Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DE RISCOS E PLANOS DE
EMERGÊNCIA
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO....................................................................................................................................................................................... 4
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................................................................. 7
UNIDADE I
PATOLOGIAS EM BARRAGENS DE CONCRETO....................................................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
DIAGNÓSTICO DE PATOLOGIAS EM BARRAGENS DE CONCRETO.................................................................................................. 9
CAPÍTULO 2
FISSURAS OU TRINCAS..................................................................................................................................................................................... 18
CAPÍTULO 3
CLASSIFICAÇÃO DAS PATOLOGIAS DE ACORDO COM A ORIGEM DO AGENDE CAUSADOR............................................ 36
UNIDADE II
PATOLOGIAS EM BARRAGENS DE TERRA................................................................................................................................................................ 51
CAPÍTULO 1
DIAGNÓSTICO DE PATOLOGIAS EM BARRAGENS DE TERRA.......................................................................................................... 51
CAPÍTULO 2
CONSIDERAÇÕES SOBRE AS FALHAS EM BARRAGENS DE TERRA............................................................................................ 55
UNIDADE III
RISCOS, VULNERABILIDADES E MINIMIZAÇÃO DE RISCOS............................................................................................................................ 64
CAPÍTULO 1
RISCOS E VULNERABILIDADES..................................................................................................................................................................... 64
CAPÍTULO 2
PLANOS DE CONTINGÊNCIA E EMERGÊNCIA......................................................................................................................................... 71
CAPÍTULO 3
MINIMIZAÇÃO DE RISCOS............................................................................................................................................................................... 74
UNIDADE IV
GESTÃO DE RISCOS EM BARRAGENS....................................................................................................................................................................... 76
CAPÍTULO 1
GESTÃO DA SEGURANÇA BASEADA EM RISCOS................................................................................................................................. 76
CAPÍTULO 2
MODELO DE RISCO.............................................................................................................................................................................................. 80
CAPÍTULO 3
GESTÃO DE RISCO DURANTE A CONSTRUÇÃO.................................................................................................................................... 85
REFERÊNCIAS......................................................................................................................................................................................... 89
APRESENTAÇÃO
Caro aluno
Conselho Editorial
4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO
DE ESTUDOS E PESQUISA
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto
antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para
o autor conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma
pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em
seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas
experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para
a construção de suas conclusões.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam
para a síntese/conclusão do assunto abordado.
5
Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/
conclusões sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando
o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
6
INTRODUÇÃO
Segundo Del Hoyo & Casafont (1992), esses danos são decorrentes de envelhecimento
do concreto que pode ocorrer em cinco aspectos principais: instabilidade dimensional,
lixiviação de material, ação do gelo, rachaduras e envelhecimento da propensão da
âncora. Dentre os aspectos mencionados, aquele que tende a ser mais comum em
barragens de concreto é a instabilidade dimensional, que se origina, na maioria dos casos,
de fenômenos expansivos de origem interna no concreto. Esses fenômenos ocorrem
de forma não uniforme, gerando tensões internas que podem levar a rachaduras e
aceleração da degradação da estrutura.
Às vezes, esses atributos são afetados por uma das patologias mais significativas que
caracterizam as obras de concreto, fissuras e rachaduras, que por suas condições de
aparência de superfície afetam diretamente o sistema funcional, sendo essa uma das
7
razões mais importantes para a durabilidade de uma estrutura. É por isso que, como
parte do cálculo estrutural, fissuras e rachaduras são classificadas dentro dos estados
limite de serviço.
Por fim, este Caderno de Estudos foi estruturado em cinco unidades, divididas em
dez capítulos. As unidades foram organizadas e configuradas de maneira a apresentar,
de forma resumida, o conteúdo da disciplina e têm por objetivo ofertar um material
de estudo que será um maior embasamento teórico metodológico acerca do assunto.
Objetivo
» Ofertar um material de estudo que será um maior embasamento teórico
metodológico acerca do assunto.
CAPÍTULO 1
Diagnóstico de patologias em
barragens de concreto
Uma boa análise deve inevitavelmente ser acompanhada por um modus operandi
correto. Essa é a única maneira de chegar a soluções viáveis capazes de remediar o
problema. Nesse sentido, Pardo (2009) propõe um método para atuar na detecção de
uma anomalia.
Na figura 1 podem ser vistos os três níveis claros do procedimento (detecção da anomalia,
primeira hipótese de trabalho e compará-la) ao diagnosticar e analisar patologias em
barragens de concreto. Um primeiro passo é a detecção de uma anomalia na barragem,
seja no seu comportamento seja na morfologia. A resposta do engenheiro a essa
detecção deve ser o estudo da documentação a esse respeito e a inspeção de todos os
lugares que têm relação com a construção da barragem, por exemplo, a pedreira, as
obras contíguas ou o corpo de barragem, além da própria formação geológica.
A partir da inspeção detalhada, o engenheiro tem uma ideia do fenômeno que pede sua
atuação e identifica uma primeira hipótese de trabalho. Com base nisso, é elaborada
9
Unidade I | Patologias em barragens de concreto
Campanha Experimental
Diagnóstico
Verificação do diagnóstico
10
Patologias em barragens de concreto | Unidade I
Por fim, os resultados do segundo e terceiro níveis terão que validar a hipótese. Caso
contrário, teremos que repensar isso e continuar de forma idêntica.
Sintomatologia
A manifestação dos sintomas das anomalias pode aparecer em barragens de concreto
de duas maneiras básicas:
Essa sintomatologia deve ser analisada separadamente, para decidir como agir em cada
caso e, assim, dar continuidade ao estudo.
Aspectos morfológicos
Não há uma causa única à qual possa ser atribuída a fissura. No entanto, sua aparência
e disposição podem revelar uma grande quantidade de informações sobre o processo
patológico que está se desenvolvendo na barragem.
Esse tipo de fissuração responde a uma expansão diferencial dentro do concreto devido
à inexistência de restrições cinemáticas próximas. Por se tratar de uma expansão
11
Unidade I | Patologias em barragens de concreto
interna, geralmente está associada a reações químicas expansivas que atacam a polpa
ou a interface polpa-agregado.
Outra manifestação diferente pode ser a fissura orientada. Nesse caso, acontece um
estudo mais complexo, a elaboração de uma hipótese sintomatológica, uma vez que
pode ser o resultado de vários fenômenos. No entanto, é útil uma primeira análise
para identificar um estado de tensão, o contrário do caso anterior, no qual não havia
direções tensionais privilegiadas.
Fonte: www.portaldageotecnia.com.br/wp-content/uploads/2018/05/Fissura%C3%A7%C3%A3o-Barragens-Concreto-Crit%C3%A9rios-de-
classifica%C3%A7%C3%A3o-experi%C3%AAncia-pr%C3%A1tica-e-tratamentos.pdf. – Acesso em: 29 ago. 2021..
Fonte: www.portaldageotecnia.com.br/wp-content/uploads/2018/05/Fissura%C3%A7%C3%A3o-Barragens-Concreto-Crit%C3%A9rios-de-
classifica%C3%A7%C3%A3o-experi%C3%AAncia-pr%C3%A1tica-e-tratamentos.pdf. Acesso em: 29 ago. 2021..
12
Patologias em barragens de concreto | Unidade I
Fonte: www.portaldageotecnia.com.br/wp-content/uploads/2018/05/Fissura%C3%A7%C3%A3o-Barragens-Concreto-Crit%C3%A9rios-de-
classifica%C3%A7%C3%A3o-experi%C3%AAncia-pr%C3%A1tica-e-tratamentos.pdf.Acesso em: 29 ago. 2021..
