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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
SOBRE ANIMAIS
SILVESTRES
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO....................................................................................................................................................................................... 4
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................................................................. 7
UNIDADE I
INTRODUÇÃO E CONCEITOS BÁSICOS........................................................................................................................................................................ 9
CAPÍTULO 1
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE....................................................................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 2
FAUNA SILVESTRE............................................................................................................................................................................................... 19
UNIDADE II
EDUCAÇÃO AMBIENTAL................................................................................................................................................................................................... 37
CAPÍTULO 1
CONCEITOS E DEFINIÇÕES SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL......................................................................................................... 37
CAPÍTULO 2
EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM DEBATE......................................................................................................................................................... 44
CAPÍTULO 3
EDUCAÇÃO AMBIENTAL APLICADA À FAUNA SILVESTRE............................................................................................................... 56
UNIDADE III
DIREITO AMBIENTAL PARA A PROTEÇÃO DA BIODIVERSIDADE................................................................................................................... 59
CAPÍTULO 1
A EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL............................................................................................................................................ 59
CAPÍTULO 2
PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL.......................................................................................................................................................... 81
CAPÍTULO 3
DIRETRIZES E ACORDOS INTERNACIONAIS DE PROTEÇÃO AOS ANIMAIS SILVESTRES ................................................. 89
UNIDADE IV
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE FAUNA SILVESTRE...................................................................................................................................... 94
CAPÍTULO 1
LEIS DE PROTEÇÃO À FAUNA SILVESTRE................................................................................................................................................ 94
CAPÍTULO 2
PORTARIAS, INSTRUÇÕES NORMATIVAS E OUTRAS NORMAS DE GESTÃO DA FAUNA SILVESTRE........................... 106
UNIDADE V
CONSERVAÇÃO DA FAUNA SILVESTRE................................................................................................................................................................... 120
CAPÍTULO 1
LISTAS DE ESPÉCIES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO............................................................................................................................ 120
CAPÍTULO 2
PROGRAMAS DE PROTEÇÃO À FAUNA.................................................................................................................................................... 124
Caro aluno
Conselho Editorial
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ORGANIZAÇÃO DO CADERNO
DE ESTUDOS E PESQUISA
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto
antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para
o autor conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma
pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em
seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas
experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para
a construção de suas conclusões.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam
para a síntese/conclusão do assunto abordado.
5
Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/
conclusões sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando
o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
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INTRODUÇÃO
A evolução das sociedades humanas tornou cada vez mais complexa a interação entre
os seres humanos e o meio ambiente. Assim como todos os seres vivos da natureza,
a espécie humana precisa dos recursos naturais para suprir suas necessidades básicas,
especialmente para alimentação e respiração.
Nesse contexto, esta apostila fornecerá as bases teóricas acerca das interações homem-
natureza, mostrando conceitos básicos de educação ambiental, exemplos de fauna
silvestre, maneiras mais comuns de interação homem-natureza, além de abordar as
principais problemáticas enfrentadas na elaboração de leis que possam minimizar os
impactos causados pelo homem.
Nesse sentido, devemos estar atentos às transformações provocadas pelas ações humanas
no meio ambiente, pois elas podem causar impactos negativos sobre a fauna silvestre,
acarretando, em alguns casos, a extinção das espécies. Por essa razão, abordaremos
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as ações e os projetos voltados para a conservação e recuperação da fauna silvestre
ameaçada de extinção.
Discutiremos ainda sobre como surgiu o interesse pela Educação Ambiental e os fatores
que levaram o homem a aumentar drasticamente o seu interesse pela conservação e
preservação do meio ambiente. Debateremos o papel da gestão pública, entendendo
os problemas enfrentados na formulação de leis e projetos ambientais.
Esperamos assim que você, aluno, consiga entender os principais conceitos que envolvem
as temáticas citadas e que seja capaz de organizar estas informações para projetos
futuros. Por fim, esperamos que consigam estruturar as informações, utilizando-as
como ferramentas em discussões, planejamentos de projetos ambientais e na elaboração
de políticas de manejo e conservação da biodiversidade, visando à sustentabilidade do
meio.
Objetivos
» Conhecer os conceitos de meio ambiente e as formas de interação entre as
sociedades humanas e este ambiente.
» Compreender os principais conceitos que envolvem a Educação Ambiental
e os animais silvestres.
» Conhecer e debater sobre as diferentes formas de uso da fauna silvestre
pelas sociedades humanas.
» Compreender as formas de aplicação e a importância da implementação da
Educação Ambiental na sociedade como um todo.
» Compreender o processo de evolução do direito ambiental e das normas
aplicadas para proteção à fauna silvestre.
» Conhecer e discutir as diversas formas de atuação para proteção à fauna
silvestre.
INTRODUÇÃO E
CONCEITOS BÁSICOS UNIDADE I
CAPÍTULO 1
Meio ambiente e sociedade
Para começar, podemos afirmar que o ambiente é tudo o que nos cerca; de forma
bastante ampla, este é um conceito básico.
Isso quer dizer que o meio ambiente se constitui em todos os recursos produzidos
pela natureza. Assim, buscando detalhar ainda mais, podemos dizer que o ambiente
é composto por flora (plantas e florestas), fauna (animais terrestres e aquáticos),
recursos hídricos (rios, mares, lagos, etc.), recursos minerais (areia, ouro, cobre,
petróleo), além do ar atmosférico, das chuvas, da temperatura solar, dentre outros.
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Unidade I | Introdução e conceitos básicos
» Habitat: espaço físico utilizado por uma espécie, ou indivíduo, para alimentação,
abrigo ou reprodução.
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Introdução e conceitos básicos | Unidade I
Somente através do estudo dos hábitos de vida das espécies podemos conhecer o
espaço de atuação destas, especialmente no que se refere ao seu lugar e importância
na teia trófica, além dos serviços ecossistêmicos existentes decorrentes da
presença de cada uma destas espécies.
Vimos até aqui que o ecossistema é formado por vários organismos que desempenham
papéis fundamentais e que interagem entre si e, por isso, dependem um do outro para
a manutenção do equilíbrio deste ecossistema.
Agora devemos nos atentar que o ser humano também faz parte do meio ambiente
e, como os demais animais, plantas e todos os seres vivos, necessita dos recursos
naturais para suprir suas necessidades essenciais, como respirar, se alimentar e se
manter saudável. Podemos aprender também que essas relações de necessidade dos
seres vivos entre si, e entre estes e os recursos não vivos, é objeto de estudo da ciência
chamada de ecologia (RICKLEFS, 2010).
No entanto, o ser humano possui características que o diferenciam dos outros animais;
assim, como ser consciente, racional e social, a sua relação com a natureza se dá de
maneira e intensidade diferentes. Por essa razão, no decorrer desta unidade, iremos
entender melhor como se dá essa relação.
Agora que entendemos o que é o meio ambiente e quais são seus componentes,
você sabe qual é a sua relação com ele? Como você interage com a natureza?
Canção do exílio
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Unidade I | Introdução e conceitos básicos
Quando falamos da relação entre o ser humano e a natureza, precisamos saber que essa
interação ocorre de forma diferente da interação dos outros animais com a natureza,
isso porque o homem atua como um agente transformador do ambiente.
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Introdução e conceitos básicos | Unidade I
Figura 2. Exemplos de transformação do ambiente realizada pela ação humana: agricultura (A),
construção de estrada (B) e de cidades (C).
A B
Meio ambiente Corresponde aos espaços urbanos. É aquele constituído pelo espaço urbano, como o conjunto de
artificial edificações (espaço fechado) e dos equipamentos públicos, tais
quais as ruas, áreas verdes urbanizadas, espaços livres (espaço
aberto) (art. 182).
Meio ambiente Corresponde às representações É aquele integrado pelo patrimônio histórico, artístico,
cultural de valor especial, como patrimônio arqueológico, paisagístico, que embora artificial ou natural,
histórico, artístico, arqueológicos, difere dos mesmos pelo seu sentido de valor especial que
dentre outros. adquiriu ou que se impregnou (art. 216).
Meio ambiente Corresponde ao local de atuação e É aquele onde se desenvolvem as atividades dos trabalhadores, o
de trabalho trabalho do indivíduo. local onde o trabalhador passa tempo considerável de sua vida, e
as relações suas com o maquinário e insalubridade do local, sua
relação com a saúde do trabalhador (art. 200, VIII).
Fonte: Adaptado de Maneia et al. (2014, p. 224) e Brasil (1988).
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Unidade I | Introdução e conceitos básicos
Devemos nos atentar ainda que a ação humana, como sociedade em constante
crescimento, influencia fortemente no meio ambiente em dimensões locais, regionais
e até globais. Nesse sentido, os termos natureza amiga e natureza hostil podem ser
aplicados para descrever a relação entre homem e natureza, sendo de complementaridade
e de exploração, respectivamente (SANTOS, 2002, p. 193).
Nesse ponto, considerando os impactos globais das ações antrópicas sobre o meio
ambiente, devemos estar atentos às discussões sobre as mudanças climáticas. Tema
amplamente discutido e pesquisado pelas comunidades científicas do mundo inteiro.
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Introdução e conceitos básicos | Unidade I
Para lhe ajudar a compreender melhor como as ações antrópicas podem alterar
o meio ambiente, vamos listar alguns dos danos e modificações causados pelos
seres humanos:
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Unidade I | Introdução e conceitos básicos
Figura 3. Ilustração de dois exemplos de impactos das ações antrópicas no ambiente: desmatamento (A) e
poluição marinha (B).
A B
Embora as atividades humanas possam causar impactos negativos sobre o meio ambiente,
precisamos nos atentar também que essa interação pode ser bastante necessária para
o bem-estar humano. Por exemplo, a relação da população humana com o meio
ambiente se dá também através da busca por lazer e entretenimento, ou como
uma possibilidade de o homem afastar-se do ambiente de produção que as cidades
representam. Por essa razão, podemos ressaltar que o ser humano pode utilizar o meio
ambiente como alternativa de espaço para o lazer e o turismo e, consequentemente,
para o seu bem-estar (SANTOS, 2002).
