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Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO....................................................................................................................................................................................... 4
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................................................................. 7
UNIDADE I
PIPELINES.................................................................................................................................................................................................................................. 9
CAPÍTULO 1
PIPELINES SUBMARINOS: TIPOS E CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS.................................................................................... 9
CAPÍTULO 2
MODAL DUTOVIÁRIO........................................................................................................................................................................................... 15
UNIDADE II
DIMENSIONAMENTO E MANUTENÇÃO DE PIPELINES......................................................................................................................................... 24
CAPÍTULO 1
DIMENSIONAMENTO DE PIPELINES................................................................................................................................... 27
CAPÍTULO 2
MANUTENÇÃO DE PIPELINES............................................................................................................................................. 46
UNIDADE III
RISERS...................................................................................................................................................................................................................................... 55
CAPÍTULO 1
RISERS: TIPOS E CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS....................................................................................................................... 56
CAPÍTULO 2
MANIFOLDS E DEMAIS ACESSÓRIOS SUBMARINOS.......................................................................................................................... 66
UNIDADE IV
ANÁLISE E MANUTENÇÃO DE RISERS......................................................................................................................................................................... 75
CAPÍTULO 1
FUNDAMENTOS DA ANÁLISE DE RISERS......................................................................................................................... 76
CAPÍTULO 2
MANUTENÇÃO DE RISERS.................................................................................................................................................. 87
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................................................................ 95
APRESENTAÇÃO
Caro aluno
Conselho Editorial
4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO
DE ESTUDOS E PESQUISA
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto
antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para
o autor conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma
pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em
seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas
experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para
a construção de suas conclusões.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam
para a síntese/conclusão do assunto abordado.
5
Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/
conclusões sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando
o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
6
INTRODUÇÃO
A indústria offshore tem buscado por novas tecnologias devido à grande demanda do
mercado por combustíveis fósseis e também com o intuito de minimizar os custos de
produção destes. Desta forma, cresce a demanda por profissionais habilitados para
trabalhar com estas novas tecnologias e aperfeiçoar as já existentes.
Na década de 80, quando tiveram início os primeiros avanços nesse sentido, as tecnologias
empregadas eram adaptadas de outros sistemas de engenharia, principalmente navais, e
empregando altos fatores de segurança. Os resultados desta abordagem eram estruturas
com pouca eficiência — eficiência estrutural pode ser entendida como a habilidade
da estrutura suportar os carregamentos de projeto com segurança, mas projetada de
forma a minimizar custos, ou outro objetivo definido pelo projetista, tal como o peso
da estrutura —, porém seguras e, ainda nos dias de hoje, algumas destas operam sem
maiores problemas.
Novas tecnologias em risers e pipelines vêm sendo requeridas, uma vez que reservas
de petróleo a grandes profundidades têm sido descobertas — como é o caso do Pré-
sal, cuja lâmina d’água ultrapassa os três mil metros — e estas localizadas também em
ambientes hostis. É imprescindível considerar problemas de projeto como desastres
naturais, erosão do leito marinho e liquefação do solo, por exemplo. Além destes
7
Introdução
fatores, deve-se manter a preocupação com o meio ambiente e o efeito das instalações
no meio marinho. Os processos de projeto de risers e pipelines vêm amadurecendo e
sendo adaptados e evoluídos para se adequarem ao propósito atual, que é o de estruturas
submarinas mais econômicas e adequadas para atender a estes requisitos.
Não apenas o petróleo é uma riqueza submersa, mas também o gás natural, uma fonte
de energia com importância no mercado de combustíveis tanto para economias já
estabelecidas quanto para o caso de países emergentes. Pipelines são os protagonistas na
extração e transporte do gás presente nestas reservas por serem o meio mais confiável
e eficiente. Mesmo assim, também necessita-se de desenvolvimento nesta área, sendo
este protagonizado por uma nova geração de engenheiros.
Objetivos
» Aprender o equacionamento básico para projeto de pipelines, como estimativas
de pressão e espessura de parede, utilizando como base os princípios de
resistência dos materiais e normativas.
8
PIPELINES UNIDADE I
Tanto risers quanto pipelines são utilizados para uma gama de propósitos na indústria
de exploração de recursos de hidrocarbonetos. Estes são, por exemplo, oleodutos de
transporte — seja esse entre plataformas ou entre a plataforma e a costa —, injeção de
água ou químicos no poço de extração.
CAPÍTULO 1
Pipelines submarinos: tipos e
características construtivas
Os dutos têm importância para o transporte de uma infinidade de produtos, não apenas
no que diz respeito a subprodutos da extração de petróleo. São importantes também
para o transporte de efluentes, de água e minério e devem ser estudados com rigor
para que sua aplicação seja feita de forma adequada.
Pipelines podem ser classificados de acordo com diversos critérios, sendo esses:
9
Unidade I | Pipelines
Pipelines de coleta
Dificilmente, recursos naturais estão prontos para serem usados assim que extraídos.
Óleo cru, gás natural e até mesmo água precisam de alguma forma de processamento
antes de serem entregues ao consumidor. Estes dutos são responsáveis por conectar o
ponto de extração a um local de processamento. São dutos interconectados formando
redes complexas na maioria dos casos.
Não necessariamente dutos de coleta levam até os locais onde o produto será refinado
ou onde serão feitos os processos finais de tratamento; os dutos de coleta levam apenas
ao local onde irá ocorrer o primeiro estágio de processamento. Para as demais etapas de
produção podem ser utilizados dutos de transporte para percorrer distâncias maiores.
Este tipo de pipeline é geralmente curto e de pequeno diâmetro, com pressão interna
variável. Isso se dá, principalmente, porque é necessário minimizar o tempo entre a coleta
do recurso e o início do processamento, geralmente não ultrapassam o comprimento
de trezentos metros.
Pipelines de transporte
Dutos de transporte possuem maior dimensão entre os três tipos, possuindo de seis
a quarenta e oito polegadas de diâmetro. Além de trabalhar com grande quantidade
de material transportado, esses também operam em altos níveis de pressão, entre 13
e 105 bar, sendo variável com o tipo de produto sendo transportado.
10
Pipelines | Unidade I
Pipelines de distribuição
Depois que o recurso foi extraído, tratado e transportado para o local onde será utilizado,
só resta um tipo de duto neste processo: o de distribuição. Os pipelines de distribuição
podem ser comparados ao de coleta pelo seu pequeno diâmetro; e comprimento
se comparados aos de transporte, sendo diferenciado apenas pelo nível de pressão
empregado. Estas linhas são responsáveis pela entrega do recurso ao consumidor final.
Existem quatro principais métodos para a manufatura de dutos: sem costura, soldagem
por resistência elétrica (ERW), soldagem longitudinal por arco submerso (LSAW)
e soldagem espiral por arco submerso (SSAW). Os dutos soldados são geralmente
fabricados dobrando folhas de aço na forma de um tubo e soldando-as.
11
Unidade I | Pipelines
No caso deste modo de manufatura, o processo começa com uma folha de aço laminada
sendo desenrolada e endireitada, e as bordas sendo preparadas para serem dobradas
na forma de um tubo. A dobra é feita trefilando-se uma chapa plana contínua de aço
através de uma série de rolos de pressão e bobinas de aquecimento, formando o tubo.
Finalmente, o processo de soldagem por resistência elétrica é realizado pela passagem
de uma corrente elétrica de alta frequência através de contatos deslizantes na superfície
do tubo, fundindo as bordas para criar um cordão de solda. Este tipo de tubo está
geralmente disponível em tamanhos de diâmetro menores de 500 mm.
Outro tipo de tubo soldado é o tubo soldado a arco submerso longitudinal (LSAW).