Fonte: www.portaldageotecnia.com.br/wp-content/uploads/2018/05/Fissura%C3%A7%C3%A3o-Barragens-Concreto-Crit%C3%A9rios-de-
classifica%C3%A7%C3%A3o-experi%C3%AAncia-pr%C3%A1tica-e-tratamentos.pdf. Acesso em: 29 ago. 2021..
Fonte: www.portaldageotecnia.com.br/wp-content/uploads/2018/05/Fissura%C3%A7%C3%A3o-Barragens-Concreto-Crit%C3%A9rios-de-
classifica%C3%A7%C3%A3o-experi%C3%AAncia-pr%C3%A1tica-e-tratamentos.pdf. Acesso em: 29 ago. 2021..
13
Unidade I | Patologias em barragens de concreto
Figura 6. Fissuras causadas pela RAA junto à guia metálica de uma barragem de gravidade.
Fonte: www.portaldageotecnia.com.br/wp-content/uploads/2018/05/Fissura%C3%A7%C3%A3o-Barragens-Concreto-Crit%C3%A9rios-de-
classifica%C3%A7%C3%A3o-experi%C3%AAncia-pr%C3%A1tica-e-tratamentos.pdf. Acesso em: 29 ago. 2021..
Algumas represas são construídas utilizando rochas reativas como agregado, muitas delas
têm apresentado alguns problemas em consequência da Reatividade Álcali-Agregado
(RAA). Podemos destacar dentre essas rochas o granito-gnaisse, os quartzitos entre
outras que contêm quartzo deformado na sua constituição. Sabe-se que, ao longo do
tempo, a RAA acaba provocando lenta expansão do concreto em consequência da
absorção de água pelo gel resultante da reação dos álcalis do cimento em conjunto com
o quartzo deformado, ou então outro eventual mineral que seja reativo.
Dentre as fissuras mais comuns provindas da RAA, podemos destacar: as fissuras tipo
mapa como citadas anteriormente, as fissuras longitudinais e as fissuras decorrentes
da expansão entre o aço e o cimento, além de poder serem encontradas outras fissuras
menos usuais.
14
Patologias em barragens de concreto | Unidade I
No caso da erosão por cavitação, patologia associada a ações físicas, o dano está
associado às altas velocidades da água que circula na superfície de concreto, por isso
está preferencialmente localizado em vertedouros, trampolins de lançamento, túneis
de descarga etc.
Em um fluxo de água que circula em alta velocidade por superfícies que apresentam
irregularidades, podem se formar bolhas ou bolhas de ar e vapor d’água sob o fluxo.
Danos de erosão por cavitação ocorrem na zona de impacto deste fluxo. Isso se deve
ao rompimento das bolhas e bolhas de ar e vapor d’água devido às altas pressões
instantâneas no momento do impacto.
Assim, neste tipo de patologia, passa-se uma primeira fase em que a superfície do
elemento apresenta um aspecto rugoso e rugoso com pequenas crateras e fossos, e
numa fase seguinte desta progressão, a área danificada aumenta tanto em superfície
quanto em espessuras. É comum que essa superfície adquira uma geometria que lembra
as formas de uma árvore de Natal.
Aspectos deformacionais
15
Unidade I | Patologias em barragens de concreto
Com bons dados de ausculta, a tendência dos movimentos pode ser traçada ao longo
do tempo.
Inspeção
Os quatro pilares básicos considerados ao inspecionar os sintomas de uma patologia
são, em uma ordem apropriada:
» A formação geológica.
» As obras ao entorno.
» A própria barragem.
Além disso, todos eles devem ser acompanhados do estudo e consequente análise da
documentação existente a esse respeito. Infelizmente, na maioria das barragens antigas,
a documentação não está disponível; no entanto, sempre que possível, é altamente
recomendável consultar mapas geológicos, planos e documentos de projeto e análises
mineralógicas da pedreira.
16
Patologias em barragens de concreto | Unidade I
Uma vez estudada a formação geológica, deve-se estabelecer sua relação com a pedreira
de extração de áridos; os concretos de barragem tendem a ser de consistência muito
seca e de tamanho de árido extremamente grande em comparação com o normal.
Essa etapa servirá para estabelecer as bases para uma possível expansibilidade dos
agregados no concreto, fato que pode ou não ser corroborado pelo tipo de fissura que
observamos em barragens. Em alguns casos, o abandono de uma pedreira e posterior
abertura de uma nova pode ser muito significativo da patologia incorrida.
Uma boa forma de contrastar uma possível patologia é comparando diferentes trabalhos
realizados com o mesmo concreto. Com essa ideia, desde que a barragem e as obras do
entorno tenham sido construídas com o mesmo concreto, e este será o caso na maioria
dos casos, é conveniente ver o estado dele.
17
CAPÍTULO 2
Fissuras ou trincas
Patologias do concreto
As patologias do concreto afetam diretamente as estruturas por diferentes razões.
Vamos nos concentrar nas mais frequentes, como fissuras, que podem ocorrer em
diferentes estágios da vida útil da estrutura.
O estado fresco do concreto é muito curto (2 a 6 horas) e a transição para o estado sólido
dura cerca de duas horas. Esse período é crítico, pois, além da instabilidade da pasta
devido às reações de hidratação, exsudação e secagem, deve-se levar em consideração
a capacidade de deformação.
18
Patologias em barragens de concreto | Unidade I
Fonte: http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/14026/material/Concreto%20-%20Trincas%20
e%20Fissuras.pdf .
19
Unidade I | Patologias em barragens de concreto
Nas áreas onde o movimento do concreto fresco é restrito, ocorrerão trincas causadas
por reforços de superfície. Outra consequência do excesso de exsudação é o pó da
superfície.
20
Patologias em barragens de concreto | Unidade I
Fonte:/ http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/14026/material/Concreto%20-%20Trincas%20e%20Fissuras.pdf.
Esses tipos de fissuras são típicos de climas quentes, pois o principal motivo de sua
ocorrência é a rápida evaporação da água na superfície do concreto, pois a velocidade
de evaporação superficial é maior do que a velocidade de exsudação ou sangramento
da água. Esse fenômeno faz com que ocorra encolhimento na superfície e apareçam
rachaduras.
21
Unidade I | Patologias em barragens de concreto
As medidas corretivas para reduzir ou eliminar este tipo de fissuras visam obviamente
contrariar as causas que as originam. Dentre essas medidas, destacam-se as seguintes:
São as mais frequentes em elementos como vigas, divisórias e pilares e ocorrem quando
a exsudação do concreto é excessiva.
Nesta fase do processo, em que o concreto ainda não endureceu, existem outros tipos
de fissuras devido à acomodação do plástico. Isso ocorre quando o concreto fresco
22
Patologias em barragens de concreto | Unidade I
Fissuras
Movimento do
concreto
fresco
23
Unidade I | Patologias em barragens de concreto
Embora esses tipos de fissuras no estado plástico não sejam de natureza estrutural,
também não desaparecem com o endurecimento do concreto (na verdade, geralmente
se alargam no decorrer da secagem).
Este processo produz uma contração do concreto que, se não for absorvida pelas
estruturas, provoca fissuras de retração por secagem.
Outras características da mistura de concreto que afetam a retração por secagem são
o conteúdo e o tipo de cimento, o tamanho, a forma, o teor de poeira dos agregados.
24
Patologias em barragens de concreto | Unidade I
São muitas as causas que dão origem a este terrível problema do concreto. Os de origem
química são atribuídos principalmente a alterações derivadas da hidratação do cimento
ou da oxidação das armaduras, enquanto os de origem física, a grande maioria, são
decorrentes de dois tipos de ações que, embora etimologicamente sejam totalmente
diferentes, produzem mudanças volumétricas significativas.
