
plants: timing, density responses and survival. Bulletin of Entomological Research, London,
UK, v. 82, p. 441-448, 1992.
BERNAYS, E. A. Evolution of feeding behavior in inset herbivores. Bioscience, Washington,
DC, v. 48, p. 35-44, 1998.
BERNAYS, E. A. Evolutionary contrasts in insects: nutritional advantages of holometabolous
development. Physiology Entomology, Oxford, v. 11, p. 377-382, 1999.
BERNAYS, E. A. Feeding by caterpillars is dangerous. Ecological Entomology, Oxford, v. 22,
p. 121-123, 1997.
BERNAYS, E. A.; JANZEN, D. H. Saturniid and sphingid caterpillars: two ways to eat leaves.
Ecology, Washington, DC, v. 69, p. 1153-1160, 1988.
BERNAYS, E. A.; SIMPSON, S. J. Control of food intake. Advances in Insect Physiology,
London, UK, v. 16, p. 59-118, 1982.
BERNAYS, E. A.; SINGER, M. S.; RODRIGUES, D. Foraging in nature: foraging efficiency and
oscillations in caterpillars with different diet breadths. Ecological Entomology, Oxford, v. 29, p.
389-397, 2004.
BERNAYS, E. A.; WOOD, H. A. Foraging in nature by larvae of Manduca sexta – influenced by
an endogenous oscillation. Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 46, p. 825- 836, 2000.
BITTENCOURT-RODRIGUES, R. S.; ZUCOLOTO, F. S. Effect of host age on the oviposition
and performance of Ascia monuste Godart (Lepidoptera: Pieridae). Neotropical Entomology,
Londrina, v. 34, n. 2, p. 169-175, 2005.
BLAKE, J. D.; MURPHY, P. T.; RICHARDS, G. N. Isolation and A/B classification of
hemicelluloses. Carbohydrate Research, Amsterdam, NL, v. 16, p. 49-57, 1971.
BLOM, F. Sensory activity and food intake: a study of input-output relationships in two
phytophagous insects. Netherlands Journal of Zoology, Leiden, v. 28, p. 277-340, 1978.
BOGNER, F. X. Interspecific advantage results in intraspecific disadvantage: Chemical
protection versus cannibalism in Utetheisa ornatrix (Lepdoptera: Arctiidae). Journal of
Chemical Ecology, New York, v. 22, p. 1439-1451, 1996.
BOOTS, M. Cannibalism and the stage-dependent transmission of a viral pathogen of the
Indian meal moth, Plodia interpunctella. Ecological Entomology, Oxford, v. 23, p. 118-122,
1998.
BOWDAN, E. Microstructure of feeding by tobacco hornworm caterpillars, Manduca sexta.
Entomology Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 47, p. 127-136, 1988.
BRATTSTEN, L. B.; WILKINSON, C. F.; EISNER, T. Herbivore plant interactions mixed function
oxidases and secondary plant. Science, New York, v. 196, p. 1349-1352, 1977.
BROWN, E. S.; DEWHURST, C. The genus Spodoptera (Lepidoptera, Noctuidae) in Africa and
the Near East. Bulletin of Entomological Research, London, UK, v. 65, p. 221-262, 1975.
CAIN, M. L.; ECCLESTON, J.; KAREIVA, P. M. The influence of food plant dispersion on
caterpillar searching success. Ecological Entomology, Oxford, v. 10, p. 1-7, 1985.
CALOW, P. Ecology, evolution and energetics: A study in metabolic adaptation. Advances in
Ecological Research, London, UK, v. 10, p. 1-62, 1977.
CARTER, D. J. Introduction to larvae. In: BETTS, C. R. (Ed.). Lepidoptera. CIE guides to
insects of importance to man. London, UK: CAB International, 1987. p. 191-224.
CATTA-PRETA, P. D.; ZUCOLOTO, F. S. Oviposition behavior and performance aspects of
Ascia monuste (Godart, 1919) (Lepidoptera, Pieridae) on kale (Brassica oleracea var.
acephala). Revista Brasileira de Entomologia, Curitiba, v. 47, p. 169-174, 2003.
CHAPMAN, J. W.; WILLIAMS, T.; ESCRIBANO, A.; CABALLERO, P.; CAVE, R. D.; GOULSON,
D. Fitness consequences of cannibalism in the fall armyworm, Spodoptera frugiperda.
Behavioral Ecology and Sociobiology, Berlin, DE, v. 10, p. 298-303, 1999.
CHAPMAN, R. F. Chemosensory regulation of feeding. In: CHAPMAN, R. F.; DE BOER, G.
(Ed.). Regulatory mechanisms in insect feeding. New York: Chapman and Hall, 1995. p.
101-136.
CHAPMAN, R. F.; ASCOLI-CHRISTENSEN, A.; WHITE, P. R. Sensory coding for feeding
deterrence in the grasshopper Schistocerca Americana. The Journal of Experimental
Biology, London, UK, v. 158, p. 241-259, 1991.
CHAPMAN, R. F.; WOODHEAD, S.; BERNAYS, E. A. Survival and dispersal of young larvae of
Chilo partellus (Swinhoe) (Lepidoptera: Pyralidae) in two cultivars of sorghum. Bulletin of
Entomological Research, London, UK, v. 73, p. 65-74, 1983.
CHAPMAN, W. J.; WILLIAMS, T.; MARTINEZ, A. M.; CISNEROS, J.; CABALLERO, P.; CAVE,
R. D.; GOULSON, D. Does cannibalism in Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae)
reduce the risk of predation? Behavioral Ecology and Sociobiology, Berlin, DE, v. 48, p. 321-
327, 2000.
CHOONG, M. F. What makes a leaf tough and how does this affect the pattern of Castanopsis
leaf consumption by caterpillars. Functional Ecology, London, UK, v. 10, p. 668- 674, 1986.
CLARK, B. R.; FAETH, S. H. The consequences of larval aggregation in the butterfly Chlosyne
lacinia. Ecological Entomology, Oxford, v. 22, p. 408-415, 1998.
COHEN, J. A. Chemical interactions among milkweed plants (Asclepiadaceae) and
lepidopteran herbivores. 1983. 123 p. Thesis (Ph.D.) – University of Florida, Gainsville.
COLEY, P. D. Herbivory and defensive characteristics of tree species in a low-land tropical
environment. Ecological Monographs, Durham, v. 53, p. 209-233, 1983.
COURTNEY, S. P. The evolution of egg clustering by butterflies and other insects. The
American Naturalist, Chicago, v. 123, p. 276-281, 1984.
DALY, H. V.; DOYEN, J. T.; EHRLICH, P. R. Introduction of insect biology and diversity.
Tokyo: McGraw-Hill, 1981. 421 p.
DAMMAN, H. Leaf quality and enemy avoidance by the larvae of a pyralid moth. Ecology,
Washington, DC, v. 668, p. 88-97, 1987.
DAMMAN, H. Oviposition behaviour and clutch size in a group of a pyralid moth, Omphalocera
munroei. Journal Animal Ecology, Oxford, v. 60, p. 193-204, 1991.
DAMMAN, H.; FEENY, P. Mechanisms and consequences of selective oviposition by the zebra
swallowtail butterfly. Animal Behaviour, London, UK, v. 36, p. 563-573, 1988.
DE BOER, G. Plasticity in food preference and diet-induced differential weighting of
chemosensory information in larval Manduca sexta. Journal Insect Physiology, Oxford, v. 39,
p. 17-24, 1993.
DE BOER, M. H. A colour polymorphism in caterpillars of Bupalus piniarius (L.). Netherlands
Journal of Zoology, Leiden, v. 21, p. 611-116, 1971.
DENNO, R. F.; McCLURE, M. S. Variable plants and herbivores in natural and managed
systems. New York: Academic, 1983. 712 p.
DETHIER, V. Food-plant distribuition and density and larval dispersal as factors affecting
insects populations. The Canadian Entomologist, Ottawa, v. 91, p. 581-596, 1959.
DETHIER, V. G. Evolution of feeding preferences in phytophagous insects. Evolution,
Lancaster, v. 8, p. 33-54, 1954.
DETHIER, V. G. Evolution of receptor sensitivity to secundary plant substances with spatial
reference to deterrents. The American Naturalist, Chicago, v. 115, p. 45-66, 1980.
DETHIER, V. G. The role of taste in food intake: a comparative view. In: SAIMON, S. A.;
ROPER, S. D. (Ed.). Mechanisms of taste transduction. Boca Raton: CRC, 1993. p. 3-25.
DIX, M. E.; CUNNINGHAM, R. A.; KING, R. M. Evaluating spring cankerworm (Lepidoptera:
Geometridae) preference for Siberian elm clones. Environmental Entomology, Lanham, v. 25,
p. 56-62, 1996.
DOODS, K. A.; CLANCY, K. M.; LEYVA, K. J.; GREENBERG, D.; PRICE, P. W. Effects of
Douglas-fir foliage age class on Western spruce budworm oviposition choice and larval
performance. The Great Basin Naturalist, Provo, v. 56, p. 135-141, 1996.
DOW, J. A. T. Extremely high pH in biological systems: a model for carbonate transport. The
American Journal of Physiology, Washington, DC, v. 246, p. 633-636, 1984.
DOWNER, R. G. H.; MATTHEUS, J. R. Patterns of lipid distribution and utilization in insects.
The American Zoologist, Utica, v. 16, p. 733-745, 1976.
DUFFEY, S. S. Plant glandular trichomes: their partial role in defence against insects. In:
JUNIPER, B. E.; SOUTHWOOD, T. R. E. (Ed.). Insect and the plant surface. London: Arnold,
1986. p. 121-134.
DUSSOURD, D. E.; UBIK, K.; RESCH, J. F.; MEINWALD, J.; EISNER, T. Egg protection by
parental investment of plant alkaloids in Lepidoptera. In: INTERNATIONAL CONGRESS OF
ENTOMOLOGY, 17., 1984, Hamburg. Abstract... Hamburg: [s.n.], 1984. p. 840.
EDWARDS, P. J.; WRATTEN, S. D. Ecologia das interações entre insetos e plantas. São
Paulo: EPU, 1981. 71 p.
EHRLICH, P. R.; RAVEN, P. H. Butterflies and plants: A study in coevolution. Evolution
International Journal of Organic Evolution, Lancaster, v. 18, p. 586-608, 1964.
ELGAR, M. A.; CRESPI, B. J. Ecology and evolution cannibalism. In: ELGAR, M. A.; CRESPI,
B. J. (Ed.). Cannibalism: Ecological and evolution among diverse taxa. Oxford: Oxford
University, 1992. p. 1-12.
ERICKSON, J. M. The utilization of various Asclepias species by larvae of the monarch
butterfly, Danaus plexippus. Psyche, Heidelberg, v. 80, p. 230-244, 1973.
EVANS, D. L.; SHIMIDT, J. O. Insects defenses. Albany: Suny, 1990. 482 p.
FANCELLI, M.; VENDRAMIM, J. D. Não preferência para alimentação e oviposição de Ascia
monuste orseis (Godart) (Lepidoptera: Pieridae) em cultivares de couve. Anais da Sociedade
Entomológica do Brasil, Londrina, v. 22, p. 231-236, 1993.
FEENY, P. P. Seasonal changes in oak leaf tannins and nutrients as a cause of spring feeding
by winter moth caterpillars. Ecology, Washington, DC, v. 51, p. 565-581, 1970.
FEENY, P.; BLAU, W. S.; KAREIVA, P. M. Larval growth and survivorship of the black
swallowtail butterfly in central New York. Ecological Monographs, Durham, v. 55, p. 167-187,
1985.
FELIPE, M. C.; ZUCOLOTO, F. S. Estudos de alguns aspectos da alimentação em Ascia
monuste Godart (Lepidoptera, Pieridae). Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba, v. 10, p.
333-341, 1993.
FERREIRA, C.; RIBEIRO, A. F.; TERRA, W. R. Fine structure of the larve midgut of the fly
Rhynchosciara and its physiological implications. Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 27,
p. 559-570, 1981.
FRAENKEL, G. The nutritional value of green plants for insects. In: INTERNATIONAL
CONGRESS OF ENTOMOLOGY, 9., August 17-24, 1951, Amsterdam. Transactions… The
Hague: W. Junk. 1953. v. 2. p. 90-100.
FRAZIER, J. L. The perception of plant allelochemicals that inhibit feeding. In: BRATTSTEN, L.
B.; AHMAD, S. (Ed.). Molecular aspects of insect-plant interactions. New York: Plenum,
1986. p. 1-42.
FRETWELL, S. D. Population in a seasonal environment. New Jersey: Princeton University,
1972. 244 p.
GASTON, K. J.; REAVEY, D.; VALLADARES, G. Changes in feeding habit as caterpillars grow.
Ecological Entomology, Oxford, v. 16, p. 339-344, 1991.
GLENDINNING, J. I.; NELSON, N.; BERNAYS, E. A. How do inositol and glucose modulate
feeding in Manduca sexta caterpillars? The Journal of Experimental Biology, London, UK, v.
203, p. 1299-1315, 2000.
GODFREY, G. L.; MILLER, J. S.; CARTER, D. J. Two mouthparts modifications in larval
notodontidae (Lepidoptera) – Their taxonomic distribution and putative functions. Journal of
the New York Entomology Society, New York, v. 97, p. 455-470, 1989.
GRIMES, L. R.; NEUNZIG, H. H. Morphological survey of the maxillae en last stage larvae of
the suborder Ditrysia (Lepidoptera). Annals of the Entomological Society of America,
Lanham, v. 79, p. 491-526, 1986.
HARDY, T. N.; CLAY, K.; HAMMOND, A. M. J. Fall armyworm (Spodoptera frugiperda)
(Lepidoptera: Noctuidae): a laboratory bioassay and larval preference study for the fungal
endophyte of perennial ryegrass (Lolium perenne). Journal of Economic Entomology,
Lanham, v. 15, p. 1083-1089, 1985.
HARRIS, P. Insects in the population dynamics of plants. In: VAN EMDEN, H. E. Insects/plant
relationships. Symposia of the Royal Society of London, London, UK, v. 6, p. 201-209, 1972.
HARVEY, W. R.; CIOFFI, M.; WOLFERSBERGER, M. G. Potassium íon transport ATPase in
insect epithelia. The Journal of Experimental Biology, London, UK, v. 106, p. 91- 117, 1983.
HAUKIOJA, E.; NEUVONEN, S. The relationship between size and reproductive potential in
male and female Epirrita autumnata (Lepidoptera, Geometridae) Ecological Entomology,
Oxford, v. 10, p. 267-270, 1985.
HEDIN, P. A.; WILLIAMS, W. P.; DAVIS, F. M.; BUCKLEY, P. M. Roles of amino acids, protein,
and fiber in leaf-feeding resistance of corn to the fall armyworm. Journal of Chemical
Ecology, New York, v. 16, p. 1977-1995, 1990.
HEINRICH, B. How avian predators constrain caterpillar foraging. In: STAMP, N. E.; CASEY, T.
M. (Ed.). Caterpillars: ecological and evolutionary constraints on foraging. New York: Chapman
& Hall, 1993. p. 224-247.
HSIAO, T. H. Feeding behavior. In: KERKUT, G. A.; GILBERT, L. I. (Ed.). Comprehensive
insect physiology, biochemistry and pharmacology. Oxford: Pergamon, 1985. v. 9, p. 471-
512.
HUNTER, A. F.; ELKINTON, J. S. Effects of synchrony with host plant on populations of a
spring feeding lepidopteran. Ecology, Washington, DC, v. 81, p. 1248-1261, 2000.
JANZ, N.; NYLIN, S. The role of female search behaviour in determining host plant range in
plant feeding insects: a test of the information processing hypothesis. Proceedings of the
Royal Entomological Society of London, London, UK, v. B264, p. 701-707, 1997.
JANZ, N.; NYLIN, S.; WEDELL, N. Host plant utilization in the comma butterfly: sources of
variation and evolutionary implications. Oecologia, Berlin, DE, v. 99, p. 132-140, 1994.
JOYNER, K.; GOULD, F. Developmental consequences of cannibalism in Heliothis zea
(Lepidoptera: Noctuidae). Annals of the Entomological Society of América, Lanham, v. 78,
p. 24-28, 1985.
KAKIMOTO, T.; FUJISAKI, K.; MIYATAKE, T. Egg laying preference, larval dispersion, and
cannibalism in Helicoverpa armigera (Lepidoptera: Noctuidae). Annals of the Entomological
Society of America, Lanham, v. 96, p. 793-798, 2003.
KANTIKI, L. M.; AMPOFO, J. K. O. Larval establishment and feeding behavior of Eldana
saccharina Walker (Lepidoptera: Pyralidae) on maize and sorghum plants. Insect Science and
its Application, Oxford, v. 10, p. 577- 582, 1989.
KENNEDY, J. S.; BOOTH, C. O. Host alternation in Aphis fabae Scop. I. Feeding preferences
and fecundity in relation to the age and kind of leaves. The Annals of Applied Biology,
London, UK, v. 38, p. 25-64, 1951.
KHALSA, M. S.; KOGAN, M.; LUCKMAN, W. H. Autographa precationis in relation to soybean:
life history, and food intake and utilization under controlled conditions. Environmental
Entomology, Lanham, v. 8, p. 117-122, 1979.
KINKEL, L. Microbial population dynamics on leaves. Annual Review of Phytopathology,
Palo Alto, v. 35, p. 327-347, 1997.
KINOSHITA, M. Effects of time-dependent intraspecific competition on offspring survival in the
butterfly, Anthocharis scolymus (L.) (Lepidoptera: Pieridae). Oecologia, Berlin, DE, v. 114, p.
31-36, 1998.
KRISTENSEN, N. P. Remarks on the family-level phylogeny of butterflies (Insecta, Lepidoptera,
Rhopalocera). Zeitschrift für Zoologische Systematik, Berlin, DE, v. 14, p. 25-33, 1976.
KRISTENSEN, N. P. The larval head of Agathiphaga (Lepidoptera, Agathiphagidae) and the
lepidopteran ground plant. Systematic Entomology, Oxford, v. 9, p. 63-81, 1984.
LE MASURIER, A. D. Costs and benefits of egg clustering in Pieris brassicae. The Journal of
Animal Ecology, Oxford, v. 63, p. 677-685, 1994.
LEVOT, G. W.; BROWN, K. R.; SHIPP, E. Larval growth of some calliphorid and sarcophagid
Diptera. Bulletin of Entomological Research, London, UK, v. 69, p. 469-475, 1979.
LIN, S. Y. H.; TRUMBLE, J. T.; KUMAMOTO, J. Activity of volatile compounds in glandular
trichomes of Lycopersicon spp. against two insect herbivores. Journal of Chemical Ecology,
New York, v. 13, p. 837-850, 1987.
LIU, X. Biology and life history of Ascia monuste monuste (Lepidoptera: Pieridae), a potential
pest of cruciferous vegetables. Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v.
98, p. 726-731, 2005.
LUCAS, P. W.; TURNER, I. M.; DOMINY, N. J.; YAMASHITA, N. Mechanical defenses to
herbivory. Annals of Botany, Oxford, v. 86, p. 913-920, 2000.
MA, W. C. Dynamics of feeding responses in Pieris brassicae Linn as a function of
chemosensory input: a behavioral and electrophysiological study. Mededelingene
Landbouwhogeschool, Wageningen, v. 72, p. 1-162, 1972.
MANUWOTO, S.; SCRIBER, J. M. Neonate larval survival of European corn borer, Ostrinia
nubilalis, on high and low DIM-BOA genotypes of maize: effects of light intensity and degree of
insect inbreeding. Agriculture, Ecosystems and Environment, Amsterdam, NL, v. 14, p. 221-
236, 1985.
MARQUES, R. S. A.; MARQUES, E. S. A.; PRICE, P. W. Female behavior and oviposition
choices by an eruptive herbivore, Disnycha pluriligata (Coleoptera: Chysomelida)
Environmental Entomology, Lanham, v. 23, p. 887-892, 1994.
MARSHALL, L. D. Regulation of meal size and growth of fifth instar nymphs of Locusta
migratoria (Orthoptera, Acrididae) in different conditions of starvation and temperature.
Annales de la Nutrition et de la Alimentation, Paris, FR, v. 31, p. 85-91, 1990.
MARSTON, N. L.; SCHMIDT, G. T.; BIEVER, K. D.; DICKERSON, W. A. Reaction of five
species of soybean caterpillars to attack by the predator, Podisus maculiventris.
Environmental Entomology, Lanham, v. 7, p. 533-536, 1978.
MATTSON JUNIOR, W. J.; SCRIBER, J. M. Nutritional ecology of insect folivores of woody
plants: nitrogen, water, fiber, and mineral considerations. In: SLANSKY JUNIOR, F.;
RODRIGUEZ J. G. (Ed.). Nutritional ecology of insects, mites, spiders and related
invertebrates. New York: J. Wiley, 1987. p. 105-146.
MATTSON JUNIOR., W. J.; ADDY, N. D. Phytophagous insects as regulators of forest primary
production. Science, New York, v. 190, p. 515-522, 1975.
MATTSON, W. J. Herbivory in relation to plant nitrogen content. Annual Review of Ecology
and Systematics, Palo Alto, v. 11, p. 119-161, 1980.
MILLER, J. R.; STRICKLER, K. L. Finding and accepting host plants. In: BELL, W. J.; CARDÉ,
R. T. (Ed.). Chemical ecology of insects. Sunderland: Sinauer, 1984. p. 127-157.
MOON, R. D. Effects of larval competition on face fly. The Environmental Entomologist,
Lanham, v. 9, p. 325-333, 1980.
MUKERJI, M. K.; GUPPY, J. C. A quantitative study of food consumption and growth in
Pseudaletia unipuncta. The Canadian Entomologist, Ottawa, v. 102, p. 1179-1188, 1970.
MULLIN C. A.; CHYB, S.; EICHENSEER, H.; HOLLISTER, B.; FRAZIER, J. L. Neuroreceptor
mechanisms in insect gestation: a pharmacological approach. Journal of Insect Physiology,
Oxford, v. 40, p. 913- 931, 1994.
NIELSEN, E. S. Phylogeny of major lepidopteran groups. In: FERNHOLM, B. (Ed.). The
hierarchy of life molecules and morphology in phylogenetic analysis. Amsterdam, NL:
Elsevier, 1989. p. 281-294.
NIELSEN, E. S.; COMMOM, I. F. B. Lepidoptera (moths and butterflies). In: COMMONWEALTH
SCIENTIFIC AND INDUSTRIAL RESEARCH ORGANIZATION. The insects of Australia: a
textbook for students and research workers. 2nd ed. Carlton: Melbourne University, 1991. p.
817- 915.
OHSAKI, N.; SATO, Y. Food plant choice of Pieris butterflies as a trade-off between parasitoid
avoidance and quality of plants. Ecology, Washington, DC, v. 75, p. 59-68, 1994.
OPLER, P. A. Fossil lepidopterous leaf mines demonstrate the age of some insect-plant
relationships. Science, New York, v. 179, p. 1321-1323, 1973.
PARROTT, W. L.; JENKINS, J. N.; McCARTY JUNIOR, J. C. Feeding behavior of budworm
(Lepidoptera, Noctuidae) on three cotton cultivars. Annals of the Entomological Society of
America, Lanham, v. 76, p. 167-170, 1983.
PETERS, T. M.; BARBOSA, P. Influence of populational density in the size, fecundity and
development rate in insect culture. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 22, p. 431-
450, 1977.
PETERSON, S. C.; HANSON, F. E.; WARTHEN JUNIOR, J. D. Deterrence coding by a larval
Manduca chemosensory neurone mediating rejection of a non-host plant Canna generalis L.
Physiological Entomology, Oxford, v. 18, p. 285-295, 1993.
PIANKA, E. R. Evolutionary ecology. 3rd ed. New York: Harper & Row, 1983. 416 p.
PIZZAMIGLIO, M. A. Ecologia das interações inseto/planta. In: PANIZZI, A. R.; PARRA, J. R. P.
(Ed.). Ecologia nutricional de insetos e suas implicações no manejo de pragas. São
Paulo: Malone; Brasília, DF: CNPq, 1991. p. 101-129.
PRICE, P. W. Insect ecology. New York: J. Wiley, 1984. 853 p.
PRICE, P. W.; BOUTON, C. E.; GROSS, P.; Mc PHERSON, B. A.; THOMPSON, J. A.; WEIS, A.
E. Interaction among three trophic levels: influence of plants interactions between insect
herbivores and natural enemies. Annual Review of Ecology and Systematics, Palo Alto, v.
11, p. 41-65, 1980.
PROKOPY, R. J.; OWENS, E. D. Visual detection of plants by herbivorous insects. Annual
Review of Entomology, Palo Alto, v. 28, p. 40-48, 1983.
RAUBENHEIMER, D.; GÄDE, G. Separating food and water deprivation in locusts: effects on
the patterns of consumption, locomotion and growth. Physiological Entomology, Oxford, v.
21, p. 76-84, 1996.
RAUSHER, M. D. Larval habitat suitability and ovipositon preference in three related butterflies.
Ecology, Washington, DC, v. 60, p. 503-511, 1979.
REMMERT, H. Ecologia. São Paulo: Edusp; New York: Springer, 1982. 335 p.
RENWICK, J. A. A.; CHEW, F. S. Oviposition behaviour in Lepidoptera. Annual Review of
Entomology, Palo Alto, v. 39, p. 377-400, 1994.
REYNOLDS S. E.; YEOMANS, M. R.; TIMMINS, W. A. The feeding behaviour of caterpillars
(Manduca sexta) on tobacco and on artificial diet. Physiological Entomology, Oxford, v. 11, p.
39-51, 1986.
RHOADES, A. F. Offensive-defensive interactions between herbivores and plants: Their
relevance in herbivores and plants: Their relevance in herbivore population dynamics and
ecological theory. The American Naturalist, Chicago, v. 125, p. 205-238, 1985.
RODEN, D. B.; MILLER, J. R.; SIMMONS, G. A. Visual stimuli influencing orientation by larval
gypsy moth, L. dispar (L.). The Canadian Entomologist, Ottawa, v.134, p. 284-304, 1992.
SANDS, D. P. A.; BRANCATINI, V. A. A portable penetrometer for measuring leaf toughness in
insect herbivory studies. Proceedings of the Entomological Society of Washington,
Washington, DC, v. 93, p. 786-788, 1991.
SANTOS, C. D.; RIBEIRO, A. F.; TERRA, W. R. Differential centrifugation, calcium precipitation
and ultrasonic disruption of midgut cells of Erinnyis ello caterpillars. Purification of cell microvilli
and inferences concerning secretory mechanisms. Canadian Journal of Zoology, Ottawa, v.
64, p. 490-500. 1986.
SCHOONHOVEN, L. M. Gustation and food-plant selection in some lepidopterous larvae.
Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 12, p. 555-564, 1972.
SCHOONHOVEN, L. M. Long-term sensitivity changes in some insect taste receptors. Drug
Research, Cairo, EG, v. 28, p. 2367, 1978.
SCHOONHOVEN, L. M. Sensitivity changes in some insect chemoreceptors and their effect on
food selection behaviour. Proceedings of the Koninklijke Nederlandse Akademie van
Wetenschappen. Series C, Amsterdam, NL, v. 72, p. 491-498, 1969.
SCHROEDER, L. A. Effect of food deprivation on the efficiency of utilization of dry matter,
energy, and nitrogen by larvae of the Calocalpe undulata. Annals of the Entomological
Society of America, Lanham, v. 69, p. 55-58, 1975.
SCHULTZ, J. C.; NOTHNAGLE, P. J.; BALDWIN, I. T. Seasonal and individual variation in leaf
quality of two northern hardwoods tree species. American Journal of Botany, Baltimore, v. 69,
p. 753-759, 1982.
SCHWEITZER, D. F. Effects of foliage age on body weight and survival in larvae of tribe
Lithophanini (Lepidoptera: Noctuidae). Oikos, Copenhagen, v. 32, p. 403-408, 1979.
SCRIBER, J. M. The behavior and nutritional physiology of southern armyworm larvae as a
function of plant species consumed in earlier instars. Entomologia Experimentalis et
Applicata, Dordrecht, v. 31, p. 359-369, 1982.
SCRIBER, J. M.; SLANSKY JUNIOR, F. The nutritional ecology of immature insects. Annual
Review of Entomology, Palo Alto, v. 26, p. 183-211, 1981.
SHIELDS, V. D. C.; MITCHELL, B. K. Sinigrin as a feeding deterrent in two crucifer-feeding,
polyphagous lepidopterous species and the effects of feeding stimulant mixtures on deterrency.
Philosophical Transactions of the Royal Society of London. Series B, Biological
Sciences, London, UK, v. 347, p. 439-446, 1995.
SIGSGAARD, L.; GREENSTONE, M. H.; DUFFIELD, S. J. Egg cannibalism in Helicoverpa
armigera on sorghum and pigeonpea. BioControl, San Diego, v. 47, p. 151-165, 2002.
SIGURJONSDOTTIR, H. Food competition among Scatophaga stercoraria larvae with
emphasis on its effects on reproductive success. Ecological Entomology, Oxford, v. 9, p. 81-
90, 1984.
SILLÉN-TULLBERG, B. Evolution of gregariousness in aposematic butterfly larvae: a
phylogenetic analysis. Evolution, Lancaster, v. 42, p. 293-305, 1988.
SIMPSON, S. J.; ABISGOLD, J. D. Compensation by locust for changes in dietary nutrients:
bahavioural mechanisms. Physiological Entomology, Oxford, v. 10, p. 443-452, 1985.
SIMPSON, S. J.; BERNAYS, E. A. The regulation of feeding: locusts and blowflies are not so
different from mammals. Appetite, London, UK, v. 4, p. 313-346, 1983.
SIMPSON, S. J.; RAUBENHEIMER, D. The central role of the haemolymph in the regulation of
nutrient uptake in insects. Physiological Entomology, Oxford, v. 18, p. 395-403, 1993.
SIMPSON, S. J.; SIMPSON, C. L. The mechanisms of nutritional compensation by
phytophagous insects. In: BERNAYS, E. A. (Ed.). Insect-plant interactions. Boca Raton:
CRC, 1990. v. 2, p. 111-160.
SLANSKY JUNIOR, F. Insect nutrition: an adaptationist’s perspective. The Florida
Entomologist, Lutz, v. 65, p. 45-69, 1982.
SLANSKY JUNIOR, F.; RODRIGUES, J. G. Nutritional ecology of insects, mites, spiders, and
relates invertebrates: an overview. In: SLANSKY JUNIOR, F.; RODRIGUES, J. G. (Ed.).
Nutritional ecology of insects, mites, spiders, and related invertebrates. New York: J.
Wiley, 1987. p. 1-69.
SLANSKY JUNIOR, F.; SCRIBER, J. M. Food consumption and utilization. In: KERKUT, G. A.;
GILBERT, L. I. (Ed.). Comprehensive insect physiology, biochemistry and pharmacology.
Oxford: Pergamon, 1985. v. 4, p. 87-167.
SLANSKY JUNIOR, F.; WHEELER, G. S. Caterpillar’s compensatory feeding response to
diluted nutrients leads to toxic allelochemical dose. Entomologia Experimentalis et
Applicata, Dordrecht, v. 65, p. 171-186, 1992.
SOUTHWOOD, T. R. E. The insect/plant relationship – an evolutionary perspective. In: Van
EMDEN, H. F. (Ed.). Insect/plant relationships. Oxford: Blackwell, 1978. p. 3-32.
STÄDLER, E.; HANSON, F. E. Olfactory capabilities of gustatory chemoreceptors of tobacco
hornworm larvae. Journal of Comparative Physiology, Berlin, v. 104, p. 97-102, 1975.
STAMP, N. E. Egg deposition patterns in butterflies: Why do some species cluster their eggs
rather than deposit them singly? The American Naturalist, Chicago, v. 115, p. 367-380, 1980.
STAMP, N. E.; BOWERS, M. D. Phenology of nutritional differences between new and mature
leaves and its effect on caterpillar growth. Ecological Entomology, Oxford, v. 15, p. 447-454,
1990.
STAMP, N. E.; CASEY, T. M. Caterpillars, ecological and evolutionary constraints on
foraging. New York: Chapman & Hall, 1993. 548 p.
STEHR, F. W. Immature insects. In: STEHR, F. W. (Ed.). Order Lepidoptera. Dubuque:
Kendall-Hunt, 1987. p. 288-596.
STOFFOLANO, J. G. Regulation of a carbohydrate meal in adult Diptera, Lepidoptera, and
Hymenoptera. In: CHAPMAN, R. F.; DE BOER, G. (Ed.). Regulatory mechanisms in insect
feeding. New York: Chapman & Hall, 1995. p. 210-247.
STRONG, D. R.; LAWTON, J. H.; SOUTHWOOD, T. R. E. Insects on plants. Cambridge:
Harvard University, 1984.313 p.
SUOMELA, J. V.; OSSIPOV, V.; HAUKIOJA, E. Variation among and within mountain birch
trees in foliage phenols, carbohydrates, and amino acids, and in growth of Epirrita autumnata
larvae. Journal of Chemical Ecology, New York, v. 21, p. 1421-1446, 1995.
SZENTESI, A.; BERNAYS, E. A. A study of behavioral habituation to a feeding deterrent in
nymphs of Schistocerca-gregaria. Physiological Entomology. Oxford, v. 9, p. 329-340, 1984.
TALLAMY, D. W.; WOOD, T. K. Convergence patterns in subsocial insects. Annual Review of
Entomology, Palo Alto, v. 31, p. 369-390, 1986.
TAMMARU, T. Determination of adult size in a folivorous moth: constraints at instar level?
Ecological Entomology, Oxford, v. 23, p. 80-89, 1998.
TAMMARU, T.; KAITANIEMI, P.; RUOHOMAKI, K. Oviposition choices of Epirrita cutumnata
(Lepidoptera: Geometridae) in relation to its eruptive population dynamics. Oikos,
Copenhagen, v. 74, p. 296-304, 1995.
TELANG, A.; BOOTON, V.; CHAPMAN, R. F.; WHEELER, D. E. How female caterpillars
accumulate their nutrient reserves. Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 47, p. 1055-1064,
2001.
TERRA, W. R. Digestão do alimento e suas implicações na biologia dos insetos. In: PANIZZI,
A. R.; PARRA, J. R. P. (Ed.). Ecologia nutricional de insetos e suas implicações no manejo
de pragas. São Paulo: Manole; Brasília, DF: CNPq, 1991, p. 67-99.
TERRA, W. R.; FERREIRA, C. Insect digestion enzymes: properties, compartmentalization and
function. Comparative Biochemistry and Physiology, Oxford, v. 109 B, p. 1-62, 1994.
TERRA, W. R.; VALENTIN, A.; SANTOS, C. D. Utilization of sugars, hemicellulose, starch,
protein, fat and minerals by Erinnyis ello larvae and the digestion role of their midgut
hydrolases. Insect Biochemistry, Bristol, v. 17, p. 1143-1147, 1987.
THOMPSON, J. N. Evolutionary ecology of relation between oviposition preference and
performance of offspring in phytophagous insects. Entomologia Experimentalis et Applicata,
Dordrecht, v. 47, p. 3-14, 1988.
THOMPSON, J. N.; PELLMYR, O. Evolution of oviposition behavior and host preference in
Lepidoptera. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 36, p. 65-89, 1991.
TIMMIN, W. A.; BELLWARD, K.; STAMP, A. J.; REYNOLDS, S. E. Food intake, conversion
efficiency, and feeding behaviour of tobacco hornworm caterpillars given artificial diet of varying
nutrient and water content. Physiological Entomology, Oxford, v.13, p. 303-314, 1988.
UNDERWOOD, D. L. A. Intraespecific variability in host plant quality an oviposition preferences
in Eucheria socialis (Lepidoptera, Pieridae). Ecological Entomology, Oxford, v. 19, p. 245-
256, 1994.
USHER, B. F.; BERNAYS, E. A.; BARBEHENN, R. V. Antifeedant tests with larvae of
Pseudaletia unipuncta – variability of behavioral response. Entomologia Experimentalis et
Applicata, Dordrecht, v. 48, p. 203-212, 1988.
VAN DAM, N. M.; HARE, J. D. Biological activity of Datura wrightii glandular trichome exudates
against Manduca sexta. Oecologia, Berlin, DE, v. 122, p. 371- 379, 2000.
VAN HERREWEGE, C. Régulation de la prise de nourriture, après un jeune, chez les males de
la blatte Germanique dans différentes conditions alimentaires. Entomologia Experimentalis et
Applicata, Dordrecht, v. 17, p. 234-244, 1974.
VAN LOON, J. J. A. Chemosensory basis of feeding and oviposition behaviour in herbivorous
insects: a glance at the periphery. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v.
80, p. 1-7, 1996.
VAN LOON, J. J. A.; SCHOONHOVEN, L. M. Specialist deterrent chemoreceptors enable Pieris
caterpillars to discriminate between chemically different deterrents. Entomologia
Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 91, p. 29-35, 1999.
VANE-WRIGHT, R. I.; ACKERY, P. R. (Ed.) The biology of butterflies. London, UK: Academic,
1984. 429 p. (Symposia of the Royal Entomological Society of London, 11).
VERSCHAFFELT, E. The cause determining the selection of food in some herbivorous insects.
Royal Academy, Amsterdam, NL, v. 13, p. 536-542, 1910.
WAISS JUNIOR, A. C.; CHAN, B. G.; ELLIGER, C. A.; BINDER, R. G. Biologically active cotton
constituents and their significance in HPR. BELTWIDE COTTON PRODUCTION RESEARCH
CONFERENCES, New Orleans, 1981. Proceedings... Menphis: National Cotton Council of
America, 1981. p. 61.-63.
WALDBAUER, G. P. The consumption and utilization of food by insects. Advances in Insect
Physiology, London, UK, v. 5, p. 229-288, 1968.
WALDBAUER, G. P.; COHEN, R. W.; FRIEDMAN, S. Self-selection of and optimal nutrient mix
from defined diets by larvae of the cornearworm, Heliothis zea (Boddie). Physiological
Zoology, Chicago, v. 57, p. 590-597, 1984.
WASTI, S. S.; HARTMANN, G. C. Experimental parasitization of larvae gypsy moth, Porthetria-
dispar L., with Entomogenous fungus. Parasitology, London, UK, v. 70, p. 341, 1975.
WATANABE, M.; YAMAGUCHI, H. Egg cannibalism and egg distribution of two Pieris
butterflies, Pieris rapae and P. melete (Lepidoptera, Pieridae) on a host plant, Rorippa indica
(Cruciferae). Japanese Journal of Ecology, Tokyo, JP, v. 43, p. 181-188, 1993.
WHEELER D. E.; TUCHINSKAYA, I.; BUCK, N. A.; TABASHNIK, B. E. Hexameric storage
proteins during metamorphosis and egg production in the diamondback moth, Plutella xylostella
(Lepidoptera). Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 46, p. 951-958, 2000.
WHITE, T. C. R. The abundance of invertebrate herbivores in relation to the availability of
nitrogen in stressed food plant. Oecologia, Berlin, DE, v. 63, p. 90-105, 1984.
WHITMAN, D.W.; BLUM, M. S.; SLANSKY JUNIOR, F. Carnivory in phytophagous insects. In:
ANANTHAKRISNAN, T. N. (Ed.). Functional dynamics of phytophagous insects. New Delhi:
Oxford & IBH, 1994. p. 161-205.
WILSON, P. A.; ROOM, P. M.; ZALUCKI, M. P.; CHAKRABOTY, S. Interaction between
Helicoverpa armigera and Colletotrichum gloeosporioides on the tropical pasture legume
Stylosanthes scabra. Australian Journal of Agricultural Research, Melbourne, v. 51, p. 107-
112, 2000.
WOODS, H. A. Patterns and mechanisms of growth of fifth-instar Manduca sexta caterpillars
following exposure to low or high-protein food during early instar. Physiological and
Biochemical Zoology, Chicago, v. 72, p. 445-454, 1999.
YANG, G.; ESPELIE, K. E.; WISEMAN, B. R.; ISENHOUR, D. J. Effect of corn follicular lipids
on the movement of fall armyworm (Lepidoptera: Noctuidae) neonate larvae. The Florida
Entomologist, Lutz, v. 76, p. 302- 316, 1993.
YOUNG, A. M.; MOFFETT, M. W. Studies on the population biology of the tropical butterfly
Mechanitis isthmian in Costa Rica. The American Midland Naturalist, Notre Dame, v. 101, p.
309-319, 1979.
ZALUCKI, M. P.; CLARKE, A. R.; MALCOLM, S. B. Ecology and behavior of first instar larval
Lepidoptera. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 47, p. 361-393, 2002.
Capítulo 12
Insetos sugadores de sementes
(Heteroptera)
Antônio R. Panizzi
Flávia A. C. Silva
Introdução
Os insetos sugadores de sementes são representados
principalmente pela ordem Hemiptera (Heteroptera), incluindo
diversas famílias, entre as quais, Alydidae, Corimelaenidae,
Coreidae, Lygaeidae, Pentatomidae, Pyrrhocoridae, Rhopalidae e
Scutelleridae (SCHUH; SLATER, 1995; SCHAEFER; PANIZZI,
2000). A maioria dos percevejos (heterópteros) prefere se alimentar
de sementes verdes (imaturas), as quais são mais macias e,
portanto, mais fáceis de serem penetradas, além de possuírem
maior conteúdo de água. Outros, como os percevejos das famílias
Pyrrhocoridae e Lygaeidae, alimentam-se de sementes maduras
(JANZEN, 1978). Os Pyrrhocoridae incluem os manchadores-do-
algodão (Dysdercus spp.), os quais são pragas importantes
(SCHAEFER; AHMAD, 2000), além de inúmeras espécies sem
importância econômica, habitantes de florestas tropicais (JANZEN,
1972). Os Lygaeidae são conhecidos como seed bugs (percevejos-
das-sementes) (SWEET, 1960), embora muitas espécies se
alimentem da seiva de tecidos vegetativos (por exemplo, espécies
de Blissus spp. e Nysius spp.) (SWEET, 2000). Entre os Alydidae,
Neomegalotomus parvus (Westwood) apresenta melhor
desempenho reprodutivo em sementes maduras de leguminosas do
que em sementes imaturas (SANTOS; PANIZZI, 1998).
Os hemípteros (heterópteros) que se alimentam de plantas
inserem os estiletes (mandíbulas + maxilas) nos tecidos. Os danos
aos tecidos vegetais, incluindo sementes e frutos, resultam da
frequência de penetração dos estiletes e da duração do período
alimentar, associados com as secreções salivares que podem ser
tóxicas e causar necrose. Slansky Junior e Panizzi (1987) revisaram
a ecologia nutricional de hemípteros fitófagos especializados em
sementes/frutos e forneceram detalhes sobre o seu comportamento
alimentar. Mais recentemente, Hori (2000) revisou as secreções
salivares produzidas e os consequentes danos nos tecidos.
O ataque de percevejos pode inutilizar a semente ou reduzir
sua viabilidade, originando plântulas com vigor fraco. Embora os
insetos mastigadores tenham uma capacidade maior de danificar o
embrião, uma punctura dos sugadores no eixo da radícula-hipocótilo
pode impedir a germinação (JENSEN; NEWSOM, 1972). O impacto
dos insetos na produção de sementes e frutos é discutido
amplamente na literatura de entomologia econômica e de grande
importância para a agricultura mundial.
Neste capítulo serão apresentadas as características dos
alimentos (i.e., sementes), as múltiplas interações dos insetos
sugadores a eles associados, o impacto do ambiente biótico e
abiótico na biologia desses insetos e as estratégias utilizadas para
atingir uma performance máxima, sob a ótica da bioecologia e da
nutrição.
Características do alimento
(sementes)
Composição nutricional
As sementes apresentam composição química variável,
dependendo de vários fatores, entre os quais, a espécie vegetal e a
idade da planta. Apesar de a maior parte dos compostos químicos
das sementes não diferir daqueles encontrados nos demais órgãos
da planta, as sementes tendem a ser “pacotes” de nutrientes em alta
concentração (SLANSKY JUNIOR; SCRIBER, 1985). Deve-se
ressaltar, no entanto, que as proteínas e os lipídios presentes nas
sementes podem diferir na composição química e em suas
propriedades, em relação às demais partes da planta, e têm suas
concentrações definidas geneticamente e/ou por influência de
fatores ambientais (CARVALHO; NAKAGAWA, 1983).
Por exemplo, a porcentagem em peso seco de proteína e óleo
varia de 10% a 30% e de 10% a 40% para sementes de várias
famílias (EARLE; JONES, 1962; JONES; EARLE, 1966). As
proteínas são os principais componentes das sementes de
leguminosas, podendo variar de 20% a 40%, enquanto as sementes
de cereais têm em média de 7% a 15% de proteína (VITALE;
BOLLINI, 1995). Diferenças no conteúdo total de proteína e óleo
ocorrem entre espécies da mesma família. Por exemplo, sementes
de soja têm um conteúdo de proteína (32,2% de peso seco) e óleo
(21,8%) relativamente alto, quando comparado com outras
leguminosas, tais como o feijão, Phaseolus vulgaris L. que contém
24,2% e 1,2%, respectivamente (EARLE; JONES, 1962). Em
adição, a qualidade da proteína das sementes de soja, medida pela
razão de eficiência proteica (isto é, ganho de peso/proteína
ingerida), é maior (2,4%) do que aquela observada para sementes
de feijão (0,5%), bem como a digestibilidade das proteínas das
sementes determinadas em ratos (de 70,1% a 82,9% para soja e de
36,3% a 56,0% para feijão; BRESSANI; ELIAS, 1980). Observa-se,
também, que a porcentagem em peso seco de proteínas pode variar
de 11% a 22% entre espécies iguais cultivadas em diferentes
regiões geográficas, ressaltando a influência dos fatores ambientais
sobre a composição química das sementes (MAYER; POLJAKOFF-
MAYBER, 1982).
Entre os componentes químicos presentes em uma semente,
destacam-se os três grupos: proteínas, lipídios e carboidratos. Em
função das diferenças em solubilidade, as proteínas podem ser
classificadas em: albuminas, globulinas, glutelinas e prolaminas. As
glutelinas e as prolaminas formam para a maioria dos cereais, o
principal componente das proteínas (80% a 90% do total), enquanto
as albuminas e as globulinas contribuem com menos de 20% do
total. Já nas dicotiledôneas, as glutelinas ocorrem desde níveis
muito baixos até cerca de 50% do total das proteínas, e as
prolaminas estão em baixos teores ou ausentes. As albuminas e
globulinas são bem definidas nas dicotiledôneas (DUFFUS;
SLAUGHTER, 1980; MAYER; POLJAKOFF-MAYBER, 1982;
CARVALHO; NAKAGAWA, 1983). De acordo com suas funções, as
proteínas também podem ser classificadas em três grupos: de
armazenamento, estruturais e metabólicas, e proteínas de proteção
(SHEWRY; HALFORD, 2002).
Os lipídios constituem o principal material de reserva de várias
espécies vegetais e são encontrados em toda semente. Estão
geralmente presentes na forma de glicerídeos (triglicerídeos),
diferentes ácidos graxos insaturados (p. ex., ácido oleico, linoleico,
palmítico e esteárico), fosfolipídios, glicolipídios, tocoferóis e outros
(MEDCALF, 1973; MAYER; POLJAKOFF-MAYBER, 1982). Os
carboidratos são outros componentes importantes das sementes,
sendo o amido o principal carboidrato de reserva, principalmente de
cereais, constituindo cerca de 65% da semente de trigo e 79% do
seu endosperma (MEDCALF, 1973). Embora os açúcares, em geral,
formem uma pequena parte dos carboidratos presentes na semente,
sua porcentagem em peso seco pode variar de 1% a 70% entre
espécies de diferentes famílias (MAYER; POLJAKOFF-MAYBER;
1982).
As sementes ainda apresentam na sua composição minerais,
compostos nitrogenados outros (amidos e aminoácidos livres),
vitaminas e fitormônios (DUFFUS; SLAUGHTER, 1980;
CARVALHO; NAKAGAWARA, 1983). Para a maioria das famílias de
plantas, elementos como fósforo, potássio e magnésio estão
presentes e seus teores podem estar positivamente relacionados
com o conteúdo de proteína na semente (LOTT et al., 1995).
Variações no conteúdo total de matéria seca e de água (Figura
1) e na composição química da semente são observadas com a
maturação. Em ervilha, a taxa de hidratação da semente pode
diminuir de 85% a 14% durante as diferentes fases de maturação
(DEUNFF, 1989). Na soja, as vitaminas decrescem acentuadamente
à medida que a semente amadurece e aumentam com a
germinação (BATES; MATTHEWS, 1975). Os conteúdos de proteína
e lipídio de sementes em fase de maturação (isto é, sementes no
tamanho máximo e as folhas iniciando a amarelar) variam de 36,7%
a 39,4% e de 20,5% a 21,5% com a maturação completa,
respectivamente (BATES et al., 1977). À medida que as sementes
se desenvolvem, o teor de amido e de óleo aumenta, bem como os
teores de ácido oleico e linoleico, e os ácidos palmítico, esteárico e
linolênico decrescem e, no final do desenvolvimento, se estabilizam
(RUBEL et al., 1972; YAZDI-SAMADI et al., 1977).
Abundância
A abundância e a disponibilidade das sementes aos insetos
sugadores são fatores fundamentais na regulação das dinâmicas
populacionais nos diversos ecossistemas. No caso de culturas
anuais, os hemípteros necessitam colonizar os campos
rapidamente, assim que as sementes aparecem, pois se trata de
uma fonte nutricional efêmera.
Existe grande variação na quantidade e na periodicidade na
produção de sementes em decorrência de condições climáticas (por
exemplo, chuva) e das espécies vegetais presentes em diferentes
habitats. Muitas vezes, esses fatores restringem a disponibilidade
das sementes, dificultando o encontro da fonte nutricional adequada
(SLANSKY JUNIOR; PANIZZI, 1987).
O tamanho da semente também é muito variável, dependendo
da espécie vegetal e do estágio de desenvolvimento. Mudanças
bruscas em tamanho ocorrem desde a formação da semente até a
maturação. No caso da soja, por exemplo, os percevejos
pentatomídeos não conseguem se desenvolver satisfatoriamente ao
se alimentarem de vagens que completaram o desenvolvimento,
mas que não iniciaram ainda o enchimento de grãos (soja no
estádio R5) (PANIZZI; ALVES, 1993). Isso pode ocorrer tanto pela
falta de nutrientes nas sementes em início de desenvolvimento,
como pela incapacidade de os percevejos acessarem as sementes
no interior das vagens. O efeito do tamanho da semente na biologia
é mais crítico para insetos que vivem dentro da semente, como é o
caso dos mastigadores, p. ex., Bruchidae (JANZEN, 1969;
JOHNSON; KISTLER, 1987).
À semelhança das características físicas e estruturais
mencionadas, o impacto da abundância e do tamanho das
sementes no desempenho dos insetos sugadores tem sido pouco
estudado. Alguns dos poucos casos referidos na literatura serão
discutidos no item Impacto de fatores bióticos (alimento) no
desempenho dos heterópteros.
Caracterização
dos limites
Acasalamento
O comportamento pré-copulatório (cortejo) e de acasalamento
em heterópteros tem sido estudado sob vários aspectos. Esses
comportamentos são influenciados por vários sinais, incluindo a
produção de odores e de sons. Por exemplo, no caso do percevejo-
verde, N. viridula (Pentatomidae), os machos produzem feromônios
sexuais, os quais são importantes para encontrar a fêmea, e que, ao
mesmo tempo, têm um impacto ecológico importante por atrair
moscas parasitas (Tachinidae) (HARRIS; TODD, 1980a; BORGES
et al., 1987; BORGES, 1995). Para essa espécie, a produção de
som é um componente importante no acasalamento, cujas vibrações
são repassadas pelo substrato (planta) (HARRIS et al., 1982; OKL,
1983; OTA; OKL, 1991; OKL et al., 1999, 2000). Os sinais
vibratórios interferem na emissão dos feromônios, e os machos
emitem maiores quantidades de feromônios quando estimulados
com os sons emitidos pelas fêmeas (MIKLAS et al., 2003).
O cortejo do macho, geralmente, ocorre antes do
acasalamento. Entretanto, ligeídeos do gênero Xyonysius cortejam
as fêmeas antes e durante a cópula. O cortejo durante a cópula é
mais elaborado, e o macho move os escleritos genitais de forma a
estimular a fêmea, assumindo posições variadas, tocando e
esfregando as pernas na fêmea (RODRÍGUEZ; EBERHARD, 1994).
Para outra espécie de ligeídeo, Ozophora baranowskii Slater &
O’Donnell, as fêmeas tocam os machos com as pernas traseiras
durante a cópula, isso ocorrendo mais intensamente durante
cópulas de menor duração (RODRÍGUEZ, 1998).
A duração da cópula em heterópteros é muito variada e
depende da temperatura. Por exemplo, a cópula do ligeídeo O.
fasciatus pode durar de 30 minutos (a 38 °C) até 2 dias (a 24,5 °C),
o mesmo ocorrendo com o período pré-copulatório de 6 (a 34,5 °C)
a 15 dias (a 24,5 °C) (ANDRÉ, 1935). Para o pentatomídeo N.
viridula, a cópula pode durar de 1 a 165 horas (HARRIS; TODD,
1980b); para outro pentatomídeo, Bathycoelia thalassina (Herrich-
Schaeffer), esse período varia de 15 minutos a 8 horas, e os
machos tomam a iniciativa em direção às fêmeas (OWUSU-MANU,
1980). Interessante é que a duração da cópula para Corimelaena
extensa (Uhler) (Corimelaenidae) dura, em média, apenas 12
segundos (LUNG; GOEDEN, 1982). Em Dysdercus maurus Distant,
o macho também toma a iniciativa para a cópula, a qual pode durar
até 70 horas (ALMEIDA et al., 1986). As cópulas de maior duração
ocorrem quando os machos estão em maior número do que as
fêmeas, sendo esta, aparentemente, uma estratégia para impedir a
substituição do esperma. A cópula prolongada evita a substituição
do esperma que ocorre com acasalamentos múltiplos (McLAIN,
1981; CARROLL, 1988). Em alguns casos os machos “montam
guarda” para evitar o acasalamento com outros machos, durante o
processo de oviposição, como no caso do ropalídeo J. haematoloma
(CARROLL, 1993).
O acasalamento pode ser influenciado pela fonte nutricional.
Por exemplo, O. fasciatus copula duas vezes mais quando se
alimenta de sementes, do que quando se alimenta de flores ou
partes vegetativas (RALPH, 1976). Já a espécie Dysdercus koenigii
(F.) copula independentemente do seu estado nutricional, mas os
ovos são produzidos somente se os insetos se alimentarem de
sementes de algodão (SHAHI; KRISHNA, 1981).
O acasalamento também é influenciado pelo fotoperíodo. O.
fasciatus copula com mais frequência em fotoperíodos longos e a
escuridão contínua inibe a atividade copulatória (WALKER, 1979).
Entretanto, o pentatomídeo Euschistus conspersus Uhler
apresentou picos de acasalamento às 23 horas, com cerca de 80%
dos insetos, formando agregação em atividade copulatória
(KRUPKE, et al., 2006).
Em geral, os heterópteros copulam com vários parceiros, como
o ligeídeo Lygaeus kalmii (Stål) o qual foi observado copular com
seis parceiros diferentes (EVANS, 1987). Em teoria, cópulas
múltiplas com machos diferentes mantêm o suprimento de esperma
viável e a competição e mistura do esperma promove taxas mais
altas de fertilização dos ovos, resultando no aumento da diversidade
genética da progênie. No caso do pentatomídeo N. viridula, as
fêmeas preferem a poliandria, o que também aumenta a diversidade
genética dos descendentes (McLAIN, 1992). O alidídeo Riptortus
clavatus (Thunberg) apresenta fecundidade e fertilidade maiores
quando as fêmeas acasalam múltiplas vezes do que quando
acasalam uma única vez (SAKURAI, 1996). O coreídeo
Leptoglossus clypealis Heidemann pode copular até 17 vezes
durante sua vida (WANG; MILLAR, 2000).
Em alguns casos, como o coreídeo-asiático-do-bambu,
Notobitus meleagris F., ocorrem agregações para acasalamento,
com um macho formando agregação com várias fêmeas (agregação
chamada de harém); o macho monitora a agregação e demonstra
comportamento agressivo para repelir machos intrusos (MIYATAKE,
2002).
Oviposição
Vários comportamentos de oviposição têm sido estudados. Por
exemplo, o percevejo-verde Nezara viridula (L.) (Pentatomidae), o
qual deposita os ovos em massas com formato hexagonal na
superfície ventral das folhas, apresenta um comportamento curioso,
descrito e ilustrado em detalhes (PANIZZI, 2006). Logo após a
deposição de cada ovo, a massa de ovos é tocada com o último
tarsômero do par de pernas posterior. À medida que ela move a
perna, o tarsômero dobra e o dorso toca o ovo expelido. Para o ovo
seguinte, a fêmea move lateralmente a parte final do abdômen, e o
processo inicia-se novamente, com a expansão das placas genitais,
seguida pela expulsão do ovo e movimento de umas das pernas, do
par posterior, tocando os ovos com o tarsômero como o descrito.
O percevejo ropalídeo Jadera choprai Göllner-Scheiding, que se
alimenta de sementes maduras da planta conhecida por balãozinho,
Cardiospermum halicacabum (Sapindaceae) caídas no solo,
oviposita no solo. A fêmea cava com as pernas dianteiras um
buraco no solo solto, com cerca de 0,5 cm de profundidade,
oviposita e depois cobre os ovos com as partículas do solo. Testes
em laboratório indicaram que em solo arenoso as ninfas foram
capazes de eclodir e atingir a superfície a partir de profundidades de
até 4 cm (PANIZZI et al., 2002).
A oviposição pode ser condicionada por vários fatores,
químicos e físicos. Por exemplo, no caso do pentatomídeo N.
viridula, a oviposição pode ser induzida a ser feita em substratos
artificiais (p. ex., filó estendido), tratado com fitoquímicos obtidos de
plantas de soja (PANIZZI et al., 2004). Entretanto, a oviposição no
filó ou tela, sem tratamento químico, também ocorre, e, no caso do
pentatomídeo Palomena angulosa Motschulsky, os ovos são
geralmente depositados na tela de gaiolas em criação em
laboratório (WADA; HORI, 1997).
Os percevejos sugadores de sementes podem depositar ovos
em massas ou individualmente. Esses dois padrões de depositar os
ovos apresentam vantagens e desvantagens adaptativas (PANIZZI,
2004). Se, por um lado, os ovos depositados em massa são mais
visíveis aos inimigos naturais, o fato de serem colocados em um
único local diminui a probabilidade de serem encontrados por
parasitoides e predadores. Por outro, para os ovos colocados
isoladamente e distribuídos em vários locais, aumenta a chance de
serem localizados pelos inimigos naturais, embora o impacto seja
minimizado pelo fator dispersão. Assim, parece não haver uma
separação clara entre esses dois padrões que permita selecionar
um como o mais vantajoso.
A oviposição incomum sobre o corpo de indivíduos da mesma
espécie pelo pentatomídeo Euschistus heros (F.) e pelo alidídeo N.
parvus foi observada durante a manutenção de colônias dos
percevejos em laboratório. Aparentemente, trata-se do primeiro
registro de oviposição sobre indivíduos da mesma espécie por
essas duas espécies de percevejos (PANIZZI; SANTOS, 2001).
Entre os percevejos fitófagos, esse comportamento é incomum,
sendo relatado para os coreídeos Phyllomorpha laciniata Vill.
(BOLÍVAR, 1894) na Europa e Plunentis porosus Stål na América do
Sul (COSTA LIMA, 1940). No primeiro caso, as fêmeas ovipositam
no dorso de fêmeas e machos um número variável de ovos (1-15)
(KAITALA, 1996) e, no segundo caso, os ovos são depositados no
lado ventral do abdômen de machos. Os machos podem apresentar
comportamento passivo, aceitando a deposição dos ovos, ou podem
rejeitar ou retardar o processo, por se mexerem repetidamente
durante a deposição dos ovos pelas fêmeas (MIETTINEN; KAITALA,
2000).
O percevejo alidídeo N. parvus apresenta um comportamento
interessante de oviposição sobre vagens de guandu, Cajanus cajan,
o qual foi descrito e ilustrado (Figura 5) por Ventura e Panizzi
(2000). Inicialmente, a fêmea permanece imóvel e depois move as
antenas alternadamente para cima e para baixo. Depois, a fêmea
toca a vagem de guandu com as antenas e com a ponta do lábio,
comportamento esse também relacionado com a escolha do
alimento. Em seguida, ela expõe o ovipositor, o qual é passado
sobre a superfície da vagem para encontrar o local mais apropriado
para depositar os ovos. Mecanorreceptores são estimulados e os
ovos depositados nas depressões das vagens, entre os loci das
sementes. Aparentemente, essas depressões conspícuas das
vagens de guandu estimulam os mecanoreceptores (sensilos no
ovipositor). Na soja, esse inseto oviposita preferencialmente na face
inferior (abaxial) dos folíolos, próximo da nervura central (PANIZZI et
al., 1996).
Figura 5. Comportamento de oviposição do percevejo alidídeo,
Neomegalotomus parvus sobre vagens de guandu, Cajanus
cajan: (A) Fêmea permanece imóvel; (B) Fêmea move as
antenas alternadamente para cima e para baixo; (C) Fêmea
toca a vagem de guandu com as antenas; (D) Fêmea toca a
vagem de guandu com a ponta do lábio; (E) Fêmea expõe o
ovipositor, o qual é passado sobre a superfície da vagem para
procurar local mais apropriado para depositar os ovos; e (F)
Ovos são depositados nas depressões das vagens, entre os
loci das sementes.
Fonte: Ventura e Panizzi (2000).
Ilustração: Maurício Ursi Ventura
Desenvolvimento ninfal
À medida que as ninfas eclodem dos ovos, aquelas que se
originam de ovos depositados em massas, normalmente ficam sobre
ou ao redor das cascas (córions). Ocorre um misto de estímulos
visuais, olfatórios e táteis, os quais mantêm as ninfas como um
grupo único. Por exemplo, o percevejo-verde N. viridula utiliza
estímulos tácteis para permanecer agregado durante os dois
primeiros dias do primeiro ínstar. Passado esse período, estímulos
químicos (n-tridecano) são utilizados para manter os indivíduos
agregados. Por sua vez, dependendo da concentração, esse
composto químico pode atuar como fator de dispersão do grupo
(LOCKWOOD; STORY, 1985).
Nessa idade (primeiro ínstar), as ninfas agregadas não se
alimentam. Têm ocorrido especulações sobre a possível ingestão de
resíduos das cascas dos ovos ou ingestão de microrganismos
(simbiontes) e/ou água durante o primeiro ínstar. No caso do
pentatomídeo N. viridula, constatou-se no estômago a presença das
bactérias Klebsiella pneumoniae (Schroeter), Enterococcus faecalis
(Andrews & Horder) e Pantoea sp., possivelmente atuando como
simbiontes (HIROSE et al., 2006a). Também, encontrou-se bactéria
nas cascas dos ovos (córions) após a eclosão das ninfas e não nos
ovaríolos, sugerindo a transmissão oral desse simbionte (PRADO et
al., 2006).
Aparentemente, a colônia funciona como um organismo, sendo
a umidade um fator fundamental. Observações em laboratório
indicam que existe um gradiente de umidade que mantém todo o
grupo. Com o decréscimo da umidade, as ninfas começam a se
dispersar, podendo morrer (HIROSE et al., 2006b; ver também item
Umidade relativa do ar). Em geral, as ninfas, agregadas sobre ou ao
redor dos córions, tornam-se mais conspícuas, e, portanto, mais
suscetíveis aos inimigos naturais (ver item Inimigos naturais e
defesa).
Ao contrário de ninfas originárias de massas de ovos, as
provenientes de ovos isolados abandonam os córions logo após a
emergência, tendem a se alimentar e, normalmente, não se
agrupam. Embora não exista uma evidência completa de que essas
ninfas de primeiro ínstar, originárias de ovos isolados, se alimentem
na presença de diferentes alimentos respondem de forma diferente.
Por exemplo, ninfas de primeiro ínstar do alidídeo N. parvus não
apresentam mortalidade na presença de sementes maduras de soja;
já na presença de sementes verdes de soja a mortalidade foi de
16,7%. Com vagens verdes de soja e feijão, Phaseolus vulgaris, e
sementes maduras de tremoço, Lupinus luteus, a mortalidade ninfal
foi <1,7%; e com ramos e folhas de soja a mortalidade ninfal foi de
2,5% e 5,0%, respectivamente (PANIZZI, 1988). Esses dados
sugerem que, para essas ninfas de primeiro ínstar, poucos
nutrientes e água são ingeridos e que, na maioria dos alimentos,
mesmo os menos adequados, como os tecidos vegetativos, as
ninfas se desenvolvem bem. Mesmo na ausência de alimento, as
ninfas de N. parvus conseguem atingir o segundo ínstar, utilizando
as reservas nutricionais obtidas na fase embrionária (A.R. PANIZZI,
observação pessoal). Em outra espécie de alidídeo, Megalotomus
quinquespinosus Say, o primeiro ínstar é mencionado que não se
alimenta (YONKE; MEDLER, 1965). Ninfas de primeiro ínstar do
ropalídeo J. choprai alimentam-se de sementes maduras de
balãozinho, Cardiospermum halicacabum (Sapindaceae), uma erva
daninha de campos de soja do Sul do Brasil (PANIZZI; HIROSE,
2002). O tempo de desenvolvimento ninfal e a sobrevivência podem
ter grande variabilidade, dependendo das características do
alimento (ver item Alimento adequado).
Ninfas
Conforme o alimento, o tempo de desenvolvimento ninfal e a
sobrevivência podem ter grande variabilidade. Por exemplo, o tempo
de desenvolvimento das ninfas (2º ao 5º ínstares) do alidídeo N.
parvus variou de 17,3 dias a 34,1 dias, e a mortalidade ninfal variou
de 12,5% a 93,3% (Tabela 2). Esses dois parâmetros são afetados
não somente pela espécie de planta utilizada como alimento, mas
também pelo grau de maturação dos frutos e se as sementes estão
ou não expostas ou protegidas pelas paredes das vagens, como nas
leguminosas. Em geral, em sementes maduras expostas, as ninfas
apresentam melhor desempenho do que em sementes/vagens
imaturas. Por exemplo, sementes maduras de guandu são utilizadas
para criar o inseto em laboratório, os quais se reproduzem com
muita facilidade nesse alimento (VENTURA; PANIZZI, 1997).
Para o percevejo-verde, N. viridula, o tempo de
desenvolvimento ninfal variou de 22,0 a 50,2 dias, e a mortalidade
ninfal variou de 0% a 100%, com a maioria dos valores ficando no
intervalo de 22 dias a 26 dias e de 15% a 30% de mortalidade no
alimento preferido, a soja (Tabela 2).
Para o percevejo-verde-pequeno, P. guildinii, o tempo de
desenvolvimento ninfal variou de 18,2 a 30,3 dias, e a mortalidade
ninfal foi de 12,5% a 94,4%. Os melhores resultados foram
observados nas leguminosas anileiras (Indigofera endecaphylla e I.
truxillensis) e em sesbania, S. aculeata (Tabela 2).
Para o percevejo pentatomídeo Loxa deducta (Walker) o tempo
de desenvolvimento ninfal variou de 35,8 dias a 56,6 dias, e a
mortalidade ninfal variou de 17,1% a 82,6%, com um desempenho
melhor em frutos de ligustro ou alfeneiro, Ligustrum lucidum
(Oleaceae) (Tabela 2).
Euschistus heros
Loxa deducta
Neomegalotomus parvus
Nezara viridula
Piezodorus guildinii
(1)
Todos os alimentos são frutos, exceto os que estão explicitados como outra estrutura de planta ou como sendo a
planta inteira.
(2)
Do segundo ínstar a adulto.
(3)
Plantas em frutificação.
(4)
Referido erroneamente como L. japonicum.
Fonte: adaptado de Panizzi (1997).
Adultos
A produção de ovos é altamente variável e depende,
basicamente, da qualidade do alimento ingerido. Por exemplo, a
fecundidade do percevejo-marron, Euschistus heros (F.) variou de
zero, ao se alimentar do carrapicho-de-carneiro, Acanthospermum
hispidum a 287,2 ovos/fêmea, ao se alimentar de soja, com valores
intermediários quando outros alimentos de outras plantas
hospedeiras foram utilizados (Tabela 3).
Euschistus heros
62,2–41,8
50,9–64,2
71,8–119,9
57,0–53,4
Loxa deducta
20,0–15,6
33,9–18,5
61,9–54,4
Neomegalotomus parvus
13,9–17,7
30,7–49,3
49,9–45,4
29,2–37,5
15,3–18,8
28,4–24,8
15,1–36,2
39,3–45,4
13,5–14,2
27,8–23,9
Nezara viridula
7,8–6,1
40,1–33,7
18,4–12,2
25,4–35,7
32,6–29,9
42,2–47,9
35,6–41,3
30,0–40,0
47,0–65,0
(2)
G. max plantas 124.8(3) Velasco e Walter, 1992
62,0–55,6
40,4–31,1
Macroptilium lathyroides plantas(2) 0 (3) Velasco e Walter, 1992
54,5–30,0
24,9–16,1
64,0–60,0
S. vesicaria 40,0
16,9–20,8
Piezodorus guildinii
26,2–26,4
34,7–34,6
51,2–88,1
41,2–34,0
29,5–28,1
111,7–83,4
I. hirsuta 115,2
42,5–38,3
15,9–25,6
I. truxillensis 507,7
67,9–52,3
(1)
Todos os alimentos são frutos, exceto os que estão explicitados como outra estrutura de planta ou como sendo a
planta inteira.
(2)
Plantas em frutificação.
(3)
Ninfas/fêmea.
(4)
Referido erroneamente como L. japonicum.
Fonte: adaptado de Panizzi (1997).
273,9 (36,1)
S. emerus S. emerus 13 84,6 3,7 (0,5) a 55,8 (6,4) ab
a
C. C.
8 12,5e 1,0 29,0 0
lanceolata lanceolata
S.
S. vesicaria 12 8,3 e 1,0 40,0 15,0
vesicariaf
1,0 (0,0)
P. vulgaris S. vesicaria 10 40,0 87,5 (4,3) B 82,2 (6,6) A
B
Médias em cada coluna seguidas pela mesma letra minúscula (ninfas e adultos no mesmo alimento), e pela mesma
letra maiúscula (adultos criados como ninfas em P. vulgaris e então alimentados com os diferentes alimentos) não
diferem significativamente (P = 0,05), pelo teste de Duncan. O asterisco indica diferença significativa entre as duas
séries dentro de cada alimento (P = 0,05; teste t).
a
Para ambas as séries, a% de fêmeas que ovipositou foi dependente do alimento (ninfas e adultos mesmo alimento:
G = 54,48; gl = 7; P < 0,001; adultos trocados para alimento diferente: G = 12,24; gl = 5; P < 0,05).
b
Dado transformado para arco seno para análise.
c
Sementes maduras.
d
Dados foram incluídos na análise embora os resíduos não apresentassem distribuição normal.
e
Uma fêmea apenas ovipositou e o dado foi excluído da análise.
f
Sementes imaturas.
Fonte: Panizzi e Slansky Junior (1991).
Figura 11. Sobrevivência (%) até o 40º dia e longevidade de adultos
do percevejo pentatomídeo Nezara viridula alimentando-se de oito
alimentos (ninfas e adultos alimentaram-se do mesmo alimento).
Longevidade das fêmeas sem diferença significativa entre os
alimentos; para os machos, amendoim (a), vagem de feijão (b);
vagem de soja, D. tortuosum, e semente madura de soja (bc), S.
vesicaria (cd), e C. lanceolata (d) (teste de Duncan, P = 0,05).
Asterisco indica diferença significativa (teste t, P = 0,05) para
longevidade média entre sexos dentro de cada alimento. A
longevidade de adultos em S. emerus não é disponível.
Fonte: Panizzi e Slansky Junior (1991).
Umidade relativa do ar
A umidade relativa do ar afeta o desenvolvimento e a
sobrevivência dos insetos, os quais devem manter o teor de água do
corpo dentro de certos limites, que é influenciado pelo grau de
permeabilidade da cutícula (RAGHU et al., 2004). Aparentemente, a
habilidade de manter o teor de água do corpo durante o primeiro
ínstar é variável entre os percevejos, uma vez que o gregarismo
pode ou não ocorrer durante essa fase do desenvolvimento
(PANIZZI, 2004). Entretanto, para aquelas espécies que
demonstram gregarismo, tais como o pentatomídeo N. viridula, em
condições de baixa umidade relativa, ninfas agregadas sobrevivem
melhor e se desenvolvem mais rápido que ninfas isoladas
(LOCKWOOD; STORY, 1986a).
Estudos em laboratório com ninfas de primeiro ínstar do
percevejo pentatomídeo N. viridula indicaram que a umidade relativa
(UR) afetou significativamente a eclosão e a sobrevivência das
ninfas até o segundo ínstar, alcançando o valor máximo (≈ 90%)
com a UR > 80%. Com 60% de UR, 60% das ninfas eclodiram e
sobreviveram, enquanto com 0% de UR apenas 15% das ninfas
eclodiram e a maioria morreu. As ninfas eclodidas de massas de
ovos colocadas em caixas de plástico com gradiente de umidade
permaneceram sobre os córions (cascas dos ovos) por cerca de um
dia e durante esse período elas se dispersaram e se reagruparam
sobre os córions 6.8 ± 0.67 vezes, até o abandono dos córions em
direção à fonte de umidade, evitando as áreas saturadas com água.
A duração de cada comportamento de rearranjo (dispersão +
agrupamento) aumentou com o tempo, variando de ≈ 26 a 44
minutos. A duração média em que as ninfas ficaram agrupadas após
cada rearranjo decresceu em cerca de 102 minutos, para o primeiro
rearranjo, até 24 minutos, para o sexto e último rearranjo. Esse
comportamento de rearranjo do primeiro ínstar sobre os córions
aparentemente compensa a perda de água pelas ninfas (HIROSE et
al., 2006). Portanto, o impacto da umidade relativa do ar parece ser
mais crítico no primeiro ínstar do que nos demais, já que os insetos
aumentam de tamanho e tendem a ser menos suscetíveis às trocas
de umidade.
Os percevejos sugadores de sementes podem ter preferências
diferentes por gradientes de umidade conforme o habitat onde
vivem. O ligeídeo Nysius groenlandicus (Zetterstedt), por exemplo,
que habita a região fria (Ártico) prefere as condições de baixa
umidade (xerófilo), semelhante aos insetos adaptados às condições
do deserto (BÖCHER; NACHMAN, 2001).
Chuva e vento
Sabe-se que os insetos fitófagos, em geral, vivendo na parte
aérea das plantas, não só estão expostos a extremos de
temperatura e umidade, como estão diretamente expostos à chuva e
ao vento. Essas condições são bem menos favoráveis do que
aquelas apresentadas, por exemplo, no solo ou restos culturais, ou
para insetos habitantes do interior das plantas (p. ex.,
broqueadores) ou sob o solo (p. ex., que se alimentam de raízes).
Edwards e Wratten (1980) discutem esses fatores abióticos e
destacam o problema enfrentado pelos insetos fitófagos para se
manterem sobre as plantas, mesmo na ausência de chuva e vento.
Características da folhagem, tipo folha lisa com cerosidade, fazem
do fato de terem que se manter sobre as folhas um verdadeiro
desafio.
O impacto da chuva e do vento na sobrevivência dos
percevejos sugadores de sementes, a rigor, não tem sido estudado,
e não se encontraram dados na literatura que elucidem essa
questão. Entretanto, a suspeita de que o impacto da chuva forte
sobre as colônias de ninfas jovens (primeiro e segundo ínstares)
cause grandes mortalidades é justificável. Isso pode ocorrer não só
por causa do impacto das gotas de água, ou de um possível
afogamento, como também pelo fato de desagregar as colônias
jovens, cujas ninfas necessitam permanecer agregadas para
sobreviver. O vento, por sua vez, isoladamente, pode desalojar as
colônias, ao fustigar a folhagem, com resultados também
desastrosos para a sobrevivência das formas jovens.
Considerações finais
Os percevejos sugadores de sementes formam um
agrupamento alimentar importante, com muitas espécies sendo
pragas sérias de culturas de interesse econômico (SCHAEFER;
PANIZZI, 2000). Embora existam informações disponíveis sobre o
impacto desses insetos no rendimento e na qualidade da semente
obtida, muito mais esforço de pesquisa, dentro do contexto amplo e
abrangente da bioecologia e de nutrição, é necessário para melhor
entender as interações desses insetos com suas plantas
hospedeiras. Por exemplo, relativamente, poucos dados existem
sobre como as diferentes quantidades e as proporções de alimentos
e de aleloquímicos, nas sementes e nas vagens, e se os seus
atributos físicos irão influenciar o comportamento pré-alimentar e o
desempenho pós-alimentar dos insetos. Da mesma forma, estudos
sobre as competições interespecíficas e, em particular,
intraespecíficas, das muitas espécies que ocorrem
simultaneamente, e que exploram a mesma fonte nutricional, são
literalmente desconhecidos. O mesmo pode ser dito sobre o impacto
de inimigos naturais, tais como parasitoides e predadores, na
biologia dos hemípteros sugadores de sementes. Ainda, como o
inseto irá reagir às variações dos fatores abióticos e bióticos
mencionados, e quais as consequências das respostas a essas
variações, para a sua biologia são questões que aguardam
respostas mais conclusivas.
No contexto aplicado, a obtenção de dados que respondam às
questões levantadas aqui e em outros trabalhos (Slansky JUNIOR;
Panizzi, 1987) é extremamente importante e necessária, e se aplica
em programas de manejo de insetos-praga. Por exemplo, a
utilização de táticas, tais como o uso de cultivares resistentes, a
manipulação da época de plantio e de cultivares de diferentes ciclos,
e o uso de plantas atrativas como armadilhas, melhora o controle
dos insetos-praga e reduz o uso de inseticidas químicos.
A miríade de interações entre os hemípteros sugadores de
sementes e o seu alimento, com os consequentes diferentes estilos
de vida apresentados por esses insetos, deverá ser mais bem
compreendida, por meio do modelo proposto pela conceituação da
bioecologia e nutrição (ecologia nutricional).
Referências
ALCOCK, J. The feeding response of hand-reared red-winged blackbirds (Agelaius
phoeniceus) to a sinkbug (Euschistus conspersus). The American Midland Naturalist,
Notre Dame, v. 89, p. 307-313, 1973.
ALDRICH, J. R. Chemical communication in the true bugs and parasitoid exploitation. In:
CARDE, R. T.; BELL, W. J. (Ed.). Chemical ecology of insects II. New York: Chapman &
Hall, 1995. p. 318-363.
ALDRICH, J. R. Chemical ecology of the Heteroptera. Annual Review of Entomology,
Palo Alto, v. 33, p. 211-238, 1988.
ALDRICH, J. R.; BLUM, M. S. Aposematic aggregation of a bug (Hemiptera: Coreidae): the
defensive display and formation of aggregations. Biotropica, Washington, DC, v. 10, p. 58-
61, 1978.
ALMEIDA, J. R.; XEREZ, R.; JURBERG, J. Comportamento de acasalamento de
Dysdercus maurus Distant, 1901 (Hemiptera, Pyrrhocoridae). Anais da Sociedade
Entomológica do Brasil, Porto Alegre, v. 15, p. 161-167, 1986.
AL-MUNSHI, D. M.; SCOTT, D. R.; SMITH, W. Some host plant effects on Lygus hesperus
(Hemiptera: Miridae). Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 75, p. 813-815,
1982.
ANDRE, F. Notes on the biology of Oncopeltus fasciatus (Dallas). Iowa State College
Journal of Science, Ames, v. 9, p. 73-87, 1935.
APRYANTO, D.; TOWNSEND, L. H.; SEDLACEK, J. D. Yield reduction from feeding by
Euschistus servus and E. variolarius (Heteroptera: Pentatomidae) on stage V2 field corn.
Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 82, p. 445-448, 1989.
BATES, R. P.; KNAPP, F. W.; ARAÚJO, P. E. Protein quality of green-mature, dry mature
and sprouted soybeans. Journal of Food Science, Chicago, v. 42, p. 271-272, 1977.
BATES, R. P.; MATTHEWS, R. F. Ascorbic acid and B-carotene in soybeans as influenced
by maturity, sprouting, processing, and storage. Proceedings of the Florida State
Horticultural Society, Tallahassee, v. 88, p. 266-271, 1975.
BÖCHER, J.; NACHMAN, G. Temperature and humidity responses of the arctic-alpine seed
bug Nysius groenlandicus. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 99, p.
319-330, 2001.
BOESEWINKEL, F. D.; BOUMAN, F. The seed: structure and function. In: KIGEL, J.;
GALILI, G. (Ed.). Seed development and germination. New York: Marcel Dekker, 1995. p.
1-24.
BOLIVAR, J. Observations sur la Phyllomorpha. Feuille des Jeunes Naturalistes, Paris, v.
24, p. 43, 1894.
BORGES, M. Attractant compounds of the southern green stink bug, Nezara viridula (L.)
(Heteroptera: Pentatomidae). Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Londrina, v.
24, p. 215-225, 1995.
BORGES. M.; JEPSON, P. C.;HOUSE, P. E. Long-range mate location and close range
courtship behavior of the green stink bug, Nezara viridula and its mediation by sex
pheromones. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 44, p. 205-212,
1987.
BOWLING, C. C. The stylet sheath as an indicator of feeding activity of the rice stink bug.
Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 72, p. 259-260, 1979.
BOWLING, C. C. The stylet sheath as an indicator of feeding activity by the southern green
stink bug on soybeans. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 73, p. 1-3, 1980.
BRESSANI, R.; ELIAS, L. G. Nutritional value of legume crops to humans and animals. In:
SUMMERFIELD, R. J.; BUNTING, A. H. (Ed.). Advances in Legume Science. Kew: Royal
Botanic Gardens, 1980. p. 135-155.
BROMLEY, S. W. Food habits of alydine bugs (Hemiptera: Coreidae). Bulletin of the
Brooklyn Entomological Society, Brooklyn, v. 32, p. 159, 1937.
CARROLL, S. P. Contrasts in reproductive ecology between temperate and tropical
populations of Jadera haematoloma, a mate-guarding hemipteran (Rhopalidae). Annals of
the Entomological Society of America, Lanham, v. 81, p. 54-63, 1988.
CARROLL, S. P. Divergence in male mating tactics between two populations of the
soapberry bug I: guarding versus nonguarding. Behavioral Ecology, Oxford, v. 4, p. 156-
164, 1993.
CARROLL, S. P.; LOYE, J. E. Specialization of Jadera species (Hemiptera: Rhopalidae) on
the seeds of Sapindaceae (Sapindales), and coevolutionary responses of defenses an
attack. Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 80, p. 373-378,
1987.
CARVALHO, N. M.; NAKAGAWA, J. Sementes: ciência, tecnologia e produção. 2. ed.
Campinas: Fundação Cargil, 1983. 429 p.
CHOCOROSQUI, V. R.; PANIZZI, A. R. Influência da temperature na biologia de ninfas de
Dichelops melacanthus (Dallas, 1851) (Heteroptera: Pentatomidae). Semina, Londrina, v.
23, p. 217-220, 2002.
CHOCOROSQUI, V. R.; PANIZZI, A. R. Photoperiod influence on the biology and
phenological characteristics of Dichelops melacanthus (Dallas, 1851) (Heteroptera:
Pentatomidae). Brazilian Journal of Biology, São Paulo, v. 63, p. 655-664, 2003.
COHEN, A. C.; EARL, S. L.; GRAHAM, H. M. Rates of water loss and desiccation tolerance
in four species of Lygus. Southwestern Entomologist, College Station, v. 9, p. 178-183,
1984.
ÈOKL, A. Functional properties of vibroreceptors in the legs of Nezara viridula (L.)
(Heteroptera, Pentatomidae). Journal of Comparative Physiology A, Berlin, v. 150, p.
261-269, 1983.
ÈOKL, A.; VIRANT-DOBERLET, M.; MCDOWELL, A. Vibrational directionality in the
southern green stink bug, Nezara viridula (L.), is mediated by female song. Animal
Behaviour, London, v. 58, p. 1277-1283, 1999.
ÈOKL, A.; VIRANT-DOBERLET, M.; STRITIH, N. The structure and function of songs
emitted by southern green stink bugs from Brazil, Florida, Italy and Slovenia. Physiological
Entomology, Oxford, v. 25, p. 196-205, 2000.
COOMBS, M. Broadleaf privet, Ligustrum lucidum Aiton (Oleaceae), a late-season host for
Nezara viridula (L.), Plautia affinis Dallas and Glaucias amyoti (Dallas) (Hemiptera:
Pentatomidae) in northern New South Wales, Australia. Australian Journal of
Entomology, Canberra, v. 43, p. 335-339, 2004.
CORRÊA-FERREIRA, B. S. Incidência do parasitoide Eutrichopodopsis nitens Blanchard,
1966 em populações do percevejo verde Nezara viridula (Linnaeus, 1758). Anais da
Sociedade Entomológica do Brasil, Porto Alegre, v. 13, p. 321-330, 1984.
CORRÊA-FERREIRA, B. S. Ocorrência natural do complexo de parasitoides de ovos de
percevejos da soja no Paraná. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Porto
Alegre, v. 15, p. 189-199, 1986.
COSTA LIMA, A. M. Insetos do Brasil: hemípteros. Rio de Janeiro: Escola Nacional de
Agronomia, 1940. t. 2. 351 p. (Série Didática, 3).
COSTA, E. C.; LINK, D. Dispersão de adultos de Piezodorus guildinii e Nezara viridula
(Hemiptera: Pentatomidae) em soja. Revista do Centro de Ciências Rurais Universidade
Federal de Santa Maria, Santa Maria, v. 12, p. 51-57, 1982.
DERR, J. A. Coevolution of the life history of a tropical-feeding insect and its food plants.
Ecology, Tempe, v. 61, p. 881-892, 1980.
DEUNFF, Y-LE. Hydration of pea (Pisum sativum) seeds. Seed Science and Technology,
Zurich, v. 17, p. 471-483, 1989.
DINGLE, H. Migration. In: KERKUT, G. A.; GILBERT, L. I. (Ed.). Comprehensive insect
physiology, biochemistry and pharmacology. Oxford: Pergamon, 1985. v. 9, p. 375-415.
DINGLE, H.; EVANS, K. E. Responses in flight to selection on wing length in non-migratory
milkweed bugs, Oncopeltus fasciatus. Entomologia Experimentalis et Applicata,
Dordrecht, v. 45, p. 289-296, 1987.
DREYER, H.; BAUMGÄRTNER, J. Adult movement and dynamics of Clavigralla
tomentosicollis (Heteroptera: Coreidae) populations in cowpea fields of Benin, West Africa.
Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 90, p. 421-426, 1997.
DUFFUS, C. M.; SLAUGHTER, J. C. Seeds and their uses. Chichester: J. Wiley, 1980.
EARLE, F. R.; JONES, Q. Analyses of seed sample from 113 plants families. Economic
Botany, New York, v. 16, p. 221-250, 1962.
EBERHARD, W. G. The ecology and behavior of a subsocial pentatomid bug and two
scelionid wasps: strategy and counter strategy in a hostand its parasites. Smithsonian
Contributions to Zoology, Washington, DC, v. 205, p. 1-39, 1975.
EDWARDS, P. J.; WRATTEN, S. D. Ecology of insect-plant interactions. London:
Edward Arnold, 1980. 160 p.
EGGERMANN, W.; BONGERS, J. Die bedentung des wassering speilchelsekrets fur die
nahrungsaufnahme von Oncopeltus fasciatus und Dysdercus fasciatus. Entomologia
Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 27, p. 169-178, 1980.
EVANS, E. W. Dispersal of Lygaeus kalmii (Hemiptera: Lygaeidae) among prairie
milkweeds: population turnover as influenced by multiple mating. Journal of the Kansas
Entomological Society, Lawrence, v. 60, p. 109-117, 1987.
FILIPPI, L.; HIRONAKA, M.; NOMAKUCHI, S. Kleptoparasitism and the effect of nest
location in a subsocial shield bug Parastrachia japonensis (Hemiptera: Cydnidae). Annals
of the Entomological Society of America, Lanham, v. 98, p. 134-142, 2005.
FILIPPI, L.; HIRONAKA, M.; NOMAKUCHI, S.; TOJO, S. Provisioned Parastrachia
japonensis (Hemiptera: Cydnidae) nymphs gain access to food and protection from
predators. Animal Behaviour, London, v. 60, p. 757-763, 2000.
FONTES, E. M. G.; PIRES, C. S. S.; SUJII, E. R.; PANIZZI, A. R. The environmental effects
of genetically modified crops resistant to insects. Neotropical Entomology, Londrina, v. 31,
p. 497-513, 2002.
FUJISAKI, K. Ecological significance of the wing polymorphism of the oriental chinch bug,
Cavalerius saccharivorous Okajima (Heteroptera: Lygaeidae). Research in Population
Ecology, Kyoto, v. 27, p. 125-136, 1985.
FUJISAKI, K. Genetic variation of density responses in realtion to wing polymorphism in the
oriental chinch bug, Cavalerius saccharivorous Okajima (Heteroptera: Lygaeidae).
Research in Population Ecology, Kyoto, v. 28, p. 219-230, 1986b.
FUJISAKI, K. Reproductive properties of the oriental chinch bug, Cavalerius saccharivorous
Okajima (Heteroptera: Lygaeidae) in relation to its wing polymorphism. Research in
Population Ecology, Kyoto, v. 28, p. 43-52, 1986a.
GALILEO, M. H. M.; HEINRICHS, E. A. Danos causados à soja em diferentes níveis e
épocas de infestação durante o crescimento. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília,
DF, v. 14, p. 279-282, 1979.
GATEHOUSE, J. A.; GATEHOUSE, A. M. R. Genetic engineering of plants for insect
resistance. In: RECHCIGL, J. E.; RECHCIGL, N. A. (Ed.). Biological and
biotechnological control of insect pests. Boca Raton: Lewis, 2000. p. 211-241.
GOODCHILD, A. J. P. Evolution of the alimentary canal in hemiptera. Biological Review,
Cambridge, v. 41, p. 97-140, 1966.
GOULD, G. G.; SWEET II, M. H. The host range and oviposition behavior of Ochrimnus
mimulus (Hemiptera: Lygaeidae) in central Texas. The Southwestern Naturalist, Memphis,
v. 45, p. 15-23, 2000.
HARBORNE, J. B.; BOULTER, D.; TURNER, B. L. Chemotaxonomy of the leguminosae.
London: Academic, 1971.
HARRIS, V. E.; TODD, J. W. Male-mediated aggregation of male, female and 5th-instar
southern green stink bug and concomitant attraction of a tachinid parasite, Trichopoda
pennipes. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 27, p. 117-126, 1980a.
HARRIS, V. E.; TODD, J. W. Temporal and numerical patterns of reproductive behavior in
the southern green stink bug, Nezara viridula (Hemiptera: Pentatomidae). Entomologia
Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 27, p. 105-116, 1980b.
HARRIS, V. E.; TODD, J. W.; MULLINIX, B. G. Color change as an indicator of adult
diapause in the southern green stink bug, Nezara viridula. Journal of Agricultural
Entomology, Clemson, v. 1, p. 82-91, 1984.
HARRIS, V. E.; TODD, J. W.; WEBB, J. C.; BENNER, J. C. Acoustical and behavioral
analysis of the songs of the southern green stink bug, Nezara viridula. Annals of the
Entomological Society of America, Lanham, v. 75, p. 234-249, 1982.
HELIÖVAARA, K. Flat bugs (Aradidae). In: SCHAEFER, C. W.; PANIZZI, A. R. (Ed.).
Heteroptera of economic importance. Boca Raton: CRC, 2000. p. 513-517.
HIROSE, E.; PANIZZI, A. R.; CATTELAN, A. J. Effect of relative humidity on emergence
and on dispersal and regrouping of first instar Nezara viridula (L.) (Hemiptera:
Pentatomidae). Neotropical Entomology, Londrina, v. 35, p. 757-761, 2006b.
HIROSE, E.; PANIZZI, A. R.; CATTELAN, A. J. Potential use of antibiotic to improve
performance of laboratory-reared Nezara viridula (L.) (Heteroptera: Pentatomidae).
Neotropical Entomology, Londrina, v. 35, p. 279-281, 2006a.
HONBO, Y.; NAKAMURA, K. Effectiveness of parental care in the bug Elasmucha putoni
Scott (Hemiptera: Acanthosomatidae). Japanese Journal of Applied Entomology, Tokyo,
v. 29, p. 223-229, 1985.
HONEK, A. The regulation of wing polymorphism in natural populations of Pyrrhocoris
apterus (Heteroptera, Pyrrhocoridae). Journal of Zoological Systematics and
Evolutionary Research, Berlin, v. 103, p. 547-570, 1976.
HORI, K. Possible causes of disease symptoms resulting from the feeding of phytophagous
Heteroptera. In: SCHAEFER, C. W.; PANIZZI, A. R. (Ed.). Heteroptera of economic
importance. Boca Raton: CRC, 2000. p. 11-35.
ISHIWATARI, T. Studies on the scent of stink bugs (Hemiptera: Pentatomidae) I: Alarm
pheromone activity. Applied Entomology and Zoology, Tokyo, v. 9, p. 153-158, 1974.
ISHIWATARI, T. Studies on the scent of stink bugs (Hemiptera: Pentatomidae) II:
Aggregation pheromone activity. Applied Entomology and Zoology, Tokyo, v. 11, p. 38-
44, 1974.
ITO, K. Effects of feeding and temperature on the hiding behavior of Cletus punctiger Dallas
(Heteroptera: Coreidae) in hibernacula. Japanese Journal of Applied Entomology and
Zoology, Tokyo, v. 32, p. 49-54, 1988.
JANZEN, D. H. Escape in space by Sterculia apetala seeds from the bug Dysdercus
fasciatus, in a Costa Rican deciduous forest. Ecology, Tempe, v. 53, p. 350-361, 1972.
JANZEN, D. H. Seed eaters versus seed size, number, toxicity, and dispersal. Evolution:
international journal of organic evolution, Lancaster, v. 23, p. 1-27, 1969.
JANZEN, D. H. Seed predation by animals. Annual Review of Ecology and Systematics.
Palo Alto, v. 2, p. 465-492, 1971.
JANZEN, D. H. The ecology and evolutionary biology of seed chemistry as relates to seed
predation. In: HARBORNE, J. B. (Ed.). Biochemical aspects of plant and animal
coevolution. New York: Academic, 1978. p. 163-206.
JANZEN, D. H.; JUSTER, H. B.; LIENER, I. E. Insecticidal action of the
phytohemagglutininin black beans on a bruchid beetle. Science, Washington, DC, v. 192, p.
795-796, 1976.
JAVAHERY, M.; SCHAEFER, C. W.; LATTIN, J. D. Shield bugs (Scutelleridae). In:
SCHAEFER, C. W.; PANIZZI, A. R. (Ed.). Heteroptera of economic importance. Boca
Raton: CRC, 2000. p. 475-503.
JENSEN, R. L.; NEWSOM, L. D. Effect of stink bug-damaged soybean seeds on
germination, emergence, and yield. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 65, p.
261-264, 1972.
JOHNSON, C. D.; KISTLER, R. A. Nutritional ecology of bruchid beetles. In: SLANSKY
JUNIOR, F.; RODRIGUEZ, J. G. (Ed.). Nutritional ecology of insects, mites spiders, and
related invertebrates. New York: J. Wiley, 1987. p. 259-282.
JONES JUNIOR, W. A. The distribution and ecology of pentatomid pests of soybeans
in South Carolina. 1979. 114 f. Thesis (Ph.D) - Clemson University, Clemson.
JONES, G.; EARLE, F. R. Chemical analysis of seeds II: oil and protein content of 759
species. Economic Botany, New York, v. 20, p. 127-155, 1966.
KAITALA, A. Oviposition on the back of conspecifics: an unusual reproductive tactic in a
coreid bug. Oikos, Copenhagen, v. 77, p. 381-389, 1996.
KEHAT, M.; WYNDHAM, M. The influence of temperature on development, longevity, and
fecundity in the rutherglen bug, Nysius vinitor (Hemiptera: Lygaeidae). Australian Journal
of Zoology, Victoria, AU, v. 20, p. 67-68, 1972.
KESTER, K. M.; SMITH, C. M. Effects of diet on growth, fecundity and duration of tethered
flight of Nezara viridula. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 35, p.
75-81, 1984.
KOGAN, M. Natural chemicals in plant resistance to insects. Iowa State College Journal
Research, Ames, v. 60, p. 501-527, 1986.
KOTAKI, T.; YAGI, S. Relationship between diapause development and coloration change in
brown-winged green bug, Plautia stali Scott (Heteroptera: Pentatomidae). Japanese
Journal of Applied Entomology and Zoology, Tokyo, v. 31, p. 285-290, 1987.
KRISPYN, J. W.; TODD, J. W. The red imported fire ant as a predator of the southern green
stink bug on soybean in Georgia. Journal of the Georgia Entomological Society, Griffin,
v. 17, p. 19-26, 1982.
KRUPKE, C. H.; JONES, V. P.; BRUNNER, J. F. Diel periodicity of Euschistus conspersus
(Heteroptera: Pentatomidae) aggregation, mating, and feeding. Annals of the
Entomological Society of America, College Park, v. 99, p. 169-174, 2006.
KUTCHER, S. R. Two types of aggregation grouping in the large milkweed bug, Oncopeltus
fasciatus (Hemiptera: Lygaeidae). Bulletin of the Southern California Academy of
Sciences, Los Angeles, v. 70, p. 87-90, 1971.
LENER, W. Sexual activity and longevity in the large milkweed bug, Oncopeltus fasciatus
(Hemiptera: Lygaeidae). Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v.
60, p. 484-485, 1967.
LIENER, I. E. Anti-nutritional factors as determinants of soybean quality. In: WORLD
SOYBEAN RESEARCH CONFERENCE, 2., 1979, Raleigh. Proceedings… Raleigh:
Westview, 1979. p. 703-712.
LIENER, I. E. Heat-labile antinutritional factors. In: SUMMERFIELD, R. J.; BUNTING, A. H.
(Ed.). Advances in legume science. Kew: Royal Botanic Gardens, 1980. p. 157-170.
LINK, D.; STORCK, L. Correlação entre danos causados por pentatomídeos, acamamento
e retenção foliar em soja. Revista do Centro Ciências Rurais, Santa Maria, v. 8, p. 297-
301, 1978.
LOCKWOOD, J. A.; STORY, R. N. Adaptive functions of nymphal aggregation in the
southern green stink bug, Nezara viridula (L.) (Hemiptera: Pentatomidae). Environmental
Entomology, Lanham, v. 15, p. 739-749, 1986a.
LOCKWOOD, J. A.; STORY, R. N. Bifunctional pheromone in the first instar of the southern
green stink bug, Nezara viridula (L.) (Hemiptera: Pentatomidae): its characterization and
interaction with other stimuli. Annals of the Entomological Society of America, Lanham,
v. 78, p. 474-479, 1985.
LOCKWOOD, J. A.; STORY, R. N. The diurnal ethology of the southern green stink bug,
Nezara viridula (L.), in cowpeas. Journal of Entomological Science, Griffin, v. 21, p. 175-
184, 1986b.
LOTT, J. N. A.; GREENWOOD, J. S.; BATTEN, G. D. Mechanisms and regulation of mineral
nutrient storage during seed development. In: KIGEL, J.; GALILI, G. (Ed.). Seed
development and germination. New York: Marcel Dekker, 1995. p. 215-236.
LUNG, K. Y. H.; GOEDEN, R. D. Biology of Corimelaena extensa on tree tobacco, Nicotiana
glauca. Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 75, p. 177-180,
1982.
MALAGUIDO, A. B.; PANIZZI, A. R. Nymph and adult biology of Euschistus heros
(Hemiptera: Pentatomidae) and its abundance related to planting date and phenological
stages of sunflower. Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 92, p.
424-429, 1999.
MAYER, A. M.; POLJAKOFF-MAYBER, A. The germination of seeds. 3rd ed. Oxford:
Pergamon, 1982. 211 p.
MCDONALD, G.; FARROW, R. A. Migration and dispersal of the rutherglen bug, Nysius
vinitor Bergroth (Hemiptera: Lygaeidae), in eastern Australia. Bulletin of Entomological
Research, London, v. 76, p. 493-509, 1988.
MCLAIN, D. K. Preference for polyandry in female stink bugs, Nezara viridula (Hemiptera:
Pentatomidae). Journal of Insect Behavior, Amsterdam, v. 5, p. 403-410, 1992.
MCLAIN, D. K. Sperm precedence and prolonged copulation in the southern green stink
bug, Nezara viridula. Journal of the Georgia Entomological Society, Griffin, v. 16, p. 70-
77, 1981.
MCPHERSON, J. E. Effects of developmental photoperiod on adult color and pubescence
in Thyanta calceata (Hemiptera: Pentatomidae) with information on ability of adults to
change color. Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 70, p. 373-
376, 1977b.
MCPHERSON, J. E. Notes on the biology of Thyanta calceata (Hemiptera: Pentatomidae)
with information on adult seasonal dimorphism. Annals of the Entomological Society of
America, Lanham, v. 70, p. 370-372, 1977a.
MEDCALF, D. G. Structure and composition of cereal component as related to their
potential industrial utilization. In: POMERANS, Y. (Ed.). Industrial uses of cereal. St. Paul:
American Association of Cereal Chemistry, 1973. p. 121-160.
MELBER, A.; HOLSCHER, L.; SCHMIDT, G. H. Further studies on the social behavior and
its ecological significance in Elasmucha grisea L. (Hem. Het. Acanthosomatidae).
Zoologischer Anzeiger, Leipzig, v. 205, p. 27-38, 1980.
MIETTINEN, M.; KAITALA, A. Copulation is not a prerequisite to male reception of eggs in
the golden egg bug Phyllomorpha laciniata (Coreidae; Heteroptera). Journal of Insect
Behavior, Amsterdam, v. 13, p. 731-740, 2000.
MIKLAS, N.; LASNIER, T.; RENOU, M. Male bugs modulate pheromone emission in
response to vibratory signals from conspecifics. Journal of Chemical Ecology, New York,
v. 29, p. 561-574, 2003.
MILES, P. W. The saliva of Hemiptera. Advances in Insect Physiology, London, v. 9, p.
183-255, 1972.
MILES, P. W.; TAYLOR, G. S. “Osmotic pump” feeding by coreids. Entomologia
Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 73, p. 163-173, 1994.
MINER, F. D. Biology and control of stink bugs on soybeans. Bulletin Arkansas
Agricultural Experiment Station, Fayetteville, v. 708, p. 1-40, 1966.
MITCHELL, P. L. Leaf-footed bugs (Coreidae). In: SCHAEFER, C. W.; PANIZZI, A. R. (Ed.).
Heteroptera of economic importance. Boca Raton: CRC, 2000. p. 337-403.
MIYATAKE, T. Multi-male mating aggregation in Notobitus meleagris (Hemiptera: Coreidae).
Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 95, p. 340-344, 2002.
MOREIRA, G. R. P.; BECKER, M. Mortalidade de Nezara viridula (Linnaeus, 1758)
(Heteroptera: Pentatomidae) no estágio de ovo na cultura da soja I: todas as causas de
mortalidade. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Porto Alegre, v. 15, p. 271-
290, 1986.
MOURÃO, A. P. M.; PANIZZI, A. R. Diapausa e diferentes formas sazonais em Euschistus
heros (Fabr.) (Hemiptera: Pentatomidae) no norte do Paraná. Anais da Sociedade
Entomológica do Brasil, Londrina, v. 29, p. 205-218, 2000b.
MOURÃO, A. P. M.; PANIZZI, A. R. Estágios ninfais fotossensíveis à indução da diapausa
em Euschistus heros (Fabr.) (Hemiptera: Pentatomidae). Anais da Sociedade
Entomológica do Brasil, Londrina, v. 29, p. 219-225, 2000a.
MOURÃO, A. P. M.; PANIZZI, A. R. Photophase influence on the reproductive diapause,
seasonal morphs, and feeding activity of Euschistus heros (Fabr., 1798) (Hemiptera:
Pentatomidae). Brazilian Journal of Biology, São Carlos, v. 62, p. 231-238, 2002.
MUKHOPADHYAY, A.; SAHA, B. Nutritional value of four host seeds and their relationship
with adult and nymphal performance of seed bug (Elasmolomus sordidus) (Heteroptera:
Lygaeidae). Indian Journal of Agricultural Science, New Delhi, v. 62, p. 834-837, 1992.
MUSOLIN, D. L.; NUMATA, H. Late-season induction of diapause in Nezara viridula and its
effect on adult coloration and post-diapause reproductive performance. Entomologia
Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 111, p. 1-6, 2004.
NAULT, L. R.; GYRISCO, G. G. Relation of the feeding process of the pea aphid to the
inoculation of pea enation mosaic virus. Annals of the Entomological Society of
America, Lanham, v. 59, p. 1185-1197, 1966.
NEGRON, J. F.; RILEY, T. J. Southern green stink bug, Nezara viridula (Heteroptera:
Pentatomidae) feeding on corn. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 80, p. 666-
669, 1987.
NOMAKUCHI, S.; FILIPPI, L.; HIRONAKA, M. Nymphal occurrence pattern and predation
risk in the subsocial shield bug, Parastrachia japonensis (Heteroptera: Cydnidae). Applied
Entomology and Zoology, Tokyo, v. 36, p. 209-212, 2001.
NOVAK, V. Nektere zakonitosti vyvoje ventralnich cernych skvrn u plostice Oncopeltus
fasciatus. Memmories Society Zoologique Tchecoslovaquia, Praga, v. 19, p. 233-246,
1955.
OTA, D.; ÈOKL, A. Mate location in the southern green stink bug, Nezara viridula
(Heteroptera: Pentatomidae), mediated through substrate-borne signals on ivy. Journal of
Insect Behavior, Amsterdam, v. 4, p. 441-447, 1991.
OWUSU-MANU, E. Flight activity and dispersal of Bathycoelia thalassina (Herrich-
Schaeffer) Hemiptera: pentatomidae. Ghana Journal of Agricultural Science, Accra, v.
10, p. 23-26, 1977.
OWUSU-MANU, E. Observations on mating and egg-laying behavior of Bathycoelia
thalassina (Herrich-Schaefer) (Hemiptera: Pentatomidae). Journal of Natural History,
London, v. 14, p. 463-467, 1980.
PANIZZI, A. R. A possible territorial or recognition behavior of Leptoglossus zonatus
(Dallas) (Heteroptera, Coreidae). Revista Brasileira de Entomologia, Curitiba, v. 48, p.
577-579, 2004.
PANIZZI, A. R. Adaptive advantages for egg and nymph survivorship by egg deposition in
masses or singly in seed-sucking Heteroptera. In: GUJAR, G. T. (Ed.). Contemporary
Trends in Insect Science. New Delhi: Campus Books International, 2004. p. 60-73.
PANIZZI, A. R. Biology of Megalotomus parvus (Westwood) (Heteroptera: Alydidae) on
selected leguminous food plants. Insect Science and its Application, Nairobi, v. 9, p. 279-
285, 1988.
PANIZZI, A. R. Feeding frequency, duration and preference of the southern green stink bug
(Heteroptera: Pentatomidae) as affected by stage of development, age, and physiological
condition. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Londrina, v. 24, p. 437-444,
1995.
PANIZZI, A. R. Impacto de leguminosas na biologia de ninfas e efeito da troca de alimento
no desempenho de adultos de Piezodorus guildinii (Hemiptera: Pentatomidae). Revista
Brasileira de Biologia, São Carlos, v. 47, p. 585-591, 1987.
PANIZZI, A. R. Parasitismo de Eutrichopodopsis nitens (Diptera: Tachinidae) em Nezara
viridula (Hemiptera: Pentatomidae) observado em distintas plantas hospedeiras. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 24, p. 1555-1558, 1989.
PANIZZI, A. R. Performance of Piezodorus guildinii on four species of Indigofera legumes.
Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 63, p. 221-228, 1992.
PANIZZI, A. R. Possible egg positioning and gluing behavior by ovipositing southern green
stink bug, Nezara viridula (L.) (Heteroptera: Pentatomidae). Neotropical Entomology,
Londrina, v. 35, p. 149-151, 2006.
PANIZZI, A. R. Suboptimal nutrition and feeding behavior of hemipterans on less preferred
plant food sources. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Londrina, v. 29, p. 1-12,
2000.
PANIZZI, A. R. Wild hosts of pentatomids: Ecological significance and role in their pest
status on crops. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 42, p. 99-122, 1997.
PANIZZI, A. R.; ALVES, R. M. L. Performance of nymphs and adults of the southern green
stink bug (Heteroptera: Pentatomidae) exposed to soybean pods at different phenological
stages of development. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 86, p. 1088-1093,
1993.
PANIZZI, A. R.; BERHOW, M.; BARTELT, R. J. Artificial substrate bioassay for testing
oviposition of southern green stink bug conditioned by soybean plant chemical extracts.
Environmental Entomology, Lanham, v. 33, p. 1217-1222, 2004.
PANIZZI, A. R.; CARDOSO, S. R.; CHOCOROSQUI, V. R. Nymph and adult performance of
the small green stink bug, Piezodorus guildinii (Westwood) on lanceleaf crotalaria and
soybean. Brazilian Archives of Biology and Technology, Curitiba, v. 45, p. 53-58, 2002.
PANIZZI, A. R.; CARDOSO, S. R.; OLIVEIRA, E. D. M. Status of pigeonpea as an
alternative host of Piezodorus guildinii (Hemiptera: Pentatomidae), a pest of soybean. The
Florida Entomologist, Lutz, v. 83, p. 334-342, 2000.
PANIZZI, A. R.; CHOCOROSQUI, V. R.; SILVA, J. J.; SILVA, F. A. C. Ataque de
percevejos em plântulas de soja. Londrina: Embrapa Soja, 2005. Folder.
PANIZZI, A. R.; GALILEO, M. H. M.; GASTAL, H. A. O.; TOLEDO, J. F. F.; WILD, C. H.
Dispersal of Nezara viridula and Piezodorus guildinii nymphs in soybeans. Environmental
Entomology, Lanham, v. 9, p. 293-297, 1980.
PANIZZI, A. R.; GRAZIA, J. Stink bugs (Pentatomidae) and a unique host plant in the
Brazilian subtropics. Iheringia, Porto Alegre, v. 90, p. 21-35, 2001. (Série Zoológica).
PANIZZI, A. R.; HERZOG, D. C. Biology of Thyanta perditor. Annals of the Entomological
Society of America, Lanham, v. 77, p. 646-650, 1984.
PANIZZI, A. R.; HIROSE, E. Seasonal body weight, lipid content, and impact of starvation
and water stress on adult survivorship and longevity of Nezara viridula and Euschistus
heros. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 76, p. 247-253, 1995a.
PANIZZI, A. R.; HIROSE, E. Seed-carrying and feeding behavior of Jadera choprai Göllner-
Scheiding (Heteroptera: Rhopalidae). Neotropical Entomology, Londrina, v. 31, p. 327-
329, 2002.
PANIZZI, A. R.; HIROSE, E. Survival, reproduction, and starvation resistance of adult
southern green stink bug (Heteroptera: Pentatomidae) reared on sesame or soybean.
Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 88, p. 661-665, 1995b.
PANIZZI, A. R.; HIROSE, E.; CHOCOROSQUI, V. R. Unusual oviposition behavior by a
seed feeding bug (Heteroptera: Rhopalidae). Neotropical Entomology, Londrina, v. 31, p.
477-479, 2002.
PANIZZI, A. R.; HIROSE, E.; OLIVEIRA, E. D. M. Egg allocation by Megalotomus parvus
(Westwood) (Heteroptera: Alydidae) on soybean. Anais da Sociedade Entomológica do
Brasil, Londrina, v. 25, p. 537-543, 1996.
PANIZZI, A. R.; MACHADO-NETO, E. Development of nymphs and feeding habits of
nymphal and adult Edessa meditabunda (Heteroptera: Pentatomidae) on soybean and
sunflower. Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 85, p. 477-481,
1992.
PANIZZI, A. R.; MCPHERSON, J. E.; JAMES, D. G.; JAVAHERY, M.; MCPHERSON, R. M.
Economic importance of stink bugs (Pentatomidae). In: SCHAEFER, C. W.; PANIZZI, A. R.
(Ed.). Heteroptera of economic importance. Boca Raton: CRC, 2000. p. 421-474.
PANIZZI, A. R.; MENEGUIM, A. M. Performance of nymphal and adult Nezara viridula on
selected alternate host plants. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v.
50, p. 215-223, 1989.
PANIZZI, A. R.; MENEGUIM, A. M.; ROSSINI, M. C. Impacto da troca de alimento da fase
ninfal para a fase adulta e do estresse nutricional na fase adulta na biologia de Nezara
viridula (Hemiptera: Pentatomidae). Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 24,
p. 945-954, 1989.
PANIZZI, A. R.; MOURÃO, A. P. M. Mating, ovipositional rhythm and fecundity of Nezara
viridula (L.) (Heteroptera: Pentatomidae) fed on privet, Ligustrum lucidum Thunb., and on
soybean, Glycine max (L.) Merrill fruits. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil,
Londrina, v. 28, p. 35-40, 1999.
PANIZZI, A. R.; MOURÃO, A. P. M.; OLIVEIRA, E. D. M. Nymph and adult biology and
seasonal abundance of Loxa deducta (Walker) on privet, Ligustrum lucidum. Anais da
Sociedade Entomológica do Brasil, Londrina, v. 27, p. 199-206, 1998.
PANIZZI, A. R.; NIVA, C. C. Overwintering strategy of the brown stink bug in northern
Paraná. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 29 p. 509-511, 1994.
PANIZZI, A. R.; NIVA, C. C.; HIROSE, E. Feeding preference by stink bugs (Heteroptera:
Pentatomidae) for seeds within soybean pods. Journal of Entomological Science, Griffin,
v. 30, p. 333-341, 1995.
PANIZZI, A. R.; OLIVEIRA, E. D. M. Performance and seasonal abundance of the
neotropical brown stink bug, Euschistus heros nymphs and adults on a novel food plant
(pigeonpea) and soybean. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 88, p.
169-175, 1998.
PANIZZI, A. R.; OLIVEIRA, E. D. M. Seasonal occurrence of tachinid parasitism on stink
bugs with different overwintering strategies. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil,
Londrina, v. 28, p. 169-172, 1999.
PANIZZI, A. R.; ROSSI, C. E. Efeito da vagem e da semente de Leucaena e da vagem de
soja no desenvolvimento de ninfas e adultos de Loxa deducta (Hemiptera: Pentatomidae).
Revista Brasileira de Biologia, São Carlos, v. 51, p. 607-613, 1991b.
PANIZZI, A. R.; ROSSI, C. E. The role of Acanthospermum hispidum in the phenology of
Euschistus heros and of Nezara viridula. Entomologia Experimentalis et Applicata,
Dordrecht, v. 59, p. 67-74, 1991a.
PANIZZI, A. R.; ROSSINI, M. C. Impacto de várias leguminosas na biologia de ninfas de
Nezara viridula. Revista Brasileira de Biologia, São Carlos, v. 47, p. 507-512, 1987.
PANIZZI, A. R.; SANTOS, C. H. Unusual oviposition on the body of conspecifics by
phytophagous heteropterans. Neotropical Entomology, Londrina, v. 30, p. 471-472, 2001.
PANIZZI, A. R.; SARAIVA, S. I. Performance of nymphal and adult southern green stink bug
on an overwintering host and impact of nymph to adult food-switch. Entomologia
Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 68, p. 109-115, 1993.
PANIZZI, A. R.; SCHAEFER, C. W.; HIROSE, E. Biology and descriptions of nymphal and
adult Jadera choprai (Hemiptera: Rhopalidae). Annals of the Entomological Society of
America, Lanham, v. 98, p. 515-526, 2005.
PANIZZI, A. R.; SLANSKY JUNIOR F. Suitability of selected legumes and the effect of
nymphal and adult nutrition in the southern green stink bug (Hemiptera: Heteroptera:
Pentatomidae). Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 84, p. 103-113, 1991.
PANIZZI, A. R.; SLANSKY JUNIOR, F. Legume host impact on performance of adult
Piezodorus guildinii (Westwood) (Hemiptera: Pentatomidae). Environmental Entomology,
Lanham, v. 14, p. 237-242, 1985b.
PANIZZI, A. R.; SLANSKY JUNIOR, F. Piezodorus guildinii (Hemiptera: Pentatomidae) an
unusual host of the tachinid Trichopoda pennipes. The Florida Entomologist, Lutz, v. 68,
p. 485-486, 1985c.
PANIZZI, A. R.; SLANSKY JUNIOR, F. Review of phytophagous pentatomids (Hemiptera:
Pentatomidae) associated with soybean in the Americas. The Florida Entomologist, Lutz,
v. 68, p. 184-214, 1985a.
PANIZZI, A. R.; SLANSKY JUNIOR, F. Suitability of selected legumes and the effect of
nymphal and adult nutrition in the southern green stink bug (Hemiptera: Heteroptera:
Pentatomidae). Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 84, p. 103-113, 1991.
PANIZZI, A. R.; SMITH, J. G. Biology of Piezodorus guildinii: oviposition, development time,
adult sex ratio, and longevity. Annals of the Entomological Society of America, Lanham,
v. 70, p. 35-39, 1977.
PANIZZI, A. R.; SMITH, J. G. Observações sobre inimigos naturais de Piezodorus guildinii
(Westwood, 1837) (Hemiptera: Pentatomidae) em soja. Anais da Sociedade
Entomológica do Brasil, Jaboticabal, v. 5, p. 11-17, 1976.
PANIZZI, A. R.; SMITH, J. G.; PEREIRA, L. A. G.; YAMASHITA, J. Efeito dos danos de
Piezodorus guildinii (Westwood, 1837) no rendimento e qualidade da soja. In: SEMINÁRIO
NACIONAL DE PESQUISA DE SOJA, 1., 1979, Londrina. Anais… Londrina: Embrapa-
CNPSo, 1979. v.2, p. 59-78.
PANIZZI, A. R.; VIVAN, L. M. Seasonal abundance of the neotropical brown stink bug,
Euschistus heros in overwintering sites and the breaking of dormancy. Entomologia
Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 82, p. 213-217, 1997.
PANIZZI, A. R.; VIVAN, L. M.; CORRÊA-FERREIRA, B. S.; FOERSTER, L. A. Performance
of southern green stink bug (Heteroptera: Pentatomidae) nymphs and adults on a novel
food plant (Japanese privet) and other hosts. Annals of the Entomological Society of
America, Lanham, v. 89, p. 822-827, 1996.
PINTO, S. B.; PANIZZI, A. R. Performance of nymphal and adult Euschistus heros (F.) on
milkweed and on soybean and effect of food switch on adult survivorship, reproduction and
weight gain. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Londrina, v. 23, p. 549-555,
1994.
PRADO, S. S.; RUBINOFF, D.; ALMEIDA, R. P. P. Vertical transmission of a pentatomid
caeca-associated symbiont. Annals of the Entomological Society of America, Lanham,
v. 99, p. 577-585, 2006.
RAGHU, S.; DREW, R. A. I.; CLARKE, A. R. Influence of host plant structure and
microclimate on the abundance and behavior of a tephritid fly. Journal of Insect Behavior,
Amsterdam, v. 17, p. 179-190, 2004.
RAGSDALE, D. W.; LARSON, A. D.; NEWSOM, L. D. Microorganisms associated with
feeding and from various organs of Nezara viridula. Journal of Economic Entomology,
Lanham, v. 72, p. 725-727, 1979.
RAGSDALE, D. W.; LARSON, A. D.; NEWSOM, L. D. Quantitative assessment of the
predators of Nezara viridula eggs and nymphs within a soybean agroecosystem using an
ELISA. Environmental Entomology, Lanham, v. 10, p. 402-405, 1981.
RALPH, C. P. Natural food requirements of the large milkweed bug, Oncopeltus fasciatus
(Hemiptera: Lygaeidae), and their relation to gregariousness and host plant morphology.
Oecologia, Berlin, v. 26, p. 157-175, 1976.
RAMESH, P. Seed-coat and glume toughness: a possible source of resistance in sorghum
to the sorghum earhead bug, Calocoris angustatus Leth. (Hemiptera-Miridae). Indian
Journal of Entomology, New Delhi, v. 54, p. 266-271, 1992.
RIZZO, H. F. E. Aspectos morfológicos y biológicos de Edessa meditabunda (F.)
(Hemiptera, Pentatomidae). Revista Peruana de Entomologia, Lima, v. 14, p. 272-281,
1971.
RIZZO, H. F. E. Hemípteros de interés agrícola. Buenos Aires: Hemisferio Sur, 1976. 69
p.
RODRIGUEZ, R. L.; EBERHARD, W. G. Male courtship before and during copulation in two
species of Xyonysius bugs (Hemiptera, Lygaeidae). Journal of the Kansas Entomological
Society, Lawrence, v. 67, p. 37-45, 1994.
RODRIGUEZ, S. R. L. Possible female choice during copulation in Ozophora baranowskii
(Heteroptera: Lygaeidae): female behavior, multiple copulations, and sperm transfer.
Journal of Insect Behavior, Amsterdam, v. 11, p. 725-741, 1998.
ROMOSER, W. S. The science of entomology. New York: Macmillan, 1973. 532 p.
RUBEL, A.; RINNE, R. W.; CANVIN, D. T. Protein, oil and fatty acids in developing soybean
seeds. Crop Science, Madison, v. 12, p. 739-741, 1972.
SAKURAI, T. Multiple mating and its effect on female reproductive output in the bean bug
Riptortus clavatus (Heteroptera: Alydidae). Annals of the Entomological Society of
America, Lanham, v. 89, p. 481-485, 1996.
SALES, F. M.; TUMLINSON, J. H.; MCLAUGHLIN, J. R.; SAILER, R. I. Comportamento do
parasitoide Trissolcus basalis (Wollaston) em resposta a queromônios produzidos pelo
hospedeiro, Nezara viridula (L.). Fitossanidade, Fortaleza, v. 2, p. 88, 1978.
SANTOS, C. H. Suscetibilidade da soja, Glycine max (L.) Merr. aos danos causados
por Nezara viridula (L.), Euschistus heros (Fabr.), Piezodorus guildinii (West.)
(Heteroptera: Pentatomidae) e Neomegalotomus parvus West. (Heteroptera:
Alydidae). 2003. 92 f. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal do
Paraná, Curitiba.
SANTOS, C. H.; PANIZZI, A. R. Nymphal and adult performance of Neomegalotomus
parvus (Hemiptera: Alydidae) on wild and cultivated legumes. Annals of the
Entomological Society of America, Lanham, v. 91, p. 445-451, 1998.
SANTOS, C. H.; PANIZZI, A. R. Tachinid parasites of adult Megalotomus parvus West.
(Hemiptera: Alydidae). Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Londrina, v. 26, p.
577-578, 1997.
SAXENA, K. N. Mode of ingestion in a heteropterous insect Dysdercus koenigii (F.)
(Pyrrhocoridae). Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 9, p. 47-71, 1963.
SCHAEFER, C. W. The host plants of the Alydinae, with a note on heterotypic feeding
aggregations (Hemiptera: Coreoidae: Alydidae). Journal of the Kansas Entomological
Society, Lawrence, v. 53, p. 115-122, 1980.
SCHAEFER, C. W.; AHMAD, I. Cotton stainers and their relatives (Pyrrhocoroidea:
Pyrrhocoridae and Largidae. In: SCHAEFER, C. W.; PANIZZI, A. R. (Ed.). Heteroptera of
economic importance. Boca Raton: CRC, 2000. p. 271-307.
SCHAEFER, C. W.; MITCHELL, P. L. Food plants of the Coreoidea (Hemiptera:
Heteroptera). Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 76, p. 591-
615.
SCHAEFER, C. W.; PANIZZI, A. R. Heteroptera of economic importance. Boca Raton:
CRC, 2000.
SCHUH, R. T.; SLATER, J. A. True bugs of the world (Hemiptera: Heteroptera):
classification and natural history. New York: Cornell University, 1995. 336 p.
SEDLACEK, J. D.; TOWNSEND, L. H. Impact of Euschistus servus and E. variolarius
(Heteroptera: Pentatomidae) feeding on early growth stages of corn. Journal of Economic
Entomology, Lanham, v. 81, p. 840-844, 1988.
SHADE, R. E.; SCHROEDER, H. E.; PUEYO, J. J.; TABE, L. M.; MURDOCK, L. L.;
HIGGINS, T. J. V.; CHRISPEELS, M. J. Transgenic pea seeds expressing the alpha-
amylase inhibitor of the common bean are resistant to bruchid beetle. Nature
Biotechnology, New York, v. 12, n. 8, p. 793-796, 1994.
SHAHI, K. P.; KRISHNA, S. S. Influence of adult nutrition or some environmental factors on
sexual activity and subsequence reproductive programming in the red cotton bug,
Dysdercus koenigii. Journal of Advanced Zoology, Ghaziabad, v. 2, p. 25-31, 1981.
SHEWRY, P. R.; HALFORD, N. G. Cereal seed storage proteins: structures, properties, and
role in grain utilization. Journal of Experimental Botany, London, v. 53, p. 947-958, 2002.
SHROEDER, H.; GOLLASCH, E. S.; MOORE, A.; TABE, L. M.; CRAIG, S.; HARDIE, D. C.;
CHRISPEELS, M. J.; SPENCER, D.; HIGGINS, T. J. V. Bean alpha-amylase inhibitor
confers resistance to pea weevil (Bruchus pisorum) in transgenic peas (Pisum sativum L.).
Plant Physiology, Bethesda, v. 107, p. 1233-1239, 1995.
SHUKLE, R. H.; MURDOCK, L. L. Lipoxygenase, trypsin inhibitor, and lectin from soybeans:
effects on larval growth of Manduca sexta (Lepidoptera: Sphingidae). Environmental
Entomology, Lanham, v. 12, p. 787-791, 1983.
SILVA, A. G. D. A.; GONÇALVES, C. R.; GALVÃO, D. M.; GONÇALVES, A. J. L.; GOMES,
J.; SILVA, M. N.; SIMONI, L. Quarto catálogo dos insetos que vivem nas plantas do
Brasil: seus parasitas e predadores. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura, 1968. v. 1,
pt. 2, 622 p.
SIMANTON, W. A.; ANDRE, F. A biological study of Lygaeus kalmii Stal (Hemiptera-
Lygaeidae). Bulletin of the Brooklyn Entomological Society, Brooklyn, v. 31, p. 99-107,
1936.
SIMPSON, S. J.; SIMPSON, C. L. The mechanisms of nutritional compensation by
phytophagous insects. In: BERNAYS, E. A. (Ed.). Insect-plant interactions. Boca Raton:
CRC, 1990. v. 2, p. 111-160.
SITES, R. W.; MCPHERSON, J. E. Life history and laboratory rearing of Sehirus cinctus
(Hemiptera: Cydnidae), with description of immature stages. Annals of the Entomological
Society of America, Lanham, v. 75, p. 210-215, 1982.
SLANSKY JUNIOR, F. Quantitative food utilization and reproductive allocation by adult
milkwedd bugs, Oncopeltus fasciatus. Physiological Entomology, Oxford, v. 5, p. 73-86,
1980.
SLANSKY JUNIOR, F. Reproductive responses to food limitation in milkweed bugs:
sacrificing rate of egg production maintains egg quality and prolongs adult life. The
American Zoologist, New York, v. 22, p. 910, 1982.
SLANSKY JUNIOR, F.; PANIZZI, A. R. Nutritional ecology of seed-sucking insects. In:
SLANSKY JUNIOR, F.; RODRIGUEZ, J. G. (Ed.). Nutritional ecology of insects, mites,
spiders and related invertebrates. New York: J. Wiley, 1987. p. 283-320.
SLANSKY JUNIOR, F.; SCRIBER, J. M. Food consumption and utilization. In: KERKUT, G.
A.; GILBERT, L. I. (Ed.). Comprehensive insect physiology, biochemistry, and
pharmacology. Oxford: Pergamon, 1985. v. 4, p. 87-163.
SLANSKY JUNIOR, F.; SCRIBER, J. M. Food consumption and utilization. In: KERKUT, G.
A.; GILBERT, L. I. (Ed.). Comprehensive insect physiology, biochemestry and
pharmacology, Oxford: Pergamon, 1985. v. 4, p. 87-163.
STADDON, B. W. Biology of scent glands in the Hemiptera-Heteroptera. Annales de la
Société Entomologique de France, Paris, v. 22, p. 183-190, 1986.
STAM, P. A.; NEWSOM, L. D.; LAMBREMONT, E. N. Predation and food as factors
affecting survival of Nezara viridula (L.) (Hemiptera: Pentatomidae) in a soybean
ecosystem. Environmental Entomology, Lanham, v. 16, p. 1211-1216, 1987.
SWEET, M. H.; SCHAEFER, C. W. Systematics status and biology of Chauliops fallax Scott,
with a discussion of the phylogenetic relationships of the Chauliopinae (Hemiptera:
Malcidae). Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 78, p. 526-536,
1985.
SWEET, M. Seed and chinch bugs (Lygaeoidea). In: SCHAEFER, C. W.; PANIZZI, A. R.
(Ed.). Heteroptera of economic importance. Boca Raton: CRC, 2000. p. 143-264.
SWEET, M. The seed bugs: a contribution to the feeding habits of the Lygaeidae
(Hemiptera: Heteroptera. Bulletin of the Entomological Society of America, Baltimore, v.
53, p. 317-321, 1960.
TAKEUCHI, M.; TAMURA, M. Seed-carrying behavior of a stink bug, Adrisa magna Ueler
(Hemiptera: Cydnidae). Journal of Ethology, Tokyo, v. 18, p. 141-143, 2000.
TINGEY, W. M.; PILLEMER, E. A. Lygus bugs: crop resistance and physiological nature of
feeding injury. Bulletin of the Entomological Society of America, Baltimore, v. 23, p. 277-
287, 1977.
TODD, J. W.; HERZOG, D. C. Sampling phytophagous pentatomidae on soybean. In:
KOGAN, M.; HERZOG, D. C. (Ed.). Sampling methods in soybean entomology. New
York: Springer-Verlag, 1980. p. 438-478.
TODD, J. W.; LEWIS, W. J. Incidence and oviposition patterns of Trichopoda pennipes (F.),
a parasite of the southern green stink bug, Nezara viridula (L.). Journal of Georgia
Entomological Society, Griffin, v. 11, p. 50-54, 1976.
TSUKAMOTO, L.; TOJO, M. S. A report of progression provisioning in a stink bug,
Parastrachia japonensis (Hemiptera: Cydnidae). Journal of Ethology, Tokyo, v. 10, p. 21-
29, 1992.
TULLBERG, B. S.; GAMBERALE-STILLE, G.; SOLBRECK, C. Effects of food plant and
group size on predator defense: differences between two co-occurring aposematic
Lygaeinae bugs. Ecological Entomology, Oxford, v. 25, p. 220-225, 2000.
VELASCO, L. R. I.; WALTER, G. H. Availability of different host plant species and changing
abundance of the polyphagous bug Nezara viridula (Hemiptera: Pentatomidae).
Environmental Entomology, Lanham, v. 21, p. 751-759, 1992.
VELASCO, L. R. I.; WALTER, G. H. Potential of host-switching in Nezara viridula
(Hemiptera: Pentatomidae) to enhance survival and reproduction. Environmental
Entomology, Lanham, v. 22, p. 326-333, 1993.
VENTURA, M. U.; MONTALVÁN, R.; PANIZZI, A. R. Feeding preferences and related types
of behavior of Neomegalotomus parvus. Entomologia Experimentalis et Applicata,
Dordrecht, v. 97, p. 309-315, 2000.
VENTURA, M. U.; PANIZZI, A. R. Megalotomus parvus West. (Hemiptera: Alydidae): inseto
adequado para experimentação e didática entomológica. Anais da Sociedade
Entomológica do Brasil, Londrina, v. 26, p. 579-581, 1997.
VENTURA, M. U.; PANIZZI, A. R. Morphology of olfactory sensilla and its role in host plant
recognition by Neomegalotomus parvus (Westwood) (Heteroptera: Alydidae). Brazilian
Archives of Biology and Technology, Curitiba, v. 48, p. 589-597, 2005.
VENTURA, M. U.; PANIZZI, A. R. Oviposition behavior of Neomegalotomus parvus (West.)
(Heteroptera: Alydidae): daily rhythm and site choice. Anais da Sociedade Entomológica
do Brasil, Londrina, v. 29, p. 391-400, 2000.
VENTURA, M. U.; PANIZZI, A. R. Population dynamics, gregarious behavior and oviposition
preference of Neomegalotomus parvus (Westwood) (Hemiptera: Heteroptera: Alydidae).
Brazilian Archives of Biology and Technology, Curitiba, v. 46, p. 33-39, 2003.
VILLAS BÔAS, G. L.; PANIZZI, A. R. Biologia de Euschistus heros (Fabricius, 1789) em
soja (Glycine max L. Merrill). Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Jaboticabal,
v. 9, p. 105-113, 1980.
VITALE, A.; BOLLINI, R. Legume storage protein. In: KIGEL, J.; GALILI, G. (Ed.). Seed
development and germination. New York: Marcel Dekker, 1995. p. 73-102.
VIVAN, L. M.; PANIZZI, A. R. Geographical distribution of genetically determined types of
Nezara viridula (L.) (Heteroptera: Pentatomidae) in Brazil. Neotropical Entomology,
Londrina, v. 35, p. 175-181, 2006.
VIVAN, L. M.; PANIZZI, A. R. Nymphal and adult performance of genetically determined
types of Nezara viridula (L.) (Heteroptera: Pentatomidae), under different temperature and
photoperiodic conditions. Neotropical Entomology, Londrina, v. 34, p. 911-915, 2005.
WADA, A.; HORI, K. Feeding strategy of Palomena angulosa Motschulsky (Hemiptera:
Pentatomidae) I: Oviposition site selection, nymph development and walking ability of
nymphs. Japanese Journal of Applied Entomology and Zoology, Tokyo, v. 41, p. 209-
216, 1997.
WAITE, G. K. The basking behavior of Nezara viridula (L.) (Pentatomidae: Hemiptera) on
soybeans and its implication in control. Journal of the Australian Entomological Society,
Brisbane, v. 19, p. 157-159, 1980.
WALKER, W. F. Mating behavior in Oncopeltus fasciatus: cyrcadian rhythms of coupling,
copulation duration and “rocking” behavior. Physiological Entomology, Oxford, v. 4, p.
275-283, 1979.
WANG, Q.; MILLAR, J. G. Mating behavior and evidence for male-produced sex
pheromones in Leptoglossus clypealis (Heteroptera: Coreidae). Annals of the
Entomological Society of America, Lanham, v. 93, p. 972-976, 2000.
WILBORN, R.; ELLINGTON, J. The effect of temperature and photoperiod on the coloration
of Lygus hesperus desertinus and lineolaris. The Southwestern Entomologist, College
Station, v. 9, p. 187-197, 1984.
YAZDI-SAMADI, B.; RINNE, R. W.; SEIF, R. D. Components of developing soybean seeds
oil, protein, sugars, starch, organic acids, and amino acids. Agronomy Journal, Madison,
v. 69, p. 481-486, 1977.
YONKE, T. R.; MEDLER, J. T. Biology of Megalotomus quinquespinosus (Hemiptera:
Alydidae). Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 58, p. 222-224,
1965.
Capítulo 13
Bruchinae (Coleoptera:
Chrysomelidae)
Cibele S. Ribeiro-Costa
Lúcia M. Almeida
Introdução
Frutos e sementes são estruturas de propagação e
sobrevivência dos vegetais. As sementes, em especial, são ricas em
proteínas, carboidratos e lipídios, e fornecem mais nutrientes para
os animais que qualquer outra parte da planta. O consumo de
sementes pode limitar sua oferta, viabilidade ou mesmo
comprometer a qualidade de plântulas. Kaye (1999) demonstrou que
o consumo de sementes pré-dispersão de Astragalus australis
limitou o recrutamento de plântulas, e foi um impedimento não
detectado previamente nos esforços conservacionistas dessa
espécie rara. Portanto, os consumidores de sementes têm papel
relevante na dinâmica, distribuição, ciclo de vida e evolução das
plantas.
Na guilda dos insetos consumidores de sementes encontram-se
alguns grupos de Coleoptera e Lepidoptera. Ambas as ordens
também podem ser incluídas na guilda dos mastigadores de
sementes se considerado o tipo de aparelho bucal das larvas.
Entretanto, apenas os coleópteros apresentam peças bucais
mastigadoras no estágio de larva e adulto. Os coleópteros
consumidores de sementes que mais se destacam pertencem às
famílias Anthribidae, Chrysomelidae - Bruchinae, Cerambycidae e
Curculionidae, incluindo os Scolytinae (COSTA, 2000). Os
carunchos-de-sementes ou besouros-de-sementes (seed beetles)
formam um grupo relativamente pequeno de besouros com cerca de
1.700 espécies (JOHNSON et al., 2004). São considerados ora
como uma família de Coleoptera – Bruchidae dentro da superfamília
Chrysomeloidea (Cerambycidae, Chrysomelidae e Bruchidae), ora
como uma subfamília de Chrysomelidae – Bruchinae, dependendo
das opiniões dos autores. Neste capítulo, o grupo será tratado como
subfamília, seguindo as tendências atuais de estudos filogenéticos
(REID, 1995, 2000).
A alimentação dos bruquíneos difere na fase de larva e adulto.
As larvas se desenvolvem consumindo exclusivamente o conteúdo
de sementes, enquanto os adultos alimentam-se de pólen e néctar.
Os bruquíneos já foram registrados consumindo sementes de
plantas de 36 famílias (Tabela 1), no entanto são considerados
especializados, pois mais de 80% das espécies consomem
leguminosas, várias de alto valor nutritivo e importância econômica
como, feijão, ervilha e lentilha. Diversas sementes que apresentam
componentes tóxicos são utilizadas por bruquíneos, evidenciando
mais uma característica peculiar do grupo e que parece estar
relacionada a padrões evolutivos com suas plantas hospedeiras. A
capacidade de sobreviverem como adultos e se reproduzirem em
grãos armazenados por várias gerações sem a necessidade de
alimentação acarreta sérias perdas pós-colheita. Alguns exemplos
de espécies de importância econômica são Acanthoscelides
obtectus (Say), Bruchus pisorum (L.), Callosobruchus chinensis (L.),
Callosobruchus maculatus (F.), Caryedon serratus (Olivier) e
Zabrotes subfasciatus (Boheman). No Brasil, as principais pragas de
feijões são A. obtectus, Z. subfasciatus e C. maculatus
(VENDRAMIM et al., 1992).
Tabela 1. Famílias de plantas hospedeiras de Bruchinae,
conforme classificação de APG (2003).
Acanthaceae Humiriaceae
Anacardiaceae Lythraceae
Apiaceae Malphighiaceae
Arecaceae Malvaceae
Asteraceae Myrtaceae
Bignoniaceae Nelumbonaceae
Bixaceae Nitrariaceae
Boraginaceae Nyctaginaceae
Casuarinaceae Ochnaceae
Cistaceae Oleaceae
Cochlospermaceae Onagraceae
Combretaceae Pandanaceae
Convolvulaceae Poaceae
Dioscoreaceae Putranjivaceae
Ebenaceae Rhamnaceae
Euphorbiaceae Sapindaceae
Fabaceae Verbenaceae
Goodeniaceae Vitaceae
Fonte: Johnson (1981a); Johnson et al. (2004); e Kingsolver (2004).
Disponibilidade de sementes no
tempo
Os bruquíneos sincronizam seus ciclos de vida aos de suas
plantas hospedeiras. A fenofase de floração provê alimento para os
adultos e a de frutificação, substrato para oviposição e
desenvolvimento larval (Figura 4). A disponibilidade de frutos e
consequentemente de sementes não é constante. A duração da
fenofase de frutificação é variável entre as espécies, como também
depende de fatores abióticos. Os animais desenvolveram
mecanismos para esperar pelo alimento e maximizar seu consumo
quando este está presente. Bruquíneos que se alimentam de
sementes de árvores em florestas tropicais decíduas lidam com os
extremos da variação de sementes de uma dada espécie de planta
dentro e entre os anos, aguardando pela disponibilidade de
alimento, em vez de se moverem para diferentes espécies de
plantas hospedeiras (JANZEN, 1975). Conforme a abundância de
sementes no tempo, as espécies generalistas podem preferir um ou
outro hospedeiro em diferentes períodos durante o ano, atuando
como especialistas.
F 13,86 F 19,16
Obtenção de energia
Após a oviposição, o desenvolvimento da larva de primeiro
ínstar depende de suas adaptações para perfurar a parede do fruto
ou semente. Nessa etapa, a larva não se alimenta, apenas perfura o
tegumento, e por isso não são formadas fezes (ERNST, 1992).
Quando alcança o endosperma, inicia a alimentação. Todas as
fontes nutricionais estão contidas dentro da semente e não há
possibilidade de troca de semente; a alimentação pode ser apenas
complementada com maior número delas. Apesar de a alimentação
ser diferenciada para adultos e larvas, p. ex., grãos de pólen e
endosperma, as composições de carboidratos das duas fontes
alimentares são semelhantes, e a atividade da glicosidase é
também semelhante no tubo digestivo dos adultos e larvas (LEROI
et al., 1984).
A energia necessária para as diversas atividades como voo e
reprodução vêm de energia armazenada no corpo do bruquíneo
adulto durante o consumo larval. Acréscimos subsequentes podem
advir do consumo de pólen e néctar e secreções nutritivas de
ejaculações do macho. Com a idade, a utilização da energia
armazenada (lipídios e glicogênio) e água decrescem; as fêmeas
perdem mais água e peso que os machos em razão de maior
atividade metabólica, como a deposição de ovos (SHARMA;
SHARMA, 1984). O bruquíneo Bruchidius sahlbergi Schilsky,
alimentando-se de Acacia erioloba, aumentou as concentrações de
Cu, Fe, N e Zn e as concentrações de Mn, P e Na não se alteraram
(ERNST, 1992). Dos micronutrientes minerais do alimento, o uso
mais eficiente foi de Zn e Cu, com altos valores acumulados de 94%
e 96%, respectivamente, o que não é usual, pois são metais
pesados. Outro aspecto interessante foi a baixa absorção de Ca, K
e Mg e seu acúmulo nas fezes. O acúmulo de componentes
nitrogenados nas fezes pode estar relacionado a concentrações de
alcaloides que não podem ser transformados, aminoácidos não
proteicos e glicosídeos cianogênicos de A. erioloba. Como resultado
da excreção desses compostos, a eficiência do uso do nitrogênio foi
de apenas 34% a 41% (ERNST, 1992). Callosobruchus analis (F.)
converte de forma eficiente grande parte da sua dieta em
componentes nutricionais tais como os lipídios (49% do peso seco)
e poucos são os componentes da semente não utilizáveis, como
celulose e lignina (WIGHTMAN, 1978a; JOHNSON; KISTLER,
1987). Adultos recém-emergidos apresentam valor calórico de
7,17cal/mg, maior que todos os Coleoptera. A alta taxa de
respiração de C. analis indica que a espécie gasta uma pequena
parcela de sua energia para sua manutenção, como esperado em
espécies pouco móveis. A eficiência de conversão do alimento nas
fêmeas é maior que nos machos, e o consumo do peso seco de
Phaseolus aureus por fêmeas Callosobruchus maculatus é maior
bem como as equivalências calóricas (7,2 cal/mg) em relação aos
machos (6,99 cal/mg). O feijão compreende 4,45 Cal/mg. Assim,
fêmeas consomem 64,5 cal do feijão e convertem em 14,9 cal para
o besouro (MITCHELL, 1975).
O uso de sementes como alimento tem limitações, como o
baixo conteúdo de água (<10%), porém os bruquíneos recém-
emergidos apresentam em torno de 50% de água (Callosobruchus
analis 48%, C. maculatus 35%–59%, Mimosestes amicus 39%,
Algarobius prosopis 43%, Neltumius arizonensis 43%) (WIGHTMAN,
1978b; KISTLER, 1985). É possível que, durante o
desenvolvimento, as larvas utilizem água metabólica e convertam o
conteúdo da semente em lipídios e outros componentes de água
armazenados (1 g de lipídios libera 1,07 g de água quando
catabolizados). O conteúdo de água dos adultos é mantido pela
quebra dos lipídios, mesmo na ausência de água (WIGHTMAN,
1978b).
O custo metabólico da alimentação em uma semente e o tempo
de desenvolvimento variam entre espécies de bruquíneos na
mesma espécie de hospedeiro, e dentro da mesma espécie de
bruquíneo, quando alimentada em sementes de diferentes
hospedeiros. Em Stator generalis Johnson e Kingsolver, que
consome apenas sementes duras e tóxicas de Enterolobium
cyclocarpum (JOHNSON; JANZEN, 1982), a sobrevivência é bem
mais baixa (48%) comparativamente às outras espécies do gênero,
criadas em outros hospedeiros (75%–81%) (JOHNSON, 1982). Para
Mimosestes amicus Horn, que é generalista, o desenvolvimento é
melhor em sementes de Cercidium floridium que naquelas de
Prosopis velutina, e as taxas metabólicas do adulto são diferentes
nos dois hospedeiros (KISTLER, 1982). Generalistas podem-se
limitar ao consumo de sementes de poucos hospedeiros,
semelhante aos especialistas.
Comportamento de oviposição
Os bruquíneos apresentam vários comportamentos de
oviposição que podem representar diferentes maneiras de sobrepor
as barreiras impostas pela planta hospedeira contra seu ataque, ou
mesmo estratégias para prevenir a mortalidade de seus ovos por
inimigos naturais. Os ovos geralmente são fixos no fruto ou semente
ou deixados cair dentro de frutos para atingir a semente, através de
perfurações realizadas pela fêmea. Podem ainda ser depositados
em rachaduras ou fendas do fruto para sua proteção ou mesmo em
orifícios antigos de emergência de adultos. Normalmente, a
oviposição ocorre no campo quando as sementes estão quase
completamente desenvolvidas, mas algumas espécies depositam os
ovos em frutos imaturos, enquanto outras aguardam até que as
sementes estejam completamente desenvolvidas e expostas para a
deposição dos ovos (RIBEIRO-COSTA; COSTA, 2002;
KINGSOLVER, 2004; SARI et al., 2005).
Johnson (1981c), ao estudar 16 espécies de bruquíneos em 23
leguminosas, estabeleceu três guildas: A) guilda de vagens
maduras: os bruquíneos desse grupo ovipositam na parede do fruto
quando este se encontra maduro e preso à planta; B) guilda das
sementes maduras: a oviposição ocorre na semente quando o fruto
maduro apresenta-se parcialmente deiscente e preso à planta; C)
guilda das sementes dispersadas: quando a oviposição ocorre nas
sementes expostas no substrato, após a dispersão. Concluiu que as
leguminosas com frutos deiscentes são as mais efetivas contra o
ataque dos bruquíneos, pois os bruquíneos das guildas A e B são
quase que totalmente eliminados; nas espécies com frutos
indeiscentes ou tardiamente deiscentes as espécies da guilda B são
as eliminadas e, no caso das vagens parcialmente deiscentes,
bruquíneos pertencentes às três guildas podem predar suas
sementes.
Exemplos de bruquíneos pertencentes a guilda A são
Acanthoscelides chiricahuae (Fall), Merobruchus spp., Mimosestes
spp., Amblycerus hoffmanseggi (Gyllenhal) (Figura 5A, B), A.
submaculatus (Pic); guilda B: Stator limbatus (Horn), Stator
pruininus (Horn), Sennius bondari (Pic) (Figura 5C, D) e guilda C:
Stator sordidus (Horn) e Zabrotes spp. (KINGSOLVER, 2004;
RIBEIRO-COSTA, 1998; LINZMEIER et al., 2004). Exemplo de
espécie pertencente a mais de uma guilda é Megacerus baeri (Pic)
que pode ovipositar na superfície de frutos desenvolvidos e, nas
sementes em frutos abertos, correspondendo às guildas A e B
(SHERER; ROMANOWSKI, 2005).
Figura 5. Amblycerus hoffmanseggi: (A) Vista dorsal do adulto; (B)
Fruto de Senna cf. bicapsularis com ovo e orifício de emergência do
adulto. Sennius bondari: (C) Vista dorsal do adulto; (D) Semente de
Senna macranthera com ovos e demarcação do orifício de
emergência do adulto; (E) Detalhe do ovo viável; e (F) Detalhe do
ovo não viável.
Fonte: (A e B), Ribeiro Costa (1992); (C) Linzmeier et al. (2004).
Fotos: Albino Sakakibara (A e B)
Fotos: Adelita Linzmeier (C, D, E e F)
Algumas espécies desenvolveram estratégias especiais para
alcançar o substrato adequado para a oviposição. Chama a atenção
o comportamento das fêmeas de Zabrotes interstitialis (Chevrolat)
que utilizam os orifícios de emergência deixados na parede dos
frutos de Cassia grandis por Pygiopachymerus lineola (Chevrolat)
para ter acesso às sementes, pois a vagem dessa espécie é
indeiscente (JANZEN, 1978), e das fêmeas de Stator limbatus
(Horn) que utilizam os orifícios de emergência de espécies de
Mimosestes que ovipositam na parede dos frutos de Cercidium
floridum (FOX et al., 1997).
A sobrevivência e o desenvolvimento larval estão diretamente
dependentes da qualidade das sementes, que depende da escolha
do hospedeiro pela fêmea. Sementes maiores propiciariam mais
recursos para o desenvolvimento larval e, consequentemente, maior
fecundidade e longevidade (CENTER; JOHNSON, 1974;
LOMÔNACO, 1994). As fêmeas de C. maculatus não apenas
discriminam feijões com base no número de ovos, ou seja, evitam
depositar o segundo ovo no mesmo grão se existirem outros sem
ovos, como ovipositam em grãos maiores (MITCHELL, 1975).
Redmon et al. (2000) constataram que o número de sementes por
fruto de Cytisus scoparius (Fabaceae), uma leguminosa invasora,
aumenta com o comprimento da vagem e que as fêmeas de
Bruchidius villosus (F.) preferem ovipositar em vagens maiores, mas
iniciam a oviposição na parede do fruto imaturo.
A variação no tamanho dos ovos entre fêmeas geralmente é
atribuída à variação nos nutrientes ou idade das fêmeas. Stator
limbatus é um caso particular. A fêmea deposita ovos pequenos em
Acacia greggii e ocorre baixa mortalidade larval, e ovos grandes em
Cercidium floridum, ocorrendo alta mortalidade das larvas durante a
penetração na semente. Essa plasticidade no tamanho do ovo é
resultado do efeito maternal (a fêmea escolhe o hospedeiro larval)
que, em parte, representa uma resposta adaptativa da espécie de
hospedeiro (FOX et al., 1997).
Os ovos podem se apresentar opacos, após a emergência da
larva de primeiro ínstar (Figura 5E) ou translúcidos, geralmente
quando inviáveis (Figura 5F), e variam na forma e escultura.
Apresentam substância adesiva que se origina do epitélio dos
folículos (SNODGRASS, 1935) ou das glândulas acessórias
(WIGGLESWORTH, 1947) e que endurece em contato com o
ambiente. Tal revestimento não apenas pode fixar o ovo ao
substrato, como também atua na proteção contra fatores abióticos
adversos, alta insolação e baixa umidade relativa, que resultam na
dessecação (KINGSOLVER, 2004) (Figura 6A–F).
Parasitoides
São poucos os trabalhos com evidências de parasitismo em
bruquíneos. Center e Johnson (1976) e Whitehead (1975)
relacionaram os parasitoides às coletas de hospedeiros de
bruquíneos na Costa Rica. De Luca (1965, 1970) lista bruquíneos e
seus correspondentes predadores e parasitoides (STEFFAN, 1981).
A comprovação de parasitismo em ovos é mais simples em
comparação a larvas e pupas. Geralmente, ovos parasitados
apresentam-se escurecidos, enquanto os não parasitados são
transparentes quando recém-depositados passando a branco-opaco
quando a larva de primeiro ínstar penetra na semente, preenchendo
o ovo com restos da parede da semente escavada (Figura 5E).
Ovos não fertilizados têm aparência transparente (Figura 5 F). Um
indício de parasitismo larval ou pupal é quando ocorrem diferentes
tamanhos de orifícios de emergência nas sementes. Os parasitoides
geralmente são menores que os bruquíneos e, por isso, seus
orifícios são menores (Figura 7D, E). No entanto, a comprovação do
parasitismo somente é possível mediante a dissecção de sementes
(Figura 7F, G).
Em Lonchocarpus muehlbergianus, os orifícios de emergência
deixados na semente por bruquíneos adultos são diferentes dos de
parasitoides. As sementes com orifícios maiores são consumidas
por Ctenocolum podagricus (F.) (Figura 8A, B), enquanto as com
orifícios menores originam adultos de Horismenus missouriensis
(Eulophidae) (Figura 8C, D), um provável parasitoide da larva ou
pupa (SARI et al., 2002). Quando o parasitoide adulto é encontrado
dentro da semente é impossível relacioná-lo à fase de larva ou de
pupa. Ocorre o mesmo se houver um predador e um parasitoide,
mesmo considerando as relações de tamanho entre predador e
parasitoide. Este foi o caso de Horismenus sp. encontrado dentro de
sementes de Senna alata (Figura 7G), que também estavam
infestadas por Amblycerus submaculatus (Pic) e Sennius bondari
(RIBEIRO-COSTA, 1998). Na literatura há indicação de que, a partir
de uma larva de Amblycerus robiniae (F.), emergem 18 a 30
Horismenus missouriensis Ashmead (BISSEL, 1938), porém essa
informação não invalida a possibilidade de Horismenus também ser
parasitoide de S. bondari. Além disso, um grupo reduzido de
himenópteros são fitófagos, associados a frutos. Espécies de
Eurytoma completam o desenvolvimento alimentando-se de seiva e
Bruchophagus, de sementes de Leguminosae e não de bruquíneos
como sugere o nome (STEFFAN, 1981).
Figura 8. Ctenocolum podagricus: (A) Vista dorsal do adulto; (B)
Sementes de Lonchocarpus muehlbergianus com orifícios de
emergência. Horismenus missouriensis: (C) Vista lateral do adulto; e
(D) Sementes de L. muehlbergianus com orifícios de emergência de
H. missouriensis.
Fonte: Sari et al. (2002).
Fotos: Lisiane T. Sari
Predadores
Uma grande proporção de bruquíneos em amostras de
leguminosas de áreas tropicais não chegam a completar o ciclo por
causa da ação de ácaros predadores do gênero Pymotes que
podem se alimentar tanto das larvas como de pupas e de adultos.
Diversos mamíferos também atuam como predadores ao
consumirem sementes ou frutos infestados por bruquíneos, que
podem ou não ser atrativos para consumo. As possíveis razões para
a preferência de sementes infestadas é que estas são mais
nutritivas, pois as larvas sintetizam gordura e/ou proteínas ou outros
nutrientes como vitaminas, têm melhor sabor e são mais facilmente
abertas e consumidas (GÁLVEZ; JANSEN, 2007).
Introdução
Considerando a abundância e a diversidade dos hábitos de vida
encontrados entre os insetos, relativamente poucas espécies
exploram partes subterrâneas das plantas, que incluem raízes,
hastes, rizomas, bulbos e tubérculos, como fonte de alimentação.