Geralmente, este método de manufatura é empregado para fabricação de dutos de
diâmetros maiores de 400 mm. O processo de fabricação é simples, primeiramente
12
Pipelines | Unidade I
Para provar a integridade da fabricação, uma série de testes são realizados, incluindo:
13
Unidade I | Pipelines
Tubos com soldagem por arco submerso em espiral (SSAW) são usados para tubulações
de diâmetro maior de 400 mm, mas o diâmetro do tubo depende do ângulo da bobina
e da espessura da folha usada. A fabricação é feita com um rolo de aço quente que é
desenrolado com uma série de rolos. Durante este processo de desenrolamento, a
borda da chapa de aço é preparada para soldagem e a chapa é forçada pelos rolos em
uma forma de bobina. Finalmente, a borda é soldada na borda posterior da bobina
anterior usando soldagem de arco submerso. Como outros métodos de fabricação,
as seções de tubo concluídas são testadas em água e por ensaios não destrutivos para
verificar a integridade do cordão de solda.
14
CAPÍTULO 2
Modal dutoviário
O modal de transporte dutoviário ocorre por meio de dutos, os quais são tubulações
responsáveis por carregar de um ponto a outro, majoritariamente, materiais fluidos
(como gases e líquidos), seja esse transporte por intermédio de variação de pressão
ou por gravidade.
Dutos têm sido utilizados para o transporte de fluidos há séculos, desde os fabricados
de bambu na China há milhares de anos até a introdução do ferro fundido no século 19,
o que possibilitou a manufatura de dutos pressurizados. No último século, esses dutos
passaram a ser fabricados de aço e possibilitaram a aplicação em grandes diâmetros e
escoamentos de grande pressão.
15
Unidade I | Pipelines
Segundo Pessoa (2016), o Brasil é um país produtor de petróleo, minério e gás natural,
o que faz com que a implantação deste tipo de transporte seja vantajosa, porém
dificilmente considerada devido ao alto investimento para a implementação deste sistema,
evidenciando que o modelo de investimentos brasileiro considera majoritariamente os
de curto prazo. O autor reitera que investimentos na malha dutoviária são necessários
para diminuir as lacunas entre o potencial nacional de produção e o emprego de meios
de transporte eficientes para escoar essa produção.
16
Pipelines | Unidade I
Sistema dutoviário
Segundo Modal (2020), o sistema dutoviário é composto de:
17
Unidade I | Pipelines
Estes dutos não são visíveis em sua localização e são protegidos contra intempéries,
e acidentes que podem ser causados por veículos pesados e máquinas agrícolas, além
de vandalismo. Também são mais seguros contra vazamentos no caso de rupturas no
duto, uma vez que este está protegido pelo solo, que funciona como um casulo que
diminui a pressão de um possível vazamento e assim, este terá menos impacto ao
meio ambiente.
Os dutos deste tipo são visíveis e, assim, mais suscetíveis a vandalismo; e por não terem
nenhuma proteção extra, são passíveis de acidentes, por isso requerem monitoramento
frequente. Os dutos aparentes são amplamente utilizados em estações de bombeio,
bem como nas de carregamento e descarregamento e centros de distribuição.
18
Pipelines | Unidade I
Dutos aéreos
Os dutos aéreos são colocados acima do nível do solo como alternativa para transpor
vales, terrenos muito acidentados ou cursos d’água. Sua sustentação ocorre por
intermédio de torres, geralmente metálicas, que são construídas nas extremidades
do obstáculo e estruturas complementares são necessárias em alguns casos, dando ao
duto uma configuração semelhante a uma ponte estaiada.
Apesar de ser chamado aéreo, este duto possui seus terminais, junções e equipamentos
de propulsão ligados ao solo, sendo suspenso apenas o condutor ou um trecho deste.
O fato de estar afastado muitos metros do solo é o que justifica uma denominação
diferente ao invés de ser chamado somente de duto aparente.
19
Unidade I | Pipelines
Dutos submarinos
A maior parte da extensão destes dutos está submersa no fundo do mar e são utilizados,
principalmente, para o transporte de derivados do petróleo entre a plataforma de
exploração e a costa. Não necessariamente são utilizados apenas para mares, também
podem ser empregados para transpor rios, outro emprego destes é para atravessar
baías ou canais que dão acesso a portos.
O modal também pode ser classificado de acordo com o material transportado, conforme
o Quadro 1. Para o transporte de cada tipo de material são necessárias diferentes bombas
20
Pipelines | Unidade I
Poliduto ou
Majoritariamente empregados no transporte de não derivados de petróleo, como álcool, CO2
alcoolduto
(Dióxido de Carbono) e CO3 (Trióxido de carbono).
Gasoduto Gás natural. Os gasodutos são semelhantes aos oleodutos, embora tenham suas
particularidades, principalmente no sistema de propulsão da carga – compressores.
Mineroduto ou Minério, cimento e cereais – o transporte destes materiais é feito por tubulações que possuem
polidutos de bombas especiais, capazes de impulsionar cargas sólidas ou em pó. Também ocorre por meio de
granel um fluido portador, como a água, para o transporte do minério a média e longas distâncias ou o ar
para o transporte de cimento e cereais a curtas distâncias.
Carvão e resíduos sólidos – para o transporte deste tipo de carga utiliza-se o duto encapsulado,
o qual faz uso de uma cápsula para transportar a carga por meio da tubulação impulsionada por
um fluido portador, água ou ar.
Duto de esgoto Transporte de efluentes produzidos pelo homem e que devem ser conduzidos por canalizações
próprias até um destino final adequado.
Duto de água Água potável: após a água ser coletada em mananciais ou fontes, esta é conduzida por meio de
tubulações até estações onde é tratada e depois distribuída para a população, também por meio
de tubulações. As tubulações envolvidas na coleta e distribuição são denominadas adutoras.
Fonte: adaptado de Pessoa, 2016.
Regulamentação
No Brasil, a normativa aplicável aos projetos de dutos para transporte de gás combustível
é a NBR 12.712:2002, que exclui sua aplicação para outros tipos de derivados do petróleo
senão o citado. A normativa “fixa as condições mínimas exigíveis para o projeto, para
a especificação de equipamentos e materiais, para a fabricação de componentes e para
o ensaio dos sistemas de transmissão e distribuição de gás combustível por dutos”
(PESTANA E DO ESPÍRITO SANTO, 2011).
21
Unidade I | Pipelines
Uma segunda norma, também brasileira, que pode ser aplicada é a N-464 H da Petrobrás,
intitulada “Construção, montagem e condicionamento de dutos terrestres”, que também
fixa condições de construção, montagem, testes, condicionamento e aceitação de dutos”
(PESTANA E DO ESPÍRITO SANTO, 2011).
Vantagens e desvantagens
Anteriormente, dutos eram utilizados majoritariamente para o transporte de água e
esgoto, mas atualmente são utilizados para transportar gases e óleo por longas distâncias
pelo baixo custo se comparados com os outros modais de transporte, principalmente
por:
22
Pipelines | Unidade I
23
DIMENSIONAMENTO
E MANUTENÇÃO DE UNIDADE II
PIPELINES
O projeto de risers e pipelines é similar em essência, diferindo apenas em alguns critérios
de projeto e ferramentas de análise. Em geral, a concepção dessas tecnologias é composta
de três principais fases de projeto: projeto conceitual, projeto preliminar e projeto
detalhado. O objetivo e escopo de cada uma dessas fases varia conforme o tamanho
do projeto e operação. Porém, os objetivos primários geralmente seguem uma mesma
linha de raciocínio, veja a figura 11.
Projeto Conceitual
Projeto Preliminar
Projeto Detalhado
24
Dimensionamento e manutenção de pipelines | Unidade II
» Diâmetro interno.
» Espessura de parede.
Especificações de normativas
Requisitos do processo
Seleção de rota
Proteção da linha
25
Unidade II | Dimensionamento e manutenção de pipelines
Cada uma das etapas de análise de projeto possui sub-etapas a serem cumpridas, estas
sendo definidas como:
› Proteção catódica.
