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Brasília-DF.
Elaboração
Helena A. G. B. de Araujo
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS.......................................................................................... 10
CAPÍTULO 1
INICIANDO OS ESTUDOS EM POLÍMEROS................................................................................. 10
CAPÍTULO 2
ESTRUTURA DE UM POLÍMERO.................................................................................................. 17
UNIDADE II
CONFORMAÇÃO DAS CADEIAS POLIMÉRICAS..................................................................................... 43
CAPÍTULO 1
FUNCIONALIDADE DE UMA MOLÉCULA POLIMÉRICA............................................................... 43
CAPÍTULO 2
TIPOS DE CADEIAS POLIMÉRICAS............................................................................................. 46
CAPÍTULO 3
CONFIGURAÇÃO DE CADEIAS POLIMÉRICAS.......................................................................... 50
CAPÍTULO 4
CONFORMAÇÃO DE CADEIAS POLIMÉRICAS.......................................................................... 55
UNIDADE III
POLÍMEROS: INFINITAS POSSIBILIDADES DE MATERIAIS............................................................................ 59
CAPÍTULO 1
MISTURA DE POLÍMEROS.......................................................................................................... 59
CAPÍTULO 2
MÉTODOS DE PREPARAÇÃO.................................................................................................... 81
CAPÍTULO 3
CLASSIFICAÇÃO QUÍMICA DE POLÍMEROS.............................................................................. 83
UNIDADE IV
CRIAÇÃO E DEGRADAÇÃO DE POLÍMEROS.......................................................................................... 89
CAPÍTULO 1
SÍNTESE DE POLÍMEROS: POLIMERIZAÇÃO................................................................................ 89
CAPÍTULO 2
FRACIONAMENTO E DEGRADAÇÃO DE POLÍMEROS.............................................................. 106
UNIDADE V
COMPORTAMENTO DE UM POLÍMERO................................................................................................ 109
CAPÍTULO 1
COMPORTAMENTO MECÂNICO FRENTE À TEMPERATURA....................................................... 109
CAPÍTULO 2
COMPORTAMENTO TÉRMICO DE POLÍMEROS........................................................................ 111
CAPÍTULO 3
COMPORTAMENTO MECÂNICO FRENTE ÀS SOLICITAÇÕES MECÂNICAS................................ 116
REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 127
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
7
Introdução
Ao longo da história, os materiais se tornaram essenciais para a construção humana, por
exemplo, a Idade da Pedra há 2,5 milhões de anos foi reflexo das pedras lascadas usadas
como arma; a Idade do Bronze datada do período de 2.000 a 1.000 a.C. representou
a base da metalurgia; e a cultura moderna é conhecida como Era do Plástico ou Idade
do Silício. Diante disto, concluímos que é inegável a importância dos materiais para a
construção humana, o que nos permite ampliar nossa era para a “Era dos Materiais”,
constituída por materiais metálicos, cerâmicos e vidros, poliméricos, compósitos e
semicondutores. Dos quais, os quatro primeiros são chamados materiais estruturais, e
os semicondutores são tidos como materiais eletrônicos (PAVANATI, 2010).
Objetivos
»» Compreender a estrutura de um polímero, bem como sua formação e
classificação.
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O UNIVERSO DOS UNIDADE I
MATERIAIS POLIMÉRICOS
CAPÍTULO 1
Iniciando os estudos em polímeros
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O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS │ UNIDADE I
Polímero é uma palavra de origem grega, poli (muitos) e mero (unidade de repetição),
desse modo um polímero é definido como uma macromolécula formada por muitas
unidades de repetição denominadas meros, ligadas por ligações covalentes.
»» plásticos;
»» borrachas;
»» fibras.
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UNIDADE I │ O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS
Como visto na Figura 1, muito materiais como vidro, argila e alguns metais como
cobre e ouro predominaram ao longo da vida do Homem, e serviam para armazenar,
mesmo sendo materiais pesados e frágeis; de modo que o látex e a borracha chegaram
tardiamente, em meados do séc. XIX, e eram viscosos e moldáveis, impossibilitando
alguns usos comuns para a época. Mas foi em 1839, que Charles Goodyear acidentalmente
descobriu um processo que daria maior mobilidade à borracha, incorporando o enxofre
à borracha bruta durante o aquecimento, e posteriormente resfriando o material obtido.
A borracha durante o aquecimento mantinha sua elasticidade, e mesmo durante seu
resfriamento se mostrava elástica, de modo que ao ser esticada, voltava à forma original.
Esse processo é conhecido como vulcanização da borracha, e a torna mais durável, pois
o enxofre liga-se quimicamente às fibras da borracha, de modo que ocorram ligações
cruzadas no material, permitindo que elas voltem ao formato original após serem
esticadas.
O primeiro polímero sintético, a baquelite, foi sintetizada em 1909, por Leo Baekeland,
a partir da reação de condensação entre fenol e formaldeído, e tem como características
a dureza, resistência ao calor e a à eletricidade, de modo que quando aquecida pode ser
moldada, e ao ser resfriada se comporta como um plástico rígido, sendo aplicada em
automóveis, joias e outros. A baquelite é a precursora na classe dos novos plásticos,
conhecidos como resinas de fenol.
Dos polímeros produzidos por meio da condensação, temos o nylon, plástico produzido
em 1935, por Wallace Hume Carothers a partir da combinação entre diaminas e ácidos
dicarboxílicos, o qual apresenta leveza, resistência e durabilidade, ampliando sua
aplicabilidade de roupas a equipamentos de camping; e sua variedade levando à criação
de outros plásticos como isopor, vinil, polietileno e outros.
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O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS │ UNIDADE I
A produção mundial de plástico, estimado para o ano de 2002, foi de 120 milhões de
toneladas, e para o ano de 2013, esse valor mais que dobrou, chegando ao 250 milhões
de toneladas.