Embora a literatura agrícola contenha muitos exemplos de perdas
de produção e de qualidade do produto causados por insetos
associados ao solo, somente 7 das 26 ordens de insetos estão bem
representadas entre os herbívoros de hábito subterrâneo, embora
estes ocorram em 11 ordens. Entretanto, mesmo nessas 7 ordens –
Coleoptera, Diptera, Homoptera, Hemiptera, Hymenoptera,
Lepidoptera e Orthoptera – os herbívoros subterrâneos restringem-
se a poucas famílias ou subfamílias.
Insetos que se alimentam de partes subterrâneas são
encontrados em todos os continentes, exceto na Antártica. A maioria
das ordens, que incluem insetos rizófagos, tem distribuição
cosmopolita, enquanto as famílias são mais restritas e os gêneros e
espécies, frequentemente, mostram um alto grau de endemismo em
habitats isolados ou ilhas (BROWN; GANGE, 1990).
Coleoptera é a maior ordem de Insecta e ocupa os mais
variados ecossistemas, com papéis diversificados nas teias
alimentares, na decomposição de resíduos e no fluxo de nutrientes.
A significância funcional dos coleópteros se deve à diversidade de
seu comportamento alimentar, podendo agir como detritívoros,
herbívoros, fungívoros ou predadores (LAWRENCE; BRITTON,
1994). As espécies subterrâneas de Coleoptera consideradas
fitófagas alimentam-se, principalmente, de tecidos vivos das raízes e
de caules subterrâneos das fanerógamas, mastigando-os ou
absorvendo seus sucos. Entretanto, seus hábitos podem ser
bastante diversos; por exemplo, algumas espécies se comportam
como brocas de raízes, caules e tubérculos, formando galerias,
enquanto outras cortam os tecidos a partir do exterior, aproveitando
diferentes partes do tecido radicular, de acordo com suas etapas de
crescimento (MORÓN, 2004).
Alimentação em raízes é um modo de vida bastante difundido
entre os Coleoptera. Em muitos grupos, a larva é capaz de se
alimentar externamente das raízes subterrâneas com maior ou
menor intensidade, podendo, portanto, ser considerada uma broca
de hábitos subterrâneos. Os adultos de muitas dessas espécies se
alimentam das partes aéreas das plantas, não necessariamente da
mesma espécie em cujas raízes nutriram-se as larvas. Em alguns
casos, os adultos estão adaptados a se enterrar no solo, mas a
maioria deposita seus ovos na camada superficial do solo ou na
base do caule da planta hospedeira. Algumas espécies de
coleópteros rizófagos se alimentam de nódulos de leguminosas ou
micorrizas (CROWSON, 1981).
Muitas das espécies de coleópteros rizófagos consideradas
pragas de plantas cultivadas e de pastagens no Brasil pertencem à
superfamília Lamellicornia ou Scarabaeoidea. Entretanto, esse
grupo é muito diversificado quanto à forma, à coloração, ao tamanho
e aos hábitos alimentares, e há milhares de espécies catalogadas
no mundo (MORÓN et al., 1997). Espécies desse grupo podem
habitar ninhos de aves ou insetos (formigas, cupins), troncos podres
de árvores ou o solo, associadas ao húmus (material vegetal ou
animal em decomposição), às fezes de animais superiores ou à
rizosfera de plantas (MORÓN, 1996). Adultos e larvas são
mastigadores, mas, em geral, se alimentam de diferentes substratos
e as espécies fitófagas geralmente são polífagas. As larvas podem
ser fitófagas, alimentando-se de vegetais como raízes (rizófagas),
caules subterrâneos, bulbos e tubérculos, ou saprófagas,
alimentando-se de matéria orgânica em decomposição como
madeira (xilófagas), fezes (coprófagas), animais mortos
(necrófagas), húmus e palha. Larvas de algumas espécies foram
encontradas predando ovos de gafanhotos. Os adultos podem se
alimentar de flores, ramos, folhas (filófagos), frutas (frugívoros),
pólen e néctar (mielífagos), raízes, excrementos, cadáveres e restos
queratinizados e material em decomposição. Os machos adultos de
algumas espécies não se alimentam (OLIVEIRA et al., 2003).
A classificação desse grupo é controversa, mas, segundo
Endrödi (1966), divide-se em cinco famílias: Melolonthidae,
Scarabaeidae, Trogidae, Passalidae e Lucanidae. Nos
agroecossitemas brasileiros, a família Melolonthidae é uma das
mais comuns (OLIVEIRA et al., 2003) e suas larvas, assim como
outras espécies de Scarabaeoidea, são comumente conhecidas
como corós ou bichos-bolo.
As espécies de Melolonthidae com larvas edafícolas registradas
no Brasil se agrupam em quatro, das seis subfamílias dessa família:
571 espécies em Melolonthinae (p. ex., Phyllophaga spp., Liogenys
spp., Plectris spp. e Demodema spp.), 210 espécies em Dynastinae
(p. ex., Cyclocephala spp., Diloboderus sp., Euetheola spp.,
Dyscinetus spp., Ligyrus spp., Aegopsis sp., Bothynus spp. e
Heterogomphus spp.), 179 espécies em Rutelinae (p. ex., Anomala
spp.) e 49 espécies em Cetoniinae (MORÓN, 2004).
As diferentes subfamílias têm hábitos alimentares variados.
Larvas de Rutelinae, Dynastinae e Melolonthinae, geralmente, têm
hábitos subterrâneos e podem ser saprófagas, fitossaprófagas ou
fitófagas, enquanto os adultos são fitófagos ou não se alimentam. A
maioria das espécies rizófagas, consideradas pragas de plantas
cultivadas no Brasil, pertence às subfamílias Melolonthinae e
Dynastinae.
Nos sistemas não irrigados de produção de grãos do extremo
sul do Brasil, ocorrem inúmeras espécies de melolontídeos, das
quais o coró-das-pastagens (Diloboderus abderus Sturm) e o coró-
do-trigo (Phyllophaga triticophaga Morón & Salvadori) são os mais
importantes. Essa classificação é feita tendo em vista os danos que
são capazes de causar às culturas de trigo (principalmente), aveia,
centeio, cevada, triticale, milho e soja. Outras plantas cultivadas
como trigo-mourisco, colza, tremoço, azevém, ervilhaca e, ainda,
plantas daninhas e vegetação espontânea podem ser hospedeiras
de D. abderus e P. triticophaga (SALVADORI; SILVA, 2004; SILVA;
SALVADORI, 2004; SALVADORI; PEREIRA, 2006).
Apesar dos danos que causa, D. abderus pode proporcionar
benefícios como o aumento da capacidade de o solo absorver água
pelas galerias que abre, e a melhoria de características físicas,
químicas e biológicas do solo por meio da incorporação e
decomposição de restos culturais (GASSEN, 1999). Entretanto,
antes que isto ocorra, causa danos expressivos às culturas.
A ocorrência da espécie Demodema brevitarsis Blanch.
causando danos em soja e em outras culturas, restrita a uma
pequena área do norte do Rio Grande do Sul, também foi registrada
(SALVADORI et al., 2006).
O coró-pequeno (Cyclocephala flavipennis Burm.) é abundante
e largamente distribuído em lavouras na região norte do Rio Grande
do Sul. Apesar de, em provas de laboratório, consumir raízes e
danificar plantas de trigo, em condições de lavoura, sob plantio
direto, não causa danos consideráveis, mesmo em populações
elevadas (SALVADORI, 1999a; SALVADORI; PEREIRA, 2006).
Além do baixo potencial de consumo de raízes, apresenta hábito
alimentar facultativo, com preferência por matéria orgânica em
decomposição.
Em regiões mais setentrionais, destacam-se pela importância
econômica, Phyllophaga cuyabana (Moser), Liogenys fuscus
Blanch., Liogenys suturalis Blanch. e Plectris pexa Germar, que,
frequentemente, ocorrem como pragas em sistemas de produção de
grãos, sobretudo soja, milho, feijão e trigo, nos estados do Paraná,
de São Paulo, de Minas Gerais, de Mato Grosso do Sul, de Mato
Grosso e de Goiás (CORSO et al., 1991; NUNES JUNIOR et al.,
2000; ÁVILA; GÓMEZ, 2001; SALVADORI, 2001; SALVADORI;
OLIVEIRA, 2001; OLIVEIRA et al., 2004), e também em várias
outras plantas cultivadas e daninhas que lhes servem de
hospedeiras. A maioria dessas espécies é neotropical e tem ampla
distribuição no Brasil, mas a predominância de espécies e a sua
ocorrência como praga variam de acordo com a região.
Vários melolontideos como Euetheola humilis Burm.,
Dyscinetus dubius (Olivier), Dyscinetus gagates Burm. e Ligyrus
ebenus (De Geer) atacam a cultura de arroz e outras plantas
cultivadas. E. humilis é a espécie mais importante e seus adultos e
larvas, conhecidos como cascudo-preto e coró-do-arroz,
respectivamente, provocam danos severos e ocorrem em todas as
regiões brasileiras onde a cultura do arroz está presente
(FERREIRA; BARRIGOSSI, 2006).
Larvas de Aegopsis bolboceridus (Thomson), o coró-das-
hortaliças, já registradas no Distrito Federal, em Goiás e em Minas
Gerais, podem destruir completamente o sistema radicular de
hortaliças (solanáceas, brássicas e outras). Também já foram
constatadas em feijão, milho, cana-de-açúcar, capim-braquiária,
plantas ornamentais e daninhas (OLIVEIRA, 2005).
Além dessas espécies rizófagas, outras de melolontídeos,
consideradas benéficas, são comuns nos agroecossitemas
brasileiros, especialmente em lavouras sob semeadura direta, onde
as espécies classificadas como “engenheiras do solo” ocorrem com
maior frequência. Essas espécies constroem túneis verticais no solo
(galerias), promovem intensa incorporação e decomposição de
resíduos vegetais e contribuem para melhorar as características
fisíco-químicas do solo. É o caso do coró-da-palha (Bothynus spp.),
assim chamado por se alimentar de restos vegetais, que não causa
danos diretos às culturas e constrói galerias verticais de até cerca
de 1,30 m de profundidade e é encontrado do sul do Brasil até a
Região Amazônica (GASSEN, 1999).
Diversas espécies de corós coprófagos são comuns em
sistemas de produção que integram lavoura e pecuária, promovendo
a decomposição e a incorporação do esterco de animais, bem como
o controle biológico de pragas de importância veterinária que se
desenvolvem em fezes bovinas frescas (HONER et al., 1992).
Características morfológicas e
biológicas de melolontídeos
Os adultos de Scarabaeoidea são besouros geralmente
convexos, com corpo oval ou alongado e antenas lameladas com 8-
11 segmentos (TASHIRO, 1990). As larvas, geralmente, são
brancas ou amareladas com uma cabeça de coloração amarelo-
âmbar, marrom ou preta.
Os adultos de Melolonthidae (sensu Endrödi) possuem a
cabeça proporcionalmente pequena em relação ao corpo que,
geralmente, é ovalado e robusto (raramente achatado e fino).
Distinguem-se dos outros Scarabaeoidea pelo seguinte conjunto de
caracteres: o escapo antenal é muito mais curto que o flagelo; as
antenas têm de três a sete artículos alongados e achatados, com
lamínulas capazes de abrir e fechar entre si, cuja superfície
apresenta um aspecto brilhante, com setas dispersas; os estigmas
respiratórios dos três últimos segmentos abdominais estão situados
na porção lateral dos esternitos e ao menos o último deles fica
exposto quando os élitros estão em repouso; os tarsos são
pentâmeros e as garras tarsais bem desenvolvidas; a coloração
geral é muito variada; o comprimento corporal varia de 3 mm a 170
mm e, frequentemente, apresentam dimorfismo sexual acentuado
(Figura 1). As pupas são exaradas e adécticas.
Referências
ADESIYUN, A. A. Effects of seedling, density and spatial distribution of oat plants on
colonization and development of Oscinella frit (Diptera Choloropidae). The Journal of
Applied Ecology, Oxford, v.15, p. 797-808, 1978.
ÁVILA, C. J.; GOMEZ, S. A. Ocorrência de pragas de solo no Estado de Mato Grosso do
Sul. In: REUNIÃO SUL-BRASILEIRA SOBRE PRAGAS DE SOLO, 8., 2001, Londrina.
Anais... Londrina: Embrapa Soja, 2001. p. 36-41. (Embrapa Soja. Documentos, 172).
BACH, C. E. Patch size and herbivory: mechanisms. Ecology, Washington, DC, v. 69, p.
1103-1117, 1988.
BARBOSA, C. L.; RODRIGUES, S. R.; PUKER, A.; ABOT, A. R. Estudo do
comportamento reprodutivo de Liogenys fuscus (Coleoptera: Melolonthidae). In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA. 21., 2006, Recife. Resumos... Recife:
Sociedade Entomológica do Brasil: Universidade Federal Rural de Pernambuco, 2006. 1
CD-ROM.
BENTO, J. M. S.; PARRA, J. R. P.; MUCHOVEJ, R. M. C.; ARAÚJO, M. S.; LUCIA, T. M. C.
D. Interações entre microrganismos edáficos e pragas de solo. In: SALVADORI, J. R.;
ÁVILA, C. J.; DA SILVA, M. T. B. (Org.). Pragas de solo. Passo Fundo: Embrapa Trigo;
Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste; Cruz Alta: Fundacep-Fecotrigo, 2004. p. 99-132.
BERENBAUM, M. R.; RADOVSKY, F. J.; RESH, V. H. Chemical ecology of phytophagous
scarab beetles. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 43, p. 39-61, 1998.
BROADWAY, R. M.; VILLANI, M. G. Does host range influence susceptibility of herbivorous
insects to non-host proteinase inhibitors? Entomologia Experimentalis et Applicata,
Dordrecht, v. 76, p. 303-12, 1995.
BROWN, W. R.; GANGE, A. C. Insect herbivory below ground. Advances in Ecological
Research, London, UK, v. 20, p. 1-58, 1990.
CORSO, I. C.; OLIVEIRA, L. J.; DO AMARAL, M. L. B. Ação de inseticidas sobre “coró da
soja”(II) (Coleoptera: Scarabaeidae). In: REUNIÃO SUL-BRASILEIRA DE INSETOS DE
SOLO, 3., 1991. Chapecó, Ata… Chapecó: Empasc, 1991. p.10.
CROWSON, R. A. The biology of Coleoptera. London, UK: Academic Press, 1981. 802 p.
CURL, E. A.; TRUELOVE, B. The rhizosphere. Berlin, DE: Springer-Verlag, 1986. 288 p.
ENDRÖDI, S. Monographie der Dynastinae (Coleoptera: Lamellicornia). I. Teil.
Entomologische Abhandlungen Museum Tierkunde, Dresden, v. 33, p. 1-457, 1966.
FERREIRA, E.; BARRIGOSSI, J. A. F. Cultivo do arroz irrigado no Estado do Tocantins.
Goiânia: Embrapa Arroz e Feijão, 2004. 1 CD-ROM. (Sistemas de Produção, 3).
FERREIRA, E.; BARRIGOSSI, J. A. F. Insetos orizívoros da parte subterrânea. Goiânia:
Embrapa Arroz e Feijão, 2006. 52 p.
FUTUYMA, D. J. Biologia evolutiva. 2. ed. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de
Genética. 1992. 646 p.
GARCIA, M. A.; OLIVEIRA, L. J.; OLIVEIRA, M. C. N. Aggregation behavior of Phyllophaga
cuyabana (Moser) (Coleoptera: Melolonthidae): Relationships between sites chosen for
mating and offspring distribution. Neotropical Entomology, Londrina, v. 3, p. 537-542,
2003.
GASSEN, D. N. Benefícios de escarabeídeos em lavouras sob plantio direto. In: REUNIÃO
LATINO-AMERICANA DE SCARABAEOIDOLOGIA. 4., 1999, Viçosa. Memórias...
Londrina: Embrapa Soja; Passo Fundo: Embrapa Trigo; Viçosa: UFV, p. 123-132. 156 p.
(Embrapa Soja. Documentos, 126).
GREZ, A. A.; GONZÁLEZ, R. H. Resource concentration hypothesis: effect of host plant
patch size on density of herbivorous insects. Oecologia, Berlin, v. 103, p. 471-474, 1995.
GUERRA, A. A.; BISHOP, J. L. The effect of aestivation on sexual maturation in female
alfalfa weevil (Hypera postica). Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 55, p. 747-
749, 1962.
HODEK, I. Bionomics and ecology of predaceous Coccinelidae. Annual Review of
Entomology, Palo Alto, v. 12, p. 79-104, 1967.
HONEK, A. Intraspecific variation in body size and fecundity in insects: a general
relationship. Oikos, Copenhagen, v. 66, p. 483-492, 1993.
HONER, M. R.; BIANCHIN, I.; GOMES, A. Com besouro africano, controle rápido e
eficiente. In: MANUAL de controle biológico. Rio de Janeiro: Sociedade Nacional de
Agricultura. 1992. p. 19-20.
JACKAI, L. E. N.; PANIZZI, A. R.; KUNDU, G. G.; SRIBASTAVA, K. P. Insect pests of
soybean in the tropics. In: SINGH, S. R. (Ed.). Insect pests of foods legumes. New York:
J. Wiley, 1990. p. 91-156.
JACKSON, J. J.; ELLIOTT, N. C. Temperature-dependent development of immature stages
of the western corn rootworm, Diabrotica virgifera virgifera (Coleoptera: Chrysomelidae).
Environmental Entomology, Lanham, v. 17, p. 166-171, 1988.
JAENIKE, J. On optimal oviposition behavior in phytophagous insects. Theoretical
Population Biology, New York, v. 14, p.350-356, 1978.
JOHNSON, S. N.; GREGORY, P. J. Chemically-mediated host-plant location and selection
by root-feeding insects. Physiological Entomology, Oxford, v. 31, p. 1-13, 2006.
KAREIVA, P. Influence of vegetational texture on herbivore populations resource
concentration and herbivore movement. In: DENNO, R. F.; McCLURE, M. S. (Ed.). Variable
plants and herbivores in natural and managed systems. New York: Academic, 1983. p.
259-289.
LADD JUNIOR, T. L. Japanese beetles (Coleoptera: Scarabaeidae): influence of sugars on
feeding response of larvae. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 81, p. 1390-
93, 1988.
LADD JUNIOR, T. L. Influence of food, age, and mating on production of fertile eggs by
Japanese beetles (Coleoptera: Scarabaeidae). Journal of Economic Entomology,
Lanham, v. 80, p. 93-95, 1987a.
LADD JUNIOR, T. L. Japanese beetles (Coleoptera: Scarabaeidae): feeding by adults on
minor host and nonhost plants. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 82, p.
1616-19, 1989.
LADD JUNIOR, T. L. Japanese beetles (Coleoptera: Scarabaeidae): influence of favored
food plants on feeding response. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 80, p.
1014-17, 1987b.
LADD JUNIOR, T. L.; McGOVERN, T. P. Japanese beetle: a superior attractant, phenethyl
propionate + eugenol +geraniol 3:7:3. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 74,
p. 665-67, 1980.
LAVELLE, P.; SPAIN, A.V. Soil ecology. Dordrecht: Kluwer Academic, 2001. 654 p.
LAWRENCE, J. F.; BRITTON, E. B. Australian beetles. Melbourne: Melbourne University,
1994. 192 p.
LIM, K. P.; STEWART, R. K.; YULE, W. N. A historical review of the bionomics and control
of Phyllophaga anxia (LeConte) (Coleoptera: Scarabaeidae), with special reference to
Quebec. Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 25, p. 163-178,
1980.
LOUGHRIN, J. H.; POTTER, D. A.; HAMILTON-KEMP, T. R.; BYERS, M. E. Response of
Japanese beetles (Coleoptera: Scarabaeidae) of leaf volatiles of susceptible and resistant
maple species. Environmental Entomology, Lanham, v. 26, p. 334-42, 1997.
LOUGHRIN, J. H.; POTTER, D. A; HAMILTON-KEMP, T. R. Volatile compounds induced by
herbivory act as aggregation kairomones for Japanese beetle (Popilia japonica Newman).
Journal of Chemical Ecology, New York, v. 21, p.1457-67, 1995.
LUGINBILL, P.; PAINTER, H. R. May beetle of the United States and Canada. United
States Department of Agriculture Technical Bull, Washington, DC, v. 1060, 1953. p. 1-
103.
MATTER, s. F. Interpatch movement of the red milkweed beetle, Tetraopes
tetraophthalmus: individual responses to patch size and isolation. Oecologia, Berlin, DE, v.
105, p. 447-453, 1996.
McLAIN, D. K. Resource partitioning by three species of hemipteran herbivores on the basis
of host plant density. Oecologia, Berlin, DE, v. 48, p. 414-417, 1981.
MORÓN, M. A. El género Phyllophaga en México: morfología, distribución y sistemática
supraespecifica (Insecta: Coleoptera). México, DF: Instituto de Ecología, 1986. 344 p.
(Publicación, 19).
MORÓN, M. A. Los Coleoptera Melolonthidae edafícolas en América Latina. Puebla:
Dica-IC-Ben. Univ. Aut. Puebla: Sociedad Mexicana de Entomología, 1996. 180 p.
MORÓN, M. A. Los estados inmaduros de Dynastes hyllus Chevrolat (Coleoptera:
Melolonthidae, Dynastinae) con observaciones sobre su biología y el crecimiento
alométrico del imago. Folia Entomológica Mexicana, México, DF, v. 72, p. 33-74, 1987.
MORÓN, M. A. Melolontídeos edafícolas. In: SALVADORI, J. R.; ÁVILA, C. J.; SILVA, M. T.
B. da. (Org.). Pragas de solo. Passo Fundo: Embrapa Trigo; Dourados: Embrapa
Agropecuária Oeste; Cruz Alta: Fundacep-Fecotrigo, 2004. p. 133-149.
MORÓN, M. A.; RATCLIFFE, B. C.; DELOYA, C. Atlas de los escarabajos de México.
Xalapa: Sociedad Mexicana de Entomología-Conabio, 1997. 280 p.
MORÓN, M. A.; ROJAS, C. V. Las especies de Phyllophaga en Brasil (Coleoptera:
Melolonthidae; Melolonthinae). In: REUNIÃO SUL-BRASILEIRA SOBRE PRAGAS DE
SOLO. 8., 2001, Londrina. Anais… Londrina: Embrapa Soja, 2001. p. 217-221
(Documentos, 172).
NUNES JUNIOR, J.; OLIVEIRA, L. J.; CORSO, I. C.; FARIAS, L. C. Controle químico de
corós (Scarabaeoidea) em soja. In: REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO
CENTRAL DO BRASIL. 22., 2000, Londrina. Resumos... Londrina: Embrapa Soja, 2000.
p.58-59.
OLIVEIRA, C. M. Aspectos bioecológicos do coró-das-hortaliças Aegopsis
bolboceridus (Thomson) (Coleoptera: Melolonthidae) no Cerrado do Brasil Central.
Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2005. 28 p. (Documentos 143).
OLIVEIRA, L. J. Ecologia comportamental e de interações com plantas hospedeiras
em Phyllophaga cuyabana (Moser) (Coleoptera: Melolonthidae, Melolonthinae) e
implicações para o seu manejo em cultura de soja. 1997. 148 p. Tese (Doutorado) –
Universidade de Campinas, Campinas.
OLIVEIRA, L. J.; BROWN, G. G.; SALVADORI, J. R. Corós como pragas e engenheiros do
solo em agroecossistemas. In: WORKSHOP O uso da macrofauna edáfica na agricultura
do século xxi: A IMPORTÂNCIA DOS ENGENHEIROS DO SOLO, 2003, Londrina. Anais...
Londrina: Embrapa Soja, 2003. p. 76-86. (Embrapa Soja. Documentos, 224).
OLIVEIRA, L. J.; GARCIA, M. A. Flight, feeding and reproductive behavior of Phyllophaga
cuyabana (Moser) (Coleoptera: Melolonthidae) adults. Pesquisa Agropecuária Brasileira,
Brasília, DF, v. 38, p. 179-186, 2003.
OLIVEIRA, L. J.; GARCIA, M. A.; HOFFMANN-CAMPO, C. B.; DO AMARAL, M. L. B.
Feeding and oviposition preference of Phyllophaga cuyabana (Moser) (Coleoptera:
Melolonthidae) on several crops. Neotropical Entomology, Londrina, v. 36, p. 759-764,
2007.
OLIVEIRA, L. J.; GARCIA, M. A.; HOFFMANN-CAMPO, C. B.; SOSA- GOMEZ, D. R.;
FARIAS, J. R. B.; CORSO, I. C. Coró-da-soja Phyllophaga cuyabana. Londrina: Embrapa
Soja, 1997. 30 p. (Embrapa Soja. Circular Técnica, 20).
OLIVEIRA, L. J.; HOFFMANN-CAMPO, C. B.; GARCIA, M. A. Effect of soil management on
the white grub population and damage in soybean. Pesquisa Agropecuária Brasileira,
Brasília, DF, v. 35, p. 887-894, 2000.
OLIVEIRA, L. J.; SANTOS, B.; PARRA, J. R. P.; AMARAL, M. L. B.; MAGRI, D. C. Ciclo
biológico de Phyllophaga cuyabana (Moser) (Scarabaeidae: Melolonthinae). Anais da
Sociedade Entomológica do Brasil, Londrina, v. 25, p. 433-439, 1996.
OLIVEIRA, L. J.; SANTOS, B.; PARRA, J. R. P.; HOFFMANN-CAMPO, C. B. Coró-da-soja.
In: SALVADORI, J. R.; ÁVILA, C. J.; DA SILVA, M. T. B. (Org.). Pragas de solo. Passo
Fundo: Embrapa Trigo; Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste; Cruz Alta: Fundacep-
Fecotrigo, 2004. p. 151-176.
PAUL, E. A.; CLARK, F. E. Soil microbiology and biochemistry. 2nd ed. San Diego:
Academic, 1996. 340 p.
POTTER, D. A.; GORDON, F. C. Susceptibility of Cyclocephala immaculata (Coleoptera:
Scarabaeidae) eggs and immatures to heat and drought in turf grass. Environmental
Entomology, Lanham, v. 13, p. 794-799, 1984.
POTTER, D. A.; HELD, D. W. Biology and management of the Japanese beetle. Annual
Review of Entomology, Palo Alto, v. 47, p.175-205, 2002.
PRICE, P.; BOUTON, C. E.; GROSS, P.; MCPHERON, B. A.; THOMPSON, J. N.; WEIS, A.
E. Interaction among three trophic levels: Influences of plants on interactions between
insect herbivores and natural enemies. Annual Review of Ecology and Systematics, Palo
Alto, v. 11, p. 41-65, 1980.
RALPH, C. P. Search behavior of large milkweed bug, Oncopeltus fasciatus (Hemiptera:
Lygaeidae). Annals of the Entomological Society of América, Lanham, v. 70, p. 337-342,
1977.
REDAELLI, L.; DIEFENBACH, L. M. G.; GASSEN, D. N. Morfologia dos órgãos internos de
reprodução de Phytallus sanctipauli Blanch., 1850 (Coleoptera: Scarabaeidae:
Melolonthinae). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 21., 1996, Porto Alegre.
Resumos... Porto Alegre: UFRGS-SBZ, 1996. p. 129.
RÉGINERE, J.; RABB, R. L.; STINNER, R. E. Popilia japonica: Effect of soil moisture and
texture on survival and development of eggs and first instar grubs. Environmental
Entomology, Lanham, v. 10, p. 654-660, 1981b.
RÉGINERE, J.; RABB, R. L.; STINNER, R. E. Popilia japonica: Intraspecific competition
among grubs. Environmental Entomology, Lanham, v. 10, p. 661-662, 1981c.
RÉGINERE, J.; RABB, R. L.; STINNER, R. E. Popilia japonica: Simulation of temperature-
dependent development of immatures, and prediction of adult emergence. Environmental
Entomology, Lanham, v. 10, p. 290-296, 1981a.
RIDSDILL-SMITH, T. J.; PORTER, M. R.; FURNIVAL, A. G. Effects of temperature and
developmental stage on feeding by larvae of Sericesthis nigrolineata (Coleoptera:
Scarabaeidae). Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 18, p. 244-254,
1974.
RITCHER, P. O. Biology of Scarabaeidae. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 3,
p. 311-333, 1958.
SALVADORI, J. R. Influência do manejo de solo e de plantas sobre corós rizófagos, em
trigo. In: REUNIÃO SUL-BRASILEIRA SOBRE PRAGAS DE SOLO. 8., 2001, Londrina.
Anais... Londrina: Embrapa Soja, 2001, p. 79-89. 329 p. (Embrapa Soja. Documentos,
172).
SALVADORI, J. R. Coró-do-trigo. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2000. 56 p. (Embrapa
Trigo. Documentos, 17).
SALVADORI, J. R. Efeito de níveis de infestação do coró Cyclopephala flavipennis em trigo.
In: REUNIÃO NACIONAL DE PESQUISA DE TRIGO. 18., 1999, Passo Fundo. Anais...
Passo Fundo: Embrapa Trigo, 1999a. v. 2, p. 570-572.
SALVADORI, J. R. Manejo de corós em cereais de inverno. Passo Fundo: Embrapa-
CNPT, 1997. 8 p. (Embrapa CNPT. Comunicado Técnico, 3).
SALVADORI, J. R. Manejo do coró-do-trigo (Phyllophaga triticophaga) no Brasil. In:
REUNIÃO LATINO-AMERICANA DE SCARABAEOIDOLOGIA. 4., 1999, Viçosa, MG.
Memórias... Londrina: Embrapa Soja; Passo Fundo: Embrapa Trigo; Viçosa: UFV, 1999b p.
106-112.154 p. (Embrapa Soja. Documentos, 126).
SALVADORI, J. R.; MORÓN, M. A.; PEREIRA, P. R. V. S. Ocorrência de Demodema
brevitarsis (Coleoptera: Melolonthidae) em soja e em outras culturas, no sul do Brasil. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA. 21., 2006, Recife. Resumos... Recife:
Sociedade Entomológica do Brasil: Universidade Federal Rural de Pernambuco, 2006. 1
CD-ROM.
SALVADORI, J. R.; OLIVEIRA, L. J. Manejo de corós em lavouras sob plantio direto.
Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2001. 88 p. (Embrapa Trigo. Documentos, 35).
SALVADORI, J. R.; PEREIRA, P. R. Manejo integrado de corós em trigo e em culturas
associadas. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2006. 9 p. (Embrapa Trigo. Comunicado
Técnico Online, 203) Disponível em: <http://www.cnpt.embrapa.br/publicacoes/p_co.htm>.
Acesso em: 13 ago. 2008.
SALVADORI, J. R; SILVA, M. T. B. Coró-do-trigo. In: SALVADORI, J. R.; ÁVILA, C. J.; DA
SILVA, M. T. B. (Org.). Pragas de solo. Passo Fundo: Embrapa Trigo; Dourados: Embrapa
Agropecuária Oeste; Cruz Alta: Fundacep-Fecotrigo, 2004. p. 211-232.
SANTOS, B. Bioecologia de Phyllophaga cuyabana (Moser 1918) (Coleoptera:
Scarabaeidae), praga do sistema radicular da soja [Glycine max (L.) Merrill, 1917].
1992. 111 p. Tese (Mestrado) – Esalq, Universidade de São Paulo, Piracicaba.
SANTOS, V.; PORTELA, A. C. V.; SALVADOR, D. J.; ÁVILA, C. J. Período de emergência e
atividade diária de voo de adultos de Liogenys suturalis (Blanchard, 1851) (Coleoptera:
Melolonthidae). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 21., 2006, Recife.
Anais... Recife: UFPE: SEB. 1 CD-ROM.
SIEW, Y. C. Some physiological aspects of adult reproductive diapause in Galleruca
taneceti (L.) (Coleoptera: Chrysomelidae). Transactions of the Royal Entomological
Society of London, London, v. 118, p. 59-374, 1966.
SILVA, M. T. B.; SALVADORI, J. R. Coró-das-pastagens. In: SALVADORI, J. R.; ÁVILA, C.
J.; DA SILVA, M. T. B. (Org.). Pragas de solo. Passo Fundo: Embrapa Trigo; Dourados:
Embrapa Agropecuária Oeste; Cruz Alta: Fundacep-Fecotrigo, 2004. p. 191-210.
SILVA, M. T. B.; KLEIN, V. A.; LINK, D.; REINERT, D. J. Influência de sistemas de manejo
de solos na oviposição de Diloboderus abderus (Sturm) (Coleoptera: Melolonthidae). Anais
da Sociedade Entomológica do Brasil, Londrina, v. 23, p. 543-548, 1994.
SLANSKY JUNIOR, F.; SCRIBER, J. M. Food consumption and utilization. In: KERKUT, G.
A.; GILBERT, L. I. (Ed.). Comprehensive insect physiology biochemistry and
pharmacology. New York: Pergamon, 1985. p. 87-163.
SPIKE, B. P.; TOLLEFSON, J. J. Western corn rootworm (Coleoptera: Chrysomelidae)
larval survival and damage potential to corn subjected to nitrogen and plant density
treatments. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 81, p. 1450-1455, 1988.
STRNAD, S. P.; BERGMAN, M. K. Movement of first-instar western corn rootworms
(Coleoptera: Chrysomelidae) in soil. Environmental Entomology, Lanham, v. 16, p. 975-
978, 1987.
TASHIRO, H. Insecta: Coleoptera Scarabaeidae (Larvae). In: DINDAL, D. L. (Ed.). Soil
biology guide. New York: J. Wiley, 1990. p.1191-1210.
TAUBER, M.L, C.A. TAUBER; S. MASAKI. Seasonal adaptations of insects. New York:
Oxford, 1986. 411 p.
TERRA, W. R. Digestão do alimento e suas implicações na biologia dos insetos, p. 67-99.
In: PANIZZI, A. R.; PARRA, J. R. P. (Ed.). Ecologia nutricional de insetos e suas
implicações no manejo de pragas. São Paulo: Manole, 1991. 359 p.
THOMPSON, H. N. Evolutionary ecology of the relationship between oviposition preference
and performance of offspring in phytophagous insects. Entomologia Experimentalis et
Applicata, Dordrecht, 1988. v. 47, p. 3-14.
TORRES, C.; ALVARADO, L.; SENIGAGLIESI C, R.; ROSSI; TEJO, H. Oviposición de
Diloboderus abderus (Sturm) en relación a la roturación del suelo. IDIA B, Buenos Aires, v.
32, p. 124-125, 1976.
TURPIN, F. T.; PETERS, D. C. Survival of southern and western corn rootworm larvae in
relation to soil texture. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 64, p.
1448-1451, 1971.
VAN NOORDWIJK, M.; BROUWER, G. Roots as sinks and sources of nutrients and carbon
in agricultural systems. In: BRUSSARD, L.; FERRERA-CERRADO, R. (Ed.). Soil ecology
in sustainable agricultural systems. Boca Raton: Lewis, 1997. p. 71-89.
Capítulo 15
Insetos galhadores
G. Wilson Fernandes
Marco Antonio A. Carneiro
Introdução
Os primeiros registros de galhas remontam a Hipócrates (406–
437 a.C.), Teofrasto (371–286 a.C.) e Plínio (23–79 d.C.). Plínio, “o
Piedoso”, foi o primeiro a usar a palavra galha (galla) para designar
a cecídia induzida por uma vespa da família Cynipidae em carvalho,
na sua Historia Naturalis XXIV, no século primeiro (MEYER, 1987).
Mas, embora eles tenham relatado naquela época a emergência dos
insetos, só no século 17, com os trabalhos de Marcello Malpighi
(1628–1694), Anthony van Leeuwenhoeck (1632–1723) e Jan
Schwammerdam (1630-1680), que o conceito de desenvolvimento
da galha foi relacionado à oviposição do inseto.
Galhas, cecídias ou tumores vegetais são tecidos ou órgãos de
plantas formados por hiperplasia (aumento do número de células)
e/ou hipertrofia (aumento do tamanho das células) induzidos por
organismos parasitas ou patógenos (MANI, 1964; DREGER-
JAUFFRET; SHORTHOUSE, 1992). Galhas podem ser induzidas
por uma grande variedade de organismos (Figura 1), como vírus,
bactérias, fungos, algas, nematoides, rotíferos, copépodos e plantas
da família Loranthaceae (popularmente conhecidas como ervas-de-
passarinho), mas principalmente por insetos (MANI, 1964; RAMAN
et al., 2005).
Figura 1. Galhas induzidas por diferentes organismos: (A) Galha
induzida por inseto; (B) Galha induzida por ácaro; (C) Galha-de-
ambrósia (induzida por fungo simbionte de um inseto); (D) Galha
(vassoura-de-bruxa) induzida por fungo; (E) Galha induzida por
nematoide; e (F) Galha induzida por Loranthaceae (erva-de-
passarinho).
Fotos: G. Wilson Fernandes
Insetos herbívoros
Hemiptera
A ordem Hemiptera apresenta grande número de espécies de
insetos galhadores distribuídos em 11 famílias, principalmente na
Subordem Sternorrhyncha (SCHAEFER, 2005). Na subordem
Heteroptera são conhecidas menos de uma dúzia de espécies de
insetos galhadores, todos da família Tingidae (SCHAEFER, 2005).
A superfamília Psylloidea apresenta cerca de 3.000 espécies
descritas, encontradas principalmente nas regiões tropicais e
temperadas do Hemisfério Sul, principalmente na Ásia Tropical e na
Região Australiana (GULLAN et al., 2005). Na Região Neotropical
esse táxon ainda é pouco estudado, mas, provavelmente,
representa a região mais rica em espécies de psilídeos galhadores
(BURCKHARDT, 2005). Os Psylloidea induzem galhas de formas
variadas e conspícuas em espécies de plantas das famílias
Asteraceae, Myrtaceae, Melastomataceae, Fabaceae, Lauraceae,
Polygonaceae, Moraceae e Salicaceae. Como exemplo, Ferreira et
al. (1990) relatam a biologia e a história natural de Euphaleurus
ostreoides Crawford em uma espécie de Fabaceae, enquanto Lara e
Fernandes (1994) e Espírito-Santo e Fernandes (2002) descrevem a
história natural e a ecologia de Baccharopelma dracunculioliae
Burckhardt em Baccharis dracunculifolia (Asteraceae). Galhas
induzidas por psilídeos são encontradas em vários gêneros de
plantas, mas são particularmente abundantes em espécies de
Baccharis (BURCKHARDT et al., 2004) e Eucalyptus
(BURCKHARDT, 2005).
Os coccídeos são parasitos de plantas especializados
encontrados em todas as regiões biogeográficas exceto na Região
Polar. Os coccídeos são classificados em cerca de 20 famílias, das
quais 230 espécies são indutoras de galhas (3% das espécies de
coccídeos conhecidas) encontradas em 10 famílias (GULLAN et al.,
2005). Coccídeos induzem galhas em 20 famílias de angiospermas,
principalmente em Myrtaceae (cerca de 130 espécies), Fagaceae,
Asteraceae, Ericaceae e Verbenaceae. Os relatos de galhas de
coccídeos na Região Neotropical são ainda raros, embora
Gonçalves et al. (2005) tenham apresentado alguns aspectos
biológicos e anatômicos da galha causada por Pseudotectococcus
rolliniae Hodgson e Gonçalves (Eriococcidae) em Rollinia laurifolia
(Annonaceae).
Entre os afídeos, as espécies indutoras de galhas são cerca de
440 espécies (WOOL, 2004). Eles apresentam ciclos de vida
complexos, apresentando alternância entre hospedeiros primários e
secundários, e entre reprodução sexual e partenogenética
(holociclo). A galha é induzida por um único indivíduo, a fundadora,
que se reproduz por partenogênese (WOOL, 2005). Dessa forma,
todos os indivíduos são geneticamente idênticos. Os demais
indivíduos encontrados na galha conseguem seu alimento sugando
o sistema vascular da planta dentro da galha, mas não são capazes
de induzi-la. Eles se alimentam sugando o conteúdo do floema. A
quantidade de ninfas por galha é extremamente variável, mas pode
atingir milhares. Por exemplo, a planta hospedeira Rhus glabra
(Anacardiaceae) pode abscisar suas folhas em resposta às galhas
induzidas por Melaphis rhois Ficht (Aphididae), que chegam a ter
mais de 1.700 ninfas contidas em apenas uma “loja” (FERNANDES
et al., 1999).
Thysanoptera
Existem cerca de 5.500 espécies de tisanópteros distribuídos
em nove famílias, mas espécies indutoras de galhas são
encontradas principalmente na subfamília Phlaeothripinae (MOUND;
MORRIS, 2005). Tisanópteros indutores de galhas são encontrados
em todas as regiões biogeográficas, sobretudo na Ásia Tropical e na
Região Australiana (MOUND; MORRIS, 2005). Esses insetos vivem
em colônias formadas por diferentes indivíduos. Comumente
encontramos mais de uma espécie associada com a galha, tornando
difícil a separação da espécie responsável pela sua indução. As
galhas são formadas principalmente nas folhas, em frutos ou flores.
Os registros de galhas de tisanópteros na Região Neotropical são
raros, embora sejam comum em algumas espécies do Cerrado
(GWF, observação pessoal).
Coleoptera
Em relação à grande riqueza de espécies de besouros
associados a espécies vegetais, existem poucas espécies de
besouros galhadores. Besouros indutores de galhas são
encontrados principalmente na família Curculionidae. O hábito de
induzir galhas é quase exclusivamente encontrado nas
superfamílias mais derivadas (Chrysomeloidea, Curculionoidea).
Nesses grupos, as larvas tornaram-se mais sedentárias, com
reduzida habilidades sensorial (ocelos e antenas) e locomotora
(pernas) e despigmentação do corpo (KOROTYAEV et al., 2005).
As larvas de besouros, que apresentam o aparelho bucal do
tipo mastigador, causam grande dano estrutural dentro das suas
galhas, acarretando rápida destruição dos tecidos em contato com a
larva (DREGER-JAUFFRET; SHORTHOUSE, 1992). As galhas
induzidas por coleópteros podem ser reconhecidas por
apresentarem câmaras (lojas) amplas. Podem ser uma ou múltiplas
câmaras ou lojas hospedando geralmente uma só larva por câmara.
A fase de pupa pode ocorrer no interior da galha ou no solo; nesse
caso, a larva perfura a parede da galha e alcança o solo para dar
início à fase de pupa. As galhas são induzidas principalmente em
ramos e raízes, mas alguns insetos da superfamília Curculionoidea
induzem galhas em folhas e flores (KOROTYAEV et al., 2005). As
galhas dos coleópteros variam de simples intumescência até
estruturas com aparência de frutos, que são muito diferentes dos
órgãos sadios da planta (SOUZA et al., 1998; KOROTYAEV et al.,
2005). Não há diferenciação de um tecido nutritivo. Coleópteros
induzem galhas em várias famílias de plantas, destacando-se
Asteraceae, Solanaceae, Brassicaceae e Fabaceae. Por exemplo,
Collabismus clitelae Boheman induz galhas globulares no caule de
Solanum lycocarpum (Solanaceae) no Cerrado (SOUZA et al., 1998,
2001) enquanto um Apion sp. (Brentidae) induz galhas em brotos de
Diospyrus hispida (Ebenaceae) (ARAÚJO et al., 1995; SOUZA et al.,
2006). No Cerrado, as galhas de coleópteros são frequentemente
utilizadas por uma grande comunidade de formigas que as utilizam
como abrigo e para construção de ninhos (CRAIG et al., 1991;
ARAÚJO et al., 1995).
Hymenoptera
Juntamente com a ordem Diptera, os himenópteros apresentam
as galhas entomógenas mais complexas. Os himenópteros
indutores de galhas estão distribuídos em cinco famílias
(Tenthredinidae, Cynipidae, Agaonidae, Tanaostigmatidae e
Eurytomidae) e são encontrados em todas as regiões biogeográficas
(DREGER-JAUFFRET; SHORTHOUSE, 1992; STONE et al., 2002).
A família Tenthredinidae (Subordem Symphyta) é formada por
espécies primitivamente fitófagas e suas larvas se adaptaram à
utilização de grande variedade de recursos, alimentando-se
externamente ou internamente em tecidos vegetais de ramos, folhas
e frutos (GAULD; BOLTON, 1988). A distribuição das espécies
galhadoras está restrita principalmente ao Hemisfério Norte, com
registro nas regiões Paleártica, Neártica e Oriental (ROININEN et
al., 2005). As vespas da família Tenthredinidae são espécies-
específicas com algumas poucas exceções conhecidas, induzindo
galhas em poucas plantas hospedeiras relacionadas (PRICE, 2003).
Tentredinídeos induzem galhas em folhas, ramos e botões florais em
11 gêneros e seis famílias de Angiospermas (Salicaceae, Rosaceae,
Caprifoliaceae, Pinaceae e Grossulariaceae), e em espécies de
Salix (Salicaceae) principalmente na Região Neártica (PRICE,
2003). Existe uma vasta bibliografia sobre a biologia e ecologia das
espécies indutoras de galhas em Salix (PRICE, 2003).
Existem cerca de 1.000 espécies de cinipídeos em 41 gêneros
predominantemente encontrados no Hemisfério Norte (RONQUIST,
1995; LILJEBLAD; RONQUIST, 1998). O maior número de espécies
conhecidas está na Região Neártica, particularmente no México,
onde se estima 700 espécies dessas vespas em 29 gêneros
(KINSEY, 1936; STONE et al., 2002). Os cinipídeos são encontrados
em todos os continentes, exceto na Austrália. Em número de
espécies, elas só perdem para os Cecidomyiidae, mas se igualam
na complexidade e na variedade de tipos morfológicos (STONE et
al., 2002). Induzem galhas em uma grande variedade de famílias de
plantas hospedeiras, em especial, Fagaceae, Fabaceae, Rosaceae
e Aceraceae (CSÓKA et al., 2005).
Chalcidoidea é uma grande superfamília de vespas parasitoides
que atacam um grande número de hospedeiros. Atualmente, são
conhecidas mais de 20.000 espécies (NOYES, 2002, 2003).
Espécies indutoras de galhas em Chalcidoidea são encontradas em
seis famílias: Agaonidae, Eulophidae, Eurytomidae, Pteromalidae,
Tanaostigmatidae e Torymidae (La SALLE, 2005). A seguir,
comentamos alguns aspectos da biologia das três principais famílias
dentro da Região Neotropical.
As vespas da família Agaonidae (Hymenoptera: Chalcidoidea)
incluem muitas espécies de vespas intimamente associadas às
inflorescências de espécies do gênero Ficus (Moraceae) (GALIL;
EISIKOWITCH, 1968; WIEBES, 1979; WEIBLEN, 2002). Os
agaonídeos podem induzir as galhas internamente, penetrando nos
figos como os polinizadores, ou então induzindo a formação das
galhas externas (KERDELHUÉ et al., 2000; KJELLBERG et al.,
2005). O número de espécies de agaonídeos supera 900 espécies e
são encontradas nas regiões tropicais (PRICE, 1997). As interações
íntimas e específicas entre agaonídeos e suas plantas hospedeiras
representam, talvez, os exemplos mais claros de coevolução.
Tanaostigmatidae é uma pequena família de vespas cuja
distribuição é principalmente Neotropical. Atualmente, são
conhecidas 92 espécies de Tanaostigmatidae em nove gêneros em
todo o mundo (La SALLE, 2005). A grande maioria das espécies de
Tanaostigmatidae induz a formação de galhas ou são inquilinos em
galhas de outros insetos (HARDWICK et al., 2005; La SALLE,
2005). Tanaostigmatidae induzem galhas em arbustos e árvores de
Fabaceae, Polygonaceae, Lecythidaceae e Rhamnaceae (La
SALLE, 1987, 2005). Em galhas induzidas por uma espécie
Anadiplosis (Diptera: Cecidomyiidae) na leguminosa Machaerium
aculeatum, Fernandes et al. (1987) registraram a primeira
ocorrência de inquilinismo em Tanaostigmatidae.
A família Eurytomidae apresenta 1.420 espécies descritas em
87 gêneros (NOYES, 2002). Os Eurytomidae apresentam espécies
parasitoides, fitófagas indutoras ou inquilinas de galhas. As
formadoras de galhas são reunidas na subfamília Eurytominae. As
galhas são induzidas em espécies de plantas das famílias
Myrtaceae, Campanulaceae, Boraginaceae, Orchidaceae e
Pinaceae (La SALLE, 2005). O número de galhas induzidas pelos
eurytomídeos deve ser aumentado na região tropical à medida que
mais estudos sejam realizados (LEITE et al., 2007).
Lepidoptera
Existem cerca de 180 espécies de lepidópteros indutores de
galhas identificados, distribuídos em 20 famílias de plantas. As
famílias com maior número de espécies são Gelechiidae e
Tortricidae, com 47 e 39 espécies, respectivamente. Lepidópteros
indutores de galhas são igualmente encontrados em todas as
regiões biogeográficas (MILLER, 2005).
Em razão do seu hábito alimentar e do aparelho bucal
mastigador, ocorre uma rápida destruição dos tecidos em contato
com a larva. Não há diferenciação em um tecido nutritivo. A maior
parte das galhas apresenta uma única câmara hospedando uma só
larva. As galhas são induzidas pelas larvas, exceto a espécie
Heliozela staneella (Fischer Von Röslerstamm) (Heliozelidae), a qual
a fêmea injeta uma substância durante a oviposição (MILLER,
2005). Além da identificação dos imaturos, as galhas induzidas por
lepidópteros podem ser reconhecidas pela grande quantidade de
fezes deixadas pela larva.
As galhas dos lepidópteros mostram uma grande variedade de
formas, de simples intumescência até estruturas mais complexas
parecidas com frutos, que são muito diferentes dos órgãos sadios
da planta (DREGER-JAUFFRET; SHORTHOUSE, 1992). As galhas
são predominantemente induzidas nos ramos, embora sejam
também comuns em folhas de Melastomataceae (GONÇALVES-
ALVIM et al., 1999). Lepidópteros induzem galhas em pelo menos
41 famílias de plantas hospedeiras, destacando-se Asteraceae,
Salicaceae e Fabaceae (MILLER, 2005).
Diptera
Dípteros indutores de galhas ocorrem em sete famílias
diferentes, principalmente nas de Cecidomyiidae e Tephritidae. Os
cecidomiídeos são os mais importantes artrópodes indutores de
galhas, amplamente distribuídos em todas as regiões
biogeográficas, com 5.451 espécies descritas em 598 gêneros
(GAGNÉ, 2004). Todavia, seu número pode chegar a mais de
100.000 espécies (ESPÍRITO-SANTO; FERNANDES, 2007). A
maioria das espécies de cecidomiídeos descrita está associada a
plantas induzindo ou vivendo como inquilinos em galhas enquanto
poucas espécies são predadoras (GAGNÉ, 1994). As espécies da
subfamília Porrycondilinae alimentam-se de fungos, condição
considerada ancestral em relação ao hábito de induzir galhas
(GAGNÉ, 1994). Algumas espécies podem induzir galhas em
espécies de plantas relacionadas de um mesmo gênero ou de uma
mesma família. É rara a existência de espécies polífagas de
cecidomiídeos que utilizam plantas hospedeiras em famílias
diferentes. Os cecidomíideos são particularmente ricos em espécies
em algumas famílias e gêneros de plantas, de acordo com a região
biogeográfica. Cecidomíideos são ricos em espécies em plantas
hospedeiras do gênero Baccharis (Asteraceae) e Solidago
(Asteraceae) nas regiões Neotropical e Neártica, respectivamente
(GAGNÉ, 1989; FERNANDES et al., 1996). Os cecidomiídeos são
pouco conhecidos na Região Neotropical com 500 espécies e 170
gêneros registrados (MAIA, 2005). No Brasil existem 159 espécies
descritas e 75 gêneros (MAIA, 2005). Inúmeras espécies descritas
no Brasil são de vegetação de restinga no Estado do Rio de Janeiro
(MAIA, 2001 a, b), onde 95 espécies e 47 gêneros foram relatados
(MAIA, 2005). Todavia, os registros de cecidomiídeos na vegetação
de Cerrado e de outras regiões brasileiras têm aumentado
consideravelmente nos últimos anos (MAIA; FERNANDES, 2004,
2006).
Aproximadamente, 5% das 4.300 espécies descritas de
tefritídeos são indutoras de galhas, a maioria é da subfamília
Tephritinae (FREIBERG, 1998; KORNEYEV et al., 2005). As galhas
são induzidas principalmente em ramos, flores, folhas e raízes; e
mais de 90% das galhas conhecidas são induzidas em espécies de
plantas hospedeiras da família Asteraceae (FREIBERG, 1998). Por
exemplo, Tomoplagia rudolphi (Lutz & Lima) forma galhas em
Vernonia polianthes (Asteraceae), planta hospedeira amplamente
distribuída na Região Sudeste do Brasil (SILVA et al., 1996). As
famílias Melastomataceae, Aquifoliaceae, Acanthaceae, Fabaceae e
Onagraceae também são atacadas por tefritídeos galhadores
(FREIBERG, 1984).
Até onde é conhecido, os indutores de galhas da família
Chloropidae são confinados a plantas hospedeiras da família
Poaceae, com exceção das espécies do gênero Eurin que induzem
galhas em espécies de Cyperaceae do gênero Scirpus (DREGER-
JAUFFRET; SHORTHOUSE, 1992). Como em outros dípteros
ciclorrafos indutores de galhas, a formação da galha não se inicia
com a oviposição. Os ovos são colocados externamente sobre os
ramos ou nas lâminas foliares e, após a eclosão, as larvas abrem
uma abertura nos ramos com suas peças bucais penetrando-o
ativamente (BRUYN, 2005). Uma vez dentro dos ramos a larva inicia
a alimentação sobre as folhas que estão envolvendo o meristema.
Embora a família seja amplamente distribuída, os trabalhos sobre
espécies indutoras de galhas estão concentrados nas regiões
Paleártica e Neártica.
Especialização
Insetos indutores de galhas são definidos como uma guilda
alimentar de insetos herbívoros que, para completar o seu ciclo de
vida, obrigatoriamente, desenvolve uma modificação patológica no
tecido da planta hospedeira, a galha. De maneira geral, cada
espécie de inseto induz uma galha em um único órgão de
determinada espécie de planta hospedeira (DREGER-JAUFFRET;
SHORTHOUSE, 1992; FLOATE et al., 1996). Algumas poucas
espécies podem induzir galhas em espécies de plantas
relacionadas, espécies de um mesmo gênero ou de uma mesma
família; é rara a existência de espécies polífagas, que utilizam
plantas hospedeiras em famílias diferentes (RAMAN et al., 2005).
Dessa forma, as espécies de insetos indutores de galhas são,
muitas vezes, separadas com base na morfologia externa da galha,
em combinação com o órgão e a espécie da planta hospedeira
(FERNANDES; PRICE, 1988; PRICE et al., 1998). Esse fato sugere
que a morfologia da galha pode ser um fator-chave na evolução do
inseto galhador e da sua planta hospedeira (STONE;
SCHÖNROGGE, 2003).
A especificidade dos insetos galhadores é tão alta que, em
alguns casos, eles têm sido utilizados como agentes taxonômicos.
Insetos apresentam uma relação tão estreita com suas plantas
hospedeiras que eles são sensíveis a pequenas diferenças no
genótipo da planta e podem, assim, discriminar indivíduos dentro de
populações no campo (ASKEW, 1962; FRITZ; PRICE, 1988;
SCHOWALTER; HAVERTY, 1989; AKIMOTO, 1990; FLOAT et al.,
1996). Por exemplo, por meio do conhecimento da distribuição de
insetos galhadores foi possível separar parcialmente ou quase
completamente híbridos da geração parental em zonas de
sobreposição de carvalhos (Quercus) (AGUILAR; BOECKLEN,
1992), de salgueiros (Salix) (FRITZ et al., 1994) e de Populus
(FLOATE; WHITHAM, 1995). A espécie de Asteraceae
Chrysothamnus nauseosus possui mais de duas dezenas de
subespécies no oeste da América do Norte de difícil separação por
métodos taxonômicos convencionais. FLOATE et al. (1996)
utilizaram com sucesso a comunidade de insetos galhadores para
separar duas subespécies cuja distribuição se sobrepõe no deserto
de Sonora, Arizona (C.n. hololeucus e C.n. consimilis) (Figura 4).
Assim, dado o grau de especificidade dos insetos galhadores e do
conhecimento diferencial da sua distribuição, pode-se até separar
categorias intrapopulacionais de genótipos de plantas (McARTHUR,
1986). Alguns taxonomistas no Brasil têm também utilizado galhas
de insetos para auxiliar no reconhecimento de espécies de plantas
de difícil separação (RIBEIRO et al., 1999).
Figura 4. Algumas galhas da comunidade de insetos em
Chrysthamnus nauseosus hololeucus e Chrysthamnus nauseosus
consimilis no deserto de Sonora, EUA.
Fotos: G. Wilson Fernandes
Baccharis aphylla 1
Baccharis artemisioides 1
Baccharis bogotensis 2
Baccharis boyacensis 1
Baccharis capitalensis 1
Baccharis concinna 15
Baccharis confertifolia 1
Baccharis coridifolia 2
Baccharis dracunculifolia 17
Baccharis effusaaphylla 1
Baccharis elaegnoides 1
Baccharis eupatorioides 3
Baccharis genistelloides 1
Baccharis glutinosa 1
Baccharis latifolia 5
Baccharis lineares 1
Baccharis macrantha 2
Baccharis microphylla 1
Baccharis myrsinites 1
Baccharis nitida 2
Baccharis paucidentata 2
Baccharis platypoda 3
Baccharis poeppigiana 1
Baccharis prunifolia 1
Baccharis rosmarinifolia 7
Baccharis salicifolia 13
Baccharis schultzii 2
Baccharis serrulata 4
Baccharis spartioides 2
Baccharis subulata 2
Baccharis tricuneata 1
Baccharis trimera 1
Baccharis trinervis 2
Baccharis vulnerave 1
Total 125
(1)
Araújo et al. (2003).
Fonte: Fernandes et al. (1996).
Figura 5. Galhas induzidas por diferentes espécies em Baccharis
pseudomyriocephala Teodoro. As galhas G1 até a G8 são induzidas
por espécies de insetos da família Cecidomyiidae (Diptera), a galha
G 9 é induzida por uma espécie de Lepidoptera e G10 por uma
espécie de inseto da família Psyllidae (Hemiptera) (as espécies são
desconhecidas).
Fonte: Araújo et al. (1993).
Ilustração : Myrian M. Duarte
Galhas
Desenvolvimento da galha
O processo de desenvolvimento das galhas passa por quatro
fases diferentes: iniciação, crescimento e diferenciação, maturação
e deiscência (DREGER-JAUFFRET; SHOURTHOUSE, 1992;
ARDUIM et al., 2005). A fase de iniciação é caracterizada por uma
sucessão de eventos que definem o reconhecimento do sítio de
oviposição (tecido, órgão e planta hospedeira) e o comportamento
do inseto indutor. É uma fase crítica e os eventos durante a
oviposição e/ou alimentação introduzem importantes modificações
nos tecidos da planta hospedeira.
De maneira geral, os insetos indutores de galhas necessitam de
um tecido reativo, o tecido meristemático para a formação da galha
(MANI, 1964; WEIS et al., 1988; DREGER-JAUFFRET;
SHOURTHOUSE, 1992). Poucos são os exemplos conhecidos de
formação de galhas em tecidos não meristemáticos, por exemplo, as
galhas-de-ambrósia em B. concinna e B. dracunculifolia (ARDUIM;
KRAUS, 2001). Como a base molecular dos mecanismos de
indução permanece desconhecida para as galhas induzidas por
insetos há grande debate sobre o papel do inseto e da planta
hospedeira no processo de formação da galha.
De maneira geral, os estímulos de indução da galha têm origem
durante a atividade alimentar do primeiro ínstar larval e mais
raramente durante a oviposição (fluidos corporais da fêmea ou do
ovo). Em alguns grupos, o papel da alimentação larval pode ter
maior ou menor participação durante o seu desenvolvimento. Por
exemplo, em tentredinídeos, a indução da galha é iniciada pelos
fluidos produzidos pelas glândulas acessórias do sistema reprodutor
feminino, e que são injetados na planta durante a oviposição
juntamente com os ovos (MEYER, 1987). Em cinipídeos, o processo
de iniciação da galha pode ter sua origem nos fluidos da fêmea, do
ovo ou da larva (BRONNER, 1973; ROHFRITSCH; SHORTHOUSE,
1982). Em Coleoptera, as galhas podem ser induzidas pelas larvas
(p. ex., Buprestidae) ou durante a oviposição, quando os ovos são
postos em uma cavidade preparada pela fêmea (KOROTYAEV et
al., 2005). Em hemípteros galhadores, Psiloidea (BURCKHARDT,
2005) e Coccoidea (GULLAN et al., 2005) as galhas, em geral, são
iniciadas pela atividade alimentar das ninfas de primeiro ínstar,
embora o mecanismo exato ainda seja desconhecido. Há evidências
de que a alimentação dos afídeos por meio do sistema vascular da
planta modifica os hormônios, iniciando a formação da galha
(WOOL, 2005). Em tisanópteros a formação da galha é o resultado
da atividade alimentar do inseto. Por se alimentar do conteúdo de
células vegetais, uma de cada vez, com a expansão foliar, a folha
torna-se distorcida por causa da presença de células mortas em
consequência da alimentação dos insetos (MOUND; MORRIS,
2005). No caso dos tisanópteros indutores de galhas, as células
vizinhas (geralmente do mesófilo, ANANTHAKRISHNAN; RAMAN,
1989) das células mortas, por causa da alimentação dos insetos,
são estimuladas por um mecanismo ainda desconhecido (MOUND;
KRANZ, 1997) a se tornarem meristemáticas e a produzirem uma
nova estrutura. Um terceiro organismo pode participar do processo
de formação da galha, como no caso descrito para a galha-de-
ambrósia ou então a morfologia da galha pode ser modificada por
inquilinos e parasitoides, como acontece em cinipídeos (STONE et
al., 2002).
A fase de crescimento e diferenciação da galha é o período no
qual a biomassa da galha aumenta extraordinariamente em
decorrência do aumento do número de células – hiperplasia celular
(divisão celular) e/ou do aumento do tamanho celular – hipertrofia. O
aumento é definido pela atividade alimentar da larva. Fluidos da
saliva do inseto modificam a parede celular e dissolvem o conteúdo
celular. A atividade larval define então a forma da câmara larval e
possivelmente a forma externa da galha (ROHFRITISCH;
SHORTHOUSE, 1982).
A fase de maturação da galha ocorre quando o inseto está no
seu último ínstar larval, período no qual consome grande quantidade
de alimento. Essa é a principal fase alimentar do inseto, ele ingere
ativamente uma massa de tecido nutritivo, ricamente vascularizado,
a qual divide a galhas em duas regiões: uma interna controlada pelo
inseto indutor e uma outra externa ou o córtex da galha, que está
mais sob a influência da planta (DREGER-JAUFFRET;
SHOURTHOUSE, 1992). Finalmente, a fase de deiscência ou a
abertura da galha ocorre no final do período de maturação, quando
acontece a maior mudança fisiológica e química dos tecidos da
galha. Durante essa fase, o fluxo de nutrientes e de água cessa
para as galhas.
Classificações
As galhas podem ser classificadas como organoides ou
histioides em relação ao grau de expressão das potencialidades de
desenvolvimento manifestadas pelas células (MEYER, 1987;
DREGER-JAUFFRET; SHORTHOUSE, 1992). As galhas do tipo
organoides são as que pouco diferem estruturalmente do padrão de
crescimento normal da planta e o órgão da planta, mesmo atacado,
não perde sua identidade. As galhas organoides são representadas
pelas intumescências, calos formados normalmente por insetos e
fungos. As galhas do tipo histioides exibem grande variedade de
fenômenos de crescimento anormal, onde os padrões de
crescimento do órgão da planta hospedeira são alterados e ocorre o
rearranjo e o aparecimento de novos tipos de tecidos. As galhas
histioides podem ser divididas em cataplasmas ou prosoplasmas. As
galhas do tipo cataplasmas são amorfas e variáveis em volume e
extensão. São menos organizadas e diferenciadas do que o órgão
hospedeiro e consistem principalmente de diferentes camadas de
células de parênquima histologicamente indiferenciadas.
Geralmente, as galhas induzidas por hemípteros são do tipo
cataplasma. As galhas do tipo prosoplasmas são altamente
organizadas, apresentando tamanho e forma definidos.
Histologicamente, são mais complexas e formadas por tecidos
diferenciados, embora o grau de diferenciação do tecido seja
variável e dependente do inseto indutor. As galhas são induzidas
principalmente por cecidomiídeos e cinipídeos. Os animais que
causam esse tipo de galhas são usualmente sedentários e
consequentemente o sítio de estimulação e controle da
morfogênese é localizado.
Diferentes sistemas de classificação dos tipos morfológicos de
galhas são adotados. Uma das primeiras classificações foi proposta
por E. Kuster em 1903 (LAREW, 1982) baseada na posição do
galhador e no tipo de desenvolvimento da galha. De acordo com
essa classificação existem seis principais modelos de formação da
galha (Figura 7):
Figura 7. Tipos morfológicos de galha tendo por base a posição do
inseto galhador e o desenvolvimento da galha (LAREW, 1982): (A)
Lâmina foliar sadia; (B) Galhas felpudas; (C) Galhas em ponto; (D)
Galha discoide ou em vesícula; (E e F) Galhas em bolsa; (G) Galhas
de enrolamento; (H e I) Galhas de dobramento; (J e K) Galhas de
cobertura; (L) Ramo sadio; (M) Galha de cobertura; (N) Galhas
típicas com várias câmaras; (O) Ramo terminal sadio; (P) Galha em
roseta (com aumento do número de folhas); e (Q) Galha em botão
(diminuição do número de folhas).
Fonte: Dreger-Jauffret e Shorthouse (1992).
Ilustração: Myrian M. Duarte
Significado adaptativo
O significado adaptativo do hábito de induzir galhas foi revisto
(PRICE et al., 1986, 1987; STONE; SCHONROGGE, 2003). Poucos
pesquisadores admitem a hipótese de a galha não ter valor
adaptativo nem para o inseto indutor e nem para a planta
(BEQUAERT, 1924). Outra hipótese é a de que a galha pode ter
valor adaptativo apenas para a planta (MANI, 1964). Segundo essa
hipótese, a galha limita o deslocamento do inseto localizando-o no
espaço e no tempo. Dessa forma, a galha seria uma estrutura
defensiva. A maior parte das evidências não sustenta essa hipótese
uma vez que a galha atua como um dreno, “sugando” nutrientes de
outras partes da planta e limitando o crescimento e a reprodução
das plantas atacadas. Essas duas hipóteses apresentam poucos
defensores hoje por que os estudos nas últimas décadas mostram
que a galha provavelmente tem um significado adaptativo e é uma
estrutura prejudicial à planta hospedeira. Várias evidências ilustram
o impacto das galhas no fitness das plantas hospedeiras
(FERNANDES, 1987; FERNANDES et al.,1993). Outras três
hipóteses advogam que a galha seria uma estrutura com valor
adaptativo para o inseto: nutricional, do espaço livre de inimigos e a
do microambiente.
A hipótese nutricional é sustentada por vários estudos que
evidenciam que o inseto indutor é capaz de manipular a planta
hospedeira, induzindo a formação de um tecido nutricionalmente
superior (ver item Morfologia interna e fisiologia) a outros tecidos
sadios da planta hospedeira (SHANNON; BREWER, 1980;
ROHFRITSCH; SHORTHOUSE, 1982; BRONNER, 1992) e livres de
compostos secundários defensivos (LAREW, 1982; PRICE et al.,
1986, 1987; NYMAN; JULKUNEN-TIITTO, 2000). Estudo realizado
em galhas induzidas por tentredinídeos, em espécies de salgueiro
(Salix) nos EUA, mostrou que as substâncias defensivas,
principalmente compostos fenólicos, são comuns nos tecidos
externos das galhas, sugerindo que o inseto pode se beneficiar de
suas propriedades defensivas contra outros insetos (LAREW, 1982;
CORNELL, 1983; TAPER; CASE, 1987). A galha atua como um
dreno de nutrientes da planta hospedeira, que mobiliza nutrientes de
outros tecidos (FAY et al., 1993; LARSON; WHITHAM, 1991).
A hipótese do espaço livre de inimigos afirma que insetos
indutores de galhas são menos predados e/ou parasitados
comparativamente com outros insetos filogeneticamente próximos,
mas com outro hábito alimentar. Por exemplo, galhas de
tendrenídeos são atacadas por menos espécies de parasitoides e
apresentam baixa taxa de mortalidade do que tendrenídeos de vida
livre (PRICE; PSCHORN-WALCHER, 1988).
As diferenças morfológicas encontradas nas galhas,
principalmente características externas, fornecem evidências de que
essas características atuam na redução das taxas de ataque por
inimigos naturais. Por exemplo, o aumento do tamanho (STONE et
al., 2002; WEIS et al., 1985; ROSSI et al.; 1992) ou da dureza
(WEIS, 1982; STONE et al., 2002) da galha ou a presença de pelos
externamente poderiam reduzir o ataque de parasitoides e de outros
inimigos naturais. Um sistema que pode ajudar a entender essas
diferentes estratégias e que vem sendo amplamente estudado nas
últimas décadas na América do Norte é o tephritideo Eurosta
solidaginis Fitch, que induz galhas caulinares em poucas espécies
do gênero Solidago, mas principalmente S. altissima
(ABRAHAMSON; WEIS, 1997). O sucesso de Eurytoma gigantea
Walsh em parasitar o inseto galhador E. solidaginis depende da
razão entre o tamanho do seu ovipositor e a espessura da galha.
Quando a razão ultrapassa 0,95 (um parasitoide com um ovipositor
de 10 mm de comprimento consegue ovipositar em uma galha com
uma parede de no máximo 9,5 mm) o parasitoide não consegue
fazer a oviposição com sucesso (WEIS et al., 1985). Ademais,
galhas com maior diâmetro de Eurostoma têm maior chance de
serem atacadas por pássaros, p. ex., o pica-pau da espécie
Picoides pubescens, do que galhas menores (WEIS et al., 1992).
Dessa forma, parasitoides e predadores agem como força seletiva
(“direcional”) sobre o tamanho da galha em direções diferentes, o
primeiro no sentido de aumentar o tamanho da galha e o segundo
no sentido de diminuí-la. Assim, ocorre uma seleção estabilizadora
favorecendo a sobrevivência e reprodução diferenciais das galhas
de tamanho intermediário. Entretanto, outros trabalhos não
sustentaram estatisticamente essa afirmação (para uma análise
completa veja ABRAHAMSON; WEIS, 1997).
O besouro curculionídeo Collabismus clitelae Boheman,
comumente encontrado no Cerrado de Minas Gerais, induz galhas
com várias lojas em Solanum lycocarpum (Solanaceae) (SOUZA et
al., 1998, 2001). Embora o coleóptero ataque preferencialmente
plantas pequenas, o tamanho das suas galhas e o número de larvas
por galha aumentam com o tamanho do ramo. Como no caso de E.
solidaginis, as galhas maiores de C. clitelae são mais
frequentemente predadas pelo pica-pau-do-cerrado Colaptes
campestres.
A hipótese do microambiente afirma que insetos indutores de
galhas, por serem sésseis e estarem protegidos pela estrutura das
galhas, são menos suscetíveis às variações abióticas ambientais,
principalmente temperatura e umidade (FERNANDES; MARTINS,
1985; PRICE et al., 1987). O estresse higrotérmico e nutricional,
definido aqui como altas temperaturas e baixa umidade e baixa
qualidade nutricional das plantas (FERNANDES; PRICE, 1988),
pode ter sido fator ambiental seletivo importante na evolução de
insetos galhadores. A análise dos danos causados por herbívoros
em suas plantas hospedeiras e preservadas no registro fóssil
mostraram que os danos causados por insetos galhadores
alcançaram valores máximos no Eoceno Médio (período
caracterizado por ter um clima subtropical, menos úmido, um
período seco definido e frio), indicando uma alta diversidade de
galhadores em ambientes xéricos (WILF et al., 2001). Trabalhos
recentes sustentam a afirmação de que insetos indutores de galhas
são mais ricos em espécies e mais abundantes em ambientes
estressados nutricionalmente e higrotermicamente, com vegetação
esclerófila em regiões tropicais e temperadas (PRICE et al., 1998).
Inicialmente proposta por Fernandes e Price (1988) a hipótese
do estresse higrotérmico prevê que a riqueza em espécies e a
abundância de insetos indutores de galhas é maior em habitats
estressados higrotermicamente, ou seja, em habitats secos e
ensolarados, geralmente cobertos por uma vegetação esclerófila,
com folhas de alto conteúdo de compostos fenólicos e baixos teores
de nutrientes (TURNER, 1994; FERNANDES; PRICE, 1991). A
hipótese do estresse higrotérmico combina argumentos das três
hipóteses sobre a natureza adaptativa do hábito de induzir galhas
para explicar os padrões de distribuição de insetos indutores de
galhas no tempo ecológico (FERNANDES et al., 2005).
Fernandes e Price (1991) observaram que a relação negativa
entre a altitude e a riqueza de espécies de insetos galhadores era
dependente do tipo de habitat. A riqueza de espécies de insetos é
relacionada com a altitude em habitats xéricos, mas não em habitats
mésicos nas mesmas altitudes, sugerindo que a relação entre
altitude e riqueza de espécies é espúria, e que o estresse
higrotérmico é o fator-chave determinante da riqueza de espécies de
insetos indutores de galhas. Essa conclusão é corroborada pelo
padrão latitudinal: a riqueza de espécies de insetos galhadores é
maior nas latitudes intermediárias (25°–40° Norte ou Sul),
coincidindo com habitats sobre estresse hídrico e nutricional com
vegetação esclerófila (p.ex., Cerrado, Chaparral e vegetação do tipo
mediterrânea (FERNANDES; PRICE, 1988, 1991; BLANCHE;
WESTOBY, 1995; LARA; FERNANDES, 1996; WRIGHT;
SAMWAYS, 1998; PRICE et al., 1998).
Alguns poucos mecanismos foram propostos: primeiro, a galha
pode ser uma proteção efetiva contra variação climática (PRICE et
al., 1987). Segundo, considerando que os nutrientes das plantas
tornam-se tóxicos em altos níveis (NYMAN; KULKUNEN-TITTO,
2000) e que a galha atua como um dreno mobilizando nutrientes de
outras partes da planta (NYMAN; KULKUNEN-TITTO, 2000), insetos
indutores podem ter mais sucesso em habitats estressados onde
plantas tendem a apresentar baixo estado nutricional
(FERNANDES; PRICE, 1991), com baixa concentração de
nutrientes e com excesso de compostos secundários (MULLER et
al., 1987). Além disso, insetos indutores de galhas são hábeis para
sobrepujar esses compostos defensivos, induzindo um tecido livre
de compostos fenólicos e ricos em nutrientes (LAREW, 1982;
NYMAN; KULKUNEN-TITTO, 2000). O terceiro fator que pode
moldar o padrão de riqueza de espécies é a pressão seletiva
diferencial infringida por inimigos naturais e pela resistência da
planta entre habitats xéricos e mésicos sobre herbívoros galhadores
(FERNANDES, 1990, 1998; FERNANDES; PRICE, 1988, 1992).
Em resumo, provavelmente, a galha tem um valor adaptativo
para o inseto. A evolução do hábito de induzir galhas pode ser
explicada pela ação de diferentes forças seletivas. O resultado final
é a formação de um tecido rico em nutrientes (de acordo com o
previsto pela hipótese nutricional) e o desenvolvimento de galhas
com estruturas externas e tamanho variável em resposta às
pressões ambientais (de acordo com o previsto pelas hipóteses do
microambiente e do espaço livre de inimigos).
Considerações finais
Nas últimas décadas houve grande avanço do número de
estudos de história natural, ecologia e biogeografia de insetos
indutores de galhas. Hoje, sabemos muito mais do que há uns
poucos anos. No Brasil, a maioria das espécies de insetos
galhadores ainda não foi descrita. Há necessidade de um pequeno
exército de taxonomistas nos principais grupos de insetos indutores
de galhas, como, por exemplo, os Cecidomyiidae. Precisamos
avançar também os estudos sobre a História Natural, uma vez que,
de poucas espécies, são conhecidos em detalhes os aspectos
importantes, como por exemplo, suas plantas hospedeiras e seus
inimigos naturais. A maior parte dos estudos com insetos indutores
de galhas foi feito no domínio do Cerrado; são escassos os estudos
de insetos galhadores realizados em outras formações vegetais
como a Caatinga, a Floresta Amazônica e a Mata Atlântica. Estudos
comparativos entre esses diferentes tipos de formação vegetal
podem contribuir para o entendimento dos processos e mecanismos
que determinam a distribuição de insetos galhadores e suas plantas
hospedeiras. Por último, também precisamos entender as bases
moleculares do processo de formação e de desenvolvimento das
galhas. As galhas são tumores vegetais, seriam esses tumores
determinados por processos moleculares semelhantes a outros
tumores animais?
Referências
ABRAHAMSON, W. G.; WEIS, A. E. Evolutionary ecology across three trophic levels:
goldenrods, gallmakers and natural enemies. New Jersey: Princeton University, 1997. 456
p.
AGUILAR, J. M.; BOECKLEN, W. J. Patterns of herbivory in the Quercus grisea x Quercus
gambelii species complex. Oikos, Copenhagen, v. 64, p. 498-504, 1992.
AKIMOTO, S. Local adaptation and host race formation of a gall-forming aphid in relation to
environmental heterogeneity. Oecologia, Berlin, v. 83, p. 162-170, 1990.
ANANTHAKRISHNAN, T. N.; RAMAN, A. Thrips and gall dynamics. Leiden: Brill Archive,
1989. 120 p.
ANDERSON, S. S.; McCREA, K. D.; ABRAHAMSON, W. G.; HARTZEL, L. M. Host choice
by the ball gallmaker Eurosta solidaginis (Diptera: Tephritidae). Ecology, Tempe, v. 70, p.
1048-1054, 1989.
ARAÚJO, A. P. A.; CARNEIRO, M. A. A.; FERNANDES, G. W. Efeitos do sexo, do vigor e
do tamanho da planta hospedeira sobre a distribuição de insetos indutores de galhas em
Baccharis pseudomyriocephala Teodoro (Asteraceae). Revista Brasileira de
Entomologia, São Paulo, v. 47, p. 483-490, 2003.
ARAÚJO, L. M.; LARA, A. C. F.; FERNANDES, G. W. Utilization of Apion sp. (Coleoptera:
Curculionidae) galls by an ant community in southeastern Brazil. Tropical Zoology,
Florence, v. 8, p. 319-324, 1995.
ARDUIM, M.; FERNANDES, G. W.; KRAUS, J. E. Morphogenesis of galls induced by
Baccharopelma dracunculifoliae (Hemiptera: Psyllidae) on Baccharis dracunculifolia
(Asteraceae) leaves. Brazilian Journal of Biology, São Carlos, v. 65, p. 559-571, 2005.
ARDUIM, M.; KRAUS, J. E. Anatomia de galhas de ambrósia em folhas de Baccharis
concinna e B. dracunculifolia (Asteraceae). Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v.
24, p. 63-72, 2001.
ASKEW, R. R. The distribution of galls Neuroterus (Hym: Cynipidae) on oak. Journal of
Animal Ecology, Oxford, v. 31, p. 439-455, 1962.
BAKER, B.; ZAMBRYSKI, P.; STASKAWICZ, B.; DINESH-KUMAR, S. P. Signaling in plant-
microbe interactions. Science, Washington, DC, v. 276, p. 726-732, 1997.
BENTUR, J. S.; KALODE, M. B. Hypersensitive reaction and induced resistance in rice
against the Asian rice gall midge Orseolia oryzae. Entomologia Experimentalis et
Applicata, Dordrecht, v. 78, p. 77-81, 1996.
BEQUAERT, J. Galls that secrete honeydew: a contribution to the problem as to whether
galls are altruistic adaptations. Bulletin Brooklyn Entomology Society, Brooklyn, v. 19, p.
101-124, 1924.
BERLIM, B.; PRANCE, G. T. Insect galls and human ornamentation: the ethnobotanical
significance of a new species of Licania from Amazonas, Peru. Biotropica, Washington,
DC, v. 10, p. 81-86, 1978.
BLANCHE, K. R. Insects Induced galls on Australian vegetation. In: PRICE, P. W.;
MATTSON, W. J.; BARANCHIKOV, Y. N. (Ed.). Gall-forming insects: ecology, physiology
and evolution. New Hampshire: USDA Forest Service-North Central Research Station,
1994. p. 49-55. (USDA, General Technical Report NC, 174).
BLANCHE, K. R.; WESTOBY, M. Gall-forming insect diversity is linked to soil fertility via
host plant taxon. Ecology, Tempe, v. 76, p. 2334-2337, 1995.
BOWLES, D. J. Defense-related proteins in higher plants. Annual Review of
Biochemistry, Palo Alto, v. 59, p. 873-907, 1990.
BRONNER, R. Localisations ultrastructurales de l´activité phosphatasique acide
(phosphomono-esterase acide) dans les cellule nourricieres de la galled du Biorhiza pallida
@&B…sur le Quercus penduculata Ehrh. Comptes Rendus de l’Académie des Sciences,
Paris, v. 276, p. 2677-2680, 1973.
BRONNER, R. The role of nutritive cells in the nutrition of cynipds and cecidomyiids. In:
SHORTHOUSE, J. D.; ROHFRITSCH, O. (Ed.). Biology of insect-induced galls. Oxford:
Oxford University, 1992. p. 118-140.
BRUYN, L. D. The biology, ecology, and evolution of shoot flies (Diptera: Chloropidae), In:
RAMAN, A.; SCHAEFER, C. W.; WITHERS, T. M. (Ed.). Biology, ecology, and evolution
of gall-inducing arthropods. New Hampshire: Science, 2005. v. 1, p. 373-405.
BURCKHARDT, D. Biology, ecology, and evolution of gall-inducing psyllids (Hemiptera:
Psylloidea). In: RAMAN, A.; SCHAEFER, C. W.; WITHERS, T. M. (Ed.). Biology, ecology,
and evolution of gall-inducing arthropods. New Hampshire: Science, 2005. v. 1, p. 143-
157.
BURCKHARDT, D.; ESPÍRITO-SANTO, M. M.; FERNANDES, G. W.; MALENOVSKÝ, I.
Gall-inducing jumping plant-lice of the neotropical genus Baccharopelma (Hemiptera:
Psylloidea) associated with Baccharis (Asteraceae). Journal Natural History, London, v.
38, p. 2051-2071, 2004.
COLLINGE, D. B.; SLUSARENKO, J. Plant gene expression in response to pathogens.
Plant Molecular Biology, Dordrecht, v. 9, p. 389-410, 1987.
CORNELISSEN, T. G.; FERNANDES, G. W. Plant hypersensitivity against tissue invasive
insects: Bauhinia brevipes and Contarinia sp: interaction. In: CSÓCKA, Y.; PRICE, P. W.;
MATTSON, W. J. (Ed.). Biology of gall-inducing arthropods. Raleigh: US Department of
Agriculture, 1999. p. 144-152.
CORNELL, H. V. The secondary chemistry and complex morphology of galls formed by the
Cynipidae (Hymenoptera): why and how? American Midland Naturalist, Notre Dame, v.
136, p. 581-597, 1983.
COULSON, R. N.; WITTER, J. A. Forest entomology: ecology and management. New
York: J. Wiley, 1984. 669 p.
CRAIG, T. P.; ITAMI, J.; ARAÚJO, L. M.; FERNANDES, G. W. Development of the insect
community centered on a leaf-bud gall formed by a weevil (Coleoptera: Curculionidae) on
Xylopia aromatica (Annonaceae). Revista Brasileira de Entomologia, São Paulo, v. 35, p.
311-317, 1991.
CRESPI, B. J.; WOROBEY, M. Comparative analysis of gall morphology in Australian gall
thrips: the evolution of extended phenotypes. Evolution: Lancaster, v. 52, p. 1686-1696,
1998.
CSÓKA, G.; STONE, G. N.; MELIKA, G. Biology, ecology and evolution of gall-inducing
Cynipidae. In: RAMAN, A.; SCHAEFER, C. W.; WITHERS, T. M. (Ed.). Biology, ecology,
and evolution of gall-inducing arthropods. New Hampshire: Science, 2005. v. 2, p. 573-
642.
DAWKINS, R. The extended phenotype. Oxford: Oxford University, 1982. 313 p.
DECLERCK, R. A.; SHORTHOUSE, J. D. Tissue preference and damage by Fenusa pusilla
and Messa nana (Hymenoptera: Tenthredinidae), leaf-minig sawflies in white birch (Betula
papyrifera). The Canadian Entomologist, Ottawa, v. 117, p. 351-362, 1985.
DEMPEWOLF, M. Dipteran leaf miners. In: RAMAN, A.; SCHAEFER, C. W.; WITHERS, T.
M. (Ed.). Biology, ecology, and evolution of gall-inducing arthropods. New Hampshire:
Science, 2005. v. 1, p. 407-429.
DREGER-JAUFFRET, F.; SHORTHOUSE, J. D. Diversity of gall-inducing insects and their
galls. In: SHORTHOUSE, J. D.; ROHFRITSCH, O. (Ed.). Biology of insect-induced galls.
Oxford: Oxford University, 1992. p. 8-33.
ESPIRITO-SANTO, M. M.; FERNANDES, G. W. Host plant effects on the development and
survivorship of the galling insect Neopelma baccharidis (Homoptera: Psyllidae). Austral
Ecology, Carlton, v. 27, p. 249-257, 2002.
ESPÍRITO-SANTO, M. M.; FERNANDES, G. W. How many species of gall-inducing insects
are there on earth, and where are they? Annals of the Entomological Society of
America, Lanham, v. 100, p. 95-99, 2007.
ESPÍRITO-SANTO, M. M.; NEVES, F. S.; ANDRADE-NETO, F. R.; FERNANDES, G. W.
Plant architecture and meristem dynamics as the mechanisms determining the diversity of
gall-inducing insects. Oecologia, Berlin, v. 153, p. 353-364, 2007.
FAY, P. A.; HARTNETT, D. C.; KNAPP, A. K. Increased photosynthesis and water potentials
in Silphium integrifolium galled by cynipid wasps. Oecologia, Berlin, v. 93, p. 114-120,
1993.
FERNANDES, G. W. Gall forming insects: their economic importance and control. Revista
Brasileira de Entomologia, São Paulo, v. 31, p. 379-398, 1987.
FERNANDES, G. W. Gall forming insects: their economic importance and control. Revista
Brasileira de Entomologia, São Paulo, v. 31, p. 379-398, 1987.
FERNANDES, G. W. Hypersensitivity as a fenotypic basis of plant induced resistance
against a galling insect (Diptera: Cecidomyiidae). Environmental Entomology, Lanham, v.
27, p. 260-267, 1998.
FERNANDES, G. W. Hypersensitivity: a neglected plant resistance mechanism against
insect herbivores. Environmental Entomology, Lanham, v. 19, p. 1173-1182, 1990.
FERNANDES, G. W. Plant family size and age effects on insular gall-forming species
richness. Global Ecology and Biogeography Letters, Oxford, v. 2, p.71-74, 1992.
FERNANDES, G. W.; ARAÚJO, R. C.; ARAÚJO, S. C.; LOMBARDI, J. A.; PAULA, A. S.;
LOYOLA, R.; CORNELISSEN, T. G. Insect galls from Jequitinhonha Valley, Minas Gerais,
Brazil. Naturalia, Rio Claro, v. 22, p. 221-224, 1997.
FERNANDES, G. W.; CARNEIRO, M. A. A.; LARA, A. C. F.; ALLAIN, L. R.; JULIÃO, G. R.;
ANDRADE, G. I.; REIS, T. R.; SILVA, I. M. Galling insects on neotropical species of
Baccharis (Asteraceae). Tropical Zoology, Florence, v. 9, p. 315-332, 1996.
FERNANDES, G. W.; CASTRO, F. M. C.; MARQUES, E. S. A. Leaflet abscission caused by
a gall induced by Melaphis rhois (Aphididae) on Rhus glabra (Anarcadiaceae).
International Journal of Ecology & Environmental Sciences, New Delhi, v. 25, p. 63-69,
1999.
FERNANDES, G. W.; CORNELISSEN, T. G.; LARA, T. A. F.; ISAIAS, R. M. S. Plants fight
gall formation: hypersensitivity. Ciência e Cultura, São Paulo, v. 52, p. 49-54, 2000.
FERNANDES, G. W.; DUARTE, H.; LÜTTGE, U. Hypersensitivity of Fagus sylvatica L.
against leaf galling insects. Trees, New York, v. 17, p. 407-411, 2003.
FERNANDES, G. W.; GONÇALVES-ALVIM, S. J. Biodiversidade de insetos galhadores no
cerrado. In: SCARIOT, A.; SOUSA-SILVA, J. C.; FELFILI, J. M. (Ed.). Cerrado: ecologia,
biodiversidade e conservação. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2006. p. 283-293.
FERNANDES, G. W.; GONÇALVES-ALVIM, S. J.; CARNEIRO, M. A. A. Habitat-driven
effects on the diversity of gall-inducing insects in the brazilian cerrado. In: RAMAN, A.;
SCHAEFER, C. W.; WITHERS, T. M. (Ed.). Biology, ecology, and evolution of gall-
inducing arthropods. New Hampshire: Science, 2005. v. 2, p. 693-708.
FERNANDES, G. W.; LARA, A. C. F. Diversity of Indonesian gall-forming herbivores along
altitudinal gradients. Biology Letters, London, v. 1, p. 186-192, 1993.
FERNANDES, G. W.; MARTINS, R. P. As galhas. Ciência Hoje, Rio de Janeiro, v. 19, p.
58-64, 1985.
FERNANDES, G. W.; MARTINS, R. P.; TAMEIRÃO NETO, E. Food web relationships
involving Anadiplosis sp. - (Diptera: Cecidomyiidae) leaf galls on Machaerium aculeatum
(Leguminosae). Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 10, p. 117-123, 1987.
FERNANDES, G. W.; NEGREIROS, D. The occurrence and effectiveness of hypersensitive
reaction against galling herbivores across host taxa. Ecological Entomology, Oxford, v.
26, p. 46-55, 2001.
FERNANDES, G. W.; PRICE, P. W. Biogeographical gradients in galling species richness:
tests of hypotheses. Oecologia, Berlin, v. 76, p. 161-167, 1988.
FERNANDES, G. W.; PRICE, P. W. Comparison of tropical and temperate galling species
richness: the roles of environmental harshness and plant nutrient status. In: PRICE, P. W.;
LEWINSOHN, T. M.; FERNANDES, G. W.; BENSON, W. W. (Ed.). Plant-animal
interactions: evolutionary ecology in tropical and temperate regions. New York: J. Wiley,
1991. p. 91-115.
FERNANDES, G. W.; PRICE, P. W. The adaptive significance of insect gall distribution:
survivorship of species in xeric and mesic habitats. Oecologia, Berlin, v. 90, p. 14-20, 1992.
FERNANDES, G. W.; SOUZA, A. L.; SACCHI, C. F. Impact of a Neolasioptera
(Cecidomyiidae) stem gall on its host plant Mirabilis linearis (Nyctaginaceae). Phytophaga,
New Delhi, v. 5, p. 1-6, 1993.
FERNANDES, G. W.; TAMEIRÃO NETO, E.; MARTINS, R. P. Ocorrência e caracterização
de galhas entomógenas na vegetação do Campus - Pampulha, UFMG, Belo Horizonte -
MG. Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba, v. 5, p. 11-29, 1988.
FERREIRA, S. A.; FERNANDES, G. W.; CARVALHO, L. G. Biologia e história natural de
Euphaleurus ostreoides (Homoptera: Psyllidae) cecidógeno de Lonchocarpus
guilleminianus (Leguminosae). Revista Brasileira de Biologia, São Carlos, v. 50, p. 417-
423, 1990.
FLOATE, K. D.; FERNANDES, G. W.; NILSSON, J. A. Distinguishing intrapopulacional
categories of plants by their insect faunas: galls on rabbit brush. Oecologia, Berlin, v. 105,
p. 221-229, 1996.
FLOATE, K. D.; WHITHAM, T. G. Insects as traits in plant systematics: their use in
discriminating between hybrid cottonwoods. The Canadian Journal of Botany, Ottawa, v.
73, p. 1-13, 1995.
FREIDBERG, A. Gall Tephritidae (Diptera). In: ANATHAKRISHNAN, T. N. (Ed.). The
biology of gall insects. London: Edward Arnold, 1984. p. 129-167.
FREIDBERG, A. Tephritid galls and gall Tephritidae revisited, with special emphasis on
myopitine galls. In: CSÓKA, G.; MATTSON, W. J.; STONE, G. N.; PRICE, P. W. (Ed.). The
biology of gall-inducing arthropods. St Paul: USDA Forest Service, 1998. p. 36-43.
(USDA, General Technical Report NC, 199).
FRITZ, R. S.; NICHOLS-ORIANS, C. M.; BRUNSFELD, S. J. Interspecific hybridization of
plants and resistance to herbivores: hypotheses, genetics, and variable responses in a
diverse community. Oecologia, Berlin, v. 97, p. 106-117, 1994.
FRITZ, R. S.; PRICE, P. W. Genetic variation among plants and insect community structure:
willow and sawflies. Ecology, Tempe, v. 69, p. 845-856, 1988.
GAGNÉ, R. J. A catalog of the Cecidomyiidae (Diptera) of the world. Memoirs of the
Entomological Society of Washington, Washington, DC, v. 25, p. 1-408, 2004.
GAGNÉ, R. J. The gall midges of the region neotropical. Ithaca: Comstock, 1994. 352 p.
GAGNÉ, R. J. The plant-feeding midges of North America. Ithaca: Comstock, 1989. 434
p.
GALHATON, G. W.; DONATO, K. K.; BROADWAY, R. M.; DUFFEY, S. S. Impact of oxidized
plant fenólicos on the nutritional quality of dietary protein to a noctuid herbivore, Spodoptera
exigua. Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 38, p. 277-285, 1992.
GALIL, J.; EISIKOWICH, D. Flowering cycles and fruit types of Ficus sycomorus in Israel.
New Phytologist, Oxford, v. 67, p. 745-758, 1968.
GAULD, I.; BOLTON, B. Hymenoptera. Oxford: Oxford University, 1988. 348 p.
GONÇALVES, S. J.; ISAIAS, R. M. S.; VALE, F. H. A.; FERNANDES, G. W. Sexual
dimorphism of Pseudotectococcus rolliniae Hodgson e Gonçalves (Hemiptera Coccoidea
Eriococcidae) influences gall morphology on Rollinia laurifolia (Annonaceae). Tropical
Zoology, Florence, v. 18, p.133-140, 2005.
GONÇALVES-ALVIM, S. J.; FARIA, M. L.; FERNANDES, G. W. Relationships between four
neotropical species of galling insects and shoot vigor. Anais da Sociedade Entomológica
do Brasil, Londrina, v. 28, p. 147-155, 1999.
GONÇALVES-ALVIM, S. J.; FERNANDES, G. W. Biodiversity of galling insects: historical,
community and habitat effects in four neotropical savannas. Biodiversity and
Conservation, London, v. 10, p. 79-98, 2001a.
GONÇALVES-ALVIM, S. J.; FERNANDES, G. W. Comunidades de insetos galhadores
(Insecta) em diferentes fisionomias do cerrado em Minas Gerais, Brasil. Revista Brasileira
de Zoologia, Curitiba, v. 18, p. 289-305, 2001b.
GOPALAN, S. J.; BAWER, D. W.; ALFANO, J. R.; LANIELLO, A. O.; HE, S. Y.; COLLMER,
S. A. Expression of the Pseudomonas syringae avirulence protein AvrB in plant cells
alleviates its dependence on the hypersensitive response andpatógenoicity (Hrp) secretion
system in eliciting genotype-specific hypersensitive cell death. The Plant Cell, Rockville, v.
8, p. 1095-1105, 1990.
GULLAN, P. J.; CRANSTON, P. S. The insects: an outline of entomology. 3rd ed. Oxford:
Blackwell, 2005. 505 p.
GULLAN, P. J.; MILLER, D. R.; COOK, L. G. Gall-inducing scale insects (Hemiptera:
Sternorrhyncha: Coccoidea). In: Raman, A.; Schaefer, C. W.; Withers, T. M. (Ed.). Biology,
ecology, and evolution of gall-inducing arthropods. New Hampshire: Science, 2005. v.
1, p. 159-230.
HAMMERSCHMIDT, R. The nature and generation of systemic signals induced by
patogenos, arthropod herbivores, and wounds. Advances in Plant Pathology, London, v.
10, p. 307-337, 2003.
HARDWICK, S.; HARPER, M.; HOUGHTON, G.; LA SALLE, A.; LA SALLE, S.;
MULLANEY, M.; LA SALLE, J. The description of a new species of gall-inducing wasps: a
learning activity for primary school students. Australian Journal of Ecology, Ottawa, v. 44,
p. 409-414, 2005.
HARTLEY, S. E. The chemical composition of plant galls: are levels of nutrients secondary
compounds controlled by the gall-former? Oecologia, Berlin, v. 113, p. 492-501, 1998.
HARTLEY, S. E.; LAWTON, J. H. Host-plant manipulation by gall-insects: a test of the
nutrition hypothesis. Journal of Animal Ecology, Oxford, v. 61, p. 113-119, 1992.
HAWKINS, B. A.; COMPTON, S. G. African fig wasp communities: undersaturation and
latitudinal gradients in species richness. Journal of Animal Ecology, Oxford, v. 61, p. 361-
372, 1992.
JULIÃO, G. R.; AMARAL, M. E. C.; FERNANDES, G.W. Galhas de insetos e suas plantas
hospedeiras do Pantanal sul-mato-grossense. Naturalia, Rio Claro, v. 27, p. 47-74, 2002.
JULIÃO, G. R.; VENTICINQUE, E. M.; FERNANDES, G. W.; KRAUS, J. E. Richness and
abundance of gall-forming insects in the Mamirauá Varzea, a flooded Amazoniam forest.
Uakari, Manaus, v. 1, p. 39-42, 2005.
KERDELHUÉ, C.; ROSSI, J. P.; RASPLUS, J. Y. Comparative community ecology studies
on old world figs and figs wasps. Ecology, Tempe, v. 81, p. 2832-2849, 2000.
KINSEY, A. C. The origin of higher categories in Cynips. Indianápolis: Indiana University,
1936. 334 p. (Science Series).
KIRST, G. O. Zur Physiologie der Galle von Mikiola fagi Htg. auf Blättern von Fagus
sylvatica L. 3. 14CO2-Licht- und Dunkelfixierung der Galle. Biochemical Physiology
Pflanzen, Jena, v. 165, p. 457-466, 1974.
KIRST, G. O.; RAPP, H. Zur Physiologie der Galle von Mikiola fagi Htg. auf Blättern von
Fagus sylvatica L. 2. Transport 14C-markierter Assimilate aus dem befallenen Blatt und aus
Nachbar-blättern in die Galle. Biochemical Physiology Pflanzen, Jena, v. 165, p. 445-
455, 1974.
KJELLBERG, F.; JOUSSELIN, E.; HOSSAERT-MCKEY, M.; RASPLUS, J. Y. Biology,
ecology, and evolution of fig-pollinating wasps (Chalcidoidea, Agaonidae). In: RAMAN, A.;
SCHAEFER, C. W.; WITHERS, T. M. (Ed.). Biology, ecology, and evolution of gall-
inducing arthropods. New Hampshire: Science, 2005. v. 2, p. 539-572.
KOROTYAEV, B. A.; KONSTANTINOV, A. S.; LINGAFELTER, S. W.; MANDELSHTAM, M.
Y.; VOLKOVITSH, M. G. Biology of gall inducers and evolution of gall induction in
Chalcidoidea (Hymenoptera: Eulophidae, Eurytomidae, Pteromalidae, Tanaostigmatidae,
Torymidae). In: RAMAN, A.; SCHAEFER, C. W.; WITHERS, T. M. (Ed.). Biology, ecology,
and evolution of gall-inducing arthropods. New Hampshire: Science, 2005. v. 2, p. 507-
538.
LA SALLE, J. Biology of Gall-inducers and evolution of gall induction in Chalcidoidea
(Hymenoptera: Eulophidae, Eurytomidae, Pteromalidae, Tanaostigmatidae, Torymidae). In:
RAMAN, A.; SCHAEFER, C. W.; WITHERS, T. M. (Ed.). Biology, ecology, and evolution
of gall-inducing arthropods. New Hampshire: Science, 2005. v.2, p. 507-538.
LA SALLE, J. Gall-inducing Coleoptera In: RAMAN, A.; SCHAEFER, C. W.; WITHERS, T.
M. (Ed.). Biology, ecology, and evolution of gall-inducing arthropods. New Hampshire:
Science, 2005. v. 1, p. 239-271.
LA SALLE, J. New World Tanaostigmatidae (Hymenoptera, Chalcidoidea). Contributions
of the American Entomological Institute, Ann Harbor, v. 23, p. 1-181, 1987.
LAMB, C. A ligand-receptor mechanism in plant-pathogen recognition. Science,
Washington, DC, v. 274, p. 2038-2039, 1996.
LARA, A. C. F.; FERNANDES, G. W. Distribuição de galhas de Neopelma baccharidis
(Homoptera: Psyllidae) em Baccharis dracunculifolia (Asteraceae). Revista Brasileira de
Biologia, São Carlos, v. 54, p. 661-668, 1994.
LARA, A. C. F.; FERNANDES, G. W. The highest diversity of galling insects: Serra do Cipó,
Brazil. Biology Letters, London, v. 3, p. 111-114, 1996.
LAREW, H. G. A comparative anatomical study of galls caused by the major
cecidogenetic groups, with special emphasis on the nutritive tissue. 1982. 391 f.
Thesis (Ph.D.) – Oregon State University.
LARSON, K. C.; WHITHAM, T. G. Manipulation of food resources by a gall-forming aphid:
the physiology of sink-source interactions. Oecologia, Berlin, v. 88, p. 15-21, 1991.
LEITE, G. L. D.; VELOSO, R. V. S.; CASTRO, A. C. R.; LOPES, P. S. N.; FERNANDES, G.
W. Efeito do AIB sobre a qualidade e fitossanidade dos alporques de influência da Caryocar
brasiliense Camb (CARYOCARACEAE). Revista Árvore, Viçosa, v. 31, p. 315-320, 2007.
LILJEBLAD, J.; RONQUIST, F. A phylogenetic analysis of higher-level gall wasps
relationships. Systematic Entomology, London, v. 23, p. 229-252, 1998.
MAIA, V. C. Catálogo dos Cecidomyiidae (Diptera) do Estado do Rio de Janeiro. Biota
Neotropica, Campinas, v. 5, p.1-15, 2005.
MAIA, V. C. New genera and species of gall midges (Diptera, Cecidomyiidae) from three
restingas of Rio de Janeiro State, Brazil. Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba, v. 18, p.
1-32, 2001b.
MAIA, V. C. The gall midges (Diptera, Cecidomyiidae) from three restingas of Rio de
Janeiro State, Brazil. Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba, v. 18, p. 583-629, 2001a.
MAIA, V. C.; FERNANDES, G. W. A new genus and species of gall midge (Diptera:
Cecidomyiidae) associated with Parkia pendula (Fabaceae, Mimosoideae). Revista
Brasileira de Entomologia, São Paulo, v. 50, p. 1-5, 2006.
MAIA, V. C.; FERNANDES, G. W. Insect galls from serra de São José (Tiradentes, Mg,
Brazil). Brazilian Journal of Biology, São Carlos, v. 64, p. 423-445, 2004.
MANI, M. S. Ecology of plant galls. The Hague: W. Junk, 1964. 434 p.
MCARTHUR, E. D. Specificity of galls on Chrysothamnus nauseosus subspecies. In:
SYMPOSIUM ON THE BIOLOGY OF ARTEMISIA AND CHRYSOTHAMNUS, 1984, Provo,
Utah. Proceedings... Ogden, UT: Intermountain Research Station, 1986. p. 205-210.
MCARTHUR, E. D.; TIERNAN, C. F.; WELCH, B. L. Subspecies specificity of galls forms on
Chrysothamnus nauseosus. Great Basin Naturalist, Provo, Utah, US, v. 39, p. 81-87,
1979.
MEYER, J. Plant galls and gall inducers. Berlin: Gebruder Borntraeger, 1987. 291 p.
MILES, P. W.; OERTLI, J. J. The significance of antioxidants in the aphid-plant interaction:
the redox hypothesis. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 67, p. 275-
283, 1993.
MILLER, W. E. Gall-inducing Lepidoptera. In: RAMAN, A.; SCHAEFER, C. W.; WITHERS,
T. M. (Ed.). Biology, ecology, and evolution of gall-inducing arthropods. New
Hampshire: Science, 2005. v. 2, p. 431-468.
MOTTA, L. B.; KRAUS, J. E.; SLATINO, A.; SALATINO, M. L. F. Distribution of metabolites
in galled and non-galled foliar tissues of Tibouchina pulchra. Biochemical Systematics
and Ecology, Oxford, v. 22, p. 971-981, 2005.
MOUND, L. A.; KRANZ, B. D. Thysanoptera and plant galls: towards a research
programme. In: RAMAN, A. (Ed.). Ecology and evolution of plant-feeding insects in
natural and man-made environments. New Delhi: National Institute of Ecology, 1997. p.
11-24.
MOUND, L. A.; MORRIS, D. C. Gall-inducing thrips: an evolutionary perspective. In:
RAMAN, A.; SCHAEFER, C. W.; WITHERS, T. M. (Ed.). Biology, ecology, and evolution
of gall-inducing arthropods. New Hampshire: Science, 2005. v. 1, p. 59-72.
MÜLLER, R. N.; KALISZ, P. J.; KIMMERER, T. W. Intraspecific variation in production of
astringent phenolics over a vegetation-resource availability gradient. Oecologia, Berlin, v.
72, p. 211-215, 1987.
NOYES, J. S. Interactive catalogue of world Chalcidoidea. London: Taxapad and the
Natural History Museum, 2002. 1 CD-ROM.
NOYES, J. S. Universal chalcidoidea database. 2003. Disponível em:
<http://www.nhm.ac.uk/entomology/chalcidoids/ index.html>.
NYMAN, T.; JULKUNEN-TIITTO, R. Manipulation of the phenolic chemistry of willows by
gall-inducing sawflies. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United
States of America, Washington, DC, v. 97, p. 13184-13187, 2000.
NYMAN, T.; WIDNER, A.; ROININEN, H. Evolution of gall morphology and host-plant
relationships in willow-feeding sawflies (Hymenoptera: Tenthredinidae). Evolution:
international journal of organic evolution, Lancaster, v. 54, p. 526-533, 2000.
PRICE, P. W. Insect ecology. 3rd ed. New York: J. Wiley, 1997. 874 p.
PRICE, P. W. Macroevolutionary theory on macroecological patterns. Cambridge:
Cambridge University, 2003. 291 p.
PRICE, P. W.; FERNANDES, G. W.; LARA, A. C. F.; BRAWN, J.; GERLING, D.; BARRIOS,
H.; WRIGHT, M. G.; RIBEIRO, S. P.; ROTHCLIFF, N. Global patterns in local number of
insect galling species. Tropical Zoology, Florence, v. 25, p. 581-591, 1998.
PRICE, P. W.; FERNANDES, G. W.; WARING, G. L. Adaptative nature of insect galls.
Environmental Entomology, Lanham, v. 16, p. 15-24, 1987.
PRICE, P. W.; PSCHORN-WALCHER, H. Are galling insects better protected against
parasitoids than exposed feeders? A test using tenthredinid sawflies. Ecological
Entomology, Oxford, v. 13, p. 195-205, 1988.
PRICE, P.W.; WARING, G. L.; FERNANDES, G. W. Hypotheses on the adaptive nature of
galls. Proceedings of the Entomological Society of Washington, Washington, DC, v. 88,
p. 361-363, 1986.
RAMAN, A.; SCHAEFER, C. W.; WITHERS, T. M. Biology, ecology, and evolution of
gall-inducing arthropods. New Hampshire: Science, 2005. 2 v.
REY, L. A. Developmental morphology of two types of Hymenoptera galls. In:
SHORTHOUSE, J. D.; ROHFRITSCH, O. (Ed.). Biology of insect-induced galls. Oxford:
Oxford University, 1992. p. 87-101.
RIBEIRO, J. E. L. S.; HOPKINS, M. J. G.; VINCENTI, A.; SOTHERS, C. A.; COSTA, M. A.
S.; BRITO, J. M.; SOUZA, M. A. D.; MARTINS, L. H.; LOHMANN, L. G.; ASSUNÇÃO, P. A.
C. L.; PEREIRA, E. C.; SILVA, C. F.; MESQUITA, M. R.; PROCÓPIO, L. C. Flora da
Reserva Ducke: guia de identificação das plantas vasculares de uma floresta de terra-
firme na Amazônia central. Manaus: Inpa, 1999. 796 p.
ROHFRITSCH, O.; SHORTHOUSE, J. D. Insect galls. In: KAHL, G.; SCHELL, J. S. (Ed.).
Molecular biology of plant tumors. New York: Academic, 1982. p. 131-152.
ROININEN, H.; NYMAN, T.; ZINOVJEV, A. Biology, ecology, and evolution of gall-inducing
sawflies (Hymenoptera: Tenthredinidae and Xyelidae). In: RAMAN, A.; SCHAEFER, C. W.;
WITHERS, T. M. (Ed.). Biology, ecology, and evolution of gall-inducing arthropods.
New Hampshire: Science, 2005. v. 2, p. 467-494.
RONQUIST, F. Phylogeny, classification and evolution of the Cynipoidea. Zoologica
Scripta, Oxford, v. 28, p.139-164, 1995.
ROOT, R. B. The niche exploitation pattern of the blue-grey gnatcatcher. Ecological
Monographs, Durham, v. 37, p. 317-350, 1967.
ROSKAM, J. C. Evolution of the gall-inducing insects guild. In: SHORTHOUSE, J. D.;
ROHFRITSCH, O. (Ed.). Biology of insect-induced galls. Oxford: Oxford University, 1992.
p. 34-49.
ROSSI, A. M.; STILING, P. D.; STRONG, D.; R.JOHNSON, D. M. Does gall diameter affect
the parasitism rate of Asphondylia borrichiae (Diptera: Cecydomiidae)? Ecological
Entomology, Oxford, v. 17, p. 149-154, 1992.
RYAN, C. A. Protease inhibitors in plants: genes for improving defenses against insects and
pathogens. Annual Review of Phytopathology, Palo Alto, v. 28, p. 425-449, 1990.
SÁ, C.; ISAIAS, R. M. S.; SILVEIRA, F. A. O.; SANTOS, J. C.; FERNANDES, G. W.
Anatomical, histochemical and developmental aspects of an ambrosia leaf gall induced by
Schizomyia macrocapillata (Diptera: Cecidomyiidae) on Bauhinia brevipes (Fabaceae).
Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, 2007. Submetido.
SANTO, M. M. E.; FERNANDES, G. W. Patterns of abundance of Neopelma baccharidis
Burck. (Homoptera: Psyllidae) Galls on Baccharis dracunculifolia DC (Asteraceae).
Environmental Entomology, Lanham, v. 27, p. 870-876, 1998.
SANTOS, J. C.; SILVEIRA, F. A. O.; FERNANDES, G. W. Long term oviposition preference
and larval performance of Schizomyia macrocapillata (Diptera: Cecidomyiidae) on larger
shoots of its host plant Bauhinia brevipes (Fabaceae). Evolutionary Ecology, Dordrecht, v.
22, p. 123-137, 2007.
SCHAEFER, C. W. Gall-inducing heteropterans (Hemiptera). In: RAMAN, A.; SCHAEFER,
C. W.; WITHERS, T. M. (Ed.). Biology, ecology, and evolution of gall-inducing
arthropods. New Hampshire: Science, 2005. v. 1, p. 231-238.
SCHOWALTER, T. D.; HAVERTY, M. I. Influence of host genotype on Douglas-fir seed
losses to Contarinia oregonensis (Diptera: Cecidomyiidae) and Megastigmus
spermotrophus (Hymenoptera: Torymidae) in western Oregon. Environmental
Entomology, Lanham, v. 18, p. 94-97, 1989.
SCOFIELD, S. R.; TOBIAS, C. M.; RATHJEN, J. P. CHANG, J. H.; LAVELLE, D. T.
MICHELMORE, R. W.; STASKAWICZ, B. J. Molecular basis of gene-for-gene specificity in
bacterial disease of tomato. Science, Washington, DC, v. 274, p. 2063-2065, 1996.
SHANNON, R. E.; BREWER, J. W. Starch and sugar levels in 3 coniferous insect galls.
Zeitschrift fur Angewandte Entomologie, Berlin, v. 89, p. 526-533, 1980.
SHORTHOUSE, J. D.; ROHFRITSCH, O. (Ed.). Biology of insect-induced galls. New
York: Oxford University, 1992.
SHORTHOUSE, J. D.; WOOL, D.; RAMAN, A. Gall-inducing insect: nature´s most
sophisticated herbivores. Basic and Applied Ecology, v. 6, p. 407-411, 2005.
SHUKLE JUNIOR, R. H.; GROVER, P. B.; MOCELIN, G. Responses of susceptible and
resistant wheat associated with Hessian fly (Diptera: Cecidomyiidae) infestation.
Environmental Entomology, Lanham, v. 21, p. 845-853, 1992.
SILVA, I. M.; ANDRADE, G. I.; FERNANDES, G. W.; LEMOS FILHO, J. P. Parasitic
relationships between a gall forming insect Tomoplagia rudolphi (Diptera: Tephritidae) on its
host plant (Vernonia polyanthes, Asteraceae). Annals of Botany, London, v. 78, p. 45-48,
1996.
SNYDER, B. A.; NICHOLSON, R. L. Synthesis of phytoalexins in Sorghum as a site-specific
response to fungal ingress. Science, Washington, DC, v. 248, p. 1637-1639, 1990.
SOUZA, A. L. T. de; FERNANDES, G. W.; FIGUEIRA, J. E. C.; TANAKA, M. O. Natural
history of a gall-inducing weevil Collabismus clitellae (Coleoptera: Curculionidae) and some
effects on its host plant Solanum lycocarpum (Solanaceae) in southeastern Brazil. Annals
of the Entomological Society of America, Lanham, v. 91, p. 404-409, 1988.
SOUZA, A. L. T. de; TANAKA, M. O.; FERNANDES, G. W.; FIGUEIRA, J. E. C. Host plant
response and phenotypic plasticity of a galling weevil (Collabismus clitellae: Curculionidae).
Austral Ecology, Carlton, v. 26, p. 173-178, 2001.
SOUZA, R. A.; NESSIM, R.; SANTOS, J. C.; FERNANDES, G. W. Influence of Apion sp.
(Apionidae: Coleoptera) stems-galls on the induced resistance and leaf area of Diospyros
hispida (Ebenaceae). Revista Brasileira de Entomologia, São Paulo, v. 50, p. 433-435,
2006.
STASKAWICZ, B. J.; AUSUBEL, F. M.; BAKER, B. J.; ELLIS, J. G.; JONES, J. D. G.
Molecular genetics of plant disease resistance. Science, Washington, DC, v. 268, p. 661-
667, 1995.
STERN, D. L. Phylogenetic evidence that aphids, rather then plants, determine gall
morphology. Proceedings of the Royal Society of London, London, v. B 256, p. 203-209,
1995.
STONE, G. N.; COOK, J. M. The structure of cynipid oak galls: patterns in the evolution of
an extended phynotype. Proceedings of the Royal Society of London, London, v. B 265,
p. 979-988, 2003.
STONE, G. N.; SCHÖNROGGE, K. The adaptive significance of insect gall morphology.
Trends in Ecology and Evolution, Amsterdam, v. 18, p. 512-522, 2003.
STONE, G. N.; SCHÖNROGGE, K.; ATKINSON, R. J.; BELLIDO, D.; PUJADE-VILLAR, J.
The population biology of oak gall wasps (Hymenoptera: Cynipidae). Annual Review of
Entomology, Palo Alto, v. 47, p. 633-668, 2002.
TAPER, M. L.; CASE, T. J. Interactions between oak tannins and parasite community
structure: unexpected benefits oftannins to cynipid ga11-wasps. Oecologia, Berlin, v. 71, p.
254-261, 1987.
THRIPLEHORN, C. A.; JOHNSON, N. F. Borror and delong’s introduction to the study
of insects. 7th ed. Belmont: Brooks Cole Thompson, 2005. 864 p.
TURNER, I. M. Sclerophylly: primarily protective? Functional Ecology, London, v. 8, p.
669-675, 1994.
VELDTMAN, R.; MCGEOCH, M. A. Gall-forming insect species richness along a non-
scleromorphic vegetation rainfall gradient in South Africa: the importance of plant
community composition. Australian Journal of Ecology, Ottawa, v. 28, p. 1-13, 2003.
WARING, G. L.; PRICE, P. W. Plant water stress and gall formation (Cecidomyiidae:
Asphondylia spp.) on creosote bush. Ecological Entomology, Oxford, v. 15, p. 87-95,
1990.
WEIBLEN, G. D. How to be a fig wasp. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 47, p.
299-330, 2002.
WEIS, A. E. Use of a symbiotic fungus by the gall maker Asteromyia carbonifera to inhibit
attack by the parasitoid Torymus capite. Ecology, Tempe, v. 63, p. 1602-1605, 1982.
WEIS, A. E.; ABRAHAMSON, W. G.; ANDRESEN, M. C. Variable selection on Eurostoma´s
gall size I: the extent and nature of variation in phenotypic selection. Evolution, Lancaster,
v. 46, p. 1674-1697, 1992.
WEIS, A. E.; ABRAHAMSON, W. G.; MCCREA, K. D. Host gall size and oviposition
success by the parasitoid Eurytoma gigantea. Ecological Entomology, Oxford, v. 10, p.
341-348, 1985.
WEIS, A. E.; WALTON, R.; CREGO, C. L. Reactive plant tissue sites and the population
biology of gall makers. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v.33, p. 467-486, 1988.
WHITHAM, T. G. Ecology of Pemphigus gall aphids. In: SHORTHOUSE, J. D.;
ROHFRITSCH, O. (Ed.). Biology of insect-induced galls. Oxford: Oxford University, 1992.
p. 225-237.
WIEBES, J. T. Co-evolution of figs and their insect pollinators. Annual Review of Ecology
and Systematics, Palo Alto, v. 10, p. 1-12, 1979.
WILF, P.; LABANDEIRA, C. C.; JOHNSON, K. R.; COLEY, P. D.; CUTTER, A. D. Insect
herbivory, plant defenses, and early Cenozoic climate change. Proceedings of the
National Academy of Sciences of the United States, Washington, DC, v. 98, p. 6221-
6226, 2001.
WOOL, D. Gall-inducing Aphids: biology, ecology, and evolution. In: RAMAN, A.;
SCHAEFER, C. W.; WITHERS, T. M. (Ed.). Biology, ecology, and evolution of gall-
inducing arthropods. New Hampshire: Science, 2005. v. 1, p. 73-132.
WOOL, D. Galling aphids: specialization, biological complexity, and variation. Annual
Review of Entomology, Palo Alto, v. 49, p. 175-192, 2004.
WRIGHT, M. G.; SANWAYS, M. J. Insect species richness in a diverse flora: gall-insects in
the Cape Floristic Region, South Africa. Oecologia, Berlin, v. 115, p. 427-433, 1998.
YUKAWA, J.; ROHFRITSCH, O. Biology of ecology of gall-inducing Cecidomyiidae
(Diptera). In: RAMAN, A.; SCHAEFER, C. W.; WITHERS, T. M. (Ed.). Biology, ecology,
and evolution of gall-inducing arthropods. New Hampshire: Science, 2005. v. 1, p. 273-
304.
Capítulo 16
Insetos detritívoros
Júlio N. C. Louzada
Introdução
Os ecossistemas naturais funcionam a partir de processos de
transferência de energia e de matéria entre seus componentes
bióticos e abióticos. A transferência contínua de energia através das
teias tróficas é ponto fundamental para a manutenção da entalpia
dos ecossistemas, enquanto a reciclagem dos nutrientes permite
que estes sejam incorporados continuamente em estruturas
variadas por processos de síntese (BEGON et al., 2006).
O caminho percorrido por cada elemento químico dentro dos
ecossistemas é bastante complexo e influenciado por vários
processos, entre eles, a fixação biológica do nutriente a partir do
solo, do ar ou da água (SWIFT et al., 1979). A produtividade
primária é o processo de transformação de elementos químicos
simples obtidos a partir do meio abiótico, em moléculas complexas,
por organismos autótrofos utilizando energia luminosa. A energia e
os nutrientes contidos nas moléculas fixadas pelos autótrofos
podem ser utilizados por uma série de organismos heterotróficos
(herbívoros, predadores, parasitas, detritívoros e decompositores),
em um processo denominado produtividade secundária. Essa
mesma energia e matéria são disponibilizadas na forma de recurso
alimentar quando um organismo, parte deste ou suas excretas, são
depositados no ambiente na forma de cadáveres, serapilheira,
fezes, pelos, etc. (SWIFT et al., 1979; BEGON et al., 2006).
Cerca de 1% a 5% da energia disponível na forma de luz que
chega à Terra é transformada em tecidos vegetais pela fotossíntese
(BEGON et al., 2006). A maior parte da energia é refletida, perdida
na forma de calor ou durante a respiração celular. A cada nível
trófico, menos energia se torna disponível para o seguinte,
permitindo um número limitado de níveis tróficos na maioria das
teias tróficas. As maiores teias tróficas conhecidas são formadas por
organismos que têm como base alimentar os detritos. Muitos destes
alimentam-se diretamente dos detritos (detritívoros) ou os
decompõem e se alimentam dos produtos dessa decomposição
(BEGON et al., 2006).
Alimentar-se de detritos envolve uma série de peculiaridades
que tornam esse sistema único e com várias adaptações próprias
para acessar a energia e a matéria contida. A disponibilidade de
matéria orgânica em decomposição como recurso alimentar varia
com a geologia, o clima, a pluviosidade e a temperatura do
ambiente de produção (Tabela 1). Esses fatores afetam a qualidade
da matéria orgânica como alimento e, principalmente, a velocidade
com que os fatores abióticos e a microbiota do solo irão atuar sobre
este (SWIFT et al., 1979; VITOUSEK, 1982).
Costa do
6o N 1.280 Floresta de galeria 6,2
Marfim
Floresta semidecídua
Nova Guiné 8o S 1.600 8,8
úmida
Fonte: Vitousek (1982).
Abundância de detritos
A abundância de recursos em um ambiente é o ponto-chave
para o estudo das relações entre indivíduos e, por consequência, de
populações dentro de uma comunidade. Como abundância de um
recurso entende-se simplesmente a quantidade deste no ambiente,
independentemente de haver a presença ou não de consumidores
(JOHNSON, 1980).
Detritos são produzidos continuamente em todos os
ecossistemas do planeta, entretanto as informações sobre a
abundância de tipos particulares de detritos são bastante díspares.
A produção de serapilheira, por exemplo, é relativamente bem
conhecida para a maioria dos ecossistemas terrestres (Tabela 1) e,
por consequência, o conhecimento sobre a abundância de seus
componentes (folhas, ramos, flores, troncos, etc.). Contudo, a taxa
de produção de detritos, tais como fezes, carcaças de vertebrados e
de invertebrados, corpos de frutificação de fungos e frutos em
decomposição, permanece uma incógnita para a maioria dos
sistemas terrestres.
A abundância de detritos de origem animal está diretamente
ligada à biomassa de produtores destes. A maior comunidade de
mamíferos, por exemplo, está nas savanas africanas, o que,
presumivelmente, nos leva a supor que esse sistema apresenta
maior abundância de fezes e certamente de carcaças, para a
comunidade de insetos copro/necrófagos no planeta. Cambefort
(1984) estima que besouros detritívoros da subfamília Scarabaeinae
incorporam em torno de 1.000 kg/ha de fezes de herbívoros, por
ano, em áreas de savana do oeste da África.
Diante das dificuldades de ser avaliada a abundância de
detritos em um determinado ecossistema, muitos autores têm
lançado mão de maneiras indiretas de medição (BAILEY; PUTMAN,
2001; LAING, 2003) que associem a abundância de vertebrados,
por exemplo, à taxa de produção temporal de fezes e carcaças. A
abundância de populações de insetos carniceiros, por exemplo,
pode ser utilizada como indicativo de maior ou menor abundância
desse recurso no ambiente, em razão da dificuldade de se obter
medidas diretas.
A abundância de detritos pode variar tanto espacialmente
quanto temporalmente. Uma análise ampla desse tipo de recurso
alimentar para insetos evidencia desde níveis de fornecimento
contínuo em grande abundância (p. ex., folhas mortas em uma
floresta) até níveis de fornecimento extremamente pontual, ou seja,
efêmero (p. ex., carcaças e ovos em decomposição) (Figura 2).
Quanto à abundância espacial, podemos observar níveis de
distribuição homogênea no espaço físico até uma alta concentração
espacial, como ocorre com depósitos de fezes de vertebrados. As
variações espaciais e temporais na abundância de detritos podem
afetar substancialmente as populações de insetos que os utilizam, e
ter efeitos significativos no conjunto de adaptações que permitem a
utilização deste como recurso alimentar.
Figura 2. Padrões de
abundância/disponibilidade temporal
de detritos como recursos
alimentares para os insetos
detritívoros.
Disponibilidade de detritos
A abundância de um tipo de detrito em um ambiente, em um
período de tempo, pode ter ou não importância direta para os
organismos que utilizam esse recurso. O que importa é a
disponibilidade do detrito como recurso. Em outras palavras, o
quanto o detrito pode, efetivamente, ser utilizado pelos detritívoros.
Em geral, somente parte dos detritos produzidos e presentes em
uma área é efetivamente disponível aos detritívoros. Nesse
contexto, vários fatores atuam como “tradutores” (Figura 1) dos
detritos produzidos em alimento disponível aos detritívoros.
Características do ambiente biótico, os detritos, por si próprios,
e os detritívoros que estão usando os detritos podem contribuir para
“traduzir” a abundância do detrito no ambiente em disponibilidade
aos detritívoros. Nas seções a seguir serão tratados com mais
detalhes esses aspectos, mas, para ilustrar, podemos perceber que
a quantidade de celulose contida em matéria orgânica morta, em um
ambiente, pode ser elevada sem que isso represente,
necessariamente, disponibilidade elevada desse recurso alimentar
aos organismos detritívoros (BERRIE, 1975). A existência de
mutualistas intestinais que “traduzem” fibras de celulose em energia,
a ação de detritívoros de maior porte que escavam túneis em
troncos mortos e a própria natureza química da madeira podem,
efetivamente, tornar esse recurso alimentar disponível ou não a
insetos detritívoros celulolíticos (SMITH; DOUGLAS, 1987).
Fatores abióticos podem também ter grande importância na
disponibilidade de um detrito à comunidade de detritívoros. A
temperatura e a umidade do solo, por exemplo, podem alterar
rapidamente os aspectos nutricionais de um detrito, a ponto de
torná-lo inacessível à comunidade de detritívoros (SWIFT et al.,
1979; JURGENSEN et al., 2004).
O padrão de abundância temporal de um detrito pode também
afetar sua disponibilidade no tempo, havendo, nesse ponto, alto
grau de sinergismo entre esses dois aspectos do sistema de
recursos detritívoros. A abundância/disponibilidade de um detrito
pode seguir vários padrões temporais (Figura 2) que afetam a sua
utilização pelos insetos, como alimento, e o consequente
desenvolvimento de estratégias para se adequar a esses padrões.
Carcaças de grandes animais são um bom exemplo de detritos
que se tornam disponíveis rapidamente (poucas horas após a morte
do animal) e, à medida que são utilizados, tornam-se cada vez
menos disponíveis a vários grupos, em razão do acúmulo de
substâncias tóxicas, do consumo da matéria em si e de interações
competitivas que podem limitar a presença de alguns grupos de
organismos (PAYNE, 1965).
Alguns detritos podem aumentar vagarosamente sua
abundância/disponibilidade com o tempo. Troncos em
decomposição, por exemplo, tornam-se disponíveis para os
detritívoros, de maneira geral, quando a árvore cai no solo. Contudo,
sua disponibilidade como recurso alimentar aos insetos depende de
processos lentos de colonização por fungos, bactérias
decompositoras e insetos que escavam galerias (p. ex., Passalidae)
(JURGENSEN et al., 2004). Esse processo pode durar vários meses
ou até anos.
Fezes de mamíferos, carcaças de pequenos animais, corpos de
frutificação de fungos em decomposição, muitas vezes, estão
disponíveis aos detritívoros somente por períodos muito curtos de
tempo, sendo considerados como recursos efêmeros temporalmente
(HANSKI, 1987). Nesse caso, os recursos se comportam como
pulsos temporais, que exigem dos insetos uma série de adaptações
para o seu uso. Esses recursos geralmente apresentam
imprevisibilidade espacial e temporal de abundância e
disponibilidade (HANSKI, 1981).
Vários detritos podem se comportar como pulsos de recursos,
contudo com um diferencial significativo, que é a previsibilidade
sazonal de sua abundância/disponibilidade. Um bom exemplo desse
tipo de detrito são as frutas em decomposição que, geralmente,
estão associadas a um padrão sazonal de frutificação e a um
espaço territorial limitado ao tamanho da copa da árvore produtora
(MULLER-LANDAU; HARDESTY, 2005). O mesmo pode ser dito
para flores que, em alguns casos, representam também recursos
alimentares importantes para alguns detritívoros.
As folhas e os ramos de árvores apresentam um padrão
contínuo, eventualmente, sazonal, de fornecimento, o que faz da
serapilheira florestal (Figura 3) um dos recursos mais previsíveis
temporal/espacialmente à comunidade de detritívoros de um
ambiente florestal (AERTS; CALUWE, 1997; GONZÁLES;
SEASTEDT, 2001).
Figura 3. Inseto da família Passalidae em que são observados o
desenvolvimento da morfologia corpórea e as mandíbulas
adaptadas ao uso de troncos em decomposição como recurso
alimentar.
Foto: Júlio N. C. Louzada
Utilização de detritos
Os organismos usam uma parte dos recursos disponíveis para
atender suas demandas de energia para a reprodução, o uso do
espaço, o crescimento, etc. Uma variedade grande de fatores atua
como limitadores ao acesso aos recursos disponíveis (competição,
padrões de forrageamento, necessidades específicas, qualidade do
detrito como recurso alimentar, etc.). Esses aspectos podem alterar
os padrões de preferência alimentar e levar a especializações
extremas para o uso dos detritos disponíveis no ambiente.
Os insetos apresentam uma série de traçados morfológicos que
podem ser considerados adaptações ao consumo dos mais variados
tipos de detritos e, em sentido amplo, podem também limitar a
capacidade de consumir parte dos recursos disponíveis no
ambiente. Exemplo bastante ilustrativo são os coleópteros da família
Passalidae (Figura 4) que apresentam tanto morfologia corpórea
para viver no interior de galerias escavadas em troncos em
decomposição quanto mandíbulas altamente adaptadas à
maceração desse tipo de detrito.
Alocação de recursos
Os recursos adquiridos pelos detritívoros são alocados em uma
variedade de funções fisiológicas dentro do organismo, tais como o
metabolismo, o crescimento, a movimentação, a reprodução, etc.
Energia e nutrientes alocados para uma função estão
intrinsecamente indisponíveis para outras funções. Se os demais
componentes do sistema de recursos (Figura 1), onde o detritívoro
está inserido, limitam a disponibilidade de recursos para os
indivíduos ou restringem o seu uso, podem ocorrer diferenças nos
padrões de alocação individual dos nutrientes e da energia adquirida
pelo indivíduo, o que, em última análise, pode resultar em diferentes
performances individuais, com implicações para a adaptabilidade do
indivíduo (WIENS, 1984).
As funções fisiológicas que estão relacionadas à alocação de
recursos têm efeitos de retroalimentação no padrão de uso de
detritos e no comportamento de forrageamento dos indivíduos. Em
razão de representar, em termos práticos, a demanda energética
dos indivíduos, em cada etapa de sua vida, os padrões de alocação
de recursos vão variar de acordo com as demandas biológicas
intrínsecas à espécie (p. ex., fase reprodutiva e fase de crescimento
são intrinsecamente distintas em termos de alocação e de demanda
energética) e com as interações com o cenário ecológico onde o
indivíduo está inserido (p. ex., cenários competitivos ou de escassez
de recursos, ou de clima hostil, exigem também demandas distintas
de alocação energética). Assim, padrões de forrageamento,
especificidade alimentar, taxas reprodutivas e de dispersão de
organismos detritívoros podem estar refletindo o balanço energético
possível no ambiente, para atender ao mesmo tempo as demandas
intrínsecas e ecológicas da espécie. Eventualmente, a não
possibilidade de manter um balanço energético adequado pode
inviabilizar a ocorrência da espécie em um local.
Consequências populacionais e
comunitárias da utilização de detritos
A capacidade de indivíduos de sobreviver e de reproduzir pode
afetar os padrões populacionais e comunitários, pois afetam a
abundância de determinada espécie e a sua relação com as demais
espécies presentes na comunidade. O acesso a determinado
recurso pode contribuir para a maior capacidade de produzir novos
indivíduos, rapidamente, ou para acumular energia a ser direcionada
para eventos reprodutivos (BEGON et al., 2006).
A relação da comunidade de detritívoros com os detritos é dita
não interativa (MONRO, 1967), isso por que a utilização dos
detritos, por parte dos detritívoros, não afeta diretamente a taxa de
produção desse recurso pelo sistema como um todo. Essa relação
não interativa pode ser classificada como reativa, em que as
alterações na taxa de fornecimento do detrito são acompanhadas de
respostas populacionais por parte dos detritívoros, ou não reativa,
em que as alterações na taxa de fornecimento dos detritos não
afetam o status populacional do detritívoro (CAUGHLEY; LAWTON,
1981). São exemplos de sistemas reativos a interação entre moscas
necrófagas e o fornecimento de carcaças, e de coleópteros
consumidores de fungos em decomposição com o fornecimento de
fungos em uma floresta. A taxa de produção sazonal de serapilheira
afeta muito pouco a abundância de insetos consumidores de húmus
(fração parcialmente decomposta desta) que vivem no solo
imediatamente abaixo.
Populações que se comportam de maneira reativa ao
fornecimento de detritos apresentam, comumente, ciclos
populacionais caóticos e comunidades organizadas por dinâmicas
lotéricas de coexistência de competidores (ATINKSON;
SHORROCKS, 1981; HANSKI, 1981). Populações não reativas
comportam-se de maneira bastante previsível em termos de
flutuação populacional e são afetadas principalmente por fatores do
ambiente físico.
Em comunidades onde as espécies se relacionam com os
recursos alimentares de maneira não interativa, como no caso dos
insetos detritívoros, a influência da competição como fator
estruturador da comunidade e a estabilidade das populações vão
ser afetadas, principalmente, pela qualidade do detrito que a
espécie utiliza e pela sua imprevisibilidade espaço/temporal (Figura
5). Em populações que utilizam detritos de baixa qualidade
nutricional (ou inacessíveis) e com grande previsibilidade, tanto
espacial quanto temporal, existe a tendência de a competição ser
fator pouco importante na estruturação da comunidade e atuar de
maneira tênue como agente seletivo. Nesse caso, o contexto
ecológico/evolutivo das espécies está muito mais voltado para o
estabelecimento de estratégias para acessar a energia disponível no
detrito (ou incrementar sua qualidade nutricional) por meio de
parcerias mutualísticas, como é o caso de passalídeos (Figura 3).
Essa é a situação em que se encontra também a maioria das
espécies de cupins (SHELLMAN-REEVE, 1994), apesar de
existirem exceções (KORB; LINSENMAIR, 2001).
Thysanura
Lepismatidae 5
Orthoptera
Gryllidae 1
Cryptocericidae 1
Blattidae 1
Blaberidae 1
Isoptera
Mastotermitidae 1
Kalotermitidae 2
Hodotermitidae 1
Rhinotermitidae 6
Termitidae 8
Plecoptera
Pteronarcyidae 1
Coleoptera
Scarabaeidae 2
Buprestidae 6
Anobiidade 5
Coccinellidae 1
Cerambycidae 29
Curculionidae 1
Trichoptera
Limnephilidae 1
Diptera
Tipulidae 2
Hymenoptera
Siricidae 3
Fonte: Martin (1991).
Escarabeíneos de
Colonização e
Miíases, ovoviviparidade, horários de florestas tropicais,
utilização rápida dos
atividade, “endotermia” moscas
detritos
Sarcophagidade
Referências
ABO-KHATWA, N. Cellulase of fungus-growing termites: a new hypothesis on its origin.
Experientia, Basel, v. 34, p. 559-560, 1978.
AERTS, R.; DE CALUWE, H. Nutritional and mediated controls on leaf litter decomposition
species. Ecology, Washington, DC, v. 78, p. 244-60, 1997.
ANDERSON, J. M.; BIGNELL, D. E. Bacteria in the food, gut contents and feces of the
litter-feeding millipede, Glomeris marginata. Soil Biology & Biochemistry, Oxford, v. 12, p.
251-254, 1980.
ANDRESEN, E. Effects of dung presence, dung amount and secondary dispersal by dung
beetles on the fate of Micropholis guyanensis (Sapotaceae) seeds in Central Amazonia.
Journal of Tropical Ecology, Cambridge, v. 17, p. 61-78, 2001.
ANDRESEN, E.; LEVEY, D. J. Effects of dung and seed size on secondary dispersal, seed
predation, and seedling establishment of rain forest trees. Oecologia, Berlin, DE, v. 139, p.
45-54, 2004.
ARROW, G. J. The fauna of the British India, Ceylon and Burma. London, UK: Taylor
and Francis, 1931. 135 p.
ATKINSON, W. D.; SHORROCKS, B. Competition on a divided and ephemeral resource: a
simulation model. The Journal of Animal Ecology, Oxford, v. 50, p. 461-471, 1981.
BAILEY, R. E.; PUTMAN, R. J. Estimation of fallow deer Dama dama populations from
faecal accumulation. The Journal of Applied Ecology, Oxford, v. 18, p. 697-702, 1981.
BANG, H. S.; LEE, J. H.; KWON, O. S.; NA, Y. E.; JANG, Y. S.; KIM, W. H. Effects of
paracoprid dung beetles (Coleoptera: Scarabaeidae) on the growth of pasture herbage and
on the underlying soil. Applied soil ecology: a section of agriculture. Ecosystems &
Environment, Amsterdam, NL, v. 29, p. 165-171, 2005.
BAYON, C. Modifications ultrastructurales des parois végétales dans le tube digestif d’unc
larva xylophage Oryctes nasicornis (Coleoptera, Scarabaeidae): Rôle des bactkries.
Canadian Journal of Zoology, Ottawa, v. 59, p. 2020-2029, 1981.
BEGON, M.; THOWNSEND, C. R.; HARPER, J. L. Ecology: from individuals to
ecosystems. Oxford: Blackwell, 2006. 737 p.
BELLÉS, X.; FAVILA, M. E. Protection chimique du nid chez Canthon cyanellus cyanellus
Le Conte (Col. Scarabaeidae). Bulletin de la Société Entomologique de France, Paris,
FR, v. 88, p. 602-607, 1983.
BERGSTROM, R. C. Aphodius beetles as biological control agents of elk lungworm,
Dictyocaulus hadweni. Proceedings of the Entomological Society of Washington,
Washington, DC, v. 50, p. 236-239, 1983.
BERRIE, A. D. Detritus, micro-organisms and animals in fresh water. In: ANDERSON, J. M.;
MAC FADYEN, A. (Ed.). The role of terrestrial and aquatic organisms in
decomposition processes. Oxford: Blackwell, 1975. p. 323-338.
BIANCHIN, I.; HONER, M. R.; GOMES, A. Controle integrado da mosca-dos-chifres na
Região Centro-Oeste. Hora Veterinária, Porto Alegre, v. 11, p. 43-46, 1992.
BIGNELL, D. E. Relative assimilations of carbon-14-labeled microbial tissues and carbon-
14-labeled plant fiber ingested with leaf litter by the millipede Glomeris marginata under
experimental conditions. Soil Biology & Biochemistry, Oxford, v. 21, p. 819-828, 1989.
BIGNELL, D. E.; EGGLETON, P. Termites in ecosystems. In: ABE, T.; BIGNELL, D. E.;
HIGASHI, M. (Ed.). Termites: evolution, sociality, symbioses, ecology. Dordrecht: Kluwer
Academic, 2000. p. 363-387.
BISHOP, A. L.; McKENZIE, H. J.; SPOHR, L. J.; BARCHIA, I. M. Interactions between dung
beetles (Coleoptera: Scarabaeidae) and the arbovirus vector Culicoides brevitarsis Kieffer
(Diptera: Ceratopogonidae). The Australian Journal of Entomology, Canberra, v. 44, p.
89-96, 2005.
BREZNAK, J. A. Intestinal microbiota of termites and other xylophagous insects. Annual
Review of Microbiology, Palo Alto, v. 36, p. 323-343, 1982.
BRYAN, R. P. The effects of dung beetle, Onthophagus gazella, on the ecology of the
infective larvae of gastrointestinal nematodes of cattle. Australian Journal of Agricultural
Research, Melbourne, v. 27, p. 567-574, 1976.
BRYAN, R. P. The effects of dung beetles activity on the numbers of parasitic
gastrointestinal helmintic larvae recovered from pasture samples. Australian Journal of
Agricultural Research, Melbourne, v. 24, p. 161-168, 1973.
BYFORD, R. L.; CRAIG, M. E.; CROSBY, B. L. A review of ectoparasites and their effect on
cattle production. Journal of Animal Science, Savoy, v. 70, p. 597-602, 1992.
CAMBEFORT, Y. Etude écologique des Coléoptères Scarabaeidae de Cöte d’Ivore.
Travaux des Chercheurs de la Station de Lamto, Côte d‘Ivoire, v. 3, n. 1, 33 p., 1984.
CAMBEFORT, Y. From saprophagy to coprophagy. In: HANSKI, I.; CAMBEFORT, Y. (Ed.).
Dung beetle ecology. Princeton: Princeton University, 1991. p. 22-35.
CAUGLEY, G.; LAWTON, J. H. Plant-herbivore systems. In: MAY, R. M. (Ed.). Theoretical
ecology. Oxford: Blakwell, 1981. p. 132-166.
CHAMBERS, J. C.; MAC MAHON, J. A. A day in the life of a seed: movements and fates of
seeds and their implications for natural and managed systems. Annual Review of
Ecology, and Systematics, Palo Alto, v. 25, p. 263-293, 1994.
CLEVELAND, L. R. The physiology and symbiotic relationships between the intestinal
protozoa of termites and their host, with special reference to Zeticulitermes laves Kollar.
The Biological Bulletin, Lancaster, v. 46, p. 117-227, 1924.
COMMON, I. F. B.; HORAK, M. Four new species of Telanepsia Turner (Lepidoptera:
Oecophorideae) with larvae feeding on koala and possum scats. Invertebrated Taxonomy,
Melbourne, v. 8, p. 809-828, 1994.
COUGHLAN, M. P.; LJUNGDAHL, L. G. Comparative biochemistry of fungal and bacterial
cellulolytic enzyme systems. In: AUBERT, J. P.; BEGUIN, P.; MILLET, J. (Ed.).
Biochemistry and energetics of cellulose degradation. London, UK: Academic, 1988. p.
11-30.
CRAGG, J. B. The olfactory behaviour of Lucillia species (Diptera) under natural conditions.
Annals of Applied Biology, London, UK, v. 44, p. 467-477, 1956.
CRUDEN, D. L.; MARKOVETZ. A. J. Carboxymethylcellulose decomposition by intestinal
bacteria of cockroaches. Applied and Environmental Microbiology, Washington, DC, v.
38, p. 368-372, 1979.
EDWARDS, P. B.; ASCHENBORN, H. H. Patterns of nesting and dung burial in Onitis dung
beetles: implications for pasture productivity and fly control. The Journal of Applied
Ecology, Oxford, v. 24, p. 837-851, 1987.
FINCHER, G. T. Dung beetles as biological control agents for gastrointestinal parasites of
livestock. The Journal of Parasitology, Lawrence, v. 59, p. 396-399, 1973.
FINDLAY, S. E. G. Effect of detrital nutritional quality on population dynamics of a marine
nematode (Diplomella chitwoodi). Marine Biology, Berlin, DE, v. 68, p. 223-227, 1982.
FORGET, P. M.; LAMBERT, J. E.; HULME, P. E.; WALL, S. B. V. Seed fate: predation,
dispersal and seedling establishment. Oxfordshire: Cabi, 2004. 432 p.
FRANKLIN, J. F.; SHUGART, H. H.; HARMON, M. E. Tree death as an ecological process.
BioScience, Washington, DC, v. 37, p. 550-556, 1987.
GALBIATI, C.; BENSI, C.; CONCEIÇÃO, C. H. C.; FLORCOVSKI, J. L.; CALAFIORI, M. H.;
TOBIAS, A. C. T. Estudo comparativo entre besouros do esterco Dichotomius analypticus
(Mann, 1829). Ecossistema, Espírito Santo do Pinhal, v. 20, p. 109-118, 1995.
GONZÁLEZ, G.; SEASTEDT, T. R. Soil fauna and plant litter decomposition in tropical and
subalpine forests. Ecology, Washington, DC, v. 82, p. 955-964, 2001.
GORMALLY, M. J. The effect of dung beetle activity on the discharge of Pilobus sporangia
in cattle faeces. Medical and Veterinary Entomology, Oxford, v. 7, p. 197-198, 1993.
GROVE, S. J. Impacts of forest management on saproxylic beetles in the Australian
lowland tropics and the development of appropriate indicators of sustainable forest
management. 2000. 182 p. Thesis (Ph. D.) – James Cook University, Queensland.
HALFFTER, G.; EDMONDS, W. D. The nesting behavior of dung beetles
(Scarabaeinae): an ecological and evolutive approach. Mexico, DF: Instituto de
Ecología, 1982. 242 p.
HANSKI, I. Exploitative competition in transient habitat patches. In: CHAPMAN, D. G.;
GALLUCCI, V. F. (Ed.). Quantitative population dynamics. Fairland: International
Cooperative Publishing House, 1981. p. 25-38. (Statistical Ecology Series, 13).
HANSKI, I. Nutritional ecology of dung and carrion feeding insects. In: SLANSKY, F.;
RODRIGUEZ, J. G. (Ed.). Nutritional ecology of insects, mites, spiders, and related
invertebrates. New York: J. Wiley, 1987. p. 837-885.
HARGRAVE, B. T. The central role of invertebrate faeces in sediment decomposition. In:
ANDERSON, J. M.; MAC FAYDEN, A. (Ed.). The role of terrestrial and aquatic
organisms in decomposition processes. Oxford: Blackwell, 1975. p. 301-320.
HARMON, M. E.; FRANKLIN, J. F.; SWANSON, F. J.; SOLLINS, P.; GREGORY, S. V.;
LATTIN, J. D.; ANDERSON, N. H.; CLINE, S. P.; AUMEN, N. G.; SEDELL, J. R.;
LIENKAEMPER, G. W.; CROMACK, K.; CUMMINS, K. W. Ecology of coarse woody debris
in temperate ecosystems. Advances in Ecological Research, London, UK, v. 15, p. 133-
302, 1986.
HASSALL, M.; RUSHTON, S. P. The adaptive significance of coprophagous behavior in the
terrestrial isopod Porcellio scaber. Pedobiologia, Jena, v. 28, p. 169-175, 1985.
HOWE, H. F.; SMALLWOOD, J. The ecology of seed dispersal. Annual Review of Ecology
and Systematics, Palo Alto, v. 13, p. 210-223, 1982.
INESON, P.; ANDERSON, J. M. Aerobically isolated bacteria associated with the gut and
faeces of litter-feeding macroarthropods Oniscus asellus and Glomeris marginata. Soil
Biology & Biochemistry, Oxford, v. 17, p. 843-849, 1985.
JOHNSON, D. H. A comparison of usage and availability measurements for avaluating
resource preference. Ecology, Washington, DC, v. 61, p. 65-71, 1980.
JORDANO, P. Fruits and frugivory. In: FENNER, M. (Ed.). Seeds: the ecology of
regeneration in plant communities. Wallingford: Cabi, 1992. p. 125-165.
JURGENSEN, M.; LAKS, P.; REED, D.; COLLINS, A.; PAGE-DUMROESE, D.;
CRAWFORD, D. Chemical, physical and biological factors affecting wood
decomposition in forest soils. Stockholm: IRG Secretariat, 2004. 14 p. (IRG. Documents
Series).
KABIR, S. M. H.; HOWLADER, J. A.; BEGUM, J. Effect of dung beetle activities on the
growth and yield of wheat plants. Bangladesh Journal of Agricultural, Bangladesh, v.
10, p. 49-55, 1985.
KEY, R. What are saproxylic invertebrates? In: KIRBY, K. J.; DRAKE, C. M. (Ed.). Dead
wood matters: the ecology and conservation of saproxylic invertebrates in Britain.
Peterborough: English Nature, 1993. p. 5-6. (English Nature Science, 7).
KORB, J.; LINSENMAIR, K. E. Resource availability and distribution patterns, indicators of
competition between Macrotermes bellicosus and other macro-detritivores in the Comoé
National Park, Côte d’Ivoire. African Journal of Ecology, Oxford, v. 39, p. 257-265, 2001.
KUKOR, J. J.; COWAN, D. P.; MARTIN, M. M. The role of ingested fungal enzymes in
cellulose digestion in larvae of cerambycid beetles. Physiological Zoology, Chicago, v. 61,
p. 364-371, 1988.
KUKOR, J. J.; MARTIN, M. M. Acquisition of digestive enzymes by siricid woodwasps from
their fungal symbiont. Science, London, UK, v. 220, p. 1161-1163, 1983.
KUKOR, J. J.; MARTIN, M. M. Cellulose digestion in Monochamus marmorator Kby.
(Coleoptera: Cerambycidae): The role of acquired fungal enzymes. Journal of Chemical
Ecology, London, UK, v. 12, p. 1057-1070, 1986.
LAING, S. E.; BUCKLAND, S. T.; BURN, R. W.; LAMBIE, D.; AMPHLETT, A. Dung and nest
surveys: estimating decay rates. The Journal of Applied Ecology, Oxford, v. 40, p. 1.102-
1.111, 2003.
LAVELLE, P.; LATTAUD, C.; TRIGI, D.; BAROIS, I. Mutualism and biodiversity in soils.
Plant and Soil, The Hague, v. 170, p. 23-33, 1995.
LESCHINE, S. B. Cellulose degradation in anaerobic environments. Annual Review of
Microbiology, Palo Alto, v. 49, p. 399-426, 1995.
LINCOLN, D. E.; NEWTON, T. S.; EHRICH, P. R.; WILLIAMS, K. S. Coevolution of the
checkerspot butterfly Euphydryas clarcedona and its larval food plant Diplanscus
aurantiacus: Larval response to protein and leaf resin. Oecologia, Berlin, v. 52, p. 216-223,
1982.
LINDQUIST, A. Amounts of dung buried and soil excavated by certain Coprini
(Scarabaeidae). Journal of the Kansas Entomological Society, Lawrence, v. 6, p. 109-
125, 1933.
LODHA, B. C. Decomposition of digested litter. In: DICKINSON, C. H.; PUGH, G. J. P. (Ed.).
Biology of plant litter decomposition. London, UK: Academic, 1974. p. 213-241.
MAC QUEEN, A.; BEIRNE, B. Dung beetle activity and fly control potential of Onthophagus
nuchicornis (Coleoptera: Scarabaeinae) in British Columbia. The Canadian Entomologist,
Ottawa, v. 107, p. 1.215-1.220, 1975.
MARCHIORI, C. H.; CASTRO, M. E. V.; PAIVA, T. C. G. Dípteros muscóides de importância
médica e veterinária e seus parasitoides em Goiás. Arquivo Brasileiro de Medicina
Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v. 52, p. 350-353, 2000.
MARTIN, M. M. The evolution of cellulose digestion in insects. Philosophical Transactions
of the Royal Society of London. Biological Sciences, Series B, London, UK, v. 333, p.
281-288, 1991.
MARTIN, M. M.; KUKOR, J. J. Role of mycophagy and bacteriophagy in invertebrate
nutrition. In: KLUG, M. J.; REDDY, C. A. (Ed.). Current perspectives in microbial
ecology. Washington, DC: American Society for Microbiology, 1984. p. 257-263.
MARTIN, M. M.; MARTIN, J. S. Cellulose digestion in the midgut of the fungus-growing
termite Macrotermes natalensis: The role of acquired digestive enzymes. Science, New
York, v. 199, p. 1453-1455, 1978.
MATHISON, B.; DITRICH, O. The fate of Cryptosporidium parvum oocysts ingested by
dung beetles and their possible role in the dissemination of cryptosporidosis. The Journal
of Parasitology, Lawrence, v. 85, p. 687-681, 1999.
McBRAYER, J. F. Exploitation of deciduous leaf litter by Apheloria montana (Diplopoda:
Eurydesmidae). Pedobiologia, Jena, v. 13, p. 90-98, 1973.
MILLER, A. Dung Beetles (Coleoptera, Scarabaeidae) and other insects in relation to
human feces in a hookworm area of southern Georgia. American Journal of Tropical
Medicine and Hygiene, Lawrence, v. 3, p. 372-389, 1954.
MILLER, A. The mouthparts and digestive tract of adult dung beetles (Coleoptera:
Scarabeidae) with reference to the ingestion of helminth eggs. The Journal of
Parasitology, Lawrence, v. 47, p. 735-744, 1961.
MITTAL, I. Natural manuring and soil conditioning by dung beetles. Journal of Tropical
Ecology, Cambridge, v. 34, p. 150-159, 1993.
MONRO, J. The explotation and conservation of resources by populations of insects.
Journal of Animal Ecology, London, UK, v. 36, p. 531-547, 1967.
MULLER-LANDAU, H. C.; HARDESTY, B. D. Seed dispersal of woody plants in tropical
forests: concepts, examples, and future directions. In: BURSLEM, D. F. R. P.; PINARD, M.
A.; HARTLEY, S. (Ed.). Biotic interactions in the tropics. Cambridge: Cambridge
University, 2005. p. 435-456.
NALEPA, C. A.; BIGNELL, D. E.; BANDI, C. Detritivory, coprophagy, and the evolution of
digestive mutualisms in Dictyoptera. Insectes Sociaux, Paris, FR, v. 48, p. 194-201, 2001.
NDRESEN, E. Seed dispersal by monkeys and the fate of dispersed seeds in a Peruvian
rain forest. Biotropica, Zurich, v. 31, p. 145-158, 1999.
NIWA, C. G.; PECK, R. W.; TORGERSEN, T. R. Soil, litter, and coarse woody debris
habitats for arthropods in Eastern Oregon and Washington. Northwest Science: Official
Publication of the Northwest Scientific Association, Pullman, v. 75, p. 141-148, 2001.
O’BRIEN, R. W.; SLAYTOR, M. Role of microorganisms in the metabolism of termites.
Australian Journal of Biological Sciences, Melbourne, v. 35, p. 239-262, 1982.
PAYNE, J. A. A summer carrion study of the baby pig (Sus scrofa). Ecology, Washington,
DC, v. 46, p. 592-602, 1965.
RIDSDILL-SMITH, J.; HAYLES, L. Stages of bush fly, Musca vetustissima (Diptera:
Muscidae), killed by scarabaeine dung beetles (Coleoptera: Scarabaeidae) in unfavourable
cattle dung. Bulletin of Entomological Research, London, UK, v. 80, p. 473-478, 1990.
