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HIDRODINÂMICA
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO....................................................................................................................................................................................... 4
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................................................................. 7
UNIDADE I
HIDROSTÁTICA GERAL........................................................................................................................................................................................................ 9
CAPÍTULO 1
CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM HIDROSTÁTICA ................................................................................................................................ 10
CAPÍTULO 2
EQUILÍBRIO DOS FLUIDOS............................................................................................................................................................................... 26
UNIDADE II
HIDROSTÁTICA APLICADA................................................................................................................................................................................................ 41
CAPÍTULO 1
HIDROSTÁTICA APLICADA A NAVIOS.......................................................................................................................................................... 41
CAPÍTULO 2
HIDROSTÁTICA APLICADA A SUBMARINOS............................................................................................................................................ 57
UNIDADE III
HIDRODINÂMICA GERAL.................................................................................................................................................................................................. 66
CAPÍTULO 1
CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM HIDRODINÂMICA........................................................................................................................... 66
CAPÍTULO 2
VÓRTICES E ANÁLISE DE TURBULÊNCIA................................................................................................................................................. 80
UNIDADE IV
HIDRODINÂMICA APLICADA.......................................................................................................................................................................................... 97
CAPÍTULO 1
DINÂMICA DOS FLUIDOS.................................................................................................................................................................................. 97
CAPÍTULO 2
CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM TRANSFERÊNCIA DE CALOR E MASSA (FLUIDOS EM MOVIMENTO)................... 113
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................................................................... 144
APRESENTAÇÃO
Caro aluno
Conselho Editorial
4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO
DE ESTUDOS E PESQUISA
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto
antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente
para o autor conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma
pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em
seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas
experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida
para a construção de suas conclusões.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam
para a síntese/conclusão do assunto abordado.
5
Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/
conclusões sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo,
facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
6
INTRODUÇÃO
Neste material didático, ao ler e estudar, você terá informações sobre a disciplina,
sua organização e dicas de estudo. Este caderno de estudos é composto por 4
unidades de acordo com a ementa da disciplina, os quais centram-se na proposta
de conhecer sobre os fundamentos de hidrostática e hidrodinâmica e suas
aplicações em navios e submarinos. Assim sendo, você terá condições suficientes
de avaliar e responder os questionamentos propostos nesta disciplina.
7
Introdução
Objetivos
» Conhecer os conceitos fundamentais em Hidrostática, como: definição
de fluido, sistema de unidades, peso e massa específica, densidade,
viscosidade entre outros.
8
HIDROSTÁTICA GERAL UNIDADE I
9
CAPÍTULO 1
Conceitos fundamentais em
Hidrostática
Definição de fluido
Já temos uma ideia de bom senso de quando estamos trabalhando com um
fluido, ao contrário de um sólido: os fluidos tendem a fluir quando interagimos
com eles (por exemplo, quando você mexe seu café da manhã); sólidos tendem a
deformar ou dobrar (por exemplo, quando você digita em um teclado, as molas
sob as teclas se comprimem). Os engenheiros precisam de uma definição mais
formal e com precisão de um fluido: um fluido é uma substância que se deforma
continuamente sob a aplicação de uma tensão de cisalhamento (tangencial),
não importa quão pequena seja a tensão de cisalhamento. Como o movimento
do fluido continua sob a aplicação de uma tensão de cisalhamento, também
podemos definir um fluido como qualquer substância que não pode suportar uma
tensão de cisalhamento quando em repouso. Os fluidos podem ser divididos em
líquidos e gases. Os líquidos ocupam volumes definidos. Os gases se expandirão
para ocupar qualquer recipiente de contenção (PRITCHARD, 2011).
A maioria dos problemas de mecânica dos fluidos de engenharia lida com esses
casos claros ‒ isto é, os líquidos comuns, como água, óleo, mercúrio, gasolina e
álcool, e os gases comuns, como ar, hélio, hidrogênio e vapor, em suas faixas de
temperatura e pressão. Existem muitos casos limítrofes, entretanto, dos quais
você deve estar ciente. Algumas substâncias aparentemente “sólidas”, como
asfalto e chumbo, resistem à tensão de cisalhamento por curtos períodos, mas na
verdade se deformam lentamente e exibem comportamento fluido definido por
10
Hidrostática geral | Unidade i
Sistema de unidades
Visto que no estudo da hidrostática e hidrodinâmica estaremos lidando com
uma variedade de características de fluidos, é necessário desenvolver um sistema
para descrever essas características qualitativa e quantitativamente. O aspecto
qualitativo serve para identificar a natureza, ou tipo, das características, como
comprimento, tempo, estresse e velocidade, enquanto o aspecto quantitativo
fornece uma medida numérica das características. A descrição quantitativa requer
um número e um padrão pelo qual várias quantidades podem ser comparadas.
Um padrão de comprimento pode ser um metro ou pé, para o tempo por hora ou
segundo, e para massa uma slug (unidade utilizada para medir a massa, quando a
força se mede em libras-força) ou quilograma.
V = LT-1
K = oC + 273,15
12
Hidrostática geral | Unidade i
Embora a escala Celsius não faça parte do SI, é prática comum especificar
temperaturas em graus Celsius ao usar unidades do SI. A unidade de força, chamada
newton (N), é definida a partir da segunda lei de Newton como:
1m
1 N = (1 Kg ) 2
s
Assim, uma força 1-N agindo sobre uma massa de 1 kg dará à massa uma aceleração
de 1 m/s2. A gravidade padrão em SI é 9,807 m/s2 (comumente aproximada
como 9,81 m/s2), de modo que uma massa de 1 kg pesa 9,81 N sob a gravidade
padrão. Observe que o peso e a massa são diferentes, tanto qualitativa quanto
quantitativamente! A unidade de trabalho em SI é o joule (J), que é o trabalho
realizado quando o ponto de aplicação de uma força 1-N é deslocado por uma
distância de 1 m na direção de uma força. Portanto:
1J = 1N․m
A unidade de potência é o watt (W) definido como joule por segundo. Portanto:
1J
1W
= = 1N . m / s
s
1lb = (1 slug)(1ft/s2)
Esta relação indica que uma força de 1 lb agindo sobre uma massa de 1 slug dará à
massa uma aceleração de 1 ft/s2.
W = mg
W(lb) = m(slugs)g(ft/s2)
13
Unidade i | Hidrostática geral
Uma vez que a gravidade padrão da Terra é tomada como g = 32,174 ft/s2
(comumente aproximada de 32,2 ft/s2), segue-se que uma massa de 1 slug pesa 32,2
lb sob a gravidade padrão.
F = ma/gc
De modo a:
32,174 ft
(1lbm )
s2
gc =
( )
1lb
W = mg/gc
14
Hidrostática geral | Unidade i
Considerando que a massa seja expressa em gramas (g) e o volume em cm3, então
a massa específica, nessa consideração, é expressa em g/cm3. No SI (Sistema
Internacional de Unidades), a massa é dada em quilogramas e o volume em m3,
portanto a massa específica é expressa em Kg/m3.
Densidade
A densidade de um fluido, denotada por ρ (rho grego minúsculo), é sua massa
por unidade de volume. A densidade é altamente variável em gases e aumenta
quase proporcionalmente ao nível de pressão. A densidade em líquidos é quase
constante; a densidade da água (cerca de 1000 kg/m3) aumenta apenas 1 por
cento se a pressão for aumentada por um fator de 220. Assim, a maioria dos
fluxos líquidos são tratados analiticamente como quase “incompressíveis”. Em
15
Unidade i | Hidrostática geral
geral, os líquidos são cerca de três ordens de magnitude mais densos do que os
gases à pressão atmosférica. O líquido comum mais pesado é o mercúrio e o gás
mais leve é o hidrogênio. Compare suas densidades a 20 °C e 1 atm:
Viscosidade
A viscosidade é uma medida quantitativa da resistência de um fluido ao fluxo.