Não podemos esquecer que o ser humano tem sua origem na natureza, como
todos os seres vivos existentes. Nesse sentido, embora as sociedades humanas
evoluam para sistemas cada vez mais urbanizados, o contato com a natureza tem
sido reconhecido como uma alternativa benéfica para a manutenção da saúde e
do bem-estar humano.
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Introdução e conceitos básicos | Unidade I
Diante do exposto até aqui, não podemos esquecer de que o ser humano sempre precisará
dos recursos da natureza para a sua sobrevivência; por essa razão, a sociedade deve
buscar formas para que essas interações sejam sustentáveis, isto é, priorizando a
manutenção dos recursos naturais para o presente e o futuro.
Podemos então destacar que a cidadania pode ser considerada como a atuação do
indivíduo na sociedade em que está inserido. E, além disso, no sistema democrático,
cidadania configura o direito de votar e reivindicar de forma consciente outros direitos,
como saúde, educação e saneamento básico de qualidade, entre outros.
No entanto, embora por vezes esquecido, a cidadania se refere também aos deveres
dos cidadãos, não só aos direitos. Assim, ressaltamos nos deveres a busca pela
coletividade e solidariedade, especialmente no presente contexto, para a garantia do
direito constitucional ao meio ambiente equilibrado como responsabilidade de todos
(AMARAL; GOMES, 2013).
É preciso ficar atento que o exercício pleno de cidadania, direitos e deveres, requer
prioritariamente que o cidadão tenha condições econômicas, políticas, sociais
e culturais de exercer a sua cidadania (MANEIA et al., 2014; LIMA et al., 2017).
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Unidade I | Introdução e conceitos básicos
Setor público
Sociedade civil
Setor privado
Portanto, pelo que vimos até agora, como você classifica os ambientes em que
você está inserido e com os quais você interage? E a sua relação com o meio
ambiente, como se dá? Sobre a produção de resíduos, quais os tipos você produz
e como pode reduzir essa produção?
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CAPÍTULO 2
Fauna Silvestre
Conceitos
Agora que entendemos o que é o meio ambiente e como o ser humano interage e
altera os espaços em que está inserido, vamos conhecer um pouco mais sobre um
componente do meio ambiente, a fauna. A fauna é um grupo que engloba todos os
animais existentes, sejam eles terrestres ou aquáticos. Além disso, os animais podem ser
classificados em dois grandes grupos, os vertebrados e os invertebrados. Podemos
então destacar:
» Invertebrados:
› moluscos;
› crustáceos;
› insetos;
» Vertebrados:
› mamíferos;
› aves;
› répteis;
› anfíbios;
› peixes.
Para o nosso curso, precisamos ainda estar atentos à diferença entre animais domésticos,
aqueles com os quais o ser humano se relaciona diretamente, como animais de carga e
trabalho (bovinos e equinos, por exemplo) ou ainda com relações afetivas (como cães
e gatos, por exemplo); e animais silvestres, aqueles que vivem livremente e com
hábitos selvagens.
Assim, neste curso, trataremos de forma mais detalhada sobre os animais silvestres,
sua importância, os tipos de interação com as sociedades humanas e as estratégias de
proteção desses animais.
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Unidade I | Introdução e conceitos básicos
Para falar sobre a importância da fauna silvestre, vamos começar com uma
provocação: você já se deparou com alguma espécie de animal silvestre no seu
cotidiano? Pense bem, na cidade onde você vive, no seu dia a dia ou em viagens
já realizadas?
Lembre-se que a sociedade humana divide o meio ambiente com todas as outras
formas de vidas.
Assim, diante do que vimos até aqui e com as suas experiências pessoais, como
você entende que ocorrem as interações com os animais silvestres? Quais exemplos
você pode compartilhar de experiências de interações positivas, ou até negativas,
entre o ser humano e os animais silvestres?
Por essa razão, os estudos sobre os animais silvestres vêm aumentando a cada dia e é
de extrema importância devido ao aumento da ocupação do ser humano no planeta,
que está desencadeando vários danos ao ambiente, muitas vezes irreversíveis.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/biodiversity-vector-illustration-flat-tiny-various-1541846495.
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Introdução e conceitos básicos | Unidade I
Então, neste capitulo, estudaremos a importância dos animais silvestres para o meio
ambiente, as interações entre a fauna e o ser humano, bem como as consequências
dessas interações.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/adult-female-cougar-puma-concolor-stands-611153855.
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Unidade I | Introdução e conceitos básicos
Devemos nos atentar ainda que o território brasileiro pode ser dividido e classificado
por sua biodiversidade e condições climáticas em seis biomas: Amazônia, Caatinga,
Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa. Cada um desses biomas possui
características próprias que possibilitam o desenvolvimento de sua biodiversidade.
Além disso, podemos ainda destacar a zona costeira e o ambiente marinho que,
embora não tenham classificação como biomas, configuram uma região vasta e rica em
biodiversidade explorada de diversas maneiras, como a pesca e o turismo, por exemplo.
Nesse sentido, esses biomas são amplamente utilizados pelos animais silvestres como
espaços para alimentação, abrigo e reprodução. E, exatamente por suas características,
são habitats para uma grande diversidade de espécies, como aves, mamíferos terrestres
e aquáticos, peixes e moluscos, incluindo diversas espécies endêmicas.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/vector-illustration-map-brazil-symbols-1145946881.
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Introdução e conceitos básicos | Unidade I
» Pampa: no Brasil, este bioma é restrito ao estado do Rio Grande do Sul, mas
se estende ainda pela Argentina e pelo Uruguai; é caracterizado pelo clima
temperado e por extensas áreas de serras e planícies; a fauna é destacada
por uma rica diversidade de aves e mamíferos.
Você pode saber sobre esses ecossistemas nas páginas eletrônicas do Ministério
do Meio Ambiente e da Marinha do Brasil, respectivamente, disponível em: https://
www.mma.gov.br/biomas.html e https://www.mar.mil.br/hotsites/amazonia_azul/.
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Unidade I | Introdução e conceitos básicos
Assim, quando uma espécie é retirada do seu ambiente natural, todo o ecossistema
pode sofrer alterações negativas. Por exemplo, a extinção de uma espécie predadora
resultará no aumento descontrolado da população da sua presa e, consequentemente,
esta irá disputar entre os seus indivíduos por alimentos e abrigo.
Dessa maneira, podemos notar que os animais silvestres têm grande importância para
manter o equilíbrio do meio ambiente e, por meio de sua interação com o homem,
produzem serviços indispensáveis para a manutenção da vida, como alimentação,
polinização, controle de pragas, equilíbrio das populações, entre outros.
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Introdução e conceitos básicos | Unidade I
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/3d-illustration-prehistoric-men-hunting-young-609734003.
Podemos citar também que a exploração indevida do meio ambiente pode estar causando
destruição, fragmentação de habitat e diminuição de áreas de ocupação das espécies, o
que acaba causando o declínio populacional destas (PERES, 2001; THIOLLAY, 2005;
THOISY et al., 2005; BAÍA JÚNIOR, 2006).
O Bioma Mata Atlântica abriga 383 dos 633 animais ameaçados de extinção no
Brasil. Entre as espécies com risco de extinção está o mico-leão-dourado.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/golden-lion-tamarin-leontopithecus-rosalia-1490425925.
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Unidade I | Introdução e conceitos básicos
É importante estarmos atentos de que a fauna silvestre faz parte do meio ambiente,
assim como o ser humano e, portanto, a interação entre estes se torna inevitável. Como
vimos até aqui, as ações antrópicas causam impactos diversos no meio ambiente, isso
porque o modo de vida das sociedades humanas se difere da biodiversidade natural
em termos de organização e formas de uso.
Assim, o Brasil possui atualmente uma lista com 11 espécies extintas, apresentados
pelo Ministério do Meio Ambiente, conforme mostradas abaixo:
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Introdução e conceitos básicos | Unidade I
Por outro lado, as interações positivas são decorrentes do incentivo de pesquisas sobre
a fauna silvestre. Possibilitam a geração de empregos, fixação do homem no campo,
exploração sustentável dos recursos naturais, combate ao comércio ilegal de animais
silvestres, compreensão sobre a biologia das espécies, geração de novas tecnologias
para o manejo adequado das espécies, entre outros.
Além disso, é importante também destacar que o Brasil possui rica sociobiodiversidade,
com mais de 200 povos indígenas e várias comunidades de quilombolas, seringueiros
e caiçaras que, juntas, reúnem uma variedade de conhecimentos tradicionais que
são essenciais para a conservação da biodiversidade (MMA, 2020). Dessa forma,
configurando uma forma de uso direto da biodiversidade.
Notamos assim que não é só a urbanização que altera o ambiente natural, as ações dos
povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais também afetam o meio de
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Unidade I | Introdução e conceitos básicos
maneira significativa. Por essa razão, trataremos a seguir de mais formas de usos e
interações com a fauna silvestre.
Para ajudar a pensar nesses usos, destacamos a música de João do Vale, mas
podemos ainda recomendar outras músicas desse compositor que se relacionam
a fauna silvestre, como Canto da Ema, Peba na Pimenta e Pipira.
Ouricuri madurou
Arapuá esperando
Ouricuri madurecer,
Catingueira fulorando:
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Introdução e conceitos básicos | Unidade I
Quais diferentes usos da biodiversidade o autor quis descrever com essa obra?
A arte é uma forma especial de uma sociedade descrever seus saberes e costumes.
Dessa forma, você conhece outros artistas que descrevem a interação da sociedade
com a biodiversidade? Na música, você conhece outras composições ou outros
autores que descrevem a fauna através da arte?
Inicialmente, devemos destacar que populações tradicionais podem ser definidas como
um grupo de humanos culturalmente diferenciados, que historicamente reproduzem os
seus modos de vida de forma total ou parcialmente isolada, com bases cooperacionais e
podem ter maneiras específicas em sua relação com a natureza, normalmente fazendo
uso sustentável do ambiente (DIEGUES et al., 2000).
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/brazilian-indian-headdress-beatiful-colorful-over-1661648668.
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Unidade I | Introdução e conceitos básicos
à cultura tradicional desses povos, uma vez que esses animais se configuram como a
principal fonte de proteína nestes ambientes que, normalmente, são isolados.
Mas, além do uso para alimentação, em algumas regiões existem também práticas
terapêuticas baseadas nos animais, que se apresentam como uma fonte secundária de
tratamentos médicos (SILVA, 2008).