RIDSDILL-SMITH, T. J. Some effects of three species of dung beetles (Coleoptera:
Scarabaeidae) in south-western Australia on the survival of the bush fly, Musca
vetustissima Walker (Diptera: Muscidae), in dung pads. Bulletin of Entomological
Research, London, UK, v. 71, p. 425-433, 1981.
RIDSDILL-SMITH, T. J.; HAYLES, L.; PALMER, M. L. Competition between the bush fly and
dung beetles in dung of differeing characteristics. Entomologia Experimentalis et
Applicata, Dordrecht, v. 41, p. 83-90, 1986.
RIDSDILL-SMITH, T. J.; MATTHIESSEN, J. N. Field assessments of the impact of night-
flying dung beetles (Coleoptera: Scarabaeidae) on the bush fly, Musca vetustissima Walker
(Diptera: Muscidae), in south-western Australia. Bulletin of Entomological Research,
London, UK, v. 74, p. 191-195, 1984.
RIDSDILL-SMITH, T.; HAYLES, L. Mortality of eggs and larvae of the bush fly Musca
vetustissima Walker (Diptera: Muscidae), caused by Scarabaeine dung beetles (Coleoptera:
Scarabaeidae) in favourable cattle dung. Bulletin of Entomological Research, London,
UK, v. 77, p. 731-736, 1987.
RIDSDIL-SMITH, T. J. Asymmetric competition in cattle dung between two species of
Onthophagus dung beetle and the bush fly, Musca vetustissima. Ecological Entomology,
Oxford, v. 18, p. 241-246, 1993.
ROULAND, C.; CIVAS, A.; RERIOUX, J.; PATEK, F. Synergistic activities of the enzymes
involved in cellulose degradation, purified from Macrotermes mulleri and from its symbiotic
fungus Termitomyces sp. Comparative Biochemistry and Physiology, London, UK, v.
91B, p. 459-465, 1988.
SCRIVENER, A. M.; SLAYTOR, M.; ROSE, H. A. Symbiont-independent digestion of
cellulose and starch in Panesthia cribrata Saussure, an Australian wood-eating cockroach.
Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 35, p. 935-941, 1989.
SHEAR, W. A.; SELDEN, P. A. Rustling in the undergrowth: animals in early terrestrial
ecosystems. In: GENSEL, P. G.; EDWARDS, D. (Ed.). Plants invade the land: evolutionary
and environmental perspectives. New York: Columbia University, 2001. p. 29-51.
SHELLMAN-REEVE, J. Limited nutrients in a dampwood termite: nest preference,
competition and cooperative nest defense. The Journal of Animal Ecology, Oxford, v. 63,
p. 921-932, 1994.
SHEPHERD, V. E.; CHAPMAN, C. A. Dung beetles as secondary seed dispersers: impact
on seed predation and germination. Journal of Tropical Ecology, Cambridge, v. 14, p.
199-215, 1998.
SHUBECK, P. P. Do diurnal carrion beetles use sight, as an aid of olfaction, in locating
carrion? Journal of the New York Entomological Society, New York, v. 76, p. 253-265,
1975.
SMITH, D. C.; DOUGLAS, A. E. The biology of symbiosis. London, UK: Edward Arnold,
1987. 302 p.
SPEIGHT, M. C. D. Life in dead trees: A neglected part of Europe’s wildlife heritage.
Environmental Conservation, Switzerland, v. 16, p. 354-356, 1989.
STEVENSON, B. G.; DINDAL, D. L. Functional ecology of coprophagous insects: a review.
Pedobiologia, London, UK, v. 30, p. 285-298, 1987.
SWIFT, M. J.; HEAL, O. W.; ANDERSON, J. M. Decomposition in terrestrial
ecosystems. Berkeley: University of California, 1979. 372 p.
TENORE, K. R. Growth of Capitella capitata cultured on various levels of detritus derived
from different sources. Limnology and Oceanography, Lawrence, v. 22, p. 936-941, 1977.
TENORE, K. R. Organic nitrogen and calorie content of detritus. I. Utilization by the deposit-
feeding polychaete, Capitella capitata. Estuarine, Coastal and Shelf Science, London,
UK, v, 12, p. 39-47, 1981.
TILMAN, D. Resource competition and community structure. Princeton: Princeton
University, 1982. 207 p.
VALIELA, I.; KOUMJIAN, L.; SWAIN, T.; TEAL, J. M.; HOBBIE, J. E. Cinnamic acid
inhibition of detritus-feeding. Nature, London, UK, v. 280, p. 55-57, 1979.
VALIELA, I.; RITSMA, C. S. Nitrogen, phenolic acids, and other feeding cues for salt marsh
detritivores. Oecologia, Berlin, DE, v. 63, p. 350-360, 1984.
VITOUSEK, P. Nutrient cycling and nutrient use efficiency. The American Naturalist,
Chicago, v. 119, p. 553-572, 1982.
WALLACE, M. M. H.; TYNDALE-BISCOE, M. Attempts to measure the influence of dung
beetles (Coleoptera, Scarabaeidae) on the field mortality of bush fly Musca vetustissima
Walker (Diptera, Muscidae) in southwestern Australia. Bulletin of Entomological
Research, London, UK, v. 73, p. 33-44, 1983.
WARD, G. M.; CUMMINS, K. W. Effects of food qualiy on growth of a stream detritivore,
Paratentdipes bimanus (Meigen) (Diptera: Chironomidae). Ecology, Washington, DC, v. 60,
p. 57-63, 1979.
WEBB, C. O.; PEART, D. R. High seed dispersal rates in faunally intact tropical rain forest:
theoretical and conservation implications. Ecology Letters, Oxford, v. 4, p. 491-499, 2001.
WEBB, D. P. Regulation of deciduous forest litter decomposition by soil arthropod feces. In:
MATTSON, W. J. (Ed.). The role of arthropods in forest ecosystems New York: Springer-
Verlag, 1976. p. 57-69.
WHITE, T. C. R. The inadequate environment: nitrogen and the abundance of animals.
Berlin: Springer-Verlag, 1993. 425 p.
WIENS, J. A. Resource systems, populations, and communities. In: PRICE, P. W.;
SLOBODCHIKOFF, C. N.; GAND, W. S. (Ed.). A new ecology: novel approaches to
interactive systems. New York: J. Wiley, 1984. p. 397-436.
WILLSON, M. F.; RICE, B. L.; WESTOBY, M. Seed dispersal spectra - a comparison of
temperate plant communities. Journal of Vegetation Science: Official Organ of the
International Association for Vegetation Science, Knivsta, v. 1, p. 547-562, 1990.
WOOD, T. G. The role of termites (Isoptera) in decomposition processes. In: ANDERSON,
J. M. (Ed.). The role of terrestrial and aquatic organisms in decomposition processes.
Oxford: Blackwell, 1976. p. 145-168.
YOUNG, O. P. Perching behavior of Canthon viridis (Coleoptera, Scarabaeinae) in
Maryland, USA. Journal of the New York Entomological Society, Lawrence, v. 90, p.
161-165, 1982.
Capítulo 17
Insetos-praga de grãos armazenados
Sonia M. N. Lazzari
Flavio A. Lazzari
Introdução
A composição química e a qualidade nutricional dos grãos e das
sementes não mudam substancialmente durante o armazenamento, de
forma que os insetos de grãos armazenados têm um alimento estável,
sem grandes alterações em sua composição nutricional ao longo do
tempo. Apesar de os requisitos nutricionais dos insetos de produtos
armazenados serem semelhantes aos de outras espécies fitófagas,
eles manifestam habilidade, quase que exclusiva, de crescerem e se
reproduzirem em alimentos relativamente secos. Estudos mais antigos
indicavam que esses insetos utilizavam água metabólica para o seu
desenvolvimento nesse ambiente seco (BABCOCK, 1912, citado por
BAKER; LOSCHIAVO, 1987; FRAENKEL; BLEWETT, 1944). Estudos
posteriores, porém, mostram que a difusão passiva de vapor de água é
também fonte importante de água para insetos de produtos
armazenados (ARLIAN, 1979; ARLIAN; VESELICA, 1979). A grande
disponibilidade de alimento combinada com as condições abióticas de
temperatura e de umidade relativa favorecem a distribuição e o
crescimento populacional desses insetos. As respostas fisiológicas e
comportamentais das espécies ao alimento e às condições prevalentes
bem como as mudanças no ambiente de armazenamento constituem a
bioecologia e a nutrição (ecologia nutricional) dos insetos, tratadas
neste capítulo, enfocando, principalmente, nas espécies que se
alimentam de grãos e de seus subprodutos.
Aproximadamente, 130 espécies de insetos são registradas em
produtos armazenados na América do Norte (SINHA, 1995;
LOSCHIAVO; OKAMURA, 1979; BARAK; HAREIN, 1981). No Brasil,
não há levantamento preciso, mas, como a maioria das espécies de
insetos de produtos armazenados é cosmopolita em razão do
transporte internacional de grãos e do ambiente favorável do
armazenamento, considera-se que estejam igualmente presentes nos
armazéns do País. As principais pragas de produtos armazenados
pertencem às ordens Coleoptera e Lepidoptera, porém, algumas
espécies de Psocoptera, Hymenoptera, Hemiptera e Diptera e de
ácaros (Acarina) também aparecem associadas ao ambiente de
armazenamento.
Os insetos apresentam, qualitativamente, os mesmos requisitos
nutricionais que os demais animais, por isso competem, ao longo de
toda a cadeia produtiva, com o alimento que é produzido pelo homem.
Durante o armazenamento, em razão da grande disponibilidade de
alimento e da proteção conferida pelo ambiente, os insetos podem
elevar consideravelmente suas populações e causar prejuízos
consideráveis. Para promover seu controle, é indispensável conhecer
sua biologia e seu comportamento, bem como os fatores que
favorecem ou suprimem o desenvolvimento de suas populações. No
contexto deste livro, salienta-se a importância de conhecer o
comportamento alimentar, a fisiologia e as estratégias de sobrevivência
adotadas pelas espécies de insetos presentes no ambiente de
armazenamento.
A importância do armazenamento de
grãos
Com a população do planeta alcançando 8,3 bilhões de pessoas
em 2030 (FAO, 2007), a dependência de grãos e sementes de cereais,
e de oleaginosas será cada vez maior, não somente para o consumo
humano, mas também para a ração animal e como fonte alternativa de
energia na produção de etanol e de biodiesel.
O armazenamento da produção agrícola tem como objetivo manter
a qualidade e a quantidade de sementes e/ou grãos até o momento de
seu uso e/ou consumo, e também equilibrar as flutuações dos estoques
entre as colheitas, evitando, assim, a escassez de alimentos ou de
sementes. Entretanto, perdas qualitativas e quantitativas podem
ocorrer. A magnitude das perdas quantitativas é muito variável e, em
casos mais graves, 100% dos grãos ou das sementes podem ser
perdidos. As perdas qualitativas são mais difíceis de avaliar e
consistem na redução do vigor e da germinação, alterações na
aparência física (descolorações, manchas), perdas nutricionais,
presença de insetos, ácaros e seus fragmentos, infecção por fungos e
contaminação por micotoxinas, outras impurezas e matérias estranhas
(LAZZARI, 1997).
As perdas na pós-colheita são expressas como perda de massa
seca e nutricional. Em regiões tropicais, a perda de peso e a
deterioração de produtos são maiores e mais graves do que em regiões
temperadas, especialmente para a agricultura de subsistência. É difícil
obter um valor preciso das perdas no armazenamento atribuídas
somente aos insetos, mas estima-se que a perda total (insetos,
roedores, quebra técnica e outras causas) seja da ordem de 3% a 10%
do volume armazenado.
Silva et al. (2003) modelaram as perdas causadas por Sitophilus
zeamais Motschulsky (Coleoptera: Curculionidae) e Rhyzopertha
dominica (F.) (Coleoptera: Bostrichidae) e determinaram que são
necessários 180 kg-1 adultos de S. zeamais para causar 1,5% de grãos
danificados (acima desse valor o lote de grãos é considerado abaixo do
padrão), umedecer o grão em 0,13%, reduzir o peso hectolítrico em 0,4
kg hL-1 e causar uma perda de matéria seca de 0,7%. R. dominica é,
comparativamente, mais prejudicial, pois a presença de 64 insetos kg-1
resulta em 1,5% de grãos danificados, umedecimento de 0,07%,
redução de 0,5 kg hL-1 no peso hectolítrico e 0,5% de perda de matéria
seca. O nível do dano econômico para insetos de produtos
armazenados é difícil de ser estabelecido, mas foi estimado, para o
trigo, em 0,18 insetos por kg-1 de grão, considerando a redução da
massa dos grãos, do peso hectolítrico e do valor de mercado do trigo.
Dessa forma, faz-se necessário o estudo dos fatores que causam
as perdas no setor de armazenagem, entre os quais se destacam os
insetos, os ácaros e os fungos. À medida que as populações de insetos
aumentam, a qualidade do grão diminui por causa do aumento da
acidez do óleo, bem como são reduzidas a viabilidade e a germinação
das sementes (SINHA, 1983). Infestações pesadas de insetos podem
reduzir o teor de proteína (GIRISH et al., 1975) e de aminoácidos
(RAJAN et al., 1975, citados por BAKER; LOSCHIAVO, 1987), além de
afetar a palatabilidade do grão (KHARE et al., 1974). A presença de
insetos, fragmentos e excretas nos produtos industrializados resulta na
perda de qualidade e em rejeição do produto. Ladisch et al. (1968)
relacionaram a presença de quinonas secretadas por espécies de
Tribolium (Coleoptera: Tenebrionidae), ligadas a proteínas da farinha,
com carcinomas em ratos. Estudos recentes mostraram que os insetos
de grãos podem abrigar bactérias enterocócicas resistentes a
antibióticos, que são potencialmente virulentas quando presentes nos
grãos e em seus subprodutos (LAKSHMIKANTHA et al., 2006).
O ambiente de armazenamento
É importante considerar o ambiente de armazenagem como um
sistema ecológico completo e complexo, onde diversos organismos
presentes – basicamente o grão, insetos, fungos e ácaros –
estabelecem interações estreitas entre si e o ambiente. Há grande
disponibilidade de alimentos tanto no aspecto quantitativo quanto no
qualitativo para o desenvolvimento desses organismos. Além disso, os
fatores abióticos e a ausência de agentes reguladores são, geralmente,
favoráveis para que insetos, fungos e ácaros expressem todo seu
potencial biótico.
Os elementos que compõem o ecossistema de armazenagem de
grãos são: a estrutura de armazenamento, principalmente o tamanho e
o tipo da construção, silo ou armazém graneleiro; as condições
ambientais, sobretudo, a temperatura e a umidade relativa; a condição
do grão: teor de umidade ou conteúdo de água, safra nova ou velha,
quantidade de impurezas e matérias estranhas, grãos quebrados;
organismos presentes na massa de grãos: insetos, fungos, ácaros,
inimigos naturais; e o tipo de manejo e as medidas de controle
adotadas (SINHA, 1995).
O tipo de estrutura do armazenamento tem grande influência nos
aspectos ecológicos da massa de grãos e, principalmente, nas práticas
de manejo que podem ser implementadas visando alterar algum
aspecto favorável ao desenvolvimento de insetos e fungos e,
indiretamente, manter a qualidade do produto armazenado por longos
períodos. Dos fatores ambientais, a umidade relativa do ar e a
temperatura são os mais relevantes, já que a massa de grãos terá uma
umidade de equilíbrio que será o resultado da temperatura e da
umidade relativa do ambiente externo. O teor de umidade da massa de
grãos deve ser mantido a um nível baixo e seguro o suficiente para
evitar o desenvolvimento de fungos e de insetos. Esses organismos
requerem uma umidade relativa mínima para seus processos
metabólicos, pois as enzimas são inibidas e até destruídas quando o
conteúdo disponível de água nos grãos está abaixo de 10% (base
úmida). A umidade do grão ou da semente, chamado de teor de
umidade (TU%), é expressa em base úmida (bu) e medida em
amostras consideradas representativas, retiradas da massa de grãos
ou de sementes. Segundo Baker e Loschiavo (1987), o teor de
umidade dos produtos armazenados depende da temperatura, do tipo
de grão ou do produto e, principalmente, da umidade relativa de
equilíbrio (UR). Para o grão de trigo inteiro e a farinha de trigo, o teor
de umidade de 12% a 18% é obtido em equilíbrio com uma UR de 40%
a 80%. Grãos de cereais com teor de umidade abaixo de 12% são
considerados secos; já os teores de umidade acima de 15% favorecem
o crescimento de microrganismos.
A remoção da água livre presente no grão é feita por meio de
secadores, e cada tipo de grão de cereal ou de oleaginosa tem uma
umidade ideal de armazenamento. Quando a umidade do grão é
mantida abaixo de uma faixa considerada segura, é possível conservá-
lo estocado por longos períodos de tempo, sem o desenvolvimento das
populações de insetos e de fungos de armazenamento, como
exemplificado para o caso do milho na Tabela 1.
Tabela 1. Teor máximo de umidade
(TU%) para milho em grão, conforme
o período de armazenagem, a 75%
de umidade relativa do ar e 25 °C de
temperatura ambiente.
Tempo TU (%)
Até 6 meses 14,0
De 6 a 12 meses 13,0
Desinfestação de grãos
Letal Acima de 60 Morte em segundos
com calor
50 a 60 Morte em minutos Tratamento estrutural
43 a 46 Morte em horas Quarentena de perecíveis
Desenvolvimento
Ótima 25 a 33
máximo
Desenvolvimento
Subótima 18 a 21
reduzido
Morte rápida,
Rápida desinfestação de
Letal -16 a -22 congelamento dos
commodities duráveis
tecidos
Fonte: Fields (1992).
Danos
Os danos diretos de insetos nos grãos armazenados resultam,
basicamente, da atividade de alimentação das larvas e/ou adultos, que
podem consumir o endosperma e/ou o embrião (germe) de grãos
íntegros ou quebrados ou, ainda, de seus subprodutos, como as
farinhas, resultando em perdas qualitativa (nutricional) e quantitativa de
matéria seca. Quando se alimentam da semente, podem provocar
perda de germinação e/ou vigor. Os danos indiretos são a
contaminação com insetos vivos ou mortos, as exúvias, as fezes, as
teias, os fragmentos e outros resíduos que podem resultar em perda de
qualidade e em redução do padrão comercial. Além disso, podem, em
decorrência de sua atividade biológica, gerar calor e aumentar a
umidade, formando “bolsões de calor” que favorecem o aumento das
infestações por outros insetos e o desenvolvimento de fungos e outros
microrganismos, causando deterioração do grão e aumentando o risco
de combustão espontânea.
A espécie R. dominica é considerada a praga mais séria em
cereais armazenados no Brasil, especialmente o trigo. A exemplo do
que ocorre na Argentina, R. dominica também vem causando prejuízos
nos estoques de milho e de arroz no Brasil (Figura 1). É uma espécie
muito voraz e sua presença é caracterizada pela grande quantidade de
pó farináceo que deixa no processo de alimentação, misturado com
material fecal e com cheiro adocicado.
Características do alimento e da
nutrição
No ambiente de armazenamento, o desenvolvimento das
populações de insetos não é limitado pela qualidade ou quantidade de
alimento, já que este é abundante, e tanto grãos de cereais quanto de
oleaginosas apresentam composição que atende aos requisitos
nutricionais dos insetos. O principal fator limitante é o baixo teor de
umidade dos grãos e a baixa umidade relativa do ar.
De acordo com Hill (1990), a taxa de desenvolvimento das pragas
de armazenamento é mediada pelo efeito da temperatura, da umidade
relativa e/ou do teor de água do alimento e do valor nutritivo da dieta.
As preferências de dieta nem sempre são facilmente estabelecidas,
pois muitas espécies podem sobreviver em uma variedade de
alimentos, mas apresentar desempenho melhor e reproduzir somente
em poucos alimentos. Em alimentos menos adequados, a reprodução
pode ocorrer, mas o tempo de desenvolvimento das formas imaturas
será mais longo e com mortalidade elevada. Sob qualquer condição,
sempre haverá mortalidade natural de ovos, larvas, pupas e adultos,
mas sob condições ótimas a mortalidade natural é baixa, de 1% a 2%.
Em condições subótimas ou mais extremas de temperatura, com
umidade extremamente baixa ou dieta qualitativa ou quantitativamente
inadequada, as taxas de mortalidade podem atingir de 50% a 70% em
cada ínstar. Assim, a distribuição das espécies-praga é, geralmente, o
resultado da combinação das condições ambientais ou do microclima,
da disponibilidade e da qualidade do alimento, e da competição natural
em diversos níveis, de forma que determinada espécie pode ser
abundante em condições que não sejam totalmente ótimas.
Grãos diferentes e diferentes partes do grão ou semente variam
quanto à composição e à qualidade nutricional. Por exemplo, o grão do
milho é dividido em três porções: película ou casca (3% a 10% de
amido, 1% de óleo e 3,5% de proteína), endosperma (86% a 89% de
amido, 0,8% de óleo e 8% de proteína de baixo valor biológico) e
germe ou embrião (5% a 10% de amido, 31% a 35% de óleo e 17% a
19% de proteína de alto valor biológico) (LAZZARI; LAZZARI, 2002).
No caso do trigo, o endosperma é constituído por 70% de amido, 8% a
13% de proteína e uma pequena quantidade de vitaminas. O germe,
porém, é nutricionalmente mais rico, com 25% de proteína, 20% de
açúcares, e rico em vitaminas e proteínas. Outros nutrientes e traços
de elementos podem variar com o tipo de grão e de tecido
(WALDBAUER; FRIEDMAN, 1991).
Cada espécie de inseto tem capacidade de consumo de alimento
específica, conforme demonstrado por Demianyk e Sinha (1988), que
calcularam essa taxa para dez espécies de insetos de produtos
armazenados e converteram o consumo diretamente em porcentagem
de perda de peso do produto (Tabela 4). O consumo total é a soma da
perda de peso causada por uma larva e pelo adulto durante sua vida,
mas, como os lepidópteros adultos não se alimentam, o dano é
resultante apenas da alimentação da larva para completar seu
desenvolvimento (Tabela 4). No caso dos besouros, o dano do adulto é
mais elevado porque possuem longevidade acentuadamente maior do
que a das larvas. A equivalência é a perda de peso, causada por cada
uma das espécies, comparada ao dano (1.00) de Cynaeus angustus
(Le Conte) (Coleoptera: Tenebrionidae). Segundo Hagstrum e
Subramanyam (2000), 32 adultos de C. ferrugineus, 16 de S. oryzae e
três de R. dominica consomem a mesma quantidade de alimento que
dois adultos de Prostephanus truncatus (Horn) (Coleoptera:
Bostrichidae). Contudo, é importante levar em consideração o hábito
alimentar específico das espécies. Por exemplo, C. ferrugineus
alimenta-se do embrião e reduz o peso do grão, enquanto as larvas e
os adultos de T. castaneum e de O. surinamensis não reduzem o peso
total do grão e, provavelmente, não precisariam ser incluídas no cálculo
do nível de ação baseado na perda de peso do grão por múltiplas
espécies.
Fagoestimulante
P. interpunctella L4 Ácido graxo + sucrose
sinergística
Arrastante e
S. granarius A Extrato aquoso de trigo
fagoestimulante
Agregante
T. confusum A Ácido palmítico, maltose
fagoestimulante
Calciferol – –
Colesterol + + + + + + +
7-
+ + + + + +
Dehidrocolesterol
7-
Dehidrocolesteril- + – ±
monobenzoato
Dihidrocolesterol – ± + ± ± ±
Ergosterol – + + + + + +
7-
– – ±
Hidroxicolesterol
7-
Hidroxicolesterol- – – ±
dibenzoato
β-Sitosterol – + + + + + +
Zimosterol – ± + ± – ±
+ bem utilizado; – não utilizado; ± parcialmente utilizado; não demonstrado (sem indicação).
Fonte: House (1974a).
Biotina ± ± +
Carnitina (BT) ± +
Colina + + +
Ácido fólico ± ± +
Inositol _ _ _
p-Ácido
_ _ _
aminobenzoico
Ácido nicotínico + + +
Ácido pantotênico + + +
Pirodoxina + ? +
Riboflavina + + +
Tiamina + _ +
+ essencial; – não necessário; ± promove alguma atividade no crescimento; ? evidências contraditórias ou dúbias;
não demonstrado (sem indicação).
Fonte: House (1974a).
Alanina ± _ _
Ácido aspártico ± _
Cisteína + _ _
Ácido glutâmico _ ± _
Glicina + _ _
Hidroxiprolina _ _
Prolina _ _ _
Serina _ _
Tirosina + _ _
+ essencial; – não necessário; ± promove alguma atividade no crescimento; não demonstrado (sem indicação).
(1)
Os primeiros dez aminoácidos são essenciais em ratos.
Fonte: House (1974a).
Enzimas digestivas
Os insetos geralmente possuem amplo espectro de proteinases
digestivas que se expressam espacial e temporalmente no intestino
médio. O conhecimento da composição relativa, do arranjo e do
funcionamento das proteinases é essencial para a definição de
estratégias de controle baseadas em inibidores de proteinases e de
toxinas de B. thuringiensis, por exemplo (TERRA; FERREIRA, 1994;
OPPERT, 1999).
O pH do intestino médio de T. molitor aumenta de 5,2–5,6 para
7,8–8,2 da porção anterior para a posterior, e reflete o pH ótimo para a
atividade proteolítica total: 5,2 na anterior, em que ocorrem 64% da
atividade, e 9,0 na posterior, com 36% de atividade. Dois terços da
atividade proteolítica na porção anterior do intestino médio são devidos
às cisteínas-proteinases e o restante às serinas-proteinases. Em
contraste, 76% da atividade na porção posterior é decorrente das
serinas-proteinases; proteinases semelhantes às quimotripsinas
também são abundantes nessa região. A atividade enzimática
diversificada indica que o sistema de digestão de proteínas em T.
molitor é bastante complexo, e a correlação da atividade de proteinase
e o pH indica um mecanismo fisiológico de regulação enzimática no
intestino (VINOKUROV et al., 2006).
As cisteínas-proteinases são enzimas importantes para a digestão
dos coleópteros, enquanto os vertebrados geralmente usam
proteinases de outras classes para a digestão. Além dessas cisteínas-
proteinases, um padrão complexo de atividades de proteinases ocorre
no intestino médio dos coleópteros. O gorgulho-do-arroz S. oryzae
digere o alimento usando uma combinação das classes da cisteína e
da serina-proteinases. Da mesma forma, a combinação desses
inibidores na dieta de larvas de T. castaneum exerce ação sinergística
na redução do crescimento do inseto. Contudo, alguns insetos
apresentam plasticidade fenotípica adaptativa para compensar os
inibidores ingeridos, aumentando a produção de proteinases
insensitivas. Dessa forma, uma explicação para o sinergismo dos
inibidores da cisteína e da serina-proteinases, observado em T.
castaneum, é que a combinação desses inibidores diminui a resposta
adaptativa do inseto (OPPERT et al., 2000).
As taxas amilase/proteinase do intestino médio de quatro espécies
de coleópteros granívoros (S. oryzae, S. granarius, T. molitor e T.
castaneum) que se alimentam primariamente em grãos de cereais e
subprodutos são mais altas do que as de outras espécies que se
alimentam e desenvolvem em dietas de produtos de origem animal ou
alimento com elevado conteúdo proteico (BAKER, 1986). Neste último
caso, a atividade de proteinase geral (atividade caseinolítica), de
aminopeptidase e, especialmente, as taxas de proteinase/amilase
foram muito mais altas do que as dos insetos granívoros. As larvas de
A. kuehniella e P. interpunctella apresentaram níveis mais baixos de
amilase e mais alto de proteinase do que as quatro espécies de
coleópteros citadas. Isso acontece porque essas larvas de
lepidópteros, apesar de se alimentarem de cereais e subprodutos, têm
hábito alimentar mais variado do que os coleópteros estudados. O
autor constatou, ainda, que a enzimologia dos estágios iniciais da
digestão de grandes polímeros do alimento reflete a adaptação
bioquímica dessas espécies de insetos de produtos armazenados aos
seus alimentos preferenciais.
Diversas carbohidrases diferem em sua concentração relativa no
tubo digestivo de T. castaneum: amilase > invertase > β-glucosidade >
α-galactosidase > β-galactosidase (KRISHNA; SAXENA, 1962, citados
por HOUSE, 1974b). Na Tabela 9 encontram-se as principais
carboidrases demonstradas para algumas espécies de Coleoptera de
grãos ou farinhas. Nas larvas de T. molitor, com a redução relativa da
atividade proteolítica durante o desenvolvimento larval, há aumento
relativamente estável na atividade amilolítica, até que ambas as
atividades atinjam um nível constante nos últimos ínstares (BIRK et al.,
1962, citados por HOUSE, 1974b).
Tribolium castaneum
+ + + + +
(larva)
Tribolium castaneum
+ + + + +
(adulto)
Trogoderma sp. + _ + + + +
TCR – taxa de crescimento relativo (mg peso seco ganho/mg peso seco/dia); DA – digestibilidade aproximada ou
eficiência de assimilação; ECI – eficiência de conversão do alimento ingerido em biomassa do inseto ou eficiência de
crescimento bruto; ECD – eficiência de conversão do alimento digerido em biomassa do inseto ou eficiência de
crescimento líquido.
(1)
Estágios de desenvolvimento: O – ovo; L – larva e ínstar; P – pupa.
(2)
Medrano e Gall (1976) – de 12 a 14 dias de idade larval de uma linhagem-controle e linhagem selecionada baseada no
peso pupal aos 21 dias.
Fonte: Baker e Loschiavo (1987).
Adaptações fisiológicas e
comportamentais
Adaptações comportamentais
O padrão de dispersão dos adultos de C. ferrugineus na massa de
grãos de trigo mostra que essa espécie responde a gradientes de
umidade do grão (LOSCHIAVO, 1983). Cerca de 90% da população de
adultos agrega-se nas regiões de maior umidade do grão, no caso do
experimento, em pontos em que a umidade do grão era de 16% contra
áreas com 13,4%. Isso se deve ao fato de C. ferrugineus responder
positivamente aos fungos que colonizam os grãos armazenados com
alta umidade, o que favoreceria o desenvolvimento das populações do
inseto e do fungo.
No caso de O. surinamensis, os adultos evitam áreas de umidade
relativa elevada (100% de UR), mas respondem positivamente a
gradientes entre 20% e 60% e mesmo 10% e 50% de UR. Contudo, em
situações de inanição e dessecação extremas, o inseto pode responder
positivamente a áreas com 100% de UR ou até agregar-se em
pequenas porções de água livre ou em pontos com grão com 18% de
umidade (ARBOGAST; CARTHON, 1972a, b; STUBBS; GRIFFIN,
1983).
Adaptações fisiológicas
Os insetos de armazenamento obtêm água do alimento ingerido,
do ar, por absorção, e da água do metabolismo. A água pode ser
perdida pela transpiração, respiração, excreção e pelas atividades de
alimentação e de reprodução. Devine (1978) registrou que um adulto
de S. granarius contém 1,6 mg de água no corpo, e sua demanda diária
é de 12%, dos quais 17% provêm do alimento, 39% é água metabólica
e 44% é obtida do ar por difusão. Um adulto de O. surinamensis
contém 0,26 mg de água com uma demanda diária de 34%, da qual
10% provêm do alimento, 15% do metabolismo e 75% do ambiente.
Arlian (1979) estudou o efeito da água proveniente do alimento,
grãos de trigo, com diferentes teores de umidade em adultos de S.
oryzae. Em condições de baixa umidade relativa (22,5%), a perda de
água por transpiração excede a da água obtida por todos os
mecanismos, resultando numa redução da taxa de alimentação. Porém,
na faixa entre 65% e 85% de UR, a água obtida do alimento ingerido
excede a perda pela transpiração, além da absorvida do ambiente.
Contudo, quando exposto a 99% de UR, há redução no consumo de
alimento, mas a água absorvida passivamente compensa a redução da
água do alimento. A taxa metabólica independentemente da umidade
relativa e a produção de água metabólica são insignificantes para as
trocas em qualquer umidade. O autor concluiu que S. oryzae ajusta sua
fisiologia reduzindo o consumo de alimento em condições de umidade
muito baixa ou muito elevada, de maneira que o balanço hídrico e o
potencial para o ganho de água seria um fator que motivaria a
alimentação.
O efeito da falta de nutrientes na função do sistema imune de T.
molitor foi estudado por Siva-Jothy e Thompson (2002), que concluíram
que a função desse sistema é reduzida durante um período curto de
inanição, porém é rapidamente ativada para os níveis normais assim
que os insetos são alimentados. Essa resposta imune pode manifestar-
se, na forma de uma resposta celular, com a produção da enzima
fenoloxidase, que controla a melanização para isolar patógenos
presentes no organismo, produzindo, ainda, substâncias citotóxicas
que matam o organismo invasor. A falta de alimento causa redução na
atividade da feniloxidase na hemolinfa tanto dos machos quanto das
fêmeas, independentemente da presença de reservas no tecido
adiposo. Esse resultado sugere que altos níveis de atividade dessa
enzima devem ter um custo energético relativamente elevado, de forma
que é reduzido durante a inanição, mas retorna rapidamente com o
suprimento do alimento, pois tem função importante na defesa do
organismo. Assim, essa rápida modulação da função imune não é
afetada apenas pelos genes, mas também pelo estado nutricional do
inseto. Essa constatação tem importantes implicações na medição e na
interpretação de experimentos envolvendo respostas imunes dos
insetos.
Adaptações populacionais
O aumento populacional é favorecido pelas respostas
compensatórias bem-sucedidas às mudanças no conteúdo de água do
alimento e da umidade relativa do ambiente. Arbogast (1976) observou
que a mortalidade larval e o tempo de desenvolvimento de O.
surinamensis e O. mercator são reduzidos com o aumento da umidade
relativa de 12% para 74%; também a taxa líquida de reprodução e o
aumento do tamanho da população são significativamente maiores a
74% de UR para as duas espécies.
Evans (1982) observou que o tempo de desenvolvimento, a
sobrevivência de larvas e de adultos e a taxa líquida de reprodução de
S. oryzae, criado em trigo, foram positivos e mais favoráveis para o
aumento populacional a 14% de umidade do grão do que a 11,2%,
independentemente da temperatura.
Apesar de os insetos de armazenamento estarem protegidos de
condições ambientais extremas, algumas espécies podem entrar em
diapausa. Entre estas estão as espécies de Phycitinae, comumente
presentes no ambiente de armazenamento, que entram em diapausa
induzida por temperaturas baixas, fotoperíodo curto, superpopulação e
dieta (COX et al., 1984). Uma condição semelhante à diapausa foi
observada por Burges (1960) para T. granarium, caracterizada por
alimentação descontínua, respiração reduzida e aumento no conteúdo
de lipídio e glicogênio nas larvas. Como resultado do maior peso
corpóreo, os adultos compensam o desenvolvimento lento das larvas,
depositando mais ovos, o que contribui para o aumento populacional.
Os psocópteros podem ocorrer em grandes populações no
ambiente de armazenagem de grãos e nos armazéns de estocagem de
produtos empacotados (macarrão, arroz, fubá, chás, frutas secas, etc.).
Algumas espécies alimentam-se de farinhas e do germe de grãos,
sementes, fungos e bactérias, mas podem alimentar-se, quando no
ambiente externo, de insetos mortos, fungos ascomicetos, matéria
orgânica, madeira da casca de árvores e pólen. As altas infestações
por Liposcelidae em certos produtos indicam aumento da umidade e
presença de microflora. Em testes de laboratório, verificou-se que
Liposcelis bostrichophila Badonnel, que é uma das espécies mais
comuns nos armazéns de grãos, preferiram trigo mourisco e milheto
triturados impregnados com glucose e frutose, entre várias outras
dietas oferecidas (GÜNTHER, 1974, citado por KALINOVIK et al.,
2006).
O exame do tubo digestivo e das fezes de diversas espécies de
psocópteros de armazenamento indica que estes consomem diversas
espécies de fungos e de bactérias. As fezes daqueles alimentados com
fungo apresentam esporangiosporos e conídios que voltam a formar
colônias nas placas de criação. Já os espécimens alimentados com
bactérias de flora intestinal absorvem completamente as formas
vegetativas e os microrganismos celulósicos, pela ação da celulase,
eliminando apenas os esporos nas fezes, que são mais resistentes à
atividade fermentativa do sistema digestório dos psocópteros
(KALINOVIK et al., 2006). Assim, essas espécies têm capacidade de
serem vetores de microrganismos nos alimentos, além de conter
alergênicos que afetam a saúde humana.
Manejo da temperatura
Os tratamentos de grãos e de outros produtos armazenados, com
frio ou calor, bem como das estruturas com temperaturas elevadas
representam estratégias que afetam o desempenho alimentar e
reprodutivo dos insetos e controlam efetivamente as infestações.
A temperatura alta ou o tratamento de calor é alternativa viável
para o controle de insetos em moinhos de trigo, fábricas de rações,
indústrias de moagem de milho, fábricas de massas, cereais matinais,
supermercados e depósitos onde não se tolera a presença de
inseticidas residuais. É uma tecnologia antiga, mas que vem ganhando
importância cada vez maior como medida de controle alternativa para a
fumigação com o brometo de metila, para o controle de insetos em
moinhos e indústrias, uma vez que o brometo de metila encontra-se em
processo de ser banido por afetar a camada de ozônio. Durante o
tratamento com calor, todas as partes internas da indústria são
aquecidas a 50 °C–60 °C e essa temperatura mantida por 24 h a 36 h
para matar todas as formas de insetos presentes na estrutura e/ou nos
equipamentos. A eficiência depende da habilidade em se manter a
temperatura alta e uniforme em todas as partes da estrutura.
Aquecimento em excesso pode danificar equipamentos, e a falta de
calor em certos pontos, especialmente nas partes mais baixas e nos
equipamentos, pode resultar na sobrevivência de insetos que irão
reinfestar o local.
É importante que o nível de temperatura e o tempo de exposição
sejam suficientes para provocar a mortalidade dos ovos, larvas de
todos os ínstares, das pupas e dos adultos, pois a suscetibilidade ao
calor, até o nível subletal de temperatura (item A importância do
armazenamento de grãos), varia com a espécie, em que um estágio
pode ser mais suscetível ou resistente do que outro. Armadilhas com
insetos vivos em diversos pontos da estrutura são importantes para
avaliar a mortalidade e garantir o resultado do tratamento.
Larvas de primeiro ínstar de T. castaneum mostram-se mais
tolerantes às temperaturas elevadas durante o tratamento de estruturas
com calor em razão da presença de proteínas que conferem
termotolerância (heat shock proteins – HSPs), conforme demonstrado
pela análise de Western Blot, usando anticorpos HSP 70 (MAHROOF
et al., 2005). Nessas larvas, a expressão do HSP 70 aumentou 33%
quando expostas a 40 °C por 1 hora, enquanto nos demais estágios a
expressão de HSP 70 não variou significativamente e, no caso dos
ovos, chegou a ser reduzida significativamente a 40 °C. A expressão
HSP 70 mostrou que o aumento da termotolerância das larvas depende
da temperatura e do tempo de exposição, durando 8 horas a 40 °C ou
30 minutos a 46 °C (Figura 8).
Figura 8. Análise de Western Blot da proteína termotolerante HSP 70
em diversos estágios de Tribolium castaneum expostos a três
temperaturas por 1 hora. MM – padrão da massa molecular; HSP –
amostras positivas para HSP 70. As linhas contêm quantidades iguais
de proteína (80 µg) de homogeneizados de ovos (A); larvas jovens (B);
larvas mais velhas (C); pupas (D); e adultos (E).
Fonte: Mahroof et al. (2005).
Pós-inertes
A utilização da terra de diatomácea tem sido amplamente estudada
e aplicada para o controle de insetos de grãos armazenados (PINTO
JUNIOR, 1994). Esse produto é constituído por carapaças de algas
diatomáceas que, depositadas ao longo do tempo, formam sedimentos
que podem ser moídos e destinados a diversos usos, desde base para
cremes dentais e outros produtos de higiene, filtros para bebidas,
inseticida orgânico e outros. As partículas de terra de diatomácea em
contato com o inseto ficam adsorvidas na camada de cera da
epicutícula e, como resultado da abrasão causada pelo movimento dos
insetos na massa de grãos, a cera é removida, expondo o inseto à
dessecação (Figuras 10 e 11). As partículas ficam também aderidas
nas peças bucais, antenas, espiráculos e podem ser eventualmente
ingeridas pelos insetos.
Figura 10. Carapaças de terra de diatomácea usadas para o controle
de insetos de produtos armazenados.
Fonte: Lazzari (2005).
Foto: Fernanda Lazzari
Figura 11. Eletromicrografias de Sitophilus zeamais; A e C,
respectivamente, corpo inteiro e antena sem tratamento com terra de
diatomácea; B e D, respectivamente, corpo inteiro e antena com
partículas de terra de diatomácea a 750 g/t de grão.
Fonte: Ceruti (2007).
Fotos: Fabiane Cristina Ceruti
Composição do grão
Caneppele et al. (2003b) e Marsaro et al. (2005b) testaram
diversos híbridos de milho, avaliando sua composição química, para
selecionar aqueles que apresentam maior resistência ao ataque de S.
zeamais, e constataram que os teores de lipídios no grão
correlacionaram-se positivamente com a resistência dos materiais ao
ataque de S. zeamais. Nawrot et al. (2006) observaram que certa
variedade de trigo duro, apesar de possuir atividades biológicas
favoráveis para S. granarius, isto é, com alta atividade amiolítica e
baixa antiamiolítica, pode ser resistente por causa dos elevados teores
de proteína, da dureza e do alto conteúdo de fibra.
Inibidores enzimáticos
A presença de inibidores de enzimas digestivas em determinadas
plantas e materiais genéticos é uma característica desejável para inibir
o desenvolvimento das populações de insetos em grãos armazenados.
As cisteínas-proteinases são enzimas importantes para a digestão
dos coleópteros, enquanto os vertebrados geralmente usam
proteinases de outras classes para a digestão. Por essa razão, a
incorporação de genes que codificam os inibidores das sisteínas-
proteinases em grãos transgênicos tem sido proposta como método
para prevenir danos de coleópteros de armazenamento, sem causar
problemas para os vertebrados. Inibidores enzimáticos têm sido
estudados para T. castaneum usando inibidores da batata para a
cisteína-proteinase (OPPERT et al., 2003). Para L. serricorne (OPPERT
et al., 2002), o inibidor mais potente da atividade caseinolítica no lúmen
intestinal foi o da soja, com alguma inibição também para a tripsina-
quimotripsina e tripsina, quimoestatina e N-tosil-L-fenilalanina clorometil
cetona. Esses inibidores da soja afetaram moderadamente a atividade
caseinolítica das proteinases; a leupeptina demonstrou leve inibição,
enquanto a fenilmetilsulfonil fluoride foi inibitória somente em altas
concentrações (mM). A ausência de cisteína, aspártica e metalo-
proteinase na digestão de L. serricorne pode ser evidenciada pela falta
de ativação pelos reagentes tiol, pH alcalino ótimo e os resultados de
inibidores de classes específicas de proteinases (Figura 12).
Figura 12. Inibição das proteinases do lúmen de Lasioderma serricorne
por inibidores selecionados, como uma porcentagem da atividade não
inibida (controle): – Inibidor da soja de tripsina-quimotripsina
(Bowman Birk); – Inibidor da soja de tripsina (Kunitz); –
Quimoestatina; – N-tosil-L-fenilalanina clorometil cetona; –
Leupeptina; e – Fenilmetilsulfonil fluoride.
Fonte: Oppert et al. (2002).
Compostos bioativos
a) Avidina. Um material biológico que vem sendo testado para o
controle de diversas espécies de insetos de produtos
armazenados é a avidina, que é uma glicoproteína presente na
clara do ovo, que impede a absorção da biotina alimentar por
ligar-se fortemente à esta (Kd = 10-15 M). A biotina é um cofator
necessário para diversos tipos de reações de carboxilase,
essencial para todos os organismos (MORGAN et al., 1993). Os
insetos não têm uma rota biossintética para a biotina e devem
obtê-la de fontes externas. O gene da avidina tem sido
incorporado em plantas de milho e de arroz, tornando os grãos
resistentes ao ataque dos insetos, especialmente quando os
grãos de milho com avidina são moídos e pulverizados na
massa de grãos e consumidos pelos insetos.
Quando a avidina está presente no grão de milho transgênico, a
um nível de 100 ppm ou mais, impede o desenvolvimento de diversas
espécies, incluindo S. zeamais, R. dominica, S. cerealella, O.
surinamensis, T. castaneum, T. confusum, P. interpunctella e A.
kuehniella (KRAMER et al., 2000). Porém, apenas 50% dos grãos
colhidos do milho com avidina contêm níveis de avidina recombinante,
pois essas plantas transgênicas são machos estéreis. Contudo, nas
farinhas e no pó, derivados desse milho, há distribuição mais
homogênea da avidina, tornando-os mais tóxicos do que os lotes
comerciais de milho avidina. Segundo Wright (1987), uma
concentração de aproximadamente 2,5 ppm de avidina liga-se a
aproximadamente 38 ppb de biotina, que é cerca da metade da
concentração da biotina do grão de milho (70 ppb).
Flinn et al. (2006) observaram que o pó de milho avidina, aplicado
em grãos de milho infestado com três espécies de insetos,
simultaneamente, apresentou eficiência de 85% na mortalidade de T.
castaneum, comparado com a testemunha (apenas grãos de milho sem
o pó de avidina). Contudo, sua efetividade foi mais reduzida para C.
ferrugineus (40%), que também é uma praga externa, mas que tende a
penetrar no grão danificado por espécies primárias; uma vez dentro do
grão, alimenta-se do germe e das partes que já foram previamente
danificadas, reduzindo, assim, seu contato com o pó de avidina. Já no
caso de S. zeamais, o pó de avidina tem uma ação reduzida (10%)
porque o inseto alimenta-se dentro do grão, evitando o contato.
b) Proteína de ervilha. Outro composto testado que afeta
diretamente o processo digestório dos insetos de
armazenamento é a proteína da ervilha (Pisum sativum L.,
Fabaceae). As sementes de leguminosas contêm aleloquímicos
tóxicos e deterrentes que afetam os insetos (BELL, 1977). A
farinha de ervilha, rica em proteína, é um antifeedant e repelente
tóxico para S. oryzae. Resultados demonstraram que esse
produto tem ação de ingestão e contato, podendo penetrar pelo
tegumento do inseto (HOU et al., 2006). O TL50 para os
gorgulhos adultos alimentados com farinha de ervilha foi de 3
dias (IC 95%, 2.8 dias–3.2 dias), comparado com os insetos em
inanição total (TL50 de 4 dias; IC 95%, 3.7 dias–4.3 dias) e com
aqueles alimentados com outros alimentos. O volume de bolhas
no intestino médio dos insetos alimentados com a farinha de
ervilha, rica em proteína, aumentou rapidamente (Figura13B) se
comparado com o daqueles alimentados com grão de trigo
(Figura 13A) e outras dietas, mas assemelha-se ao estado do
inseto sem alimento. É possível que as bolhas sejam produzidas
pela ação de bactérias simbiontes sobre a farinha de ervilha
(NARDON; GRENIER, 1989) e, como resultado da pressão dos
gases, o intestino médio fica dilatado e ativa os receptores de
saciedade, resultando na inibição da alimentação (BERNAYS;
SIMPSON, 1982). Tanto a farinha de ervilha enriquecida com
proteína quanto o extrato da farinha e os peptídeos da ervilha
danificaram e causaram a morte dos tecidos do intestino médio
(Figura 13C, D), ao mesmo tempo em que os insetos
começaram a morrer. Os autores atribuem o efeito tóxico da
farinha de ervilha também à ação direta sobre a membrana
peritrófica ou nas células do epitélio do intestino médio, como é
o caso da ação no nim (Azadirachta indica Adr. Juss.,
Meliaceae) (NOGUEIRA et al., 1997) e em Celastrus angulatus
Maxim. (Celastraceae) (LIU et al., 1998, citados por HOU et al.,
2006).
Figura 13. Intestino médio de adultos de Sitophilus oryzae. Insetos
alimentados com grão de trigo (A, C) ou farinha de ervilha rica em
proteína (B, D). Observam-se bolhas de gás formadas no intestino
médio (indicado pela flecha) somente nos insetos alimentados com a
farinha de ervilha (B). Tecidos do intestino médio corados com os
corantes fluorescentes calceína AM e propídio iodado, sob microscópio
de fluorescência (C, D); o tecido morto fluoresce em vermelho – com
aspecto leitoso brilhante na figura (D) e o vivo em verde – tecidos mais
brilhantes em C.
Fonte: Hou et al. (2006).
Fotos: Xingue Hou
Controle biológico
Agentes de controle biológico, como parasitoides, parasitas e
alguns microrganismos, têm sido testados e utilizados, particularmente
no MIP, como medidas alternativas para os inseticidas
convencionalmente usados para o controle de insetos de
armazenamento.
O sucesso do controle biológico depende do conhecimento e da
seleção das espécies que têm maior potencial para ser liberadas no
ambiente de armazenamento, bem como das interações entre este e as
espécies de pragas, e outras associadas, e sua compatibilidade com
outras medidas de manejo adotadas. Uma das vantagens de liberar
parasitoides e predadores em grãos armazenados é que os predadores
se integram facilmente nos protocolos de MIP, incluindo a sanitização e
a aeração (FLINN, 1998) e também com certos produtos usados como
protetores de grãos (BAKER; THRONE, 1995). Contudo, há certa
preocupação com a presença desses insetos e seus fragmentos como
contaminantes nos grãos e em farinhas, e também com a
especificidade dos parasitoides a determinadas espécies de pragas,
principalmente as primárias, requerendo a suplementação com outras
medidas para incrementar a ação desses agentes de controle biológico.
Tem-se adotado o uso de peneiras para a exclusão dos parasitoides,
antes da moagem do trigo, para reduzir seus fragmentos nas farinhas
(FLINN, 1998).
Parasitoides
A maioria dos parasitoides que ataca os besouros-praga primários
pertence às famílias Pteromalidae e Bethylidae, que podem ocorrer
naturalmente no ambiente de armazenamento ou serem liberados e
aumentados para um controle mais efetivo (HAGSTRUM; FLINN,
1992). Esses himenópteros não se alimentam dos grãos e nem
penetram nele, de maneira que os adultos podem ser facilmente
removidos por peneiramento. Algumas espécies de himenópteros, nas
famílias Ichneumonidae, Braconidae e Trichogrammatidae, também
podem ocorrer no ambiente de armazenamento, parasitando
essencialmente larvas ou ovos de lepidópteros (ATHIÉ; PAULA, 2002).
Uma das espécies de parasitoide mais eficiente é Theocolax
elegans (Westwood) (Hymenoptera: Pteromalidae), que ataca as
pragas primárias, cujas larvas se desenvolvem dentro do grão, como
Sitophilus spp., R. dominica, S. paniceum, Callosobruchus spp. e S.
cerealella (BURKS, 1979; FLINN et al., 1996; FLINN, 1998; FLINN;
HAGSTRUM, 2001). Uma única fêmea de T. elegans pode parasitar até
seis larvas de R. dominica por dia (FLINN; HAGSTRUM, 2001).
Contudo, essa espécie de parasitoide não ataca as pragas
secundárias, cujos estágios imaturos se desenvolvem fora dos grãos,
como Tribolium spp. e C. ferrugineus. A temperatura pode afetar a
resposta funcional desse parasitoide no controle de R. dominica, e a
maior taxa de parasitismo ocorre a 30 °C (20 presas por dia) e a menor
a 20 °C (duas presas por dia). Já temperaturas acima de 32,5 °C
causam elevada mortalidade de T. elegans (FLINN; HAGSTRUM,
2002).
A. calandrae é um dos parasitoides mais importantes de S. oryzae
e S. granarius e deve ser liberado em número suficiente no início do
período de armazenamento para um controle mais efetivo. A fêmea
detecta a larva do gorgulho dentro do grão e deposita geralmente um
único ovo; a larva eclodida irá se alimentar dos tecidos da larva do
hospedeiro (ATHIÉ; PAULA, 2002).
Outras espécies, como Cephalonomia waterstoni (Gahan) e
Cephalonomia tarsalis (Ashmead) (Hymenoptera: Bethylidae),
parasitam, respectivamente, as espécies de coleópteros que se
desenvolvem fora do grão de C. ferrugineus e O. surinamensis. A
espécie de neogregarina Mattesia oryzaephili pode infectar esses dois
besouros e pode, eventualmente, infectar os parasitoides (LORD,
2006). O ácaro Acarophenax lacunatus (Cross & Krantz) (Prostigmata:
Acarophenacidae) parasita, preferencialmente, ovos de T. castaneum,
C. ferrugineus e R. dominica, quando são mantidos nesses
hospedeiros por gerações sucessivas (OLIVEIRA et al., 2006).
A combinação de duas espécies de parasitoides pode resultar em
controle mais efetivo de pragas de armazenamento, como é o caso da
liberação do parasitoide de ovos de Trichogramma deion (Riley)
(Hymenoptera: Trichogrammatidae) e do parasitoide de larva Bracon
hebetor (Say) (Hymenoptera: Braconidae), na prevenção e no controle
de P. interpunctella em farinha de milho (GRIESHOP et al., 2006). Os
autores compararam a eficiência de busca e parasitismo dos
parasitoides no produto empacotado em sacos plásticos e fora destes,
para simular embalagens íntegras e rompidas (produto derramado em
prateleiras de supermercados e armazéns), concluindo que B. hebetor
foi eficiente em ambos os casos. Já T. deion foi mais eficiente no
parasitismo das larvas do lepidóptero nos pacotes, porém a
combinação de ambos reduziu a população de P. interpunctella em
quase 100%.
Outra combinação possível é a liberação do parasitoide T. elegans
juntamente com a pulverização de avidina do milho. O resultado é
superior a outros tratamentos aplicados para o controle de populações
mistas, pois S. zeamais desenvolve-se dentro do grão e é controlado
pelo parasitoide, enquanto T. castaneum e C. ferrugineus, que se
alimentam e desenvolvem externamente e não são parasitados por T.
elegans, ficam sujeitos à ação do pó do milho avidina. A avidina não
exerceu efeito negativo sobre o parasitoide, uma vez que este não se
alimenta dos grãos e das farinhas (FLINN et al., 2006).
Também a farinha de ervilha enriquecida com proteína pode
suplementar a ação dos parasitoides, pois não apresenta efeito
negativo sobre os parasitoides. Hou et al. (2004) testaram o efeito da
farinha de ervilha a 0,1% combinada com os parasitoides A. calandrae
e C. waterstoni, resultando na redução das populações de S. oryzae e
C. ferrugineus em 98% e 75%, respectivamente.
Predadores
Diversas espécies de Xylocoris (Anthocoridae) se alimentam
especialmente de psocópteros e de ovos e larvas de lepidópteros e
coleópteros. Estão adaptados a temperaturas mais elevadas do
ambiente de armazenamento (MOUND, 1989) e algumas dessas
espécies apresentam hábitos de canibalismo (ARBOGAST, 1979). Tem-
se observado, por um lado, que farinhas finamente moídas impedem a
penetração do predador para atacar a presa e, por outro, facilitam a
fuga desta, reduzindo o impacto dos predadores nesse substrato.
Considerações finais
Diversas estratégias baseadas no paradigma da ecologia
nutricional (ou bioecologia e nutrição) proposto por Slansky Junior
(1982) e Slansky Junior e Rodriguez (1987) podem ser empregadas no
manejo integrado das pragas de produtos armazenados, conforme
discutido no item Aplicabilidade e perspectivas para o manejo de
pragas de armazenamento deste capítulo. A aplicação de medidas
físicas de controle e a utilização de compostos bioativos de agentes de
controle biológico e de grãos e sementes resistentes representam os
componentes mais importantes do manejo integrado dessas pragas.
Assim sendo, estudos para determinar o modo de ação dos diversos
produtos e os mecanismos de resistência, bem como as respostas
comportamentais e fisiológicas compensatórias dos insetos são
fundamentais para a incorporação dessas medidas dentro do manejo
integrado de pragas, visando à qualidade e à segurança dos alimentos.
Pelo fato de os insetos de grãos armazenados estarem confinados
a um ambiente protegido e, geralmente, com um suprimento de
alimento ilimitado, eles podem ser usados para a modelagem do
crescimento populacional de diversos organismos (BAKER;
LOSCHIAVO, 1987). Algumas espécies são facilmente criadas e
podem ser submetidas a diversas condições de alimento, temperatura,
umidade e outros fatores, permitindo a construção de modelos para
predizer o efeito das interações de fatores bióticos e abióticos sobre o
desenvolvimento das infestações. Em razão do número reduzido de
ingredientes ativos recomendados para o controle de insetos de
produtos armazenados, da atual restrição e futura proibição do uso do
brometo de metila como fumigante, torna-se indispensável o
conhecimento dessas informações para a adoção das medidas de
manejo discutidas.
Referências
AKBAR, W.; LORD, J. C.; NECHOLS, J. R.; HOWARD, R. W. Diatomaceous earth increases
the efficacy of Beauveria bassiana against Tribolium castaneum larvae and increases conidia
attachment. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 97, p. 273-280, 2004.
APPLEBAUM, S. W. The action pattern and physiological role of Tenebrio larval amylase.
Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 10, p. 897-906, 1964.
APPLEBAUM, S. W.; BIRK, Y. Saponins. In: ROSENTHAL, G. A.; JANZEN, D. H. (Ed.).
Herbivores: their interaction with secondary plant metabolites. New York: Academic, 1979. p.
539-565.
APPLEBAUM, S. W.; JANKOVIC, M.; GROZDANOVIC, J.; MARINKOVIC, D. Compensation for
temperature in the digestive metabolism of Tenebrio molitor larvae. Physiological Zoology,
Chicago, v. 37, p. 90-95, 1964.
ARBOGAST, R. T. Functional response of Xylocoris flavipes to Angoumois grain moth and
influence of predation on regulation of laboratory populations. Journal of Economic
Entomology, Lanham, v. 72, p. 847-849, 1979.
ARBOGAST, R. T. Suppression of Oryzaephilus surinamensis (L.) (Coleoptera: Cucujidae) on
shelled corn by the predator Xylocoris flavipes (Reuter) (Hemiptera: Anthocoridae). Journal of
the Georgia Entomological Society, Griffin, v. 11, p. 67-71, 1976.
ARBOGAST, R. T.; CARTHON, M. Effect of starvation and desiccation on the water balance and
humidity response of adult Oryzaephilus surinamensis (Coleoptera: Cucujidae). Entomologia
Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 15, p. 488-498, 1972b.
ARBOGAST, R. T.; CARTHON, M. Humidity response of adult Oryzaephilus surinamensis
(Coleoptera: Cucujidae). Environmental Entomology, Lanham, v. 1, p. 221-227, 1972a.
ARBOGAST, R. T.; KENDRA, P. E.; MANKIN, R. W.; MC GOVERN, J. E. Monitoring insect
pests in retail stores by trapping and spatial analysis. Journal of Economic Entomology,
Lanham, v. 93, p. 1531-1542, 2000.
ARLIAN, L. G. Significance of passive sorption of atmospheric water vapor and feeding in water
balance of the rice weevil, Sitophilus oryzae. Comparative Biochemistry and Physiology A,
New York, v. 62, p. 725-733, 1979.
ARLIAN, L. G.; VESELICA, M. M. Water balance in insects and mites. Comparative
Biochemistry and Physiology A, New York, v. 62, p. 191-200, 1979.
ARTHUR, F. H. Advances in integrating insect growth regulators into storage pest management.
In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON STORED PRODUCT PROTECTION, 9., 2006,
Campinas. Proceedings… Campinas: Abrapós, 2006. p. 217-223.
ARTHUR, F. H.; HAGSTRUM, D. W.; FLINN, P. W.; REED, C. R.; PHILIPS, T. W. Insect
populations in grain residues associated with commercial Kansas grain elevators. Journal of
Stored Products Research, Oxford, v. 42, p. 226-239, 2006.
ATHIE, I.; PAULA, D. C. de. Insetos de grãos armazenados: aspectos biológicos e
identificação. São Paulo: Varela, 2002. 244 p.
BAKER, J. E. Amylase/proteinase ratios in larval midguts of ten stored-product insects.
Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 40, p. 41-46, 1986.
BAKER, J. E. Differential net food utilization by larvae of Sitophilus oryzae and Sitophilus
granarius. Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 20, p. 1937-1942, 1974.
BAKER, J. E.; LOSCHIAVO, S. R. Nutritional ecology of stored-product insects. In: SLANSKY
JUNIOR, F.; RODRIGUEZ, J. G. (Ed.). Nutritional ecology of insects, mites, spiders and
related invertebrates. New York: J. Wiley, 1987. p. 321-344.
BAKER, J. E.; MABIE, J. A. Feeding behavior of larvae of Plodia interpunctella. Environmental
Entomology, Lanham, v. 2, p. 627-632, 1973.
BAKER, J. E.; THRONE, J. E. Evaluation of a resistant parasitoid for biological control of
weevils in insecticide treated wheat. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 88, p.
1570-1579, 1995.
BAKER, J. E.; WOO, S. M. Purification, partial characterization, and postembryonic levels of
amylases from Sitophilus oryzae and Sitophilus granarius. Archives of Insect Biochemistry
and Physiology, New York, v. 2, p. 415-428, 1985.
BARAK, A. V.; BURKHOLDE, W. E.; FAUSTINI, D. L. Factors affecting the design of traps for
stored products insects. Journal of the Kansas Entomological Society, Lawrence, v. 63, p.
466-485, 1990.
BARAK, A. V.; HAREIN, P. K. Insect infestation of farm-stored, shelled corn. Journal of
Economic Entomology, Lanham, v. 74, p. 197-202, 1981.
BARRER, P. M.; JAY, E. G. Laboratory observations on the ability of Ephestia cautella (Walker)
(Lepidoptera: Phycitidae) to locate, and to oviposit in response to a source of grain odour.
Journal of Stored Products Research, Oxford, v. 16, p. 1-7, 1980.
BELL, E. A. Toxins in seeds In: HARBORNE, J. B. (Ed.). Biochemical aspects of plant and
animal coevolution. New York: Academic, 1977. p. 143-161.
BERNAYS, E. A.; SIMPSON, S. J. Control of food intake. Advances in Insect Physiology,
London, v. 16, p. 59-118, 1982.
BODNARYK, R. P.; FIELDS, P. G.; XIE, Y. S.; FULCHER, K. A. Insecticidal factors from peas.
USA Patent n. 5.955, 1997.
BOWDEN, J.; DIGBY, P. G. N.; SHERLOCK, P. L. Studies of elemental composition as a
biological marker in insects I: the influence of soil type and host plant on elemental composition
of Noctua pronuba (L.) (Lepidoptera: Noctuidae). Bulletin of Entomological Research,
London, v. 74, p. 207-225, 1984.
BURGES, H. D. Studies on the dermestid beetle Trogoderma granarium Everts IV: feeding,
growth, and respiration with particular reference to diapause larvae. Journal of Insect
Physiology, Oxford, v. 5, p. 317-334, 1960.
BURKS, C. S.; HAGSTRUM, D. W. Rapid cold hardening capacity in five species of coleopteran
pests of stored grain. Journal of Stored Products Research, Oxford, v. 35, p. 65-75, 1999.
BURKS, C. S.; JOHNSON, J. A.; MAIER, D. E.; HEAPS, J. W. Temperature. In:
SUBRAMANYAM, B.; HAGSTRUM, D. W. (Ed.). Alternative to pesticides in stored-product
IPM. Boston: Kluwer Academic, 2000. p. 73-104.
BURKS, D. B. Family Pteromalidae. In: KROMBEIN, V.; HURD, P. D.; SMITH, D. R.; BURKS, D.
B. (Ed.). Catalog of Hymenoptera in America north of Mexico. Washington: Smithsonian
Institution, 1979. p. 768-834.
CAMPBELL, A.; SINGH, N. B.; SINHA, R. N. Bioenergetics of the granary weevil, Sitophilus
granarius (L.) (Coleoptera: Curculionidae). Canadian Journal of Zoology, Ottawa, v. 54, p.
786-798, 1976.
CAMPBELL, A.; SINHA, R. N. Analysis and simulation modelling of population dynamics and
bioenergetics of Cryptolestes ferrugineus (Coleoptera: Cucujidae) in stored wheat. Researches
on Population Ecology, Tokyo, v. 32, p. 235-254, 1990.
CAMPBELL, A.; SINHA, R. N. Bioenergetics of granivorous beetles, Cryptolestes ferrugineus
and Rhyzopertha dominica (Coleoptera: Cucujidae and Bostrichidae). Canadian Journal of
Zoology, Ottawa, v. 56, p. 624-633, 1978.
CAMPBELL, A.; SINHA, R. N. Damage of wheat by feeding of some stored product beetles.
Journal of Economic Entomology, College Park, v. 69, p. 11-13, 1976.
CAMPBELL, J. F.; HAGSTRUM, D. W. Patch exploitation by Tribolium castaneum: movement
patterns, distribution, and oviposition. Journal of Stored Products Research, Oxford, v. 38, p.
55-68, 2002.
CANDAS, M.; LOSEVA, O.; OPPERT, B.; KOSARAJU, P.; BULLA JUNIOR, L. A. Insect
resistance to Bacillus thuringiensis: alterations in the Indianmeal moth larval gut proteome.
Molecular & Cellular Proteomics (MCP), Bethesda, v. 2, p. 19-28, 2003.
CANEPPELE, C.; CANEPPELE, M. A. B.; LAZZARI, S. M. N. Resistência de híbridos de milho,
Zea mays (L.), ao ataque de Sitophilus zeamais (Mots.). Revista Brasileira de
Armazenamento, Viçosa, v. 28, p. 51-58, 2003b.
CANEPPELE, M. A. B.; CANEPPELE, C.; LAZZARI, F. A.; LAZZARI, S. M. N. Correlation
between the infestation level of Sitophilus zeamais Motschulsky, 1855 (Coleoptera,
Curculionidae) and the quality factors of stored corn, Zea mays L. (Poaceae). Revista
Brasileira de Entomologia, Curitiba, v. 47, p. 625-630, 2003a.
CERUTI, F. C. Rastreabilidade de grãos: conceito, desenvolvimento de software e estudos de
casos de manejo de insetos no armazenamento. 2007. 268 f. Tese (Doutorado em
Entomologia) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
CERUTI, F. C. Técnicas de monitoramento e de controle de insetos em milho
armazenado. 2003. 93 f. Tese (Mestrado em Entomologia) – Universidade Federal do Paraná,
Curitiba.
CERUTI, F. C.; PINTO JUNIOR, A. R.; CARVALHO, R. I. N. de; VIANNA, E. Response of
Sitophilus zeamais (Coleoptera: Curculionidae) to different volatiles of wheat grains. In:
INTERNATIONAL CONFERENCE ON STORED PRODUCT PROTECTION, 9., 2006,
Campinas. Proceedings… Campinas: Abrapós, 2006. p. 701-705.
CHAPMAN, R. F. The insect: structure and function. 4th ed. Cambridge: Cambridge University,
1998. 788 p.
CINCO-MOROYOQUI, F. J.; ROSAS-BURGOS, E. C.; BORBOA-FLORES, J.; CORTEZ-
ROCHA, M. O. α-amylase activity of Rhyzopertha dominica (Coleoptera: Bostrichidae) reared
on several wheat varieties and its inhibition with kernel extracts. Journal of Economic
Entomology, Lanham, v. 99, p. 2146-2150, 2006.
COX, P. D.; ALLEN, L. P.; PEARSON, J.; BEIRNE, M. A. The incidence of diapause in
seventeen populations of the flour moth, Ephestia kuehniella Zeller (Lepidoptera: Pyralidae).
Journal of Stored Products Research, Oxford, v. 20, p. 139-143, 1984.
COX, P. D.; SIMMS, J. A. The susceptibility of soya bean meal to infestation by some storage
insects. Journal of Stored Products Research, Oxford, v. 14, p. 103-109, 1978.
DADD, R. H. Insect nutrition: current developments and metabolic implications. Annual Review
of Entomology, Palo Alto, v. 18, p. 381-420, 1973.
DADD, R. H. The nutritional requirements of locusts I: development of synthetic diets and lipid
requirements. Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 4, p. 319-347, 1960.
DADD, R. H. The nutritional requirements of locusts V: observations on essential fatty acids,
chlorophyll, nutritional salt mixtures, and the protein or aminoacid components of synthetic diets.
Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 6, p. 126-145, 1961.
DAGLISH, G. J. Survival and reproduction of Tribolium castaneum (Herbst), Rhyzopertha
dominica (F.) and Sitophilus oryzae (L.) following periods of starvation. Journal of Stored
Products Research, Oxford, v. 42, p. 328-338, 2006.
DEMIANYK, C. J.; SINHA, R. N. Bioenergetics of the larger grain borer, Prostephanus truncatus
(Horn) (Coleoptera: Bostrichidae), feeding on corn. Annals of the Entomological Society of
America, Lanham, v. 81, p. 449-459, 1988.
DEVINE, T. L. The turnover of the gut contents (traced with inulin-carboxyl-14C), tritiated water
and 22Na in three stored product insects. Journal of Stored Products Research, Oxford, v. 14,
p. 189-211, 1978.
DOBIE, P. The laboratory assessment of the inherent susceptibility of maize varieties to post-
harvest infestation by Sitophilus zeamais Motsch. (Coleoptera: Curculionidae). Journal of
Stored Products Research, Oxford, v. 10, p. 183-197, 1974.
DOLINSKI, M. G.; LOSCHIAVO, S. R. The effect of fungi and moisture on the locomotory
behavior of the rusty grain beetle, Cryptolestes ferrugineus (Coleoptera: Cucujidae). Canadian
Entomologist, Ottawa, v. 105, p. 485-490, 1973.
EBELING, W. Sorptive dusts for pest control. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 16,
p. 123-158, 1971.
EDNEY, E. B. Water balance in land arthropods. Berlin: Springer-Verlag, 1977.
EVANS, D. E. The influence of temperature and grain moisture content on the intrinsic rate of
increase of Sitophilus oryzae (L.) (Coleoptera: Curculionidae). Journal of Stored Products
Research, Oxford, v. 18, p. 55-66, 1982.
FANG, L.; SUBRAMANYAM, B.; ARTHUR, F. H. Effectiveness of spinosad on four classes of
wheat against five stored-product insects. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 95,
p. 640-650, 2002.
FAO. Food and Agriculture Organization. World agriculture 2030: main findings. 2007.
Disponível em: <http://www.fao.org/english/newsroom/news/2002/7833-en.html>. Acesso em:
14 jun. 2007.
FIELDS, P. G. The control of stored-product insects and mites with extreme temperatures.
Journal of Stored Products Research, Oxford, v. 28, p. 89-118, 1992.
FLINN, P. W. Temperature effects on efficacy of Choetospila elegans (Hymenoptera:
Pteromalidae) to suppress Rhyzopertha dominica (Coleoptera: Bostrichidae) in stored wheat.
Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 91, p. 320-323, 1998.
FLINN, P. W.; HAGSTRUM, D. W. Augumentative release of parasitoid wasps in stored wheat
reduces insect fragment in flour. Journal of Stored Products Research, Oxford, v. 37, p. 179-
186, 2001.
FLINN, P. W.; HAGSTRUM, D. W. Temperature-mediated functional response of Theocolax
elegans (Hymenoptera: Pteromalidae) parasitizing Rhyzopertha dominica (Coleoptera:
Bostrichidae) in stored wheat. Journal of Stored Products Research, Oxford, v. 38, p. 185-
190, 2002.
FLINN, P. W.; HAGSTRUM, D. W.; MC GAUGHEY, W. H. Suppression of beetles in stored
wheat by augumentative releases of parasitic wasps. Environmental Entomology, Lanham, v.
25, p. 505-511, 1996.
FLINN, P. W.; KRAMER, K. J.; THRONE, J. E.; MORGAN, T. D. Protection of stored maize from
insect pests using a two-component biological control method consisting of a hymenopteran
parasitoid, Theocolax elegans, and transgenic avidin maize powder. Journal of Stored
Products Research, Oxford, v. 42, p. 218-225, 2006.
FLINN, P. W.; SUBRAMANYAM, B.; ARTHUR, F. H. Comparison of aeration and spinosad for
suppressing insects in stored wheat. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 97, p.
1465-1473, 2004.
FRAENKEL, G.; BLEWETT, M. The natural foods and the food requirements of several species
of stored products insects. Transactions of the Royal Entomological Society of London,
London, v. 93, p. 457-490, 1943.
FRAENKEL, G.; BLEWETT, M. The utilization of metabolic water in insects. Bulletin of
Entomological Research, London, v. 35, p. 127-139, 1944.
FRANCO, O. L.; RIGDEN, D. J.; MELO, F. R.; GROSSI DE SÁ, M. F. Plant α-amylase inhibitors
and their interaction with insects a-amylases: structure, function and potential for crop
protection. European Journal of Biochemistry, New York, v. 269, p. 397-412, 2002.
GERBER, G. H.; SABOURIN, D. U. Oviposition site selection in Tenebrio molitor (Coleoptera:
Tenebrionidae). The Canadian Entomologist, Ottawa, v. 116, p. 27-139, 1984.
GIRISH, G. K.; KUMAR, A.; JAIN, S. K. Assessment of the quality loss in wheat damaged by
Trogoderma granarium everts during storage. Bulletin of Grain Technology, New Delhi, v. 13,
p. 26-32, 1975.
GOMEZ, L. A.; RODRIGUEZ, J. G.; PONELEIT, C. G.; BLAKE, D. F. Preference and utilization
of maize endosperm variants by the rice weevil. Journal of Economic Entomology, Lanham,
v. 75, p. 363-367, 1982.
GOMEZ, L. A.; RODRIGUEZ, J. G.; PONELEIT, C. G.; BLAKE, D. F. Relationship between
some characteristics of the corn kernel pericarp and resistance to the rice weevil (Coleoptera:
Curculionidae). Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 76, p. 797-800, 1983a.
GOMEZ, L. A.; RODRIGUEZ, J. G.; PONELEIT, C. G.; BLAKE, D. F.; SMITH JUNIOR, C. R.
Influence of nutritional characteristics of selected corn genotypes on food utilization by the rice
weevil (Coleoptera: Curculionidae). Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 76, p. 728-
732, 1983b.
GRESSENT, F.; RAHIOUI, I.; RAHBE, Y. Characterization of a high-affinity binding site for the
pea albumin 1b entomotoxin in the weevil Sitophilus. European Journal of Biochemistry, New
York, v. 270, p. 2429-2435, 2003.
GRIESHOP, M. J.; FLINN, P. W.; NECHOLS, J. R. Biological control of Indianmeal moth
(Lepidoptera: Pyralidae) on finished stored products using egg and larval parasitoids. Journal
of Economic Entomology, Lanham, v. 99, p. 1.080-1.084, 2006.
GUZZO, E. C.; CORRÊA, O. M. B.; VENDRAMIN, J. D.; LOURENÇÃO, A. L.; CARBONELL, S.
A. M.; CHIORATO, A. F. Development of the bean weevil (Coleoptera: Bruchidae) on bean
genotypes with and without arcelin over two generations. In: INTERNATIONAL CONFERENCE
ON STORED PRODUCT PROTECTION, 9., 2006, Campinas. Proceedings… Campinas:
Abrapós, 2006. p. 914-919.
HAGSTRUM, D. W.; FLINN, P. W. Integrated pest management of stored-grain insects. In:
SAUER, D. B. (Ed.). Storage of cereal grains and their products. 4th ed. St. Paul: American
Association of Cereal Chemists, 1992. p. 535-562.
HAGSTRUM, D. W.; SUBRAMANYAM, B. Monitoring and decision tools. In: SUBRAMANYAM,
B.; HAGSTRUM, D. W. (Ed.). Alternatives to pesticides in stored-product IPM. Boston:
Kluwer Academic, 2000. p. 1-28.
HILL, D. S. Pest of stored products and their control. Boca Raton: CRC, 1990. 274 p.
HOU, X.; FIELDS, P. G.; FLINN, P. W.; PEREZ-MENDOZA, J.; BAKER, J. Control of stored-
product beetles with combinations of protein-rich pea flour and parasitoids. Environmental
Entomology, Lanham, v. 33, p. 671-680, 2004.
HOU, X.; TAYLOR, W.; FIELDS, P. Effect of pea flour and pea flour extracts on Sitophilus
oryzae. The Canadian Entomologist, Ottawa, v. 138, p. 95-103, 2006.
HOUSE, H. L. Digestion. In: ROCKSTEIN, M. (Ed.). Physiology of Insecta. New York:
Academic, 1974b. v. 5, p. 62-117.
HOUSE, H. L. Nutrition. In: ROCKSTEIN, M. (Ed.). Physiology of Insecta. New York:
Academic, 1974a. v. 5, p. 1-62.
HOWE, R. W. A laboratory study of the cigarette beetle, Lasioderma serricorne (F.) (Col.,
Anobiidae) with a critical review of the literature on its biology. Bulletin of Entomological
Research, London, v. 48, p. 9-56, 1957.
HOWE, R. W. A summary of estimates of optimal and minimal conditions for population increase
of some stored products insects. Journal of Stored Products Research, Oxford, v. 1, p. 177-
184, 1965.
KALINOVIK, I.; ROZMAN, V.; LISKA, A. Significance and feeding of psocids (Liposcelidae,
Psocoptera) with microorganisms. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON STORED
PRODUCT PROTECTION, 9., 2006, Campinas. Proceedings… Campinas: Abrapós, 2006. p.
1087-1094.
KHARE, B. P.; SINGH, K. N.; CHAUDHARY, R. N.; SENGAR, C. S.; AGRAWAL, R. K.; RAI, P.
N. Insect infestation and quality deterioration of grain I: germination, odour and palatability in
wheat. Indian Journal of Entomology, New Delhi, v. 36, p. 194-199, 1974.
KRAMER, K. J.; MORGAN, T. D.; THRONE, J. E.; DOWELL, F. E.; BAILEY, M.; HOWARD, J. A.
Transgenic maize expressing avidin is resistant to storage insect pests. Nature Biotechnology,
New York, v. 18, p. 670-674, 2000.
LADISCH, R. K.; SUTER, H.; FROIO, G. H. Sweat gland carcinoma produced in mice by insect
quinines. The Journal of Pennsylvania Academy of Science, Easton, v. 42, p. 87-89, 1968.
LAKSHMIKANTHA, H. C.; SUBRAMANYAM, B.; LARSON, Z. A.; ZUREK, L. Association of
Enterococci with stored products and stored-product insects: medical importance and
applications. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON STORED PRODUCT PROTECTION, 9.,
2006, Campinas. Proceedings… Campinas: Abrapós, 2006. p. 140-149.
LAMB, R. J.; LOSCHIAVO, S. R. Diet, temperature, and the logistic model of developmental rate
for Tribolium confusum (Coleoptera: Tenebrionidae). The Canadian Entomologist, Ottawa, v.
113, p. 813-818, 1981.
LARA, F. M. Resistance of wild and near isogenic bean lines with arcelin variants to Zabrotes
subfasciatus (Boheman) I: winter crop. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil,
Londrina, v. 26, p. 551-560, 1997.
LAZZARI, F. A. Umidade, fungos e micotoxinas na qualidade de sementes, grãos e
rações. Curitiba: Edição do autor, 1997. 134 p.
LAZZARI, F. A.; LAZZARI, S. M. N. Colheita, recebimento, secagem e armazenamento de
milho. Apucarana: Abimilho, 2002. 22 p.
LAZZARI, F. N. Controle de Zabrotes subfasciatus (Boheman, 1833) (Coleoptera,
Chrysomelidae, Bruchinae) e qualidade do feijão (Phaseolus vulgaris L., 1753) tratado
com terra de diatomácea. 2005. 69 f. Tese (Mestrado em Entomologia) - Universidade Federal
do Paraná, Curitiba.
LAZZARI, S. M. N.; KARKLE, A. F.; LAZZARI, F. A. Resfriamento artificial para o controle de
Coleoptera em arroz armazenado em silo metálico. Revista Brasileira de Entomologia,
Curitiba, v. 50, p. 293-296, 2006.
LE CATO, G. L. Infestation and development by the cigarette beetle in spices. Journal of the
Georgia Entomological Society, Griffin, v. 13, p. 100-105, 1978.
LE CATO, G. L.; MCGRAY, T. L. Multiplication of Oryzaephilus spp. and Tribolium spp. on 20
natural product diets. Environmental Entomology, Lanham, v. 2, p. 176-179, 1973.
LEVINSON, H. Z.; LEVINSON, A. R. Dried seeds, plant and animal tissues as food favoured by
storage insect species. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 24, p. 305-
317, 1978.
LEWIS, E. E.; CAMPBELL, J.; GRIFFIN, C.; KAYA, H.; PETERS, A. Behavioral ecology of
entomopathogenic nematodes. Biological control: theory and applications in pest
management, San Diego, v. 38, p. 66-79, 2006.
LIMA FILHO, M.; FAVERO, S.; LIMA, J. O. G. Produção de Anagasta kuehniella (Zeller)
(Lepidoptera: Pyralidae) com a utilização de fubá de milho na dieta artificial. Neotropical
Entomology, Londrina, v. 30, p. 37-42, 2001.
LORD, J. C. Dettection of Mattesia oryzaephili (Neogregarinorida: Lipotrophidae) in grain beetle
laboratory colonies with an enzyme-linked immuosorbent assay. Journal of Invertebrate
Pathology, New York, v. 94, p. 74-76, 2007.
LORD, J. C. Interaction of Mattesia oryzaephili (Neogregarinorida: Lipotrophidae) with
Cephalonomia spp. (Hymenoptera: Bethylidae) and their hosts Cryptolestes ferrugineus
(Coleoptera: Laemophloeidae) and Oryzaephilus surinamensis (Coleoptera: Silvanidae).
Biological control: theory and applications in pest management, San Diego, v. 37, p. 167-172,
2006.
LORINI, I. Manual técnico para o manejo integrado de pragas de grãos de cereais
armazenados. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2003. 80 p.
LORINI, I.; BECKEL, H.; SCHNEIDER, S. Efficacy of spinosad and IGR Plus to control the pests
Rhyzopertha dominica and Sitophilus zeamais on stored wheat grain. In: INTERNATIONAL
CONFERENCE ON STORED PRODUCT PROTECTION, 9., 2006, Campinas. Proceedings...
Campinas: Abrapós, 2006. p. 269-273.
LOSCHIAVO, S. R. Distribution of the rusty grain beetle (Coleoptera: Cucujidae) in columns of
wheat stored dry or with localized high moisture content. Journal of Economic Entomology,
Lanham, v. 76, p. 881-884, 1983.
LOSCHIAVO, S. R. Field tests of devices to detect insects in different kinds of grain storages.
The Canadian Entomologist, Ottawa, v. 107, p. 385-389, 1975.
LOSCHIAVO, S. R.; OKAMURA, G. T. A survey of stored product insects in Hawaii.
Proceedings of the Hawaiian Entomological Society, Honolulu, v. 13, p. 95-118, 1979.
LOSCHIAVO, S. R.; SINHA, R. N. Feeding, oviposition, and aggregation by the rusty grain
beetle, Cryptolestes ferrugineus (Coleoptera: Cucujidae) on seed-borne fungi. Annals of the
Entomological Society of America, Lanham, v. 59, p. 578-585, 1966.
MAHROOF, R. M.; PHILIPS, T. W. Tracking the origins and feeding habitats of Rhyzopertha
dominica (F.) (Coleoptera: Bostrichidae) using elemental markers. In: INTERNATIONAL
CONFERENCE ON STORED PRODUCT PROTECTION, 9., 2006, Campinas. Proceedings…
Campinas: Abrapós, 2006. p. 433-440.
MAHROOF, R. M.; PHILLIPS, T. W. Orientation of the cigarette beetle, Lasioderma serricorne
(F.) (Coleoptera: Anobiidae) to plant-derived volatiles. Journal of insect Behavior, New York, v.
20, p. 99-115, 2007.
MAHROOF, R. M.; ZHU, K. Y.; SUBRAMANYAM, B. Changes in expression of heat shock
proteins in Tribolium castaneum (Coleoptera: Tenebrionidae) in relation to developmental stage,
exposure time, and temperature. Annals of the Entomological Society of America, Lanham,
v. 98, p. 100-107, 2005.
MARSARO JUNIOR, A. L.; LAZZARI, S. M. N.; FIGUEIRA, E. L. Z.; HIROOKA, E. Y. Inibidores
de amilase em híbridos de milho como fator de resistência a Sitophilus zeamais Motschulsky
(Coleoptera: Curculionidae). Neotropical Entomology, Londrina, v. 34, p. 443-450, 2005a.
MARSARO JUNIOR, A. L.; LAZZARI, S. M. N.; KADOZAWA, P.; HIROOKA, E. Y.; GERAGE, A.
C. Avaliação da resistência de híbridos de milho ao ataque de Sitophilus zeamais Motschulsky
(Coleoptera: Curculionidae) no grão armazenado. Semina, Londrina, v. 26, p. 173-178, 2005b.
MEDRANO, J. F.; GALL, G. A. E. Food consumption, feed efficiency, metabolic rate and
utilization of glucose in lines of Tribolium castaneum selected for 21-day pupa weight. Genetics,
Baltimore, v. 83, p. 393-407, 1976.
MONDAL, K. A. M. S. H.; PARWEEN, S. Insect growth regulators and their potential in the
management of stored-product pests. Pest Management Science, Sussex, v. 5, p. 255-295,
2001.
MORGAN, T. D.; OPPERT, B.; CZAPLA, T. H.; KRAMER, K. J. Avidin and streptavidin as
insecticidal and growth inhibiting dietary proteins. Entomologia Experimentalis et Applicata,
Dordrecht, v. 69, p. 97-108, 1993.
MOUND, L. Common insect pests of stored food products: a guide to their identification.
London: Natural History Museum, 1989. 68 p.
NARDON, P.; GRENIER, A. M. Endocytobiosis in coleoptera: biological, biochemical, and
genetic aspects. In: SCHWEMMLER, W.; GASSNER, G. (Ed.). Insect endocytobiosis:
morphology, physiology, genetics, evolution. Boca Raton: CRC, 1989. p. 175-216.
NAWROT, J.; WARCHALEWSKI, J. R.; PIASECKA-KWIATKOWSKA, D.; NIEWIADA, A.;
GAWLAK, M.; GRUNDAS, S. T.; FORNAL, J. The effect of some biochemical and technological
properties of wheat grain on granary weevil (Sitophilus granarius L.) (Coleoptera: Curculionidae)
development. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON STORED PRODUCT PROTECTION,
9., 2006, Campinas. Proceedings… Campinas: Abrapós, 2006. p. 400-407.
NAWROT, J.; WARCHALEWSKI, J. R.; STASINSKA, B.; NOWAKOWSKA, K. The effect of grain
albumins, globulins and gliadins on larval development and longevity and fecundity of some
stored product pests. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 37, p. 187-192,
1985.
NOGUEIRA, N. F. S.; GONZALES, M.; GARCIA, E. M.; SOUZA, W. Effect of azadirachtin on the
fine structure of the midgut of Rhodnius prolixus. Journal of Invertebrate Pathology, New
York, v. 69, p. 58-63, 1997.
NORRIS, M. J. Contributions toward the study of insect fertility II: experiment on the factors
influencing fertility in Ephestia kuehniella Z. (Lepidoptera: Phycitidae). Proceedings of the
Zoological Society of London, London, p. 902-904, 1933.
OLIVEIRA, C. R. F.; FARONI, L. R. D.; SOUSA, A. H.; GARCIA, F. M.; SOUZA, L. S. Preference
of Acarophenax lacunatus (Cross and Krantz) (Prostigmata: Acarophenacidae) for eggs of
different hosts. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON STORED PRODUCT PROTECTION,
9., 2006, Campinas. Proceedings… Campinas: Abrapós, 2006. p. 711-718.
OPPERT, B. Protease interactions with Bacillus thuringiensis insecticidal toxins. Archives of
Insect Biochemistry and Physiology, New York, v. 42, p. 1-12, 1999.
OPPERT, B.; HARTZER, K.; SMITH, C. M. Characterization of the digestive proteinases of
Hypera postica (Gyllenhal) (Coleoptera: Curculionidae). Transactions of the Kansas Academy
of Science, Lawrence, v. 103, p. 99-110, 2000.
OPPERT, B.; HARTZER, K.;ZUERCHER, M. Digestive proteinases in Lasioderma serricorne
(Coleoptera: Anobiidae). Bulletin of Entomological Research, London, v. 92, p. 331-336,
2002.
OPPERT, B.; KRAMER, K. J.; JOHNSON, D.; MC GAUGHEY, W. Proteinase-mediated insect
resistance to Bacillus thuringiensis toxins. The Journal of Biological Chemistry, Baltimore, v.
272, p. 23477-23480, 1997.
OPPERT, B.; MORGAN, T. D.; HARTZER, K.; LENARCIC, B.; GALESA, K.; BRZIN, J.; TURK,
V.; YOZA, K.; OHTSUBO, K.; KRAMER, K. J. Effects of proteinase inhibitors on growth and
digestive proteolysis of the red flour beetle, Tribolium castaneum (Herbst) (Coleoptera:
Tenebrionidae). Comparative Biochemistry and Physiology, Oxford, v. 134C, p. 481-490,
2003.
PARRA, J. R. P.; LOPES, J. R. S.; SERRA, H. J. P.; SALES JUNIOR, O. Metodologia de criação
de Anagasta kuehniella (Zeller, 1879) para produção massal de Trichogramma spp. Anais da
Sociedade Entomologica do Brasil, Porto Alegre, v. 18, p. 403-415, 1989.
PEREIRA, P. R. V. S. Comparação entre métodos para detecção de coleópteros adultos
(Insecta: Coleoptera) e ocorrência de fungos em trigo armazenado. 1994. 96 f. Tese
(Mestrado em Entomologia) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
PEREIRA, P. R. V. S.; LAZZARI, F. A.; LAZZARI, S. M. N. Insect monitoring outside grain
storage facilities in southern Brazil. In: INTERNATIONAL WORKING CONFERENCE ON
STORED-PRODUCT PROTECTION, 7., 2000, Beijiig. Proceedings… Beijing: [s.n.], 2000. v. 2,
p. 1534-1536.
PINNIGER, D. B. Food baited traps: past, present and future. Journal of the Kansas
Entomological Society, Lawrence, v. 63, p. 533-538, 1990.
PINTO JUNIOR, A. R. Uso de pós-inertes no controle de insetos de grãos armazenados.
1994. 80 f. Tese (Mestrado em Entomologia) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
RAMOS-RODRIGUEZ, O.; CAMPBELL, J. F.; RAMASWAMY, S. B. Efficacy of the
entomopathogenic nematoda Steinernema riobrave against the stored-product insect pests
Tribolium castaneum and Plodia interpunctella. Biological control: theory and applications in
pest management, San Diego, v. 40, p. 15-21, 2007.
RICHARDS, O. W. Observations on grain weevils (Col. Curculionidae) 1: general biology and
oviposition. Proceedings of the Zoological Society of London, London, v. 117, p. 1-43, 1947.
SALGADO, V. L. Studies on the mode of action of spinosad: insect symptoms and physiological
correlates. Pesticide Biochemistry and Physiology, New York, v. 60, p. 91-102, 1998.
SALGADO, V. L. The modes of action of spinosad and other insect control products. Down to
Earth, Midland, v. 52, p. 35-43, 1997.
SEDLACEK, J. D.; WESTON, P. A.; PRICE, B. D.; DAVIS, P. M. Life history attributes of
Indianmeal moth (Lepidoptera: Pyralidae) and Angoumois grain moth (Lepidoptera:
Gelechiidae) reared on transgenic corn kernels. Journal of Economic Entomology, Lanham,
v. 94, p. 586-592, 2001.
SHELLENBERGER, J. A. Production and utilization of wheat. In: POMERANZ, Y. (Ed.). Wheat
chemistry and technology. St. Paul: American Association Cereal Chemists, 1971. p. 1-18.
SILVA, A. A. L.; FARONI, L. R. D’A.; GUEDES, R. N. C.; MARTINS, J. H.; PIMENTEL, M. A. G.
Modelagem das perdas causadas por Sitophilus zeamais e Rhyzopertha dominica em trigo
armazenado. Revista Brasileira de Engenharia e Agricultura e Ambiental, Campina Grande,
v. 7, p. 292-296, 2003.
SINHA, R. N. Adaptative significance of mycophagy in stored-product Arthropoda. Evolution:
Lancaster, v. 22, p. 785-798, 1968.
SINHA, R. N. Development and mortality of Tribolium castaneum and T. confusum on seed-born
fungi. Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 59, p. 192-201, 1966.
SINHA, R. N. Development of Cryptolestes ferrugineus (Stephens) and Oryzaephilus mercator
(Fauvel) on seed-born fungi. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 8, p.
309-313, 1965.
SINHA, R. N. Effects of stored-product beetle infestation on fat acidity, seed germination, and
microflora of wheat. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 76, p. 813-817, 1983.
SINHA, R. N. The stored grain ecosystem. In: JAYAS, D. S.; WHITE, N. D. G.; MUIR, W. E.
(Ed.). Stored-grain ecosystems. New York: Marcell Dekker, 1995. p. 1-33.
SIVA-JOTHY, M. T.; THOMPSON, J. J. W. Short-term nutrient deprivation affects immune
function. Physiological Entomology, Oxford, v. 27, p. 206-212, 2002.
SLANEY, A. C.; ROBBINS, H. L.; ENGLISH, L. Mode of action of Bacillus thuringiensis toxin
CryIIIA: an analysis of toxicity in Leptinotarsa decemlineata (Say) and Diabrotica
undecimpunctata howardi Barber. Insect Biochemistry and Molecular Biology, Oxford, v. 22,
p. 9-18, 1992.
SLANSKY JUNIOR, F. Insect nutrition: an adaptationist’s perspective. The Florida
Entomologist, Lutz, v. 65, p. 45-71, 1982.
SLANSKY JUNIOR, F.; RODRIGUEZ, J. G. Nutritional ecology of insects, mites, spiders
and related invertebrates. New York: J. Wiley, 1987. 1028 p.
SLANSKY JUNIOR, F.; SCRIBER, J. M. Food consumption and utilization. In: KERKUT, G. A.;
GILBERT, L. I. (Ed.). Comprehensive insect physiology, biochemistry and pharmacology.
Oxford: Pergamon, 1985. v. 4. p. 87-163.
STUBBS, M.; GRIFFIN, R. The response of Oryzaephilus surinamensis (L.) (Coleoptera:
Silvanidae) to water. Bulletin of Entomological Research, Wallingford, v. 73, p. 587-595,
1983.
SUBRAMANYAM, B.; FANG, L.; DOLDER, S. Persistence and efficacy of spinosad in farm
stored wheat. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 95, p. 1102-1109, 2002.
SUBRAMANYAM, B.; HAGSTRUM, D. W. Alternative to pesticides in stored-product IPM.
Boston: Kluwer Academic, 2000. 437 p.
SUBRAMANYAM, B.; HAGSTRUM, D. W. Quantitative analysis of temperature, relative
humidity, and diet influencing development of the larger grain borer, Prostephanus truncatus
(Horn) (Coleoptera: Bostrichidae). Tropical Pest Management, v. 37, p. 195-202, 1991.
TAYLOR, W. G.; FIELDS, P. G.; SUTHERLAND, D. H. Insecticidal components from field pea
extracts: soyasaponins and lysolecithins. Journal of Agricultural and Food Chemistry,
Washington, DC, v. 52, p. 7484-7490, 2004a.
TAYLOR, W. G.; SUTHERLAND, D. H.; OLSON, D. J. H.; ROSS, A. R. S.; FIELDS, P. G.
Insecticidal components from field pea extracts: sequences of some variants of pea albumin 1b.
Journal of Agricultural and Food Chemistry, Washington, DC, v. 52, p. 7499-7506, 2004b.
TERRA, W. R. Digestion. In: RESH, V. H.; CARDÉ, R. T. (Ed.). Encyclopedia of insects.
Amsterdam: Academic, 2003. p. 310-313.
TERRA, W. R.; FERREIRA, C. Insect digestive enzymes: properties, compartmentalization and
function. Comparative Biochemistry and Physiology B, New York, v. 109, p. 1-62, 1994.
THRONE, J. E.; CLINE, L. D. Seasonal flight activity and seasonal abundance of selected
stored-product Coleoptera around grain storages in South America. Journal of Agricultural
and Urban Entomology, Washington, DC, v. 11, p. 321-338, 1994.
THRONE, J. E.; CLINE, L. D. Seasonal flight activity of the maize weevil, Sitophilus zeamais
Motschulsky (Coleoptera: Curculionidae) and the rice weevil, S. oryzae (L.), in South Carolina.
Journal of Agricultural Entomology, Clemson, v. 6, p. 93-100, 1989.
TOEWS, M. D.; SUBRAMANYAM, B. Contribution of contact toxicity and wheat condition to
mortality of stored-product insects exposed to spinosad. Pest Management Science, Sussex,
v. 59, p. 538-544, 2003.
TREMATERRA, P.; PAULA, M. C. Z.; SCIARRETTA, A.; LAZZARI, S. M. N. Spatio-temporal
analysis of insect pests infesting a paddy rice storage facility. Neotropical Entomology,
Londrina, v. 33, p. 469-479, 2004.
VINOKUROV, K. S.; ELPIDINA, E. N.; OPPERT, B.; PRABHAKAR, S.; ZHUZHIKOV, D. P.;
DUNAEVSKY, Y. E.; BELOZERSKY, M. A. Diversity of proteinases in Tenebrio molitor
(Coleoptera: Tenebrionidae) larvae. Comparative Biochemistry and Physiology B, New York,
v. 1045, p. 126-137, 2006.
WAKEFIELD, M. E. Factors affecting storage insect susceptibility to the entomopathogenic
fungus Beauveria bassiana. In: THE INTERNATIONAL CONFERENCE ON STORED
PRODUCT PROTECTION, 9., 2006, Campinas. Proceedings... Campinas: Abrapós, 2006. p.
855-862.
WALDBAUER, G. P.; BHATTACHARYA, A. K. Self-selection of an optimum diet from a mixture
of wheat fractions by the larvae of Tribolium confusum. Journal of Insect Physiology, Oxford,
v. 19, p. 407-418, 1973.
WALDBAUER, G. P.; FRIEDMAN, S. Self-selection of optimal diets by insects. Annual Review
of Entomology, Palo Alto, v. 36, p. 43-63, 1991.
WHITE, N. D. G.; SINHA, R. N. Energy budget for Oryzaephilus surinamensis (Coleoptera:
Cucujidae) feeding on rolled oats. Environmental Entomology, Lanham, v. 10, p. 320-326,
1981.
WRIGHT, K. N. Nutritional properties and feeding value of maize and its by-products. In:
WATSON, S. A.; RAMSTAD, P. E. (Ed.). Maize: chemistry and technology. St. Paul: American
Association of Cereal Chemists, 1987. p. 447-478.
Capítulo 18
Moscas-das-frutas (Diptera)
Carla Cresoni-Pereira
Fernando S. Zucoloto
Introdução
Os indivíduos da família Tephritidae, as verdadeiras moscas-
das-frutas, são insetos de reconhecida importância econômica por
terem seu ciclo de vida, em especial, a fase larval, intimamente
relacionada ao desenvolvimento de seus frutos hospedeiros. Além
disso, são organismos biologicamente interessantes, que ocorrem
em diversos habitats, explorando os mais diversos recursos
alimentares e desempenhando uma série de comportamentos
bastante variáveis.
As moscas-das-frutas pertencem à ordem Diptera, subordem
Brachycera, família Tephritidae. Os gêneros com espécies de
importância econômica pertencem à subfamília Trypetinae. O
reconhecimento correto da família é o primeiro passo para a
identificação das moscas-das-frutas-verdadeiras, nome exclusivo
para os representantes da família Tephritidae. As moscas frugívoras
de outras famílias não devem ser denominadas moscas-das-frutas
(ZUCCHI, 2000).
Apesar de muitos trabalhos terem sido realizados em
tefritídeos, não há uma classificação satisfatória para essa família
(SILVA, 2000). Essa situação pode ser consequência do tamanho
considerável do grupo (cerca de 4.200 espécies descritas), da
natureza regional da maioria dos trabalhos taxonômicos e da
intergradação de caracteres taxonômicos entre vários táxons
superiores (MALACRIDA et al., 1996).
Usualmente, identificam-se dois grandes grupos de tefritídeos,
considerando as diferenças fisiológicas, ecológicas e
comportamentais (SELIVON, 2000). O número de gerações anuais,
a exploração de recursos e o comportamento de cópula são
características, muitas vezes, utilizadas para se fazer
agrupamentos.
Bateman (1972) sugeriu que as moscas-das-frutas fossem
inicialmente divididas de acordo com o número de gerações anuais
em espécies multivoltinas, com mais de uma geração por ano,
geralmente, sem diapausa, como as espécies tropicais e
subtropicais, como, por exemplo, as espécies de Anastrepha, e
univoltinas, com uma só geração por ano, com diapausa de inverno,
de ocorrência em regiões de clima temperado, como as espécies de
Rhagoletis.
Outra distinção comum refere-se aos tipos de hospedeiros
utilizados pelas moscas. Fletcher (1987) considera três principais
estratégias na utilização do hospedeiro pelo estágio larval das
moscas-das-frutas: espécies monófagas, que exploram uma única
espécie vegetal, por exemplo, Bactrocera oleae (Gmelin); espécies
oligófagas (como Anastrepha striata Schiner), que utilizam poucas
espécies relacionadas (mesmo gênero ou mesma família); e
polífagas (como algumas espécies de Anastrepha e Ceratitis), que
utilizam uma ampla gama de hospedeiros. A maioria das espécies
que causa danos à fruticultura está incluída nessas duas últimas
categorias.
As espécies oligófagas/polífagas, multivoltinas, de regiões
tropicais e subtropicais não apresentam o ciclo de vida intimamente
ligado à fenologia de um único hospedeiro. Nesse caso, as fêmeas
devem selecionar um sítio para a oviposição de acordo com a
disponibilidade de frutos hospedeiros. Assim, no regime polifágico,
há diversificação na exploração dos recursos (SELIVON, 2000).
Os tefritídeos também apresentam diferenças quanto ao
comportamento sexual e são reconhecidos essencialmente dois
padrões relacionados ao sítio de corte e sítio de cópula. Esse pode
ser o próprio fruto hospedeiro, onde o macho estabelece um
território e força a cópula com fêmeas que procuram o fruto para
oviposição. Nesse caso, as fêmeas não têm prerrogativa de escolha
dos machos. Esse é o tipo de sistema de cópula baseado em
recurso: a cópula só ocorre no hospedeiro, pois é na ocasião de
postura que as fêmeas são forçadas a copular. Existem espécies
cujos machos formam leks na folhagem, que pode ser ou não
aquela da planta hospedeira. Uma vez agregados, os machos
apresentam comportamento elaborado, exibindo vibração de asas,
quando ocorre a emissão de sons e a liberação de feromônios. As
fêmeas, atraídas para esses agregados, aparentemente, selecionam
o parceiro para a cópula de acordo com o seu tamanho, dando
preferência aos maiores (ALUJA et al., 2000), embora algumas
vezes essa seleção aparentemente não esteja baseada somente em
aspectos visuais, como o tamanho do macho (MANGAN, 2003).
Alguns estudos demonstram que outros fatores como a quantidade
e a constituição do feromônio, que são influenciados pelo status
nutricional, também são importantes. Fêmeas selvagens de Ceratitis
capitata (Wiedeman) ativamente selecionam e discriminam em favor
de machos, liberando feromônios com composição adequada (HEAT
et al., 1994) e realizando adequadamente comportamentos de corte,
sonoros, visuais e táteis (EBERHARD, 2000).
Morgante et al. (1993) e Selivon e Morgante (1997) estudaram
o comportamento de cópula de A. striata e A. bistrigata Bezzi e
verificaram que a primeira apresenta o comportamento típico de
uma espécie generalista, com os machos se agrupando em leks,
atraindo a fêmea por emissão de feromônio e produção de sons,
enquanto A. bistrigata apresenta comportamento típico de espécies
monófagas de regiões temperadas, a exemplo de Rhagoletis: o
macho escolhe o fruto como território, defendendo-o da presença de
outros machos. As fêmeas procuram o fruto para a oviposição e o
macho força a cópula enquanto a fêmea está sobre o fruto.
Analisando-se, conjuntamente, esses parâmetros, podem ser
estabelecidas algumas relações entre eles, com o reconhecimento
de dois grandes grupos de moscas-das-frutas: o das espécies que
ocorrem em regiões temperadas, com populações estáveis, cujas
gerações sucessivas permanecem na mesma área e no mesmo
hospedeiro. Nesse caso, ocorre uma sincronização dos períodos de
alta densidade populacional com os recursos disponíveis, sendo o
próprio fruto hospedeiro utilizado como sítio de cópula.
Alternativamente, as espécies das regiões tropicais e subtropicais,
multivoltinas, polífagas são transitórias e se estabelecem em regiões
onde encontram frutos em processo de amadurecimento. A
exploração desses recursos leva a um aumento da densidade
populacional que declina à medida que diminui a quantidade de
frutos disponíveis. Portanto, ao contrário das espécies de regiões
temperadas que permanecem no mesmo local por várias gerações e
são univoltinas, as moscas-das-frutas de regiões tropicais e
subtropicais dispersam-se e fundam novas populações onde
existam condições favoráveis. Além disso, as gerações podem se
sobrepor em um mesmo hospedeiro, com várias gerações por
período de frutificação (BATEMAN, 1972).
Nutrição
As necessidades nutricionais dos insetos são qualitativamente
semelhantes às dos demais animais. Elas variam de acordo com a
fase da vida (crescimento, reprodução, dispersão) e com fatores
abióticos como temperatura, umidade, luminosidade e outros.
Quando as necessidades nutricionais dos insetos não são
satisfeitas pelo alimento utilizado, eles sofrerão danos na sua
performance, como aumento do tempo de desenvolvimento,
fecundidade e fertilidade reduzidas, tamanho do adulto reduzido, o
que pode interferir na capacidade para cópula e dispersão, entre
outros fatores. Além de afetar o desempenho dos insetos, aspectos
nutricionais são os determinantes do comportamento de busca e
seleção do alimento, dispersão, escolha e aceitação de parceiros
sexuais (CHAPMAN, 1998).
Na fase imatura, a quantidade e a qualidade dos nutrientes
consumidos afetam o peso, o tempo de desenvolvimento, a
sobrevivência, a composição química do corpo, o tamanho do adulto
e a produção de óvulos, em alguns casos. Na fase adulta, a nutrição
é importante para a produção de ovos, habilidade para cópula,
sobrevivência, capacidade de dispersão e a renovação cuticular,
entre outros fatores (SLANSKY JUNIOR; SCRIBER, 1985).
Uma das maiores dificuldades nos estudos sobre a nutrição e o
comportamento alimentar de moscas-das-frutas está na fase
imatura. Como as larvas misturam-se ao seu próprio alimento,
algumas medidas são difíceis de serem obtidas, como é o caso da
ingestão. A medida de ingestão é um dado de extrema importância
para os estudos de nutrição e comportamento. Os índices
alimentares comumente utilizados para outros insetos (SLANSKY
JUNIOR; SCRIBER, 1985) não podem ser aplicados a esse grupo
particular de insetos, tendo em vista que nos adultos a coleta de
fezes é inviável e nos imaturos tanto a coleta de fezes quanto a
medida da ingestão também o são. A dieta larval é de extrema
importância para o desenvolvimento adequado da larva e para a
performance dos adultos, tendo em vista que o potencial reprodutivo
dos adultos reflete a eficiência da dieta larval. Apesar de sua relativa
imobilidade, as larvas de moscas-das-frutas são capazes de
selecionar o alimento, ou sua porção, mais adequado para o seu
desenvolvimento. Fernandes-da-Silva e Zucoloto (1993) trabalhando
com larvas de C. capitata demonstraram que estas preferem as
porções mais maduras dos frutos e que, quando criadas
exclusivamente nessas porções, apresentam desenvolvimento
melhor do que quando criadas em outras porções do fruto. A
seleção de porções mais adequadas de alimentos ou de alimentos
diferentes, em laboratório, já foi demonstrada também por Zucoloto
(1988, 1993a) e Canato e Zucoloto (1993). Dukas et al. (2001),
também trabalhando com C. capitata, sugerem que a explicação
mais provável para os diferentes tamanhos larvais encontrados para
larvas de mesma idade, em frutos de kumquat, seria a variação
nutricional dentro do fruto e o fato de as larvas selecionarem essas
porções, uma vez que a competição seria um argumento fraco
considerando a densidade larval por fruto e o tamanho relativamente
pequeno das larvas em vista do tamanho do fruto.
Conhecidamente, o alimento larval natural é bastante pobre em
proteínas ou compostos nitrogenados, de modo que em estudos de
laboratório foi demonstrado para várias espécies que as larvas
preferem dietas contendo uma fonte proteica em detrimento de
outras mais ricas em açúcar. Larvas de C. capitata (CRISCI, 1998) e
A. obliqua (MESSAGE; ZUCOLOTO, 1980) não sobrevivem em
dietas constituídas unicamente de carboidratos, mas são capazes
de completar o desenvolvimento se alimentadas em dietas
exclusivamente proteicas, embora com performance reduzida.
Canato e Zucoloto (1993) demonstraram que em concentrações que
variaram de 6,5 g de lêvedo até 25 g de lêvedo/100 mL de dieta, as
larvas de C. capitata não apresentaram diferenças na performance,
o que pode demonstrar que as larvas não regularam sua ingestão
pela quantidade de açúcares na dieta, que foi constante, e toleraram
com sucesso dietas basicamente proteicas. Entretanto, na
concentração de 30 g de lêvedo/100 mL de dieta a performance foi
levemente reduzida (CANATO; ZUCOLOTO, 1993).
A qualidade e a quantidade do alimento larval vão interferir no
tamanho do adulto e no seu potencial reprodutivo de formas
adversas. Embora vários estudos tenham relacionado o tamanho do
adulto ao sucesso reprodutivo (obtenção de cópulas para os
machos e produção de ovos para as fêmeas) (LIEDO et al., 1992;
TAYLOR; YUVAL, 1999), nem sempre essa relação existe como
previsto. Machos de C. capitata de diferentes tamanhos diferiram no
número de cópulas obtidas com machos maiores obtendo mais
cópulas, mas não diferiram no sucesso reprodutivo em relação à
fecundação (BLAY; YUVAL, 1999). Fêmeas maiores de C. capitata
não tiveram potencial reprodutivo maior que fêmeas menores
(BLAY; YUVAL, 1999). É necessário observar que em estudos
realizados com indivíduos provenientes de criações em laboratório,
as diferenças genéticas entre os indivíduos podem ser mais
significativas para o sucesso reprodutivo do que a diferença no
tamanho. Uma vez que a larva atingiu o peso crítico, isto é, o peso
mínimo no qual a alimentação e o crescimento não são mais
necessários para o curso normal de pupação e metamorfose
(DAVIDOWITZ et al., 2003), a performance do adulto dependerá
mais da qualidade genética do que do seu tamanho. Por causa do
afunilamento genético propiciado pela criação de laboratório, a
variabilidade foi reduzida a ponto de nenhuma diferença ser
observada no sucesso de cópula em experimentos com B. tryoni
(Froggatt) (MEATS et al., 2004), independentemente do tamanho
dos indivíduos. Esse é um efeito característico dos regimes de
criação em massa e que podem interferir nos estudos
comportamentais que utilizam organismos provenientes desses
regimes. Como sugerido por Cayol (2000), características
comportamentais e feromonais podem ser perdidas nos processos
de criação e podem ser a chave para a explicação de alguns
resultados encontrados até mesmo em estudos de campo com
indivíduos criados em larga escala.
Os recursos essenciais para a alimentação do adulto, a
oviposição e o desenvolvimento larval estão disponíveis
irregularmente em qualidade e em quantidade nas diferentes épocas
do ano e o comportamento dos tefritídeos deve ser adequado para
forragear, de modo que atenda a todas as suas necessidades. As
necessidades nutricionais dos insetos não são constantes: elas
variam de acordo com fatores bióticos (fase de desenvolvimento,
fase reprodutiva ou de dispersão) e abióticos (temperatura,
umidade, etc.). Os insetos devem satisfazer suas necessidades
nutricionais mínimas para que não sofram prejuízos na performance
(SIMPSON; SIMPSON, 1990). A literatura é vasta no que diz
respeito à descrição dos efeitos da nutrição em vários aspectos do
comportamento e da performance dos tefritídeos.
Aluja et al. (2001a) compararam machos de A. ludens (Loew),
A. serpentina (Wiedeman), A. striata e A. obliqua (Macquart) em
diferentes idades e estados nutricionais. Os resultados mostraram
que o potencial reprodutivo do macho pode ser fortemente afetado
pela qualidade da dieta, mas esse efeito é altamente variável entre
espécies estritamente relacionadas com diferentes demandas
ecológicas e entre diferentes classes de idades dentro de uma
mesma espécie. Por exemplo, o número total de cópulas foi
significativamente influenciado pela dieta do adulto em A. serpentina
e A. striata e também em machos de A. obliqua de 20 dias de idade,
mas não em machos de 12 dias (ALUJA et al., 2001a). Nesses
casos, foi detectado que a adição de hidrolisado de proteína à dieta
foi o fator que conferiu aos machos vantagem competitiva.
Carey et al. (1998), em um estudo com C. capitata, e Jacome et
al. (1999), trabalhando com A. serpentina, demonstraram que
fêmeas podem viver mais tempo e se reproduzir tardiamente
quando sujeitas à privação de alimento, especialmente, a falta de
proteínas. De acordo com Carey et al. (1998), a mortalidade
aumenta em fêmeas que se reproduzem pelo fato de a reprodução
desviar recursos da manutenção somática, especialmente se a dieta
é pobre ou ausente de proteínas.
A maturação ovariana e a carga de ovos são influenciadas pela
alimentação, especialmente pela alimentação proteica. Embora
vários estudos tenham enfatizado a presença do fruto hospedeiro ou
de seu odor como um fator de estimulação da maturação ovariana
(FLETCHER; KAPATOS, 1983; KOVEOS; TZANAKAKIS, 1990;
ALONSO-PIMENTEL et al., 1998), faltaram evidências de que o
aumento da carga de ovos tenha se dado exclusivamente pelos
estímulos do fruto (sensoriais e/ou olfativos). Não pode ser
descartada a possibilidade de o estímulo de o hospedeiro ter
desencadeado uma resposta alimentar que tenha favorecido a
maturação ovariana (PAPAJ, 2000). A presença de machos de A.
obliqua promoveu uma mudança na utilização do alimento ingerido
pelas fêmeas que favoreceu a produção de ovos (CRESONI-
PEREIRA; ZUCOLOTO, 2006b), além de influenciar outros aspectos
da seleção de alimentos (CRESONI-PEREIRA; ZUCOLOTO, 2005,
2006b). A dieta de machos adultos de C. capitata parece não
influenciar o sucesso de cópula ou a sobrevivência em linhagens de
laboratório, enquanto em linhagens selvagens os machos
alimentados com proteínas copularam significativamente mais do
que os privados ou os criados em laboratório em qualquer regime
dietário (SHELLY; McINNIS, 2003).
De maneira geral, a adição de proteína à dieta de adultos de C.
capitata aumenta o sucesso de cópula em casos que envolvem a
competição por parceiras entre machos selvagens (KASPI et al.,
2000; SHELLY et al., 2002; SHELLY; KENNELLY, 2002), somente
alguns casos envolvendo competição entre machos criados em
laboratório (KASPI et al., 2000; SHELLY; KENELLY, 2002) e nenhum
caso com machos criados em laboratório competindo com machos
selvagens (SHELLY; KENNELLY, 2002; SHELLY; McINNIS, 2003).
Proteínas
A unidade estrutural das proteínas são os aminoácidos. Para os
insetos em geral, as funções básicas das proteínas são a
construção e manutenção dos tecidos, a formação de enzimas,
nucleotídeos e quitina, a manutenção do equilíbrio ácido-base e,
secundariamente, na ausência de fontes primárias, como fonte de
energia. Embora o fagoestimulante clássico seja o carboidrato,
proteínas também podem agir como fagoestimulantes. Fêmeas de
A. obliqua aumentam a ingestão em dietas artificiais conforme
cresce a concentração de lêvedo de cerveja, que é uma fonte de
proteínas (CRESONI-PEREIRA; ZUCOLOTO, 2001a; MEDEIROS;
ZUCOLOTO, 2006).
As larvas se alimentam basicamente da polpa do fruto, embora
não esteja excluída a possibilidade de que se alimentem também,
dentro do fruto, de seus próprios exoesqueletos, outros
invertebrados e larvas coespecíficas mortas ou menores. Zucoloto
(1993b) demonstrou que as larvas de C. capitata podem se
desenvolver em dietas à base de farinha de carne e de larvas
mortas da mesma espécie, embora a performance seja reduzida nas
primeiras gerações nesse tratamento. Mas essa premissa mostra
que a prática de canibalismo não está descartada nessa espécie,
assim como em outras consideradas fitófagas, quando a ocasião
favorece esse tipo de comportamento (competição intraespecífica,
baixo teor de nutriente, etc.). Lemos et al. (1992) mostraram que
larvas alimentadas em farinha de carne liberam mais tripsina e
menos aminopeptidases no trato digestório do que larvas
alimentadas em lêvedo. Essa é uma adaptação de base genética
(LEMOS et al., 1992), podendo, assim, se manifestar nas larvas
selvagens, expostas aos mais variados ambientes nutricionais e,
eventualmente, alimentando-se de coespecíficos, exoesqueletos e
outros invertebrados menores.
As larvas, comumente, se desenvolvem em dietas artificiais que
contenham somente proteínas, embora com performance menor do
que aquelas supridas com dietas que contenham também
carboidratos. Aparentemente, as larvas são capazes de desaminar
os aminoácidos de modo eficiente para utilizá-los como fonte de
energia. As necessidades de proteínas de C. capitata na fase
imatura são similares tanto para machos quanto para fêmeas, assim
como o limiar de discriminação na fase imatura (PLÁCIDO-SILVA et
al., 2005). Para as moscas-das-frutas na fase adulta, as principais
fontes de proteínas são pólen, fezes de pássaros, honeydew
(BATEMAN, 1972) e até mesmo carcaças de outros insetos mortos,
incluindo coespecíficos (CRESONI-PEREIRA, observação pessoal).
Em relação à utilização e necessidade de proteínas, as fêmeas
de moscas-das-frutas são comumente divididas em dois grupos:
aquelas que necessitam de uma fonte proteica exógena, na fase
adulta, para reprodução (anautógenas) e aquelas que não
necessitam (autógenas). Alguns autores registram C. capitata como
moscas-das-frutas autógenas, no entanto, esses trabalhos, em sua
maioria, são feitos com moscas criadas em laboratório. No caso das
moscas consideradas autógenas, algumas espécies têm sua
produção de ovos aumentada quando supridas de uma fonte
proteica na fase adulta. Moscas do gênero Anastrepha são
anautógenas.
A nutrição proteica é importante também para os processos de
acasalamento. Fêmeas nutridas de proteínas parecem sinalizar seu
estado nutricional, que remete ao seu potencial reprodutivo. Fêmeas
de C. capitata, não privadas de proteínas na fase adulta, foram mais
receptivas à cópula do que fêmeas que não receberam proteínas
(CANGUSSU; ZUCOLOTO, 1997). Segundo Trujillo (1998, citado
por ALUJA et al., 2000), em estudos com A. obliqua e A. ludens,
96% das fêmeas de A. obliqua copularam ao menos uma vez,
independentemente da dieta. No caso de A. ludens, 91% das
fêmeas alimentadas com proteína e açúcar copularam com machos
alimentados com a mesma dieta, enquanto somente 50% das
fêmeas alimentadas com apenas açúcar copularam com machos
também alimentados com açúcar. Fêmeas de A. ludens alimentadas
com proteína e açúcar mantidas com machos alimentados com a
mesma dieta apresentaram mais ovos maduros do que fêmeas
alimentadas apenas com açúcar, mantidas com machos também
alimentados somente com açúcar (MANGAN, 2003).
A ligação entre proteína e maturação ovariana é uma função do
hormônio juvenil e da produção de ecdisterona, mas as interações
desses hormônios são complexas e pobremente entendidas
(WHEELER, 1996). É comum a vitelogênese ser iniciada em todos
os oócitos, mas ser completada somente em alguns: esse número é
proporcional à taxa de ingestão de proteína (CHAPMAN, 1998). O
pico de alimentação em fêmeas de B. tryoni, alimentadas com
proteína ad libitum, coincidiu com o período em que deveriam
ocorrer as cópulas (MEATS; LEIGHTON, 2004). subsequentemente,
há dramática redução da demanda proteica quando as moscas
permanecem não copuladas. Há variação no número de ovos
produzidos ao longo da vida de B. tryoni quando as fêmeas são
submetidas a diferentes regimes de fornecimento de proteína
(MEATS; LEIGHTON, 2004).
Moscas de B. tryoni esterilizadas por radiação gama no estágio
pupal não tiveram vitelogênese, mas apresentaram padrão de
consumo de proteína similar ao de fêmeas normais copuladas aos 7
dias de vida (MEATS; LEIGHTON, 2004). Essa aparente falta de
efeito na taxa de alimentação é contraditória aos dados que foram
encontrados para outras espécies como C. capitata (GALUN et al.,
1985).
A ingestão de proteínas é importante para os machos das
moscas-das-frutas. Shelly e Kennelly (2002), utilizando C. capitata,
demonstraram que machos não privados de proteína obtiveram
significativamente mais cópulas do que machos privados de
proteínas, independentemente de serem selvagens ou criados em
laboratório. Drew (1987) observou que machos de B. tryoni não
necessitam de uma fonte proteica para produzir esperma, mas sim
para manter a produção ao longo da vida.
A formação da glândula salivar, responsável pela produção de
feromônios, é altamente influenciada pela ingestão de proteína
durante a fase larvária (FERRO; ZUCOLOTO, 1989). Machos cuja
nutrição na fase imatura tenha sido precária em proteínas podem ter
produção e, consequentemente, emissão de feromônio prejudicada.
Machos de A. obliqua mantidos em dieta de sacarose tiveram
longevidade reduzida quando comparados com aqueles alimentados
em sacarose e proteína (CRESONI-PEREIRA; ZUCOLOTO 2006b).
Machos e fêmeas de C. capitata (CHANG et al., 2001;
MANRAKHAN; LUX; 2006), C. cosyra (Walker) e C. fasciventris
(Bezzi) (MANRAKHAN; LUX, 2006) também mostraram baixas taxas
de sobrevivência quando mantidos somente em dietas de sacarose.
Carboidratos
Comumente, os carboidratos são de origem vegetal e são, ao
lado dos lipídios, a principal fonte energética. Entre suas principais
funções estão: fonte energética, fagoestimulação e regulação da
quantidade de ingestão. Stoffolano Junior (1995) argumenta que o
grande sucesso do grupo dos insetos deve-se ao acesso fácil aos
carboidratos, por serem estes abundantes na natureza, e que a
maioria dos comportamentos e das estruturas bucais dos insetos
está adaptada para explorar esses recursos. Os carboidratos melhor
utilizados pelos insetos são aqueles presentes em maior proporção
na natureza: glicose, frutose e sacarose são os mais utilizados,
seguidos pela maltose, galactose, trealose, rafinose e amido.
A utilização e o comportamento alimentar das moscas-das-
frutas no que diz respeito aos carboidratos estão relacionados com
a abundância e a distribuição destes na natureza, ocorrência que se
repete com a maioria dos insetos (HSIAO, 1985). Deve haver pouca
pressão seletiva sobre os insetos em geral com relação a
mecanismos elaborados de aquisição e utilização de carboidratos,
uma vez que estes são abundantes na natureza, o mesmo não
ocorrendo para as proteínas, que são nutrientes limitantes. De modo
geral, os imaturos de moscas-das-frutas são capazes de sobreviver
em dietas artificiais sem carboidratos ou com a adição de lipídios
como fonte energética. Embora as larvas de moscas-das-frutas
sejam capazes de se desenvolver em dietas sem carboidrato, essa
privação reduz a performance larval e se reflete na performance e
no comportamento dos adultos, que podem desenvolver
mecanismos de compensação, por exemplo (CANATO;
ZUCOLOTO, 1998). Já os adultos são incapazes de sobreviver por
mais de 3 dias sem uma fonte de carboidrato na dieta
(FONTELLAS; ZUCOLOTO, 1999; MANRAKHAN; LUX, 2006).
A qualidade dos carboidratos e a sua concentração ideal variam
de acordo com a espécie. Zucoloto (1992) demonstrou que fêmeas
de C. capitata, alimentadas durante o período de pré-oviposição
com diferentes carboidratos em diferentes concentrações,
apresentaram melhor performance quando alimentadas com glicose,
sacarose e frutose (12 g/100 mL de dieta). Já o amido, não
propiciou a produção de óvulos nesse mesmo estudo. Fontellas e
Zucoloto (1999), trabalhando com A. obliqua, encontraram
resultados similares. Landolt e Sivinski (1992) demonstraram que a
presença de carboidratos na alimentação de machos de Anastrepha
suspensa é fundamental para a ocorrência de chamado sexual.
Jacome et al. (1999) registraram que fêmeas de A. serpentina
preferiram carboidrato em detrimento de proteína ou de fruto aberto
quando em situação de escolha. Esse tipo de comportamento foi
chamado de junk food. Quando as moscas estão diante de um
alimento de qualidade “duvidosa”, mas altamente energético, elas
podem preferi-lo em detrimento de outro alimento de mais alto valor
nutritivo para elas. A ingestão desse item altamente energético pode
levar à saciação e bloquear a ingestão de outros itens. Esse tipo de
comportamento indica que a compensação nutricional, a
autosseleção alimentar e outros mecanismos de seleção de
alimento não são uma regra e os insetos podem cometer alguns
erros metabolicamente caros (JACOME et al., 1999).
Lipídios
Segundo Dadd (1985), as principais funções dos lipídios para
os insetos são: fonte energética, componente estrutural,
impermeabilizante, fonte de ácidos graxos essenciais e fonte de
esteróis. Vários estudos com moscas-das-frutas mostraram que nos
primeiros dias após a emergência ou na ausência de alimentação
adequada (carboidratos e proteínas) ou privação de carboidratos os
níveis de lipídios caem drasticamente, voltando a se restabelecer
nos dias subsequentes, desde que haja alimentação adequada e
que a privação de lipídios na alimentação não traga danos à sua
performance (CANGUSSU; ZUCOLOTO, 1992; JACOME et al.,
1995; MORENO et al., 1997; WARBURG; YUVAL, 1997).
Os estudos feitos com lipídios em moscas-das-frutas mostram
que esses insetos conseguem transformar outros nutrientes
(carboidratos e proteínas) em lipídios, de modo que talvez não seja
necessário, ao menos na alimentação do adulto, o fornecimento de
lipídios, exceto em casos especiais em que a dieta natural da mosca
seja rica nesse nutriente, como é o caso de B. oleae (MANOUKAS,
1977).
Simbiontes
O papel das bactérias na nutrição e na sobrevivência de larvas
e de adultos tefritídeos é melhor conhecido em Bactrocera e
Rhagoletis (FLETCHER, 1987). Os indivíduos têm adaptações
anatômicas para alojar microrganismos, como o ceco gástrico na
larva e o divertículo esofágico (bulbo) nos adultos. As bactérias
comumente encontradas no tubo digestório das moscas-das-frutas
são chamadas bactérias tipo moscas-das-frutas
(Enterobacteriaceae) (FLETCHER, 1987). Esse autor, ao interpretar
o comportamento de regurgitação de Bactrocera e Anastrepha,
sugeriu que as moscas inoculam a superfície do fruto e utilizam as
colônias de bactérias resultantes como fontes de proteínas. Os
simbiontes bacterianos podem também desempenhar importante
papel na síntese de aminoácidos essenciais, na quebra e na
digestão de tecidos do fruto, na desintoxicação de substâncias
secundárias e na supressão de microrganismos patogênicos. Drew
et al. (1983) mostraram que bactérias derivadas da superfície das
plantas provêm de algumas espécies de Bactrocera, incluindo B.
tryoni, com uma dieta que capacita moscas imaturas a alcançar a
maturidade sexual e a reprodução. Esses autores assinalam que as
bactérias são digeridas uma vez que um grande número delas é
encontrado no papo das moscas, mas praticamente nenhuma
alcança o trato digestório inferior ou é encontrada nas fezes.
Drew e Lloyd (1987) demonstraram que adultos de B. tryoni
(Hardy) e Bactrocera neohumeralis inoculam a superfície dos frutos
enquanto forrageiam e assim atraem moscas imaturas que
consomem este alimento bacteriano e então atingem maturidade
sexual. Machos de A. ludens (Loew) não mostraram efeito da dieta
do adulto na performance sexual, enquanto três outras espécies
comparadas no mesmo estudo mostraram tal relação (A. serpentina,
A. striata e A. obliqua) (Aluja et al., 2001a). Os autores do estudo
atribuíram, como uma das possíveis explicações, a presença de
bactérias simbiontes no trato digestório dessas moscas como
responsáveis pela nutrição adequada dos indivíduos, visto que essa
espécie parece ter se desenvolvido em ambiente de baixa qualidade
nutricional, de modo que seu sucesso estaria envolvido com a
presença dessas bactérias.
Fatores abióticos
A série de ambientes aos quais as moscas-das-frutas estão
expostas é extremamente ampla e variada, e não há um
componente único que seja determinante da abundância ou do
sucesso desses organismos. Os principais componentes que devem
ser avaliados são a alimentação, os fatores bióticos (predação,
competição, presença de coespecíficos) e abióticos. Entre estes
últimos, podem ser citados a umidade, a temperatura e a luz
(BATEMAN, 1972). A luz e a temperatura são especialmente
importantes para a alimentação, por dispararem ou inibirem as
atividades diárias, entre elas os turnos alimentares.
Fatores bióticos e abióticos interagem para regular a fisiologia e
o comportamento das fêmeas tefritídeas de vários modos. Por
exemplo, temperatura, intensidade luminosa e qualidade do
alimento podem modular a hora do dia em que a fêmea oviposita
(ALUJA et al., 1997) e podem influenciar o comportamento de
cópula (ALUJA et al., 2000). O comportamento de oviposição de A.
obliqua, no campo, parece ser fortemente influenciado por
características do microhabitat, especialmente luminosidade,
umidade, temperatura e fatores bióticos, como a presença de
hospedeiros (ALUJA; BIRKE, 1993).
Alimentação
Os tipos de alimentos que os insetos holometábolos podem
ingerir dependem basicamente da estrutura de suas peças bucais e
de seus mecanismos de alimentação. As moscas-das-frutas usam
modificações específicas do labelo juntamente com a posição
labelar e o modo de alimentação em fluidos para ingerir substâncias
específicas (VIJAYSEGARAN et al., 1997). O modo de ingestão,
assim como os tipos de alimentos que podem ser ingeridos são
influenciados por uma combinação de três componentes estruturais
e funcionais separados, mas estritamente associados: 1) estrutura
das peças bucais; 2) flexão do labelo durante a alimentação; e 3) o
modo de alimentação centrado em fluidos pela regurgitação e a
reingestão de conteúdos do papo (VIJAYSEGARAN et al., 1997).
As peças bucais das moscas-das-frutas têm modificações
estruturais específicas cujas funções não tinham sido previamente
estudadas (VIJAYSEGARAN et al., 1997). No estudo de quatro
espécies de Bactrocera, observou-se que a pseudotraqueia tem
anéis ao longo da linha mediana, com numerosos microdentes, e
espaços entre eles que resultam em muitos microporos que levam
ao lúmen da pseudotraqueia. Os anéis pseudotraqueais de
Anastrepha são similares aos de Bactrocera (ELZINGA; BROCE,
1986). Os anéis pseudotraqueais próximos da abertura oral não têm
microdentes, mas são modificados em estruturas onduladas,
semelhantes a pelos e que são chamados espinhos prestomais
(VIJAYSEGARAN et al., 1997). Os lobos orais opostos próximos ao
esclerito discal são flexionados para formar a cavidade labelar e o
sulco prestomal durante todos os modos de alimentação. Sem essa
flexão labelar, o alimento seria bebido diretamente pela abertura oral
e a filtração por meio dos microporos da pseudotraqueia não seria
possível. Essa flexão dos lobos orais é fundamental para o modo de
alimentação dos tefritídeos, protegendo a abertura oral e prevenindo
que o alimento passe direto para o canal alimentar
(VIJAYSEGARAN et al., 1997).
Embora, de modo geral, as moscas bebam líquidos diluídos,
elas também se alimentam de itens sólidos, secos, por meio da
regurgitação do conteúdo do papo, liquefazendo o alimento e então
reingerindo a porção liquefeita. As peças bucais estão adaptadas
para expelir e ingerir grandes quantidades de líquido. A ingestão e a
expulsão de líquidos via pseudotraqueias e de numerosos
microporos que cobrem a superfície labelar são similares à ação de
uma esponja e é um método mais efetivo do que a ingestão de
fluidos ou liquefação de alimentos por meio de uma única abertura
maior, que é a abertura oral (VIJAYSEGARAN et al., 1997).
Para ingerir o alimento, a mosca deve primariamente estender a
probóscide, e isto ocorre após a fagoestimulação de receptores nas
peças bucais e pelos quimiorreceptores tarsais (BERNAYS, 1985).
Se o input sensorial durante a ingestão declina abaixo de certo nível
limiar, ou se um feedback negativo leva ao término da refeição, a
probóscide lentamente se retrai; a retração será mais lenta quando
deterrentes alimentares forem encontrados (BERNAYS, 1985). A
continuidade da alimentação depende da fagoestimulação contínua.
Isso indica que o padrão de alimentação não é contínuo até a
saciedade; ele requer feedback positivo contínuo, o que é fornecido
em grande parte pelo feedback químico do alimento (BERNAYS,
1985).
Segundo Bernays (1985), quatro pontos são notadamente
marcantes em relação ao início e decorrer da alimentação. Primeiro,
a alimentação contínua requer fagoestimulação contínua. Segundo,
a quantidade de alimento ingerido em uma refeição depende de
fatores volumétricos. Terceiro, a regulação dos períodos entre as
refeições depende da composição da hemolinfa. E, finalmente, há
variações endógenas no sistema nervoso central que afetam todo o
processo da alimentação.
O comportamento alimentar de moscas do gênero Anastrepha
envolve várias modalidades que são idênticas àquelas observadas
para outras espécies de tefritídeos, como R. pomonella (Walsh.)
(HENDRICHS et al., 1992; 1993) e C. capitata (HENDRICHS et al.,
1991): pastagem (grazing), sucção, bubbling e regurgitação (ALUJA
et al., 1993). A pastagem consiste em um repetido movimento de
extensão e retração da probóscide para tocar a superfície de
alimentação. Esse comportamento foi primeiro descrito por
Hendrichs et al. (1992) e seria uma forma de a mosca encontrar e
experimentar porções de nutrientes da superfície explorada. Quando
isso ocorre nas folhas das plantas, é importante para aquisição de
proteínas e de carboidratos que podem ser exudados das folhas. A
sucção é a ação de extensão da probóscide para absorver líquidos,
provenientes do fruto ou não, gotas de água, fezes frescas de
pássaros ou outro alimento, líquido ou liquefeito pela saliva da
mosca. As moscas adultas podem ingerir alimentos secos desde
que passíveis de serem liquefeitos pela ação da saliva. Foi
demonstrado que a performance é reduzida quando as moscas têm
que se alimentar de itens sólidos, já que grande parte da energia é
dispendida na fabricação de saliva para a preparação do alimento
para posterior sucção (HENDRICHS et al., 1993).
Bubbling é a formação de gotas líquidas, de tamanho variado,
na ponta da probóscide, enquanto a mosca está em repouso sobre
a folha. A regurgitação é a deposição dessas gotas regurgitadas
sobre a folha ou fruto ou qualquer outra superfície em que a mosca
se encontre, e a posterior reingestão dessas gotas em intervalos
variáveis. Segundo Aluja et al. (2000), a quantidade e composição
dos drops variam com o tipo de alimento ingerido. A reingestão das
gotas também está relacionada à ingestão de bactérias simbiontes,
que podem ser passadas de uma mosca para outra ou podem se
proliferar no material regurgitado e, então, serem ingeridas pelas
moscas (HENDRICHS et al., 1992). As bactérias podem ser
importantes na digestão e no fornecimento de nutrientes não
sintetizados ou adquiridos pelas moscas adultas.
Drew e Lloyd (1987) propuseram que as moscas regurgitam
para inocular a superfície do fruto hospedeiro com suas bactérias
intestinais. Já Hendrichs et al. (1992), ao descreverem o bubbling
em R. pomonella, encontraram que as moscas podem regurgitar o
alimento ingerido para eliminar o excesso de água por evaporação e
concentrar os nutrientes suspensos na solução. Uma função
alternativa para o bubbling, proposta por Vijaysegaran et al. (1997),
seria que as moscas regurgitam para reverter o fluxo de fluido no
labelo, limpando os microporos de partículas que, provavelmente, se
acumulam durante a alimentação.
O apetite das moscas por nutrientes específicos depende de
uma série de fatores, como a concentração de cada nutriente na
dieta, o intervalo entre as refeições e a quantidade ingerida em cada
refeição. O padrão de alimentação é bastante variável, dependendo
da espécie e das condições ambientais. Observações feitas com
adultos de A. suspensa (Loew) mostraram que essas moscas
preferem o período da manhã para alimentação, embora tenham
sido observadas alimentando-se durante todo o dia (LANDOLT;
DAVIS-HERNANDEZ, 1993). Já A. obliqua, em pomares com
temperaturas muito elevadas (45° em áreas não sombreadas),
preferiram alimentar-se num padrão bimodal, com a maior parte da
atividade ocorrendo nos períodos mais frios (ALUJA; BIRKE, 1993).
Porém, quando as temperaturas foram mais amenas, o pico de
atividade alimentar ocorreu entre 10 h e 15 h. Fêmeas de A. obliqua
individualizadas se alimentaram significativamente mais, tanto de
sacarose quanto de lêvedo de cerveja, do que fêmeas mantidas em
grupo (CRESONI-PEREIRA; ZUCOLOTO, informação pessoal).
Quando mantidas em grupo, é possível que algumas fêmeas não
tenham acesso constante ao alimento ou que todas tenham acesso
restrito. Aluja et al. (2001b) observaram que fêmeas individuais de
A. serpentina não se alimentam todos os dias, mesmo quando uma
fonte de açúcar e uma de proteína estejam disponíveis ad libitum.
Aluja et al. (2000) ressaltaram a importância de se quantificar e
descrever todos os componentes ambientais quando se quer
descrever o comportamento alimentar, e cabe aqui ressaltar que o
contexto social, a idade do indivíduo e a disponibilidade de recurso
também são de máxima importância para a descrição do
comportamento. Privação de alimento, diluição de nutrientes na
dieta, presença de coespecíficos são fatores que afetam o
comportamento.
Outro comportamento já descrito para moscas-das-frutas é a
trofalaxia. É o fenômeno de transferência, pelos machos, de uma
substância oral para as fêmeas e que é por elas consumida. O único
caso descrito e conhecido ocorre em A. striata, cujas fêmeas
costumam circular diante da corte dos machos e, eventualmente,
tocam seu labelo com o labelo dos machos, de modo que a
substância oferecida pelos machos seja bebida pela fêmea (ALUJA
et al., 1993). Acredita-se que essa substância possa conter
nutrientes ou simbiontes. O único outro caso registrado em que
algum material do macho é transferido para a fêmea ocorre em A.
suspensa, no entanto, não ficou evidente que a inseminação tenha
aumentado a longevidade da fêmea ou que a cópula com machos
maiores aumente a sua fecundidade (SIVINSKI, 1993).
Comportamento
Todos os organismos exibem uma série de comportamentos
que formam uma ponte entre as necessidades fisiológicas do
organismo, uma variedade de limites filogenéticos e o ambiente no
qual o organismo vive (YUVAL; HENDRICHS, 2000). Esses
comportamentos são padrões altamente adaptados que otimizam o
sucesso reprodutivo do indivíduo que os desempenha (YUVAL;
HENDRICHS, 2000).
Os mecanismos comportamentais e fisiológicos que controlam
a seleção do alimento em insetos ainda não são bem conhecidos. A
hipótese mais aceita atualmente é que a informação sobre a
qualidade nutricional de um alimento é originária da atividade de
uma variedade de receptores sensoriais. Tais receptores estariam
integrados com informações sobre o estado nutricional fornecidas
pelo teor de nutrientes presentes na hemolinfa (SIMPSON et al.,
1995). De acordo com Waldbauer e Friedman (1991), o
comportamento de autosseleção alimentar é uma regulação
contínua do alimento ingerido que envolve mudanças frequentes de
alimento para alcançar um balanço favorável de nutrientes por meio
de escolhas não casuais, com consequente benefício para o
indivíduo. Trabalhos realizados com C. capitata (CANGUSSU;
ZUCOLOTO, 1995) e A. obliqua (CRESONI-PEREIRA; ZUCOLOTO
2001b; MEDEIROS; ZUCOLOTO, 2006) já demonstraram que essas
moscas-das-frutas são capazes de selecionar proporções de
nutrientes que lhes forneçam uma dieta adequadamente
balanceada, quando essa possibilidade lhes é oferecida. No
entanto, os resultados desses trabalhos diferem em um ponto
fundamental (Figuras 1 e 2). A performance de fêmeas de C.
capitata foi melhor quando a alimentação ocorreu em um único
bloco de dieta de sacarose e de lêvedo do que quando as fêmeas
puderam ingerir seletivamente entre dietas de sacarose e dietas de
lêvedo em blocos separados (CANGUSSU; ZUCOLOTO, 1995). Já
para as fêmeas de A. obliqua, a ingestão total foi menor e a
performance foi melhor quando os mesmos nutrientes foram
oferecidos separadamente do que quando foram oferecidos em um
único bloco (CRESONI-PEREIRA; ZUCOLOTO, 2001b), como o foi
para C. capitata (CANGUSSU; ZUCOLOTO, 1995). A explicação
para essa diferença está provavelmente na origem dos indivíduos e
seu histórico alimentar. As fêmeas de C. capitata utilizadas por
Cangussu e Zucoloto (1995) eram provenientes de uma criação de
laboratório, em que o alimento utilizado para a manutenção da
criação consistia exatamente dos nutrientes em um mesmo bloco de
dieta, durante várias gerações, o que pode ter levado essa
população a utilizar de forma mais eficiente os nutrientes em
conjunto.
Figura 1. Eficiência da dieta e número de óvulos produzidos por
Ceratitis capitata e Anastrepha obliqua alimentadas em um só bloco
de dieta com as seguintes proporções de lêvedo e sacarose,
respectivamente: dieta I = 5 g:6,5 g; dieta II = 11 g:6,5; dieta III =
19,5 g:6,5 g; dieta IV = 27 g:6,5 g; e dieta V = 35 g:6,5 g. A dieta VI
representa os resultados encontrados para as fêmeas alimentadas
com 11 g de sacarose e 6,5 g de lêvedo separadamente.
Fonte: Cangussu e Zucoloto (1995); Cresoni-Pereira e Zucoloto (2001b).
Recém-emergida 0,7 -
Aplicabilidade e conclusões
A maioria dos tefritídeos de importância econômica que ocorre
no Brasil pertence a quatro gêneros: Anastrepha, com 94 espécies
encontradas em nosso território; Ceratitis e Bactrocera, com
ocorrência de apenas uma espécie; e Rhagoletis (ZUCCHI, 2000).
Em todo o mundo, de aproximadamente 500 espécies de
Bactrocera, 30 a 40 são conhecidas como pragas em potencial.
Cerca de 50 espécies de Rhagoletis já foram descritas e muitas são
amplamente distribuídas. O gênero Anastrepha inclui de 150 a 200
espécies nativas da Região Neotropical. O gênero Ceratitis é um
dos mais notórios em todo o mundo, especialmente por causa de
uma única espécie, C. capitata (LIMA, 2001).
Os danos causados pelas moscas-das-frutas podem ser diretos
ou indiretos. Diretos quando causados pela oviposição e
subsequente desenvolvimento larval nos frutos, e indiretos, quando
permitem a invasão dos tecidos vegetais por outros microrganismos
patogênicos (CHRISTENSON; FOOTE, 1960). A característica
dominante nas pesquisas com moscas-das-frutas tem sido a grande
preocupação com a supressão ou erradicação da sua população,
utilizando vários métodos de controle. A fase adulta é a única
suscetível aos métodos de controle, de modo que as pesquisas têm
sido concentradas nos adultos (LIMA, 2001).
O monitoramento populacional de moscas-das-frutas
caracteriza a população de tefritídeos do ponto de vista qualitativo e
quantitativo e é pré-requisito fundamental para o reconhecimento do
momento adequado para o início das medidas de controle das
populações (NASCIMENTO et al., 2000). As finalidades básicas do
monitoramento são a pesquisa científica, a identificação e
distribuição de espécies, a certificação de uma região ou país
quanto à ausência de uma determinada espécie-praga (área livre), o
programa de erradicação de uma espécie-praga e de manejo
integrado (NASCIMENTO et al., 2000).
A eficiência do monitoramento de adultos de moscas-das-frutas
depende da qualidade do atrativo (sexual ou alimentar), do tipo de
armadilha e de sua localização no campo (NASCIMENTO et al.,
2000). Alternativas para substituir a proteína hidrolisada (atrativo
alimentar mais utilizado), armadilhas coloridas e identificação do
feromônio sexual são algumas das linhas de pesquisas que visam
ao desenvolvimento de armadilhas para o monitoramento de
moscas-das-frutas (LIMA, 2001). Além dos estímulos visuais e
alimentares, vários semioquímicos de plantas têm sido investigados
como atrativos (ALUJA, 1994) e seu efeito sinergístico com outros
odores também (ALUJA et al., 2001b).
O uso de armadilhas à base exclusivamente de feromônio
sexual para o monitoramento e controle de moscas-das-frutas ainda
não é possível. O sistema de feromônios dos tefritídeos depende de
outros aspectos olfatórios, como os voláteis de plantas e os odores
dos alimentos (LIMA, 2001). Armadilhas com combinações de
odores de frutos hospedeiros e feromônios podem capturar mais
moscas em razão do efeito complementar dos odores (ROBACKER
et al., 1991). Informações de como o estado fisiológico afeta o olfato
e o comportamento são extremamente úteis no entendimento de
como as moscas-das-frutas utilizam os semioquímicos (LIMA,
2001).
Os programas de manejo integrado de pragas em fruticultura
têm incentivado o uso de vários métodos de controle,
principalmente, o controle biológico, que deve ser usado no intuito
de reduzir a densidade populacional das moscas-das-frutas e
favorecer o aumento da população de seus inimigos naturais
(CARVALHO et al., 2000). Entre os organismos que atuam no
controle biológico das moscas-das-frutas, como vírus, bactérias,
nematoides, fungos e predadores, os parasitoides têm se destacado
como os mais efetivos (CARVALHO et al., 2000). O ciclo de vida dos
parasitoides, de modo geral, está estritamente relacionado com o
ciclo de vida das moscas, de modo que, para a criação de grandes
quantidades de parasitoides para liberação, é necessária a criação
eficiente das moscas. A metodologia utilizada para criação do
parasitoide Diachasmimorpha longicaudata (Ashmead) utiliza larvas
de terceiro ínstar de C. capitata como hospedeiro, criadas em dieta
artificial (CARVALHO et al., 2000). A Figura 3 ilustra algumas
técnicas usadas para a alimentação, a coleta de posturas e a
manutenção de indivíduos de A. obliqua em laboratório.
Figura 3. Algumas técnicas e materiais utilizados em laboratório
para manutenção de Anastrepha obliqua: (A) Placa de dieta com
larvas em caixa de areia para pupação; (B) Caixa com areia e
pupas; (C) Alfinetes entomológicos presos a rolhas de cortiça, que
são utilizados para oferecer a dieta nas caixas experimentais; (D)
Caixa experimental mostrando a disposição dos alfinetes com a
dieta, bebedouros (tubos de ensaio) e substrato artificial de
oviposição à base de ágar; (E) Macho e fêmea sobre substrato
artificial de oviposição à base de ágar e lêvedo; e (F) Moscas sobre
a dieta oferecida no alfinete e sobre o substrato de oviposição.
Referências
ALONSO-PIMENTEL, H.; KORER, J. B.; NUFIO, C.; PAPAJ, D. R. Role of colour and
shape stimuli in host-enhanced oogenesis in the walnut fly, Rhagoletis juglandis.
Physiological Entomology, Oxford, v. 23, p. 97-104, 1998.
ALUJA, M. Bionomics and management of Anastrepha. Annual Review of Entomology,
Palo Alto, v. 39, p. 155-178, 1994.
ALUJA, M.; BIRKE, A. Habitat use by adults of Anastrepha obliqua (Diptera, Tephritidae) in
a mixed mango and tropical plum orchard. Annals of the Entomological Society of
America, Lanham, v. 86, p. 799-812, 1993.
ALUJA, M.; DIAZ-FLEISCHER, F.; PAPAJ, D. R.; LAGUNES, G.; SIVINSKI, J. Effects of
age, diet, female density and the host resource on egg load in Anastrepha ludens and
Anastrepha obliqua (Diptera, Tephritidae). Journal of Insect Behavior, New York, v. 47, p.
975-988, 2001b.
ALUJA, M.; JACOME, I.; BIRKE, A.; LOZADA, N.; QUINTERO, G. Basic patterns of
behavior in Anastrepha striata (Diptera, Tephritidae) flies under field-cage conditions.
Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 86, p. 776-793, 1993.
ALUJA, M.; JACOME, I.; MACIAS-ORDOÑEZ, R. Effect of adult nutrition on male sexual
performance in four neotropical fruit flies species ofthe genus Anastrepha (Diptera,
Tephritidae). Journal of Insect Behavior, New York, v. 14, p. 759-775, 2001a.
ALUJA, M.; JIMENEZ, A.; PIÑERO, J.; CAMINO, M.; ALDANA, L.; VALDÉS, M. E.;
CASTREJÓN, V.; JACOME, I.; DÁVILA, A. B.; FIGUEROA, R. Daily activity patterns and
within field distribution of papaya fruit flies (Diptera, Tephritidae) in Morelos and Veracruz,
Mexico. Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 90, p. 505-520,
1997.
ALUJA, M.; PIÑERO, J.; JACOME, I.; DIAZ-FLEISHER, F.; SIVINSKI, J. Behavior of flies in
the genus Anastrepha (Trypetinae: Toxotrypanini). In: ALUJA, M.; NORRBOM, A. L. (Ed.).
Fruit flies (Tephritidae): phylogeny and evolution of behavior. Boca Raton: CRC, 2000. p.
375-406.
BATEMAN, M. A. The ecology of fruit flies. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v.
17, p. 493-518, 1972.
BERNAYS, E. A. Effects of feeding on experience. In: CHAPMAN, R. F.; BOER, G. de.
(Ed.). Regulatory mechanisms in insect feeding. New York: Chapman Hall, 1995. p. 279-
306.
BERNAYS, E. A. Regulation of feeding behavior. In: KERKUT, G. A.; GILBERT, L. I. (Ed.).
Comprehensive insect-physiology, biochemistry and pharmacology. London:
Pergamon, 1985. v. 10, p. 390-467.
BLAY, S.; YUVAL, B. Oviposition and fertility in the Mediterranean fruit fly (Diptera,
Tephritidae): effects of male and female body size and the availability of sperm. Annals of
the Entomological Society of America, Lanham, v. 92, p. 278-284, 1999.
CANATO, C. M.; FERNANDES-DA-SILVA, G.; CANGUSSU, J. A.; ZUCOLOTO, F. S.
Influência de sais e vitaminas na produção de óvulos por Ceratitis capitata. Científica,
Jaboticabal, v. 22, p. 15-20, 1994.
CANATO, C. M.; ZUCOLOTO, F. S. Feeding behavior of Ceratitis capitata (Diptera,
Tephritidae): influence of carbohydrate ingestion. Journal of Insect Physiology, Oxford, v.
44, p. 149-155, 1998.
CANATO, C. M.; ZUCOLOTO, F. S. Influência da concentração de nutrientes no valor
nutritivo e seleção de dietas em larvas de Ceratitis capitata Wied. (Diptera, Tephritidae).
Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Londrina, v. 22, p. 471-476, 1993.
CANGUSSU, J. A.; ZUCOLOTO, F. S. Effect of protein sources on fecundity, food
acceptance and sexual choice by Ceratitis capitata (Diptera, Tephritidae). Revista
Brasileira de Biologia, Rio de Janeiro, v. 57, p. 611-618, 1997.
CANGUSSU, J. A.; ZUCOLOTO, F. S. Nutritional value and selection of different diets by
adult Ceratitis capitata flies (Diptera, Tephritidae). Journal of Insect Physiology, Oxford, v.
38, p. 485-491, 1992.
CANGUSSU, J. A.; ZUCOLOTO, F. S. Self-selection and perception threshold in adult
females of Ceratitis capitata (Diptera, Tephritidae). Journal of Insect Physiology, Oxford,
v. 41, p. 223-227, 1995.
CAREY, J. R.; LIEDO, P.; MÜLLER, H. G.; WANG, J. L.; VAUPEL, J. W. Dual modes of
aging in Mediterranean fruit fly females. Science, Washington, DC, v. 281, p. 996-998,
1998.
CARSTEN, L. D.; PAPAJ, D. R. Effects of reproductive state and host resource experience
on mating decisions in a walnut fly. Behavioral Ecology, New York, v. 16, p. 528-533,
2005.
CARVALHO, R. S.; NASCIMENTO, A. S.; MATRANGOLO, W. J. R. Controle biológico. In:
MALAVASI, A.; ZUCCHI, R. A. (Ed.). Moscas-das-frutas de importância econômica no
Brasil: conhecimento básico e aplicado. Ribeirão Preto: Holos, 2000. p. 113-117.
CAYOL, J. P. Changes in sexual behavior and life history traits of tephritid species caused
by mass-rearing process. In: ALUJA, M.; NORRBOM, A. L. (Ed.). Fruit flies (Tephritidae):
phylogeny and evolution of behavior. Boca Raton: CRC, 2000. p. 843-860.
CHANG, C. L.; ALBRECHT, C.; EL-SHALL, S. S. A.; KURASHIMA, R. Adult reproductive
capacity of Ceratitis capitata (Diptera, Tephritidae) on chemically defined diet. Annals of
the Entomological Society of America, Lanham, v. 94, p. 702-706, 2001.
CHAPMAN, R. F. The insects: structure and function. New York: Elsevier, 1998. 819 p.
CHRISTENSON, L. D.; FOOTE, R. H. Biology of fruit flies. Annual Review of Entomology,
Palo Alto, v. 5, p. 171-192, 1960.
CRESONI-PEREIRA, C.; ZUCOLOTO, F. S. Associative learning in wild Anastrepha obliqua
females (Diptera, Tephritidae) related to a protein source. Iheringia, Porto Alegre, v. 96, p.
53-56, 2006a.
CRESONI-PEREIRA, C.; ZUCOLOTO, F. S. Dietary self-selection and discrimination
threshold in Anastrepha obliqua females (Diptera, Tephritidae). Journal of Insect
Physiology, Oxford, v. 47, p. 1127-1132, 2001b.
CRESONI-PEREIRA, C.; ZUCOLOTO, F. S. Influence of male nutritional conditions on the
performance and alimentary selection of wild females Anastrepha obliqua (Macquart)
(Diptera, Tephritidae). Revista Brasileira de Entomologia, Curitiba, v. 50, p. 287-292,
2006b.