Mais especificamente, ela determina a taxa de deformação do fluido que é gerada
por uma dada tensão de cisalhamento aplicada. Podemos nos mover facilmente
através do ar, que possui uma viscosidade muito baixa. O movimento é mais
difícil na água, que tem uma viscosidade 50 vezes maior. Ainda mais resistência
é encontrada no óleo SAE 30, que é 300 vezes mais viscoso que a água. Tente
deslizar a mão através da glicerina, que é cinco vezes mais viscosa do que o óleo
SAE 30, ou do melaço, outro fator cinco vezes maior do que a glicerina. Os fluidos
podem ter uma vasta gama de viscosidades.
Figura 1. A tensão de cisalhamento causa deformação de cisalhamento contínua em um fluido: (a) um elemento de fluido
tensionando a uma taxa δθ/δt; (b) distribuição de cisalhamento newtoniana em uma camada de cisalhamento próxima a uma
parede.
Perfil de
velocidade
Sem escorregar
na parede
(a) (b)
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Hidrostática geral | Unidade i
Fluidos comuns como água, óleo e ar mostram uma relação linear entre o
cisalhamento aplicado e a taxa de deformação resultante:
δθ
τ =α
δt
No limite das mudanças infinitesimais, isso se torna uma relação entre a taxa de
deformação de cisalhamento e o gradiente de velocidade:
dθ du
=
dt dy
17
Unidade i | Hidrostática geral
Tensão superficial
Sempre que um líquido entra em contato com outros líquidos ou gases, ou
neste caso uma superfície gás/sólida, desenvolve-se uma interface que atua
como uma membrana elástica esticada, criando tensão superficial. Existem
duas características nessa membrana: o ângulo de contato, θ, e a magnitude da
tensão superficial, σ (N/m ou lbf/ft). Ambos dependem do tipo de líquido e do
tipo de superfície sólida (ou outro líquido ou gás) com o qual compartilha uma
interface. Outros exemplos de efeitos de tensão superficial surgem quando
você é capaz de colocar uma agulha na superfície da água e, da mesma forma,
quando pequenos insetos aquáticos são capazes de andar na superfície da água.
18
Hidrostática geral | Unidade i
Capilaridade
Sabemos da hidrostática que, quando se preenchem vários vasos comunicantes
com um determinado líquido, este sempre atinge a mesma altura em todos os
ramos. Entretanto, para tubos de pequeno diâmetro (= tubos capilares) esta
afirmação não é verdadeira, devido aos fenômenos relacionados com a tensão
superficial do líquido em contato com uma parede sólida. Assim, se tomarmos
um tubo em U, no qual um dos ramos é capilar (diâmetro interno de, por
exemplo, 0,2 mm) e outro não (diâmetro interno de, por exemplo, 20 mm) e
o preenchermos com água, verifica-se um desnível h entre as duas superfícies
livres, sendo o nível mais alto no tubo capilar (figura 2a). Preenchendo o tubo
com mercúrio, observamos que o nível no tubo capilar é mais baixo (figura 2b).
Tubo Tubo
(a) (b)
Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/1353831/3/images/29/Tens%C3%A3o+Superficial+x+Capilaridade.jpg (TUBOS CAPILARES, 2020).
19
Unidade i | Hidrostática geral
A equação anterior, que relaciona a altura h com o raio do tubo capilar é chamada
de equação da capilaridade ou equação de Jurin. Por essa equação verifica-se que
quando α < 90°, cos α > 0 e h > 0, ou seja, ascensão capilar. Quando α > 90°, cos α <
0 e h < 0 (depressão capilar).
20
Hidrostática geral | Unidade i
Como o fluido está em repouso, a força resultante que atua sobre um elemento
de volume deve ser nula, ou seja, tem-se uma condição de equilíbrio dada por:
∑ F = W + Fp = 0
Portanto, a equação anterior pode ser escrita como a equação básica da estática
dos fluidos:
∇p =ρ g
21
Unidade i | Hidrostática geral
Com o decréscimo de volume de uma dada massa, m=ρV, resultará num aumento
da massa específica, podemos reescrever:
dp
Ev =
dρ / ρ
22
Hidrostática geral | Unidade i
R = Cp - Cv
23
Unidade i | Hidrostática geral
E isoentrópico:
p
= constante
ρk
dp ρ k − kpd ρ k −1
k2
0 → dp ρ k − kpd ρ k −1 =
= 0
ρ
dp kp
dp ρ k = kpd ρ k −1 → =
dρ k −1
ρk
kp
Ev
= xρ k →=
Ev kp
ρk
Piezômetros e manômetros
Diferentemente dos manômetros de tubo com líquido, o manômetro de
Bourdon (Eugène Bourdon, 1849, França) mede a pressão de forma indireta, por
meio da deformação de um tubo metálico, daí o seu nome. Conforme indica a
Figura 4 a seguir, neste manômetro, um tubo recurvado de latão, fechado numa
extremidade e aberto na outra (denominada tomada de pressão), deforma-se,
tendendo a se endireitar sob o efeito da mudança de pressão. Um sistema do tipo
engrenagem-pinhão, acoplado à extremidade fechada do tubo, transmite o
movimento a um ponteiro que se desloca sobre uma escala. O tubo recurvado de
latão, por estar externamente submetido à pressão atmosférica local, somente se
deformará se a pressão na tomada for maior ou menor que aquela.
Sistema de
Tubo ampliação
metálico
Tomada de
pressão
Fluido à pressão p
(a) (b)
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Hidrostática geral | Unidade i
𝑃𝑃𝐴𝐴 = 𝛾𝛾ℎ
25
CAPÍTULO 2
Equilíbrio dos fluidos
Pressão, p
Onde g é o vetor de gravidade local, ρ é a densidade e dV é o volume do
elemento. Em coordenadas cartesianas dV = dx dy dz, então:
dFB = ρ gdxdydz
26
Hidrostática geral | Unidade i
27
Unidade i | Hidrostática geral
Para uma partícula de fluido, a segunda lei de Newton dá F = adm = aρdV. Para
um fluido estático, a = 0. Assim:
Esta é uma equação vetorial, o que significa que é equivalente a três equações
de componentes que devem ser satisfeitas individualmente. As equações dos
componentes são:
∂p
− + ρ gx =
0 direção x
∂x
∂p
− + ρgy = 0 direção y
∂y
∂p
− + ρ gz = 0 direção z
∂z
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Hidrostática geral | Unidade i
Restrições: (1) Fluido estático; (2) A gravidade é a única força corporal; (3) O
eixo z é vertical e para cima.
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Unidade i | Hidrostática geral
AR
p0 z0=0
LÍQUIDO
h h = z0 - z
z
p
30
Hidrostática geral | Unidade i
» Ademais, essa lei explica por que o sistema hidráulico das cidades é
obtido pelas caixas d’águas, que estão situadas no ponto mais alto das
casas, uma vez que precisam pegar pressão para chegar à população.
31
Unidade i | Hidrostática geral
Como P é função das coordenadas (x, y, z), podemos escrever sua diferencial total
da seguinte forma.
