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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
INTRODUÇÃO A FUNDAÇÕES RASAS I – SAPATAS.................................................................................. 11
CAPÍTULO 1
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE FUNDAÇÕES RASAS................................................................... 11
CAPÍTULO 2
SAPATA COM CARGA CENTRADA............................................................................................ 17
CAPÍTULO 3
SAPATA COM CARGA EXCÊNTRICA......................................................................................... 24
CAPÍTULO 4
SAPATAS ASSOCIADAS............................................................................................................. 31
UNIDADE II
FUNDAÇÕES RASAS II – RADIER, BLOCO E VIGAS.................................................................................. 37
CAPÍTULO 1
RADIER................................................................................................................................... 37
CAPÍTULO 2
BLOCOS DE CONCRETO SIMPLES............................................................................................ 42
CAPÍTULO 3
VIGAS DE EQUILÍBRIO.............................................................................................................. 47
UNIDADE III
FUNDAÇÕES PROFUNDAS I – ESTACAS E BLOCOS SOBRE ESTACAS....................................................... 55
CAPÍTULO 1
TIPOS DE ESTACAS................................................................................................................... 56
CAPÍTULO 2
DIMENSIONAMENTO............................................................................................................... 67
CAPÍTULO 3
DETALHAMENTO...................................................................................................................... 75
CAPÍTULO 4
BLOCOS SOBRE ESTACAS........................................................................................................ 78
UNIDADE IV
FUNDAÇÕES PROFUNDAS II – TUBULÕES E PATOLOGIAS........................................................................ 88
CAPÍTULO 1
TIPOS DE TUBULÕES................................................................................................................. 88
CAPÍTULO 2
DIMENSIONAMENTO............................................................................................................... 93
CAPÍTULO 3
DETALHAMENTO.................................................................................................................... 107
CAPÍTULO 4
PROVA DE CARGA EM FUNDAÇÕES E PATOLOGIAS ASSOCIADAS......................................... 111
REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 117
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
7
Introdução
As fundações são elementos estruturais de uma edificação que têm função importante
para manter a integridade de uma edificação por muito tempo. Por este
motivo, vê-se a relevância de projetar e executar corretamente as fundações.
O desenvolvimento de um bom projeto de fundação depende do domínio e do
conhecimento do projetista tanto em fundações como em solos, afinal, o solo é o
local em que a fundação se apoia.
Projetar fundações é muito mais do que aplicar somente teorias, é interpretar e fazer
um julgamento crítico a respeito de vários condicionantes. Ressaltando, também, que
muito desses condicionantes podem estar relacionados a ações naturais vindas da
natureza, por isso nem sempre as teorias apresentam soluções.
Neste sentido, na presente apostila você aprenderá mais sobre os tipos de fundações
e seu dimensionamento. A mesma está dividida em quatro capítulos, sendo que o
primeiro capítulo abordará os conceitos de fundações rasas, juntamente com os
tipos de sapatas, sua aplicação e seu dimensionamento.
O segundo capítulo tratará de mais alguns tipo de fundações rasas, como radier
e blocos de concreto simples. Serão conhecidas, também, suas aplicações e
dimensionamento. Ainda, será explicado quando se deve usar as vigas de
equilíbrio, ou vigas de alavanca, como também podem ser chamadas.
8
Objetivos
» Apresentar e reconhecer os diferentes tipos de fundações existentes,
bem como seus métodos construtivos.
9
10
INTRODUÇÃO A
FUNDAÇÕES RASAS UNIDADE I
I – SAPATAS
CAPÍTULO 1
Conceitos básicos sobre fundações
rasas
11
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A FUNDAÇÕES RASAS I – SAPATAS
12
INTRODUÇÃO A FUNDAÇÕES RASAS I – SAPATAS │ UNIDADE I
13
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A FUNDAÇÕES RASAS I – SAPATAS
As sapatas podem ser classificadas quanto a sua rigidez, sendo esta classificação
de suma importância, pois direciona a forma como a distribuição de tensões se
dá, norteando o procedimento e método a ser utilizado no dimensionamento
estrutural. A NBR 6118 classifica as sapatas em rígida ou flecíveis como base na
equação 01.