» por ser animal nocivo, desde que assim caracterizado pelo órgão competente.
Figura 11. Interação entre o ser humano e animais silvestres em comunidades tradicionais da região Amazônica.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/macedonia-amazonia-colombia-mar-15-2016-1160496823.
Além disso, é necessário ressaltar que a religião desses povos e comunidades influencia
diretamente no modo como a fauna é utilizada (COHN, 1988; ANYINAM, 1995;
BERKES, 2001). Essa relação místico-religiosa vem sendo registrada desde épocas
remotas e é evidenciada por pinturas rupestres que representam animais sendo caçados
ou em outras atividades humanas.
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Introdução e conceitos básicos | Unidade I
Existem mais de 20 espécies com as quais o homem mantém uma relação místico-
religiosa. Alguns povos acreditam que através da observação do comportamento de
alguns animais é possível prever eventos climáticos, a chegada de visitantes e até a
morte de alguém.
Segundo o IBGE (2010), o Brasil atualmente possui mais de 300 comunidades indígenas,
representando cerca de 0,47% da população brasileira. Devido à grande diversidade
biológica e cultural do Brasil, é essencial que as políticas de conservação intensifiquem
as pesquisas sobre esse tema, pois que os estudos nessas áreas são escassos (LEO NETO,
2008).
Devemos nos atentar que, com mais de 300 comunidades tradicionais presentes no
Brasil, é possível e provável que haja mais de 300 maneiras diferentes de interação
homem-natureza.
Para entender mais sobre os tipos de interação entre fauna silvestre e essas
comunidades tradicionais, recomendamos a seguinte leitura:
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Unidade I | Introdução e conceitos básicos
vive em áreas urbanas e estima-se que, nos próximos anos, cerca de 5 bilhões de pessoas
habitarão em regiões urbanizadas (GOUDIE, 2000). Por isso, são esperados vários
conflitos derivados dessas alterações no ambiente natural.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/rio-de-janeirobrazil-may-8-2020-1725886246.
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Introdução e conceitos básicos | Unidade I
Diante das informações vistas até aqui, quais filmes ou desenhos animados citados
você já assistiu? Quando assistiu, se deu conta de que eles tratam de interação
de animais silvestres com o meio urbano criado pelo ser humano?
Assim, recomendamos que você mude o seu olhar sobre o seu dia a dia e avalie
as interações que presencia, afinal de contas, no lugar onde você mora, você já
reparou nas aves nos bosques, praças ou fragmentos de florestas? Ou você já
visitou zoológicos e aquários?
E sobre os tipos de usos que tratamos neste capítulo, você conhece outras formas
de uso dos animais silvestres?
Esse é o próximo conceito que temos que entender para darmos prosseguimento ao nosso
curso. A sustentabilidade (palavra derivada do latim sustentare, que significa apoiar,
sustentar) é a capacidade de conservação de um sistema ou processo. A sustentabilidade
aborda a maneira como devemos agir em relação à natureza.
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Unidade I | Introdução e conceitos básicos
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/ecology-concept-green-city-on-earth-701621245.
» Ambiental: refere-se aos recursos naturais e como são utilizados pelo ser
humano.
Você sabia que existem diferentes tipos de sustentabilidade? E sabe dizer que
tipos de sustentabilidades podemos encontrar atualmente?
Que tipos de ações nós podemos tomar para contribuir com a sustentabilidade?
Que tipos de ações que você toma que contribui com a sustentabilidade?
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Introdução e conceitos básicos | Unidade I
Podemos adotar ações e comportamentos no nosso dia a dia que contribuam com
a sustentabilidade. A seguir, você encontrará alguns exemplos:
É importante destacar que ações como estas podem ser incorporadas ao modo
de vida humano, uma vez que:
» O meio ambiente pode ser considerado todo o espaço que nos cerca, formado
por todos os seres vivos e não vivos que interagem entre si e, portanto,
possuem uma relação direta de interdependência.
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Unidade I | Introdução e conceitos básicos
36
EDUCAÇÃO
AMBIENTAL UNIDADE II
CAPÍTULO 1
Conceitos e definições sobre Educação
Ambiental
Fundamentação
Para iniciar esta unidade, devemos primeiro nos questionar: porque a Educação
Ambiental é importante?
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Unidade II | Educação ambiental
Histórico
38
Educação ambiental | Unidade II
• Conferência de Estocolmo.
• Organização das Nações Unidas (ONU) estende
1972
discussões sobre o meio ambiente.
• Elaborado o conceito de ecodesenvolvimento.
39
Unidade II | Educação ambiental
Unidades de Conservação
40
Educação ambiental | Unidade II
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/scarlet-ibis-lencois-maranhenses-national-park-1119384482.
Devemos nos atentar que as UCs devem ser dotadas de programas específicos, de
modo a garantir o manejo e a gestão adequados dos espaços territoriais protegidos.
Podemos então destacar que o documento principal para a gestão das UCs é o Plano
de Manejo, o qual é composto pelos demais planos e programas, como: Plano de
Zoneamento, Programa de Educação Ambiental, Programa de Uso Público, Plano de
Monitoramento, dentre outros.
Podemos destacar como ações já executadas: trilhas com placas e informações sobre
a flora e fauna das UCs, cartilhas informativas e livros fotográficos elaborados com
a descrição da biodiversidade das UCs, além do planejamento para a realização de
pesquisas científicas sobre os diversos aspectos que compõem a UC.
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Unidade II | Educação ambiental
O SNUC divide as UCs em dois grupos distintos, de acordo com os objetivos de manejo
e tipos de uso. O primeiro grupo é de Proteção Integral, que visa preservar a natureza,
sendo permitido somente o uso indireto dos seus recursos naturais.
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Educação ambiental | Unidade II
As UCs são criadas por meio de ato do Poder Público, após a realização de estudos
técnicos que comprovam a importância ecológica das áreas propostas, e de consulta
pública à população. Atualmente, o Brasil possui 2.446 Unidades de Conservação, das
quais 777 são de Proteção Integral; e 1.669, de Uso Sustentável (MMA, 2020).
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CAPÍTULO 2
Educação Ambiental em debate
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/bright-flyer-business-green-energy-cartoon-1479175904.
Desse modo, neste capítulo iremos diferenciar estas duas principais correntes da
Educação Ambiental para que possamos compreender as consequências de suas
aplicações para a sociedade e o meio ambiente.
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Educação ambiental | Unidade II
Ecoeficiência
Busca soluções tecnológicas para os problemas ambientais. Porém estas soluções são,
normalmente, paliativas e acabam não alterando a produção e uso que podem estar
ocorrendo de forma insustentável. Como exemplo, podemos citar as estratégias de
consumo consciente, que visam ao incentivo do consumo de produtos recicláveis.
Conservadorismo
Comportamentalismo
Tem como foco o indivíduo e as possíveis mudanças que ele pode causar ao meio
ambiente, sem levar em consideração os aspectos políticos e culturais que podem gerar
os determinados tipos de comportamentos.
No entanto, essas três características, por si só, não tornam as práticas educativas
conservadoras. Porém a priorização desses aspectos apenas causa a mitigação dos
problemas ambientais, agindo em suas consequências e não no que realmente está
causando o problema.
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Unidade II | Educação ambiental
Fonte: https://www.shutterstock.com/image-photo/hand-businessman-reach-out-towards-nature-621237140.
Desse modo, as ações educativas nessa corrente não priorizam as atitudes individuais,
mas tem seu foco nas ações coletivas, avaliado as comunidades que vivem na região e
em suas interações com o meio. Assim, estimulam a participação social na elaboração
de soluções para os problemas enfrentados.
Entende-se como ambiente o local em que vivemos, e sobre este temos responsabilidades
e mantemos uma relação de interdependência, tanto pelo que produzimos como pelo
que consumimos no meio.
Historicidade
Práxis
Trata como fundamental a reflexão e o estudo para que sejam formuladas boas práticas,
os quais possam conscientizar e gerar novas reflexões sobre o ambiente, mostrando
sentido e permitindo a evolução, tanto das práticas adotadas como dos indivíduos.
Totalidade
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Educação ambiental | Unidade II
Emancipação
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/kid-environment-education-concept-639310237.
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Unidade II | Educação ambiental
Que estratégias você pode sugerir para que a aplicação da Educação Ambiental
nas escolas seja mais eficiente?
Agora que sabemos que existe uma Política Nacional de Educação Ambiental,
sugerimos a leitura do texto completo, de modo a possibilitar aos alunos o
conhecimento profundo sobre a norma vigente, bem como o exercício da cidadania.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm.
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Educação ambiental | Unidade II
O licenciamento ambiental é uma das principais ferramentas que a gestão pública utiliza
para enfrentar os conflitos socioambientais, esses conflitos podem alcançar dimensões
econômicas, políticas, sociais e espaciais. Desse modo, podemos concluir que o gestor
público deve estar preparado para atuar como mediador desses conflitos, tendo como
foco a elaboração de consensos entre todas as partes envolvidas.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/porto-seguro-bahia-brazil-november-12-1681447927.
49
Unidade II | Educação ambiental
O poder público, através dos órgãos ambientais, também tem o papel de legislar,
implantar, fiscalizar e dar exemplo de ações que possam contribuir para o uso e
exploração sustentável do meio ambiente.
Devemos nos atentar ainda que os órgãos ambientais estaduais e municipais também
possuem autonomia, dentro de suas competências, para executar ações referentes ao
PRONEA. Além disso, as esferas estaduais e municipais podem ainda elaborar suas
próprias normas e prioridades, como os Planos Estaduais de Educação Ambiental,
para implementação da Política Nacional de Educação Ambiental em todo o território
brasileiro.
50
Educação ambiental | Unidade II
O PRONEA é gerido e coordenado por um órgão gestor, que deve ser dirigido pela
ação conjunta dos Ministérios do Meio Ambiente e da Educação, compatibilizando
as decisões e discussões do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) e
do Conselho Nacional de Educação (CNE).
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/teacher-students-agronomy-looking-vegetation-265592885.