∂P ∂P ∂P
dP = dx + dy + dz
∂x ∂y ∂z
32
Hidrostática geral | Unidade i
33
Unidade i | Hidrostática geral
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Hidrostática geral | Unidade i
Onde: ICG – momento de inércia da área em relação ao eixo que passa pelo centro
de gravidade da superfície. As distâncias y são medidas ao longo do plano a partir
de um eixo situado na intersecção do plano com a superfície líquida, ambos
prolongados se necessário.
γ
(h − h12 )= γ S y h
2 2
∫ Pdh= γ ∫ hdh= 2
Fx = 2
1 1 2
onde:
h1 + h2
h= e Sy
2
35
Unidade i | Hidrostática geral
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Hidrostática geral | Unidade i
Centroide de
volume deslocado
Centroide
37
Unidade i | Hidrostática geral
FB yc = F2 y1 − F1 y1 − Wy2
Onde VT é o volume total (h2 – h1)A. O lado direito da equação acima é o primeiro
momento do volume deslocado V em relação ao plano x–z de modo que seja
igual à coordenada y do centroide do volume. De forma semelhante, pode ser
mostrado que a coordenada x da força de empuxo coincide com a coordenada x
do centroide. Assim, concluímos que a força de empuxo passa pelo centroide do
volume deslocado como mostrado na figura 10c. O ponto através do qual a força
de empuxo atua é chamado de centro de empuxo.
Figura 11. (a) Estabilidade de um corpo completamente imerso - centro de gravidade abaixo do centroide; (b) Estabilidade de
um corpo completamente imerso - centro de gravidade acima do centroide.
Estável Instável
(a) (b)
39
Unidade i | Hidrostática geral
40
HIDROSTÁTICA
APLICADA UNIDADE II
CAPÍTULO 1
Hidrostática aplicada a navios
Onde:
41
Unidade ii | Hidrostática aplicada
=B ∫=
Pcosθ .ds ∫ ρ gh.ds.cosθ
s s
Figura 12. (a) Pressão hidrostática na superfície imersa; (b) Um volume elementar.
42
Hidrostática aplicada | Unidade ii
Equilíbrio estático
Embora a força de empuxo seja distribuída por toda a superfície molhada,
muitas vezes é mais conveniente considerar que a força de empuxo total age
verticalmente para cima em ou a partir de um único ponto. Este é o ponto em
que o momento da pressão hidrostática, quando somado sobre toda a superfície
molhada, torna-se zero. Este ponto é denominado centro de flutuabilidade. De
maneira semelhante, a força gravitacional (ou seja, o peso do objeto) também
pode ser considerada como agindo verticalmente para baixo a partir de um
ponto: este é o centro de gravidade.
43
Unidade ii | Hidrostática aplicada
Sua posição vertical relativa não importa, embora tenha um papel significativo
na estabilidade do sistema. Este estado é conhecido como equilíbrio estático em
contraste com o equilíbrio dinâmico, que é um assunto que requer um tratamento
separado. É claro que, se seu volume total não puder fornecer flutuabilidade
suficiente, ele simplesmente afundará.
Se o volume total puder produzir flutuabilidade exatamente igual ao peso, ele terá
flutuabilidade neutra, como os submarinos podem estar em certas condições. Se a
primeira das duas condições de equilíbrio não for satisfeita, o objeto irá afundar
ainda mais ou subir até que essa condição seja satisfeita. Se apenas a segunda
condição não for atendida, o objeto girará até que o equilíbrio seja alcançado. Em
geral, no entanto, esses dois processos ocorrem simultaneamente.
Curva de deslocamento
O deslocamento de volume calculado para uma gama de calados pode ser plotado
em relação ao calado, e a curva é suavizada (os engenheiros navais são, senão outra
coisa, mestres anteriores na geração de curvas suaves). A partir dessa curva, o
deslocamento de volume em qualquer calado médio pode ser facilmente obtido
e vice-versa. Esta curva pressupõe que o navio terá uma atitude longitudinal fixa
pré-definida (trim).
44
Hidrostática aplicada | Unidade ii
deslocamento, mas para obter uma indicação rápida da mudança de calado para
uma dada mudança no deslocamento de massa, uma relação conhecida como
a imersão de toneladas por cm é muito útil. O TPC de um navio em qualquer
calado é a massa necessária para aumentar o calado em um cm (paralelo à
linha d’água existente e, portanto, os termos afundamento paralelo e elevação
paralela). Considere uma embarcação flutuando em um calado T em água
de densidade ρ (a propósito, 1,025 ou 1,026 toneladas/m 3 é frequentemente
considerado como a densidade de massa normal da água do mar). Suponha
que a área do hidroavião seja A W neste calado e alguma carga seja colocada
no navio de forma que afunde 1 cm. Isso aumenta o volume subaquático em
aproximadamente:
= AW × 1 cm
d∇
= AW × 0,01 ( em m3 , se AW está em m 2 )
d∇
45
Unidade ii | Hidrostática aplicada
∇S = 15,000/1.025 = 14,634 m3
Quando este navio se move para água doce de densidade 1,0 ton/m3, seu
deslocamento de volume tem que ser:
∇F = 15,000/1.0 = 15,000 m3
d∇ = ∇F − ∇S = 366 m3
Observe que, em geral, a nova linha d’água não será necessariamente paralela à
linha d’água original, mas é conveniente considerar a elevação ou afundamento
paralelas primeiro e, em seguida, a mudança no trim separadamente.
46
Hidrostática aplicada | Unidade ii
t = Tf − Ta
Pode-se ver, portanto, que um trim positivo indica trim pela proa e um trim
negativo significa trim pela popa.
47
Unidade ii | Hidrostática aplicada
2 tan θ ∫ xydx
0
Mas,
Lf
2 ∫ xydx
0
Uma vez que o navio não mudou seu deslocamento, os volumes dessas duas
cunhas devem ser os mesmos, ou seja:
Lf 0
2 tan θ ∫ xydx = −2 tan θ ∫ xydx
0 − La
Observe que as integrais em ambos os lados são metade do primeiro momento dos
hidroaviões de vante e de ré, respectivamente. Portanto:
Lf
2 tan θ ∫ xydx = 0
− La
48
Hidrostática aplicada | Unidade ii
a meio do navio e denotada como LCF. LCF negativo significa que o CF está
localizado a ré do meio do navio.
49
Unidade ii | Hidrostática aplicada
momento
= ∫ ( 2 yx tanθ dx ) × x
− La
Lf
2 tan θ ∫ yx dx
2
− La
50
Hidrostática aplicada | Unidade ii
No entanto, algumas pessoas preferem usar BML em vez de GML, já que BML tem
quase 100 m, mesmo para navios razoavelmente pequenos, enquanto (KB - KG)
tende a ter alguns metros. No entanto, sempre que possível, GML deve ser usado.
51
Unidade ii | Hidrostática aplicada
52
Hidrostática aplicada | Unidade ii
Momento de correção
Devemos, agora, dar uma olhada no mecanismo pelo qual o momento de
correção é gerado quando um objeto arbitrário é inclinado a partir de uma
posição de equilíbrio. Considere um objeto flutuando na água em equilíbrio. O
peso do objeto é W e seu centroide de massa está em G. Como o objeto está
em equilíbrio, o volume subaquático deste será W/ρg, onde ρ é a densidade
de massa da água e g é a aceleração gravitacional. Além disso, a soma zero
dos momentos determina que o centroide do volume subaquático, B, esteja
verticalmente abaixo de G, conforme mostrado na Figura 16a.