14
INTRODUÇÃO A FUNDAÇÕES RASAS I – SAPATAS │ UNIDADE I
Segundo a NBR 6122, a área da fundação que está solicitada por cargas
centradas deve ser de tal forma que as tensões transmitidas ao solo sejam
menores ou iguais às tensões admissiveis ou tensões resistentes de projeto
do solo de apoio da fundação. O item 7.8.1 da NBR 6122 ainda aponta que
as sapatas devem ser dimensionadas considerando os diagramas de tensão
na base representativa, sendo esta em função das caracteristicas do solo ou
rocha.
Logo, podemos concluir que a distribuição real não é uniforme, porém para
fins de simplificação se admite que a distribuição em sapatas se da de forma
uniforme. O projeto de fundação de uma sapata isolada deve serguir as seguintes
fases:
15
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A FUNDAÇÕES RASAS I – SAPATAS
16
CAPÍTULO 2
Sapata com carga centrada
O coeficiente K maj tem como função principal estimar o peso próprio da sapata
atuante no solo. Segundo a NBR 6122, é recomendado considerar no mínimo
5% das cargas verticais permanentes para o peso próprio das sapatas. Segundo
esta recomendação o coeficiente K maj deve ser de 1,05.
17
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A FUNDAÇÕES RASAS I – SAPATAS
A = (Ssap / B) Equação 05
Considerando os balanços iguais (Ca = Cb), tem-se a equação de segundo grau 06.
Multiplicando por B e resolvendo a equação 06 tem-se as equações 07 e 08 para
definição de sapatas com balanços iguais.
(Ssap / B) - B = ap - bp Equação 06
18
INTRODUÇÃO A FUNDAÇÕES RASAS I – SAPATAS │ UNIDADE I
(A / B) ≤ 3 Equação 09
(A / B) = R Equação 10
A=BR Equação 11
Ssap = A B Equação 12
Ssap = B R B Equação 13
B = √( Ssap / R) Equação 14
19
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A FUNDAÇÕES RASAS I – SAPATAS
Resolução:
= ((1,1 1250)/0,026)
= 52,885cm²
= 201,9cm
A – B = ap - bp
A – 205 = 80 – 20
A = 265cm
= 54.325cm² ≥ 52.885cm²
= OK!
Ca = Cb
= ((A – ap) / 2
= ((265 – 80) / 2
= 92,5cm
20
INTRODUÇÃO A FUNDAÇÕES RASAS I – SAPATAS │ UNIDADE I
Supondo que a sapata seja rígida, a altura da mesma deverá ser de:
h ≥ ((A – ap) / 3
≥ ((265 – 80) / 3
≥ 61,7
D = h – (c + 1)
= h – (4 + 1)
= h – 5cm
= 70 – 5
= 65cm
H0 ≥ 15cm ou h/3
≥ 70/3
≥ 23,3cm
.: 25cm
tg α = ((h – h0) / c)
= ((70-25) / 92,5)
α = 25,9°
21
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A FUNDAÇÕES RASAS I – SAPATAS
Pd = Nd / A B
= 1,4 1250 / 265 205
= 0,03221kN/cm²
Xa = Ca + 0,15 ap
= 92,5 + 0,15 80
=104,5cm
Xb = Cb + 0,15 bp
= 92,5 + 0,15 20
= 95,5cm
M1a = Pd (Xa² / 2) B
= 0,03221 (104,5² / 2) 205
= 36.053 kNcm
M1b = Pd (Xb² / 2) A
= 0,03221 (95,5² / 2) 265
= 38.924 kNcm
= 16,20cm²
22
INTRODUÇÃO A FUNDAÇÕES RASAS I – SAPATAS │ UNIDADE I
OK!