25
Unidade I | Patologias em barragens de concreto
Uma distinção deve ser feita quando se fala em encolhimento hidráulico e térmico.
Dentro da retração hidráulica, é conveniente distinguir entre a retração hidráulica
que pode ocorrer antes da configuração e a que ocorre depois, ou seja, desde o início
do endurecimento.
O encolhimento pode ser explicado pela perda gradual de água no concreto. Independente
da água absorvida pelos agregados, após o término a água da massa, ela começa a se
dividir em cinco estados diferentes
» Água intercristalina.
Por isso a retração não é uma força propriamente dita, mas uma deformação espontânea
imposta. Quando o concreto não é capaz de resistir a essa deformação, ele se rompe
devido à tensão de tração, surgindo a fissura.
26
Patologias em barragens de concreto | Unidade I
Devido a esta característica, a retração por secagem constitui uma das mais importantes
e difíceis para prevenir mudanças de volume.
Este tipo de fissura surge em elementos cuja contração livre é impedida, portanto,
tem tanto mais influência quanto mais rígida a estrutura; seu layout é limpo e nítido.
Nesses casos também aparecem ao lado das colunas devido à grande diferença de
rigidez entre elas.
27
Unidade I | Patologias em barragens de concreto
Em lajes que trabalham em duas direções, as fissuras tendem a ser diagonais, enquanto
em uma direção serão perpendiculares ao eixo do elemento e têm largura pequena e
constante. Um caso incomum e extremamente interessante são as fissuras de retração
interna da pasta de cimento que ocorrem em concretos muito ricos em pasta e com
grandes agregados.
Devido ao seu encolhimento limitado pelas frações muito grosseiras, aparecem trincas
internas que reduzem a capacidade de resistência à compressão. Isso explica o caso
peculiar e estranho de regressão no qual a resistência aos 28 dias é menor do que aos
7 dias.
» Em grandes superfícies como pisos e lajes, deve-se fazer uma cura rápida e
eficiente para preservar ou restaurar a umidade. Entre essas técnicas estão
as seguintes:
28
Patologias em barragens de concreto | Unidade I
Entre as medidas para neutralizar as causas das trincas térmicas está a não utilização
de cimentos com alto teor de aluminato tricálico AC e agregados com alta absorção de
calor. Evita gradientes técnicos entre a superfície e o interior de um mesmo elemento,
bem como projeta e constrói corretamente as juntas de dilatação planejadas.
A expansão do molde causada pela oxidação do aço de reforço não só causa as fissuras,
mas também destrói superficialmente o molde.
As hastes e demais armaduras de aço são protegidas externamente pelo concreto que
as circunda, e é na manutenção de sua alcalinidade que está a boa manutenção do aço.
O oxigênio do ar, o dióxido de carbono e a água atacam o ferro e o oxidam em uma
taxa maior quanto mais ácido for o meio. Isso ocorre quanto mais poroso e capilar for
o concreto, pois sua cal é facilmente carbonatada pelo dióxido de carbono, o que faz
com que o pH do concreto caia abruptamente, colocando o aço em precárias condições
de defesa.
29
Unidade I | Patologias em barragens de concreto
Para isso, a causa da corrosão deve ser identificada e eliminada para que não ocorra
novamente. Em seguida, removem-se os revestimentos danificados, escovam-se
as hastes para remover qualquer ferrugem remanescente e repara-se selando com
revestimentos à base de epóxis ou cimentos especiais para o caso.
Entre as medidas preventivas para evitar esta patologia está a obtenção de um concreto
com alta impermeabilidade, isto é conseguido com uma baixa relação água/cimento
usando aditivos redutores de água. Caso sejam necessários altos abatimentos, não
se utiliza baixa resistência e principalmente concreto compacto e com espessura de
revestimento suficiente.
30
Patologias em barragens de concreto | Unidade I
Essa reação, denominada reação de agregado alcalino, ocorre apenas com determinados
agregados de silício, como opala e calcedônia, ou em limas siliciosas e dolomitas, cuja
sílica não está bem cristalizada. Podem causar expansões destrutivas no concreto na
superfície, apresentando um esquema figurativo, típico de todos os processos expansivos
volumétricos.
Trincas devido à expansão interna do concreto causadas pela reação de álcalis adicionados
ou expansivos do cimento. Para detectar a presença de sílica ativa, deve ser feitab uma
análise petrográfica detalhada, acompanhada de testes de potencial reatividade.
Por isso, como medida preventiva, deve-se ter muita cautela no uso das pedras citadas e,
acima de tudo, solicitar o ensaio químico do cimento avaliando a quantidade especificada
em relação aos íons Na2O e K2O.
Com esse projeto, a utilização de materiais adequados e uma correta execução da obra,
a estrutura deve estar preparada para dar seu serviço seguro e funcional durante sua
vida útil.
31
Unidade I | Patologias em barragens de concreto
As fissuras produzidas por cargas que provocam tensões diferenciam-se das restantes
por serem mais profundas e apresentarem-se de forma típica, por isso é necessário
verificar as suas dimensões e progressão para estabelecer se constituem um verdadeiro
problema estrutural.
Se considerarmos uma peça prismática de concreto, cada uma de suas seções está
submetida ou a uma tensão composta por vários esforços. Cada uma dessas tensões
simples é destacada por um tipo diferente de fissura.
Se não houver atrito entre as faces do corpo de prova e as placas da prensa (muito
difícil de conseguir), a pura compressão exercida quebra-o, produzindo trincas paralelas
à direção da tensão. Se houver atrito, o padrão de fissuração muda de acordo com a
amostra.
Com elementos mais delgados intervêm outros fatores como a não homogeneidade
do concreto ao longo do elemento, excentricidade das cargas etc., obtendo-se diversos
padrões de rotura possíveis. Vale ressaltar que os diagramas apresentados correspondem
ao momento da quebra e não às condições de serviço.
As fissuras por flexão podem corresponder à flexão pura ou combinadas com outras
tensões, principalmente cisalhamento. Nas vigas, a trinca começa na armadura, progride
32
Patologias em barragens de concreto | Unidade I
Essas fissuras avisam com muito tempo de antecedência, aparecem várias e muito
próximas; são perpendiculares ao eixo do elemento e inclinadas de acordo com o valor
da tensão de cisalhamento. Aparecem sob a ação da carga e desaparecem quando a
carga é retirada.
As fissuras de corte destacam-se pelo seu traçado de 45”, nas vigas, podem começar na
alma, progredir para a armadura longitudinal, a seguir até atingir a carga, dividindo o
elemento em duas partes. Este processo pode ser muito rápido, mesmo instantâneo.
Daí a sua periculosidade.
Falhas na âncora são extremamente perigosas, pois a haste de aço escorrega e perde
eficiência, portanto esse tipo de trinca pode ser indicativo de ruptura iminente e
repentina. Por isso, ao projetar, devemos ser generosos com os comprimentos das
sobreposições entre as barras, bem como com a forma e o tamanho dos postes e demais
elementos de ancoragem.
A concentração de tensões nos cantos produz rachaduras. Outro caso muito comum
ocorre em pavimentos de concreto quando, durante o lançamento contínuo do concreto,
esse é interrompido por descontinuidades destinadas a registros elétricos ou hidráulicos.
Nesse caso, as armaduras de aço devem ser colocadas perpendicularmente à diagonal
das laterais antes do lançamento, que segue a possível fissura.