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UNIDADE I │ O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS
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O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS │ UNIDADE I
*Europa: formada pela União Europeia (Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia,
Finlândia, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Polónia, Portugal, Reino Unido, República Checa,
Roménia, Suécia), Suíça e Noruega.
** NAFTA: formada pelos EUA, Canadá e México.
*** CIS (Comunidade dos países independentes): formada por países da antiga União Soviética: Armênia, Azerbaijão, Bielorrússia, Cazaquistão,
Quirguistão, Moldávia, Rússia, Tajiquistão, Turcomenistão, Ucrânia, Uzbequistão.
**** América Latina (exceto Brasil): formada por Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti,
Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.
Fonte: ABIPLAST, 2014.
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UNIDADE I │ O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS
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CAPÍTULO 2
Estrutura de um polímero
Mero
A estrutura de um mero em um polímero é uma unidade repetitiva o longo da cadeia,
como por exemplo, o etileno (C2H4) n, podendo conter também oxigênio (acrílicos
como polimetil metacrilato), nitrogênio (náilons), flúor (fluoroplásticos como
politetrafluoretileno) e silício (silicones como triclorossilano).
Monômero
A palavra monômero tem origem grega, mono (um) e meros (parte), ou seja, uma
molécula com uma unidade de repetição (mero), a qual é a matéria prima para a
formação de um polímero (Figura 3), ou seja, o compost químico que reagirá formando
um polímero. Os hidrocarbonetos do tipo alcanos e alcenos (derivados do petróleo), e
os aminoácidos são exemplos de monômeros naturais.
Fonte: Autor.
PoliEtileno
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UNIDADE I │ O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS
Polipropileno
PoliMetilMetaAcrilato (PMMA)
Fonte: Autor.
Uma molécula, mesmo com baixa massa molecular, pode ser usada como monômero
para a formação de um polímero, desde que:
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O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS
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O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS
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O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS
»» Adesivo: material (rígido ou flexível) utilizado para unir ou colar por meio
de adesão superficial, outros materiais.
»» Etileno → Polietileno.
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UNIDADE I │ O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS
CR → Policloropreno.
IS → Borracha de isopreno.
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O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS │ UNIDADE I
PA → Poliamida (náilon).
PAN → Poliacrilonitrila.
PB → Polibutadieno.
PC → Policarbonato.
PDMS → Polidimetilsiloxano.
PE → Polietileno.
PEEK → Poli(éter-éter-cetona).
PEI → Poli(éter-imida).
PHB → Poli(hidroxibutirato).
PI → Polurmda.
PP → Polipropileno.
PS → Poliestireno.
PTFE → Poli(tetrafluoroetileno).
PU → Poliuretano.
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UNIDADE I │ O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS
sP → Poliestireno sindiotático.
UP → Poliéster insaturado.
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O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS │ UNIDADE I
Alguns materiais inorgânicos são inviáveis como monômeros, mesmo sendo de fácil
produção, devido às ligações inorgânicas, as quais são suscetíveis às ligações com
oxigênio e a umidade, o que pode comprometer o material. Algumas exceções desses
materiais são os vidros e os silicones.
Preparação de monômeros
Os monômeros podem ser classificados segundo a sua origem, de modo que se dividem
em dois grupos:
Produção do acetileno
Esse tipo de material é produzido por meio de conversões inorgânicas preliminares, das
quais podemos citar que:
Dado a reação
CaO + 3C → CaC2 + CO
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UNIDADE I │ O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS
Sendo assim, o óxido de cálcio ao reagir com o carvão, a altas temperaturas, de 2000 a
2500ºC, produzirá o carbeto de cálcio (carbureto) e o monóxido de carbono.
Por fim, o óxido de cálcio (cal virgem ou cal viva), ao ser tratado com água (hidrólise),
produzirá hidróxido de cálcio (cal extinta ou apagada) e acetileno ou etino (HC≡CH ou
C2H2).
Etileno
Dado que:
HC≡CH + H2 → HC=CH
Dado que:
Temos que a reação ocorrerá quando disposta em HgCl2, o qual atuará como catalisador
na reação, desde que ocorra a uma dada temperatura de 180 ºC e 5 atm de pressão.
Acetato de vinila
Dado que
Temos que a reação ocorrerá quando disposta em Hg3(PO4)2, o qual atuará como
catalisador, desde que ocorra a uma dada temperatura entre 35-50ºC.
Dado que:
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O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS │ UNIDADE I
Temos que a reação ocorrerá quando disposta em Ba(CN)2, o qual atuará como
catalisador, desde que ocorra a uma dada temperatura de 500 ºC.
Cloropreno
Dado que:
Então:
Melamina
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UNIDADE I │ O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS
H3C-CH3 → H2C=CH2 + H2
Temos que:
E diante da desidratação do etanol com alumina (Al2O3) a uma dada temperatura entre
300-400º C, temos que:
Desse modo, podemos afirmar que, a hidrogenação ou redução do acetileno por meio de
catalisadores metálicos, como o Fe, é semelhante à produção do acetileno proveniente
do carvão. Logo temos que:
HC≡CH + H2 → H2C=CH2
Dado que:
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O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS │ UNIDADE I
Temos que:
Desse modo, podemos afirmar que, a produção ocorrerá em duas etapas reacionais.
O etileno glicol é produzido a partir do etileno (eteno) em uma reação com O2, de
modo que haja presença de Ag, o qual atuará como catalisador, a dada temperatura de
250 ºC. Neste tipo de reação há formação de um produto intermediário de reação, o
qual é chamado de óxido de etileno, devido a sua grande capacidade reativa, que ao ser
tratado com água, produz o etileno glicol.
Acrilonitrila
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UNIDADE I │ O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS
Faça uma breve pesquisa sobre a equação descrita acima, sobre a produção da
acrilonitrila, e em seguida descreva as condições reacionais para que haja sua
produção.