CRESONI-PEREIRA, C.; ZUCOLOTO, F. S. Influence of quantities of brewer yeast on the
performance of Anastrepha obliqua wild females (Diptera, Tephritidae). Iheringia, Porto
Alegre, v. 91, p. 53-60, 2001a.
CRESONI-PEREIRA, C.; ZUCOLOTO, F. S. The presence of the sexual partner and
nutritional condition alter the Anastrepha obliqua Macquart (Diptera, Tephritidae) protein
discrimination threshold. Neotropical Entomology, Londrina, v. 34, p. 895-902, 2005.
CRISCI, V. L. Estudo sobre seleção e performance de Ceratitis capitata Wied.
(Diptera, Tephritidae) alimentada com duas dietas diferentes, uma com substância
secundária estranha e outra sem carboidrato. 1998. 81 f. Tese (Mestrado em
Entomologia) - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Universidade de São Paulo, São
Paulo.
CRISCI, V. L.; ZUCOLOTO, F. S. Performance and selection of diets containing the
allelochemical compound quinine sulphate by Ceratitis capitata (Diptera, Tephritidae).
Revista Brasileira de Entomologia, Curitiba, v. 45, p. 275-282, 2001.
DADD, R. H. Nutrition: organisms. In: KERKUT, G. A.; GILBERT, L. I. (Ed.).
Comprehensive insect-physiology, biochemistry and pharmacology. London:
Pergamon, 1985. v. 4, p. 313-389.
DAVIDOWITZ, G.; D’AMICO, L. J.; NIJHOUT, H. F. Critical weight in the development of
inect body size. Evolution and Development, Malden, v. 5, p. 188-197, 2003.
DREW, R. A. I. Behavioral strategies of fruit flies of the genus Dacus (Diptera, Tephritidae)
significant in mating and host-plant relationship. Bulletin of Entomological Research,
London, v. 77, p. 73-81, 1987.
DREW, R. A. I.; COURTICE, A. C.; TEAKLE, D. S. Bacteria as natural source of food for
adult fruit flies (Diptera, Tephritidae). Oecologia, Berlin, v. 60, p. 279-284, 1983.
DREW, R. A. I.; LLOYD, A. C. Relationship of fruit flies (Diptera: Tephritidae) and their
bacteria to host plants. Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 80,
p. 629-636, 1987.
DUKAS, R.; PROKOPY, R.; DUAN, J. J. Effects of larval competition on survival and growth
in Mediterranean fruit flies. Ecological Entomology, Oxford, v. 26, p. 587-593, 2001.
EBERHARD, W. Sexual behavior and sexual selection in Mediterranean fruit fliy, Ceratitis
capitata (Dacine, Ceratidini). In: ALUJA, M.; NORRBOM, A. L. (Ed.). Fruit flies
(Tephritidae): phylogeny and evolution of behavior. Boca Raton: CRC, 2000. p. 459-489.
ELZINGA, R. J.; BROCE, A. B. Labbelar modifications of muscomorpha flies (Diptera).
Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 79, p. 150-209, 1986.
FERNANDES-DA-SILVA, P. G.; ZUCOLOTO. F. S. The influence of host nutritive value on
the performance and food selection in Ceratitis capitata (Diptera, Tephritidae). Journal of
Insect Physiology, Oxford, v. 39, p. 883-887, 1993.
FERRO, M. I. T.; ZUCOLOTO, F. S. Influência da nutrição protéica no desenvolvimento da
glândula salivar de machos de Anastrepha obliqua. Científica, Jaboticabal, v. 17, p. 1-5,
1989.
FLETCHER, B. S. The biology of dacine fruit flies. Annual Review of Entomology, Palo
Alto, v. 32, p. 115-144, 1987.
FLETCHER, B. S.; KAPATOS, E. T. The influence of temperature, diet and olive fruits on the
maturation rates of female olive fruit flies at different times of the year. Entomologia
Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 33, p. 244-252, 1983.
FONTELLAS, T. M. L.; ZUCOLOTO, F. S. Effect of sucrose ingestion on the performance of
wild Anastrepha obliqua (Macquart) females (Diptera, Tephritidae). Neotropical
Entomology, Londrina, v. 32, p. 209-216, 2003.
FONTELLAS, T. M. L.; ZUCOLOTO, F. S. Nutritive value of diets with different carbohidrates
for adult Anastrepha obliqua (Macquart) (Diptera, Tephritidae). Revista Brasileira de
Zoologia, Curitiba, v. 16, p. 1135-1147, 1999.
FONTELLAS-BRANDALHA, T. M. L.; ZUCOLOTO, F. S. Selection of oviposition sites by
wild Anastrepha obliqua (Macquart) (Diptera, Tephritidae) based on the nutritional
composition. Neotropical Entomology, Londrina, v. 33, p. 557-562, 2004.
GALUN, R.; GOTHILF, S.; BLONDHEIM, S.; SHARP, J. L.; MAZOR, M.; LACHMAN, A.
Comparison of aggregation and feeding responses by normal and irradiated fruit flies
Ceratitis capitata and Anastrepha suspensa (Diptera, Tephritidae). Environmental
Entomology, Lanham, v. 14, p. 726-732, 1985.
HEAT, R. R.; EPSKY, N. D.; DUEBEN, B. D.; GUZMAN, A.; ANDRADE, L. E. Gamma
radiation effects on production of four pheromonal components of male Mediterranean fruit
flies (Diptera, Tephritidae). Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 87, p. 904-909,
1994.
HENDRICHS, J.; COOLEY, S. S.; PROKOPY, R. J. Post-feeding bubbling behavior in fluid-
feeding Diptera: concentration of crop contents by oral evaporation of excess water.
Physiological Entomology, Oxford, v. 17, p. 153-161, 1992.
HENDRICHS, J.; FLETCHER, B. S.; PROKOPY, R. J. Feeding behavior of Rhagoletis
pomonella flies (Diptera, Tephritidae): effect of initial food quality and quantity on food
foraging, handling cost and bubbling. Journal of Insect Behavior, New York, v. 6, p. 43-64,
1993.
HENDRICHS, J.; KATSOYANOS, B. I.; PAPAJ, D. R.; PROKOPY, R. J. Sex differences in
movement between natural feeding and mating sites and tradeoffs between food
consumption, mating success and predator evasion in Meditteranean fruit flies (Diptera,
Tephritidae). Oecologia, Berlin, v. 86, p. 223-231, 1991.
HSIAO, T. H. Feeding behavior. In: KERKUT, G. A.; GILBERT, L. I. (Ed.). Comprehensive
insect-physiology, biochemistry and pharmacology. London: Pergamon, 1985. v. 9, p.
471-512.
JACOME, I.; ALUJA, M.; LIEDO, P. Impact of adult diet on demographic and population
parameters of the tropical fruit fly Anastrepha serpentina (Diptera, Tephritidae). Bulletin of
Entomological Research, London, v. 89, p. 163-175, 1999.
JACOME, I.; ALUJA, M.; LIEDO, P.; NESTEL, D. The influence of adult diet and age on
lipids reserves in the tropical fruit fly Anastrepha serpentina (Diptera, Tephritidae). Journal
of Insect Physiology, Oxford, v. 41, p. 1079-1086, 1995.
JOACHIM-BRAVO, I. S.; ZUCOLOTO, F. S. Oviposition preference and larval performance
in Ceratitis capitata (Diptera, Tephritidae). Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba, v. 14,
p. 795-802, 1997.
JOACHIM-BRAVO, I. S.; ZUCOLOTO, F. S. Performance and feeding behavior of Ceratitis
capitata: comparison of a wild population and laboratory population. Entomologia
Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 87, p. 67-72, 1998.
KASPI, R.; TAYLOR, P. W.; YUVAL, B. Diet and size influence sexual advertisement and
copulatory success of males in Mediterranean fruit fly leks. Ecological Entomology,
Oxford, v. 25, p. 1-6, 2000.
KOVEOS, D. S.; TZANAKAKIS, M. E. Effect of the presence of olive fruit on ovarian
maturation in the olive fruit fly, Dacus oleae, under laboratory conditions. Entomologia
Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 55, p. 161-168, 1990.
LANDOLT, P. J. Mating frequency of the papaya fruit fly (Diptera, Tephritidae) with and
without host fruit. The Florida Entomologist, Lutz, v. 77, p. 305-312, 1994.
LANDOLT, P. J.; DAVIS-HERNANDEZ, K. M. Temporal patterns of feeding by Caribbean
fruit flies (Diptera, Tephritidae) on sucrose and hydrolyzed yeast. Annals of the
Entomological Society of America, Lanham, v. 86, p. 749-755, 1993.
LANDOLT, P. J.; SIVINSKI, J. Effects of time of day, adult food and host fruit on the
incidence of calling by male Caribbean fruit flies. Environmental Entomology, Lanham, v.
21, p. 382-387, 1992.
LEMOS, F. J. A.; ZUCOLOTO, F. S.; TERRA, W. R. Enzymological and excretory
adaptations of Ceratitis capitata (Diptera, Tephritidae) larvae to high-protein and high-salt
diets. Comparative Biochemistry and Physiology A, New York, v. 102, p. 775-779, 1992.
LIEDO, P.; CAREY, J. R.; CELEDONIO, H.; GUILLEN, J. Size specific demography in three
species of Anastrepha fruit flies. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v.
63, p. 135-142, 1992.
LIMA, I. Semioquímicos da moscas-das-frutas. In: VILELA, E. F.; DELLA-LUCIA, T. M. C.
(Ed.). Feromônios de insetos: biologia, química e emprego no manejo de pragas.
Ribeirão Preto: Holos, 2001. p. 121-126.
MALACRIDA, A. R.; GUGLIELMINO, C. R.; D‘ADAMO, P.; TORTI, C.; MARINONI, F.;
GASPERI, G. Allozyme divergence and phylogenetic relationships among species of
tephitidae flies. Heredity, Edinburgh, v. 76, p. 592-602, 1996.
MALAVASI, A. Técnica da aniquilação de machos. In: MALAVASI, A.; ZUCCHI, R. A. (Ed.).
Moscas-das-frutas de importância econômica no Brasil: conhecimento básico e
aplicado. Ribeirão Preto: Holos, 2000. p. 159-160.
MANGAN, R. L. Adult diet and male-female contact effects on female reproductive potential
in Mexican fruit fly (Anastrepha ludens Loew) (Diptera, Tephritidae). Journal of Economic
Entomology, Lanham, v. 96, p. 341-347, 2003.
MANOUKAS, A. G. Biological characteristics of Dacus oleae larvae (Diptera, Tephritidae)
reared on a basal diet with variable levels of ingredients. Annals of Zoology and Animal
Ecology, Saint Louis, v. 9, p. 141-148, 1977.
MANRAKHAN, A.; LUX, S. A. Contribution of natural food sources to reproductive
behaviour, fecundity and longevity of Ceratitis cosyra, C. fasciventris and C. capitata
(Diptera, Tephritidae). Bulletin of Entomological Research, London, v. 96, p. 259-268,
2006.
MCINNIS, D. O.; LANCE, D. R.; JACKSON, C. G. Behavioral resistance to the sterile insect
technique by the Mediterranean fruit fly (Diptera, Tephritidae) in Hawaii. Annals of the
Entomological Society of America, Lanham, v. 89, p. 739-744, 1996.
MEATS, A.; HOLMES, H. M.; KELLY, G. L. Laboratory adaptation of Bactrocera tryoni
(Diptera, Tephritidae) decreases mating age and increases protein consumption and
number of eggs produced per milligram of protein. Bulletin of Entomological Research,
London, v. 94, p. 517-524, 2004.
MEATS, A.; LEIGHTON, S. M. Protein consumption by mated, unmated, sterile and fertile
adults of the Queensland fruit fly, Bactrocera tryoni and its relation to egg production.
Physiological Entomology, Oxford, v. 29, p. 176-182, 2004.
MEDEIROS, L.; ZUCOLOTO, F. S. Nutritional balancing in fruit flies: performance of wild
adult females of Anastrepha obliqua (Diptera, Tephritidae) fed on single-food or food-pair
treatments. Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 52, p. 1121-1127, 2006.
MESSAGE, C. R.; ZUCOLOTO, F. S. Valor nutritivo do lêvedo de cerveja para Anastrepha
obliqua (Diptera, Tephritidae). Ciência e Cultura, São Paulo, v. 32, p. 1091-1094, 1980.
MEZA, J. S.; DIAZ-FLEISCHER, F.; OROZCO, D. Pupariation time as a source of variability
in mating performance in mass-reared Anastrepha ludens (Diptera, Tephritidae). Journal of
Economic Entomology, Lanham, v. 98, p. 1930-1936, 2005.
MIYATAKE, T. Genetic changes of life history and behavioral traits during mass-rearing in
the melon fly, Bactrocera cucurbitae (Diptera, Tephritidae). Research in Population
Ecology, Kyoto, v. 40, p. 301-310, 1998.
MORENO, D. S.; ZALETA, D. A. O.; MANGAN, R. L. Development of artificial larval diets for
West Indian fruit flies (Diptera, Tephritidae). Journal of Economic Entomology, Lanham,
v. 90, p. 427-434, 1997.
MORGANTE, J. S.; SELIVON, D.; SOLFERINI, V. N.; MATIOLI, S. R. Evolutionary patterns
in specialist and generalist species of Anastrepha. In: ALUJA, M.; LIEDO, P. (Ed.). Fruit
flies: biology and management. New York: Springer-Verlag, 1993. p. 15-20.
NASCIMENTO, A. S.; CARVALHO, R. S. Manejo integrado de moscas-das-frutas. In:
MALAVASI, A.; ZUCCHI, R. A. (Ed.). Moscas-das-frutas de importância econômica no
Brasil: conhecimento básico e aplicado. Ribeirão Preto: Holos, 2000. p. 169-173.
NASCIMENTO, A. S.; CARVALHO, R. S.; MALAVASI, A. Monitoramento populacional. In:
MALAVASI, A.; ZUCCHI, R. A. (Ed.). Moscas-das-frutas de importância econômica no
Brasil: conhecimento básico e aplicado. Ribeirão Preto: Holos, 2000. p. 109-112.
PAPAJ, D. R. Ovarian dynamics and host use. Annual Review of Entomology, Palo Alto,
v. 45, p. 423-448, 2000.
PLÁCIDO-SILVA, M. C.; ZUCOLOTO, F. S.; JOACHIM-BRAVO, I. S. Influence of protein on
feeding behavior of Ceratitis capitata Wiedemann (Diptera, Tephritidae): comparison
between immature males and females. Neotropical Entomology, Londrina, v. 34, p. 539-
545, 2005.
ROBACKER, D. C.; GARCIA, J. A.; HART, W. G. Attraction of laboratory strain of
Anastrepha ludens (Diptera, Tephritidae) to the odor of fermented chapote fruit and
pheromones in laboratory experiments. Environmental Entomology, Lanham, v. 19, p.
403-408, 1991.
SELIVON, D. Biologia e padrões de especiação. In: MALAVASI, A.; ZUCCHI, R. A. (Ed.).
Moscas-das-frutas de importância econômica no Brasil: conhecimento básico e
aplicado. Ribeirão Preto: Holos, 2000. p. 25-28.
SELIVON, D.; MORGANTE, J. S. Reproductive isolation between Anastrepha bistrigata; A.
striata (Diptera, Tephritidae). The Brazilian Journal of Genetics, Ribeirão Preto, v. 20, p.
583-585, 1997.
SHELLY, T. E.; KENELLY, S. Influence of diet on male mating success and longevity and
female remating in the Mediterranean fruit fly (Diptera, Tephritidae) under laboratory
conditions. The Florida Entomologist, Lutz, v. 85, p. 572-579, 2002.
SHELLY, T. E.; KENELLY, S.; MCINNIS, D. O. Effect of adult diet on signaling activity, mate
attraction and mating success in male Mediterranean fruit flies (Diptera, Tephritidae). The
Florida Entomologist, Lutz, v. 85, p. 150-155, 2002.
SHELLY, T. E.; MCINNIS, D. O. Influence of adult diet on the mating success and survival of
male Mediterranean fruit flies (Diptera: Tephritidae) from two mass-rearing strains on field-
caged host trees. The Florida Entomologist, Lutz, v. 86, p. 340-344, 2003.
SHELLY, T. E.; NISHIDA, R. Larval and adult feeding on methyl eugenol and the mating
success of male oriental fruit flies, Bactrocera dorsalis. Entomologia Experimentalis et
Applicata, Dordrecht, v. 112, p. 155-158, 2004.
SILVA, J. A. Estudos moleculares. In: MALAVASI, A.; ZUCCHI, R. A. (Ed.). Moscas-das-
frutas de importância econômica no Brasil: conhecimento básico e aplicado. Ribeirão
Preto: Holos, 2000. p. 29-39.
SIMPSON, S. J.; RAUBENHEIMER, D.; CHAMBERS, P. G. The mechanisms of nutritional
homeostasis. In: CHAPMAN, R. F.; BOER, G. de (Ed.). Regulatory mechanisms in insect
feeding. New York: Chapman Hall, 1995. p. 251-278.
SIMPSON, S. J.; SIMPSON, C. L. The mechanisms of nutritional compensation by
phytophagous insects. In: BERNAYS, E. A. (Ed.). Insect-plant interactions. Boca Raton:
CRC, 1990. p. 111-160.
SIVINSKI, J. Longevity and fecundity in the Caribbean fruit fly (Diptera, Tephritidae): effects
of mating, strain and body size. The Florida Entomologist, Lutz, v. 76, p. 635-644, 1993.
SLANSKY JUNIOR, F.; SCRIBER, J. M. Food consumption and utilization. In: KERKUT, G.
A.; GILBERT, L. I. (Ed.). Comprehensive insect physiology, biochemistry and
pharmacology. Oxford: Pergamon, 1985. v. 9, p. 87-163.
STOFFOLANO JUNIOR, J. G. Regulation of a carbohydrate meal in the adult Diptera,
Lepidoptera and Hymenoptera. In: CHAPMAN, R. F.; BOER, G. de (Ed.). Regulatory
mechanisms in insect feeding. New York: Chapman Hall, 1995. p. 210-247.
SUGAYAMA, R. L.; MALAVASI, A. Ecologia comportamental. In: MALAVASI, A.; ZUCCHI,
R. A. (Ed.). Moscas-das-frutas de importância econômica no Brasil: conhecimento
básico e aplicado. Ribeirão Preto: Holos, 2000. p. 103-108.
TAN, K. H.; NISHIDA, R. Ecological significance of a male attractant in the defense and
mating strategies of the fruit fly pest, Bactrocera papayae. Entomologia Experimentalis et
Applicata, Dordrecht, v. 89, p. 155-158, 1998.
TAYLOR, P. W.; YUVAL, B. Postcopulatory sexual selection in Mediterranean fruit flies:
advantages for large and protein-fed. Animal Behaviour, London, v. 58, p. 55-59, 1999.
TEAL, P. E. A.; GOMEZ-SIMUTA, Y.; PROVEAUX, A. T. Mating experience and juvenile
hormone enhance sexual signaling and mating in male Caribbean fruit flies. Proceedings
of the National Academy of Science of the United States, Washington, DC, v. 97, p.
3708-3712, 2000.
VIJAYSEGARAN, S.; WALTER, G. H.; DREW, R. A. I. Mouthpart structure, feeding
mechanisms and natural food sources of adult Bactrocera (Diptera, Tephritidae). Annals of
the Entomological Society of America, Lanham, v. 90, p. 184-201, 1997.
VILELA, E. F.; KOVALESKI, A. Feromônios. In: MALAVASI, A.; ZUCCHI, R. A. (Ed.).
Moscas-das-frutas de importância econômica no Brasil: conhecimento básico e
aplicado. Ribeirão Preto: Holos, 2000. p. 99-102.
WALDBAUER, G. P.; FRIEDMAN, S. Self-selection of optimal diets by insects. Annual
Review of Entomology, Palo Alto, v. 36, p. 43-63, 1991.
WARBURG, I.; YUVAL, B. Effects of energetic reserves on behavioral patterns of
Mediterranean fruit flies (Diptera, Tephritidae). Oecologia, Berlin, v. 113, p. 314-319, 1997.
WHEELER, D. The role of nourishment in oogenesis. Annual Review of Entomology,
Palo Alto, v. 41, p. 407-431, 1996.
White, D. J.; King, A. P.; West, M. J. Platicity in development: experience with young males
enhances mating competence in adult male cowbirds, Molothrus ater. Behaviour, Leiden,
v. 139, p. 713-728, 2002.
YUVAL, B.; HENDRICHS, J. Behavior of flies in the genus Ceratitis (Dacinae: Ceratitidini).
In: ALUJA, M.; NORRBOM, A. L. (Ed.). Fruit flies (Tephritidae): phylogeny and evolution
of behavior. Boca Raton: CRC, 2000. p. 408-444.
ZANOTTO, F. P.; GOUVEIA, S. M.; SIMPSON, S. J.; RAUBENHEIMER, D.; CALDER, P. C.
Nutritional homeostasis in locusts: is there a mechanism for increased energy expenditure
during carbohydrate overfeeding? The Journal of Experimental Biology, London, v. 200,
p. 2437-2448, 1997.
Zanotto, F. P.; Raubenheimer, D.; Simpson, S. J. Haemolymph amino acid and sugar levels
in locusts fed nutritionally unbalanced diets. Journal of Comparative Physiology B,
Berlin, v. 166, p. 223-229, 1996.
ZUCCHI, R. A. Taxonomia. In: MALAVASI, A.; ZUCCHI, R. A. (Ed.). Moscas-das-frutas de
importância econômica no Brasil: conhecimento básico e aplicado. Ribeirão Preto:
Holos, 2000. p. 13-24.
ZUCOLOTO, F. S. Acceptability of different Brazilian fruits to Ceratitis capitata (Diptera,
Tephritidae) and fly performance. Brazilian Journal of Medical and Biological Research,
Ribeirão Preto, v. 26, p. 291-298, 1993a.
ZUCOLOTO, F. S. Adaptation of a Ceratitis capitata population (Diptera, Tephritidae) to an
animal protein base diet. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 67, p.
119-127, 1993b.
ZUCOLOTO, F. S. Alimentação e nutrição de moscas-das-frutas. In: MALAVASI, A.;
ZUCCHI, R. A. (Ed.). Moscas-das-frutas de importância econômica no Brasil:
conhecimento básico e aplicado. Ribeirão Preto: Holos, 2000. p. 67-80.
ZUCOLOTO, F. S. Egg production by Ceratitis capitata (Diptera, Tephritidae) fed with
different carbohydrates. Revista Brasileira de Entomologia, Curitiba, v. 36, p. 235-240,
1992.
ZUCOLOTO, F. S. Nutritive value and selection of diets containing different carbohydrates
by larvae of Ceratitis capitata (Diptera, Tephritidae). Revista Brasileira de Biologia, São
Carlos, v. 53, p. 611-618, 1993c.
ZUCOLOTO, F. S. Qualitative and quantitative competition for food in Ceratitis capitata
(Diptera, Tephritidae). Revista Brasileira de Biologia, São Carlos, v. 48, p. 523-526, 1988.
Capítulo 19
Sugadores de seiva (Aphidoidea)
Sonia M. N. Lazzari
Regina C. Zonta-de-Carvalho
Introdução
A relação entre os insetos sugadores da seiva do floema e as plantas representa uma
interação biótica altamente especializada, e esses insetos são capazes de sobreviver em
uma dieta nutricionalmente não balanceada e de minimizar as respostas de defesa de suas
plantas hospedeiras. Os afídeos, psilídeos, moscas-brancas e outros Sternorrhyncha são
exemplos de insetos especializados na sucção da seiva do floema. Os sugadores de
floema danificam as plantas reduzindo os fotoassimilados, afetando o crescimento e a
distribuição de nutrientes e, em alguns casos, injetando toxinas nos tecidos, além de serem
os principais vetores de vírus de plantas (THOMPSON; GOGGIN, 2006).
Os afídeos (Hemiptera: Aphidoidea), pelo fato de serem sugadores de seiva e vetores
de vírus de plantas, são pragas importantes de diversas culturas em todo o mundo. Esses
insetos também são considerados organismos-modelo para estudos de especiação em
animais e dos mecanismos envolvendo a utilização de plantas por herbívoros. As
interações entre afídeos e plantas compreendem a seleção da planta hospedeira, a
penetração dos tecidos vegetais e a sucção da seiva, além da reação das plantas ao
ataque do inseto. As atividades dos afídeos podem afetar diretamente o desenvolvimento
da planta, causando lesões localizadas ou sistêmicas, enquanto a resposta da planta afeta
os processos alimentares e reprodutivos do inseto, podendo, ainda, atrair agentes de
controle biológico. A função de transmissão de vírus pelos afídeos também resulta dessa
interação especializada inseto–planta.
Segundo Dixon (1987a), a partenogênese e a alimentação na seiva do floema,
desenvolvidas inicialmente na evolução dos afídeos, são os principais fatores que
moldaram a ecologia do grupo, resultando na especificidade, dependência e adaptações
de seus ciclos de vida ao hospedeiro. A alternância de hospedeiros permite que muitas
espécies possam explorar novos recursos alimentares para continuar a se desenvolver e
reproduzir em condições de baixa qualidade da seiva, o que levou, também, a uma futura
especiação de espécies secundariamente monoécias no hospedeiro secundário ou no
primário. A polifagia, apesar de rara nos afídeos, é mais comum nos trópicos do que em
regiões temperadas em razão da maior diversidade florística e da dificuldade de
localização do hospedeiro naquelas regiões.
Excelentes trabalhos de revisão e estudos extensos sobre a alimentação e a nutrição
dos afídeos são apresentados por Auclair (1963, 1969), abordando aspectos fisiológicos e
bioquímicos, e a nutrição de algumas espécies em dietas quimicamente definidas. Miles
(1972) trata da saliva dos insetos sugadores de seiva e, em trabalho posterior (MILES,
1987), do efeito do processo alimentar de Aphidoidea na planta hospedeira; Risebrow e
Dixon (1987) tratam da ecologia nutricional dos insetos sugadores do floema; Srivastava
(1987), da fisiologia nutricional; Klingauf (1987) refere-se aos mecanismos de adaptações
para a alimentação e a excreção; Pickett et al. (1992) revisam a ecologia química dos
afídeos; Powell et al. (2006), o comportamento, a evolução e a perspectiva de aplicação da
seleção de plantas hospedeiras pelos afídeos; além de outras revisões gerais sobre
nutrição de insetos, que fazem referência aos Aphidoidea por causa de suas
peculiaridades alimentares e da importância do grupo.
A compreensão da bioecologia e da nutrição, e das interações dos afídeos com suas
plantas hospedeiras permite que se aprimorem as estratégias de manejo das espécies-
praga. Muitas informações apresentadas para os afídeos são válidas para outros insetos
Sternorrhyncha que se alimentam de floema, como Coccidae, Psyllidae e Aleyrodidae.
Assim, neste capítulo são enfocados diversos aspectos da bioecologia e da nutrição de
Aphidoidea e sua aplicação, iniciando com alguns aspectos evolutivos e distribuição dos
afídeos; a estrutura do aparelho bucal e do trato digestivo; a fisiologia nutricional, incluindo
a interação do inseto com sua planta hospedeira, a constituição do alimento, os requisitos
nutricionais do inseto, as taxas de alimentação, os fatores que afetam a nutrição e as
estratégias alimentares; segue-se uma breve discussão sobre as dietas artificiais dos
afídeos; o estudo do comportamento alimentar pela técnica de monitoramento eletrônico e
conclui-se com a aplicação das informações disponíveis sobre alimentação e nutrição dos
insetos para o manejo integrado dos afídeos.
As maxilas são o par de estiletes internos, que apresentam ranhuras que se encaixam
formando, aparentemente, uma peça única, com dois canais finos, um representa o canal
alimentar (1 µm–2 µm de diâmetro), usado para ingerir a seiva, e o outro, o canal salivar
(0,2 µm–0,4 µm) para injetar a saliva (KLINGAUF, 1987). As mandíbulas não se encaixam
como as maxilas, ficando livres para o movimento de penetração nos tecidos; podem
apresentar o ápice serrilhado para facilitar a penetração e para ancorar os estiletes no
tecido vegetal. As mandíbulas possuem um canal interno por onde correm fibras nervosas,
cuja função não está completamente esclarecida.
O diâmetro médio do conjunto dos estiletes é de 3,5 µm ao longo de seu comprimento,
estreitando abruptamente para 2,5 µm no ápice (MILES, 1987). O comprimento dos
estiletes varia com a espécie, o ínstar e a forma do inseto, não sendo, necessariamente,
mais curto nas formas jovens. O comprimento dos estiletes limita a utilização de
determinadas partes ou espécies/variedades de plantas hospedeiras, selecionando o
calibre das nervuras que apresentam os vasos mais acessíveis. As espécies que se
alimentam em ramos e troncos ou em plantas arbóreas tendem a ter estiletes mais longos
em razão da maior profundidade do floema, mas isto também depende da parte da planta
que colonizam (MILES, 1987; RISEBROW; DIXON, 1987). As ninfas têm estiletes
desproporcionalmente longos com relação ao comprimento do corpo, pois, geralmente, se
alimentam no mesmo sítio que os adultos (KLINGAUF, 1987).
A penetração dos estiletes no tecido vegetal ocorre por um mecanismo de protração e
retração. Os dois pares de estiletes são retirados da ranhura do lábio, o qual se dobra sem
penetrar nos tecidos; as mandíbulas movem-se alternadamente, enquanto as maxilas
deslizam juntas, levemente adiante das mandíbulas, até atingirem os vasos do floema. No
ápice do lábio estão presentes oito pares de sensilas mecanorreceptoras para registrar a
posição das peças bucais. A retirada dos estiletes pode ser rápida, o que é especialmente
importante na resposta a predadores ou parasitoides, bem como para procurar novos sítios
de alimentação ou durante a muda.
Os estiletes podem ser inseridos diretamente nas células da epiderme,
intercelularmente ou por meio de um estômato. O mais provável é que o inseto tenha certo
controle sobre a penetração dos estiletes, procurando um trajeto que apresente a menor
resistência, pelas lamelas médias entre células adjacentes e, provavelmente, depende de
enzimas salivares durante o encaminhamento (MILES, 1987).
Os canais alimentar e salivar são formados entre os dois estiletes maxilares, como
resultado do encaixe das duas peças que se juntam, aparentemente, numa peça única,
contendo esses dois canais extremamente finos que correm paralelos até a base das
peças bucais. A partir desse ponto, o canal alimentar, que se posiciona dorsalmente ao
salivar, abre-se no ducto faringeal, enquanto o salivar termina na bomba salivar.
A faringe consiste em três partes: o ducto, a valva e a bomba faringeal. A epifaringe é
uma placa esclerotizada que forma a parede dorsal do ducto, onde estão presentes uma
ou mais fileiras de poros que se comunicam com o órgão gustativo epifaringeal. O ducto é
separado da bomba faringeal pela valva faringeal, controlada por pares de músculos. A
bomba faringeal ou bomba de sucção, que se segue, fica na região mediana da cabeça e
passa por dentro dos conectivos nervosos esofageanos, para se abrir no intestino anterior.
Esse órgão, cuja função é bombear o alimento líquido para dentro do esôfago, possui a
parede dorsal flexível, controlada por numerosos feixes musculares ligados às paredes do
clípeo, do clípeo-labro e da placa epicranial; na parte ventral os músculos ligam-se aos
braços do tentório e ao pistão da bomba salivar.
O intestino anterior (esôfago) é um tubo fino e uniforme que corre após o tentório,
entre os dois conjuntos de glândulas salivares, dorsal ao sistema nervoso e ventral aos
micetomas. Em geral, o esôfago termina no estômago ou no filtro intestinal, pela valva
esofageal, que não possui músculos e cuja função parece ser evitar o refluxo do alimento
do intestino médio para o anterior. O esôfago é formado por uma camada simples de
células epiteliais que secretam a íntima quitinosa para dentro do lume.
O intestino médio, revestido por uma epiderme com uma borda estriada com
microvilosidades e dobras profundas, é a parte mais longa do trato digestivo, composto por
um estômago tubular, enrolado ou não, ou dilatado, e por um intestino descendente; em
alguns casos, a transição do estômago para o intestino é marcada por uma alça bem
definida.
O intestino posterior é uma estrutura saculiforme, revestida por músculos circulares e
por feixes longitudinais mais externos, e apresenta um reto diferenciado. Há dois tipos
histológicos de intestino posterior: um formado por uma camada celular escamosa, através
da qual passam gotículas de cera excretadas por células do tecido adiposo, as quais se
misturam ao honeydew a ser excretado; o segundo tipo é de origem endodermal e
representa uma extensão do intestino médio (intestino descendente). O reto consiste em
duas regiões distintas: a anterior é formada por células cuboidais ou colunares e revestida
por uma íntima delicada; a posterior apresenta invaginações da epiderme, revestida por
uma íntima semelhante à do intestino anterior. A abertura anal situa-se ventralmente sob a
cauda, exceto em Adelgidae, em que se abre acima da cauda, e em Phylloxeridae, em que
não existe abertura anal.
O sistema-filtro está presente em alguns Aphidoidea. Em Drepanosiphinae há dois
tipos diferentes: no primeiro, o estômago é encapsulado pela parte posterior do intestino
posterior ectodermal, ou câmara-filtro, formando um sistema concêntrico de filtros,
destacando-se que o intestino posterior começa como um tubo fechado, sem comunicação
com a câmara-filtro; no segundo, a região anterior do intestino ascendente, que corre
paralelo e se funde com a porção posterior do intestino descendente endodermal. Em
algumas espécies de afídeos, ocorre um sistema-filtro concêntrico, no qual a região
anterior tubular do intestino médio está encapsulada pela região anterior do intestino
posterior ectodermal ou câmara-filtro. A região tubular, ou filtro intestinal, pode assumir
diversas formas em diferentes espécies: curvada, reta, levemente dilatada, enrolada ou
como um V invertido. A câmara-filtro é revestida com uma camada interna de epitélio
endodermal e a externa é ectodermal. Em geral, parece que todos os gêneros de afídeos
que possuem sistema-filtro têm o intestino posterior ectodermal; porém, existem gêneros
que possuem intestino posterior ectodermal, mas não têm câmara-filtro (ver aspectos da
digestão no capítulo 4).
Fisiologia nutricional
A fisiologia nutricional dos afídeos inclui os mecanismos de obtenção da seiva, sua
composição química, os requisitos nutricionais, os processos químicos e fisiológicos
necessários para transformar o alimento ingerido em energia nos tecidos, e o papel da
nutrição nas funções metabólicas para o crescimento, a reprodução e o polimorfismo
(SRIVASTAVA, 1987).
A alimentação no floema
Os Aphididae, em contraste com outras famílias de Aphidoidea, alimentam-se de seiva
do floema, pois, mesmo provando alguns tecidos com os estiletes, terminam sua trajetória
nos vasos floemáticos, onde mantêm sucção contínua (van EMDEN et al., 1969;
POLLARD, 1973). Também, a taxa de produção e a composição do honeydew excretado
pelos Aphididae confirmam que a seiva do floema é sua fonte alimentar básica; porém
alguns autores discutem o fato de se generalizar que todos os Aphididae se alimentam no
floema. Segundo Lowe (1967), Aphis fabae Scopoli, geralmente, se alimenta no floema das
principais nervuras das folhas de Vicia faba (Fabaceae), mas observou que as ninfas de
primeiro ínstar de Myzus persicae (Sulzer) e as formas de Myzus ornatus Laing alimentam-
se no mesófilo das folhas. Saxena e Chada (1971), estudando a trajetória dos estiletes de
dois biótipos de Schizaphis graminum (Rondani), observaram que o biótipo emergente B,
que era capaz de se alimentar na cultivar de sorgo resistente ao biótipo A, fez mais
penetrações intracelulares no mesófilo, causando mais injúrias na planta do que o A que
se alimentava basicamente no floema. Os danos do biótipo B incluíam degeneração dos
protoplastos pela ação da saliva toxicogênica. Campbell et al.(1982) observaram que os
diferentes biótipos de S. graminum geralmente alimentavam-se no mesófilo nas cultivares
mais resistentes de sorgo.
Apesar de a seiva do floema ser rica em carboidratos e pobre em aminoácidos, a
vantagem da alimentação no floema é que todos os nutrientes estão em uma forma solúvel
e prontamente assimilável e renovável (RISEBROW; DIXON, 1987). Assim, mesmo que
haja mais nitrogênio no tecido foliar, a ingestão da seiva pelos insetos que se alimentam no
floema pode ser mais rápida e exceder a ingestão feita pelos insetos mastigadores das
folhas (MITTLER, 1957). Além disso, a relação assimilação–consumo e produção–
assimilação tendem a ser mais elevadas nos sugadores da seiva elaborada (LLEWELLYN,
1982, citado por RISEBROW; DIXON, 1987). Como resultado, grandes quantidades de
carboidratos solúveis, especialmente sacarose, são ingeridas em excesso pelo inseto,
porém grande parte é excretada no honeydew. Um dos maiores problemas na alimentação
dos afídeos no floema é evitar a desidratação por causa da elevada pressão osmótica,
exigindo adaptações estruturais, fisiológicas e comportamentais altamente especializadas.
Os afídeos apresentam um tamanho específico em resposta à estrutura e à fisiologia
dos elementos do floema, associação íntima com simbiontes, fisiologia digestiva
especializada para a química da seiva do floema e ciclos de vida complexos em resposta
ao desenvolvimento sazonal das plantas (Figura 3). Por causa da dificuldade para otimizar
seus ciclos de vida em diversas espécies de plantas, é de se esperar que esses insetos
apresentem alto grau de especificidade em relação ao hospedeiro. A exploração de um ou
poucos hospedeiros primários também é importante para a localização dos parceiros
reprodutivos nas gerações sexuadas, atividade que seria dificultada nas espécies
holocíclicas polífagas (DIXON, 1987a).
Figura 3. Esquema de características das plantas e dos afídeos que
levaram à evolução da especificidade pelo hospedeiro.
Fonte: Dixon (1987b).
Aminoácido
Serina ++ ++ + ± +++ ++ + ++ ++ ±
Alanina ++ + +++ + + + ++ + + ±
Ácido
++ + + + ++ ± + + ++ ±
aspártico
Ácido + ± +++ + ± ? + ± ++ ±
glutâmico
Glicina + + ? ± ++ ± ± + ++ +
Leucina + ± ? ± ± ± +
Valina ± ± + ± ± ± ±
Asparagina +++ ?
Glutamina ++
Arginina ± ? +
Lisina ± ± ?
Histidina ± ? ±
Cisteína ++ ±
Tirosina ± ±
Treonina ± ?
Metionina ±
Fenólico
Naringenina + ± + ± ? + ? ± +
Quercitrina ± ± + ± ± ++ ±
Ácido indol
++ +++ + ++ ++ +
acético
Proteinase + ? ?
+ força da reação; ± traço; sem reação; ? resultado incerto. Os resultados para V. vitifoliae representam a combinação de sete biótipos.
Fonte: Miles (1987).
Compostos nitrogenados
A relação entre nitrogênio e carbono (C:N) pode limitar o desenvolvimento
populacional dos insetos fitófagos, tanto no que se refere à quantidade quanto à
composição (qualidade) dos compostos ingeridos. Segundo Morris (1991), os compostos
nitrogenados mais importantes são os nove aminoácidos essenciais que os animais não
conseguem fazer a síntese de novo da histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina,
fenilalanina, treonina, triptofano e valina. Se a concentração de um único desses
aminoácidos é inadequada, o inseto não se desenvolve, mesmo que a quantidade total de
nitrogênio nutricional seja ingerida. Apesar da composição variada de aminoácidos na
seiva do floema, a qualidade do nitrogênio é geralmente baixa, isto é, as concentrações
dos aminoácidos essenciais são muito baixas (DOUGLAS, 1993).
Mittler (1958a) estudou a composição da seiva ingerida por Tuberolachnus salignus
(Gmelin) alimentando-se em Salix acutifolia (Salicicaceae), analisando amostras da seiva
retida nos estiletes. Constatou que as quantidades de proteínas ou peptídios, amônia ou
ácido úrico eram mínimas, mas recuperou 12 aminoácidos livres, cujas concentrações
variaram de 0,2% a 0,03%. A quantidade variou com a estação do ano e com o estágio da
planta, sendo mais alta no início da brotação e a mais baixa na maturidade, com valores
intermediários nas folhas jovens e nas senescentes. A composição de aminoácidos livres
no honeydew excretado pela espécie alimentando-se no ramo era exatamente a mesma da
seiva coletada no mesmo ramo.
Auclair (1963) detectou 17 aminoácidos e amidas, mas nenhuma proteína na seiva do
estilete de afídeos que se alimentavam em diferentes espécies de plantas herbáceas. Já
Barlow e Randolph (1978) registraram 18 aminoácidos livres, nove como proteínas, na
seiva do estilete de Acyrthosiphon pisum (Harris) alimentando-se em Pisum sativum
(Fabaceae), e que o total de aminoácidos representava 4,51% da seiva, e destes 4,46%
eram aminoácidos livres, ou seja, 98,9% (Tabela 2). Esses valores elevados podem ser
resultantes do estágio inicial de desenvolvimento das plantas.
Média nmoles/mg peso fresco % média peso fresco de nmoles/mg peso fresco de % peso fresco de
Aminoácido de seiva seiva seiva seiva
Carboidratos
Sacarose foi o único açúcar detectado na seiva do estilete de T. salignus alimentando-
se em S. acutifolia, em concentração variando entre 5% e 10% (MITTLER, 1958a), apesar
de outros açúcares terem sido recuperados, em baixas concentrações, na seiva de
estiletes de afídeos e dos vasos do floema. Há, porém, relatos de concentrações bastante
altas de sacarose (20%–30%), 0,5%–2% de rafinose e estaquiose e traços de mio-inositol
nos exudados do floema de S. acutifolia (ZIMMERMANN; ZIEGLER, 1975, citados por
SRIVASTAVA, 1987). Com base no exsudato do floema, Srivastava (1987) separou as
plantas em três grupos: 1) plantas em que a sacarose é o açúcar predominante, como, por
exemplo, as Fabaceae, ocasionalmente com traços de oligossacarídios do tipo rafinose; 2)
plantas com quantidades de oligossacarídios do tipo rafinose semelhantes à de sacarose,
como as Myrtaceae e Tiliaceae; e 3) plantas com quantidades consideráveis de álcool de
açúcares, como D-manitol, sorbitol e dulcitol, além dos mencionados anteriormente.
Lipídios, vitaminas e outros compostos
Colesterol e outros lipídios têm sido detectados na seiva do floema de plantas, de
acordo com Eschrich (1970), citado por Srivastava (1987). Fitoesteróis e colesterol foram
detectados na seiva de Brassicaceae e no honeydew de M. persicae alimentando-se nas
mesmas plântulas, indicando que esses compostos são translocados pelo floema e
ingeridos pelo inseto. Colesterol e sitosterol também são translocados no floema de sorgo
e ingeridos por S. graminum (CAMPBELL; NES, 1982, citados por SRIVASTAVA, 1987).
Vitaminas hidrossolúveis, como tiamina, niacina, ácido pantotênico e piridoxina têm
sido amostradas na seiva de algumas árvores, em quantidades variáveis, além de ácido
ascórbico e mio-inositol em altas concentrações. Ácidos orgânicos, como cítrico, tartárico,
málico, fumárico, succínico e pirúvico têm sido obtidos na seiva de estiletes de afídeos e/ou
em exsudatos do floema de algumas plantas, em quantidades mínimas. Substâncias de
crescimento, como ácido indolacético, giberilinas, auxinas e citoquininas foram detectados
na seiva do floema de muitas plantas (ZIEGLER, 1975, citado por SRIVASTAVA, 1987).
Também ácidos nucleicos e ATP, este em elevadas concentrações, foram recuperados,
respectivamente, da seiva do floema e do estilete de espécies de afídeos em Salix
(GARDNER; PEEL, 1972, citados por SRIVASTAVA, 1987). Hussain et al. (1974)
demonstraram que os compostos fenólicos são translocados no floema, ao recuperar 15
substâncias no honeydew de M. persicae e cinco na seiva das plântulas de rabanete, onde
se alimentavam, e as substâncias excedentes resultaram da quebra das que foram
ingeridas.
Diversos cátions e ânions inorgânicos, bem como metais pesados, têm sido
constatados nos exsudatos do floema de diversas plantas, os quais podem ser
translocados no floema, exceto os íons de Ca, que são, geralmente, imóveis no floema,
mas estão presentes no honeydew de muitos afídeos (DIXON, 1975a).
Enzimas digestivas
A produção de enzimas digestivas depende, basicamente, do tipo de alimento
consumido pelo inseto; assim, em razão de os nutrientes presentes na seiva do floema
estarem em um estado mais simplificado, as enzimas do sistema digestivo dos sugadores
desse recurso alimentar são basicamente polissacaridases, invertases e algumas
proteases e/ou peptidases. Como a maioria dos afídeos alimenta-se continuamente, muitos
nutrientes ingeridos em excesso, além de seus requisitos, não são absorvidos e acabam
sendo eliminados na forma de restos da digestão e/ou no honeydew, incluindo muitos
aminoácidos e açúcares que, aparentemente não são completamente digeridos. O
honeydew de T. salignus pode conter todos os aminoácidos presentes na seiva do floema
de Salix sp., mas sempre em menor concentração que na seiva da planta (MITTLER,
1953).
Como os afídeos alimentam-se basicamente na seiva do floema, o único carboidrato
que ingerem em concentrações significativas é a sacarose, que está presente também no
honeydew, indicando que esse açúcar não é completamente hidrolisado pelas α-
glucosidases presentes no trato digestivo. Srivastava (1987) discute que a hidrólise parcial
da sacarose pode ser porque o trânsito intestinal é muito rápido para que a enzima
complete sua atividade catalítica ou porque o pH não seja ótimo para a ação mais efetiva
dessa enzima. De forma que a sacarose presente no honeydew representa o excesso de
açúcar ingerido, mas não hidrolisado no trato digestivo. Glucose e frutose são produtos da
digestão da sacarose, pois não são ingeridas, e também seus excessos são excretados no
honeydew. Srivastava e Auclair (1962b) demonstraram que invertases presentes no
intestino de A. pisum eram capazes de hidrolisar sacarose, trealose, melezitose, turanose e
maltose, mas não melibiose e rafinose. Esses autores reportam que, no trato digestivo
dessa espécie, o pH, a temperatura e a concentração de sacarose ótimos para a ação de
α-glucosidase são, respectivamente: 6.2, 35 °C e 45 mg/mL da mistura.
Conforme apresentado por Auclair (1963), o honeydew de muitos afídeos e coccídeos
contém muitos oligossacarídios, como malto-sacarose, malto-trissacarose, melezitose,
entre outros, indicando atividade de invertase no trato digestivo. A melezitose, que é
excretada em altas concentrações (mais de 40%) no honeydew de diversas espécies, é
aparentemente sintetizada pelo afídeo. Petelle (1980) sugere que o papel da melezitose é
reduzir a absorção de açúcares pela parede intestinal. Kiss (1981) considera que a síntese
e a excreção desse trissacarídio no honeydew dos afídeos têm a função evolutiva de atrair
formigas nas associações mutualísticas entre esses dois organismos.
A presença de peptidases na saliva e no trato digestivo dos afídeos tem sido indicada
por muitos autores, porém há poucas referências a proteases nesses insetos. Extratos do
estômago de A. pisum não hidrolisaram proteínas como caseína, edestina, albumina e
hemoglobina, mas hidrolisaram uma série de peptídios, sugerindo a presença de
peptidases, que foram ativadas por íons Mn e Co, mas não por Zn. As condições ótimas
para a ação dessas enzimas são: pH 7,0 e temperatura de 40 °C, que é muito mais
elevada que a temperatura ótima para o desenvolvimento e a reprodução, tanto do inseto
como da planta hospedeira. Essas peptidases são ativas em baixas concentrações do
substrato (0,05%–0,1%), sugerindo uma adaptação enzimática para pequenas quantidades
de peptídios presentes na dieta. A fraca atividade de peptidase no honeydew recém-
excretado mostra que essa enzima é secretada diretamente no lúmen intestinal
(SRIVASTAVA; AUCLAIR, 1963). Há indícios de que a atividade proteolítica segue um ritmo
circadiano, com uma atividade significativamente maior durante a noite para diversas
espécies, como é o caso de A. fabae, enquanto para outras, como em V. vitifoliae, é maior
durante o dia, possivelmente, seguindo o padrão circadiano de alimentação
(VERESHCHAGINA, 1980, citado por SRIVASTAVA, 1987).
Aparentemente, nem todas as atividades enzimáticas descritas anteriormente são
realizadas diretamente pelos afídeos, mas contariam com a participação de
microrganismos do trato digestivo ou dos micetócitos e micetomas (KLINGAUF, 1987).
Aminoácidos
Segundo Srivastava e Auclair (1974), o crescimento, a reprodução, a sobrevivência, o
polimorfismo e até a seleção dos sítios alimentares são influenciados pela concentração de
aminoácidos totais na dieta. Para A. pisum e M. persicae, a concentração ótima de
aminoácidos em dieta quimicamente definida está entre 2% e 4%. A. pisum tem requisito
por cisteína, além de dez aminoácidos essenciais (MARKKULA; LAUREMA, 1967, citados
por SRIVASTAVA, 1987), enquanto Aphis gossypii Glover necessita também de uma fonte
de triptofano e fenilalanina (TURNER, 1971). Para M. persicae, somente histidina,
isoleucina e metionina são componentes essenciais na dieta para seu crescimento, por
duas gerações (DADD; KRIEGER, 1968), porém a ausência simultânea de ácido aspártico,
ácido glutâmico, asparagina e glutamina afeta o crescimento dessa espécie.
Alguns aminoácidos podem atuar juntamente com a sucrose como fagoestimulantes.
Para distinguir se um aminoácido tem função fagoestimulante ou nutricional pode-se retirar
um ou mais aminoácidos de uma dieta completa e avaliar o tamanho das formas imaturas
(LECKSTEIN; LLEWELLYN; 1974, citados por SRIVASTAVA, 1987), como observado para
A. fabae, para o qual alanina, prolina e serina atuaram, primariamente, como
fagoestimulantes, enquanto histidina e metionina foram essenciais para a síntese de
proteínas. Srivastava e Auclair (1975) classificaram as funções dos aminoácidos na
alimentação de A. pisum, oferecendo cada aminoácido, separadamente, com sucrose e
correlacionando ingestão e crescimento (Tabela 3). Srivastava (1987) comenta que alguns
aminoácidos, ao contrário, podem ter um efeito fortemente inibitório da alimentação,
contribuindo para a resistência da planta ao ataque dos afídeos.
Isoleucina Valina
Prolina
Tirosina
Fonte: Srivastava (1987), baseado em Srivastava e Auclair (1975) e Srivastava et al. (1983).
A utilização da seiva elaborada pelo afídeo tem sido relacionada com a presença de
bactérias simbiontes do gênero Buchnera (Enterobacteriaceae), que estariam envolvidas
com a síntese parcial de aminoácidos essenciais (DOUGLAS, 1998), o que poderia
explicar as diferenças nas respostas interclonais a esses compostos. Diferentes clones de
M. persicae, por exemplo, têm um requisito nutricional diferenciado por metionina,
conforme indicado por Mittler (1971). Em outros estudos, Srivastava et al. (1983)
constataram que o padrão de aminoácidos considerados essenciais para o crescimento e a
reprodução diferiu significativamente entre biótipos de A. pisum. A resposta diferencial foi
atribuída a diferenças na composição dos simbiontes intracelulares que estariam suprindo
aminoácidos diferentes para os biótipos.
Carboidratos
A sacarose é o principal carboidrato presente na seiva do floema e é um requisito
especial para os afídeos, além de atuar como um potente fagoestimulante. M. persicae
requer entre 10% e 20% de sacarose na dieta para o crescimento, reprodução e
sobrevivência ótimos (MITTLER, 1967); para Aphis rumicis L., o requisito é de 15%
(HERGER, 1975 citado por SRIVASTAVA, 1987); e para A. pisum, o requisito é muito
maior, de 35% para o desempenho ótimo (SRIVASTAVA; AUCLAIR, 1971a). Quando a
sacarose é substituída pelos monossacarídios glucose e/ou frutose, a sobrevivência de A.
pisum e A. gossypii é reduzida drasticamente, mesmo que se mantenha a concentração
ideal, possivelmente por causa da questão da fagoestimulação provida pela sacarose.
Mittler et al. (1970) constataram que M. persicae pode utilizar, satisfatoriamente, dietas
com combinações de açúcares, desde que se adicione 1% e 2% de sacarose, mas não
celobiose ou lactose, sendo que as pentoses atuam como deterrentes da alimentação.
Vitaminas
Das dez vitaminas hidrossolúveis, somente o ácido ascórbico, o ácido fólico, a niacina,
o pantotenato de cálcio e a tiamina são consideradas essenciais para o crescimento e a
reprodução de A. pisum, enquanto outras podem ser relativamente benéficas ou mesmo
não ter nenhum efeito apreciável no desempenho dessa espécie (AUCLAIR; BOISVERT,
1980, citados por SRIVASTAVA, 1987). De acordo com Dadd et al. (1967), M. persicae tem
necessidade de ingerir na dieta: ácido ascórbico, pantotenato de cálcio, colina, ácido fólico,
meso-inositol, piridoxina, ácido nicotínico, riboflavina e tiamina. Em A. pisum e Neomyzus
circunflexus (Buckton), a riboflavina tem um efeito detrimental por causa da formação de
complexos estáveis com metais presentes na dieta (MARKKULA; LAUREMA, 1967, citado
por SRIVASTAVA, 1987); ademais, a omissão dessa vitamina na dieta aumenta o
desempenho de A. pisum (BOISVERT; AUCLAIR, 1981, citado por SRIVASTAVA, 1987). Já
o ácido ascórbico, que também forma quelados com minerais, é um requisito para M.
persicae, com funções na ingestão e na absorção de minerais, sendo transmitido para a
progênie (MITTLER, 1976).
Lipídios
O colesterol é necessário para o desenvolvimento normal dos insetos, mesmo não
tendo a capacidade de sintetizá-lo e de não necessitarem obtê-lo da dieta. Afídeos podem
ser criados, normalmente, por diversas gerações, em dietas holídicas sem colesterol.
Essas observações mostram que não há necessidade da obtenção de colesterol de uma
fonte exógena, provavelmente, porque os simbiontes estariam envolvidos com a síntese de
colesterol (GRIFFITHS; BECK, 1977, citados por SRIVASTAVA, 1987), apesar de estudos
questionarem esse fato (CAMPBELL; NES, 1983).
Balanço energético
Para o cálculo do balanço energético dos afídeos, Llewellyn (1987) sugere o uso da
fórmula proposta por Petrusewicz e Macfadyen (1970): C = P+R+U+F, em que C é a
energia ingerida (consumo do alimento); P é a soma da energia contida no crescimento
ninfal (Pg), produtos exuviais (Pe) e na reprodução (Pr); R é a energia perdida como calor
durante a respiração celular; U é a energia contida nas excretas nitrogenadas resultantes
do catabolismo; F é a energia do alimento que passa pelo afídeo sem atravessar a parede
do canal alimentar (fezes). Os ecologistas referem-se à P+R+U como assimilação (A), que
é a energia que atravessa a parede intestinal e representa a diferença entre a energia no
alimento (C) e as fezes dejetadas (F). Já os fisiologistas referem-se à assimilação como o
material incorporado e usado pelo organismo, de modo que o U é excluído.
De acordo com Llewellyn (1987), há três taxas de eficiência energética que descrevem
os padrões de utilização de energia (Figura 6): (i) a eficiência geral da transferência de
energia por meio do inseto, que é dada pela taxa P/C, muitas vezes chamada “eficiência de
crescimento”, cuja taxa depende de duas outras: A/C e P/A; (ii) o valor A/C, conhecido
como “eficiência da assimilação”, é uma medida de assimilação de energia do alimento,
que nos afídeos depende basicamente da composição da seiva do floema ingerida - um
baixo A/C indica que um baixo conteúdo de energia do alimento é assimilado pela parede
intestinal e a maior parte é eliminada na forma de fezes; e (iii) o P/A é uma medida do
“custo de vida”, pois a energia e os materiais liberados do alimento durante a digestão são
usados no crescimento e manutenção dos tecidos do corpo e para prover energia para
síntese, transporte ativo e movimento. Quanto maior a porção de A necessária para os
processos de demanda de energia, menos energia estará disponível para P. A baixa taxa
P/A denota que R e U têm valores altos, de forma que uma quantidade menor de energia é
necessária para viver, disponibilizando mais energia para armazenamento e aumento da
biomassa.
Acyrthosiphon
Folhas de plântulas de ervilha 72,8 50,5 23,8 147,1 49 83 58 4,20
pisum
Eucallipterus
Folhas de brotações 7,7 10,0 94,9 112,6 5 9 58 0,50
salignus
Tuberolachnus
Ramos de Salignus 115,3 23,6 120,9 259,8 _ _ _ 13,30
salignus
(1)
Eficiência total na transferência de energia.
(2)
Assimilação da energia do alimento (eficiência na assimilação).
(3)
Taxa de manutenção de vida.
Fonte: Llewellyn (1987).
Taxa de desenvolvimento
O período de tempo requerido para o desenvolvimento de um afídeo, do nascimento
até o estágio adulto, depende de dois fatores extrínsecos, alimento e temperatura, e de
dois fatores intrínsecos, peso ao nascer e se a forma é alada ou áptera (Figura 7). O
alimento e a temperatura também afetam o peso no nascimento que varia conforme o
tamanho da mãe; e a qualidade do alimento afeta ainda a determinação da forma do
adulto, se alado ou áptero (DIXON, 1987a). É difícil determinar a qualidade do alimento
ingerido pelo afídeo, contudo tem sido evidenciado que os afídeos que ingerem alimento
de alta qualidade desenvolvem-se mais rapidamente e atingem tamanho maior do que
aqueles alimentados com alimento pobre (MITTLER, 1958b). Dessa forma, a taxa de
crescimento relativo (RGR) de um afídeo é seu crescimento por unidade de peso, por
unidade de tempo, e essa taxa representa uma boa medida indireta da qualidade do
alimento. O aumento da qualidade do alimento e da temperatura resulta no aumento da
taxa de desenvolvimento e afeta também o peso do adulto e, consequentemente, o peso
do indivíduo ao nascer. Se o afídeo é pequeno ao nascer, levará um tempo
consideravelmente mais longo para atingir a maturidade do que um indivíduo maior no
nascimento. Também, a espécie que produz, proporcionalmente, uma progênie mais
numerosa tem um tempo de desenvolvimento marcadamente mais curto que outra que
produz poucos descendentes. Dixon (1985a) considera que a relação interespecífica entre
o peso no nascimento e o peso da mãe é responsável por grande parte da variação.
Taxa reprodutiva
Os afídeos geralmente atingem sua taxa reprodutiva mais alta no início da vida adulta,
que, tal como ocorre com a taxa de desenvolvimento, também é afetada pela qualidade do
alimento e pela temperatura, além dos fatores intrínsecos, como o tamanho do adulto, o
peso no nascimento, o número de ovaríolos e a forma do afídeo, se alada ou áptera
(Figura 8). O efeito positivo direto da qualidade do alimento revela-se quando a
temperatura e o tamanho do adulto são mantidos constantes, e a qualidade do alimento
varia. Em habitats de baixa qualidade, os afídeos com gônadas mais desenvolvidas (maior
número de ovaríolos) sobrevivem menos que afídeos do mesmo clone com gônadas
pequenas. Contudo, aqueles com gônadas maiores são capazes de atingir taxas
reprodutivas mais altas que os com gônadas pequenas em habitat de alta qualidade. Como
há custos relacionados com a nutrição, em termos de aumento da mortalidade, e
benefícios no aumento reprodutivo quando há mais ovaríolos, as mudanças sazonais na
qualidade da planta hospedeira serão refletidas na mudança do número de ovaríolos,
conforme demonstrado por diversos autores, citados por Dixon (1987a). Este autor
demonstra que espécies com um número grande de ovaríolos têm uma taxa reprodutiva
inicial elevada e vice-versa. É interessante notar que as formas de R. padi, Sitobion avenae
(Fabricius) e Metopolophium dirhodum (Walker) têm taxas reprodutivas iniciais baixas e
menos ovaríolos quando exploram gramíneas como hospedeiros secundários. Além disso,
quando estão em seus hospedeiros primários, têm um maior número de ovaríolos e tempo
de desenvolvimento mais longo.
Taxa de sobrevivência
Os afídeos respondem a sinais que indicam mudanças sazonais na qualidade do
alimento, podendo produzir formas que sejam mais bem adaptadas para sobreviver a tais
mudanças. Contudo, mudanças imprevisíveis, em curto prazo, no clima ou na qualidade do
alimento, podem resultar em baixa sobrevivência. Diversos outros fatores, como agentes
de controle biológico, têm grande impacto na sobrevivência dos afídeos. Os indivíduos que
se desenvolvem quando a qualidade do hospedeiro é pobre, têm mais reservas adiposas e
vivem mais que aqueles que se desenvolvem quando a qualidade do hospedeiro é alta.
Em habitats que variam acentuadamente em qualidade de um ano para outro, os clones
que apresentam estratégias reprodutivas diversificadas apresentam um melhor
desempenho (fitness). Em habitats pouco variáveis, os afídeos com um investimento
reprodutivo pequeno ou grande podem ser favorecidos, dependendo do nível médio da
qualidade do habitat. Algumas espécies respondem às mudanças bruscas na qualidade do
habitat ajustando a proporção de sua progênie que está mais adaptada a um alto ou baixo
nível de investimento reprodutivo pelo seu número de ovaríolos. Por exemplo, quanto
maior for o estresse nutricional experimentado por Megoura viciae Buckton, menor será o
número de sua progênie comprometida com um alto investimento reprodutivo e vice-versa.
Assim, alguns afídeos procuram adaptar-se à qualidade do habitat mantendo uma taxa
reprodutiva alta em ambientes nutricionalmente ricos e aumentando sua taxa de
sobrevivência nos ambientes pobres (DIXON, 1987a).
Algumas espécies apresentam flexibilidade na sua capacidade reprodutiva, de modo
que, em condições de estresse nutricional, fazem reabsorção de embriões. Em razão de
sua vida curta, um afídeo, em um hospedeiro pobre, não pode esperar melhoria na
qualidade do habitat, de maneira que procura amadurecer seus embriões maiores e
reabsorver os menores, sacrificando sua fecundidade potencial total para manter sua taxa
reprodutiva imediata e sua sobrevivência em curto prazo (WARD; DIXON, 1982). Ao
contrário, em ambientes ótimos, uma fêmea pode produzir ovos extras e aumentar sua
fecundidade potencial, de modo que os afídeos são capazes de ajustar sua biomassa
reprodutiva e escapar às restrições impostas pelas decisões fisiológicas feitas durante o
desenvolvimento inicial (DIXON, 1987a).
Simbiontes
Mesmo que alguns nutrientes estejam em baixas concentrações no floema, os insetos
sugadores de seiva elaborada são capazes de atender aos seus requisitos nutricionais
básicos dessa mesma fonte, possivelmente, por causa da presença de bactérias
simbiontes em seu organismo. Buchner (1965) afirma que todos os afídeos apresentam
uma associação obrigatória com microrganismos, sejam bactérias sejam leveduras, com
exceção dos Phylloxeridae.
Nos afídeos, os simbiontes estão confinados a grupos especiais de células
(micetócitos), chamados micetomas, que variam em forma, localização e o tipo de
simbiontes que abrigam. Em alguns casos, os microrganismos podem ser adquiridos e
ficarem livres na hemolinfa, não agrupados em micetomas. Os micetomas distribuem-se
sob o trato digestivo na região abdominal dos adultos, com alguns grupos de micetócitos
soltos na hemolinfa e em toda a volta do intestino nos embriões (BUCHNER, 1965). Os
micetócitos são células hipertrofiadas, geralmente poliploides, com todas as organelas
celulares normais, além de vesículas transparentes e corpos granulares (HOUK;
GRIFFITHS, 1980). Os simbiontes são encontrados dentro de vacúolos nos micetócitos,
envoltos por uma membrana da célula hospedeira, além de sua membrana plasmática
própria e de sua parede celular; contêm ainda filamentos de DNA e RNA ribossomal. Os
simbiontes são tipicamente Eubacteriales gram-negativos, mas suas relações taxonômicas
ainda não estão bem definidas. Podem apresentar morfologia desde cocoidea até
filamentosa, com os filamentos de DNA com baixa porcentagem de nucleotídeos G+G e
com ribossomos característicos dos procariontes de habitat intracelular (HOUK, 1987).
Os afídeos destituídos de seus simbiontes (apossimbióticos) apresentam baixo
desempenho, indicando que os simbiontes têm papel importante na biologia nutricional
desses insetos (MITTLER, 1971b; HOUK; GRIFFITHS, 1980). Diversas funções têm sido
atribuídas aos microrganismos simbiontes: biossíntese de aminoácidos, esteróis, vitaminas
e até enzimas, como as polissacarases; produção de energia; fixação de nitrogênio; e
também estão envolvidos na detoxificação de catabólitos e, possivelmente, de
aleloquímicos (BUCHNER, 1965; HOUK; GRIFFITHS, 1980). Diversos procedimentos têm
sido utilizados na tentativa de comprovar as hipóteses acerca das funções dos simbiontes:
análises da composição da seiva do floema; produção de afídeos livres dos simbiontes
pela aplicação de antibióticos (hospedeiros apossimbióticos); e investigação das rotas
metabólicas dos simbiontes isolados e mantidos em meios de cultura com tecidos do
hospedeiro.
A síntese de alguns aminoácidos, como o triptofano, tem sido atribuída aos
simbiontes, baseando-se na análise da seiva da planta e do honeydew (MITTLER, 1953,
1958a). Birkle et al. (2002) constataram, pela incorporação de radioatividade de 14C-
antranilato em triptofano e pela taxa de crescimento ninfal em dieta livre de triptofano, que
a produção de triptofano por Buchnera é variável entre clones partenogenéticos de A.
pisum. Os valores da produção desse aminoácido, pelos dois métodos, correlacionaram-se
significativamente, porém, não com o nível de amplificação dos genes trpEG de Buchnera,
que codifica para a antranilato sintase, uma enzima-chave na rota biossintética do
triptofano.
Também metionina e/ou cisteína seriam sintetizadas pelos microrganismos, já que os
animais não conseguem incorporar o enxofre inorgânico nos aminoácidos, conforme
demonstrado por Ehrhardt (1968a,b), citado por Houk (1987). Este autor verificou que N.
circumflexus com seus simbiontes foi capaz de incorporar enxofre radioativo na metionina,
mas os apossimbióticos não conseguiram. Outros estudos, porém, mostram que os
aminoácidos triptofano, metionina e/ou cisteína são requisitos obrigatórios da dieta e não
seriam supridos pelos simbiontes, baseando-se em estudos com A. gossypii (TURNER,
1971, 1977).
Houk (1987) discute a questão da biossíntese do esterol pelos simbiontes,
considerando que os insetos, como grupo, são incapazes da síntese de novo de tais
compostos, e que diversos estudos baseados nas rotas metabólicas e em técnicas
histológicas mostram que o esterol é sintetizado e exportado pelos simbiontes em A.
pisum. Outros estudos baseados na criação de afídeos em dietas definidas sem esteróis,
por diversas gerações, mostram que deve haver uma fonte endógena, corroborando com a
síntese de esteróis pelos simbiontes, descartando a possibilidade de contaminação por
fungos que poderiam produzir fitoesteróis (DADD; MITTLER, 1966). Contudo, Campbell e
Nes (1983) contradizem esses achados, em seus estudos com S. graminum,
demonstrando, com o uso de metabólitos intermediários e frações de esterol radioativo,
que é possível a bioconversão de fitoesteróis em colesterol, além da síntese de outros
alcoóis componentes da cera cuticular a partir de acetatos e do ácido mevalônico.
Acrescentam que os procariontes não fotossintéticos, estudados até o início de 1980, não
eram capazes da biossíntese de esteróis pelos endossimbiontes das espécies de afídeos
estudadas.
O envolvimento dos simbiontes na síntese de vitaminas, especialmente do complexo
B, tem sido mais aceito do que o de esteróis, apesar de as evidências estarem
relacionadas com a sobrevivência dos afídeos em dietas holídicas desprovidas de fonte
exógena de vitaminas (BUCHNER; 1965; HOUK; GRIFFITHS, 1980).
Os simbiontes têm sido implicados na biossíntese de polissacarases (pectinases,
celulase e hemicelulase) que degradam a parede celular e a matriz da lamela média,
usadas no processo de penetração dos estiletes para as provas e alimentação
(CAMPBELL; DREYER, 1985). As conclusões desses autores basearam-se,
primeiramente, na atividade substancial dessas enzimas em homogeneizados de afídeos e
também em organismos procariontes; segundo, na atividade diferenciada de tais enzimas
em biótipos de afídeos alimentados em linhagens de plantas que apresentam substratos
diferentes para a ação dessas enzimas, e que alguns desses biótipos conseguem superar
os fatores de resistência da planta, isto é, hidrolisar os polissacarídios das paredes
celulares, enquanto outros não conseguem. Srivastava e Auclair (1962a) reportam que A.
pisum não secreta amilase, mas que microrganismos de seu trato digestivo são capazes
de hidrolisar o amido, tendo sido isoladas (SRIVASTAVA; ROUATT, 1963) bactérias dos
gêneros Sarcina, Micrococcus, Achromobacter e Flavobacterium.
As hipóteses de fixação de nitrogênio e de produção de energia (função mitocondrial)
pelos simbiontes têm sido desacreditadas. No primeiro caso, pela questão da limitação
metodológica, pois os afídeos não possuem a habilidade de reduzir acetileno para etileno,
que é o método para medir a capacidade de fixação de nitrogênio. No segundo caso, o
incremento da atividade metabólica de simbiontes isolados em meios de cultura, com a
adição de ATP e NADPH, sugere que esses microrganismos demonstram mais habilidade
de aproveitar a energia e não a de produzi-la, conforme discute Houk (1987).
Bactérias simbiontes secundárias facultativas, como Hamiltonella defensa, Regiella
insecticola e Serratia symbiotica, influenciam diversas características dos afídeos, incluindo
os padrões de utilização das plantas hospedeiras e resistência a parasitoides. Diferentes
clones de A. pisum podem ter um desempenho diferente quanto ao aproveitamento dos
nutrientes dominantes (sacarose e aminoácidos), quando submetidos à eliminação de
Buchnera aphidicola; contudo, não há resultados conclusivos sobre o impacto dos
simbiontes secundários na nutrição de A. pisum (DOUGLAS et al., 2006).
De acordo com Houk (1987), o principal problema para a pesquisa da simbiose entre
inseto e microrganismos é a dificuldade de manter os organismos separados um do outro
por períodos de tempo suficiente para as investigações. A obtenção de insetos
apossimbióticos também é limitada, pois os métodos usados podem causar alterações na
estrutura mitocondrial e afetar suas funções, mascarando os resultados (GRIFFITHS;
BECK, 1974; HOUK; GRIFFITHS, 1980). Técnicas moleculares possibilitam a clonagem de
fragmentos do DNA do simbionte em vetores que poderiam ser mantidos continuamente
em culturas para possibilitar as investigações das atividades desses simbiontes. Também a
identificação dos genes responsáveis pela síntese de esteróis, aminoácidos, vitaminas e
enzimas podem fornecer evidências diretas dessas funções nos simbiontes. Estudos de
hibridizações cruzadas também podem fornecer evidências das relações evolutivas entre
os afídeos e os simbiontes Eubacteriales e ajudar a esclarecer tais interações.
Honeydew e a excreção
Os afídeos, diferentemente da maioria dos insetos terrestres, não possuem túbulos de
Malpighi e nem excretam ácido úrico (KENNEDY; FOSBROOKE, 1972). Contudo, em
razão da grande quantidade de fluido ingerido, os produtos de excreção podem ser
removidos por simples difusão. O termo honeydew refere-se ao conjunto de excretas que
os afídeos e outros sugadores de seiva eliminam pelo ânus.
O honeydew é formado basicamente por açúcares e água, além dos mesmos
aminoácidos e amidas que compõem a seiva elaborada ingerida pelo inseto, porém em
menor quantidade, mas os afídeos podem atingir cerca de 55% de eficiência na extração
dos aminoácidos da seiva; normalmente, dois terços do nitrogênio ingerido são assimilados
e um terço é excretado (MITTLER, 1958a). Os açúcares predominantes no honeydew são
frutose, glucose e sacarose; também melezitose, trealose e alguns outros oligossacarídios,
possivelmente envolvidos com a redução da pressão osmótica do intestino, podem estar
presentes. Grande parte dos açúcares presentes no honeydew, porém, não se apresenta
na mesma forma em que são ingeridos. A melezitose, por exemplo, é um açúcar comum
no honeydew, mas não é um componente da seiva. No honeydew, a melezitose atua na
osmorregulação e, também, tem papel importante na atração de formigas associadas aos
afídeos (KISS, 1981).
Como o honeydew é rico em açúcares, pode atrair e servir de alimento para diversas
espécies de insetos, incluindo abelhas e outros himenópteros, adultos de dípteros e
diversas espécies de predadores e de formigas, que dependem em muitos casos,
exclusivamente desse alimento no estágio adulto. A deposição de honeydew sobre a
planta também pode fornecer um substrato favorável para o desenvolvimento de fungos,
que recobrem a planta, formando a conhecida fumagina, que afeta os processos de
fotossíntese e de respiração foliar.
Experimentos demonstram que o honeydew de espécies mirmecófilas é mais rico em
aminoácidos totais, especialmente os não essenciais asparagina, glutamina, ácido
glutâmico e serina, do que o de afídeos não mirmecófilos. Constatou-se que as espécies
com concentrações mais altas de aminoácidos também apresentam concentrações mais
altas de açúcares, especialmente melezitose, atuando como atrativo para as formigas
(WOODRING et al., 2004).
A frequência da excreção pode variar de 2 a 25 gotas, em 12 horas, dependendo de
uma série de fatores, como: o estágio/ínstar do inseto, planta hospedeira e seu estado
fisiológico, temperatura, umidade, horário do dia e presença de formigas (KLINGAUF,
1981; citado por KLINGAUF, 1987). Para determinar a quantidade de honeydew excretado,
pode-se medir a frequência de produção, tamanho, volume ou peso das gotículas
eliminadas. Heimbach (1985), citado por Klingauf (1987), utilizou um equipamento,
semelhante a um termohigrógrafo, para medir a frequência da excreção, e determinou que
o volume médio de uma gotícula de honeydew é de aproximadamente 0,5 mm3 e que
contém de 5% a 15% de matéria seca e uma gravidade específica levemente acima de 1.
A excreção geralmente segue um ritmo diurno de produção, mas nesse período pode
apresentar um padrão irregular, sem mudanças aparentes no comportamento, sendo
interrompida no momento da ecdise e no intervalo entre as mudanças de sítio de
alimentação. Segundo Klingauf (1987), a eliminação do honeydew pegajoso pode
representar um problema para o próprio afídeo. Contudo, algumas adaptações
morfológicas e comportamentais, minimizam a possível aderência dos insetos a essa
substância: revestimento das gotículas de honeydew com filamentos de cera; lançando as
gotículas pulverizadas; ou retirando-a do ânus com auxílio das tíbias posteriores. No caso
de filamentos de cera, registrado para Adelgidae e Pemphigidae, estes são usados para
revestir e isolar as fezes nas paredes das galhas, que também são revestidas com cera.
Deficiência de água
A deficiência de água no solo pode afetar adversamente a alimentação, a reprodução
e a sobrevivência dos insetos sugadores de seiva, apesar de os afídeos serem capazes de
controlar sua taxa alimentar, independentemente da pressão da seiva. Contudo, o
murchamento da planta pode favorecer a multiplicação dos afídeos porque favorece a
senescência das folhas mais velhas, enquanto as folhas mais jovens permanecem túrgidas
e ocorre uma maior disponibilização de nitrogênio solúvel na seiva (KENNEDY, 1958).
Risebrow e Dixon (1987) afirmam que não é possível generalizar os efeitos das condições
edáficas sobre a planta, mas é certo que a resposta do inseto depende tanto da natureza
quanto da magnitude do estresse, bem como da espécie do inseto e da planta.
Compostos secundários
Aparentemente, a presença de aleloquímicos na planta não afeta significativamente os
sugadores de floema, como ocorre com os insetos mastigadores filófagos. Schreiner et al.
(1984), citado por Risebrow e Dixon (1987), observaram que M. euphorbiae distribui-se ao
acaso sobre a samambaia-comum, Pteridium aquilinum (Hypolepidaceae), enquanto os
insetos mastigadores evitam as partes cianogênicas da planta e procuram os ramos
acianogênicos. Provavelmente, isso se deve ao fato de os compostos secundários serem
sintetizados em áreas localizadas de determinados tecidos e não serem transportados pelo
floema. Porém, há evidências de que alguns aleloquímicos ou seus precursores podem ser
transportados de um tecido para outro pelo floema ou xilema (WINK et al., 1982)
Diversos compostos secundários parecem ter um efeito deterrente em afídeos
polífagos, como M. persicae, enquanto outros podem ser tolerados em baixa concentração
(NAULT; STYER, 1972; DREYER; JONES, 1981, citados por RISEBROW; DIXON, 1987).
Alguns aleloquímicos podem estar envolvidos na resistência de plantas, como ácidos
hidroxâmicos e benzil-álcool em cereais; alcaloides em espécies de Lupinus (Fabaceae)
(ARGONDONA et al., 1980; BRUSSE, 1962, citado por RISEBROW; DIXON, 1987) e
cumarinas em diversas leguminosas (MANSOUR et al., 1982). Mesmo que esses
compostos não estejam presentes na seiva do floema, os afídeos podem entrar em contato
com eles, durante as provas de teste, antes de iniciar as provas de alimentação
propriamente ditas.
Compostos presentes na superfície da planta também podem afetar o comportamento
dos sugadores de seiva, conforme comprovado por Jördens-Röttger (1979), citado por
Risebrow e Dixon (1987), para o afídeo polífago A. fabae, que pode ser atraído por
substâncias fenólicas da superfície das folhas.
A nicotina é um alcaloide secretado por algumas espécies de Nicotiana (Solanaceae),
que podem matar a maioria das espécies de afídeos (THURSTON et al., 1966), enquanto
outras são capazes de se alimentar e se desenvolver em plantas de fumo, como é o caso
de Myzus nicotiana Blackman, pois, apesar de a nicotina acumular-se até 10% nas células
das folhas, a seiva do floema contém apenas traços do alcaloide. Gibson e Pickett (1983)
demonstraram que um tipo de secreção dos pelos glandulares de Solanum berthaultii
(Solanaceae) libera β-farnesene, que é um composto do feromônio de alarme dos afídeos,
que os impede de se estabelecerem na planta e iniciar a prova e a alimentação.
Dietas artificiais
Ao contrário do que se pensava, os requisitos nutricionais dos insetos sugadores de
seiva, com pouquíssimas exceções, são semelhantes aos dos demais insetos,
possibilitando, o desenvolvimento de dietas quimicamente definidas para a criação de
colônias de afídeos por várias gerações (AUCLAIR, 1969). Esse autor discute,
comparativamente, os requisitos nutricionais dos afídeos e de outros Hemiptera,
considerando os aspectos qualitativos e quantitativos das principais classes de nutrientes e
de compostos especiais, além do papel dos simbiontes na nutrição e no metabolismo
desses insetos. Considera, ainda, o comportamento alimentar e a influência de fatores
como o pH do meio, a luz e os compostos secundários.
A técnica de EPG para o estudo da alimentação
dos afídeos
Os estudos envolvendo o comportamento alimentar dos afídeos tiveram grande
impulso, em meados da década de 1960, com o desenvolvimento, por McLean e Kinsey
(1964), de uma técnica que permitia registrar, por meio de ondas de origem elétrica, as
atividades dos estiletes dos insetos nos tecidos de plantas. Esses autores desenvolveram
um monitor de comportamento, mediante o qual se submetia uma voltagem de corrente
alternada a um circuito elétrico, que incluía o afídeo e a planta (Sistema AC), de maneira
que as ondas registradas podiam ser correlacionadas com atividades distintas do inseto
durante a penetração dos estiletes nos tecidos vegetais (McLEAN; KINSEY, 1965).
Posteriormente, foram feitas diversas modificações no sistema, e a mais relevante foi feita
por Tjallingii (1978, 1985, 1988), o qual modificou o sistema para DC, usando uma corrente
contínua; a partir de então a técnica passou a ser chamada Electrical Penetration Graph
(EPG) ou Gráfico de Penetração Elétrica.
Os insetos são deixados sem alimentação, pelo período de uma hora, antes de se
proceder ao preparo para os registros. Inicialmente, o inseto é imobilizado, com o auxílio
de uma bomba de vácuo e, sob microscópio estereoscópico, é fixado, na parte ântero-
dorsal do corpo, um filamento de ouro, com uma pequena gota de cola de prata coloidal.
Esse filamento fica fixado, na outra extremidade, a um fio de cobre preso a um eletrodo, o
qual é preso a uma sonda ligada ao amplificador do equipamento Giga 4 - DC. O afídeo é
colocado sobre a planta, e o outro eletrodo, ligado ao equipamento Giga 4 - DC é
introduzido no solo. O circuito é completado quando o inseto insere o estilete na planta
(Figura 13).
Backus (1994) fez uma revisão da utilização da técnica de EPG até 1990,
estabelecendo correlações das ondas obtidas por EPG e eventos do comportamento
alimentar específico do inseto. No caso dos afídeos, fica patente a especialização do
mecanismo de alimentação para evitar o desencadeamento de respostas da planta que
afetem negativamente a ingestão do alimento.
O sucesso da alimentação no floema depende também de o inseto superar as
diversas propriedades físicas e químicas das plantas (Figura 15). A planta responde à
alimentação do inseto nos elementos do floema quando a membrana celular é rompida no
momento da penetração do estilete, produzindo proteínas que causam a coagulação da
seiva e podem obstruir o canal alimentar nos estiletes (PRADO, 1997; TJALLINGII, 2006).
Este último autor relatou a presença de elementos de coagulação das proteínas da seiva
do floema e que, para prevenir a sua ocorrência, o afídeo injeta a saliva aquosa. Essa
atividade, detectada nos gráficos de EPG, corresponde à onda E1 que precede a ingestão
da seiva. Durante a alimentação no floema, outra atividade regular ocorre na fase E2 em
que a saliva aquosa é injetada na planta e ingerida de forma passiva juntamente com a
seiva, a fim de impedir que as proteínas do floema coagulem dentro do canal alimentar dos
estiletes (Figura 16). Entretanto, as características bioquímicas de algumas plantas
parecem não permitir que isso aconteça, o que pode indicar a resistência da linhagem ou
variedade da planta ao afídeo.
Figura 15. Interações das atividades alimentares de Aphididae (letras minúsculas e linhas
pontilhadas) e resposta da planta hospedeira (letras maiúsculas e linhas cheias),
mostrando as possíveis respostas; as flechas indicam potenciação e os traços curtos
indicam inibição.
Fonte: Miles (1998).
Nutrição de plantas
Experimentos com fertilizantes em culturas anuais demonstram que o nível de
nitrogênio é essencial para os afídeos, e que o aumento desse composto, especialmente
na forma dos aminoácidos, ácido glutâmico e aspártico e de suas amidas asparagina e
glutamina, promove o estabelecimento e desenvolvimento dos insetos nas plantas
(KLINGAUF, 1987). O tratamento de plantas com nitrogênio não afeta apenas o nível de
nitrogênio solúvel, mas também o pH e a estrutura dos tecidos.
Experimentos com M. persicae e B. brassicae mostraram que essas espécies
responderam com aumento na sua taxa reprodutiva em couve-de-bruxelas tratada com
fertilizantes com nível de nitrogênio mais alto e de potássio mais baixo. Enquanto B.
brassicae normalmente se alimenta nas folhas mais jovens, M. persicae prefere folhas
senescentes, onde ocorre a redução do potássio e o aumento do nitrogênio solúvel que
resulta em um conteúdo de nitrogênio mais concentrado e com composição mais
adequada, sendo a asparagina o composto-chave que torna as folhas senescentes mais
adequadas para M. persicae. Em contraste, o nível de nitrogênio nas folhas jovens
depende, predominantemente, da disponibilidade de N, sem influência do K, de modo que
B. brassicae procura as brotações onde ocorre alta síntese de proteína (Van EMDEN,
1966). Esse comportamento está condicionado à reação diferenciada das duas espécies à
pressão de água nos tecidos, enquanto M. persicae aceita uma variação maior na pressão
de turgor, incluindo a baixa turgescência das folhas senescentes, B. brassicae não tem a
habilidade de lidar com a redução de turgor e precisa manter-se nas brotações. Nas folhas
senescentes ocorre não somente um estresse hídrico mas também um aumento na
proteólise, disponibilizando alta quantidade de nitrogênio que é prontamente aproveitado
por M. persicae (WEARING, 1967; WEARING; van EMDEM, 1967, citados por KLINGAUF,
1987).
O fósforo tem um efeito positivo em diversos parâmetros biológicos de M. euphorbiae
e, juntamente, com o potássio promovem o encurtamento no tempo de desenvolvimento da
espécie. Quando criado em plantas sem fertilizantes ou pobres em nitrogênio (N), o
desempenho da espécie é significativamente reduzido, demonstrando o efeito positivo do
N na nutrição da planta e no inseto. Constatou-se, porém, que altas taxas N/K não
melhoram o desempenho de M. euphorbiae. Segundo Jansson e Ekbom (2002), a
complexidade do conteúdo dos nutrientes na nutrição de plantas e no desempenho dos
afídeos não é função apenas dos níveis de cada nutriente, mas também das
taxas/combinações entre diversos compostos. Assim, a utilização de fertilizantes pode
favorecer ou afetar negativamente o desenvolvimento das populações de afídeos, bem
como da planta hospedeira, requerendo avaliação específica para cada situação.
Agentes de controle biológico e nutrição dos afídeos
Os Aphidoidea e outros insetos sugadores de seiva estão sujeitos à ação de
parasitoides, predadores e agentes patogênicos. Porém, no caso de muitas espécies de
afídeos, a ação isolada de parasitoides ou predadores não é suficiente para controlar
grandes infestações, por causa, em parte, da falta de sincronização entre a população da
praga e a dos inimigos naturais. Nesses casos, o controle biológico pode ser combinado
com a utilização de plantas resistentes para um controle mais eficiente das populações dos
insetos-praga.
O parasitismo resulta em mudanças nos requisitos nutricionais dos afídeos, conforme
demonstrado por Cloutier e Mackauer (1980), que compararam parâmetros alimentares de
A. pisum não parasitados, parasitados e superparasitados. O superparasitismo ocorre
quando o parasitoide deposita mais de um ovo no mesmo hospedeiro. Durante o
desenvolvimento embrionário do parasitoide, tanto nos afídeos parasitados quanto nos
superparasitados, há redução na taxa de alimentação e de excreção de honeydew. Com o
avanço do desenvolvimento do parasitoide, a taxa de alimentação dos afídeos parasitados
aumenta, excedendo à dos não parasitados. Nos superparasitados, os valores são maiores
do que dos parasitados por um único indivíduo, com aumento na taxa de alimentação de
133%; de 146% na excreção do honeydew; e de 66% e 86%, respectivamente, na
eficiência de ingestão e digestão do alimento. À medida, porém, que as larvas dos
parasitoides completam seu desenvolvimento, consumindo os tecidos do hospedeiro,
naturalmente, estes param de se alimentar e morrem.
Proteínas inibidoras de
Redução na atividade das proteases; redução no crescimento
proteases
Aminoácidos não
Neurotóxicos
proteicos
Polifenóis
Formação de complexos proteínas-carboidratos; interferência na digestibilidade de
Taninos
proteínas e carboidratos
Glicosídios
Saponinas Efeito na permeabilidade intestinal
Quinolizidina (alcaloides
Neurotóxicos, deterrentes
lupinos)
Considerações finais
Os afídeos mostram-se perfeitamente adaptados à alimentação na seiva do floema
das plantas, localizando os vasos e usando estímulos físicos e químicos. A saliva é o meio
que promove a interface com o hospedeiro, transportando enzimas, provando o ambiente e
formando uma bainha gelatinosa para conduzir os estiletes e selar as injúrias nas células
vegetais no processo de alimentação. As diferentes espécies e tipos morfológicos dos
afídeos têm requisitos nutricionais diversos, que podem ser atendidos por seu hospedeiro
primário ou secundário, de acordo com a fenologia da planta ou estação do ano, nas
espécies que alternam hospedeiros, ou procurar novas fontes alimentares, produzindo
formas aladas. Há evidências de que os simbiontes suprem alguns requisitos nutricionais,
mas não há comprovação de que sintetizam colesterol em todas as espécies de afídeos
estudadas.
A relação entre os insetos sugadores da seiva do floema e as plantas representa uma
interação biótica altamente especializada, de forma que esses insetos são capazes de
sobreviver em uma dieta nutricionalmente não balanceada e de minimizar as respostas de
defesa de suas plantas hospedeiras, portanto os afídeos podem ser considerados
extremamente eficientes em converter seu alimento em biomassa. Assim, a compreensão
da biologia nutricional e das interações dos afídeos com suas plantas hospedeiras,
sumariadas neste capítulo, permite que se aprimorem as estratégias de manejo das
espécies-praga sugadoras de seiva, como os afídeos, cochonilhas e mosca-branca.
Referências
ADAMS, J. B.; MCALLAN, J. W. Pectinase in certain insects. Canadian Journal of Zoology, Ottawa, v. 36, p. 305-308,
1958.
ADAMS, J. B.; MCALLAN, J. W. Pectinase in the saliva of Myzus persicae (Sulz.) (Homoptera: Aphididae). Canadian
Journal of Zoology, Ottawa, v. 34, p. 541-543, 1956.
AUCLAIR, J. L. Aphid feeding and nutrition. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 8, p. 439-490, 1963.
AUCLAIR, J. L. Feeding and excretion by the pea aphid, Acyrthosiphon pisum (Harr.) (Homoptera: Aphididae) reared on
different varieties of peas. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 2, p. 279-286, 1959.
AUCLAIR, J. L. Feeding and nutrition of the pea aphid, Acyrthosiphon pisum (Homoptera: Aphididae), on chemically
defined diets of various ph and nutrient levels. Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 58, p. 855-
875, 1965.
AUCLAIR, J. L. Host plant resistance. In: MINKS, A. K.; HERREWIJN, P. (Ed.). Aphids: their biology, natural enemies and
control. Amsterdam: Elsevier, 1987. v. 2C, p. 225-265.
AUCLAIR, J. L. Nutrition of plant-sucking insects on chemically defined diets. Entomologia Experimentalis et Applicata,
Dordrecht, v.12, p. 623-641, 1969.
BACKUS, E. A. History, development, and applications of the AC electronic monitoring system for insect feeding. In:
ELLSBURY, M. M.; BACKUS, E. A.; ULLMAN, D. L. (Ed.). History, development and application of AC electronic
insect feeding monitors. Lanham: Thomas Say Publications in Entomology: Entomological Society of America, 1994. p.
1-51.
BARLOW, C. A.; RANDOLPH, P. A. Quality and quantity of plant sap available to the pea aphid. Annals of the
Entomological Society of America, College Park, v. 71, p. 46-48, 1978.
BECK, D. L.; DUNN, G. M.; ROUTLEY, D. G.; BOWMAN, J. S. Biochemical basis of resistance in corn to the corn leaf
aphid. CropScience, Madison, v. 23, p. 995-998, 1983.
BIRKLE, L. M.; MINTO, L. B.; DOUGLAS, A. E. Relating genotype and phenotype for tryptophan synthesis in aphid-
bacterial symbiosis. Physiological Entomology, Oxford, v. 27, p. 302-306, 2002.
BLACKMAN, R. L. Aphid cytology and genetics. In: INTERNATIONAL APHIDOLOGICAL SYMPOSIUM AT JABLONNA,
1981, Jablonna. Proceedings… Wroclaw: Zaklad Narodowy Im. Ossoliñskich, 1985. p. 171-237.
BLACKMAN, R. L.; EASTOP, V. F. Aphids on the world’s crop: an identification and information guide. London: J. Wiley,
1984. 465 p.
BLACKMAN, R. L.; EASTOP, V. F. Aphids on the world’s trees: an identification and information guide. Wallingford:
Cabi, 1994. 987 p.
BREWER, M. J.; WEBSTER, J. A. Probing behavior of Diuraphis noxia and Rhopalosiphum maidis (Homoptera:
Aphididae) affected by barley resistance to D. noxia and plant water stress. Environmental Entomology, Lanham, v. 30,
p. 1041-1046, 2001.
BUCHNER, P. Endosymbiosis of animals with plant microorganisms. New York: Interscience, 1965. 901 p.
CAMPBELL, B. C.; DREYER, D. L. Host-plant resistance of sorghum: differential hydrolysis by sorghum pectic substances
by polysaccharases of greenbug biotypes (Schizaphis graminum, Homoptera: Aphididae). Archives of Insect
Biochemistry and Physiology, New York, v. 2, p. 203-215, 1985.
CAMPBELL, B. C.; MCLEAN, D. L.; KINSEY, M. G.; JONES, K. C.; DREYER, D. L. Probing behaviour of the greenbug
(Schizaphis graminum, biotype C) on resistant and susceptible varieties of sorghum. Entomologia Experimentalis et
Applicata, Dordrecht, v. 31, p. 140-146, 1982.
CAMPBELL, B. C.; NES, W. D. A reappraisal of sterol biosynthesis and metabolism in aphids. Journal of Insect
Physiology, Oxford, v. 29, p. 149-156, 1983.
CAMPBELL, B. C.; STEFFEN-CAMPBELL, J. D.; SORENSEN, J. T.; GILL, R. J. Paraphyly of Homoptera and
Auchenorrhyncha inferred from 18S rDNA nucleotide sequences. Systematic Entomology, London, v. 20, p. 175-194,
1995.
CARDOSO, J. T. Morfologia, bioecologia e comportamento alimentar de Pineus boerneri Annand, 1928
(Hemiptera: Adelgidae) em Pinus spp. (Pinaceae). 2007. 135 f. Tese (Doutorado em Entomologia) - Universidade
Federal do Paraná, Curitiba.
CARTER, N.; AIKMAN, D. P.; DIXON, A. F. G. An appraisal of Hughes’time-specific life table analysis for determining
aphid reproduction and mortality rates. The Journal of Animal Ecology, Oxford, v. 47, p. 677-687, 1978.
CLOUTIER, C.; MACKAUER, M. The effect of superparasitism by Aphidius smithi (Hymenoptera: Aphidiidae) on the food
budget of the pea aphid, Acyrthosiphon pisum (Homoptera: Aphididae). Canadian Journal of Zoology, Ottawa, v. 58, p.
241-244, 1980.
COSTA, R. R.; MORAES, J. C. Efeitos do ácido silícico e do acibenzolar-S-methyl sobre Schizaphis graminum (Rondani)
(Hemiptera: Aphididae) em plantas de trigo. Neotropical Entomology, Londrina, v. 35, p. 834-839, 2006.
COUTY, A.; CLARK, S. J.; POPPY, G. M. Are fecundity and longevity of female Aphelinus abdominalis affected by
development in GNA-dosed Macrosiphum euphorbiae? Physiological Entomology, Oxford, v. 26, p. 287-293, 2001.
DADD, R. H. Improvement of synthetic diet for the aphid Myzus persicae using plant juices, nucleic acids, or trace metals.
Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 13, p. 763-778, 1967.
DADD, R. H.; KRIEGER, D. L. Dietary amino acid requirements of the aphid Myzus persicae. Journal of Insect
Physiology, Oxford, v. 14, p. 741-764, 1968.
DADD, R. H.; KRIEGER, D. L.; MITTLER, T. E. Studies on the artificial feeding of the aphid Myzus persicae (Sulzer) IV:
requirements of water-soluble vitamins and ascorbic acid. Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 13, p. 249-272, 1967.
DADD, R. H.; MITTLER, T. E. Permanent culture of an aphid on a totally synthetic diet. Experientia, Basel, v. 22, p. 832,
1966.
DIXON, A. F. G. Aphid ecology. Glasgow: Blackie, 1985a. 159 p.
DIXON, A. F. G. Aphids and translocation. In: ZIMMERMAN, M. H.; MILBURN, J. A. (Ed.). Transport in plants 1: phloem
transport. Berlin: Springer, 1975a. p. 154-170.
DIXON, A. F. G. Effect of population density and food quality on autumnal reproductive activity in the sycamore aphid,
Drepanosiphum platanoides (Schr.). The Journal of Animal Ecology, Oxford, v. 44, p. 297-304, 1975c.
DIXON, A. F. G. Parthenogenetic reproduction and the intrinsic rate of increase of aphids. In: MINKS, A. K.; HERREWIJN,
P. (Ed.). Aphids: their biology, natural enemies and control. Amsterdam: Elsevier, 1987a. v. 2A, p. 269-287.
DIXON, A. F. G. Reproductive activity of the sycamore aphid, Drepanosiphum platanoides (Schr.) (Hemiptera, Aphididae).
The Journal of Animal Ecology, Oxford, v. 32, p. 33-48, 1963.
DIXON, A. F. G. Reproductive strategies of the alate morphs of the bird cherry-oat aphid Rhopalosiphum padi L. The
Journal of Animal Ecology, Oxford, v. 45, p. 817-830, 1976.
DIXON, A. F. G. Seasonal changes in fat content, form, state of gonads and length of adult life in the sycamore aphid,
Drepanosiphum platanoides (Schr.). Transactions of the Royal Entomological Society of London, London, v. 127, p.
87-99, 1975b.
DIXON, A. F. G. Structure of aphids populations. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 30, p. 155-174, 1985b.
DIXON, A. F. G. The life-cycle and host preferences of the bird cherry-oat aphid, Rhopalosiphum padi L. and their bearing
on the theories of host alternation in aphids. Annals of Applied Biology, Cambridge, v. 68, p.135-147, 1971.
DIXON, A. F. G. The way of life of aphids: host specificity, speciation and distribution. In: MINKS, A. K.; HERREWIJN, P.
(Ed.). Aphids: their biology, natural enemies and control. Amsterdam: Elsevier, 1987b. v. 2A, p. 197-207.
DIXON, A. F. G.; DHARMA, T. D. Number of ovarioles and fecundity in the black bean aphid, Aphis fabae. Entomologia
Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 28, p. 1-14, 1980.
DIXON, A. F. G.; KINDLMANN, P.; LEPS, J.; HOLMAN, J. Why there are so few species of aphids, especially in the
tropics. The American Naturalist, Chicago, v. 129, p. 580-592, 1987.
DIXON, A. F. G.; MCKAY, S. Aggregation in the sycamore aphid Drepanosiphum platanoides (Schr.) (Hemiptera:
Aphididae) and its relevance to the regulation of population growth. The Journal of Animal Ecology, Oxford, v. 39, p.
439-454, 1970.
DOUGLAS, A. E. Nutritional interactions in insect-microbial symbioses: aphids and their symbiotic bacteria Buchnera.
Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 43, p. 17-37, 1998.
DOUGLAS, A. E. The nutritional quality of phloem sap utilized by natural aphid populations. Ecological Entomology,
Oxford, v. 18, p. 31-38, 1993.
DOUGLAS, A. E.; FRANÇOIS, C. L. M. J.; MINTO, L. B. Facultative ‘secondary’ bacterial symbionts and the nutrition of
the pea aphid, Acyrthosiphon pisum. Physiological Entomology, Oxford, v. 31, p. 262-269, 2006.
DOWN, R. E.; GATEHOUSE, A. M. R.; HAMILTON, W. D. O.; GATEHOUSE, J. A. Snowdrop lectin inhibits development
and decreases fecundity of the glasshouse potato aphid (Aulacorthum solani) when administered in vitro and via
transgenic plants both in laboratory and glasshouse trials. Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 42, p. 1035-1045,
1996.
DREYER, D. L.; CAMPBELL, B. C. Chemical basis of host-plant resistance to aphids. Plant, Cell & Environment, New
York, v. 10, p. 353-361, 1984.
EASTOP, V. F. Deductions from the present day host plants of aphids and related insects. In: EMDEN, H. F. van (Ed.).
Insect-plant relationships. Cambridge: Blackwell Scientific, 1973. n. 6, p. 157-178.
EASTOP, V. F. Diversity of the Sternorrhyncha within major climates zones. In: MOUND, L. A.; WALOFF, N. (Ed.).
Diversity of insect faunas. Cambridge: Blackwell Scientific, 1978. n. 9, p. 71-88.
GATEHOUSE, A. M. R.; DOWN, R. E.; POWELL, K. S.; SAUVION, N.; RAHBE, Y.; NEWELL, C. A.; MERRYWEATHER,
A.; HAMILTON, W. D. O.; GATEHOUSE, J. A. Transgenic potato plants with enhanced resistance to the peach-potato
aphid Myzus persicae. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 79, p. 295-307, 1996.
GIBSON, R. W.; PICKETT, J. A. Wild potato repels aphids by release of aphid alarm pheromone. Nature, London, v. 302,
p. 608-609, 1983.
GRIFFTHS, G. W.; BECK, S. D. Effects of antibiotics on intracellular symbiotes in the pea aphid, Acyrthosiphon pisum.
Cell and Tissue Research, Berlin, v. 148, p. 287-300, 1974.
GÜNTNER, C.; VAZQUEZ, A.; GONZÁLEZ, G.; USUBILLAGA, A.; FERREIRA, F.; MOYNA, P. Effect of Solanum
glycoalkaloids on potato aphid, Macrosiphum euphorbiae: Part II. J. Journal of Chemical Ecology, New York, v. 26, p.
1113-1121, 2000.
HALES, D. F.; TOMIUK, J.; WÖHRMANN, K.; SUNNUCKS, P. Evolutionary and genetic aspects of aphid biology: a review.
European Journal of Entomology, Budìjovice, v. 94, p.1-55, 1997.
HARRIS, K. F.; BATH, J. E. Regurgitation by Myzus persicae during membrane feeding: its likely function in transmission
of nonpersistent plant viruses. Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 66, p. 793-796, 1973.
HEIE, O. E. Paleontology and phylogeny. In: MINKS, A. K.; HERREWIJN, P. (Ed.). Aphids: their biology, natural enemies
and control. Amsterdam: Elsevier, 1987. v. 2A, p. 367-391.
HEIE, O. E. Why are there so few aphid species in the temperate areas of the southern hemisphere? European Journal
of Entomology, Budìjovice, v. 91, p. 127-133, 1994.
HILLE RIS LAMBERS, D. Polymorphism in Aphididae. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 1, p. 47-78, 1966.
HOLMAN, J. Factors influencing the host range of the aphids in the tropics. In: INTERNATIONAL CONGRESS OF
ENTOMOLOGY, 13., 1968, Moscow. Proceedings... Moscow: [s.n], 1971. v. 2, p. 339-340.
HOUK, E. J. Symbionts. In: MINKS, A. K.; HERREWIJN, P. (Ed.). Aphids: their biology, natural enemies and control.
Amsterdam: Elsevier, 1987. v. 2A, p. 123-129.
HOUK, E. J.; GRIFFITHS, G. W. Intracellular symbiotes of the Homoptera. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v.
25, p. 161-187, 1980.
HUSSAIN, A.; FORREST, J. M. S.; DIXON, A. F. G. Sugar, organic acid, phenolic acid and plant growth regulator content
of extracts of honeydew of the aphid Myzus persicae and of its host plant Raphanus sativus. Annals of Applied Biology,
Cambridge, v. 78, p. 65-73, 1974.
JANSSON, J.; EKBOM, B. The effect of different plant nutrient regimes on the aphid Macrosiphum euphorbiae growing on
petunia. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 104, p. 109-116, 2002.
KAWADA, K. Polymorphism and morph determination. In: MINKS, A. K.; HERREWIJN, P. (Ed.). Aphids: their biology,
natural enemies and control. Amsterdam: Elsevier, 1987. v. 2A, p. 255-266.
KENNEDY, J. S. Physiological condition of the host plant and susceptibility to aphid attack. Entomologia Experimentalis
et Applicata, Dordrecht, v. 1, p. 50-65, 1958.
KENNEDY, J. S.; FOSBROOKE, I. H. M. The plant in the life of an aphid. In: EMDEN, H. F. van (Ed.). Insect-plant
relationships. Cambridge: Blackwell Scientific, 1972. n. 6, p. 129-140.
KENNEDY, J. S.; MITTLER, T. E. A method of obtaining phloem sap via the mouthparts of aphids. Nature, London, v. 171,
p. 528, 1953.
KESSLER, A.; BALDWIN, I. T. Plant responses to insect herbivory: the emerging molecular analysis. Annual Review of
Plant Biology, Palo Alto, v. 53, p. 299-328, 2002.
KISS, A. Melezitose, aphids and ants. Oikos, Copenhagen, v. 37, p. 382, 1981.
KLINGAUF, F. A. Feeding, adaptation and excretion. In: MINKS, A. K.; HERREWIJN, P. (Ed.). Aphids: their biology,
natural enemies and control. Amsterdam: Elsevier, 1987. v. 2A, p. 225-253.
LEATHER, S. R.; DIXON, A. F. G. Aphid growth and reproductive rates. Entomologia Experimentalis et Applicata,
Dordrecht, v. 35, p. 137-140, 1984.
LLEWELLYN, M. Aphid energy budgets. In: MINKS, A. K.; HERREWIJN, P. (Ed.). Aphids: their biology, natural enemies
and control. Amsterdam: Elsevier, 1987. v. 2B, p. 109-117.
LONG, B. J.; DUNN, G. M.; BOWMAN, J. S.; ROUTLEY, D. G. Relationship of hydroxamic acid content in corn and
resistance to the corn leaf aphid. Crop Science, Madison, v. 17, p. 55-58, 1977.
LOWE, H. J. B. Interespecific differences in the biology of aphids (Homoptera: Aphididae) on leaves of Vicia faba I:
feeding behaviour. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 10, p. 347-357, 1967.
MANSOUR, M. H.; DIMETRY, N. Z.; ROFAEEL, I. S. The role of coumarin as secondary plant substance in the food
specificity of the cow pea aphid Aphis craccivora Koch. Internationale Zeitschrift für Angewandte Physiologie,
einschliesslich Arbeitsphysiologie, Berlin, v. 93, p. 151-157, 1982.
MAYORAL, A. M.; TJALLINGII, W. F.; CASTAÑERA, P. Probing behaviour of Diuraphis noxia on five cereal species with
different hydroxamic acid levels. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 78, p. 341-348, 1996.
MCLEAN, D. L.; KINSEY, M. G. A technique for electronically recording aphid feeding and salivation. Nature, London, v.
205, p. 1358-1359, 1964.
MCLEAN, D. L.; KINSEY, M. G. Identification of electrically recorded curve patterns associated with aphid salivation and
ingestion. Nature, London, v. 205, p. 1130-1131, 1965.
MILES, P. W. Aphid salivary functions: the physiology of deception. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON APHIDS:
aphids in natural and managed ecosystems, 5., 1997, León. Proceedings… Leon: Universidad de Leon, 1998. p. 255-
263.
MILES, P. W. Feeding process of Aphidoidea in relation to effects on their food plants. In: MINKS, A. K.; HERREWIJN, P.
(Ed.). Aphids: their biology, natural enemies and control. Amsterdam: Elsevier, 1987. v. 2B, p. 321-339.
MILES, P. W. Interaction of plant phenols and salivary phenolases in the relationship between plants and Hemiptera.
Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 12, p. 736-744, 1969.
MILES, P. W. Studies on the salivary physiology of plant-bugs: oxidase activity in the salivary apparatus and saliva.
Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 10, p. 121-129, 1964.
MILES, P. W. Studies on the salivary physiology of plant-bugs: the salivary secretions of aphids. Journal of Insect
Physiology, Oxford, v. 11, p. 1261-1268, 1965.
MILES, P. W. The salive of the Hemiptera. Annual Review of Phytopathology, Palo Alto, v. 9, p. 183-255, 1972.
MILES, P. W.; ASPINALL, D.; ROSENBERG, L. Performance of the cabbage aphid, Brevicoryne brassicae (L.), on water-
stressed rape plants, in relation to changes in their chemical composition. Australian Journal of Zoology, Victoria, v. 30,
p. 337-345, 1982.
MILES, P. W.; MCLEAN, D. L.; KINSEY, M. G. Evidence that two species of aphid ingest food through an open stylet
sheath. Experientia, Basel, v. 20, p. 582, 1964.
MITTLER, T. E. Amino-acids in phloem sap and their excretion in aphids. Nature, London, v. 172, p. 207, 1953.
MITTLER, T. E. Ascorbic acid and other chelating agents in the trace-mineral nutrition of the aphid Myzus persicae on
artificial diets. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 20, p. 81-98, 1976.
MITTLER, T. E. Dietary amino acid requirement of the aphid Myzus persicae affected by antibiotic uptake. The Journal of
Nutrition, Bethesda, v. 101, p. 1023-1028, 1971.
MITTLER, T. E. Effect of amino acid and sugar concentration on the food uptake of the aphid Myzus persicae.
Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 10, p. 39-51, 1967.
MITTLER, T. E. Some effects on the aphid Myzus persicae of ingesting antibiotics incorporated into artificial diets. Journal
of Insect Physiology, Oxford, v. 17, p. 1333-1347, 1971b.
MITTLER, T. E. Studies on the feeding and nutrition of Tuberolachnus salignus (Gmelin) (Homoptera: Aphididae) I: the
uptake of phloem sap. The Journal of Experimental Biology, London, v. 34, p. 334-341, 1957.
MITTLER, T. E. Studies on the feeding and nutrition of Tuberolachnus salignus (Gmelin) (Homoptera: Aphididae) II: the
nitrogen and sugar composition of ingested phloem sap and excreted honeydew. The Journal of Experimental Biology,
London, v. 35, p. 74-84, 1958a.
MITTLER, T. E. Studies on the feeding and nutrition of Tuberolachnus salignus (Gmelin) (Homoptera: Aphididae) III: the
nitrogen economy. The Journal of Experimental Biology, London, v. 35, p. 626-638, 1958b.
MITTLER, T. E.; DADD, R. H.; DANIELS JUNIOR, S. C. Utilization of different sugars by the aphid Myzus persicae.
Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 16, p. 1873-1890, 1970.
MIYAZAKI, M. Forms and morphs of aphids. In: MINKS, A. K.; HERREWIJN, P. (Ed.). Aphids: their biology, natural
enemies and control. Amsterdam: Elsevier, 1987. v. 2A, p. 367-391.
MONTLLOR, C. B.; TJALLINGII, W. F. Stylet penetration by two aphids species on susceptible and resistant lettuce.
Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 52, p. 103-111, 1989.
MORAN, N. A. Aphid’s life cycles: two evolutionary steps. The American Naturalist, Chicago, v. 136, p. 135-138, 1990.
MORAN, N. A. The evolution of aphid lifecycles. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 37, p. 321-348, 1992.
MORAN, N. A. The evolution of host plant alternation in aphids: evidence for specialization as a dead end. The American
Naturalist, Chicago, v. 132, p. 681-706, 1988.
MORRIS, J. G. Nutrition. In: PROSSER, C. L. (Ed.). Environmental and metabolic animal physiology. New York: J.
Wiley, 1991. p. 231-276.
PENTEADO, S. R. C. Parâmetros biológicos, tabelas de vida e comportamento alimentar de Cinara atlantica
(Wilson) (Hemiptera, Aphididae) em laboratório e sua flutuação populacional e danos em progênies de Pinus
taeda L. (Pinaceae), em campo. 2007. 223 f. Tese (Doutorado em Entomologia) - Universidade Federal do Paraná,
Curitiba.
PETELLE, M. Aphids and melezitose: a test of Owen’s 1978 hypothesis. Oikos, Copenhagen, v. 35, p. 127-128, 1980.
PICKETT, J. A.; WADHAMS, L. J.; WOODCOCK, C. M.; HARDIE, J. The chemical ecology of aphids. Annual Review of
Entomology, Palo Alto, v. 37, p. 67-90, 1992.
POLLARD, D. G. Aphid penetration of plant tissues. In: HARRIS, K. F.; MARAMOROSCH, K. (Ed.). Aphids as virus
vectors. New York: Academic, 1977. p. 105-118.
POLLARD, D. G. Directional control of the stylets in phytophagous Hemiptera. Proceedings of the Royal Entomological
Society of London, London, v. 44A, p. 173-185, 1969.
POLLARD, D. G. Plant penetration by feeding aphids (Hemiptera, Aphidoidea): a review. Bulletin of Entomological
Research, London, v. 62, p. 631-714, 1973.
POLLARD, D. G. Some aspects of plant penetration by Myzus persicae (Sulz.) nymphs (Homoptera, Aphididae). Bulletin
of Entomological Research, London, v. 61, p. 315-324, 1971.
PONSEN, M. B. Alimentary tract. In: MINKS, A. K.; HERREWIJN, P. (Ed.). Aphids: their biology, natural enemies and
control. Amsterdam: Elsevier, 1987. v. 2A, p. 79-97.
POWELL, G. The effect of pre-acquisition starvation on aphid transmission of potyviruses during observed and electrically
recorded stylet penetrations. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 66, p. 255-260, 1993.
POWELL, G.; TOSH, C. R.; HARDIE, J. Host plant selection by aphids: behavioral, evolutionary, and applied perspectives.
Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 51, p. 309-330, 2006.
PRADO, E. Aphid-plant interactions at phloem level, a behavioural study. 1997. 111 f. Thesis (PhD) - Wageningen
Agricultural University, Wageningen.
PRADO, E.; TJALLINGII, W. F. Aphid activities during sieve element punctures. Annals of the Entomological Society of
America, Lanham, v. 72, p. 157-165, 1994.
REESE, J. C.; MARGOLIES, D. C.; BACKUS, E. A.; NOYES, S.; BRAMELCOX, P. DIXON, A. G. O. Characterization of
aphid host plant resistance and feeding behavior through use of a computerized insect feeding monitor. In: ELLSBURY, M.
M.; BACKUS, E. A.; ULLMAN, D. L. (Ed.). History, development and application of AC electronic insect feeding
monitors. Lanham: Entomological Society of America, 1994. p. 52-72.
REMAUDIÈRE, G.; REMAUDIÈRE, M. Catalogue of the world’s Aphididae: Homoptera Aphidoidea. Paris: Inra, 1997.
473 p.
RISEBROW, A.; DIXON, A. F. G. Nutritional ecology of phloem feeding insects. In: SLANSKY JUNIOR, F.; RODRIGUEZ,
J. G. (Ed.). Nutritional ecology of insects, mites, spiders and related invertebrates. New York: J. Wiley, 1987. p. 421-
448.
SANDSTRÖM, J. P.; MORAN, N. A. Amino acid budgets in three aphid species using the same host plant. Physiological
Entomology, Oxford, v. 26, p. 202-211, 2001.
SAXENA, P. N.; CHADA, H. L. The greenbug, Schizaphis graminum 1: mouth parts and feeding habits. Annals of the
Entomological Society of America, Lanham, v. 64, p. 897-904, 1971.
SLANSKY JUNIOR, F.; RODRIGUEZ, J. G. Nutritional ecology of insects, mites, spiders and related invertebrates.
New York: J. Wiley, 1987. 1023 p.
SMITH, C. M. Plant resistance to arthropods: molecular and conventional approaches. Dordrecht: Springer, 2005. 423
p.
SMITH, C. M.; BOYKO, E. V. The molecular bases of plant resistance and defense responses to aphid feeding: current
status. Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 122, p. 1-16, 2007.
SRIVASTAVA, P. N. Nutritional physiology. In: MINKS, A. K.; HERREWIJN, P. (Ed.). Aphids: their biology, natural enemies
and control. Amsterdam: Elsevier, 1987. v. 2A, p. 99-121.
SRIVASTAVA, P. N.; AUCLAIR, J. L. Amylase activity in the alimentary canal of the pea aphid, Acyrthosiphon pisum (Harr.)
(Homoptera: Aphididae). Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 8, p. 349-355, 1962a.
SRIVASTAVA, P. N.; AUCLAIR, J. L. An improved chemically defined diet for the pea aphid, Acyrthosiphon pisum. Annals
of the Entomological Society of America, Lanham, v. 64, p. 474-478, 1971a.
SRIVASTAVA, P. N.; AUCLAIR, J. L. Characteristics and nature of proteases from the alimentary canal of the pea aphid,
Acyrthosiphon pisum (Harr.) (Homoptera: Aphididae). Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 9, p. 469-474, 1963.
SRIVASTAVA, P. N.; AUCLAIR, J. L. Characteristics of invertase from the alimentary canal of the pea aphid, Acyrthosiphon
pisum (Harr.) (Homoptera: Aphididae). Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 8, p. 527-535, 1962b.
SRIVASTAVA, P. N.; AUCLAIR, J. L. Effect of amino acid concentration on diet uptake and performance by the pea aphid,
Acyrthosiphon pisum (Homoptera: Aphididae). The Canadian Entomologist, Ottawa, v. 106, p. 149-156, 1974.
SRIVASTAVA, P. N.; AUCLAIR, J. L. Role of single amino acids in phagostimulation, growth, and survival of Acyrthosiphon
pisum. Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 21, p. 1865-1871, 1975.
SRIVASTAVA, P. N.; AUCLAIR, J. L.; SRIVASTAVA, U. Effect of non-essential amino acids on phagostimulation and
maintenance of the pea aphid, Acyrthosiphon pisum. Canadian Journal of Zoology, Ottawa, v. 61, p. 2224-2229, 1983.
SRIVASTAVA, P. N.; ROUATT, J. W. Bacteria from the alimentary canal of the pea aphid, Acyrthosiphon pisum (Harr.)
(Homoptera: Aphididae). Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 9, p. 435-438, 1963.
THOMPSON, G. A.; GOGGIN, F. L. Transcriptomics and functional genomics of plant defense induction by phloem-
feeding insects. Journal of Experimental Botany, London, v. 57, p. 755-766, 2006.
THURSTON, R.; SMITH, W. T.; COOPER, B. P. Alkaloid secretion by trichomes of Nicotiana species and resistance to
aphids. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 9, p. 428-432, 1966.
TJALLINGII, W. F. Continuous recording of stylet penetration activity by aphids. In: CAMPBELL, R. K.; EIKENBARY, R. D.
(Ed.). Aphid-plant genotype interactions. Amsterdam: Elsevier, 1990. p. 89-99.
TJALLINGII, W. F. Electrical nature of recorded signals during stylet penetration by aphids. Entomologia Experimentalis
et Applicata, Dordrecht, v. 38, p. 177-186, 1985.
TJALLINGII, W. F. Electrical recording of stylet penetration activities. In: MINKS, A. K.; HARREWIJN, P. (Ed.). Aphids:
their biology, natural enemies and control. Amsterdam: Elsevier, 1988. v. 2B, p. 95-108.
TJALLINGII, W. F. Electronic recording of penetration behaviour by aphids. Entomologia Experimentalis et Applicata,
Dordrecht, v. 24, p. 721-730, 1978.
TJALLINGII, W. F. Salivary secretions by aphids interacting with proteins of phloem wound responses. Journal of
Experimental Botany, London, v. 57, p. 739-745, 2006.
TURNER, R. B. Dietary amino acid requirements of the cotton aphid, Aphis gossypii: the sulphur-containing amino acids.
Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 17, p. 2451-2456, 1971.
TURNER, R. B. Quantitative requirements for tyrosine, phenylalanine and tryptophan by the cotton aphid, Aphis gossypii
(Glover). Comparative Biochemistry and Physiology A, New York, v. 56, p. 203-205, 1977.
VAN EMDEN, H. F. Aphids as phytochemists. In: HARBORNE, J. B. (Ed.). Phytochemical ecology. London: Academic,
1972. p. 25-43.
VAN EMDEN, H. F. Insects and secondary plant substances: an alternative viewpoint with special reference to aphids. In:
HARBORNE, J. B. (Ed.). Biochemical aspects of plant and animal co-evolution. London: Academic, 1978. p. 309-323.
VAN EMDEN, H. F. Plant resistance to Myzus persicae induced by a plant regulator and measured by aphid relative
growth rate. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 12, p. 125-131, 1969.
VAN EMDEN, H. F. Studies on the relations of insect and host plant III: a comparison of reproduction of Brevicoryne
brassicae and Myzus persicae (Hemiptera: Aphididae) on brussels sprout plants supplied with different rates of nitrogen
and potassium. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 9, p. 444-460, 1966.
VON DOHLEN, C. D.; MORAN, N. A. Molecular data support a rapid radiation of aphids in the Cretaceous and multiple
origins of host alternation. Biological Journal of the Linnean Society, London, v. 71, p. 689-717, 2000.
VON DOHLEN, C. D.; MORAN, N. A. Molecular phylogeny of the Homoptera: a paraphyletic taxon. Journal of Molecular
Evolution, Berlin, v. 41, p. 211-223, 1995.
WARD, S. A.; DIXON, A. F. G. Selective resorption of aphid embryos and habitat changes relative to life-span. The
Journal of Animal Ecology, Oxford, v. 51, p. 854-864, 1982.
WILKINSON, T. L.; MINTO, L. B.; DOUGLAS, A. E. Amino acids as respiratory substrates in aphids: an analysis of Aphis
fabae reared on plants and diets. Physiological Entomology, Oxford, v. 26, p. 225-228, 2001.
WINK, M.; HARTMANN, T.; WITTE, L.; RHEINHEIMER, J. Interrelationship between quinolizidine alkaloide-producing
legumes and infesting insects: exploitation of the alkaloid-containing phloem sap of Cytisus scoparius by the broom aphid
Aphis cytisorum. Zeitschrift für Naturforschung, Tübingen, v. 37, p. 1081-1086, 1982.
WOODRING, J.; WIEDEMANN, R.; FISCHER, M. K.; HOFFMANN, K. H.; VÖLKL, W. Honeydew amino acids in relation to
sugars and their role in the establishment of ant-attendance hierarchy in eight species of aphids feeding on tansy
(Tanacetum vulgare). Physiological Entomology, Oxford, v. 29, p. 311-319, 2004.
WRIGHT, J. P.; FISHER, D. B.; MITTLER, T. E. Measurement of aphid feeding rates on artificial diets using 3H-inulin.
Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 37, p. 9-11, 1985.
WYATT, I. J.; WHITE, P. F. Simple estimation of intrinsic increase rates for aphids and tetranychid mites. The Journal of
Applied Ecology, Oxford, v. 14, p. 757-766, 1977.
Capítulo 20
Parasitoides (Hymenoptera)
Fernando L. Cônsoli
S. Bradleigh Vinson
Introdução
Parasitoides são importantes reguladores populacionais de
insetos e se destacam como o principal grupo de inimigos naturais
em sistemas agrícolas. Estão dispersos em inúmeras famílias de
insetos e sua adaptação ao modo de vida parasítico é mais diversa
e abundante em Hymenoptera (ASKEW, 1973; VINSON;
IWANTSCH, 1980a; PENNACCHIO; STRAND, 2006). A eficiência
na exploração hospedeira dos himenópteros parasíticos se deve ao
longo processo evolucionário desses insetos para vencer as
diversas restrições impostas pelo hospedeiro e seu habitat. Existem
dados conflitantes quanto ao surgimento do parasitismo em
Hymenoptera, que apontam o surgimento do parasitismo como
modo de vida no início do Jurássico, aproximadamente, há 200–205
milhões de anos (GRIMALDI; ENGEL, 2005) ou mais recentemente
há 160 milhões de anos (RASNITSYN, 1988; WHITFIELD, 1998).
As adaptações de Hymenoptera ao modo de vida parasítico,
que tornaram esse grupo de organismos um dos mais bem
adaptados na exploração de seus hospedeiros, englobam a
integração de três processos: a) a utilização de recursos nutricionais
limitados pelo imaturo, já que o mesmo deverá finalizar seu
desenvolvimento em um único hospedeiro, b) a alocação de alguns
desses recursos ao estágio adulto; e c) a aquisição e utilização de
nutrientes durante a fase adulta. A utilização dos limitados recursos
pelo imaturo envolve uma série de adaptações morfofuncionais e no
desenvolvimento de estratégias diversas de manipulação
hospedeira, que podem incluir a regulação de vários processos
fisiológicos do hospedeiro, visando à maximização da aquisição e
utilização de nutrientes (VINSON et al., 2001; PENNACCHIO;
STRAND, 2006). Uma das alternativas encontradas para a
integração do processo de utilização de nutrientes aos demais foi o
desenvolvimento de estratégias reprodutivas distintas, como a
proovigenia e a sinovigenia. Na realidade, a maioria das espécies de
parasitoides se distribui entre esses extremos reprodutivos,
permitindo aos parasitoides maximizarem a utilização de recursos
obtidos do hospedeiro pelo parasitoide imaturo. Como o processo
de reprodução também pode ser sustentado por nutrientes
adquiridos na fase adulta, imaturos podem regular a quantidade de
nutrientes no processo de metamorfose a ser alocada para
sustentar o desenvolvimento do soma (exoesqueleto e tecidos) e do
não soma (estruturas germinativas e reserva de nutrientes) (JERVIS
et al., 2008).
Assim, neste capítulo será discutida a bioecologia e a nutrição
de parasitoides, com ênfase em Hymenoptera, abordando aspectos
relacionados ao modo de vida desses parasitoides, às exigências
nutricionais de imaturo e às estratégias de exploração hospedeira e
nutrição do adulto.
Estratégias de desenvolvimento de
parasitoides
O desenvolvimento de parasitoides, assim como o de outros
entomófagos, é dependente de seu hospedeiro. No entanto, ao
contrário de predadores, que podem atingir seu desenvolvimento
ótimo mesmo com a utilização de presas subótimas, uma vez que
os mesmos podem explorar inúmeras presas ao longo do seu
crescimento, os parasitoides estão restritos a um único hospedeiro.
Dessa forma, fica explícito que o sucesso do parasitismo depende
de decisões acertadas de fêmeas parasitoides no processo de
seleção hospedeira, pois a maioria dos parasitoides imaturos não
terá condições de explorar outros hospedeiros alternativamente.
Entretanto, tanto parasitoides como predadores devem vencer os
vários desafios impostos pelos hospedeiros ou pela presa, ao seu
modo de vida, para que possam ganhar acesso ao recurso
nutricional. O primeiro desafio a ser vencido são as barreiras
defensivas do hospedeiro/presa, que são mais complexas para os
parasitoides, pois, além de envolver barreiras comportamentais,
químicas e físicas, incluem defesas internas do hospedeiro (sistema
imunológico). Outro desafio a ser vencido é a manutenção do
hospedeiro como recurso nutricional para sua utilização adequada.
Nesse caso, haverá exigências distintas, dependendo do modo de
vida do parasitoide e das respostas adaptativas desenvolvidas para
vencer as restrições impostas pelo hospedeiro para sua adequada
exploração. A esse respeito veja discussão no item Como
parasitoides lidam com as restrições impostas pelo hospedeiro,
neste capítulo e na Tabela 1 (VINSON et al., 2001).
Pupais Substâncias químicas são injetadas pela fêmea para paralisar o desenvolvimento do
hospedeiro e preservar seus tecidos. Similarmente aos parasitoides de ovos, enzimas
também são liberadas no interior do hospedeiro para auxiliar na digestão de tecidos pupais.
Os recursos nutricionais são relativamente uniformes em quantidade, mas as condições d e e
(ver abaixo) podem ser importantes
Ectoparasitoides Injetam veneno paralisante para evitar a sua eliminação ativa (comportamento de defesa) ou
de hospedeiros passiva (troca do tegumento) da cutícula do hospedeiro. Entretanto, uma vez paralisado o
abrigados hospedeiro e realizada a postura, o parasitoide imaturo deverá completar o seu
desenvolvimento com os recursos nutricionais que o hospedeiro representa no momento do
parasitismo. Nessas condições, existem as cinco alternativas de desenvolvimento
apresentadas a seguir:
a) Localizar e atacar apenas hospedeiros grandes
b) Atacar hospedeiros de tamanho variável, mas regular o número de ovos
depositados/hospedeiro ou ajustar o tamanho final do parasitoide
c) Avaliar a qualidade do recurso (hospedeiro) e regular a razão sexual, depositando ovos
machos em hospedeiros de menor qualidade
d) Avaliar a qualidade do recurso e ajustar o número de ovos a ser depositado de acordo com
o hospedeiro
e) Depositar vários ovos e permitir que a competição entre as larvas ajuste a progênie ao
hospedeiro
Parasitoides cenobiontes
Ectoparasitoides Nesse caso, as substâncias injetadas pela fêmea apenas inibem a troca de tegumento pelo
hospedeiro, e estruturas próprias de fixação ao hospedeiro devem ser disponíveis,
principalmente na fase de ovo. O parasitoide também deve se alimentar do hospedeiro sem
causar danos significativos aos seus tecidos
Exigências nutricionais de
parasitoides imaturos
De forma geral, as exigências nutricionais de parasitoides são
muito semelhantes àquelas de predadores (HOUSE, 1977;
THOMPSON, 1999). Porém, assim como predadores zoofitófagos,
alguns parasitoides desenvolveram exigências particulares
decorrentes do processo de coevolução com seus hospedeiros. Da
mesma forma que predadores zoofitófagos podem precisar de
nutrientes derivados da planta hospedeira (COLL; GUERSHON,
2002), alguns parasitoides necessitam da disponibilização de
determinados nutrientes via hospedeiro (NETTLES JUNIOR, 1990),
por causa da perda de vias biossintéticas importantes. Apesar das
possíveis implicações que exigências específicas podem ter para o
desenvolvimento de parasitoides, especialmente no
desenvolvimento de meios artificiais, parasitoides que se
desenvolvem em seus hospedeiros habituais não apresentam
limitações relacionadas às suas exigências.
Os nutrientes disponíveis para o parasitoide em
desenvolvimento podem ser afetados pela: a) nutrição do
hospedeiro, antes e após o parasitismo; b) presença de substâncias
nocivas ao parasitoide no substrato alimentar do hospedeiro; c)
modificação, armazenamento e utilização de nutrientes pelo
hospedeiro; e d) pelo estágio de desenvolvimento e condição
endócrina do hospedeiro (VINSON; IWANTSCH, 1980b, VINSON;
BARBOSA, 1987; BARBOSA, 1988).
Parasitoides cenobiontes
Parasitoides cenobiontes em desenvolvimento encontram nos
tecidos de seu hospedeiro seus principais competidores por
nutrientes. Assim, apesar da limitação ocasional de certos nutrientes
no hospedeiro, são os aminoácidos e as proteínas aqueles que,
certamente, limitam o crescimento de parasitoides. Visíveis também
são as exigências de insetos por componentes da cutícula.
Proteínas são um dos principais componentes da cutícula e, apesar
de a composição em aminoácidos ser complexa, os aminoácidos
aromáticos, como fenilalanina e tirosina, e o aminoácido β-alanina,
envolvidos no processo de esclerotização e escurecimento da
quitina, são relativamente abundantes (ANDERSEN, 1985; CHEN,
1985). Entretanto, alguns desses aminoácidos apresentam baixa
solubilidade e devem estar presentes como unidade de cadeias
peptídicas e/ou proteínas complexas, as quais estão disponíveis ao
parasitoide em desenvolvimento apenas em estágios específicos do
desenvolvimento do hospedeiro, como, por exemplo, as proteínas
de armazenamento (RAHBE et al., 2002). Outra fonte rica em
aminoácidos, como a tirosina, é a cutícula, mas os aminoácidos
encontram-se ligados às proteínas e outras moléculas componentes
dessa estrutura do hospedeiro. A única condição em que
aminoácidos associados à cutícula estariam disponíveis ao
parasitoide seria no processo de ecdise, quando ocorrem a digestão
parcial da cutícula e a reabsorção de nutrientes pelo inseto. Assim,
os nutrientes disponíveis ao parasitoide imaturo variam quantitativa
e qualitativamente, de acordo com as alterações fisiológicas
inerentes ao desenvolvimento do hospedeiro (VINSON et al., 2001).
Os nutrientes derivados do hospedeiro são utilizados por muitas
espécies de parasitoides desde o início de seu desenvolvimento
embrionário (FERKOVICH; DILLARD, 1986; CÔNSOLI; VINSON,
2004a). Isso ocorre, principalmente, para endoparasitoides
cenobiontes, os quais produzem ovos hidrópicos, de tamanho
reduzido e vitelo bastante restrito, insuficiente para sustentar os
processos de morfogênese do embrião em desenvolvimento (LE
RALEC, 1995). Assim, é necessária a obtenção de nutrientes
oriundos da hemolinfa do hospedeiro para que o desenvolvimento
embrionário desses endoparasitoides ocorra. A absorção de
nutrientes pelo ovo exige que este apresente estrutura coriônica
bastante delgada (LE RALEC, 1995). Essa característica tem várias
implicações no processo reprodutivo e na ecologia nutricional da
fêmea adulta, permitindo que elas tenham um investimento
energético para o desenvolvimento de ovos bem inferior quando
comparado às espécies que produzem ovos anidrópicos (LE
RALEC, 1995; JERVIS et al., 2001). Essa característica também
permite que o ovo seja de tamanho bastante reduzido, o que parece
ter sido uma alteração evolucionária necessária para atender ao
desenvolvimento do estreito acúleo, utilizado para a inserção de
ovos no interior do hospedeiro, permitindo que sejam depositados
diretamente em um meio nutricionalmente rico, que proporcionará
seu rápido crescimento (SCHILINGER; HALL, 1960; LE RALEC,
1995; JERVIS et al., 2001).
Ovos hidrópicos necessitam adquirir, via absorção, nutrientes
simples como aminoácidos para sustentar seu desenvolvimento,
podendo haver a manipulação do hospedeiro pelo parasitoide,
levando, por exemplo, ao aumento seletivo da concentração
daqueles aminoácidos que participam do ciclo do ácido cítrico,
necessário à produção de energia (CÔNSOLI; VINSON, 2004a).
Entretanto, também há indicação de que moléculas de alto peso
molecular possam ser necessárias ao desenvolvimento embrionário
de ovos hidrópicos de endoparasitoides (FERKOVICH; DILLARD;
1986; GREANY et al., 1990). Apesar de a larva recém-eclodida
ganhar acesso direto aos diversos nutrientes disponíveis na
hemolinfa do hospedeiro via ingestão oral, a aquisição de moléculas
específicas via tegumento também parece ser necessária nessa
fase do desenvolvimento do parasitoide (EGUILEOR et al., 2001;
GIORDANA et al., 2003).
Muitos endoparasitoides passam a se alimentar ativamente dos
tecidos do hospedeiro à medida que o seu desenvolvimento larval
progride, e alguns assumirão comportamento predatório típico,
enquanto outros necessitarão da ação de enzimas produzidas por
tipos celulares específicos associados a eles para que os tecidos do
hospedeiro sejam dissociados e o conteúdo das células seja
disponibilizado para consumo pelo parasitoide (SEQUEIRA;
MACKAUER, 1992; HEMERIK; HARVEY, 1999). Normalmente, o
comportamento destrutivo do parasitoide imaturo em relação aos
tecidos do hospedeiro ocorre em estágios adiantados do seu
desenvolvimento larval, com o imaturo passando por inúmeras
alterações na composição de nutrientes do meio em que se
desenvolve (hospedeiro). Essas alterações podem estar
relacionadas às mudanças estágio-específicas das exigências
nutricionais do parasitoide (VINSON et al., 2001).
A possível existência de exigências nutricionais distintas ao
longo do desenvolvimento do parasitoide pode estar relacionada à
sua própria estratégia de utilização hospedeira, passiva
(conformers) ou ativa (reguladores), que exigirá diferentes níveis de
manipulação do hospedeiro e plasticidade do parasitoide imaturo
(VINSON; IWANTSCH, 1980a; LAWRENCE, 1986). Ainda, deve-se
adicionar a esses aspectos o fato de que ovos e imaturos recém-
eclodidos de parasitoides sofrem limitações quanto à aquisição de
nutrientes, visto as diferenças na área da superfície desses
estágios, quando comparada à área da superfície celular dos
tecidos do hospedeiro, os quais estarão competindo pelos nutrientes
circulantes na hemolinfa do hospedeiro. Assim, a manipulação dos
níveis de nutrientes é comum em hospedeiros parasitados, o que,
muitas vezes, também envolve o sistema endócrino, já que os
hormônios do crescimento participam da regulação gênica de
inúmeras proteínas e dos níveis de nutrientes circulantes na
hemolinfa (WYATT, 1980).
Parasitoides idiobiontes
As exigências nutricionais qualitativas e quantitativas de
idiobiontes são basicamente as mesmas daquelas encontradas para
cenobiontes. No entanto, as relações do idiobionte imaturo com seu
meio nutritivo, o hospedeiro, são bastante distintas daquelas
estabelecidas por cenobiontes (Tabela 1). Enquanto cenobiontes
podem manipular seu próprio desenvolvimento ou regular o do
hospedeiro, para que o seu desenvolvimento ocorra nas melhores
condições nutricionais possíveis, parasitoides idiobiontes
dependem, basicamente, da qualidade nutricional do hospedeiro no
momento do parasitismo e do tamanho da progênie alocada no
hospedeiro. A qualidade nutricional do hospedeiro é geralmente
associada ao seu tamanho e ao da progênie. O tamanho da
progênie, que é controlado pela fêmea do parasitoide, pode alterar a
disponibilidade de nutrientes em virtude de o consumo de
determinados tecidos ser densidade-dependente (ver discussão nos
itens O hospedeiro como ambiente nutricional e Como parasitoides
lidam com as restrições impostas pelo hospedeiro).
O ovo
Hospedeiros de parasitoides primários produzem, em sua
grande maioria, ovos anidrópicos (FLANDERS, 1942a). Esses ovos
contam com um grande investimento energético materno,
apresentando teores elevados de glicogênio, lipídios e proteínas.
Boa parte desses metabólitos é depositada nos ovos na forma de
proteínas, como as glicolipoproteínas derivadas das vitelogeninas,
as vitelinas (KUNKEL; NORDIN, 1985). Essas proteínas complexas
servem como depósitos de nutrientes, que são disponibilizados a
partir da digestão delas e permitem a sustentação dos processos de
embriogênese e morfogênese (OLIVEIRA et al., 1989; HANDLEY, et
al., 1998; GIORGI et al., 1999). Como resultado do desenvolvimento
embrionário, os nutrientes disponíveis no vitelo passam a ser
utilizados para a construção de estruturas embrionárias complexas,
o que resulta na redução do seu valor energético para parasitoides
de ovos ao longo do desenvolvimento embrionário do hospedeiro
(STRAND, 1986). Provavelmente, para esses parasitoides, a
redução do valor energético do hospedeiro se deva mais aos custos
associados ao processo de digestão de estruturas complexas do
embrião, para liberação de nutrientes, e à existência de estruturas
de baixa digestibilidade (ex., cutícula), do que à perda de energia
decorrente dos processos metabólicos durante a embriogênese do
hospedeiro, já que alguns metabólitos importantes sofrem pequena
variação em seu conteúdo total ao longo do desenvolvimento
embrionário (CONSTANT et al., 1994).
A larva
Ao contrário da fase de ovo, a qualidade nutricional da larva
como hospedeiro aumenta à medida que ela cresce e avança em
seu desenvolvimento. Ao eclodirem, as larvas utilizaram todas as
reservas nutricionais que haviam sido armazenadas no ovo e podem
consumir o córion dos ovos como a sua primeira “refeição”,
reaproveitando os nutrientes armazenados nessa estrutura
(BARROS-BELLANDA; ZUCOLOTO, 2001). Larvas recém-eclodidas
restringem sua alimentação a tecidos tenros, mais novos, que
apresentam valor nutricional reduzido, quando comparados a
tecidos maduros da planta. Assim, a hemolinfa de larvas jovens
contém concentração reduzida de nutrientes, principalmente
aminoácidos e proteínas, decorrente, em parte, da baixa qualidade
nutricional do alimento, mas também da elevada demanda de
nutrientes exigidos pelos tecidos em desenvolvimento (ELLSBURY
et al., 1989; SCRIBER; SLANSKY JUNIOR, 1981).
A disponibilidade de nutrientes na hemolinfa das larvas
aumentará com o crescimento larval em decorrência do maior
consumo de alimento e/ou de alimentos com conteúdo proteico
elevado (WYATT; PAN, 1978). As maiores alterações nos níveis de
metabólitos da hemolinfa, principalmente proteínas, ocorrem nos
estádios mais avançados de desenvolvimento. Essas alterações
incluem a mobilização de nutrientes para a síntese e a liberação das
proteínas de armazenamento pelo tecido adiposo, em preparação
para a fase pupal (KANOST et al., 1990; HAUNERLAND, 1996). Há
vários grupos de proteínas de armazenamento que são produzidas
em preparação para a fase pupal, os quais apresentam composição
característica e comportamento de liberação e remoção da
hemolinfa distintos. As arilforinas, ricas em aminoácidos aromáticos,
são as mais abundantes na hemolinfa de estádios tardios de grande
parte dos insetos. Em Diptera, as arilforinas são constituídas por
mais de 15% de aminoácidos aromáticos (fenilalanina, tirosina,
triptofano, entre outros) e mais de 4% de metionina, enquanto, em
Lepidoptera, duas classes de proteínas são encontradas, as
arilforinas, nesse caso, ricas exclusivamente em aminoácidos
aromáticos, e as proteínas ricas em metionina. Entretanto, grupos
particulares de insetos, como os himenópteros, podem apresentar
proteínas de armazenamento típicas que têm, junto às hexamerinas,
proteínas de armazenamento ricas em glutamina e ácido glutâmico
como as mais abundantes na hemolinfa desses insetos (WHEELER;
MARTINEZ, 1995; HUNT et al., 2003). Independentemente do grupo
de proteínas de armazenamento presente, a concentração dessas
proteínas na hemolinfa de insetos nos 2/3 finais do último ínstar
larval corresponde a mais de 80% da concentração total de
proteínas disponível, sendo algumas delas removidas da hemolinfa
durante a fase prepupal. A remoção dessas proteínas se dá pela
sua reabsorção pelo tecido adiposo, onde permanecem
armazenadas para posterior utilização no processo de metamorfose
e, mais tardiamente, no processo de reprodução (HAUNERLAND,
1996).
Com o desenvolvimento do estágio larval e a proximidade do
estágio metamórfico, ocorrem alterações marcantes na estrutura de
vários tecidos e no processo de alocação de nutrientes do inseto.
Grande parte dos nutrientes, acumulados durante a fase imatura de
crescimento, é destinada ao crescimento de tecidos imaginais, os
quais permanecem latentes durante as fases iniciais do crescimento
larval e que se desenvolvem em estruturas morfológicas e
reprodutivas no adulto. Acompanhando essas alterações
metabólicas, também ocorrem alterações estruturais em diversos
sistemas (digestivo, muscular, nervoso, entre outros), que sofrem
histólise e rearranjo para a formação de sistemas adequados ao
funcionamento das estruturas do inseto adulto. Todas essas
alterações são induzidas e controladas pelo sistema endócrino, que
sofre flutuação marcante nessa fase do desenvolvimento de insetos
(RIDDIFORD; TRUMAN, 2003).
A pupa
Insetos holometabólicos sofrem alterações físicas e químicas
marcantes durante o processo de reestruturação e síntese de novos
tecidos. Os músculos, normalmente, são os primeiros a sofrer
degeneração intensa, seguidos pelo trato alimentar e pelas
glândulas salivares, enquanto os sistemas circulatório e nervoso
sofrem alterações em menor escala. Concomitantemente à
degeneração desses tecidos, ocorre profunda atividade de síntese
para a construção de novas estruturas a partir de discos imaginais.
É evidente que todas essas alterações envolvem liberação e
movimentação de grande quantidade de nutrientes, os quais são
removidos de estruturas histolisadas e aproveitados na síntese de
novas.
A histólise e a síntese de tecidos resultam em atividade
metabólica distinta em cada um desses processos. Assim, durante o
processo de histólise, que predomina na fase prepupal e início da
fase pupal, ocorre um declínio acentuado no início da curva de
atividade metabólica, causado pelas baixas taxas de CO2 liberadas
nesse processo. Posteriormente, a curva metabólica apresenta
elevação indicativa da atividade de crescimento e desenvolvimento
(FINK, 1925).
Além das alterações estruturais dessa fase de
desenvolvimento, também ocorrem mudanças na composição
química da pupa. A intensidade das alterações nos níveis de
nutrientes pode ser variável dependendo do organismo, sendo mais
drástica em Diptera do que em Coleoptera. No entanto, nutrientes
como carboidratos e proteínas solúveis apresentam redução em sua
concentração ao longo do processo de metamorfose, enquanto
proteínas insolúveis aumentam sua concentração (Figura 1)
(EVANS, 1932, 1934). O acúmulo de proteínas insolúveis na fase
final do desenvolvimento pupal é condizente com o término do
processo de histogênese. No entanto, de forma semelhante ao
desenvolvimento embrionário, a disponibilidade de nitrogênio ao
longo do desenvolvimento pupal é mantida constante (EVANS,
1932), ocorrendo alterações na forma como esse nutriente é
disponibilizado (Figura 2).
Figura 1. Quantidade de nitrogênio (mg/100 indivíduos) disponível
durante os processos de histólise e histogênese, que ocorrem na
fase de prepupa e pupa de Lucilia sericata (Meigen).
Fonte: Evans (1932).
Figura 2. Disponibilidade de nitrogênio (mg/100 indivíduos) nos
diferentes componentes proteicos durante os processos de histólise
e histogênese, que ocorrem na fase de prepupa e pupa de L.
sericata.
Fonte: Evans (1932).
O adulto
Apesar de o tamanho do adulto ser o fator mais relacionado ao
seu valor energético, são os processos fisiológicos ligados à
reprodução e ao envelhecimento os responsáveis por alterações na
composição do ambiente interno do inseto, que poderiam afetar sua
adequação como hospedeiro de parasitoides. Enquanto a relação
entre tamanho do hospedeiro e seu valor energético para sustentar
o desenvolvimento do inimigo natural é óbvia, desde que
desconsideremos a existência de alterações na eficiência de
comportamentos específicos de defesa associados ao tamanho do
inseto, são as alterações ligadas ao início da fase reprodutiva, como
a síntese e a liberação das vitelogeninas e demais proteínas
constituintes do vitelo, e a utilização de nutrientes de reserva ao
longo do envelhecimento aquelas que geram maior flutuação de
nutrientes disponíveis na hemolinfa de hospedeiros.
As alterações induzidas pelo processo de síntese de proteínas
do vitelo são dependentes da estratégia reprodutiva utilizada pelo
adulto, a qual influencia nas decisões de alocação e utilização de
nutrientes absorvidos na fase imatura e adulta (BOGGS, 1981;
JERVIS et al., 2007). Adultos em que a capacidade reprodutiva
observada é muito próxima ou equivalente à capacidade reprodutiva
esperada (dada pelo número de oócitos maduros no início da fase
adulta) não sofrem alterações significativas nos níveis proteicos da
hemolinfa, já que as proteínas do vitelo são produzidas, total ou
parcialmente, durante a fase pupal. Adultos que utilizam essa
estratégia reprodutiva normalmente são de vida curta e não
carecem de nutrientes na fase adulta, como várias espécies de
Lepidoptera (BOGGS, 1997; JERVIS et al., 2005). No entanto,
adultos, em que a capacidade de reprodução observada supera a
esperada, apresentam atividade de síntese proteica intensa na fase
adulta, a qual estará relacionada ao desenvolvimento de oócitos.
Nessas espécies, a nutrição na fase adulta pode ou não ser
necessária para sustentar a atividade de síntese proteica associada
à reprodução, já que os nutrientes necessários também podem ser
derivados da reserva acumulada durante a fase imatura (BOGGS,
1981; HAMILTON et al., 1990; JOERN; BEHMER, 1997;
BAUERFEIND; FISCHER, 2005).
Considerações finais
A diversidade biológica entre parasitoides, as suas variadas
estratégias de desenvolvimento e interações com hospedeiros
tornam difícil generalizações quanto à bioecologia e à nutrição
desse grupo. Apesar da existência de volume considerável de
literatura abordando diversos aspectos relacionados à sua
bioecologia e nutrição, como comportamento de seleção
hospedeira, o efeito da nutrição hospedeira no desenvolvimento do
parasitoide, os mecanismos de manipulação do hospedeiro e o
efeito da nutrição do parasitoide adulto para alguns grupos de
parasitoides, há vários aspectos que ainda devem ser investigados
para que possamos melhor conhecer esse grupo de insetos.
Investigações que busquem relacionar os aspectos do
desenvolvimento envolvidos na ecologia nutricional de parasitoides
com o primeiro e segundo níveis tróficos são extremamente
importantes para informações consistentes visto o efeito das
interações entre os diferentes níveis tróficos na ecologia nutricional
de parasitoides. Essas informações são extremamente importantes
do ponto de vista biológico, mas também têm implicações práticas,
já que estão diretamente envolvidas com a eficiência desses insetos
como agentes de controle biológico.
Referências
ANDERSEN, S. O. Sclerotization and tanning of the cuticle. In: KERKUT, G. A.; GILBERT,
L. I. (Ed.). Comprehensive insect physiology, biochemistry and pharmacology. New
York: Pergamon, 1985. v. 3, p. 59-74.
ASKEW, R. R. Parasitic hymenoptera. In: ASKEW, R. R. (Ed.). Parasitic insects. New
York: Elsevier, 1973. p. 113-184.
BAKER, H. G.; BAKER, I. A brief historical review of the chemistry of floral nectar. In:
BENTLEY, B.; ELIAS, T. (Ed.). The biology of nectarines. New York: Columbia University,
1983. p. 126-152.
BARAT-HOUARI, M.; HILLIOU, F.; JOUSSET, F. X.; SOFER, L.; DELEURY, E.; ROCHER,
J.; RAVALLEC, M.; GALIBERT, L.; DELOBEL, P.; FEYEREISEN, R.; FOURNIER, P.;
VOLKOFF, A. N. Gene expression profiling Spodoptera frugiperda hemocytes and fat
body using cDNA microarray reveals polydnavirus-associated variations in
lepidopteran host genes transcript levels. BMC Genomics 7: 160. 2006. Disponível em:
<http://www.biomedcentral.com/1471-2164/7/160>.
BARBOSA, P. Natural enemies of herbivore-plant interactions: influence of plant
allelochemicals and host specificity. In: BARBOSA, P.; LETOURNEAU, D. (Ed.). Novel
aspects of insect-plant interactions. New York: J. Wiley, 1988. p. 201-210.
BARROS-BELLANDA, C. H. H.; ZUCOLOTO, F. S. Influence of chorion ingestion on the
performance of Ascia monuste and its association with cannibalism. Ecological
Entomology, Oxford, v. 26, p. 557-561, 2001.
BAUERFEIND, S. S.; FISCHER, K. Effects of adult-derived carbohydrates, amino acids and
micronutrients on female reproduction in a fruit-feeding butterfly. Journal of Insect
Physiology, Oxford, v. 51, p. 545-554, 2005.
BECKAGE, N. E. Endocrine interactions between endoparasitic insects and their hosts.
Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 30, p. 371-413, 1985.
BECKAGE, N. E.; GELMAN, D. B. Wasp parasitoid disruption of host development:
implications for new biologically based strategies for insect control. Annual Review of
Entomology, Palo Alto, v. 49, p. 299-330, 2004.
BECKAGE, N. E.; RIDDIFORD, L. M. Growth and development of the endoparasitic wasp
Apanteles congregatus: dependence on host nutritional status and parasite load.
Physiological Entomology, Oxford, v. 8, p. 231-241, 1983.
BOGGS, C. L. Nutritional and life-history determinants of resource allocation in
holometabolous insects. The American Naturalist, Chicago, v. 117, p. 692-709, 1981.
BOGGS, C. L. Reproductive allocation from reserves and income in butterfly species with
differing adult diets. Ecology, Tempe, v. 78, p. 181-191, 1997.
BRODEUR, J.; BOIVIN, G. Functional ecology of immature parasitoids. Annual Review of
Entomology, Palo Alto, v. 49, p. 27-49, 2004.
BURGER, J. M. S.; KORMANY, A.; LENTEREN, J. C. van; VET, L. E. M. Importance of host
feeding for parasitoids that attack honeydew-producing hosts. Entomologia
Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v.117, p. 147-154, 2005.
CHEN, P. S. Amino acid and protein metabolism. In: KERKUT, G. A.; GILBERT, L. I. (Ed.).
Comprehensive insect physiology, biochemistry and pharmacology. New York:
Pergamon, 1985. v. 10, p. 177-217.
COLE, T. J.; BECKAGE, N. E.; TAN, F. F.; SRINIVASAN, A.; RAMASWAMY, S. B.
Parasitoid-host endocrine relations: self-reliance or co-optation? Insect Biochemistry and
Molecular Biology, Oxford, v. 32, p. 1673-1679, 2002.
COLL, M.; GUERSHON, M. Omnivory in terrestrial arthropods: mixing plant and prey diets.
Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 47, p. 267-297, 2002.
CÔNSOLI, F. L.; BRANDT, S. L.; COUDRON, T. A.; VINSON, S. B. Host regulation and
release of parasitism-specific proteins in the system Toxoneuron nigriceps-Heliothis
virescens. Comparative Biochemistry and Physiology B, New York, v. 142, p. 181-191,
2005.
CÔNSOLI, F. L.; KITAJIMA, E. W.; PARRA, J. R. P. Sensilla on the antenna and ovipositor
of the parasitic wasps Trichogramma galloi Zucchi and T. pretiosum Riley (Hym.,
Trichogrammatidae). Microscopy Research and Technique, New York, v. 45, p. 313-324,
1999.
CÔNSOLI, F. L.; LEWIS, D.; KEELEY, L.; VINSON, S. B. Characterization of a cDNA
encoding a putative chitinase from teratocytes of the endoparasitoid Toxoneuron nigriceps.
Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 122, p. 271-278, 2007.
CÔNSOLI, F. L.; PARRA, J. R. P. Development of an artificial host egg for in vitro egg laying
of Trichogramma galloi and T. pretiosum using plastic membranes. Entomologia
Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 91, p. 327-336, 1999.
CÔNSOLI, F. L.; VINSON, S. B. Clutch size, development and wing morph differentiation of
Melittobia digitata. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 102, p. 135-
143, 2002b.
CÔNSOLI, F. L.; VINSON, S. B. Host regulation and the embryonic development of the
endoparasitoid Toxoneuron nigriceps (Hymenoptera: Braconidae). Comparative
Biochemistry and Physiology B, New York, v. 137, p. 463-473, 2004a.
CÔNSOLI, F. L.; VINSON, S. B. Larval development and feeding behavior of the wing
dimorphics of Melittobia digitata Dahms (Hymenoptera: Eulophidae). Journal of
Hymenoptera Research, Washington, DC, v. 11, p. 188-196, 2002a.
CÔNSOLI, F. L.; VINSON, S. B. Wing morph development and reproduction of the
ectoparasitoid Melittobia digitata: nutritional and hormonal effects. Entomologia
Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 112, p. 47-55, 2004b.
CONSTANT, B.; GRENIER, S.; BONNOT, G. Analysis of some morphological and
biochemical characteristics of the egg of the predaceous bug Macrolophus caliginosus
(Het.: Miridae) during embryogenesis. BioControl, Dordrecht, v. 39, p. 189-198, 1994.
CROFT, P.; COPLAND, J. W. The effect of host instar on the size and sex ration of the
endoparasitoid Dacnusa sibirica. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v.
74, p. 121-124, 1995.
CUSSON, M.; LAFORGE, M.; MILLER, D.; CLOUTIER, C.; STOLTZ, D. Functional
significance of parasitism-induced suppression of juvenile hormone esterase activity in
developmental delayed Choristoneura fumiferana larvae. General and Comparative
Endocrinology, New York, v. 117, p. 343-354, 2000.