51
Unidade II | Educação ambiental
A Educação Ambiental se mostra cada vez mais urgente, apesar dos desafios que ela
enfrenta para a sua consolidação. As alterações do meio ambiente pelo homem, as
mudanças climáticas e os diversos efeitos naturais atingem cada vez mais as condições
de vida das sociedades humanas.
Assim, como pudemos perceber até agora, o ser humano é a causa de diversos problemas
ambientais, mas também pode ser a ferramenta para consertá-los. Nesse aspecto, a
Educação Ambiental e a mudança de postura perante o meio ambiente são fundamentais
para iniciar o processo de mudança.
Por que é tão difícil colocar em prática a Educação Ambiental nas escolas?
São muitas perguntas, eu sei. Mas estamos vivendo em uma época em que as
perguntas devem ser feitas e as respostas devem ser buscadas, pois o ambiente
precisa desse nosso empenho para solucionar os conflitos que existentes!
Podemos destacar ainda que, segundo Alves e Fonseca (2011), os fatores que fortalecem
a Educação Ambiental são:
» desenvolvimento da cidadania;
» conhecimento interdisciplinar;
52
Educação ambiental | Unidade II
Esses fatores citados só nos mostram como a Educação Ambiental deve estar presente
no dia a dia da sociedade.
No entanto, para enfrentar esses problemas, essas comunidades devem estar bem
preparadas e instrumentalizadas. Desde modo, o desenvolvimento da Educação
Ambiental que busca a participação de toda comunidade pode garantir a difusão de
conhecimentos entre os cidadãos participantes desses grupos. Esse pode ser o primeiro
passo para que haja um fortalecimento pela busca da qualidade do meio ambiente.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/community-farm-region-quilombola-photographed-presidente-713969491.
53
Unidade II | Educação ambiental
Assim, as estratégias que podemos citar que são capazes de facilitar a aplicação da
Educação Ambiental nas comunidades são o desenvolvimento de oficinas, rodas de
conversas, fóruns de debates, minicursos, entre outras atividades que se abrangem o
público e ao local em questão.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/close-long-mangrove-tree-roots-low-1595799088.
54
Educação ambiental | Unidade II
Nas UCs, a Educação Ambiental tem o objetivo de explorar o seu potencial didático,
de modo que possa haver uma disseminação das informações sobre a unidade. O
Conselho da Unidade sempre é prioridade nos cursos, palestras ou debates de Educação
Ambiental promovidos pelas UCs.
55
CAPÍTULO 3
Educação Ambiental aplicada à fauna
silvestre
56
Educação ambiental | Unidade II
Vale lembrar que o comércio ilegal de animais silvestres é “alimentado” pela demanda
(que também funciona de forma ilegal) por parte da população. Podemos entender
assim que, se não houver demanda, essa atividade perde seu público consumidor e,
consequentemente, deixa de ser considerada lucrativa.
Existem também órgãos menores, e mais específicos, que atuam nessa área, como o
Projeto TAMAR, o Núcleo de Reabilitação da Fauna Silvestre e o Centro de Triagem de
Animais Silvestres da Universidade Federal de Pelotas. Nesses órgãos também ocorrem
atividades de ensino, pesquisa, extensão e prestação de serviços à comunidade em geral.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/loggerhead-sea-turtle-rehabilitation-facility-81911149.
57
Unidade II | Educação ambiental
Alguns objetivos são importantes para que os órgãos sejam mais eficientes na conservação
e preservação dos animais silvestres, dentre os quais podemos destacar:
» Realização de pesquisas científicas que não causem danos aos animais e que
forneçam subsídios à melhoria na qualidade de vida das espécies.
O Projeto TAMAR foi criado pelo IBAMA, em 1980, com o objetivo de proteger
cinco espécies de tartarugas na costa brasileira. Até o surgimento do projeto, os
ovos das tartarugas eram roubados, e as fêmeas que saíam do mar para desovar
poderiam ser mortas pelos caçadores. Os programas de Educação Ambiental
voltados para as comunidades litorâneas influenciam as pessoas a colaborarem
com a fiscalização.
Você pode saber mais sobre a atuação do Projeto TAMAR através da página
eletrônica https://www.tamar.org.br/.
58
DIREITO AMBIENTAL
PARA A PROTEÇÃO DA UNIDADE III
BIODIVERSIDADE
CAPÍTULO 1
A evolução da legislação ambiental
Para além disso, vamos tratar sobre o Direito Ambiental, que se propõe a zelar pelo
patrimônio natural do território. Você sabe quais são as normas que asseguram
a proteção da biodiversidade?
A partir de agora, vamos aprender como se dá a proteção ambiental através dos critérios
legais, bem como podemos entender o processo de evolução do Direito Ambiental e
os seus princípios norteadores. Vamos nos atentar, primeiramente, a que o Direito
Ambiental é considerado uma ciência nova, porém as leis e normas ambientais existem
desde a antiguidade. Como assim? Isso é o que vamos começar a entender agora.
59
Unidade III | Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade
A Conferência de Estocolmo
Essse evento é considerado um marco no Direito Ambiental devido à presença de
muitos países na ocasião e à riqueza do conteúdo discutido. A Conferência das Nações
Unidas sobre o Meio Ambiente Humano foi realizada na cidade de Estocolmo, na
Suécia, em 1972, convocada e organizada pela ONU.
Devemos nos atentar que esta conferência representa a primeira reunião realizada
por representantes governamentais de diversos países para a discussão das questões
ambientais. Esta discussão passou a se mostrar necessária após alguns acidentes com
grandes impactos ao meio ambiente, como o naufrágio do navio petroleiro Torrey
Canyon, em 1967.
Figura 25. Representação da busca pelo equilíbrio entre o desenvolvimento e a qualidade ambiental.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/scale-wealth-cash-money-on-plate-1567621084.
60
Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade | Unidade III
Princípio 1: “O homem tem direito fundamental à liberdade, à igualdade e à condições de vida adequadas em
ambiente cuja qualidade lhe permita viver com dignidade e bem-estar, e cabe-lhe a solene responsabilidade de
proteger e melhorar o meio ambiente para as gerações atuais e futuras. A esse respeito condenam-se e devem
ser eliminadas as políticas que promovem ou fazem durar o apartheid, a segregação racial, a discriminação, a
opressão colonial e outras formas de opressão ou dominação estrangeira”.
Princípio 2: “Os recursos naturais da Terra, incluindo-se o ar, a água, a terra, a flora e a fauna, e especialmente
amostras representativas dos ecossistemas naturais, devem ser salvaguardados em benefício das gerações
atuais e das futuras, por meio de cuidadoso planejamento ou administração, conforme o caso”.
[...] Princípio 6: “A fim de que não se causem danos graves ou irreparáveis aos ecossistemas, deve-se pôr fim
à descarga de substâncias tóxicas ou de outras matérias bem como à libertação do calor, em quantidades ou
concentrações tais que ultrapassem a capacidade do meio ambiente de naturalizá-la. [...]”.
[...] Princípio 14: “O planejamento racional constitui um instrumento indispensável para conciliar os imperativos
do desenvolvimento e a necessidade de proteger e melhorar o meio ambiente”.
[...] Princípio 19: “É indispensável um trabalho de educação em questões ambientais, visando tanto às
gerações jovens como aos adultos, dando atenção especial às populações menos privilegiadas, a fim de criar
as bases de uma opinião pública bem informada e de uma conduta responsável dos indivíduos, das empresas
e das comunidades, inspiradas no sentido de sua responsabilidade em relação à proteção e melhoria do meio
ambiente em toda a sua dimensão humana”.
[...] Princípio 22: “As nações devem cooperar no aperfeiçoamento e melhoria do Direito Internacional, quanto
à responsabilidade e à indenização das vítimas de poluição e de outros danos ambientais provocados por
atividades que, realizadas dentro de sua jurisdição, ou sob seu controle, causem danos a zonas situadas fora de
seu espaço territorial ou de sua jurisdição”.
Fonte: Adaptado de BRASIL (1972).
A Conferência Rio-92
Embora a Conferência de Estocolmo tenha representado um grande avanço para a
discussão de medidas de proteção e gestão ambiental, elas não se tornaram regras
nacionais ou internacionais e não impediram que os danos ambientais continuassem
acontecendo.
Figura 26. Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio de Janeiro 3 a 14 de junho de 1992).
61
Unidade III | Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade
Tal conclusão se deu após a elaboração do Relatório Nosso Futuro Comum (Our
Common Future), conhecido como Relatório de Brundtland, elaborado pela então
primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, e publicado em 1987 após a
referida conferência com o objetivo de acompanhar as ações a serem realizadas pelos
países participantes (GUERRA, 2006; LAGO, 2006).
Esta conferência foi realizada com foco nas problemáticas globais e tinha como objetivos
a elaboração de “estratégias e medidas para parar e reverter os efeitos da degradação
ambiental no contexto dos crescentes esforços nacionais e internacionais para a
promoção do desenvolvimento sustentável” (LAGO, 2006, p. 53, grifo nosso).
Esta reunião foi realizada com a presença de representantes de mais de 170 países,
chefes de Estado, representantes de organizações não governamentais e da sociedade
civil. Além disso, o sucesso da conferência é associado também à centralização da
temática do desenvolvimento sustentável, formalizado a partir do Relatório de
Brundtland e embasado em critérios econômicos, sociais e ambientais (LAGO, 2006).
62
Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade | Unidade III
Tabela 3. Descrição das principais características dos documentos elaborados durante a ECO-92.
Documento Características
Declaração do Rio Composto por 27 princípios, ratificando e acrescentando os princípios
estabelecidos na Declaração de Estocolmo.
Documento principal do Direito Ambiental Internacional.
Agenda 21 Documento com recomendações de planejamento para o início do século XXI.
Contempla ações para a proteção ambiental e para a implementação de ações de
sustentabilidade.
Visa à integração de todos os setores da sociedade.
Criação do Global Environmental Facility (GEF), fundo financeiro internacional
para incentivar projetos com impactos globais.
Convenção sobre Diversidade Instrumento internacional de proteção da biodiversidade.
Biológica
Visa à conservação da biodiversidade, ao uso sustentável dos recursos biológicos
e à justa distribuição dos benefícios do uso desses recursos.
Convenção-Quadro sobre Compreende a preocupação com a emissão dos gases poluentes e de efeito estufa.