53
Unidade ii | Hidrostática aplicada
Estabilidade Dinâmica
Até agora, o assunto estabilidade do navio foi discutido considerando que o
mar está calmo e o navio está estacionário, não se movendo em nenhum
modo. É evidente que essa suposição está errada e a moção deverá ser levada
em consideração de alguma forma. Foi em meados da década de 1850 quando
a ideia de estabilidade dinâmica foi introduzida na tentativa de relacionar a
54
Hidrostática aplicada | Unidade ii
55
Unidade ii | Hidrostática aplicada
56
CAPÍTULO 2
Hidrostática aplicada a submarinos
Casco Interno
Existem dois cascos em um submarino. O casco interno ou casco de pressão
(ou “tanque de pessoas”) mantém todos os sistemas sensíveis à pressão do
submarino, incluindo os submarinistas. O casco interno deve resistir à pressão
hidrostática até a profundidade máxima ou “teste” do submarino. Você deve se
lembrar que a pressão absoluta é dada pelo seguinte:
Uma regra útil é que a pressão aumenta em 44 psi por 100 pés de profundidade.
Casco Externo
Em certos locais ao longo do comprimento de um submarino, o casco interno
reduz sua seção transversal e é cercado por um casco externo ou carenagem
do submarino. O casco externo é simplesmente uma carenagem lisa que
cobre o equipamento não sensível à pressão do submarino, como tanques de
lastro principal e âncoras para melhorar as características hidrodinâmicas
57
Unidade ii | Hidrostática aplicada
Caro aluno, sugerimos o acesso ao link a seguir, que traz muitas informações
sobre submarinos, inclusive submarinos brasileiros, apresentando figuras,
fotos e diversos dados atuais nessa área: https://www.naval.com.br/
blog/2012/11/06/prosub-os-futuros-submarinos-brasileiros/ (SUBMARINOS,
2020).
Hidrostática Submarina
Assim como um navio de superfície, os submarinos obedecem aos princípios
do equilíbrio estático e Arquimedes. O submarino experimenta uma força de
empuxo igual ao peso do líquido que ele desloca. Quando na superfície ou com
flutuação neutra, essa força de flutuação é igual ao peso do submarino (seu
deslocamento).
Empuxo Neutro
Um navio de superfície mantém automaticamente o equilíbrio estático por
alterações em seu calado e na flutuabilidade de reserva acima da linha de água.
Ou seja, mudando o calado da embarcação, seu volume submerso é alterado
para refletir quaisquer mudanças em seu deslocamento devido a remoções ou
adições de peso, mudanças na densidade da água ou como uma onda passando
causando flutuabilidade excessiva.
58
Hidrostática aplicada | Unidade ii
Salinidade
A densidade da água (ρ) mudará sempre que houver uma alteração no seu nível
de salinidade. Esta é uma ocorrência bastante frequente, por exemplo:
Temperatura da água
Mudanças na temperatura da água são comuns em todo o oceano. A temperatura
afeta a densidade da água que, por sua vez, afeta a magnitude da força de empuxo.
Profundidade
À medida que um submarino aumenta sua profundidade, o aumento da pressão
hidrostática aumenta a tensão no casco. Essa tensão, então, tensiona o casco.
O casco encolhe. Assim, o volume submerso de um submarino diminui com
a profundidade, o que, por sua vez, reduz sua força de empuxo. Portanto, para
manter a flutuabilidade neutra, a água deve ser bombeada do DCT, reduzindo o
deslocamento do submarino para acompanhar o FB menor.
Este efeito foi acentuado com a introdução de placas anecoicas. Essas placas são
comprimidas quando operam em profundidades máximas de mergulho modernas,
mas geralmente mostram pouca mudança no volume após profundidades
moderadas, pois o material de borracha é comprimido ao máximo.
Trim Neutro
O segundo objetivo que a tripulação do submarino está buscando ativamente
é o trim neutro. O trim é particularmente sensível em um submarino, uma
vez submerso, devido à falta de linha d’água. Você deve saber que a distância
do metacentro acima da quilha pode ser encontrada adicionando BM (o raio
metacêntrico) a KB. Isso pode ser usado nas direções transversal ou longitudinal
para encontrar KMT ou KML, respectivamente.
O BML é muito maior do que o BMT porque os navios tendem a ser mais longos
do que mais largos e, portanto, seu segundo momento de área é muito maior
longitudinalmente do que transversalmente. A situação do submarino à superfície
é bastante semelhante à do navio de superfície. Conforme o submarino submerge,
seu hidroavião desaparece. Sem hidroavião, não há segundo momento de área do
hidroavião e, portanto, não há raio metacêntrico. Consequentemente, o centro
de flutuabilidade e o metacentro estão ambos localizados no centroide do volume
subaquático ‒ o ponto de meio diâmetro.
60
Hidrostática aplicada | Unidade ii
Como os submarinos são muito mais longos do que largos, o submarino submerso
é muito sensível ao ajuste. Isso explica a necessidade de tanques de compensação.
Como os submarinos são muito mais longos do que largos, o valor do braço do
momento longitudinal (l) pode ser muito maior do que o braço do momento
transversal (t); este braço de momento muito maior (l) necessita da adição de
tanques de compensação que podem compensar as mudanças de peso longitudinais.
61
Unidade ii | Hidrostática aplicada
Ângulo de GZmax = 90 °
Estabilidade dinâmica = 2∆ S BG
62
Hidrostática aplicada | Unidade ii
Resistência Submarina
A resistência de uma nave de superfície é composta por uma combinação
de três formas de resistência. Os submarinos compartilham exatamente as
mesmas equações dos navios de superfície e com aplicações semelhantes. Os
componentes da resistência total são escritos abaixo em termos dimensionais e
não dimensionais:
RT = RV + RW + RAA
C=
T CV + CW
CV = (1+K)CF
63
Unidade ii | Hidrostática aplicada
64
Hidrostática aplicada | Unidade ii
Equilíbrio e estabilidade
Considerações sobre equilíbrio e estabilidade do submarino também
influenciam o arranjo. Por questões de estabilidade estática, é desejável que
os itens de maior peso se situem o mais próximo possível da linha de base
do navio ou submarino. Logo, compartimentos de alta densidade (como as
praças de baterias) devem ser, preferencialmente, localizados nas regiões mais
baixas do submarino. O mesmo se aplica a equipamentos de grande peso;
sempre que possível é desejável posicioná-los mais próximos à linha de base.
O posicionamento do lastro fixo a bordo é outra problemática de arranjo
ligada ao equilíbrio. Para assegurar ausência de trim em condição submersa, a
disposição do lastro fixo deve ser feita apropriadamente. A quantidade de lastro
fixo é estabelecida de acordo com alguns critérios de projeto. Geralmente, uma
reserva de volume para seu posicionamento a bordo deve ser prevista já nas
fases iniciais do projeto. Essa demanda representa uma alocação considerável de
espaço, maior que o volume nominal calculado de lastro, e a definição das
áreas para a disposição de lastro fixo deve ser conduzida conjuntamente pelas
equipes de projeto encarregadas do arranjo e de pesos e centros.
65
HIDRODINÂMICA
GERAL UNIDADE III
CAPÍTULO 1
Conceitos fundamentais em
Hidrodinâmica
A suposição principal é que um fluido ideal tem viscosidade zero. Esta é uma
diferença fundamental para um fluido real com viscosidade permanente. Não
é apenas que a viscosidade vai a zero, mas também as equações diferenciais que
descrevem um fluido real e um ideal têm características diferentes!