CZESAK, M. E.; FOX, C. W. Evolutionary ecology of egg size and number in a seed beetle:
genetic trade-off differs between environments. Evolution: international journal of organic
evolution, Lancaster, v. 57, p. 1121-1132, 2003.
DAHLMAN, D. L.; VINSON, S. B. Teratocytes: developmental and biochemical
characteristics. In: BECKAGE, N. E.; THOMPSON, S. N.; FEDERICI, B. A. (Ed.). Parasites
and pathogens of insects. San Diego: Academic, 1993. v. 1, p. 145-165.
DEMMON, A. S.; NELSON, H. J.; RYAN, P. J.; IVES, A. R.; SNYDER, W. E. Aphidius ervi
(Hymenoptera: Braconidae) increases its adult size by disrupting host wing development.
Environmental Entomology, Lanham, v. 33, p. 1523-1527, 2004.
DIGILIO, M. C.; ISIDORO, N.; TREMBLAY, E.; PENNACCHIO, F. Host castration by
Aphidius ervi venom proteins. Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 46, p. 1041-1050,
2000.
DONG, K.; ZHANG, D.; DAHLMAN, D. L. Down-regulation of juvenile hormone esterase
and arylphorin production in Heliothis virescens larvae parasitized by Microplitis croceipes.
Archives of Insect Biochemistry and Physiology, New York, v. 32, p. 237-248, 1996.
DORN, S.; BECKAGE, N. E. Superparasitism in gregarious hymenopteran parasitoids:
ecological, behavioral and physiological perspectives. Physiological Entomology, Oxford,
v. 32, p. 199-211, 2007.
DOURY, G.; BIGOT, Y.; PERIQUET, G. Physiological and biochemical analysis of factors in
the female venom gland and larval salivary secretions of the ectoparasitoid wasp Eupelmus
orientalis. Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 43, p. 69-81, 1997.
DOVER, B. A.; MENON, A.; BROWN, R. C.; STRAND, M. R. Suppression of juvenile
hormone esterase in Heliothis virescens by Microplitis demolitor calyx fluid. Journal of
Insect Physiology, Oxford, v. 41, p. 809-817, 1995.
EGUILEOR, M.; GRIMALDI, A.; TETTAMANTI, G.; VALVASSORI, R.; LEONARDI, M. G.;
GIORDANA, B.; TREMBLAY, E.; DIGILIO, M. C.; PENNACCHIO, F. Larval anatomy and
structure of absorbing epithelia in the aphid parasitoid Aphidius ervi Haliday (Hymenoptera,
Braconidae). Arthropod Structure and Development, Oxford, v. 30, p. 27-37, 2001.
EIJS, I. E. M.; ELLERS, J.; DUINEN, G. J. van. Feeding strategies in drosophilid
parasitoids: the impact of natural food resources on energy reserves in females. Ecological
Entomology, Oxford, v. 23, p. 133-138, 1998.
ELLERS, J. Fat and eggs: an alternative method to measure the trade-off between survival
and reproduction in insect parasitoids. Netherlands Journal of Zoology, Wageningen, v.
46, p. 227-235, 1996.
ELLSBURY, M. M.; BURKETT, G. A.; DAVIS, F. M. Development and feeding behavior of
Heliothis zea (Lepidoptera: Noctuidae) on leaves and flowers of crimson clover.
Environmental Entomology, Lanham, v. 18, p. 323-327, 1989.
EVANS, A. C. On the chemical changes associated with metamorphosis in a beetle
(Tenebrio molitor L.). Journal of Experimental Biology, London, v. 11, p. 397-401, 1934.
EVANS, A. C. Some aspects of chemical changes during insect metamorphosis. Journal of
Experimental Biology, London, v. 9, p. 314-321, 1932.
FALABELLA, P.; TREMBALY, E.; PENNACCHIO, F. Host regulation by the aphid parasitoid
Aphidius ervi: the role of teratocytes. Entomologia Experimentalis et Applicata,
Dordrecht, v. 97, p. 1-9, 2000.
FERKOVICH, S. M.; DILLARD, C. R. A study uptake of radiolabeled host proteins and
protein synthesis during development of eggs of the endoparasitoid, Microplitis croceipes
(Cresson) (Braconidae). Insect Biochemistry, Cambridge, v. 16, p. 337-345, 1986.
FERRACINI, C.; BOIVIN, G.; ALMA, A. Costs and benefits of host feeding in the parasitoid
wasp Trichogramma turkestanica. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht,
v. 121, p. 229-234, 2006.
FERREIRA, C.; TORRES, B. B.; TERRA, W. R. Substrate specificities of midgut beta-
glycosidases from insects of different orders. Comparative Biochemistry and Physiology
B, New York, v.119, p. 219-225, 1998.
FINK, D. E. Metabolism during embryonic and metamorphic development of insects. The
Journal of General Physiology, New York, v. 7, p. 527-543, 1925.
FISCHER, K.; BRAKEFIELD, P. M.; ZWAAN, B. J. Plasticity in butterfly egg size: why larger
offspring at lower temperatures? Ecology, Tempe, v. 84, p. 3138-3147, 2003.
FLANDERS, S. E. Predatism by the adult hymenopterous parasite and its role in biological
control. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 46, p. 541-544, 1953.
FOX, C. W.; THAKAR, M. S.; MOUSSEAU, T. A. Egg size plasticity in a seed beetle: an
adaptive maternal effect. The American Naturalist, Chicago, v. 149, p. 149-163, 1997.
FÜHRER, E.; WILLERS, D. The anal secretion of the endoparasitic larva Pimpla turionellae:
sites of production and effects. Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 32, p. 361-367,
1986.
GIORDANA, B.; MILANI, A.; GRIMALDI, A.; FARNETI, R.; CASARTELLI, M.;
AMBROSECCHIO, M. R.; DIGILIO, M. C.; LEONARDI, M. G.; EGUILEOR, M. de;
PENNACCHIO, F. Absorption of sugars and amino acids by the epidermis of Aphidius ervi
larvae. Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 49, p. 1115-1124, 2003.
GIORGI, F.; BRADLEY, J. T.; NORDIN, J. H. Differential vitellin processing in insect
embryos. Micron, Oxford, v. 30, p. 579-596, 1999.
GIRON, D.; CASAS, J. Lipogenesis in an adult parasitic wasp. Journal of Insect
Physiology, Oxford, v. 49, p. 141-147, 2003.
GIRON, D.; PINCEBOURDE, S.; CASAS, J. Lifetime gains of host-feeding in a synovigenic
parasitic wasp. Physiological Entomology, Oxford, v. 29, p. 436-442, 2004.
GIRON, D.; RIVERO, A.; MANDON, N.; DARROUZET, E.; CASAS, J. The physiology of
host feeding in parasitic wasps: implications for survival. Functional Ecology, Oxford, v.
16, p. 750-757, 2002.
GOPALAPILLAI, R.; KADONO-OKUDA, K.; OKUDA, T. Molecular cloning and analysis of a
novel teratocyte-specific carboxylesterase from the parasitic wasp, Dinocampus
coccinellae. Insect Biochemistry and Molecular Biology, Oxford, v. 35, p. 1171-1180,
2005.
GREANY, P.; CLARK, W.; FERKOVICH, S. M.; LAW, J.; RYAN, R. Isolation and
characterization of a host hemolymph protein required for development of the eggs of the
endoparasite Microplitis croceipes. In: HAGEDORN, H. H.; HILDEBRANDI, J. G.;
CALDWELL, M. G.; LAW, J. H. (Ed.). Molecular insect science. New York: Plenum, 1990.
p. 306.
GREENBLATT, J. A.; BARBOSA, P. Effects of host’s diet on two pupal parasitoids of the
gypsy moth: Brachymeria intermedia (Nees) and Coccygomimus turionnellae (L.). Journal
of Applied Ecology, Oxford, v. 18, p. 1-10, 1981.
GRIMALDI, D.; ANGEL, M. S. Hymenoptera: ants, bees, and other wasps. In: GRIMALDI,
D.; ANGEL, M. S. (Ed.). Evolution of the insects. New York: Cambridge University, 2005.
p. 407-467.
GUILLOT. F. S.; VINSON, S. B. Effect of parasitism by Cardiochiles nigriceps on food
consumption and utilization by Heliothis virescens. Journal of Insect Physiology, Oxford,
v. 19, p. 2073-2082, 1973.
HÄCKERMANN, J.; ROTT, A. S.; DORN, S. How two different host species influence the
performance of a gregarious parasitoid: host size is not equal to host quality. Journal of
Animal Ecology, Oxford, v. 76, p. 376-383, 2007.
HAMILTON, R. L.; COOPER, R. A.; SCHAL, C. The influence of nymphal and adult dietary
protein on food intake and reproduction in female brown-banded cockroaches.
Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 55, p. 23-31, 1990.
HANDLEY, H. L.; ESTRIDGE, B. H.; BRADLEY, J. T. Vitellin processing and protein
synthesis during cricket embryogenesis. Insect Biochemistry and Molecular Biology,
Oxford, v. 28, p. 875-885, 1998.
HARVEY, J. A. Factors affecting the evolution of development strategies in parasitoid
wasps: the importance of functional constraints and incorporating complexity. Entomologia
Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 117, p. 1-13, 2005.
HARVEY, J. A.; HARVEY, I. F.; THOMPSON, D. J. Flexible larval growth allows use of a
range of host sizes by a parasitoid wasp. Ecology, Tempe, v. 75, p. 1420-1428, 1994.
HARVEY, J. A.; HARVEY, I. F.; THOMPSON, D. J. The effect of host nutrition on growth and
development of the parasitoid wasp Venturia canescens. Entomologia Experimentalis et
Applicata, Dordrecht, v. 75, p. 213-220, 1995.
HAUNERLAND, N. H. Insect storage proteins: gene families and receptors. Insect
Biochemistry and Molecular Biology, Oxford, v. 26, p. 755-765, 1996.
HEIMPEL, G. E.; COLLIER, T. R. The evolution of host-feeding behaviour in insect
parasitoids. Biological Reviews, Cambridge, v. 71, p. 373-400, 1996.
HEIN, S.; DORN, S. The parasitoid of a fruit moth caterpillar utilizes fruit components as
nutrient source to increase its longevity and fertility. Biological Control: theory and
applications in pest management, San Diego, v. 44, p. 341-348, 2008.
HEMERIK, L.; HARVEY, J. A. Flexible larval development and the timing of destructive
feeding by a solitary endoparasitoid: an optimal foraging problem in evolutionary
perspective. Ecological Entomology, Oxford, v. 24, p. 308-315, 1999.
HENRY, L. M.; GILLESPIE, D. R.; ROITBERG, B. D. Does mother really know best?
Oviposition preference reduces reproductive performance in the generalist parasitoid
Aphidius ervi. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 116, p. 167-174,
2005.
HOFERER, S.; WÄCKERS, F. L.; DORN, S. Measuring CO2 respiration rates in the
parasitoid Cotesia glomerata. Mitteilungen der Deutschen Gesellschaft für Allgemeine
und Angewandte Entomologie, Kiel, v. 12, p. 555–558, 2000.
HOUSE, H. L. Nutrition of natural enemies. In: RIDWAY, R. L.; VINSON, S. B. (Ed.).
Biological control by augmentation of natural enemies. New York: Plenum, 1977. p.
105-182.
HOY, H. L.; DAHLMAN, D. L. Extended in vitro culture of Microplitis croceipes teratocytes
and secretion of TSP14 protein. Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 48, p. 401-409,
2002.
HUNT, J. H.; BUCK, N. A.; WHEELER, D. E. Storage proteins in vespid wasps:
characterization, developmental pattern, and occurrence in adults. Journal of Insect
Physiology, Oxford, v. 49, p. 785-794, 2003.
ISIDORO, N.; ROMANI, R.; BIN, F. Antennal multiporous sensilla: their gustatory features
for host recognition in female parasitic wasps (Insecta, Hymenoptera: Platygastroidea).
Microscopy Research and Technique, New York, v. 55, p. 350-358, 2001.
JACOB, H. S.; EVANS, E. W. Effects of sugar spray and aphid honeydew on field
populations of the parasitoid Bathyplectes curculionis (Hymenoptera Ichneumonidae).
Environmental Entomology, Lanham, v. 27, p. 1563-1568, 1998.
JERVIS, M. A.; BOGGS, C. L.; FERNS, P. N. Egg maturation strategy and its associated
trade-offs: a synthesis focusing on Lepidoptera. Ecological Entomology, Oxford, v. 30, p.
359-375, 2005.
JERVIS, M. A.; BOGGS, C. L.; FERNS, P. N. Egg maturation strategy and survival trade-
offs in holometabolous insects: a comparative approach. Biological Journal of the
Linnaean Society, London, v. 90, p. 293-302, 2007.
JERVIS, M. A.; ELLERS, J.; HARVEY, J. A. Resource acquisition, allocation, and utilization
in parasitoid reproductive strategies. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 53, p.
361-385, 2008.
JERVIS, M. A.; HEIMPEL, G. E.; FERNS, P. N.; HARVEY, J. A.; KIDD, N. A. C. Life-history
strategies in parasitoid wasps: a comparative analysis of “ovigeny”. Journal of Animal
Ecology, Oxford, v. 70, p. 442-458, 2001.
JERVIS, M. A.; KIDD, N. A. C. Host-feeding strategies in hymenopteran parasitoids.
Biological Reviews, Cambridge, v. 61, p. 395-434, 1986.
JERVIS, M. A.; KIDD, N. A. C. Incorporating physiological realism into models of parasitoid
feeding behaviour. Trends in Ecology & Evolution, Amsterdam, v. 10, p. 434-436, 1995.
JERVIS, M. A.; KIDD, N. A. C.; FITTON, M. G.; HUDDLESTON, T.; DAWAH, H. A. Flower-
visiting by hymenopteran parasitoids. Journal of Natural History, London, v. 27, p. 67-105,
1993.
JOERN, A.; BEHMER, S. T. Importance of dietary nitrogen and carbohydrates to survival,
growth, and reproduction in adults of the grasshopper Ageneotettix deorum (Orthoptera:
Acrididae). Oecologia, Berlin, v. 112, p. 201-208, 1997.
JONES, D. Protein expression during parasite redirection of host (Trichoplusia ni)
biochemistry. Insect Biochemistry, Cambridge, v. 19, p. 445-455, 1989.
JONES, D.; GELMAN, D.; LOEB, M. Hemolymph concentrations of host ecdysteroids are
strongly suppressed in precocious prepupae of Trichoplusia ni parasitized and
pseudoparasitized by Chelonus near curvimaculatus. Archives of Insect Biochemistry
and Physiology, New York, v. 21, p. 155-165, 1992.
KADONO-OKUDA, K.; WEYDA, F.; OKUDA, T. Dinocampus ( = Perilitus) coccinellae
teratocyte polypeptide: accumulative property, localization and characterization. Journal of
Insect Physiology, Oxford, v. 44, p. 1073-1080, 1998.
KAESLIN, M.; PFISTER-WILHELM, R.; MOLINA, D.; LANZREIN, B. Changes in the
haemolymph proteome of Spodoptera littoralis induced by the parasitoid Chelonus inanitus
or its polydnavirus and physiological implications. Journal of Insect Physiology, Oxford, v.
51, p. 975-988, 2005.
KAINOH, Y.; TATSUKI, S.; SUGIE, H.; TAMAKI, Y. Host kairomones essential for egg-larval
parasitoid, Ascogaster reticulatus Watanabe (Hymenoptera: Braconidae). Journal of
Chemical Ecology, New York, v. 15, p. 1573-1561, 1989.
KANOST, M. R.; KAWOOYA, J. K.; LAW, J. H.; RYAN, R. O.; HEUSDEN, M. C. van;
ZIEGLER, R. Insect haemolymph proteins. Advances in Insect Physiology, London, v. 22,
p. 299-396, 1990.
KATHIRITHAMBY, J. Review of the order strepsiptera. Systematic Entomology, London,
v. 14, p. 41-92, 1989.
KIDD, N. A. C.; JERVIS, M. A. The effects of host-feeding behaviour on the dynamics of
parasitoid-host interactions, and the implications for biological control. Researches on
Population Ecology, Tokyo, v. 31, p. 235-274, 1989.
KING, B. H. Offspring sex ratio and number in response to proportion of host sizes and
ages in the parasitoid wasp Spalangia cameroni. Environmental Entomology, Lanham, v.
31, p. 505-508, 2002.
KNOP-WRIGHT, M.; COUDRON, T. A.; BRANDT, S. L. Ecological and physiological
relevance of biochemical changes in a host as a result of parasitism by Euplectrus spp.: a
case study. In: EDWARDS, J. P.; WEAVER, R. J. (Ed.). Endocrine interactions of insect
parasites and pathogens. Oxford: Bios, 2001. p. 153-186.
KOPTUR, S. Extrafloral nectary-mediated interactions between insects and plant. In:
BERNAYS, E. (Ed.). Insect–plant interactions. Boca Raton: CRC, 1992. p. 81-129.
KRUSE, J. J.; RAFFA, K. F. Effect of food plant switching by a herbivore and its parasitoid:
Cotesia melanoscela development in Lymantria dispar exposed to reciprocal dietary
crosses. Ecological Entomology, Oxford, v. 24, p. 37-45, 1999.
KUNKEL, J. G.; NORDIN, J. H. Yolk proteins. In: KERKUT, G. A.; GILBERT, L. I. (Ed.).
Comprehensive insect physiology biochemistry and pharmacology. New York:
Plenum, 1985. v. 1, p. 83-111.
LAWRENCE, P. O. Host-parasite hormonal interactions: an overview. Journal of Insect
Physiology, Oxford, v. 32, p. 295-298, 1986.
LE RALEC, A. Egg contents in relation to host-feeding in some parasitic hymenoptera.
Entomophaga, Paris, v. 40, p. 87-93, 1995.
LEWIS, W. J.; STAPEL, J. O.; CORTESERO, A. M.; TAKASU, K. Understanding how
parasitoids balance food and host needs: importance to biological control. Biological
Control, San Diego, v. 11, p. 175-183, 1998.
LI, S.; FALABELLA, P.; KURIACHAN, I.; VINSON, S. B.; BORST, D. W.; MALVA, C.;
PENNACCHIO, F. Juvenile hormone synthesis, metabolism, and resulting haemolymph titre
in Heliothis virescens larvae parasitized by Toxoneuron nigriceps. Journal of Insect
Physiology, Oxford, v. 49, p. 1021-1030, 2003.
LILL, J. T.; MARQUIS, R. J. The effects of leaf quality on herbivore performance and attack
from natural enemies. Oecologia, Berlin, v. 126, p. 418-428, 2001.
LILL, J. T.; MARQUIS, R. J.; RICKLEFS, R. E. Host plants influence parasitism of forest
caterpillars. Nature, London, v. 417, p. 170-173, 2002.
MACKAUER, M. Growth and developmental interactions in some aphids and their
hymenopteran parasites. Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 32, p. 275-280, 1986.
MACKAUER, M.; SEQUEIRA, R. Patterns of development in insect parasites. In:
BECKAGE, N. E.; THOMPSON, S. N.; FEDERICI, B. A. (Ed.). Parasites and pathogens
of insects. New York: Academic, 1993. v. 1, p. 1-23.
MALVA, C.; VARRICCHIO, P.; FALABELLA, P.; LA SCALEIA, R.; GRAZIANI, F.;
PENNACCHIO, F. Physiological and molecular interaction in the host-parasitoid system
Heliothis virescens-Toxoneuron nigriceps. Insect Biochemistry and Molecular Biology,
Oxford, v. 34, p. 177-183, 2004.
MCGREGOR, R. Host-feeding and oviposition by parasitoids on hosts of different fitness
value: influences of egg load and encounter rate. Journal of Insect Behavior, New York, v.
10, p. 451-462, 1997.
NAKAMATSU, Y.; FUJII, S.; TANAKA, T. Larva of an endoparasitoid, Cotesia kariyai
(Hymenoptera: Braconidae), feed on the host fat body directly in the second stadium with
the help of teratocytes. Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 48, p. 1041-1052, 2002.
NETTLES JUNIOR, W. C. In vitro rearing of parasitoids: role of host factors in nutrition.
Archives of Insect Biochemistry and Physiology, New York, v. 13, p. 167-175, 1990.
NETTLES JUNIOR, W. C.; MORRISON, R. K.; XIE, Z. N.; BALL, D.; SHENKIR C. A.;
VINSON, S. B. Synergistic action of potassium chloride and magnesium sulfate on
parasitoid wasp oviposition. Science, Washington, DC, v. 218, p. 164-166, 1982.
OCHIENG, S. A.; PARK, K. C.; ZHU, J. W.; BAKER, T. C. Functional morphology of
antennal chemoreceptors of the parasitoid Microplitis croceipes (Hymenoptera:
Braconidae). Arthropod Structure and Development, Oxford, v. 29, p. 231-240, 2000.
OLIVEIRA, P. L.; PETRETSKI, M. D. A.; MASUDA, H. Vitellin processing and degration
during ebryogenesis in Rhodnius prolixus. Insect Biochemistry, Cambridge, v. 19, p. 489-
498, 1989.
OLSON, D. M.; FADAMIRO, H.; LUNDGREN, J. G.; HEIMPEL, G. E. Effects of sugar
feeding on carbohydrate and lipid metabolism in a parasitoid wasp. Physiological
Entomology, Oxford, v. 25, p. 17-26, 2000.
PENNACCHIO, F.; FALABELLA, P.; VINSON, S. B. Regulation of Heliothis virescens
prothoracic glands by Cardiochiles nigriceps polydnavirus. Archives of Insect
Biochemistry and Physiology, New York, v. 38, p. 1-10, 1998.
PENNACCHIO, F.; STRAND, M. R. Evolution of developmental strategies in parasitic
hymenoptera. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 51, p. 233-258, 2006.
PENNACCHIO, F.; VINSON, S. B.; TREMBLAY, E. Growth and development of Cardiochiles
nigriceps Viereck (Hymenoptera, Braconidae) larvae and their synchronization with some
changes of the hemolymph composition of their host, Heliothis virescens (F.) (Lepidoptera,
Noctuidae). Archives of Insect Biochemistry and Physiology, New York, v. 24, p. 65-67,
1993.
PRICE, P. W.; BOUTON, C. E.; GROSS, P.; MCPHERON, B. A.; THOMPSON, J. N.; WEIS,
A. E. Interactions among three trophic levels: influence of plants on interactions between
insect herbivores and natural enemies. Annual Review of Ecology and Systematics, Palo
Alto, v. 11, p. 41-65, 1980.
QUIN, Q.; GONG, H.; DING, T. Two collagenases are secreted by teratocytes from
Microplitis mediator (Hymenoptera: Braconidae) cultured in vitro. Journal of Invertebrate
Pathology, New York, v. 76, p. 79-80, 2000.
RAHBE, Y.; DIGILIO, M. C.; FEBVAY, G.; GUILLAUD, J.; FANTI, P.; PENNACCHIO, F.
Metabolic and symbiotic interactions in amino acid pools of the pea aphid, Acyrthosiphon
pisum, parasitized by the braconid Aphidius ervi. Journal of Insect Physiology, Oxford, v.
48, p. 507-516, 2002.
RASNITSYN, A. P. An outline of evolution of the hymenopterous insects (Order Vespida).
Oriental Insects, Gainesville, v. 22, p. 115-145, 1988.
RIDDIFORD, L. M.; TRUMAN, J. W. Hormone receptors and the regulation of insect
metamorphosis. American Zoologist, Thousand Oaks, v. 33, p. 340-347, 1993.
RIVERO, A.; WEST, S. A. The costs and benefits of host feeding in parasitoids. Animal
Behaviour, London, v. 69, p. 1293-1301, 2005.
RIVERS, D. B.; DENLINGER, D. L. Venom-induced alterations in fly lipid metabolism and its
impact on larval development of the ectoparasitoid Nasonia vitripennis (Walker)
(Hymenoptera: Pteromalidae). Journal of Invertebrate Pathology, New York, v. 66, p.
104-110, 1995.
RIVERS, D. B.; PAGNOTTA, M. A.; HUNTINGTON, E. R. Reproductive strategies of 3
species of ectoparasitic wasps are modulated by the response of the fly host Sarcophaga
bullata (Diptera: Sarcophagidae) to parasitism. Annals of the Entomological Society of
America, Lanham, v. 91, p. 458-465, 1998.
RUTLEDGE, C. E. A survey of identified kairomones and synomones used by insect
parasitoids to locate and accept their hosts. Chemoecology, Stuttgart, v. 7, p. 121-131,
1996.
SALVADOR, G.; CÔNSOLI, F. L. Changes in the hemolymph and fat body metabolites of
Diatraea saccharalis (Fabricius) (Lepidoptera: Crambidae) parasitized by Cotesia flavipes
(Cameron) (Hymenoptera: Braconidae). Biological Control, San Diego, v. 45, p.103-110
2007.
SARFRAZ, M.; DOSDALL, L. M.; KEDDIE, B. A. Host plant genotypes of the herbivore
Plutella xylostella (Lepidoptera: Plutellidae) affects the performance of its parasitoid
Diadegma insulare (Hymenoptera: Ichneumonidae). Biological Control, San Diego, v. 44,
p. 42-51, 2008.
SATO, Y.; TAGAWA, J.; HIDAKA, T. Effects of the gregarious parasitoids Apanteles rufricus
and A. kariyai on host growth and development. Journal of Insect Physiology, Oxford, v.
32, p. 281-286, 1986.
SCHILINGER, E. I.; HALL, J. C. The biology, behavior, and morphology of Praon palitans
Muesebeck, an internal parasite of the spotted alfafa aphid, Therioaphis maculata (Buckton)
(Hymenoptera: Braconidae, Aphidiinae). Annals of the Entomological Society of
America, Lanham, v. 53, p. 144-160, 1960.
SCHMIDT, J. M.; SMITH, J. J. B. Host volume and measurement by the parasitoid wasp
Trichogramma minutum: the roles of curvature and surface area. Entomologia
Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 39, p. 213-221, 1985.
SCHMIDT, J. M.; SMITH, J. J. B. Measurement of host curvature by the parasitoid wasp
Trichogramma minutum, and its effect on host examination and progeny allocation. Journal
of Experimental Biology, London, v. 129, p. 151-164, 1987.
SCHMIDT, O.; THEOPOLD, U.; STRAND, M. Innate immunity and its evasion and
suppression by hymenopteran endoparasitoids. BioEssays: news and reviews in
molecular, cellular and developmental biology, Cambridge, v. 23, p. 344-351, 2001.
SCRIBER, J. M.; SLANSKY JUNIOR, F. The nutritional ecology of immature insects.
Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 26, p. 183-211, 1981.
SEQUEIRA, R; MACKAUER, M. Nutritional ecology of an insect host-parasitoid association:
the pea aphid-Aphidius ervi system. Ecology, Tempe, v. 73, p. 183-189, 1992.
SHELBY, K. S.; WEBB, B. A. Polydnavirus infection inhibits translation of specific growth-
associated host proteins. Insect Biochemistry and Molecular Biology, Oxford, v. 27, p.
263-270, 1997.
SIROT, E.; BERNSTEIN, C. Time sharing between host searching and food searching in
parasitoids: state-dependent optimal strategies. Behavioral Ecology: official journal of the
international society for behavioral ecology, New York, v. 7, p. 189-194, 1996.
SIVINSKI, S.; ALUJA, M.; HOLLER, T. Food sources for adult Diachasmimorpha
longicaudata, a parasitoid of tephritid fruit flies: effects on longevity and fecundity.
Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 118, p. 193-202, 2006.
SMILOWITZ, Z.; IWANTSCH, G. F. Relationships between the parasitoid Hyposoter
exiguae and the cabbage looper Trichoplusia ni: effects of host age on developmental rate
of the parasitoid. Environmental Entomology, Lanham, v. 2, p. 759-763, 1973.
STRAND, M. R. The physiological interactions of parasitoids with their hosts and their
influence on reproductive strategies. In: WAAGE, J.; GREATHEAD, D. (Ed.). Insect
Parasitoids. London: Academic, 1986. p.97-136.
STRAND, M. R.; PECH, L. L. Immunological basis for compatibility in parasitoid-host
relationships. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 40, p. 31-56, 1995.
THOMPSON, S. N. Nutrition and culture of entomophagous insects. Annual Review of
Entomology, Palo Alto, v. 44, p. 561-592, 1999.
THOMPSON, S. N.; DAHLMAN, D. L. Aberrant nutritional regulation of carbohydrate
synthesis by parasitized Manduca sexta L. Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 44, p.
745-753, 1998.
THOMPSON, S. N.; REDAK, R. A. Parasitism of an insect Manduca sexta L. alters feeding
behaviour and nutrient utilization to influence developmental success of a parasitoid.
Journal of Comparative Physiology B: biochemical, systemic, and environmental
physiology, Berlin, v. 178, n. 4, p. 515-527, 2007.
TURLINGS, T. C. J.; BENREY, B. Effects of plant metabolites on the behavior and
development of parasitic wasps. Ecoscience: population, resources, environment, San
Francisco, v. 5, p. 321-333, 1998.
URRUTIA, M. A. C.; WADE, M. R.; PHILLIPS, C. B.; WRATTEN, S. D. Influence of host diet
on parasitoid fitness: unraveling the complexity of a temperate pastoral agroecosystem.
Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 123, p. 63-71, 2007.
VAN ALPHEN, J. J. M.; VISSER, M. E. Superparasitism as an adaptive strategy for insect
parasitoids. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 35, p. 59-79, 1990.
VAN HUIS, A.; DE ROOY, M. The effect of leguminous plant species on Callosibruchus
maculatus (Coleoptera: Bruchidae) and its egg parasitoid Uscana lariophaga
(Hymenoptera: Trichogrammatidae). Bulletin of Entomological Research, London, v. 88,
p. 93-99, 1998.
VAN LENTEREN, J. C.; RUSCHIONI, S.; ROMANI, R.; LOON, J. J. A. van; QIU, Y. T.;
SMID, H. M.; ISIDORO, N.; BIN, F. Structure and electrophysiological responses of
gustatory organs on the ovipositor of the parasitoid Leptopilina heterotoma. Arthropod
Structure and Development, Oxford, v. 36, p. 271-276, 2007.
VINSON, S. B. Host selection by insect parasitoids. Annual Review of Entomology, Palo
Alto, v. 21, p. 109-133, 1976.
VINSON, S. B. The general host selection behavior of parasitoid hymenoptera and a
comparison of initial strategies utilized by larvaphagous and oophagous species. Biological
Control, San Diego, v. 11, p. 79-96, 1998.
VINSON, S. B.; BARBOSA, P. Interrelationships of nutritional ecology of parasitoids. In:
SLANSKY JUNIOR, F.; RODRIGUEZ, J. G. (Ed.). Nutritional ecology of insects: mites,
spiders, and related invertebrates. New York: J. Wiley, 1987. p. 673-695.
VINSON, S. B.; IWANTSCH, G. F. Host regulation by insect parasitoids. Quarterly Review
of Biology, Stony Brook, v. 55, p. 143-165, 1980a.
VINSON, S. B.; IWANTSCH, G. F. Host suitability for insect parasitoids. Annual Review of
Entomology, Palo Alto, v. 25, p. 397-419, 1980b.
VINSON, S. B.; PENNACCHIO, F.; CÔNSOLI, F. L. The parasitoid-host endocrine
interaction from a nutritional perspective. In: EDWARDS, J. P.; WEAVER, R. J. (Ed.).
Endocrine interactions of insect parasites and pathogens. Oxford: Bios, 2001. p. 187-
206.
WÄCKERS, F. L. A comparison of nectar- and honeydew sugars with respect to their
utilisation by the hymenopteran parasitoid Cotesia glomerata. Journal of Insect
Physiology, Oxford, v. 47, p. 1077-1084, 2001.
WÄCKERS, F. L. Do oligosaccharides reduce the suitability of honeydew for predators and
parasitoids? A further facet to the function of insect-synthesized honeydew sugars. Oikos,
Copenhagen, v. 90, p. 197-201, 2000.
WÄCKERS, F. L.; LEE, J. C.; HEIMPEL, G. E.; WINKLER, K.; WAGENAAR, R.
Hymenopteran parasitoids synthesize ‘honeydew-specific’ oligosacchararides. Functional
Ecology, London, v. 20, p. 790-798, 2006.
WANG, X. G.; MESSING, R. H. Fitness consequences of body-size-dependent host species
selection in a generalist ectoparasitoid. Behavioral Ecology and Sociobiology, New York,
v. 56, p. 513-522, 2003.
WHEELER, D. E.; MARTÍNEZ, T. Storage proteins in ants (Hymenoptera: Formicidae).
Comparative Biochemistry and Physiology B, New York, v. 112, p. 15-19, 1995.
WHITFIELD, J. B. Phylogeny and evolution of host-parasitoid interactions in Hymenoptera.
Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 43, p. 129-151, 1998.
WYATT, G. R. The fat body as a protein factory. In: LOCKE, M.; SMITH, D. S. (Ed.). Insect
biology in the future. London: Academic, 1980. p. 201-225.
WYATT, G. R.; PAN, M. L. Insect plasma proteins. Annual Review of Entomology, Palo
Alto, v. 47, p. 779-817, 1978.
ZANG, L. S.; LIU, T. X. Host-feeding of three parasitoid species on Bemisia tabaci biotype B
and implications for whitefly biological control. Entomologia Experimentalis et Applicata,
Dordrecht, v. 127, n. 1, p. 55-63, 2008.
ZOHDY, N.; ZOHDY, M. On the effect of the food of Myzus persicae Sulz. on the
hymenopteran parasite Aphelinus asychis Walker. Oecologia, Berlin, v. 26, p. 185-191,
1976.
Capítulo 21
Percevejos predadores (Heteroptera)
Vanda H. P. Bueno
José C. Zanuncio
Introdução
A crescente preocupação com a saúde humana e com o
ambiente, o rápido desenvolvimento de resistência por insetos-
praga aos produtos fitossanitários e a busca por uma agricultura
mais sustentável prometem fazer do controle biológico o maior
componente de programas de proteção de cultivos no futuro.
Liberações periódicas de inimigos naturais deverão ser mais
econômicas do que os métodos tradicionais, como o controle
químico, para a maioria dos sistemas de cultivo, assim como farão
declinar os custos de produção e de transporte desses inimigos.
Também a conservação de inimigos naturais se tornará importante
prática, acompanhando o movimento em direção a sistemas de
cultivos mais sustentáveis. Assim, inimigos naturais, como os
insetos predadores, terão papel importante dentro de programas de
controle biológico envolvendo o uso de insetos entomófagos. Alguns
grupos de predadores apresentam espécies que se distinguem,
atualmente, como efetivos agentes de controle biológico na
supressão de populações de pragas.
Apesar de a maioria dos trabalhos sobre insetos predadores
terem até agora focado os coccinelídeos (Coccinellidae) e os
crisopídeos (Chrysopidae), nos últimos anos tem havido interesse
crescente por percevejos predadores Heteroptera tanto do ponto de
vista de perspectivas ecológicas como daquelas aplicadas,
colocando-os como importantes componentes da fauna de
artrópodes em habitat natural e manejado.
Alguns atributos de heterópteros predadores, como se alimentar
de plantas ou de material vegetal, e a predação intraguilda,
prometem mudar os pontos de vista sobre a dinâmica populacional
de insetos e a estrutura comunitária e funcional em ecossistemas
terrestres. Heteroptera é um grupo conveniente para estudo com
interessante comportamento de zoofitofagia facultativo. Talvez
nenhum outro táxon tenha diversidade de hábitos alimentares tão
grande, tal que fitofagia e zoofagia possam ser tratadas como
extremos de uma contínua estratégia de alimentação.
Muitos heterópteros predadores são, na atualidade, importantes
por sua contribuição para o controle natural de numerosas pragas.
Também, a disponibilidade e o uso comercial de vários desses
percevejos predadores como agentes de controle em programas de
controle biológico aumentativo de pragas em sistemas agrícolas,
florestais e agroflorestais têm aumentado bastante nos dias atuais.
Várias espécies de Orius (Anthocoridae) já são produzidas em
criação massal e liberadas em cultivos sob sistemas protegidos,
principalmente na Europa, para o controle biológico de tripes.
Predadores generalistas da família Anthocoridae (Orius), juntamente
com Pentatomidae (Podisus) e Miridae (Macrolophus e Dicyphus),
são considerados higher-order predators e de grande interesse por
parte das biofábricas ou companhias que produzem inimigos
naturais (BRODEUR et al., 2002). Em cultivos em casas de
vegetação, esses predadores são usualmente liberados como uma
segunda linha de defesa, quando populações de pragas atingem
altas densidades, e acredita-se que a sua interferência com outros
inimigos naturais, em termos de predação intraguilda, é menos
importante em casas de vegetação do que em agroecossistemas
anuais ou perenes.
Assim, existem aplicações diretas de predadores Heteroptera
para o manejo de pragas tanto acerca do controle biológico natural
como o aumentativo. Segundo Albajes e Alomar (1999), vários
exemplos de estudos de controle natural e controle biológico por
conservação de inimigos naturais nativos mostram que predadores
generalistas, frequentemente um complexo deles, têm impacto
considerável, constituindo-se em componentes significativos de
limitação da presa e podendo ser responsáveis pela redução da
taxa de aumento de pragas potenciais ou por reduzir picos de
infestações.
Entre os heterópteros predadores mais frequentemente
encontrados em agroecossistemas estão aqueles dos gêneros Orius
(Anthocoridae), Geocoris (Lygaeidae), Nabis (Nabidae) e
Macrolophus (Miridae), com abundância relativa, variando
grandemente entre os cultivos. E, embora sejam denominados de
predadores polífagos ou generalistas, muitos deles podem,
entretanto, apresentar preferência acentuada por poucas espécies
e, assim, ter características similares às de um predador mais
especializado.
No entanto, é importante também ressaltar que muitos
heterópteros predadores apresentam o hábito de se alimentar de
materiais ou partes das plantas. No caso da maioria de
representantes da família Anthocoridade, embora o hábito
predatório seja bem conhecido, e alguns serem efetivos membros
de um complexo de predadores, o hábito de se alimentar de plantas
de algumas espécies dessa família não é muito bem conhecido e
documentado. Espécies de Orius são registradas como tendo o
pólen como alimento alternativo, especialmente o pólen de milho.
Em razão de outros predadores Heteroptera serem conhecidos
por consumir alimento de plantas (p. ex., Nabidae, Lygaeidae), não
é surpresa, segundo Latin (1999), que outros façam o mesmo.
Carayon (1961) menciona que a maior parte das espécies que
pertencem ao gênero Geocoris são fitófagos e somente duas
espécies, Geocoris pallens (Stal) e Geocoris atricolor Montandon
(ambas de origem Neártica), têm sido descritas como predadores de
tripes (RIUDAVETS, 1995). De fato, eles são onívoros e
frequentemente se alimentam de sucos de plantas.
Dentro do gênero Nabis, que reúne principalmente espécies
predadoras, quatro delas têm sido descritas como predadores de
tripes (Thysanoptera) (RIUDAVETS, 1995); no entanto, com o intuito
de obter água, espécies de Nabis usam a seiva da planta, podendo
causar-lhe dano. Na família Miridae, espécies de origem Paleártica
dos gêneros Dicyphus e Macrolophus são descritas como polífagas,
mas podem ser, entretanto, fitófagas na ausência da presa.
Todavia, o fato de muitos heterópteros predadores serem
zoofitófagos pode ser fonte de boa estratégia para o seu uso em
controle biológico de pragas. Na Região Mediterrânea, por exemplo,
existe um complexo de predadores da família Miridae com hábitos
zoofitófagos que têm papel importante na regulação de pragas em
cultivos de hortaliças. Esses predadores são usados em estratégias
de controle biológico inoculativos e conservativos, principalmente,
em cultivos de tomate, e são bastante apreciados pelos agricultores
por causa de sua polifagia, o que permite aos percevejos mirídeos
controlar mais de uma praga ao mesmo tempo (CASTANÉ et al.,
2003). Outros grupos de heterópteros predadores incluem aqueles
nos gêneros Podisus, Brontocoris e Supputius (Pentatomidae,
Asopinae), Zelus e Sinea (Reduviidae). A ocorrência de
pentatomídeos em plantios de eucalipto parece ser mediada por
semioquímicos, pois Podisus nigrispinus (Dallas) apresentou maior
número de visitas em plantas de Eucalyptus pellita com lagartas e
injúrias por Thyrinteina arnobia (Stoll) (Lepidoptera: Geometridae)
do que naquelas sem injúrias, com injúrias mecânicas ou com
injúrias desse herbívoro, mas sem esse lepidóptero-presa
(CAVALCANTI et al., 2000).
Logo, o conhecimento da nutrição de insetos entomófagos tem
aumentado muito nas últimas duas décadas, o qual tem coincidido
com a emergência de uma visão ecológica unificada da nutrição,
denominada de ecologia nutricional, que focaliza as interações da
nutrição, ecologia, comportamento e fisiologia. Segundo Thompson
(1999), a aplicação dessa proposição ao entendimento dos hábitos
alimentares e requerimentos nutricionais de adultos entomófagos,
por exemplo, tem levado ao uso de alimentos suplementares para
aumentar a eficácia desses insetos benéficos nos
agroecossistemas. A mesma perspectiva aplicada ao entendimento
da fisiologia e da nutrição da fonte de utilização e alvo para o
desenvolvimento de tecnologia de cultura in vitro para a criação de
parasitoides e predadores na ausência de seus hospedeiros e
presas, também, tem produzido resultados excelentes.
No caso de insetos predadores, a provisão da nutrição ótima é
acompanhada por uma interação ecológica tritrófica envolvendo a
entomofagia, a presa ou o segundo nível trófico e o primeiro nível
trófico, o alimento da presa e, muito frequentemente, a planta.
Assim, a coexistência de hábitos fitófagos e zoófagos em
Heteroptera toma grande importância com o reconhecimento dos
papéis exercidos por tais predadores como agentes de controle
biológico de pragas de importância econômica.
A maioria dos insetos é bastante específica quando escolhem
por seu alimento, incluindo os predadores, e mesmo predadores
generalistas manifestam uma hierarquia de preferência por
diferentes presas (SADEGHI; GILBERT, 1999). Então, surge uma
questão: o que determina se um inseto em particular se alimentará
de qualquer alimento? Segundo Gilbert (2005), a ideia de uma
comunidade interativa sugere que a resposta para essa questão
leva não meramente à disponibilidade e à adequabilidade do próprio
alimento, mas também à rede embutida na cadeia alimentar na qual
um relacionamento alimentar ou particular ocorre.
No caso de predadores, existem poucas diferenças entre as
exigências nutricionais e o que a presa fornece; como resultado dos
custos da captura da presa, o conteúdo da toxina da presa e os
riscos da mortalidade durante o forrageamento são provavelmente
mais importantes. Predadores generalistas respondem com ataque
predatório a todas as presas potenciais de tamanho apropriado que
revelam algumas características comuns muito simples, como, por
exemplo, o movimento. Eles atacam ampla faixa de presas
potenciais, independentemente de sua qualidade alimentar, e têm
que aprender quais presas são de alta e de baixa qualidade.
Também eles necessitam capturar a presa para serem capazes de
avaliá-la apropriadamente. Especialistas são seletivos antes da
captura da presa e mudam a preferência somente dentro de uma
extensão limitada, enquanto generalistas são inicialmente não
seletivos, mas se tornam incrivelmente seletivos como resultado da
experiência. Também, segundo Coll (1998), a maioria dos estudos
de interações entre predadores Heteroptera e plantas são limitados
a um pequeno número de gêneros pertencentes às famílias
Anthocoridade, Lygaeidae, Miridae, Nabidae, Pentatomidae e
Reduviidae e, normalmente, voltados às interações em sistemas
manejados.
Uma característica única de muitos heterópteros predadores é o
hábito de se alimentar de material de planta e isso é importante não
somente para sustentar o predador na ausência de presas, mas
também para aumentar o fitness do predador quando usado como
suplemento à dieta com presa. Ruberson e Coll (1998)
mencionaram que existem três linhas de pesquisa que precisam ser
exploradas com heterópteros predadores: a primeira está
relacionada à caracterização do seu impacto predatório na dinâmica
de sistemas agrícolas e naturais; a segunda requer elucidação de
aspectos da sua sistemática filogenética e ecologia geral, e a
terceira diz respeito ao desenvolvimento de métodos eficientes para
produção, comercialização e formas de liberação desses
predadores.
Assim, dentro desses vários parâmetros e com o crescente
interesse pelo uso do controle biológico de pragas, a presença de
predadores Heteroptera em ecossistemas natural e manejado, tendo
como presas várias espécies-praga de importância agrícola e
florestal, assim como o seu papel no controle natural, têm
influenciado na busca pela informação nutricional e ecológica de
alguns desses predadores, visando ao aumento e à otimização de
sua eficiência e à utilização como agentes de controle.
Habitat e distribuição
A fauna de predadores Heteroptera em agroecossistemas varia
grandemente na composição das espécies, assim como na
abundância relativa comparada a outros grupos de predadores.
Globalmente, heterópteros predadores parecem ser mais
abundantes em cultivos anuais no campo do que em cultivos de
hortaliças ou fruteiras. Entretanto, espécies dentro da família Miridae
podem ser mais bem representadas em cultivos arbóreos ou
perenes, como os de maçã e nozes. Espécies do gênero Orius
(Anthocoridae) parecem ocorrer em números significativos em
ampla variedade de cultivos, incluindo aqueles em condições de
campo, como cultivos anuais de hortaliças (tomate) e de fruteiras
(maçã e citrus), e também em muitos cultivos de hortaliças e
ornamentais em sistemas protegidos. Os antocorídeos são
encontrados em uma grande variedade de camadas ou extratos nos
ecossistemas naturais. Latin (2000) menciona que Orius spp. ocorre
principalmente no extrato denominado forb, o qual, de acordo com a
teoria de Lawton (1983), é de baixa complexidade estrutural,
composto por plantas sem vasos lenhosos, de estrutura simples e
floração anual, no qual se enquadra a maioria das plantas cultivadas
e invasoras. A diversidade de habitats dentro da categoria forb, na
qual a maioria das espécies de Orius é encontrada, provavelmente
reflete a sua adaptabilidade. Poucas espécies estão presentes na
categoria arbustiva e, menos ainda, sobre árvores.
Estudos têm demonstrado que o predador Orius insidiosus
(Say) é coletado nas culturas de milho (Zea mays), milheto
(Pennisetum glaucum), sorgo (Sorghum spp.), feijão (Phaseolus
vulgaris), girassol (Helianthus annuus), alfafa (Medicago sativa),
soja (Glycine max), crisântemo (Chrysanthemum spp.), tango
(Solidago canadensis) e cartamus (Carthamus tinctorius) e nas
plantas invasoras picão-preto (Bidens pilosa), caruru (Amaranthus
sp.), losna-branca (Parthenium hysterophorus) e apaga-fogo
(Alternanthera ficoidea). Orius thyestes Herring é encontrado nas
plantas invasoras picão-preto, caruru e apaga-fogo. Orius
perpunctatus (Reuter) e Orius sp. são coletados principalmente nas
plantas invasoras picão-preto, caruru e apaga-fogo, e no milho. Foi
constatado que muitas dessas plantas são reservatórios naturais
para esses predadores, em termos de habitat, abrigo, presas e
pólen, e que, se for manejado adequadamente o ambiente agrícola,
plantas cultivadas e invasoras podem promover a conservação de
várias espécies de Orius (SILVEIRA et al., 2003). No campo,
inflorescências de picão-preto são tidas como habitat para várias
espécies de tripes, além de possuírem pólen (BUENO, 2000;
SILVEIRA et al., 2005). A distribuição de plantas de fumo dentro de
casas de vegetação com plantio de tomate é importante para que o
percevejo predador Macrolophus caliginosus Wagner (Miridae)
possa se manter e migrar para as plantas de tomate, de modo a
controlar a mosca-branca (Bemisia spp.) (ARNÓ, 2000).
Assim, a abundância de predadores pode ser também
influenciada pela presença/ausência de certas plantas invasoras ou
de cobertura que contenham pólen, néctar floral ou extrafloral,
sementes e seiva. No entanto, é difícil separar a influência da
abundância da presa da disponibilidade de importantes recursos da
planta fornecidos pelas plantas associadas. Elkassabany et al.
(1996) verificaram que O. insidiosus foi coletado em várias plantas
invasoras quando estas estavam em floração e hospedando altas
densidades de tripes. Também foi observado por Silveira et al.
(2005) que diferentes espécies de Orius e tripes ocorrem
simultaneamente em diversas plantas no mesmo habitat, indicando
associações positivas e negativas entre esses organismos.
Predadores heterópteros como Anthocoridae e Geocoridae são
conhecidos por se alimentarem e se beneficiarem de néctar de
plantas de algodão. Segundo Butler et al. (1972), o néctar extrafloral
de plantas de algodão é rico em açúcares e contém um número de
aminoácidos, muitos dos quais essenciais para o crescimento e o
desenvolvimento de insetos. Inimigos naturais generalistas, isto é,
aqueles que se alimentam de uma variedade de espécies
herbívoras e frequentemente usam fontes alimentares alternativas,
como pólen e néctar, deverão especialmente se beneficiar da
diversificação de plantas graças às várias fontes alimentares
disponíveis nesses habitats (Figura 1). E muitos predadores
Heteroptera atacam uma ampla faixa de taxa e estágios de presas e
frequentemente se alimentam de material de planta. Portanto, se a
diversidade na comunidade de plantas promove o crescimento das
populações dos predadores, é esperado que esse grupo de inimigos
naturais seja mais abundante em habitats diversos do que naqueles
mais simples.
Características alimentares
O alimento afeta a distribuição, a abundância e os aspectos
biológicos, como fecundidade, longevidade e taxas de
desenvolvimento de Heteroptera predadores (MOLINA-RUGAMA et
al., 2001). A manutenção de populações desses inimigos naturais,
em habitats com escassez de presas, depende da sua capacidade
de alocar recursos energéticos para atividades específicas
(LEGASPI; LEGASPI JUNIOR, 1998). Em baixa disponibilidade de
presas, a energia deve ser racionada para a reprodução, pois, do
contrário, reduzirá a sobrevivência e a capacidade de permanência
desses predadores nesses agroecossistemas. Dessa forma,
Heteroptera predadores reduzem o esforço reprodutivo para
favorecer sua longevidade (WIEDENMANN; O’NEIL, 1990;
LEGASPI et al., 1996; MOURÃO et al., 2003). Esse fenômeno,
segundo Stearns (1994), é conhecido como trade-off fisiológico, que
consiste na necessidade de um organismo alocar a energia para
dois ou mais processos que competem diretamente, entre si, por
recursos limitados dentro de um mesmo indivíduo. Existem pelo
menos 45 tipos de trade-offs, dos quais os mais estudados são a
reprodução e a sobrevivência (longevidade), as reproduções atuais
e futuras, reprodução atual e crescimento e reprodução atual e
condições fisiológicas.
A ocorrência de trade-off em predadores Heteroptera favorece a
utilização desses predadores em programas de controle biológico de
pragas, por permitir sua permanência no ambiente por maior
período de tempo em escassez de presas ou em condições
ambientais adversas (LEGASPI; LEGASPI JUNIOR, 1998). Os
trade-offs mais comuns para esses predadores estão entre
longevidade versus fecundidade (Molina-RUGAMA et al., 2001;
MOURÃO et al., 2003) e oviposição versus conteúdo de lipídios
(LEGASPI et al., 1996; LEGASPI; LEGASPI JUNIOR, 1998).
O trade-off entre longevidade e fecundidade foi estudado para o
predador Podisus rostralis (Stål) sob diferentes intervalos de
alimentação, com larvas de Tenebrio molitor L. (Coleoptera:
Tenebrionidae) durante 24 horas a cada1, 2, 4, 8 e 16 dias. O
período de oviposição e os números de posturas, ovos, ovos por
postura e de ninfas apresentaram correlação linear negativa com o
aumento do intervalo de alimentação, mas a longevidade desse
predador não foi afetada, sugerindo trade-off com a longevidade, a
qual foi mantida à custa da reprodução (MOLINA-RUGAMA et al.,
1998). De forma semelhante, Podisus maculiventris (Say) teve
menor reprodução e longevidade inalterada quando esse predador
teve escassez alimentar de larvas de T. molitor (WIEDENMANN;
O’NEIL, 1990). P. nigrispinus (= Podisus sagitta) teve resposta
semelhante com baixa disponibilidade de larvas de Galleria
mellonella (L.) (Lepidoptera: Pyralidae) (De CLERCQ; DEGHEELE,
1992). Além disso, o fornecimento de larvas de T. molitor, para
fêmeas de Supputius cincticeps (Stål) durante 24 h a cada 1, 2, 4, 6
ou 8 dias, reduziu a porcentagem de fêmeas com posturas, o
período de oviposição e o número de posturas, de ovos e de ninfas
com o aumento do intervalo sem presa. No entanto, a longevidade
desse predador não foi afetada com trade-off característico entre
longevidade e fecundidade (MOURÃO et al., 2003).
Fêmeas do predador P. maculiventris apresentaram trade-offs
entre oviposição e conteúdo de lipídios, com maior conteúdo de
lipídios no corpo gorduroso e menor oviposição em escassez de
presas (LEGASPI; O’NEIL, 1994; LEGASPI et al., 1996). Em regiões
temperadas, o predador O. insidiosus passa o inverno como adulto,
semelhante à maioria dos predadores Heteroptera, em diapausa
reprodutiva (RUBERSON et al., 1991; 1998; Van den MEIRACKER,
1994). Sua condição de diapausa é mais rapidamente reconhecida
em fêmeas, as quais apresentam estruturas reprodutivas
grandemente reduzidas (desenvolvimento ovariano reduzido) e
corpos com maiores teores de gordura. Segundo Ruberson et al.
(2000), fêmeas de Anthocoridae acumulam mais lipídios do que os
machos, o que pode contribuir para maior longevidade entre elas.
Assim, o conteúdo de lipídios no corpo gorduroso de insetos
desempenha papel na alocação de reservas de energia por ser
fonte de energia metabólica armazenada, em longo prazo, para
esses insetos (DOWNER, 1985). Dessa forma, um alto conteúdo de
lipídios no corpo gorduroso de percevejos predadores indica
processo de conservação de energia em condições desfavoráveis
(LEGASPI et al., 1996).
Grupos terrestres
Pentatomomorpha Cimicomorpha
Estilete com
bainha ou borda Retorno à
Pentatomidae Lygaeidae salivar presente alimentação
em algumas em plantas
espécies
Formas
Carnívoros predatórias Miridae
Anthocoridae
Asopinae Geocorinae Nabidae
Reduviidae
Fonte: Cohen (1998).
Mecanismo de alimentação
O mecanismo de alimentação de Heteroptera está entre os
mais especializados dos artrópodes. Esse mecanismo é do tipo não
refluxo, no qual enzimas digestivas são originadas de glândulas
salivares e injetadas dentro da presa para iniciar uma série de ciclos
caracterizados pelo fluxo de um único caminho, ou seja, vindo da
presa para dentro do intestino, onde a digestão é completada. O
tempo de manuseio da presa é um importante fator na resposta
funcional dos predadores (HASSEL, 1978) e, portanto, é um
determinante do impacto ecológico desses predadores.
A predação está presente em ambas as infraordens de
Heteroptera terrestres, Pentatomomorpha e Cimicomorpha, e o
tempo de manuseio da presa é mais curto entre os últimos do que
para os Pentatomomorpha de tamanhos similares. Essa relação é
verdadeira para ambos os sexos e é atribuída às diferenças na
cinética das suas enzimas digestivas. Proteinases, amilases, lipases
e fosfolipases salivares são encontradas em ambas as infraordens,
mas proteinases isoladas de Cimicomorpha têm taxas maiores de
atividade, enquanto amilases são mais consistentemente presentes
em Pentatomomorpha. Hialuronidases são relatadas somente na
saliva de Cimicomorpha. Bainhas alimentares (orla alimentar) são
produzidas por Cimicomorpha incluindo indivíduos de
Anthocoridade, Nabidae e Reduviidae, mas não em Miridae
(COHEN, 1998).
Frequentemente, entre os heterópteros predadores, somente
uma porção da parte nutricional da presa é ingerida, fenômeno
conhecido como consumo parcial da presa (LUCAS, 1985). Porém,
embora as presas sejam consumidas parcialmente, esses
predadores são altamente eficientes na extração de nutrientes da
presa, com ingestão e absorção maiores que 80% e 90%,
respectivamente, do que eles ingerem. A base disso é a digestão
extraoral, que permite a seleção de estruturas específicas da presa,
ricas em nutrientes. A eficiência é aumentada, segundo Cohen
(1998), tanto pelo movimento de precisão dos estiletes, em que
estruturas sólidas são dilaceradas, como por injeção de enzimas
que atacam substratos específicos, tais como proteínas, lipídios,
polissacarídeos e ácidos nucleicos. A especificidade de tais enzimas
garante que somente certas estruturas da presa serão liquefeitas,
diluídas e sugadas pelo canal alimentar e prontas para a ingestão
pelo predador.
Heterópteros predadores aumentam a sua alimentação
injetando enzimas digestivas em locais específicos da presa. Esses
predadores apresentam a chamada preparação da presa, uma vez
que fazem a sua liquefação (KASPARI, 1990). A taxa total de
digestão-ingestão é de 25 µL (25 mg)/h (COHEN; TANG, 1997);
entretanto, a ingestão real deve ser muito mais rápida do que isso
porque essa observação inclui o tempo gasto para liquefação e
digestão da presa. A proporção exata de material sólido/água
durante a ingestão não é conhecida, mas medida na composição do
alimento, durante vários estágios de alimentação, por heterópteros
predadores, indica concentrações de sólidos variando ao redor de
50% (COHEN, 1998). Esses predadores aplicam a secreção salivar
estritamente na parte externa da parede do corpo da presa, onde
permanece como uma borda ou orla salivar que cola a ponta do
lábio no lado externo da cutícula da presa. Essa borda ou orla
salivar era conhecida como estruturalmente associada com insetos
que se alimentam de plantas, sendo, assim, característica exclusiva
de Pentatomomorpha. No entanto, essa composição foi também
observada em predadores de três famílias de Cimicomorpha
(Anthocoridae, Nabidae e Reduviidae) (COHEN, 1990), mas não é
observada, como dito anteriormente, na família Miridae. Existe,
então, no ato alimentar dos predadores succívoros, a produção de
uma borda ou orla salivar que auxilia na apreensão da presa,
fixando o lábio do hemíptero ao exoesqueleto da presa. Essa borda
ou orla salivar nos fitossuccívoros se estende até o interior da
planta, formando uma bainha para facilitar ou dar desenvoltura aos
estiletes no ato da alimentação.
Fitofagia
Várias observações no campo sugerem que por meio do
estágio adulto insetos predadores usam amplamente as plantas
como a principal fonte de nutrição (espécies não predadoras no
estágio adulto) ou como nutrição suplementar (espécies predadoras
no estágio adulto) (THOMPSON, 1999). Em uma perspectiva
evolucionária, é tentador especular sobre os benefícios da planta
em providenciar alimentos que são acessíveis aos predadores de
artrópodes.
No caso dos heterópteros predadores, embora estejam entre as
espécies de predadores mais abundantes em muitos sistemas
agrícolas, existe ainda um entendimento rudimentar sobre a biologia
e a ecologia da maioria das espécies em agroecossistemas. É certo
que a literatura é repleta de observações de espécies predadoras
que se alimentam de plantas ou algum material vegetal, mas esse
fenômeno somente tem sido estudado com algum detalhe em certos
grupos de Heteroptera. No geral, a fitofagia é considerada um
importante fator que permite a esses predadores colonizar cultivos
antes da chegada da praga, e possibilita a sobrevivência durante os
períodos em que a presa é escassa. Cabe salientar que o alimento
vegetal pode também representar importante complemento para
uma dieta carnívora.
A capacidade de uso de material vegetal, além do consumo de
presas, representa um aspecto interessante no hábito alimentar de
predadores Heteroptera (EUBANKS; DENNO, 1999; COLL;
GUERSHON, 2002; EVANGELISTA JUNIOR et al., 2003, 2004;
ZANUNCIO et al., 2004). Dessa forma, esses inimigos naturais são
considerados onívoros por se alimentarem em mais de um nível
trófico. No entanto, a alimentação exclusiva sobre plantas não
permite que a maioria dos Heteroptera predadores alcance a fase
adulta (NARANJO; GIBSON, 1996; LEMOS et al., 2001). Isso
mostra que a alimentação em presas é essencial para esses
inimigos naturais completarem seu ciclo de vida, por isso,
denominados zoofitófagos, sendo a zoofitofagia uma forma especial
de onivoria (COLL, 1998; COLL; GUERSHON, 2002; LALONDE et
al., 1999). Alguns estudos têm demonstrado que algumas espécies
de Orius, embora possam se alimentar da planta, não podem
sobreviver inteiramente sem alimento animal. O. insidiosus, tendo se
alimentado de plantas de milho, resultou em desenvolvimento, mas
gerou fêmeas inférteis; Orius vicinus (Ribaut) originou adultos de
menor tamanho e com alterações estruturais (ASKARI; STERN,
1972).
Existem pelo menos três explicações funcionais para a
utilização de plantas por insetos zoofitófagos: a) equivalência – a
planta fornece nutrientes suficientes para substituir o tecido animal
quando este é escasso; b) facilitação – a planta fornece algum
componente nutricional que auxilia a carnivoria; e c) independência
– a planta fornece nutrientes essenciais não disponíveis nos tecidos
animais (GILLESPIE; McGREGOR, 2000).
Assim, estudos têm demonstrado que os benefícios da fitofagia
são específicos para cada espécie e dependentes da idade do
predador, da qualidade da presa e dos componentes da planta na
dieta. Naranjo e Gibson (1996) sugerem que espécies das famílias
Anthocoridae e Miridae podem ser os únicos heterópteros
predadores capazes de substituir inteiramente a fitofagia pela
carnivoria. Porém, outros estudos têm demonstrado que, embora a
maioria dos heterópteros predadores faça uso da alimentação em
recursos provenientes de plantas, não existe dúvida de que a
carnivoria seja o principal nicho alimentar de muitas espécies desse
grupo de predadores. Naranjo e Gibson (1996) analisaram várias
espécies de heterópteros predadores e concluíram que os
antocorídeos O. insidiosus e Orius tristicolor White podem ser os
únicos entre esses predadores que apresentam a habilidade para o
completo desenvolvimento ninfal em dietas à base de plantas.
Entretanto, também salientam que a adição de presas como tripes,
ácaros ou ovos de Lepidoptera à dieta de feijão-verde ou pólen
reduziram o tempo de desenvolvimento em 22% e 29%,
respectivamente. Essas duas espécies de Orius completaram seu
desenvolvimento em vagens de feijão, mas apresentaram alta
mortalidade (SALAS-AGUILAR; EHLER, 1977; RICHARDS;
SCHMIDT, 1996).
Também a sobrevivência de antocorídeos pode ser aumentada
grandemente com dieta à base de presas. Nesse contexto, é
importante salientar que a qualidade da presa é bastante
importante, talvez mais para os adultos dos predadores do que para
as suas ninfas. A fecundidade de alguns predadores do gênero
Orius é aumentada quando presas são adicionadas, em especial
ovos de Lepidoptera (MENDES; BUENO, 2001; MENDES et al.,
2005b; CARVALHO et al., 2005a, b), à dieta à base de plantas
(pólen), e a fecundidade e a longevidade reduzidas quando o pólen
sozinho foi suplementado com tripes. Hulshof e Linnamaki (2002)
concluíram que o pólen de pinus e os ovos de Anagasta kuehniella
(Zeller) (Lepidoptera: Pyralidae) preencheram os requerimentos de
alimento alternativo para O. laevigatus em condições de laboratório;
esses alimentos deram suporte à fecundidade do predador mesmo
na ausência do tripes como presa e também tiveram efeito positivo
ou nenhum efeito sobre a sua taxa de predação.
Segundo Van den Meiracker (1999), a taxa de oviposição de O.
insidiosus aumentou com a densidade da presa (ovos de A.
kuehniella) até atingir um platô. Fêmeas desse predador
alimentadas com ovos de A. kuehniella colocaram cerca de nove
vezes mais ovos (195,3 ovos) do que aquelas alimentadas com
Aphis gossypii Glover (Hemiptera: Aphididae) (20 ovos), e três
vezes mais ovos do que aquelas alimentadas com Caliothrips
phaseoli (Hood) (Thysanoptera: Thripidae) (70 ovos) (MENDES et
al., 2002). Ovos de Helicoverpa zea (F.) (Lepidoptera: Noctuidae)
foram nutricionalmente superiores do que o pulgão Acyrthosiphon
pisum (Harris) (Homoptera: Aphididae) como presa ao predador
Geocoris punctipes (Say). Esse predador sobreviveu quatro vezes
mais quando se alimentou de ovos do que de pulgões; e somente
aqueles indivíduos que se alimentaram de ovos completaram o
desenvolvimento e atingiram o estágio adulto (EUBANKS; DENNO,
2000).
Tal relação entre densidade ou qualidade da presa e
fecundidade é comumente encontrada em artrópodes predadores e
em vários outros predadores Heteroptera, como Anthocoris
confusus Reuter (EVANS, 1976) e P. maculiventris (LEGASPI;
O’NEIL, 1994). Em um modelo simples, Beddington et al. (1976)
descreveram a relação entre alimento ingerido e fecundidade. Eles
assumiram que, abaixo de certo limite, todo o alimento ingerido é
alocado para a manutenção do metabolismo e que a energia
excedente acima desse limite é linearmente relacionada à
fecundidade. Mendes et al. (2002) verificaram que o tipo de presa
tem um efeito diferencial no tempo de desenvolvimento dos
diferentes estádios de O. insidiosus e que a fecundidade também é
diretamente influenciada pela qualidade de sua dieta.
Por sua vez, a extensão de qual parte ou recurso da planta
pode ser usada como fonte de nutrientes varia taxonomicamente.
Alguns representantes da família Anthocoridade podem completar o
desenvolvimento ninfal e se reproduzir tendo somente o alimento de
plantas, embora em uma extensão limitada. Naranjo e Gibson
(1996) verificaram a característica onívora do gênero Orius e
observaram que estes são capazes também de se alimentar de
pólen de diferentes plantas e de atuar ocasionalmente como
sugadores. Entretanto, de acordo com Loomans et al. (1995), uma
prova ocasional com o rostro não é prejudicial às plantas e tal
comportamento do predador, provavelmente, serve para obtenção
de água, já que este não é capaz de sobreviver somente do tecido
da planta.
Vários predadores das famílias Lygaeidae, Miridae e
Pentatomidade podem desenvolver-se nos seus vários estádios em
certos alimentos de plantas e alguns predadores pentatomídeos não
exigem alimento no primeiro ínstar. Em contrapartida, mesmo que
algumas espécies das famílias Nabidae e Reduviidade possam
extrair umidade e nutrientes úteis de certas plantas, sua habilidade
para fazê-lo é relativamente limitada.
Assim, a qualidade do alimento da planta também influencia
significativamente a extensão na qual a fitofagia pode ser usada
para suportar tanto o desenvolvimento como a sobrevivência. O
predador G. pallens pode desenvolver-se até o quinto ínstar e a
sobrevivência do adulto é aumentada aproximadamente quatro
vezes em néctar de algodão; entretanto, com seiva da folha do
algodão não ocorre desenvolvimento a partir do primeiro ínstar. Já
G. punctipes se desenvolveu até o quinto ínstar em feijão-verde ou
semente de girassol, mas poucos indivíduos se desenvolveram até
mesmo no segundo ínstar, quando se alimentaram de folhas de
soja, e nenhum desenvolvimento ocorreu em folhas de algodão.
Seiva de folha de algodão também foi de pouco ou nenhum valor
nutritivo para representantes de Nabidade e Reduviidade, embora
pólen e sementes de girassol ou feijão-verde possam garantir a sua
sobrevivência por semanas.
O pentatomídeo Brontocoris tabidus (Signoret) parece ser o
percevejo predador que é melhor beneficiado com o suplemento de
plantas (Figura 1A). A sobrevivência da fase ninfal e o peso de
fêmeas desse predador foram maiores com mudas de Eucalyptus
urophylla, E. camaldulensis ou E. grandis e pupas de Tenebrio
molitor L. do que apenas com pupas de T. molitor. Além disso, B.
tabidus teve maiores números de ovos e de ninfas por fêmea e
maior viabilidade de ovos com mudas de E. urophylla e pupas de T.
molitor do que apenas com pupas de T. molitor (ZANUNCIO et al.,
2000), mostrando a importância de material vegetal na produção
massal desse predador. Além disso, esse predador teve maior
sobrevivência ninfal e peso de fêmeas com plantas de E. cloeziana
e pupas de T. molitor e maior número de posturas por fêmea, de
ovos por postura, de ovos por fêmea, de ninfas por fêmea e de
ninfas por postura do que apenas com pupas de T. molitor. De forma
semelhante, B. tabidus apresentou maior número de posturas por
fêmea, de ovos e ninfas por postura, de ovos e ninfas por fêmea e
maior porcentagem de eclosão de ninfas com plantas de E.
cloeziana ou Psidium guajava e pupas de T. molitor do que apenas
com pupas de T. molitor (MEDEIROS et al., 2003).
A alimentação em mudas de E. urophylla e em larvas de Musca
domestica L. (Diptera: Muscidae) aumentou a sobrevivência da fase
ninfal e o peso de ninfas de quinto estádio e de fêmeas de P.
nigrispinus do que com apenas larva de M. domestica (ZANUNCIO
et al., 2002). Ademais, o fornecimento de plantas de algodoeiro ou
tomateiro e pupas de T. molitor aumentaram a sobrevivência da fase
ninfal, o peso de machos e fêmeas, a taxa diária de oviposição, o
número de ovos e ninfas por fêmea e as taxas líquida de reprodução
(R0) e infinitesimal de aumento populacional (rm) de P. nigrispinus
(OLIVEIRA et al., 2002). De forma semelhante, o suplemento de
folhas de algodoeiro e larvas de Alabama argillacea (Hueb.)
(Lepidoptera: Noctuidae) e água aumentou o peso de adultos, o
período de oviposição e o número de posturas e de ovos por fêmea
de P. nigrispinus (LEMOS et al., 2001).
Embora a seiva da planta seja necessária para a população de
M. caliginosus se desenvolver bem, ela é insuficiente para o
completo desenvolvimento de uma população. Quando fêmeas são
alimentadas somente com seiva colocam poucos ovos e as ninfas
(se similarmente privadas de presas) não sobrevivem (MALAIS;
RAVENSBERG, 2003). Assim, não se pode generalizar sobre a
habilidade de heterópteros predadores subsistirem como herbívoros.
Por exemplo, a habilidade desses predadores para completar
desenvolvimento somente sobre alimento de planta sinaliza a
importância potencial da fitofagia; entretanto, a não habilidade para
se desenvolver em somente um tipo de planta pode não descrever
inteiramente a extensão para a qual o predador pode utilizar fitofagia
durante o seu ciclo de vida. Alguns predadores podem necessitar de
uma combinação de espécies de plantas ou componentes da planta
(néctar, pólen, sementes) para obter os nutrientes essenciais para
crescimento, desenvolvimento ou mesmo reprodução. O suprimento
alimentar vegetal pode ser essencial para o desenvolvimento e
reprodução de predadores que predam presas de baixa qualidade,
mas pode ter efeito de menor valor nos parâmetros do ciclo de vida
daqueles que se alimentam de presas de alta qualidade, como ovos
de insetos.
A importância da fitofagia é provavelmente melhor medida
como um complemento ao alimento composto pela presa porque a
maioria dos heterópteros predadores regularmente se alimenta de
uma mistura de presas e de alimento vegetal na natureza. Mas é
óbvio também que a polifagia tem papel central na história de vida e
na ecologia populacional de predadores Heteroptera.
Arquitetura da planta
A arquitetura da planta, sua superfície e textura frequentemente
influenciam a diversidade e a abundância de insetos (LAWTON,
1983). Plantas maiores e complexas estruturalmente tendem a
hospedar mais espécies de insetos porque elas proporcionam
grande variedade de alimento, locais de oviposição, abrigo para
passar o inverno, assim como microclimas mais diversos do que
aquelas plantas estruturalmente mais simples. Assim, semelhantes
a muitos herbívoros, os predadores Heteroptera exibem distribuição
preferencial para estruturas de plantas que hospedam as suas
presas. Por exemplo, somente 35% dos adultos de O. insidiosus
habitam a parte inferior da folhagem da planta de tomate, enquanto
80% o fazem em folhas de milho e de feijão (COLL et al., 1997). Já
O. tristicolor procura mais a área laminar do que as nervuras das
folhas de algodão; O. insidiosus gasta 55% de seu tempo de busca
próximo às nervuras de folhas de tomate e de feijão, mas somente
15% perto das nervuras em folhas de milho (COLL, 1998).
Levantamentos realizados por Silveira et al. (2003) mostraram a
presença dos antocorídeos O. insidiosus, O. thyestes e O.
perpunctatus em famílias de plantas como Amaranthaceae,
Compositae, Gramineae e Leguminosae que, aparentemente, não
apresentam semelhanças quanto à arquitetura, mas que
apresentam floração anual, indicando que, além da presença do
pólen nas flores, características como abrigo e alimento alternativo
podem ter sido fatores que influenciaram a ocorrência desses
predadores. O antocorídeo Anthocoris nemorum (L.) teve sua
presença bastante afetada quando houve a redução de locais de
abrigo na porção inferior de plantas utilizadas como cercas vivas, ou
de locais que abrigavam presas alternativas (POLLARD, 1968).
Muitos dados sugerem, entretanto, que a resposta de
heterópteros predadores à diversificação de habitat é altamente
variável, o que pode dificultar inferências mais amplas sobre a
importância da diversificação do habitat no aumento desses
predadores. Em termos práticos, na maioria das vezes, é necessário
determinar como o manejo de um cultivo em particular afeta a
atividade desses predadores. Tolerância por plantas invasoras nos
campos de cultivo e manipulação da vegetação próxima pode
favorecer populações dos predadores M. caliginosus (ALOMAR et
al., 1994), Anthocoris spp. e Orius spp. (SCUTAREANU et al.,
1993). Assim, o conhecimento realístico da estrutura de plantas
cultivadas, por exemplo, é útil no entendimento das habilidades de
um taxa de predadores como os Heteroptera.
Pólen e nectários
Muitos heterópteros predadores são mais abundantes em flores
e/ou em outras partes da planta que oferecem pólen ou néctar
(SHIPP et al., 1992). Orius spp. habita primariamente o disco central
da flor de girassol e a panícula do sorgo, ou soja em florescimento,
axilas de folhas de milho, flores de crisântemo. O. laeviagatus é
mencionado ser mais frequente nas flores e assim fazer melhor uso
do pólen. Kiman e Yeargan (1985) demonstraram que o número de
ovos colocados por O. insidiosus não foi alterado quando este foi
alimentado com ovos de Heliothis virescens (F.) (Lepidoptera:
Noctuidae) e pólen; Coccuzza et al. (1997) mostraram que as
fêmeas desse predador colocaram 40% mais ovos em folhas de
pimentão quando foi acrescentado pólen à dieta com ovos de A.
kuehniella. Segundo os autores, a presença de pólen intensifica a
taxa de desenvolvimento e também melhora as taxas de
sobrevivência de algumas espécies de Orius. Entretanto, todas as
espécies se desenvolvem melhor quando existe uma fonte alimentar
viva (presa) disponível. Foi verificado também que algumas
espécies de Orius não podem sobreviver somente com seiva da
planta. Ninfas de O. insidiosus que se alimentaram de pólen
demoraram cerca de 1,3 a 1,4 vez mais para se tornarem adultos,
mas apresentaram melhor ou igual sobrevivência comparadas com
aquelas que se alimentaram de tripes, ácaros ou ovos de H.
virescens. Similarmente, ninfas de O. tristicolor demoraram 1,2 a 1,5
vez mais para completar o desenvolvimento em feijão-verde ou
pólen comparado com tripes, mas a sobrevivência foi mais alta
quando estas se alimentaram de presas. Já 2% de ninfas de G.
punctipes testadas atingiram o estágio adulto tendo como alimento
feijão-verde ou sementes de aveia; entretanto, esses indivíduos
levaram cerca de duas vezes mais para atingirem a fase adulta do
que aqueles que tiveram como alimento presas (NARANJO;
GIBSON, 1996).
Estudos têm demonstrado que o pólen pode aumentar a
capacidade de oviposição e diminuir a taxa de emigração de alguns
predadores de um cultivo em casas de vegetação. Em plantios de
pepino, populações de O. laevigatus invariavelmente declinam após
a liberação desse predador para o controle de tripes, necessitando
de repetidas liberações para atingir suficiente controle da praga,
enquanto em plantios de pimentão, a população de O. insidiosus
permanece constante mesmo na ausência do tripes-presa (Van
RIJN; SABELIS, 1993; CHAMBERS et al., 1993; Van den
MEIRACKER, 1999). Orius majusculus (Reuter) estabeleceu-se
mais rapidamente em plantios de pimentão do que em outros
cultivos e foi notório que isso resultou da adequabilidade do pólen
como uma fonte alimentar suplementar. Esses predadores deverão
usar o pólen do pimentão como alimento alternativo, enquanto em
muitas variedades de pepino falta o pólen. Isso sugere que o
suplemento de alimento alternativo deverá facilitar as introduções
preventivas de predadores (HULSHOF; LINNAMAKI, 2002).
No entanto, o efeito do pólen nas diversas características
biológicas de diferentes heterópteros predadores deve ser
cuidadosamente analisado, considerando-se as diferentes espécies,
assim como o fato de que diferentes plantas possuem distintas
composições químico-físicas do pólen. O. insidiosus completou o
desenvolvimento em pólen de Acer spp. (McCAFFREY;
HORSBUGH, 1986) e fêmeas ovipositaram quando consumiram
pólen de plantas cultivadas, como o milho (Zea mays) e o sorgo
(Sorghum bicolor), e das invasoras, como picão-preto (Bidens
pilosa) e caruru (Amaranthus sp.); entretanto, o número de ovos foi
baixo (SILVA; BUENO, 2006). Fêmeas alimentadas com pólen de
milho e sorgo colocaram maior número de ovos (11,7 e 8,7 ovos,
respectivamente) do que aquelas alimentadas com pólen de picão-
preto e de caruru (2,3 e 3,5 ovos, respectivamente).
Nectários extraflorais podem representar outra importante fonte
de alimento para algumas espécies de percevejos predadores.
Segundo Scott et al. (1988), menos de 50% de predadores
Heteroptera foram encontrados em cultivares de algodão sem
nectários do que em cultivares com nectários florais. Enquanto O.
insidiosus e algumas espécies de Nabis foram menos abundantes
em algodão sem nectários, populações de G. punctipes, Geocoris
uliginosus (Say) e a maioria de Nabis spp. não diferiram entre
cultivares com e sem nectários florais. Bugg et al. (1987)
encontraram que várias espécies de heterópteros predadores
sobreviveram por períodos prolongados em condições de campo
quando presas foram escassas e plantas com nectários extraflorais
estavam presentes (p. ex., a invasora Polygonum aviculare).
Yokoyama (1978) observou que G. pallens e O. tristicolor se
alimentaram de nectários extraflorais em plantas de algodão e
sugeriu que o néctar provavelmente seja uma importante fonte
alimentar somente quando as presas são escassas. Essa
observação é apoiada por estudos mostrando que o consumo de
néctar por G. punctipes é reduzido quando presas estão disponíveis
ao predador (SCHUSTER; CALDERON, 1986).
O néctar e o pólen têm originalmente evoluído para o seu papel
na reprodução da planta e/ou na atração de polinizadores.
Entretanto, dado que parte do pólen cai para as folhas mais baixas,
e néctar, exsudatos e sucos das plantas são também fornecidos
extrafloralmente, pode-se supor que a acessibilidade, a qualidade e
a quantidade desses alimentos têm sido providenciadas por meio da
seleção natural para plantas que aumentem a eficiência do terceiro
nível trófico e se dirigem para monopolizar esses benefícios
grandemente para eles próprios ou para sua prole. Se plantas
individuais podem ganhar os benefícios, depende do grau em que
suas competidoras vizinhas também ganham e da extensão para a
qual os alimentos providenciados pelas plantas são usados por
outros organismos que não são benéficos ou mesmo são
prejudiciais às plantas. Pragas também podem utilizar o pólen como
alimento, o que não, necessariamente, invalida a interação
mutualística entre plantas e inimigos naturais de seus herbívoros
(BRONSTEIN, 1994). Entretanto, se o pólen atrai não somente os
artrópodes predadores, mas também os herbívoros, então ele causa
o aumento da taxa de contato predador-presa, o que pode beneficiar
a planta. Na realidade, pode-se dizer que existe um espaço para a
hipótese sobre mutualismos planta-predador, mas seus testes finais
vão exigir muito trabalho experimental.
Também, a despeito da importância de alimentos
suplementares para insetos adultos entomófagos, pouco é
conhecido sobre as suas exigências específicas. As exigências
nutricionais do estágio adulto de predadores podem variar e ser
influenciadas pelo fato de estes serem predadores. Todos os
predadores adultos exigem presas para uma oviposição sustentada.
Embora o completo desenvolvimento dos requerimentos nutricionais
de insetos entomófagos não tenha sido extensivamente investigado,
estudos indicam, segundo Thompson (1999), que esses insetos não
têm requerimentos nutricionais qualitativos distintos ou não usuais.
Predadores generalistas, como os heterópteros, são capazes de
atacar diversas espécies de presas durante a sua vida e, assim, de
alterar as diferentes características de sua biologia, dependendo da
espécie de presa e/ou alimento consumido.
Sazonalidade e microhabitat
Mudanças na disponibilidade de alimento durante a estação
frequentemente levam a alterações na distribuição de predadores
Heteroptera pela planta. Estudos conduzidos por Dicke e Jarvis
(1972) e Coll; Bottrell (1991) indicaram que várias espécies de Orius
colonizam pendões de milho para se alimentar de tripes e de
pulgões. No entanto, o predador procura se alimentar de pólen nas
axilas das folhas quando a população da presa declina durante a
emissão do pendão. Mais tarde, com o aparecimento das espigas,
coloniza as espigas de milho, onde se reproduz e se alimenta dos
cabelos frescos, dos ovos de insetos e das larvas jovens, e,
finalmente, deixa a planta velha do milho (no final do ciclo de cultivo)
para colonizar plantas mais atrativas e que tenham pólen. Cultivos
de soja também são hospedeiros para O. insidiosus, o qual aumenta
a sua população na época da emissão do botão floral. Tanto no caso
do milho como da soja, Dicke e Jarvis (1972) e Isenhour e Yeargan
(1981) concluíram que a abundância dos predadores deve-se à
presença de pólen e de tripes nas estruturas florais de ambas as
plantas. O risco de canibalismo também pode afetar a distribuição;
Van den Meiracker e Ramakers (1991) encontraram principalmente
adultos (67%) e ínstares mais velhos (27%) de O. insidiosus
presentes nas flores, enquanto a população sobre folhas consistiu
principalmente de ínstares mais jovens (88%). Ínstares mais jovens,
provavelmente, teriam melhor acesso ao pólen nas flores (presas
foram quase ausentes), mas eles também se deparariam com o
risco da predação intraespecífica e, assim, se restringiriam à
alimentação sobre pólen de flores presente nas folhas.
Também a distribuição de heterópteros predadores pode ser
influenciada pelos microclimas existentes nas diferentes partes da
planta. Ninfas do antocorídeo A. confusus gastam 65% de seu
tempo imóveis em caules e em pecíolos de feijão (EVANS, 1976) e
O. tristicolor usa as junções entre as nervuras foliares do algodão
como locais de descanso. Em milho, O. insidiosus parece ser
atraído para a condição melhor de umidade presente em algumas
estruturas da planta.
Locais de oviposição
Entre os fatores que podem afetar a distribuição do predador
nas plantas estão a preferência por locais de oviposição de suas
fêmeas e a sobrevivência diferencial do ovo. Segundo Isenhour e
Yeargan (1981) e Coll (1998), espécies que depositam seus ovos
endofiticamente apresentam grande especificidade quanto ao local
de oviposição. A viabilidade dos ovos depende dos locais em que as
fêmeas ovipositam, preferencialmente as regiões meristemáticas
das plantas. Além disso, as características do substrato, sobretudo
rigidez e umidade, podem também influenciar na sua aceitação para
a reprodução do predador (Van den MEIRACKER; SABELIS, 1999).
Alguns estudos demonstram que o percevejo predador O.
insidiosus deposita a maioria dos ovos próximos ou nos brotos de
crescimento; talvez como resultado disso, as ninfas dos primeiros
ínstares são mais abundantes nas folhas, e aquelas dos últimos
ínstares nas flores (Van den MEIRACKER; RAMAKERS, 1991).
Também essa preferência das fêmeas para ovipositar em estruturas
específicas das plantas foram registradas quando a presa estava
presente para O. tristicolor, A. confusus, A. nemoralis e A. nemorum
(ASKARI; STERN, 1972; EVANS, 1976; SIGSAARD, 2005) e
ausente para O. insidiosus (COLL et al., 1997). Aparentemente, não
estão envolvidos estímulos químicos da planta usada para
oviposição desses predadores, mas apenas as propriedades físicas
têm papel decisivo (TOMMASINI, 2003). A arquitetura da planta, o
tamanho, a forma, a cor, a presença de tricomas, a abundância de
artrópodes-presa, a facilidade do predador em encontrar a presa,
além da presença de pólen, podem estar ligados a essa preferência
(COLL, 1998). Segundo esse autor, o predador possui, na mesma
planta, local preferencial para oviposição, o qual envolve também a
facilidade de inserção do ovipositor e a adequabilidade da planta
para o desenvolvimento dos ovos.
A oviposição desses predadores é concentrada no topo das
plantas e em regiões de crescimento em razão de: a) o tecido da
planta ser mais tenro, o que facilitaria a inserção do ovipositor; b)
essas regiões favorecerem abrigo e refúgio para fêmeas e ovos; e c)
da ocorrência de pólen em resposta à proximidade das flores.
Depois de ser aceito pelas fêmeas para oviposição, o substrato
deve ter condições, especialmente de umidade, para manter os
ovos durante a formação do embrião. Taxas de oviposição de G.
punctipes (Say) foram influenciadas pela espécie de planta, mas
não pela densidade da presa (NARANJO; STIMAC, 1985).
Predadores do gênero Orius possuem complexa relação
tritrófica (Figura 2), pois a planta, além de servir como substrato de
oviposição, é utilizada como fonte de água e nutrientes ao predador
(COLL, 1998). Além disso, segundo Armer et al. (1998) há ampla
variedade de nutrientes disponíveis em diversos locais das plantas e
em diferentes concentrações; o floema, por exemplo, possui baixas
concentrações de açúcares e proteínas. Segundo esses autores, O.
insidiosus obtém água no xilema e ingere pequenas concentrações
de açúcares e aminoácidos, alimentando-se do mesófilo.
Figura 2. Fluxograma da relação tritrófica do predador Orius
insidiosus (Say).
Fonte: Coll (1998).
Diapausa
Diapausa é um componente crítico do ciclo de vida de muitas
espécies de insetos. Por meio de seus processos fisiológicos,
comportamentais e, em alguns casos, morfológicos, o inseto obtém
algum nível de proteção das intempéries sazonais.
Poucos dados estão disponíveis sobre a síndrome da diapausa
em predadores Heteroptera, no entanto, esse parece ser um
fenômeno bastante comum entre esses predadores nas regiões
temperadas e, particularmente, mais divulgado entre as diferentes
espécies do gênero Orius (Anthocoridae) (RUBERSON et al., 1998)
(Tabela 2). Estudos mais recentes (ARGOLO et al., 2002; SILVEIRA;
BUENO, 2003; SILVA et al., 2006) têm demonstrado que para as
espécies O. insidiosus e O. thyestes, presentes em regiões
neotropicais, a diapausa reprodutiva não ocorre.
Em regiões temperadas, os heterópteros predadores se
deparam com uma época ou período em cada ano inadequado para
a reprodução e o desenvolvimento, geralmente, o inverno e parte da
primavera e outono, exibindo um modelo de atividade sazonal típico
de muitas espécies de insetos. Por ser a maioria dos predadores
Heteroptera consumidores facultativos de plantas, é sabido que em
seus vários habitats, as taxas de desenvolvimento, fecundidade e
longevidade são influenciadas tanto pela qualidade da presa como
pela qualidade do material de plantas disponível (COLL, 1998). Esse
fato contribui para uma considerável variação de habitat específico
dentro da estrutura etária das populações no final da estação, isto é,
populações não são sincronizadas entre os habitats. Segundo
Ruberson et al. (1998), populações de O. insidiosus diminuem em
vários habitats tanto quanto o habitat deteriora ou a população da
presa declina. Posteriormente, esses predadores desaparecem das
plantas no início da metade do outono, antes de se moverem para
os locais em que irão passar o inverno ou hibernar.
Muitas espécies passam esse período em estado de diapausa,
a maioria como adultos (76,7%), presumivelmente em diapausa
reprodutiva, como é o caso de O. insidiosus e da maioria dos
heterópteros predadores (Tabela 2). Poucas espécies passam o
inverno como ninfas (1,7%, todos membros da família Reduviidae),
enquanto outros o fazem na fase de ovo (15,8%, mais frequente
entre Nabidae, Miridae e poucos em Pentatomidae). Relativamente,
poucas espécies passam o inverno em mais de um estágio (5,8%).
A condição de diapausa é mais rapidamente reconhecida em
fêmeas, as quais têm as estruturas reprodutivas grandemente
reduzidas e focos de gordura desenvolvidos no corpo quando em
diapausa.
Anthocoridae
Miridae
Pentatomidae
Nabidae
Reduviidae
Canibalismo
A predação intraespecífica pode ser importante fator na
determinação da distribuição e da abundância de predadores. A
maioria dos estudos acerca de canibalismo em Heteroptera tem se
concentrado naqueles de hábitos aquáticos, principalmente em
representantes das famílias Gerridae (CARCOMO; SPENCE, 1993),
e Notonectidae (STREAMS, 1992). Entretanto, existem relatos da
presença de canibalismo em heterópteros terrestres.
Canibalismo parece ser de ocorrência regular tanto em
condições naturais como de laboratório para espécies das famílias
Nabidae (BRAMAN; YEARGAN, 1989; LATTIN, 1989) e Lygaeidae
(Geocoris spp.) (CROCKER; WITCOMB, 1980). Também, o
predador P. maculiventris exibe alta taxa de canibalismo no
laboratório e existe pelo menos um relato de canibalismo entre
pentatomídeos no campo (BARKER, 1927); também em Reduviidae,
dentro dos gêneros Zelus, Sinea e Apiomerus, é comum o
canibalismo entre ninfas confinadas. No entanto, não existem
relatos na literatura de canibalismo entre reduviídeos em condições
naturais. Embora o canibalismo seja frequentemente observado em
condições de laboratório, quando imaturos de Sinea diadema (F.)
são confinados em pequenas arenas sua frequência varia em
resposta a muitos fatores, incluindo a disponibilidade de presas
alternativas, a duração da inanição, a idade das ninfas e a
complexidade do interior da arena em que estão confinados
(SCHMIDT et al., 1998). O canibalismo não é comum entre adultos
desse predador (SCHMIDT, 1994) e geralmente envolve fêmeas
predando machos de menor tamanho.
O canibalismo tem sido observado em várias espécies de Orius
tanto no laboratório (ASKARI; STERN, 1972; MITUDA; CALILUNG,
1989) como no campo (NAKATA, 1994). Segundo Malais e
Ravensberg (2003), Orius spp. não hesita em se alimentar de
indivíduos da própria espécie. Altas densidades desse predador em
sistemas de criação massal podem promover canibalismo e
interferência mútua. Evans (1976) encontrou que interferência
mútua entre adultos do antocorídeo Anthocoris confusus Reuter
levou a um decréscimo na densidade-dependente na produção de
ovos e pode, assim, afetar a eficiência de criação.
A disposição dos ovos, se agrupados ou não entre heterópteros
predadores, pode ser um fator que leva ao canibalismo. Segundo
Polis (1981), colocar ovos em grupos pode ser uma adaptação que
permite que alguns indivíduos usem seus aparentados como
alimento quando a presa é escassa. No entanto, isso não é
frequentemente observado para muitos Heteroptera. O reduviídeo
predador S. diadema, por exemplo, coloca seus ovos agrupados,
mas as ninfas se dispersam logo após a eclosão e as de 1º ínstar só
começam a se alimentar duas horas após a eclosão. Em O.
insidiosus é observado que as ninfas de 1º ínstar vivem agrupadas
em locais abrigados, e a dispersão inicia-se a partir do 2º ínstar,
quando estas passam a viver isoladas em locais também abrigados.
Também é importante mencionar que existe pouca evidência
com relação à incidência de reconhecimento de parentais em
Heteroptera, e estudos de Taylor e Rosenheim (1998) mencionam
que mesmo quando encontros forçados entre coespecíficos ocorrem
sob condições artificiais, as interações raramente resultarão em
canibalismo, sugerindo que nem indivíduos aparentados nem ninfas
não aparentadas são um componente importante da dieta em
Heteroptera. De acordo com Hamilton (1964), indivíduos canibais
que matam e se alimentam de seus parentais, como progênies e
coirmãos, podem realmente decrescer, também em seu fitness, por
meio da remoção de seus genes compartilhados ao pool genético.
O canibalismo pode também estar associado a períodos de
escassez de alimento e de baixa abundância de presas alternativas
(FOX, 1975), assim como de aumento em decorrência da baixa
qualidade e quantidade do alimento. Entretanto, não é sempre muito
claro se evitar o canibalismo é resultado de um comportamento
limitado ou uma consequência do encontro de presas alternativas
mais frequentemente do que os coespecíficos. A fome pode afetar a
seleção de presas, aumentando o tamanho da amplitude de presas
e espécies aceitas por um predador (MOLES; PIETRUSZKA, 1987).
Em adição, a fome pode alterar a resposta de um predador ao risco
de predação. Predadores privados de alimento podem ser mais
prováveis de intensificar os ataques a coespecíficos capazes de
efetivos contra-ataques do que predadores saciados.
No geral, os predadores estarão mais dispostos a se dedicarem
a comportamentos de risco quando aumenta o seu ganho, ou seja,
eles vencem e efetivamente consomem a presa. Assim, o
canibalismo não ocorrerá, com frequência, quando presas
alternativas forem abundantes, não por que coespecíficos são
menos frequentemente encontrados, mas por que predadores que
não tenham experimentado escassez de presas adequadas evitam
o risco de um ataque pela presa. Taxas de encontro e mudanças no
comportamento predatório também podem interagir para produzir
um efeito combinado. Evans (1976) não encontrou canibalismo
entre ninfas de A. confusus quando a quantidade de alimento foi
adequada, mas o canibalismo ocorreu nas menores densidades de
presas. A sobrevivência ninfal de O. insidiosus 3 dias após a
eclosão não aumentou quando o suprimento alimentar foi reduzido
de excessivo para uma quantidade dentro de padrões normais
quanto à demanda. Também o consumo e a sobrevivência foram
muito baixos quando somente uma ninfa estava presente no
recipiente, indicando que o encontro de uma presa, no caso, ovo de
A. kuehniella, é difícil para uma ninfa recém-eclodida, mas essencial
para a sua sobrevivência. Segundo Van den Meiracker (1999), o
canibalismo sobre ovos também ocorre entre os antocorídeos,
embora o autor mencione que em colônias-estoque, no laboratório,
predadores Orius nunca foram observados predando ovos de
coespecíficos. No entanto, o canibalismo em ovos foi observado em
A. nemorum (SCHMIDT; GOYER, 1983).
Outro fator que poderia ser associado ao canibalismo seria o
predador se alimentar de plantas ou possuir o hábito de beber.
Schmidt et al. (1998) observaram que ninfas do reduviídeo predador
S. diadema privadas de água tornaram-se canibais mais cedo do
que as ninfas com suprimento de água ou com uma solução de
glicose. No entanto, postularam que mais pesquisas são
necessárias para investigar essas paradoxais consequências do
comportamento de beber para a predação intraespecífica em
Heteroptera.
Outros fatores que podem influenciar as interações entre
predadores Heteroptera são a fome, a luta e o comportamento do
adulto. No campo, por exemplo, foi observado que ninfas de
predadores podem ser danificadas durante encontros com outros
predadores, incluindo formigas (McIVER, 1987), e Taylor e Schmidt
(1994) sugerem que a postura, o ataque e o agarramento podem
fornecer a um indivíduo informação sobre o fitness relativo de seu
oponente. Encontros entre os adultos de alguns predadores podem
resultar em canibalismo; a estridulação frequentemente é uma
resposta a um mecanismo de perturbação e tem sido categorizado
como um sinal de alarme ou de perigo dirigido contra predadores
potenciais, segundo Ewing (1989).
O canibalismo tem sido citado como um significante obstáculo à
criação massal de insetos predadores, como os antocorídeos,
nabídeos e reduviídeos para controle biológico (DeBACH; ROSEN,
1991). Entretanto, dados da literatura sugerem que os riscos e as
possibilidades de ataques contrários efetivos associados com
predação em coespecífico, usualmente limitam a incidência de
canibalismo entre predadores.
Canibalismo é mais provável de ocorrer em sistemas de criação
massal, nos quais indivíduos que diferem em idade, tamanho ou
status nutricional são colocados juntos. As informações a esse
respeito são maiores em criações de laboratório, porém, ainda
existem poucas informações relativas à ocorrência e à regulação do
canibalismo em condições de campo. Também é importante
mencionar que dados sobre canibalismo são mais direcionados a
insetos predadores em geral, e podem não ser representativos para
heterópteros predadores.
Predação intraguilda
Muitos predadores heterópteros têm ampla preferência por
alimentos diversos. Por causa dessa amplitude de dietas, seria
surpreendente se esses predadores escolhessem entre seus
artrópodes-presa somente aquelas espécies que tivessem o hábito
fitófago, ou seja, os herbívoros. Ademais, vê-se, provavelmente, que
a inclusão de uma presa em particular na dieta é determinada
essencialmente por quais artrópodes podem ser encontrados e
capturados, dado o comportamento de forrageamento do predador e
o aparato da presa quanto às defesas potenciais.
A literatura demonstra que a predação intraguilda é
extremamente distribuída em Heteroptera (ROSENHEIM et al.,
1995). A maioria dos exemplos publicados envolve os Heteroptera
como predadores intraguilda (IG), mas também existem alguns
estudos que demonstram que heterópteros podem ser predados por
outros predadores generalistas, como aranhas, outros heterópteros
e peixes insetívoros.
A predação intraguilda pode também ocorrer entre predadores
e parasitoides, primariamente quando o predador consome um
inseto que já contém larvas do parasitoide em desenvolvimento no
seu interior. É provável que esse tipo de interação amplamente
distribuída seja vista como inevitável se um inseto herbívoro é
atacado tanto por um parasitoide como por predadores, como o
caso de pulgões, que podem ser hospedeiros para várias espécies
de parasitoides e presas para vários predadores, entre eles, alguns
Heteroptera. Assim, heterópteros predadores têm sido citados por
atacarem herbívoros que hospedam ovos ou larvas em
desenvolvimento de endoparasitoides. Mesmo parasitoides que já
tenham consumido completamente seus hospedeiros, deixando
somente a cutícula, podem ser predados por Heteroptera
(RUBERSON; KRING, 1990). O imaturo de um parasitoide é
vulnerável à predação tanto quando o hospedeiro ainda está vivo
como quando a larva do parasitoide pupa na cutícula vazia do
hospedeiro, ou seja, na múmia.
Estudos revelaram que os antocorídeos A. nemorum e O.
insidiosus predam pulgões parasitados por Aphidius colemani
Viereck (Hymenoptera: Braconidae, Aphidiinae), mesmo na
presença de pulgões não parasitados. Porém, enquanto A.
nemorum consome a pupa do parasitoide no interior da múmia, O.
insidiosus não preda esse estágio do parasitoide (MEYLING et al.,
2002; PIERRE et al., 2006). O mirídeo predador M. caliginosus não
faz distinção entre ninfas de mosca-branca parasitada e não
parasitada. No entanto, tão logo as pupas da mosca-branca se
tornem negra, em consequência do parasitismo por Encarsia
formosa Gahan, ou amarelas, se parasitada por Eretmocerus
eremicus Rose & Zolnerowich, são menos frequentemente atacadas
por M. caliginosus (MALAIS; RAVENSBERG, 2003).
Estudos têm demonstrado que ectoparasitoides (PRESS et al.,
1974) ou endoparasitoides que pupam fora do hospedeiro
(JACKSON; KESTER, 1996) podem ser atacados diretamente por
heterópteros predadores. Também adultos de parasitoides podem
estar envolvidos em predação intraguilda, como demonstrado por
Wheeler (1977), segundo o qual, predadores Nabis spp. atacaram
adultos de parasitoides Aphidius spp. junto com os prováveis
hospedeiros desses parasitoides, os pulgões Acyrthosiphon sp.
Como um predador polífago, Orius pode não discriminar entre
insetos e ácaros predadores e polífagos, o que tem levado a alguma
preocupação quanto à sua interferência com outros agentes de
controle biológico. Adicionalmente, experimentos de laboratório
mostraram que percevejos predadores rapidamente predaram vários
inimigos naturais, como Scolothrips sexmaculatus Pergande,
Aphidoletes aphidimyza (Rondani), Amblyseius cucumeris
(Oudemans) e Phytoseiulus persimilis Athias-Henriot, mas
observações de campo nunca justificaram essa preocupação.
Segundo Christensen et al. (2002), O. majusculus inclui o díptero
predador A. aphidimyza, ovos e larvas, em sua lista de presas, no
entanto, quando o pulgão A. gossypii estava presente
simultaneamente com o benéfico, ocorreu redução na taxa de
mortalidade larval do díptero predador por ação de O. majusculus.
Insetos benéficos podem servir como presa alternativa para
predadores polífagos quando a presa-alvo está escassa,
possibilitando a sobrevivência do predador no cultivo. Entretanto,
essa predação pode resultar em menor controle da praga-alvo pelos
benéficos que serviram de presa alternativa aos predadores
polífagos (BRODSGAARD; ENKEGAARD, 1997). Outros
experimentos têm indicado que alguns predadores generalistas são
capazes de coexistirem com outros agentes de controle biológico
sem efeitos negativos sobre a eficiência de controle. O. tristicolor
consumiu o ácaro predador A.cucumeris, mas conclui-se que essas
duas espécies seriam compatíveis em um ambiente de casa de
vegetação se tripes estivessem presentes (GILLESPIE; QUIRING,
1992) e algumas espécies podem coexistir com ácaros predadores,
os quais embora frequentemente pratiquem competição por
alimento, outras vezes se complementam porque cada um tem
melhor desempenho sob condições diferentes e em diferentes
partes de um cultivo (MALAIS; RAVENSBERG, 2003). Esse fato
ilustra a importância de se analisarem separadamente os processos
de predação com relação a um predador polífago para o controle
biológico. Preferências por presas, habitat e estratégias de busca
deverão ser cuidadosamente consideradas.
Interações entre O. majusculus e M. caliginosus são
unidirecionais e dependentes do estágio do predador e da presa na
interação, assim como da presença de uma presa alternativa.
JAKOBSEN et al. (2002) verificaram superioridade de O. majusculus
em relação a M. caliginosus, talvez por causa de uma estrutura
corporal mais dura e vigorosa ou de diferenças comportamentais.
Observações diretas revelaram que o adulto de O. majusculus foi o
agressor nos encontros entre as duas espécies, independentemente
do estágio de M. caliginosus, com esse predador apresentando
somente reações defensivas e nenhum sinal de tentativas de
ataque.
Espécies de microhimenópteros, como Telenomus podisi
Ashmead, Trissolcus brochymenae (Ashmead), Trissolcus
scuticarinatus (Costa Lima) (Hymenoptera: Scelionidae), Ooencyrtus
sp. (Hymenoptera: Encyrtidae) e Anastasus spp. (Hymenoptera:
Eupelmidae), foram relacionadas como importantes fatores de
mortalidade de ovos do pentatomídeo P. nigrispinus em
povoamentos de Eucalyptus cloeziana, com liberações contínuas
desse predador (TORRES et al., 1996). T. podisi, Ooencyrtus sp. e
T. brochymenae ocorreram em mais de 80% das massas de ovos
parasitadas. Entretanto, a interação entre Heteroptera predadores e
Trichogrammatidae parece ser possível, pois ninfas de P.
maculiventris mostraram preferência por ovos de A. kuehniella não
parasitados por Trichogramma brassicae Bezdenko (Hymenoptera:
Trichogrammatidae) (OLIVEIRA et al., 2004).
A compatibilidade de P. maculiventris com o besouro predador
Harmonia axydiris (Pallas) (Coleoptera: Coccinelidae), em cultivos
protegidos da Europa para o controle de noctuídeos e pulgões,
apresenta problemas na ausência das presas Spodoptera littoralis
(Boisduval) (Lepidoptera: Noctuidae) e Myzus persicae (Sulzer)
(Hemiptera: Aphididae) (De CLERCQ et al., 2003). P. maculiventris
atacou ovos e larvas de H. azydiris, mas os adultos desse
coccinelídeo foram raramente atacados, enquanto ataques do
besouro predador foram raros e sem sucesso sobre P. maculiventris.
No entanto, a presença de larvas de S. littoralis em número
suficiente diminui a predação de P. maculiventris sobre larvas de H.
axydiris, indicando que esse coccinelídeo é menos preferível ou
vulnerável à ação de P. maculiventris (De CLERCQ et al., 2003).
Predadores Heteroptera podem, assim, estar envolvidos na
predação intraguilda como presas intraguilda e como predadores
intraguilda, e, em ambos os casos, podem levar a uma ruptura ou
transtorno no controle biológico de pragas. Para o controle biológico,
talvez a mais importante questão no estudo da predação intraguilda
seja conhecer quais efeitos tem a presença de um predador
intraguilda sobre a habilidade da comunidade total do predador em
suprimir populações de pragas. O entendimento do resultado
competitivo e os padrões de mortalidade entre inimigos naturais, por
exemplo, é bastante significativo para a implementação de
estratégias efetivas de controle de pragas (BRODEUR;
ROSENHEIM, 2000; BRODEUR et al., 2002).
Nesse sentido, a melhor escolha de combinações de
organismos benéficos poderá levar a uma redução nas taxas de
liberação de agentes de controle biológico para organismos-praga
em cultivos em casas de vegetação, com consequentes custos
menores para o agricultor e melhor incentivo ao controle biológico. É
importante mencionar que sistemas que envolvem cultivos em casas
de vegetação são únicos, com várias características ecológicas que
os fazem completamente diferentes de qualquer outro ecossistema
natural ou manejado. Isso cria um ambiente específico que não
somente determina a natureza da infestação ou o ataque da praga
como também molda o papel dos agentes de controle biológico. E
as interações tróficas e a guilda têm importante papel nesses
ambientes, em que há mais baixa propensão à estabilidade.
A interferência de predadores higher-order, como aqueles
heterópteros das famílias Anthocoridae (Orius), Pentatomidae
(Podisus) e Miridae (Macrolophus e Dicyphus), é menos importante
em casas de vegetação do que em agroecossistemas anuais ou
perenes. Em casas de vegetação, esses predadores são liberados
em cultivos como uma medida corretiva, principalmente durante
infestações severas da praga. Embora eles possam interferir com
outros agentes de controle biológico, a predação intraguilda
provavelmente não tem consequências significativas para o controle
biológico por duas razões, segundo Brodeur et al. (2002). Primeiro,
esses predadores tendem a desaparecer do sistema assim que a
população da praga tenha sido reduzida. Eles parecem ter baixa
capacidade de sobreviver, reproduzir-se e aumentar suas
populações quando presentes em ambientes não estáveis,
pobremente diversificados com redes alimentares. Entretanto, tal
motivo pode não ser o caso para espécies onívoras, as quais podem
sustentar populações, até certo grau, com recursos alimentares
provenientes de plantas. Segundo, porque o controle biológico é
continuamente suplementado por liberações inoculativas periódicas
de altos números de inimigos naturais mais especializados. Assim,
os efeitos negativos da predação intraguilda sobre esses inimigos
naturais são provavelmente compensados, exceto se os predadores
generalistas, ou predadores higher-order, tiverem a capacidade de
aumentar seus números usando os agentes de controle introduzidos
como recurso alimentar.
Anthocoridae
A família Anthocoridae (Hemiptera: Heteroptera) contém entre
400 e 600 espécies distribuídas ao redor do mundo. Reúne insetos
pequenos (1,4 mm–4,5 mm) em tamanho e número de espécies,
refletindo na natureza escassa da literatura sobre eles; a maioria
das espécies é conhecida somente pela descrição original e por
poucas notas sobre a sua distribuição. Especialmente para as
espécies da América do Sul e Central, África e sudeste da Ásia, as
informações são rudimentares, tanto que a maioria dos taxa é
pobremente conhecida.
As espécies do gênero Anthocoris Fallén, em sua maioria, são
associadas em termos de habitat com uma variedade de arbustos e
de árvores, incluindo as frutíferas. No geral, são altamente
polífagas. As espécies A. confusus, a mais distribuída na Região
Paleártica, e A. nemoralis, são as mais referidas dentro do gênero
(PÉRICART, 1972). Essa última espécie é comercializada para uso
no controle biológico de psilídeos.
Uma revisão das espécies do oeste da Região Paleártica do
gênero Orius Wolff foi apresentada por Péricart (1972), enquanto
Herring (1966) o fez daquelas presentes no Hemisfério Ocidental.
Pelo fato de algumas espécies terem apresentado atributos como
candidatos promissores ao controle biológico, atenção maior tem
sido dada a elas, O. insidiosus, O. laevigatus, O. majusculus, com
muitos estudos sobre biologia, comportamento, eficiência do uso
como agente de controle, criação massal, controle de qualidade e
taxas de liberação (SALAS-AGUILLAR; EHLER, 1977; RAMAKERS;
RABASSE, 1995; RIUDAVETS, 1995; TAVELLA et al., 2000;
SILVEIRA et al., 2003; MENDES et al., 2005c). O antocorídeo O.
laevigatus apresenta ampla distribuição na Região Mediterrânea e
no norte da África, e é a espécie mais amplamente empregada na
Europa atualmente. O. majusculus ocorre comumente na Europa
Central e Meridional e na Ásia Menor. O. insidiosus é uma espécie
neártica, com distribuição nos EUA, México e América Central e do
Sul. Ocorre também em Cuba, Porto Rico e em muitas ilhas das
Índias Ocidentais (HERRING, 1966).
Esses insetos, no entanto, ocupam grande variedade de
habitats; e o hábito predatório de vários antocorídeos tem atraído a
atenção de muitos pesquisadores que trabalham com
agroecossistemas; sendo assim, vários programas de manejo
integrado de pragas já os incluem, o que tem levado também a
maior conhecimento sobre aquelas espécies encontradas em
ecossistemas naturais (LATTIN, 1999, 2000). Por sua vez, o
conhecimento detalhado desses pequenos predadores estende-se
para somente algumas espécies em poucos gêneros, como Orius
spp. e Anthocoris spp., particularmente em relação ao primeiro, uma
vez que várias espécies desse gênero já são produzidas em criação
massal e vendidas comercialmente como agentes de controle
biológico de tripes em sistemas de cultivos protegidos (BUENO,
2000, 2005; BUENO et al., 2003).
Pericart (1972) menciona que o gênero Orius Wolff, 1811,
compreende cerca de 70 espécies distribuídas em todas as regiões
zoogeográficas, das quais, 15 espécies são encontradas na América
do Sul. No Brasil, estudos conduzidos por Silveira et al. (2003)
revelaram a presença das espécies O. insidiosus, Orius thyestes
Herring, Orius perpunctatus (Reuter) e Orius sp. em diversas plantas
cultivadas e invasoras, constatando-se que muitas dessas plantas
são reservatórios naturais para esses predadores, em termos de
habitat, abrigo, presas e pólen. Além disso, a complexidade do
habitat e a arquitetura das plantas, em muitos tipos de sistemas
ecológicos, afetam a diversidade de espécies (LAWTON, 1983).
Espécies de Orius passam o inverno em abrigos de material
vegetal, flores, etc., e podem ser efetivos agentes de controle em
decorrência, principalmente, de sua ampla distribuição, presença
contínua em diversos agroecossistemas, algumas vezes em altas
densidades e associados a outros predadores; da ampla faixa de
presas; da alta capacidade de busca e de predação; da habilidade
para sobreviver mesmo na ausência de presas e de consumir fontes
alimentares alternativas (BUENO, 2000). Por causa da taxa de
captura exibida pelas espécies de Orius começar a aumentar
imediatamente após sua completa saciação, o número de presas
que um indivíduo consome aumentará com a densidade de presas.
Assim, Orius será mais efetivo a altas densidades de presas do que
aqueles predadores para os quais o sucesso de captura permanece
baixo por várias horas após a completa saciação, como
demonstrado com os ácaros predadores Neoseiulus barkeri Hughes
e A. cucumeris (Acari: Phytoseiidae).
Para os percevejos predadores do gênero Orius, as interações
inseto–planta são mais complexas do que para outros predadores.
Esses insetos, além de predarem pequenos artrópodes, alimentam-
se de pólen, ingerem água por meio da sucção no xilema das
plantas e também as utilizam como substrato de oviposição. Seus
ovos são inseridos dentro do tecido das plantas, realizando,
portanto, postura endofítica. Assim, a complexidade dessa relação
pode estar ligada à variedade de alimento e aos locais de abrigo e
oviposição oferecidos pelas plantas (ISENHOUR; YEARGAN, 1981;
ARMER et al., 1998; COLL, 1998; MALAIS; RAVENSBERG, 2003).
Os percevejos apresentam desenvolvimento e fecundidade
fortemente influenciados por vários fatores, como a presa (alimento)
e as condições ambientais, em particular a temperatura
(TOMMASINI, 2003). Temperaturas mais altas e alimento de boa
qualidade aceleram o crescimento da população desses
predadores, e diferenças interespecíficas são mínimas em relação
ao tempo de desenvolvimento de Orius spp.
Espécies de Orius têm o tempo mais curto no desenvolvimento
ovo-adulto do que a maioria das espécies de heterópteros, ou seja,
em média, 15 dias a 25 °C. Na mesma temperatura, espécies de
Geocoris, Nabis e Podisus exigem mais de um mês para se
desenvolverem de ovo-adulto, enquanto espécies da família
Reduviidae mais de 40 dias (BRAMAN; YEARGAN, 1989;
CARVALHO et al., 2004). Carvalho et al. (2005a) verificaram que o
período ninfal de O. thyestes foi cerca de seis vezes maior a 16 °C
(58,2 dias) do que a 31 °C (9,8 dias), com temperatura base e
constante térmica de 12,8 °C e 173,82 graus.dias, respectivamente.
Efeito deletério da temperatura de 16 °C em O. thyestes foi obtido,
na qual apenas 40% das ninfas atingiram a fase adulta; desses
adultos, apenas 19% não apresentaram deformações morfológicas.
Maiores valores de fecundidade foram registrados a 25 °C e 28 °C,
com 109,2 ovos/fêmea e 128,2 ovos/fêmea, respectivamente
(CARVALHO et al., 2005b). A 25 °C fêmeas de O. insidiosus
colocaram 77,8 ovos e 206,7 ovos, tendo como alimento o tripes
Caliothrips phaseoli (Hood) e ovos de A. kuehniella,
respectivamente (MENDES; BUENO, 2001; MENDES et al., 2005a).
O aumento do número de ovos/fêmea de O. insidiosus pode ocorrer
em virtude do incremento no número de presas e também do tipo de
presa. Na densidade de 60 ninfas de A. gossypii/fêmea do predador,
o número de ovos foi de 53,4 ovos/fêmea (MENDES et al., 2003).
Tendo como alimento ovos de A. kuehniella, e a 25 °C o predador O.
insidiosus, apresentou um pico de oviposição no 11o dia da fase
adulta, com média diária de ovos colocados de aproximadamente
5% do total colocado durante toda a sua vida. Até o 30º dia após a
emergência, as fêmeas colocaram 80% do total de ovos e, depois
desse dia, o número de ovos diminuiu (Figura 3). Segundo Mendes
et al. (2005a), esses dados são essenciais para subsidiar aspectos
da criação massal desse predador, podendo-se avaliar o período de
coleta de ovos em laboratório e também a capacidade reprodutiva
desse inseto no campo.
Miridae
Espécies predadoras mais estudadas estão dentro da
subfamília Dicyphinae, nos gêneros Dicyphus (D. tamaninii, D.
errans) e Macrolophus (M. caliginosus). São espécies polífagas e,
hoje, de grande interesse como potencialmente úteis para liberação
ou conservação em programas de controle biológico. Vários estudos
vêm sendo conduzidos sobre a biologia e a sua efetividade como
agentes de controle biológico em vários cultivos em casas de
vegetação, particularmente da mosca-branca, e como colonizadores
em referência ao controle biológico natural (RIUDAVETS, 1995;
GABARRA, 1995; GABARRA; BESRI, 1999; ALOMAR; ALBAJES,
1996; ALBAJES; ALOMAR, 1999).
O mirídeo predador M. caliginosus é atualmente produzido em
massa para controle da mosca-branca em cultivos de casas de
vegetação na Europa, particularmente na Região Mediterrânea
(RIUDAVETS et al., 2006) (Tabela 3). Liberações antecipadas do
predador, sozinho ou em combinação com parasitoides, são
recomendadas.
Pentatomidae
Entre os representantes da família Pentatomidae, que
apresentam espécies predadoras e podem ser utilizadas em
programas de manejo integrados de pragas, destacam-se Podisus
maculiventris e Perillus bioculatus (F.) na América do Norte e
Europa; P. nigrispinus (Dallas), B. tabidus e S. cincticeps (Stal) na
América do Sul (De CLERCQ, 2000; ZANUNCIO et al., 2000;
LEMOS et al., 2003) e Eocanthecona furcellata (Wolff) no sudeste
da Ásia e Índia (De CLERCQ, 2000).
Muitos estudos têm sido desenvolvidos com relação à biologia,
ao comportamento e à criação massal de várias espécies no Brasil,
envolvendo presas como pupas do coleóptero Tenebrio molitor,
lagartas de Bombyx mori L., larvas de M. domestica (ZANUNCIO et
al., 2002). Os números de posturas por fêmea, de ovos por fêmea e
a viabilidade de ovos e o peso de machos e fêmeas de S. cincticeps
foram menores com larvas de M. domestica L. do que com aquelas
de T. molitor ou Zophobas confusa Gebien (ZANUNCIO et al., 2005).
De forma semelhante, P. nigrispinus teve maior duração da fase
ninfal e menor sobrevivência no segundo, terceiro, quarto e quinto
estádios e fêmeas com menor peso com larvas de M. domestica do
que aquelas de terceiro ou quinto estádios de A. argillacea ou de
terceiro estádio de T. molitor (LEMOS et al., 2003).
A lagarta de B. mori é outra presa alternativa para
Pentatomidae predadores (NASCIMENTO et al., 1997), pois
Podisus distinctus teve menor período de pré-oviposição, maiores
períodos de oviposição e pós-oviposição e maiores números de
posturas, de ovos e de ninfas por fêmea com essa presa do que
com pupas de T. molitor ou larvas e/ou pupas de M. domestica
(LACERDA et al., 2004). No entanto, a reprodução de Podisus
sculptus Distant foi semelhante com B. mori e com larvas de T.
molitor.
O período de incubação, a duração e a viabilidade da fase
ninfal de P. nigrispinus e S. cincticeps foram afetados
quadraticamente pela temperatura entre 18 °C e 35 °C (DIDONET et
al., 1995). De forma semelhante, a viabilidade de ovos, o período
embrionário e a duração da fase ninfal de P. distinctus foram
influenciados quadraticamente pela temperatura entre 17 °C e 33
°C. Isso mostra que temperaturas muito baixas ou altas são
desfavoráveis a esse predador, enquanto a temperatura ótima para
a criação de P. distinctus situa-se entre 25 °C e 27 °C (SANTOS et
al., 2004).
O pentatomídeo P. nigrispinus, submetido a temperaturas
constantes de 20 °C, 23 °C, 25 °C, 28 °C, 30 °C e 33 °C, teve taxa
intrínseca de crescimento populacional (rm) de natureza quadrática,
que foi crescente até 28 °C e decrescente a partir daí. O valor da rm
foi negativo a 33 °C, indicando redução populacional desse
predador de uma geração para outra nessa temperatura
(MEDEIROS et al., 2003). Além disso, a temperatura de 33 °C foi
letal para ovos de P. distinctus e S. cincticeps, respectivamente, sem
eclosão de ninfas desses predadores (SANTOS et al., 2004).
Mohaghegh et al. (2001) avaliaram o efeito da temperatura
mantida a 18 °C, 23 °C e 27 °C sob a resposta funcional de P.
maculiventris e P. nigrispinus com lagartas de Spodoptera exigua
(Hubner) (Lepidoptera: Noctuidae) e verificaram que ambos os
predadores reduziram o tempo de manipulação da presa conforme a
temperatura aumentava. Essa redução pode ser atribuída ao fato de
predadores serem mais ativos e terem maiores taxas reprodutivas
em temperaturas mais elevadas.
Pentatomídeos predadores têm sido multiplicados e liberados
para o manejo de lagartas desfolhadoras de eucalipto (FREITAS et
al., 1990; ZANUNCIO et al., 2002; TORRES et al., 2006). As
principais espécies associadas a lepidópteros desfolhadores de
eucalipto são P. nigrispinus e B. tabidus, que são as mais agressivas
e frequentes, enquanto Alcaeorrhynchus grandis (Dallas),
Tynacantha marginata Dallas, S. cincticeps, Podisus sculptus
Distant (Heteroptera: Pentatomidae), Arilus carinatus Forster,
Montina confusa Stal e Apiomerus sp. (Heteroptera: Reduviidae) são
observadas com menores frequências.
As liberações desses predadores em plantios de eucalipto para
manejo de lagartas desfolhadoras são inundativas ou inoculativas.
Liberações inundativas são feitas em talhões com picos
populacionais de lagartas, enquanto liberações inoculativas são
realizadas em talhões susceptíveis às infestações de lepidópteros. A
caracterização de talhões susceptíveis a lagartas desfolhadoras é
feita pelo monitoramento de lepidópteros com armadilhas luminosas
para determinar a dinâmica populacional destes (FREITAS et al.,
2005) e indicar os períodos mais prováveis de liberação dos
percevejos predadores (TORRES et al., 2006). Dessa forma,
liberações inoculativas de percevejos predadores são realizadas em
locais com elevado número de adultos de lepidópteros-praga
coletados. Isso aumenta a probabilidade de esses inimigos naturais
se estabelecerem na área e de evitar altos níveis de desfolha e a
necessidade da aplicação de inseticidas. Por isso, a VM Florestal
produz e libera os percevejos predadores B. tabidus e P. nigrispinus
com sucesso para o manejo de lepidópteros desfolhadores de
eucalipto desde 1987 (FREITAS et al., 1990; ZANUNCIO et al.,
2002; TORRES et al., 2006). Essa empresa realizou liberações
desses predadores entre os anos de 1987 e 1990, em nove surtos
de lagartas desfolhadoras, nos municípios de Bocaiúva, Paraopeba,
João Pinheiro e Presidente Olegário, no Estado de Minas Gerais.
Dos nove surtos, esses percevejos predadores tiveram sucesso em
quatro deles, sem necessidade de qualquer outro tipo de controle,
enquanto nos demais houve controle parcial. Esse fato mostra o
potencial que pentatomídeos predadores possuem para o manejo
de lagartas desfolhadoras de eucalipto e, por isso, esse programa
continua hoje com liberações mais intensas de percevejos
predadores que no passado.
Lygaeidae
O gênero mais comum é Geocoris (Fallen), e a maior parte das
espécies é fitófaga (CARAYON, 1961). Geocoris spp. são também
mencionados por atacarem pragas em várias culturas, e pelo menos
uma espécie G. punctipes é produzida comercialmente para o
controle de pragas (YEARGAN; ALLARD, 2002). Duas outras
espécies de predadores desse gênero são bastante estudadas, G.
pallens (Stal) e G. atricolor, ambas de origem neártica, e descritas
como predadores do tripes F. occidentalis (RIUDAVETS, 1995).
Informações sobre seu desenvolvimento e sua criação foram
mencionadas por Butler (1966) e Yokoyama (1980). Geocoris sp.
tem sido objeto de estudo para o desenvolvimento de dietas
artificiais para insetos predadores (COHEN,1998). A espécie G.
punctipes não demonstrou qualquer alteração em seu
comportamento de seleção de presas, mesmo depois de ter sido
criado por 50 gerações em dietas artificiais (HAGLER; COHEN,
1991).
Nabidae
Dentro da família Nabidae Nabis (Latreille) é o principal gênero,
o qual reúne principalmente espécies predadoras, como N.
alternatus (Parshley), N. americaniformis (Carayon), N. ferus (L.) e
N. pseudoferus Renane. Ninfas e adultos são predadores, mas para
obterem água usam a seiva da planta, o que pode causar-lhe danos
(RIDGWAY; JONES, 1968), e são difíceis de criar, principalmente,
em razão do canibalismo entre ninfas (PERKINS; WATSON, 1972).
Representantes dessa família são bastante comuns em cultivos de
soja e alfafa; a espécie N. roseipennis foi observada em cultivos de
soja predando, em média, 6,2 lagartas de noctuídeos (REED et al.,
1984). A maioria das espécies de Nabis passa o inverno como
adultos. Algumas apresentam somente uma geração por ano,
enquanto outras têm de duas a cinco gerações, dependendo do
local em que se encontram.
Considerações finais
Heteroptera é um grupo conveniente para estudo com
interessante comportamento de zoofitofagia facultativa. Talvez
nenhum outro táxon tenha diversidade de hábitos alimentares tão
grande, tal que fitofagia e zoofagia podem ser tratados como
extremos de uma contínua estratégia de alimentação. Os
Heteroptera são frequentemente as espécies numericamente
dominantes no complexo de predadores de muitos sistemas
agrícolas e, salvo para algumas espécies, ainda existe pouco
conhecimento sobre como esses predadores funcionam no controle
de pragas, o que tem levado a pouca habilidade em predizer o efeito
desses predadores sobre a dinâmica populacional das pragas e o
seu uso como componentes do manejo integrado de pragas (MIP).
Problemas referentes ao uso da maioria das espécies são: diapausa
reprodutiva, necessidades alimentares suplementares,
determinação de taxas de liberação, susceptibilidade a outros
predadores (predação intraguilda) e canibalismo. No entanto, os
estudos existentes têm cada vez mais mostrado que muitas
espécies de predadores Heteroptera têm papel extremamente
importante nos agroecossistemas, com importante contribuição para
o controle natural e o controle biológico aplicado. Podem
perfeitamente ser inseridos em programas de controle de pragas em
vários cultivos de importância agrícola e florestal, particularmente o
enfoque adotado no Brasil, com as espécies de Orius
(Anthocoridae) e Asopinae (Pentatomidae), respectivamente.
Referências
ALBAJES, R.; ALOMAR, O. Current and potential use of polyphagous predators. In:
ALBAJES, R.; GULLINO, M. L.; LENTEREN, J. C. van; ELAD, Y. (Ed.). Integrated pest
and disease management in greenhouse crops. Dordrecht: Kluver Academic, 1999. p.
265-275.
ALOMAR, O.; ALBAJES, R. Greenhouse whitefly (Homoptera: Aleyrodidae) predation and
tomato fruit injury by the zoophytophagous predator Dicyphus tamaninii (Heteroptera:
Miridae). In: ALOMAR, O.; WIEDENMANN, R. N. (Ed.). Zoophytophagous heteroptera:
implications for life history and integrated pest management. Lanham: Entomological
Society of America, 1996. p. 155-177.
ALOMAR, O.; GOULA, M.; ALBAJES, R. Miridae bugs for biological control: identification,
survey in non-cultivated winter plants, and colonization of tomato fields. IOBC/WPRS
Bulletin, Paris, v. 17, p. 217-223, 1994.
ARGOLO, V. M.; BUENO, V. H. P.; SILVEIRA, L. C. P. Influência do fotoperíodo na
reprodução e longevidade de Orius insidiosus (Say) (Heteroptera: Anthocoridae).
Neotropical Entomology, Londrina, v. 31, p. 257-261, 2002.
ARMER, C. A.; WIEDENMANN, R. N.; BUSH, D. R. Plant feeding site selection on soybean
by the facultatively phytophagous predator Orius insidiosus. Entomologia Experimentalis
et Applicata, Dordrecht, v. 86, p. 109-118, 1998.
ARNÓ, J. Conservation of Macrolophus caliginosus Wagner (Het. Miridae) in commercial
greenhouse during tomato crop-free periods. IOBC/WPRS Bulletin, Paris, v. 23, p. 241-
246, 2000.
ASKARI, A.; STERN, V. M. Biology and feeding habitats of Orius tristicolor (Hemiptera:
Anthocoridae). Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 65, p. 96-
100, 1972.
BAKER, A. D. Some remarks on the feeding process of the Pentatomidae (Hemiptera-
Heteroptera). Annual Report of Quebec Society for the Protection of Plants, Quebec, v.
19, p. 24-34, 1927.
BECK, S. D. Insect photoperiodism. New York: Academic, 1980. 387 p.
BEDDINGTON, J. R.; HASSEL, M. P.; LAWTON, J. H. The components of arthropod
predation II: the predator rate of increase. Journal of Animal Ecology, Oxford, v. 45, p.
165-185, 1976.
BLUMEL, S. Effect of selected mass-rearing parameters on O. majusculus (Reuter) and O.
laevigatus (Fieber). IOBC/WPRS Bulletin, Paris, v. 19, p. 15-18, 1996.
BRAMAN, S. K.; YEARGAN, K. V. Intraplant distribuition of three Nabis species (Hemiptera:
Nabidae), and impact of N. roseipennis on green cloverworm populations in soybean.
Environmental Entomology, Lanham, v. 18, p. 240-244, 1989.
BRANNON, S. L.; DECKER, K. B.; YEARGAN, K. V. Photoperiodic induction of reproductive
diapauses in the predator Geocoris punctipes (Hemiptera: Geocoridae). Annals
Entomological Society of America, Lanham, v. 99, p. 300-304, 2006.
BRODBECK, B. V.; MIZELL III, R. F.; FRENCH, W. J.; ANDERSEN, P. C.; ALDRICH, J. H.
Amino acids as determinants of host preference for the xylem feeding leafhopeer,
Homalodisca coagulata (Homoptera: Cicadellidae). Oecologia, Berlin, v. 83, p. 388-395,
1990.
BRODEUR, J.; CLOUTIER, C.; GILLESPIE, D. Higher-order predators in greenhouse
systems. IOBC/WPRS Bulletin, Paris, v. 25, p. 33-36, 2002.
BRODEUR, J.; ROSENHEIM, J. A. Intraguild interactions in aphid parasitoids.
Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 97, p. 93-108, 2000.
BRODSGAARD, H. F.; ENKEGAARD, A. Interactions among polyphagous anthocorid bugs
used for thrips control and other beneficials in mulit-species biological pest management
systems. In: PANDALAI, S. G. (Ed.). Recent Research Developments in Entomology.
Trivandrum: Research Signpost, 1997. v. 1, p. 153-160.
BRONSTEIN, J. L. Our current understanding on mutualism. The Quarterly Review of
Biology, Stony Brook, v. 69, p. 31-51, 1994.
BUENO, V. H. P. Controle biológico de pragas: produção massal e controle de qualidade.
Lavras: UFLA, 2000. 196 p.
BUENO, V. H. P. Controle biológico de tripes: pragas sérias em cultivos protegidos.
Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 26, p. 31-39, 2005.
BUENO, V. H. P.; LENTEREN, J. C. van; SILVEIRA, L. C. P.; RODRIGUES, S. M. M. An
overview of biological control in greenhouse chrysanthemums in Brazil. IOBC/WPRS
Bulletin, Paris, v. 26, p. 1-5, 2003.
BUGG, R. L.; EHLER, L. E.; WILSON, L. T. Effect of common knotweed (Polygonum
aviculare) on abundance and efficiency of insect predators of crop pests. Hilgardia,
Berkeley, v. 55, p. 1-52, 1987.
BUTLER, G. D. Development of several predaceous Hemiptera in relation to temperature.
Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 59, p. 1306-1307, 1966.
BUTLER, G. D.; LOPER, G. M.; MACGREGOR, S. E.; WEBSTER, J. L.; MARGOLIS, H.
Amounts and kinds of sugars in the nectars of cotton (Gossypium spp.) and the time of their
secretion. Agronomy Journal, Madison, v. 64, p. 364-368, 1972.
CARAYON, J. Quelques remarques sur les Hémiptéres-Hétéroptères: leer importante
comme insectes auxiliares et les posibilites de leer utilisation dans la lutte biologique.
Entomophaga, Paris, v. 6, p. 133-141, 1961.
CARCOMO, H.; SPENCE, J. R. Kin discrimination and cannibalism in waterstriders
(Gerridae). Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 35, p. 35-36,
1993.
CARVALHO, L. M.; BUENO, V. H. P.; MENDES, S. M. Desenvolvimento, consumo ninfal e
exigências térmicas de Orius thyestes Herring (Hemíptera: Anthocoridae). Neotropical
Entomology, Londrina, v. 34, p. 607-612, 2005a.
CARVALHO, L. M.; BUENO, V. H. P.; MENDES, S. M. Influência da temperatura na
reprodução e longevidade do predador Orius thyestes Herring (Hemiptera, Anthocoridae).
Revista Brasileira de Entomologia, Curitiba, v. 49, p. 409-414, 2005b.
CARVALHO, L. M.; BUENO, V. H. P.; MENDES, S. M. Response of two Orius species to
temperature. IOBC/WPRS Bulletin, Paris, v. 28, p. 43-46, 2004.
CASTANÉ, C.; ALOMAR, O.; RIUDAVETS, J. Potential risk of damage to zucchinis caused
by mirid bugs. IOBC/WPRS Bulletin, Paris, v. 26, p. 135-138, 2003.
CAVALCANTI, M. G.; VILELA, E. F.; EIRAS, A. E.; ZANUNCIO, J. C.; PICANÇO, M. C.
Interação tritrófica entre Podisus nigrispinus (Dallas) (Heteroptera: Pentatomidae),
Eucalyptus e lagartas de Thyrinteina arnobia (Stoll) (Lepidoptera: Geometridae): I visitação.
Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Londrina, v. 29, p. 697-703, 2000.
CHAMBERS, R. J.; LONG, S. New predators for biocontrol under glass. Phytoparasitica:
Israel journal of plant protection sciences, Bet Dagan, v. 20, p. 57-60, 1992.
CHAMBERS, R. J.; LONG, S.; HELYER, N. L. Effectiveness of Orius laeviagatus for the
control of Frankliniella occidentalis on cucumber and pepper in the UK. Biocontrol Science
and Technology, Oxford, v. 3, p. 295-307, 1993.
CHRISTENSEN, R. K.; ENKEGAARD, A.; BRODSGAARD, H. F. Intraspecific interactions
among the predators Orius majusculus and Aphidoletes aphidimyza. IOBC/WPRS Bulletin,
Paris, v. 25, p. 57-60, 2002.
CHUA, T. H.; MIKIL, E. Effects of prey number and stage on the biology of Cyrtorhinus
lividipennis (Hemiptera: Miridae): a predator of Nilaparvata lugens (Homoptera:
Delphacidae). Environmental Entomology, Lanham, v. 18, p. 251-255, 1989.
COBBEN, R. H. On the original feeding habits of the Hemiptera (Insecta): a reply to Merrill
Sweet. Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 83, p. 711-715,
1979.
COCUZZA, G. E.; CLERCQ, P. de; VEIRE, M. van de; COCK, A. de; DEGHEELE, D.;
VACANTE, V. Reproduction of Orius laeviagatus and Orius albidipennis on pollen and
Ephestia kuehniella eggs. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 82, p.
101-104, 1997.
COHEN, A. C. Biochemical and morphological dynamics and predatory feeding habits in
terrestrial Heteroptera. In: COLL, M.; RUBERSON, J. R. (Ed.). Predatory heteroptera:
their ecology and use in biological control. Lanham: Thomas Say Publications in
Entomology, 1998. p. 21-32.
COHEN, A. C. Feeding adaptations of some predacious Heteroptera. Annals of the
Entomological Society of America, Lanham, v. 83, p. 1215-1223, 1990.
COHEN, A. C. Plant feeding by predatory heteroptera: evolutionary and adaptational
aspects of trophic switching. In: ALOMAR, O.; WIEDENMANN, R. N. (Ed.).
Zoophytophagous heteroptera: implications for life history and integrated pest
management. Lanham: Thomas Say Publications in Entomology, 1996. p. 1-17.
COHEN, A. C.; TANG, R. Relative prey weight influences handling time and biomass
extraction of Sinea confusa and Zelus renardii (Heteroptera: Reduviidae). Environmental
Entomology, Lanham, v. 26, p. 559-565, 1997.
COLL, M. Living and feeding on plants in predatory heteroptera. In: COLL, M.; RUBERSON,
J. R. (Ed.). Predatory heteroptera: their ecology and use in biological control. Lanham:
Thomas Say Publications in Entomology, 1998. p. 89-129.
COLL, M.; BOTTRELL, D. G. Microhabitat and resource selection of the European corn
borer (Lepidoptera: Pyralidae) and its natural enemies in Maryland field corn.
Environmental Entomology, Lanham, v. 20, p. 526-533, 1991.
COLL, M.; GUERSHON, M. Omnivory in terrestrial arthropods: mixing plant and prey diets.
Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 47, p. 267-297, 2002.
COLL, M.; RIDGWAY, R. L. Functional e numerical response of Orius insidiosus
(Heteroptera: Anthocoridae) to its prey in different dynamics. Annals of the Entomological
Society of America, Lanham, v. 88, p. 732-738, 1995.
COLL, M.; SMITH, L. A.; RIDGWAY, R. L. Effects of plants on the searching efficiency of a
generalist predator: the importance of predator-prey spatial association. Entomologia
Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 83, p. 1-100, 1997.
CROCKER, R. L.; WHITCOMB, W. H. Feeding niches of the bigeyed bugs Geocoris
bullatus, G. punctipes and G. uliginosus (Hemiptera: Lygaeidae: Geocorinae).
Environmental Entomology, Lanham, v. 9, p. 508-513, 1980.
DE CLERCQ, P. Predaceous stinkbugs (Pentatomidae: Asopinae). In: SCHAEFER, C.W.;
PANIZZI, A. R. (Ed.). Heteroptera of economic importance. Boca Raton: CRC, 2000. p.
737-786.
DE CLERCQ, P.; DEGHEELE, D. Influence of feeding interval on reproduction and longevity
of Podisus sagitta (Het.: Pentatomidae). Entomophaga, Paris, v. 37, p. 583-590, 1992.
DE CLERCQ, P.; PEETERS, I.; VERGAUWE, G.; THAS, O. Interaction between Podisus
maculiventris and Harmonia axydiris, two predators used in augmentative biological control
in greenhouse crops. Biological Control, San Diego, v. 48, p. 39-55, 2003.
DEBACH, P.; ROSEN, D. Biological control by natural enemies. 2nd ed. Cambridge:
Cambridge University, 1991. 440 p.
DENNO, R. F.; DINGLE, H. Insect life history patterns: habitat and geographic variation.
New York: Springer, 1981. 225 p.
DICKE, F. F.; JARVIS, J. L. The habitats and abundance of Orius insidiosus (Say)
(Hemiptera: Heteroptera: Anthocoridae) on corn. Journal of the Kansas Entomological
Society, Lawrence, v. 35, p. 339-344, 1972.
DIDONET, J.; ZANUNCIO, J. C.; SEDIYAMA, C. S.; PICANÇO, M. C. Desenvolvimento e
sobrevivência ninfal de Podisus nigrispinus (Dallas) e Supputius cincticeps (Stal)
(Heteroptera, Pentatomidae) em diferentes temperaturas. Revista Brasileira de Zoologia,
Curitiba, v. 12, p. 513-518, 1995.
DOWNER, R. G. H. Lipid metabolism. In: KERKUT, G. A.; GILBERT, L. I. (Ed.).
Comprehensive insect physiology, biochemistry and pharmacology. Frankfurt:
Pergamon, 1985. v. 8, p. 77-114.
ELKASSABANY, E.; RUBERSON, J. R.; KRING, T. Seasonal distribution and overwintering
of Orius insidiosus (Say) in Arkansas. Journal of Entomological Science, Griffin, v. 31, p.
76-88, 1996.
EUBANKS, M. D.; DENNO, R. F. Health food versus fast food: the effects of prey quality
and mobility on prey selection by a generalist predator and indirect interactions among prey
species. Ecological Entomology, Oxford, v. 25, n. 2, p. 140-146, 2000.
EUBANKS, M. D.; DENNO, R. F. The ecological consequences of variation in plants and
prey for an omnivorous insect. Ecology, Tempe, v. 80, p. 1253-1266, 1999.
EVANGELISTA JUNIOR, W. S.; GONDIM JUNIOR, M. G. C.; TORRES, J. B.; MARQUES,
E. J. Efeito de plantas daninhas e do algodoeiro no desenvolvimento, reprodução e
preferência para oviposição de Podisus nigrispinus (Dallas) (Heteroptera: Pentatomidae).
Neotropical Entomology, Londrina, v. 32, p. 677-684, 2003.
EVANGELISTA JUNIOR, W. S.; GONDIM JUNIOR, M. G. C.; TORRES, J. B.; MARQUES,
E. J. Fitofagia de Podisus nigrispinus em algodoeiro e plantas daninhas. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 39, p. 413-420, 2004.
EVANS, H. F. The role of predator-prey size ratio in determining the efficiency of capture by
Anthocoris nemorum and the escape reactions of its prey, Acyrthosiphon pisum. Ecological
Entomology, Oxford, v. 1, p. 85-90, 1976.
EWING, A. W. Arthropod bioacoustics: neurobiology and behaviour. Ithaca: Cornell
University, 1989. 260 p.
FERGUSON, G. M.; SCHMIDT, J. S. Effect of selected cultivars on Orius insidiosus.
IOBC/WPRS Bulletin, Paris, v. 19, p. 39-42, 1996.
FOX, L. R. Cannibalism in natural populations. Annual Review of Ecology and
Systematics, Palo Alto, v. 6, p. 87-106, 1975.
FREITAS, F. A.; ZANUNCIO, T. V.; ZANUNCIO, J. C.; CONCEIÇÃO, P. M.; FIALHO, M. C.
Q.; BERNARDINO, A. S. Effect of plant age, temperature and rainfall on Lepidoptera insect
pests collected with light traps in a Eucalyptus grandis plantation in Brazil. Annals of
Forest Science, Paris, v. 62, p. 85-90, 2005.
FREITAS, G. D.; OLIVEIRA, A. C.; MORAIS, E. J.; BARCELOS, J. A. V. Utilização do
hemíptero predador Podisus connexivus Bergroth, 1891 (Hemiptera: Pentatomidae) para o
controle de lagartas desfolhadoras de Eucalyptus spp. Boletim Interno da UFV, Viçosa,
1990.
GABARRA, R.; BESRI, M. Tomatoes. In: ALBAJES, R.; GULLINO, M. L.; LENTEREN, J. C.
van; ELAD, Y. (Ed.). Integrated pest and disease management in greenhouse crops.
Dordrecht: Kluver Academic, 1999. 568 p.
GABARRA, R.; CASTANÉ, C.; ALBAJES, R. The mirid bug Dicyphus tamaninii as a
greenhouse whitefly and western flower thrips predator on cucumber. Biocontrol Science
and Technology, Oxford, v. 5, p. 475-488, 1995.
GIAQUINTA, R. T. Phloem loading of sucrose. Annual Review of Plant Physiology, Palo
Alto, v. 34, p. 347-387, 1983.
GILBERT, F. Syrphid aphidophagous predators in a food-web context. European Journal
of Entomology, Budìjovice, v. 102, p. 325-333, 2005.
GILLESPIE, D. R.; MCGREGOR, R. R. The functions of plant feeding in the omnivorous
predator Dicyphus hesperus: water places limits on predation. Ecological Entomology,
Oxford, v. 25, p. 380-386, 2000.
GILLESPIE, D. R.; QUIRING, D. J. M. Competition between Orius tristicolor (White)
(Hemiptera: Anthocoridae) and Amblyseius cucumeris (Oudemans) (Acari: Phytoseiidae)
feeding on Frankliniella occidentalis (Pergande) (Thysanoptera: Thripidae). The Canadian
Entomologist, Ottawa, v. 124, p. 1123-1128, 1992.
GOODCHILD, A. J. P. Evolution of the alimentary canal in the Hemiptera. Biological
Reviews, Cambridge, v. 41, p. 97-140, 1966.
GORYSHIN, N. I.; SAULICH, A. K.; VOLKOVICH, T. A.; BORISENKO, I. A.; SIMONENKO,
N. P. The influence of the food factor on the development and photoperiodic reaction of the
predatory bug Podisus maculiventris (Hemiptera, Pentatomidae). Zoologicheskii Zhurnal,
Moscow, v. 67, p. 1324-1332, 1988.
HAGLER, J. R.; COHEN, A. C. Prey selection by in vitro – and – field - reared Geocoris
punctipes. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 59, p. 201-205, 1991.
HAMILTON, W. D. The genetical evolution of social behaviour. Journal of Theoretical
Biology, London, v. 7, p. 1-16, 1964.
HARIZANOVA, V. Biological peculiarities of the predator apple bug Atractotomus mali
(Heteroptera: Miridae). Rasteniev’dni Nauki, Sofia, BG, v. 26, p. 98-102, 1989.
HARRIS, K. F.; MARAMOROSCH, K. Vectors of plant pathogens. New York: Academic,
1990. 350 p.
HASSELL, M. P. The dynamics of arthropod predatory-prey systems. Princeton:
Princeton University, 1978. 237 p.
HERRING, J. L. The genus Orius of the Western Hemisphere (Hemiptera: Anthocoridae).
Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 59, p. 1093-1109, 1966.
HULSHOF, J.; LINNAMAKI, M. Predation and oviposition rate of the predatory bug Orius
laeviagatus in the presence of alternative food. IOBC/WPRS Bulletin, Paris, v. 25, p. 107-
110, 2002.
ISENHOUR, D. J.; YEARGAN, K. V. Effect of crop phenology on Orius insidiosus
populations on strip-cropped soybean and corn. Journal of the Georgia Entomological
Society, Griffin, v. 16, p. 310-322, 1981.
JACKSON, D. M.; KESTER, K. M. Effects of diet on longevity and fecundity of the spined
stilt bug, Jalysus wickhami. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 80, p.
421-425, 1996.
JAKOBSEN, D. R.; ENKEGAARD, A.; BRODSGAARD, H. F. Interactions between the two
polyphagous predators Orius majusculus and Macrolophus caliginosus. IOBC/WPRS
Bulletin, Paris, v. 25, p. 115-118, 2002.
KASPARI, M. Prey preparation and the determinants of handling time. Animal Behaviour,
London, v. 40, p. 118-126, 1990.
KIMAN, Z. B.; YEARGAN, K. V. Development and reproduction of the predator Orius
insidiosus (Hemiptera: Anthocoridae) reared on diets, selected plant material and arthropod
prey. Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 78, p. 464-467, 1985.
LACERDA, M. C.; FERREIRA, A. M. R. M.; ZANUNCIO, T. V.; ZANUNCIO, J. C.;
BERNARDINO, A. S.; ESPÍNDULA, M. C. Development and reproduction of Podisus
distinctus (Heteroptera: Pentatomidae) fed on larva of Bombyx mori (Lepidoptera:
Bombycidae). Brazilian Journal of Biology, São Carlos, v. 64, p. 237-242, 2004.
LALONDE, R. G.; MCGREGOR, R. R.; GILLESPIE, D. R. Plant-feeding by arthropod
predators contributes to the stability of predator-prey population dynamics. Oikos,
Copenhagen, v. 87, p. 603-608, 1999.
LATIN, J. D. Bionomics of the Anthocoridae. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v.
44, p. 207-231, 1999.
LATIN, J. D. Bionomics of the Nabidae. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 34, p.
383-400, 1989.
LATIN, J. D. Economic important of minute pirate bug (Anthocoridae). In: SCHAEFER, C.
W.; PANIZZI, A. R. (Ed.). Heteroptera of economic importance. Boca Raton: CRC, 2000.
p. 607-637.
LAWTON, J. H. Plant architecture and the diversity of phytophagous insects. Annual
Review of Entomology, Palo Alto, v. 28, p. 23-39, 1983.
LEGASPI, J. C.; LEGASPI JUNIOR, B. C. Life history trade-offs in insects with emphasis on
Podisus maculiventris (Heteroptea: Pentatomidae). In: COLL, M.; RUBERSON, J. R. (Ed.).
Predatory Heteroptera: their ecology and use in biological control. Lanham: Thomas Say
Publications in Entomology, 1998. p. 71-87.
LEGASPI, J. C.; O’NEIL, R. J. Lipids and egg production of Podisus maculiventris
(Heteroptera: Pentatomidae) under low rates of predation. Environmental Entomology,
Lanham, v. 23, p. 1254-1259, 1994.
LEGASPI, J. C.; O’NEIL, R. J.; LEGASPI JUNIOR, B. C. Trade-offs in body weights, egg
loads, and fat reserves of field-collected Podisus maculiventris (Heteroptera:
Pentatomidae). Environmental Entomology, Lanham, v. 25, p. 155-164, 1996.
LEMOS, W. P.; MEDEIROS, R. S.; RAMALHO, F. S.; ZANUNCIO, J. C. Effects of plant
feeding on the development, survival and reproduction of Podisus nigrispinus (Dallas)
(Heteroptera: Pentatomidae). International Journal of Pest Management, London, v. 47,
p. 89-93, 2001.
LEMOS, W. P.; RAMALHO, F. S.; SERRÃO, J. E.; ZANUNCIO, J. C. Effects of diet on
development of Podisus nigrispinus (Dallas) (Het., Pentatomidae), a predator of the cotton
leafworm. Journal of Applied Entomology, Hamburg, v. 127, p. 389-395, 2003.
LOOMANS, A. J. M.; LENTEREN, J. C. van; TOMMASINI, M. G.; MAINI, S.; RIUDAVETS,
J. Biological control of thrips pests. Wageningen: Wageningen Agricultural University,
1995. v. 95.
LUCAS, J. R. Partial prey consumption by antilion larvae. Animal Behaviour, London, v.
33, p. 945-958, 1985.
MALAIS, M. H.; RAVENSBERG, W. J. Knowing and recognizing: the biology of
glasshouse pests and their natural enemies. Doetinchem: Koppert, 2003. 288 p.
MALAUSA, J. C.; TROTTIN-CAUDAL, Y. Advances in the strategy of use of the predaceous
bug Macrolophus caliginosus (Heteroptera: Miridae) in glasshouse crops. In: ALOMAR, O.;
WIEDENMANN, R. N. (Ed.). Zoophytophagous Heteroptera: implications for life history
and integrated pest management. Lanham: Thomas Say Publications: Entomological
Society of America, 1996. p. 178-189.
MCCAFFREY, J. P.; HORSBUGH, R. L. Biology of Orius insidiosus (Heteroptera:
Anthocoridae): a predator in Virginia apple orchards. Environmental Entomology,
Lanham, v. 15, p. 984-988, 1986.
MCIVER, J. D. On the myrmecomorph Coquillettia insignis Uhler (Hemiptera: Miridae):
arthropod predators as operators in an ant-mimetic system. Zoological Journal of the
Linnaean Society, London, v. 90, p. 133-144, 1987.
MEDEIROS, R. S.; RAMALHO, F. S.; ZANUNCIO, J. C.; SERRÃO, J. E. Effect of
temperature on life table parameters of Podisus nigrispinus (Het., Pentatomidae) fed with
Alabama argillacea (Lep., Noctuidae) larvae. Journal of Applied Entomology, Hamburg,
v. 127, p. 209-213, 2003.
MENDES, S. M.; BUENO, V. H. P. Biologia de Orius insidiosus (Say) (Hemiptera:
Anthocoridae) alimentado com Caliothrips phaseoli (Hood) (Thysanoptera: Thripidae).
Neotropical Entomology, Londrina, v. 30, p. 423-428, 2001.
MENDES, S. M.; BUENO, V. H. P.; ARGOLO, V. M.; SILVEIRA, L. C. P. Type of prey
influences biology and consumption rate of Orius insidiosus (Say) (Hemiptera:
Anthocoridae). Revista Brasileira de Entomologia, Curitiba, v. 46, p. 99-103, 2002.
MENDES, S. M.; BUENO, V. H. P.; CARVALHO, L. M. Adequabilidade de diferentes
substratos à oviposição do predador Orius insidiosus (Say) (Hemiptera: Anthocoridae).
Neotropical Entomology, Londrina, v. 34, p. 415-421, 2005a.
MENDES, S. M.; BUENO, V. H. P.; CARVALHO, L. M. Reprodução e longevidade de Orius
insidiosus (Say) (Hemíptera: Anthocoridae) em diferentes temperaturas. Revista de
Agricultura, Piracicaba, v. 80, p. 87-101, 2005b.
MENDES, S. M.; BUENO, V. H. P.; CARVALHO, L. M.; REIS, R. P. Custo da produção de
Orius insidiosus como agente de controle biológico. Pesquisa Agropecuária Brasileira,
Brasília, DF, v. 40, p. 441-446, 2005c.
MENDES, S. M.; BUENO, V. H. P.; CARVALHO, L. M.; SILVEIRA, L. C. P. Efeito da
densidade de ninfas de Aphis gossypii Glover, 1977 (Hemiptera, Aphididae) no consumo
alimentar e aspectos biológicos de Orius insidiosus (Say, 1832) (Hemíptera: Anthocoridae).
Revista Brasileira de Entomologia, Curitiba, v. 47, p. 19-24, 2003.
MEYLING, N. V.; BRODSGAARD, H. F.; ENKEGAARD, A. Intraguild predation between the
predatory flower bug, Anthocoris nemorum, and the aphid parasitoid, Aphidius colemani.
IOBC/WPRS Bulletin, Paris, v. 25, p. 189-192, 2002.
MITUDA, E. C.; CALILUNG, V. J. Biology of Orius tantilus (Motschulsky) (Hemíptera:
Anthocoridae) and its predatory capacity against Thrips palmi Karny (Thysanoptera:
Thripidae) on watermelon. The Philippine Agriculturist, Laguna, v. 72, n. 2, p. 165-184,
1989.
MOHAGHEGH, J.; CLERCQ, P. de; TIRRY, L. Functional response of the predators Podisus
maculiventris (Say) and Podisus nigrispinus (Dallas) (Het., Pentatomidae) to the beet
armyworm, Spodoptera exigua (Hübner) (Lep., Noctuidae): effect of temperature. Journal
of Applied Entomology, Hamburg, v. 125, p. 131-134, 2001.
MOLINA-RUGAMA, A. J.; ZANUNCIO, J. C.; VINHA, E.; RAMALHO, F. S. Daily rate of egg
laying of the predator Podisus rostralis (Stal, 1860) (Heteroptera, Pentatomidae) under
different feeding intervals. Revista Brasileira de Entomologia, Curitiba, v. 45, p. 1-5, 2001.
MOLINA-RUGAMA, A. J.; ZANUNCIO, J. C.; ZANUNCIO, T. V.; OLIVEIRA, M. L. R.
Reproductive strategy of Podisus rostralis (Stal) (Heteroptera: Pentatomidae) females under
different feeding intervals. Biocontrol Science and Technology, Oxford, v. 8, p. 583-588,
1998.