Acrilato de metila
Faça uma breve pesquisa sobre a equação descrita acima, sobre a produção do
acrilato de metila, e em seguida descreva as condições reacionais para que haja
sua produção.
Estireno
Faça uma breve pesquisa sobre a equação descrita acima, sobre a produção do
estireno, e em seguida descreva as condições reacionais para que haja sua produção.
Acrilato de metila
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O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS │ UNIDADE I
Faça uma breve pesquisa sobre a equação descrita acima, sobre a produção do
acrilato de metila, e em seguida descreva as condições reacionais para que haja
sua produção.
Butadieno
Faça uma breve pesquisa sobre a equação descrita acima, sobre a produção do
butadieno, e em seguida descreva as condições reacionais para que haja sua
produção.
Faça uma breve pesquisa sobre as extrações citadas acima e sobre a produção
do benzeno a partir delas, e em seguida monte as equações complexas dessas
sínteses, e descreva as condições reacionais para que haja sua produção.
Anidrido maléico
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UNIDADE I │ O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS
Faça uma breve pesquisa sobre as extrações citadas acima e sobre a produção do
anidrido maléico, e em seguida monte as equações complexas dessas sínteses, e
descreva as condições reacionais para que haja sua produção.
Fenol
O fenol pode ser produzido a partir do benzeno por meio de alguns processos principais
Faça uma breve pesquisa sobre as extrações citadas acima e sobre a produção do
fenol, e em seguida monte as equações complexas dessas sínteses, e descreva as
condições reacionais para que exista sua produção.
Caprolactama
Formado a partir do benzeno ou de outros compostos com cadeias cíclicas, como o fenol, o
monômero caprolactama é obtido a partir da conversão do cicloexanol em cicloexanona
por meio de sua oxidação com ar e acetato de cobalto, o qual age como catalisador. De
modo que, ao ser tratada com NH4OH e H2SO4, a cicloexanona é convertida em oxima,
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O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS │ UNIDADE I
Faça uma breve pesquisa sobre as extrações citadas acima e sobre a produção
da caprolactama, e em seguida monte as equações complexas dessas sínteses, e
descreva as condições reacionais para que haja sua produção.
Hexametilenodiamina
Faça uma breve pesquisa sobre as extrações citadas acima e sobre a produção
do hexametilenodiamina, e em seguida monte as equações complexas dessas
sínteses, e descreva as condições reacionais para que haja sua produção.
Além das fontes já citadas, podemos obter diversos monômeros a partir de compostos
orgânicos, óleo vegetal e gases. O ricinoleato de glicerina, por exemplo, dá origem ao
monômero para a formação do ácido ômega-aminoundecanóico; o gás CO dá origem ao
aldeído e o fosgênio ao alquileno. Temos também que o cloreto de metila dá origem ao
monômero de dimetildiclorosilano; e o clorofórmio ao tetraflúpretileno.
Forças moleculares
Como visto anteriormente, por se tratar de uma macromolécula, os meros são ligados
entre si por ligações primárias fortes, chamadas intramoleculares, pois os meros
estão em uma mesma molécula, e geralmente essas ligações são do tipo covalente. Os
segmentos de uma mesma cadeia ou cadeia diferentes são ligadas entre si por forças
secundárias fracas ou intermoleculares.
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UNIDADE I │ O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS
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O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS │ UNIDADE I
Cadeia principal e
C=C 147 1,34 Polidienos
grupo lateral
Cadeia principal e
C-O 84 1,43 Poliéter e Poliéster
grupo lateral
Borracha vulcanizada
C-S 62 1,81 Grupo lateral
com s
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UNIDADE I │ O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS
=N-H...O= 2,9 4
-O-H...F- 2,4 7
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O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS │ UNIDADE I
propriedades.
(1)
(2)
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UNIDADE I │ O UNIVERSO DOS MATERIAIS POLIMÉRICOS
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CONFORMAÇÃO
DAS CADEIAS UNIDADE II
POLIMÉRICAS
CAPÍTULO 1
Funcionalidade de uma molécula
polimérica
Figura 6. Representação de (a) molécula A e B com f = 1; (b) molécula bifuncional B com f = 2, (c) molécula
Fonte: Autor.
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UNIDADE II │ CONFORMAÇÃO DAS CADEIAS POLIMÉRICAS
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CONFORMAÇÃO DAS CADEIAS POLIMÉRICAS │ UNIDADE II
45
CAPÍTULO 2
Tipos de cadeias poliméricas
Cadeias lineares
Nesse tipo de cadeia polimérica há apenas uma cadeia principal, a qual é formanda a
partir da polimerização de monômeros bifuncionais. Figura 10.
Nesse tipo de cadeia, como há apenas bifuncionalidade dos monômeros, pode ser
necessário o uso de catalisadores, do tipo estereoespecíficos para conformação da
cadeia.
Cadeias ramificadas
Numa cadeia do tipo ramificada temos uma cadeia principal formanda pelo mesmo tipo
de mero, de modo que haja prolongamentos, curtos ou longos. Os meros que compõem
os prolongamentos podem ser do mesmo tipo dos da cadeia principal ou de um tipo
diferente, possibilitando à cadeia polimérica diversas estruturas. Essas estruturas são
conhecidas no polímero como arquiteturas, e podem ser:
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CONFORMAÇÃO DAS CADEIAS POLIMÉRICAS │ UNIDADE II
Vale lembrar que, nesse tipo de cadeia pode haver ramificações pendentes do
tipo curtas ou longas também em outra ramificação.
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UNIDADE II │ CONFORMAÇÃO DAS CADEIAS POLIMÉRICAS
Vale lembrar que, nesse tipo de cadeia o tamanho das ramificações é definido
pelo comonômeros que a forma.
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CONFORMAÇÃO DAS CADEIAS POLIMÉRICAS │ UNIDADE II
Esse tipo de cadeia pode gerar polímeros com baixa densidade de ligações
cruzadas, dos quais podemos citar a borracha vulcaznizada, e com alta densidade
de ligações cruzadas, como presente em termorrigidos.