Quando a tensão que desce para o solo ao longo do bulbo de pressão das fundações
excede a capacidade de carga do próprio solo, ocorrem assentamentos da estrutura.
33
Unidade I | Patologias em barragens de concreto
Para evitar que isso aconteça, antes de iniciar a construção de uma obra com essas
características, deve-se fazer um estudo detalhado dos solos em toda a área do local, a
fim de conhecer sua capacidade de resistência, bem como qualquer outro aspecto que
possa enfraquecê-la (lentes de areia, carste, lençol freático próximo etc.).
Em caso de liquidação, será averiguado qual dessas causas é a originária para se proceder
de forma a minimizar o seu efeito, ao mesmo tempo em que a carga tributária que
incide sobre o referido pé deve diminuir.
O aparecimento de uma fissura visível não significa necessariamente que algo esteja
errado, no entanto, é importante saber a causa que a produz, a fim de repará-la. Uma
fissura nunca deve ser reparada sem a certeza de que a causa que a produziu não voltará
a agir posteriormente, seja pelo desaparecimento do agente, seja porque foram adotadas
as medidas cabíveis para que não volte a causar dano.
Ver uma fissura nem sempre é fácil. Uma maneira fácil de detectá-la é umedecer a
superfície do concreto, de forma que a rachadura absorva água por ação capilar e a
retenha após a secagem da superfície adjacente.
Para saber a causa de uma fissura e se ela é perigosa ou não, devemos analisar sua
progressão, ou seja, se está viva ou não. Isso consiste em verificar se sua largura ou
comprimento mudam com o tempo ou se, ao contrário, está estabilizada. Para obter
esses dados existem vários métodos, alguns muito empíricos.
A primeira consiste em marcar o final da fissura com um cruzado para poder verificar
se está progredindo. Outra é encaixar a ponta de uma agulha na fenda, se a agulha
cair, a fenda se alarga.
34
Patologias em barragens de concreto | Unidade I
Para medir a largura da fissura, são utilizadas escalas especialmente preparadas, que
deslizam da esquerda para a direita contra a fissura até que coincida.
Mas, mais do que reparar, o mais importante é evitar, porque nessas patologias é
sempre melhor prevenir do que curar.
35
CAPÍTULO 3
Classificação das patologias de acordo
com a origem do agende causador
Agentes externos
Químicos
O principal efeito causado pelos agentes químicos em contato com o concreto endurecido
é a desintegração da pasta de cimento. A reação entre a solução agressiva e a pasta
pode gerar produtos expansivos solúveis ou insolúveis.
As reações dos agentes químicos trazem consigo a queda do pH, a perda da alcalinidade
da pasta de cimento, o que reduz a capacidade do concreto de proteger o aço da corrosão.
Entre os agentes químicos que deterioram o concreto estão: ataque com ácido, corrosão,
ataque com sulfato e carbonatação.
Ataque ácido
O ácido clorídrico gera cloreto de cálcio e o ácido nítrico resulta em nitrato de cálcio,
ambos compostos solúveis em água; enquanto o ácido sulfúrico produz sulfato de
cálcio que precipita como gesso, também solúvel.
36
Patologias em barragens de concreto | Unidade I
Algumas das substâncias do meio ambiente que estão em contato com estruturas e
que se tornam ácidos são as seguintes:
» Água de mina, água industrial e água residual. Esses formam o ácido sulfúrico
e o ácido sulfuroso; bem como fumos vulcânicos com alto teor de enxofre.
» Solos do tipo turfa podem ter sulfeto de ferro que gera ácido sulfúrico.
37
Unidade I | Patologias em barragens de concreto
Os íons Fe2+ e OH- se combinam para formar o hidróxido de ferro (FE203) que, quando
combinado com a água da atmosfera, forma óxido ou ferrugem. O óxido de ferro é
expansivo, aumentando de 2 a 7 vezes seu volume, dependendo da quantidade de
oxigênio disponível para a reação.
Esse aumento de volume provoca tensões radiais de tração que produzem fissuras
e delaminações no concreto, resultando em uma diminuição da aderência entre o
concreto e a armadura, o que gera, em última instância, uma perda considerável na
capacidade mecânica do elemento estrutural.
38
Patologias em barragens de concreto | Unidade I
Ataque de sulfato
O ataque gerado pelo íon sulfato no concreto é causado por duas reações químicas:
39
Unidade I | Patologias em barragens de concreto
Carbonatação
O CO2 se dissolve nos poros, reagindo com os componentes alcalinos da fase aquosa
do concreto e produzindo ácido carbônico. Este ácido converte o hidróxido de cálcio
(cal livre do cimento) em carbonato de cálcio (CaCO3) e água.
Figura 10. Processo de carbonatação do concreto avança de fora para dentro, por meio de fissuras que permitem a entrada
de água.
40
Patologias em barragens de concreto | Unidade I
Mecânica
Nos últimos anos, os concretos micro reforçados têm sido fabricados com polipropileno
ou fibras metálicas, para evitar fissuras nas zonas de tensão de tração em plástico e
concreto endurecido.
Sobrecargas
41
Unidade I | Patologias em barragens de concreto
Trincas estruturais: as trincas estruturais podem ter larguras superiores a 0,5 mm e são
causadas por erros de cálculo, desconsideração de pressupostos de carga, especificação
inadequada de resistência do material e construção de seções sem respeitar os planos.
Choque e vibração
Abrasão
42
Patologias em barragens de concreto | Unidade I
Físico
As fissuras, que são produzidas pela presença alternada de umidade no ambiente, têm
a característica de atravessar a pasta de cimento e não o agregado.
» A área do elemento que nunca está em contato com a água pode sofrer
qualquer tipo de patologia devido à ação de substâncias agressivas do
meio ambiente (ácidos, sais, microrganismos) ou devido a mudanças de
temperatura.
43
Unidade I | Patologias em barragens de concreto
Agregados graúdos com alta absorção e porosidade são facilmente saturados com água
vinda de fora, o que contribui para a deterioração do concreto, pois sofrem alterações
de volume interno (como a matriz de cimento) que fazem com que o agregado se
desintegre.
44
Patologias em barragens de concreto | Unidade I
» Ataque de fogo:
A resistência mecânica do concreto pode ser seriamente afetada pela ação do fogo, por
danos à estrutura por descarbonatação e aumento da porosidade por microcracking.
Em qualquer incêndio que atinja temperaturas acima de 300°C ocorre uma diminuição
da resistência e do módulo de elasticidade e um aumento das deformações nos elementos
de concreto. Além disso, a água aplicada rapidamente pelos bombeiros produz umidade
excessiva que acelera o processo de rachadura e descamação da superfície.
Lixiviação
A lixiviação é uma forma branda de perturbação que ocorre quando a água dissolve
os componentes do concreto. O cimento Portland hidratado contém até 25% a 30% de
hidróxido de cálcio, Ca(OH)2, que é solúvel em água. Esse componente provavelmente
será lixiviado do concreto. Como o hidróxido de cálcio é mais solúvel em água fria,
a água proveniente de riachos ou represas nas montanhas é mais agressiva do que a
água mais quente.
45
Unidade I | Patologias em barragens de concreto
Biológico
A presença de organismos e microrganismos de origem vegetal ou animal na superfície
de uma estrutura de concreto não só afeta a estética da obra, mas também pode causar
danos e deterioração física, mecânica, química e biológica.
Por exemplo, a vegetação e seus microrganismos associados podem reter e gerar umidade
(ciclos de umedecimento e secagem), e as raízes podem penetrar e crescer dentro dos
poros do concreto causando rachaduras devido às forças de expansão interna. No
desenvolvimento da vida de plantas e microrganismos, são geradas substâncias que
podem causar ataques químicos, como ácidos húmicos e sais produtos da decomposição
vegetal.