23
CAPÍTULO 3
Sapata com carga excêntrica
24
INTRODUÇÃO A FUNDAÇÕES RASAS I – SAPATAS │ UNIDADE I
Mabase = Ma + Ha h Equação 22
Mbbase = Mb + Hb h Equação 23
ea = Ma / N Equação 24
eb = Mb / N Equação 25
Nos casos em que e a/A + eb/B for menor ou igual a 1/6, as tensões máxima e
mínima de compressão serão dadas pelas Equações 26 e 27 respectivamente.
Nos casos em que ea/A + eb/B for maior que 1/6, as tensões máxima e mínima de
compressão serão dadas pelas equações 28 e 29 respectivamente.
σmax = σ1 = (N / K1 A B) Equação 28
» Concreto C25.
» Aço CA-50.
25
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A FUNDAÇÕES RASAS I – SAPATAS
Resolução:
Logo,
A – B = ap - bp
A – 200 = 100 – 20
A = 280cm
26
INTRODUÇÃO A FUNDAÇÕES RASAS I – SAPATAS │ UNIDADE I
σ = (N / A B) +/- (M y) / I
y = (A/2)
I = ((B A³) / 12)
e = (M / (Kmaj / N))
= (10000 / (1,05 x 1600))
= 5,95 cm
A/6 = 280/6 = 46,7cm
e = 5,95 < 46,7cm
Logo, a força N está sendo aplicada dentro do núcleo central de inércia, visto isto
passamos a calcular a tensão máxima.
σmax = (N / A B) x (1 + 6e/A)
= (1,05 x 1600 / 280 x 200) x (1 + 6 x 5,95/280)
= 0,0338 kN/cm² > σadm = 0,030 kN/cm²
Não Ok!
Nestes casos a seção da sapata deve ser aumentada. No exemplo aumentaremos o lado
A da sapata para 300cm e recalculamos o lado B da mesma.
A – B = ap - bp
300 – B = 100 – 20
B = 220cm
Ssap = 300 . 220
= 66.000cm² ≥ 56.000cm²
= OK!
A excentricidade não é alterada, neste caso calculamos a tensão máxima nas novas
dimensões.
σmax = (N / A B) x (1 + 6e/A)
= (1,05 x 1600 / 300 x 220) x (1 + 6 x 5,95/300)
= 0,0285kN/cm² < σadm = 0,030 kN/cm²
Ok!
H0 ≥ 15cm ou h/3
≥ 80/3
≥ 26,7cm
.: 30cm
27
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A FUNDAÇÕES RASAS I – SAPATAS
Ca = Cb
= ((A – ap) / 2
= ((300 – 100) / 2
= 100cm
tg α = ((h – h0) / c)
= ((80-30) / 100)
α = 26,6°
h/2 ≤ c ≤ 2h
80 / 2 ≤ c ≤ 2 x 80
40 ≤ 100 ≤ 160
Ok
ea = Md / Nd
= (1.4 x 10000) / (1,4 x 1600)
= 6,25cm
σmax = (N / A B) x (1 + 6e/A)
= (1,4 x 1600 / 300 x 220) x (1 + 6 x 6,25/30)
= 0,03818 kN/cm²
σmin = (1,4 x 1600 / 300 x 220) x (1 1 6 x 6,25/30)
= 0,02970 kN/cm² > 0
Xa = Ca + 0,15 ap
= 100 + 0,15 100
=115cm
28
INTRODUÇÃO A FUNDAÇÕES RASAS I – SAPATAS │ UNIDADE I
P1 = 0,03493 x 155
= 4,02 kN
P2 = (0,03818 – 0,03493) x 115/2
= 0,19 kN
M1Ad = (4,02 x 57,5 + 0,19 x 76,7) 220
= 54.059 kN.cm
Valor médio
Para as dimensões B, o momento fletor deve ser calculado com base nas distâncias de
referências, considerando a tensão média entre as tensões máximas e mínimas tem-se:
29
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A FUNDAÇÕES RASAS I – SAPATAS
OK!