Como exemplo, podemos citar o polietileno de alta (PEAD) e baixa densidade (PEBD),
os quais se diferenciam basicamente pela estrutura, a qual atribui ampla variação nas
características físico e químicas de cada um, de modo que o PEBD possui uma cadeia
ramificada aleatória, e o PEAD possui uma cadeia linear.
49
CAPÍTULO 3
Configuração de cadeias poliméricas
Encadeamento
Nesse tipo de configuração temos que o tipo de carbono ligado à cadeia em crescimento
possibilitará três tipos de encadeamentos, cabeça-cauda, cabeça-cabeça e misto.
Tomando como exemplo o monômero vinílico, temos que CH2 será denominado o
carbono cabeça e o CH será denominado carbono cauda,teremos:
Figura 15. Representação de uma cadeia com encadeamento cabeça-cauda no monômero vinílico.
50
CONFORMAÇÃO DAS CADEIAS POLIMÉRICAS │ UNIDADE II
Figura 16. Representação de uma cadeia com encadeamento cabeça-cabeça no monômero vinílico.
Figura 17. Representação de uma cadeia com encadeamento misto no monômero vinílico.
Isomeria
51
UNIDADE II │ CONFORMAÇÃO DAS CADEIAS POLIMÉRICAS
Devido à instabilidade das ligações duplas e do efeito estérico de grupos laterais, temos
que na síntese de isopreno, há formação de cadeias com aproximadamente 45% de
isômeros cis, 45% de isômeros trans, 8% de isômero 3-4 vinil e2% de isômero 1-2 vinil
(todos presentes, individualmente, em cada cadeia).
52
CONFORMAÇÃO DAS CADEIAS POLIMÉRICAS │ UNIDADE II
Taticidade
Taticidade é conhecida como a regularidade espacial com a qual os grupos laterais são
dispostos na cadeia polimérica. De modo que a exemplificaremos por meio de polímeros
formados por monômeros vinílicos com encadeamento cabeça-cauda. Analisando o
comportamento da cadeia do ‘poli (ereto de vinila)’ temos que os carbonos existentes
na cadeia principal estão no plano do papel devido à forma tetraédrica da ligação C-C,
o que configura um arranjo para cima ou para baixo dos grupos laterais (R e H). Temos
então três possíveis arranjos táticos na cadeia polimérica: o isotático, o sindiotático e o
atático.
53
UNIDADE II │ CONFORMAÇÃO DAS CADEIAS POLIMÉRICAS
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CAPÍTULO 4
Conformação de cadeias poliméricas
Figura 22. Representação de ligação covalente existente entre quatro átomos de carbono, os quais formam
geometricamente um cone.
55
UNIDADE II │ CONFORMAÇÃO DAS CADEIAS POLIMÉRICAS
Tomando como exemplo uma cadeia polimérica olefínica saturada, temos que ela
apresenta mais de 2000 ligações covalentes simples, de modo que podem estar
posicionadas na cadeia com o mesmo grau de liberdade, o que lhe atribui mobilidade,
flexibilidade, e processamento mesmo sendo uma cadeia muito longa.
Figura 23. Representação de uma cadeia polimérica amorfa com conformação aleatória.
56
CONFORMAÇÃO DAS CADEIAS POLIMÉRICAS │ UNIDADE II
Faça uma breve pesquisa sobre outros materiais que apresentam uma
conformação aleatória.
Figura 24. Representação de uma estrutura com conformação zig-zag em uma sequência etilênica.
Faça uma breve pesquisa sobre outros materiais que apresentam uma
conformação zig-zag.
Fira 25. Representação de uma estrutura com conformação espiral polímeros virílicos isotáticos.
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UNIDADE II │ CONFORMAÇÃO DAS CADEIAS POLIMÉRICAS
Faça uma breve pesquisa sobre outros materiais que apresentam uma
conformação espiral.
58
POLÍMEROS: INFINITAS
POSSIBILIDADES DE UNIDADE III
MATERIAIS
CAPÍTULO 1
Mistura de polímeros
Blenda
Material resultante da mistura física de dois ou mais polímeros, dos quais são
mantidas propriedades importantes de cada um, conhecida também como mistura
mecânica.
Como é resultado de uma junção física entre polímeros, uma blenda pode ter seus
componentes separados através de processos também físicos, seja por meio de
solubilização ou precipitação fracionada, dependendo se a blenda é miscível ou
imiscível. Características dependentes da termodinâmica e compatibilização de seus
componentes.
59
UNIDADE III │ POLÍMEROS: INFINITAS POSSIBILIDADES DE MATERIAIS
As blendas podem ser classificadas de acordo com seu método de preparação, os quais
podem ser: mistura por solução, redes poliméricas interpenetrantes (IPN) e mistura
mecânica no estado fundido.
Figura 26. Esquema de formação de uma blenda pelo método de mistura por solução.
Fonte: Autor.
60
POLÍMEROS: INFINITAS POSSIBILIDADES DE MATERIAIS │ UNIDADE III
Fonte: Autor.
61
UNIDADE III │ POLÍMEROS: INFINITAS POSSIBILIDADES DE MATERIAIS
Termodinâmica em blendas
Vale lembrar que, ΔGm<0 é uma condição necessária para que exista miscibilidade
de uma blenda, porém ela não é suficiente.
Além disso, temos que ΔSm é muito pequeno e a T não pode ser muito alta, senão haverá
degradação do polímero. Sendo assim, a variação de energia livre do sistema, ΔGm,
depende da variação da entalpia, ΔHm.