› Adequação ao produto.
» Seleção de rota:
› Revestimento concreto.
› Abertura de valas/enterramento.
» Análise da linha:
› Hoop stress.
› Tensão longitudinal equivalente.
› Análise de vão e desprendimento de vórtices.
› Análise de estabilidade.
› Análise de expansão.
› Análise de flambagem.
› Análise de interferência.
» Análise de instalação da linha:
› Soldagem.
› Propagação da flambagem.
› Colapso hidrostático.
26
CAPÍTULO 1
Dimensionamento de pipelines
ASME B31
Pode ser considerada uma normativa nova, de 1996. Esta permite o uso de técnicas
de confiabilidade estrutural para o projeto baseado no estado limite proposto por
SUPERB (JIAO et al., 1996).
27
Unidade II | Dimensionamento e manutenção de pipelines
DNV
Dimensionamento mecânico
O dimensionamento mecânico se inicia após a definição da rota do duto. Alkazraji
(2008) defende que o comprimento é um fator importante a ser considerado no projeto,
já que dutos são geralmente extensos. Deve-se considerar também as vantagens e
desvantagens de transporte tanto de líquidos quanto de gases.
Para líquidos, as principais vantagens listadas por Alkazraji (2008) são a facilidade de
inspeção por ultrassom, e maior controle de vazão. Outro ponto é que líquidos são
considerados incompressíveis e, assim, as consequências da falha são menos críticas.
As desvantagens principais do transporte de líquidos são a corrosão e o alto risco de
poluição no caso de vazamentos.
No caso de gases, o mesmo autor elenca como vantagens do transporte de gases o fato
de estes serem difusos na atmosfera no caso de rompimentos, a corrosão não é um
grande problema e a ventilação é mais fácil. O desafio de se trabalhar com o escoamento
de gases é que estes são compressíveis e o controle do fluxo não é fácil em comparação
com os líquidos. As consequências da falha são maiores, e a inspeção por ultrassom é
basicamente inviável.
Esta é a primeira fase do projeto de um pipeline. É nela que se verifica o modelo hidráulico
para uma condição de operação de interesse. Ou seja, são considerados parâmetros
como a vazão escoada, temperatura de operação, pressão desejada e o atrito viscoso
entre o fluido e a parede do pipeline. Também deve ser verificada a perda de energia no
sistema e seu efeito na pressão interna do duto. Com base nos resultados, o diâmetro
da tubulação pode ser determinado.
28
Dimensionamento e manutenção de pipelines | Unidade II
Fluxo de líquidos
L V2
D= f
hf 2g
onde:
D = diâmetro do duto (m).
f = fator de fricção.
h f = perda de carga.
29
Unidade II | Dimensionamento e manutenção de pipelines
1 2,51 ε / D
−2 log
= +
f Re f 3, 71
Revestir o pipeline com uma camada polimérica, como poliamida ou epóxi, resulta em
um decréscimo significativo no valor da rugosidade, sendo reduzido para a faixa de 5
µ m e 8 µ m para novos dutos e a deterioração anual de 0,2 µ m e 0,4 µ m .
30
Dimensionamento e manutenção de pipelines | Unidade II
Fluxo de gases
onde:
Q = vazão volumétrica (m³ por dia).
Tb P12 −= Ppressão
2
entrada (psia).
2,667
= 433,5 × ×
Q 2
× D ×E
Pb 2 GLTZ
T P − P2 = pressão
2
2,667
saída (psia).
433,5 × b × 1 ×D ×E
Pb GLTZ G = densidade relativa do gás (ar = 1).
31
Unidade II | Dimensionamento e manutenção de pipelines
E = fator de eficiência.
Uma segunda formulação é a Panhandle A, ideal para dutos com diâmetros menores
de dezesseis polegadas e com pressões de operação entre 800 psia e 1500 psia. A faixa
de número de Reynolds adequada para aplicação da equação é entre 4 ×104 e 4 ×107
(RICE, 2016).
0,5394
2 2 0, 0375 × G × ( h2 − h1 ) × Pm2
1,0788 P1 − P2 −
Tb Tm × Z m
Q 435,87 ×
= ×D 2,6182
×E×
Pb G 0,8539
L Tm Z m
onde:
Q = vazão volumétrica (m³ por dia).
32
Dimensionamento e manutenção de pipelines | Unidade II
E = fator de eficiência:
onde:
Q = vazão volumétrica (m³ por dia).
2 P1 × P2
Pm= P1 + P2 −
3 P1 + P2
;
33
Unidade II | Dimensionamento e manutenção de pipelines
E = fator de eficiência:
Outra forma, mais simples e adequada para uma primeira aproximação, é a avaliação
da equação da vazão resolvida para o diâmetro.
4Q
D=
πV
onde:
D = diâmetro do duto (m).
34
Dimensionamento e manutenção de pipelines | Unidade II
Considere a figura 14. A uma profundidade L, uma força F tangencial é criada nas
paredes do duto por resultado da ação da pressão interna P no duto. Por equilíbrio de
forças, a força F resultante é igual a PDL/2. A área onde essa força é aplicada pode ser
dada pelo produto entre a espessura do duto t e L.
onde:
P = pressão interna ( N / mm² ).
D = diâmetro externo ( mm ).
t = espessura de parede ( mm ).
σ h = tensão circunferencial ( Pa ).
As normativas estipulam que a tensão circunferencial deve ser tal que corresponda
a uma parcela da tensão de escoamento do material do qual o duto é fabricado. Ou
seja, a tensão circunferencial de operação do duto deve ser menor do que a tensão
de escoamento do material, obedecendo um intervalo de segurança estipulado pela
Sociedade Classificadora.
35
Unidade II | Dimensionamento e manutenção de pipelines
Assim, por exemplo, a equação dada pela ASME (B31.8 1992), para gasodutos, é tal que:
2 St
P= FET
D
onde:
P = pressão interna ( N / mm² ).
D = diâmetro externo ( mm ).
t = espessura de parede ( mm ).
onde:
P = pressão interna ( N / mm² ).
D = diâmetro externo ( mm ).
t = espessura de parede ( mm ).
36
Dimensionamento e manutenção de pipelines | Unidade II
Se a tubulação for operar sob temperaturas extremas, sendo estas altas ou baixas, as
propriedades do material se alteram e as mudanças afetarão as condições operacionais,
portanto, devem ser levadas em consideração. As principais propriedades a serem
verificadas são a resistência e a tenacidade à fratura nessas condições de operação. O
código B31.8 fornece fatores de redução de temperatura em diferentes temperaturas
operacionais acima de 120ºC, uma vez que a resistência ao escoamento será afetada.
Sob temperaturas extremamente baixas, as propriedades de tenacidade do aço mudam,
portanto, operar abaixo da temperatura de transição frágil-dúctil do material aumentaria
o risco de falha devido à fratura frágil.
Fator de temperatura ( T )
Temperatura (ºC)
ASME B31.8 ASME B31.4
> 120 1,00
150 0,97
180 0,93
200 0,91
230 0,87
>30 1,00
<120 1,00
Fonte: adaptado de Mohitpour, 2003.
37
Unidade II | Dimensionamento e manutenção de pipelines
Para o caso específico de dutos submarinos, é necessário garantir que a espessura seja
suficiente para evitar colapsos de origem hidrostática. Ou seja, são contabilizadas tanto
a pressão interna quanto externa nos cálculos.
=tmin
( pi − pe ) D + CA
2 FSET
onde:
pi = pressão interna ( N / mm² ).
D = diâmetro externo ( mm ).
t = espessura de parede ( mm ).
CA = tolerância à corrosão ( mm ).