66
Hidrodinâmica geral | Unidade iii
67
Unidade iii | Hidrodinâmica geral
Tensão viscosa:
∂u N kg
=τ µ=
∂z m
2
ms 2
68
Hidrodinâmica geral | Unidade iii
69
Unidade iii | Hidrodinâmica geral
uma velocidade “v”. As linhas de fluxo são, portanto, as curvas que, no mesmo
instante t considerado, se mantêm tangentes em todos os pontos às velocidades
“v 1”.
A
Linhas de fluxo
Tubo de fluxo
70
Hidrodinâmica geral | Unidade iii
Equação da continuidade
V1 A2 V2
A1
V1.t
V2.t
71
Unidade iii | Hidrodinâmica geral
∆V
Q=
∆t
m3
[Q ] =
[s]
∆V1 ∆V2 A ∆x A ∆x
Q1 =Q2 → = → 1 1 =2 2
∆t ∆t ∆t ∆t
A1.V1 = A2V2
p1V12 p2 V22
Z1 + + = Z 2 + + + ∆e1− 2
γ 2g γ 2g
72
Hidrodinâmica geral | Unidade iii
E, portanto:
dm
= d ( ∫ρ dV ) / dt =− ∫∇ ( ρ u ) dV
dt V V
Ou,
∂ρ
∫ ∂t + ∇.[ ρ u ] dV = 0
V
Como o volume V é genérico o integrando acima tem que ser sempre nulo, ou
seja, obtemos assim a equação genérica da continuidade:
∂ρ
+ ∇.[ ρ u ] = 0
∂t
73
Unidade iii | Hidrodinâmica geral
Forças de superfície
74
Hidrodinâmica geral | Unidade iii
Força normal
Volume de controle
Forças de volume
75
Unidade iii | Hidrodinâmica geral
» Para acelerar uma massa é necessário aplicar uma força provocada por
algum agente externo, em geral este agente externo é uma superfície
sólida em contato com o escoamento.
Sabendo que:
p = mv
d (mv)
∑ FR =
dt
dv
∑ FR = m
dt
Fonte: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2087979/mod_resource/content/1/Equa%C3%A7%C3%A3o%20da%20quantidade%20
de%20movimento%20para%20regime%20permanente.pdf (REGIME PERMANENTE, 2020).
76
Hidrodinâmica geral | Unidade iii
Sabemos que:
I m = vazão de massa
dm
Im =
dt
d (mv)
∑ FR =
dt
∑ FR = I m ∆v
Em um intervalo de tempo dt, a massa do fluido que atravessa a seção (1) com uma
velocidade v será dm1, provocando um incremento da quantidade de movimento
fluido entre seções (1) e (2).
Ou:
FR Im2v2 − Im1v1
=
Portanto:
FR I m ( v2 − v1 )
=
Desta forma, as forças que agem no fluido nas seções (1) e (2) serão respectivamente:
− p1 A1n1 e − p2 A2 n2
77
Unidade iii | Hidrodinâmica geral
A força resultante que age no fluido entre (1) e (2) será a soma das componentes.
FR= F'S + ( − p1 A1n1 ) + ( − p2 A2 n2 ) + G
Assim:
I m ∆v= F's + ( − p1 A1n1 ) + ( − p2 A2 n2 ) + G
A equação acima corresponde aos casos em que o fluido está em contato com a
superfície sólida na superfície lateral entre (1) e (2). Nestas condições, a força F’s
representaria a força resultante da parede do conduto no fluido.
I m ∆v
= ( p1 A1n1 ) + ( p2 A2 n2 ) + I m ∆v − G
Na prática, o interesse consiste em determinar a força que o fluido aplica na
superfície sólida com o qual está em contato entre as seções (1) e (2).
Como F’s representa a força resultante da superfície sólida no fluido, então, pelo
princípio da ação e reação, a força que o fluido aplica na superfície será:
− F's =
Fs
Logo:
Fs =− ( p1 A1n1 ) + ( − p2 A2 n2 ) + I m ∆v + G
78
Hidrodinâmica geral | Unidade iii
79
CAPÍTULO 2
Vórtices e análise de turbulência
80
Hidrodinâmica geral | Unidade iii
82
Hidrodinâmica geral | Unidade iii
Vorticidade
O vetor vorticidade (𝜔) é uma medida da rotação de uma partícula fluida que se
move no campo de escoamento. Ela é definida por:
ω = ∇ ×V
Para que um escoamento possua vorticidade não nula, um torque deve ser
aplicado às partículas fluidas. Este torque é oriundo das tensões de cisalhamento
atuantes no fluido que, por sua vez, estão diretamente relacionadas com a
sua viscosidade. De outro modo, a influência da viscosidade no escoamento
é caracterizada quando o rotacional do campo de velocidade (e, portanto, a
vorticidade) é diferente de zero.
83
Unidade iii | Hidrodinâmica geral
Por outro lado, nas regiões próximas ao corpo (onde há a presença da camada
limite) e também na esteira viscosa à jusante do aerofólio, tem-se∶ 𝜔⃗⃗ = 𝛻 × 𝑉⃗⃗
≠ 0.
84
Hidrodinâmica geral | Unidade iii
85
Unidade iii | Hidrodinâmica geral
86
Hidrodinâmica geral | Unidade iii
87
Unidade iii | Hidrodinâmica geral
Uma vez que a validade de cada termo é restrita a um regime onde A/l é,
respectivamente, pequeno ou grande, a justificativa para a fórmula de Morison
é estritamente pragmática e deve depender da confirmação experimental.
Um esforço experimental considerável foi dedicado à validação da fórmula
de Morison. Para corpos submersos, uma aproximação semelhante parece
válida para fins de engenharia, desde que os coeficientes sejam determinados
experimentalmente e para valores apropriados do número de Reynolds e do
parâmetro A/l. Para corpos como estacas perfurantes de superfícies verticais,
não existe confirmação experimental satisfatória da equação acima, as razões
para isso não são compreendidas de forma adequada. Pesquisas sobre esse
assunto foram feitas por Hogben (1974) e Milgram (1976).
Como m = ∀ρ, o último parâmetro acima é igual a ∀/l3. Para uma forma corporal
prescrita, este parâmetro é independente da escala de comprimento; assim, o
último parâmetro pode ser excluído em nosso estudo de corpos irrestritos.
88
Hidrodinâmica geral | Unidade iii
Se o corpo for restringido por uma amarração, a dinâmica dessa restrição afetará
os movimentos do corpo nas ondas. No caso mais simples, a amarração pode
ser considerada como uma restrição elástica linear e concentrada com a força
restauradora hidrostática atuando no corpo. Para corpos pequenos, essa restrição
pode induzir movimento relativo entre o corpo e as ondas e, então, as forças de
arrasto viscosas devem ser incluídas novamente. Se o cabo de amarração for muito
longo, as forças viscosas no cabo também são significativas. A complexidade deste
89
Unidade iii | Hidrodinâmica geral
Equação de Navier-Stokes
Agora, consideramos a equação do momento para um fluido viscoso newtoniano.
A tensão viscosa para um fluido newtoniano é dada pelo coeficiente de viscosidade
vezes o gradiente de velocidade. Precisamos acrescentar que isso é estritamente
verdadeiro apenas para fluxo incompressível, e a seguinte derivação será igualmente
restrita ao fluxo incompressível.