30
CAPÍTULO 4
Sapatas associadas
31
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A FUNDAÇÕES RASAS I – SAPATAS
Já a área da sapata associada pode ser estimada pela equação 31, em que é suposto
que os momentos dos pilares sejam nulos e considerando um fator de 1,1
majorador que tem a função de exercer a carga do peso próprio da estrutura.
Outra opção que pode ser utilizada pelos engenheiros responsáveis pelo
dimensionamento de sapatas associadas seria calcular as larguras que se
obteriam com o critério econômico considerando uma sapata isolada para cada
pilar. Após feito este cálculo, adota-se uma largura para a sapata associada
entre o valor compreendido das larguras das sapatas fictícias calculadas.
32
INTRODUÇÃO A FUNDAÇÕES RASAS I – SAPATAS │ UNIDADE I
Para melhor execução, o valor do YCG deve ser múltiplo de 5, por isso adotaremos como
valor 1,45m. Sabendo o valor de YCG e a distância entre o pilar P1 e a divisa, podemos
calcular o valor da dimensão A.
A = 2 (x + YCG)
= 2 (0,30 + 1,45)
= 3,5 m
B = As / A
= 12,83 / 3,5
= 3,67 m
Para melhor execução o valor de B deve ser múltiplo de 5, logo o valor de B passa
a ser 3,70 metros. Definidas as dimensões geométricas da sapata, passa-se a
calcular a altura da sapata associada. O valor de x na fórmula diz respeito ao
maior valor do balanço na sapata associada.
H = (2 x) / 3
= (2 . 1,20) / 3
= 0,80 m
» σsolo,adm = 100kN/m².
» Concreto: C20.
» Aço: CA-50.
» Cobrimento: 4,0cm.
» (g + q)k = 100kN/m.
» ao = 25cm.
Resolução: como a sapata é corrida, adota-se uma faixa de 1,0m para efetuar o
dimensionamento. Para levar em conta o peso próprio da sapata, majora-se a ação
33
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A FUNDAÇÕES RASAS I – SAPATAS
H = (a - ao) / 3
= (1,05 – 0,25) / 3
= 0,267m
Portanto, a altura da sapata para que esta seja flexível deve ser no máximo de
26,7cm. Por outro lado, a altura h0 na extremidade da base da sapata não deve ser
menor que 15cm. Analisando o intervalo em que se pode variar a altura da sapata
na seção (entre 15cm e 26,7cm), pode ser conveniente adotar no projeto uma
altura constante, pois a diferença entre h e h 0 não é grande. Logo será adotado: h
= h0 = 25cm.
Como a sapata é corrida, a relação entre a maior e a menor dimensão em planta assume
valor superior a 2. Portanto, o caso é idêntico ao das lajes armadas em uma direção.
34
INTRODUÇÃO A FUNDAÇÕES RASAS I – SAPATAS │ UNIDADE I
L2 = ((a – ap) / 2) – (d / 2)
= ((105 – 25) / 2) – (20 / 2)
= 30cm
Bs2 = 100cm
Vsd = 1,4 . σsolo . bs2 . L2
= 1,4 . 100 . 1 . 0,3
= 42kN
Segundo a NBR 6118, calculando a tensão resistente e essa sendo maior que a
tensão solicitante de cálculo, não se faz necessário o uso de armadura transversal
para a força cortante.
0,2 . (As / s)
= 0,2 . 3,87
=0,77cm²/m
0,5 . (Asmin / s)
= 0,5 . 3,75
= 1,88cm²/m
35
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO A FUNDAÇÕES RASAS I – SAPATAS
Portanto, o maior dos três valores resulta em 1,88cm2 /m. Por isso, adotamos
as barras de 6,3mm espaçadas em 16cm.
Vsd,1 = 1,4 . qa . La
= 1,4 . 100 . 0,438
= 61,32kN
V = (61,32 / (0,9 . 20 . (7 . π . 0,8)
= 0,19kN/cm²
=1,90MPa
Fbd = 2,25 . 1 . 1 . 0,15 . 20^2/3
= 2,49MPa
Ok!