46
Patologias em barragens de concreto | Unidade I
Micro-organismos Ações
Bactérias A maioria requer CO2 para seus processos metabólicos e excreta ácidos orgânicos, oxida o
enxofre em sulfato, que se mistura com o cimento para formar o sulfato de cálcio que produz o
ataque do sulfato no concreto. Além disso, ele forma nitratos, ácido sulfúrico, ácido acético e
gás sulfeto de hidrogênio causando corrosão do aço.
Fungos Os fungos são vegetais inferiores abundantes no solo e no ar. Eles produzem danos mecânicos
por rachaduras que causam o crescimento da raiz dentro do concreto, além
de ataque por ácidos orgânicos e formação de manchas e mofo.
Algas, liquens e musgos Eles são organismos vegetais (plantas) relacionados ao ambiente aquático. Utilizam o cálcio e
o magnésio do cimento como alimento, geram rachaduras e fissuras que facilitam a entrada de
substâncias agressivas.
47
Unidade I | Patologias em barragens de concreto
Agentes internos
Constatou-se que o fenômeno ocorre em cimentos com alto teor de álcalis (óxidos de
sódio e potássio), por isso recebeu o nome de álcali-agregado.
Para que a reação ocorra, uma determinada concentração de álcalis (NaOH e KOH) deve
acontecer nos poros do concreto, somada à reatividade dos minerais nos agregados e
à condição de umidade do concreto.
Agregados Minerais
Vidros vulcânicos Quartzo
Riolitos Opala
Latito calcedônia
Dacito Tridimita
Arenito Cristobalita
48
Patologias em barragens de concreto | Unidade I
» Álcalis-sílica
Alguns tipos de agregados contêm sílica reativa, que forma silicatos alcalinos (sílica
gel) na pasta de cimento, capazes de absorver água por osmose, exercendo grande
pressão nos poros do concreto, causando fissuras de dilatação.
» Álcalis-carbonato
Os agregados calcários do tipo dolomita produzem brucita e certos álcalis que, quando
expostos à umidade, aumentam de volume, induzindo forças de tração internas no
concreto, causando fissuras.
» Álcalis-silicato
Certas rochas sedimentares com alto teor de argilas compostas por camadas de silicatos,
produzem uma lenta expansão no concreto.
É uma reação sulfato interna, capaz de afetar o concreto sem a necessidade de uma
fonte externa de sulfato, em alguns casos associada à reação álcali-agregado (RAA).
De acordo com o estudo de Godart e Divet (2012) de cinco grandes obras de concreto,
a EDF poderia ocorrer quando existissem os seguintes fatores:
49
Unidade I | Patologias em barragens de concreto
» Usasse agregados contaminados com piritas que possuem alto teor de sulfato.
Retração de secagem
50
PATOLOGIAS EM
BARRAGENS DE UNIDADE II
TERRA
CAPÍTULO 1
Diagnóstico de patologias em
barragens de terra
Grandes esforços foram feitos por cientistas do século XX para resolver os problemas de
mecânica do solo e, com ela, o projeto e construção de barragens de terra. A construção
dessas obras é de vital importância para os seres humanos no desenvolvimento de
suas tarefas diárias.
Barragens de material solto são aterros artificiais construídos para permitir a contenção
da água, seu armazenamento ou sua regulação. Nos séculos XIX e XX tiveram um
uso bastante difundido devido ao rápido desenvolvimento da técnica para trabalhar
com terra e rocha, e para a grande variedade de esquemas construtivos que permitem
o uso de praticamente qualquer piso encontrado na área, de materiais de granulação
fina até solos de rochas previamente fraturadas. Além disso, as barragens de materiais
soltos têm menos demandas sobre a deformabilidade da fundação do que qualquer
outro tipo de represa.
51
Unidade II | Patologias em barragens de terra
Além disso, apresentam um risco potencial, o que nos obriga hoje a estabelecer
planos de manutenção para o seu correto funcionamento, que não é apenas
um problema com o bom funcionamento do processo de produção, mas está
relacionado à segurança.
Dada essa relação entre manutenção e segurança da barragem, deve ser incluído nos
regulamentos operacionais um protocolo que regula esta manutenção reduzindo
assim os riscos consideravelmente.
52
Patologias em barragens de terra | Unidade II
» Ruptura violenta: são aquelas que liberam a água represada em poucas horas
criando uma grande inundação nas áreas abaixo. A barragem fica parcial
ou totalmente destruída.
53
Unidade II | Patologias em barragens de terra
É obvio que podem haver situações de difícil catalogação em algum dos grupos
anteriores. Particularmente é difícil marcar uma fronteira entre o que seria um
incidente ou uma falha menor que possa ser reparada dentro do que seria uma
normal manutenção das barragens. Alguns técnicos tratam de minimizar esse
limite como inferior, por questões econômicas, estabelecendo para os custos de
reparação correspondente, uma quantidade fixa ou uma quantidade variável em
função do custo total de construção.
As falhas que mais interessam do ponto de vista da segurança são as rupturas drásticas
e aquelas falhas em que a exploração da represa fica limitada ou a construção da
obra paralisada e, portanto, esse critério (capacidade de operação limitada) é o
que se propõe para qualificar a falha como incidente grave. As restantes seriam
consideradas falhas menores.
54
CAPÍTULO 2
Considerações sobre as falhas em
barragens de terra
Transbordamento
O transbordamento ocorre quando o nível da água represada excede o nível da crista
do aterro, causando a erosão do corpo da estrutura e causando o fracasso imediato
da barragem, uma vez que seus materiais não estão preparados para funcionar como
um açude.
Existem várias razões pelas quais as barragens podem falhar dessa forma, sendo que
a principal causa é a insuficiência do vertedouro, devido a uma má estimativa de
inundação durante o projeto da barragem.
Figura 13. Barragem de Tous 1982 – Transbordamento
Fonte: /www.abc.es/archivo/fotos/el-embalse-de-tous-tras-la-rotura-de-su-presa-debida-a-la-crecida-7404881.html.
Acesso em: 16 set. 2021.
55
Unidade II | Patologias em barragens de terra
T1. Infiltração
Conforme a infiltração ocorre, a água exerce uma força de arrasto sobre as partículas.
No interior de um solo uniforme, cada partícula é mantida no lugar pela coerção do que
a cerca. No entanto, se a infiltração emergir para o exterior, as partículas localizadas no
contorno não são anexadas e, se o gradiente for suficiente, elas podem ser arrastadas
para o lado de fora; com isso, as partículas localizadas atrás agora estão em contato
com o exterior, e podem, por sua vez, ser varridas.
Isso pode levar a um fenômeno progressivo que vai de jusante para montante, criando
vazios tubulares e cavernas que podem levar à ruína da obra.
Essa tendência não é indefinida, uma vez que em siltes e argilas as partículas tendem a
flocular, formando grupos de partículas que estão ligadas entre si e que se comportam
como partículas maiores.
Este tipo de solo é erodido por um processo em que partículas de argila coloidal ficam
suspensas em água de infiltração, causando falha do sifão, mesmo sob gradientes
hidráulicos baixos e filtros adequadamente projetados.
Para evitar a infiltração pelo aterro, as seguintes etapas devem ser executadas
durante o projeto e construção: usar solos resistentes ao arrastamento de partículas;
compactá-los com alta energia de compactação, a fim de obter maior intertravamento
entre partículas.