Quando as parcelas que compõem o fator de segurança são desconhecidas, podem ser
utilizados valores usuais, assim o fator de segurança FS é equacionado como a razão
entre a tensão circunferencial e a tensão de escoamento do material e este deve ser
menor do que 1.
σh
FS
= <1
S
onde:
FS = fator de segurança.
σ h = tensão circunferencial ( Pa ).
38
Dimensionamento e manutenção de pipelines | Unidade II
ASME B31.8
Tensão circunferencial 0,50 0,72
Tensão longitudinal 0,80 0,80
Tensão combinada 0,90 0,90
Fonte: Alkazraji, 2008.
EN 10208-2
Grau Tensão de escoamento Tensão última
(N/mm²) (N/mm²)
Grau A 207 331
Grau B 241 413
X42 289 413
X46 317 434
39
Unidade II | Dimensionamento e manutenção de pipelines
Outra propriedade de material que deve ser verificada é a tenacidade à fratura. Esta
propriedade é definida como a resistência de um material à propagação de trincas. Para
o caso dos pipelines, tanto terrestres quanto submarinos, estes devem ser constituídos
de material com tenacidade adequada. Se uma tubulação fosse feita de material de
baixa tenacidade, haveria risco de fratura frágil e não seria capaz de tolerar rachaduras.
Quanto mais tenaz for o material, maior será a trinca que pode ser resistida.
Grau EN 10208-2
Tensão de escoamento Tensão última
(N/mm²) (N/mm²)
L245 245 415
L290 290 415
L360 360 460
L415 415 520
L450 450 535
L485 485 570
L555 555 625
Fonte: adaptado de Alkazraji, 2008.
40
Dimensionamento e manutenção de pipelines | Unidade II
Revestimento do duto
» Manutenção fácil.
» Econômico.
41
Unidade II | Dimensionamento e manutenção de pipelines
Fitas de revestimento
Fitas de revestimento são utilizadas para reparar seções de duto que possuem defeitos
no revestimento original. Os tipos mais comuns de fita são aplicados a quente, que
consistem em um tecido revestido com betume, este é aplicado ao redor da circunferência
do duto e aquecido. Uma forma alternativa é a aplicação de fitas a frio, fabricadas em
polietileno e com uma camada de adesivo.
O revestimento do tipo epóxi FBE (sigla para fusion-bonded epoxy) é atualmente um dos
mais confiáveis e é frequentemente utilizado por empresas que possuem dutovias. Este
tipo de proteção é geralmente aplicado durante a etapa de manufatura, porém também
pode ser aplicado após a instalação, em áreas danificadas, como juntas, por exemplo.
42
Dimensionamento e manutenção de pipelines | Unidade II
Revestimento de polietileno
Proteção do duto
Áreas que geralmente necessitam de proteção para pipelines submarinos são onde
existe grande atividade de transporte marítimo. Uma manta de concreto geralmente
é empregada nesses casos, sendo constituída por blocos de concreto unidos por aço
ou material sintético. Os blocos de concreto são cobertos com almofadas especiais
para evitar que a tubulação seja danificada. Esse conjunto fornece empuxo negativo e
previne a flutuação do duto até a superfície. Além disso, o concreto funciona como uma
proteção contra impactos durante a operação, sendo estes causados por equipamentos
de navios e barcos, como âncoras e redes de arrasto. Outra forma de proteção adicional
é enterrar o duto para, então, cobrir com a manta de concreto.
Proteção catódica
43
Unidade II | Dimensionamento e manutenção de pipelines
Para que a corrosão ocorra, devem existir dois elementos: o ânodo e o cátodo. Quando
ocorre uma diferença de potencial entre o ânodo e o cátodo, e eles são conectados com
um eletrólito, existem condições para formar uma pilha de corrosão. Uma vez que esta
pilha é formada, a corrente flui do ânodo através do eletrólito para a área catódica.
O cátodo é responsável por fazer com que a corrente flua para o metal. A corrosão
ocorre apenas no local do ânodo onde o ferro forma íons metálicos que reagem com a
umidade circundante, formando ferrugem. No caso dos dutos, o solo ou a água salgada
são os eletrólitos responsáveis pela corrosão.
» Dutos com regiões fabricadas de metais diferentes (referência deve ser feita
para o potencial natural de diferentes metais usando a série galvânica). Se dois
metais diferentes estiverem conectados diretamente em um eletrólito, o metal
com o potencial natural negativo mais baixo irá corroer preferencialmente.
44
Dimensionamento e manutenção de pipelines | Unidade II
45
CAPÍTULO 2
Manutenção de pipelines
46
Dimensionamento e manutenção de pipelines | Unidade II
No entanto, em alguns casos, dependendo das propriedades do aço, este pode se romper
em um modo frágil, causando fraturas de grande extensão.
Existem vários códigos disponíveis que fornecem orientação sobre a avaliação das
características de corrosão antes da falha. Estes podem ser divididos em duas abordagens
principais: os métodos de “área efetiva”, que são mais antigos, e os métodos “baseados na
Tensão Última (UTS)”, mais novos. Os métodos de área efetiva assumem que a perda
de resistência devido à corrosão é proporcional ao comprimento axial da corrosão ao
longo do tubo. Os métodos baseados em UTS assumem que a resistência à tração final
do material controla a propagação de um defeito de corrosão.
Tanto a área efetiva quanto os métodos baseados em UTS presumem que os defeitos
de corrosão são sem corte e que o material falha por plasticidade. A suposição é que
qualquer defeito de corrosão falhará quando a tensão no tubo atingir a “tensão de fluxo”
do material. A tensão de fluxo é um valor entre a tensão de escoamento e a resistência
à tração final do material.
O termo área efetiva diz respeito à quantidade de perda de metal no duto e assume
que a perda de resistência devido à corrosão é proporcional ao comprimento axial da
corrosão ao longo do duto.
O primeiro método de verificação com base na área efetiva é o dado pela ASME B31.G,
de caráter mais conservador e que aproxima a corrosão como tendo perfil parabólico.
Para este caso, a tensão de fluxo é considerada como sendo 10% maior do que a tensão
de escoamento do material e o pico de profundidade da corrosão é menos de 80% da
espessura nominal de parede do duto.
47
Unidade II | Dimensionamento e manutenção de pipelines
onde:
σ f = tensão de falha (MPa);
σ = tensão de fluxo, dada=
por σ σ escoamento +10ksi=
ou σ σ escoamento + 68,95 MPa (MPa);
d = profundidade do pico de corrosão (mm);
Se L2 / Dt ≤ 50 , então
2 1/2
2 2
1 + 0, 6275 L − 0, 003375 L
M=
Dt Dt
Se L2 / Dt > 50 , então:
L2
=M 0, 032 + 3,3
Dt
onde:
L = comprimento da área corroída.
Diferente dos métodos de área efetiva, os métodos UTS levam em consideração que
as falhas são controladas pela tensão última do material e também contabilizam outras
condições de carga, como compressão axial. Dentre estes métodos, o DNV-RP-101 é
um dos mais conhecidos e aplicados na indústria.
48
Dimensionamento e manutenção de pipelines | Unidade II
onde:
Pf = pressão de falha por corrosão (MPa).
Q
= 1 + 0,31( L / Dt ) 2
onde:
F = fator de segurança.
Isto é uma forma de garantir uma segurança adicional ao projeto, fazendo com que a
pressão de operação seja menor do que a pressão de falha por corrosão.
49
Unidade II | Dimensionamento e manutenção de pipelines
Distorção do duto
Outro tipo comum de defeito é a distorção do perfil (amassados e protuberâncias). A
importância desses recursos é que eles aumentam a concentração de tensão e, portanto,
reduzem a resistência à ruptura de um tubo. As duas abordagens principais ao avaliar
a significância de amassados são a estática e a dinâmica.