36
FUNDAÇÕES RASAS
II – RADIER, BLOCO UNIDADE II
E VIGAS
CAPÍTULO 1
Radier
A escolha desta fundação acaba se tornando uma opção mais barata para obras
de pequeno porte e por isso tem se tornado comum nos canteiros de obras. Os
radiers podem ser produzidos em concreto armado, protendido ou em concreto
reforçado com fibras de aço.
37
UNIDADE II │ FUNDAÇÕES RASAS II – RADIER, BLOCO E VIGAS
O radier pode ser utilizado nas seguintes situações: quando o solo possui baixa
capacidade de carga; quando se deseja que os recalques ocorram de maneira
uniformizada; quando as sapatas ficam muito próximas umas das outras ou quando
a área dessas sapatas somadas for maior que a metade da área de construção.
A classificação dos radiers pode ser quanto à sua geometria, quanto à sua
rigidez, à flexão e quanto à tecnologia. Quanto à geometria, Velloso e Lopes
(2014) classificam o radier em quatro principais tipos: lisos, com pedestais ou
cogumelos, nervurados e em caixão.
38
FUNDAÇÕES RASAS II – RADIER, BLOCO E VIGAS │ UNIDADE II
39
UNIDADE II │ FUNDAÇÕES RASAS II – RADIER, BLOCO E VIGAS
É importante compactar o solo para garantir que o solo terá resistência para receber
a armação. Posteriormente, deverão ser colocadas as formas nas quatro laterais
fazendo o fechamento da área que será concretada. O próximo passo é a colocação
das tubulações de instalações hidrossanitárias e os eletrodutos. O mesmo serve para
as saídas das armaduras de escadas e pilares, para evitar posteriormente cortes
indesejáveis na laje já concretada.
Assim que as armaduras estiverem dispostas, o radier poderá ser finalizado com
a aplicação do concreto. Se o tipo de fundação for de concreto armado, a estrutura
estará pronta em aproximadamente 7 dias, após cura do concreto. Se for em contrato
protendido, há mais um passo a ser realizado que é o tensionamento dos cabos. Este
procedimento deve ser feito três dias após a aplicação do concreto.
40
FUNDAÇÕES RASAS II – RADIER, BLOCO E VIGAS │ UNIDADE II
q=Q / A
O terceiro passo é determinar uma pressão média atuando nos painéis. Por
último, devem ser calculados os esforços nas lajes e vigas e as reações nos
apoios, e se essas reações estiverem muito diferentes das cargas nos pilares,
devem ser redefinidas as pressões médias nos painéis.
41
CAPÍTULO 2
Blocos de concreto simples
Fundação
Pilar
Planta
CGpilar =CGfundação
Fonte: Adaptada de Guimarães, 2018.
42
FUNDAÇÕES RASAS II – RADIER, BLOCO E VIGAS │ UNIDADE II
Além disso, há uma relação entre o ângulo “α” que se cria na base do bloco e o pilar,
conforme observado na figura 15.
Pilar
h
𝛼𝛼
5 cm (magro)
Fonte: Guimarães, 2018.
A altura (h) do bloco é dimensionada de modo que as tensões de tração possam ser
absorvidas pelo concreto, sem a necessidade de se utilizar a armadura de aço. Para
obter o valor da altura h deve-se calcular através da equação 32.
43
UNIDADE II │ FUNDAÇÕES RASAS II – RADIER, BLOCO E VIGAS
A máxima tensão transmitida ao solo pode ser calculada fazendo a soma do peso
do pilar com o peso do bloco e dividindo pela área da base do bloco, conforme
equação 33.
Ppilar + Ppróprio
σs = Equação 33
Abase
Como não se utiliza armadura no bloco, a tensão de tração deve ser inferior à
tensão de tração limite do concreto e calculada através da equação 34.
fck
σt ≤ ou 0,8 MPa Equação 34
25
σs
Posteriormente, para a obtenção do ângulo da biela é utilizada a relação entre σ
t
. A partir desta relação, o valor do ângulo “α” é encontrado através da figura 16.