56
Patologias em barragens de terra | Unidade II
Fissuras
Segundo Armas (2002), a fissura origina-se quando da deformação a barragem produz
zonas de tração, que aparecem por assentamento diferencial do solo, quer por deformação
do próprio corpo de aterro quer do terreno de fundação. Assim, por essas razões a
barragem pode ser deformada de várias maneiras. Os sistemas de rachaduras que o
engenheiro pode encontrar em suas inspeções de barragens são de imensa variedade.
O fato de represas menores serem as mais suscetíveis a este problema, pode ser devido
ao fato de que as pressões grandes que existem dentro das maiores barragens protegem
o solo.
57
Unidade II | Patologias em barragens de terra
Outro tipo de fissura não menos importante são as internas, invisíveis na superfície da
represa, havendo várias maneiras pelas quais elas podem ocorrer. A existência de uma
pequena lente de argila mais compressível do que o resto no solo de fundação causaria
trações criando as trincas. Barragens de núcleo de argila são mais compressíveis do
que as laterais de rocha incompressíveis, levam ao assentamento do núcleo mais do
que os taludes causando fissuras no material impermeável.
58
Patologias em barragens de terra | Unidade II
Falhas por deslizamento de encostas podem ocorrer em três estágios da vida útil das
barragens de terra:
» no final da construção;
» durante a operação;
Essas falhas foram menos frequentes do que as que ocorreram durante a operação;
e suas consequências nunca foram catastróficas (a barragem está vazia, pelo menos
parcialmente, o equipamento de construção ainda está no local facilitando a reparação).
Elas foram apresentadas acima de tudo em barragens fundadas em argilas moles, com
grande parte da superfície da falha nesse material e pode ser rápida ou lenta, dependendo
do material de fundação. Se esse for um material homogêneo ou com estratificações,
favorece o movimento.
Segundo Ágreda (2005), uma das condições críticas para a estabilidade do talude acima
de uma barragem de materiais soltos é a chamada “descarga rápida”. Se o nível da água
no reservatório cair rapidamente e o material que compõe o corpo da barragem não
drenar facilmente, podem manter as pressões intersticiais na área afetada pela mudança
do nível da água próxima aos originais (antes da descarga), enquanto desaparece o efeito
estabilizador da pressão da água sobre a face da encosta. Portanto, a velocidade de descarga
máxima permitida deve ser relacionada à capacidade de drenagem (permeabilidade)
do material da barragem.
Esse tipo de deslizamento afeta a encosta a montante e é muito perigoso, pois pode
obstruir a passagem de água pelas galerias e obras de captação.
59
Unidade II | Patologias em barragens de terra
Para evitar falha devido à estabilidade de encosta, solos granulares devem ser selecionados,
que são mais resistentes ao esforço de cisalhamento, que deve ser colocado no aterro
com alta energia de compactação e baixa umidade. Outra medida que está ao alcance
de engenheiros, é projetar as encostas com fator de segurança contra deslizamento
cumprindo com o que estabelecem as normas, construindo então as inclinações
adequadas, o que garante que a falha por deslizamento não ocorra.
Se, pelo contrário, forem selecionados solos finos, levando a uma baixa resistência de
pressão na qual necessitará aplicar forte compactação, então, será necessário recorrer
à variação da inclinação das encostas, tornando-as menos inclinadas, para garantir
fatores de segurança que evitem a ocorrência de falha de deslizamento (ARMAS, 2002).
Certos indícios sugerem que os terremotos que causam mais danos às barragens em
períodos mais longos (frequências mais baixas) do que aqueles que causam destruição
máxima em edifícios. Por esse motivo, barragens bem próximas ao epicentro de um
sismo podem se sair melhor do que outras localizadas a distâncias muito maiores
(ARMAS, 2002).
60
Patologias em barragens de terra | Unidade II
Falha de liquefação
Para que esse fenômeno ocorra, três requisitos devem ser atendidos; primeiro que
seja um chão liquidificável, e que, depois de saturado, ocorra um sismo ou terremoto.
Como já mencionado, os solos mais suscetíveis à liquefação são os solos finos e não
coesivos de estrutura solta e saturada. Essas características descrevem as areias finas e
uniformes, e finos não plásticos, ou suas misturas. Areias soltas com D10 <0,1 mm e
coeficiente de uniformidade, Cu <5 e siltes com Ip <6% são os materiais mais perigosos.
Erosão
A erosão se dá quando, em geral pela ação da água, provoca o que chamamos de
carreamento do material da barragem.
61
Unidade II | Patologias em barragens de terra
Fonte: /www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-temporarias/externas/55a-legislatura/rompimento-de-barragem-na-
regiao-de-mariana-mg/documentos/audiencias-publicas/aloysio-portugal-maia-saliba-professor-de-engenharia-hidraulica-barragens-de-
rejeitos Acesso em: 05 set. 2021..
62
Patologias em barragens de terra | Unidade II
Surgência
Chamamos de surgência quando a água se infiltra em local não previsto nas estruturas
das barragens. A água localizada em locais inapropriados pode modificar as propriedades
do material que foi utilizado na barragem, como, por exemplo, a coesão entre as
partículas, o que poderá gerar instabilidade na barragem. Patologia como esta, em
geral, é causada por possível entupimento das drenagens ou falhas de projeto.
63
RISCOS,
VULNERABILIDADES
E MINIMIZAÇÃO DE UNIDADE III
RISCOS
CAPÍTULO 1
Riscos e vulnerabilidades
Conceito de riscos
O risco de um projeto é um evento ou condição incerta que, se ocorrer, tem um efeito
positivo ou negativo em um ou mais dos objetivos de um projeto, como: tempo,
custo, escopo ou qualidade, ou seja, quando a meta de tempo de um projeto é cumprir
o cronograma acordado; quando o objetivo de custo do projeto é atender ao custo
acordado etc.
Os riscos que constituem oportunidades, como a aceleração do trabalho que pode ser
alcançada com a atribuição de pessoal adicional, podem ser monitorados para beneficiar
os objetivos do projeto.
Para cada projeto, a abordagem deve ter um enfoque consistente ao risco que atenda
aos requisitos da organização e da comunicação sobre o risco e seu tratamento deve
ser aberto e honesto. As respostas aos riscos refletem o equilíbrio percebido de uma
organização entre correr e evitar riscos.
Para ter sucesso, a organização deve estar comprometida em abordar a gestão de risco
de forma proativa e consistente durante todo o projeto.
64
Riscos, vulnerabilidades e minimização de riscos | Unidade III
Um risco pode ter uma ou mais causas e, se ocorrer, um ou mais impactos. Por exemplo,
uma causa pode ser a necessidade de uma licença ambiental para fazer o trabalho, ou
o pessoal limitado para elaborar o projeto.
O evento de risco nesses casos seria que a agência licenciadora pode demorar mais
do que o esperado para emitir a licença, a equipe de projeto disponível é insuficiente
para a atividade. Se acontecer algum desses eventos incertos, pode haver um impacto
no custo, cronograma ou desempenho do projeto.
O risco do projeto tem origem na incerteza que está presente em todos os projetos.
Existem diferentes tipos de riscos. Riscos conhecidos são aqueles que foram identificados
e analisados, e é possível planejar as ações a serem tomadas a este respeito como será
visto nas seções sucessivas.
» probabilidade de ocorrência;
65
Unidade III | Riscos, vulnerabilidades e minimização de riscos
Quando ocorre um evento de risco, ele não é mais incerto e não é mais um risco. Os
riscos que ocorrem, podem ser chamados de fatos ou problemas; as oportunidades
que ocorrem podem ser chamadas benefícios. Tanto os fatos/problemas quanto os
benefícios são necessárias ações de gestão de projetos que estão fora do escopo dos
processos de gestão de riscos do projeto.