Por sua vez, a abordagem dinâmica utiliza as curvas S-N para determinar a vida em
fadiga do duto com base na profundidade da falha e é mais complexa do que a análise
estática. A profundidade das distorções de perfil varia conforme as condições de pressão
interna empregada, o que resulta em flutuações na tensão da região do defeito; e caso
a carga de fadiga seja grande o suficiente, o amassado pode levar à falha do sistema.
Um método comum para estimar a vida útil de fadiga de aços é por meio da curva S
– N básica, exibindo a faixa de tensão versus número de ciclos. Esta abordagem tem
sido utilizada na indústria de dutos, aplicando a curva S – N e relacionando isso com o
aumento da concentração de tensão devido ao amassado. As principais normativas que
são empregadas para essa análise são a DIN 2413 e a PD 5500, nenhuma de acesso livre.
50
Dimensionamento e manutenção de pipelines | Unidade II
51
Unidade II | Dimensionamento e manutenção de pipelines
Métodos de reparo
Um reparo de tubulação deve fornecer suporte estrutural e, quando aplicável, conter a
pressão interna. Atualmente, existem vários tipos de reparo usados em toda a indústria
de dutos, mas eles podem ser amplamente categorizados em dois tipos principais:
reparos permanentes e reparos temporários.
Reparo temporário
Consiste de duas metades de uma casca cilíndrica, as quais são aparafusadas e cobrem
a área danificada do pipeline, como uma braçadeira. Esse é um reparo temporário para
vazamentos e deve ser substituído por um método mais efetivo em até um ano.
O reparo por manga de epóxi consiste em duas meias cascas posicionadas ao redor do
diâmetro do duto. As extremidades são seladas com uma mistura betuminosa e a casca
é preenchida com epóxi, aplicado de forma a selar o interior da casca. Quando o epóxi
cura, forma um material de alta rigidez que previne maiores deformações no duto.
Se uma tubulação offshore estiver gravemente danificada, a seção do tubo pode precisar
ser substituída usando um batente e uma operação de desvio. A seção danificada do
oleoduto é removida e substituída por meio de dois principais métodos: soldando a
nova seção do oleoduto no local (os mergulhadores conduzem as atividades de soldagem
debaixo d’água) ou uso de conectores mecânicos.
O objetivo principal deste reparo é ajustar uma seção de reparo ao redor do tubo e,
assim, evitar protuberâncias. As soldas de filete são aplicadas por soldagem direta no
tubo, vedando cada metade do casco ao tubo. Este método de reparo fornece suporte
52
Dimensionamento e manutenção de pipelines | Unidade II
estrutural e é usado para reparar defeitos localizados no corpo do tubo principal, soldas
circunferenciais e soldas de costura.
Este método de reparo é usado para reparar seções curvas ou distorcidas do tubo.
É semelhante à manga ajustada, mas é conectado à tubulação por meio de um colar
soldado dividido em cada extremidade do distanciador. É importante que a resistência
do material usado para ambos os métodos de reparo seja, pelo menos, equivalente ao
tipo de aço usado para a tubulação.
Remendos e deposições de solda são usados para reparar defeitos que não resultam em
vazamentos. A indústria, no entanto, prefere métodos que não envolvam soldagem
direta no tubo. Em particular, os remendos soldados não são recomendados pela maioria
dos códigos de dutos devido ao risco de rachaduras por fadiga na solda e ao aumento
da concentração de tensão causada pela área do remendo. O processo de deposição
de solda envolve a aplicação de uma série de passes de solda sobre a área danificada,
aumentando a espessura da parede local.
Os reparos de dutos offshore são mais complicados devido aos requisitos de acesso
dos mergulhadores e às considerações operacionais, para evitar que a tubulação seja
inundada com água do mar, deve-se isolar a área danificada usando um PIG vedação.
Grampos mecânicos
53
Unidade II | Dimensionamento e manutenção de pipelines
Corte e substituição
Este é utilizado como último recurso, uma vez que para ser feito deve-se interromper a
operação, o que gera custos para o operador. Nesse caso, o duto precisa ser despressurizado,
descomissionado e o produto deve ser descartado de forma adequada. Isso pode ser
muito caro e demorado.
54
RISERS UNIDADE III
O sistema de produção offshore é composto de três principais elementos: a plataforma,
os risers e as linhas de ancoragem. A plataforma é a unidade flutuante, instalada próxima
ao poço a ser explorado, é o local onde a produção é escoada e processada. Como esses
sistemas flutuantes são complacentes, apresentando grandes deslocamentos sob ação
do ambiente, este necessita de um sistema de ancoragem. Esse sistema é composto de
linhas e âncoras que transferem ao solo os esforços que agem na plataforma de produção
(LACERDA, 2005). O terceiro elemento do sistema de produção são os risers. Estes
são os dutos responsáveis por transportar óleo, água, gases ou misturas da unidade de
extração (árvores de natal ou manifolds, também) até a plataforma (FROUFE, 2006).
Uma parte considerável dos custos totais do sistema de exploração de petróleo diz respeito
aos risers, em sua construção, instalação e manutenção. Existem majoritariamente três
tipos de risers, os rígidos, os flexíveis e uma combinação entre os dois tipos. Froufe
(2006) ainda defende que para o caso de risers rígidos, o custo de fabricação do duto
pode ser otimizado por meio da diminuição da espessura de parede. Esta sendo mínima
possível e que atenda aos critérios de segurança.
55
CAPÍTULO 1
Risers: tipos e características
construtivas
Os risers são dutos tubulares ascendentes que conectam a superfície com o fundo do mar,
sendo essenciais para as atividades de produção e exploração de petróleo (NARIÑO,
2014). Existem dois principais tipos de risers classificados conforme sua atuação no
sistema de exploração: o de perfuração e o de produção.
Tipos de riser
Como mencionado anteriormente, existem majoritariamente dois tipos de riser, os
flexíveis e os rígidos e a combinação destes dois.
(a)
56
Risers | Unidade III
(b)
Fonte: (a) Petróleo Hoje, 2018, e (b) Set of Extensive Blogs, 2015.
O riser em catenária é versátil quanto ao tipo de riser, sendo utilizados tanto flexíveis
quanto rígidos. É geralmente aplicado em águas ultraprofundas. A característica dessa
configuração é estender o riser livremente de modo que este tome a forma de uma
catenária, devido ao peso próprio da linha, ligando o fundo do mar à plataforma. Apesar
de sua maior simplicidade de instalação e manutenção, esse tipo de configuração tem
algumas limitações com o aumento da lâmina d’água, tais como o excesso de tração no
topo, uma vez que todo o comprimento suspenso é sustentado pelo ponto de conexão
da plataforma, as grandes amplitudes de tensão no TDP (touch down point), e os elevados
57
Unidade III | Risers
Riser Lazy-wave
58
Risers | Unidade III
Riser Lazy-S
59
Unidade III | Risers
Riser steep-wave
Riser steep-S
60
Risers | Unidade III
Riser Pliant-wave
Trata-se de mais uma configuração aplicada quando o risco de colisão entre as linhas
é alto ou há restrição de espaço. Neste caso, um tendão é responsável por fixar o riser
no solo e, assim, diminuir os movimentos laterais causados pela correnteza, o que
evita a movimentação do TDP. A vida em fadiga do riser aplicado nesta configuração é
aumentada. Trata-se de um sistema de instalação complexo e, geralmente, só é aplicável
quando as demais soluções complacentes se mostram ineficientes.
Riser vertical
É uma variação que une o arranjo rígido vertical com o complacente. Os pontos inferior
e superior do riser possuem uma distância horizontal, o chamado offset horizontal.
Nesse arranjo, existem dois trechos de apêndices, um com um revestimento responsável
por adicionar peso, seguido por uma área com flutuadores. Segundo Martins (2011),
o emprego dos dois trechos aumenta a tração ao longo da linha, fazendo com que
os trechos tanto inferiores quanto superiores se mantenham quase verticais e, desta
forma, atenuam a dinâmica do sistema.