𝛼𝛼
(mín)
70º
60º
50º
𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 𝜎𝜎𝑠𝑠
= +1
40º 𝛼𝛼 𝜎𝜎𝑡𝑡
30º
𝜎𝜎𝑠𝑠
0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
𝜎𝜎𝑡𝑡
44
FUNDAÇÕES RASAS II – RADIER, BLOCO E VIGAS │ UNIDADE II
Abase = Ppilar / σs
Abase = 1700 kN/ 400 kN/m²
Abase = 4,25 m²
Logo, podemos adotar para os lados 2,00 x 2,15 m. O segundo passo é calcularmos a
tensão admissível à tração do concreto.
fck
σt ≤ ou 0,8 MPa
25
σ s/ σ t
0,4 / 0,8 = 0,5
60º
50º
𝑡𝑡𝑔𝑔𝑔𝑔 𝜎𝜎𝑠𝑠
= +1
40º 𝛼𝛼 𝜎𝜎𝑡𝑡
30º
𝜎𝜎𝑠𝑠
0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
𝜎𝜎𝑡𝑡
45
UNIDADE II │ FUNDAÇÕES RASAS II – RADIER, BLOCO E VIGAS
46
CAPÍTULO 3
Vigas de equilíbrio
A NBR 6122:2019 define a viga de equilíbrio ou viga de alavanca, como também pode
ser chamada, como sendo o elemento estrutural que recebe as cargas de um ou dois
pilares e é dimensionado de modo a transmiti-las centradas às fundações.
Centro do Pilar
Centro da Fundação
Sapata
Visão Lateral
Excentricidade
Pilar
Divisa
47
UNIDADE II │ FUNDAÇÕES RASAS II – RADIER, BLOCO E VIGAS
Seção 1
M1 =
−q + q
'