Mudanças Climáticas
Documento amplamente discutido e aprimorado, tendo em vista a evolução das
pesquisas científicas sobre o tema.
Declaração de Princípios sobre Acordo para a conservação e exploração sustentável das florestas.
Manejo de Florestas
Documento criticado por não definir um planejamento estratégico.
Fonte: Adaptado de Lago (2006).
A Cúpula de Joanesburgo
Depois de passados 10 anos, foi realizada, em 2002, em Joanesburgo, na África do
Sul, a nova reunião da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, também
conhecida como Rio+10. Organizada pela ONU, esta reunião contou com mais de 180
países, organizações não governamentais e a sociedade civil com o objetivo de verificar
o progresso das ações definidas durante a Rio-92.
63
Unidade III | Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade
A postura firme dos consumidores sobre as políticas sociais e ambientais foi um fator
determinante para a mudança de comportamento do empresariado, de modo que a
economia verde passou a integrar seus planejamentos. Assim, as iniciativas para o
desenvolvimento sustentável passaram a representar diversos setores, tanto políticos
como econômicos e de incentivo de tecnologias. Dessa forma, o desenvolvimento
sustentável se mostrou economicamente viável.
God forbid that India should ever take to industrialism after the manner
of the West […]. It took Britain half the resources of the planet to achieve
this prosperity. How many planets will a country like India require?
(Deus nos proteja de que a Índia se industrialize da mesma maneira
que o Ocidente [...]. O Reino Unido usou a metade dos recursos do
planeta para atingir sua prosperidade. De quantos planetas vai
precisar a Índia?).
Para maiores informações acesse: The Economist (2002), disponível em: https://
www.economist.com/special-report/2002/07/06/the-great-race.
Cabe ainda destacar que, no evento, o Brasil assumiu o compromisso de criar o programa
Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA), para incentivar, expandir e consolidar as
Unidades de Conservação, especialmente, no Bioma Amazônia. Assim, atualmente o
ARPA é um programa efetivo do governo federal que promove a criação, o fortalecimento
e o monitoramento das UCs em território amazônico.
64
Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade | Unidade III
Assim, em 2015 foi realizada uma Reunião da Cúpula das Nações Unidas sobre o
Desenvolvimento Sustentável em Nova York, na qual foram discutidas as ações
da agenda de planejamento para os 15 anos seguintes, resultando no documento
intitulado Transformando Nosso Mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento
Sustentável.
65
Unidade III | Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade
13. tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos;
66
Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade | Unidade III
17 1
16 7 2
7
7 7
15 7 3
7
7
14 7 4
7 7
13 7
5
7 7
12 67
7 7
11 7 7
7 10 8 7
9 7
7 7
7
Fonte: Adaptado de Agenda 2030, disponível em http://www.agenda2030.com.br/.
7
Além disso, destacamos o importante movimento que ficou conhecido como Sextas-
Feiras para o Futuro (tradução de Fridays for Future), liderado pela sueca Greta
Thunberg. O movimento ganhou destaque internacional em 2018, após a jovem sueca
de 16 anos se ausentar da escola na última sexta-feira de cada mês para protestar em
frente ao congresso da Suécia utilizando um cartaz com a seguinte frase: skolstrejk för
klimatet ou greve escolar pelo clima.
Figura 28. Greta Thunberg em sua manifestação individual (A) e cartazes das manisfetações
coletivas do Fridays for Future (B).
A
B
67
Unidade III | Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade
» UNITED NATIONS. The future we want. Rio de Janeiro: UN, 20-22 Jun. 2012.
Disponível em: http://www.rio20.gov.br/documentos/documentos-da-
conferencia/o-futuro-que-queremos/at_download/the-future-we-want.
pdf. Acesso em: 6 nov. 2020.
68
Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade | Unidade III
69
Unidade III | Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade
Não podemos esquecer de que, naquele momento, a preocupação do legislador era baseada
em priorizar a questão econômica dos bens e voltada para suprir as necessidades
individuais. Portanto, era levado em consideração o valor essencial dos recursos e a
finitude destes, uma vez que eles poderiam ser esgotados.
Podemos destacar que, nesse período, foram instituídas as seguintes leis federais:
70
Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade | Unidade III
Foi somente a partir da década de 1980 que o meio ambiente passou a ser considerado
em si como fator central para a conservação. Podemos destacar, então, a criação
da Política Nacional de Meio Ambiente, através da Lei Federal nº 6.938/1981
(RODRIGUES, 2017). Nesse ponto, devemos observar que a Constituição Federal
(CF/1988) é considerada um marco fundamental desse processo.
Assim, o art. 225 da CF/1988 torna evidente o compromisso do Estado com a proteção
do meio ambiente:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade
de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo
ecológico das espécies e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País
e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material
genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização
que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de
impacto ambiental, a que se dará publicidade;
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos
e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio
ambiente;
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas
que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção
de espécies ou submetam os animais a crueldade.
§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar
o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo
órgão público competente, na forma da lei.
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
71
Unidade III | Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade
Fonte: https://www.estantevirtual.com.br/livros/senado-federal/constituicao-da-republica-federativa-do-brasil/3130126497.
• 1500 a 1950;
• antropocentrismo;
1ª fase • preocupação econômica.
• 1950 a 1980;
• antropocentrismo;
2ª fase • preocupação com a saúde e a qualidade de vida humana.
• A partir de 1980;
• Política Nacional de Meio Ambiente;
3ª fase • meio ambiente como direito constitucional.
72
Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade | Unidade III
Para compreendê-la melhor, temos que ter em mente a sua finalidade concreta conforme
disposto em seu art. 4º, transposto a seguir:
Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:
73
Unidade III | Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade
Podemos destacar ainda que a PNMA é também responsável pela criação do Sistema
Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), que é uma estrutura de instituições
e entidades com papel fundamental na gestão e conservação do meio ambiente, e
do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), um órgão consultivo e
deliberativo com a finalidade, entre outras, de propor diretrizes e políticas governamentais
para a garantia da qualidade de vida humana e do meio ambiente.
74
Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade | Unidade III
SISNAMA
• Conselho de governo.
Órgão superior • Visa assessorar o presidente da República na formulação
da PNMA.
Fonte: Adaptado de Política Nacional de Meio Ambiente (BRASIL, 1981, Lei nº 6.938).
O IBAMA, em síntese, é uma autarquia federal criada pela Lei Federal nº 7.735/1989,
com autonomia administrativa e financeira e vinculada ao Ministério do Meio
Ambiente (MMA), e que tem por finalidade a execução das ações da PNMA referente
às atribuições federais.
Já o ICMBio foi criado pela Lei Federal nº 11.516/2007, também com autonomia
administrativa e financeira, com a finalidade de executar as ações referentes às
Unidades de Conservação federais, conforme Lei Federal nº 9.985/2000.
75
Unidade III | Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade
Devemos nos atentar que, ao longo do tempo, a PNMA embasou outras normas para
regulamentar o uso sustentável dos recursos naturais, por isso trataremos a seguir de
algumas dessas normas responsáveis pelo ordenamento ambiental brasileiro.
Nesse sentido, devemos destacar também que a PNMA é um instrumento que auxilia na
formação e consolidação da legislação ambiental brasileira que passa a crescer a partir
dela. Assim, exemplificamos a seguir quatro leis que estabelecem políticas nacionais
para o uso sustentável dos recursos naturais:
Podemos ainda destacar que esta lei é regulamentada pelo Decreto Federal nº 6.514/2008,
o qual dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente.
76
Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade | Unidade III
Sobre esta PNEA, é importante destacar que os estados possuem a competência para
instituir seus próprios Planos Estaduais de Educação Ambiental. Assim, seguindo as
bases e diretrizes da PNEA, os estados podem criar seus planos para aplicar a Educação
Ambiental em seus territórios, considerando suas particularidades, necessidades,
pontos fracos e fortes.
77
Unidade III | Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade
78
Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade | Unidade III
Podemos ainda destacar que esta lei é regulamentada pelo Decreto Federal
nº 7.404/2010, a qual estabelece que é competência dos estados e municípios
elaborar seus próprios planos como meio de acessar recursos da União,
exclusivos para este fim.
79
Unidade III | Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade
Devemos nos atentar que estes são apenas alguns exemplos, uma vez que existem
várias normas, utilizadas nos dias de hoje, criadas antes e depois da PNMA, mas aqui
o objetivo não é entrar em detalhes sobre todas elas. Afinal, não se trata de um curso
completo de Direito Ambiental.
Entretanto, para compreender mais sobre a gestão da fauna silvestre e sobre as diretrizes
da Educação Ambiental, precisamos entender o contexto de formação dessas normas
como temos hoje.
80
CAPÍTULO 2
Princípios do Direito Ambiental
Neste capítulo, vamos aprender sobre os princípios que são utilizados dentro do
Direito Ambiental, de modo a nortear a interpretação e/ou julgamento das ações.
Cabe destacar que esses princípios têm como origem a Constituição Federal. No
entanto, não são estabelecidos de forma uniforme, sendo livre a interpretação dos
autores quanto ao número ou quanto a considerá-los princípios ou subprincípios
(RODRIGUES, 2017).
Além disso, destaca-se que, em alguns casos, esses princípios podem também ser
contraditórios. Nesse sentido, Rodrigues (2017, p. 330) considerada que “na aplicação
de um princípio a uma dada situação concreta, o juiz exerce uma ponderação de
valores [...] decidindo, caso a caso, qual princípio deve prevalecer” (grifo do autor).
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/environment-law-nature-resources-legal-action-1046213683.
81
Unidade III | Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade
A recomendação pelo uso adequado dos recursos naturais bem como a manutenção
destes na natureza foram trazidos na Declaração de Estocolmo em alguns princípios,
como proteger e melhorar o meio ambiente. Além disso, o Relatório de Brundtland,
posterior à Conferência de Estocolmo, apresenta de forma clara a importância do
desenvolvimento sustentável.