62
POLÍMEROS: INFINITAS POSSIBILIDADES DE MATERIAIS │ UNIDADE III
Vale lembrar que em um sistema com alta energia para quebrar ligações entre
as moléculas semelhantes para formar ligações entre as moléculas não similares,
o valor de ΔHm é muito grande e positivo, formando mistura miscíveis. Em um
sistema a baixa temperatura temos a formação de soluções imiscíveis, dado que
o terno entálpico deve ser mantido.
Figura 29. Representação das possibilidades de formação de blendas em relação à energia livre de uma mistura.
Analisando a Figura 29 podemos supor a partir de dois polímeros distintos (A e B), que a
região delimitada por I é de imiscibilidade, visto que ΔGm>0; a região II é parcialmente
miscível, visto que a blenda apresenta duas fases, as quais são representadas pelos
pontos localizados na tangente comum da curva de energia livre de Gibbs; e por fim, a
região III é de total miscibilidade.
63
UNIDADE III │ POLÍMEROS: INFINITAS POSSIBILIDADES DE MATERIAIS
Agentes compatibilizantes
»» promovendo dispersão;
64
POLÍMEROS: INFINITAS POSSIBILIDADES DE MATERIAIS │ UNIDADE III
A Tabela 12, traz algumas blendas e seus compatibilizantes, sejam estes reativos ou não.
Mecanismos de tenacificação
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UNIDADE III │ POLÍMEROS: INFINITAS POSSIBILIDADES DE MATERIAIS
»» crazing ou microfibrilamento;
Figura 30. Representação do mecanismo de absorção de impacto do HIPS por meio do microfissuramento.
No que diz respeito à deformação por cisalhamento temos que esta é presente em
matérias cuja tensão para formação das microfibrilações é mais alta do que a tensão
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POLÍMEROS: INFINITAS POSSIBILIDADES DE MATERIAIS │ UNIDADE III
Quando os modificadores de impacto são adicionados à matriz polimérica temos que este
induz de maneira mais abrangente, as zonas de escoamento no material, influenciando
na energia de fratura, aumentando-a. Porém, ao mesmo tempo, há dissipação da
energia aplicada sem provocar fissuras, reduzindo os danos no material. Sendo assim,
o cisalhamento se faz menos danoso ao material do que o microfibrilamento.
Principais blendas
·· módulo de elasticidade.
»» Blendas de PP (Polipropileno).
68
POLÍMEROS: INFINITAS POSSIBILIDADES DE MATERIAIS │ UNIDADE III
Os resultados apresentados acima são para uma blenda com 5% de SEBS, resultando
em uma maior compatibilidade entre as fases da blenda.
»» Blendas de PS (Poliestireno).
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UNIDADE III │ POLÍMEROS: INFINITAS POSSIBILIDADES DE MATERIAIS
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POLÍMEROS: INFINITAS POSSIBILIDADES DE MATERIAIS │ UNIDADE III
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UNIDADE III │ POLÍMEROS: INFINITAS POSSIBILIDADES DE MATERIAIS
»» Blendas de PE (Polietileno)
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POLÍMEROS: INFINITAS POSSIBILIDADES DE MATERIAIS │ UNIDADE III
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UNIDADE III │ POLÍMEROS: INFINITAS POSSIBILIDADES DE MATERIAIS
»» Blendas de PC (Policarbonato).
»» Blendas comerciais.
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POLÍMEROS: INFINITAS POSSIBILIDADES DE MATERIAIS │ UNIDADE III
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UNIDADE III │ POLÍMEROS: INFINITAS POSSIBILIDADES DE MATERIAIS
PP PP PP PP
Propriedades
médio impacto + 20% EPDM + C. M. + EPDM + FV + EPDM
Res.Tração (MPa) 29 21 16 18
Mod.Flexão(MPa) 1400 900 1200 1700
Res. Impacto IZOD com Entalhe (J/m) 23°C 85 700 300 300
Res. Impacto IZOD com Entalhe (J/m) -20ºC 25 500 55 90
HDTà 1,82 MPa (DC) 55 45 55 52
Contração (%) 1-2 1-2 0,8-1,5 0,6-1,2
Fonte: Adaptado de Simielli, 1993.
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POLÍMEROS: INFINITAS POSSIBILIDADES DE MATERIAIS │ UNIDADE III
Fonte: Autor.
77
UNIDADE III │ POLÍMEROS: INFINITAS POSSIBILIDADES DE MATERIAIS
Tabela 17. Quadro comparativo entre as propriedades de blendas PC/PBT e blendas PP; EPDM.
Blenda PP
Propriedades Blenda PC/ PBT PC puro PBT puro
+20% EPDM
Resistência à tração 52 62 52 21
Módulo de flexão (Mpa) 2000 2300 2300 900
Resistência ao impacto IZOD com entalhe à 23ºC (J/m) 730 800 50 700
Resistência ao impacto IZOD com entalhe à -20ºC (J/m) 570 200 500
HDT a 1,82 MPa (ºC) 95 135 55 45
Contração (%) 0,7-1,0 0,5-0,7 1,7-2,2 1,2-2,0
Dureza Shore D 77 62
Fonte: Adaptado de Simielli, 1993.
PC/ABS PC/ABS
PROPRIEDADES
45/55 70/30
HDT à 1,82 MPa (ºC) 105 120
Resistência ao Impacto IZOD com entalhe à 23°C (J/m) 350 600
Módulo de Flexão (MPa) 2600 2700
Resistência à tração (MPa) 60 63
Densidade (gim’) 1,10 1,15
Fonte: Adaptado de Simielli, 1993.
Copolímero
Copolímeros são polímeros de adição formados por mais de um monômero, ou seja,
meros diferentes ao longo da cadeia, de modo que sua formação pode ser dada de forma
regular ou irregular, o que modifica as propriedades do polímero final. Cada um dos
monômeros utilizados na copolimerização é chamado de comonômero, e cada posição
dos diferentes meros dentro da cadeia polimérica divide os copolímeros nos seguintes
tipos: aleatório, alternado, em bloco e enxertado.