62
Risers | Unidade III
De uma forma geral, de acordo com Martins (2011), as configurações do tipo steep são
vantajosas se comparadas às wave, pois não possuem riscos de fadiga no TDP, já que
praticamente não existe contato do riser com o solo marinho.
Neste material, estas serão elencadas e explicadas da camada interna para a mais externa.
63
Unidade III | Risers
Os materiais geralmente empregados nessa camada são o aço carbono, ligas de níquel
(N08825), aços inoxidáveis de alta liga (UNS S31803), austeníticos (AISIs 304, 304L,
316, 316L) ou ferríticos (AISIs 409 e 430).
Armadura de pressão
Trata-se de uma camada de suporte que tem como função resistir às cargas impostas
ao riser, tanto a pressão interna do fluido internamente quanto externamente. Seu
formato tem similaridade com a carcaça intertravada, pois também possui um perfil
gerado por espiralamento e tem a forma final de uma espiral em hélice (MALTA, 2010).
Como o próprio nome já diz, esta camada é responsável por suportar os esforços
de tração, geralmente oriundos do peso próprio do riser e fatores externos como a
64
Risers | Unidade III
Essa armadura é composta de duas ou quatro camadas de arame, que são cruzadas entre
si, e o ângulo de cruzamento é definido conforme o tipo de tubo. Caso este tenha uma
armadura de pressão, o ângulo de cruzamento entre as camadas é mais fechado, próximo
de 20º. Na ausência da armadura de pressão, o ângulo é definido como próximo de
60º. Existem aplicações em que um arranjo de 35º entre as camadas é adotado.
Entre as duas camadas, existe uma camada de adesivo, que segura a armadura antes da
aplicação da camada seguinte. Geralmente as armaduras são fabricadas de aço carbono,
de acordo com Biral (2010).
Trata-se de uma camada com uma forma simples de tubo e também é fabricada por
meio de uma extrusão no tubo. Além de vedar as camadas anteriores, esta tem a função
de confinar a camada imediatamente anterior e evitar instabilidade estática.
Diferente da outra camada polimérica, esta estará em contato com o ambiente externo,
tanto marinho em sua operação, quanto o terrestre durante o transporte e estocagem.
Assim, o polímero selecionado deve ser capaz de resistir a um meio agressivo, e
solicitações mecânicas, como colisões, geralmente são empregados HDPE, PA-11 e
PA-12.
Proteção antiabrasivo
A última camada para o trecho de riser que entra em contato com o leito marinho.
Esta é fabricada de aço inox AISI 316L e previne desgaste abrasivo causado pelos
movimentos do duto.
65
CAPÍTULO 2
Manifolds e demais acessórios
submarinos
» Cabeça de poço.
» Risers.
» Manifold.
» Umbilicais.
Cabeça de poço
Uma cabeça de poço é uma estrutura instalada no topo de um poço de petróleo ou
gás natural. Sua principal função é garantir uma operação segura e gerenciar o fluxo
de óleo ou gás do poço para o sistema coletor. É um sistema composto por válvulas,
carretéis e adaptadores diversos que controlam a pressão do poço de produção. Ele
atua como uma interface entre as instalações de superfície e as colunas de revestimento
no furo de poço.
As cabeças de poço também são responsáveis por resistir aos esforços das linhas e
fornecem vedação ao Blow-out Preventer (BOP). O BOP é um equipamento de perfuração
responsável por conter qualquer vazamento que pode ocorrer devido a variações de
pressão no poço.
66
Risers | Unidade III
Depois que o poço é concluído, ele é usado como um meio para injeção dentro do poço
e também para conexão de bombas. Este dispositivo pode variar em complexidade e
tamanho de acordo com o tipo de poço e sua localização. Para aplicações offshore, o
projeto do dispositivo é mais sofisticado para que possa lidar com cargas de flexão,
correntes oceânicas e outras cargas.
67
Unidade III | Risers
Manifold
O manifold é responsável por unir a produção de vários poços produtivos em uma única
linha. É formado por um arranjo de tubulações, válvulas de bloqueio e de controle
de escoamento, e subsistemas para controle e monitoramento, além da interconexão
elétrica com a unidade produtora. No caso da aplicação em injeção, o acessório distribui
para os poços os fluidos de injeção. Segundo Biral (2010), um mesmo manifold pode
ser responsável pelas atividades tanto de produção quanto de injeção.
68
Risers | Unidade III
Pressão
A pressão é exercida pelo óleo ou gás conforme ele flui pelo sistema. A maioria dos
gases comprimidos, por exemplo, provavelmente não ultrapassará 3000 psig; no
entanto, existem situações que podem até dobrar as pressões do gás. É essencial que a
parte mais fraca do manifold possa suportar pressões maiores do que a força exercida.
Além disso, a manutenção regular é necessária para garantir que o desgaste e a fadiga
cíclica não tenham comprometido a capacidade do manifold de lidar com sua pressão
máxima projetada.
Fluxo
69
Unidade III | Risers
Temperatura
Os manifolds podem ser feitos de vários materiais. A escolha do material certo será
determinada pela operação em que o manifold será usado. Por exemplo, a natureza
leve e resistente à corrosão do alumínio é adequada para aplicações que lidam com
fluidos altamente corrosivos e desgaste excessivo. O aço, por outro lado, oferece alta
resistência e pode ser revestido para maior resistência à corrosão. O aço inoxidável
é ideal para aplicações extremamente corrosivas. O ferro dúctil é usado quando a
resistência à corrosão e à usinabilidade são importantes. Polímeros termoplásticos de
diferentes pesos moleculares e graus podem ser usados para fornecer proteção contra
tipos específicos de corrosão e ataque químico.
70
Risers | Unidade III
Umbilicais
Umbilical refere-se, na indústria de óleo e gás, às conexões utilizadas offshore entre
os equipamentos submarinos e plataformas ou unidades flutuantes de produção,
possibilitando o controle da superfície. Os umbilicais são feitos de aço ou termoplástico
para serem flexíveis e, ao mesmo tempo, resistirem às condições de operação.
71
Unidade III | Risers
72
Risers | Unidade III
O PLEM pode ser instalado com o oleoduto ou pode ser instalado separadamente e,
posteriormente, conectado ao oleoduto usando sistemas de conexão submarinos. Um
aspecto importante do projeto da estrutura do PLEM é otimizar o tamanho e o peso,
pois isso geralmente é crítico.
Uma “conexão tubo a tubo” pode ocorrer quando um riser é conectado a uma tubulação
ou quando uma linha de fluxo de exportação é conectada a um carretel. Esses tipos de
conexões, em comparação com as “conexões tubo-estrutura”, não têm uma determinada
subestrutura para suporte. Para uma conexão tubo-a-estrutura, a árvore de Natal,
o manifold ou o PLEM fornecerão o suporte necessário para o ponto de conexão,
enquanto uma conexão tubo-a-tubo requer uma subestrutura específica.
73
Unidade III | Risers
O PLET é a subestrutura necessária para uma conexão tubo a tubo. Ele fornece o
suporte para o ponto de conexão. Para a solução de plataforma, o PLET é posicionado
no ponto de conexão entre o riser e um carretel, pois o riser não pode ser conectado
diretamente ao manifold.
74
ANÁLISE E
MANUTENÇÃO DE UNIDADE IV
RISERS
A principal diferença entre risers e pipelines está no comportamento destes ao longo
de sua vida útil. Enquanto pipelines estão juntos ao solo, e possuem comportamento
estático, os risers possuem comportamento dinâmico, influenciados por fatores externos,
como a correnteza e os movimentos da plataforma. Ou seja, existem mais fatores a
serem analisados no projeto, tornando-o mais complexo.