MOLLES JUNIOR, M. C.; PIETRUSZKA, R. D. Prey selection by stonefly: the influence of
hunger and prey size. Oecologia, Berlin, v. 72, p. 473-478, 1987.
MOURÃO, S. A.; ZANUNCIO, J. C.; MOLINA-RUGAMA, A. J.; VILELA, E. F.; LACERDA,
M. C. Efeito da escassez de presa na sobrevivência e reprodução do predador Supputius
cincticeps (Stal) (Heteroptera: Pentatomidae). Neotropical Entomology, Londrina, v. 32, p.
469-473, 2003.
NAKATA, T. Prey species of Orius sauteri (Poppius) (Heteroptera: Anthocoridae) in a potato
field in Hokakaido. Japanese Society of Applied Entomology and Zoology, Tokyo, v. 29,
p. 614-616, 1994.
NARANJO, S. E.; GIBSON, R. L. Phytophagy in predaceous Heteroptera: effects on life
history and population dynamics. In: ALOMAR, O.; WIEDENMANN, R. N. (Ed.).
Zoophytophagous heteroptera: implications for life history and integrated pest
management. Lanham: Thomas Say Publications: Entomological Society of America, 1996.
p. 57-93.
NARANJO, S. E.; STIMAC, J. L. Development, survival and reproduction of Geocoris
punctipes (Hemíptera: Lygaeidae): effects of plant feeding on soybean and associated
weeds. Environmental Entomology, Lanham, v. 14, p. 523-530, 1985.
NASCIMENTO, E. C.; ZANUNCIO, J. C.; PICANÇO, M. C.; ZANUNCIO, T. V.
Desenvolvimento de Podisus sculptus Distant, 1889 (Heteroptera: Pentatomidae) em
Bombyx mori (Lepidoptera: Bombycidae) e Tenebrio molitor (Coleoptera: Tenebrionidae).
Revista Brasileira de Biologia, São Carlos, v. 57, p. 195-201, 1997.
OLIVEIRA, H. N.; CLERCQ, P. de; ZANUNCIO, J. C.; PRATISSOLI, D.; PEDRUZZI, E. P.
Nymphal development and feeding preference of Podisus maculiventris (Heteroptera:
Pentatomidae) on eggs of Ephestia kuehniella (Lepidoptera: Pyralidae) parasitised or not by
Trichogramma brassicae (Hymenoptera: Trichogrammatidae). Brazilian Journal of
Biology, São Carlos, v. 64, p. 459-463, 2004.
OLIVEIRA, J. E. M.; TORRES, J. B.; CARRANO-MOREIRA, A. F.; BARROS, R. Efeito das
plantas do algodoeiro e do tomateiro, como complemento alimentar, no desenvolvimento e
reprodução do predador Podisus nigrispinus (Dallas) (Heteroptera: Pentatomidae).
Neotropical Entomology, Londrina, v. 31, p. 101-108, 2002.
PÉRICART, J. Faune de l’Europe et du bassin méditerréen hémiptéres: anhtocoridae,
cimicidae, microphysidae de l’ouest-paleartique. Paris: Masson et Cie., 1972. n. 7, 402 p.
PERKINS, P. V.; WATSON, T. F. Biology of Nabis alternatus (Hemiptera: Nabidae). Annals
of the Entomological Society of America, Lanham, v. 65, p. 54-57, 1972.
PFANNENSTIEL, R. S.; YEARGAN, K. V. Partitioning two-and three-trophic-level effects of
resistant plants on the predator Nabis roseipennis. Entomologia Experimentalis et
Applicata, Dordrecht, v. 88, p. 203-209, 1998.
PIERRE, L. S. R.; BUENO, V. H. P.; SAMPAIO, M. V.; LENTEREN, J. C. van; CONTI, B. F.
de; SILVA, M. P. F.; SILVEIRA, L. C. P. Intraguild predation between Orius insidiosus (Say)
and Aphidius colemani Viereck, and biological control of Aphis gossypii Glover.
IOBC/WPRS Bulletin, Paris, v. 29, p. 219-222, 2006.
POLIS, G. A. The evolution and dymanics of intraspecific predation. Annual Review of
Ecology and Systematics, Palo Alto, v. 12, p. 225-251, 1981.
POLIS, G. A.; HOLT, R. D. Intraguild predation: dynamics of complex trophic interactions.
Trends in Ecology & Evolution, Amsterdam, v. 7, p. 151-154, 1992.
POLIS, G. A.; MYERS, C. A.; HOLT, R. D. The ecology and evolution of intraguild predation:
potential competitors that eat each other. Annual Review of Ecology and Systematics,
Palo Alto, v. 20, p. 297-330, 1989.
POLLARD, E. Hedges II: the effect of removal of the botton flora of a howthorn hedgerow of
the fauna of the howthorn. Journal of Applied Entomology, Hamburg, v. 5, p. 109-123,
1968.
PRESS, J. W.; FLAHERTY, B. R.; ARBOGAST, R. T. Interactions among Plodia
interpunctella, Bracon hebetor, and Xylocoris flavipes. Environmental Entomology,
Lanham, v. 3, p. 183-184, 1974.
RAMAKERS, P. M. J.; RABASSE, J. M. Integrated pest management in protected
cultivation. In: REUVENI, R. (Ed.). Novel approaches to integrated pest management.
Boca Raton: CRC, 1995. p. 199-229.
REED, T.; SHEPARD, M.; TURNIPSEED, S. G. Assessment of the impact of arthropod
predators of noctuid larvae in cages in soybean fields. Environmental Entomology,
Lanham, v. 13, p. 954-961, 1984.
RICHARDS, P. C.; SCHMIDT, J. M. The suitability of some natural and artificial substrates
as oviposition sites for the insidiosus flower bug, Orius insidiosus. Entomologia
Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 80, p. 325-333, 1996.
RIDGWAY, R. L.; JONES, S. L. Plant feeding by Geocoris pallens and Nabis americoferus.
Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 61, p. 232-233, 1968.
RIUDAVETS, J. Predator of Frankliniella occidentales (Perg.) and Thrips tabaci Lind.: a
review. In: LOOMAN, A. J. M.; LENTEREN, J. C. van; TOMMASINI, M. G.; MAINI, S.;
RIUDAVETS, J. (Ed.). Biological control of thrips pests. Wageningen: Agricultural
University Papers, 1995. p. 43-87.
RIUDAVETS, J.; ARNÓ, J.; CASTANÉ, C. Rearing predatory bug with the brine shrimp
Artemia sp. as alternative prey food. IOBC/WPRS Bulletin, Paris, v. 29, p. 235-240, 2006.
RIUDAVETS, J.; CASTAÑÉ, C. Abundance and host plant preferences for oviposition of
Orius spp. (Heteroptera: Anthocoridae) along the Mediterranean coast of Spain.
IOBC/WPRS Bulletin, Paris, v. 17, p. 230-236, 1994.
ROSENHEIM, J. A. Higher-order predators and the regulation of insect herbivore
populations. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 43, p. 421-447, 1998.
ROSENHEIM, J. A.; KAYA, H. K.; EHLER, L. E.; MAROIS, J. J.; JAFFEE, B. A. Intraguild
predation among biological control agents: theory and evidence. Biological Control, San
Diego, v. 5, p. 303-335, 1995.
RUBERSON, J. R.; COLL, M. Research needs for the predaceous Heteroptera. In: COLL,
M.; RUBERSON, J. R. (Ed.). Predatory heteroptera: their ecology and use in biological
control. Lanham: Thomas Say Publications in Entomology, 1998. p. 225-233.
RUBERSON, J. R.; KRING, D. J. T. Predation of Trichogramma pretiosum by the anthocorid
Orius insidiosus. In: INRA (Ed.). Trichogramma and other egg parasitoids. Paris: Les
Colloques, 1990. n. 56, p. 41-43.
RUBERSON, J. R.; KRING, D. T. J.; ELKASSABANY, N. Overwintering and the diapause
syndrome of predatory Heteroptera. In: COLL, M.; RUBERSON, J. R. (Ed.). Predatory
Heteroptera: their ecology and use in biological control. Lanham: Thomas Say Publications
in Entomology, 1998. p. 49-69.
RUBERSON, J. R.; SHIEN, Y. J.; KRING, D. T. J. Photoperiodic sensitivity and diapause in
the predator Orius insidiosus (Heteroptera: Anthocoridae). Annals of the Entomological
Society of America, Lanham, v. 93, p. 1123-1130, 2000.
RUBERSON. J. R.; BUSH, L.; KRING, D. T. J. Photoperiodic effect on diapause induction
and development in the predator Orius insidiosus (Heteroptera: Anthocoridae).
Environmental Entomology, Lanham, v. 20, p. 786-789, 1991.
SADEGHI, H.; GILBERT, F. Individual variation in oviposition preference, and its interaction
with larval performance in an insect predator. Oecologia, Berlin, v. 118, p. 405-411, 1999.
SALAS-AGUILAR, J.; EHLER, L. E. Feeding habits of Orius tristicolor. Annals of the
Entomological Society of America, Lanham, v. 70, p. 60-62, 1977.
SAMPSON, C. Macrolophus pros and cons. Grower, Wellington, NZ, v. 26, p. 9, 1996.
SANTOS, G. P.; ZANUNCIO, T. V.; RIBEIRO, G. T.; SILVA, E. P.; ZANUNCIO, J. C.
Influência da temperatura no desenvolvimento ninfal de Podisus distinctus (Dallas)
(Heteroptera: Pentatomidae). Cerne, Lavras, v. 10, p. 213-221, 2004.
SCHMIDT, J. J.; GOYER, R. A. Consumption rates and predatory habits of Scoloposcelis
mississipensis and Lyctocoris elongates (Hemiptera: Anthocoridae) on pine bark beetles.
Environmental Entomology, Lanham, v. 12, p. 363-367, 1983.
SCHMIDT, J. M. Encounters between adult spined assassin bugs Sinea diadema (Fabr.)
(Hemiptera: Reduviidae): the occurrence and consequences of stridulation. Journal of
Insect Behavior, New York, v. 7, p. 811-828, 1994.
SCHMIDT, J. M.; TAYLOR, J. R.; ROSENHEIM, J. A. Cannibalism and intraguild predation
in the predatory Heteroptera. In: COLL, M.; RUBERSON, J. R. (Ed.). Predatory
Heteroptera: their ecology and use in biological control. Lanham: Thomas Say Publications
in Entomology, 1998. p. 131-169.
SCHOONHOVEN, L. M. Insects and plants: two worlds come together. Entomologia
Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 91, p. 1-6, 1999.
SCHUSTER, M. F.; CALDERON, M. Interactions of host plant resistant genotypes and
beneficial insects in cotton ecosystems. In: BOETHEL, D. J.; EIKENBARY, R. D. (Ed.).
Interactions of plant resistance and parasitoids and predators of insects. Chichester:
Harvood, 1986. p. 84-97.
SCOTT, W. P.; SNODGRASS, G. L.; SMITH, J. W. Tarnished plant bug (Hemiptera: Miridae)
and predaceous arthropod populations in commercially produced selected nectaried and
nectariless cultivars of cotton. Journal of Entomological Science, Griffin, v. 23, p. 280-
286, 1988.
SCUTAREANU, P.; DRUKKER, B.; SABELIS, M. W. Migration of anthocorid bugs to Psylla
infested pear trees. Mededelingen van de Faculteit der Landbouwwetenschappen,
Rijksuniversiteit Gent, Gent, v. 58, p. 447-451, 1993.
SHIPP, J. L.; ZARIFFA, N.; FERGUSON, G. Spatial patterns of and sampling methods of
Orius spp. (Hemiptera: Anthocoridae) on greenhouse sweet pepper. The Canadian
Entomologist, Ottawa, v. 124, p. 887-894, 1992.
SIGSGAARD, L. Oviposition preference of Antocoris nemoralis and A. nemorum
(Heteroptera: Anthocoridae) on pear leaves affected by leaf damage, honeydew and prey.
Biocontrol Science and Technology, Oxford, v. 15, p. 139-151, 2005.
SILVA, A. C.; BUENO, V. H. P.; PREDROSO, E. C.; KON, L. I.; DINIZ, A. J. F.; SLIVA, R. J.
Influence of photoperiod on Orius thyestes Herring (Hemiptera: Anthocoridae) reproduction
and longevity. Neotropical Entomology, Londrina, v. 35, p. 489-492, 2006.
SILVA, M. P. F.; BUENO, V. H. P. Influência do consumo de diferentes tipos de
alimentos na longevidade e oviposição de fêmeas do predador Orius insidiosus (Say)
(Hemíptera: Anthocoridae). 2006. 35 f. Monografia (Graduação em Agronomia) –
Universidade Federal de Lavras, Lavras.
SILVEIRA, L. C. P.; BUENO, V. H. P. Orius insidiosus (Say, 1832) (Heteroptera,
Anthocoridae): sensibilidade ao fotoperíodo e diapausa reprodutiva? Revista Brasileira de
Entomologia, Curitiba, v. 47, p. 631-635, 2003.
SILVEIRA, L. C. P.; BUENO, V. H. P.; LENTEREN, J. C. van. Orius insidiosus as biological
control agent of thrips in greenhouse chrysanthemums in the tropics. Bulletin of
Insectology, Bologna, v. 57, p. 103-109, 2004.
SILVEIRA, L. C. P.; BUENO, V. H. P.; LOUSADA, J. N. C.; CARVALHO, L. M. Percevejos
predadores (Orius spp.) (Hemiptera: Anthocoridae) e tripes (Thysanoptera): interação no
mesmo habitat? Revista Árvore, Viçosa, v. 29, p. 767-773, 2005.
SILVEIRA, L. C. P.; BUENO, V. H. P.; PIERRE, L. S. R.; MENDES, S. M. Plantas cultivadas
e invasoras como habitat para predadores do gênero Orius Wolff (Heteroptera:
Anthocoridae). Bragantia, Campinas, v. 62, p. 261-265, 2003.
SOGLIA, M. C. M.; BUENO, V. H. P.; CARVALHO, L. M. Efeito da presa alternativa no
desenvolvimento e consumo de Orius insidiosus (Say) (Heteroptera, Anthocoridae) e
comportamento de oviposição em cultivares de crisântemo. Revista Brasileira de
Entomologia, Curitiba, v. 51, n. 4, p. 512-517, 2007.
STEARNS, S. C. The evolution of life histories. Oxford: Oxford University. 1994. 249 p.
STREAMS, F. A. Intrageneric predation by Notonecta (Hemiptera: Notonectidae) in the
laboratory and in nature. Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v.
85, p. 265-273, 1992.
SWEET, M. H. On the original feeding habits of Hemíptera (Insecta). Annals of the
Entomological Society of America, Lanham, v. 72, p. 575-579, 1979.
TAVELLA, L.; TEDESCHI, R.; ARZONE, A.; ALMA, A. Predatory activity of two Orius
species on the western flower trips in protected pepper crops. IOBC/WPRS Bulletin, Paris,
v. 23, p. 231-240, 2000.
TAYLOR, F.; SPALDING, J. B. Geographical patterns in the photoperiodic induction of
hibernal diapause. In: TAYLOR, F.; KARBAN, R. (Ed.). The evolution of insect life cycles.
New York: Springer-Verlag, 1986. p. 66-86.
TAYLOR, J. R.; SCHMIDT, J. M. Aggression and risk assessment during predatory
interactions between first instar Sinea diadema (Fabricius) (Hemiptera: Reduviidae).
Journal of Insect Behavior, New York, v. 7, p. 297-311, 1994.
TERRA, W. R. Digestão do alimento e suas implicações na biologia dos insetos. In:
PANIZZI, A. R.; PARRA, J. R. (Ed.). Ecologia nutricional de insetos e suas implicações
no manejo de pragas. São Paulo: Manole, 1991. p. 67-99.
THOMPSON, S. N. Nutrition and culture of entomophagous insects. Annual Review of
Entomology, Palo Alto, v. 44, p. 561-592, 1999.
TOMMASINI, M. G. Evaluation of Orius species for biological control of Frankliniella
occidentalis (Pergande) (Thysanoptera: Thripidae). 2003. 215 f. Thesis (Doctor) -
Wageningen University, Wageningen.
TORRES, J. B.; ZANUNCIO, J. C.; CECON, P. R.; GASPERAZZO, W. L. Mortalidade de
Podisus nigrispinus (Dallas) por parasitoides de ovos em áreas de eucalipto. Anais da
Sociedade Entomológica do Brasil, Londrina, v. 25, p. 463-471, 1996.
TORRES, J. B.; ZANUNCIO, J. C.; MOURA, M. A. The predatory stinkbug Podisus
nigrispinus: biology, ecology and augmentative releases for lepidopteran larval control in
Eucalyptus forests in Brazil. CAB Reviews: perspectives in agriculture, veterinary science,
nutritional and natural resources, Cary, North Carolina, US, v. 1, p. 1-18, 2006.
VAN DEN MEIRACKER, R. A. F. Biocontrol of western flower thrips by heteropteran
bugs. Amsterdam: Amsterdam University, 1999. 145 p.
VAN DEN MEIRACKER, R. A. F. Life history evolution in mass rearing of Orius insidiosus.
Proceedings of the Section Experimental and Applied Entomology of the
Netherlands, Amsterdam, v. 5, p. 25-30, 1994.
VAN DEN MEIRACKER, R. A. F.; RAMAKERS, P. M. J. Biological control o the western
flower thrips Frankliniella occidentalis in sweet pepper, with the anthocorid predator Orius
insidiosus. Mededelingen van de Faculteit der Landbouwwetenschappen,
Rijksuniversiteit Gent, Gent, v. 56, p. 241-249, 1991.
VAN DEN MEIRACKER, R. A. F.; SABELIS, M. W. Do functional responses of predatory
arthropods reach a plateau? A case study of Orius insidiosus with western flower thrips as
prey. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 90, n. 3, p. 323-329, 1999.
VAN RIJN, P. C. J.; SABELIS, M. W. Does alternative food always enhance biological
control? The effect of pollen on the interaction between western flower thrips and its
predators. IOBC/WPRS Bulletin, Paris, v. 17, p. 123-125, 1993.
VAN SCHELT, J. Market: driven research and development in biological control. Journal of
Pesticide Science, Tokyo, v. 37, p. 405-410, 1993.
VAN SCHELT, J.; KLAPWIJK, J.; LETARD, M.; AUCOUTURIER, C. The use of
Macrolophus caliginosus as a whitefly predator in protected crops. In: GERLING, D.;
MAYER, R. T. (Ed.). Bemisia 1995: taxonomy, biology, damages, control and management.
Andover: Intercept, 1996. p. 515-521.
WHEELER, A. G. Studies on the arthropod fauna of alfalfa VII: predaceous insects. The
Canadian Entomologist, Ottawa, v. 109, p. 423-427, 1977.
WIEDENMANN, R. N.; LEGASPI, J. C.; O’NEIL, R. J. Impact of prey density and facultative
plant feeding on the life history of the predator Podisus maculiventris (Heteroptera:
Pentatomidae). In: ALOMAR, O.; WIEDENMANN, R. N. (Ed.). Zoophytophagous
Heteroptera: implications for life history and integrated pest management. Lanham:
Thomas Say Publications: Entomological Society of America, 1996. p. 94-118.
WIEDENMANN, R. N.; O’NEIL, R. J. Effects of low rates of predation on selected life-history
characteristics of Podisus maculiventris (Say) (Heteroptera: Pentatomidae) The Canadian
Entomologist, Ottawa, v. 122, p. 271-283, 1990.
WIEDENMANN, R. N.; O’NEIL, R. J. Searching strategy of the predator Podisus
maculiventris (Say) (Hemiptera: Pentatomidae). Environmental Entomology, Lanham, v.
21, p. 1-9, 1992.
YEARGAN, K. V.; ALLARD, C. M. Sensitive stage for photoperiod-induced reproductive
diapause in the predator Geocoris punctipes (Heteroptera: Geocoridae). In: THE 2002 ESA
ANNUAL MEETING AND EXHIBITION, 2002, Fort Lauderdale, FL, US. Program Listing...
Fort Lauderdale: ESA, 2002. (Display Presentations, Subsection Cd. Behavior and Ecology,
D0356).
YOKOYAMA, V. Y. Method for rearing G. pallens, a predator in California cotton. The
Canadian Entomologist, Ottawa, v. 112, p. 1-3, 1980.
YOKOYAMA, V. Y. Relation of seasonal changes in extrafloral nectar and foliar protein and
arthropod populations in cotton. Environmental Entomology, Lanham, v. 7, p. 799-802,
1978.
ZANUNCIO, J. C. Lepidoptera desfolhadores de eucalipto: biologia, ecologia e controle.
Viçosa: IPEF-SIF, 1993. 140 p.
ZANUNCIO, J. C.; BESERRA, E. B.; MOLINA-RUGAMA, A. J.; ZANUNCIO, T. V.; PINON,
T. B. M.; MAFFIA, V. P. Reproduction and longevity of Supputius cincticeps (Het.:
Pentatomidae) fed with larvae of Zophobas confusa, Tenebrio molitor (Col.: Tenebrionidae)
or Musca domestica (Dip.: Muscidae). Brazilian Archives of Biology and Technology,
Curitiba, v. 48, p. 771-777, 2005.
ZANUNCIO, J. C.; GUEDES, R. N. C.; OLIVEIRA, H. N.; ZANUNCIO, T. V. Uma década de
estudos com percevejos predadores: conquistas e desafios. In: PARRA, J. R. P.;
BOTELHO, P. S. M.; CORRÊA-FERREIRA, B. S.; BENTO, J. M. (Ed.). Controle biológico
no Brasil: parasitoides e predadores. São Paulo: Manole, 2002. p. 495-509.
ZANUNCIO, J. C.; LACERDA, M. C.; ZANUNCIO JUNIOR, J. S.; ZANUNCIO, T. V.; SILVA,
A. M.C.; ESPÍNDULA, M. C. Fertility table and rate of population growth of the predator
Supputius cincticeps (Heteroptera; Pentatomidae) on one plant of Eucalyptus cloeziana in
the field. The Annals of Applied Biology, Cambridge, v. 144, p. 357-361, 2004.
ZANUNCIO, J. C.; ZANUNCIO, T. V.; GUEDES, R. N. C.; RAMALHO, F. S. Effect of feeding
on three Eucalyptus species on the development of Brontocoris tabidus (Het.:
Pentatomidae) fed with Tenebrio molitor (Col.: Tenebrionidae). Biocontrol Science and
Technology, Oxford, v. 10, p. 443-450, 2000.
Capítulo 22
Coleópteros predadores
(Coccinellidae)
Lúcia M. Almeida
Cibele S. Ribeiro-Costa
Introdução
Os predadores têm recebido atenção especial, principalmente
dos ecologistas, em conjunto com os parasitos, parasitoides e
patógenos, pois constituem um instrumento importante para o
controle biológico. Existem uma enorme variedade natural de
espécies de insetos predadores e, também, muitos casos de
sucesso de controle biológico clássico para as espécies de insetos
herbívoros. Os predadores podem ser definidos como insetos de
vida livre, geralmente maiores que sua presa. Requerem mais de
um indivíduo para completar seu desenvolvimento, matando sua
presa imediatamente ou logo após o ataque. Alimentam-se de
presas diferentes, às vezes, porém, podem ter certa especificidade
ou, ainda, podem obter recursos de mais de uma fonte. Algumas
espécies têm diferentes estratégias de alimentação em diferentes
estágios do seu ciclo de vida.
Os coccinelídeos (Coccinellidae) são, entre os besouros
(Coleoptera), os predadores mais importantes. Em geral, são
insetos pequenos, medindo 1 mm a 10 mm. Geralmente, as fêmeas
são maiores que os machos, possuem como primeiro par de asas,
os élitros, que cobrem as asas membranosas posteriores e todo o
abdome. As antenas são clavadas e pequenas, assim como as
pernas, as quais se retraem quando o indivíduo é molestado. Muitas
espécies exibem colorido brilhante, que é sinal de alerta aos
predadores, indicando ter gosto desagradável ou serem tóxicas.
Quando perturbadas, podem ainda liberar uma substância
amarelada com odor forte, que funciona como deterrente aos
predadores. Os coccinelídeos possuem metamorfose completa; as
fêmeas depositam posturas com grupos de 10 a 50 ovos,
geralmente alongados e amarelos, em plantas onde se encontram
afídeos, presas preferenciais das espécies predadoras, ou em
plantas que vão servir de alimento, no caso das espécies fitófagas.
As larvas geralmente possuem quatro ínstares, medem até 4 mm de
comprimento. A coloração em geral é semelhante à dos adultos, e
podem possuir espinhos ou escolos (projeção ramificada com
espinhos) distribuídos pelo corpo. A larva eclode do ovo em uma a
duas semanas. O ciclo larval se completa em, aproximadamente,
duas semanas e em seguida a prepupa se transforma em pupa
permanecendo por mais uma a duas semanas até a emergência do
adulto. O período de desenvolvimento está diretamente ligado à
qualidade da dieta, assim como da temperatura. A pupa completa
seu desenvolvimento presa às plantas onde viveram como larvas. O
comportamento alimentar das larvas é semelhante ao dos adultos e
por isso suas mandíbulas são, em geral, semelhantes. Muitas
espécies são predadoras, principalmente de afídeos, coccídeos e
ácaros, e suas mandíbulas são uni ou bidentadas, com os dentes
apicais afilados. Um pequeno grupo de espécies tem hábito fitófago
e suas mandíbulas apresentam mais de três dentes apicais que
servem para cortar e triturar o tecido das plantas.
A família Coccinellidae atualmente conta com mais de 6.000
espécies descritas, distribuídas em 360 gêneros (VANDENBERG,
2002) e, aproximadamente, 2.000 são da Região Neotropical. A
importância da maioria desses insetos está no fato de serem
eficientes predadores de afídeos, coccídeos e psilídeos e de outros
insetos sugadores, que constituem pragas dos sistemas
agroflorestais (HODEK; HONEK, 1996).
Entre os membros da família, o pequeno grupo de espécies
fitófagas tem também importância econômica, pois são encontradas
alimentando-se principalmente de plantas das famílias
Cucurbitaceae e Solanaceae. Na Região Sul do Brasil são
relativamente comuns espécies de Epilachna paenulata (Germar),
Epilachna spreta (Mulsant) e Epilachna cacica (Guèrin) que usam
como recurso alimentar folhas de espécies cultivadas em hortas
como Cucurbita pepo (aboboreira), Sechium edule (chuchuzeiro) e
de Cucumis sativus (pepineiro) (ARAÚJO-SIQUEIRA; ALMEIDA,
2004).
Os coccinelídeos predadores apresentam grande atividade de
busca, ocupando todos os ambientes de suas presas, além de
serem muito vorazes o que os caracteriza como eficientes
predadores, principalmente de afídeos (HODEK, 1973). A ocorrência
natural de larvas e adultos de coccinelídeos durante o período de
infestação de pulgões em plantas cultivadas é importante no
controle desses insetos, diminuindo as suas populações e reduzindo
os danos.
As espécies de coccinelídeos predadoras de afídeos, tanto no
estágio de larva como no de adulto, são geralmente bem
sincronizadas com as populações da praga e muito sensíveis às
mudanças de densidade das presas e por isso são considerados
mais eficientes como inimigos naturais do que as espécies
predadoras que atuam somente como larvas, ou como adultos
(HAGEN; Van den BOSCH, 1968).
A presença de predadores, que exercem controle biológico dos
insetos de importância agrícola, é indispensável como fator de
equilíbrio dinâmico nos agroecossistemas, pois minimiza a
necessidade de intervenção do homem no seu controle, auxiliando
na regulação da população de insetos-praga em muitas culturas
(OLKOWSKIM et al., 1990; OBRYCKI; KRING, 1998).
Os coccinelídeos são conhecidos como agentes eficientes de
controle de várias espécies de afídeos e outras presas. A
voracidade, ou seja, o número máximo de presas consumidas pelo
predador; a resposta funcional, que é a relação entre o número de
presas capturadas e o número de presas disponíveis; e a
preferência assim como a capacidade de captura são os principais
fatores que influenciam o processo de alimentação e a eficiência da
predação como agentes de controle biológico. Todos esses fatores
estão intimamente ligados à temperatura (FRAZER, 1988). Desse
modo, o seu desenvolvimento, a sua biologia alimentar e sua
temperatura são fatores que devem ser analisados em conjunto.
Os programas de controle biológico, com a utilização dos
coccinelídeos, foram iniciados visando à harmonização dos
processos de equilíbrio, além de evitar o uso excessivo de produtos
químicos no meio ambiente. O primeiro caso e de maior sucesso do
controle biológico clássico foi a introdução, em 1888, na Califórnia,
de Rodolia cardinalis (Mulsant), espécie originária da Austrália, para
controlar a cochonilha Icerya purchasi Mask. em plantios de citros.
Mesmo depois de mais de 100 anos, esses coccinelídeos ainda são
importantes no controle de cochonilhas, mantendo sua população
abaixo do nível de dano.
Para os insetos, as características químicas e físicas do
alimento, bem como as interações entre as substâncias e os seus
efeitos adversos, podem alterar de maneira efetiva sua performance
reprodutiva, assim como seu crescimento, tempo de
desenvolvimento, capacidade de dispersão e longevidade, trazendo
consequências ao seu desempenho, principalmente no caso dos
predadores, responsáveis pelo controle de espécies-praga. Assim,
neste capítulo serão abordados aspectos do comportamento
alimentar dos coccinelídeos, com ênfase nos predadores, enfocando
principalmente a especificidade, qualidade, preferência e toxicidade
dos recursos alimentares explorados por esses insetos.
Biologia e desenvolvimento
Os coccinelídeos são insetos holometábolos, ou seja, têm
desenvolvimento completo e passam pelos estágios de ovo, quatro
ínstares larvais, prepupa, pupa e adulto. Existem raras espécies
cujo desenvolvimento larval se dá em três ou cinco ínstares. Apenas
uma espécie coccidófaga conhecida se desenvolve em três ínstares
(HODEK; HONEK, 1996). A duração do ciclo de desenvolvimento
varia de menos de duas semanas até mais de dois meses,
dependendo do tamanho, das condições térmicas e da
especificidade trófica.
Desenvolvimento pós-embrionário
Os ovos são pequenos, alongados e podem apresentar
coloração amarelada/alaranjada no início da oviposição e
escurecida pouco antes da emergência. A escultura do cório dos
ovos pode ser um caráter importante do ponto de vista filogenético.
A maioria das espécies deposita seus ovos em grupos (Figura 3B,
4A) que permanecem presos ao substrato pela sua região basal, em
folhas, galhos ou outros substratos sólidos. Nas espécies
predadoras, os ovos são colocados na superfície ventral das folhas,
próximas às suas presas. As espécies afidófagas e fitófagas
depositam os ovos em grupos de 10 a 100; espécies coccidófagas
depositam posturas menores ou com ovos isolados. Existem
exceções, como no caso das espécies afidófagas de Platynaspis
que depositam seus ovos isoladamente e protegidos de formigas,
em fendas ou folhas enroladas (VÖLKL, 1995). Eupalea reinhardti
Crotch, que se alimenta de psilídeos (Psyllidae), coloca os ovos
isoladamente na face interna de folhas velhas e enroladas de
sibipiruna, Caesalpinea peltophoroides Benth (Caesalpinacea)
(FERREIRA; ALMEIDA, 2000). Zagloba beaumonti Casey coloca um
ovo isolado dentro da carapaça da cochonilha Diaspis echinocacti
Bouché, provavelmente como estratégia de proteção e
sobrevivência da larva, que encontra alimento para completar o
desenvolvimento (LIMA, 1999). Depois de eclodirem, as larvas
permanecem sobre o cório por um ou mais dias e se alimentam dos
ovos não viáveis.
Figura 3. Harmonia axyridis: (A) Adultos em cópula; (B) Postura; (C)
Larvas de 1o ínstar; (D, E) Larvas de 4o ínstar; (F) Pupa; e (G) Adulto
recém-emergido.
Fotos: Kleber Makoto Mise
Zagloba beaumonti – 25
8,00 3,60 3,00 2,90 3,20 5,50 Lima (1999)
°C
Eupalea reinhardti –
Psilídeos 2,90 2,30 1,80 1,70 2,90 5,00 Ferreira (1997)
25 °C
Kato et al.
Olla v-nigrum – 25 °C 2,76 3,84 2,07 2,50 3,36 3,64
(1999)
Cycloneda sanguinea –
3,95 2,50 1,80 1,90 2,70 6,08
23 °C
Mise (2004);
Harmonia axyridis – 17 Mise e
4,42 7,00 6,57 8,28 15,14 6,42
°C Almeida
(2004)
Araújo-
Epilachna
Siqueira e
Plantas vigintioctopunctata – 24 7,14 5,88 4,62 5,88 9,81 8,19
Almeida
°C
(2004)
Desenvolvimento do adulto
Os Coccinellidae adultos se dispersam rapidamente do local do
desenvolvimento larval, em menos de uma semana depois da
emergência ocorre a cópula e após cerca de uma semana as
fêmeas iniciam a oviposição. Os adultos emergem com os élitros
frágeis, claros e geralmente sem um padrão de coloração fixo. As
asas membranosas permanecem estiradas para fora dos élitros até
que endureçam e aí então se dobram para se encaixar sob os
élitros.
Nas regiões temperadas, no verão e outono, os adultos recém-
emergidos entram em dormência (estivação e hibernação). A
atividade reprodutiva dos coccinelídeos é dependente das
condições térmicas. Para as espécies que vivem em áreas
temperadas, o maior limite de temperatura para o desenvolvimento
é de 32 oC a 33 oC. Para Olla v-nigrum, espécie cosmopolita
predadora de psilídeos (Hemiptera, Psyllidae) que se desenvolve
em árvores ornamentais da Região Sul do Brasil, a temperatura
base é de 11,36 oC, com uma constante térmica de 240,93 graus-
dias, porém a temperatura mais adequada é de 25 oC. Em
temperaturas mais frias, embora a espécie se desenvolva a
contento, o período de desenvolvimento é muito maior e sua
viabilidade se reduz (Tabela 2). O cálculo da temperatura-base,
constante térmica e tempo de desenvolvimento é fundamental em
programas de controle biológico para se prever em que época do
ano os indivíduos estarão aptos a fazerem suas posturas. Além
disso, uma espécie é considerada mais eficiente e terá vantagem
sobre as outras se tiver um período de incubação e tempo de
desenvolvimento menor que as demais (NAKAJO, 2006).
Especificidade do alimento
Diferentemente dos tecidos das plantas que apresentam
deficiência de nutrientes essenciais, os tecidos animais suprem os
predadores com alimento nutricionalmente balanceado. Entretanto,
outras características como o custo da captura, os gastos
energéticos e o conteúdo de toxinas também são importantes na
escolha da presa. Quando o alimento preferencial está disponível
em quantidade adequada, o desenvolvimento larval e a oviposição
ficam garantidos. No entanto, alimentos alternativos podem ser úteis
apenas como uma fonte de energia, prolongando a sobrevivência.
Existem ainda alimentos tóxicos que quando ingeridos podem
causar a morte do inseto.
Famílias e gêneros de coccinelídeos tendem a ter certa
especificidade no alimento. Entre os predadores, algumas espécies
de coccidófagos são mais específicas que as afidófagas (KAIRO;
MURPHY, 1995; STRAND; OBRYCKY, 1996). Entre as espécies que
se alimentam de psilídeos, E. reinhardti é um exemplo que
apresenta especificidade, pois não se alimentou quando foram
oferecidos afídeos ou coccídeos em vez de psilídeos (FERREIRA;
ALMEIDA, 2000).
As relações de especificidade em espécies coccidófagas e
afidófagas podem ser consequência de alguns mecanismos
desenvolvidos pelo grupo. Os coccídeos que são relativamente
imóveis investiram mais em defesa, produzindo uma carapaça ou
toxinas para sua proteção. Já os afídeos apenas dependem da sua
mobilidade para evitar a captura (DIXON, 1958). Assim, a maior
especificidade hospedeira nos coccidófagos pode ser uma resposta
à forte defesa das suas presas (Figura 5). Entretanto, existem
gêneros como Scymnus em que 23% das espécies se alimentam
exclusivamente de afídeos e 62% de coccídeos (HATCH, 1961).
Figura 5. Hyperaspis delicata: (A) Adulto; (B) Galha em folha de
araçazeiro; (C) Larva; (D) Pupa; e (E) Orifício de saída do adulto na
face abaxial da folha.
Fotos: Marcelo D. Vitorino
Serangiini Aleirodídeos
Pharini Diaspidinae
Scymnillini Aleyrodidae
Clitostethus,
Aleirodídeos, afídeos
Lioscymnus
Diomus,
Pseudococcinae, coccíneos
Nephus
Sidis, Paradisis Pseudococcus
Cryptolaemus Pseudococcinae
Pseudoscymnus Diaspidinae
Platyorus Afídeos
Scymnus
Afídeos (de arbustos e árvores)
(Pullus)
Scymnus
Afídeos (de gramíneas)
(Scymnus)
Aspidimerini Afídeos
Platynaspini Afídeos
(Synonychini) Afídeos
Neda Coccídeos
Archaioneda Coccídeos
Psylloborini Micófagos
Epilachninae Fitófagos
Fonte: Hodek e Honek (1996).
Qualidade do alimento
Segundo Hodek (1967), os coccinelídeos predadores exibem
uma faixa de aceitação de presas ampla, as quais possuem
qualidade adequada para o seu completo desenvolvimento.
Entretanto, o valor nutricional da presa (qualidade do alimento) e as
exigências do predador têm sido muito pouco estudados. A maioria
dos predadores realiza uma prova do alimento depois de ter contato
com as antenas e com as cerdas especiais (receptoras)
encontradas em seus palpos maxilares. De maneira geral, os
coccidófagos desenvolvem-se em tempo mais longo que os
afidófagos, fato que tem sido atribuído à baixa qualidade do
alimento e que ocorre com as espécies fitófagas. Ambos os grupos,
coccidófagos e fitófagos, devem processar uma quantidade maior
de alimento para compensar a sua qualidade.
Estudos realizados por Rana et al. (2002) com Adalia
bipunctata (L.), criada com duas espécies diferentes de afídeos,
Acyrthosiphon pisum (Harris) e Aphis fabae Scop., relatam que, em
geral, predadores são mais adaptados a explorar sua presa
preferencial, indicando que a preferência pela dieta representa uma
mudança evolutiva. Os autores ainda discutem que esse fenômeno
é semelhante ao que ocorre com os insetos herbívoros. A qualidade
nutricional do alimento é um fator importante na estratégia dos
predadores; entretanto, se ocorre escassez ou mesmo a falta da sua
presa preferencial, apesar de seu desempenho e mortalidade
piorarem, essas espécies utilizam outro alimento e as fêmeas
depositam os ovos na planta onde se encontram. Isso mostra que
os predadores podem se tornar mais adaptados para explorar
presas menos palatáveis ou de pior qualidade nutricional na
ausência de seu alimento preferencial.
Larvas de Hippodamia convergens (Guérin-Méneville),
alimentadas com ovos de Anagasta kuehniella (Zeller) (Lepidoptera,
Pyralidae), apresentaram viabilidade, com desenvolvimento
completo de pupas e adultos (KATO et al., 1999). Estudos com
Coccinella septempunctata L. e Coccinella transversoguttata
Richardsoni, alimentadas com larvas de curculionídeos, mostram
que elas cresceram e aumentaram de peso, porém não produziram
ovos (RICHARDS; EVANS, 1998). Entretanto, os resultados
encontrados por (KALASKAR; EVANS, 2001) com C.
septempunctata e H. axyridis (Pallas), alimentadas com larvas de
curculionídeos, mostraram que, embora essas espécies prefiram
afídeos, larvas e adultos sobreviveram e completaram seu
desenvolvimento em campos de alfafa, mesmo quando a população
de afídeos era escassa.
Tendo em vista o potencial do uso dos coccinelídeos em
controle biológico, fatores como a sua capacidade de consumo
devem ser estudados. Os coccinelídeos predam isoladamente cada
presa e, geralmente, ocorre uma adaptação entre o seu tamanho e
o da presa. Em estudo desenvolvido com as espécies H.
convergens e C. sanguinea alimentadas com os afídeos de Pinus
sp., Cinara atlantica (Wilson) e C. pinivora (Wilson) de diferentes
tamanhos, observou-se que o consumo de ninfas menores por
larvas de primeiro e segundo ínstares foi maior, provavelmente, pela
facilidade de manipulação da presa. A temperatura também
influenciou o desempenho de H. convergens que mostrou um
aumento no consumo a 25 °C; já C. sanguinea apresentou
capacidade de consumo similar em temperaturas entre 15 °C e 30
°C (CARDOSO; LÁZZARI, 2003).
Os coccinelídeos predadores podem se alimentar
eventualmente de pólen e néctar, os quais possibilitam a
sobrevivência quando o alimento não está disponível, voltando a
ovipositar quando a presa reaparece. A alimentação com pólen
possibilita o acúmulo de reservas durante a dormência (HAGEN,
1962). A polinivoria tem sido registrada para várias espécies, como
em Hippodamia tredecimpuncta (GOIDANICH, 1943). Em
Chilocorus kuwanae Silvestri, espécie de coccinelídeo introduzida
da Coreia para os EUA para controle biológico de cochonilhas, a
análise do seu tubo digestivo demonstrou a presença de pólen e
néctar (NALEPA et al., 1992). Para algumas espécies de
coccinelídeos, o pólen e o néctar podem representar um alimento
essencial. Sovoiskaya (1970) observou que uma espécie de
coccinelídeo dos Alpes é adaptada a se alimentar de pólen, pois em
seu habitat os afídeos, frequentemente, estão ausentes.
Coleomegilla maculata DeGeer pode completar seu
desenvolvimento alimentando-se de pólen de diversas espécies de
plantas da mesma forma que quando se alimenta de afídeos
(SMITH, 1960). Para larvas de Tytthaspis (Micraspis)
sedecimpunctata (L.) e Tytthaspis trilineata (Weise), a morfologia da
mandíbula possui na margem ventral de 20 a 22 processos
espinhosos em forma de pente para a coleta de pólen de Lolium
perenne e L. multiflorum e esporos de Alternaria sp. (RICCI, 1982).
Exoplectra miniata (Germar) foi observada alimentando-se de néctar
(Figura 7), em dezembro de 2006, em Nova Friburgo, Rio de
Janeiro, em nectário de ingá-de-corda, ingá-cipó ou ingá-de-
macaco, Inga edulis (Leguminoseae, Mimosoideae), onde não foram
encontrados coccídeos, seu alimento preferencial.
Figura 7. Exoplectra miniata alimentando-se de néctar em Inga
edulis (Leguminoseae, Mimosoideae), em vistas lateral (A) e frontal
(B).
Fotos: Paschoal Coelho Grossi
Preferência alimentar
Os coccinelídeos predadores aceitam ampla variedade de
alimentos. Além de se alimentarem de afídeos, coccídeos e ácaros,
geralmente, utilizam também larvas jovens de Lepidoptera,
Coleoptera e Hymenoptera, pequenos Diptera (nematóceros) e
Thysanoptera. Conforme já tratado no item Especificidade do
alimento deste capítulo, a especificidade ocorre apenas em
agrupamentos taxonômicos maiores, ou seja, dentro de uma mesma
subfamília (Tabela 3).
A aceitabilidade, muitas vezes, é confundida com alimento
apropriado. Para avaliar a qualidade nutricional do alimento têm sido
estabelecidos experimentos que analisam dados quantitativos de
parâmetros de desenvolvimento (taxa de desenvolvimento,
sobrevivência, capacidade reprodutiva). Quando a presa é
essencial, possibilita desenvolvimento larval, baixa mortalidade e
alta oviposição e proporção de fêmeas. Quando a presa representa
um alimento alternativo, serve apenas como fonte de energia, e
aumenta a sobrevivência. Vários níveis de ambos os tipos de
alimentos, essenciais e alternativos, podem ser encontrados
(HODEK, 1962, 1993; HODEK; HONEK, 1988; MILLS, 1981).
Alimentos alternativos podem variar desde altamente tóxicos
até apropriados, possibilitando a sobrevivência em períodos de
escassez do alimento essencial, fornecendo a energia suficiente
para compensar as perdas metabólicas, ou mesmo acúmulo de
reservas para a dormência. Coccinelídeos adotam uma variedade
de estratégias de forrageamento que não são normalmente
utilizadas quando suas presas são abundantes, a fim de adquirir
recursos para a sua sobrevivência durante o período de alimento
escasso (SLOGGETT; MAJERUS, 2000).
A presença de todos os estágios de desenvolvimento do
predador alimentando-se de uma determinada presa é uma boa
evidência para avaliação da especificidade do predador no campo.
Tal evidência pode, no entanto, ser confundida, pois o predador
geralmente vive em um habitat em conjunto com várias espécies de
insetos e qualquer uma delas pode servir como alimento adequado
ao predador. Existem casos isolados onde as relações entre presa e
predador são evidentes, mediante observações metódicas indiretas
por um longo período. Eastop e Pope (1966, 1969) encontraram
forte coincidência na abundância de Pullus auritus Thunberg em
carvalho infestado com Phylloxera glabra (Heyden), ao longo de
cinco anos.
Espécies maiores de coccinelídeos (afidófagas) são mais
fecundas e depositam ovos maiores, porém apresentam menor
longevidade e curto período de desenvolvimento, enquanto as
espécies menores (coccidófagas) têm baixa fecundidade, longo
período de desenvolvimento, depositam ovos menores e
apresentam maior longevidade (DIXON, 2000).
Larvas de Cycloneda sanguinea (L.) quando alimentadas com o
ácaro Tetranychus evansi Baker e Pritchard não completaram o ciclo
biológico, entretanto quando alimentadas com o afídeo
Macrosiphum euphorbiae (Thomas) completaram o ciclo,
demonstrando ser esta sua fonte de alimento essencial (OLIVEIRA
et al., 2005).
A avaliação experimental pode levar a interpretações
equivocadas. Como em laboratório as presas são oferecidas,
geralmente, em recipientes fechados, o comportamento de escape e
fuga da presa é limitado e, portanto, a fase de procura do
coccinelídeo pela presa fica excluída. No ambiente confinado, as
presas podem ser tratadas como alimento essencial, que em
condições naturais, por causa da dificuldade de captura, raramente
podem ser consumidas. Dessa forma, o ideal é a combinação de
experimentos em laboratório e em ambiente natural para a
comprovação de que determinada presa seja realmente o alimento
essencial (alimento natural ou “real”).
Outro fator que interfere no desenvolvimento dos coccinelídeos
predadores é o sucesso no forrageamento que é influenciado pelas
características da superfície das plantas, como a presença de
tricomas e ceras. Tricomas em forma de ganchos nas folhas de
Phaseolus coccineus causaram a morte rápida de larvas de
Stethorus punctillum Weise e o ferimento nas membranas delicadas
dos segmentos abdominais dos adultos (PUTMAN, 1955). De
maneira similar, os tricomas glandulares das folhas de fumo
diminuíram significativamente a velocidade de larvas de Hippodamia
convergens Guérin-Méneville na procura de presas. Ademais,
superfícies muito lisas podem ter um efeito negativo no desempenho
larval. C. septempunctata L. ataca sua presa com menor eficiência e
alimenta-se menos de Acyrthosiphon pisum Hart. das folhas lisas de
Pisum sativum em comparação com as folhas pubescentes de Vicia
fabae (DIXON, 2000). Fontes alternativas de alimento podem servir
para estabilizar as populações de predadores, pois os indivíduos
modificam o tipo de alimento normalmente consumido, em resposta
às mudanças na abundância de suas presas. Da mesma forma, os
refúgios para as populações de presas permitem deixá-las a salvo
da predação, mantendo-as em níveis mais altos, facilitando a
recuperação do ciclo populacional e estabilizando as relações
predador–presa.
Toxicidade do alimento
Algumas espécies de afídeos podem ser tóxicas, como Aphis
nerii Boyer de Fonscolombe que infestam plantas das famílias
Asclepiadaceae e Apocynaceae. Essas plantas são tóxicas por
causa do alto conteúdo de oleandrina e nerrina que é digerido pelos
afídeos, sequestrado e excretado no honeydew (ROTHSCHILD et
al., 1970; MALCOM, 1990). Vários coccinelídeos não sobrevivem ao
consumirem A. nerii quando alimentados com Nerium oleander
(espirradeira ou loureiro-rosa) exceto Adonia variegata Goeze, pois
se trata de uma planta tóxica que apresenta como princípio ativo a
oleandrina, cuja DL 50 é de 0,18 mg/kg (IPERTI, 1966). Certas
presas que são consumidas pelos predadores não possibilitam o
desenvolvimento ou podem ser tóxicas; outras são rejeitadas. Essas
diferentes relações têm sido estudadas para os afidófagos, mas
também ocorrem entre os coccidófagos e acarófagos. Alguns
afídeos não são aceitos por certos coccinelídeos, e isso ocorre,
muitas vezes, com o toque pelo palpo ou com uma simples prova.
Macrosiphum aconitum van der Goot se alimenta de Aconitum que
contém o componente tóxico aconitina. Este aleloquímico pode ser a
razão pela qual alguns coccinelídeos rejeitam essa presa. A não
palatabilidade também pode ser atribuída à intensa coloração dos
afídeos ou à presença de cera na sua superfície (HODEK; HONEK,
1996).
Um caso aparente de toxicidade adquirida ocorre em Rodolia
cardinalis (Mulsant) que não se alimenta de seu hospedeiro
essencial, Icerya purchasi Maskell, quando este consome Spartium
ou Genista. Ao se alimentar dessas plantas, o coccídeo adquire o
pigmento amarelo genisteína e o alcaloide esparteína, o que o torna
impalatável, além do que são possivelmente tóxicos.
Estratégias de defesa
A tanatose é um tipo de defesa definida como a capacidade de
o animal se fingir de morto para afastar os predadores. Esse
comportamento é muito comum em alguns vertebrados,
invertebrados e, também, nos coccinelídeos. Normalmente, esse
fenômeno é caracterizado pela exposição de uma coloração
chamativa (aposemática) e o animal permanece estático, fingindo-se
de morto para o predador. Os coccinelídeos, quando molestados,
param seus movimentos, escondem suas pernas e antenas e
exsudam uma secreção amarelada pela articulação fêmur-tibial
(adultos) ou por glândulas dorsais (larvas) como tentativa de impedir
que os seus inimigos naturais os capturem. No entanto, muitas
vezes, a tanatose não é suficiente e outros insetos, como vespas,
formigas, Mantidae, Chrysopidae, Asilidae, além de pássaros,
roedores e outros mamíferos, conseguem capturá-los.
O gosto amargo que é passado ao predador por intermédio
desse fluído é atribuído a alcaloides. O seu cheiro decorre de
componentes repelentes voláteis como as pirazinas (ROTHSCHILD,
1961). As substâncias coccinellina e precoccinellina foram os
primeiros alcaloides extraídos de Coccinella septempunctata e
Coccinella undecimpunctata (TURSCH et al., 1971a, b). Outros
alcaloides têm sido extraídos de outras espécies como propileno,
em Propylea quatuordecimpunctata (L.) (TURSCH et al., 1972),
adalina, em Adalia bipunctata L. (TURSCH et al., 1973) e
hippodamina em Hippodamia convergens Guérin-Méneville
(PASTEELS et al., 1973). Outros alcaloides foram encontrados em
outras espécies, porém esses compostos não foram detectados
naquelas que são facilmente predadas por pássaros.
Canibalismo
O canibalismo é um dos principais problemas nas criações de
Coccinellidae em larvas e adultos. As fases mais vulneráveis ao
canibalismo são as quiescentes, e as de ovos, prepupa, pupa ou
indivíduos que sofreram muda recente e, portanto, estão frágeis.
Esse comportamento é uma vantagem, pois preserva a espécie
durante os períodos em que o recurso alimentar é escasso
(HAWKES, 1920). Em Coccinella septempunctata brucki Mulsant as
larvas e pupas, quando submetidas a baixas concentrações de
afídeos, canibalizam os ovos (TAKAHASHI, 1987) e, em Delphastus
pusillus (LeConte), larvas e adultos alimentam-se de ovos
geralmente quando não há abundância de Bemisia tabaci
(Gennadius), sua presa preferencial (HOELMER et al., 1993).
Muitas vezes, após a dispersão das larvas de primeiro ínstar para
um local onde estão os afídeos, ocorre a localização de outras
massas de ovos, havendo o canibalismo intraespecífico, ou seja,
que não envolve sua progênie. Estudos do comportamento de
canibalismo em Harmonia axyridis (Pallas) sugerem que as fêmeas
tendem a fazer sua postura distante da colônia de afídeos, para
garantir que não ocorra canibalismo por indivíduos de outro grupo
de larvas (OSAWA, 1989).
A predação intraespecífica é observada em uma grande
variedade de animais e é um fenômeno que ocorre geralmente
quando existe escassez do alimento preferencial sendo, portanto,
uma estratégia de sobrevivência da espécie, tendo, também, papel
autorregulador (AGARWALA; DIXON, 1992). Os ovos dos
coccinelídeos são utilizados como alimento por um baixo número de
predadores, se comparados com ovos de espécies-praga, como
algumas espécies de Lepidoptera que coexistem no mesmo habitat
(COTTRELL; YEARGAN, 1998 a,b). Isso ocorre porque os ovos são
protegidos por alcaloides, como as pirazinas e quinolenes (AYER;
BROWNE, 1977; AGARWALA; YASUDA, 2001). O período de cerca
de um dia em que a larva permanece sobre o cório dos ovos recém-
eclodidos e, ainda, a ocorrência de ovos inférteis em uma massa de
ovos facilitam o canibalismo de ovos da mesma progênie, ou
interespecífica. O canibalismo de ovos da espécie nativa
Coleomegilla maculata Degeer diminui durante a antese, quando
ocorre abundância de pólen. Entretanto, para a espécie exótica H.
axyridis, na ausência da presa, mesmo com fonte de alimento
suficiente, como pólen, a predação de ovos também é alta
(COTTRELL; YEARGAN, 1998b). Em experimento de predação de
ovos e canibalismo em laboratório, Cottrell (2005) mostrou que ovos
de duas espécies nativas americanas, C. maculata e Olla v-nigrum,
foram mais predados do que os ovos da espécie exótica Harmonia
axyridis. Com a adição de fonte alternativa de alimento, houve
redução do canibalismo e predação; entretanto, na ausência de
recurso alimentar, as duas espécies nativas predaram menos que a
exótica que foi mais agressiva, alimentando-se dos ovos de ambas
as espécies.
Competição intraguilda
Embora sejam poucos os estudos de campo com coccinelídeos
que mostram a competição intraguilda, observações de laboratório
indicam que algumas espécies de afidófagos apresentam melhor
desempenho se puderem explorar outro tipo de alimento que não os
afídeos. Estudos do comportamento de canibalismo e a predação
intraguilda são utilizados em bioensaios para avaliação do possível
impacto das espécies exóticas de Coccinellidae sobre as nativas
(BURGIO et al., 2002, 2005). Harmonia axyridis tem se mostrado
um forte competidor intraguilda (TAKAHASHI, 1989; YASUDA;
OHNUMA, 1999; KAJITA et al., 2000; YASUDA et al., 2001). Larvas
de A. bipunctata sobrevivem alimentando-se de ovos de H. axyridis,
mas não da sua própria espécie (SATO; DIXON, 2004) embora
adultos e as larvas de último ínstar de H. axyridis alimentem-se de
ovos de A. bipunctata (BURGIO et al., 2002).
Nos EUA, em plantações de pecan, adultos de H. axyridis se
sobrepõem no espaço e no tempo com Olla v-nigrum, e os ovos de
ambas as espécies são comumente encontrados nas folhas.
Quando o alimento preferencial é abundante, o canibalismo de ovos
(predação intraguilda) quase não ocorre (COTTRELL, 2004).
Gardiner e Landis (2007) estudaram o impacto intraguilda na
dinâmica populacional de afídeos da soja a fim de comparar o
impacto da predação entre os predadores Aphidoletes aphidimyza
Rondani (Diptera, Cecidomiidae), Chrysoperla carnea (Stephens)
(Neuroptera, Chrysopidae) e H. axyridis e as duas espécies sem H.
axyridis. Os resultados mostraram que a presença de H. axyridis
pode contribuir no declínio de A. aphidimyza e C. carnea, entretanto
o controle biológico dos afídeos da soja não apresentaria resultados
melhores com a retirada de H. axyridis do sistema, ou seja, H.
axyridis, mesmo atuando como predador intraguilda, contribui para o
declínio das colônias de afídeos.
A espécie asiática H. axyridis foi introduzida pela primeira vez
nos EUA em 1916, na Califórnia, e, em outros estados, entre 1978 e
1982. Não se estabeleceu até 1988, quando foi novamente coletada
em diversos estados. Desde essa época, tem mostrado grande
voracidade para os afídeos-praga, assim como competido com as
espécies nativas, desalojando-as. Vários estudos mostram que,
após a entrada de H. axyridis nos EUA, foram reduzidas as
densidades dos predadores nativos, enquanto sua densidade foi
incrementada (COLUNGA-GARCIA; GAGE, 1998; BROWN;
MILLER, 1998; MICHAUD, 2002; ALYOKHIN; SEWELL, 2004;
SAINI, 2004), em consequência da predação intraguilda
(COTTRELL;2005; MICHAUD, 2002; COTTRELL, 2004; YASUDA et
al., 2004). Essa espécie parece ser tão agressiva que pode impactar
populações da borboleta-monarca, Danaus plexippus L. (KOCH et
al., 2004b).
Um fator desagradável é que H. axyridis tem o hábito de se
agregar e invadir casas e prédios, entrando em arquivos,
computadores e máquinas, e importunando as pessoas (NALEPA et
al., 2004, 2005). Além disso, pode eventualmente se alimentar de
uvas, causando danos (KOCH et al., 2004b) e contaminando a
produção de vinho (PICKERING et al., 2004; GALVAN et al., 2006).
Na Argentina, H. axyridis foi introduzida em Mendoza, no final
da década de 1990 e, em Buenos Aires, foi coletada pela primeira
vez no final de 2001 (SAINI, 2004). Esse mesmo autor observou que
a porcentagem de Cycloneda sanguinea, Olla v-nigrum, Eriopis
connexa L., Coleomegilla quadrifasciata (Schoenherr) e Adalia
bipunctata L. reduziu significativamente de 2001 a 2004, sugerindo
que a espécie exótica estaria desalojando os predadores
comumente encontrados.
No Brasil, Harmonia axyridis foi aparentemente introduzida de
forma acidental em abril de 2002, em Curitiba, alimentando-se do
afídeo Tinocallis kahawaluokalani, (Kirkaldy) em estremosa,
Lagerstroemia indica, espécie muito utilizada em arborização urbana
da cidade. Logo em seguida, adultos e larvas foram encontrados
alimentando-se de Cinara atlantica (Wilson) e C. pinivora (Wilson)
(pulgões-gigantes-do-pinus). As larvas foram encontradas nas
partes baixas de plantas jovens (ALMEIDA; SILVA, 2002).
Em coletas de coccinelídeos desde 1999, em Curitiba, várias
espécies tinham sido relatadas alimentando-se de afídeos, psilídeos
e cochonilhas. Depois de 2002, data da introdução de H. axyridis,
tanto a variedade das espécies como o número de indivíduos
observados têm se mostrado menor, provavelmente em razão da
voracidade dessa espécie, a qual já mostrou, em outros locais onde
foi introduzida, a capacidade de desalojar as espécies nativas.
Segundo Koch et al. (2006), a invasão de H. axyridis, no Brasil e em
outros lugares da América do Sul, parece já estar estabelecida e,
tendo em vista que a erradicação de espécies exóticas é difícil ou
mesmo impossível, o melhor que se pode fazer é procurar retardar
sua propagação ou tentar obter benefícios com sua introdução. Os
autores até sugerem que a espécie seja utilizada em áreas onde
ainda não esteja estabelecida e mais afetadas por pragas.
Entretanto, chamam a atenção para o fato de que essa espécie está
relacionada a impactos nocivos como ameaça nas áreas produtoras
de frutas e a organismos não alvos.
Inimigos naturais
As substâncias tóxicas exsudadas pelos coccinelídeos os
protegem de muitos grandes predadores como mamíferos, alguns
pássaros, répteis e anfíbios. Porém, algumas espécies são
predadas, principalmente, por pássaros, os quais se alimentam no
voo e parecem ser mais resistentes aos efeitos tóxicos dos
alcaloides, pois eles não têm tempo para reconhecer sua presa
(MAJERUS, 1994). Grandes agregações de coccinelídeos durante
hibernação podem servir de alimento para mamíferos.
Entre os invertebrados, os artrópodes são os inimigos naturais
mais comuns dos coccinelídeos. Como exemplos existem várias
espécies de aranhas que se alimentam de C. septempunctata,
Anatis ocellata L. e Exochomus quadripustulatus (L.), capturados em
teias de Araneus diadematus e A. quadratus (MAJERUS, 1994).
Formigas podem matar larvas e adultos de coccinelídeos que
entrem no ninho ou interfiram no suprimento de alimento
(honeydew) produzido pelos afídeos. Grupos de afídeos A. fabae
foram defendidos pelas formigas Myrmica ruginodis Nylander que
afastavam os coccinelídeos próximos da colônia, porém os
ignoravam quando estes estavam nas folhas das plantas longe da
colônia de afídeos (JIGGINS et al., 1993). Richerson (1970) listou
quase 100 parasitas, incluindo ácaros, nematoides e insetos,
hospedeiros de coccinelídeos, porém ainda há poucas informações
sobre seu comportamento. Há poucos registros de parasitismo de
ovo. A grande maioria dos parasitas se desenvolve em larvas,
pupas ou adultos. Entre os Diptera, as espécies de Phoridae são os
mais importantes parasitos. Hodek e Honek (1996) fizeram uma
compilação de trabalhos de Richerson (1970), Klausnitzer (1976) e
Disney et al. (1994) onde são listadas 25 espécies de coccinelídeos
parasitados por Phalacrotophora berolinensis Schmitz e
Phalacrotophora fasciata (Fallén), as mais importantes da Europa,
Ásia e parte da Rússia.
Os parasitoides (Hymenoptera) talvez sejam os inimigos
naturais mais importantes dos coccinelídeos. As principais espécies
de parasitoides pertencem às famílias Braconidae, Encyrtidae e
Eulophidae. Dinocampus coccinellae (Schrank) é um Braconidae
cosmopolita, endoparasita, da subfamília Euphorinae, que tem sido
muito estudado, pois utiliza mais de 40 espécies de coccinelídeos
como hospedeiro, especialmente adultos da subfamília
Coccinellinae (Figura 8) e apresenta preferência por espécies de
tamanho maior. Outras espécies de parasitoides da mesma
subfamília podem ovipositar em formas jovens de coccinelídeos. Na
subfamília Encyrtidae, o gênero Homalotylus possui mais de 30
espécies conhecidas de parasitoides de Coccinellidae. Os
Tetrastichinae são os parasitoides mais conhecidos entre os
Eulophidae e a maioria no gênero Tetrastichus, a maior parte ataca
ovos e outros como hiperparasitas. Ainda entre os Eulophidae, uma
espécie de Entedontinae, Pediobius foveolatus, é um parasitoide de
larvas de Epilachninae da região da Etiópia, oriental e australiana
(HODEK; HONEK, 1996).
Figura 8. Cycloneda sanguinea em Pinus sp. parasitada por
Dinocampus coccinellae (Hymenoptera).
Fotos: Venicio Borges da Silva
Referências
AGARWALA, B. K.; DIXON, A. F. G. Laboratory study of cannibalism and interspecific
predation in ladybirds. Ecological Entomology, Oxford, v. 17, p. 303-309, 1992.
AGARWALA, B. K.; YASUDA, H. Overlapping oviposition and chemical defense of eggs in
two co-occurring species of ladybird predators of aphids. Journal of Ethology, Tokyo, v.
19, p. 47-53, 2001.
ALMEIDA, L. M.; MARINONI, R. C. Desenvolvimento de três espécies de Epilachna
(Coleoptera: Coccinellidae) em três combinações de temperatura e fotoperíodo. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 21, p. 927-939, 1986.
ALMEIDA, L. M.; MILLÉO, J. The immature stages of Psyllobora gratiosa Mader, 1958
(Coleoptera: Coccinellidae) with some biological aspects. Journal of the New York
Entomological Society, Lancaster, v. 106, p. 170-176, 1998.
ALMEIDA, L. M.; RIBEIRO, C. S. Morfologia dos estágios imaturos de Epilachna cacica
Guérin, 1844 (Coleoptera, Coccinellidae). Revista Brasileira de Entomologia, Curitiba, v.
30, p. 43-49, 1986.
ALMEIDA, L. M.; SILVA, V. B. Primeiro registro de Harmonia axyridis (Pallas) (Coleoptera,
Coccinellidae): um coccinelídeo da região Paleártica. Revista Brasileira de Zoologia,
Curitiba, v. 19, p. 941-944, 2002.
ALMEIDA, L. M.; VITORINO, M. D. A new species of Hyperaspis Redtenbacher
(Coleoptera: Coccinellidae) and notes about the life habits. The Coleopterist’s Bulletin,
Washington, DC, v. 51, p. 213-216, 1997.
ALYOKHIN, A.; SEWELL, G. Changes in a lady beetle community following the
establishment of three alien species. Biological Invasions, Dordrecht, v. 6, p. 463-471,
2004.
ARAUJO-SIQUEIRA, M.; ALMEIDA, L. M. Comportamento e ciclo de vida de Epilachna
vigintioctopunctata (Fabricius) (Coleoptera, Coccinellidae) em Lycopersicum esculentum
Mill. (Solanaceae). Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba, v. 21, p. 543-550, 2004.
AYER, W. A.; BROWNE, L. M. The ladybug alkaloids including synthesis and biosynthesis.
Heterocycles, Amsterdam, v. 7, p. 685-707, 1977.
BANKS, C. J. The searching behaviour of coccinellid larvae. Animal Behaviour, London, v.
2, p. 37-38, 1954.
BARBIER, R.; LE LANNIC, J.; BRUN, J. Récepteurs sensoriels des palpes maxillaries e
Coccinellidae adultes aphidophages, coccidophages et phytophages. Bulletin de la
Société Zoologique de France, Paris, v. 121, p. 255-268, 1996.
BRAFIELD, A. E.; LLEWELLYN, M. J. Animal energetics. Glasgow: Blackie, 1982. 168 p.
BROWN, M. W.; MILLER, S. S. Coccinellidae (Coleoptera) in apple orchards of eastern
West Virginia and the impact of invasion by Harmonia axyridis. Entomological News,
Philadelphia, v. 102, p. 136-142, 1998.
BURGIO, G.; SANTI, F.; MAINI, S. Intra-guild predation and cannibalism between Harmonia
axyridis and Adalia bipunctata adults and larvae: laboratory experiments. Bulletin of
Insectology, Bologna, v. 58, p. 135-140, 2005.
BURGIO, G.; SANTI, F.; MAINI, S. On intra-guild predation and cannibalism in Harmonia
axyridis (Pallas) and Adalia bipunctata L. (Coleoptera: Coccinellidae). Biological Control,
San Diego, v. 24, p. 110-116, 2002.
CARDOSO, J. T.; LÁZZARI, S. M. N. Consumption of Cinara spp. (Hemiptera, Aphididae)
by Cycloneda sanguinea (Linnaeus, 1763) and Hippodamia convergens Guérin-Méneville,
1842 (Coleoptera, Coccinellidae). Revista Brasileira de Entomologia, Curitiba, v. 47, p.
559-562, 2003.
COLUNGA-GARCIA, M.; GAGE, S. H. Arrival, establishment, and habitat use of the
multicolored Asian lady beetle (Coleoptera: Coccinellidae) in a Michigan landscape.
Environmental Entomology, Lanham, v. 27, p. 1574-1580, 1998.
COTTRELL, T. E. Predation and cannibalism of lady beetle eggs by adult lady beetles.
Biological Control, San Diego, v. 34, p. 159-164, 2005.
COTTRELL, T. E. Suitability of exotic and native lady beetle eggs (Coleoptera:
Coccinellidae) for development of lady beetle larvae. Biological Control, San Diego, v. 31,
p. 362-371, 2004.
COTTRELL, T. E.; YEARGAN, K. V. Effect of pollen on Coleomegilla maculata (Coleoptera:
Coccinellidae) population density, predation, and cannibalism in sweet corn.
Environmental Entomology, Lanham, v. 27, p. 1402-1410, 1998b.
COTTRELL, T. E.; YEARGAN, K. V. Influence of a native weed, Acalypha ostryaefolia
(Euphorbiaceae), on Coleomegilla maculata (Coleoptera: Coccinellidae) population density,
predation, and cannibalism in sweet corn. Environmental Entomology, Lanham, v. 27, p.
1375-1385, 1998a.
CROWSON, R. A. The biology of Coleoptera. London: Academic, 1981. 802 p.
DELUCCHI, V. Pullus impexus (Muls.) (Coleoptera: Coccinellidae), a predator of Adelgea
picea (Ratz.) (Hemiptera, Adelgidae) with notes on its parasites. Bulletin of Entomological
Research, London, v. 45, p. 243-278, 1954.
DISNEY, R. H. L.; MAJERUS, M. E. N.; WALPOLE, M. J. Phoridae (Diptera) parasiting
Coccinellidae (Coleoptera). The Entomologist, London, v. 113, p. 28-42, 1994.
DIXON, A. F. G. Insect predator-prey dynamics: ladybirds beetles and biological control.
Cambridge: Cambridge University, 2000. 257 p.
DIXON, A. F. G. The escape response shown by certain aphids to the presence of the
coccinellid Adalia decempunctata (L.). Transaction of the Royal Entomological Society
of London, London, v. 110, p. 319-334, 1958.
EASTOP, V. F.; POPE, R. D. Notes on the biology of some British Coccinellidae. The
Entomologist, London, v. 102, p. 162-164, 1969.
EASTOP, V. F.; POPE, R. D. Notes on the ecology and phenology of some British
Coccinellidae. The Entomologist, London, v. 99, p. 287-289, 1966.
ELLIOT, H.; LITTLE, D. W. Laboratory studies on predation of Chrysophtharta bimaculata
(Olivier) (Coleoptera: Chrysomelidae) eggs by the coccinellids Cleobora mellyi (Mulsant)
and Harmonia conformis (Boisduval). General and Applied Entomology, New South
Wales, v. 12, p. 33-36, 1980.
EVANS, A. C. A note on the hibernation of Micraspis sedecimpunctata L. (var. 12-punctata
L.) (Coccinell.) at Rothamsted Experimental Station. Proceedings of the Royal
Entomological Society of London, London, v. 11, p. 116-119, 1936.
FERREIRA, F. A. S. Morfologia dos estágios imaturos de Eupalea reinhardti Crotch
(Coleoptera, Coccinellidae) e alguns aspectos biológicos. 1997. 25 f. Monografia
(Graduação em Engenharia Florestal) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
FERREIRA, F. A. S; ALMEIDA, L. M. Morfologia dos estágios imaturos de Eupalea
reinhardti Crotch (Coleoptera, Coccinellidae) e alguns aspectos biológicos. Revista
Brasileira de Zoologia, Curitiba, v. 17, p. 315-322, 2000.
FRAZER, B. D. Predators. In: MINKS, A. K.; HARREWIJN, P. (Ed.). Aphids: their biology,
natural enemies and control. Amsterdam: Elsevier, 1988. v. 2B, p. 217-230.
FÜRSCH, H. Taxonomy of Coccinellids. 2007. Disponível em: <http://www.phil.uni-
passau.de/didaktik_natw/fuersch/taxonomy.html>. Acesso em: 09 mar. 2007.
GALVAN, T. L.; KOCH, R. L.; HUTCHISON, W. D. Toxicity of indoxacarb and spinosad to
the multicolored Asian lady beetle, Harmonia axyridis (Coleoptera: Coccinellidae), via three
routes of exposure. Pest Management Science, Sussex, v. 62, p. 797-804, 2006.
GARDINER, M. M.; LANDIS, D. A. Impact of intraguild predation by adult Harmonia axyridis
(Coleoptera: Coccinellidae) on Aphis glycines (Hemiptera: Aphididae) biological control in
cage studies. Biological Control, San Diego, v. 40, p. 386-395, 2007.
GHORPADE, K. D. Ballia eucharis (Coleoptera: Coccinellidae) breeding on Cicadellidae
(Homoptera) at Shillong. Current Research, Jerusalem, v. 8, p. 1-113, 1979.
GOIDANICH, A. Due Coccinelle igrofile e pollinivore sul riso (Hippodamia 13-punctata L.,
Anisosticta 19-punctata L.). Risocult, [S.l.], v.33, p. 145-156, 1943.
GORDON, R. D. The Coccinellidae (Coleoptera) of America North of Mexico. Journal of
the New York Entomological Society, New York, v. 93, p. 352-599, 1985.
HAFEZ, M.; EL-ZIADY, S. Studies on the biology of Hyperaspis vinciguerrae Capra, with a
full description of the anatomy of the fourth stage larva. Bulletin de la Société Fouad 1er
d’ Entomologie, Cairo, v. 36, p. 211-246, 1952.
HAGEN, K. S. Biology and ecology of predaceous Coccinellidae. Annual Review of
Entomology, Palo Alto, v. 7, p. 289- 326, 1962.
HAGEN, K. S.; VAN DEN BOSCH, R. Impact of pathogens, parasites, and predators on
aphids. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 13, p. 325-384, 1968.
HALES, D. Population dynamics of Harmonia conformis (Boisd.) (Coleoptera:
Coccinellidae) on acacia. General and Applied Entomology, New South Wales, v. 11, p.
3-8, 1979.
HARRIS, H. H. T. P. A note on Ortalia pallens Muls. South African Journal of Science,
Cape Town, v. 17, p. 170-171, 1921.
HATCH, M. H. The beetles of the Pacific Northwest: part III: Pselaphidae and
Diversicornia. Seattle: University of Washington, 1961. 503 p.
HAWKES, O. A. M. Observations on the life history, biology and genetics of the ladybird
beetle Adalia bipunctata Mulsant. Journal of Zoology, London, v. 33, p. 475-490, 1920.
HEINZ, K. M.; ZALOM, F. G. Performance of the predator Delphastus pusillus on Bemisia
resistant and susceptible tomato lines. Entomologia Experimentalis et Applicata,
Dordrecht, v. 81, p. 345-352, 1996.
HEMPTINNE, J. L.; NAISSE, J. Ecophysiology of the reproductive activity of Adalia
bipunctata (Coleoptera, Coccinellidae). Mededelingen van de Faculteit der
Landbouwwetenschappen, Rijksuniversiteit Gent, Gent, v. 52, p. 225-233, 1987.
HODEK, I. Biology of Coccinellidae. Prague: W. Junk, 1973. 260 p.
HODEK, I. Bionomics and ecology of predaceous coccinellidae. Annual Review of
Entomology, Palo Alto, v. 12, p. 79-104, 1967.
HODEK, I. Ecology of aphidophagous Coccinellidae. In: INTERNATIONAL CONFERENCE
ON INSECT PATHOLOGY AND BIOLOGICAL CONTROL, 1., 1959. Prague.
Proceedings… Prague: [s.n.], 1959. p. 543-547.
HODEK, I. Essential and alternative food in insects. In: INTERNATIONAL CONGRESS OF
ENTOMOLOGY, 11., 1960, Vienna. Transactions… Vienna: [s.n.], 1962. v. 2, p. 696-697.
HODEK, I. Influence of temperature, relative humidity and photoperiodicity on the speed of
development of Coccinella 7-punctata L. Cas. Cs. Spol. Entomol., v. 55, p. 121-141, 1958.
HODEK, I. Prey and habit specificity in aphidophagous predators (a review). Biocontrol
Science & Technology, Oxford, v. 3, p. 91-100, 1993.
HODEK, I.; HONEK, A. Ecology of Coccinellidae. Dordrecht: Kluwer, 1996. 464 p.
HODEK, I.; HONEK, A. Sampling, rearing and handling of aphid predators. In: MINKS, A.
K.; HARREWIJN, P. (Ed.). Aphid: their biology, natural enemies and control. Amsterdam:
Elsevier, 1988. v. 2B, p. 311-321.
HODEK, I.; LANDA, V. Anatomical and histological changes during dormancy in two
Coccinellidae. Entomophaga, Paris, v. 16, p. 239-251, 1971.
HOELMER, K. A.; OSBORNE, L. S.; YOKOMI, R. K. Reproduction and feeding behaviour of
Delphastus pusillus (Coleoptera: Coccinellidae), a predator of Bemisia tabaci (Homoptera:
Aleyrodidae). Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 86, p. 322-329, 1993.
HOWLAND, D. E.; HEWITT, G. M. Phylogeny of coleoptera based on mitochondrial
cytochrome oxidase 1 sequence data. Insect Molecular Biology, Oxford, v. 4, p. 203-215,
1995.
IBRAHIM, M. M. Studies on Coccinella undecimpunctata aegyptica Reiche 1: preliminary
notes and morphology on the early stages. Bulletin of the Entomological Society of
Egypt, Cairo, v. 39, p. 251-274, 1955a.
IBRAHIM, M. M. Studies on Coccinella undecimpunctata aegyptica Reiche 2: biology and
life-story. Bulletin of the Entomological Society of Egypt, Cairo, v. 39, p. 395-423,
1955b.
IPERTI, G. Biodiversity of predaceous Coccinellidae in relation to bioindication and
economic importance. Agriculture, Ecosystems & Environment, Amsterdam, v. 74, p.
323-342, 1999.
IPERTI, G. Comportement naturel des Coccinelles aphidiphages du Sud-Est de la France.
Leur type de spécificité, leur action prédatrice sur Aphis fabae L. Entomophaga, Paris, v.
11, p. 203-210, 1966.
IPERTI, G. Contribution à l’étude de la specificité chez lês principales coccinelles
aphidiphages dês Alpes Maritimes et dês Basses-Alpes. Entomophaga, Paris, v. 10, p.
159-178, 1965a.
IPERTI, G. Ecobiologie des coccinelles aphidiphages: les migrations. In: IMPACT de la
structure des paysages agricoles sur la protection des cultures. Les Colloques de INRA,
Paris, v. 36, p. 107-120, 1986.
IPERTI, G. Perspective d’utilisation rationelle des coccinelles aphidiphages dans la
protection des cultures. In: CONGRÈS DES SOCIETY SAVANTES, 90., 1965, Nice.
Proceedings… Nice: [s.n.], 1965b. v. 2, p. 544-555.
IPERTI, G.; KATSOYANNOS, P.; LAUDEHO, Y. Etude comparative de l’anatomie des
coccinelles aphidiphages et coccidiphages et appartenance d’Exochomus quadripustulatus
L. à l’un de ces groupes entomophages (Col., Coccinellidae). Annales de la Société
Entomologique de France, Paris, v. 13, p. 427-437, 1977.
IPERTI, G.; LAUDEHO, Y.; BRUN, J.; JANVRY, E. C. Les entomophages de Parlatoria
blanchardi Targ. Dans les palmerales de l’Adrar mauritanien III. Introduction, acclimatation
et efficacité d’un nouveau prédateur Coccinellidae. Annales de Zoologie Ecologie
Animale, Paris, v. 2, p. 617- 638, 1970.
JIGGINS, C.; MAJERUS, M.; GOUGH, U. Ant defense of colonies of Aphids fabae Scopoli
(Hemiptera: Aphididae) against predation by ladybirds. British Journal of Entomology
and Natural History, London, v. 6, p. 129-137, 1993.
KAIRO, M. T. K.; MURPHY, S. T. The life history of Rodolia iceryae Janson (Col.,
Coccinellidae) and the potential for use in innoculative releases against Icerya pattersoni
Newstead (Hom., Margarodidae) on coffee. Journal of Applied Entomology, Hamburg, v.
119, p. 487-491, 1995.
KAJITA Y.; TAKANO, F.; YASUDA, H.; AGARWALA, B. K. Effects of indigenous ladybird
species (Coleoptera: Coccinellidae) on the survival of an exotic species in relation to prey
abundance. Applied Entomology and Zoology, Tokyo, v. 35, p. 473-479, 2000.
KALASKAR, A.; EVANS, E. W. Larval responses of aphidophagous lady beetles
(Coleoptera: Coccinellidae) to weevil larvae versus aphids as prey. Annals of the
Entomological Society of America, Lanham, v. 94, p. 76-81, 2001.
KATO, C. M.; BUENO, V. H. P.; MORAES, J. C.; AUAD, A. M. Criação de Hippodamia
convergens Guérin-Meneville (Coleoptera: Coccinellidae) em ovos de Anagasta kuehniella
(Zeller) (Lepidoptera: Pyralidae). Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Londrina,
v. 28, p. 455-459, 1999.
KATSOYANNOS, P. Recherches sur la biologie de quelques espèces de Coccinellidae
(Coleoptera) prédateurs de cochonilles (Homoptera, Coccoidea) dans la région
méditerranéenne orientale. 1983. 172 f. Thèse (Docteur d’Etat) - l’Univ. P. Sabatier de
Toulouse, Toulouse.
KESTEN, U. Zur Morphologie und Biologie von Anatis ocellata (L.). (Coleoptera,
Coccinellidae). Zeitschrift für Angewandte Entomologie, Berlin, v. 63, p. 412-445, 1969.
KLAUSNITZER, B. Katalog der Entomoparasiten der mitteleuropäischen Coccinellidae
(Col.). Studia Entomologica Forest, Praha, v. 2, p. 121-130, 1976.
KLAUSNITZER, B. Zur Nahrungsökologie der mitteleuropäischen Coccinellidae (Col.).
Jahrbücher Naturwissenschftlicher Verlage Wuppertal, Berlin, v. 46, p.15-22, 1993.
KOCH, R. L., BURKNESS, E. C., BURKNESS S. J.; HUTCHISON, W. D. Phytophagous
preferences of the multicolored asian lady beetle (Coleoptera, Coccinellidae) for Autumn-
Ripening fruit. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 97, p. 539-544. 2004a.
KOCH, R. L.; VENETTE, R. C.; HUTCHISON, W. D. Nontarget effects of the multicolored
asian lady beetle (Coleoptera: Coccinellidae): case study with the monarch butterfly
(Lepidoptera: Nymphalidae). American Entomologist, Baltimore, v. 50, p. 155-156, 2004b.
KOCH, R. L.; VENETTE, R. C.; HUTCHISON, W. Invasions by Harmonia axyridis (Pallas)
(Coleoptera: Coccinellidae) in the western hemisphere: implications for South America.
Neotropical Entomology, Londrina, v. 35, p. 421-434, 2006.
LIMA, I. M. M. Ciclo de vida de Zagloba Beaumonti Casey, 1899 (Coleoptera:
Coccinellidae) como predador de Diaspis echinocacti (Bouché, 1833) (Hemiptera:
Diaspididae): duração, sobrevivência e fertilidade. 1999. 175 f. Tese (Doutorado em
Ciências Biológicas) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
MAJERUS, M. E. N. Ladybirds. London: Harper Collins, 1994. 367 p.
MALCOM, S. B. Chemical defense in chewing and sucking insect herbivores: plant-derived
cardenolides in the monarch buttlerfly and oleander aphid. Chemoecology, Stuttgart, v. 1,
p. 12-21, 1990.
MARINONI, R. C.; RIBEIRO-COSTA, C. S. Aspectos bionômicos de Epilachna paenulata
(Germar,1824) (Coleoptera: Coccinellidae) em quatro diferentes plantas hospedeiras
(Cucurbitaceae). Revista Brasileira de Entomologia, Curitiba, v. 31, p. 421-430, 1987.
MICHAUD, J. P. Invasion of the Florida citrus ecosystem by Harmonia axyridis (Coleoptera:
Coccinellidae) and asymmetric competition with a native species, Cycloneda sanguinea.
Environmental Entomology, Lanham, v. 31, p. 827-835, 2002.
MILLS, N. J. Essential and alternative foods for some British Coccinellidae (Coleoptera).
Entomologist’s Gazette, Oxon, v. 32, p. 197-202, 1981.
MISE, K. M. Aspectos biológicos de Harmonia axyridis (Pallas) (Coleoptera,
Coccinellidae) predador de Aphididae. 2004. 28 f. Monografia (Graduação em Ciências
Biológicas) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
MISE, K. M.; ALMEIDA, L. M.; MILLÉO, J.; ZONTA-DE-CARVALHO, R. C. Aspectos
biológicos de Harmonia axyridis (Pallas) (Coleoptera, Coccinellidae), predador de
Aphididae. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 20., 2004, Gramado.
Anais... Londrina: Sociedade Entomológica do Brasil, 2004. v. 1, p. 279.
NAKAJO, J. C. Aspectos morfológicos e biológicos de Olla v-nigrum (Mulsant, 1866)
(Coleoptera, Coccinellidae) alimentados com Platycorypha nigrivirga Burckhardt,
1987 (Hemiptera, Psyllidae). 2006. 95 f. Tese (Mestrado em Entomologia) - Universidade
Federal do Paraná, Curitiba.
NAKAMURA, K. Mechanism of the switchover from extensive to area-concentrated search
behaviour of the ladybird beetle, Coccinella septempunctata. Journal of Insect
Physiology, Oxford, v. 31, p. 849-856, 1985.
NALEPA, C. A.; BAMBARA, S. B.; BURROUGHS, A. M. Pollen and nectar feeding by
Chilocorus kuwanae (Silvestri) (Coleoptera: Coccinellidae). Proceedings of the
Entomological Society of Washington, Washington, DC, v. 94, p. 596-597, 1992.
NALEPA, C. A.; KENNEDY, G. G.; BROWNIE, C. Orientation of multicolored asian lady
beetles to buildings. American Entomologist, Baltimore, v. 50, p. 165-166. 2004.
NALEPA, C. A.; KENNEDY, G. G.; BROWNIE, C. Role of visual contrast in the alighting
behavior of Harmonia axyridis (Coleoptera: Coccinellidae) at overwintering sites.
Environmental Entomology, Lanham, v. 34, p. 425-431, 2005.
OBRYCKI, J. J.; KRING, T. J. Predaceous coccinellidae in biological control. Annual
Review of Entomology, Palo Alto, v. 43, p. 295-321, 1998.
OLIVEIRA, N. C.; WILCKEN, C. F.; MATOS, C. A. O. Ciclo biológico e predação de três
espécies de coccinelídeos (Coleoptera, Coccinellidae) sobre o pulgão-gigante-do-pinus
Cinara atlantica (Wilson) (Hemiptera, Aphididae). Revista Brasileira de Entomologia,
Curitiba, v. 48, p. 529-533, 2004.
OLKOWSKIM, W.; ZHANG, A.; SIERS, P. Improved biocontrol techniques with lady beetles.
IPM Journal: monitoring the field of pest management, Berkeley, v. 12, p. 1-12, 1990.
ONGAGNA, P.; GIUPE, L.; IPERTI, G.; FERRAN, A. Cycle de développement d’Harmonia
axyridis (Coleoptera, Coccinellidae) dans son aire d’introduction le sud-est de la France.
Entomophaga, Paris, v. 38, p. 125-128, 1993.
OSAWA, N. Sibling and non-sibling cannibalism by larvae of a lady beetle Harmonia
axyridis Pallas (Coleoptera, Coccinellidae) in the field. Researches on Population
Ecology, Tokyo, v. 31, p. 153-160, 1989.
PASTEELS, J. M.; DEROE, C.; TURSCH, B.; BRAEKMAN, J. C.; DALOZE, D.; HOOTELE,
C. Distribution et activités des alcaloides defensifs des Coccinellidae. Journal of Insect
Physiology, Oxford, v. 19, p. 1771-1784, 1973.
PICKERING, G.; LIN, J.; RIESEN, R.; REYNOLDS, A.; BRINDLE, I.; SOLEAS, G. Influence
of Harmonia axyridis on the sensory properties of white and red wine. American Journal of
Enology and Viticulture, Reedley, v. 55, p. 153-159, 2004.
POPE, R. D. The species of Scymnus (s.str.), Scymnus (Pullus) and Nephus (Col.,
Coccinellidae) occurring in the British Isles. The Entomologist’s Monthly Magazine,
Oxford, v. 109, p. 3-39, 1973.
POPE, R. D.; LAWRENCE, J. F. A review of Scymnodes Blackburn, with the description of a
new australian species and its larva (Coleoptera: Coccinellidae). Systematic Entomology,
London, v. 15, p. 241-252, 1990.
POUTIERS, R. Sur le comportement du Novius cardinalis vis-à-vis de certains alcaloides.
Compte rendu des Síonces de la Societé de Biologie, Paris, v. 103, p. 1023-1025, 1930.
PRADHAM, S. The alimentary canal and pro-epithelial regeneration in Coccinella
septempunctata with a comparison of carnivorous and herbivorous coccinellids. The
Quarterly Journal of Microscopical Science, London, v. 81, p. 451-478, 1939.
PRADHAM, S. The alimentary canal of Epilachna indica (Coccinellidae, Coleoptera) with a
discussion on the activity of the mid-gut epithelium. Journal of the Royal Asiatic Society
of Bengal Science, Calcutta, v. 2, p. 127-156, 1936.
PUTMAN, W. I. Bionomics of Stethorus punctillum Weise (Coleoptera: Coccinellidae) in
Ontario. The Canadian Entomologist, Ottawa, v. 87, p. 9-33, 1955.
QUILICI, S. Etude biologique de Propylea quatuordecimpunctata I. (Coleoptera,
Coccinellidae). efficacité prédatrice comparée de tríos types de coccinelles
aphidiphages em lutte biologique contre les pucerons sous serres. 1981. 257 f. Thèse
(Doctorat de 3ème Cycle) - Université Pierre et Marie Curie, Paris.
RANA, J. S.; DIXON, A. F. G.; JAROSIK, V. Costs and benefits of prey specialization in a
generalist insect predator. Journal of Animal Ecology, Oxford, v. 71, p. 15-22, 2002.
RIBEIRO, C. S.; ALMEIDA, L. M. Descrição dos estágios imaturos de Epilachna spreta
(Muls., 1850) (Coleoptera, Coccinellidae), com redescrição, comentários e chave para três
outras espécies. Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba, v. 6, p. 99-110, 1989.
RICCI, C. Sulla costituzione e funzione delle mandibole delle larve di Tythaspis
sedecimpunctata (L.) e Tythaspis trilineata (Weise). Frustula Entomologica, Pisa, v. 3, p.
205-212, 1982.
RICHARDS, D. R.; EVANS, E. W. Reproductive responses of aphidophagous lady beetles
(Coleoptera: Coccinellidae) to nonaphid diets: an example from alfafa. Annals of the
Entomological Society of America, Lanham, v. 91, p. 632-640, 1998.
RICHERSON, J. V. A world list of parasites of Coccinellidae. Journal of the Entomological
Society of British, Columbia, v. 67, p. 33-48, 1970.
ROTHSCHILD, M. Defensive odours and müllerian mimicry among insects. Transactions
of the Royal Entomological Society of London, London, v. 113, p. 101-121, 1961.
ROTHSCHILD, M.; EUW, J. von; REICHSTEIN, T. Cardiac glycosides in the oleander aphid
Aphis nerii. Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 16, p. 1191-1195, 1970.
SAINI, E. D. Presencia de Harmonia axyridis (Pallas) (Coleoptera: Coccinellidae) en la
Província de Buenos Aires: aspectos biológicos y morfológicos. Revista de
Investigaciones Agropecuarias, Buenos Aires, v.33, p.151-160, 2004.
SAMWAYS, M. J.; WILSON, S. J. Aspects of the feeding behaviour of Chilocorus nigritus
(F.). (Col., Coccinellidae) relative to its effectiveness as a biocontrol agent. Journal of
Applied Entomology, Hamburg, v. 106, p. 177-182, 1988.
SATO, S.; DIXON, A. F. G. Effect of intraguild predation on the survival and development of
three species of aphidophagous ladybirds: consequences for invasive species. Agricultural
and Forest Entomology, Oxford, v. 6, p. 21-24, 2004.
SEZER, S. Etude morphologique, biologique et écologique de Lindorus lophantae
Blaisd. et Scymnus (S.) apetzi Mulsant (Coleoptera, Coccinellidae) dans lê
départment dês Alpes-Maritimes afin de préciser leur efficacité prédatrice à l’egard
dês populations de cochonilles et aphides. 1970. 129 f. Thèse (Docteur-ingénieur) -
Faculte dês Sciences de l’Université de Paris, Paris.
SHAPIRO-ILAN, D. I.; COTTRELL, T. E. Susceptibility of lady beetles (Coleoptera:
Coccinellidae) to entomopathogenic nematodes. Journal of Invertebrate Pathology, New
York, v. 89, p. 150-156, 2005.
SILVA, R. A.; ALMEIDA, L. M.; BUSOLI, A. C. Morfologia dos imaturos e do adulto de
Coccidophilus citricola Brèthes (Coleoptera, Coccinellidae, Sticholotidinae), predador de
cochonilhas-de-carapaça (Hemiptera, Diaspididae) de citros. Revista Brasileira de
Entomologia, Curitiba, v. 49, p. 29-35, 2005.
SILVA, R. A.; BUSOLI, A. C.; CHAGAS FILHO, N. R. Biological aspects of Coccidophilus
citricola Brethes, 1905 (Coleoptera: Coccinellidae). Revista do Centro de Ciência Rural,
Santa Maria, v. 34, p. 667-672, 2004.
SLOGGETT, J. J.; MAJERUS, M. E. N. Habitat preferences and diet in the predatory
Coccinellidae (Coleoptera): an evolutionary perspective. Biological Journal of the
Linnean Society, London, v. 70, p. 63-88, 2000.
SMITH, B. C. A technique for rearing coccinellid beetles on dry foods, and influence of
various pollens on the development of Coleomegilla maculata lengi Timb. (Coleoptera:
Coccinellidae). Canadian Journal of Zoology, Ottawa, v. 38, p. 1047-1049, 1960.
STRAND, M. R.; OBRYCKY, J. J. Host specificity of insects parasitoids and predators.
Bioscience, Washington, DC, v. 46, p. 422-429, 1996.
SUBRAMANYAM, T. V. Coptosoma ostensum Dist. and its enemy Synia melanaria Mul.
Journal of the Bombay Natural History Society, Mumbai, v. 30, p. 924-925, 1925.
TAKAHASHI, K. Cannibalism by the larvae of Coccinella septempunctata brucki Mulsant
(Coleoptera: Coccinellidae) in mass-rearing experiments. Japanese Journal of Applied
Entomology and Zoology, Kyoto, v. 31, p. 201-205, 1987.
TAKAHASHI, K. Intra- and interspecific predations of lady beetles in spring alfalfa Welds.
Japanese Journal of Entomology, Kyoto, v. 57, p. 199-203, 1989.
TURIAN, G. Coccinelles micromycétophages (Col.). mitteilungen der deutschen
gesellschaft für allgemeine und angewandte entomologie, Berlin, v. 42, p. 52-57, 1969.
TURSCH, B.; BRAEKMAN, J. C.; DALOZE, D.; HOOTELE, C.; LOSMAN, D.; KARLSSON,
R.; PASTEELS, J. M. Chemical ecology of arthropods, VI. Tetrahedron Letters, Oxford, v.
3, p. 201-202, 1973.
TURSCH, B.; DALOZE, D.; DUPONT, M.; HOOTELE, C.; KAISIN, M.; PASTEELS, J. M.;
ZIMMERMANN, D. Coccinellin, the defensive alkaloid of the beetle Coccinella
septempunctata. Chimia, Zürich, v. 25, p. 307, 1971b.
TURSCH, B.; DALOZE, D.; DUPONT, M.; PASTEELS, J. M.; TRICOT, M. C. A defense
alkaloid in a carnivorous beetle. Experimentia, Basel, v. 27, p. 1380, 1971a.
TURSCH, B.; DALOZE, D.; HOOTELE, C. The alkaloid of Propylea quatuordecimpunctata
L. (Coleoptera, Coccinellidae). Chimia, Zürich, v. 26, p. 74, 1972.
VANDENBERG, N. J. Coccinellidae Latreille 1807. In: ARNETT JUNIOR, R. H.; THOMAS,
M. C.; SKELLEY, P. E.; FRANK, J. H. (Ed.). American beetles. Florida: CRC, 2002. v. 2, p.
1-19.
VILELA, E. F.; PALLINI, A. Uso de semioquímicos no controle biológico de pragas. In:
PARRA, J. R. P.; BOTELHO, P. S. M.; CORRÊA-FERREIRA, B. S.; BENTO, J. M. S. (Ed.).
Controle biológico no Brasil: parasitoides e predadores. São Paulo: Manole, 2002. p.
529-542.
VILLANUEVA, R. T.; MICHAUD, J. P.; CHILDERS, C. C. Lady beetles as predators of pest
and predacious mites in citrus. Journal of Entomological Science, Griffin, v. 39, p. 23-29,
2004.
VÖLKL, W. Behavioral and morphological adaptations of the coccinellid, Platynaspis
luteorubra for exploiting ant-attended resources (Coleoptera: Coccinellidae). Journal of
Insect Behavior, New York, v. 8, p. 653-670, 1995.
YASUDA, H.; EVANS, E. W.; KAJITA, Y. Asymmetric larval interactions between introduced
and indigenous ladybirds in North America. Oecologia, Berlin, v. 141, p. 722-731, 2004.
YASUDA, H.; KIKUCHI, T.; KINDLMANN, P.; SATO, S. Relationships between attack and
escape rates, cannibalism, and intraguild predation in larvae of two predatory ladybirds.
Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 14, p. 373-384, 2001.
YASUDA, H.; OHNUMA, N. Effect of cannibalism and predation on the larval performance
of two ladybird beetles. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 93, p. 63-
67, 1999.
ZUCCHI, R. A. A taxonomia e o controle biológico de pragas. In: PARRA, J. R. P.;
BOTELHO, P. S. M.; CORRÊA-FERREIRA, B. S.; BENTO, J. M. S. (Ed.). Controle
biológico no Brasil: parasitoides e predadores. São Paulo: Manole, 2002. p. 17-24.
Capítulo 23
Crisopídeos (Neuroptera:
Chrysopidae)
Gilberto S. Albuquerque
Introdução
A família Chrysopidae é integrante de Neuroptera (ou
Planipennia), uma das ordens de Holometabola (insetos de
metamorfose completa) mais antigas, com evidências fósseis a
partir do final da era Paleozoica (período Permiano, há cerca de 270
milhões de anos) (GRIMALDI; ENGEL, 2005). Das mais de 6.000
espécies de Neuroptera conhecidas, aproximadamente 1.200
pertencem à Chrysopidae, o que a torna a segunda maior família da
ordem (Myrmeleontidae, a maior, contém cerca de 2.100 espécies).
Atualmente, os Chrysopidae são divididos em três subfamílias:
Nothochrysinae, Apochrysinae e Chrysopinae, sendo que a última
contém 97% das espécies conhecidas (TAUBER et al., 2003).
Encontram-se distribuídos em todos os continentes, com exceção
da Antártida; curiosamente, espécies nativas são desconhecidas na
Nova Zelândia (DUELLI, 2001). Enquanto algumas espécies têm
ampla distribuição, como Chrysoperla carnea (Stephens), presente
em grande parte das regiões Paleártica e Neártica, muitas estão
restritas a pequenas regiões do planeta (ZELENÝ, 1984; TAUBER et
al., 2003).
Os insetos dessa família são comumente conhecidos no Brasil
como crisopídeos ou bichos-lixeiros, o segundo nome oriundo do
fascinante comportamento que as larvas de muitas espécies
apresentam de carregar detritos em seu dorso. Esses detritos
protegem as larvas contra o ataque de inimigos naturais por meio de
camuflagem ou de barreira física (escudo protetor). Esse
comportamento ocorre em muitas espécies, inclusive na maioria das
que ocorrem na Região Neotropical (ADAMS; PENNY, 1987). Na
laboriosa construção e nas constantes reformas do pacote de lixo,
as larvas utilizam vários materiais, como exoesqueletos de suas
presas, exúvias de artrópodes, insetos mortos (inteiros ou partes),
fibras de origem vegetal ou animal, pedaços de liquens e de cascas
de árvores, teias de aranhas, ceras de insetos e outras partículas
similares que encontram durante seu deslocamento (SMITH, 1926;
CANARD; VOLKOVICH, 2001). O pacote de lixo é mantido preso ao
corpo da larva pela ação de numerosas cerdas longas, lisas ou
serrilhadas, com ponta reta ou em forma de gancho, existentes na
superfície dorsal e nos tubérculos laterais de seu tórax e abdome
(SMITH, 1926; NEW, 1969).
Além desse hábito peculiar das larvas, os crisopídeos
apresentam diversas outras características que conferem defesa a
este e aos demais estágios de desenvolvimento: 1) os ovos são
depositados no topo de pedúnculos longos e finos, às vezes com
gotículas de função repelente, que dificultam o acesso de
predadores (DUELLI; JOHNSON, 1992; EISNER et al., 1996); 2) as
larvas apresentam mandíbulas longas e afiadas (SMITH, 1926) e
podem secretar gotículas de fluido repelente pelo ânus
(LaMUNYON; ADAMS, 1987); 3) as pupas são protegidas por
casulos contendo numerosas camadas de fios de seda firmemente
aderidos, confeccionados pelas larvas de terceiro ínstar ao final de
seu desenvolvimento (GEPP, 1984), e 4) adultos podem emitir
fluidos de cheiro desagradável produzidos por glândulas
protorácicas, com função repelente, e sua coloração,
predominantemente verde na maioria das espécies, é críptica, o que
dificulta sua localização por predadores (SMITH, 1926; CANARD;
VOLKOVICH, 2001). O efeito protetor da coloração é ampliado pelo
hábito de os adultos permanecerem imóveis na face inferior das
folhas durante o dia, razão pela qual esses insetos são dificilmente
vistos por olhos humanos não treinados.
Embora inconspícuos, os crisopídeos são extremamente
atraentes. Os adultos são insetos delicados, de tamanho médio,
com dois pares de asas membranosas repletas de nervuras (par
anterior, maior, com 6 mm a 34 mm de comprimento), olhos grandes
iridescentes e antenas filiformes longas, às vezes maiores que as
asas (BROOKS; BARNARD, 1990). Sua cor é predominantemente
verde, mas algumas espécies podem ser castanho-escuras ou
avermelhadas. As larvas, que passam por três ínstares antes de
tecerem o casulo e se transformarem em pupa no seu interior,
apresentam dois tipos básicos de morfologia e comportamento.
Parte das espécies apresenta o comportamento de carregamento de
lixo descrito anteriormente; nestas, as larvas são crípticas,
locomovem-se mais lentamente e seu corpo é oval e giboso,
recoberto por grande número de cerdas longas. As demais são
nuas, isto é, não carregam lixo, e são bastante ativas; seu corpo é
alongado e recoberto por cerdas relativamente menores e em menor
número.
Por serem frequentemente encontrados nos mais variados
agroecossistemas e apresentarem grande potencial de uso como
predadores em programas de controle biológico de pragas, os
crisopídeos têm despertado a atenção dos entomólogos aplicados,
principalmente nas últimas quatro décadas, de forma que algumas
espécies encontram-se relativamente bem estudadas (CANARD et
al., 1984; McEWEn et al., 2001; TAUBER et al., 2003). Essa
situação, porém, não se aplica à Região Neotropical, possuidora de
uma das faunas de Chrysopidae mais ricas do mundo, com mais de
300 espécies descritas (> 25% do total), em cerca de 20 gêneros, e
muitas outras por descrever (BROOKS; BARNARD, 1990). Neste
último caso, o desconhecimento da sistemática e biologia da grande
maioria das espécies tem impedido avanços significativos em
relação à aplicabilidade desses inimigos naturais no controle de
pragas agrícolas no Brasil e demais países sul-americanos.
Um grande número de espécies de Chrysopidae neotropicais foi
descrito na primeira metade do século 20 pelo padre espanhol
Longinos Navás e pelo americano Nathan Banks. Entretanto, suas
descrições são bastante incompletas e não incluem caracteres da
genitália, os quais, desde o trabalho pioneiro de Tjeder (1966), têm
sido essenciais para a identificação das espécies e para a
elucidação da sistemática dessa família (NEW, 2001). Além disso,
muitos dos tipos usados para as descrições de Navás foram
destruídos ou perdidos ao longo dos anos, contribuindo assim para
aumentar a confusão nesse grupo (ADAMS; PENNY, 1987).
Somente a partir dos estudos iniciados por Philip Adams (California
State University, EUA) no início da década de 1980, em colaboração
com Norman Penny (California Academy of Sciences, EUA)
(ADAMS, 1982a, b, 1987; ADAMS; PENNY, 1986, 1987, 1992a, b),
é que a sistemática das espécies neotropicais passou a receber
tratamento adequado, levando em consideração as características
morfológicas da genitália interna de machos e fêmeas. Penny vem
dando prosseguimento a esses estudos após o falecimento de
Adams em 1998 (PENNY, 1997, 1998, 2001, 2002). Mais
recentemente, esse esforço foi incrementado com os estudos de
sistemática de adultos por Sérgio de Freitas e colaboradores
(Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal) (FREITAS; PENNY,
2000, 2001; FREITAS, 2003, 2007; WINTERTON; FREITAS, 2006) e
por Catherine e Maurice Tauber (Cornell University, EUA), estes
últimos em colaboração com nosso grupo da Universidade Estadual
do Norte Fluminense, focando também a morfologia das larvas
como ferramenta de auxílio para a identificação das espécies
neotropicais (TAUBER et al., 2001, 2006, 2008a, b; MANTOANELLI
et al., 2006).
Com esses avanços na sistemática, o momento é propício para
que o conhecimento da biologia e ecologia dos crisopídeos
ocorrentes no Brasil se expanda consideravelmente no futuro
próximo. Enquanto isso não ocorre, os conhecimentos sobre a
bioecologia e nutrição dos crisopídeos, relatados a seguir, ainda são
fundamentados em grande parte nos estudos realizados com
espécies europeias e norte-americanas, principalmente C. carnea.
No entanto, sempre que disponíveis, foram usadas informações
referentes a espécies de ocorrência em nosso território, em especial
Chrysoperla externa (Hagen), de ampla distribuição na Região
Neotropical e considerada como uma das mais promissoras para o
controle biológico conservativo ou aumentativo na América do Sul e
América Central, pois muitas de suas características biológicas são
equivalentes às de C. carnea (ALBUQUERQUE et al., 1994, 2001).
Em virtude de a classificação da família Chrysopidae ter sido
muito confusa até a revisão em âmbito mundial realizada por Brooks
e Barnard (1990), seguiu-se neste capítulo a nomenclatura
publicada por esses autores, sendo citados os nomes atuais das
espécies, em vez daqueles citados pelos autores originais, sempre
que sinonímias estiveram envolvidas.
Hem.: Aleyrodidae
Bemisia tabaci (ninfas de 4º ínstar) 107,8 288,0 1.006,3 1.402,1 Auad et al. (2005)
Hem.: Aphididae
Aphis gossypii (ninfas de 3º e 4º ínstar) 17,4 73,3 453,8 544,5 Santos et al. (2003)
Rhopalosiphum maidis (ninfas de 3º e 4º ínstar) 21,9 40,1 279,0 341,0 Maia et al. (2004)
Fonseca et al.
Schizaphis graminum (ninfas de 3º e 4º ínstar) 13,7 34,7 266,2 314,6
(2001)
Lep.: Gelechiidae
De Bortoli et al.
Sitotroga cereallela (ovos) 55,3 97,4 777,9 930,6
(2006)
Lep.: Noctuidae
Alabama argillacea (ovos) 11,6 43,7 290,3 342,7 Figueira et al. (2002)
A. argillacea (lagartas de 1º ínstar) 23,9 85,3 365,5 474,7 Silva et al. (2002)
Lep.: Pyralidae
De Bortoli et al.
Anagasta kuehniella (ovos) 95,8 192,4 1.264,9 1.553,1
(2006)
De Bortoli et al.
Diatraea saccharalis (ovos) 21,8 77,1 468,4 567,3
(2006)
Obs: valores referem-se ao regime de maior densidade de presas ou à melhor cultivar/espécie de planta hospedeira
da presa usada nos estudos em que mais de um desses fatores foi testado.
Captura da presa
Após o contato físico e a identificação da presa, a larva para de
se locomover imediatamente e adquire uma postura característica,
com as peças bucais bem abertas, paralelas à superfície ou
direcionadas um pouco para o alto, e com as antenas e palpos
labiais afastados para os lados. A captura de presas ativas é
efetivada após uma série de comportamentos estereotipados do
predador: 1º) aproximação muito lenta; 2º) parada; 3º) ataque
repentino com o avanço rápido da cabeça e fechamento das peças
bucais, geralmente induzidos pelo movimento da presa; e 4º) recuo
da cabeça e rápido erguimento da presa do substrato, a não ser que
esta seja muito pesada ou prenda-se fortemente à superfície
(CANARD; DUELLI, 1984). O erguimento da presa não é obrigatório
ou pode ser apenas parcial, como em C. carnea (BÄNSCH, 1964).
Presas imóveis, como ovos e pupas de artrópodes e larvas de
Coccidae e Diaspididae, são atacadas diferentemente, pois
inicialmente o predador as examina demoradamente e
cuidadosamente, provando-as com a extremidade de suas peças
bucais, e depois perfura sua cutícula em vários locais. Para ambos
os tipos de presa, geralmente as peças bucais de um lado apenas
são inseridas no corpo da presa, enquanto as do outro lado são
usadas para manipular e segurar a presa (CANARD; DUELLI,
1984). Hagen et al. (1976a) sugerem que a composição da cutícula
da presa pode ser importante para induzir a inserção das peças
bucais.
Consumo da presa
Conforme mencionado no item Composição da dieta natural
dos crisopídeos predadores e não predadores, secreções das
glândulas de veneno e das glândulas salivares são injetadas para
dentro do corpo da presa durante e após sua captura, enquanto os
seus tecidos são dilacerados pela ação de vaivém das mandíbulas e
maxilas, ambas as ações contribuindo para liquefazer seus
conteúdos internos e torná-los disponíveis para a sucção por meio
do canal de alimentação. A duração do consumo depende do
tamanho do predador em relação ao da presa e também do nível de
fome da larva (CANARD; DUELLI, 1984). Por exemplo, larvas de
primeiro, segundo e terceiro ínstar de C. carnea necessitaram de
185, 130 e 80 segundos para consumir um ovo e 13, 8 e 3 minutos
para consumir uma lagarta jovem do lepidóptero Prays oleae Bern.,
respectivamente (ALROUECHDI, 1981). Mesmo após consumir
aparentemente todo o conteúdo da presa, a larva continua a
manipulá-la e girá-la por certo tempo, até finalmente descartá-la
para reiniciar a procura por outras presas ou descansar.
Limpeza e descanso
Nem sempre o ato de consumo de uma presa é seguido pela
limpeza das peças bucais pelas larvas de crisopídeos. Mantoanelli e
Albuquerque (2007) verificaram que larvas de primeiro e terceiro
ínstar de Leucochrysa varia (Schneider) exibiam principalmente o
comportamento de camuflagem, isto é, carregavam os restos da
presa para seu dorso após a alimentação. Em outros casos, o
consumo de uma presa era seguido pelo descanso, deslocamento
ou limpeza. Resultados similares foram observados para Ch.
quadripunctata e Ch. slossonae (MILBRATH et al., 1993).
Entretanto, após ingerir quantidade suficiente de alimento e se
saciar, a larva tende a limpar suas peças bucais, esfregando umas
contra as outras e/ou no substrato. A seguir, seus movimentos
diminuem e a larva entra em repouso, quando adquire postura
característica, com as peças bucais fechadas, tocando o substrato,
antenas e palpos labiais esticados para frente, tíbias das pernas
anteriores paralelas ao eixo do corpo ou levemente em forma de V e
a papila anal no final do abdome aderida ao substrato (CANARD;
DUELLI, 1984). Essa postura é mantida até o reinício de suas
atividades de deslocamento à procura de novas presas.
Canibalismo
A predação intraespecífica em crisopídeos pode ser observada
tanto no estágio larval como no adulto (CANARD; DUELLI, 1984).
Neste último, ela tende a ocorrer em espécies cujos adultos são
predadores, principalmente em criações de laboratório, onde
ocasionalmente atacam pupas e adultos moribundos. O canibalismo
mais acentuado, porém, é direcionado para o estágio de ovo,
podendo se observar até mesmo fêmeas comendo seus próprios
ovos. Outro comportamento assemelhado, constatado tanto em
fêmeas predadoras como não predadoras, é a auto-oofagia, no qual
as fêmeas extraem os próprios ovos de sua abertura genital com
suas mandíbulas. Entre as várias hipóteses propostas para explicar
tal canibalismo, Philippe (1971) demonstrou que, em Ch. perla, ele
está associado com fêmeas virgens. Como a produção de oócitos é
contínua mesmo em fêmeas não acasaladas, estas teriam que
extraí-los periodicamente para descongestionar seus ductos
genitais, já que a produção e a emissão de secreção adequada para
a construção do pedúnculo do ovo dependem do estímulo da
cópula. Uma vantagem adicional desse comportamento é a
recuperação dos nutrientes presentes nos ovos inférteis que, de
outra forma, seriam desperdiçados.
O comportamento canibalístico das larvas dos crisopídeos é
conhecido há longo tempo (SMITH, 1922). Suas ações podem se
voltar contra os ovos ou as larvas da própria espécie. Apesar de os
ovos serem depositados no topo de um longo pedúnculo,
considerado eficiente estratégia de defesa contra o ataque de
predadores, as larvas conseguem escalá-lo facilmente. A tendência
de as larvas detectarem a base do pedúnculo como uma fonte
potencial de alimento parece estar associada com seu nível de
fome, isto é, larvas famintas apresentariam maior probabilidade de
subir no pedúnculo e sugar o conteúdo do ovo (CANARD; DUELLI,
1984). Já o canibalismo voltado para larvas conspecíficas é
resultado de seu hábito de atacar qualquer objeto de corpo macio
que encontram quando estão com fome. Larvas saciadas
normalmente não canibalizam outras larvas de crisopídeos, pois
estas não só se defendem como também podem contra-atacar, de
forma que os riscos sobrepõem os benefícios nessa condição.
Ademais, em condições de extrema escassez de alimento, o
canibalismo pode ser uma estratégia adaptativa das larvas, pois
permitiria que ao menos alguns indivíduos sobrevivessem, evitando
assim extinções locais (CANARD, 2001).
Hem.: Aleyrodidae
Hem.: Aphididae
Hem.: Pseudococcidae
Dysmicoccus brevipes (ninfas e 4,2 3,2 5,4 2,0 9,0 23,8 Gonçalves-Gervásio e
adultos) Santa-Cecília (2001)
Lep.: Gelechiidae
Sitotroga cereallela (ovos) 3,0 2,6 3,7 3,0 7,0 19,3 Costa et al. (2002)
Lep.: Noctuidae
Alabama argillacea (ovos) 3,5 3,0 3,9 3,0 7,9 21,3 Figueira et al. (2000)
A. argillacea (lagartas de 1º ínstar) 3,7 3,0 5,0 3,1 5,9 20,7 Silva et al. (2002)
S. frugiperda (lagartas de 1º
4,4 3,9 6,3 ------- 9,9 ------- 24,5 Auad et al. (2003)
ínstar)
Trichoplusia ni (ovos) 3,5 3,0 3,8 ------- 9,9 ------- 20,2 Ru et al. (1975)
Lep.: Pyralidae
Obs: valores referem-se ao regime de maior densidade de presas ou à melhor cultivar/espécie de planta hospedeira
da presa usados nos estudos em que mais de um desses fatores foi testado; informações sobre sobrevivência estão
disponíveis apenas em parte dos estudos.
Hem.: Aleyrodidae
Bemisia tabaci
6,1 42,6 592,1 Silva et al. (2004b)
(ninfas de 3º e 4º ínstar)
Hem.: Aphididae
Aphis gossypii
4,8 46,0 789,6 Santos et al. (2003)
(ninfas de 3º e 4º ínstar)
Lep.: Gelechiidae
Lep.: Noctuidae
Obs: valores referem-se ao melhor regime de presas, incluindo cultivar/espécie de planta hospedeira, usado na
alimentação larval ou à melhor dieta do adulto nos estudos em que mais de um desses fatores foi testado.
Mel (solução a
8,8 59,8 22,3 98,9
40%)
Mel + proteína
3,0 84,4 1.985,4 98,9
texturizada de soja
Mel + lêvedo de
3,0 81,2 2.273,1 98,9
cerveja
Referências
ABLES, J. R.; JONES, S. L.; MCCOMMAS, D. W. Response of selected predator species to
different densities of Aphis gossypii and Heliothis virescens eggs. Environmental
Entomology, Lanham, v. 7, p. 402-404, 1978.
ADAMS, P. A. Ceraeochrysa, a new genus of Chrysopinae (Neuroptera) (Studies in New
World Chrysopidae, Part II). Neuroptera International, Nice, v. 2, p. 69-75, 1982b.
ADAMS, P. A. Plesiochrysa, a new subgenus of Chrysopa (Neuroptera) (Studies in New
World Chrysopidae, Part I). Neuroptera International, Nice, v. 2, p. 27-32, 1982a.
ADAMS, P. A. Studies in Neotropical Chrysopidae (Neuroptera) III: notes on Nodita
amazonica Navás and N. oenops, n. sp. Neuroptera International, Nice, v. 4, p. 287-294,
1987.
ADAMS, P. A.; PENNY, N. D. Faunal relations of Amazonian Chrysopidae. In: GEPP, J.;
ASPÖCK, H.; HÖLZEL, H. (Ed.). Recent research in Neuropterology: proceedings of the
second international symposium on Neuropterology. Graz: [s.n.], 1986. p. 119-124.
ADAMS, P. A.; PENNY, N. D. Neuroptera of the Amazon basin: part 11a: introduction and
Chrysopini. Acta Amazonica, Manaus, v. 15, p. 413-479, 1987.
ADAMS, P. A.; PENNY, N. D. New genera of Nothochrysinae from South America
(Neuroptera: Chrysopidae). The Pan-Pacific Entomologist, San Francisco, v. 68, p. 216-
221, 1992b.
ADAMS, P. A.; PENNY, N. D. Review of the South American genera of Nothochrysinae
(Insecta: Neuroptera: Chrysopidae). In: CANARD, M.; ASPÖCK, H.; MANSELL, M. W.
(Ed.). Current research in Neuropterology: proceedings of the fourth international
symposium on Neuropterology. Toulouse: [s.n.], 1992a. p. 35-41.
ADJEI-MAAFO, I. K.; WILSON, L. T. Factors affecting the relative abundance of arthropods
on nectaried and nectariless cotton. Environmental Entomology, Lanham, v. 12, p. 349-
352, 1983.
ALBUQUERQUE, G. S.; TAUBER, C. A.; TAUBER, M. J. Chrysoperla externa (Neuroptera:
Chrysopidae): life history and potential for biological control in Central and South America.
Biological Control, San Diego, v. 4, p. 8-13, 1994.
ALBUQUERQUE, G. S.; TAUBER, C. A.; TAUBER, M. J. Chrysoperla externa and
Ceraeochrysa spp.: potential for biological control in the New World tropics and subtropics.
In: MCEWEN, P.; NEW, T. R.; WHITTINGTON, A. E. (Ed.). Lacewings in the crop
environment. Cambridge: Cambridge University, 2001. p. 408-423.
ALBUQUERQUE, G. S.; TAUBER, C. A.; TAUBER, M. J. Postmating reproductive isolation
between Chrysopa quadripunctata and Chrysopa slossonae: mechanisms and geographic
variation. Evolution, Lawrence, v. 50, p. 1598-1606, 1996.
ALBUQUERQUE, G. S.; TAUBER, M. J.; TAUBER, C. A. Life-history adaptations and
reproductive costs associated with specialization in predacious insects. Journal of Animal
Ecology, Oxford, v. 66, p. 307-317, 1997.
ALROUECHDI, K. Relations comportementales et trophiques entre Chrysoperla carnea
(Stephens) (Neuroptera; Chrysopidae) et trois principaux ravageurs de l’olivier I: la teigne
de l’olivier Prays oleae Bern. (Lep. Hyponomeutidae). Neuroptera International, Nice, v. 1,
p. 122-134, 1981.
ALROUECHDI, K.; CANARD, M.; PRALAVORIO, R.; ARAMBOURG, Y. Influence du
complexe parasitaire sur les populations de chrysopides (Neuroptera) dans um verger
d’oliviers du Sud-Est de la France. Zeitschrift für Angewandte Entomologie, Berlin, v. 91,
p. 411-417, 1981.
ALROUECHDI, K.; SÉMÉRIA, Y.; NEW, T. R. Ecology of natural enemies. In: CANARD, M.;
SÉMÉRIA, Y.; NEW, T. R. (Ed.). Biology of Chrysopidae. The Hague: W. Junk, 1984. p.
187-193.
ANGELINI, M. R.; FREITAS, S. Desenvolvimento pós-embrionário e potencial reprodutivo
de Chrysoperla externa (Hagen) (Neuroptera: Chrysopidae), alimentada com diferentes
quantidades de ovos de Sitotroga cerealella (Lepidoptera: Gelechiidae). Acta Scientiarum
Agronomy, Maringá, v. 26, p. 395-399, 2004.
AUAD, A. M.; CARVALHO, C. F.; SOUZA, B.; BARBOSA, L. R. Duração e viabilidade das
fases imaturas de Chrysoperla externa (Hagen, 1861) (Neuroptera: Chrysopidae)
alimentada com ovos e lagartas de Spodoptera frugiperda (J.E. Smith, 1797) (Lepidoptera:
Noctuidae). Revista Brasileira de Milho e Sorgo, Sete Lagoas, v. 2, p. 106-111, 2003.
AUAD, A. M.; CARVALHO, C. F.; SOUZA, B.; TREVIZANI, R.; MAGALHÃES, C. M. F. R.
Desenvolvimento das fases imaturas, aspectos reprodutivos e potencial de predação de
Chrysoperla externa (Hagen) alimentada com ninfas de Bemisia tabaci (Gennadius) biótipo
B em tomateiro. Acta Scientiarum Agronomy, Maringá, v. 27, p. 327-334, 2005.
AWADALLAH, K. T.; ABOU-ZEID, N. A.; TAUFIK, M. F. S. Development and fecundity of
Chrysopa carnea Steph. Bulletin de la Société Entomologique d’Égypte, Cairo, v. 59, p.
323-329, 1976.
BAKER, H. G.; BAKER, I. A brief historical review of the chemistry of floral nectar. In:
BENTLEY, B.; ELIAS, T. (Ed.). The biology of nectaries. New York: Columbia University,
1983. p. 126-152.
BALASUBRAMANI, V.; SWAMIAPPAN, M. Development and feeding potential of the green
lacewing Chrysoperla carnea Steph. (Neur. Chrysopidae) on different insect pests of cotton.
Anzeiger für Schädlingskunde, Pflanzenschutz, und Umweltschutz, Berlin, v. 67, p.
165-167, 1994.
BALDUF, W. V. The bionomics of entomophagous insects, part II. Chicago: John S.
Swift, 1939. 384 p.
BANKS, C. J. The behaviour of individual coccinellid larvae on plants. British Journal of
Animal Behavior, London, v. 5, p. 12-24, 1957.
BÄNSCH, R. Vergleichende untersuchungen zur biologie und zum beutefangverhalten
aphidivorer coccinelliden, chrysopiden und syrphiden. Zoologische Jahrbücher: abteilung
für systematik, ökologie und geographie der Tiere, Jena, v. 91, p. 271-340, 1964.
BARBOSA, L. R.; FREITAS, S.; AUAD, A. M. Capacidade reprodutiva e viabilidade de ovos
de Ceraeochrysa everes (Banks, 1920) (Neuroptera: Chrysopidae) em diferentes condições
de acasalamento. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 26, p. 466-471, 2002.
BARBOSA, P.; WRATTEN, S. D. Influence of plants on invertebrate predators: implications
to conservation biological control. In: BARBOSA, P. (Ed.). Conservation biological
control. San Diego: Academic, 1998. p. 83-100.
BARNES, B. N. The life history of Chrysopa zastrowi Esb.-Pet. (Neuroptera: Chrysopidae).
Journal of the Entomological Society of Southern Africa, Pretoria, v. 38, p. 47-53, 1975.
BEN SAAD, A. A.; BISHOP, G. W. Attraction of insects to potato plants through use of
artificial honeydews and aphid juice. Entomophaga, Paris, v. 21, p. 49-57, 1976b.
BEN SAAD, A. A.; BISHOP, G. W. Effect of artificial honeydews on insect communities in
potato fields. Environmental Entomology, Lanham, v. 5, p. 453-457, 1976a.
BITSCH, J. Anatomy of adult Chrysopidae. In: CANARD, M.; SÉMÉRIA, Y.; NEW, T. R.
(Ed.). Biology of Chrysopidae. The Hague: W. Junk, 1984. p. 29-36.
BOND, A. B. Optimal foraging in a uniform habitat: the search mechanism of the green
lacewing. Animal Behaviour, London, v. 28, p. 10-19, 1980.
BOO, K. S.; CHUNG, I. B.; HAN, K. S.; PICKETT, J. A.; WADHAMS, L. J. Response of the
lacewing Chrysopa cognata to pheromones of its aphid prey. Journal of Chemical
Ecology, New York, v. 24, p. 631-643, 1998.
BOO, K. S.; KANG, S. S.; PARK, J. H.; PICKETT, J. A.; WADHAMS, L. J. Field trapping of
Chrysopa cognata (Neuroptera: Chrysopidae) with aphid sex pheromone components in
Korea. Journal of Asia-Pacific Entomology, Suwon, v. 6, p. 29-36, 2003.
BOREGAS, K. G. B.; CARVALHO, C. F.; SOUZA, B. Aspectos biológicos de Chrysoperla
externa (Hagen, 1861) (Neuroptera: Chrysopidae) em casa-de-vegetação. Ciência e
Agrotecnologia, Lavras, v. 27, p. 7-16, 2003.
BOWERS, M. D. Recycling plant natural products for insect defense. In: EVANS, D. L.;
SCHMIDT, J. O. (Ed.). Insect defenses: adaptive mechanisms and strategies of prey and
predators. Albany: State University of New York, 1990. p. 353-386.
BROOKS, S. J.; BARNARD, P. C. The green lacewings of the world: a generic review
(Neuroptera: Chrysopidae). Bulletin of the British Museum of Natural History:
entomology, London, v. 59, p. 117-286, 1990.
BURKE, H. R.; MARTIN, D. F. The biology of three chrysopid predators of the cotton aphid.
Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 49, p. 698-700, 1956.
BUTLER JUNIOR, G. D.; RITCHIE JUNIOR, P. L. Feed Wheast and the abundance and
fecundity of Chrysopa carnea. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 64, p. 933-
934, 1971.
CALTAGIRONE, L. E. Terpenyl acetate bait attracts Chrysopa adults. Journal of Economic
Entomology, Lanham, v. 62, p. 1237, 1969.
CANARD, M. Chrysopes (Neuroptera) peu connues ou nouvelles pour la France.
Neuroptera International, Nice, v. 1, p. 99-109, 1981.
CANARD, M. Natural food and feeding habits of lacewings. In: MCEWEN, P.; NEW, T. R.;
WHITTINGTON, A. E. (Ed.). Lacewings in the crop environment. Cambridge: Cambridge
University, 2001. p. 116-129.
CANARD, M. Stérilité d’origine alimentaire chez le mâle d’un prédateur aphidiphage
Chrysopa perla (L.) (Insectes, Névroptéres). Comptes Rendus Hebdomadaires des
Scéances de l’Académie des Sciences, Paris, v. 271, p. 1097-1099, 1970.
CANARD, M.; DUELLI, P. Predatory behavior of larvae and cannibalism. In: CANARD, M.;
SÉMÉRIA, Y.; NEW, T. R. (Ed.). Biology of Chrysopidae. The Hague: W. Junk, 1984. p.
92-100.
CANARD, M.; KOKUBU, H.; DUELLI, P. Tracheal trunks supplying air to the foregut and
feeding habits in adults of European green lacewing species (Insecta: Neuroptera:
Chrysopidae). In: MANSELL, M. W.; ASPÖCK, H. (Ed.). Advances in Neuropterology:
proceedings of the third international symposium on Neuropterology. Pretoria: [s.n.], 1990.
p. 277-286.
CANARD, M.; SÉMÉRIA, Y.; NEW, T. R. (Ed.). Biology of Chrysopidae. The Hague: W.
Junk, 1984. 294 p.
CANARD, M.; VOLKOVICH, T. A. Outlines of lacewing development. In: MCEWEN, P.;
NEW, T. R.; WHITTINGTON, A. E. (Ed.). Lacewings in the crop environment. Cambridge:
Cambridge University, 2001. p. 130-153.
CARDOSO, J. T.; LAZZARI, S. M. N. Development and consumption capacity of
Chrysoperla externa (Hagen) (Neuroptera, Chrysopidae) fed with Cinara spp. (Hemiptera,
Aphididae) under three temperatures. Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba, v. 20, p.
573-576, 2003.
CARVALHO, C. F.; CANARD, M.; ALAUZET, C. Comparison of the fecundities of the
Neotropical green lacewing Chrysoperla externa (Hagen) and the West-Palaearctic
Chrysoperla mediterranea (Hölzel) (Insecta: Neuroptera: Chrysopidae). In: CANARD, M.;
ASPÖCK, H.; MANSELL, M. W. (Ed.). Pure and applied research in Neuropterology:
proceedings of the fifth international symposium on Neuropterology. Toulouse: [s.n.], 1996.
p. 103-107.
CHAPMAN, J. W.; REYNOLDS, D. R.; BROOKS, S. J.; SMITH, A. D.; WOIWOD, I. P.
Seasonal variation in the migration strategies of the green lacewing Chrysoperla carnea
species complex. Ecological Entomology, Oxford, v. 31, p. 378-388, 2006.
CHEN, T.-Y.; CHU, C.-C.; HU, C.; MU, J.-Y.; HENNEBERRY, T. J. Observations on midgut
structure and content of Chrysoperla carnea (Neuroptera: Chrysopidae). Annals of the
Entomological Society of America, Lanham, v. 99, p. 917-919, 2006.
CHEN, T.-Y.; LIU, T.-X. Relative consumption of three aphid species by the lacewing,
Chrysoperla rufilabris, and effects on its development and survival. BioControl, Dordrecht,
v. 46, p. 481-491, 2001.
CLANCY, D. W. The insect parasites of the Chrysopidae (Neuroptera). University of
California Publications in Entomology, Berkeley, v. 7, p. 403-496, 1946.
CLARK, T. L.; MESSINA, F. J. Foraging behavior of lacewing larvae (Neuroptera:
Chrysopidae) on plants with divergent architectures. Journal of Insect Behavior, New
York, v. 11, p. 303-317, 1998.
COHEN, A. C. Extra-oral digestion in predaceous terrestrial Arthropoda. Annual Review of
Entomology, Palo Alto, v. 40, p. 85-103, 1995.
COHEN, A. C. Solid-to-liquid feeding: the inside(s) story of extra-oral digestion in
predaceous Arthropoda. American Entomologist, Lanham, v. 44, p. 103-117, 1998.
COHEN, A. C.; SMITH, L. K. A new concept in artificial diets for Chrysoperla rufilabris: the
efficacy of solid diets. Biological Control, San Diego, v. 13, p. 49-54, 1998.
COSTA, R. I. F.; ECOLE, C. C.; SOARES, J. J.; MACEDO, L. P. M. Duração e viabilidade
das fases pré-imaginais de Chrysoperla externa (Hagen) alimentadas com Aphis gossypii
Glover e Sitotroga cerealella (Olivier). Acta Scientiarum, Maringá, v. 24, p. 353-357, 2002.
DAANE, K. M. Ecological studies of released lacewings in crops. In: MCEWEN, P.; NEW, T.
R.; WHITTINGTON, A. E. (Ed.). Lacewings in the crop environment. Cambridge:
Cambridge University, 2001. p. 338-350.
DE BORTOLI, S. A.; CAETANO, A. C.; MURATA, A. T.; OLIVEIRA, J. E. M.
Desenvolvimento e capacidade predatória de Chrysoperla externa (Hagen) (Neuroptera:
Chrysopidae) em diferentes presas. Revista de Biologia e Ciências da Terra, João
Pessoa, v. 6, p. 145-152, 2006.
DEAN, G. J.; SATASOOK, C. Response of Chrysoperla carnea (Stephens) (Neuroptera:
Chrysopidae) to some potential attractants. Bulletin of Entomological Research, London,
v. 73, p. 619-624, 1983.
DOWNES, J. A. Sugar feeding by the larva of Chrysopa (Neuroptera). The Canadian
Entomologist, Ottawa, v. 106, p. 121-125, 1974.
DUELLI, P. Adaptive dispersal and appetitive flight in the green lacewing, Chrysopa carnea.
Ecological Entomology, Oxford, v. 5, p. 213-220, 1980b.
DUELLI, P. Dispersal and oviposition strategies in Chrysoperla carnea. In: GEPP, J.;
ASPÖCK, H.; HÖLZEL, H. (Ed.) Progress in world’s Neuropterology: proceedings of the
first international symposium on Neuropterology. Graz: [s.n.], 1984b. p. 133-145.
DUELLI, P. Flight activity patterns in lacewings (Planipennia: Chrysopidae). In: GEPP, J.;
ASPÖCK, H.; HÖLZEL, H. (Ed.). Recent research in Neuropterology: proceedings of the
second international symposium on Neuropterology. Graz: [s.n], 1986. p. 165-170.
DUELLI, P. Flight, dispersal, migration. In: CANARD, M.; SÉMÉRIA, Y.; NEW, T. R. (Ed.).
Biology of Chrysopidae. The Hague: W. Junk, 1984a. p. 110-116.
DUELLI, P. Lacewings in field crops. In: MCEWEN, P.; NEW, T. R.; WHITTINGTON, A. E.
(Ed.). Lacewings in the crop environment. Cambridge: Cambridge University, 2001. p.
158-171.
DUELLI, P. Preovipository migration flights in the green lacewing, Chrysopa carnea
(Planipennia, Chrysopidae). Behavioral Ecology and Sociobiology, New York, v. 7, p.
239-246, 1980a.
DUELLI, P.; JOHNSON, J. B. Adaptive significance of the egg pedicel in green lacewings
(Insecta: Neuroptera: Chrysopidae). In: CANARD, M.; ASPÖCK, H.; MANSELL, M. W.
(Ed.). Current research in Neuropterology: proceedings of the fourth international
symposium on Neuropterology. Toulouse: [s.n.], 1992. p. 125-134.
EASTOP, V. F.; FERGUSSON, N. D. M. Telenomus (Proctotrupoidea, Scelionidae) from
Chrysopa (Neuroptera) eggs in Britain, and a survey of such records from elsewhere. The
Entomologist’s Monthly Magazine, Oxford, v. 112, p. 144, 1977.
EIGENBRODE, S. D.; CASTAGNOLA, T.; ROUX, M.-B.; STELJES, L. Mobility of three
generalist predators is greater on cabbage with glossy leaf wax than on cabbage with a wax
bloom. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 81, p. 335-343, 1996.
EIGENBRODE, S. D.; MOODIE, S.; CASTAGNOLA, T. Predators mediate host plant
resistance to a phytophagous pest in cabbage with glossy leaf wax. Entomologia
Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 77, p. 335-342, 1995.
EISNER, T.; ATTYGALLE, A. B.; CONNER, W. E.; EISNER, M.; MACLEOD, E.;
MEINWALD, J. Chemical egg defense in a green lacewing (Ceraeochrysa smithi).
Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America,
Washington, DC, v. 93, p. 3280-3283, 1996.
EISNER, T.; HICKS, K.; EISNER, M.; ROBSON, D. S. “Wolf-in-sheep’s-clothing” strategy of
a predaceous insect larva. Science, Washington, DC, v. 199, p. 790-794, 1978.
ELSEY, K. D. Influence of plant host on searching speed of two predators. Entomophaga,
Paris, v. 19, p. 3-6, 1974.
ERMICHEVA, F. M.; SUMENKOVA, V. V.; YAZLOVETSKY, I. G. Localization of protease in
guts of Chrysopa carnea larvae. Izvestia Academy of Science Moldavian SSR: series of
biology and chemistry sciences, Kishinev, MD, v. 4, p. 49-52, 1987.
EVANS, E. W.; SWALLOW, J. G. Numerical responses of natural enemies to artificial
honeydew in Utah alfalfa. Environmental Entomology, Lanham, v. 22, p. 1392-1401,
1993.
FIGUEIRA, L. K.; CARVALHO, C. F.; SOUZA, B. Biologia e exigências térmicas de
Chrysoperla externa (Hagen, 1861) (Neuroptera: Chrysopidae) alimentada com ovos de
Alabama argillacea (Hübner, 1818) (Lepidoptera: Noctuidae). Ciência e Agrotecnologia,
Lavras, v. 24, p. 319-326, 2000.
FIGUEIRA, L. K.; CARVALHO, C. F.; SOUZA, B. Influência da temperatura sobre alguns
aspectos biológicos de Chrysoperla externa (Hagen, 1861) (Neuroptera: Chrysopidae)
alimentada com ovos de Alabama argillacea (Hübner, 1818) (Lepidoptera: Noctuidae).
Ciência e Agrotecnologia, Lavras, ed. esp., p. 1439-1450, 2002.
FLESCHNER, C. A. Studies on searching capacity of the larvae of three predators of the
citrus red mite. Hilgardia, Berkeley, v. 20, p. 233-265, 1950.
FLINT, H. M.; SALTER, S. S.; WALTERS, S. Caryophyllene: an attractant for the green
lacewing. Environmental Entomology, Lanham, v. 8, p. 1123-1125, 1979.
FLORKIN, M.; JEUNIAUX, C. Hemolymph: composition. In: ROCKSTEIN, M. (Ed.). The
physiology of Insecta: the insect and the internal environment, homeostasis II. 2nd ed.
New York: Academic, 1974. v. 5, p. 255-307.
FONSECA, A. R.; CARVALHO, C. F.; SOUZA, B. Capacidade predatória e aspectos
biológicos das fases imaturas de Chrysoperla externa (Hagen, 1861) (Neuroptera:
Chrysopidae) alimentada com Schizaphis graminum (Rondani, 1852) (Hemiptera:
Aphididae) em diferentes temperaturas. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 25, p. 251-
263, 2001.
FREITAS, S. Chrysoperla Steinmann, 1964 (Neuroptera, Chrysopidae): descrição de uma
nova espécie do Brasil. Revista Brasileira de Entomologia, Curitiba, v. 47, p. 385-387,
2003.
FREITAS, S. New species of Brazilian green lacewings genus Leucochrysa McLachlan,
1868 (Neuroptera Chrysopidae). Annali del Museo Civico di Storia Naturale di Ferrara,
Ferrara, v. 8, p. 49-54, 2007.
FREITAS, S.; PENNY, N. D. The green lacewings (Neuroptera: Chrysopidae) of Brazilian
agro-ecosystems. Proceedings of the California Academy of Sciences, San Francisco,
v. 52, p. 245-395, 2001.
FREITAS, S.; PENNY, N. D. Two new genera of Neotropical Chrysopini (Neuroptera:
Chrysopidae). Journal of the Kansas Entomological Society, Lawrence, v. 73, p. 164-
170, 2000.
FROST, S. W. A summary of insects attracted to liquid baits. Entomological News,
Philadelphia, v. 47, p. 89-92, 1936.
FROST, S. W. Beneficial insects trapped in bait-pails. Entomological News, Philadelphia,
v. 38, p. 153-156, 1927.
GAUMONT, J. L’appareil digestif des larves de Planipennes. Annales des Sciences
Naturelles: zoologie, Paris, v. 18, p. 145-250, 1976.
GAUMONT, J. Observations sur quelques Chrysopidae (Insectes: Planipennes) prédateurs
d’aphides. Annales de l’Université et de l’APERS, Reims, v. 3, p. 24-32, 1965.
GEPP, J. Morphology and anatomy of the preimaginal stages of Chrysopidae: a short
survey. In: CANARD, M.; SÉMÉRIA, Y.; NEW, T. R. (Ed.). Biology of Chrysopidae. The
Hague: W. Junk, 1984. p. 9-19.
GIBSON, C. M.; HUNTER, M. S. Reconsideration of the role of yeasts associated with
Chrysoperla green lacewings. Biological Control, San Diego, v. 32, p. 57-64, 2005.
GIBSON, C. M.; HUNTER, M. S. Yeast symbionts in the green lacewing, Chrysoperla sp.
(Neuroptera: Chrysopidae). In: ANNUAL MEETING OF THE ENTOMOLOGICAL SOCIETY
OF AMERICA, 50., 2002, Fort Lauderdale. Abstracts… Lanham: Entomological Society of
America, 2002. p. 55.
GILES, K. L.; MADDEN, R. D.; PAYTON, M. E.; DILLWITH, J. W. Survival and development
of Chrysoperla rufilabris (Neuroptera: Chrysopidae) supplied with pea aphids (Homoptera:
Aphididae) reared on alfalfa and faba bean. Environmental Entomology, Lanham, v. 29,
p. 304-311, 2000.
GITIRANA NETO, J.; CARVALHO, C. F.; SOUZA, B.; SANTA-CECÍLIA, L. V. C. Flutuação
populacional de espécies de Ceraeochrysa Adams, 1982 (Neuroptera: Chrysopidae) em
citros, na região de Lavras-MG. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 25, p. 550-559,
2001.
GONÇALVES-GERVÁSIO, R. C.; SANTA-CECÍLIA, L. V. C. Consumo alimentar de
Chrysoperla externa sobre as diferentes fases de desenvolvimento de Dysmicoccus
brevipes, em laboratório. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 36, p. 387-
391, 2001.
GREANY, P. D.; HAGEN, K. S. Prey selection. In: NORDLUND, D. A.; JONES, R. L.;
LEWIS, W. J. (Ed.). Semiochemicals: their role in pest control. New York: J. Wiley, 1981. p.
121-135.
GRIMALDI, D.; ENGEL, M. S. Evolution of the insects. New York: Cambridge University,
2005. 755 p.
HAGEN, K. S. Ecosystem analysis: plant cultivars (HPR), entomophagous species and food
supplements. In: BOETHEL, D. J.; EIKENBARY, R. D. (Ed.). Interactions of plant
resistance and parasitoids and predators of insects. Chichester: Ellis Horwood, 1986. p.
151-197.
HAGEN, K. S. Fecundity of Chrysopa californica as affected by synthetic foods. Journal of
Economic Entomology, Lanham, v. 43, p. 101-104, 1950.
HAGEN, K. S. Nutritional ecology of terrestrial insect predators. In: SLANSKY JUNIOR, F.;
RODRIGUEZ, J. G. (Ed.). Nutritional ecology of insects, mites, spiders, and related
invertebrates. New York: J. Wiley, 1987. p. 533-577.
HAGEN, K. S.; BOMBOSCH, S.; MCMURTRY, J. A. The biology and impact of predators.
In: HUFFAKER, C. B.; MESSENGER, P. S. (Ed.). Theory and practice of biological
control. New York: Academic, 1976a. p. 93-142.
HAGEN, K. S.; GREANY, P.; SAWALL JUNIOR, E. F.; TASSAN, R. L. Tryptophan in artificial
honeydews as a source of an attractant for adult Chrysopa carnea. Environmental
Entomology, Lanham, v. 5, p. 458-468, 1976b.
HAGEN, K. S.; SAWALL JUNIOR, E. F.; TASSAN, R. L. The use of food sprays to increase
effectiveness of entomophagous insects. In: TALL TIMBERS CONFERENCE ON
ECOLOGICAL ANIMAL CONTROL BY HABITAT MANAGEMENT, 2., 1970, Tallahassee.
Proceedings... Tallahassee: Tall Timbers Research Station, 1971. p. 59-81.
HAGEN, K. S.; TASSAN, R. L. A method of providing artificial diets to Chrysopa larvae.
Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 58, p. 999-1000, 1965.
HAGEN, K. S.; TASSAN, R. L. Exploring nutritional roles of extracellular symbiotes on the
reproduction of honeydew feeding adult chrysopids and tephritids. In: RODRIGUEZ, J. G.
(Ed.). Insect and mite nutrition: significance and implications in ecology and pest
management. Amsterdam: North-Holland, 1972. p. 323-351.
HAGEN, K. S.; TASSAN, R. L. The influence of food Wheast and related Saccharomyces
fragilis yeast products on the fecundity of Chrysopa carnea (Neuroptera: Chrysopidae). The
Canadian Entomologist, Ottawa, v. 102, p. 806-811, 1970.
HAGEN, K. S.; TASSAN, R. L. The influence of protein hydrolysates of yeasts and
chemically defined diets upon the fecundity of Chrysopa carnea Stephens (Neuroptera).
Vestnik Ceskoslovenske Spolecnosti Zoologicke, Praha, v. 30, p. 219-227, 1966.
HAGEN, K. S.; TASSAN, R. L.; SAWALL JUNIOR, E. F. Some ecophysiological
relationships between certain Chrysopa, honeydews and yeasts. Bolletino del Laboratorio
di Entomologia Agraria “Filippo Silvestri” in Portici, Portici, v. 28, p. 113-134, 1970.
HAN, B.; CHEN, Z. Behavioral and electrophysiological responses of natural enemies to
synomones from tea shoots and kairomones from tea aphids, Toxoptera aurantii. Journal
of Chemical Ecology, New York, v. 28, p. 2203-2219, 2002.
HARRISON, S. J.; MCEWEN, P. K. Acid hydrolysed L-tryptophan and its role in the
attraction of the green lacewing Chrysoperla carnea (Stephens) (Neuropt., Chrysopidae).
Journal of Applied Entomology, Berlin, v. 122, p. 343-344, 1998.
HASEGAWA, M.; NIIJIMA, K.; MATSUKA, M. Rearing Chrysoperla carnea (Neuroptera:
Chrysopidae) on chemically defined diets. Applied Entomology and Zoology, Tokyo, v.
24, p. 96-102, 1989.
HASSAN, S. A.; HAGEN, K. S. A new artificial diet for rearing Chrysopa carnea larvae
(Neuroptera: Chrysopidae). Zeitschrift für Angewandte Entomologie, Berlin, v. 86, p.
315-320, 1978.
HOOPER, A. M.; DONATO, B.; WOODCOCK, C. M.; PARK, J. H.; PAUL, R. L.; BOO, K. S.;
HARDIE, J.; PICKETT, J. A. Characterization of (1R,4S,4aR,7S,7aR)-dihydronepetalactol
as a semiochemical for lacewings, including Chrysopa spp. and Peyerimhoffina gracilis.
Journal of Chemical Ecology, New York, v. 28, p. 849-864, 2002.
HYDORN, S. B.; WHITCOMB, W. H. Effects of larval diet on Chrysopa rufilabris. The
Florida Entomologist, Lutz, v. 62, p. 293-298, 1979.
HYEON, S. B.; ISOE, S.; SAKAN, T. The structure of neomatatabiol, the potent attractant
for Chrysopa from Actinidia polygama. Tetrahedron Letters, Berlin, v. 51, p. 5325-5326,
1968.
ICKERT, G. Beiträge zur biologie einheimischer chrysopiden (Planipennia, Chrysopidae).
Entomologische Abhandlungen: museum für Tierkunde, Dresden, v. 36, p. 123-192,
1968.
ISHII, S. An attractant contained in Actinidia polygama Miq. for male lace wing, Chrysopa
septempunctata Wesmael. Japanese Journal of Applied Entomology and Zoology,
Tokyo, v. 8, p. 334-337, 1964.
JAMES, D. G. Field evaluation of herbivore-induced plant volatiles as attractants for
beneficial insects: methyl salicylate and the green lacewing, Chrysopa nigricornis. Journal
of Chemical Ecology, New York, v. 29, p. 1601-1609, 2003.
JAMES, D. G. Methyl salicylate is a field attractant for the goldeneyed lacewing, Chrysopa
oculata. Biocontrol Science and Technology, Abingdon, v. 16, p. 107-110, 2006.
JAMES, D. G.; PRICE, T. S. Field-testing of methyl salicylate for recruitment and retention
of beneficial insects in grapes and hops. Journal of Chemical Ecology, New York, v. 30, p.
1613-1628, 2004.
JERVIS, M. A.; COPLAND, M. J. W. The life cycle. In: JERVIS, M.; KIDD, N. (Ed.). Insect
natural enemies: practical approaches to their study and evaluation. London: Chapman
and Hall, 1996. p. 63-161.
JOHNSON, J. B. Bionomics of some symbiote using Chrysopidae (Insecta:
Neuroptera) from the Western United States. 1982. 390 f. Thesis (Ph.D. in Entomology) -
University of California, Berkeley.
JOHNSON, N. F.; BIN, F. Species of Telenomus (Hym., Scelionidae), parasitoids of stalked
eggs of Neuroptera (Chrysopidae & Berothidae). Redia, Florence, v. 65, p. 189-206, 1982.
KAWECKI, Z. Beobachtungen über das verhalten und die sinnesorientierung der
florfliegenlarven. Bulletin International de l‘Académie Polonaise des Sciences et des
Lettres, Cracovie, v. 2, p. 91-106, 1932.
KILLINGTON, F. J. A monograph of the British Neuroptera. London: Ray Society, 1936.
v. 1, 269 p.
LACROIX, J. L. Études sur les chrysopides: deuxième mémoire: chrysopes du groupe
prasina Burm. Annales de la Société Linnéenne de Lyon, Lyon, v. 69, p. 119-144, 1922.
LAMUNYON, C. W.; ADAMS, P. A. Use and effect of an anal defensive secretion in larval
Chrysopidae (Neuroptera). Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v.
80, p. 804-808, 1987.
LAVALLEE, A. G.; SHAW, F. R. Preferences of golden-eye lacewing larvae for pea aphids,
leafhopper and plant bug nymphs, and alfalfa weevil larvae. Journal of Economic
Entomology, Lanham, v. 62, p. 1228-1229, 1969.
LEWIS, W. J.; NORDLUND, D. A.; GROSS JUNIOR, H. R.; JONES, R. L.; JONES, S. L.
Kairomones and their use for management of entomophagous insects V: moth scales as a
stimulus for predation of Heliothis zea (Boddie) eggs by Chrysopa carnea Stephens larvae.
Journal of Chemical Ecology, New York, v. 3, p. 483-487, 1977.
LIBER, H.; NICCOLI, A. Observations on the effectiveness of an attractant food spray in
increasing chrysopid predation on Prays oleae (Berg.) eggs. Redia, Florence, v. 71, p. 467-
482, 1988.
LIMBURG, D. D.; ROSENHEIM, J. A. Extrafloral nectar consumption and its influence on
survival and development of an omnivorous predator, larval Chrysoperla plorabunda
(Neuroptera: Chrysopidae). Environmental Entomology, Lanham, v. 30, p. 595-604, 2001.
LIU, T.-X.; CHEN, T.-Y. Effects of three aphid species (Homoptera: Aphididae) on
development, survival and predation of Chrysoperla carnea (Neuroptera: Chrysopidae).
Applied Entomology and Zoology, Tokyo, v. 36, p. 361-366, 2001.
LÓPEZ-ARROYO, J. I.; TAUBER, C. A.; TAUBER, M. J. Comparative life histories of the
predators Ceraeochrysa cincta, C. cubana, and C. smithi (Neuroptera: Chrysopidae).
Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 92, p. 208-217, 1999.
MAIA, W. J. M. S.; CARVALHO, C. F.; SOUZA, B.; CRUZ, I.; MAIA, T. J. A. F. Capacidade
predatória e aspectos biológicos de Chrysoperla externa (Hagen, 1861) (Neuroptera:
Chrysopidae) alimentada com Rhopalosiphum maidis (Fitch, 1856) (Hemiptera: Aphididae).
Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 28, p. 1259-1268, 2004.
MANSFIELD, S.; MILLS, N. J. Host egg characteristics, physiological host range, and
parasitism following inundative releases of Trichogramma platneri (Hymenoptera:
Trichogrammatidae) in walnut orchards. Environmental Entomology, Lanham, v. 31, p.
723-731, 2002.
MANTOANELLI, E.; ALBUQUERQUE, G. S. Desenvolvimento e comportamento larval de
Leucochrysa (Leucochrysa) varia (Schneider) (Neuroptera, Chrysopidae) em laboratório.
Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba, v. 24, p. 302-311, 2007.
MANTOANELLI, E.; ALBUQUERQUE, G. S.; TAUBER, C. A.; TAUBER, M. J. Leucochrysa
(Leucochrysa) varia (Neuroptera: Chrysopidae): larval descriptions, developmental rates,
and adult color variation. Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v.
99, p. 7-18, 2006.
MATOS, B.; OBRYCKI, J. J. Prey suitability of Galerucella calmariensis L. (Coleoptera:
Chrysomelidae) and Myzus lythri (Schrank) (Homoptera: Aphididae) for development of
three predatory species. Environmental Entomology, Lanham, v. 35, p. 345-350, 2006.
MCEWEN, P. K.; CLOW, S.; JERVIS, M. A.; KIDD, N. A. C. Alteration in searching
behaviour of adult female green lacewings Chrysoperla carnea (Neur.: Chrysopidae)
following contact with honeydew of the black scale Saissetia oleae (Hom.: Coccidae) and
solutions containing acidhydrolysed L-tryptophan. Entomophaga, Paris, v. 38, p. 347-354,
1993.
MCEWEN, P. K.; JERVIS, M. A.; KIDD, N. A. C. Use of a sprayed L-tryptophan solution to
concentrate numbers of the green lacewing Chrysoperla carnea in olive tree canopy.
Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 70, p. 97-99, 1994.
MCEWEN, P.; NEW, T. R.; WHITTINGTON, A. E. (Ed.). Lacewings in the crop
environment. Cambridge: Cambridge University, 2001. 546 p.
MEHRA, B. P. Biology of Chrysopa madestes Banks (Neuroptera, Chrysopidae). Indian
Journal of Entomology, New Delhi, v. 27, p. 398-407, 1965.
MESSINA, F. J.; JONES, T. A.; NIELSON, D. C. Host-plant effects on the efficacy of two
predators attacking Russian wheat aphids (Homoptera: Aphididae). Environmental
Entomology, Lanham, v. 26, p. 1398-1404, 1997.
MILBRATH, L. R.; TAUBER, M. J.; TAUBER, C. A. Larval behavior of predacious sister-
species: orientation, molting site, and survival in Chrysopa. Behavioral Ecology and
Sociobiology, New York, v. 35, p. 85-90, 1994.
MILBRATH, L. R.; TAUBER, M. J.; TAUBER, C. A. Prey specificity in Chrysopa: an
interspecific comparison of larval feeding and defensive behavior. Ecology, Durham, v. 74,
p. 1384-1393, 1993.
MILLER, L. A. Hearing in green lacewings and their responses to the cries of bats. In:
CANARD, M.; SÉMÉRIA, Y.; NEW, T. R. (Ed.). Biology of Chrysopidae. The Hague: W.
Junk, 1984. p. 134-149.
MOLLEMAN, F.; DRUKKER, B.; BLOMMERS, L. A trap for monitoring pear psylla predators
using dispensers with the synomone methylsalicylate. Proceedings of the Section
Experimental and Applied Entomology, Amsterdam, v. 8, p. 177-182, 1997.
MONSERRAT, V. J.; MARÍN, F. Plant substrate specificity of Iberian Chrysopidae (Insecta:
Neuroptera). Acta Oecologica, Montrouge, v. 15, p. 119-131, 1994.
MUMA, M. H. Effects of larval nutrition on the life cycle, size, coloration, and longevity of
Chrysopa lateralis Guer. The Florida Entomologist, Lutz, v. 40, p. 5-9, 1957.
MUMA, M. H. Hymenopterous parasites of Chrysopidae on Florida citrus. The Florida
Entomologist, Lutz, v. 42, p. 149-153, 1959.