78
POLÍMEROS: INFINITAS POSSIBILIDADES DE MATERIAIS │ UNIDADE III
Fonte: Autor.
Nesse tipo de formação, temos que não há uma sequência correta ou pré-definida da
disposição dos meros na cadeia, de modo que, dado um mero A e um mero B teremos a
representação exemplificada pela Figura 33. Vale lembrar que, o etileno-acetato de vida
(EVA) e a borracha sintética de estireno e butadieno (SBR) são exemplos desse tipo de
copolímero.
Alternado
Como sugerido pelo próprio nome, nesse tipo de copolímero, os diferentes meros
estão dispostos de forma alternada na cadeia polimérica, de modo que anidrido
maléico-estireno é um dos seus poucos exemplos.
Em bloco ou blocado
79
UNIDADE III │ POLÍMEROS: INFINITAS POSSIBILIDADES DE MATERIAIS
grandes sequências de um dado mero, o qual se altera com outras grandes sequências de
outro mero. São exemplos desse tipo de copolímero, a borracha termoplástica tribloco
de estireno e butadieno (SBS) ou isopreno (SIS).
Vale lembrar que, no SBS ou SIS temos dois blocos de estireno nas pontas,
com aproximadamente 85m cada, e um bloco central de butadieno com
aproximadamente 2000m, podendo se apresentar na forma estrelada com 32
braços.
Enxertado ou grafitizado
80
CAPÍTULO 2
Métodos de preparação
Adição
Como o próprio nome sugere, polímeros desse tipo são formados a partir de um único
monômero, através de uma reação de adição, de modo que as substâncias envolvidas na
geração desses polímeros apresentam uma ligação dupla entre os carbonos. Assim que
ocorre a polimerização, há quebra da ligação π, e o surgimento de duas novas ligações
simples.
Condensação
Nesse tipo de polimerização, há reação entre dois monômeros diferentes, por meio de
condensação, ou seja, há interação entre dois grupos funcionais reativos distintos, com
eliminação de moléculas de baixo peso molecular, como água, amônio, HCl, dentre
outras; de modo que os monômeros não precisam apresentar ligações duplas por meio
dos carbonos. Figura 38.
81
UNIDADE III │ POLÍMEROS: INFINITAS POSSIBILIDADES DE MATERIAIS
Um bom exemplo para esse tipo de polimerização é a do náilon 6,6, representado pela
Figura 38, na qual há condensação dos radicais amina (hexametileno diamina) e ácido
(ácido adípico), em meio aquoso, formando uma ligação amida e água.
É partir dessa reação citada acima, que se obtém o sal de náilon, o qual precipita na
solução, pois é insolúvel em meio aquoso. Após a formação do sal, ele é coletado e
secado para em seguir ser polimerizado a altas temperaturas, transformando-se no
polihexametileno adipamida, conhecido como náilon 6,6.
Figura 39. Representação da polimerização por condensação para formação do sal de náilon.
82
CAPÍTULO 3
Classificação química de polímeros
Esse tipo de classificação é definido pela estrutura química do mero que compõe a
cadeia polimérica, de modo que haja duas subdivisões: polímeros com cadeia carbônica
e polímeros com cadeia heterogênea.
»» Poliolefinas.
»» Polímeros de dienos.
83
UNIDADE III │ POLÍMEROS: INFINITAS POSSIBILIDADES DE MATERIAIS
»» Polímeros estirenos
84
POLÍMEROS: INFINITAS POSSIBILIDADES DE MATERIAIS │ UNIDADE III
»» Polímeros clorados.
»» Polímeros fluorados.
»» Polímeros acrilados
»» Polímeros ésteres.
›› Materiais com ampla aplicação, polímeros desse tipo podem ser usados
em tintas ou emulsões aquosas (poliacetato de vinila (PVA)); confecção
de cápsulas de medicamentos (copolímeros de PVA e poliálcool vinílico
(PVN), o qual permite controle de velocidade de dissolução em água),
dentre outros.
85
UNIDADE III │ POLÍMEROS: INFINITAS POSSIBILIDADES DE MATERIAIS
»» Poliéteres
»» Poliésteres.
86
POLÍMEROS: INFINITAS POSSIBILIDADES DE MATERIAIS │ UNIDADE III
»» Policarbonato
»» Poliamidas
›› Copolímeros: Polihexametilenotereftalamida/policapramida
(náilon 6T/6), polihexametilenotereftalamida/
polidodecanamida (náilon 6T/12), polihexametilenoadipamida/
polihexametilenotereftalamida (náilon 66/6T,
polihexamedenoadipamida/polihexametilenoisoftalamida (nállon
66/6I), polihexametilenoadipamida/polihexametilenoisoftalamida/
policaproamida (náilon 66/61/6), polihexametilenoadipamida/
polihexametilenotereftalamida/polihexameuienoisoftalamida
87
UNIDADE III │ POLÍMEROS: INFINITAS POSSIBILIDADES DE MATERIAIS
»» Poliuretanos
»» Aminoplásticos
»» Derivados da celulose
»» Siliconas
88
CRIAÇÃO E
DEGRADAÇÃO DE UNIDADE IV
POLÍMEROS
CAPÍTULO 1
Síntese de polímeros: polimerização
Processos de polimerização
Diante da diversidade de materiais poliméricos, os processos de polimerização se
organizam de acordo com:
89
UNIDADE IV │ CRIAÇÃO E DEGRADAÇÃO DE POLÍMEROS
90
CRIAÇÃO E DEGRADAÇÃO DE POLÍMEROS │ UNIDADE IV
Polimerização em etapas
Esse processo de polimerização ocorre a partir da condensação sucessiva de grupos
funcionais reativos presentes nos polímeros envolvidos, de modo que há aumento
no tamanho das moléculas até que estas atinjam o tamanho desejado de uma cadeia
polimérica. Podemos citar como exemplo, a reação de um diácido com um glicol
(diálcool), a qual gerará um éster (produto) e água (subproduto).
produz uma taxa de reação maior, visto que fornece mais energia ao
sistema, ou seja, há energia suficiente para que um número maior de
reações vença a barreira imposta pela energia de ativação da reação.