Princípio da participação
Este princípio é, basicamente, formulado no Princípio 10 da Declaração do Rio-92,
quando se expressa que “a melhor maneira de tratar questões ambientais é assegurar
a participação, no nível apropriado, de todos os cidadãos interessados” (LAGO, 2006,
P. 270, grifo nosso).
Neste ponto, fica evidente o caráter democrático sobre a tutela do meio ambiente,
também previsto na Constituição Federal de 1988, uma vez que ela estabelece a ampla
participação da população na busca por um ambiente ecologicamente equilibrado,
como descrito em seu art. 225, o qual estabelece que cabe ao “Ministério Público
e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações” (grifo nosso – BRASIL, 1988). Sendo assim, podemos considerar que fica
imposto um dever para a população e não um aconselhamento ou recomendação
(SILVA; FELÍCIO, 2017).
82
Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade | Unidade III
Este princípio busca, portanto, garantir que a população tenha voz e seja ouvida para a
manutenção da qualidade do meio ambiente, como ocorre, por exemplo, nos conselhos
nacional, estaduais e municipais de meio ambiente. Ainda, como importante ferramenta
para a participação coletiva, destacam-se as audiências públicas realizadas, por
exemplo, durante os processos de licenciamento de empreendimentos, as quais ocorrem,
em alguns casos, antes da aprovação do projeto pelo órgão ambiental competente.
Fonte: https://image.shutterstock.com/image-vector/vector-illustration-people-holding-signs-600w-1411355837.jpg.
Devemos ressaltar neste princípio, que é fundamental que a população tenha acesso a
informação e Educação Ambiental para a construção da consciência ambiental,
esta que possibilita a luta pela manutenção do direito individual e coletivo de um
ambiente ecologicamente equilibrado.
Princípio do poluidor/usuário-pagador
No Direito Ambiental, este pode ser considerado um postulado essencial, uma vez
que possui grande alcance e baseia-se nas ideias de prevenção e repressão. No entanto,
ainda que a ampla interpretação permita diversas aplicações, não deve jamais ser
interpretado como “pagar para poluir” (RODRIGUES, 2017, p. 355, grifo do autor).
Este princípio foi evidenciado na Declaração do Rio-92, nos Princípios 13 e 16, os quais
tratam da responsabilização por danos ambientais causados por meio da utilização
de instrumentos econômicos em prol do interesse público e da restauração do meio
ambiente atingido pela poluição.
83
Unidade III | Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade
Podemos utilizar como exemplo o uso direto dos recursos naturais, como matéria-
prima de empreendimentos. Nesse aspecto, vamos relembrar que o meio ambiente
e, consequentemente, todos os recursos naturais são bens de uso comum de toda
a sociedade, sendo sua função ecológica um bem ambiental de direito coletivo.
Assim, ainda que não seja possível estipular preços de mercado a todos os serviços
que os recursos naturais promovem, esse princípio visa internalizar custos relativos
ao meio ambiente àquele que pretende se utilizar desse bem comum; dessa forma,
embutindo um custo de utilização ao usuário do recurso, uma vez que tais recursos
não estarão mais disponíveis à sociedade.
Nesse sentido, a utilização desses recursos naturais deve ser precedida de devida
autorização da sociedade ou de seus órgãos representantes. Para tanto, é preciso
passar pelo processo de licenciamento ambiental perante os órgãos gestores,
para a instalação de empreendimentos impactantes ao meio ambiente. Essas
autorizações são formadas por estudos de avaliação de impacto ambiental, de
mitigação destes e de recuperação de possíveis danos causados.
Devemos ainda destacar que, no Brasil, a responsabilização por dano ambiental causado
pode se dar de forma civil, penal e administrativa, conforme estabelecido pelo
artigo 225 da Constituição Federal. Dessa forma, a partir da aplicação desse princípio,
compete aos gestores preconizar ações efetivas de combate à poluição ambiental e
punição dos agentes poluidores.
Princípio da prevenção
Princípio que leva em consideração a absoluta certeza científica para a tomada de
decisão dos gestores quanto ao uso do meio ambiente, de modo que, diante da ausência
de argumentos científicos seguros quanto à manutenção dos recursos, devem-se
prevenir ações que possam causar degradação ambiental. Esse princípio considera,
portanto, que o risco da atividade é conhecido.
84
Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade | Unidade III
Princípio da precaução
Semelhante ao princípio da prevenção, o princípio da precaução leva em consideração
a informação científica disponível acerca dos danos que poderão ser provocados
por determinado empreendimento; porém este é aplicado nos casos em que não há
comprovação, ou certeza, do dano ambiental decorrente. Dessa forma, o objetivo
central desse princípio é evitar que ocorra qualquer dano ao ambiente, uma vez que
não há certeza científica sobre o impacto a ser causado nele.
Devemos ainda estar atentos ao fato de que os danos ambientais, muitas vezes, são
irreversíveis e irreparáveis; portanto, esse princípio torna-se ainda mais importante
por ser utilizado para evitar que quaisquer danos imprevistos sejam causados.
No que se refere à CF/1988, este princípio assegura o disposto no inciso V do artigo 225,
o qual estabelece que se deve “controlar a produção, a comercialização e o emprego de
técnicas [...] que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente”
(grifo nosso – BRASIL, 1988).
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Unidade III | Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade
Nesse ponto, vamos entender que a repressão tem caráter não apenas corretivo, mas
também educativo, de modo a evitar que o responsável volte a causar danos.
Assim, a Educação Ambiental deve ser tema de estudo em todos os níveis da educação,
desde os primeiros anos de vida, de forma que se torne ferramenta indispensável para
o desenvolvimento do pensamento crítico sobre o meio ambiente, e os cidadãos se
tornam capazes de compreender o conceito de desenvolvimento sustentável, bem
como de promover ações conscientes para a conservação do equilíbrio ambiental
(SOUZA, 2012).
Neste tópico, vamos observar que a aplicação deste princípio resguarda a proteção ao
meio ambiente, conforme estabelecido na CF/1988, bem como garante à sociedade a
consolidação da proteção aos bens ambientais já reconhecidos. Devemos observar que
a conquista da proteção ambiental ocorre ao longo do tempo, sendo adquirida pouco a
pouco e, por isso, toda norma de conservação deve ser resguardada (MILARÉ, 2014).
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Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade | Unidade III
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Unidade III | Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade
Figura 34. Apresentação resumida dos princípios que regem o Direito Ambiental tratados nesta unidade.
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CAPÍTULO 3
Diretrizes e Acordos internacionais de
proteção aos animais silvestres
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Unidade III | Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade
O objetivo central da CITES é o controle desse tipo de comércio para evitar que as
espécies atinjam níveis insustentáveis de suas populações. Essa convenção é, portanto,
uma convenção pela proteção da biodiversidade.
As ações necessárias ao cumprimento das diretrizes nela listadas são coordenadas pelo
Ministério do Meio Ambiente, através do IBAMA, que é considerado a Autoridade
Administrativa (Decreto nº 3.607/2000). Sendo assim, além de coordenar as ações,
o IBAMA deve também manter o registro do comércio das espécies, fiscalizar as
condições de transporte, destinar os espécimes apreendidos, bem como elaborar e
remeter relatórios à Secretaria da CITES.
Além disso, podemos ressaltar que o IBAMA, o ICMBio e o Instituto de Pesquisa Jardim
Botânico do Rio do Janeiro (JBRJ) são considerados Autoridades Científicas, com
as competências de auxiliar e avaliar as populações das espécies incluídas nas listas
CITES, bem como de cooperar em programas de conservação da biodiversidade e
assessorar quanto à destinação de animais apreendidos.
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Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade | Unidade III
Dessa forma, essa convenção apresenta 42 artigos com diretrizes para a utilização
sustentável de componentes da diversidade biológica, para a pesquisa e o monitoramento,
para a promoção da educação e conscientização públicas, dentre outros.
Para tanto, fica prevista a possibilidade de cooperação entre os países como ferramenta
para garantir a conservação e a utilização sustentável da biodiversidade, através de
estratégias, planos, programas ou políticas públicas com estes fins. Sendo assim, a
CDB ressalta, em diversos pontos, a importância de incentivar o desenvolvimento de
pesquisas científicas sobre a biodiversidade e seus componentes.
Podemos destacar ainda que o evento marcou o início das discussões sobre o acesso aos
recursos genéticos e a repartição dos benefícios dos recursos genéticos da biodiversidade.
Atualmente existem mais de 2 mil Sítios Ramsar reconhecidos em todo o mundo, dos
quais 27 estão em território brasileiro, totalizando mais de 26 milhões de hectares
(RAMSAR, 2020).
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Unidade III | Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade
Por se tratar de áreas que devem ter uma gestão adequada para a conservação das
espécies migratórias, inicialmente eram indicadas somente os territórios já protegidos
no Brasil, através das Unidades de Conservação. No entanto, em 2018, foram instituídos
dois Sítios Ramsar em territórios extensos, são estes:
E, por fim, a Comissão Internacional Baleeira (CIB), que tem como principal objetivo
a conservação das baleias e a gestão da caça, especialmente a manutenção
da proibição à caça comercial. No endereço eletrônico da CIB existem mais
informações disponíveis: https://iwc.int/home.
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Direito Ambiental para a proteção da biodiversidade | Unidade III
A B
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LEGISLAÇÃO
BRASILEIRA SOBRE UNIDADE IV
FAUNA SILVESTRE
CAPÍTULO 1
Leis de Proteção à Fauna silvestre
Com o passar do tempo, a visão ecocêntrica se fortaleceu com a ação dos movimentos
ambientalistas que defendem a proteção de todas as formas de vida e combatem as
atividades predatórias humanas, como a caça e a destruição de habitats. Devemos nos
atentar ainda que a manutenção do equilíbrio ambiental é, também, condição para a
existência da população humana (BORTOLOZI, 2018).
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Legislação brasileira sobre fauna silvestre | Unidade IV
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/hunters-catch-hare-duck-pheasant-hand-107225816.
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Unidade IV | Legislação brasileira sobre fauna silvestre
Este Código da Caça manteve-se vigente até a década de 1960, após a publicação da
atualização do Código Florestal (Lei nº 4.771/1965), a qual estabeleceu a proibição
e aplicação de pena para a atividade de caça em áreas de preservação permanente.
Em seguida, a publicação da Lei nº 5.197/1967 substituiu a norma de 1934 e foi
também conhecida como Código da Caça; atualmente esta lei continua vigente e,
após diversas atualizações, é conhecida como Lei de Proteção à Fauna (SAMPAIO,
2011; FERNANDES-FERREIRA, 2014).