O dimensionamento de risers não é uma tarefa trivial. Diferente dos pipelines, os risers
são sistemas dinâmicos por natureza, expostos a um dos ambientes mais adversos
e incertos: o mar. Malta (2010) defende que o projeto de risers requer uma equipe
qualificada e anos para o desenvolvimento.
Assim como é o caso dos dutos submarinos, o projeto de risers segue um processo
iterativo, onde são inseridos parâmetros de projetos definidos com base em um estudo
aprofundado da operação da plataforma, como pressão de trabalho, dados estatísticos
de onda e características do poço. A cada iteração é verificada a adequação aos requisitos
e às normativas.
75
CAPÍTULO 1
Fundamentos da análise de risers
76
Análise e manutenção de risers | Unidade IV
Por exemplo, as análises global e local devem levar em consideração as cargas impostas
(normais, torcionais e de flexão, além da pressão interna e externa), o contato entre
77
Unidade IV | Análise e manutenção de risers
as camadas do riser e a tensão e deformação entre cada uma. Além disso, deve-se
contabilizar a matriz de rigidez do sistema aos esforços flexionais, torcionais e axiais. O
Quadro 8 elenca as principais incógnitas das equações que regem a estática do sistema,
onde n é o número de camadas helicoidais e m o número de camadas cilíndricas.
Incógnita Número
» Carcaça (helicoidal).
78
Análise e manutenção de risers | Unidade IV
Riser joints
Segundo Bai (2005), a riser joint é construída de um duto sem costura com conectores
mecânicos soldados nas extremidades. Os risers, principalmente os de configuração
complacente, são conectados à unidade flutuante por meio de flex joints ou stress joints
(BAI; BAI; 2010).
Flex joints
A flex joint permite que o riser rotacione com mínimo momento fletor e deve ser
modelada como uma mola de rotação não linear ou uma viga curta com rigidez rotacional
não linear devido ao seu comportamento não linear em pequenos ângulos de rotação.
Uma compreensão correta da rigidez da flex joint é importante na determinação de
tensões máximas e fadiga na região de instalação deste acessório.
79
Unidade IV | Análise e manutenção de risers
A rigidez do flex joint para grandes rotações que, normalmente, ocorrem em tempestades
severas é muito menor do que para as pequenas amplitudes que ocorrem na análise de
fadiga. As variações de temperatura também podem resultar em mudanças significativas
na rigidez dessas juntas. Além disso, deve ser verificado se a articulação flexível pode
suportar qualquer torque residual que possa estar no riser após a instalação ou liberado
gradualmente da seção do fundo do mar da linha.
Stress joints
São soluções alternativas à flex joint, mas geralmente transmitem cargas de flexão
maiores à unidade flutuante. São estruturas de metal simples e sólidas, e particularmente
capazes de lidar com altas pressões e temperaturas.
A figura 36 mostra uma stress joint, que pode ser feita de titânio ou de aço. O primeiro
material tem a vantagem de boa resistência ao ataque ácido e permeação de gás. O
titânio oferece cargas mais baixas à embarcação em relação ao aço e, normalmente,
demonstra melhor desempenho em fadiga.
Flutuadores
Flutuadores podem ser conectados ao riser para diminuir a tensão na superfície (como
é o caso das configurações wave). Esses módulos flutuadores podem ser uma espécie
de cilindro de parede fina ou fabricado de espuma. O projeto e posicionamento desses
flutuadores não é uma tarefa trivial e devem ser avaliados diversos parâmetros de
projeto, principalmente para fenômenos como o VIV.
80
Análise e manutenção de risers | Unidade IV
Bend stiffeners
Os bend stiffeners têm a finalidade de aumentar a rigidez do riser, previnem este de fletir
mais do que o permitido e é aplicado no topo do sistema. São elementos projetados
em separado, com softwares dedicados, onde tem-se como entrada as cargas globais
do sistemas de risers.
Esse tipo de equipamento auxiliar também tem como função fornecer uma região de
transição entre o riser e a conexão rígida da extremidade. São fabricados geralmente de
poliuretano e ancorados a um colar de aço para transferência de cargas. Sua utilização
também pode ser submersa, em arranjos do tipo steep-wave e steep-S para prevenir o
excesso de curvatura na extremidade inferior, junto ao TDP.
Parâmetros de análise
As análises típicas realizadas para riser são: a análise de resistência, análise de fadiga,
análise de vibração induzida por vórtices (VIV) e análise de interferência entre linhas.
Estas devem ser feitas para cada condição de operação definida na normativa adotada
para o projeto. A seguir, serão detalhados pontos a serem considerados nas análises.
Cargas hidrodinâmicas
O principal fenômeno estudado para risers é a vibração induzida por vórtices (VIV), e
este é cercado por incertezas. Trata-se de um fenômeno vibratório de amplitude igual
ao diâmetro do riser, que pode levar à fadiga da linha. O VIV também pode resultar
em uma amplificação no arrasto da linha, que aumenta as tensões. Geralmente, são
utilizados supressores de VIV na maioria dos sistemas que possuem configuração
complacente.
81
Unidade IV | Análise e manutenção de risers
Propriedades do material
Os aços utilizados em risers geralmente são grau API acima de X65. A incerteza
principal fica a cargo do efeito da soldagem combinado com deformações plásticas,
quando não se há curvas S-N disponíveis para o sistema, o projeto deve levar em conta
o conservadorismo. O resultado pode ser uma instalação complicada com operações
limitadas.
O leito marinho é geralmente composto de argila maleável o suficiente para que a linha
afunde nela e seja enterrada ao longo dos anos de operação. É importante modelar a
interação entre o solo e o riser e avaliar seus efeitos.
Para risers conectados a unidades flutuantes, o dano por fadiga é dado principalmente
por cargas de onda de primeira e segunda ordem e a associação com o movimento da
unidade flutuante, VIV causado pela correnteza, vibrações induzidas pela movimentação
da plataforma e por efeitos da instalação.
O dano por fadiga é estimado utilizando a regra da soma de Miner, dada por:
k
ni
=D ∑N
i =1
≤η
i
onde:
η = razão de dano por fadiga permitido. Tipicamente é 0,1 para risers de produção
e transporte de 0,3 para risers de perfuração.
82
Análise e manutenção de risers | Unidade IV
2. O grande comprimento do riser faz com que sua frequência natural se reduza,
o que faz com que este seja excitado por correntezas de menor magnitude.
Risers de aplicação profunda são mais longos e, por consequência, as correntezas irão
excitar modos naturais de vibração maiores do que o fundamental. Como as correntes
mudam tanto em magnitude quanto em direção com a profundidade, é possível que
múltiplos modos de vibração sejam excitados em VIV na mesma linha. Essa possibilidade
faz com que a análise de VIV seja muito mais complexa para risers muito longos.
» Perfil de correnteza.
83
Unidade IV | Análise e manutenção de risers
» Amortecimento hidrodinâmico.
A fadiga causada em uma localização , por uma frequência de excitação ωr , é dada por:
ωr T Γ m + 2
m
=Dr ( x ) 2 S ( x )
2π K
r , rms
2
onde:
Dr ( x ) = fadiga causada em uma localização x .
Bai e Bai detalham a obtenção dessa formulação que está inserida nas ferramentas
computacionais dedicadas ao projeto de sistemas submarinos de produção de petróleo.
84
Análise e manutenção de risers | Unidade IV
soluções indicadas para as seções do riser com configuração vertical, como é o caso da
porção superior da catenária em SCR.
A principal função dos strakes é romper o escoamento ao redor do riser, criando vórtices
menores. Uma das desvantagens do uso de strakes é que, quando comparados com os
fairings, aumentam o arrasto. Esse aumento de arrasto pode levar à interferência entre
linhas e demais sistemas, além disso, pode aumentar a tensão na flex joint e o ponto de
lançamento em casos de correntezas severas. Porém, quando se aumenta o arrasto, se
amortece a resposta dinâmica causada pelos movimentos da unidade flutuante, assim
se reduz a probabilidade de falha por fadiga induzida por ondas.