NEUENSCHWANDER, P.; CANARD, M.; MICHELAKIS, S. The attractivity of protein
hydrolysate baited McPhail traps to different chrysopid and hemerobiid species
(Neuroptera) in a Cretan olive orchard. Annales de la Société Entomologique de France
(Nouvelle Series), Paris, v. 17, p. 213-220, 1981.
NEW, T. R. Identification of hymenopterous parasites of Chrysopidae. In: CANARD, M.;
SÉMÉRIA, Y.; NEW, T. R. (Ed.). Biology of Chrysopidae. The Hague: W. Junk, 1984. p.
193-204.
NEW, T. R. Insects as predators. Kensington: The New South Wales University, 1991. 178
p.
NEW, T. R. Introduction to the systematics and distribution of Coniopterygidae,
Hemerobiidae, and Chrysopidae used in pest management. In: MCEWEN, P.; NEW, T. R.;
WHITTINGTON, A. E. (Ed.). Lacewings in the crop environment. Cambridge: Cambridge
University, 2001. p. 6-28.
NEW, T. R. Notes on the debris-carrying habit in larvae of British Chrysopidae (Neuroptera).
Entomologist’s Gazette, Faringdon, v. 20, p. 119-124, 1969.
NEW, T. R. Some early stages of Calochrysa Banks (Neuroptera: Chrysopidae). Australian
Entomological Magazine, Greenwich, v. 13, p. 11-14, 1986.
NEW, T. R. The biology of Chrysopidae and Hemerobiidae (Neuroptera), with reference to
their usage as biocontrol agents: a review. Transactions of the Royal Entomological
Society of London, London, v. 127, p. 115-140, 1975.
NEW, T. R. The egg and first instar larva of Italochrysa insignis (Neuroptera: Chrysopidae).
Australian Entomological Magazine, Greenwich, v. 10, p. 29-32, 1983.
NIIJIMA, K. Nutritional studies on an aphidophagous chrysopid, Chrysopa septempunctata
Wesmael I: chemically-defined diets and general nutritional requirements. Bulletin of the
Faculty of Agriculture, Tamagawa University, Tokyo, v. 29, p. 22-30, 1989.
NIIJIMA, K. Nutritional studies on an aphidophagous chrysopid, Chrysopa septempunctata
Wesmael (Neuroptera: Chrysopidae) II: amino acid requirement for larval development.
Applied Entomology and Zoology, Tokyo, v. 28, p. 81-87, 1993a.
NIIJIMA, K. Nutritional studies on an aphidophagous chrysopid, Chrysopa septempunctata
Wesmael (Neuroptera: Chrysopidae) III: vitamin requirement for larval development.
Applied Entomology and Zoology, Tokyo, v. 28, p. 89-95, 1993b.
NORDLUND, D. A.; LEWIS, W. J.; JONES, R. L.; GROSS JUNIOR, H. R.; HAGEN, K. S.
Kairomones and their use for management of entomophagous insects VI: an examination of
the kairomones for the predator Chrysopa carnea Steph. at the oviposition sites of Heliothis
zea (Boddie). Journal of Chemical Ecology, New York, v. 3, p. 507-511, 1977.
OBRYCKI, J. J.; HAMID, M. N.; SAJAP, A. S.; LEWIS, L. C. Suitability of corn insect pests
for development and survival of Chrysoperla carnea and Chrysopa oculata (Neuroptera:
Chrysopidae). Environmental Entomology, Lanham, v. 18, p. 1126-1130, 1989.
OSMAN, M. Z.; SELMAN, B. J. Effect of larval diet on the performance of the predator
Chrysoperla carnea Stephens (Neuropt., Chrysopidae). Journal of Applied Entomology,
Berlin, v. 120, p. 115-117, 1996.
PAI, K. F.; CHEN, C. J.; YANG, J. T.; CHEN, C. C. Green lacewing Ankylopteryx exquisite
attracted to methyl eugenol. Plant Protection Bulletin, Taiwan, v. 46, p. 93-97, 2004.
PATT, J. M.; WAINRIGHT, S. C.; HAMILTON, G. C.; WHITTINGHILL, D.; BOSLEY, K.;
DIETRICK, J.; LASHOMB, J. H. Assimilation of carbon and nitrogen from pollen and nectar
by a predaceous larva and its effects on growth and development. Ecological
Entomology, Oxford, v. 28, p. 717-728, 2003.
PENNY, N. D. A guide to the lacewings (Neuroptera) of Costa Rica. Proceedings of the
California Academy of Sciences, San Francisco, v. 53, p. 161-457, 2002.
PENNY, N. D. Four new species of Costa Rican Ceraeochrysa (Neuroptera: Chrysopidae).
The Pan-Pacific Entomologist, San Francisco, v. 73, p. 61-69, 1997.
PENNY, N. D. New Chrysopinae from Costa Rica (Neuroptera: Chrysopidae). Journal of
Neuropterology, Madrid, v. 1, p. 55-78, 1998.
PENNY, N. D. New species of Chrysopinae (Neuroptera: Chrysopidae) from Costa Rica,
with selected taxonomic notes and a neotype designation. Entomological News,
Philadelphia, v. 112, p. 1-14, 2001.
PHILIPPE, R. Influence de l’accouplement sur le comportement de ponte et la fécondité
chez Chrysopa perla (L.) (Insectes - Planipennes). Annales de Zoologie et Écologie
Animale, Paris, v. 3, p. 443-448, 1971.
PRINCIPI, M. M. Contributi allo studio dei neurotteri italiani I: Chrysopa septempunctata
Wesm. e Chrysopa flavifrons Brauer. Bollettino dell’Istituto di Entomologia della
Università di Bologna, Bologna, v. 12, p. 63-144, 1940.
PRINCIPI, M. M. Contributi allo studio dei neurotteri italiani IV: Nothochrysa italica Rossi.
Bollettino dell’Istituto di Entomologia della Università di Bologna, Bologna, v. 15, p.
85-102, 1946.
PRINCIPI, M. M. Contributi allo studio dei neurotteri italiani V: ricerche su Chrysopa
formosa Brauer e su alcuni suoi parassiti. Bollettino dell’Istituto di Entomologia della
Università di Bologna, Bologna, v. 16, p. 134-175, 1947.
PRINCIPI, M. M. Contributi allo studio dei neurotteri italiani VII: osservazioni su alcuni
parassiti di crisopidi. Bollettino dell’Istituto di Entomologia della Università di Bologna,
Bologna, v. 17, p. 93-121, 1948.
PRINCIPI, M. M.; CANARD, M. Feeding habits. In: CANARD, M.; SÉMÉRIA, Y.; NEW, T. R.
(Ed.). Biology of Chrysopidae. The Hague: W. Junk, 1984. p. 76-92.
PUTMAN, W. L. Biological notes on the Chrysopidae. Canadian Journal of Research: sec.
D, Ottawa, v. 15, p. 29-37, 1937.
PUTMAN, W. L. Chrysopids as a factor in the natural control of the Oriental fruit moth. The
Canadian Entomologist, Ottawa, v. 64, p. 121-126, 1932.
REDDY, G. V. P.; HOLOPAINEN, J. K.; GUERRERO, A. Olfactory responses of Plutella
xylostella natural enemies to host pheromone, larval frass, and green leaf cabbage
volatiles. Journal of Chemical Ecology, New York, v. 28, p. 131-143, 2002.
RIBEIRO, M. J.; CARVALHO, C. F.; MATIOLI, J. C. Biologia de adultos de Chrysoperla
externa (Hagen, 1861) (Neuroptera, Chrysopidae) em diferentes dietas artificiais. Ciência e
Prática, Lavras, v. 17, p. 120-130, 1993.
ROUSSET, A. Reproductive physiology and fecundity. In: CANARD, M.; SÉMÉRIA, Y.;
NEW, T. R. (Ed.). Biology of Chrysopidae. The Hague: W. Junk, 1984. p. 116-129.
ROWELL-RAHIER, M.; PASTEELS, J. M. Third trophic level influences of plant
allelochemicals. In: ROSENTHAL, G. A.; BERENBAUM, M. R. (Ed.). Herbivores: their
interactions with secondary plant metabolites: evolutionary and ecological processes. 2nd
ed. San Diego: Academic, 1992. v. 2, p. 243-277.
RU, N.; WHITCOMB, W. H.; MURPHEY, M.; CARLYSLE, T. C. Biology of Chrysopa lanata
(Neuroptera: Chrysopidae). Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v.
68, p. 187-190, 1975.
RUBERSON, J. R.; TAUBER, C. A.; TAUBER, M. J. Developmental effects of host and
temperature on Telenomus spp. (Hymenoptera, Scelionidae) parasitizing chrysopid eggs.
Biological Control, San Diego, v. 5, p. 245-250, 1995.
SAKAN, T.; ISOE, S.; HYEON, S. B. The chemistry of attractants for Chrysopidae from
Actinidia polygama Miq. In: WOOD, D. L.; SILVERSTEIN, R. M.; NAKAJIMA, M. (Ed.).
Control of insect behavior by natural products. New York: Academic, 1970. p. 237-247.
SANTOS, T. M.; BOIÇA JÚNIOR, A. L.; SOARES, J. J. Influência de tricomas do algodoeiro
sobre os aspectos biológicos e capacidade predatória de Chrysoperla externa (Hagen)
alimentada com Aphis gossypii Glover. Bragantia, Campinas, v. 62, p. 243-254, 2003.
SENGONCA, Ç.; KOTIKAL, Y. K.; SCHADE, M. Olfactory reactions of Cryptolaemus
montrouzieri Mulsant (Col., Coccinellidae) and Chrysoperla carnea (Stephens) (Neur.,
Chrysopidae) in relation to period of starvation. Journal of Pest Science, Heidelberg, v. 68,
p. 9-12, 1995.
SILVA, C. G.; AUAD, A. M.; SOUZA, B.; CARVALHO, C. F.; BONANI, J. P. Aspectos
biológicos de Chrysoperla externa (Hagen, 1861) (Neuroptera: Chrysopidae) alimentada
com Bemisia tabaci (Gennadius, 1889) biótipo B (Hemiptera: Aleyrodidae) criada em três
hospedeiros. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 28, p. 243-250, 2004b.
SILVA, C. G.; SOUZA, B.; AUAD, A. M.; BONANI, J. P.; TORRES, L. C.; CARVALHO, C. F.;
ECOLE, C. C. Desenvolvimento das fases imaturas de Chrysoperla externa alimentadas
com ninfas de Bemisia tabaci criadas em três hospedeiros. Pesquisa Agropecuária
Brasileira, Brasília, DF, v. 39, p. 1065-1070, 2004a.
SILVA, G. A.; CARVALHO, C. F.; SOUZA, B. Aspectos biológicos de Chrysoperla externa
(Hagen, 1861) (Neuroptera: Chrysopidae) alimentada com lagartas de Alabama argillacea
(Hübner, 1818) (Lepidoptera: Noctuidae). Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 26, p. 682-
698, 2002.
SILVA, I. M. M. S.; STOUTHAMMER, R. Do sympatric Trichogramma species parasitize the
pest insect Helicoverpa armigera and the beneficial insect Chrysoperla carnea in different
proportions? Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 92, p. 101-107,
1999.
SILVA, P. S. Estudo comparativo da biologia e morfologia das espécies de
Chrysopodes (Neuroptera, Chrysopidae) da região Norte Fluminense. 2006. 148 f.
Tese (Doutorado em Produção Vegetal) - Universidade Estadual do Norte Fluminense,
Campos dos Goytacazes.
SILVA, P. S.; ALBUQUERQUE, G. S.; TAUBER, C. A.; TAUBER, M. J. Life history of a
widespread Neotropical predator, Chrysopodes (Chrysopodes) lineafrons (Neuroptera:
Chrysopidae). Biological Control, San Diego, v. 41, p. 33-41, 2007.
SMITH, R. C. The biology of the Chrysopidae. Cornell University Agricultural
Experiment Station Memoir, Ithaca, v. 58, p. 1287-1372, 1922.
SMITH, R. C. The trash-carrying habit of certain lace wing larvae. The Scientific Monthly,
Washington, DC, v. 23, p. 265-267, 1926.
SOUZA, B.; CARVALHO, C. F. Population dynamics and seasonal occurrence of adults of
Chrysoperla externa (Hagen, 1861) (Neuroptera: Chrysopidae) in a citrus orchard in
southern Brazil. Acta Zoologica Academiae Scientiarum Hungaricae, Budapest, v. 48,
suppl. 2, p. 301-310, 2002.
STELZL, M. Comparative studies on mouthparts and feeding habits of adult Raphidioptera
and Neuroptera (Insecta: Neuropteroidea). In: CANARD, M.; ASPÖCK, H.; MANSELL, M.
W. (Ed.). Current research in Neuropterology: proceedings of the fourth international
symposium on Neuropterology. Toulouse: [s.n.], 1992. p. 341-347.
SUDA, D. Y.; CUNNINGHAM, R. T. Chrysopa basalis captured in plastic traps containing
methyl eugenol. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 63, p. 1706, 1970.
SULC, K. Über die stinkdrüsen und speicheldrüsen der chrysopiden. Sitzungsberichte der
Königlichen Böhmischen Gesellschaft der Wissenschaften, Prague, v. 11, p. 1-50,
1914.
SZABÓ, S.; SZENTKIRÁLYI, F. Communities of Chrysopidae and Hemerobiidae
(Neuroptera) in some apple-orchards. Acta Phytopathologica Academiae Scientiarum
Hungaricae, Budapest, v. 16, p. 157-169, 1981.
SZENTKIRÁLYI, F. Ecology and habitat relationships. In: MCEWEN, P.; NEW, T. R.;
WHITTINGTON, A. E. (Ed.). Lacewings in the crop environment. Cambridge: Cambridge
University, 2001. p. 82-115.
TAUBER, C. A.; ALBUQUERQUE, G. S.; TAUBER, M. J. Gonzaga nigriceps (McLachlan)
(Neuroptera: Chrysopidae): descriptions of larvae and adults, biological notes, and generic
affiliation. Proceedings of the Entomological Society of Washington, Washington, DC,
v. 110, p. 417-438, 2008a.
TAUBER, C. A.; TAUBER, M. J. Food specificity in predacious insects: a comparative
ecophysiological and genetic study. Evolutionary Ecology, London, v. 1, p. 175-186, 1987.
TAUBER, C. A.; TAUBER, M. J. Sympatric speciation in insects: perception and
perspective. In: OTTE, D.; ENDLER, J. A. (Ed.). Speciation and its consequences.
Sunderland: Sinauer, 1989. p. 307-344.
TAUBER, C. A.; TAUBER, M. J.; ALBUQUERQUE, G. S. A new genus and species of green
lacewings from Brazil (Neuroptera: Chrysopidae: Leucochrysini). Annals of the
Entomological Society of America, Lanham, v. 101, p. 314-326, 2008b.
TAUBER, C. A.; TAUBER, M. J.; ALBUQUERQUE, G. S. Berchmansus elegans
(Neuroptera: Chrysopidae): larval and adult characteristics and new tribal affiliation.
European Journal of Entomology, Ceské Budejovice, v. 103, p. 221-231, 2006.
TAUBER, C. A.; TAUBER, M. J.; ALBUQUERQUE, G. S. Neuroptera (lacewings, antlions).
In: RESH, V. H.; CARDÉ, R. (Ed.). Encyclopedia of insects. San Diego: Academic, 2003.
p. 785-798.
TAUBER, C. A.; TAUBER, M. J.; ALBUQUERQUE, G. S. Plesiochrysa brasiliensis
(Neuroptera: Chrysopidae): larval stages, biology, and taxonomic relationships. Annals of
the Entomological Society of America, Lanham, v. 94, p. 858-865, 2001.
TAUBER, C. A.; TAUBER, M. J.; TAUBER, M. J. Egg size and taxon: their influence on
survival and development of chrysopid hatchlings after food and water deprivation.
Canadian Journal of Zoology, Ottawa, v. 69, p. 2644-2650, 1991.
TAUBER, M. J.; TAUBER, C. A. Dietary influence on reproduction in both sexes of five
predacious species (Neuroptera). The Canadian Entomologist, Ottawa, v. 106, p. 921-
925, 1974.
TAUBER, M. J.; TAUBER, C. A. Life history traits of Chrysopa carnea and Chrysopa
rufilabris (Neuroptera: Chrysopidae): influence of humidity. Annals of the Entomological
Society of America, Lanham, v. 76, p. 282-285, 1983.
TAUBER, M. J.; TAUBER, C. A.; MASAKI, S. Seasonal adaptations of insects. New York:
Oxford University, 1986. 411 p.
TAUBER, M. J.; TAUBER, C. A.; RUBERSON, J. R.; MILBRATH, L. R.; ALBUQUERQUE,
G. S. Evolution of prey specificity via three steps. Experientia, Basel, v. 49, p. 1113-1117,
1993.
THOMPSON, S. N. Nutrition and culture of entomophagous insects. Annual Review of
Entomology, Palo Alto, v. 44, p. 561-592, 1999.
THOMPSON, S. N.; HAGEN, K. S. Nutrition of entomophagous insects and other
arthropods. In: BELLOWS, T. S.; FISHER, T. W. (Ed.). Handbook of biological control:
principles and applications of biological control. San Diego: Academic, 1999. p. 594-652.
THOMPSON, W. R. The specificity of host relations in predacious insects. The Canadian
Entomologist, Ottawa, v. 83, p. 262-269, 1951.
TJEDER, B. Neuroptera-Planipennia: the lace-wings of Southern Africa, 5: family
Chrysopidae. In: HANSTRÖM, B.; BRINCK, P.; RUDEBECK, G. (Ed.). South African
animal life: results of the Lund University expedition in 1950-1951. Stockholm: Swedish
Natural Science Research Council, 1966. v. 12, p. 228-534.
TÓTH, M.; BOZSIK, A.; SZENTKIRÁLYI, F.; LETARDI, A.; TABILIO, M. R.; VERDINELLI,
M.; ZANDIGIACOMO, P.; JEKISA, J.; SZARUKÁN, I. Phenylacetaldehyde: a chemical
attractant for common green lacewings (Chrysoperla carnea s.l., Neuroptera: Chrysopidae).
European Journal of Entomology, Ceské Budejovice, v. 103, p. 267-271, 2006.
TREACY, M. F.; BENEDICT, J. H.; LÓPEZ JUNIOR, J. D.; MORRISON, R. K. Functional
response of a predator (Neuroptera: Chrysopidae) to bollworm (Lepidoptera: Noctuidae)
eggs on smoothleaf, hirsute, and pilose cottons. Journal of Economic Entomology,
Lanham, v. 80, p. 376-379, 1987.
TRJAPITZIN, V. A.; HOFFER, A. A new species of the genus Isodromus How.
(Hymenoptera, Encyrtidae), a parasite of chrysopids (Neuroptera, Chrysopidae) in Armenia
and Yugoslavia. Doklady Akademii Nauk Armyan SSR, Moscow, v. 44, p. 230-234, 1967.
UMEYA, K.; HIRAO, J. Attraction of the jackfruit fly, Dacus umbrosus F. (Diptera:
Tephritidae) and lace wing, Chrysopa sp. (Neuroptera: Chrysopidae) by lure traps baited
with methyl eugenol and cue-lure in the Philippines. Applied Entomology and Zoology,
Tokyo, v. 10, p. 60-62, 1975.
VAN EMDEN, H. F.; HAGEN, K. S. Olfactory reactions of the green lacewing, Chrysopa
carnea, to tryptophan and certain breakdown products. Environmental Entomology,
Lanham, v. 5, p. 469-473, 1976.
VANDERZANT, E. S. An artificial diet for larvae and adults of Chrysopa carnea, an insect
predator of crop pests. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 62, p. 256-257,
1969.
VANDERZANT, E. S. Improvements in the rearing diet for Chrysopa carnea and the amino
acid requirements for growth. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 66, p. 336-
338, 1973.
WÄCKERS, F. L.; RIJN, P. C. J. van; BRUIN, J. (Ed.). Plant-provided food for
carnivorous insects: a protective mutualism and its applications. Cambridge: Cambridge
University, 2005. 368 p.
WATTEBLED, S.; BITSCH, J.; ROUSSET, A. Untrastructure of pheromone-producing
eversible vesicles in males of Chrysopa perla L. (Insecta, Neuroptera). Cell and Tissue
Research, Heidelberg, v. 194, p. 481-496, 1978.
WILKINSON, J. D.; SCHMIDT, G. T.; BIEVER, K. D. Comparative efficiency of sticky and
water traps for sampling beneficial arthropods in red clover and the attraction of clover head
caterpillar adults to anisyl acetone. Journal of the Georgia Entomological Society,
Griffin, v. 15, p. 124-131, 1980.
WINTERTON, S.; FREITAS, S. Molecular phylogeny of the green lacewings (Neuroptera:
Chrysopidae). Australian Journal of Entomology, Canberra, v. 45, p. 235-243, 2006.
WITHYCOMBE, C. L. Some aspects of the biology and morphology of the Neuroptera with
special reference to the immature stages and their possible phylogenetic significance.
Transactions of the Royal Entomological Society of London, London, v. 1924, p. 303-
411, 1925.
WOOLFOLK, S. W.; COHEN, A. C.; INGLIS, G. D. Morphology of the alimentary canal of
Chrysoperla rufilabris (Neuroptera: Chrysopidae) adults in relation to microbial symbionts.
Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 97, p. 796-808, 2004.
WOOLFOLK, S. W.; INGLIS, G. D. Microorganisms associated with field-collected
Chrysoperla rufilabris (Neuroptera: Chrysopidae) adults with emphasis on yeast symbionts.
Biological Control, San Diego, v. 29, p. 155-168, 2004.
YAZLOVETSKY, I. G. Development of artificial diets for entomophagous insects by
understanding their nutrition and digestion. In: ANDERSON, T. E.; LEPPLA, N. C. (Ed.).
Advances in insect rearing for research and pest management. Boulder: Westview,
1992. p. 41-62.
YAZLOVETSKY, I. G. Features of the nutrition of Chrysopidae larvae and larval artificial
diets. In: MCEWEN, P.; NEW, T. R.; WHITTINGTON, A. E. (Ed.). Lacewings in the crop
environment. Cambridge: Cambridge University, 2001. p. 320-337.
ZELENÝ, J. Chrysopid occurrence in West Palearctic temperate forests and derived
biotopes. In: CANARD, M.; SÉMÉRIA, Y.; NEW, T. R. (Ed.). Biology of Chrysopidae. The
Hague: W. Junk, 1984. p. 151-160.
ZHANG, Q.-H.; CHAUHAN, K. R.; ERBE, E. F.; VELLORE, A. R.; ALDRICH, J. R.
Semiochemistry of the goldeneyed lacewing Chrysopa oculata: attraction of males to a
male-produced pheromone. Journal of Chemical Ecology, New York, v. 30, p. 1849-1870,
2004.
ZHANG, Q.-H.; SCHNEIDMILLER, R. G.; HOOVER, D. R.; YOUNG, K.; WELSHONS, D.
O.; MARGARYAN, A.; ALDRICH, J. R.; CHAUHAN, K. R. Male-produced pheromone of the
green lacewing, Chrysopa nigricornis. Journal of Chemical Ecology, New York, v. 32, p.
2163-2176, 2006a.
ZHANG, Q.-H.; SHENG, M.; CHEN, G.; ALDRICH, J. R.; CHAUHAN, K. R. Iridodial: a
powerfull attractant for the green lacewing, Chrysopa septempunctata (Neuroptera:
Chrysopidae). Die Naturwissenschaften, Berlin, v. 93, p. 461-465, 2006b.
ZHENG, Y.; DAANE, K. M.; HAGEN, K. S.; MITTLER, T. E. Influence of larval food
consumption on the fecundity of the lacewing Chrysoperla carnea. Entomologia
Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 67, p. 9-14, 1993b.
ZHENG, Y.; HAGEN, K. S.; DAANE, K. M.; MITTLER, T. E. Influence of larval dietary supply
on the food consumption, food utilization efficiency, growth and development of the lacewing
Chrysoperla carnea. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 67, p. 1-7,
1993a.
ZHU, J.; COSSÉ, A. A.; OBRYCKI, J. J.; BOO, K. S.; BAKER, T. C. Olfactory reactions of
the twelve-spotted lady beetle, Coleomegilla maculata and the green lacewing, Chrysoperla
carnea to semiochemicals released from their prey and host plant: electroantennogram and
behavioral responses. Journal of Chemical Ecology, New York, v. 25, p. 1163-1177,
1999.
ZHU, J.; OBRYCKI, J. J.; OCHIENG, S. A.; BAKER, T. C.; PICKETT, J. A.; SMILEY, D.
Attraction of two lacewing species to volatiles produced by host plants and aphid prey. Die
Naturwissenschaften, Berlin, v. 92, p. 277-281, 2005.
ZHU, J.; PARK, K.-C. Methyl salicylate, a soybean aphid-induced plant volatile attractive to
the predator Coccinella septempunctata. Journal of Chemical Ecology, New York, v. 31,
p. 1733-1746, 2005.
Capítulo 24
Hematófagos (Diptera, Syphonaptera,
Hemiptera, Phthiraptera)
Mario A. Navarro-Silva
Ana C. Dalla-Bona
Josiane S. Prophiro
Introdução
Os insetos de importância em saúde pública apresentam em
seu ciclo de vida diferentes estratégias de alimentação, e a
obtenção de novas fontes de alimento possibilitou o envolvimento de
algumas espécies de insetos na transmissão de agentes
patogênicos, por diferentes formas e eficiência. As espécies
hematófagas, por exemplo, alimentam-se do sangue de diferentes
hospedeiros e por isso podem transmitir agentes patogênicos de um
organismo para outro. Várias espécies de insetos (das ordens
Diptera, Hemiptera, Phthiraptera, Siphonaptera, por exemplo) atuam
como vetores de agentes de doença e são responsáveis pela
manutenção de epidemias, tais como dengue, malária,
leishmaniose, doença de Chagas e peste bubônica, entre outras
doenças parasitárias. Em algumas espécies, a atividade
hematofágica é desempenhada por todos os estágios de
desenvolvimento do inseto e por ambos os sexos, entretanto, em
outras, apenas as fêmeas adultas são hematófagas e procuram os
hospedeiros com a finalidade de obter nutrientes específicos para a
produção de ovos (FORATTINI, 2002). Alguns insetos, embora não
apresentem hábito hematofágico e não participem da transmissão
de agentes etiológicos, podem desencadear reações alérgicas.
Essas reações podem ser provocadas por compostos presentes na
saliva que é liberada no momento da picada, pela inoculação de
substâncias tóxicas (veneno) por meio de ferrões ou de estruturas
urticantes que são utilizadas como meio de defesa. Outras espécies
se desenvolvem no interior de hospedeiros vertebrados, nos quais
se alimentam dos tecidos e sangue, e nesse caso, além de
provocarem lesões, algumas vezes graves, podem propiciar o
desenvolvimento de infecções secundárias causadas por
microrganismos, como bactérias e fungos.
Diptera
Na ordem Diptera, encontra-se número expressivo de insetos
responsáveis pela transmissão de agravos à saúde do homem e dos
animais, determinados principalmente pela hematofagia.
Psychodidae (Phlebotominae)
A família Psychodidae está dividida em duas subfamílias
Psychodinae e Phlebotominae, porém somente a última inclui
espécies hematófagas. Os flebotomíneos apresentam distribuição
cosmopolita e estão representados por, aproximadamente, 800
espécies descritas (AZAR; NEL, 2003), distribuídas em 28 gêneros
(GALATI, 1995), ocorrendo 230 espécies no Brasil. Os
flebotomíneos ocupam, preferencialmente, ambientes florestais,
mas, em decorrência do intenso processo de desmatamento,
algumas espécies têm sido encontradas no ambiente antrópico,
tanto em áreas rurais quanto urbanas (ANDRADE FILHO et al.,
2001).
O seu ciclo de vida inclui os estágios de ovo, larva, pupa e
adulto. As fêmeas depositam os ovos em microhabitats terrestres
(ALEXANDER, 2000) ricos em matéria orgânica que fornecem
alimento para o desenvolvimento das larvas. Os criadouros podem
ser representados por ocos e raízes de árvores, axilas de folhas,
esconderijos sob rochas, abrigos de animais silvestres ou
domésticos (FORATTINI, 1973), e podem estar localizados no
ambiente doméstico, peridoméstico ou silvestre. Em áreas rurais, o
acúmulo de matéria orgânica, representada por resíduos agrícolas,
folhas e frutos caídos, fezes de animais domésticos, restos de
alimentos e o descarte de águas de uso doméstico, pode favorecer
a formação de criadouros no peridomicílio (MASSAFERA et al.,
2005). Informações mais precisas sobre a forma de alimentação dos
flebotomíneos são escassas, por causa da dificuldade em localizar
os ovos, larvas e pupas, e de monitorar seu desenvolvimento
(XIMENES et al., 2001).
Embora a maioria das espécies de flebótomos não participe da
transmissão de agentes etiológicos, algumas delas são capazes de
se infectar e transmitir arbovírus, bactérias e protozoários. Muitas
espécies, incluídas nos gêneros Phlebotomus e Lutzomyia, são
vetoras de agentes patogênicos (KILLI-KENDRICK, 1990). Nas
Américas, espécies do gênero Lutzomyia são responsáveis pela
transmissão de Leishmania (Trypanosomatidae), que se multiplicam
nas células do sistema fagocitário mononuclear (MARCONDES,
2001). Ao sugar sangue, a fêmea de Lutzomyia regurgita na pele do
hospedeiro de 10 a 100 promastigotas de Leishmania juntamente
com a saliva. Além disso, componentes com atividades
imunossupressoras e imunomoduladoras na saliva inibem o
desenvolvimento de uma resposta imune-inflamatória do hospedeiro
contra o parasita, determinando o aumento da infecção
(MONTEIRO, 2005). A leishmaniose é considerada essencialmente
uma zoonose e pode assumir no homem duas formas principais:
tegumentar e visceral, embora o homem não tenha importância na
perpetuação do ciclo da transmissão, pode exercer em
determinadas regiões papel principal na manutenção da endemia.
Assim como muitos outros dípteros hematófagos, os
flebotomíneos necessitam de suprimentos de carboidratos que
adquirem diretamente da seiva de plantas, néctar (ALEXANDER;
USMA, 1994), honeydew e frutas maduras (CAMERON et al., 1995).
Para as fêmeas, essas exigências são utilizadas como complemento
na alimentação sanguínea. O comportamento hematófago é
exclusivo das fêmeas, que necessitam do sangue para a maturação
dos ovários, que o obtém sugando diversos vertebrados, entre
esses mamíferos, aves, répteis e anfíbios. No entanto, Silva e
Grunewald (1999), em estudo sobre a dinâmica de transmissão de
leishmaniose cutânea no Rio Grande do Sul, observaram uma
agregação de flebotomíneos em lesão aberta de bovino. Nessa
lesão, foram coletados 1.743 flebotomíneos machos. Destes, 62 se
alimentaram efetivamente de sangue, Lutzomyia migonei (França),
Lu. pessoai (Coutinho & Barretto), Lutzomyia fischeri (Pinto) e
Brumptomyia sp. Ainda não é conhecido se os machos poderiam
desempenhar papel na transmissão de leishmanias. Entretanto, se
eles são aptos a ingerir sangue de mamíferos, eles poderiam
também ingerir leishmanias de uma lesão inicial e, posteriormente,
servir como vetor mecânico. Porém, essa questão ainda precisa ser
investigada para descrever qual parasito poderia se desenvolver e,
posteriormente, ser transmitido passivamente por machos de
flebotomíneos.
Nos flebotomíneos, tanto os machos como as fêmeas
alimentam-se de açúcares, possibilitando a ingestão de
microrganismos, entre eles, as bactérias presentes no trato digestivo
de numerosas espécies de insetos (TANADA, 1993).
A alimentação prévia em solução açucarada não é fator
indispensável ao hematofagismo em Lutzomyia intermedia (Lutz &
Neiva) e Lutzomyia longipalpis (Lutz & Neiva). Fêmeas de L.
intermedia após alimentação em solução açucarada são mais
estimuladas a realizar hematofagia, enquanto fêmeas de L.
longipalpis não necessitam de alimentação açucarada como fonte
estimuladora. As fêmeas de ambas as espécies sobreviveram sem
realizar repasto sanguíneo até o quinto dia após o nascimento; no
oitavo dia, esse índice foi de 65% e 85%, respectivamente. Por isso,
L. longipalpis pode ser mais resistente ao jejum de sangue
(RANGEL et al., 1986). Recentemente, a técnica de cromatografia
líquida de alto desempenho foi utilizada para demonstrar que
honeydew tem sido considerado uma fonte natural de energia para
machos e fêmeas de flebotomíneos. Honeydew é um líquido
excretado por afídeos ou coccídeos que contém carboidratos e
aminoácidos, glucose, frutose e sucrose (SOUZA et al., 1995).
O caráter oportunista da fêmea parece predominar na
alimentação desses insetos que podem sugar ampla variedade de
vertebrados (DIAS et al., 2003). O estudo do conteúdo estomacal de
inseto hematófago é uma alternativa para determinar os animais
domésticos e sinantrópicos efetivamente utilizados como
hospedeiros sanguíneos no ambiente antrópico. Dias et al. (2003)
constataram o comportamento eclético de Lutzomyia longipalpis,
espécie reconhecida como a principal vetora da leishmaniose
visceral na América, uma vez que suga o sangue de aves e
mamíferos domésticos e sinantrópicos, incluindo ainda na sua dieta,
o sangue humano. Das fêmeas capturadas, 547 (24,4%) estavam
alimentadas com sangue de vertebrados nas proporções que
seguem: ave (87,9%); roedor (47,2%); humano (42,4%), cão
(27,6%); mucura (26,6%) e equino (22,5%). Nery et al. (2004)
observaram que o roedor é a fonte predominante de alimentação
sanguínea para Lutzomyia umbratilis Ward & Fraiha e Lutzomyia
spathotrichia Martins, Falcão & Silva, espécies consideradas como
principais vetoras de leishmanioses na região de Manaus, AM.
Rangel et al. (1986), por meio de análises em laboratório com
Lutzomyia intermedia e L. longipalpis, concluíram que a fonte de
alimentação sanguínea mais adequada é o hamster, por causa da
aceitação da isca, oviposição, duração do ciclo e produtividade de
número de ovos colocados. Conforme Muniz et al. (2006),
Nyssomyia whitmani (Antunes & Coutinho) e Pintomyia fischeri
(Pinto) são oportunistas e as fêmeas ajustam os seus hábitos
alimentares à disponibilidade de hospedeiros. Assim, a flexibilidade
alimentar de determinadas espécies de flebotomíneos, conforme as
disponibilidades de fontes sanguíneas, nos ambientes antrópicos,
sugerem o ecletismo alimentar desses insetos.
Culicidae
A família Culicidae possui aproximadamente 4.000 espécies
descritas e distribuídas em duas subfamílias, Anophelinae e
Culicinae (FORATTINI, 2002). Exploram ampla diversidade de
ambientes, de florestas a áreas fortemente alteradas pela atividade
antrópica. A lista das espécies que apresentam importância em
saúde pública, em determinada região pode sofrer alteração em
consequência da introdução de novas espécies ou alterações
comportamentais, determinando novos quadros epidemiológicos.
Podem-se destacar duas espécies que utilizam recursos
similares no estágio larval e adulto, com importância real e potencial
para saúde pública. Aedes aegypti (L.) é originária da Região
Afrotropical, apresenta distribuição cosmotropical e caracteriza-se
como espécie urbana capaz de explorar criadouros artificiais e
naturais. As fêmeas buscam seus hospedeiros durante o período
diurno e exercem a hematofagia de forma rápida. É a principal
espécie vetora dos quatro sorotipos do dengue (Flaviviridae) e do
vírus da febre amarela (rural e urbana) (FORATTINI, 2002). A outra
espécie é Aedes albopictus (Skuse), que, apesar de terem sido
encontradas larvas infectadas pelo vírus da dengue no Estado de
Minas Gerais (SERUFO et al., 1993), não tem sido apontada como
vetora. Porém deve ser objeto de vigilância entomológica, em
consequência da rápida ampliação de sua área de distribuição em
nosso território (FORATTINI, 1996; SANTOS, 2003). Ae. albopictus
apresenta características de excelente invasor, pois é capaz de
utilizar nichos ecológicos naturais, sem deixar de lado a ocupação
de outros de natureza antrópica (GOMES et al., 1992).
Aedes scapularis (Rondani), outra espécie de importância
epidemiológica, apresenta comportamento diverso das espécies
anteriores quanto ao local explorado pelos imaturos. Foi
considerada provável vetor responsável pela epidemia da encefalite
por vírus Rocio no Vale do Ribeira no Estado de São Paulo
(FORATTINI et al., 1981). É também considerada como vetor de
Dirofilaria immitis (Nematoda, Onchocercidae) que parasita cães e
gatos Apresenta comportamento diferenciado em relação ao tipo de
ambiente explorado pelos imaturos, os quais se desenvolvem em
coleções líquidas de caráter transitório ou semipermanente nos
solos sujeitos a regime de inundação e dessecação periódicas,
como poças de rios, margens de brejos e terrenos alagadiços
(GOMES et al., 2003; PATERNO; MARCONDES, 2004; FORATTINI,
2002).
Culex quinquefasciatus Say é considerado vetor primário de
Wuchereria bancrofti, agente causador da filariose linfática humana
(elefantíase), doença que deixa sequelas e considerada como
socialmente estigmatizante; a filariose ocorre nos estados do Pará e
Pernambuco com prevalência significativa (MACIEL et al., 1999).
Além disso, C. quinquefasciatus tem sido identificado como vetor de
Dirofilaria imitis que parasita cães e gatos; essa espécie apresenta
ampla distribuição e elevada domiciliação, e é encontrada associada
à atividade humana. Os imaturos podem se desenvolver em
criadouros artificiais, como recipientes de plástico e cerâmica,
pneus, floreiras de cemitério, assim como em reservatórios
destinados ao tratamento de efluentes ou reservatórios domésticos
de acumulação de águas servidas. Outro local importante, sob o
ponto de vista de saúde pública, são as valas de escoamento de
resíduos domésticos sem tratamento adequado. Nesses criadouros
de maior extensão pode ser gerado número expressivo de adultos
potencializando os riscos epidemiológicos.
Outras duas espécies, Haemagogus janthinomys Dyar e
Haemagogus leucocelaenus (Dyar & Shannon), são encontradas em
ambientes florestais, contudo a segunda espécie pode estar
presente em áreas arborizadas, como parques, bosques ou capões
de mata inseridos no tecido urbano. A primeira é considerada o
principal vetor do vírus da febre amarela silvestre, enquanto a
segunda, vetor secundário (FORATTINI, 2002). Os imaturos se
desenvolvem em ocos de árvores, com peculiaridades que afetam a
forma de desenvolvimento dos estágios imaturos. Quanto à
alimentação sanguínea, ambas possuem como fonte preferencial os
primatas.
Os culicídeos passam por quatro estágios de desenvolvimento,
ovo, quatro ínstares larvais, pupa e adulto. Os imaturos se
desenvolvem em ambiente aquático e a duração de cada estágio é
influenciada por condições ambientais e por fatores biológicos
próprios das espécies. Em Aedes aegypti, o período de ovo a adulto
pode levar dez dias de acordo com as condições ambientais. O
desenvolvimento dos culicídeos pode ocorrer em locais de origem
natural e/ou artificial, dependendo das exigências da espécie. Os
naturais são representados por bromélias, internódios de bambu,
ocos de árvore, lagoas, poças, entre outros. Os artificiais são
resultantes da atividade antrópica e podem ser constituídos por
pneus, caixas de água, floreiras de cemitério, vasos de cerâmica,
latas, recipientes de plástico e de vidro ou qualquer outra estrutura
que permita o acúmulo de água e viabilize o desenvolvimento dos
estágios imaturos até a emergência dos adultos. Nos Culicidae,
algumas espécies são ecléticas quanto à ocupação de criadouros,
mas a maioria delas apresenta preferências e especificidade quanto
ao tipo de ambiente. Aedes aegypti e Culex quinquefasciatus são
capazes de explorar recipientes artificiais e naturais, sendo
facilmente encontrados em ambiente urbano, embora possuam
especificidade quanto à qualidade da água dos locais de colocação
dos ovos. A colocação dos ovos pode ocorrer de forma isolada, em
conjunto, formando “jangadas”, ou em grupos, formando “rosetas”
(Mansonia). O procedimento adotado pela espécie para deposição
dos ovos determina a densidade de imaturos nos recipientes assim
como a dispersão das espécies, embora o número de ovos por
postura possa sofrer variação dentro da mesma espécie. Também
existem variações no comportamento de colocação dos ovos.
Algumas espécies colocam os ovos diretamente sobre água (Culex
e Anopheles), outras em superfícies úmidas próximas a esta
(Aedes, Ochlerotatus, Psorophora e Haemagogus) e em folhas de
macrófitas aquáticas (Mansonia e Coquillettidia) (FORATTINI, 2002).
O desenvolvimento embrionário geralmente compreende
poucos dias e é influenciado, principalmente, pela temperatura e
umidade. Os ovos de algumas espécies podem suportar o
dessecamento e permanecer viáveis por longos períodos. Os ovos
de Aedes aegypti e Aedes albopictus, por exemplo, são resistentes
à falta de água e podem permanecer vários meses fora do meio
líquido, o que possibilita a dispersão passiva. As larvas retiram
oxigênio diretamente do ar ou de tecidos vegetais, por meio de um
sifão respiratório localizado no oitavo segmento abdominal, o qual
sofre modificações nas diferentes espécies; as mudanças mais
profundas foram encontradas nos gêneros Mansonia e Coquilletidia
onde o sifão respiratório perfura os tecidos de macrófitas aquática
retirando o oxigênio do parênquima das plantas (BEYRUTH, 1992).
A fase larval é o período de alimentação e crescimento do inseto, os
imaturos passam a maior parte do tempo alimentando-se
principalmente de material orgânico e microplâncton. A duração da
fase larval depende da temperatura, disponibilidade de alimento e
densidade das larvas no criadouro. Eventuais carências nutricionais
de dietas larvais traduzem-se pelo alongamento do tempo de
desenvolvimento dos estágios imaturos, bem como pelo aumento da
mortalidade na fase de transição para o adulto (BERGO et al.,
1990).
O aparelho bucal dos imaturos de culicídeos apresenta
mandíbulas denteadas e escovas orais, que auxiliam na filtragem
dos alimentos. As larvas de Culicidae podem ser classificadas de
acordo com o comportamento alimentar, em filtradoras de caráter
passivo e coleta ativa como raspagem, mordedura e predação
(FORATTINI, 2002). O acesso ao oxigênio tende a limitar a vida dos
imaturos de Culicidae, já que estes possuem o sistema respiratório
aberto, tal fato exige que as larvas permaneçam na interface
água/ar. Assim, pode-se observar a funcionalidade do sifão
respiratório que promove o contato com o ar. No entanto, os
imaturos de Anophelinae não possuem esse sifão, e por isso
precisam ficar na postura horizontal na interface da água
(FORATTINI, 2002). Esse comportamento faz com que eles coletem
materiais que se acumulam na película da superfície da água, a qual
é enriquecida de matéria orgânica e microrganismos comparados
com o restante da coluna de água (BADII et al., 2006).
Para certas espécies de culicídeos, como as do gênero
Mansonia e Coquillettidia, as raízes de plantas aquáticas são
utilizadas para fixação das larvas e pupas, por meio das quais essas
formas imaturas retiram o oxigênio para respiração (FORATTINI,
1965). Assim, os criadouros desses mosquitos apresentam
constante aspecto de serem ricos em vegetação aquática. Espécies
de outros gêneros geram suas próprias correntes de alimentação, e
com sua escova oral retiram a matéria orgânica. Culex
quinquefasciatus possui o modo de alimentação do tipo coletor-
filtrador (collecting-filtering); essa via de alimentação apresenta um
mecanismo de filtração bem desenvolvido, com adaptações
principalmente nos músculos da faringe, tendo após a ingestão, um
seleto e pequeno conteúdo no estômago, mesmo com o meio
externo sobrecarregado de substâncias alimentares (MORAIS et al.,
2006). Essa característica permite a sobrevivência da espécie em
meios aquáticos poluídos.
Espécies de alguns gêneros são extremamente vorazes e
predadores como as larvas de Toxorhynchites e Psorophora (BADII
et al., 2006). Collins e Blackwell (2000) comentam que as larvas de
Toxorhynchites podem ser uma estratégia para controle biológico de
outros imaturos de Culicidae. Toma e Miyage (1992) estudaram
aspectos da biologia de Toxorhynchites splendens Wiedemann para
predação de larvas de Aedes albopictus. Normalmente, as larvas de
Toxorhynchites ficam dipostas em um ângulo de 45° com a
superfície da água. Quando resolvem se alimentar, movem o corpo
para a posição horizontal, e quando a presa se aproxima, o
predador golpeia lateralmente e aperta a presa com suas
mandíbulas (STEFAN; EVENHUIS, 1981).
As coleções líquidas exploradas por mosquitos, como
criadouros de imaturos, variam da amplitude de uma grande lagoa
ao interior escuro de um entrenó de bambu. Nesse contexto de
exploração e colonização de diferentes tipos de criadouro surge a
especialização. A especialização visa diminuir a competição por
espaço e alimento (FORATTINI, 2002). Nunes (2005), ao avaliar os
efeitos da competição larval intra e interespecífica, de Aedes aegypti
e Aedes albopictus da região do Vale do Paraíba, conclui que Ae.
aegypti apresentou maior capacidade competitiva em relação a Ae.
albopictus em densidade intermediária, entretanto, em densidade
alta, a sobrevivência de Ae. albopictus foi superior.
As larvas que habitam coleções de águas transitórias, ou
aquelas que coabitam com predadores, precisam obter energia de
forma rápida para que seu desenvolvimento seja acelerado. Nessa
fase, diversos fatores intrínsecos e extrínsecos ao criadouro podem
determinar o sucesso ou não das larvas em alcançar a fase pupal.
Brito e Forattini (2004) demonstraram que criadouros artificiais
grandes e médios (permanentes) foram mais produtivos para Ae.
albopictus, contribuindo com 2,8 fêmeas por dia, cada um. Os
criadouros naturais pequenos e médios tiveram produção média
diária de 0,5 fêmeas e 0,6 fêmeas, respectivamente.
Nas estratégias de controle biológico que compõem os
programas de manejo integrado tem se destacado o uso de
bactérias entomopatogênicas para o controle de larvas de
mosquitos, nos diferentes tipos de criadouros. A bactéria Bacillus
thuringiensis israelensis (Bti) possui três diferentes toxinas Cry
(cristal tóxico), e uma Cyt (toxina com atividade citolítica e
hemolítica). A grande atividade inseticida deve-se às proteinases
tóxicas situadas em corpos paraesporais (cristais). Os cristais são
produzidos no segundo estágio da esporulação, durante a formação
dos esporos. Após a larva ingerir os cristais, estes são dissolvidos
em meio ácido ou alcalino do intestino médio e as protoxinas são
liberadas quando ainda não exibem atividade biológica e a ativação
proteolítica necessária. As proteases do intestino desdobram as
protoxinas e produzem uma proteína ativada de menor tamanho.
Essa toxina tem que passar pela membrana peritrófica para ser
reconhecida por receptores específicos presentes nas
microvilosidades apicais do intestino médio. Após a ligação com o
receptor, a toxina cria poros que interferem no sistema de transporte
de íons pela membrana do tecido. Esse processo causa lise do
epitélio do intestino médio e/ou interrompe a secreção normal,
baixando o pH do lúmem, favorecendo a germinação dos esporos
que acarretará na septicemia e morte do inseto. A inibição da
alimentação pode ocorrer logo após a ingestão do esporo e da
toxina, provocando a morte do inseto. Bacillus thuringiensis (Bti) é
comercializada em larga escala para o controle de Culicidae e
Simuliidae, e grande número de produtos eficientes está disponível
no mercado. A Bti foi usada em campanhas intensivas de controle
realizadas nos EUA e na Alemanha para o controle de mosquitos, e
na África para o combate de simulídeos vetores da oncocercose
(GLARE; O’CALLAGHAN, 2000).
O estágio de pupa, embora curto, é um período de transição no
qual ocorrem profundas transformações teciduais que levam à
formação do adulto e à mudança do habitat aquático pelo terrestre,
nesse período as pupas não se alimentam, porém continuam
obtendo oxigênio da atmosfera por meio de estruturas denominadas
trompas respiratórias, localizadas no cefalotoráx. Após um breve
período no estágio pupal, que pode atingir até cinco dias, ocorre a
emergência de adultos machos e fêmeas que apresentam
comportamento diferenciado quanto aos requisitos nutricionais.
Enquanto as fêmeas adultas apresentam necessidade de
alimentação sanguínea, proveniente de vertebrados e açucarada de
plantas, os machos possuem como única fonte de alimentação
carboidratos de plantas. Existe uma única exceção, em Culicidae,
desse tipo de comportamento, fêmeas e machos do gênero
Toxorhynchites que se alimentam exclusivamente de carboidratos
(STEFFAN; EVENHUIS, 1981).
Os mosquitos adultos alimentam-se de substâncias
açucaradas, encontradas no néctar floral, extrafloral e honeydew.
Essa alimentação é representada por hidratos de carbono e água, e
participam do desempenho de suas múltiplas atividades biológicas.
A alimentação açucarada complementa a dieta nas fêmeas,
tornando-se essencial para os machos. Em mosquitos, o corpo
gorduroso é o principal órgão de metabolismo intermediário,
funcionando como um órgão de armazenamento de proteínas,
lipídios e carboidratos. Essas substâncias no adulto são
provenientes da energia obtida durante a etapa larval (ALVES et al.,
2004).
A nutrição das fêmeas de Culicidae tem consequências
fisiológicas, reprodutivas e epidemiológicas. Elas necessitam ativar
mecanismos neuroendócrinos para completar a maturação ovariolar,
por meio da alimentação sanguínea. Os nutrientes do sangue
complementam as reservas energéticas vindas da fase larvária,
iniciando o processo de deposição de vitelo nos folículos ovarianos
(vitelogênese) (ZHOU et al., 2004). A região anterior do canal
alimentar contém dois êmbolos de sucção que servem para a
ingestão do alimento: a bomba cibarial, situada sob o clípeo e
provida em sua porção final de uma crista formada por espículos
esclerotizados, os dentes do cibário, e a bomba faringeana,
musculosa, responsável pela pressão negativa gerada para a
ingestão de alimentos (CONSOLI; OLIVEIRA, 1994). Essa bomba
rompe as hemácias do sangue para que estas não obstruam a
passagem no canal alimentar (Figura 1).
Figura 1. Sistema digestório de Culicidae, com destaque para a
bomba cibarial.
Fonte: Forattini (1996).
Ilustração: Oswaldo Paulo Forattini
Refeição
42,50 29,10 18,70 9,70
sanguínea
Simuliidae
A família Simuliidae apresenta ampla distribuição geográfica e
engloba, aproximadamente, 1.700 espécies descritas. No Brasil,
cerca de 78 espécies de simulídeos são conhecidas, quatro
pertencentes ao gênero Lutzsimulium e o restante delas incluído em
Simulium (CROSSKEY; HOWARD, 2004). Os insetos dessa família
são chamados de borrachudos ou piuns. São transmissores de
protozoários, nematoides, vírus e bactérias aos animais domésticos
e ao homem. Algumas espécies são hospedeiros intermediários de
Onchocerca volvulus e Mansonella ozzardi. Outras espécies, apesar
de não apresentarem importante papel vetorial, podem picar o
homem e animais domésticos, e causar danos econômicos à
agropecuária e ao turismo. Nas regiões Sul e Sudeste do Brasil,
Simulium pertinax Kollar é a espécie mais comum e constitui
importante praga, pois é antropofílica, sendo capaz de causar
reações alérgicas e grande desconforto no momento da picada,
principalmente quando em altas densidades populacionais.
As larvas da família Simuliidae são filtradoras e necessitam da
correnteza para a alimentação. Os nutrientes são retidos por
estruturas especializadas denominadas pentes cefálicos. Como
filtradores, entre os consumidores primários, são importantes no
suporte da cadeia alimentar dos ambientes lóticos (WERNER;
PONT, 2003). Ainda representam elo importante entre partículas
suspendidas e os predadores; elas também alteram o espectro de
tamanho das partículas de matéria orgânica (MALMQVIST et al.,
1999). As dimensões das partículas alimentares ingeridas pelas
larvas de simulídeos variam muito, e a oferta do biótopo é que vai
estabelecer o consumo alimentar das larvas, uma vez que elas não
selecionam seu alimento (LOZOVEI, 1994). De forma geral, podem
se alimentar de esporos e micélios de fungos, algas, diatomáceas,
rotíferos e bactérias (ALENCAR et al., 2001). As larvas exploram
uma vasta gama de recursos ambientais. Lozovei (1994), estudando
o conteúdo intestinal de três espécies de larvas de Simuliidae,
encontrou 27 gêneros de diatomáceas e 43 gêneros de outros
grupos de alga. O crescimento e a sobrevivência das larvas de
simulídeos criadas com diatomáceas eram mais altos, e mais baixos
quando foram criadas com folhas secas. Nas algas verdes,
produziram taxas de crescimento mais altas que nas bactérias
(THOMPSON, 1987).
As espécies dos gêneros Simulium Latreile, Promsimulium
Roubaud, Austrosimulium Tonnoir e Cnephia Enderlein, possuem
hábito hematofágico (LOZOVEI et al., 2004). O sangue ingurgitado é
digerido, convertido em reserva e utilizado principalmente para
maturação dos folículos. Os adultos, sobretudo, os machos,
alimentam-se de néctar que aparentemente satisfaz o inseto da
energia requerida.
Espécies ornitófilas frequentemente transmitem Leucocytozoon
(Apicomplexa: Plasmodiidae) parasitas de pássaros; algumas
espécies que se alimentam de mamíferos transmitem as filárias:
Dirofilaria, Mansonella e Onchocerca (Kinetoplastida:
Onchocercidae). A alergia das picadas de simulídeos pode ser séria,
e a saliva é suspeita de ser um cofator na transmissão do vírus do
herpes humano (WERNER; PONT, 2003). Na Região Neotropical
várias espécies de Simulium veiculam a filária Onchocerca volvulus
que causa a oncocercose, sério problema de saúde pública
(LOZOVEI et al., 2004).
Ceratopogonidae
A família Ceratopogonidae possui distribuição mundial e
apresenta, aproximadamente, 5.500 espécies descritas (BORKENT;
WIRTH, 1997). Os adultos são insetos pequenos, com 1 mm a 4
mm de comprimento e estão incluídos entre os menores insetos da
ordem Diptera. No Brasil, são chamados de maruins, mosquitos do
mangue ou mosquitos-pólvora. São considerados de grande
importância, pois são hematófagos e assim transmissores potenciais
de patógenos como: Onchocerca volvulus, O. gibsoni (bovinos) e O.
cervalis (equinos), além de Haemoproteus e Leucocytozoon (aves) e
Hepatocystis (macacos) e também o vírus bluetongue (ovinos e
bovinos), African horse sickness (equinos), bovine ephemeral fever
(bovinos) e akabane disease (bovinos, ovinos e caprinos) (MELLOR
et al., 2000). No Brasil, os dípteros hematófagos da família
Ceratopogonidae pertencem aos gêneros Culicoides Latreille,
Forcipomyia Meigen subgênero Lasiohelea Kieffer e Leptoconops
Skuse.
O gênero Culicoides é o maior da família e também o mais
distribuído. Segundo Mellor et al. (2000), mais de 1.400 espécies de
Culicoides são conhecidas em todo o mundo, das quais 96%
atacam obrigatoriamente mamíferos e aves. As fêmeas possuem
hábito hematófago, alimentando-se de sangue de vertebrados,
incluindo o homem, e podem se tornar verdadeiras pragas em áreas
de praias, florestas, montanhas e manguezais. Culicoides, em
grande parte, são crepusculares, embora poucas espécies realizem
o repasto sanguíneo durante o dia. A fêmea desempenha o voo
para procura de machos, refeição sanguínea e local para
oviposição. Machos não se alimentam de sangue (MELLOR et al.,
2000). Fêmeas de Culicoides ingerem grande quantidade de
alimentos líquidos, incluindo sangue, solução açucarada, água e
néctar. A maior parte desses alimentos é depositada em sacos
acelulares, no divertículo do seu intestino médio. Se o alimento for
sangue, a contração de um músculo do esfíncter garante que a
refeição seja dirigida para a parte posterior do intestino médio
(MEGAHED et al., 1956). Em geral, adultos de Culicoides têm vida
curta e, durante esse período, pode realizar múltiplas alimentações
sanguíneas (MELLOR et al., 2000). Segundo Brei et al. (2003), a
salinidade da água do mar pode causar grande impacto na nutrição
de Culicoides. Concentrações elevadas da água do mar inibem a
sobrevivência e maturação de imaturos de Culicoides molestus
(Skuse), enquanto concentrações menores são mais apropriadas
para a sobrevivência do adulto. Conforme Cribb (2000), o
ceratopogonídeo Forcipomyia townsvillensis (Taylor) exposto à
alimentação sanguínea, carboidratos e água pode sobreviver até 39
dias após a coleta, com 50% da população vivendo até duas
semanas a 98% de umidade relativa. Os imaturos requerem água
ou umidade e são encontrados em uma grande variedade de
habitats com esses critérios. Locais de reprodução incluem poças
de água, córregos, pântanos, brejos, praias, orifício em árvores,
tubulações, solo saturado, fezes animais, frutas em decomposição e
outros vegetais (BLANTON et al., 1979; WIRTH; HUBERT, 1989).
Na maioria das espécies, as larvas utilizam como alimento
partículas de matéria orgânica vegetal, mas outras espécies são
predadoras de nematoides, protozoários, rotíferos e artrópodes
pequenos (BLANTON et al., 1979; MEISWINKEL et al., 1994).
Tabanidae
Representantes da família Tabanidae apresentam hábitos
hematofágicos e podem ser transmissores mecânicos e biológicos
de patógenos para animais domésticos e silvestres, como, por
exemplo: anemia infecciosa dos equídeos, estomatite vesicular,
encefalites e peste suína, além do Anaplasma marginale,
Trypanosoma evansi, T. vivax e T. equiperdum, o carbúnculo, a
brucelose, a tularemia e a leucose bovina (PRADO, 2004).
As fêmeas de Tabanidae são conhecidas como ectoparasitas
do homem e de outros mamíferos, e assim apresentam potencial na
transmissão de patógenos durante a alimentação sanguínea em
diferentes hospedeiros (FERREIRA et al., 2002). Além de
hospedeiros mamíferos, tabanídeos se alimentam em répteis,
Caiman crocodilus (L.) e Eunectes murinus (L.), na Amazônia
(FERREIRA et al., 2002). A maioria dos tabanídeos hematófagos
parece confiar nos receptores do estiramento abdominal como
mecanismo preliminar para finalizar a alimentação sanguínea e
procurar por hospedeiro (ADAMS, 1999).
A atividade de alimentação diária de Tabanidae, conforme
Azevedo de Bassi et al. (2000), se revelou em três picos: o primeiro
às 10 horas, o segundo às 13 horas e o terceiro às 17 horas. Com
relação aos parâmetros ambientais (temperatura e umidade),
observou-se um aumento na frequência de alimentação dos
tabanídeos com a elevação da temperatura e com o decréscimo da
umidade, ausência de ventos e maior luminosidade. Cilek e
Schreiber (1996) observaram que 96% dos adultos de Chrysops
celatus Pechuman coletados tinham se alimentado de frutose,
enquanto 92% dos que procuraram alimentação em hospedeiro
eram nulíparos. A relação entre acasalamento e alimentação de
fêmeas de Tabanidae indica que a cópula precede a alimentação
sanguínea, pois mais de 90% das fêmeas que procuram
hospedeiros já estão copuladas. O sucesso reprodutivo do macho
em sobrevoar hospedeiros das fêmeas está diretamente relacionado
com alimentação açucarada (YUVAL, 2006).
A energia utilizada para o voo em Tabanidae é retirada de
carboidratos derivados de diversas fontes. O comportamento de
sobrevoar o hospedeiro pode diminuir a reserva de energia, mas
também pode ser uma resposta evolucionária às pressões de
predação ou ao perfil da atividade da fêmea (SMITH et al., 1994).
Imaturos de Tabanidae são predadores, alimentando-se de
líquido corpóreo de suas presas, mas podem ser vistos,
frequentemente, praticando canibalismo na ausência de alimento
disponível, sendo compreensível a necessidade de associação com
substratos de habitats que possibilitem suporte alimentar, em
ambiente aquático, semiaquático ou terrestre (WIEGMANN et al.,
2000; FERREIRA; RAFAEL, 2006).
Siphonaptera
O nome Siphonaptera deriva da palavra grega siphon que
significa tubo ou cano, referindo-se às suas peças bucais adaptadas
para cortar a pele e sugar o sangue. No que diz respeito à fase
adulta, a hematofagia é realizada pelos dois sexos, tanto durante o
dia quanto à noite, as pulgas alimentam-se diretamente nos
capilares (solenófagas) (LINARDI, 2004). Cada repasto sanguíneo
dura cerca de 10 minutos com duas a três refeições ao dia, e uma
fêmea pode ingerir em média 14 µL de sangue (MARCONDES,
2001). Estudos feitos com Ctenocephalides felis felis Bouche
indicam que no início da alimentação de sangue há uma redução de
proteínas; a quantidade de proteínas triplica depois da alimentação
de sangue e depois se torna constante (5%) (HINKLE et al., 1991).
As larvas possuem aparelho bucal mastigador, vivem livremente nas
tocas e ninhos de seus hospedeiros, alimentando-se do sangue do
hospedeiro, expelido pelo ânus da pulga adulta e, geralmente,
aderido a outros detritos orgânicos (LINARDI; GUIMARÃES, 2000).
As pulgas participam de diferentes elos na cadeia
epidemiológica: parasitos invertebrados propriamente ditos, vetores
biológicos e hospedeiros invertebrados (LINARDI, 2004). A
pediculose é causada pela infestação pelo Pediculus humanus
corporis De Geer (piolho-do-corpo) ou pelo Pediculus humanus
capitis (de Geer) (piolho-do-couro-cabeludo) (HEUKELBACH et al.,
2003). O tifo epidêmico (causado por Rickettsia prowazekii), a febre-
das-trincheiras (causada por Bartonella quintana) e a febre
recorrente (causada por Borrelia recurrentis) podem ser transmitidos
pelo piolho-do-corpo (FOURNIER et al., 2002).
Nessa ordem estão também os representantes da família
Tungidae como o bicho-de-pé que causa a tungíase, uma doença
ectoparasitária causada pela penetração da fêmea de Tunga
penetrans (L.) na epiderme do seu hospedeiro. É uma pulga que
hipertrofia subsequentemente até alcançar o tamanho de cerca de 1
cm (ARIZA et al., 2007).
Hemiptera (Heteroptera)
Cimicidae
A hematofagia provavelmente desenvolveu-se só uma vez em
Cimicidae porque todas as espécies são obrigatoriamente
hematófagas. Ambos os sexos sugam sangue exclusivamente de
vertebrado para sobrevivência, crescimento e reprodução
(REINHART; SILVA-JOTHY, 2007). Cimicidae tem uma escolha
restrita ao tipo de hospedeiro; os cimicídeos eram associados a
morcegos, mas algumas espécies se adaptaram a outros mamíferos
e aves. A sucção do sangue é feita diretamente nos capilares e sua
alimentação é predominantemente noturna (MARCONDES, 2001).
As ninfas de Cimex lectularius L. morrem dentro de poucos dias
após eclodirem do ovo se não realizarem a alimentação sanguínea.
As refeições de sangue representam entre 130% a 200% do peso
do corpo do adulto não alimentado. Uma única refeição completa de
sangue precede a passagem para o próximo ínstar, e há uma
quantidade mínima de refeição para alcançar tal passagem em C.
lectularius. Espécies de hospedeiros ou indivíduos diferentes podem
gerar refeições de tamanhos e qualidades diferentes (REINHART;
SILVA-JOTHY, 2007), por causa da variação no conteúdo de
proteína ou micronutrientes do sangue, tal como cálcio ou vitamina
B (DeMEILLON; HARDY, 1951). Todos os cimicídeos abrigam
microrganismos simbiontes usualmente Rickettsia que ajudam na
digestão do sangue do vertebrado. Esses organismos, chamados de
micetomas, estão presentes em ambos os sexos e aumentam
quando o inseto alcança a maturação, mas diminuem com idade
adulta (REINHART; SILVA-JOTHY, 2007).
Os percevejos causam grande incômodo e perda de sangue,
que pode levar crianças desnutridas a ter anemia (MARCONDES,
2001), atrapalhando o sono, já que habitam a cama, as frestas do
estrado, bem como as costuras do tecido do colchão. A ferida de
alimentação causada pelos percevejos-de-cama pode permitir que
outras infecções entrem no hospedeiro, mas tais infecções
secundárias não são documentadas. Os cimicídeos são capazes de
carregar os agentes infecciosos de tifo, kalazar, antraz, tularemia,
vírus da hepatite B e HIV. Silverman et al. (2001) fornecem uma
visão geral da associação entre Cimex lectularius e o vírus do HIV e
da hepatite. Apesar de ambos os vírus poderem persistir dentro do
percevejo durante várias semanas, nenhuma replicação viral e
nenhuma infectividade foi encontrada.
Triatominae
Na subfamília Triatominae estão os representantes da família
Reduviidae com hábito hematofágico. Existe uma variedade de
hospedeiros vertebrados, particularmente mamíferos e pássaros.
Estão presentes no habitat doméstico, onde eles podem tornar-se
vetores importantes da doença de Chagas (SCHOFIELD et al.,
1999).
Os triatomíneos são hematófagos vorazes em todas as fases
de desenvolvimento, mas são capazes de suportar longos períodos
de jejum. O estado nutricional tem pouco efeito sobre a atividade
reprodutiva do macho, porém a deficiência de importantes fatores
nutricionais do sangue pode influenciar na produção de ovos pelas
fêmeas (BRAGA; LIMA, 2001). Fêmeas virgens de Triatoma
brasiliensis Neiva produzem ovos mesmo que não recebam
alimento após a muda imaginal. Em geral, existe uma ampla
variação no peso corpóreo das fêmeas, quando alcançam o estádio
adulto. O peso do adulto é proporcional à quantidade de sangue
ingerido no quinto estádio (Tabela 2) (PERONDINI et al., 1975;
GONÇALVES, 1997). A variação da capacidade de oviposição em
relação ao peso dos insetos mostra que a produção de ovos durante
o jejum depende do estado nutricional dos animais e,
provavelmente, também está correlacionada com o sangue ingerido
durante o 5° estádio (PERONDINI et al., 1975).
Tempo total de contato(1) 16,75 min ± 9,63 min 8,47 min ± 4,36 min
Frequência de contração da
2,66 c/s ± 0,47 c/s 3,27 c/s ± 1,05 c/s
bomba(1)
Quantidade de líquido
1,96 nl ± 0,32 nl 2,71 nl ± 0,63 nl
ingerido/bombado(1)
(1)
P < 0,05.
Fonte: Barbosa et al. (2007).
Phthiraptera
Os piolhos pertencem à ordem Phthiraptera, verdadeiramente
parasita entre os exopterigota. A maioria dos indivíduos completa
seu ciclo de vida em um único hospedeiro, a transmissão ocorre na
maior parte, oportunisticamente, quando os hospedeiros estão em
contato próximo um do outro e durante a cópula. A especificidade de
hospedeiro conduziu a adaptações numerosas de acordo com seu
nicho, consequentemente, os piolhos são diversos em tamanho e
forma do corpo (MARCONDES, 2001). A especialização na dieta
dos piolhos indicou suas divisões taxonômicas principais, podendo
ser separados naqueles que se alimentam em restos, em penas e
em pele, e naqueles que se especializaram na alimentação de
sangue. Essa ordem abriga quatro superfamílias: Anoplura,
Ischnocera, Amblycera e Rhyncophthirina (SMITH, 1997).
Segundo Marcondes (2001), os piolhos sugadores apresentam
hematofagia obrigatória para os dois sexos e todos os estágios
ninfais. Como agentes infestantes, são responsáveis pela
anoplurose nos animais domésticos e pela ptirose e pediculoses em
seres humanos. Os piolhos mastigadores se alimentam de
descamação da pele de mamíferos, secreções de glândulas
sebáceas e bárbulas retirada das penas, sendo o aparelho bucal
próprio para mastigação, mas alguns podem chegar a perfurar a
pele do hospedeiro, provocando ferimentos. O sangue na dieta de
mastigadores ainda é pouco conhecido, e a alimentação sanguínea
não faz parte da dieta de Ischnocera (penas e resto de pele). A dieta
de Amblycera compõe-se de penas, secreções de tecido epitelial
juntamente com sangue. Os Rhyncophthirina alimentam-se
exclusivamente de sangue.
Adaptações morfológicas e comportamentais permitiram que os
piolhos permanecessem nos hospedeiros por períodos maiores e
com cada vez mais eficiência na alimentação de pele e penas, além
da alimentação sanguínea. A refeição sanguínea é de melhor valor
nutritivo e de fácil digestão quando comparada com a da pele. Esse
alto valor nutritivo pode refletir em maior fecundidade (LEHANE,
2005). Piolhos sugadores (Anoplura) são parasitos de mamíferos.
De aproximadamente 500 espécies, dois terços são parasitas de
roedores. Alimentam-se exclusivamente de sangue, e a alta
infestação pode causar anemia e fraqueza no hospedeiro (PRICE;
GRAHAM, 1997). Conforme Valim et al. (2005), apenas duas
superfamílias são encontradas em aves, Ischnocera e Amblycera.
Os piolhos pertencentes à superfamília Ischnocera vivem na
plumagem ou na pele de seus hospedeiros e exibem alto grau de
especificidade. A alimentação de Amblycera é em tecido epitelial e
sangue; sendo geralmente, menos específica em relação ao
hospedeiro quando comparado a Ischnocera (MARSHALL, 1981).
Bush et al. (2006) observaram o papel da melanina como
possível defesa contra piolhos. Entretanto, a infestação e a
alimentação de piolhos não foram interrompidas pela melanina.
Piolho-do-corpo-humano, Pediculus humanus humanus (L.)
(Phthiraptera: Pediculidae) alimenta-se exclusivamente de sangue
humano. Proteínas são os nutrientes mais abundantes na refeição
sanguínea desse piolho. O seu intestino médio contém leucina, um
aminopeptidase. É possível que ectoparasitas altamente
especializados de um único hospedeiro, tal como piolho-do-corpo-
humano, sejam capazes de digerir sua refeição sanguínea com
apenas uma aminopeptidase; entretanto, ectoparasitas não
especializados em um único hospedeiro necessitam de diversas
aminopeptidases (OCHANDA, 2000).
Considerações finais
O significado ou a importância do alimento nos grupos
taxonômicos tratados apresentam forte assimetria no volume de
informações disponíveis, apesar da importância real e potencial de
alguns táxons abordados.
Em Phlebotominae são necessárias informações sobre a
alimentação de imaturos; a qualificação dos recursos utilizados
poderia facilitar o conhecimentos sobre ambientes preferenciais
para deposição de ovos pelas fêmeas. Mesmo nos grupos que
apresentam maior esforço de investigação ainda existem lacunas
que, preenchidas, podem determinar avanços significativos na
relação parasita–vetor. Como, por exemplo, alguns componentes
químicos presentes na saliva de espécies hematófagas apresentam
sinergismo com o parasita, facilitando o seu desenvolvimento ou o
próprio processo de infecção ou contaminação. Além disso,
espécies não hematófagos porém filogeneticamente relacionadas
aos táxons de maior impacto em saúde pública, como
Toxorhynchinae, apresentam hábitos de predação nos primeiros
estágios de desenvolvimento, que podem auxiliar no desenho de
metodologias voltadas para o controle de espécies com hábito
predominantemente silvestres. Nesse ambiente, a escala de
atuação de predadores naturais pode ser mais eficiente que as
metodologias tradicionalmente empregadas no ambiente urbano.
O que foi apontado para os Triatominae, por Forattini (1981),
ainda é atual e válido para os diversos grupos taxonômicos tratados
aqui. É necessária a obtenção de dados relativos aos hábitos
alimentares das diferentes espécies hematófagas, no que tange à
ecologia e aos processos bioquímicos envolvidos na busca do
hospedeiro, à interação com o parasita, que juntos poderão revelar
cenários com profundas implicações nos estudos epidemiológicos
que podem auxiliar nas ações de vigilância entomológica e também
nas estratégias de controle.
Referências
ADAMS, T. S. Hematophagy and hormone release. Annals of the Entomological Society
of America, Lanham, v. 92, p. 1-13, 1999.
ALENCAR, Y. B.; LUDWIG, T. A. V.; SOARES, C. C.; HAMADA, N. Stomach content
analyses of Simulium perflavum Roubaud 1906 (Diptera: Simuliidae) larvae from streams in
Central Amazônia, Brazil. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 96, p.
561-576, 2001.
ALEXANDER, B. Sampling methods for phlebotomine sand flies (Diptera: Psychodidae).
Medical and Veterinary Entomology, Oxford, v. 14, p. 11-13, 2000.
ALEXANDER, B.; USMA. M. C. Potential source of sugar for the phlebotomine sandfly
Lutzomyia youngi (Diptera: Psychodidae) in a Colombian coffee plantation. Annals of
Tropical Medicine and Parasitology, Liverpool, v. 88, p. 543-549, 1994.
ALVES, S. N.; SERRÃO, J. E.; MOCELLIN, G.; MELLO, A. L. Effect of ivermectin on the life
cycle and larval fat body of Culex quinquefasciatus. Brazilian Archives of Biology and
Technology, Curitiba, v. 47, p. 433-439, 2004.
ANDRADE FILHO, J. D.; SILVA, A. C. L.; FALCÃO, A. L. Phlebotomine sand flies in the
state of Piauí, Brazil (Diptera: Psychodidae: Phlebotominae). Memórias do Instituto
Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 96, p. 1085-1087, 2001.
ANDRADE, H. T. A.; VARELA-FREIRE, A. A.; BATISTA, M. J. A.; MEDEIROS, J. F.
Calliphoridae (Diptera) from human cadavers in Rio Grande do Norte state, northeastern
Brazil. Neotropical Entomology, Londrina, v. 34, p. 855-856, 2005.
ARIZA, L.; SEIDENSCHWANG, M.; BUCKENDAHL, J.; GOMID, M.; FELDMEIE, H.;
HEUKELBACH, J. Tungiasis: a neglected disease causing severe morbidity in a shantytown
in Fortaleza, state of Ceará. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical,
Uberaba, v. 40, p. 63-67, 2007.
AZAR, D.; NEL, A. Fossil psychodoid flies and their relation to parasitic disease. Memórias
do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 98, p. 35-37, 2003.
BADII, M.; GARZA, V.; LANDEROS, J.; QUIROZ, H.; SAN NICOLAS, N. L.; JUÁREZ, C.;
SALTILLO, C. Diversidad y relevancia de los mosquitos. CULCyT//Bionomía, Ciudad de
Juárez, año 3, n. 13, p. 4-16, 2006.
BARBOSA, S. E.; DIOTAIUTI, L.; GONTIJO, N. F.; PEREIRA, M. H. Comportamento
alimentar de ninfas de 1º estádios de Panstrongylus megistus (Reduviidae,
Triatominae) em hospedeiros humanos e pombos. Disponível em:
<http://www.cpqrr.fiocruz.br/laboratorios/lab_triato/COMPORTAMENTO%20ALIMENTAR%2
0DE%20NINFAS.htm>. Acesso em: 16 ago. 2007.
BASSI, R. M. A.; CUNHA, M. C. I.; COSCARÓN, S. A study of behavior of tabanids
(Diptera, Tabanidae) from Brazil. Acta Biológica Paranaense, Curitiba, v. 29, p. 101-115,
2000.
BERGO, E. S.; BURALLI, G. M.; SANTOS, J. L. F.; GURGEL, S. M. Evaluation of the larval
development of Anopheles darlingi (Diptera - Culicidae) raised in the laboratory on different
diets. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 24, p. 95-100, 1990.
BEYRUTH, Z. Macrófitas aquáticas de um lago marginal ao rio Embu-Mirim, São Paulo,
Brasil. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 26, p. 272-282, 1992.
BLANTON, F. S.; WIRTH, W. W. The sandflies (Culicoides) of Florida (Diptera:
Ceratopogonidae). Arthropods of Florida and Neighboring Land Areas, Gainesville, v.
10, p. 1-204, 1979.
BORKENT, A.; WIRTH, W. W. World species of biting midges (Diptera: Ceratopogonidae).
Bulletin of the American Museum of Natural History, New York, v. 233, p. 1-257, 1997.
BRAGA, M. V.; LIMA, M. M. Efeitos de níveis de privação alimentar sobre a oogênese de
Panstrongylus megistus. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 35, p. 312-314, 2001.
BRAKS, M. A. H.; JULIANO, S. A.; LOUBINOS, L. P. Superior reproductive success on
human blood without sugar is not limited to highly anthropohilic mosquito species. Medical
and Veterinary Entomology, Oxford, v. 20, p. 53-59, 2006.
BREI, B.; CRIBB, B. W.; MERRITT, D. J. Effects of seawater components on immature
Culicoides molestus (Skuse) (Diptera: Ceratopogonidae). Australian Journal of
Entomology, Canberra, v. 42, p. 119-123, 2003.
BRITO, M.; FORATTINI, O. P. Produtividade de criadouros de Aedes albopictus no Vale do
Paraíba, SP, Brasil. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 38, p. 209-215, 2004.
BUSH, S. E.; KIM, D.; MOYER, B. R.; LEVER, J.; CLAYTON, D. H. Is melanin a defense
against feather-feeding lice? The Auk, Washington, DC, v. 123, p. 153-161, 2006.
CAMERON, M. M.; PESSOA, F. A.; VASCONCELOS, A. W.; WARD, R. D. Sugar meal
sources for the phlebotomine sandflies Lutzomyia longipalpis in Ceará State, Brazil.
Medical and Veterinary Entomology, Oxford, v. 9, p. 263-272, 1995.
CHADEE, D. D.; BEBER, J. C.; MOHAMMED, R. T. Fast and slow blood feeding durations
of Aedes aegypti mosquitoes in Trinidad. Journal of Vetor Ecology, Santa Ana, v. 27, p.
172-177, 2002.
CILEK, J. E.; SCHREIBER, E. T. Diel host-seeking activity of Chrysops celatus (Diptera:
Tabanidae) in Northwest Florida. The Florida Entomologist, Lutz, v. 4, p. 520-525, 1996.
COLLINS, L. E.; BLACKWELL, A. The biology of Toxorhynchites mosquitoes and their
potential as biocontrol agents. Biocontrol News and Informations, Wallingford, v. 21, n. 4,
p. 105-116, 2000.
CONSOLI, R. A.; OLIVEIRA, R. L. Principais espécies de importância sanitária no
Brasil. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1994. 225 p.
CRIBB, B. W. Oviposition and maintenance of Forcipomyia (Lasiohelea) townsvillensis
(Diptera: Ceratopogonidae) in the laboratory. Journal of Medicine Entomological,
Lanham, v. 37, p. 316-318, 2000.
CROSSKEY, R. W.; HOWARD, T. M. A revised taxonomic and geographical inventory
of world blackflies (Diptera: Simuliidae). Washington, DC: The Natural History Museum,
2004. 82 p.
DALLA BONA, A. C.; NAVARRO-SILVA, M. A. Paridade de Anopheles cruzii em floresta
ombrófila densa no Sul do Brasil. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 40, p. 1118-
1123, 2006.
DEMEILLON, B.; HARDY, F. Fate of Cimex lectularius on adult and on baby mice. Nature,
London, v. 187, p. 151-152, 1951.
DIAS, F. O. P.; LOROSA, E. S.; REBELO, J. M. M. Fonte alimentar sanguínea e a
peridomiciliação de Lutzomyia longipalpis (Lutz & Neiva, 1912) (Psychodidae,
Phlebotominae). Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 19, p. 1373-1380, 2003.
FERNANDEZ, Z.; FORATTINI, O. P. Sobrevivência de populações de Aedes albopictus;
idade fisiológica e história reprodutiva. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 37, p.
285-91, 2003.
FERNANDEZ-SALAS, I.; RODRIGUEZ, M. H.; ROBERTS, D. R. Gonotrofic cycle and
survivorship of Anopheles pseudopunctipennis (Diptera: Culicidae) in the Tapachula foothills
of Southern Mexico. Journal of Medical Entomology, Lanham, v. 31, p. 340-347, 1994.
FERREIRA, R. L. M.; AUGUSTO, L. H.; RAFAEL, J. A. Activity of tabanids (Insecta:
Diptera: Tabanidae) attacking the reptiles Caiman crocodilus (Linn.) (Alligatoridae) and
Eunectes murinus (Linn.) (Boidae), in the Central Amazon, Brazil. Memórias do Instituto
Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 97, p. 133-136, 2002.
FERREIRA, R. L. M.; RAFAEL, J. A. Criação de imaturos de mutuca (Tabanidae: Diptera)
utilizando briófitas e areia como substrato. Neotropical Entomology, Londrina, v. 35, p.
141-144, 2006.
FORATTINI, O. P. Culicidologia médica. São Paulo: Blucher: Edusp, 1996. v. 1, 548 p.
FORATTINI, O. P. Culicidologia médica. São Paulo: Edusp, 2000. v. 1, 548 p.
FORATTINI, O. P. Culicidologia médica. São Paulo: Edusp, 2002. v. 2, 860 p.
FORATTINI, O. P. Entomologia médica. São Paulo: Blucher: Edusp, 1965. v. 3, 416 p.
FORATTINI, O. P. Entomologia médica. São Paulo: Blucher: Edusp, 1973. v. 4, 658 p.
FORATTINI, O. P.; BARATA, J. M. S.; SANTOS, J. L. F.; SILVEIRA, A. C. Hábitos
alimentares, infecção natural e distribuição de triatomíneos domiciliados na região nordeste
do Brasil. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 15, p. 113-164, 1981.
FORATTINI, O. P.; BARATA, J. M. S.; SANTOS, J. L. F.; SILVEIRA, A. C. Feeding habits,
natural infection and distribution of domiciliary triatominae bugs in the central region of
Brazil. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 16, p. 171-204, 1982.
FOSTER, W. A. Mosquito sugar feeding and reproductive energetics. Annual Review of
Entomology, Palo Alto, v. 40, p. 443-474, 1995.
FOURNIER, P. E.; NDIHOKUBWAYO, J. B.; GUIDRAN, J.; KELLY, P. J.; RAOULT, D.
Human pathogens in body and head lice. Emerging Infectious Diseases, Atlanta, v. 8, p.
1515-1518, 2002.
GALATI, E. A. B. Phylogenetic systematics of phlebotominae (Diptera, Psychodidae) with
emphasis on American groups. Boletin de la Dirección de Malariologia y Saneamiento
Ambiental, Maracay, v. 35, p. 133-142, 1995.
GARY, R. E.; FOSTER, W. A. Effects of available sugar on the reproductive fitness and
vectorial capacity of the malaria vector Anopheles gambiae (Diptera: Culicidae). Journal of
Medical Entomology, Lanham, v. 38, p. 22-28, 2001.
GLARE, T. R.; O’CALLAGHAM, M. Bacillus thuringiensis: biology, ecology and safety.
Chichester: J. Wiley, 2000. 350 p.
GOMES, A. C.; FORATTINI, O. P.; KAKITANI, I.; MARQUES, G. R. A. M.; MARQUES, C. C.
A.; MARUCCI, D.; BRITO, M. de. Microhabitats of Aedes albopictus (Skuse) in the Paraíba
Valley region of the state of S. Paulo, Brazil. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 26,
p.108-118, 1992.
GOMES, L.; ZUBEN, C. J. von; SANCHES, M. R. Estudo da dispersão larval radial pós-
alimentar em Chrysomya megacephala (Fabricius) (Diptera, Calliphoridae). Revista
Brasileira de Entomologia, Curitiba, v. 47, p. 229-234, 2003.
GOMES, P. R.; KOLLER, W. W.; GOMES, A.; CARVALHO, C. J. B.; ZORZATTO, J. R.
Dípteros fanídeos vetores de ovos de Dermatobia hominis em Campo Grande, Mato
Grosso do Sul. Pesquisa Veterinária Brasileira, Rio de Janeiro, v. 22, p. 114-118, 2002.
GONÇALVES, T. C. M.; CUNHA, V.; OLIVEIRA, E.; JURBERG, J. Alguns aspectos da
biologia de Triatoma pseudomaculata Corrêa; Espínola, 1964, em condições de laboratório
(Hemiptera: Reduviidae: Triatominae). Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de
Janeiro, v. 92, p. 275-280, 1997.
GUARNERI, A. A.; PEREIRA, M. H.; DIOTAIUTI, L. Influence of the blood meal source on
the development of Triatoma infestans, Triatoma brasiliensis, Triatoma sordida, and
Triatoma pseudomaculata (Heteroptera, Reduviidae). Journal of Medical Entomology,
Lanham, v. 37, p. 373-379, 2000.
HARRINGTON, L. C.; EDMAN, J. D.; SCOTT, T. W. Why do female Aedes aegypti (Diptera:
Culicidae) feed preferentially and frequently on human blood? Journal of Medical
Entomology, Lanham, v. 38, p. 411-422, 2001.
HEUKELBACH, J.; OLIVEIRA, F. D.; FELDMEIER, H. Ectoparasitoses e saúde pública no
Brasil:desafios para controle. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 19, p. 1535-
1540, 2003.
HINKLE, N. C.; KOEHLER, P. G.; KERN, W. H. Hematophagous strategies of the cat flea
(Siphonaptera: Pulicidae). The Florida Entomologist, Lutz, v. 74, p. 377-385, 1991.
KILLICK-KENDRICK, R. Phlebotominae vectors of the leishmaniases: a review. Medical
and Veterinary Entomology, Oxford, v. 4, p. 1-24, 1990.
KOELLA, J. C.; PACKER, M. J. Malaria parasites enhance blood-feeding of their naturally
infected vector Anopheles punctulatus. Parasitology, London, v. 113, p. 105-109, 1996.
KRUGER, R. F.; RIBEIRO, P. B.; CARVALHO, C. J. B. Development of Ophyra
albuquerquei Lopes (Diptera, Muscidae) in laboratory conditions. Revista Brasileira de
Entomologia, Curitiba, v. 47, p. 643-648, 2003.
LACOMBE, D. Anatomia e histologia das glândulas salivares nos triatomíneos. Memórias
do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 94, p. 557-564, 1999.
LEHANE, M. J. The biology of blood-sucking in insects. 2nd ed. Cambridge: Cambridge
University, 2005. 384 p.
LIMA-CAMARA, T. N.; HONÓRIO, N. A.; OLIVEIRA, R. L. Parity and ovarian development
of Aedes aegypti and Aedes albopictus (Diptera: Culicidae) in metropolitan Rio de Janeiro.
Journal of Vector Ecology, Santa Ana, v. 32, p. 34-40, 2007.
LINARDI, P. M. Biologia e epidemiologia das pulgas. Revista Brasileira de Parasitologia
Veterinária, São Paulo, v. 13, p. 103-106, 2004.
LINARDI, P. M.; GUIMARÃES, L. R. Sifonápteros do Brasil. São Paulo: Museu de
Zoologia USP: Fapesp, 2000. 291 p.
LOURENÇO DE OLIVEIRA, R. Principais insetos vetores e mecanismos de transmissão
das doenças infecciosas e parasitárias. In: COURA, J. R. (Ed.). Dinâmica de doenças
infecciosas e parasitárias. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. p. 75-97.
LOZOVEI, A. L. L. Microalgas na alimentação em larvas de simulídeos (Diptera) em
criadouro natural em Curitiba, Paraná, Brasil. Revista Brasileira de Entomologia,
Curitiba, v. 38, p. 91-95, 1994.
LOZOVEI, A. L.; PETRY, F.; NETO, L. G. S.; FERRAZ, M. E. Levantamento das espécies
de Simulium (Diptera, Simuliidae), Riacho dos Padres, município de Almirante Tamandaré,
Paraná, Brasil. Revista Brasileira de Entomologia, Curitiba, v. 48, p. 91-94, 2004.
MACIEL, A.; FURTADO, A. F.; MARZOCHI, K. B. F. Views on the municipalization of
lymphatic filariasis control in greater metropolitan Recife. Cadernos de Saúde Pública, Rio
de Janeiro, v.15, p. 195-203, 1999.
MAGALHÃES, F. E. P.; LIMA, J. D. Frequência de larvas de Dermatobia hominis (Linnaeus,
1781), em bovinos em Pedro Leopoldo, Minas Gerais. Arquivo Brasileiro de Medicina
Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v. 40, p. 361-367, 1988.
MALMQVIST, B.; ZHANG, Y.; ADLER, P. H. Diversity, distribution and larval habitats of
North Swedish blackflies (Diptera: Simuliidae). Freshwater Biology, Oxford, v. 42, p. 301-
314, 1999.
MARCHIORI, F. A. M.; GUIMARÃES, J. H.; BERTI FO, E. A mosca doméstica. Piracicaba:
Fealq, 1999.
MARCONDES, C. B. Entomologia médica e veterinária. São Paulo: Atheneu, 2001. 432
p.
MARCONDES, C. B. Terapia larval de lesões cutâneas causadas por diabetes e outras
doenças. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2006. v. 1, 89 p.
MARSHALL, A. G. The ecology of ectoparasitic insects. London: Academic, 1981. 459 p.
MASSAFERA, R.; SILVA, A. M.; CARVALHO, A. P.; SANTOS, D. R.; GALATI, E. A. B.;
TEODORO, U. Fauna de flebotomíneos do município de Bandeirantes, no estado do
Paraná. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 39, p. 571-577, 2005.
MEGAHED, M. M. Anatomy and histology of the alimentary tract of the female of the biting
midge Culicoides nubeculosus Meigen. (Diptera: Ceratopogonidae). Parasitology, London,
v. 46, p. 22-47, 1956.
MEISWINKEL, R.; NEVILL, E. M.; VENTER, G. J. Vectors: Culicoides spp. Oxford: Oxford
University: Cape Town, 1994. p. 68-89.
MELLINK, J. J.; BOVENKAMP, W. V. D. Functional aspects of mosquito salivation in blood
feeding in Aedes aegypti. Mosquito News, Trenton, v. 41, p. 115-119, 1981.
MELLOR, P. S.; BOORMAN, J.; BAYLIS, M. Culicoides biting midges: their role as arbovirus
vectors. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 45, p. 307-340, 2000.
MONTEIRO, M. C. Componentes antiflamatórios na saliva do Lutzomyia longipalpis, vetor
da Leishmania chagasi. Ambiência, Rio de Janeiro, v. 1, p. 171-175, 2005.
MORAIS, S. A.; MARELLI, M. T.; NATAL, D. Aspectos da distribuição de Culex (Culex)
quinquefasciatus Say (Diptera, Culicidae) na região do rio Pinheiros, na cidade de São
Paulo, estado de São Paulo, Brasil. Revista Brasileira de Entomologia, Curitiba, v. 50, p.
413-418, 2006.
MUNIZ, L. H. G.; ROSSI, R. M.; NEITZKE, H. C.; MONTEIRO, W. M.; TEODORO, U.
Estudo dos hábitos alimentares de flebotomíneos em área rural no sul do Brasil. Revista
de Saúde Pública, São Paulo, v. 40, p. 1087-1093, 2006.
NERY, L.C.R.; LOROSA, E. S.; FRANCO, A. M. R. Feeding preference of phlebotominae
sandflies (Dipera: Psychodidae: Phlebotominae) in an urban forest patch in the city of
Manaus, Amazonas, Brasil. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 99,
n. 6, p. 571-574, 2004.
NUNES, S. L. L. Competição intra e interespecífica de larvas de Aedes aegypti e
Aedes albopictus (Diptera: Culicidae) em condições laboratoriais. 2005. 53 f.
Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Faculdade de Saúde Pública, São Paulo.
OCHANDA, J. O.; ODUOR, E. A. C.; MABEL, R. G.; IMBUGA, O.; MUMCUOGLU, K. Y.
Partial purification of the aminopeptidase from the midgut of the human body louse,
Pediculus humanus humanus. Physiological Entomology, Oxford, v. 25, p. 242-246,
2000.
OKUDA, K.; CAROCI, A. S.; RIBOLLA, P. E.; BIANCHI, A. G.; BIJOVSKI, A. T. Functional
morphology of adult female Culex quinquefasciatus midgut during blood digestion. Tissue
and Cell, Edinburgh, v. 34, p. 210-219, 2002.
OLIVEIRA, V. C.; MELLO, R. P.; D’ALMEIDA, J. M. Dipteros muscóides como vetores
mecânicos de ovos de helmintos em jardim zoológico, Brasil. Revista de Saúde Pública,
São Paulo, v. 36, p. 614-620, 2002.
OLIVEIRA-COSTA, J. Entomologia forense: quando os insetos são vestígios. Campinas:
Millennium, 2003. 257 p.
PATERNO, U.; MARCONDES, C. B. Mosquitoes with morning biting activity in the Atlantic
forest, Brazil (Diptera, Culicidae). Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 38, p. 133-135,
2004.
PERONDINI, A. L. P.; COSTA, M. J.; BRASILEIRO, V. L. F. Biology of Triatoma brasiliensis:
II observations on the autogeny. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 9, p. 363-370,
1975.
PINTO, S. B.; SOCCOL, T.; VENDRUSCOLO, E.; ROCHADELLI, R.; RIBEIRO, P. B.;
FREITAG, A.; HENEMANN, C.; UEMURA, M. Bioecologia de Dermatobia hominis
(Linnaeus, 1781) em Palotina, Paraná, Brasil. Revista do Centro de Ciência Rural, Santa
Maria, v. 32, p. 821-827, 2002.
PRADO, A. P. Dipteros de importância veterinária. Revista Brasileira de Parasitologia
Veterinária, São Paulo, v. 13, p. 108, 2004.
PRICE, M. A.; GRAHAM. O. H. Chewing and sucking lice as parasites of mammals and
birds. US Department of Agriculture, Thechnical Bulletin, Washington, DC, v. 1849, 309 p.,
1997.
RANGEL, E. F.; SOUZA, N. A.; WERMELINGER, E. D.; BARBOSA, A. F.; ANDRADE, C. A.
Biologia de Lutzomyia intermedia Lutz; Neiva, 1912 e Lutzomyia longipalpis Lutz; Neiva,
1912 (Diptera: Psychodidae), em condições experimentais I: aspectos da alimentação de
larvas e adultos. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 81, p. 431-438,
1986.
REINHARDT, K.; SILVA-JOTHY, M. T. Biology of the bed bugs (Cimicidae). Annual Review
of Entomology, Palo Alto, v. 52, p. 351-374, 2007.
RIBEIRO, J. M. C. Role of saliva in blood feeding by arthropods. Annual Review of
Entomology, Palo Alto, v. 32, p. 463-478, 1987.
RIBEIRO, J. M. C.; FRANCISCHETTI, I. M. B. Role of arthropod saliva in blood feeding:
sialome and post-sialome perspectives. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 48,
p. 73-88, 2003.
SANTOS, R. L. C. Updating of the distribution of Aedes albopictus in Brazil (1997-2002).
Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 37, p. 671-673, 2003.
SCHOFIELD, C. J.; DIOTAIUTI, L.; DUJARDIN, J. P. The process of domestication in
triatominae. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 94, p. 375-378,
1999.
SERUFO, J. C.; OCA, H. M. de; TAVARES, V. A.; SOUZA, A. M.; ROSA, R. V.; JAMAL, M.
C.; LEMOS, J. R.; OLIVEIRA, M. A.; NOGUEIRA, R. M.; SCHATZMAYR, H. G. Isolation of
dengue virus type 1 from larvae of Aedes albopictus in Campos Altos city, state of Minas
Gerais, Brazil. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 88, p. 503-504,
1993.
SILVA, O. S.; GRUNEWALD, J. Natural haematophagy of male Lutzomyia sandflies
(Diptera: Psychodidae). Medical and Veterinary Entomology, Oxford, v. 19, p. 465-466,
1999.
SILVERMAN, A. L.; BLOW, L. H.; QU, J. B.; ZITRON, I. M.; GORDON, S. C; WALKER, E.
D. Assessment of hepatitis B virus DNA and hepatitis C virus RNA in the common bedbug
(Cimex lectularius L.) and kissing bug (Rodnius prolixus). The American Journal of
Gastroenterology, New York, 96, p. 2194-2198, 2001.
SMITH, S. M.; TURNBULL, D. A.; TAYLOR, P. D. Assembly, mating, and energetics of
Hybomitra arpadi (Diptera: Tabanidae) at Churchill, Manitoba. Journal of Insect Behavior,
New York, v. 7, p. 355-383, 1994.
SMITH, V.; ROD, P. Phthiraptera lice. 1997. Disponível em:
<http://tolweb.org/Phthiraptera>. Acesso em: 5 set. 2007.
SOUZA, N. A.; ANDRADE-COELHO, C. A.; BARBOSA, A. F.; VILELA, M. L.; RANGEL, E.
F.; DEANE, M. P. The influence of sugars and amino acids on the blood-feeding behaviour,
oviposition and longevity of laboratory colony of Lutzomyia longipalpis (Lutz; Neiva, 1912)
(Diptera: Psychodidae, Phlebotominae). Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de
Janeiro, v. 90, p. 751-757, 1995.
STEFFAN, W. A.; EVENHUIS, N. L. Biology of Toxorhynchites. Annual Review of
Entomology, Palo Alto, v. 26, p. 159-181, 1981.
SUWABE, K.; MORIBAYASHI, A. Lipid utilization for ovarian development in an autogenous
mosquito, Culex pipiens molestus (Diptera: Culicidae). Journal of Medical Entomology,
Lanham, v. 37, p. 726-730, 2000.
TACHIBANA, S. I.; NUMATA, H. Seasonal prevalence of blowflies and flesh flies in Osaka
city. Entomological Science, Tokyo, v. 9, p. 341-345, 2006.
TANADA, Y.; KAYA, H. K. Insect pathology. New York: Academic, 1993. 666 p.
THOMPSON, B. H. The use of algae as food by larval Simuliidae (Diptera) of Newfoundland
streams III: growth of larvae reared on different algal and other foods. Archives of
Hydrobiology, Stuttgart, v. 76, p. 459-466, 1987.
TOMA, T.; MIYAGI, I. Laboratory evaluation of Toxorhynchites splendes (Diptera: Culcidae)
for predation of Aedes albopictus mosquito larvae. Medical and Veterinary Entomology,
Oxford, v. 6, p. 281-289, 1992.
VALIM, M. P.; TEIXEIRA, R. H. F.; AMORIM, M.; SERRA-FREIRE, N. M. Malófagos
(Phthiraptera) recolhidos de aves silvestres no zoológico de São Paulo, SP, Brasil. Revista
Brasileira de Entomologia, Curitiba, v. 49, p. 584-587, 2005.
WERNER, D.; PONT, A. C. Dipteran predators of simuliid blackflies: a worldwide review.
Medical and Veterinary Entomology, Oxford, v. 17, p. 115-132, 2003.
WIEGMANN, B. M.; TSAUR, S. C.; WEBB, D. W.; YEATES, D. K.; CASSEL, B. K.
Monophyly and relationships of the tabanomorpha (Diptera: Brachycera) based on 28S
ribosomal gene sequences. Annals of the Entomological Society of America, Lanham,
v. 93, p. 1031-1038, 2000.
WIRTH, W. W.; HUBERT, A. A. The culicoides of southeast Asia (Diptera:
Ceratopogonidae). Gainesville: American Entomological Institute, 1989. 500 p. (Memoirs
of the American Entomological Institute, 44).
XIMENES, M. F. F. M.; MACIEL, J. C.; JERÔNIMO, S. M. B. Characteristics of the biological
cycle of Lutzomyia evnadroi Costa; Lima, 1936 (Diptera: Psychodidade) under experimental
conditions. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 96, p. 883-886, 2001.
YUVAL, B. Mating systems of blood-feeding flies. Annual Review of Entomology, Palo
Alto, v. 51, p. 413-440, 2006.
ZHOU, G.; JAMES, E. P.; WELLS, M. A. Utilization of pre-existing energy stores of female
Aedes aegypti mosquitoes during the first gonotrophic cycle. Insect Biochemistry and
Molecular Biology, Oxford, v. 34, p. 919-925, 2004.
Parte III - Aspectos
aplicados
Capítulo 25
Resistência de plantas e a bioecologia
e nutrição dos insetos
José D. Vendramim
Elio C. Guzzo
Introdução
A resistência de plantas, técnica de controle de pragas
alternativa ao método químico, tem tido o seu estudo incrementado
por suas diversas vantagens em relação ao uso de inseticidas
convencionais. Entre essas vantagens, incluem-se o fato de não
provocar poluição ambiental, desequilíbrio biológico e intoxicação
dos operadores, não deixar resíduos nos alimentos, além de ter
baixo custo, ação contínua sobre os insetos e compatibilidade com
outros métodos de controle, o que torna essa técnica passível de
ser incorporada em qualquer programa de manejo de pragas.
Uma planta resistente pode ser definida como aquela que, por
causa de sua constituição genotípica, é menos danificada do que
outra, em igualdade de condições, para o ataque de um inseto.
Como a resistência é resultante da relação entre inseto e planta, a
identificação de uma planta ou variedade resistente pode ser feita
por meio de parâmetros que levam em consideração tanto o inseto
(diferença na população, oviposição, consumo, duração do ciclo
biológico, fecundidade, etc.) como a planta (diferença na
sobrevivência, destruição dos diferentes órgãos vegetais, produção,
qualidade do produto, etc.).
Observando os mecanismos por meio dos quais uma planta
apresenta resistência a um inseto, verifica-se que, em muitos casos,
esse fenômeno envolve a alteração do comportamento ou da
biologia do inseto, enquanto em outros ocorre uma reação da
própria planta que em nada afeta o inseto. Com base nessas
variações, a resistência pode ser classificada em três tipos: não
preferência ou antixenose, antibiose e tolerância.
Uma variedade apresenta resistência por não preferência ou
antixenose quando ela é menos utilizada pelo inseto para
alimentação, oviposição ou abrigo, ou seja, quando essa variedade
não dispõe de características adequadas para servir de hospedeiro
ao inseto, provocando neste uma reação negativa durante o seu
processo de seleção hospedeira. Entre as três modalidades de não
preferência, as mais frequentemente observadas são as referentes
à oviposição e à alimentação. A caracterização da não preferência
para oviposição pode ser feita com base no menor número de ovos,
enquanto a não preferência para alimentação fica caracterizada pelo
menor consumo ou menor número de insetos procurando a
variedade para se alimentar.
A antibiose ocorre quando o inseto se alimenta normalmente da
variedade, mas esta exerce efeito adverso sobre a sua biologia.
Pode ser caracterizada por diversos parâmetros do inseto, como
mortalidade na fase imatura (frequentemente no primeiro ínstar),
alongamento do período de desenvolvimento e redução do peso, da
fecundidade, da fertilidade e do período de oviposição, etc.
Finalmente, a tolerância é caracterizada quando uma variedade
é menos danificada do que as demais, sob um mesmo nível de
infestação do inseto, sem que haja efeito no comportamento ou
biologia deste. Entre as razões que tornam uma variedade tolerante,
incluem-se mais capacidade e/ou rapidez para regenerar as áreas
destruídas pelos insetos e mais vigor ou área foliar, que são
características varietais intrínsecas.
Esses diferentes tipos de resistência se devem a complexas
interações dos insetos fitófagos com as plantas hospedeiras,
resultantes de longo e contínuo processo evolutivo. Essas
interações se desenvolvem basicamente sob dois aspectos: seleção
hospedeira pelo inseto e resistência da planta ao inseto (LARA,
1991; MELLO; SILVA-FILHO, 2002). Embora esses aspectos
pareçam fenômenos distintos, eles não podem, na verdade, ser
estudados separadamente e, assim, a análise das causas da
resistência deve considerar tanto a planta como o inseto.
Portanto, fica evidente que nesse tipo de relação a planta não
se constitui em uma entidade passiva, mas se comporta como um
organismo ativo e, como tal, vem desenvolvendo, por meio de
seleção no decurso do processo evolutivo, certos mecanismos de
proteção que interferem na sua utilização pelos insetos. Tais
mecanismos ou causas de resistência são normalmente divididos
em três grupos: físicos, morfológicos e químicos.
As causas físicas são representadas basicamente pela cor do
substrato vegetal que, em alguns casos, afeta não apenas a seleção
hospedeira para a alimentação e a oviposição, mas, também, a
biologia do inseto. Em razão de haver variação na sensibilidade do
homem e dos insetos a uma mesma cor, é difícil o trabalho com
esse mecanismo de resistência, consequentemente, são raros os
casos efetivos de resistência causada por cor, embora casos de
repelência causada pela cor vermelha, inibindo a oviposição de
insetos, já tenham sido citados (LARA, 1991, SMITH, 2005).
As causas químicas incluem as substâncias que atuam
negativamente no comportamento ou metabolismo do inseto, bem
como as impropriedades nutricionais da planta. A alteração do
comportamento do inseto ocorre principalmente durante a seleção
hospedeira para a alimentação e a oviposição, e resulta na
resistência por não preferência ou antixenose. O efeito no
metabolismo é decorrente principalmente da ingestão de compostos
(metabólitos tóxicos, inibidores enzimáticos, inibidores reprodutivos,
etc.) pelo inseto ou da impropriedade nutricional da planta
(deficiência qualitativa ou quantitativa de nutrientes), resultando na
resistência por antibiose.
Finalmente, as causas morfológicas são representadas por
diversas características da planta que podem afetar a locomoção, o
acasalamento, a seleção hospedeira para a alimentação e a
oviposição, a ingestão e a digestão do alimento pelos insetos. Essas
características podem ser agrupadas basicamente em fatores
estruturais relacionados à dimensão e à disposição das estruturas
vegetais e aos fatores da epiderme, entre os quais se incluem a
espessura, a dureza, a textura, a cerosidade e a pilosidade.
Sílica
O silício (Si), segundo elemento mais abundante da superfície
terrestre, apesar de não ser considerado elemento essencial ao
crescimento, ao desenvolvimento e ao metabolismo das plantas
superiores, constitui seu principal componente inorgânico e participa
de uma série de atividades que as favorecem, incluindo a defesa
contra insetos-praga (EPSTEIN, 1999). Mais de 90% do Si
encontrado nas plantas está concentrado na epiderme (BARBOSA
FILHO et al., 2000) e a família das gramíneas (Poaceae), que inclui
importantes culturas como arroz (Figura 1), cana-de-açúcar, milho e
trigo, apresenta grande capacidade de acumular esse mineral,
sendo essa capacidade variável, de acordo com o genótipo
considerado (EPSTEIN, 1999, BARBOSA FILHO et al., 2000).
Figura 1. Eletromicrografia de transmissão de folhas de arroz
não tratado (A) e tratado com silício (B). CW = parede celular,
Cy = citoplasma e N = núcleo. A seta em B indica uma região
eletron-densa, que corresponde a uma camada de sílica
acumulada por ocasião do tratamento. Barra de A = 2 mm e
barra de B = 3 mm.
Fonte: Kim et al. (2002).
Lignina
A lignina, polímero de unidades de fenil-propano (monolignóis),
está localizada na lamela média e desempenha papel fundamental
na cimentação das microfibrilas da parede celular, mantendo as
células vegetais unidas entre si (ESTEBAN et al., 2003). As porções
aromáticas dos monolignóis podem apresentar grandes variações
entre diferentes grupos de plantas, como gimnospermas,
angiospermas lenhosas e gramíneas. Além dessas variações, a
heterogeneidade da lignina pode ocorrer também dentro de um
mesmo grupo, em diferentes estádios fenológicos da planta, e até
mesmo em nível subcelular, dentro de um mesmo estádio fenológico
(LEWIS; YAMAMOTO, 1990), sendo que essas diferenças podem
alterar a vulnerabilidade de determinada planta ao ataque de um
inseto, tornando-a mais ou menos resistente a este.
A exemplo do que ocorre com a sílica, a lignina também pode
atuar como barreira física contra o ataque de certos insetos. Em
sorgo, por exemplo, a lignificação e o espessamento das paredes
das células que envolvem o feixe vascular nas folhas jovens
impedem a penetração da larva da mosca Atherigona varia soccata
Rondani nas folhas jovens de cultivares resistentes (BLUM, 1968).
A dureza das estruturas lignificadas pode atuar como deterrente
físico para os insetos e, à semelhança da sílica, provocar o
desgaste das mandíbulas, impedindo ou dificultando a mastigação e
a ingestão dos tecidos dessas plantas, e reduzindo o consumo de
alimento por parte dos herbívoros. Wainhouse et al. (1990)
verificaram que em abeto, com alto teor de lignina, Dendroctonus
micans (Kugelann) tem uma redução na sobrevivência, na taxa de
crescimento e no peso das larvas, sendo o efeito dose-dependente.
Em insetos, esses efeitos são típicos de subnutrição, seja pela baixa
qualidade nutricional do alimento ou pela ingestão insuficiente por
parte do inseto.
De acordo com Swain (1979), citado por Wainhouse et al.
(1990), a lignina não apresenta somente efeitos físicos sobre os
insetos, mas também químicos, por causa de sua ligação às
proteínas e aos carboidratos, reduzindo a disponibilidade de
nutrientes para o inseto e podendo ser diretamente tóxica aos
insetos. A lignina extraída do tegumento de sementes de feijão e
incorporada à dieta artificial de Acanthoscelides obtectus (Say) se
mostrou bastante tóxica às larvas dos primeiros ínstares,
prolongando o período de desenvolvimento e reduzindo a
fecundidade dos adultos emergidos (STAMPOULOS, 1988).
As fortes ligações carbono-carbono entre os monolignóis
tornam a lignina bastante resistente à degradação/decomposição e
existem poucas evidências de que os insetos sejam capazes de
digerir lignina. Mesmo aqueles que o fazem, utilizam
microrganismos que auxiliam na decomposição da molécula,
possibilitando a absorção dos nutrientes pelo inseto. O besouro
Pselactus spadix (Herbst), por exemplo, segundo Oevering et al.
(2003), somente é capaz de digerir lignina se a madeira for pré-
condicionada pela ação degradadora de microrganismos. O método
gravimétrico é o que tem sido predominantemente empregado para
a determinação dos índices de digestibilidade da lignina e,
normalmente, a concentração desse componente nas fezes dos
insetos é bastante elevada em relação a outros componentes
estruturais e em relação à concentração na madeira ingerida
(PITMAN et al., 2003), revelando a indigestibilidade da lignina por
parte dos insetos.
Cerosidade da epiderme
Na maioria das plantas terrestres, a cutícula forma uma camada
cerosa que recobre a parede apical das células epidérmicas de
praticamente todos os órgãos aéreos (JENKS et al., 2002). Essa
camada é composta de um polímero de lipídeos, frequentemente
recoberta por cristais que podem ser variáveis na forma e na
abundância, sendo à ela atribuída a função de proteger a planta da
desidratação (EIGENBRODE; ESPELIE, 1995). Entre os principais
grupos de lipídeos que compõem as ceras das plantas estão os
alcanos, ésteres cerosos, álcoois primários e secundários, cetonas e
ácidos graxos livres e saturados, sendo que a quantidade e a
composição química dos lipídeos epicuticulares e extraíveis podem
variar entre espécies (Figura 3), entre genótipos, dentro de uma
mesma espécie, entre partes de uma mesma planta e, também,
conforme a idade da parte da planta, afetando, diferencialmente, os
seus papéis ecológicos, entre os quais pode ser incluída a interação
com insetos herbívoros (EIGENBRODE; ESPELIE, 1995, JENKS et
al., 2002).
Figura 3. Eletromicrografia de varredura da superfície adaxial de
folhas de Thellungiella halophila (A) e T. parvula (B), mostrando a
morfologia dos cristais lipídicos epicuticulares e a diferença na sua
abundância entre as duas espécies. Barras = 1 mm.
Fonte: Jenks et al. (2002).
Fotos: Mathew Jenks
Repelentes
No processo de seleção hospedeira por insetos fitófagos, os
repelentes são os fatores que determinam resposta negativa do
inseto, levando-o a se afastar da planta. Embora nessa etapa inicial
do processo, em muitos casos, a cor do substrato vegetal seja
importante, há outras situações em que essa seleção é mediada
principalmente por substâncias químicas de natureza volátil. Smith
(2005) considera que estímulos visuais e químicos são percebidos
simultaneamente durante a orientação dos insetos para uma planta
hospedeira em potencial.
Para detectar os odores produzidos e emitidos pelas plantas, os
insetos contam com um sistema olfativo formado por células
receptoras presentes em sensilos localizados principalmente nas
antenas, mas também em outros apêndices, como mandíbulas,
tarsos, palpos, ovipositor, etc. (SMITH, 2005). Existe grande
diversidade no número e no arranjo desses sensilos nas antenas
das várias espécies de insetos, o que permite a cada um responder
especificamente a uma dada quantidade e qualidade de odores em
mistura. A maioria das plantas apresenta composição particular de
substâncias voláteis, o que a diferencia das demais para os insetos
fitófagos.
Com base na cromatografia gasosa, acoplada à espectrometria
de massa, tem sido possível revelar que em cada planta ocorre de
30 a 100 compostos voláteis. Assim, segundo Bernays e Chapman
(1994), considerando apenas o ar próximo dos estilos-estigmas
(“cabelos”) do milho, foi possível detectar 30 compostos voláteis,
subindo esse número para 40 quando analisado o ar circundante de
uma flor de girassol.
Apesar dessa grande quantidade de voláteis presentes e da
importância deles no processo de seleção hospedeira, o número de
compostos vegetais comprovadamente repelentes a insetos ainda é
relativamente baixo, podendo incluir como exemplos os
monoterpenos presentes em vapores de resinas de coníferas,
citados como repelentes a escolitídeos (BORDASCH; BERRYMAN,
1977; WERNER, 1995), e os compostos metilsalicilato e mirtenal,
encontrados em diversas gimnospermas como repelentes ao pulgão
Aphis fabae (Scop.) (HARDIE et al., 1994).
O efeito de compostos repelentes presentes em diversas
espécies de plantas possibilita o uso de derivados vegetais no
controle de insetos-praga, especialmente daqueles que atacam
produtos armazenados. Nessa linha, várias pesquisas têm sido
desenvolvidas, destacando-se, entre outros, o pó de folhas de
eucalipto Corymbia citriodora, repelente a Sitophilus zeamais
Motschulsky, A. obtectus e Zabrotes subfasciatus (Bohemann), e o
pó de folhas e frutos de erva-de-santa-maria Chenopodium
ambrosioides, repelente a Sitophilus oryzae (L.), Tribolium
castaneum (Herbst), A. obtectus e Z. subfasciatus (SANTOS et al.,
1984; SU, 1991; NOVO et al., 1997; MAZZONETTO, 2002;
MAZZONETTO; VENDRAMIM, 2003; PROCÓPIO et al., 2003).
Tavares (2006), trabalhando com os compostos p-cimeno e
limoneno, presentes no óleo essencial de Chenopodium
ambrosioides, constatou repelência em relação a S. zeamais, mas
nenhum efeito sobre o comportamento de Rhyzopertha dominica
(F.).
Em termos práticos, entretanto, o uso de repelentes tem ficado
quase que restrito ao controle de mosquitos hematófagos e outros
insetos de importância médica, em que se destacam principalmente
os derivados de citronela (Cymbopogom spp.) (WASUWAT et al.,
1990; SUWONKERD; TANTRARONGROJ, 1994; TAWATSIN et al.,
2001).
Fagodeterrentes
Embora Chapman (1974) tenha sugerido o termo “inibidor de
alimentação” para denominar os aleloquímicos que afetam
negativamente a tomada de alimento pelos insetos, há autores que
dividem esses aleloquímicos em dois grupos – deterrentes de
alimentação e inibidores de alimentação (SMITH, 2005) –, sem que
seja feita clara distinção entre esses dois efeitos. Em princípio, os
deterrentes incluiriam substâncias que impedem a tomada de
alimento, enquanto os inibidores compreenderiam substâncias que
reduzem a alimentação sem, contudo, impedi-la. Schoonhoven
(1982) referiu-se à antifeedant (que, como substantivo, não
apresenta tradução adequada para a língua portuguesa) para
descrever a função desses dois grupos de aleloquímicos. Isman
(2002) usou o termo antifeedant de forma mais restritiva,
considerando, como tal, apenas as substâncias que modificam o
comportamento do inseto, provocando deterrência alimentar pela
ação direta sobre os sensilos periféricos, que chama de “órgãos do
paladar”. Mencionou ainda que para a determinação da acão
antifeedant os bioensaios não devem exceder 6 horas, ou seja,
devem ser concluídos antes que a redução da alimentação possa,
também, refletir os efeitos desta sobre a biologia do inseto. Ainda de
acordo com a definição de Isman (2002), o termo antifeedant exclui
as substâncias que suprimem a alimentação, atuando no sistema
nervoso central após a ingestão e absorção do alimento, bem como
as substâncias que provocam toxicidade subletal ao inseto.
Assim, em razão de a maioria dos trabalhos não fazer a
separação adequada das substâncias que inibem total e
parcialmente a ingestão de alimento e tampouco se essa redução
está ou não relacionada à toxicidade e/ou à ação no sistema
nervoso central do inseto, neste capítulo será adotado o termo
fagodeterrente para incluir os aleloquímicos que inibem total ou
parcialmente a ingestão de alimento pelos insetos.
A ingestão de maior ou menor quantidade de alimento depende
da palatabilidade dos tecidos vegetais e para a percepção dessa
palatabilidade os insetos utilizam-se de receptores gustatórios
localizados nos palpos maxilares e no lábio superior (SMITH, 2005).
A variação nos tipos e no número de receptores gustatórios nas
diferentes espécies de insetos provoca um espectro de respostas
diferenciado. Assim, nos insetos generalistas (oligófagos) o espectro
de respostas é mais amplo do que nos especialistas (monófagos)
(VISSER, 1983). Um sensilo gustatório típico contém receptores
seletivos para fagodeterrentes e outros para fagoestimulantes, tais
como açúcares e aminoácidos (ISMAN, 2002). Ainda de acordo com
esse autor, embora a maioria dos aleloquímicos que inibem a
alimentação o faça pela estimulação de um receptor deterrente, há
outros que bloqueiam ou interferem na percepção dos estimulantes
de alimentação e outros ainda que, atuando em nível de impulsos
elétricos no sistema nervoso, podem impedir o inseto de adquirir
informação gustativa adequada para poder selecionar seu alimento.
É o que acontece com a azadiractina, que, embora tenha a função
de estimular um receptor deterrente em diversas espécies de
insetos, também parece suprimir os receptores de açúcar e de
inositol em várias outras espécies (SCHOONHOVEN, 1988, citado
por KOUL, 2005).
A fagodeterrência provocada por aleloquímicos sobre insetos
ocorre nas mais diversas categorias taxonômicas de plantas, sendo
que os compostos que mais frequentemente causam esse tipo de
efeito são os alcaloides, flavonoides, terpenoides e fenois
(FRAZIER, 1986; SMITH, 2005). Ainda de acordo com Smith (2005),
tais compostos são produzidos e armazenados em paredes
celulares das folhas, vacúolos ou estruturas especializadas, tais
como tricomas e ceras. Segundo Isman (2002), os terpenoides
constituem o grupo químico em que se encontra o maior número,
diversidade e atividade inibidora de fagodeterrentes. Ainda de
acordo com esse autor, os mais bem estudados fagodeterrentes
contra insetos são os triterpenoides, especialmente os limonoides,
entre os quais se incluem a azadiractina, presente no nim
(Azadirachta indica), a toosendanina, presente em cinamomo (Melia
azedarach), a limonina, presente em Citrus spp., e diversos
cardenolídeos, saponinas e witanolídeos em diversas espécies
vegetais. Outros terpenoides fagodeterrentes compreendem vários
tipos de diterpenos e sesquiterpenos. O autor destaca ainda que,
entre os fenois, os fagodeterrentes mais conhecidos incluem as
furanocumarinas e as neolignanas, enquanto para os alcaloides,
esse tipo de ação ocorre entre os indóis e os glicoalcaloides
presentes em solanáceas.
As lectinas, cujos efeitos sobre insetos serão estudados mais
detalhadamente no item Lectinas deste capítulo, também podem
apresentar efeito fagodeterrente, conforme demonstrado por Czapla
et al. (1992), citados por Czapla (1997), ao constatarem redução no
consumo alimentar de lagartas de Ostrinia nubilalis (Huebner)
alimentadas em dietas artificiais contendo lectinas de Triticum
aestivum (WGA) ou de Bauhinia purpurea (BPA), em relação à
dieta-controle. Essa redução de consumo também foi constatada de
forma indireta por meio da produção de honeydew, que foi diminuída
quando a cigarrinha Nilaparvata lugens Stal foi alimentada com dieta
contendo lectina de Galanthus nivalis (GNA) (POWELL et al., 1995).
Por meio da técnica de EPG, é possível verificar que GNA em dieta
artificial altera o comportamento alimentar dessa espécie,
prolongando o período de prova e diminuindo o período de ingestão
(RAO et al., 1998).
Em todos esses casos, a diminuição da alimentação por
insetos, após certo tempo consumindo lectinas, poderia ser devida
aos efeitos deletérios desta no trato digestivo desses insetos, e não
por causa de estímulos recebidos da planta ou da dieta. No entanto,
se o inseto for capaz de detectar a lectina durante a picada de prova
(para insetos sugadores), ele pode ser capaz também de
reconhecer e discriminar plantas contendo ou não a proteína. De
fato, ninfas de N. lugens evitam plantas geneticamente modificadas,
expressando GNA em teste de livre escolha com as plantas-
controle, e esse comportamento é mais pronunciado e mais
rapidamente desenvolvido nas plantas com expressão constitutiva
da lectina, em relação àquelas com expressão tecido-específica
(FOISSAC et al., 2000). Ressalte-se que o efeito das lectinas aos
insetos é espécie-específico, já que enquanto GNA é fagodeterrente
a N. lugens (POWELL et al., 1995), BPA e concanavalina A (lectina
de Canavalia ensiformis), por exemplo, provocam aumento do
consumo de alimento por lagartas de Lacanobia oleracea (L.) nas
primeiras 24 horas de alimentação (FITCHES; GATEHOUSE, 1998).
No que se refere ao emprego para controle de insetos-praga, os
fagodeterrentes podem ser divididos basicamente em dois grupos:
aqueles presentes nas plantas resistentes e aqueles presentes em
plantas usadas como fontes de extratos vegetais. No primeiro caso,
incluem-se as substâncias naturalmente presentes nas plantas
resistentes ou que a elas são transferidas por meio de
melhoramento genético tradicional, como, por exemplo, a rutina
encontrada em soja e que inibe a alimentação de lagartas de
Anticarsia gemmatalis Huebner (HOFFMANN-CAMPO et al., 2006),
bem como os aleloquímicos introduzidos por meio de técnicas de
transgenia, em que se incluem, entre outros, as lectinas
(VENDRAMIM; NISHIKAWA, 2001). Já entre os fagodeterrentes
presentes em plantas fontes de extratos vegetais, destaca-se o
limonoide azadiractina, encontrado em A. indica, que provoca a
inibição da alimentação em um grande número de espécies de
insetos, conforme relatado por diversos autores, entre os quais se
inclui Isman (2006), que, além da azadiractina, relaciona uma série
de outros aleloquímicos presentes em extratos vegetais que atuam
como fagodeterrentes a insetos.
Listas de aleloquímicos fagodeterrentes com as respectivas
espécies de insetos afetadas têm sido mencionadas por diversos
autores (PANDA; KHUSH, 1995; ISMAN, 2002; SMITH, 2005).
Deve-se considerar, ainda, que muitas substâncias químicas
presentes em plantas, além da ação deterrente, podem ter outras
funções. Entre estas, incluem-se, por exemplo, os taninos, de
ocorrência bastante ampla em plantas de diferentes grupos
taxonômicos e que, embora sejam mais citados como inibidores de
crescimento, pelo fato de se ligarem a proteínas e de formar
complexos de difícil digestão (JÃRENO, 1999) podem também atuar
como fagodeterrentes (KAROWE, 1989). Isso também foi verificado
com o gossipol que, além de afetar os pesos larval e pupal, o tempo
de desenvolvimento e a sobrevivência larval, também inibe a
alimentação das lagartas de H. zea (STIPANOVIC et al., 2006).
Esse mesmo efeito do gossipol já tinha sido verificado por Meisner
et al. (1976), ao criar lagartas de Boarmia (Ascotis) selenaria
Schiffermüller com dieta contendo esse aleloquímico. O alcaloide
gramina, deterrente a Rhopalosiphum padi (L.) (ZUNIGA et al.,
1988), também já foi referido como tóxico a essa mesma espécie de
inseto (ZUNIGA; CORCUERA, 1986).
Como mencionado para as lectinas, por ser resultante do
processo de coevolução entre insetos e plantas, a fagodeterrência é
específica. Assim, um mesmo aleloquímico que causa deterrência
para uma espécie pode não afetar ou, mesmo, ser estimulante para
outra espécie. Um dos exemplos mais conhecidos desse caso é o
que ocorre com as cucurbitacinas, presentes em raízes e em frutos
de diversas cucurbitáceas que, embora sejam repelentes a diversos
insetos, como Apis mellifera L. e Vespula sp. (CHAMBLISS; JONES,
1966), são altamente atraentes e fagoestimulantes a várias outras
espécies, entre as quais se incluem os crisomelídeos dos gêneros
Diabrotica e Acalymma (METCALF et al., 1980; EBEN et al., 1997).
Essa característica, aliás, tem possibilitado o uso desses compostos
em iscas contendo inseticidas para o controle dos insetos-praga
atraídos (ARRUDA-GATTI; VENTURA, 2003).
Em outras situações, um composto altamente deterrente a uma
espécie não afeta outras espécies próximas. Como exemplo, cita-se
a azadiractina, cuja atividade fagodeterrente avaliada por meio da
EC50 (concentração efetiva que reduz em 50% a alimentação) em
relação a seis espécies de noctuídeos, mostrou variação de mais de
30 vezes entre a espécie mais sensível (Spodoptera litura (F.)) e a
menos sensível (Actebia fennica (Tauscher)) (ISMAN, 1993). Em
testes para a avaliação da fagodeterrência de uma série de
silfinenos sesquiterpenos, González-Coloma et al. (2002)
encontraram profundas diferenças na atividade dos compostos
individuais em relação a Spodoptera littoralis (Boisduval), L.
decemlineata e cinco espécies de pulgões.
Uma das questões que têm sido levantadas é até que ponto a
prolongada exposição de um inseto a um mesmo aleloquímico pode
alterar a resposta de fagodeterrência. Nesse sentido, Akhtar e
Isman (2004), trabalhando com lagartas de P. xylostella e de
Pseudaletia unipuncta (Haworth) e com adultos de Epilachna
varivestis Mulsant, com extratos de Melia volkensii e de Origanum
vulgare e com aleloquímicos puros (presentes nessas plantas),
constataram que, dependendo da espécie de inseto e do
aleloquímico envolvido, pode haver redução na resposta de
deterrência alimentar e que essa variação de comportamento ocorre
não apenas na comparação de espécies generalistas com
especialistas, mas, também, na comparação entre especialistas.
Casos de perda rápida e total da atividade também têm sido
registrados, como foi verificado com a toosendanina, cuja
fagodeterrência a S. litura foi totalmente suprimida cerca de 4,5
horas após a contínua exposição das lagartas ao referido
aleloquímico (BOMFORD; ISMAN, 1996).
Fatores antibióticos
Os principais efeitos nos insetos decorrentes da ingestão de
alimento contendo compostos que causam antibiose são:
prolongamento e mortalidade das fases imaturas, redução do
tamanho e do peso das fases imatura e adulta, redução da
fecundidade e da fertilidade, redução da longevidade dos adultos,
alteração da razão sexual e ocorrência de pupas e de adultos
defeituosos.
É importante ressaltar, entretanto, que como alguns dos efeitos
resultantes da antibiose também podem ser provocados pela
deterrência alimentar, especialmente se esta se manifestar em alto
grau, pode ser difícil distinguir entre antixenose alimentar
(fagodeterrência) e antibiose.
Para tentar caracterizar o tipo de resistência nesses casos, o
primeiro passo é submeter o inseto a um experimento de
preferência alimentar, comparando a planta-teste com uma planta-
testemunha. Se não houver diferença de consumo entre esses dois
tratamentos, pode-se concluir que os efeitos na biologia são
decorrentes da antibiose, caso contrário, havendo diferença, serão
necessários testes mais específicos empregando índices de
consumo e utilização de alimento (SCRIBER; SLANSKY JUNIOR,
1981; SLANSKY JUNIOR; SCRIBER, 1985), e, até mesmo, no caso
de lagartas, por meio da remoção das maxilas em que se situam os
sensilos responsáveis pela percepção do paladar do tecido vegetal
(WALDBAUER; FRAENKEL, 1961). De modo geral, considera-se
que a antibiose estará presente (sem exclusão da fagodeterrência)
quando os insetos apresentarem elevada mortalidade das fases
imaturas, alta porcentagem de deformação e redução de
fecundidade e de fertilidade.
Deve-se mencionar ainda que não existe forte ligação entre
fagodeterrência e a toxicidade provocada por compostos químicos
presentes em plantas, o que sugere que a rejeição comportamental
não é adaptação aos efeitos dos compostos ingeridos, mas
consequência da atividade dos receptores de deterrência com larga
sensibilidade química (KOUL, 2005).
Compostos que provocam efeitos antibióticos estão distribuídos
em diversos gêneros de plantas cultivadas, incluindo grupos
vegetais com diferentes hábitos de crescimento, frutificação e
propagação. Smith (2005), por meio de extensa revisão
bibliográfica, relacionou vários exemplos de plantas nas quais já foi
detectada a presença de compostos antibióticos a insetos-praga de
diferentes ordens. Entre tais plantas, o referido autor incluiu cereais,
forrageiras, hortaliças, frutíferas e outras espécies arbóreas.
Os efeitos antibióticos podem se expressar de forma moderada,
aumentando a duração do período de desenvolvimento, reduzindo o
peso ou diminuindo a longevidade do adulto, ou de forma drástica,
quando provocam a morte do inseto, seja na fase imatura ou no
momento de transformação para as fases de pupa ou adulta. Tais
efeitos são considerados letais, quando ocorrem nos primeiros
estádios da fase imatura, e crônicos, quando a letalidade se verifica
nos estádios mais avançados ou quando o inseto não consegue
emergir das fases de pré-pupa ou pupa (SMITH, 2005).
Com o objetivo de esclarecer os mecanismos de defesa das
plantas contra insetos, Duffey e Stout (1996) fizeram uma revisão
sobre as defesas químicas presentes em tomateiro contra diversos
insetos-praga. Os autores verificaram que essas defesas resultam
de uma série de características químicas interativas que,
simultaneamente, prejudicam a aquisição de nutrientes e intoxicam
os insetos. Assim, o impacto de determinada substância sobre a
fisiologia do inseto depende da identidade e da quantidade da
substância, bem como das identidades e das quantidades de
substâncias que ocorrem simultaneamente, e do ambiente físico-
químico. Durante a aquisição do alimento, o inseto tem que lidar
com todas essas substâncias, bem como com a matriz de
interações simultâneas e sequenciais e, desse modo, o valor
nutritivo do alimento deve ser uma função de todas as substâncias e
das interações destas, sendo que algumas reações assumem maior
importância do que outras. Um exemplo é a 2-undecanona, que
ocorre conjuntamente com a 2-tridecanona nas glândulas dos
tricomas no tomateiro L. hirsutum f. glabratum e atua como
sinergista desta, potencializando a sua toxicidade a insetos
(KENNEDY, 2003). Além disso, Felton (1996) argumenta que o
desempenho de um herbívoro alimentando-se do seu hospedeiro
não depende somente da quantidade, mas também da qualidade
das proteínas que ele contém. A qualidade das proteínas poderia
ser alterada não somente pelas variações genéticas inter e
intraespecíficas, mas também por outros fitoquímicos que são
ingeridos juntamente com as proteínas, como os agentes
alquilantes, por exemplo. Em outras palavras, o valor nutricional de
uma proteína não é o seu valor em si, mas aquele obtido na mistura
natural (DUFFEY; STOUT, 1996).
Os agentes alquilantes derivados de plantas são
estruturalmente muito diversos (quinonas, compostos fenólicos,
aldeídos, alcaloides pirrolizidinas, lactonas sesquiterpenos,
isotiocianatos, entre outros) e formam ligações covalentes com as
extremidades da cadeia de aminoácidos, denaturando de forma
irreversível a proteína e limitando a utilização dos aminoácidos por
parte do herbívoro (DUFFEY; STOUT, 1996; FELTON, 1996;
FELTON; DUFFEY, 1991). Quando o conteúdo glandular de um
tricoma, por exemplo, é descarregado e misturado (o que ocorre em
larga escala por ocasião da alimentação de um inseto mastigador),
as quinonas resultantes da ação das polifenoloxidases sobre os
compostos fenólicos (DUFFEY; STOUT, 1996; FELTON, 1996) nem
sempre polimerizam, situação em que essas quinonas podem ser
diretamente tóxicas aos insetos, ou então, podem reagir com as
proteínas da planta, alquilando-as e reduzindo ou eliminando o seu
valor nutritivo para o inseto (KENNEDY, 2003).
Embora as peroxidases oxidem os mono e os diidroxifenois
diferentemente das polifenoloxidases, os efeitos sobre as proteínas
da dieta são essencialmente os mesmos dentro do contexto aqui
desenvolvido (DUFFEY; STOUT, 1996). Os produtos secundários
dessas reações enzimáticas podem incluir espécies reativas de
oxigênio, como peróxido de hidrogênio, radical hidroxil e radical
superóxido, que podem denaturar proteínas e alterar a sua
digestibilidade (FELTON, 1996). Proteínas alquiladas promovem a
redução do crescimento de Pseudoplusia includens (Walker) quando
fornecidas em dieta artificial e, em alguns casos, polifenoloxidases e
peroxidases podem permanecer ativas no trato digestivo de H. zea.
Em soja, o peróxido de hidrogênio, que é produzido em larga escala
imediatamente após um dano ocasionado aos tecidos, induz à
rápida ligação cruzada entre proteínas preexistentes das paredes
celulares, mediada pelas peroxidases. Essa ligação entre as
proteínas estruturais de paredes celulares adjacentes leva ao
fortalecimento das paredes e à insolubilização das proteínas,
tornando-as refratárias às enzimas digestivas dos herbívoros
(FELTON, 1996).
Conforme mencionado, um fator muito importante para se
contextualizar o impacto de determinada substância sobre a
fisiologia do inseto é o ambiente físico-químico, representado pelo
fluido digestivo do inseto, em que o pH do intestino afeta
profundamente a atividade das enzimas oxidativas e das reações
químicas resultantes (DUFFEY; STOUT, 1996). A maioria das
lagartas de Noctuidae apresenta o pH do trato digestivo bastante
alcalino (ao redor de 8,0 para H. zea e S. exigua) (FELTON;
DUFFEY, 1991), o que também favorece a oxidação do ácido
clorogênico em quinonas e a produção de radicais livres e espécies
reativas de hidrogênio (FELTON; DUFFEY, 1991; DUFFEY; STOUT,
1996), pois em meio alcalino as aminas (livres e das proteínas)
geralmente estão na forma -NH2, que é facilmente alquilada
(DUFFEY; STOUT, 1996). No entanto, para M. sexta, que apresenta
o pH ainda mais alto (ao redor de 9,7), a alcalinidade e a
detergência do trato digestivo podem minimizar os efeitos
antinutritivos dos fenólicos oxidados. A solubilidade das proteínas
foliares do tomateiro é significativamente maior em pH de 9,7 e esse
aumento na solubilidade poderia compensar as perdas na
disponibilidade dos aminoácidos causadas pela ligação do ácido
clorogênico (FELTON; DUFFEY, 1991). Já o besouro L.
decemlineata, que se alimenta de folhas de batata e que também
possui tricomas glandulares com ácido clorogênico e enzimas
oxidativas, apresenta fluido digestivo ácido, condição em que
mesmo que o ácido clorogênico seja alquilado seu efeito é
irrelevante, pois a maioria das aminas se encontra na forma não
alquilável. O meio ácido também desfavorece a produção de
espécies reativas de oxigênio e de radicais livres orgânicos
(DUFFEY; STOUT, 1996).
Duffey e Stout (1996) sugerem uma categorização do modo de
ação de produtos naturais de plantas contra insetos herbívoros,
considerando que toxinas são substâncias que prejudicam
diretamente um tecido vivo ou um processo interno do inseto;
antidigestivos são substâncias que limitam a taxa de conversão
enzimática do alimento ingerido; e antinutrientes são substâncias
que limitam a utilização do alimento pela alteração da
disponibilidade física ou da identidade química deste. Considerando
essas definições, a alquilação de proteínas não atua como redutor
da digestibilidade do inseto. A alquilação de uma proteína reduz, de
fato, seu valor nutritivo, mas o faz prevenindo a assimilação da
proteína digerida, o que implica que o efeito seja causado por
toxicidade (produção de espécies reativas) e/ou antinutrição
(redução na disponibilidade dos aminoácidos). A digestibilidade das
proteínas alquiladas é, na verdade, aumentada, e esse aumento
provavelmente se deve à alteração na conformação da proteína,
levando à maior exposição aos sítios-alvo da tripsina. Isso não
exclui o fato de que as lisinas ou histidinas alquiladas não possam
ser atacadas pela tripsina, mas o efeito continua não sendo uma
redução na digestibilidade.
Biotecnologia e resistência de plantas
a insetos
Os recentes avanços obtidos na área de biotecnologia
permitiram a identificação de genes, a caracterização das suas
funções e a clonagem, contribuindo em muito para a área de
Resistência de Plantas a Insetos. Apesar de o melhoramento
clássico, feito por meio de cruzamentos entre variedades resistentes
e suscetíveis e baseado nos fundamentos da genética mendeliana,
ainda ser de grande importância principalmente nos países em
desenvolvimento, a biotecnologia protagonizou uma grande
revolução na forma de obtenção e de avaliação de cultivares
resistentes a insetos, cujas principais vantagens são a introdução
específica do gene de interesse na planta, a inserção de genes
oriundos de organismos filogeneticamente não relacionados, o
controle do nível de expressão gênica e a possibilidade de detecção
da expressão antes mesmo da maturação da planta. Assim, tornou-
se possível inserir em plantas cultivadas novos genes responsáveis
pela expressão de fatores de resistência ou, então, aumentar o nível
de expressão de fatores já existentes na planta (VENDRAMIM;
NISHIKAWA, 2001).
Apesar de alguns compostos secundários como alcaloides,
esteroides, ésteres fenólicos, terpenoides, glicosídeos cianogênicos,
glicosinolatos, saponinas, flavonoides, piretrinas e aminoácidos não
proteicos serem de grande importância na proteção de plantas
contra pragas, sua utilização no contexto da biotecnologia é
bastante limitada. Por resultarem de processos biossintéticos
complexos, com vias metabólicas que podem ter diversas enzimas
envolvidas, esses tipos de compostos são difíceis de ser inseridos
em plantas, além de normalmente acarretarem um custo metabólico
para a própria planta (SHARMA et al., 2000). Nesse sentido, as
proteínas apresentam grande vantagem em relação aos
fitoquímicos, pois cada proteína é codificada por um único gene, que
pode ser isolado e inserido em plantas para aumentar sua
resistência a insetos-praga (CONSTABEL, 2000).
A tecnologia disponível atualmente já permite transformar
geneticamente plantas para expressarem peroxidases (DOWD;
LAGRIMINI, 1997), quitinases (KRAMER et al., 1997), colesterol
oxidases (GREENPLATE et al., 1995; PURCELL, 1997), peptídeos
do veneno de escorpiões (BARTON; MILLER, 1991, citados por
SHARMA et al., 2000; WANG et al., 2005) e proteínas oriundas de
parasitoides (MAITI et al., 2003), mas as pesquisas têm se
concentrado em duas frentes básicas: incorporação de genes
bacterianos (principalmente os codificadores das δ-endotoxinas de
Bacillus thuringiensis, as chamadas proteínas Cry), e incorporação
de genes de plantas codificadores de proteínas que interferem no
metabolismo de proteínas e de carboidratos (principalmente lectinas
e inibidores de proteases e amilases) (BERNAL et al., 2004).
Discussões acerca das vantagens e desvantagens de plantas
transgênicas, ou de cada tipo de transformação, não fazem parte do
escopo deste capítulo, mas as proteínas derivadas de plantas, por
serem componentes que normalmente são utilizados para a
alimentação humana e de animais, são tidas como estratégias mais
seguras para o controle de insetos-praga, do ponto de vista da
segurança alimentar (VILA et al., 2005). Além disso, essa
resistência baseada em genes oriundos de plantas, por não
apresentar toxicidade aguda, como a das proteínas de B.
thuringiensis, tem tido maior aceitação no contexto do Manejo
Integrado de Pragas. Os efeitos subletais ou crônicos, normalmente
verificados, como a redução no crescimento e o atraso no
desenvolvimento, permitem o seu uso conjunto com o controle
biológico.
Lectinas
As lectinas são proteínas de origem não imune, capazes de se
ligar reversível e especificamente a carboidratos, glicoproteínas e
substâncias que contenham açúcar (podendo aglutinar células e
glicoconjugados), sem alterar a estrutura covalente de nenhum
ligante glicosil (PEUMANS; Van DAMME, 1995). Essas proteínas
estão presentes em diversos grupos de organismos, como animais,
plantas, fungos, bactérias, algas, protozoários e até em vírus, sendo
especialmente abundantes em sementes de cereais e em
leguminosas (CONSTABEL, 2000).
Lectinas oriundas de plantas têm se mostrado tóxicas a uma
série de insetos das ordens Coleoptera, Diptera, Hemiptera,
Hymenoptera e Lepidoptera (CARLINI; GROSSI-DE-SÁ, 2002),
sendo que a toxicidade das lectinas a insetos parece ser espécie-
específica, não podendo o seu efeito ser generalizado. A lectina de
Sphenostylis stenocarpa, por exemplo, afeta o desenvolvimento de
Callosobruchus maculatus (F.) à concentração de 0,2% na dieta do
inseto, mas para Maruca vitrata (F.) isso só ocorre a 35%. O mesmo
pode ser observado com espécies de insetos próximas. A lectina de
Triticum aestivum (WGA) é tóxica a Brevicoryne brassicae (L.)
(COLE, 1994), mas não a Acyrthosiphon pisum (Harris) (RAHBÉ;
FEBVAY, 1993).
Diversos autores têm afirmado que o mecanismo de ação tóxica
das lectinas contra insetos ainda não está completamente
esclarecido, mas os parâmetros mais utilizados para medir os seus
efeitos (sobrevivência, fecundidade, fertilidade, consumo alimentar,
tamanho, peso, cor e duração do período de desenvolvimento, entre
outros) em insetos alimentados experimentalmente com
hospedeiros naturais, ou em dietas artificiais contendo lectinas,
fornecem indícios típicos de má nutrição.
Essa questão é bastante complexa, pois as lectinas podem
apresentar vasta gama de efeitos no organismo dos insetos (Figura
4), pela também complexa fisiologia do organismo.
Figura 4. Espectro de atividades biológicas de lectinas de plantas
em insetos.
Fonte: Vasconcelos e Oliveira (2004).
Inibidores enzimáticos
Os insetos fitófagos utilizam enzimas digestivas como
proteinases, amilases, lipases, glicosidases e fosfatases para
processar o alimento ingerido e, desse modo, obter os nutrientes
necessários para seu metabolismo. Ao longo do processo evolutivo,
as plantas têm se adaptado utilizando diversos mecanismos de
defesa, entre os quais se inclui a produção de inibidores de enzimas
digestivas dos insetos. Esses inibidores, atuando no processo
digestivo, impedem muitas vezes que compostos orgânicos
complexos sejam degradados em substâncias mais simples e
facilmente absorvíveis pelo organismo, como aminoácidos,
monossacarídeos, ácidos graxos, etc. Assim, a presença desses
inibidores pode ser importante mecanismo de resistência a insetos.
Esses compostos, entretanto, nem sempre estão presentes em
plantas de interesse comercial ou, se presentes, nem sempre
ocorrem em níveis suficientes para conferir resistência. Esse
problema pode ser contornado pela utilização das técnicas de
biologia molecular que permitem transferir para as plantas cultivadas
os genes responsáveis pela expressão desses inibidores.
Atualmente, os dois grupos de inibidores enzimáticos mais
importantes e que têm sido extensivamente estudados para uso nos
programas de melhoramento por transgenia são os inibidores de
protease e os inibidores de α-amilases que inibem, respectivamente,
as proteases e as α-amilases digestivas no intestino dos insetos, e
que têm importante função na digestão de proteínas e de amidos
(CARLINI; GROSSI-DE-SÁ, 2002; LAJOLO; GENOVEVE, 2002).
Inibidores de proteases
As proteases de insetos compõem um grupo de enzimas
responsáveis pela hidrólise sequencial das proteínas (presentes no
alimento ingerido) em oligômeros, dímeros e monômeros, no interior
do seu trato digestivo (REECK et al., 1997), pela clivagem das
ligações peptídicas (CARLINI; GROSSI-DE-SÁ, 2002). Os inibidores
de proteases (IPs), também de natureza proteica, formam
complexos de alta afinidade com as proteases, inibindo a atividade
hidrolítica destas (OUTCHKOUROV et al., 2004) e, embora se
observe um uso bastante indiscriminado dos termos, originalmente
as “proteinases” se referem apenas às endopeptidases (enzimas
que hidrolisam ligações peptídicas internas), sendo que as
“proteases” incluem tanto as endopeptidases quanto as
exopeptidases (hidrolisam ligações N-terminais ou C-terminais)
(RYAN, 1990).
De acordo com o aminoácido presente no seu sítio ativo, as
endopeptidases são classificadas como serino-proteinases
(contendo serina ou histidina), cisteíno-proteinases (contendo
cisteína), asparto-proteinases (contendo um grupo aspartato) ou
métalo-proteinases (contendo um íon metálico) (BOULTER, 1993;
CARLINI; GROSSI-DE-SÁ, 2002). Os IPs são agrupados em pelo
menos 24 famílias distintas (RYAN, 1990; REECK et al., 1997),
sendo que destas, pelo menos nove contêm representantes
encontrados em tecidos de plantas: família do inibidor de tripsina de
soja Kunitz; família do inibidor Bowman-Birk; família do inibidor de
batata I; família do inibidor de batata II; família do inibidor de
abóbora; família do inibidor de tripsina de cevada; família da
cistatina (inibidor de cisteíno-proteinase); família do inibidor de
carboxipeptidase de batata e família do inibidor bifuncional de milho
Ragi I-2. Em geral, os IPs de uma mesma família apresentam certa
especificidade a uma dada classe de proteinases.
Apesar dos relatos de que os IPs possam afetar também o
balanço hídrico, a muda e a regulação enzimática e hormonal dos
insetos (BOULTER, 1993), e de o seu mecanismo de ação não estar
completamente elucidado, o principal efeito parece estar relacionado
à nutrição dos insetos, interferindo nos processos digestivos. Em C.
maculatus, a suplementação nutricional com metionina é capaz de
superar os efeitos da ingestão do inibidor de tripsina de caupi pelo
inseto (GATEHOUSE; BOULTER, 1983). Além da mortalidade,
insetos submetidos a dietas contendo IPs apresentam retardo no
crescimento e no desenvolvimento e redução no peso dos
indivíduos (USSUF et al., 2001). Ainda assim, esses efeitos são
muito mais complexos do que a mera redução da atividade
hidrolítica das proteases digestivas (RYAN, 1990).
Tem sido observado que certos IPs apresentam ação
fagodeterrente, como é o caso de estefina A e equistatina que,
quando expressos em folhas de batata, são fortes deterrentes
contra Frankliniella occidentalis (Pergande), sendo os efeitos tempo
e concentração dependentes. O mecanismo pelo qual a presença
desses IPs afeta o comportamento de F. occidentalis, no entanto,
provavelmente utilize uma via sinalizadora completamente diferente
das já bem conhecidas vias olfatória e gustatória (OUTCHKOUROV
et al., 2004).
Em mamíferos, um peptídeo-monitor é secretado no intestino e
a sua degradação por tripsinas regula a liberação de outro hormônio
polipeptídeo chamado colecistoquinina, cujas formas ativas,
processadas proteoliticamente e liberadas na corrente sanguínea,
inibem as secreções pancreáticas e aumentam o apetite, entre
outros efeitos. Assim, a presença de inibidores de tripsina e de
outras proteases interfere na degradação normal do peptídeo-
monitor, podendo provocar hipersecreção pancreática crônica e
sensação de saciedade, que podem ter como consequência jejum
prolongado e, eventualmente, levar à morte. Embora os insetos
tenham fisiologia completamente diferente da citada, e a presença
de colecistoquinina não tenha sido relatada no grupo (RYAN, 1990),
já se sabe que outros hormônios modulam a secreção de proteases,
sendo esperado que mecanismos semelhantes determinem a
resposta comportamental de F. occidentalis aos IPs
(OUTCHKOUROV et al., 2004).
Efeito deterrente também foi observado com fragmentos de IP
de sementes de ervilha com atividade antiquimotripsina, que
provocaram interrupção da alimentação em Acyrthosiphon pisum
(Harris) (RAHBÉ et al., 2003). No entanto, de modo geral, os afídeos
são insensíveis a diversos tipos de IPs, pois se alimentam da seiva
retirada diretamente do floema e que contém altos níveis de
aminoácidos livres, sendo portanto pouco dependentes de
proteases para suprir suas exigências nutricionais. O fato de um IP
com atividade antiquimotripsina causar deterrência a A. pisum e de
não ter sido verificada atividade de quimotripsinas no intestino desse
inseto (RAHBÉ et al., 2003) reforça a tese de que o mecanismo de
saciedade dos insetos seja regulado por algum hormônio, o que
explicaria a deterrência observada.
A digestão dos IPs no trato digestivo dos insetos pode afetar
sua eficiência (OUTCHKOUROV et al., 2004), sendo que, a exemplo
de outras proteínas ativas, cujos alvos de ação estejam no intestino,
os IPs ativos contra insetos apresentam intrinsecamente uma
relativa resistência à digestão pelas enzimas proteolíticas destes.
Assim, a exemplo do que foi detalhado para as lectinas, a baixa
digestibilidade dos IPs também faz com que eles contribuam muito
pouco para suprir as exigências nutricionais dos insetos.
Em alguns órgãos vegetais de armazenamento, como
tubérculos e sementes, os IPs podem corresponder a até 10% do
total proteico (USSUF et al., 2001). Em grãos de feijão, apesar de os
inibidores de tripsina comporem somente cerca de 2,5% do total de
proteínas, esse valor corresponde a 32% e 40% do seu teor de
cistina em Phaseolus lunatus e P. vulgaris, respectivamente. Dessa
forma, a resistência à proteólise apresentada pelos inibidores de
tripsina faz com que o alto teor de cistina não possa ser aproveitado
pelos insetos, problema que se agrava ainda mais em alimentos
pobres em aminoácidos sulfurados, como, por exemplo, as
leguminosas (LAJOLO; GENOVESE, 2002).
O efeito dos inibidores sobre as proteases dos insetos ocorre
quando, em contato com essas enzimas, esses inibidores se ligam
ao seu sítio ativo de forma praticamente irreversível, formando um
complexo com constante de dissociação muito baixa e bloqueando o
sítio ativo. Dessa forma, o inibidor atua como pseudosubstrato para
a enzima, imitando o substrato original, mas não permitindo a
clivagem da ligação peptídica. Muitas vezes, a enzima consegue
hidrolisar o inibidor, mas por causa da conformação do sítio de
ligação, o inibidor na forma hidrolisada é capaz de se manter ligado
à enzima, da mesma maneira que faria na sua forma não hidrolisada
(LAWRENCE; KOUNDAL, 2002). Ao impedir o funcionamento
normal das proteases, os IPs dificultam a digestão de proteínas por
parte do inseto. Isso provoca deficiência de aminoácidos, tornando
os insetos subnutridos e podendo levá-los à morte.
Uma resposta comum dos insetos à ingestão de IPs é o
aumento nos níveis de expressão das enzimas digestivas, seja
aumentando a produção das enzimas proteolíticas, já existentes,
seja produzindo enzimas insensíveis aos inibidores ou enzimas
capazes de inativar ou degradar os inibidores (SILVA-FILHO;
FALCO, 2000).
Assim, lagartas de C. suppressalis, que utilizam principalmente
serino e cisteíno-proteinases, aumentam, significativamente, a
produção dessas enzimas, bem como das exopeptidases leucino-
aminopeptidase e carboxipeptidases A e B, após a ingestão de IP
de milho (VILA et al., 2005). Lagartas de S. exigua criadas em
plantas transgênicas expressando inibidor de batata II apresentam
apenas 18% das suas proteases sensíveis ao inibidor, enquanto nas
lagartas-controle esse valor chega a 78% (JONGSMA et al., 1995).
O besouro L. decemlineata também passa a sintetizar proteinases
insensíveis ao inibidor expresso em folhas de batata após a
ingestão crônica dessas folhas (BOLTER; JONGSMA, 1995). Tais
fenômenos têm sido relatados como sendo uma resposta adaptativa
geral para o grupo dos insetos que secretam proteases insensíveis
aos inibidores e que são capazes de digeri-los. No entanto, o
incremento na produção de enzimas digestivas e a indução da
atividade proteolítica em C. suppressalis, em resposta ao IP de
milho, não são suficientes para evitar os efeitos deletérios do
inibidor sobre o inseto (VILA et al., 2005).
De qualquer forma, a presença de inibidores no trato intestinal
dos insetos leva à indução da secreção de proteases insensíveis. A
hipersecreção de enzimas digestivas como tripsina e quimotripsina,
que são ricas em aminoácidos sulfurados, provoca a perda desses
aminoácidos endógenos (SHUKLE; MURDOCK, 1983), podendo
constituir outro problema nutricional para o inseto, principalmente
quando este se utiliza exclusivamente de dieta pobre nesse tipo de
aminoácido (LAJOLO; GENOVESE, 2002).
Para contornar os problemas de adaptação dos insetos aos
inibidores enzimáticos, a proposta é fazer com que as plantas
expressem mais de um tipo de inibidor de enzimas digestivas e/ou
gerem novos inibidores que sejam mais potentes e específicos
contra as enzimas digestivas dos insetos (MARSARO JÚNIOR et
al., 2006).
Inibidores de α-amilases
As α-amilases são enzimas hidrolíticas de amplo espectro
encontradas em microrganismos, animais e plantas. Elas catalisam
a hidrólise inicial de polímeros de açúcar, tais como amido e
glicogênio, em unidades mais simples, para permitir a assimilação
destas pelo organismo. Essas enzimas são largamente distribuídas
e são as mais importantes enzimas digestivas de muitos insetos que
se alimentam exclusivamente de sementes durante a fase larval
e/ou adulta. Quando a ação das ∝-amilases é inibida, a nutrição do
organismo é prejudicada, causando redução das reservas de
energia (CARLINI; GROSSI-DE-SÁ, 2002).
Os inibidores de µ-amilases (α-AIs) podem ser divididos em
dois grupos: os não proteicos, ou não proteináceos, e os proteicos
ou proteináceos. Os inibidores não proteicos contêm diversos tipos
de compostos orgânicos, tais como acarbose, iso-acarbose,
acarviosino-glicose, ciclodextrinas, etc. Esses inibidores, utilizados
principalmente na área médica, praticamente não têm sido
pesquisados visando ao controle de insetos-praga (FRANCO et al.,
2002). Já os α-AIs proteicos, especialmente aqueles encontrados
em plantas, como parte do seu mecanismo natural de defesa,
constituem ferramenta potencialmente importante nas pesquisas
para a obtenção de variedades resistentes a insetos-praga, seja por
métodos clássicos de melhoramento seja por engenharia genética
(CHRISPEELS et al., 1998; GATEHOUSE; GATEHOUSE, 1998;
IULEK et al., 2000; CARLINI; GROSSI-DE-SÁ, 2002; FRANCO et
al., 2002; SVENSSON et al., 2004). São esses inibidores proteicos
que serão abordados neste item.