b02
2
b02
=
−
( q′ − q ) b 2 Equação 35
0
2 2
V2 = +∆P Equação 38
Seção de momento máximo
P
V =0 → qx0 =P1 → x0 = 1 Equação 39
q
qx02 b
M0 = − P1 x − 0 Equação 40
2 2
48
FUNDAÇÕES RASAS II – RADIER, BLOCO E VIGAS │ UNIDADE II
q’ = P1/b0
q’ = 1000/0,2
q’ = 5000 kN/m
q = R/b
q = 1290/1,5
q = 860 kN/m
49
UNIDADE II │ FUNDAÇÕES RASAS II – RADIER, BLOCO E VIGAS
Seção 1
( q′ − q ) b 2 = 5000 − 860 2
M1 =
− 0 − 0, 2 =
−82,8 kN .m
2 2
Seção 2
b 1,5
M 2 = −∆P − = −290 2, 25 − = −435 kN .m
2 2
V2 = +∆P = +290 kN
P1 1000
x=
0 = = 1,16m
q 860
qx 2 b 860 ×1,162 0, 2
M 0 =0 − P1 x − 0 = − 1000 1,16 − =−481, 4 kNm
2 2 2 2
18
τ ωu 0,=
= 25 f cd 0,=
25 3, 21 MPa < 4,5 MPa
1, 4
1, 4 × 828
τ ωd =
0,55d
Com essas dimensões, com o momento fletor máximo de 481,4 kN.m e com a
equação 41, podemos calcular a armadura de flexão utilizando as Tabelas 1 e
2. Chegaremos ao valor de: A s = 9 ∅ 16mm.
Md
As = Equação 41
ϕ × d × fyd
50
FUNDAÇÕES RASAS II – RADIER, BLOCO E VIGAS │ UNIDADE II
β φ μ Limites β φ μ Limites
0,06 0,976 0,040 0,56 0,776 0,296
0,18 0,928 0,114 0,58 0,768 0,303
0,20 0,920 0,125 A mín 0,585 0,766 0,305 CA-60A
0,20 0,920 0,125 εs = 0,01 0,60 0,760 0,310
0,22 0,912 0,136 0,62 0,752 0,317
0,24 0,904 0,148 0,628 0,749 0,320 CA-50A
0,26 0,896 0,158 0,64 0,744 0,324
0,28 0,888 0,169 0,66 0,736 0,330
0,30 0,880 0,180 0,679 0,728 0,337 CA-40A
0,32 0,872 0,190 0,68 0,728 0,337
0,34 0,864 0,200 0,70 0,720 0,343
0,36 0,856 0,210 0,72 0,712 0,349
0,38 0,848 0,219 0,725 0,710 0,350 CA-32
0,40 0,840 0,228 0,74 0,704 0,354
0,42 0,832 0,238 0,76 0,696 0,360
0,438 0,825 0,246 CA-60B 0,779 0,688 0,365 CA-24
0,44 0,824 0,247 0,78 0,688 0,365
0,46 0,816 0,255 0,80 0,680 0,370
0,462 0,815 0,256 CA-50B 0,82 0,672 0,375
0,48 0,808 0,264 0,84 0,664 0,379
0,489 0,804 0,264 CA-40B 0,86 0,656 0,384
0,50 0,800 0,272 0,88 0,648 0,388
0,52 0,792 0,280 0,90 0,640 0,392
0,54 0,784 0,288 0,92 0,632 0,395
Fonte: Alonso, 2010.
3,2 - - 0,06 1,00 0,08 0,16 0,24 0,32 0,40 0,48 0,56 0,64 0,72 0,80
4 - - 0,10 1,25 0,125 0,25 0,375 0,50 0,625 0,75 0,875 1,00 1,125 1,25
5 5 ≈ 3/16 0,16 1,60 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60 1,80 2,00
6,3 6,3 ≈ 1/4 0,25 2,00 0,315 0,63 0,945 1,26 1,575 1,89 2,205 2,52 2,835 3,15
8 8 ≈ 5/16 0,40 2,50 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
10 10 ≈ 3/8 0,63 3,15 0,80 1,60 2,40 3,20 4,00 4,80 5,60 6,40 7,20 8,00
- 12,5 ≈ 1/2 1,00 4,00 1,25 2,50 3,75 5,00 6,25 7,50 8,75 10,00 11,25 12,50
- 16 ≈ 5/8 1,60 5,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00 20,00
- 20 ≈ 3/4 2,50 6,30 3,15 6,30 9,45 12,60 15,75 18,90 22,05 25,20 28,35 31,50
- 22 ≈ 7/8 3,05 6,90 3,80 7,60 11,40 15,20 19,00 22,80 26,60 30,40 34,20 38,00
- 25 ≈1 4,00 8,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 50,00
- 32 ≈ 11/4 6,30 10,00 8,00 16,00 24,00 32,00 40,00 48,00 56,00 64,00 72,00 80,00
51
UNIDADE II │ FUNDAÇÕES RASAS II – RADIER, BLOCO E VIGAS
9× 2
ρ
= ≅ 0, 003 → ψ 1 ≅ 0, 09
55 × 95
=τ c 0,=
09 18 0,382 MPa
1, 4 × 828
=τ wd = 2218 kN / m 2 ou 2, 218 MPa
0,55 × 0,95
100 × 55 × 2,17
=Asw = 27,5 cm 2 / m
s 430
M 435
=Rs = = 538, 7 kN
0,85d 0,85 × 0,95
17
b ,=
disp 1, 6 + 10 =∅ 20, 63∅
52
FUNDAÇÕES RASAS II – RADIER, BLOCO E VIGAS │ UNIDADE II
Em serviço:
50 20, 63∅
σ s , máx = × 13, 4 kN / cm²
=
1, 61 48∅
Força ancorada:
F=13,4x18
F=241,2 Kn
Falta ancorar:
F=538,7-241,2
F=297,5 Kn
297,5 ×1, 61
As
= = 9, 6 cm 2 ≅ 8 ∅12,5 mm
50
Além disso, é válido dispor uma armadura de costura com área total.
bw=30 cm
V=290 Kn
τwd =(1,4x290)/0,3d
Se igualarmos τwd a τwd = 3,21 MPa, obteremos o valor “d” como d=0,43 m. O qual
adotaremos d=65 cm e h=70 cm.