90
Hidrodinâmica geral | Unidade iii
Onde o subscrito xx denota uma tensão que atua na direção x e está associada a um
gradiente de velocidade também na direção x. No caso geral, onde os gradientes
de velocidade atuam em todas as direções, o componente x da força viscosa por
unidade de volume em coordenadas cartesianas torna-se:
Fvx ∂τ ∂τ ∂τ
= µ xx + yx + zx
dxdydz ∂x ∂y ∂z
91
Unidade iii | Hidrodinâmica geral
Condições de limite
V = VW
A equação de Euler não inclui a tensão viscosa, de modo que ela não pode
satisfazer as mesmas condições de contorno que a equação de Navier-Stokes. Em
particular, não pode satisfazer a condição de derrapagem, e o escorregamento
é permitido. No entanto, em relação à superfície sólida, a velocidade do fluido
normal a uma superfície sólida ainda deve ir a zero para que não haja fluxo
através da superfície. Ou seja, a condição de contorno para a equação de Euler
na parede é:
n.V = n.VW
Lei de Stokes
George Gabriel Stokes, um matemático nascido na Irlanda, trabalhou a maior
parte de sua vida profissional descrevendo propriedades de fluidos. Talvez sua
realização mais significativa tenha sido o trabalho que descreve o movimento de
uma esfera em um fluido viscoso. Este trabalho levou ao desenvolvimento da Lei
de Stokes, uma descrição matemática da força necessária para mover uma esfera
através de um fluido quiescente viscoso a uma velocidade específica.
92
Hidrodinâmica geral | Unidade iii
Fb
Fd
mg
O FBD nesta figura lista três forças agindo na esfera: Fb, Fd e mg. As duas primeiras
forças surgem do efeito de flutuabilidade do deslocamento do fluido em questão e
do arrasto viscoso do fluido na esfera, respectivamente. Ambas as forças atuam
para cima - a flutuabilidade tende a ‘flutuar’ a esfera (Fb) e a força de arrasto (Fd)
resistindo à aceleração da gravidade. A única força atuando para baixo é a força
corporal resultante da atração gravitacional (mg). Ao somar as forças na direção
vertical, podemos escrever a seguinte equação:
Fb + Fd =
mg
93
Unidade iii | Hidrodinâmica geral
Embora a Lei de Stokes seja direta, ela está sujeita a algumas limitações.
Especificamente, esta relação é válida apenas para fluxo “laminar”. O fluxo laminar
é definido como uma condição em que as partículas de fluido se movem em
trajetórias suaves na lâmina (camadas de fluido deslizando umas sobre as outras).
A condição de fluxo alternativo é denominado fluxo “turbulento”. Esta última
condição é caracterizada por partículas de fluido que se movem em caminhos
irregulares aleatórios, causando uma troca de momento entre as partículas. Os
engenheiros utilizam um parâmetro adimensional conhecido como o número de
Reynold para distinguir entre essas duas condições de fluxo. Este número é uma
razão entre as forças inerciais e viscosas dentro do fluido.
94
Hidrodinâmica geral | Unidade iii
95
Unidade iii | Hidrodinâmica geral
Caros alunos, estamos finalizando mais uma unidade, segue aqui um estudo
realizado por Martins (2018), intitulado de “Análise numérica do escoamento
ao redor de cilindros circulares confinados em microcanais”, para uma melhor
absorção do conteúdo estudado nesta unidade: http://monografias.poli.ufrj.br/
monografias/monopoli10023937.pdf.
96
HIDRODINÂMICA
APLICADA UNIDADE IV
CAPÍTULO 1
Dinâmica dos fluidos
Para expressar esta lei de forma geral para o caso de um escoamento entre duas
seções de um fluido incompressível em regime permanente, temos:
P1 U12 P2 U 22
Z
1 + + α 1 − Z
2 + + α 2 = H m + ∆h
γ 2g γ 2g
P
» : energia ou carga de pressão.
γ
» αU 2 / 2 g : energia ou carga de velocidade, também denominada de
taquicarga.
97
Unidade iv | Hidrodinâmica aplicada
Adota-se, normalmente, duas escalas como referência, uma que utiliza pressão
atmosférica local, e a outra o zero absoluto ou o vácuo total. A pressão obtida a
partir da pressão atmosférica é denominada de pressão efetiva ou manométrica, e
na outra escala de pressão absoluta, a passagem de uma escala para outra se obtém
por meio da expressão:
P1absoluta
= P1efetiva + Patm
absoluta
O medidor de Venturi
98
Hidrodinâmica aplicada | Unidade iv
S s
m
ρ v12 S
2
ρ ρ v12 S 2 − s 2
p1 − p2=
2
(v − v
2
2
2
1 ) → p1 − p2=
2 s
− 1 → p1 − p=
2
2 s2
( III )
2.( ρ m − ρ ) .g .h
v1 = s.
ρ ( S 2 − s2 )
O tubo de Pitot
99
Unidade iv | Hidrodinâmica aplicada
Logo,
ρv2 2.ρ m .g .h
= ρ m g .h → =
v
2 ρ
A bomba spray
O empuxo dinâmico também pode ser observado numa bola girante. Tal efeito é
bastante explorado no mundo esportivo, principalmente no tênis, no golfe e no
futebol. É muito comum no futebol, na cobrança de uma falta com bola parada, a
bola, depois de chutada, descrever uma curva e enganar o goleiro.
101
Unidade iv | Hidrodinâmica aplicada
Equação de Torricelli
O teorema de Torricelli nada mais é do que uma aplicação direta da equação
de Bernoulli. Tal teorema diz respeito ao fluxo de um líquido contido em um
recipiente qualquer (figura 26), através de um pequeno orifício. Por meio do
teorema de Torricelli podemos calcular a velocidade de saída do líquido pelo
orifício.
1- Nível da água
z1
Onde:
g: aceleração da gravidade.
102
Hidrodinâmica aplicada | Unidade iv
Logo:
v2 = 2.g .H
Portanto, podemos concluir que quanto maior for a diferença de cotas entre a
superfície do líquido no recipiente e o orifício, maior será a velocidade de saída
do líquido por tal orifício.
Escoamento em condutos
Os escoamentos são fluidos em movimento definidos de acordo com os
parâmetros físicos ao longo do espaço e do tempo. E a partir de uma análise
destes parâmetros chega-se a classificação em relação à geometria; quanto à
variação do tempo; quanto ao movimento de rotação e quanto à trajetória.
Fluido
103
Unidade iv | Hidrodinâmica aplicada
Em que:
Re : número de Reynolds.
ρ : massa específica.
V : viscosidade cinemática.
µ: Viscosidade dinâmica.
105
Unidade iv | Hidrodinâmica aplicada
Nível constante
106
Hidrodinâmica aplicada | Unidade iv
t1
t2
Nível Variável
t3
107
Unidade iv | Hidrodinâmica aplicada
Perdas de carga
A perda de energia ou perda de carga motivada internamente pelos atritos do
fluido e pelos atritos entre este e a tubulação é o fator decisivo nos escoamentos
em condutos forçados. Neste caso, estes atritos são produzidos pelas paredes
ásperas dos condutos ou ainda de acordo com a turbulência gerada, relacionadas
às alterações de direção ou da própria seção do escoamento.
108
Hidrodinâmica aplicada | Unidade iv
109
Unidade iv | Hidrodinâmica aplicada
Em que:
D é o diâmetro, (m).
Q é a vazão, m3s-1.
» Fórmula de Flamant
Para o uso desta fórmula existem alguns obstáculos, como: o uso para
instalações domiciliares (prediais); sendo aplicado a tubulações com
diâmetro variando entre 12,5 e 100 mm, e também para escoamento
de água à temperatura ambiental; sendo também empregada em
tubulações de ferro e aço-galvanizado.
L
h f = 6,11.b. .Q1,75
D 4,75
Em que:
D é o diâmetro, (m).
Q é a vazão, (m3s-1).