Os α-AIs presentes em plantas ocorrem principalmente em
sementes de cereais (FENG et al., 1996; FRANCO et al., 2000;
IULEK et al., 2000) e de leguminosas (SHADE et al., 1994;
ISHIMOTO et al., 1996; GROSSI-DE-SÁ et al., 1997), mas também
em outros grupos botânicos (LU et al., 1999; HANSAWASDI et al.,
2000; FIGUEIRA et al., 2003; MARSARO JUNIOR et al., 2005).
Segundo Franco et al. (2002), os α-AIs com potencial para
utilização no controle de insetos-praga podem ser classificados, com
base em suas estruturas terciárias, em seis classes: tipo lectina, tipo
knotina, tipo cereal, tipo kunitz, tipo c-purotionina e tipo taumatina.
Essas classes de inibidores mostram notável variação estrutural,
levando a diferentes modos de inibição e a diferentes
especificidades em relação às α-amilases. A determinação da
especificidade de inibição é um aspecto bastante importante,
constituindo-se na primeira etapa para a descoberta de um inibidor
que possa ser utilizado para a obtenção de planta transgênica
resistente a insetos. Em alguns casos, os α-AIs atuam apenas
contra as α-amilases de mamíferos ou, ao contrário, apenas contra
α-amilases de insetos. Entretanto, em geral, esses inibidores inibem
α-amilases provenientes de diferentes fontes. Ainda de acordo com
esses autores, a especificidade de inibição é aspecto importante
para que o inibidor introduzido na planta não afete adversamente as
próprias α-amilases da planta e nem altere o valor nutricional desta.
Nesses casos, um melhor conhecimento das bases estruturais que
determinam o modo de inibição poderá permitir um desenho racional
de mutantes com as características desejáveis.
Diversos insetos, especialmente os coleópteros que se
alimentam de sementes ricas em amido durante as fases larval e/ou
adulta, dependem muito de suas α-amilases para a sobrevivência.
Assim, pesquisas sobre o processo de digestão de amido com o
objetivo de controlar os insetos-praga dependentes desse nutriente
têm sido estimuladas nos últimos anos (FRANCO et al., 2000).
Atenção particular tem sido dada aos ∝-AIs presentes em
sementes de feijoeiro-comum Phaseolus vulgaris, que apresentam
efeitos tóxicos a vários insetos-praga (CARLINI; GROSSI-DE-SÁ,
2002, FRANCO et al., 2002) e que, juntamente com os α-AIs
encontrados em trigo, foram os inbidores inicialmente mais bem
caracterizados (HILDER; BOULTER, 1999). Os α-AIs do tipo lectina
têm sido purificados e caracterizados a partir de diferentes acessos
e variedades de P. vulgaris, incluindo o feijão-branco, o feijão-
vermelho e o feijão-preto (FRANCO et al., 2000). Os estudos com
os α-AIs de P. vulgaris se intensificaram principalmente após a
constatação de que são prejudiciais ao desenvolvimento de
Callosobruchus chinensis (L.) e C. maculatus (ISHIMOTO;
KITAMURA, 1989; SHADE et al., 1994).
O gênero Phaseolus contém no mínimo quatro fenótipos de α-
AIs: α-AI-1, α-AI-2, α-AI-3 e um tipo inativo contra todas as α-
amilases testadas. De interesse particular, é a especificidade das
isoformas α-AI-1 e α-AI-2 contra diferentes α-amilases. A isoforma
α-AI-1, encontrada na maioria das variedades cultivadas de feijoeiro,
inibe as α-amilases de mamíferos e as α-amilases das fases larvais
de C. maculatus, C. chinensis e Bruchus pisorum L., mas não é
ativa contra a α-amilase de Z. subfasciatus (GROSSI-DE-SÁ;
CHRISPEELS, 1997). Essa não atividade sobre Z. subfasciatus
pode ser devida à não inibição da amilase do inseto pelo α-AI-1 ou
ao fato de o inseto ter uma serino-proteinase intestinal capaz de
digerir o inibidor (ISHIMOTO et al., 1996; SILVA et al., 2001).
A segunda variante, α-AI-2, que tem 78% de homologia de
aminoácidos com α-AI-1, é encontrada em alguns acessos
selvagens de feijoeiro-comum e inibe especificamente a α-amilase
de Z. subfasciatus (ISHIMOTO; KITAMURA, 1993; GROSSI-DE-SÁ;
CHRISPEELS, 1997; GROSSI-DE-SÁ et al., 1997).
Para validar as α-amilases de insetos como alvo para a
proteção vegetal é importante pesquisar sua variedade e determinar
como a expressão das diferentes formas é controlada. Os estudos
nessa área estão ainda no início, embora algumas importantes
observações já tenham sido feitas. A presença de diferentes formas
de α-amilases foi observada no lúmen do intestino médio de C.
maculatus e Z. subfasciatus (CAMPOS et al., 1989; SILVA et al.,
1999). Ainda em relação a Z. subfasciatus, verificou-se que os
padrões de expressão da α-amilase variam de acordo com a
alimentação desse inseto em diferentes dietas, aparentemente, mais
em resposta à presença de proteínas antimetabólicas, como os α-
AIs, do que em resposta a diferenças estruturais nos grânulos de
amido. Essa espécie tem também a capacidade de regular a
concentração de α-glucosidases e α-amilases quando criada em
diferentes dietas (SILVA et al., 1999).
A partir da constatação do efeito desses inibidores presentes
em feijoeiro sobre insetos-praga, eles têm sido utilizados para a
transformação de outras espécies vegetais. Assim, Shade et al.
(1994), tendo constatado que o inibidor de α-amilase é o fator
responsável pela resistência de P. vulgaris ao ataque de bruquídeos,
utilizaram esse gene para a transformação de plantas de ervilha,
com o intuito de transferir a ela o caráter de resistência. Após a
transformação, verificaram alto nível de α-AI nas plantas que foram,
então, submetidas a testes com C. maculatus e C. chinensis.
Observou-se que todas as plantas transformadas apresentaram
resistência a essas espécies, embora C. maculatus seja menos
suscetível ao α-AI do feijoeiro do que C. chinensis. Dessa forma, os
autores verificaram também a possibilidade da utilização do α-AI do
feijoeiro para conferir resistência a bruquídeos em outras espécies
de leguminosas, pois em muitos casos as plantas transformadas
apresentam características de alta resistência a esses insetos.
Esses autores relataram ainda a necessidade de quantificar a
concentração de α-AI necessária nas plantas transformadas, para
que estas adquiram resistência a bruquídeos, otimizando, dessa
forma, os processos de transformação e de produção da planta.
Resistência a B. pisorum, C. maculatus e C. chinensis também foi
encontrada em sementes de ervilha e de feijão adzuki
transformadas pela introdução do α-AI-1 (SHADE et al., 1994;
SCHROEDER et al., 1995; ISHIMOTO et al., 1996; MORTON et al.,
2000).
Para ter utilização prática na produção de plantas transgênicas,
os α-AIs devem ter especificidades apropriadas e, idealmente,
devem ser efetivos contra toda gama de insetos-praga. Além disso,
eles não devem interferir na ação das α-amilases endógenas, que
são importantes para o metabolismo da planta (KADZIOLA et al.,
1998). Como isso nem sempre acontece, já que há grande variação
estrutural e funcional entre os α-AIs, uma opção viável é fazer um
screening para obter aqueles com características desejáveis. Uma
alternativa interessante, entretanto, seria um redesenho racional dos
inibidores conhecidos, de modo a conferir a eles um perfil da
especificidade requerida. Embora essa segunda alternativa, em
princípio, seja mais rápida que o screening, seria necessário total
conhecimento das interações básicas estruturais entre as amilases
e os inibidores (FRANCO et al., 2002).
Inibidores bifuncionais
Alguns IPs podem apresentar diferentes sítios reativos que
podem, consequentemente, atuar sobre diferentes tipos de enzimas.
É o que ocorre, por exemplo, com o inibidor bifuncional de milho,
que é ativo contra tripsina e contra α-amilase (BOULTER, 1993).
Tais inibidores possuem dois tipos de sítios reativos
independentes, sendo um específico para proteases e outro para α-
amilases, localizados em regiões separadas da proteína. Por serem
capazes de inativar proteases e α-amilases simultaneamente, esses
inibidores são chamados de inibidores bifuncionais (RYAN, 1990;
USSUF et al., 2001).
Como os sítios reativos para proteases e α-amilases são
independentes nos inibidores bifuncionais, os efeitos sobre esses
tipos de enzimas também são independentes, podendo ser
verificados aqueles já relatados para os IPs e os α-AIs.
Franco et al. (2002) destacam ainda que há compostos que,
além da inibição de proteases e de α-amilases, simultaneamente,
apresentam também outras atividades, como, por exemplo, as
semelhantes às das quitinases, o que aumenta o potencial de
resistência das plantas que contenham o referido inibidor.
Considerações finais
A resistência de plantas a insetos é um método de controle que
tem sido empregado há mais de um século, reduzindo
significativamente a necessidade do uso de inseticidas
convencionais no manejo de insetos-praga e apresentando pouca
ou nenhuma desvantagem econômica e ecológica. Em muitos
casos, o uso de variedades resistentes pode ser o único método de
controle empregado, mas mesmo quando apenas uma resistência
moderada é obtida, o método pode ser empregado em conjunto com
outras táticas de controle, em consonância com a filosofia do
Manejo Integrado de Pragas (MIP). Algumas variedades resistentes
ocasionam a indisponibilidade da cultura para o inseto, como fonte
de alimento, limitando o acesso deste a um recurso essencial a
todos os animais, que é a energia necessária para a manutenção
das suas funções vitais, e prejudicando a sobrevivência e a
reprodução que, em última instância, afetam o tamanho da
população dos insetos-praga no campo.
Para melhor entender a bioecologia e a nutrição dos insetos
fitófagos, é de fundamental importância conhecer os mecanismos de
resistência das plantas hospedeiras. Para isso, é necessário,
inicialmente, caracterizar a variedade resistente, o que pode ser
feito utilizando diversos parâmetros que levem em consideração o
efeito da planta sobre o inseto, o que resulta em eventuais
alterações no comportamento e na biologia deste, bem como o
efeito do inseto sobre a planta, mostrando o quanto esta é afetada
no desenvolvimento, na sobrevivência e, consequentemente, na
produção. Com base nesses aspectos, pode-se identificar ainda o
tipo de resistência envolvida, caracterizando-a como antixenose, ou
não preferência, antibiose ou tolerância.
Identificado(s) o(s) tipo(s) de resistência presente(s), deve-se
considerar que esta é decorrente de complexas interações dos
insetos com as plantas, por meio das quais, ao longo do processo
evolutivo, ocorre a adaptação do inseto à planta e o subsequente
desenvolvimento de resistência da planta a este (contra-adaptação).
A planta, portanto, não deve ser vista como entidade passiva, mas,
ao contrário, como organismo ativo que desenvolve, por meio de
seleção, mecanismos de defesa contra os insetos. Esses
mecanismos constituem os fatores ou causas da resistência,
comumente divididos em causas físicas, químicas e morfológicas. O
conhecimento dos tipos e das causas envolvidos na resistência de
uma planta a um inseto-praga é fundamental para que se possam
direcionar os programas de melhoramento visando à obtenção de
variedades resistentes.
A antibiose é, com frequência, o tipo de resistência mais visado,
mas é importante salientar que fatores de resistência com efeitos
deterrente e/ou repelente, que provocam alterações no
comportamento dos insetos durante algum momento da seleção
hospedeira, também são de grande importância no combate aos
insetos-praga. Esses fatores fazem com que os insetos se
locomovam em direção contrária à da planta, à procura de um
hospedeiro mais adequado, o que leva à diminuição da população
de insetos sobre a planta (infestação), à diminuição dos danos por
ela sofridos e, em última instância, à diminuição também da
probabilidade de adaptação dos insetos-praga à planta resistente.
Até recentemente, o melhoramento ficava restrito às técnicas
tradicionais, em que a troca de genes ocorria apenas pelo
cruzamento entre variedades da mesma espécie ou de espécies
próximas. Com os avanços nas técnicas de biologia molecular, a
expressão de genes exógenos nas plantas transformadas ou
transgênicas tornou-se um fato comum, possibilitando o aumento de
funções já existentes nas plantas ou a criação de novas
características de resistência varietal. Isso certamente está
aumentando as perspectivas de obtenção de variedades resistentes
a insetos, as quais, como discutido neste capítulo, afetam direta e
indiretamente a bioecologia e a nutrição dos insetos.
Do ponto de vista da biotecnologia, as proteínas são mais
vantajosas do que os fitoquímicos como fatores de resistência.
Estes, em razão da complexidade dos eventos da cadeia
biossintética, dificilmente podem ser inseridos nas plantas. Já as
proteínas são codificadas por genes simples, que podem ser
isolados e introduzidos em alguma planta para lhe conferir
resistência ao inseto-praga. Diversas plantas, entre as quais se
incluem Arabidopsis thaliana e também plantas cultivadas, como
arroz, batata, milho, tabaco e trigo, têm sido transformadas
geneticamente para a expressão de proteínas tóxicas, visando ao
controle de diversos insetos-praga.
Uma vez que a engenharia genética possibilita a inserção de
genes de resistência exóticos no genoma das plantas, esses genes
podem ser combinados à resistência convencional, bem como a
fatores de resistência a outros insetos-praga e doenças. A
combinação de proteínas ou de moléculas com diferentes modos de
ação, como, por exemplo, os inibidores de proteases e os inibidores
de α-amilases, pode produzir efeitos sinergistas, aumentando a
resistência da planta ao inseto-praga. Nesse contexto, o uso de
inibidores bifuncionais com atividade contra mais de um tipo de
enzima digestiva, conforme discutido neste capítulo, também se
constitui em alternativa bastante interessante e promissora.
É importante ressaltar, entretanto, que os insetos podem se
adaptar aos inibidores de enzimas digestivas e, consequentemente,
não ser mais afetados por eles, o que pode ser decorrente da
expressão de enzimas insensíveis aos inibidores ou à síntese de
enzimas capazes de inativar ou degradar os inibidores. Essa
adaptação do inseto pode virtualmente ocorrer em relação a
qualquer fator de resistência da planta e, de qualquer modo, a
estratégia de manejo a ser adotada deve levar em conta a biologia
da praga, suas interações com a planta e o efeito desta sobre os
inimigos naturais, a fim de prolongar a “vida útil” da planta resistente
em campo.
O uso de variedades resistentes produzidas por cruzamento
clássico tem se mostrado economicamente viável aos produtores e
ecológica e socialmente aceitável aos consumidores. No futuro,
variedades geneticamente modificadas desempenharão papel
fundamental na sustentabilidade da agricultura mundial, sobretudo
nos países em desenvolvimento, onde a demanda por alimentos é
crítica e crescente.
Apesar de já existirem centenas de genes de resistência
disponíveis em todo o mundo para a inserção em plantas cultivadas,
a contínua adaptação dos insetos a estes, bem como o surgimento
de biótipos mais virulentos de insetos-praga, demanda a
identificação, também constante, de novas fontes de resistência. O
uso de fontes de resistência que atuem não de forma aguda como
toxinas, mas sim de forma crônica, limitando o acesso dos insetos
aos nutrientes necessários à manutenção do seu metabolismo,
como os inibidores enzimáticos, por exemplo, apresenta-se como
uma das alternativas mais promissoras. Nesse sentido, o desenho
racional de novos inibidores que sejam mais potentes e específicos
contra as enzimas digestivas dos insetos assumirá papel de
destaque no desenvolvimento de variedades de plantas resistentes
aos insetos-praga.
Referências
AKHTAR, Y.; ISMAN, M. B. Feeding responses of specialist herbivores to plant extracts and
pure allelochemicals: effects of prolonged exposure. Entomologia Experimentalis et
Applicata, Dordrecht, v. 111, p. 201-208, 2004.
ARRUDA-GATTI, I. A.; VENTURA, M. U. Iscas contendo cucurbitacinas para o manejo de
Diabrotica spp. Semina: ciências agrárias, Londrina, v. 24, n. 2, p. 331-336, jul./dez. 2003.
BANDYOPADHYAY, S.; ROY, A.; DAS, S. Binding of garlic (Allium sativum) leaf lectin to the
gut receptors of homopteran pests is correlated to its insecticidal activity. Plant Science,
Shannon, v. 161, p. 1025-1033, 2001.
BARBEHENN, R. V. Silicon: an indigestible marker for measuring food comsumption and
utilization by insects. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 67, p. 247-
251, 1993.
BARBOSA FILHO, M. P.; SNYDER, G. H.; PRABHU, A. S.; DATNOFF, L. E.;
KORNDÖRFER, G. H. Importância do silício para a cultura do arroz. Informações
Agronômicas, Piracicaba, n. 89, p. 1-8, 2000. (Encarte técnico).
BECK, S. D. Resistance of plants to insects. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v.
10, p. 207-232, 1965.
BERNAL, J. S.; PRASIFKA, J.; SÉTAMOU, M.; HEINZ, K. M. Transgenic insecticidal
cultivars in integrated pest management: challenges and opportunities. In: KOUL, O.;
DHALIWAL, G. S.; CUPERUS, G. W. (Ed.). Integrated pest management: potential,
constraints and challenges. Cambridge: Cabi, 2004. p.123-145.
BERNAYS, E. A.; CHAPMAN, R. F. Host-plant selection by phytophagous insects. New
York: Chapman & Hall, 1994. 312 p. (Contemporary Topics Entomology, 2).
BERNAYS, E. A.; GRAHAM, M. On the evolution of host specificity in phytophagous
arthropods. Ecology, Washington, DC, v. 69, p. 886-892, 1988.
BLAKEMORE, D.; WILLIAMS, S.; LEHANE, M. J. Protein stimulation of trypsin secretion
from the opaque zone midgut cells of Stomoxys calcitrans. Comparative Biochemistry
and Physiology B, Oxford, v. 110, p. 301-307, 1995.
BLUM, A. Anatomical phenomena in seedlings of sorghum varieties resistant to the
sorghum shoot fly (Atherigona varia soccata). Crop Science, Madison, v. 8, p. 388-391,
1968.
BOLTER, C. J.; JONGSMA, M. A. Colorado potato beetles (Leptinotarsa decemlineata)
adapt to proteinase inhibitors induced in potato leaves by methyl jasmonate. Journal of
Insect Physiology, Oxford, v. 41, p. 1.071-1.078, 1995.
BOMFORD, M. K.; ISMAN, M. B. Desensitization of fifth instar Spodoptera litura to
azadirachtin and neem. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 81, p.
307-313, 1996.
BORDASCH, R. P.; BERRYMAN, A. A. Host resistance to the fir engraver beetle, Scolytus
ventralis (Coleoptera: Scolytidae) 2: repellency of Abies grandis resins and some
monoterpenes. Canadian Entomologist, Ottawa, v. 109, p. 95-100, 1977.
BOULTER, D. Insect pest control by copying nature using genetically engineered crops.
Phytochemical Analysis: PCA, Chichester, v. 34, p. 1453-1466, 1993.
BRUES, C. T. The selection of food-plants by insetcs, with special reference to
lepidopterous larvae. The American Naturalist, Chicago, v. 54, p. 313-332, 1920.
CAMPOS, F. A. P.; XAVIER-FILHO, J.; SILVA, C. P.; ARY, M. B. Resolution and partial
characterization of proteinases and α-amylases from midguts of larvae of the bruchid beetle
Callosobruchus maculatus (F.). Comparative Biochemistry and Physiology B, Oxford, v.
92, p. 51-57, 1989.
CARLINI, C. R.; GROSSI-DE-SÁ, M. F. Plant toxic proteins with insecticidal properties: a
review on their potentialities as bioinsecticides. Toxicon, Oxford, v. 40, p. 1515-1539, 2002.
CARTER, C. D.; SACALIS, J. N.; GIANFAGNA, T. J. Zingiberene and resistance to
Colorado potato beetle in Lycopersicon hirsutum f. hirsutum. Journal of Agricultural and
Food Chemistry, Washington, DC, v. 37, p. 206-210, 1989.
CARTIER, J. J. Factors of host plant specificity and artificial diets. Bulletin of
Entomological Society of America, Lanham, v. 14, p. 18-21, 1968.
CHAMBLISS, O. L.; JONES, C. M. Cucurbitacins: specific insect attractants in
Cucurbitaceae. Science, Washington, DC, v. 153, p. 1392-1393, 1966.
CHAPMAN, R. F. The chemical inhibition of feeding by phytophagous insects: a review.
Bulletin of Entomological Research, London, v. 64, p. 339-363, 1974.
CHRISPEELS, M. J. Transfer of bruchid resistance from the common bean to other starchy
grain legumes by genetic engineering with the α-amylase inhibitor gene. In: CAROZZI, N.;
KOZIEL, M. (Ed.). Advances in insect control: the role of transgenic plants. London:
Taylor & Francis, 1997. p. 139-156.
CHRISPEELS, M. J.; GROSSI DE SÁ, M. F.; HIGGINS, T. J. V. Genetic engineering with
alpha-amylase inhibitors makes seeds resistant to bruchids. Seed Science Research,
Wallingford, v. 8, p. 257-263, 1998.
COLE, R. A. Isolation of a chitin-binding lectin with insecticidal activity in chemically-defined
synthetic diets from two wild Brassica species with resistance to cabbage aphid Brevicoryne
brassicae. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 72, p. 181-187, 1994.
CONSTABEL, C. P. A survey of herbivore-inducible defensive proteins and phytochemicals.
In: AGRAWAL, A. A.; TUZUN, S.; BENT, E. (Ed.). Induced plant defenses against
pathogens and herbivores: biochemistry, ecology and agriculture. St. Paul: The American
Phytopatological Society, 2000. p. 137-166.
CZAPLA, T. H. Plant lectins as insect control proteins in transgenic plants. In: CAROZZI, N.;
KOZIEL, M. (Ed.). Advances in insect control: the role of transgenic plants. London:
Taylor & Francis, 1997. p. 123-138.
DETHIER, V. G. Chemical factors determining the choice of plants by Papillio larvae. The
American Naturalist, Chicago, v. 75, p. 61-73, 1941.
DETHIER, V. G.; BROWNE, L. B.; SMITH, C. N. The designation of chemicals in terms of
the responses they elicit from insects. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 53,
p.134-136, 1960.
DJAMIN, A.; PATHAK, M. D. Role of silica in resistance to asiatic rice borer, Chilo
suppressalis (Walker), in rice varieties. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 60,
p. 347-351, 1967.
DOWD, P. F.; LAGRIMINI, L. M. The role of peroxidase in host insect defenses. In:
CAROZZI, N.; KOZIEL, M. (Ed.). Advances in insect control: the role of transgenic plants.
London: Taylor & Francis, 1997. p. 195-223.
DU, J.; FOISSAC, X.; CARSS, A.; GATEHOUSE, A. M. R.; GATEHOUSE, J. A. Ferritin acts
as the most abundant binding protein for snowdrop lectin in the midgut of rice brown
planthoppers (Nilaparvata lugens). Insect Biochemistry and Molecular Biology, Oxford,
v. 30, p. 297-305, 2000.
DUFFEY, S. S.; STOUT, M. J. Antinutritive and toxic components of plant defense against
insects. Archives of Insect Biochemistry and Physiology, New York, v. 32, p. 3-37,
1996.
EBEN, A.; BARBERCHECK, M. E.; ALUJA, M. S. Mexican diabroticite beetles: II. Test for
preference of cucurbit hosts by Acalymma and Diabrotica spp. Entomologia
Experimentalis et Applicata, Dordretch, v. 82, p. 63-72, 1997.
EHRLICH, P. R.; RAVEN, P. R. Butterflies and plants: a study in coevolution. Evolution,
Lancaster, v. 18, p. 586-608, 1964.
EIGENBRODE, S. D.; ESPELIE, K. E. Effects of plant epicuticular lipids on insect
herbivores. Annual Review Entomology, Palo Alto, v. 40, p. 171-194, 1995.
EIGENBRODE, S. D.; PILLAI, S. K. Neonate Plutella xylostella responses to surface wax
components of a resistant cabbage (Brassica oleracea). Journal of Chemical Ecology,
New York, v. 24, p. 1611-1627, 1998.
EIGENBRODE, S. D.; TRUMBLE, J. T.; MILLAR, J. G.; WHITE, K. K. Topical toxicity of
tomato sesquiterpenes to the beet armyworm and the role of these compounds in
resistance derived from an accession of Lycopersicon hirsutum f. typicum. Journal of
Agricultural and Food Chemistry, Washington, DC, v. 42, p. 807-810, 1994.
EPSTEIN, E. Silicon. Annual Review of Plant Physiology and Plant Molecular Biology,
Palo Alto, v. 50, p. 641-664, 1999.
ESTEBAN, L. G.; CASASÚS, A. G.; ORAMAS, C. P.; PALACIOS, P. de. La madera y su
anatomía. Madrid: Fundación Conde del Valle de Salazar, 2003. 327 p.
FELTON, G. W. Nutritive quality of plant protein: sources of variation and insect herbivore
responses. Archives of Insect Biochemistry and Physiology, New York, v. 32, p. 107-
130, 1996.
FELTON, G. W.; DUFFEY, S. S. Reassessment of the role of gut alkalinity and detergency
in insect herbivory. Journal of Chemical Ecology, New York, v. 17, p. 1821-1836, 1991.
FENG, G. H.; RICHARDSON, M.; CHEN, M. S.; KRAMER, K. J.; MORGAN, T. D.; REECK,
G. R. α-Amylase inhibitors from wheat: amino acid sequences and patterns of inhibition of
insect and human α-amylases. Insect Biochemistry and Molecular Biology, Oxford, v.
26, p. 419-426, 1996.
FIGUEIRA, E. L. Z.; BLANCO-LABRA, A.; GERAGE, A. C.; ONO, E. Y. S.; MENDIOLA-
OLAYA, E.; UENO, Y.; HIROOKA, E. Y. Amylase inhibitor present in corn seeds active in
vitro against amylase from Fusarium verticillioides. Plant Disease, St. Paul, v. 87, p. 233-
240, 2003.
FITCHES, E.; GATEHOUSE, J. A. A comparison of the short and long term effects of
insecticidal lectins on the activities of soluble and brush border enzymes of tomato moth
larvae (Lacanobia oleracea). Journal of Insect Physiology, Oxford, v. 44, p. 1213-1224,
1998.
FITCHES, E.; WOODHOUSE, S. D.; EDWARDS, J. P.; GATEHOUSE, J. A. In vitro and in
vivo binding of snowdrop (Galanthus nivalis agglutinin; GNA) and jackbean (Canavalia
ensiformis; Con A) lectins within tomato moth (Lacanobia oleracea) larvae; mechanisms of
insecticidal action. Journal Insect Physiology, Oxford, v. 47, p. 777-787, 2001.
FOISSAC, X.; LOC, N. T.; CHRISTOU, P.; GATEHOUSE, A. M. R.; GATEHOUSE, J. A.
Resistance to green leafhopper (Nephotettix virescens) and brown planthopper (Nilaparvata
lugens) in transgenic rice expressing snowdrop lectin (Galanthus nivalis agglutinin; GNA).
Journal Insect Physiology, Oxford, v. 46, p. 573-583, 2000.
FOX, L. R. Diffuse coevolution within complex communities. Ecology, Washington, DC, v.
69, p. 906-907, 1988.
FRANCO, O. L.; RIGDEN, D. J.; MELO, F. R.; BLOCH JUNIOR, C.; SILVA, C. P.; GROSSI-
DE-SÁ, M. F. Activity of wheat α-amylase inhibitors towards bruchid α-amylases and
structural explanation of observed specificities. European Journal of Biochemistry/FEBS,
Berlin, v. 267, p. 2166-2173, 2000.
FRANCO, O. L.; RIGDEN, D. J.; MELO, F. R.; GROSSI-DE-SÁ, M. F. Plant µ-amylase
inhibitors and their interaction with insect α-amylases: structure, function and potential for
crop protection. European Journal of Biochemistry/FEBS, Berlin, v. 269, p. 397-412,
2002.
FRAZIER, J. L. The perception of plant allelochemicals that inhibit feeding. In:
BRATTSTEN, L. B.; AHMAD, S. (Ed.). Molecular aspects of insect-plant associations.
New York: Plenum, 1986. p.1-42.
GATEHOUSE, A. M. R.; BOULTER, D. Assessment of the anti-metabolic effects of trypsin
inhibitors from cowpea (Vigna unguiculata) and other legumes on development of the
bruchid beetle Callosobruchus maculatus. Journal of the Science of Food and
Agriculture, London, v. 34, p. 345-350, 1983.
GATEHOUSE, A. M. R.; GATEHOUSE, J. A. Identifying proteins with insecticidal activity:
use of encoding genes to produce insect-resistant transgenic crops. Pesticide Science,
London, v. 52, p. 165-175, 1998.
GILLOT, C. Entomology. 3rd ed. Dordrecht: Springer, 2005. 831 p.
GONZÁLEZ-COLOMA, A.; VALENCIA, F.; MARTÍN, N.; HOFFMANN, J. J.; HUTTER, L.;
MARCO, J. A.; REINA, M. Silphinene sesquiterpenes as model insect antifeedants. Journal
of Chemical Ecology, New York, v. 28, p. 117-129, 2002.
GOUSSAIN, M. M.; MORAES, J. C.; CARVALHO, J. G.; NOGUEIRA, N. L.; ROSSI, M. L.
Efeito da aplicação de silício em plantas de milho no desenvolvimento biológico da lagarta-
do-cartucho Spodoptera frugiperda (J.E.Smith) (Lepidoptera: Noctuidae). Neotropical
Entomology, Londrina, v. 31, p. 305-310, 2002.
GOUSSAIN, M. M.; PRADO, E.; MORAES, J. C. Effect of silicon applied to wheat plants on
the biology and probing behaviour of the greenbug Schizaphis graminum (Rond.)
(Hemiptera: Aphididae). Neotropical Entomology, Londrina, v. 34, p. 807-813, 2005.
GREENPLATE, J. T.; DUCK, N. B.; PERSHING, J. C.; PURCELL, J. P. Cholesterol oxidase:
an oostatic and larvicidal agent active against the cotton boll weevil, Anthonomus grandis.
Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordretch, v. 74, p. 253-258, 1995.
GROSSI-DE-SÁ, M. F.; CHRISPEELS, M. J. Molecular cloning of bruchid (Zabrotes
subfasciatus) α-amylase cDNA and interactions of the expressed enzyme with bean
amylase inhibitors. Insect Biochemistry and Molecular Biology, Oxford, v. 27, p. 271-
281, 1997.
GROSSI-DE-SÁ, M. F.; MIRKOV, T. E.; ISHIMOTO, M.; COLUCCI, G.; BATEMAN, K. S.;
CHRISPEELS, M. J. Molecular characterisation of a bean α-amylase inhibitor that inhibits
the α-amylase of the Mexican bean weevil Zabrotes subfasciatus. Planta, Berlin, v. 203, p.
295-303, 1997.
GUZZO, E. C.; CORRÊA, O. M. B.; VENDRAMIM, J. D.; CHIORATO, A. F.; CARBONELL,
S. A. M.; LOURENÇÃO, A. L. Searching for resistance sources against the Mexican bean
weevil (Zabrotes subfasciatus) in common bean (Phaseolus vulgaris) genotypes. In:
INTERNATIONAL PLANT PROTECTION CONGRESS, 16., 2007, Glasgow.
Proceedings… Glasgow: BCPC, 2007. v. 2, p. 720-721.
GUZZO, E. C.; CORRÊA, O. M. B.; VENDRAMIM, J. D.; LOURENÇÃO, A. L.;
CARBONELL, S. A. M.; CHIORATO, A. F. Development of the Mexican bean weevil
(Coleoptera: Bruchidae) on bean genotypes with and without arcelin over two generations.
In: INTERNATIONAL WORKING CONFERENCE ON STORED PRODUCT PROTECTION,
9., 2006, Campinas. Proceedings… Passo Fundo: Abrapos, 2006. p. 914-919.
HANSAWASDI, C.; KAWABATA, J.; KASAI, T. Alpha-amylase inhibitors from roselle
(Hibiscus sabdariffa Linn.) tea. Bioscience, Biotechnology and Biochemistry, Tokyo, v.
64, p. 1041-1043, 2000.
HARDIE, J.; ISAACS, R.; PICKETT, J. A.; WADHAMS, L. J.; WOODCOCK, C. M. Methyl
salicylate and (“)-(1R,5S)-myrtenal are plant-derived repellents for black bean aphid, Aphis
fabae Scop. (Homoptera: Aphididae). Earth and Environmental Science Transactions of
the Royal Society of Edinburgh, Edinburgh, v. 20, p. 2847-2855, 1994.
HARPER, S. M.; CRENSHAW, R. W.; MULLINS, M. A.; PRIVALLE, L. S. Lectin binding to
insect brush border membranes. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 88, p.
1197-1202, 1995.
HILDER, V. A.; BOULTER, D. Genetic engineering of crop plants for insect resistance: a
critical review. Crop Protection, Guildford, v. 18, p. 177-191, 1999.
HOFFMANN-CAMPO, C. B.; RAMOS NETO, J. A.; OLIVEIRA, M. C. N.; OLIVEIRA, L. J.
Detrimental effect of rutin on Anticarsia gemmatalis. Pesquisa Agropecuária Brasileira,
Brasília, DF, v. 41, p. 1453-1459, 2006.
HOPKINS, A. D. A discussion of C.G. Hewitt´s paper on “Insect Behaviour”. Journal of
Economic Entomology, Lanham, v. 10, p. 92-93, 1917.
ISHIMOTO, M.; KITAMURA, K. Growth inhibitory efects of an α-amylase inhibitor from
kidney bean, Phaseolus vulgaris (L.) on three species of bruchids (Coleoptera: Bruchidae).
Applied Entomology and Zoology, Tokyo, v. 24, p. 281-286, 1989.
ISHIMOTO, M.; KITAMURA, K. Specific inhibitory activity and inheritance of an alpha-
amylase inhibitor in a wild common bean accession resistant to the Mexican bean weevil.
Japanese Journal of Breeding, Tokyo, v. 43, p. 69-73, 1993.
ISHIMOTO, M.; SATO, T.; CHRISPEELS, M. J.; KITAMURA, K. Bruchid resistance of
transgenic azuki bean expressing seed α-amylase inhibitor of common bean. Entomologia
Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 79, p. 309-315, 1996.
ISMAN, M. B. Botanical insecticides, deterrents, and repellents in modern agriculture and
an increasingly regulated world. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 51, p. 45-66,
2006.
ISMAN, M. B. Growth inhibitory and antifeedant effects of azadirachtin on six noctuids of
regional economic importance. Pesticide Science, London, v. 38, p. 57-63, 1993.
ISMAN, M. B. Insect antifeedants. Pesticide Outlook, Burnham, v. 13, p. 152-157, 2002.
IULEK, J.; FRANCO, O. L.; SILVA, M.; SLIVINSKI, C. T.; BLOCH JUNIOR, C.; RIGDEN, D.
J.; GROSSI-DE-SÁ, M. F. Purification, biochemical characterisation and partial primary
structure of a new α-amylase inhibitor from Secale cereale (Rye). International Journal of
Biochemistry and Cell Physiology, Exeter, v. 32, p. 1195-1204, 2000.
JÃREMO, J. Plant adaptations to herbivory: mutualistc versus antagonistic coevolution.
Oikos, Copenhagen, v. 84, p. 313-320, 1999.
JENKS, M. A.; EIGENBRODE, S. D.; LEMEIUX, B. Cuticular waxes of arabidopsis. In:
SOMERVILLE, C.; MEYEROWITZ, E. (Ed.). The arabidopsis book. Rockville: Am. Soc.
Plant Biol., 2002. 22 p.
JERMY, T. Insect-host-plant relationship: coevolution or sequential evolution? Symposia
Biologica Hungarica, Budapest, v. 16, p. 109-113, 1976.
JONGSMA, M. A.; BAKKER, P. L.; PETERS, J.; BOSCH, D.; STIEKEMA, W. J. Adaptation
of Spodoptera exigua larvae to plant proteinase inhibitors by induction of gut proteinase
activity insensitive to inhibition. Proceedings of the National Academy of Sciences of the
United States of America, Washington, DC, v. 92, p. 8041-8045, 1995.
KADZIOLA, A.; SOGAARD, M.; SVENSSON, B.; HASER, R. Molecular structure of a barley
α-amylase inhibitor complex: implications for starch binding and catalysis. Journal of
Molecular Biology, New York, v. 278, p. 205-217, 1998.
KAROWE, D. N. Differential effect of tannic acid on two tree-feeding lepidoptera:
implications for theories of plant antiherbivore chemistry. Oecologia, Berlin, v. 80, p. 507-
512, 1989.
KENNEDY, G. G. Tomato, pests, parasitoids, and predators: tritrophic interactions involving
the genus Lycopersicon. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 48, p. 51-72, 2003.
KENNEDY, J. S. Physiological condition of the host plant and susceptibility to aphid attack.
Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 1, p. 50-65, 1958.
KIM, S. G.; KIM, K. W.; PARK, E. W.; CHOI, D. Silicon-induced cell wall fortification of rice
leaves: a possible cellular mechanism of enhanced host resistance to blast.
Phytopathology, Ithaca, v. 92, p. 1095-1103, 2002.
KOGAN, M. Plant defense strategies and host-plant resistance. In: KOGAN, M. (Ed.).
Ecological theory and integrated pest management practice. New York: J. Wiley, 1986.
p. 83-134.
KOGAN, M. Plant resistance in pest management. In: METCALF, R. L.; LUCKMANN, W.
(Ed.). Introduction to insect pest management. New York: J. Wiley, 1975. p. 103-146.
KOUL, O. Insect antifeedants. Boca Raton: CRC, 2005. 1005 p.
KRAMER, K. J.; MUTHUKRISHNAN, S.; JOHNSON, L.; WHITE, F. Chitinases for insect
control. In: CAROZZI, N.; KOZIEL, M. (Ed.). Advances in insect control: the role of
transgenic plants. London: Taylor & Francis, 1997. p. 185-193.
LAJOLO, F. M.; GENOVESE, M. I. Nutritional significance of lectins and enzyme inhibitors
from legumes. Journal of Agricultural and Food Chemistry, Washington, DC, v. 50, p.
6592-6598, 2002.
LARA, F. M. Princípios de resistência de plantas a insetos. 2. ed. São Paulo: Ícone,
1991. 336 p.
LARSSON, S. Resistance in trees to insects: an overview of mechanisms and interactions.
In: WAGNER, M. R.; CLANCY, K. M.; LIEUTIER, F.; PAINE, T. D. (Ed.). Mechanisms and
deployment of resistance in trees to insects. New York: Kluwer Academic, 2002. p. 1-29.
LAWRENCE, P. K.; KOUNDAL, K. R. Plant protease inhibitors in control of phytophagous
insects: EJB Electron. Journal of Biotechnology, Amsterdam, v. 5, p. 1-17, 2002.
LEWIS, N. G.; YAMAMOTO, E. Lignin: occurrence, biogenesis and biodegradation. Annual
Review of Plant Physiology and Plant Molecular Biology, Palo Alto, v. 41, p. 455-496,
1990.
LU, S.; DENG, P.; LIU, X.; LUO, J.; HAN, R.; GU, X.; LIANG, S.; WANG, X.; LI, F.;
LOZANOV, V.; PATTHY, A.; PONGOR, S. Solution structure of the major α-amylase inhibitor
of the crop plant amaranth. The Journal of Biological Chemistry, Baltimore, v. 274, p.
20473-20478, 1999.
MAITI, I. B.; DEY, N.; PATTANAIK, S.; DAHLMAN, D. L.; RANA, R. L.; WEBB, B. A.
Antibiosis-type insect resistance in transgenic plants expressing a teratocyte secretory
protein (TSP14) gene from a hymenopteran endoparasite (Microplitis croceipes). Plant
Biotechnology Journal, Oxford, v. 1, p. 209-219, 2003.
MARSARO JUNIOR, A. L.; LAZZARI, S. M. N.; FIGUEIRA, E. L. Z.; HIROOKA, E. Y.
Inibidores de amilase em híbridos de milho como fator de resistência a Sitophilus zeamais
(Coleoptera: Curculionidae). Neotropical Entomology, Londrina, v. 34, p. 443-450, 2005.
MARSARO JUNIOR, A. L.; LAZZARI, S. M. N.; PINTO JUNIOR, A. R. Inibidores de
enzimas digestivas de insetos-praga. Revista Acadêmica, São José dos Pinhais, v. 4, p.
57-61, 2006.
MAZZONETTO, F. Efeito de genótipos de feijoeiro e de pós de origem vegetal sobre
Zabrotes subfasciatus (Boh.) e Acanthoscelides obtectus (Say) (Col.: Bruchidae).
2002. 134 f. Tese (Doutorado em Entomologia) – Esalq, Universidade de São Paulo,
Piracicaba.
MAZZONETTO, F.; VENDRAMIM, J. D. Aspectos biológicos de Zabrotes subfasciatus
(Boh.) (Coleoptera: Bruchidae) em genótipos de feijoeiro com e sem arcelina. Neotropical
Entomology, Londrina, v. 31, p. 435-439, 2002.
MAZZONETTO, F.; VENDRAMIM, J. D. Efeito de pós de origem vegetal sobre
Acanthoscelides obtectus (Say) (Coleoptera: Bruchidae) em feijão armazenado.
Neotropical Entomology, Londrina, v. 32, p. 145-149, 2003.
MEISNER, J.; WYSOKI, M.; TELZAK, L. Gossypol as phagodeterrent for Boarmia (Ascotis)
selenaria larvae. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 69, p. 683-685, 1976.
MELLO, M. O.; SILVA-FILHO, M. C. Plant-insect interactions: an evolutionary arms race
between two distinct defense mechanisms. Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal,
Brasília, DF, v. 14, p. 71-81, 2002.
METCALF, R. L.; METCALF, R. A.; RHODES, A. M. Cucurbitacins as kairomones for
diabroticite beetles. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United
States of America, Washington, DC, v. 77, p. 3769-3772, 1980.
MORTON, R. L.; SCHROEDER, H. E.; BATEMAN, K. S.; CHRISPEELS, M. J.;
ARMSTRONG, E.; HIGGINS, T. J. V. Bean alpha-amylase inhibitor-1 in transgenic peas
(Pisum sativum) provides complete protection from pea weevil (Bruchus pisorum) under
field conditions. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States
of America, Washington, DC, v. 97, p. 3820-3825, 2000.
NALIM, D. M. Biologia, nutrição quantitativa e controle de qualidade de populações
de Spodoptera frugiperda (J.E.Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae) em duas dietas
artificiais. 1991. 150 f. Tese (Doutorado em Entomologia) – Esalq, Universidade de São
Paulo, Piracicaba.
NORDLUND, D. A.; LEWIS, W. J. Terminology of chemical-releasing stimuli in intraspecific
and interspecific interactions. Journal of Chemical Ecology, New York, v. 2, p. 211-220,
1976.
NOVO, R. J.; VIGLIANCO, A.; NASSETA, M. Actividad repelente de diferentes extractos
vegetales sobre Tribolium castaneum (Herbst). Agriscientia, Córdoba, v. 14, p. 31-36,
1997.
OEVERING, P.; PITMAN, A. J.; PANDEY, K. K. Wood digestion in Pselactus spadix Herbst-
a weevil attacking marine timber structures. Biofouling, London, v. 19, p. 249-254, 2003.
OUTCHKOUROV, N. S.; KOGEL, W. J. de; SCHUURMAN-DE BRUIN, A.; ABRAHAMSON,
M.; JONGSMA, M. A. Specific cysteine protease inhibitors act as deterrents of western
flower thrips, Frankliniella occidentalis (Pergande), in transgenic potato. Plant
Biotechnology Journal, Oxford, v. 2, p. 439-448, 2004.
PANDA, N.; KHUSH, G. S. Host plant resistance to insects. Guildford: Biddles, 1995. 431
p.
PARRA, J. R. P. Técnicas de criação de insetos para programas de controle biológico.
6. ed. Piracicaba: Fealq, 2001. 134 p.
PEUMANS, W. J.; DAMME, E. J. M. van. Lectins as plant defense proteins. Plant
Physiology, Oxford, v. 109, p. 347-352, 1995.
PITMAN, A. J.; JONES, E. B. G.; JONES, M. A.; OEVERING, P. An overview of the biology
of the wharf borer beetle (Nacerdes melanura L., Oedemeridae) a pest of wood in marine
structures. Biofouling, London, v. 19, p. 239-248, 2003.
POWELL, K. S.; GATEHOUSE, A. M. R.; HILDER, V. A.; GATEHOUSE, J. A. Antifeedant
effects of plant lectins and an enzyme on the adult stage of the rice brown planthopper,
Nilaparvata lugens. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 75, p. 51-59,
1995.
POWELL, K. S.; SPENCE, J.; BHARATHI, M.; GATEHOUSE, J. A.; GATEHOUSE, A. M. R.
Immunohistochemical and developmental studies to elucidate the mechanism of action of
the snowdrop lectin on the rice brown planthopper, Nilaparvata lugens (Stal). Journal of
Insect Physiology, Oxford, v. 44, p. 529-539, 1998.
PRICE, P. W. Ecological aspects of host plant resistance and biological control: interactions
among three trophic levels. In: BOETHEL, D. J.; EIKENBARY, R. D. (Ed.). Interactions of
plant resistance and parasitoids and predators of insects. New York: J. Wiley, 1986. p.
11-30.
PRICE, P. W.; BOUTON, C. E.; GROSS, P.; MC PHERON, B. A.; THOMPSON, J. N.;
WEIS, A. E. Interactions among three trophic levels: influence of plants on interactions
between insect herbivores and natural enemies. Annual Review of Ecology and
Systematics, Palo Alto, v. 1, p. 41-65, 1980.
PROCÓPIO, S. O.; VENDRAMIM, J. D.; RIBEIRO JUNIOR, J. I.; SANTOS, J. B.
Bioatividade de diversos pós de origem vegetal em relação a Sitophilus zeamais Mots.
(Coleoptera: Curculionidae). Ciências e Agrotecnologia, Lavras, v. 27, p. 1231-1236,
2003.
PURCELL, J. P. Cholesterol oxidase for the control of boll weevil. In: CAROZZI, N.;
KOZIEL, M. (Ed.). Advances in insect control: the role of transgenic plants. London:
Taylor & Francis, 1997. p. 95-108. 301 p.
RAFFA, K. F. Effect of host plant on cannibalism rates by fall armyworm (Lepidoptera:
Noctuidae) larvae. Environmental Entomology, Lanham, v. 16, p. 672-675, 1987.
RAHBÉ, Y.; FEBVAY, G. Protein toxicity to aphids-an in vitro test on Acyrthosiphon pisum.
Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 67, p. 149-160, 1993.
RAHBÉ, Y.; FERRASSON, E.; RABESONA, H.; QUILLIEN, L. Toxicity to the pea aphid
Acyrthosiphon pisum of anti-chymotrypsin isoforms and fragments of Bowman-Birk
protease inhibitors from pea seeds. Insect Biochemistry and Molecular Biology, Oxford,
v. 33, p. 299-306, 2003.
RAIKHEL, N. V.; LEE, H.-I.; BROEKAERT, W. F. Structure and function of chitin-binding
proteins. Annual Review of Plant Physiology and Plant Molecular Biology, Palo Alto, v.
44, p. 591-615, 1993.
RAO, K. V.; RATHORE, K. S.; HODGES, T. K.; FU, X.; STOGER, E.; SUDHAKAR, D.;
WILLIAMS, S.; CHRISTOU, P.; BHARATHI, M.; BOWN, D. P.; POWELL, K. S.; SPENCE, J.;
GATEHOUSE, A. M. R.; GATEHOUSE, J. A. Expression of snowdrop lectin (GNA) in
transgenic rice plants confers resistance to rice brown planthopper. The Plant Journal for
Cell and Molecular Biology, Oxford, v. 15, p. 469-477, 1998.
REECK, G. R.; KRAMER, K. J.; BAKER, J. E.; KANOST, M. R.; FABRICK, J. A.; BEHNKE,
C. A. Proteinase inhibitors and resistance of transgenic plants to insects. In: CAROZZI, N.;
KOZIEL, M. (Ed.). Advances in insect control: the role of transgenic plants. London:
Taylor & Francis, 1997. p. 157-183.
ROSENTHAL, G. A.; DAHLMAN, D. L.; JANZEN, D. H. A novel means for dealing with L-
canvanine, a toxic metabolite. Science, New York, v. 192, p. 256-258, 1976.
ROSENTHAL, G. A.; JANZEN, D. H.; DAHLMAN, D. L. Degradation and detoxification of
canvanine by a specialized seed predator. Science, New York, v. 196, p. 658-660, 1977.
RYAN, C. A. Protease inhibitors in plants: genes for improving defenses against insects and
pathogens. Annual Review of Phytopathology, Palo Alto, v. 28, p. 425-449, 1990.
SANTOS, J. P.; CRUZ, I.; FONTES, R. A. Armazenamento e controle de pragas. Brasília:
Embrapa-CNPMS, 1984. 30 p. (Embrapa-CNPMS. Documentos, 1).
SCHOONHOVEN, L. M. Biological aspects of antifeedants. Entomologia Experimentalis
et Applicata, Dordretch, v. 31, p. 57-69, 1982.
SCHROEDER, H. E.; GOLLASH, S.; MOORE, A.; TABE, L. M.; CRAIG, S.; HARDIE, D.;
CHRISPEELS, M. J.; SPENCER, D.; HIGGINS, T. J. V. Bean α-amylase inhibitor confers
resistance to the pea weevil, Bruchus pisorum, in genetically engineered peas (Pisum
sativum L.). Plant Physiology, Oxford, v. 107, p. 1233-1239, 1995.
SCRIBER, J. M.; SLANSKY JUNIOR, F. The nutritional ecology of immature insects.
Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 26, p. 183-211, 1981.
SHADE, R. E.; SCHROEDER, H. E.; PUEYO, J. J.; TABE, L. L.; MURDOCK, T. J. V.;
HIGGINS, M. J.; CHRISPEELS, M. J. Transgenic pea seeds expressing the α-amylase
inhibitor of the common bean are resistant to bruchid beetles. Nature BioTechnology, New
York, v. 12, p. 793-796, 1994.
SHANKARANARAYANA, K. H.; AYYAR, K. S.; KRISHNA RAO, G. S. Insect growth inhibitor
from the bark of Santalum album. Phytochemestry, New York, v. 19, p. 1239-1240, 1980.
SHARMA, H. C.; SHARMA, K. K.; SEETHARAMA, N.; ORTIZ, R. Prospects for using
transgenic resistance to insects in crop improvement. EJB Electronic Journal
Biotechnology, Valparaíso, v. 3, p. 76-95, 2000.
SHUKLE, R. H.; MURDOCK, L. L. Lipoxygenase trypsin inhibitor and lectin from soybeans:
effects on larval growth of Manduca sexta (Lepidoptera: Sphingidae). Environmental
Entomology, Lanham, v. 12, p. 787-791, 1983.
SILVA, C. P.; TERRA, W. R.; LIMA, R. M. Differences in midgut serine proteinases from
larvae of the bruchid beetle Callosobruchus maculatus and Zabrotes subfasciatus.
Archives of Insect Biochemistry and Physiology, New York, v. 47, p. 18-28, 2001.
SILVA, C. P.; TERRA, W. R.; XAVIER-FO, J.; GROSSI-DE-SÁ, M. F.; LOPES, A. R.;
PONTES, E. G. Digestion in larvae of Callosobruchus maculatus and Zabrotes subfasciatus
(Coleoptera: Bruchidae) with emphasis on α-amylases and oligosaccaridases. Insect
Biochemistry and Molecular Biology, Oxford, v. 29, p. 355-366, 1999.
SILVA-FILHO, M. C.; FALCO, M. C. Interação planta-inseto. Biotecnologia Ciência e
Desenvolvimento, Brasília, DF, v. 12, p. 38-42, 2000.
SLANSKY JUNIOR, F.; SCRIBER, J. M. Food consumption and utilization. In: KERKUT, G.
A.; GILBERT, L. I. (Ed.). Comprehensive insect physiology, biochemistry and
pharmacology. Oxford: Pergamon, 1985. v. 4, p. 87-164.
SMITH, C. M. Plant resistance to arthropods: molecular and conventional
approaches. Berlin: Springer. 2005. 423 p.
STAMOPOULOS, D. C. Toxic effect of lignin extracted from the tegument of Phaseolus
vulgaris seeds on the larvae of Acanthoscelides obtectus (Say) (Col., Bruchidae). Journal
of Applied Entomology, Berlin, v. 105, p. 317-320, 1988.
STIPANOVIC, R. D.; LOPEZ, J.; DOWD, M. K.; PUCKHABER, L. S.; DUKE, S. E. Effect of
racemic and (+) and (-)-gossypol on the survival and development of Helicoverpa zea
larvae. Journal Chemical of Ecology, New York, v. 32, p. 959-968, 2006.
SU, H. C. F. Toxicity and repellency of Chenopodium oil to four species of stored product
insects. Journal of Entomological Science, Griffin, v. 26, p. 178-182, 1991.
SUWONKERD, W.; TANTRARONGROJ, K. Efficacy of essential oil against mosquito biting.
The Journal of Communicable Diseases, Delhi, v. 20, p. 4-11, 1994.
SVENSSON, B.; FUKUDA, K.; NIELSEN, P. K.; BONSAGER, B. C. Proteinaceous α-
amylase inhibitors. Biochimica et Biophysica Acta, Amsterdam, v. 1696, p. 145-156,
2004.
TAVARES, M. A. G. C. Busca de compostos em Chenopodium spp. (Chenopodiaceae)
com bioatividade em relação a pragas de grãos armazenados. 2006. 111 f. Tese
(Doutorado em Entomologia) – Esalq, Universidade de São Paulo, Piracicaba.
TAWATSIN, A.; WRATTEN, S. D.; SCOTT, R. R.; THAVARA, U.; TECHADAMRONGSIN, Y.
Repellency of volatile oils from plants against three mosquito vectors. Journal of Vector
Ecology, Santa Ana, v. 26, p. 76-82, 2001.
THOMPSON, J. N. Coevolution and alternative hypotheses on insect/plant interactions.
Ecology, Washington, DC, v. 69, p. 893-895, 1988.
USSUF, K. K.; LAXMI, N. H.; MITRA, R. Proteinase inhibitors: plant-derived genes of
insecticidal protein for developing insect-resistant transgenic plants. Current Science,
Bangalore, v. 80, p. 847-853, 2001.
VARANDA, E. M.; ZÚÑIGA, G. E.; SALATINO, A.; ROQUE, N. F.; CORCUERA, L. J. Effect
of ursolic acid from epicuticular waxes of Jacaranda decurrens on Schizaphis graminum.
Journal of Natural Products, Cincinnati, v. 55, p. 800-803, 1992.
VASCONCELOS, I. M.; OLIVEIRA, J. T. A. Antinutritional properties of plant lectins.
Toxicon: Oxford, v. 44, p. 385-403, 2004.
VENDRAMIM, J. D.; NISHIKAWA, M. A. N. Melhoramento para resistência a insetos. In:
NASS, L. L.; VALOIS, A. C. C.; MELO, I. S. de; VALADARES-INGLIS, M. C. (Ed.).
Recursos genéticos e melhoramento: plantas. Rondonópolis: Fundação Mato Grosso,
2001. p. 737-781.
VILA, L.; QUILIS, J.; MEYNARD, D.; BREITLER, J. C.; MARFÀ, V.; MURILLO, I.; VASSAL,
J. M.; MESSEGUER, J.; GUIDERDONI, E.; SEGUNDO, B. S. Expression of the maize
proteinase inhibitor (mpi) gene in rice plants enhances resistance against the striped stem
borer (Chilo suppressalis): effects on larval growth and insect gut proteinases. Plant
Biotechnology Journal, Oxford, v. 3, p. 187-202, 2005.
VISSER. J. H. Differential sensory perceptions of plant compounds by insects. In: HEDIN, P.
A. (Ed.). Plant resistance to insects. Washington, DC: Am. Chem. Soc., 1983. p. 215-230.
375 p.
WAINHOUSE, D.; CROSS, D. J.; HOWELL, R. S. The role of lignin as a defence against
the spruce bark beetle Dendroctonus micans: effect on larvae and adults. Oecologia,
Berlin, v. 85, p. 257-265, 1990.
WALDBAUER, G. P.; FRAENKEL, G. Feeding on normally rejected plants by
maxillectomized larvae of the tobacco hornworm, Protoparce sexta (Lepidoptera,
Sphingidae). Annals of the Entomological Society of America, Lanham, v. 54, p. 477-
485, 1961.
WANG, J.; CHEN, Z.; DU, J.; SUN, Y.; LIANG, A. Novel insect resistance in Brassica napus
developed by transformation of chitinase and scorpion toxin genes. Plant Cell Reports,
Berlin, v. 24, p. 549-555, 2005.
WASUWAT, S.; SUNTHONTHANASART, T.; JARIKASEM, S.; PUTSRI, N.;
PHANRAKWONG, A.; JANTHORN, S.; KLONGKARN-NGAN, I. Mosquito repellent efficacy
of citronella cream. Journal of Science and Technology, Lusaka, v. 5, p. 62-68, 1990.
WERNER, R. A. Toxicity and repellency of 4-allylanisole and monoterpenes from white
spruce and tamarack to the spruce beetle and eastern larch beetle (Coleoptera: Scolytidae).
Environmental Entomology, Lanham, v. 24, p. 372-379, 1995.
WHITMAN, D. W. Allelochemical interactions among plants, herbivores, and their predators.
In: BARBOSA, P.; LETOURNEAU, D. K. (Ed.). Novel aspects of insect-plant
interactions. New York: J. Wiley, 1988. p. 11-64.
WHITTAKER, R. H. The biochemical ecology of higher plants. In: SONDHEIMER, E.;
SIMEONE, J. B. (Ed.). Chemical ecology. New York: Academic, 1970. p. 43-70.
WHITTAKER, R. H.; FEENY, P. P. Allelochemics: chemical interactions between species.
Science, New York, v. 171, p. 757-770, 1971.
YANG, G.; ISENHOUR, D. J.; ESPELIE, K. E. Activity of maize leaf cuticular lipids in
resistance to leaf-feeding by the fall armyworm. The Florida Entomologist, Lutz, v. 74, p.
229-236, 1991.
YANG, G.; WISEMAN, B. R.; ESPELIE, K. E. Cuticular lipids from silks of seven corn
genotypes and their effect on development of corn earworm larvae [Helicoverpa zea
(Boddie)]. Journal of Agricultural and Food Chemistry, Washington, DC, v. 40, p. 1058-
1061, 1992.
YANG, G.; WISEMAN, B. R.; ISENHOUR, D. J.; ESPELIE, K. E. Chemical and
ultrastructural analysis of corn cuticular lipids and their effect on feeding by fall armyworm
larvae. Journal Chemical of Ecology, New York, v. 19, p. 2055-2074, 1993.
ZHU-SALZMAN, K.; SALZMAN, R. A. Functional mechanics of the plant defensive Griffonia
simplicifolia lectin II: resistance to proteolysis is independent of glycoconjugate binding in
the insect gut. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 94, p. 1280-1284, 2001.
ZHU-SALZMAN, K.; SHADE, R. E.; KOIWA, H.; SALZMAN, R. A.; NARASIMHAN, M.;
BRESSAN, R. A.; HASEGAWA, P. M.; MURDOCK, L. L. Carbohydrate binding and
resistance to proteolysis control insecticidal activity of Griffonia simplicifolia lectin II.
Proceedings of the National Academy of Science of United States of America.
Washington, DC, v. 95, p. 15123-15128, 1998.
ZUNIGA, G. E.; CORCUERA, L. J. Effect of gramine in the resistance of barley seedlings to
the aphid Rhopalosiphum padi. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v.
40, p. 250-262, 1986.
ZUNIGA, G. S.; VARANDA, E. M.; CORCUERA, L. J. Effect of gramine on the feeding
behavior of the aphids Schizaphis graminum and Rhopalosiphum padi. Entomologia
Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 47, p. 161-165, 1988.
Capítulo 26
A bioecologia e a nutrição de insetos
como base para o manejo integrado
de pragas
Antônio R. Panizzi
José R. P. Parra
Introdução
A bioecologia e a nutrição de insetos, incluindo a chamada
ecologia nutricional de insetos, envolvem a integração da
informação bioquímica, fisiológica e comportamental, dentro do
contexto da ecologia e da evolução (SLANSKY JUNIOR;
RODRIGUEZ, 1987a). Essa visão ampla aponta para a necessidade
de estudos básicos essenciais para entender os diferentes estilos de
vida dos insetos, os quais variam conforme as guildas alimentares,
dos mais conspícuos mastigadores de folhagem e frutos aos menos
notados como os sugadores de sementes, broqueadores de frutos e
mastigadores/sugadores de raízes (SLANSKY JUNIOR;
RODRIGUEZ, 1987b). Em geral, o modelo da bioecologia e nutrição
(ecologia nutricional) de insetos foca primariamente os aspectos
básicos dos diferentes insetos (isto é, a biologia das guildas
alimentares), e apenas, secundariamente, trata dos aspectos
aplicados, apesar da enorme importância dos insetos como pragas
de importantes culturas em âmbito mundial. No contexto do manejo
integrado de pragas (MIP), várias táticas levam em consideração o
modelo da bioecologia e nutrição. Elas incluem a resistência de
plantas a insetos, cultivares ou culturas-armadilha, assincronia do
alimento com a fenologia das pragas, consorciação de culturas e
uso de aleloquímicos funcionais. Essas táticas, embora
mencionadas em vários livros-texto sobre o MIP (PIMENTEL, 1981,
2002; KOGAN, 1986a; RECHCIGL; RECHCIGL, 2000; FLINT;
GOUVEIA, 2001; PEDIGO, 2002; NORRIS et al., 2003), ainda
precisam ser mais exploradas sob o enfoque do paradigma da
bioecologia e da nutrição dos insetos (ecologia nutricional),
considerando cada uma das guildas associadas com as plantas.
Nesse capítulo, será apresentada informação básica para
programas holísticos de manejo integrado de pragas, incluindo as
interações inseto-planta, diversidade plantas e estabilidade, e táticas
do MIP, no contexto da bioecologia e nutrição de insetos. Como
exemplo, o sistema composto pela soja Glycine max (L.) Merrill e os
percevejos-praga será analisado. Essa guilda inclui muitas pragas
importantes em diversas culturas no mundo (SCHAEFER; PANIZZI,
2000), e constitui o principal complexo de pragas que incide sobre a
soja na Região Neotropical, maior área produtora dessa leguminosa
no mundo. Ao usar esse sistema, pretende-se demonstrar como as
informações básicas sobre as interações dessas pragas com a
ampla gama de plantas hospedeiras (isto é, fontes de alimento)
podem ser usadas para mitigar o impacto dos insetos na principal
cultura, no caso, a soja.
Cultivares resistentes
O uso de cultivares resistentes às pragas é uma das táticas
mais efetivas, econômica e ecologicamente (PEDIGO, 2002) e deve
ser um componente-chave em qualquer sistema de MIP. O
desenvolvimento de cultivares resistentes, no contexto do modelo
da bioecologia e nutrição, considerando-se o impacto nutricional,
inclui as interações dos atributos do alimento, com o seu consumo e
sua utilização, e as consequências na performance do inseto e no
seu fitness, ou seja, na sua contribuição reprodutiva relativa para a
próxima geração. Essas inter-relações entre o impacto nutricional do
alimento e a resistência de plantas foram ilustradas por Slansky
Junior (1990) (Figura1). Neste diagrama, os estudos da bioecologia
e nutrição (ecologia nutricional) de insetos procuram entender o
efeito do alimento na biologia do inseto, enquanto a resistência de
plantas tem por finalidade manipular os atributos do alimento para
manejar as pragas. Assim, o procedimento básico da bioecologia e
nutrição, considerando-se o impacto do alimento, suporta os
procedimentos da resistência de plantas, e a convergência das duas
disciplinas resulta no melhor entendimento de todo o processo.
Culturas ou plantas-armadilha
Culturas ou plantas-armadilha são plantas, geralmente
preferidas pelos.insetos, cultivadas com o objetivo de atrair insetos
e, consequentemente, evitar o seu ataque nas culturas. Isso pode
ser alcançado por desviar as pragas da cultura-alvo, por concentrá-
las em grande número em áreas restritas, onde medidas de controle
podem ser aplicadas, geralmente de uma forma mais econômica,
comparadas com os métodos convencionais de controle, tais como
o uso de pesticidas (HOKKANEN, 1991).
Essa tática (culturas/plantas-armadilha) possui componentes
fortes no contexto do modelo da bioecologia e da nutrição dos
insetos. Esses componentes incluem, primeiramente, a preferência
alimentar. Embora muitos insetos sejam polífagos ou oligófagos,
eles tendem a demonstrar preferências por certos grupos
taxonômicos de plantas, e isso pode ser usado para atraí-los.
Aparentemente, os insetos podem prever ou avaliar o valor
nutricional das plantas, e escolher as mais aptas para depositar os
ovos. Embora as plantas menos preferidas também desempenhem
uma função importante na biologia dos insetos (ver item O papel das
plantas hospedeiras menos preferidas), as plantas hospedeiras
preferidas contribuem em escala maior para o fitness do inseto.
Um segundo componente da tática de culturas/plantas-
armadilha, considerando-se a bioecologia e a nutrição, tem a ver
com o impacto da cultura/planta-armadilha na performance de
larvas/ninfas e adultos. Usualmente, nessas plantas preferidas, o
potencial máximo de contribuição para a próxima geração é
esperado ser alcançado, com a produção de indivíduos com o
fitness máximo, isto é, com a sobrevivência dos imaturos e
reprodução dos adultos no grau máximo. Portanto, as populações
de insetos vivendo sobre essas plantas preferidas tenderão a
aumentar rapidamente, exaurindo esses recursos e, uma estimativa
acurada da capacidade de suporte das plantas-armadilha deve ser
feita para evitar que os insetos-praga não abandonem as plantas
por causa da competição interespecífica e consequente falta de
alimento. Portanto, é importante determinar quando interferir com
medidas de controle nas plantas-armadilha para evitar a dispersão
das populações para a cultura que se quer proteger.
Um terceiro componente da tática das culturas/plantas-
armadilha, considerando a bioecologia e a nutrição, diz respeito ao
fato de que essas plantas preferidas e, portanto, altamente
nutricionais, permitem aos insetos estocar energia nos seus corpos
para suportar os períodos de escassez de alimentos. Embora isso
não seja considerado como um evento generalizado, é um fator
importante na biologia dos insetos que acumulam energia. O fato de
se alimentar numa fonte rica em nutrientes, tais como as plantas-
armadilha, em particular no período que precede o inverno, pode ser
crucial para a sobrevivência dos insetos.
Aleloquímicos funcionais
Os aleloquímicos funcionais são compostos que condicionam
as interações fisiológicas e comportamentais entre organismos de
espécies diferentes. Existem milhares de compostos que
condicionam uma miríade de interações, os quais são classificados
em três categorias clássicas: cairomônios (fornecem uma vantagem
adaptativa ao organismo receptor); alomônios (dão uma vantagem
adaptativa ao organismo emissor); e sinomônios (fornecem uma
vantagem adaptativa a ambos, ao receptor e ao emissor). Para os
propósitos do MIP, a classificação dos aleloquímicos proposta por
Kogan (1986b) é um bom exemplo de como esses compostos
funcionam: como cairomônios, eles podem funcionar como
atraentes, direcionando os insetos para as plantas hospedeiras;
como arrestantes, diminuindo ou paralisando o movimento; e como
elicitores da alimentação ou oviposição, provocando picadas ou
mordidas ou deposição de ovos. No segundo caso, como
alomônios, eles podem funcionar como antixenóticos, desviando os
insetos da planta (repelentes), acelerando os movimentos
(excitantes da locomoção), inibindo a picada ou mordida
(supressores), ou impedindo a continuação da alimentação ou
oviposição (deterrentes); ou como antibióticos, causando
intoxicação (toxinas) ou, ainda, reduzindo os processos de utilização
do alimento (fatores redutores da digestibilidade).
A maioria das plantas sintetiza as toxinas que afetam os insetos
herbívoros. Essas toxinas que aumentam o fitness das plantas têm
um custo metabólico. Estudos indicam que existe um balanço entre
os custos e os vários efeitos ecológicos (KARBAN; BALDWIN,
1997), embora seja, em geral, difícil de medir tanto os custos como
os benefícios associados com as substâncias de defesa.
As toxinas das plantas têm desempenhado papel importante
nas plantas agrícolas, e muitas culturas contêm um ou mais tipos de
toxinas. Para grupos importantes de toxinas presentes em grandes
culturas, veja Seigler (2002). Algumas plantas produzem toxinas em
suas raízes com efeitos tóxicos e/ou repelentes aos consumidores
de raízes, tais como os nematoides. Essas plantas são conhecidas
como plantas antagonistas (OWINO, 2002).
A resistência em plantas é conhecida de longa data em culturas
e tem sido manipulada tanto por métodos tradicionais de
melhoramento quanto por técnicas moleculares modernas
(KARBAN; BALDWIN, 1997). Apesar dos muitos exemplos de
sucesso dos cruzamentos visando à química dos compostos
metabólitos secundários para aumentar a resistência, efeitos
indesejáveis têm sido observados. Por exemplo, linhagens de
algodão com altos teores de gossipol, um sesquiterpeno tóxico,
mostram resistência às larvas da lagarta-da-maçã e outros
herbívoros, mas mostram também efeitos tóxicos para humanos e
animais domésticos (GERSHENZON; CROTEAU, 1991). Já a
eliminação de glicosídeos cianogênicos das raízes tuberosas da
mandioca reduz os efeitos tóxicos para humanos, mas pode
aumentar a incidência de herbívoros e fungos em plantas sem esses
compostos (MOELLER; SEIGLER, 1999). Assim, há necessidade de
balancear os custos/benefícios da manipulação de toxinas em
plantas.
Muitos estudos relatam a ampla variedade das interações dos
aleloquímicos. Borden (2002) exemplifica essas interações entre
plantas terrestres, artrópodes e vertebrados. Em uma revisão
recente, Isman (2006) refere-se ao uso de compostos químicos com
ação inseticida, repelente e deterrente de origem botânica, que têm
um papel cada vez maior na agricultura sujeita às crescentes
regulamentações que estão inibindo o uso de inseticidas
convencionais. A despeito dos muitos estudos e exemplos na
literatura, a adoção dos aleloquímicos como uma ferramenta no
manejo de pragas tem sido limitada por várias razões, várias delas
discutidas. Fica claro que muito ainda precisa ser investigado e não
há dúvidas de que o manejo de insetos-praga pelo uso de
aleloquímicos irá desempenhar papel preponderante em programas
de MIP no futuro.
Estudo de caso: a bioecologia e
nutrição e o manejo de heterópteros-
praga da soja
Como um exemplo no contexto da bioecologia e da nutrição de
insetos fitófagos e do manejo integrado de pragas (MIP), o grupo
alimentar dos heterópteros-praga da soja, Glycine max (L.) Merrill
será analisado. A soja é uma leguminosa cultivada mundialmente e
é colonizada por muitos insetos, o que inclui os heterópteros
(percevejos), pragas importantes na Região Neotropical (KOGAN;
TURNIPSEED, 1987; PANIZZI; CORRÊA-FERREIRA, 1997).
Resistência de plantas
Como indicado previamente (item Cultivares resistentes), a
resistência de plantas é uma tática de manejo integrado de pragas
(MIP) muito importante no contexto da bioecologia e da nutrição dos
insetos. No caso dos percevejos, muitos estudos têm sido
conduzidos ao longo dos anos, incluindo a avaliação de cultivares
comerciais e de genótipos de bancos de germoplasma, e
desenvolvimento de novas cultivares.
Estudos iniciais desenvolvidos por McPherson (1978) com soja
sugeriram que a cultivar comercial Lee 68 possuiria algum
mecanismo de tolerância aos danos dos percevejos. De forma
semelhante, Link et al. (1971, 1973) encontraram uma menor
percentagem de sementes danificadas por percevejos na cultivar
Bienville, comparado com a cv. Santa Rosa e Industrial, e que a cv.
Serrana foi menos afetada por percevejos do que a cv. Bienville.
Jones Junior e Sullivan (1978) encontraram que a cv. Essex, com
ciclo mais curto do que outras cultivares, escapou aos danos
severos por percevejos. Essa observação de que cultivares
precoces evitam os danos dos percevejos, fato observado por vários
pesquisadores em diversos locais, constituiu a base para o
desenvolvimento maciço de programas de melhoramento de soja
que culminaram no desenvolvimento de cultivares precoces que
escapam aos danos dos percevejos, particularmente no Brasil.
A avaliação de germoplasma levou à descoberta de vários
genótipos conhecidos por plantas introduzidas (PIs) com vários
graus de resistência a vários insetos-praga, incluindo os percevejos.
Por exemplo, Turnipseed e Sullivan (1975) relataram efeitos
adversos das PIs 229358, 227687 e 171451, e da linhagem ED 73-
371 ao percevejo-verde, N. viridula. Jones Junior e Sullivan (1979)
demonstraram que a PI 229358 foi a mais consistentemente
resistente às ninfas de N. viridula. Outra PI, a PI 171444, também
demonstrou possuir resistência ao N. viridula, do tipo antibiose e
antixenose (GILMAN et al., 1982; KESTER et al., 1984). As
linhagens IAC 74-2832 e Chi-Kei No. 1B demonstraram menor
danos aos percevejos ao serem comparadas com outros genótipos
no campo (PANIZZI, et al., 1981).
Apesar dos muitos anos de pesquisa, foi apenas em 1989 que a
primeira cultivar resistente foi lançada, a qual apresentava antibiose
e tolerância aos percevejos (ROSSETTO, 1989). Essa cultivar foi
chamada de IAC 100, em homenagem ao centésimo ano do Instituto
Agronômico de Campinas (IAC). A cultivar foi utilizada por certos
agricultores, mas logo foi substituída por outras mais produtivas,
apesar de suscetíveis aos percevejos. Mais recentemente, em uma
série de artigos, Lourenção et al. (1997, 1999, 2000, 2002, 2005)
relataram o comportamento de cultivares e linhagens de soja com
diferentes graus de resistência aos insetos sugadores.
Como o indicado por Boethel (1999), ao longo dos anos, os
melhoristas e os entomologistas depararam com diversos
obstáculos ao desenvolverem cultivares de soja resistentes aos
insetos. A incorporação do gene da bactéria Bacillus thuringiensis
(Bt) em cultivares de soja abre novamente perspectivas para os
programas de melhoramento de soja visando à resistência às
pragas, porém, para o caso dos mastigadores que são afetados pelo
Bt. Entretanto, o desenvolvimento de cultivares de soja resistentes
aos sugadores (percevejos) permanece como um desafio.
Cultura-armadilha
O uso de cultura-armadilha, ou seja, uso da mesma espécie
vegetal preferida pela espécie de praga em questão, em diferente
estágio fenológico de desenvolvimento, tem sido adotado com certo
sucesso em soja para manejar percevejos em várias regiões do
mundo.
Aparentemente, o primeiro estudo em soja com percevejos foi
conduzido por Newsom e Herzog (1977), os quais relataram a
atratividade da soja cultivada mais cedo, isto é, em antecipação às
demais áreas, aos percevejos em Louisiana, EUA. Os percevejos se
concentraram nas áreas pequenas cultivadas mais cedo, cujas
plantas já estavam no período reprodutivo, com vagens contendo
sementes, que os atraíram. Na área restante, cultivada mais tarde,
as plantas estavam ainda no período vegetativo, sendo menos
atrativas. O controle químico efetuado nas plantas em reprodução
evitou a dispersão dos insetos para as áreas circunvizinhas.
Resultados semelhantes foram mais tarde relatados nos EUA por
Ragsdale et al. (1981) e McPherson e Newsom (1984).
No Brasil, cultivares precoces ou semeadas mais cedo,
ocupando cerca de 10% dos campos de soja, circundando ou em
faixas no meio da área principal (Figura 2) foram utilizadas com
sucesso, reduzindo o grau de colonização da área principal pelos
percevejos (PANIZZI, 1980). Essa tática de controle de percevejos,
utilizada em conjunto com a liberação do parasitoide de ovos
Trissolcus basalis (Wollaston) na área-armadilha no início do
estabelecimento da cultura, foi efetiva no controle dos percevejos
(CORRÊA-FERREIRA, 1987). Estudos adicionais com o uso da
técnica da cultura-armadilha para manejar percevejos foram
também conduzidos no Brasil Central por Kobayashi e Cosenza
(1987).
Pelo fato de o sal não ser volátil e não ter um efeito sinérgico
com inseticidas (SOSA-GÓMEZ et al., 1993), investigações
adicionais foram conduzidas por Niva e Panizzi (1996) para testar a
hipótese de que o sal de cozinha estava interferindo no
comportamento alimentar dos percevejos. Eles compararam o
comportamento alimentar do percevejo-verde, N. viridula, em
vagens de soja tratadas com NaCl (0,5%) e vagens de soja tratadas
com água apenas (testemunha). Eles ofereceram vagens de soja
com e sem sal para os percevejos confinados em arenas (placas de
Petri 14 cm x 2 cm) e anotaram o tempo gasto para provar o
alimento com as peças bucais e em alimentação (inserção dos
estiletes nas vagens de soja). Os resultados indicaram que os
percevejos gastaram muito mais tempo provando as vagens
tratadas com sal do que as não tratadas, e o tempo de alimentação
foi semelhante em ambos os tratamentos (Figura 5). O fato de o
comportamento de prova ser muito maior nas vagens tratadas com
sal causa um efeito arrestante, isto é, faz com os percevejos
permaneçam mais tempo sobre as vagens tratadas. Isso explica o
maior número de percevejos encontrados em plantas tratadas com
sal observado por Corso (1989) e Panizzi e Oliveira (1993), e a
maior eficácia dos inseticidas em doses reduzidas quando
misturados ao sal, relatados por Corso (1990). Esse exemplo ilustra
o potencial do uso de substâncias que interferem com o processo
alimentar para manejar espécies-praga de insetos, considerando-se
estudos básicos do comportamento alimentar mediado por sensilas
gustativas presentes na ponta do lábio dos percevejos (ver Figura 9
no capítulo 12).
Figura 5. Duração total (horas) dos comportamentos associados
com a alimentação do percevejo-verde, Nezara virdula em vagens
de soja que receberam solução de cloreto de sódio (0,5%) (A e C)
comparada com vagens-testemunhas (tratadas com água apenas)
(B e D). Letras minúsculas (entre comportamentos dentro de cada
tratamento) e maiúsculas (entre tratamentos e dentro de cada
comportamento) diferentes, indicam diferenças significativas usando
os testes aleatórios (P< 0,05).
Fonte: Niva e Panizzi (1996).
Considerações finais
Como mencionado no início desse capítulo, a pesquisa em
bioecologia e nutrição de insetos, ou, mais especificamente, em
ecologia nutricional de insetos, tem se concentrado mais nos
aspectos básicos, relacionados às características dos alimentos, à
sua ingestão e utilização e às suas consequências para a sua
performance. No campo mais aplicado, como suporte para
programas de manejo integrado de pragas, essa área da
Entomologia tem sido pouco considerada. Uma exceção é o artigo
de Slansky Junior (1990), que relaciona a área básica com a
resistência de plantas a insetos.
Várias décadas passadas, durante os anos de 1960 e 1970,
muitos autores, ao discutir estratégias para o manejo integrado de
pragas, consideravam aspectos da bioecologia e da nutrição num
contexto mais amplo (PANIZZI; PARRA, 1991). Hoje, após mais de
30 anos, essas estratégias de manejo baseadas na alimentação e
na nutrição dos insetos, como a resistência de plantas, culturas-
armadilha, policultivos e uso de aleloquímicos, permanecem como
um desafio a ser plenamente implementado em programas de MIP.
À medida que novas áreas em biologia ganham momentum,
como o desenvolvimento de culturas geneticamente modificadas
com resistência a insetos, a bioecologia e a nutrição dos insetos
tornam-se áreas muito importantes de pesquisa em Entomologia,
agora em um contexto mais aplicado. Essas cultivares resistentes
estão sendo amplamente adotadas pelos agricultores no mundo
todo e, certamente, irão impactar os insetos-praga, causando
mudanças dramáticas, tanto desejáveis como indesejáveis
(FONTES et al., 2002). Muitas questões surgirão, principalmente
relacionadas à forma como essas cultivares irão se encaixar nos
modelos atuais de MIP. Claramente, muita pesquisa será necessária
para mudar os programas tradicionais de MIP, a fim de acomodar
essa nova ferramenta tecnológica.
Em conclusão, é razoável assumir que, à medida que se
desenvolvem novos programas de MIP, mais eficientes e mais
ecológicos, as táticas que consideram as interações dos insetos
com seu alimento irão desempenhar papel crescente para alcançar
os objetivos desejados.
Referências
AHMAD, S. Herbivorous insects: Host-seeking behaviour and mechanisms. New York:
Academic, 1983. 257 p.
ALTIERI, M. A. Biodiversity and pest management in agroecosystems. New York: Food
Products, 1994.
ALTIERI, M. A.; LETOURNEAU, D. L. Vegetation diversity and insect pest outbreaks.
Critical Reviews in Plant Sciences, Boca Raton, v. 2, p. 131-169, 1984.
ALTIERI, M. A.; NICHOLLS, C. I. Biodiversity, ecosystem function, and insect pest
management in agricultural systems. In: COLLINS, W. W.; QUALSET, C. O. (Ed.).
Biodiversity in agroecosystems. Boca Raton: CRC, 1999. p. 69-84.
ANDOW, D. A. Vegetational diversity and arthropod population response. Annual Review
of Entomology, Palo Alto, v. 36, p. 561-586, 1991.
APRYANTO, D.; TOWNSEND, L. H.; SEDLACEK, J. D. Yield reduction from feeding by
Euschistus servus and E. variolarius (Heteroptera: Pentatomidae) on stage V2 field corn.
Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 82, p. 445-448, 1989.
BERNAYS, E. A. Insect-plant interactions. Boca Raton: CRC, 1989-1994. 5 v.
BERNAYS, E. A.; CHAPMAN, R. F. Host-plant selection by phytophagous insects. New
York: Chapman and Hall, 1994. 312 p.
BOETHEL, D. J. Assessment of soybean germplasm for multiple insect resistance. In:
CLEMENT, S. L.; QUISENBERRY, S. S. (Ed.). Global plant genetic resources for insect-
resistant crops. Boca Raton: CRC, 1999. p. 101-129.
BORDEN, J. H. Allelochemics. In: PIMENTEL, D. (Ed.). Encyclopedia of pest
management. New York: Marcel Dekker, 2002. p. 14-17.
BRACKENBURY, J. Insects and flowers: A biological partnership. London: Cassell
Brandford, 1995.
CARPENTER, J.; FELSOT, A.; GOODE, T.; HAMMING, M.; ONSTAD, D.; SANKULA, S.
Comparative environmental impacts of biotechnology-derived and traditional
soybean, corn, and cotton crops. Ames: Council for Agricultural Science and Technology,
2002. 189 p.
CHOCOROSQUI, V. R.; PANIZZI, A. R. Evolução dos danos causados por Dichelops
melacanthus (Dallas) (Heteroptera: Pentatomidae) a plântulas de milho e trigo. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 19., 2001, Manaus. Resumos...
Manaus: INPA, 2002. p. 276.
CHOCOROSQUI, V. R.; PANIZZI, A. R. Impact of cultivation systems on Dichelops
melacanthus (Dallas) (Heteroptera: Pentatomidae) population and damage, and its
chemical control on wheat. Neotropical Entomology, Londrina, v. 33, p. 487-492, 2004.
CORRÊA-FERREIRA, B. S. Liberação do parasitóide Trissolcus basalis em cultivar
armadilha e seu efeito na população de percevejos da soja. In: EMBRAPA. Centro Nacional
de Pesquisa de Soja. Resultados de pesquisa de soja 1985/86. Londrina, 1987. p. 142-
143. (EMBRAPA-CNPSo. Documentos, 20).
CORRÊA-FERREIRA, B. S.; PANIZZI, A. R. Percevejos da soja e seu manejo. Londrina:
Embrapa-CNPSo, 1999. 45 p. (Circular Técnica, 24).
CORSO, I. C. Atratividade do sal de cozinha para espécimes de Nezara viridula (L., 1758).
In: EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Soja. Resultados de pesquisa de soja
1988/89. Londrina, 1989. p. 78-79. (EMBRAPA-CNPSo. Documentos, 43).
CORSO, I. C. Uso de sal de cozinha na redução da dose de inseticida para controle
de percevejos da soja. Londrina: Centro Nacional de Pesquisa de Soja, 1990. p. 1-7.
(Comunicado Técnico, 45).
CRAWLEY, M. J. The herbivory: The dynamics of animal-plant interactions. Berkeley:
University of California, 1983. 437 p.
EDWARDS, P. J.; WRATTEN, S. D. Ecology of insect-plant interactions. London:
Edward Arnold, 1980. 60 p.
ERLICH, P. R.; RAVEN, P. H. Butterflies and plants: A study in coevolution. Evolution,
Lancaster, v. 18, p. 586-608, 1964.
FLINT, M. L.; GOUVEIA, P. IPM in practice: Principles and methods of integrated pest
management. Oakland: University of California, 2001. 296 p.
FONTES, E. M. G.; PIRES, C. S. S.; SUJII, E. R.; PANIZZI, A. R. The environmental effects
of genetically modified crops resistant to insects. Neotropical Entomology, Londrina, v. 31,
p. 497-513, 2002.
FOX, L. R. Defense and dynamics in plant-herbivore systems. American Zoologist, New
York, v. 21, p. 853-864, 1981.
FOX, L. R.; MORROW, P. A. Specialization: species property of local phenomenon?
Science, New York, v. 211, p. 887-893, 1981.
FUTUYMA, D. J. Evolutionary interactions among herbivorous insects and plants. In:
FUTUYMA, D. G.; SLATKIN, M. (Ed.). Coevolution. Sunderland: Sinauer, 1983. p. 207-
231.
GALILEO, M. H. M.; GASTAL, H. A. O.; GRAZIA, J. Levantamento populacional de
Pentatomidae (Hemiptera) em cultura de soja (Glycine max (L.) Merr.) no município de
Guaíba, Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Biologia, São Carlos, v. 37, p. 111-120,
1977.
GASSEN, D. N. Insetos associados à cultura do trigo no Brasil. Passo Fundo: Embrapa
Trigo, 1984. 39 p. (Boletim Técnico, 3).
GATEHOUSE, J. A.; GATEHOUSE, A. M. R. Genetic engineering of plants for insect
resistance. In: RECHCIGL, J. E.; RECHCIGL, N. A. (Ed.). Biological and
biotechnological control of insect pests. Boca Raton: Lewis, 2000. p. 211-241.
GERSHENZON, J.; CROTEAU, R. Terpenoids. In: ROSENTHAL, G. A.; BERENBAUM, M.
R. (Ed.). Herbivores: Their interactions with secondary plant metabolites. San Diego:
Academic, 1991. p. 165-219.
GILMAN, D. F.; MCPHERSON, R. M.; NEWSOM, L. D.; HERZOG, D. C.; JENSEN, R. L.;
WILLIAMS, C. L. Resistance in soybeans to the southern green stink bug. Crop Science,
Madison, v. 22, p. 573-576, 1982.
GÓMEZ, D. R. S.; TAKACHI, C. Y.; MOSCARDI, F. Determinação de sinergismo e
susceptibilidade diferencial de Nezara viridula (L.) e Euschistus heros (F.) (Hemiptera:
Pentatomidae) a inseticidas em mistura com cloreto de sódio. Anais da Sociedade
Entomológica do Brasil, Londrina, v. 22, p. 569-576, 1993.
HOKKANEN, H. M. T. Trap cropping in pest management. Annual Review of Entomology,
Palo Alto, v. 36, p. 119-138, 1991.
HORN, D. J. Ecological aspects of pest management. In: PIMENTEL, D. (Ed.).
Encyclopedia of pest management. New York: Marcel Dekker, 2002. p. 211-213.
ISMAN, M. B. Botanical insecticides, deterrents, and repellents in modern agriculture and
an increasingly regulated world. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 51, p. 45-66,
2006.
JACKAI, L. E. N. Using trap plants in the control of insect pests of tropical legumes. In:
INTERNATIONAL WORKSHOP IN INTEGRATED PEST CONTROL OF GRAIN LEGUMES,
1983, Goiânia. Proceedings… Brasília, DF: Embrapa-DDT, 1984. p. 101-112.
JAMES, C. A. Global review of commercialized transgenic crops, 2001. Ithaca:
International Service for the Acquisition of Agri-biotech Applications, 2001. (ISAAA Briefs
Number, 24).
JANZEN, D. H. When is it coevolution? Evolution, Lancaster, v. 84, p. 611-612, 1980.
JERMY, T. Evolution of insect/host plant relationships. The American Naturalist, Chicago,
v. 124, p. 609-630, 1984.
JOLIVET, P. Interrelationship between insects and plants. Boca Raton: CRC, 1998. 309
p.
JONES JUNIOR, W. A. The distribution and ecology of pentatomid pests of soybeans
in South Carolina. 1979. 114 f. Thesis (Ph.D.) - Clemson University, Clemson, SC.
JONES JUNIOR, W. A.; SULLIVAN, M. J. Overwintering habitats, spring emergence
patterns, and winter mortality of some South Carolina Hemiptera. Environmental
Entomology, Lanham, v. 10, p. 409-414, 1981.
JONES JUNIOR, W. A.; SULLIVAN, M. J. Role of host plants in population dynamics of
stink bug pests of soybean in South Carolina Hemiptera. Environmental Entomology,
Lanham, v. 11, p. 867-875, 1982.
JONES JUNIOR, W. A.; SULLIVAN, M. J. Soybean resistance to the southern green stink
bug, Nezara viridula. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 72, p. 628-632, 1979.
JONES JUNIOR, W. A.; SULLIVAN, M. J. Susceptibility of certain soybean cultivars to
damage by stink bugs. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 71, p. 534-536,
1978.
KARBAN, R.; BALDWIN, I. T. Induced responses to herbivory. Chicago: University of
Chicago, 1997.
KESTER, K. M.; SMITH, C. M.; GILMAN, D. F. Mechanisms of resistance in soybean
[Glycine max (L.) Merrill] genotype PI 171444 to the southern green stink bug Nezara
viridula (L.). Environmental Entomology, Lanham, v. 13, p. 1208-1215, 1984.
KIRITANI, K.; HOKYO, N.; KIMURA, K.; NAKASUJI, F. Imaginal dispersal of the southern
green stink bug, Nezara viridula L., in relation to feeding and oviposition. Japanese Journal
of Applied Entomology and Zoology, Tokyo, v. 9, p. 291-297, 1965.
KOBAYASHI, T.; COSENZA, G. W. Integrated control of soybean stink bugs in the
Cerrados. Japan Agricultural Research Quarterly, Tokyo, v. 20, p. 229-236, 1987.
KOGAN, M. Ecological theory and integrated pest management practice. New York: J.
Wiley, 1986a. 362 p.
KOGAN, M. Plant defense strategies and host-plant resistance. In: KOGAN, M. (Ed.).
Ecological theory and integrated pest management practice. New York: J. Wiley,
1986b. p. 83-134.
KOGAN, M.; JEPSON, P. Perspectives in ecological theory and integrated pest
management. Oxford: Cambridge University, 2007. 588 p.
KOGAN, M.; TURNIPSEED, S. G. Ecology and management of soybean arthropods.
Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 32, p. 507-538, 1987.
KOUL, O. Insect antifeedants. Boca Raton: CRC, 2006. 1024 p.
LINK, D.; ESTEFANEL, V.; SANTOS, O. S. Danos causados por percevejos fitófagos em
grãos de soja. Revista do Centro de Ciências Rurais, Santa Maria, v. 1, p. 9-13, 1971.
LINK, D.; ESTEFANEL, V.; SANTOS, O. S.; MEZZOMO, M. C.; ABREU, L. E. V. Influência
do ataque de pentatomídeos nas características agronômicas do grão de soja, Glycine max
(L.) Mer. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Itabuna, v. 2, p. 59-65, 1973.
LIS, J. A.; BECKER, M.; SCHAEFER, C. W. Burrower bugs (Cydnidae). In: SCHAEFER, C.
W.; PANIZZI, A. R. (Ed.). Heteroptera of economic importance. Boca Raton: CRC, 2000.
p. 405-419.
LOPES, O. J.; LINK, D.; BASSO, I. V. Pentatomídeos de Santa Maria: lista preliminar de
plantas hospedeiras. Revista do Centro de Ciências Rurais, Santa Maria, v. 4, p. 317-
322, 1974.
LOURENÇÃO, A. L.; BRAGA, N. R.; MIRANDA, M. A. C.; RECO, P. C.; FUGI, C. G. Q.;
PEREIRA, J. C. V. N. A. Avaliação de danos de insetos e de severidade de oídio em
genótipos de soja. Bragantia, Campinas, v. 64, p. 423-433, 2005.
LOURENÇÃO, A. L.; BRAGA, N. R.; MIRANDA, M. A. C.; VALLE, G. E.; PEREIRA, J. C. V.
N. A.; RECO, P. C. Avaliação de danos de percevejos e de desfolhadores em genótipos de
soja de ciclos precoce, semiprecoce e médio. Neotropical Entomology, Londrina, v. 31, p.
623-630, 2002.
LOURENÇÃO, A. L.; MIRANDA, M. A. C.; PEREIRA, J. C. V. N. A.; AMBROSANO, G. M.
B. Resistência de soja a insetos X: comportamento de cultivares e linhagens em relação a
percevejos e desfolhadores. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Londrina, v.
26, p. 543-550, 1997.
LOURENÇÃO, A. L.; PEREIRA, J. C. V. N. A.; MIRANDA, M. A. C.; AMBROSANO, G. M.
B. Danos de percevejos e de lagartas em cultivares e linhagens de soja de ciclos médio e
semi-tardio. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Londrina, v. 128, p. 157-167,
1999.
LOURENÇÃO, A. L.; PEREIRA, J. C. V. N. A.; MIRANDA, M. A. C.; AMBROSANO, G. M.
B. Avaliação de danos causados por percevejos e por lagartas em genótipos de soja de
ciclos precoce e semiprecoce. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 35, p.
879-886, 2000.
LUDWIG, S. W.; KOK, L. T. Evaluation of trap crops to manage harlequin bugs, Murgantia
histrionica (Hahn) (Hemiptera: Pentatomidae) on broccoli. Crop Protection, Guildford, v.
17, p. 123-128, 1998.
MAIA, N. G. Ocorrência do percevejo da soja: Nezara viridula (L.) em espigas de trigo no
Rio Grande do Sul. Agronomia Sulriograndense, Porto Alegre, v. 9, p. 241-243, 1973.
MCPHERSON, R. M. Population dynamics and damage evaluations of four stink bug
species of three genera affecting quality and yield of soybean in Louisiana, 1978. 112
f. Dissertation (Ph. D.) - Louisiana State University, Baton Rouge.
MCPHERSON, R. M.; NEWSOM, L. D. Trap crops for control of stink bugs in soybean.
Journal of the Georgia Entomological Society, Athens, v. 19, p. 470-480, 1984.
MINER, F. D. Biology and control of stink bugs on soybeans. Agricultural Experiment
Station Bulletin, Fayetteville, v. 708, p. 1-40, 1966.
MITCHELL, P. L.; THIELEN, J. B.; STELL, F. M.; FESCEMYER, H. W. Activity of Melia
volkensii (Meliaceae) extract against southern green stink bug (Hemiptera: Heteroptera:
Pentatomidae). Journal of Agricultural and Urban Entomology, South Carolina, v. 21, p.
131-141, 2004.
MOELLER, B. L.; SEIGLER, D. S. Biosynthesis of cyanogenic glycosides, cyanolipids, and
related compounds. In: SINGH, B. J. (Ed.). Plant amino acids. New York: Marcel Dekker,
1999. p. 563-609.
NAITO, A. Insec pest control through use of trap crops. Agrochemicals Japan, Tokyo, v.
68, p. 9-11, 1996.
NEGRON, J. F.; RILEY, T. J. Southern green stink bug, Nezara viridula (Heteroptera:
Pentatomidae) feeding on corn. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 80, p. 666-
669, 1987.
NEWSOM, L. D.; HERZOG, D. C. Trap crops for control of soybean pests. Louisiana
Agriculture, Louisiana, v. 20, p. 14-15, 1977.
NIVA, C. C.; PANIZZI, A. R. Efeitos do cloreto de sódio no comportamento de Nezara
viridula (L.) (Heteroptera: Pentatomidae) em vagem de soja. Anais da Sociedade
Entomológica do Brasil, Londrina, v. 25, p. 251-257, 1996.
NORRIS, R. F.; CASWELL-CHEN, E. P.; KOGAN, M. Concepts in integrated pest
management. Upper Sadle River: Prentice Hall, 2003. 586 p.
OWINO, P.O. Antagonistic plants. In: PIMENTEL, D. (Ed.). Encyclopedia of pest
management. New York: Marcel Dekker, 2002. p. 21-23.
PAINTER, R. H. Insect resistance in crop plants. London: University of Kansas, 1951.
520 p.
PANIZZI, A. R. Suboptimal nutrition and feeding behavior of hemipterans on less preferred
plant food sources. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Londrina, v. 29, p. 1-12,
2000.
PANIZZI, A. R. Uso de cultivar armadilha no controle de percevejos em soja. Trigo e Soja,
Porto Alegre, v. 47, p. 11-14, 1980.
PANIZZI, A. R. Wild hosts of pentatomids: ecological significance and role in their pest
status on crops. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 42, p. 99-122, 1997.
PANIZZI, A. R.; CHOCOROSQUI, V. R. Pragas: elas vieram com tudo. Cultivar, Pelotas, v.
11, p. 8-10, 1999. (Boletim Técnico, 1).
PANIZZI, A. R.; CORRÊA-FERREIRA, B. S. Dynamics in the insect fauna adaptation to
soybean in the tropics. Trends in Entomology, Trivandrum, v. 1, p. 71-88, 1997.
PANIZZI, A. R.; HIROSE, E. Seasonal body weight, lipid content, and impact of starvation
and water stress on adult survivorship and longevity of Nezara viridula and Euschistus
heros. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 76, p. 247-253, 1995.
PANIZZI, A. R.; MCPHERSON, J. E.; JAMES, D. G.; JAVAHERY, M.; MCPHERSON, R. M.
Economic importance of stink bugs (Pentatomidae). In: SCHAEFER, C. W.; PANIZZI, A. R.
(Ed.). Heteroptera of economic importance. Boca Raton: CRC, 2000. p. 421-474.
PANIZZI, A. R.; NIVA, C. C. Overwintering strategy of the brown stink bug in northern
Paraná. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 29, p. 509-511, 1994.
PANIZZI, A. R.; OLIVEIRA, E. D. M. Seasonal occurrence of tachinid parasitism on stink
bugs with different overwintering strategies. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil,
Londrina, v. 28, p. 169-172, 1999.
PANIZZI, A. R.; OLIVEIRA, N. Atração do cloreto de sódio (sal de cozinha) aos percevejos-
pragas da soja. In: EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Soja. Resultados de
pesquisa de soja 1989/90. Londrina, 1993. p. 71-76. (EMBRAPA-CNPSo. Documentos,
58).
PANIZZI, A. R.; PARRA, J. R. P. A ecologia nutricional e o manejo integrado de pragas. In:
PANIZZI, A. R.; PARRA, J. R. P. (Ed.). Ecologia nutricional de insetos e suas
implicações no manejo de pragas. São Paulo: Manole, 1991. p. 313-336.
PANIZZI, A. R.; ROSSI, C. E. The role of Acanthospermum hispidum in the phenology of
Euschistus heros and of Nezara viridula. Entomologia Experimentalis et Applicata,
Dordrecht, v. 59, p. 67-74, 1991.
PANIZZI, A. R.; VIVAN, L. M. Seasonal abundance of the Neotropical brown stink bug,
Euschistus heros in overwintering sites and the breaking of dormancy. Entomologia
Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 82, p. 213-217, 1997.
PANIZZI, M. C. C.; BAYS, I. A.; KIIHL, R. A. S.; PORTO, M. P. Identificação de genótipos
fontes de resistência a percevejos-pragas da soja. Pesquisa Agropecuária Brasileira,
Brasília, DF, v. 16, p. 33-37, 1981.
PEDIGO, L. P. (Ed.). Entomology and pest management. 4th ed. Upper Saddle River:
Prentice Hall, 2002. 742 p.
PIMENTEL, D. (Ed.). Handbook of pest management in agriculture. Boca Raton: CRC,
1981. 2 v.
PIMENTEL, D. Encyclopedia of pest management. New York: Marcel Dekker, 2002. 929
p.
PINTO, S. B.; PANIZZI, A. R. Performance of nymphal and adult Euschistus heros (F.) on
milkweed and on soybean and effect of food switch on adult survivorship, reproduction and
weight gain. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Londrina, v. 23, p. 549-555,
1994.
RAGSDALE, D. W.; LARSON, A. D.; NEWSOM, L. D. Quantitative assessment of the
predators of Nezara viridula eggs and nymphs within a soybean agroecosystem using an
ELISA. Environmental Entomology, Lanham, v. 10, p. 402-405, 1981.
RECHCIGL, J. E.; RECHCIGL, N. A. (Ed.). Insect pest management: Techniques for
environmental protection. Boca Raton: Lewis, 2000. 392 p.
ROSSETTO, C. J. Breeding for resistance to stink bugs. In: PASCALE, A. J. (Ed.).
Proceedings of the world soybean research conference IV. Buenos Aires: Impresiones
Amawald S.A., 1989. v. 4, p. 2046-2060.
SCHAEFER, C. W.; PANIZZI, A. R. Heteroptera of economic importance. Boca Raton:
CRC, 2000. 856 p.
SEDLACEK, J. D.; TOWNSEND, L. H. Impact of Euschistus servus and E. variolarius
(Heteroptera: Pentatomidae) feeding on early growth stages of corn. Journal of Economic
Entomology, Lanham, v. 81, p. 840-844, 1988.
SEIGLER, D. S. Toxins in plants. In: PIMENTEL, D. (Ed.). Encyclopedia of pest
management. New York: Marcel Dekker, 2002. p. 840-842.
SEYMOUR, J.; BOWMAN, G.; CROUCH, M. Effects of neem seed extract on feeding
frequency of Nezara viridula L. (Hemiptera: Pentatomidae) on pecan nuts. Journal of the
Australian Entomological Society, Canberra, v. 34, p. 221-223, 1995.
SHELTON, A. M.; ZHAO, J. Z.; ROUSH, R. T. Economic, ecological, food safety, and social
consequences of the deployment of Bt transgenic plants. Annual Review of Entomology,
Palo Alto, v. 47, p. 845-881, 2002.
SILVA, A. G. A.; GONÇALVES, C. R.; GALVÃO, D. M.; GONÇALVES, A. J. L.; GOMES, J.;
SILVA, M. N.; SIMONI, L. Quarto catálogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasil:
seus parasitas e predadores. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura, 1968. v. 1, pt. 2, 622
p.
SINGH, Z. Bionomics of the southern green stink bug, Nezara viridula (Linn.)
(Hemiptera: Pentatomidae) in Central India. 1972. 136 p. Thesis (Ph. D.) - Univ. Illinois,
Urbana-Champaign.
SLANSKY JUNIOR, F. Insect nutritional ecology as a basis for studying host plant
resistance. The Florida Entomologist, Lutz, v. 73, p. 359-378, 1990.
SLANSKY JUNIOR, F.; RODRIGUEZ, J. G. Nutritional ecology of insects, mites, spiders,
and related invertebrates. In: SLANSKY JUNIOR, F.; RODRIGUEZ, J. G. (Ed.). Nutritional
ecology of insects, mites, spiders and related invertebrates. New York: J. Wiley, 1987a.
p. 1-69.
SLANSKY JUNIOR, F.; RODRIGUEZ, J. G. Nutritional ecology of insects, mites,
spiders and related invertebrates. New York: J. Wiley, 1987b. 1016 p.
SOSA-GÓMEZ, D. R.; TAKACHI, C. Y.; MOSCARDI, F. Determinação de sinergismo e
suscetibilidade diferencial de Nezara viridula (L.) e Euschistus heros (F.) (Hemiptera:
Pentatomidae) a inseticidas em mistura com cloreto de sódio. Anais da Sociedade
Entomológica do Brasil, Londrina, v. 22, p. 569-576, 1993.
SOUTHWOOD, T. R. E.; WAY, M. J. Ecological background to pest management. In: RABB,
R. L.; GUTHRIE, F. E. (Ed.). Concepts of pest management. Raleigh: North Carolina
State University, 1970. p. 6-29.
STRONG, D. R.; LAWTON, J. H.; SOUTHWOOD, T. R. E. Insects on plants: Community
patterns and mechanisms. Cambridge: Harvard University, 1984. 313 p.
TODD, J. W.; HERZOG, D. C. Sampling phytophagous pentatomidae on soybean. In:
KOGAN, M.; HERZOG, D. C. (Ed.). Sampling methods in soybean entomology. New
York: Springer-Verlag, 1980. p. 438-478.
TURNIPSEED, S. G.; SULLIVAN, M. J. Plant resistance in soybean insect management. In:
HILL, L. D. (Ed.). Proceedings of the world soybean research conference I. Urbana-
Champaign: Interstate, 1975. v. 1, p. 549-560.
VAN EMDEN, H. F. The role of uncultivated land in the biology of crop pests and beneficial
insects. Scientia Horticulturae, Amsterdam, v. 17, p. 121-126, 1965.
VANDERMEER, J. The ecological basis of alternative agriculture. Annual Review of
Ecology and Systematic, Palo Alto, v. 26, p. 201-224, 1995.
VELASCO, L. R. I.; WALTER, G. H.; HARRIS, V. E. Voltinism and host plant use by Nezara
viridula (L.) (Hemiptera: Pentatomidae) in Southeastern Queensland. Journal of the
Australian Entomological Society, Brisbane, v. 34, p. 193-203, 1995.
VIATOR, H. P.; PANTOJA, A.; SMITH, C. M. Damage to wheat seed quality and yield by the
rice stink bug and southern green stink bug (Hemiptera: Pentatomidae). Journal of
Economic Entomology, Lanham, v. 76, p. 1410-1413, 1983.
WATSON, J. R. Crotalaria as a trap crop for pumpkin bugs in citrus groves. Florida
Growing, Tampa, v. 29, p. 6-7, 1924.
Lista de nomes de insetos
A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M|N|O|P|R|S|T|U|V
|W|X|Z
A
A. aphidimyza ver Aphidoletes aphidimyza
A. argillacea ver Alabama argillacea
A. bipunctata ver Adalia bipunctata
A. bistrigata ver Anastrepha bistrigata
A. bolboceridus ver Aegopsis bolboceridus
A. calandrae ver Anisopteromalus calandrae
A. caryoboriformis ver Amblycerus caryoboriformis
A. cerana ver Apis cerana
A. confusus ver Anthocoris confusus
A. decempunctata ver Adalia decempunctata
A. fabae ver Aphis fabae
A. fabriciella ver Atteva fabriciella
A. fraterculus ver Anastrepha fraterculus
A. gossypii ver Aphis gossypii
A. grandis ver Alcaeorrhynchus grandis
A. grandis ver Anthonomus grandis
A. hoffmanseggi ver Amblycerus hoffmanseggi
A. kuehniella ver Anagasta kuehniella
A. ludens ver Anastrepha ludens
A. macropthalmus ver Acanthoscelides macropthalmus
A. mellifera ver Apis mellifera
A. mellifera ver Apis mellifera scutellata
A. monuste ver Ascia monuste
A. nemoralis ver Anthocoris nemoralis
A. nemorum ver Anthocoris nemorum
A. obliqua ver Anastrepha obliqua
A. obtectus ver Acanthoscelides obtectus
A. orthogonia ver Agrotis orthogonia
A. pisum ver Acyrthosiphon pisum
A. prosopis ver Algarobius prosopis
A. serpentina ver Anastrepha serpentina
A. striata ver Anastrepha striata
A. submaculatus ver Amblycerus submaculatus
A. suspensa ver Anastrepha suspensa
A. tripterus ver Antiteuchus tripterus limbativentris
A. variegata ver Adonia variegata
Abelha Jandaíra ver Melipona subnitida
Abelha tiúba ver Melipona fasciculata
Abelha urucu-amarela ver Melipona rufiventris
Abelha-jataí ver Tetragonisca angustula
Abelha-uruçu ver Melipona scutellaris
Acanthoscelides akanthodes
Acanthoscelides alboscutelatus
Acanthoscelides aureolus
Acanthoscelides chiricahuae
Acanthoscelides compressicornis
Acanthoscelides fraterculus
Acanthoscelides hopkinsi
Acanthoscelides macropthalmus
Acanthoscelides obsoletus ver Acanthoscelides obtectus
Acanthoscelides obtectus
Acheta domesticus
Acromyrmex echinatior
Acromyrmex insinuator
Acromyrmex lundii
Acromyrmex rugosus
Acropyga fuhrmanni
Acrosternum hilare
Actebia fennica
Acyrthosiphon pisum
Adalia bipunctata
Adonia variegata
Ae. aegypti ver Aedes aegypti
Ae. albopictus ver Aedes albopictus
Aedes aegypti
Aedes albopictus
Aedes scapularis
Aegopsis bolboceridus
Afídeo-da-alfafa ver Therioaphis maculata
Ageniaspis citricola
Agria housei
Agrotis ipsilon
Agrotis orthogonia
Agrotis subterranea
Ahasverus advena
Alabama argillacea
Alcaeorrhynchus grandis
Algarobius prosopis
Allomerus decemarticulatus
Althaeus hibisci
Amblycerus díspar
Amblycerus hoffmanseggi
Amblycerus robiniae
Amblycerus submaculatus
Amblyopone pallipes
Amblyopone pluto
Amblyopone silvestrii
Anabrus simplex
Anagasta kuehniella
Anaphes iole
Anastrepha bistrigata
Anastrepha fraterculus
Anastrepha ludens
Anastrepha obliqua
Anastrepha serpentina
Anastrepha striata
Anastrepha suspensa
Anatis ocellata
Anisochrysa prasina
Anisopteromalus calandrae
Ankylopteryx exquisita
Anopheles cruzii
Anopheles gambiae
Anopheles punctulatus
Antheraea pernyi
Anthochoris scolymus
Anthocoris confusus
Anthocoris nemoralis
Anthocoris nemorum
Anthonomus grandis
Anticarsia gemmatalis
Antiteuchus mixtus
Antiteuchus tripterus limbativentris
Aonidiella aurantii
Aphelinus abdominalis
Aphidius colemani
Aphidius ervi
Aphidoletes aphidimyza
Aphis fabae
Aphis gossypii
Aphis nerii
Aphis pomi
Aphis rumicis
Aphitis melinus
Aphytis chilensis
Apis mellifera
Apis mellifera scutellata
Apoica pallens
Aradus cinnamomeus
Argyrotaenia sphaleropa
Argyrotaenia velutinana
Arilus carinatus
Ascia monuste
Aspidiotus nerii
Atherigona varia soccata
Atta texana
Atteva fabriciella
Aulacorthum solani
B
B. atrolineatus ver Bruchidius atrolineatus
B. brassicae ver Brevicoryne brassicae
B. dorsalis ver Bruchidius dorsalis
B. germanica ver Blatella germanica
B. hebetor ver Bracon hebetor
B. hypocrita ver Bombus hypocrita
B. mori ver Bombyx mori
B. oleae ver Bactrocera oleae
B. pisorum ver Bruchus pisorum
B. sahlbergi ver Bruchidius sahlbergi
B. tabidus ver Brontocoris tabidus
B. terricola ver Bombus terricola
B. tryoni ver Bractocera tryoni
Baccharopelma dracunculioliae
Baciseros procerum
Bactrocera neohumeralis
Bactrocera cucurbitae
Bactrocera oleae
Baizongia pistacea
Barata doméstica ver Periplaneta americana
Barata-de-madeira ver Panesthia cribrata
Basiceros biroi
Basiceros heliscatum
Basiceros manni
Bathycoelia thalassina
Battus philenor
Bemisia tabaci
Berchmansus elegans
Besourinho-da-farinha ver Tribolium castaneum
Besourinho-do-fumo ver Lasioderma serricorne
Besourinho-dos-cereais ver Rhyzopertha dominica
Besourinho-dos-grãos ver Rhyzopertha dominica
Besouro-da-ambrósia
Besouro-da-farinha ver Tribolium castaneum
Besouro-de-ambrósia 613
Besouro-do-esterco ver Rola-bostas
Besouro-japonês ver Popilia japonica
Bicho-bolo ver Coró
Bicho-da-seda ver Bombyx mori
Bicho-de-pé ver Tunga penetrans
Bicho-furão-dos-citros ver Gymnandrosoma aurantianum
Bicho-mineiro-do-cafeeiro ver Leucoptera coffeella
Bicudo-do-algodoeiro ver Anthonomus grandis
Blatella germanica
Boarmia (Ascotis) selenaria
Bombus (Fervidobombus) atratus
Bombus diversus
Bombus hypnorum
Bombus hypocrita
Bombus ignitus
Bombus perplexus
Bombus rufocinctus
Bombus ternarius
Bombus terrestris
Bombus terricola
Bombyx mori
Bonagota cranaodes
Borboleta-monarca ver Dannaus plexippus
Bracon hebetor
Bractocera tryoni
Brevicoryne brassicae
Broca-da-cana-de-açúcar ver Diatraea saccharalis
Brontocoris tabidus
Bruchidius atrolineatus
Bruchidius dorsalis
Bruchidius sahlbergi
Bruchidius strangulates
Bruchidius uberatus
Bruchidius villosus
Bruchus pisorum
Bruchus rufimanus
C
C. albiceps ver Chrysomyia albiceps
C. analis ver Callosobruchus analis
C. atlantica ver Cinara atlantica
C. brasilienis ver Caryedes brasilienses
C. capitata ver Ceratitis capitata
C. carnea ver Chrysoperla carnea
C. cautella ver Cadra cautella
C. cephalonica ver Corcyra cephalonica
C. chinensis ver Callosobruchus chinensis
C. clitelae ver Collabismus clitelae
C. comanche ver Chrysoperla comanche
C. cosyra ver Ceratitis cosyra
C. externa ver Chrysoperla externa
C. fasciventris ver Ceratitis fasciventris
C. ferrugineus ver Cryptolestes ferrugineus
C. flavipes ver Cotesia flavipes
C. lacinia ver Chlosyne lacinia
C. lectularius ver Cimex lectularius
C. maculata ver Coleomegilla maculata
C. maculatus ver Callosobruchus maculatus
C. pinivora ver Cinara pinivora
C. plorabunda ver Chrysoperla plorabunda
C. quinquefasciatus ver Culex quinquefasciatus
C. rufilabris ver Chrysoperla rufilabris
C. sanguinea ver Cycloneda sanguinea
C. septempunctata ver Coccinella septempunctata
C. serratus palaestinicus ver Caryedon serratus
C. suppressalis ver Chilo suppressalis
C. waterstoni ver Cephalonomia waterstoni
Cadra cautella
Caliothrips phaseoli
Calliphora erythrocephala
Calliphora vomitória
Callosobruchus analis
Callosobruchus chinensis
Callosobruchus maculatus
Callosobruchus subinnotatus
Calocalpe undulata
Calocoris angustatus
Camponotus lespesii
Camponotus rufipes
Canton angustatus
Canton cyanellus
Cardiochiles nigriceps
Caruncho-do-feijão ver Acanthoscelides obtectus
Caryedes brasilienses
Caryedon albonotatum
Caryedon fasiatum
Caryedon gonagra
Caryedon interstinctus
Caryedon palaestinicus
Caryedon serratus
Cascudo-preto ver Euetheola humilis
Cavalerius saccharivorus
Cd. lineafrons ver Chrysopodes lineafrons
Ce. cubana ver Ceraeochrysa cubana
Cephalonomia tarsalis
Cephalonomia waterstoni
Cephalotes atratus
Ceraeochrysa cincta
Ceraeochrysa cubana
Cerapachys augustae
Ceratitis capitata
Ceratitis cosyra
Ceratitis fasciventris
Cerconota anonella
Ceutorhynchus assimilis
Ch. formosa ver Chrysopa formosa
Ch. nigricornis ver Chrysopa nigricornis
Ch. oculata ver Chrysopa oculata
Ch. pallens ver Chrysopa pallens
Ch. perla ver Chrysopa perla
Ch. quadripunctata ver Chrysopa quadripunctata
Ch. slossonae ver Chrysopa slossonae
Chaetopsila elegans
Charidryas harrissi
Chilo partellus
Chilo suppressalis
Chilocorus kuwanae
Chlosyne lacinia
Chryseida bennetti
Chrysolina quadrigemina
Chrysomela knaki
Chrysomphalus aonidum
Chrysomyia albiceps, ver também Mosca varejeira
Chrysopa formosa
Chrysopa nigricornis
Chrysopa oculata
Chrysopa pallens
Chrysopa perla
Chrysopa phyllocroma
Chrysopa quadripunctata
Chrysopa slossonae
Chrysopa walkeri
Chrysoperla carnea
Chrysoperla comanche
Chrysoperla externa
Chrysoperla nipponensis
Chrysoperla plorabunda
Chrysoperla rufilabris
Chrysoperla zastrowi
Chrysopodes divisa
Chrysopodes lineafrons
Chrysopodes pulchella
Chrysopophthorus chrysopimaginis
Chrysops celatus
Cimex lectularius
Cinara atlantica
Cinara pinivora
Cisseps fulvicollis
Clavigralla tomentosicollis
Cletus punctiger
Coccidophilus citricola
Coccinella septempunctata
Coccinella septempunctata brucki
Coccinella transversoguttata
Coccinella undecimpunctata
Cochliomyia hominivorax
Cochonilha-da-oliveira ver Parlatoria oleae
Cochonilha-da-palma-forrageira
Cochonilha-da-raiz-do-cafeeiro ver Dysmicoccus cryptus
Coleomegilla maculata
Coleomegilla quadrifasciata
Collabismus clitelae
Conicobruchus strangulatus
Conotrachelus fissinguis
Coranus subapterus
Corcyra cephalonica
Coreídeo-asiático-do-bambu ver Notobitus meleagris
Corimelaena extensa
Coró
Coró-da-palha
Coró-das-hortaliças ver Aegopsis bolboceridus
Coró-da-soja ver Phyllophaga cuyabana
Coró-das-pastagens ver Diloboderus abderus
Coró-do-arroz ver Euetheola humilis
Coró-do-trigo ver Phyllophaga triticophaga
Coró-pequeno ver Cyclocephala flavipennis
Cotesia congregata
Cotesia congregatus
Cotesia flavipes
Cotesia kariyai
Cotesia marginiventris
Cryptoblabes gnidiella
Cryptocercus punctulatus
Cryptolaemus mountrouzieri
Cryptolestes ferrugineus
Cryptolestes pusillus
Cryptomyzus ribis
Crytochaetum iceryae
Ctenocephalides felis felis
Ctenocolum podagricus
Culex pipiens
Culex pipiens molestus
Culex quinquefasciatus
Culicoides molestus
Curuquerê-da-couve ver Ascia monuste
Curuquerê-dos-capinzais ver Mocis latipes
Cyclocephala flavipennis
Cycloneda sanguinea
Cydia molesta
Cydia pomonella
Cylindromyrmex striatus
Cylindromyrmex whymperi
Cynaeus angustus
D
D. abderus ver Diloboderus abderus
D. errans ver Dicyphus errans
D. hominis ver Dermatobia hominis
D. maurus ver Dysdercus maurus
D. melacanthus ver Dichelops melacanthus
D. melanogaster ver Drosophila melanogaster
D. noxia ver Diuraphis noxia
D. saccharalis ver Diatraea saccharalis
D. tamaninii ver Dicyphus tamaninii
Daceton armigerum
Dactylurina staudingeri
Daktulosphaira vitifoliae ver Viteus vitifoliae
Dannaus gilippus ssp. berenice
Dannaus plexippus
Delphastus pusillus
Demodema brevitarsis
Dendroctonus frontalis
Dendroctonus micans
Dendroctonus monticolae
Dentroctonus frontalis
Deois flavopicta
Depressaria pastinacella
Deraeocoris lutescens
Deraeocoris ruber
Dermatobia hominis, ver também Mosca varejeira
Dermestes maculatus
Diabrotica longicornis
Diabrotica speciosa
Diabrotica virgifera virgifera
Diachasmimorpha longicaudata
Diactor bilineatus
Diaeretiella rapae
Dialeurodes citrifolii
Diaphorina citri
Diaspis echinocacti
Diatraea saccharalis
Dichelops furcatus
Dichelops melacanthus
Dicyphus errans
Dicyphus tamaninii
Diginthotophagus gazella
Diloboderus abderus
Dinarmus basalis
Dinarmus colemani
Dinarmus laticollis
Dinarmus vagabundus
Dinocampus coccinellae
Discothyrea oculata
Diuraphis noxia
Drepanosiphum acerinum
Drepanosiphum platanoides
Drosophila ampelophila
Drosophila melanogaster
Dysaphis devecta
Dyscinetus dubius
Dyscinetus gagates
Dysdercus bimaculatus
Dysdercus cingulatus
Dysdercus koenigii
Dysdercus maurus
Dysdercus peruvianus
Dysmicoccus brevipes
Dysmicoccus cryptus
E
E. borealis ver Epilachna borealis
E. heros ver Euschistus heros
E. humilis ver Euetheola humilis
E. nitens ver Eutrichopodopsis nitens
E. reinhardti ver Eupalea reinhardti
E. solidaginis ver Eurosta solidaginis
E. tiliae ver Eucallipterus tiliae
Eacles imperialis magnifica
Eciton burchelli
Ectatomma goninion
Ectatomma tuberculatum
Edessa meditabunda
Elasmolomus sordidus
Elasmopalpus lignosellus
Elasmucha grisea
Elasmucha putoni
Eldana saccharina
Emblemasoma auditrix
Encarsia formosa
Endipiza viteana
Eocanthecona furcellata
Ephestia elutella
Ephestia kuehniella ver Anagasta kuehniella
Epilachna borealis
Epilachna cacica
Epilachna paenulata
Epilachna spreta
Epilachna tredecimnotata
Epilachna varivestis
Epilachna vigintioctopunctata
Eretmocerus eremicus
Erinnyis ello
Erinnyis ello ello
Eriopis connexa
Eriosoma lanigerum
Eucallipterus salignus
Eucallipterus tiliae
Euetheola humilis
Eupalea reinhardti
Eupelmus cushmani
Eupelmus cyaniceps
Eupelmus orientalis
Eupelmus vuilleti
Euphaleurus ostreoides
Eurosta solidaginis
Eurytoma gigantea
Euschistus conspersus
Euschistus heros
Euschistus variolarius
Eutrichopodopsis nitens
Exochomus quadripustulatus
Exoplectra miniata
F
F. occidentalis ver Frankliniella occidentalis
Folsomia candida
Forcipomyia townsvillensis
Frankliniella occidentalis
Frieseomelitta varia
G
G. mellonella ver Galleria mellonella
G. pallens ver Geocoris pallens
G. punctipes ver Geocoris punctipes
Galleria mellonella
Geocoris atricolor
Geocoris pallens
Geocoris punctipes
Geocoris uliginosus
Gnamptogenys hartmani
Gnamptogenys striatula
Gnathocerus cornutus
Gorgulho-do-arroz ver Sitophilus oryzae
Gorgulho-do-milho ver Sitophilus zeamais
Grapholita molesta
Gymnandrosoma aurantianum
H
H. axydiris ver Harmonia axydiris
H. convergens ver Hippodamia convergens
H. elegans ver Hypochrysa elegans
H. missouriensis ver Horismenus missouriensis
H. virescens ver Heliothis virescens
H. zea ver Helicoverpa zea
Haemagogus janthinomys
Haemagogus leucocelaenus
Haematobia irritans
Hapithus agitator
Harmonia axydiris
Helicoverpa armigera
Helicoverpa zea
Heliothis armigera
Heliothis punctigera
Heliothis subflexa
Heliothis virescens
Heliozela staneella
Heterocampa obliqua
Heteroponera dentinodis
Heteroponera dolo
Heterospilus prosopidis
Hierodula membranacea
Hippodamia convergens
Hippodamia tredecimpuncta
Hofmannophila pseudospretella
Homalodisca coagulata
Horismenus missouriensis
Hyalophora cecropia
Hyalopterus pruni
Hyperaspis delicata
Hyperaspis vinciguerrae
Hypochrysa elegans
Hyposoter exiguae
Hypothenemus hampei
Hyssopus pallidus
I
Icerya purchasi
Illinoia liriodendri
Itoplectis conquisitor
J
J. choprai ver Jadera choprai
J. haematoloma ver Jadera haematoloma
Jadera choprai
Jadera haematoloma
K
Keiferia lycopersicella
Kytorhinus sharpianus
L
L. decemlineata ver Leptinotarsa decemlineata
L. deducta ver Loxa deducta
L. fuscus ver Liogenys fuscus
L. hesperus ver Lygus hesperus
L. intermedia ver Lutzomia intermedia
L. kalmii ver Lygaeus kalmii
L. longipalpis ver Lutzomyia longipalpis
L. oleracea ver Lacanobia oleracea
L. serricorne ver Lasioderma serricorne
L. suturalis ver Liogenys suturalis
Lacanobia oleracea
Lachnomyrmex plaumanni
Lagarta-da-maça-do-algodoeiro ver Heliothis virescens
Lagarta-do-algodão
Lagarta-do-feijoeiro ver Omiodes indicatus
Lagarta-do-milho ver Heliothis armigera
Lagarta-minadora-de-folhas
Lagarta-rosada ver Pectinophora gossypiella
Lariophagus distinguendus
Lariophagus texanus
Lasiocampa quercus
Lasioderma serricorne
Lepidosaphes beckii
Lepitopilina heteroma
Leptinotarsa decemlineata
Leptoglossus clypealis
Leptoglossus zonatus
Lestes nympha
Leucochrysa varia
Leucoptera coffeella
Ligyrus ebenus
Limenitis archippus
Lindorus lophantae
Linepithema humile
Liogenys fuscus
Liogenys suturalis
Lipaphis erysimi
Liposcelis bostrichophila
Liriomyza trifolii
Lithophane querquera
Locusta migratória
Lonomia circumstans
Loxa deducta
Lucilia sericata
Lutzomyia fischeri
Lutzomyia intermedia
Lutzomyia longipalpis
Lutzomyia migonei
Lutzomyia pessoai
Lutzomyia spathotrichia
Lutzomyia umbratilis
Lygaeus equestris
Lygaeus kalmii
Lygus hesperus
Lymantria dispar
M
M. amicus ver Mimosestes amicus
M. baeri ver Megacerus baeri
M. beecheii ver Melipona beecheii
M. bicolor ver Melipona bicolor
M. caliginosus ver Macrolophus caliginosus
M. compressipes ver Melipona compressipes
M. crinita ver Melipona crinita
M. croceipes ver Microplitis croceipes
M. domestica ver Musca domestica
M. euphorbiae ver Macrosiphum euphorbiae
M. fasciata ver Melipona fasciata
M. fasciculata ver Melipona fasciculata
M. fryanus ver Migdolus fryanus
M. marginata ver Melipona marginata
M. persicae ver Myzus persicae
M. quadrifasciata ver Melipona quadrifasciata
M. quinquefasciata ver Melipona quinquefasciata
M. rufiventris ver Melipona rufiventris
M. scutellaris ver Melipona scutellaris
M. sexta ver Manduca sexta
M. subnitida ver Melipona subnitida
Macrolophus caliginosus
Macrosiphum aconitum
Macrosiphum euphorbiae
Mallada basalis
Mallada prasinus
Mandaçaia ver Melipona quadrifasciata
Mandaguaris, ver também Scaptotrigona bipunctata, Scaptotrigona
depilis, Scaptotrigona nigrohirta, Scaptotrigona pachysoma,
Scaptotrigona polysticta, Scaptotrigona postiça
Manduca quinquemaculata
Manduca sexta
Mantis religiosa
Maruca vitrata
Mechanitis isthmia
Megacerus baeri
Megacerus discoidus
Megacerus reticulatus
Megalotomus quinquespinosus
Megoura viciae
Melaphis rhois
Melipona asilvai
Melipona beecheii
Melipona bicolor
Melipona compressipes
Melipona crinita
Melipona fasciata
Melipona fasciculata
Melipona favosa
Melipona favosa favosa
Melipona fuscopilosa
Melipona mandacaia
Melipona marginata
Melipona quadrifasciata
Melipona rufiventris
Melipona scutellaris
Melipona seminigra
Melipona subnitida
Melipona trinitalis
Melittobia digitata
Melolontha melolontha
Merobruchus julianus
Metopolophium dirhodum
Microplitis croceipes
Migdolus fryanus
Mimosestes amicus
Mocis latipes
Montina confusa
Mosca tse-tsé
Mosca varejeira, ver também Chrysomyia albiceps, Dermatobia
hominis
Mosca-branca ver Bemisia tabaci
Mosca-da-fruta ver Drosophila melanogaster
Mosca-da-fruta-verdadeira
Mosca-de-serra
Mosca-do-arbusto ver Musca vetustissima
Mosca-do-berne ver Dermatobia hominis
Mosca-do-chifre ver Haematobia irritans
Mosca-doméstica ver Musca domestica
Mosca-dos-estábulos ver Stomoxys calcitrans
Mourella caerulea
Murgantia histrionica
Musca domestica
Musca vetustissima
Mycetosoritis hartmanni
Myrmica ruginodis
Myzus cerasi
Myzus nicotiana
Myzus ornatus
Myzus persicae
N
N. alternatus ver Nabis alternatus
N. circumflexus ver Neomyzus circumflexus
N. lugens ver Nilaparvata lugens
N. parvus ver Neomegalotomus parvus
N. pseudoferus ver Nabis pseudoferus
N. viridula ver Nezara viridula
Nabis alternatus
Nabis americaniformis
Nabis americoferus
Nabis ferus
Nabis pseudoferus
Nabis roseipennis
Nannotrigona testaceicornis
Nauphoeta cinerea
Neivamyrmex californicus
Neltumius arizonensis
Neocapritermes opacus
Neodiprion rugifrons
Neodiprion sertifer
Neodiprion swainei
Neomegalotomus parvus
Neomyzus circumflexus
Nezara viridula
Nilaparvata lugens
Nineta pallida
Nineta vittata
Nodita occidentalis
Notobitus meleagris
Novius cardinalis
Nysius groenlandicus
Nysius vinitor
Nyssomyia whitmani
O
O. fasciatus ver Oncopeltus fasciatus
O. insidiosus ver Orius insidiosus
O. laevigatus ver Orius laevigatus
O. majusculus ver Orius majusculus
O. mercator ver Oryzaephilus mercator
O. nubilalis ver Ostrinia nubilalis
O. perpunctatus ver Orius perpunctatus
O. surinamensis ver Oryzaephilus surinamensis
O. thyestes ver Orius thyestes
O. tristicolor ver Orius tristicolor
O. v-nigrum ver Olla v-nigrum
Odontomachus bauri
Olla v-nigrum
Omiodes indicatus
Omphalocera munroei
Oncopeltus fasciatus
Oomyzus gallerucae
Operophtera brumata
Oreina cacaliae
Orius insidiosus
Orius majusculus
Orius niger
Orius perpunctatus
Orius thyestes
Orius tristicolor
Orius vicinus
Oryzaephilus mercator
Oryzaephilus surinamensis
Ostrinia nubilalis
Oxyepoecus crassinodus
Oxyepoecus myops
Oxyepoecus plaumanni
Oxyepoecus punctifrons
Oxyepoecus rastratus
Oxyepoecus reticulatus
Oxyepoecus rosai
Oxytrigona mellicolor
Ozophora baranowskii
P
P. americana ver Periplaneta americana
P. boerneri ver Pineus boerneri
P. brassicae ver Pieris brassicae
P. citrella ver Phyllocnistis citrella
P. cuyabana ver Phyllophaga cuyabana
P. droryana ver Plebeia droryana
P. emerina ver Plebeia emerina
P. gossypiella ver Pectinophora gossypiella
P. gracilis ver Peyerimhoffina gracilis
P. guildinii ver Piezodorus guildinii
P. interpunctella ver Plodia interpunctella
P. japonica ver Popilia japonica
P. lineola ver Pygiopachymerus lineola
P. maculiventris ver Podisus maculiventris
P. megistus ver Panstrongylus megistus
P. melete ver Pieris melete
P. napi ver Pieris napi
P. nigrispinus ver Podisus nigrispinus
P. operculella ver Phthorimaea operculella
P. pugnax ver Plebeia pugnax
P. quatuordecimpunctata ver Propylea quatuordecimpunctata
P. rapae ver Pieris rapae
P. remota ver Plebeia remota
P. saiqui ver Plebeia saiqui
P. triticophaga ver Phyllophaga triticophaga
P. xylostella ver Plutella xylostella
Pachycondyla ferruginea
Pachycondyla marginata 334
Pachycondyla stigma 330
Paleacrita vernata
Palomena angulosa
Panesthia cribrata
Panstrongylus megistus
Papilio polyxenes
Paradasineura admirabilis
Paraponera clavata
Parastrachia japonensis
Paratrechina longicornis
Paratrigona subnuda
Parkiamyia paraensis
Parlatoria oleae
Paropsis atomaria
Partamona helleri
Pectinophora gossypiella
Pediculus humanus capitis
Pediculus humanus corporis
Pediculus humanus humanus
Pediobius foveolatus
Penthobruchus germaini
Percevejo-barriga-verde ver Dichelops melacanthus
Percevejo-castanho-da-raiz ver Scaptocoris castanea
Percevejo-do-arroz ver Tibraca limbativentris
Percevejo-formigão ver Neomegalotomus parvus
Percevejo-harlequim ver Murgantia histrionica
Percevejo-marrom ver Euschistus heros
Percevejo-marrom-neotropical ver Euschistus heros
Percevejo-verde ver Nezara viridula
Percevejo-verde-pequeno ver Piezodorus guildinii
Perillus bioculatus
Periplaneta americana
Periplaneta orientalis
Peyerimhoffina gracilis
Phalacrotophora berolinensis
Phalacrotophora fasciata
Pheidole melastomae
Pheidole rugulosa
Phidotricha erigens
Philosamia cynthia ricini
Phorodom humuli
Phthorimaea operculella
Phygadeuon trichops
Phyllocnistis citrella
Phyllomorpha laciniata
Phyllonorycter blancardella
Phyllophaga cuyabana
Phyllophaga triticophaga
Phyllotreta cruciferae
Phylloxera glabra
Phytalus sanctipauli
Pieris brassicae
Pieris melete
Pieris napi
Pieris rapae
Piezodorus guildinii
Piezosternum calidum
Pineus boerneri
Pintomyia fischeri
Piolho-do-corpo ver Pediculus humanus corporis
Piolho-do-corpo-humano ver Pediculus humanus humanus
Piolho-do-couro-cabeludo ver Pediculus humanus capitis
Pitinus tectus
Plagiodera versicolora
Platynota rostrana
Plautia stali
Plebeia droryana
Plebeia emerina
Plebeia lucii
Plebeia pugnax
Plebeia remota
Plebeia saiqui
Plebeia tobagoensis
Plectris pexa
Plodia interpunctella
Plunentis porosus
Plutella xylostella
Podisus distinctus
Podisus maculiventris
Podisus modestus
Podisus nigrispinus
Podisus rostralis
Podisus sagitta
Podisus sculptus
Polistes chinensis antennalis
Polistes jadwigae
Popilia japonica
Prays oleae
Prociphilus tesselatus
Propylea quatuordecimpunctata
Prostephanus truncatus
Protoparce sexta
Pselactus spadix
Pseudaletia separata
Pseudaletia sequax
Pseudaletia unipuncta
Pseudoatta argentina
Pseudoplusia includens
Pseudotectococcus rolliniae
Psyllobora gratiosa
Pulgão-da-alfafa ver Therioaphis maculata
Pulgão-da-couve ver Brevicoryne brassicae
Pulgão-do-milho ver Rhopalosiphum maidis
Pulgão-gigante-do-pinus ver Cinara atlantica
Pulgão-lanígero-do-pinus ver Pineus boerneri
Pulgão-russo-do-trigo ver Diuraphis noxia
Pulus auritus
Pygiopachymerus lineola
Pyralis farinalis
Pyrrhocoris apterus
R
R. dominica ver Rhyzopertha dominica
R. maidis ver Rhopalosiphum maidis
R. padi ver Rhopalosiphum padi
R. pomonella ver Rhagoletis pomonella
Reduvius personatus
Reticulitermes speratus
Rhagoletis pomonella
Rhinocoris tristis
Rhodnius prolixus
Rhopalosiphum maidis
Rhopalosiphum padi
Rhysobius lophanthae
Rhyzopertha dominica
Riptortus clavatus
Riptortus linearis
Rodolia cardinalis
Rola-bostas
Rynchophorus phoenicis
S
S. beali ver Stator beali
S. bipunctata ver Scaptotrigona bipunctata
S. bondari ver Sennius bondari
S. castanea ver Scaptocoris castanea
S. cerealella ver Sitotroga cerealella
S. cincticeps ver Supputius cincticeps
S. crudelis ver Sennius crudelis
S. depilis ver Scaptotrigona depilis
S. diadema ver Sinea diadema
S. exigua ver Spodoptera exigua
S. frugiperda ver Spodoptera frugiperda
S. graminum ver Schizaphis graminum
S. granarius ver Sitophilus granarius
S. gregaria ver Schistocerca gregaria
S. leptophyllicola ver Sennius leptophyllicola
S. limbatus ver Stator limbatus
S. litura ver Spodoptera litura
S. oryzae ver Sitophilus oryzae
S. paniceum ver Stegobium paniceum
S. quadripunctata ver Schwarziana quadripunctata
S. simulans ver Sennius simulans
S. undecimnotata ver Semiadalia undecimnotata
S. zeamais ver Sitophilus zeamais
Saissetia oleae
Sappaphis mali
Scapotrigona mexicana
Scaptocoris castanea
Scaptotrigona bipunctata, ver também Mandaguaris
Scaptotrigona depilis, ver também Mandaguaris
Scaptotrigona nigrohirta, ver também Mandaguaris
Scaptotrigona pachysoma, ver também Mandaguaris
Scaptotrigona polysticta, ver também Mandaguaris
Scaptotrigona postica, ver também Mandaguaris
Schistocerca gregaria
Schizaphis graminum
Schizomyia brevipes
Schwarziana quadripunctata
Schyzomia macrocapillata
Sciobius granosus
Scolothrips sexmaculatus
Scolytus ventralis
Scymnus apetzi
Scymnus subvillosus
Semiadalia conglobata
Semiadalia undecimnotata
Sennius bondari
Sennius crudelis
Sennius lamnifer
Sennius lateapicalis
Sennius leptophyllicola
Sennius morosus
Sennius puncticollis
Sennius simulans
Sennius subdiversicolor
Sericesthis nigrolineata
Simopelta oculata
Simulium pertinax
Sinea diadema
Sitobion avenae
Sitophilus granarius
Sitophilus oryzae
Sitophilus zeamais
Sitotroga cerealella
Solenopsis invicta
Soun pests ver Sunn pests
Speciomerus giganteus
Sphenophorus levis
Spodoptera eridania
Spodoptera exempta
Spodoptera exigua
Spodoptera frugiperda
Spodoptera latifascia
Spodoptera littoralis
Spodoptera litura
Stagmomantis limbata
Stator beali
Stator generalis
Stator limbatus
Stator pruininus
Stator sordidus
Stegobium paniceum
Stenocorse bruchivora
Stenoma catenifer
Stenoma scitiorella
Stethorus punctillum
Stomoxys calcitrans
Strumigenys denticulata
Strumigenys louisianae
Strumigenys rugithorax
Strumigenys schmalzi
Strumigenys splendens
Strumigenys subedentata
Sunn pests
Supputius cincticeps
Syrphus ribessi
T
T. angustula ver Tetragonisca angustula
T. brochymenae ver Trissolcus brochymenae
T. carbonaria ver Trigona carbonaria
T. castaneum ver Tribolium castaneum
T. chrysopae ver Telenomus chrysopae
T. confusum ver Tribolium confusum
T. crassipes ver Trigona crassipes
T. deion ver Trichogramma deion
T. digitatum ver Trichoprosopon digitatum
T. elegans ver Theocolax elegans
T. granarium ver Trogoderma granarium
T. hypogea ver Trigona hypogea
T. infestans ver Triatoma infestans
T. lobatus ver Telenomus lobatus
T. maculata ver Therioaphis maculata
T. molitor ver Tenebrio molitor
T. necrophaga ver Trigona necrophaga
T. parvula ver Thellungiella parvula
T. pennipes ver Trigona pennipes
T. perditor ver Thyanta perditor
T. podisi ver Telenomus podisi
T. salignus ver Tuberolachnus salignus
T. sordida ver Triatoma sordida
Tectococcus ovatus
Telenomus ampullaceus
Telenomus chrysopae
Telenomus lobatus
Telenomus mormideae
Telenomus podisi
Telenomus suvae
Telenomus tridentatus
Tenebrio molitor
Tetragona clavipes
Tetragonisca angustula
Tetraopes tetrophthalmus
Thasus acutangulus
Thaumatomyrmex contumax
Thellungiella halophila
Thellungiella parvula
Theocolax elegans
Therioaphis maculata
Thermos malaisei
Thyanta calceata
Thyanta perditor
Thyrinteina arnobia
Tibraca limbativentris
Tineola bisselliella
Tinocallis kahawaluokalani
Tocandira-verdadeira ver Paraponera clavata
Tomoplagia rudolphi
Torymus atheatu
Torymus sinensis
Toxoneuron nigriceps
Toxoptera aurantii
Toxorhynchites moctezuma
Toxorhynchites splendens
Traça-da-farinha ver Anagasta kuehniella
Traça-da-lã
Traça-de-grãos
Traça-de-roupa
Traça-dos-cereais ver Sitotroga cerealella
Traça-dos-favos ver Galleria mellonella
Traça-dos-livros
Trachymyrmex holmgreni
Trialeurodes vaporariorum
Triatoma brasiliensis
Triatoma infestans
Triatoma pseudomaculata
Triatoma sordida
Tribolium castaneum
Tribolium confusum
Trichogramma brassicae
Trichogramma deion
Trichogramma galloi
Trichogramma pretiosum
Trichogramma turkestanica
Trichoplusia ni
Trichopoda pennipes
Trichoprosopon digitatum
Trigona amalthea
Trigona carbonaria
Trigona crassipes
Trigona hypogea
Trigona necrophaga
Trigona spinipes
Trissolcus basalis
Trissolcus brochymenae
Trissolcus scuticarinatus
Trogoderma granarium
Tropidothorax leucopterus
Tuberolachnus salignus
Tunga penetrans
Tuta absoluta
Tynacantha marginata
Typhaea stercorea
Typhlomyrmex meire
Typhlomyrmex rogenhoferi
Tyria jacobaeae
Tythaspis trilineata
Tytthaspis (Micraspis) sedecimpunctata
Tytthaspis sedecimpunctata
U
U. ornatrix ver Utetheisa ornatrix
Uresiphita reversalis
Uscana mukerjii
Uscana semifumipennis
Utetheisa ornatrix
V
V. vitifoliae ver Viteus vitifoliae
Viteus vitifoliae
W
Wasmannia auropunctata
X
Xanthogaleruca luteola
Z
Z. angusticollis ver Zootermopsis angusticollis
Z. subfasciatus ver Zabrotes subfasciatus
Zabrotes interstitialis
Zabrotes subfasciatus
Zagloba beaumonti
Zootermopsis angusticollis
Zophobas confusa
Lista geral de termos
A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|L|M|N|O|P|Q|R|S|T|V
A
A. quadratus ver Araneus quadratus
Abelha necrófaga
Abelha-sem-ferrão
Ácaro
Amblyseius cucumeris
Eotetranychus sexmaculatus
Neoseiulus barkeri
Panonychus citri
Phytoseiulus persimilis
Tetranychus evansi
Ácido acético glacial
Ácido ascórbico
Ácido tricloroacético
Ácidos nucleicos
Aconitina
Adalina
Aerópila
African horse sickness
Akabane disease
Alelopatia
Aleloquímico
Alomônio
Antimônio
Apneumônio
Cairomônio
Sinomônio
Alfa-amilase
Alfa-glicosidase
Alfa-tocoferol
Algodão-selvagem
Amendoim-bravo
Amieiro
Aminoácido essencial
Aminoácidos
Anautógena
Anemotaxia
Anileira
Antibiose
Antibiótico
Antixenose
Antixenótico
Aparelho bucal, ver também Hexaqueta, Menognato, Menorrinco,
Metagnato, Tetraqueta, Triqueta
Aposemática ver Coloração aposemática
Aposematismo
Apossimbionte, ver também Apossimbiótico
Apossimbiótico, ver também Apossimbionte
Apyrase
Aquaporinas
Araçazeiro
Araneus diadematus
Araneus quadratus
Arcelina
Arilforinas
Arilo
Autógena
Avermectin
Avidina
Azadiractina
B
Bactéria
Anaplasma marginale
B. cereus ver Bacillus cereus
B. pumilus ver Bacillus pumilus
B. subtilis ver Bacillus subtilis
B. thuringiensis ver Bacillus thuringiensis
Bacillus
Bacillus cereus
Bacillus circulans
Bacillus licheniformis
Bacillus meggaterium
Bacillus pumilus
Bacillus stearothermofilus
Bacillus subtilis
Bacillus thuringiensis
Bartonella quintana
Baumannia
Blattobacterium
Blochmannia
Borrelia recurrentis
Buchnera
Buchnera aphidicola
Carsonella
Chlamydia
E. coli ver Escherichia coli
Enterococcus
Enterococcus casseliflavus
Enterococcus faecalis
Escherichia coli
Gordinia
Hamiltonella defensa
K. pneumoniae subsp. pneumoniae ver Klebsiella pneumoniae
Klebsiella pneumoniae
Nocardia
P. aeruginosa ver Pseudomonas aeruginosa
Pantoea
Pantoea agglomerans
Proteus sp.
Pseudomonas aeruginosa
Regiella insecticola
Rhodococcus equi
Rhodococcus rhodnii
Rickettsia
Rickettsia prowazekii
Rickttsiella
S. aureus ver Staphylococcus aureus
S. cholerasuis
Salmonella
Serratia
Serratia symbiotica
Sodalis
Staphylococcus
Staphylococcus aureus
Staphylococcus pyogenes
Staphylococcus spp.
Streptomices avermectilis
Tremblaya
Wasmannia
Wigglesworthia
Wolbachia
Bacteriócito
Basilicão
Besouro-de-semente
Besouro-predador
Bluetongue
Bomba cibarial
Bomba de sucção, ver também Bomba faringeal
Bomba do cibário
Bomba faringeal, ver também Bomba de sucção
Bomba faringeana ver Bomba faringeal
Bovine ephemeral fever
C
Câmara-filtro
Canavanina
Canibalismo
Filial
Fraterno
Heterocanibalismo
Parental
Pré-natal
Sexual
Cardenolídeo
Cariofileno
Carnivoria
Carnívoro
Carrapicho-de-carneiro
Caruncho-de-semente
Caruru
Caupi
Ceco gástrico
Cenobionte ver Parasitoide cenobionte
Cianogênico
Cinamomo
Cineses
Cisteína
Cistina
Citronela
Clinotaxia
Coccinelídeo micófago
Coccinellina
Coevolução
Colecistoquinina
Colesterol ver Fitosterol
Coloração aposemática
Coloração críptica
Constante térmica
Corbícula
Córions
Cucurbitacina
Cuidado aloparental
Cultura-armadilha
D
Defesa constitutiva
Defesa induzida
Dermatobiose
Detritívoro
Dieta
Artificial
Axênica
Específica
Holídica
Merídica
Natural
Oligídica
Sinxênica
Xênica
Digestibilidade aparente
Digestibilidade aproximada
Dimboa
Diqueta
Doença de Chagas
Domácia
E
Ecologia nutricional
Ectossimbiose
Eficiência de conversão do alimento ingerido
Electrical Penetration Graph ver EPG
Elefantíase ver Filariose linfática humana
Encefalite
Endopeptidase
Endossimbiose
Endotoxina
Endoxilanase
EPG
Equistatina
Erva-de-passarinho
Erva-de-santa-maria
Escotofase
Esparteína
Espirradeira
Estefina A
Estremosa
Eugenol
Evolução paralela
F
Fagodeterrência, ver também Fagodeterrente
Fagodeterrente, ver também Fagodeterrência
Febre amarela silvestre
Febre recorrente
Febre-das-trincheiras
Feijão-branco
Feijão-caupi
Feijão-comum
Feijão-guandu
Feijão-preto
Feijão-vermelho
Feijoeiro-comum
Feromônio
Arrestante
Atraente
Deterrente
Repelente
Supressor
Filariose linfática humana
Fitoalexina
Fitosterol
Formaldeído
Formiga epigeica
Formiga hipogeica
Formiga legionária
Fosfatase
Fotofase
Fungo
Acremonium loliae
Aspergillus niger
B. bassiana ver Beauveria bassiana
Beauveria
Beauveria bassiana
Candida albicans
Candida multigemmis
Eremochrysa punctinervis
Eremochrysa tibialis
Mallada perfecta
Metarhizium anisopliae
Metarhizium anisopliae var. acridum ver Metarhizium anisopliae
Metschnikowia pulcherrima
Microsporidia
Pelobolus sporangia
S. fragilis ver Saccharomyces fragilis
Saccharomyces cerevisiae
Saccharomyces fragilis
Furanocumarinas
G
Galha amorfa
Galha cilíndrica
Galha de Alepo
Galha de cobertura
Galha de dobramento ver Galha de enrolamento
Galha de enrolamento
Galha de folha colabada
Galha de gema e em roseta
Galha discoide
Galha elíptica
Galha em bolsa
Galha em botão
Galha em ponto
Galha em roseta
Galha em vesícula ver Galha discoide
Galha esférica
Galha esferoide
Galha felpuda
Galha típica
Galha-de-ambrósia
Genisteína
Glico-polinívora, ver também Honeydew
Glicosídeos
Gliding
Glucosinolatos
Gorgulho-dos-grãos
Gossipol
Gramina
Guilda
H
Hemicelulose
Herbívoro
Heteroécios
Hexaqueta, ver também Aparelho bucal
Hidróxido de sódio
Hiperacina
Hipoclorito de sódio
Hippodamina
Histidina
Honeydew, ver também Glico-polinívora
I
Idiobionte ver Parasitoide idiobionte
Incitante de alimentação, ver também Incitante de oviposicão
Incitante de locomoção
Incitante de oviposição, ver também Incitante de alimentação
Índices nutricionais
Ingá-cipó
Ingá-de-corda
Ingá-de-macaco ver Ingá-cipó
Inibidor de alfa-amilases, ver também Inibidor de amilases
Inibidor de alimentação
Inibidor de amilases, ver também Inibidor de alfa-amilases
Inibidor de proteinases digestivas
Insetos fitófagos
J
Juvabione
L
Lectina
Aglutininas
Concanavalina A
Fitohemaglutinina
L-arginina
L-canavanina
Leishmaniose, ver também Protozoário - Leishmania
Lignina
Ligustro
Limonina
Lisossomos
Loureiro-rosa ver Espirradeira
M
Mamona
Mandíbula cinética
Mandíbula de pressão estática
Mandíbula-armadilha
Matriz peritrófica
Maxadilan
Mecônio
Melissopalinologia
Membrana peritrófica
Menognato, ver também Aparelho bucal
Menorrinco, ver também Aparelho bucal
Menta
Metagnato, ver também Aparelho bucal
Metileugenol
Metionina
Micângia
Micetócito ver Bacteriócito
Micetoma
Micetomos ver Micetoma
Mimetismo
Mistura fortificante de Vanderzant
Monoécios
Monofagia
Mostarda
N
Nabiça ver Nabo-bravo
Nabo-bravo
Não preferência ver Antixenose
Neolignana
Neomatatabiol
Nim
Nipagin
Nutrição
Básica
Dietética
Genômica nutricional, ver também Nutrigenômica
Nutrientes essenciais
Nutrientes não essenciais
Nutrigenômica, ver também Genômica nutricional
Princípio da proporcionalidade nutricional
Princípio dos suplementos cooperadores
Qualitativa
Quantitativa ver Dietética
Regra da identidade
O
Oleandrina
Oligopausa
Omnivoria
Onívoro
P
Parasitoide cenobionte
Parasitoide idiobionte
Pediculose
Peristaltismo
Peritrofina
Peste bubônica
Picão-preto
Pimenta-do-reino
Piolho-de-grãos
Planta-armadilha
Poaia-do-campo
Policulturas
Polifagia
Polinivoria
Precoccinellina
Princípio de Hopkins
Propileno
Prosteca
Protandria
Protozoário
Haemoproteus
Hepatocystis
Leishmania 1024, 1025, ver também Leishmaniose
Leucocytozoon
Mattesia oryzaephili
Plasmodium
T. equiperdum ver Trypanosoma equiperdum
T. vivax ver Trypanosoma vivax
Trypanosoma equiperdum
Trypanosoma evansi
Trypanosoma vivax
Proventrículo
Q
Queda controlada ver Gliding
Quiescência
Quimiotaxia
Quinolizidina
Quinona
Quitina
R
Redutores da digestibilidade
Regra de Dyar
Resistência ecológica
Resistência induzida
Resposta compensatória
Resposta induzida
Rubim
S
Sais inorgânicos
Sais minerais
Saponina
Sapróvoro ver Detritívoro
Secreção apócrina
Secreção exocítica
Secreção microapócrina
Secretogogue
Sensila lateral styloconica ver Sensila styloconica
Sensila styloconica
Serina
Sesbania
Sialokinin 1033
Sibipiruna
Simbionte primário
Simbiose
Sinapomorfia
Sinigrin ver Sinigrina
Sinigrina
Sinovigênica anautógena
Sinovigênica autógena
Sitophilus oryzae principal endosimbiont ver Sope
Sope
T
Tanatose
Taxa de consumo relativo
Taxa de crescimento relativo
Taxa de desenvolvimento
Taxa de sobrevivência
Taxa intrínseca de crescimento
Taxa metabólica relativa
Taxa reprodutiva
Taxia
Teoria da discriminação dualística
Teoria da discriminação dupla
Teoria das substâncias secundárias
Teoria de forrageio ótimo
Terpenil
Terra de diatomácea
Tetraqueta, ver também Aparelho bucal
Tolerância
Toosendanina
Toxina
Trealase
Tricoma
Tricoma glandular
Tripsina
Triqueta, ver também Aparelho bucal
Tropotaxia
Tungíase
V
Vassoura-de-bruxa
Ventrículo
Verme
Dictyocaulus hadweni
Dirofilaria
Dirofilaria immitis
Heterorhabditis bacteriophora
Mansonella
Mansonella ozzardi
Onchocerca
Onchocerca volvulus
Ostertagia ostertagi
Parasitilenchus coccinellinae
Steinernema carpocapsae
Stenofilaria stilesi
Wuchereria bancrofti
Vitelina
Volicitin