Por outro lado, de acordo com tempo, o grau de polimerização tende a
diminuir, pois se trata de um processo exotérmico, o qual deslocará o
equilíbrio no sentido dos reagentes envolvidos.
Faça uma breve pesquisa sobre a produção industrial no náilon 6,6, citado em
unidades anteriores, observando a equimolaridade.
92
CRIAÇÃO E DEGRADAÇÃO DE POLÍMEROS │ UNIDADE IV
Polimerização em cadeia
Nesse tipo de polimerização há formação de uma cadeia polimérica completa a partir
da dissociação de uma dupla ligação para o aparecimento de duas ligações simples,
presente em um dos monômeros, a qual possibilitará sua sucessiva reação com outras
ligações duplas de outras moléculas do monômero em questão.
93
UNIDADE IV │ CRIAÇÃO E DEGRADAÇÃO DE POLÍMEROS
94
CRIAÇÃO E DEGRADAÇÃO DE POLÍMEROS │ UNIDADE IV
Figura 44. Representação do término por meio de combinação de dois micro-radicais no processo de
polimerização em cadeia.
Este tipo de terminação dá origem às cadeias com massa molar muito alta, pois
soma as massas molares individuais de cada cadeia radial. Esse processo pode
ser bastante dificultado se houver impedimento estérico entre os radicais laterais
(R) expostos nas pontas reativas dos macro-radicais, de modo que quanto maior
e mais volumosos os grupos laterais, mais intenso esse impedimento será.
95
UNIDADE IV │ CRIAÇÃO E DEGRADAÇÃO DE POLÍMEROS
cadeia.
cadeia.
96
CRIAÇÃO E DEGRADAÇÃO DE POLÍMEROS │ UNIDADE IV
97
UNIDADE IV │ CRIAÇÃO E DEGRADAÇÃO DE POLÍMEROS
»» Cada hidrogênio reage com um radical livre, seja com o próprio peróxido
dissociado, seja com o radical livre ou interrompendo a reação de propagação.
98
CRIAÇÃO E DEGRADAÇÃO DE POLÍMEROS │ UNIDADE IV
Polimerização iônica
Neste tipo de polimerização, quando o carbono do centro ativo tem falta de elétrons,
é gerada uma carga positiva, ou seja, um carbocátion, e a reação é dita polimerização
catiônica, e, quando o carbono do centro ativo tem excesso de elétrons, temos que isso
gera uma carga negativa, ou seja, um carbanion, e a reação é dita como polimerização
aniônica.
99
UNIDADE IV │ CRIAÇÃO E DEGRADAÇÃO DE POLÍMEROS
»» Término.
Figura 54. Representação do processo de término transferência de monômero numa polimerização catiônica.
Figura 55. Representação do processo de término por rearranjo com contra-íon em uma polimerização catiônica.
100
CRIAÇÃO E DEGRADAÇÃO DE POLÍMEROS │ UNIDADE IV
Figura 56. Representação do processo de término por meio de terminação forçada numa polimerização
catiônica.
Aniônica
Neste tipo de polimerização o centro ativo é o íon carbanion (CΘ), ou seja, um átomo de
carbono com dois elétrons. As etapas de polimerização seguem praticamente todos os
passos anteriormente descritos, porém o íon tem um par de elétrons extra, e se usa um
catalisador do tipo base de Lewis (KNH2).
101
UNIDADE IV │ CRIAÇÃO E DEGRADAÇÃO DE POLÍMEROS
Normalmente produz uma cadeia carbônica. Normalmente produz uma cadeia heterogênea.
102
CRIAÇÃO E DEGRADAÇÃO DE POLÍMEROS │ UNIDADE IV
Copolimerização
O processo de copolimerização natural envolve dois polímeros distintos, os quais
podem reagir entre si ou um com o outro, gerando copolímeros diferentes: alternado,
ao acaso ou em bloco. Durante o crescimento da cadeia, são possíveis as seguintes
reações apresentadas na Figura 61, de modo que para cada uma delas há associada uma
constante de reatividade kij.
Figura 61. Representação de reações ocorridas em copolímeros formados por polímeros M1 e M2.
103
UNIDADE IV │ CRIAÇÃO E DEGRADAÇÃO DE POLÍMEROS
(5)
(6)
(7)
Quando a r é próxima à zero, temos que seus valores são menores do que 1, e para isso,
k de um monômero com ele mesmo (k11 e k22) deve ser menor do que com o outro (k12
e k21), logo a condição de reação de comonômeros iguais é mais difícil, formando um
copolímero alternado. Podemos pensar dessa mesma forma quando atribuímos valores
maiores para r, de modo que a reação de um comonômero com ele mesmo formará um
copolímero em blocos; ou quando os valores de r são intermediários, não haverá uma
preferência de reação, gerando copolímeros ao acaso.
104
CRIAÇÃO E DEGRADAÇÃO DE POLÍMEROS │ UNIDADE IV
105
CAPÍTULO 2
Fracionamento e degradação de
polímeros
»» mudança química;
106
CRIAÇÃO E DEGRADAÇÃO DE POLÍMEROS │ UNIDADE IV
Faça uma breve pesquisa sobre a hidrólise de náilons, tendo como referencial a
degradação térmica.
Vale lembrar que, a cisão das cadeias poliméricas reduz a massa molar média do
polímero, de modo que, isso pode ser observado diante do deslocamento das curvas
de Distribuição de Massa Molar (DMM), para a região das baixas massas, quando um
polipropileno é processado, por exemplo. A Figura 63, nos mostra como a DMM de um
polipropileno muda após cada extrusão, sendo reprocessado até seis vezes.