Neste capítulo, trataremos sobre as normas atuais de proteção à fauna silvestre, mas,
antes de tudo, precisamos nos lembrar do que dispõe a CF/1988 em seu art. 225, §1º:
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies
ou submetam os animais a crueldade (grifo nosso – BRASIL, 1988).
Podemos ressaltar que, nesse inciso, fica estabelecida a proteção à fauna e a seu papel
ecológico, presando pelo equilíbrio, bem como a proteção à fauna contra maus-tratos
(RODRIGUES, 2017, p. 111).
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Legislação brasileira sobre fauna silvestre | Unidade IV
SILVA, C. M. R. M. Direito animal: uma breve digressão histórica. 2014. ISSN -1984-
0454. Disponível em: http://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/39899/
direito-animal-uma-breve-digressao-historica.
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Unidade IV | Legislação brasileira sobre fauna silvestre
[...] Art. 16. Fica instituído o registro das pessoas físicas ou jurídicas que
negociem com animais silvestres e seus produtos.
Destaca-se, por fim, que a referida lei estabelece a inclusão da proteção à fauna como
conteúdo de livros escolares, mediante aprovação do Conselho Federal em Educação
(art. 35), bem como a criação do Conselho Nacional de Proteção à fauna, para
auxiliar na execução e implementação desta política em território nacional (art. 36).
Essa lei apresenta conceitos, competências dos órgãos gestores, classificações dos tipos de
pesca e da aquicultura, bem como da fiscalização e sanções. Para melhor compreensão,
destacamos os seguintes conceitos (art. 2º):
I – recursos pesqueiros: os animais e os vegetais hidróbios passíveis de
exploração, estudo ou pesquisa pela pesca amadora, de subsistência, científica,
comercial e pela aquicultura;
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Legislação brasileira sobre fauna silvestre | Unidade IV
III – pesca: toda operação, ação ou ato tendente a extrair, colher, apanhar,
apreender ou capturar recursos pesqueiros (grifo nosso – BRASIL, 2009).
Entretanto, embora seja uma norma com vários dispositivos voltados para a pesca e
os recursos pesqueiros e, ainda, que seja um ponto de partida para a conservação das
outras espécies da fauna aquática, os dispositivos mais específicos de proteção desses
animais são publicados em outras normas que serão citadas no próximo capítulo.
A B
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Unidade IV | Legislação brasileira sobre fauna silvestre
Inicialmente destacamos o disposto no art. 15, que trata sobre situações que agravam
a pena:
I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;
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Unidade IV | Legislação brasileira sobre fauna silvestre
Esse decreto possui uma subseção exclusiva que define as sanções referentes às infrações
contra a fauna, a qual inclui disposições sobre a fauna silvestre, nativa, migratória ou
exótica e sobre a pesca. Assim, os arts. 24 a 42 estabelecem multas nos valores de 500
reais até 500 mil reais, além dos agravantes que resultam em acréscimo de valor sobre
a multa.
No que se refere a pesca, o decreto considera como pesca “o ato tendente a extrair, retirar,
coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos dos peixes, crustáceos,
moluscos aquáticos e vegetais hidróbios suscetíveis ou não de aproveitamento
econômico” (grifo nosso – BRASIL, 2008).
Podemos compreender que ela visa estabelecer procedimentos e normas para a cooperação
entre os entes da Federação, bem como delegar atividades comuns ou específicas a
esses entes. Para tanto, dispõe em seu artigo 2º alguns conceitos fundamentais a serem
seguidos e aplicados, são estes:
I - licenciamento ambiental: o procedimento administrativo destinado a
licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais,
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Legislação brasileira sobre fauna silvestre | Unidade IV
Em seu artigo 3º, estão descritos os objetivos de aplicação desta lei, nos quais se
destaca o direito constitucional de proteção ao meio ambiente equilibrado, bem como
a necessidade de estabelecer condições igualitárias de atuação a todos os entes da
Federação para a conservação ambiental.
Portanto, é justamente para alcançar essa igualdade que são propostas normas de
cooperação, conforme disposto no artigo 4º, os instrumentos de cooperação, dentre
os quais podemos destacar os convênios, consórcios e comissões.
Devemos nos atentar que, embora sejam delegadas as funções a cada ente federativo
(arts. 7º, 8º, 9º e 10), alguns deveres são comuns a todos, respeitadas as limitações
de atuação. Nesse aspecto, as ações relacionadas à execução da PNMA, a gestão
dos recursos naturais, a promoção da cooperação técnica, científica e financeira
para a execução da PNMA, o estímulo ao desenvolvimento de pesquisa científica e a
transparência dos resultados da gestão ambiental são exemplos de atividades comuns,
respeitados os limites de atuação de cada ente federativo.
Os artigos 7º, 8º, 9º e 10 trazem uma extensa lista de competências da União, dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios, das quais destacaremos a seguir somente
aquelas diretamente relacionadas à gestão e proteção da fauna:
Art. 7º São ações administrativas da União:
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Unidade IV | Legislação brasileira sobre fauna silvestre
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Legislação brasileira sobre fauna silvestre | Unidade IV
Dessa forma, os estados adquirem autonomia para elaborar suas próprias normas de
regulamentação, respeitando as competências de todos os entes federativos. Entretanto,
temos que levar em consideração que 26 estados compõem a República Federativa do
Brasil e, por essa razão, não será possível abordar todas as normas já aprovadas nesses
estados neste curso.
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CAPÍTULO 2
Portarias, Instruções Normativas e
outras normas de gestão da fauna
silvestre
No capítulo anterior, vimos algumas leis específicas para a gestão da fauna no território
brasileiro, mas devemos lembrar que estas não são as únicas. Por essa razão, podemos
ainda destacar as seguintes leis:
Além disso, existem outras normas que tratam especificamente sobre esse tema, em
especial as portarias e instruções normativas criadas pelo Poder Executivo, por exemplo.
Como órgãos da União responsáveis pela gestão da fauna silvestre, o Ministério do
Meio Ambiente (MMA), o IBAMA e o ICMBio podem regulamentar procedimentos
para ações já previstas em lei, respeitando sempre as competências de cada órgão.
Por essa razão, neste capítulo, nós iremos abordar outras normas que regem a gestão
da fauna silvestre no Brasil. Destacamos algumas delas:
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Legislação brasileira sobre fauna silvestre | Unidade IV
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Unidade IV | Legislação brasileira sobre fauna silvestre
Diante o exposto, cabe ainda ressaltar que existem outras normas referentes
aos assuntos de manejo e gestão da fauna, bem como de atualização de normas
anteriores.
Esta resolução estabelece os critérios para a formulação das listas de espécies da fauna
silvestre para criação e comercialização como animais domésticos. Além disso, são
determinados os prazos e outros procedimentos para a gestão da fauna através de
sistemas informatizados. Destacamos, portanto, o disposto no art. 3º:
Art. 3º. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis - IBAMA, no prazo de seis meses, a partir da data de publicação
desta Resolução, deverá publicar a lista das espécies que poderão ser
criadas e comercializadas como animais de estimação, observado o
disposto no art. 5º desta Resolução (grifo nosso – BRASIL, 2007).
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Legislação brasileira sobre fauna silvestre | Unidade IV
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Unidade IV | Legislação brasileira sobre fauna silvestre
O SISFAUNA foi criado em âmbito federal e utilizado pelo IBAMA para a execução
do manejo e controle da fauna silvestre. Entretanto, a partir da publicação da Lei
Complementar (LC) nº 140/2011, a competência para licenciamento e gestão da fauna
silvestre passa a ser dos Estados, através do órgão ambiental estadual.
Vale ressaltar que processos iniciados antes da publicação da lei complementar continuam
sob responsabilidade do IBAMA. Somente os processos iniciados após a publicação da
LC deveriam ser direcionados ao órgão ambiental estadual.
Nesse interim, a IN IBAMA nº 7/2015 considera todo esse contexto de gestão estadual dos
recursos faunísticos e a existência do SISFAUNA. Dessa forma, apresenta dispositivos de
conceitos, normas, prazos e etapas do processo de licenciamento. Além disso, apresenta
também referências quanto aos processos anteriores e posteriores à publicação da lei
complementar.
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Legislação brasileira sobre fauna silvestre | Unidade IV
» Criadouro Comercial;
» Jardim Zoológico.
Outro aspecto importante desta IN são os seus anexos que tratam, entre outros termos,
das determinações para instalação e plano de manejo dos diversos grupos e espécies
permitidos nesses estabelecimentos.
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Unidade IV | Legislação brasileira sobre fauna silvestre
Nessa resolução são estabelecidos os tipos de marcação, como: anilha aberta com
trava, anilha fechada, transponder, e lacre. Ao mesmo tempo, fica estabelecido que essas
marcações devem conter sistemas para impedir a adulteração e a falsificação, chamados
dispositivo antiadulteração e dispositivo antifalsificação, respectivamente.
» Abatedouro Frigorífico;
» Criadouro Científico;
» Criadouro Comercial;
» Criadouro Conservacionista;
» Curtume;
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Legislação brasileira sobre fauna silvestre | Unidade IV
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Unidade IV | Legislação brasileira sobre fauna silvestre
Essa IN trata sobre o controle e manejo da fauna sinantrópica nociva, mas, para
entendê-la melhor, vamos começar pelos seguintes conceitos:
Fica estabelecido, portanto, a fauna que pode ser manejada por determinação dos
órgãos federais do Meio Ambiente, da Agricultura ou da Saúde: espécies de animais
como insetos hematófagos (mosquitos, p. ex.), helmintos (vermes, p. ex.), moluscos,
insetos peçonhentos, animais domésticos em situação de abandono (cães e gatos, p.
ex.), roedores (ratos) e morcegos, entre outros. O manejo desses grupos de animais
se dá diante de risco epidemiológico ou por serem considerados pragas agrícolas.
Por essa razão, é considerado uma praga agrícola, além de possuir potencial
epidemiológico por ser agente transmissor da meningite eosinofílica, um tipo
de meningite causada por um verme e, ainda, a carapaça descartada de forma irregular,
após a morte do animal, pode resultar em acúmulo de água e criatório de larvas do
mosquito transmissor da dengue.