Uma ruptura pode ser definida como uma descarga violenta e descontrolada, originada na
formação de um vão de descarga na cortina de uma barragem, que gera uma inundação
em forma de onda no vale do rio que fica a jusante do reservatório.
66
Riscos, vulnerabilidades e minimização de riscos | Unidade III
a danos colaterais, que incluem cortes nas vias de comunicação, eletricidade e água
potável, além de perdas em safras e infraestrutura.
Em geral, as barragens mais vulneráveis são aquelas construídas com materiais soltos
que, por sua natureza de fácil dispersão ou erosão hidráulica, principalmente barragens
de terra homogênea, são as mais comuns e representam 90% dos casos de falha. Entre
os principais fatores de risco temos:
» terremotos e transbordamentos;
» materiais inadequados;
» má manutenção;
» infiltração e subpressões;
» operação ruim.
67
Unidade III | Riscos, vulnerabilidades e minimização de riscos
Na América Latina, estima-se que existam mais de 15.000 barragens, como referência.
No Registro Mundial de Barragens ICOLD, a América Latina tem 2.449 barragens
registradas. Essas estruturas a serem consideradas no registro devem ter uma altura
de 15 metros ou mais medida da base mais baixa à crista; ou entre 5 e 15 metros de
altura com um volume superior a 3 milhões de metros cúbicos de aterro.
Quadro 5. Barragens registradas pelo ICOLD na América Latina.
Pais Represas
Brasil 1364
México 570
Argentina 114
Chile 97
Venezuela 78
Colômbia 64
Peru 63
Bolívia 33
Panamá 23
Costa Rica 13
Honduras 10
Guatemala 8
Uruguay 8
Fonte: /elpais.com/internacional/2020-09-08/errores-de-diseno-del-proyecto-energetico-mas-grande-de-colombia-amenazaron-a-100000-
personas.html. Acesso em: 11 set. 2021.
68
Riscos, vulnerabilidades e minimização de riscos | Unidade III
Apesar da probabilidade de ruptura de uma barragem ser muito baixa do ponto de vista
estatístico, considerando o número de barragens construídas e aquelas que falharam,
não deve ser negligenciada uma avaliação de risco que forneça informações para um
plano de emergência. Isso deve, inclusive, ser considerado desde a fase de projeto, se
levarmos em conta que muitas contingências foram geradas durante a construção e
enchimento do reservatório, como aconteceu no projeto Hidroituango (Colômbia).
Os riscos individuais são eventos ou condições específicas que podem afetar os objetivos
do projeto. Um risco individual pode afetar positiva ou negativamente um ou mais dos
objetivos, elementos ou tarefas do projeto. Entender os riscos individuais pode ajudar
a determinar como aplicar esforços e recursos para melhorar as chances de sucesso do
projeto. A gestão diária de riscos do projeto tem enfoque nos riscos individuais para
melhorar a perspectiva de um resultado bem-sucedido para ele.
Nesses níveis elevados, é necessário definir metas realistas para o custo e a duração
do projeto, estabelecer os níveis de reserva de contingência necessários para proteger
as partes interessadas do projeto, definir apropriadamente as prioridades do projeto e
julgar se o risco de êxito geral aumenta ou diminui conforme avança a implantação.
69
Unidade III | Riscos, vulnerabilidades e minimização de riscos
70
CAPÍTULO 2
Planos de contingência e emergência
O plano de resposta aos riscos se dá com base em sua prioridade, introduzindo recursos
e atividades no orçamento, cronograma e plano de gerenciamento de projetos, conforme
necessário.
71
Unidade III | Riscos, vulnerabilidades e minimização de riscos
Para cada risco, várias estratégias ou alternativas podem ser aplicadas. A equipe do
projeto deve identificar essas alternativas, avaliar seus méritos individualmente e
selecionar a que oferece a melhor solução. Pode acontecer que a própria equipe do
projeto trabalhe como grupo no desenvolvimento de estratégias para cada risco, ou
seja o gerente de projeto é quem divide os riscos entre os membros da equipe com base
em sua experiência. Cada membro da equipe trabalharia, nesse último caso, de forma
independente nos riscos atribuídos, determinaria as opções disponíveis e selecionaria
a maioria apropriada.
72
Riscos, vulnerabilidades e minimização de riscos | Unidade III
73
CAPÍTULO 3
Minimização de riscos
Qualquer risco que permaneça, que não possa ser eliminado, após ter sido implementado
um plano de resposta ao risco é chamado de “Risco residual”, e deve ser identificado
e analisado como qualquer outro risco.
74
Riscos, vulnerabilidades e minimização de riscos | Unidade III
A reserva de contingência é a soma do valor esperado para riscos com uma estratégia
de resposta e o valor esperado para riscos residuais, por exemplo, para esses riscos com
estratégias de resposta, como “mitigação” (riscos conhecidos, mas não controlável).
Mitigação
Mitigar o risco envolve a redução da probabilidade e/ou impacto de um evento de risco
adverso a um limite aceitável. Tomar medidas precoces para reduzir a probabilidade
da ocorrência de um risco e/ou seu impacto no projeto é muitas vezes mais eficaz do
que tentar reparar o dano após a ocorrência do impacto.
Onde não é possível reduzir a probabilidade, uma resposta de mitigação pode abordar
o impacto do risco, lidando especificamente com os elementos que determinam sua
gravidade. Por exemplo, projetar redundância em um subsistema pode reduzir o
impacto resultante de uma falha do componente original.
75
GESTÃO DE RISCOS
EM BARRAGENS UNIDADE IV
CAPÍTULO 1
Gestão da segurança baseada em
riscos
Gestão de riscos
As usinas hidrelétricas podem armazenar e fornecer energia renovável sob demanda,
requerem relativamente pouca manutenção e têm baixos custos operacionais. No
entanto, elas podem ser caras para construir e vulneráveis a eventos naturais, além se
sofrer problemas nos equipamentos causados por umidade relativamente alta, água
que pode ser ácida ou conter bactérias, areia ou detritos.
A gestão de riscos dentro de um projeto tem o objetivo fundamental de reduzir as
repercussões negativas deles. Portanto, para isso, é necessário identificar as áreas de
oportunidade a alcançar e as ameaças a controlar e, por sua vez, estabelecer um Plano
de Gestão de Riscos com seus respectivos gestores. A razão de ser da Gestão de Riscos
é prever continuamente os possíveis problemas para realizar ações dentro do prazo,
em vez de improvisar e buscar soluções tardias.
A Análise de Risco é uma ferramenta útil para a tomada de decisão, pois permite integrar
todas as informações sobre segurança de barragens que são analisadas separadamente
em outros documentos. Por exemplo, um cálculo hidrológico e rotativo pode mostrar
que a barragem não é capaz de funcionar mediante aspectos recomendados pelos
regulamentos. Um cálculo de estabilidade que produz um fator de segurança menor
do que o recomendado mostra que a barragem pode ter um problema de segurança
a esse respeito. Durante as atividades de manutenção, pode ser detectado que um
equipamento não está funcionando corretamente.
O monitoramento da auscultação da barragem pode detectar infiltração aumentada,
deslocamento de bloqueio ou aumento da pressão dos poros e permitir uma ação
76
Gestão de riscos em barragens | Unidade IV
Atualmente, graças à Análise de Riscos, existe uma ferramenta que permite integrá-los
e medir a importância de cada uma para a segurança da barragem. É justamente essa
capacidade integrativa uma das maiores vantagens da Análise de Riscos.