Figura 63. Representação das curvas de DMM para um polipropileno multiprocessado até 6 vezes.
107
UNIDADE IV │ CRIAÇÃO E DEGRADAÇÃO DE POLÍMEROS
Percebemos por meio da Figura 64, o valor se mantém praticamente constante até Mn
K 105, observando uma mesma curva, a qual tem seu valor aumentando rapidamente,
indicando que a cisão é aleatória na região de baixa massa molar, mostrando-se
preferencialmente induzida nas cadeias de alta massa molar.
Faça uma breve pesquisa sobre a degradação do PVC por meio de ataque de
grupos laterais.
108
COMPORTAMENTO UNIDADE V
DE UM POLÍMERO
CAPÍTULO 1
Comportamento mecânico frente à
temperatura
109
UNIDADE V │ COMPORTAMENTO DE UM POLÍMERO
Elastômeros
Materiais que sofrem grandes deformações em temperatura ambiente, retornando ao
comprimento inicial rapidamente depois de ser retirado o esforço, pois apresentam
cadeias flexíveis amarradas umas às outras e baixa densidade de ligação cruzada.
Apresentam boa resistência mecânica, e alto módulo de elasticidade quando deformado.
A borracha vulcanizada é um excelente exemplo desse material.
Fibras
Termoplásticos cujas cadeias e cristais são orientados durante a fiação, o que proporciona
aumento na resistência mecânica. Náilons e PET são bons exemplos das fibras.
110
CAPÍTULO 2
Comportamento térmico de polímeros
Para que haja mobilidade na molécula, é necessário que ela tenha capacidade
de responder à determinada solicitação mecânica em um dado tempo, de modo
que, a imobilidade é a incapacidade de resposta que o material tem dentro do
intervalo de tempo disponível.
111
UNIDADE V │ COMPORTAMENTO DE UM POLÍMERO
Figura 65. Demonstração da relação existente entre variação do volume específico com o aumento da
112
COMPORTAMENTO DE UM POLÍMERO │ UNIDADE V
Figura 66. Faixa de temperatura na qual ocorre a cristalização, evidenciando o ponto de inflexão da curva, o
114
COMPORTAMENTO DE UM POLÍMERO │ UNIDADE V
115
CAPÍTULO 3
Comportamento mecânico frente às
solicitações mecânicas
Parâmetros influentes
Como visto anteriormente, a estrutura molecular dos polímeros determina um
comportamento dos polímeros, de modo que a viscoelasticidade determina o
comportamento viscoso em líquidos; ou comportamento elástico em sólidos
Hookianos, ocorrendo em plásticos e fibras. Em contrapartida, a elasticidade, presente
em elastômeros, garante ao material suportar grandes deformações. Outro parâmetro
influente em polímeros é tempo no qual o polímero é solicitado, de modo que os ensaios
mecânicos podem ser realizados em curta ou longa duração. Fluência e relaxação de
tensão também são parâmetros primordiais para os polímeros, pois caracterizam o
comportamento mecânico do polímero em um tempo maior, chegando a anos. O tempo
de duração da solicitação é um importante parâmetro, pois relaciona o intervalo de
tempo que o polímero precisa para responder a ela. As propriedades mecânicas podem
ser realizadas de forma estática ou dinâmica, e podem atingir ou não a ruptura do
material.
Viscoelasticidade
Essa propriedade é definida como o fenômeno pelo qual o polímero apresenta
características de um fluido e de um sólido elástico ao mesmo tempo, de modo que a
fração elástica da deformação é observada diante da variação do ângulo e a distância
de ligação entre os átomos da cadeia polimérica (tanto da cadeia principal quanto dos
grupos laterais).
116
COMPORTAMENTO DE UM POLÍMERO │ UNIDADE V
Figura 67. Comportamento físico-mecânico de um polímero como função de sua massa molar e das
117
UNIDADE V │ COMPORTAMENTO DE UM POLÍMERO
118
COMPORTAMENTO DE UM POLÍMERO │ UNIDADE V
(8)
(9)
119
UNIDADE V │ COMPORTAMENTO DE UM POLÍMERO
Modelos de viscoelasticidade
Além desses modelos, o comportamento viscoelástico de um polímero é representado
pelos seguintes modelos:
120
COMPORTAMENTO DE UM POLÍMERO │ UNIDADE V
Figura 72. Representação do modelo Maxwell- Voigt para viscoelasticidade para um polímero.
121
UNIDADE V │ COMPORTAMENTO DE UM POLÍMERO
122
COMPORTAMENTO DE UM POLÍMERO │ UNIDADE V
Figura 74. Curvas de fluência para o poliestireno cristal sob várias tensões.
(11)
123
UNIDADE V │ COMPORTAMENTO DE UM POLÍMERO
Figura 76. Curvas de relaxação de tensão para náilon 6,6 hornopolímero e copolírnero.
Elasticidade da borracha
As borrachas apresentam capacidade de voltar ao seu tamanho original mesmo
quando deformadas muito acima de o dobro de seu comprimento, de modo que
quando estiradas e mantidas sob uma deformação constante, requerem maior
forca para se manterem nesta deformação quando aquecidas. Isto ocorre quando a
borracha ao ser esticada, contrai frente ao aumento da temperatura, o que aumenta
a entropia do sistema, sendo necessário aumentar o número de conformações
possíveis da cadeia. A elasticidade da borracha é calculada a partir da Equação 12, e
evidenciada na Figura 77.
(12)
124
COMPORTAMENTO DE UM POLÍMERO │ UNIDADE V
Figura 77. Comportamento teórico (tracejado) e experimental (contínuo) da borracha natural. quando estirada.
Fratura
Existem, basicamente, dois tipos de fratura: a frágil e a dúctil.
(13)
125
UNIDADE V │ COMPORTAMENTO DE UM POLÍMERO
126
Referências
127