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Legislação brasileira sobre fauna silvestre | Unidade IV
Figura 39. Caramujo africano (Achatina fulica) é exemplo de fauna sinantrópica exótica, espécie que requer manejo
adequado e que causa preocupação no território brasileiro. As imagens são registros da proliferação do caramujo africano
nos estados do Maranhão (A) e São Paulo (B).
A B
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Unidade IV | Legislação brasileira sobre fauna silvestre
Considerada uma espécie que causa danos às lavouras e à vegetação nativa, através
do hábito de fuçar, ainda transmite doenças (leptospirose e febre aftosa), razões que a
enquadraram como espécie nociva pela IN nº 3/2013. Sendo assim, são estabelecidos
alguns critérios para o controle populacional do javali, como perseguição, abate e
captura.
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Legislação brasileira sobre fauna silvestre | Unidade IV
Para suprir algumas pendências resultantes desta IN, foi publicada a IN IBAMA nº
12/2019 que, entre outras disposições, institui o sistema eletrônico específicos para o
manejo da fauna exótica intitulado Sistema Integrado de Manejo de Fauna (SIMAF).
Para isso, precisamos considerar que até o momento se passaram 53 anos desde a
formulação da Lei da Fauna, em 1967, e que ao longo do tempo foram adicionadas
várias normas que regulamentam seus dispositivos. Ao mesmo tempo, as pesquisas
científicas e o impacto da sociedade humana sobre a biodiversidade também têm
aumentado no decorrer dos anos.
Não podemos esquecer que o Direito Ambiental está em constante evolução e, por
isso, devemos estar atentos ao exercício de nossos papeis como cidadãos e acompanhar
os projetos discutidos no Parlamento brasileiro.
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Unidade IV | Legislação brasileira sobre fauna silvestre
Por outro lado, estão apensos a este processo de tramitação outros dois projetos de
leis, o PL nº 7.129/2017 e o PL nº 3.276/2019. O primeiro refere-se à alteração de
termos da Lei nº 9.605/1998 e da Lei nº 9.985/2000 com o objetivo de normatizar o
abate e o controle de espécies exóticas invasoras, como forma de manejo. O segundo
refere-se à alteração da Lei nº 5.197/1967 de modo a agravar a pena sobre a violação
de alguns dispositivos desta lei.
Neste curso não temos a intenção de discutir as normas ambientais que ainda não
estão aprovadas, então não nos cabe discutir a fundo os benefícios ou prejuízos
ambientais dos projetos de lei citados. Nossa intenção é trazer informações
e conhecimento a vocês alunos e, mais uma vez, ressaltar que devemos estar
atentos às discussões como cidadãos atuantes que somos, afinal de contas, o
Direito Ambiental e, consequentemente, a proteção da biodiversidade brasileira
estão sempre em transformação.
Diante das informações obtidas até aqui, neste curso, quais atitudes podemos
tomar para melhorar a gestão da fauna no espaço em que vivemos e atuamos? E,
no papel de eleitores, vocês estão acompanhando as pautas dos representantes
eleitos?
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Legislação brasileira sobre fauna silvestre | Unidade IV
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CONSERVAÇÃO DA
FAUNA SILVESTRE UNIDADE V
CAPÍTULO 1
Listas de espécies ameaçadas de
extinção
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Conservação da fauna silvestre | Unidade V
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/bonn-north-rhinewestphaliagermany-28-11-18-1416418004.
Podemos destacar ainda que essas categorias de avaliação são também conhecidas
na literatura científica como status de conservação das espécies.
Você pode saber mais da Lista de Espécies Ameaçadas da IUCN em sua página
eletrônica, bem como pode conhecer mais sobre os processos de atualização, os
componentes e como fazer parte desta rede de colaboração: https://www.iucn.org/.
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Unidade V | Conservação da fauna silvestre
É importante ainda ressaltar que as espécies inseridas nessas listas nacionais são
consideradas protegidas, uma vez que a portaria proíbe a captura dessas espécies em
seus habitats.
A avaliação das espécies utiliza critérios internacionais, definidos pela IUCN, e também
critérios da norma nacional, conforme a Instrução Normativa ICMBio nº 34/2013.
Essa IN disciplina as diretrizes e os procedimentos para a Avaliação do Estado de
Conservação das Espécies da Fauna Brasileira, dentre outros procedimentos.
Nesse aspecto destacamos que a avaliação técnica do grau de conservação das espécies
é realizada em parceria com diversos profissionais especialistas e grupos de estudo e
pesquisa das universidades.
Nas listas nacionais, são utilizadas as mesmas categorias adotadas pela IUCN, sendo as
inseridas nas Portarias nºs 444 e 445/2014 aquelas classificadas como Vulneráveis,
Em perigo e Criticamente ameaçadas.
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Conservação da fauna silvestre | Unidade V
» Volume II – Mamíferos;
» Volume IV – Répteis;
» Volume V – Anfíbios;
» Volume VI – Peixes; e
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CAPÍTULO 2
Programas de Proteção à Fauna
Programa Pró-Espécies
O Programa Nacional de Conservação das Espécies Ameaçadas de Extinção,
conhecido como Pró-Espécies, é uma política pública, instituída pela Portaria MMA
nº 43/2014, cujo objetivo é estabelecer e adotar medidas para a prevenção, conservação,
manejo e gestão para reduzir os riscos de extinção das espécies em território nacional.
Figura 42. Logo do Programa Pró-Espécies e exemplar de jandaia-amarela (Aratinga solstitialis), espécie classificada como
em perigo de extinção e contemplada no PAN Aves Amazônicas.
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Conservação da fauna silvestre | Unidade V
Podemos destacar as parcerias com os seguintes estados: Amazonas (AM), Pará (PA),
Tocantins (TO), Maranhão (MA), Bahia (BA), Goiás (GO), Minas Gerais (MG), São
Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Espírito Santo (ES), Santa Catarina (SC), Paraná (PR)
e Rio Grande do Sul (RS).
Conforme dados do Ministério do Meio Ambiente, até o ano de 2020, 884 espécies
ameaçadas de extinção estavam contempladas em um total de 48 PANs. Portanto,
esse é mais um importante plano de gestão para a conservação da biodiversidade.
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Unidade V | Conservação da fauna silvestre
Depois de elaborados, os PANs são monitorados ao longo de cinco anos, por meio de
avaliação dos relatórios de cumprimento das ações e metas (ver Figura 43).
É importante ressaltar que os institutos públicos ICMBio e IBAMA são bastante ativos
na elaboração de estratégias e programas para a conservação da biodiversidade,
atuando nos mais diversos cenários para auxiliar na execução da PNMA.
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Conservação da fauna silvestre | Unidade V
Esperamos ainda que o conhecimento adquirido até aqui seja um impulso para a
busca por mais informações e para o desenvolvimento de projetos que melhorem
a gestão ambiental e da fauna silvestre nos espaços de atuação de cada um dos
alunos.
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REFERÊNCIAS
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Referências
Nacional do Meio Ambiente, como também oriundos de entrega espontânea, quando houver justificada
impossibilidade das destinações previstas no §1º do art. 25, da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de
1998, e dá outras providências. Disponível em: https://www.icmbio.gov.br/cepsul/images/stories/
legislacao/Resolucao/2013/res_conama_457_2013_dep%C3%B3sito_guarda_animais_silvestres.pdf.
Acesso em: 16 nov. 2020.
BRASIL. Ministério de Meio Ambiente. Conselho Nacional de Meio Ambiente –CONAMA.
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da fauna silvestre, suas partes ou produtos, em razão de uso e manejo em cativeiro de qualquer tipo.
Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=736. Acesso em: 16
nov. 2020.
BRASIL. Ministério de Meio Ambiente. Conselho Nacional de Meio Ambiente –CONAMA.
Resolução CONAMA nº 489, de 26 de outubro de 2018. Define as categorias de atividades ou
empreendimentos e estabelece critérios gerais para a autorização de uso e manejo, em cativeiro, da
fauna silvestre e da fauna exótica. Disponível em: https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/
Kujrw0TZC2Mb/content/id/47542644/do1-2018-10-29-resolucao-n-489-de-26-de-outubro-
de-2018-47542603. Acesso em: 16 nov. 2020.
BRASIL. Ministério de Meio Ambiente. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis – IBAMA. Instrução Normativa IBAMA nº 2, de 2 de março de 2001.Disponível
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criadouros-marcaCAo---instrucao-normativa-no_-02-de-02-de-marco-de-2001.pdf. Acesso em:
16 nov. 2020.
BRASIL. Ministério de Meio Ambiente. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis – IBAMA. Instrução Normativa IBAMA nº 31, de 31 de dezembro de 2002. Suspende
o deferimento de solicitações de criadouros comerciais para criação de répteis, anfíbios e invertebrados
com o objetivo de produção de animais de estimação para a venda no mercado interno, nos termos
das Portarias nº 118-N, de 15 de outubro de 1997, e nº 102, de 15 de julho de 1998. Disponível em:
https://www.normasbrasil.com.br/norma/instrucao-normativa-31-2002_74674.html. Acesso em:
16 nov. 2020.
BRASIL. Ministério de Meio Ambiente. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis – IBAMA. Instrução Normativa IBAMA nº 141, de 19 de dezembro de 2006.
Regulamenta o controle e o manejo ambiental da fauna sinantrópica nociva. Disponível em: https://
www.legisweb.com.br/legislacao/?id=76583#:~:text=Regulamenta%20o%20controle%20e%20
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BRASIL. Ministério de Meio Ambiente. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis – IBAMA. Instrução Normativa IBAMA nº 10, de 20 de setembro de 2011. Dispõe
sobre o manejo de passeriformes da fauna silvestre brasileira que será coordenado pelo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, para todas as etapas
relativas às atividades de criação, reprodução, comercialização, manutenção, treinamento, exposição,
transporte, transferências, aquisição, guarda, depósito, utilização e realização de torneios. Disponível
em: https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=78867. Acesso em: 16 nov. 2020.
BRASIL. Ministério de Meio Ambiente. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
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normatiza as categorias de uso e manejo da fauna silvestre em cativeiro, e define, no âmbito do
IBAMA, os procedimentos autorizativos para as categorias estabelecidas. Disponível em: https://
129
Referências
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