85
Unidade IV | Análise e manutenção de risers
Em conclusão, a fadiga é o principal desafio de projeto para risers em águas ultra profundas.
Este modo de falha é causado pela vibração induzida por vórtices, principalmente.
O VIV é um fenômeno complexo que deve ser estudado com atenção, utilizando
ferramentas robustas, já que existe uma incerteza considerável quanto aos dados de
entrada e também em relação à amplitude de resposta do sistema.
86
CAPÍTULO 2
Manutenção de risers
Sistemas de extração de petróleo são geralmente projetados para operar por, no mínimo,
vinte anos, segundo Bai e Bai (2010). O ambiente marinho é, por sua natureza, altamente
corrosivo e complexo, carecendo de inspeções periódicas, seguidas de manutenções,
quando necessárias.
Inspeção de risers
É comum que tanto normativas quanto empresas exploradoras de petróleo mantenham
uma documentação relativa aos procedimentos de manutenção e inspeção de sua
planta produtora de petróleo. Santos (2016) fez um apanhado geral da norma N-1487
- Inspeção de Dutos Rígidos Submarinos, da Petrobrás, que divide a inspeção em dois
trechos da linha, o emerso e o submerso. O trecho emerso é dividido em duas regiões,
enquanto o trecho submerso possui três regiões distintas.
87
Unidade IV | Análise e manutenção de risers
Trecho emerso
Trata-se das regiões acima da lâmina d’água, indicadas pelos números 4 e 5 na figura
acima. O objetivo geral é avaliar espessuras de parede, detectar trincas e inspecionar
visualmente os componentes do sistema.
Detecção de trincas
É uma inspeção normalmente realizada em regiões com tendência à falha por fadiga,
corrosão sob tensão e de mossa (SANTOS, 2016). A norma da Petrobrás indica três
principais métodos para a detecção de defeitos: a inspeção por partículas magnéticas,
88
Análise e manutenção de risers | Unidade IV
por ACFM - Alternating Current Field Measurement e por líquidos penetrantes, sendo
todos estes ensaios não destrutivos.
Na ACFM, que se trata de uma medição com base no campo de corrente alternada,
envia-se uma sonda encarregada de transmitir dois sinais a um software de detecção,
o primeiro é o do campo magnético paralelo à borda da trinca e o segundo de mesma
intensidade só que perpendicular à superfície do metal, o software, então, interpola
os sinais e apresenta o resultado em um computador (MARTINS et al., 2002 apud
SILVA, 2016).
Inspeção visual
89
Unidade IV | Análise e manutenção de risers
Trecho submerso
São as regiões localizadas abaixo do nível do mar, mostradas na figura 40 pelos números
1, 2 e 3. Deve-se ter um programa de inspeção que contemple toda linha de duto de
maneira visual, da situação da proteção catódica e aspectos geológicos e geotécnicos
do solo (PETROBRAS N-1487, 2014 apud SANTOS, 2016).
Inspeção visual
A NBR 16244 — Ensaios não destrutivos — Ensaio visual — Inspeção subaquática detalha
como deve ser feita a inspeção visual dos dutos. Esta inspeção é realizada por meio de
mergulhadores ou ROV e tem como objetivo examinar o estado de vários aspectos
do sistema e do ambiente, como o solo marinho, condições de enterramento, estado
dos revestimentos, presença de incrustações, amassamentos, corrosão e estados dos
ânodos de sacrifício, existência de vazamentos e de vãos livres, condição de calçamento
e movimentação de duto (PETROBRAS N-1487, 2014 apud SANTOS, 2016).
Trata-se de uma série de inspeções para verificar condições ambientais que podem
causar danos aos dutos. Essa inspeção é dividida em duas categorias, dependentes uma
da outra, uma periódica e outra específica (SANTOS, 2016).
90
Análise e manutenção de risers | Unidade IV
Reparo de risers
Sun et al. (2015) sugerem uma série de metodologias a serem empregadas para diferentes
tipos de reparos emergenciais, considerando o tipo de vazamento e sua escala (pequena
ou grande). A escolha entre cada um dos métodos tem como pré-requisito uma inspeção
visual do riser.
Sun et al. (2015) sugerem que seja feita uma remoção da seção danificada após a instalação
de um desvio do duto. Esse tipo de reparo é aplicado quando grandes rachaduras
causadas por corrosão, força externa, defeito de material, danos de construção e
desastres naturais são descobertas pela inspeção visual do ROV, o método de reparo de
emergência de derramamento de óleo de grande escala em dutos em águas profundas
deve ser adotado.
Os flanges esféricos são instalados nas extremidades da tubulação para, então, seguirem
para a instalação da nova seção do tubo. Ajusta-se a pressão da linha, a linha de desvio é
removida e se faz o teste de pressão. O critério é o mesmo do modo de reparo anterior.
Equipamentos de inspeção
As inspeções são feitas internamente e externamente. Externamente são utilizados
mergulhadores ou veículos operados remotamente, os ROV, sendo o segundo mais
vantajoso para águas ultra profundas. Internamente são utilizados PIGs (pipeline
inspection gauge), já que os dutos possuem diâmetro relativamente pequeno, o que
impede uma inspeção por mergulhadores, por exemplo.
ROV
A sigla ROV (Remotely Operated Vehicle) deriva do inglês e é traduzida livremente como
Veículo Operado Remotamente. Segundo Lapierre (2006) apud Sonaglio (2017), são
veículos teleoperados que possuem manipuladores para a execução de tarefas. Nos
ROVs podem ser acoplados vários sensores e ferramentas como sonares de imagens,
filmadoras de vídeo e braços manipuladores, serras rotativas, bombas dragas, furadeiras
etc. (IANNOTTA, 2020). Os ROVs possuem uma faixa de operação que vai até altas
profundidades (milhares de metros), suportam correntezas severas e altas pressões.
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Análise e manutenção de risers | Unidade IV
PIG
O interior dos dutos é um local de difícil acesso. Além destes possuírem diâmetro
relativamente pequeno, que impossibilita a inspeção por mergulhadores ou ROV,
são atacados por corrosão mais intensamente do que no exterior. Para a inspeção,
são utilizados equipamentos denominados PIGs, os quais são equipamentos que se
movem pelo interior do riser e coletam dados relativos ao estado das paredes, como
informações sobre corrosão, defeitos e trincas. Para linhas curtas, um umbilical faz
a alimentação do PIG, em tubulações mais extensas o mesmo é impulsionado pelo
próprio fluido e alimentado por baterias.
Existem diferentes tipos de pigs, alguns para inspeção e outros para a limpeza interna
do duto. De acordo com Sarti, Araújo e Pinto (2011), existem três principais classes
de PIGs, os de utilidade, que executam funções diferentes de inspeção, os de inspeção
e os especiais, que geralmente servem como isolamento quando é necessário executar
algum reparo na linha.
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PARA (NÃO) FINALIZAR
Porém, ainda mais complexo que o projeto de dutos submarinos é o projeto de risers.
Estas são linhas dinâmicas, impostas à incerteza das correntes marítimas e a fenômenos
causados por elas. São sistemas com múltiplas incógnitas de projeto e estas devem ser
avaliadas com cuidado, geralmente com a utilização de ferramentas computacionais
para verificação e adequação às normativas.
A falha de uma estrutura flutuante desse porte não resulta apenas em perdas financeiras,
mas, também, pode acarretar desastres ambientais que colocam em xeque a sobrevivência
de todo um ecossistema. As normas existem para evitar esse tipo de evento, mas mesmo
com a vigência destas, o projetista deve sempre manter sua atenção durante cada etapa
do processo de concepção de tais estruturas.
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REFERÊNCIAS
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Referências
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