110
Hidrodinâmica aplicada | Unidade iv
Em que:
111
Unidade iv | Hidrodinâmica aplicada
Onde:
112
CAPÍTULO 2
Conceitos fundamentais em
transferência de calor e massa (fluidos
em movimento)
A medida da quantidade do fluxo de matéria pode ser realizada utilizando uma base
molar ou mássica e isso depende da situação avaliada. A base molar é preferível
em problemas que envolvam gases considerados como perfeitos à temperatura e
pressão constantes, nos quais o número de moles por unidade de volume não varia
com o tempo, isto é, é constante. Enquanto a utilização da base mássica pode ser
favorecida em problemas com reações químicas em fase homogênea.
113
Unidade iv | Hidrodinâmica aplicada
∑
n
ρ ρ
i =1 i
114
Hidrodinâmica aplicada | Unidade iv
Segundo a lei de Fick, uma espécie pode ter velocidade relativa à velocidade
mássica ou molar média apenas se existirem gradientes de concentração.
O fluxo mássico ou molar de uma determinada espécie pode ser definido como
uma quantidade vetorial denominada por meio da quantidade desta espécie
em unidades mássicas ou molares, que se deslocam em um dado acréscimo de
tempo por uma unidade de área normal ao vetor.
Onde:
115
Unidade iv | Hidrodinâmica aplicada
Onde:
116
Hidrodinâmica aplicada | Unidade iv
n
NA =−cDAM ∇y A + y A ∑N i
i =1
Onde:
Onde:
− DAB∇ρ A é o fluxo mássico, J , resultante do gradiente de concentração.
A, z
wA ( nA + nB ) é o fluxo mássico resultante do componente A transportado no fluxo
do fluido.
Onde:
Onde:
117
Unidade iv | Hidrodinâmica aplicada
Condução
A condução é definida como a transferência de energia das partículas mais
energéticas para as menos energéticas de um átomo de uma substância por causa
das interações entre as partículas. O mecanismo físico de condução facilmente
esclarecido quando se leva em consideração um gás e se usa- ideias familiares
de sua formação em termodinâmica. Então, um gás no qual haja um gradiente
118
Hidrodinâmica aplicada | Unidade iv
119
Unidade iv | Hidrodinâmica aplicada
tempo. A lei de Fourier é a taxa para a condução de calor. Essa equação da taxa
é expressa como:
dT
q"x = −k
dx
120
Hidrodinâmica aplicada | Unidade iv
∆T= T1-T2
A, T1 T2
qx
∆x
x
Fonte: https://courses.nus.edu.sg/course/chewch/CN2125E/lectures/Week1.pdf. (CONDUÇÃO, 2021).
121
Unidade iv | Hidrodinâmica aplicada
fluxo de calor sempre será normal para uma superfície de temperatura constante,
denominada superfície isotérmica. Da equação anterior, segue-se que q”x é
positivo. Reconhecendo que o fluxo de calor é uma quantidade vetorial, podemos
escrever uma declaração generalizada da equação da taxa de condução (lei de
Fourier) da seguinte forma:
∂T ∂T ∂T
q′′ =−k ∇T =−k i + j +k
∂x ∂y ∂z
Onde qn″ é o fluxo de calor na direção n, o que é normal para uma isoterma, e n é o
vetor da unidade normal nessa direção. A transferência de calor é sustentada por
um gradiente de temperatura ao longo de n. Observe também que o vetor de fluxo
de calor pode ser resolvido em componentes que, nas coordenadas cartesianas, a
expressão geral para q″ é:
q′′ =iq"x + jq"y + kq"z
A lei de Fourier não é uma expressão que pode ser derivada dos primeiros
princípios. É uma expressão que define uma propriedade importante do material,
a condutividade térmica. Além disso, a lei de Fourier é a expressão do vetor,
indicando que o fluxo de calor é normal para uma isoterma e na direção da
diminuição da temperatura.
122
Hidrodinâmica aplicada | Unidade iv
q"x
kx ≡ −
∂T
∂x
Convecção
A transferência de calor por convecção possui dois mecanismos: transferência de
energia por causa do movimento molecular aleatório (difusão); e transferência
pelo movimento a granel ou macroscópico do fluido. Esse movimento fluido está
associado ao fato de que, a qualquer instante, um grande número de moléculas
se move de forma coletiva ou como agregada. Esse movimento, na presença
de um gradiente de temperatura, auxilia na transferência de calor. Como as
moléculas no agregado retêm seu movimento aleatório, a transferência total
de calor acontece por causa de uma superposição do transporte de energia pelo
movimento aleatório das moléculas e pelo movimento do bulbo do fluido. O
termo convecção é geralmente empregado quando se refere a esse transporte
cumulativo, e o termo advecção refere-se ao transporte devido apenas ao
movimento de um fluido em massa.
123
Unidade iv | Hidrodinâmica aplicada
Quando a equação anterior é usada, presume-se que o fluxo de calor por convecção
seja positivo, se o calor for transferido da superfície (Ts > T∞), e negativo, se o
calor for transferido para a superfície (T∞ > Ts). No entanto, nada nos impede de
expressar a lei de Newton de resfriamento como:
q′′ = h (T∞ − Ts )
Para entender o que é a camada limite, considere o fluxo sobre a placa plana da
Figura 34. Quando partículas de fluido entram em contato com a superfície, sua
velocidade é diminuída em relação à velocidade do fluido a montante da placa e,
nas situações em geral, é necessário dizer que a velocidade da partícula é zero na
parede. Essas partículas atuam para adiar o movimento das partículas na camada de
fluido adjacente, que agem para retardar o movimento das partículas na próxima
camada e, assim por diante, até que a uma distância y = δ da superfície, o efeito
se torne insignificante. Esse adiamento do movimento do fluido está associado
a tensões de cisalhamento τ que atuam em planos paralelos à velocidade do
fluido (Figura 34). Com o acréscimo da distância y da superfície, o componente
de velocidade x do fluido, u, deve então aumentar até se aproximar do valor da
corrente livre u∞. O subscrito ∞ é empregado para instituir condições no fluxo
livre fora da camada limite.
125
Unidade iv | Hidrodinâmica aplicada
Figura 34. Mecanismo de como se desenvolve a camada limite de velocidade em uma placa plana.
uꝏ uꝏ
Fluxo livre
δ (x)
y
δ
u 𝜏𝜏
𝜏𝜏 Camada limite de velocidade
Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/1657176/6/images/3/CAP%C3%8DTULO+6+%E2%80%93+INTRODU%C3%87%C3%83O+A+CONVEC
%C3%87%C3%83O.jpg.(CAMADA LIMITE, 2021).
Por se referir à velocidade do fluido, a camada limite anterior pode ser referida
mais especificamente como a camada limite da velocidade. Ela se desenvolve
sempre que há um fluxo de fluido na superfície e é de fundamental importância
para os problemas que envolvem o transporte por convecção. Na mecânica dos
fluidos, sua importância para o engenheiro decorre de sua relação com as tensões
de cisalhamento superficial τ s e, portanto, com os efeitos de atrito da superfície.
Para fluxos externos, fornece a base para determinar o coeficiente de atrito local.
τs
Cf ≡
ρ u∞2 / 2
126
Hidrodinâmica aplicada | Unidade iv
Radiação
A radiação térmica é a energia emitida pela matéria a uma temperatura distinta de
zero. De forma independente da forma da matéria, a emissão pode ser atribuída a
alterações nas configurações eletrônicas dos átomos ou moléculas constituintes.
A energia do campo de radiação é transportada por ondas eletromagnéticas (ou,
alternativamente, fótons). Embora a transferência de energia por condução ou
convecção exija a presença de um meio material, a radiação não exige. De fato, a
transferência de radiação ocorre com mais eficiência no vácuo.