Ao realizar uma análise de risco, é feito um modelo global da barragem que inclui desde
os estresses (hidrológicos, sísmicos ou outros) até as consequências, passando pela
resposta do sistema. Esse modelo de risco é alimentado pelas informações fornecidas
pelos diversos documentos de segurança de barragens e encontradas em seu arquivo
técnico.
Uma vez feito o modelo e inseridas todas as informações sobre a barragem, é possível
avaliar a importância de cada uma dessas questões.
77
Unidade IV | Gestão de riscos em barragens
Nessa fase preliminar, também deve ser formada a equipe de profissionais que fará
parte da análise, que deve incluir o gestor da barragem. A possibilidade de ter um
revisor externo também é muito positiva.
Uma vez que todo o grupo teve a oportunidade de consultar as informações sobre a
barragem, deve ser feita uma vistoria na barragem, para verificar o seu estado atual e
identificar possíveis problemas nela. Esta visita de campo termina com uma discussão
em grupo sobre o estado atual da barragem.
78
Gestão de riscos em barragens | Unidade IV
O processo de análise de risco deve ser aplicado ao estado atual da barragem, mas
também ao estado futuro da barragem após a eventual aplicação das medidas de
redução de risco consideradas adequadas, de forma a avaliar a sua eficácia e eficiência. É
também um processo que deve ser atualizado e revisado ao longo do tempo conforme
as condições da barragem mudam.
A análise de modos e efeitos de falha consiste em várias etapas. Primeiro, é feita uma
lista de todos os componentes do sistema e suas funções. Todos os perigos possíveis e
todas as maneiras possíveis em que alguns dos elementos do sistema podem parar de
funcionar corretamente e os efeitos que isso teria são identificados.
Os efeitos locais são primeiro analisados (no próprio elemento) e então progressivamente
o efeito no sistema completo é visto. No primeiro caso, todos os modos de falha são
estudados sem prestar atenção à sua probabilidade de ocorrência. Existem tabelas e
folhas para orientar o processo.
79
CAPÍTULO 2
Modelo de risco
Abordagem
Primeiramente, uma série de arquiteturas de modelo de risco genérico é apresentada
para os diferentes cenários de solicitação. A seguir, uma seção é dedicada a cada uma
das entradas do modelo de risco. Por fim, uma seção é dedicada ao cálculo do modelo
de risco e outra a algumas recomendações sobre o nível de detalhamento a ser usado
em cada um dos cálculos.
Cada uma das seções termina com um exemplo. O exemplo não corresponde a nenhum
caso real e seu objetivo é puramente demonstrativo.
80
Gestão de riscos em barragens | Unidade IV
Para realizar uma análise de risco quantitativa, uma vez que o modo de falha foi
decomposto em etapas bem definidas, as probabilidades de cada uma delas devem ser
estimadas.
A decomposição é feita com base nos eventos e nos diagramas de influência. Para estimar
cada probabilidade individual, várias ferramentas estão disponíveis, principalmente:
» técnicas de confiabilidade;
» avaliação especializada;
Por sua vez, essas ferramentas são baseadas em outras como modelos numéricos
(determinísticos e estatísticos).
Dentro do mesmo modo de falha, é válido estimar algumas probabilidades por meio de
julgamento de especialistas e outras por meio de técnicas de confiabilidade. Também
é possível usar ambos para estimar a mesma probabilidade, uma vez que as técnicas
de confiabilidade requerem dados que podem ser estimados por meio do julgamento
de especialistas.
Análise de riscos
Os principais critérios de segurança que o empreendedor deve levar em consideração,
dentre todos aqueles que julgar necessários, são descritos durante o desenho das
principais obras.
81
Unidade IV | Gestão de riscos em barragens
82
Gestão de riscos em barragens | Unidade IV
83
Unidade IV | Gestão de riscos em barragens
84
CAPÍTULO 3
Gestão de risco durante a construção
Deste ponto de vista, pode-se dizer que a gestão de riscos é um grande processo
cíclico que se desenvolve desde a fase de planejamento da construção e segue na fase
de execução de um projeto.
85
Unidade IV | Gestão de riscos em barragens
Cada processo envolve a participação dos membros da equipe do projeto, que podem
desenvolver um ou mais processos ao mesmo tempo, sem afetar o fluxo de informações
inerente a esta cadeia de processo. Este é mais um motivo pelo qual a estrutura do
processo de gestão de riscos na construção deve ser definida corretamente.
86
Gestão de riscos em barragens | Unidade IV
O plano de gestão de risco descreve como a gestão de risco será estruturada e executada
no projeto. O plano de gerenciamento de risco inclui:
O órgão fiscalizador poderá exigir que seja apresentada, de forma não cumulativa, caução,
seguro, fiança ou qualquer outra garantia financeira ou real aos empreendimentos
que sejam barragens de rejeitos de minérios, resíduos de indústrias ou nucleares que
87
Unidade IV | Gestão de riscos em barragens
Cópias deverão estar impressas na própria empresa e também enviadas aos órgãos
de proteção e defesa civil ou prefeitura dos municípios que foram inseridos no mapa
dentro da área de inundação.
88
REFERÊNCIAS
Sites
www.portaldageotecnia.com.br/wp-content/uploads/2018/05/Fissura%C3%A7%C3%A3o-Barragens-
Concreto-Crit%C3%A9rios-de-classifica%C3%A7%C3%A3o-experi%C3%AAncia-pr%C3%A1tica-
e-tratamentos.pdf. Acesso em: 29 ago. 2021.
www.phd.eng.br/wp-content/uploads/2014/06/Boletim-t%C3%A9cnico-3.pdf. Acesso em: 30
ago. 2021. http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/14026/material/
Concreto%20-%20Trincas%20e%20Fissuras.pdf . Acesso em: 30 ago. 2021.
www.tecnosilbr.com.br/o-que-e-e-como-ocorre-a-carbonatacao-do-concreto/. Acesso em: 2 set.
2021.
radioespinharas.com.br/post.php?codigo=22727. Acesso em: 5 set. 2021.
www.spancold.es/Archivos/JEIP02_Presas_de_mat_sueltos_y_sus_patologias.pdf. Acesso em: 5
set. 2021..
www.falachico.org/2017/05/erosao-em-talude-da-barragem-da-vale-em.html. Acesso em: 5 set. 2021..
www.spancold.es/Archivos/JEIP-02_Presas_de_mat_sueltos_y_sus_patologias.pdf. Acesso em: 5
set. 2021.
www.inovacivil.com.br/barragens/. Acesso em: 5 set. 2021..
www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-temporarias/externas/55a-
legislatura/rompimento-de-barragem-na-regiao-de-mariana-mg/documentos/audiencias-publicas/
89
Referências
aloysio-portugal-maia-saliba-professor-de-engenharia-hidraulica-barragens-de-rejeitos. Acesso
em: 5 set. 2021.
oaji.net/articles/2019/7118-1556286667.pdf. Acesso em: 11 set. 2021.
www.abc.es/archivo/fotos/el-embalse-de-tous-tras-la-rotura-de-su-presa-debida-a-la-
crecida-7404881.html. Acesso em: 16 set. 2021.
en.wikipedia.org/wiki/Teton_Dam. Acesso em: 16 set. 2021.
elpais.com/internacional/2020-09-08/errores-de-diseno-del-proyecto-energetico-mas-grande-de-
colombia-amenazaron-a-100000-personas.html. Acesso em 11 set. 2021.
brasil.elpais.com/brasil/2017/02/14/internacional/1487052401_654768.html.Acesso em: 11 set. 2021..
90