Arredores em Tsur
Eb = óTs4
127
Unidade iv | Hidrodinâmica aplicada
Uma parte ou toda a irradiação pode ser absorvida pela superfície, aumentando,
assim, a energia térmica do material. A taxa na qual a energia radiante é absorvida
por área unitária da superfície pode ser avaliada a partir do conhecimento de
uma propriedade radiativa de superfície denominada absortividade α. Isto é:
Gabs = α G
128
Hidrodinâmica aplicada | Unidade iv
da de uma superfície fechada (Tsur ≠ Ts). Para tal condição, a irradiação pode
ser aproximada por emissão de um corpo negro em Tsur, caso em que G = σ Tsur4 .
Supondo que a superfície seja aquela para a qual α = ε (superfície de reação),
a taxa líquida de transferência de calor por radiação da superfície, expressa por
unidade de área da superfície, é:
q
"
qrad = =ε Eb (Ts ) − α G =εσ (Ts4 − Tsur
4
)
A
129
Unidade iv | Hidrodinâmica aplicada
Sabemos que a radiação se origina devido à emissão por matéria e que seu
transporte subsequente não requer a presença de qualquer matéria. Mas, qual é a
natureza desse transporte? Uma teoria vê a radiação como a propagação de uma
coleção de partículas denominadas fótons. A radiação pode ser definida como
a propagação de ondas eletromagnéticas. Em qualquer caso, desejamos atribuir
à radiação as propriedades padrão das ondas de frequência ν e comprimento
de onda λ. Para que a radiação se propague em um meio específico, as duas
propriedades são relacionadas por:
c
λ=
v
130
Hidrodinâmica aplicada | Unidade iv
131
Unidade iv | Hidrodinâmica aplicada
Transferência de calor
Um fluido de velocidade V e temperatura T flui sobre uma superfície de
formato arbitrário e da área As. Presume-se que a superfície esteja em uma
temperatura uniforme, Ts, e se Ts ≠ T∞, sabemos que a transferência de calor por
convecção ocorrerá. Sabemos que o fluxo de calor na superfície e o coeficiente de
transferência de calor por convecção variam ao longo da superfície. A taxa total
de transferência de calor q pode ser obtida pela integração do fluxo local em toda a
superfície. Isto é:
q = ∫ q′′dAs
AS
q = (TS − T∞ ) ∫ hdAs
AS
132
Hidrodinâmica aplicada | Unidade iv
Observe que, no caso especial de vazão sobre uma placa plana, h varia apenas
com a distância x da borda principal e a equação anterior se reduz a:
1 L
L ∫0
h= hdx
Ou:
j *A =
−CDAB∇x A
133
Unidade iv | Hidrodinâmica aplicada
Difusividade em massa
134
Hidrodinâmica aplicada | Unidade iv
Muitas leis de equilíbrio são conhecidas. Para temperatura e pressão fixas, a relação
de equilíbrio entre as concentrações de uma espécie em duas fases pode ser dada
por uma curva de distribuição, conforme Figura 36.
Concentração de j na
Fase II
Fonte: Adaptada de Bergman et al. (2017).
135
Unidade iv | Hidrodinâmica aplicada
Whitman (1923) propôs pela primeira vez uma “teoria de duas resistências” que
se mostrou apropriada para muitos problemas de transferência de massa entre
fases. A teoria geral tem duas premissas principais para o caso de transporte de
oxigênio do ar para a água, são elas:
136
Hidrodinâmica aplicada | Unidade iv
pgO2
ciO2
piO2
𝛿𝛿𝐺𝐺 𝛿𝛿𝐿𝐿
Distância
Fonte: Adaptada de Bergman et al. (2017).
137
Unidade iv | Hidrodinâmica aplicada
Sabe-se que o fluxo molar da espécie j (Φj, uma quantidade vetorial, com unidades
de moles de material por área e por tempo) é proporcional ao gradiente de
concentração da espécie j. De fato, essa diferença de concentração é considerada a
“força motriz” do transporte de massa. Se considerarmos o fluxo unidimensional
de oxigênio por meio de uma interface ar-água, poderemos definir um coeficiente
de transferência de massa para a fase gasosa (kG), como:
(
ϕo2 kG pog2 − poi 2
= )
E para a fase líquida (kL):
(
ϕo2 k L coi 2 − coi 2
= )
Para a situação física representada na Figura 37, as equações anteriores representam
o fluxo de oxigênio por meio da fase gasosa e líquida, respectivamente. No
estado estacionário, o fluxo de oxigênio em uma fase deve ser igual ao fluxo de
oxigênio na outra fase (caso contrário, haveria acúmulo de oxigênio em algum
lugar do sistema) e, portanto, esses dois fluxos se igualam. Esses coeficientes são
frequentemente chamados de coeficientes individuais de transferência de massa
porque se referem ao transporte em fases individuais.
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Hidrodinâmica aplicada | Unidade iv
Um ponto-chave sobre cada um desses grupos é que sua definição exata implica
em um sistema físico específico. Por exemplo, o comprimento característico l
no número Sherwood kl/D será a espessura da membrana para o transporte da
membrana, mas o diâmetro da esfera para uma esfera em dissolução. Uma boa
analogia é o grupo adimensional “eficiência”. Uma eficiência de trinta por cento
tem implicações muito diferentes para uma turbina e para um cervo correndo.
Da mesma forma, um número Sherwood de 2 significa coisas diferentes para
uma membrana e para uma esfera dissolvente. Essa flexibilidade é central para as
correlações que se seguem.
kl velocidade da transferência de massa
Sherwood number →
D velocidade da difusão
k velocidade da transferência de massa
Stanton number 0 →
v velocidade do fluxo
v difusividade do momento
Schmidt number →
D difusividade de massa
α difusividade de energia
Lewis number →
D difusividade de massa
v difusividade de momento
Plandtl number →
α difusividade de energia
lv 0 forças inerciais velocidade de fluxo
Reynolds number → ou
v forças viscosas velocidade de momento
l 3 g ∆ρ / ρ forças de flutuação
Grashöf number →
v2 forças viscosas
v 0l velocidade de fluxo
Péclet number →
D velocidade de difusão
kl 2 velocidade de reação
Second Damköhler number ou (Thiele modulus )
2
→
D velocidade de difusão
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Unidade iv | Hidrodinâmica aplicada
141
PARA (NÃO) FINALIZAR
142
Para (não) finalizar
143
REFERÊNCIAS
BARBA, L. A.; LEONARD, A.; ALLEN, C. B. Vortex method with fully mesh-less
implementation for high Reynolds number flow computation. European Congress on
Computational Methods in Applied Sciences and Engineering, Jyväskylä, n. 47, 24-28
jul. 2004. 841-848. Acesso em: 2 dez. 2020.
BRUNETTI, F. Mecânica dos fluidos. 2 ed. rev – São Paulo: Pearson Prentice Hall. 2008.
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Referências
KATZ, J.; PLOTKIN, A. Low-Speed Aerodynamics. 1. ed. Singapore: McGraw-Hill, 632 p. 1991.
LEE, B. S. Hydrostatics and Stability of Marine Vehicles: Theory and Practice. Editora:
Springer; 1st ed. 2019 edição.
MUNSON, Bruce R.; YOUNG, Donald F.; OKIISHI, Theodore H.; HUEBSCH, Wade W.
Fundamentals of Fluid Mechanics. Sixth Edition. Wiley; 6th Edition Student Value. 2010.
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Referências
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