=τ c 0,=
095 18 0, 4 MPa
100 × 30 × 2, 0
Asw/ s
= = 14 cm 2 / m →∅10 mm
430
53
UNIDADE II │ FUNDAÇÕES RASAS II – RADIER, BLOCO E VIGAS
10𝜙𝜙
2
ae≈ 100 cm 2
481,4 9𝜙𝜙16
2
2
82,8 435 D.M.F
DQ
828
2 𝜙𝜙 16
9 𝜙𝜙 16 8 𝜙𝜙 12,5 (4 laços)
7 𝜙𝜙 16 > 4 𝜙𝜙 16
9 𝜙𝜙 16
8 𝜙𝜙 12,5
(4 laços) 𝜙𝜙10 cada 10 cm
Corte A 6 𝜙𝜙 12,5
(3 laços)
4 𝜙𝜙 12,5
54
FUNDAÇÕES
PROFUNDAS I – UNIDADE III
ESTACAS E BLOCOS
SOBRE ESTACAS
De acordo com a NBR 6122 (ABNT, 2019), as fundações profundas são os elementos
de fundação que vão transmitir a carga para o terreno pela sua base, chamada de
resistência de ponta, ou pela sua superfície lateral, denominada resistência de fuste, ou
ainda uma combinação das duas.
Ainda conforme a norma e como pode ser visto na figura 23, a profundidade de
assentamento deste tipo de fundação deve ser maior que o dobro da menor dimensão
em planta do elemento de fundação ou estar em uma profundidade mínima de
3 metros abaixo do terreno. Um exemplo deste tipo de fundação são as estacas e os
tubulões.
P
Nível do terreno
P = RL + RP
Onde: RL
h>2B
RP = resistência de ponta;
RL = resistência de fuste; B
RP
55
CAPÍTULO 1
Tipos de estacas
Conforme mostra Caputo (1988), podem ser classificadas de acordo com o efeito
que a estaca produz no solo em grande deslocamento, pequeno deslocamento e sem
deslocamento.
Grande deslocamento: as estacas são introduzidas sem retirar o solo, ou seja, são
cravadas no solo e, com isso, acabam por provocar um grande deslocamento no
solo. Os principais exemplos desta classificação são as estacas pré-moldadas de
concreto, de madeira e estacas Franki.
56
FUNDAÇÕES PROFUNDAS I – ESTACAS E BLOCOS SOBRE ESTACAS │ UNIDADE III
Perfuração Concretagem
Marca Cabo de
no cabo Orelha de
arrancamento arrancamento
Tubo de Instalação
revestimento da grade
de fixação
Estaca
pronta
Cota de
Bucha arrasamento
seca
Altura de
de brita Altura da segurança
e areia bucha Fuste
57
UNIDADE III │ FUNDAÇÕES PROFUNDAS I – ESTACAS E BLOCOS SOBRE ESTACAS
1o 2o 3o 4o 5o
Armação de
ancoragem
Vala
Início da perfuração
(cavadeira)
Concretagem
Perfuração
com o trado
58
FUNDAÇÕES PROFUNDAS I – ESTACAS E BLOCOS SOBRE ESTACAS │ UNIDADE III
1 2
Tripé
Perfuração Apiloamento 3
do fundo com
cascalho Instalação 4 5
da grade de
armação Concretagem
Sonda Pilão
Sonda
balde
Concreto
Figura 27. Equipamento utilizado para estaca escavada com trado mecânico helicoidal.
59
UNIDADE III │ FUNDAÇÕES PROFUNDAS I – ESTACAS E BLOCOS SOBRE ESTACAS
Algumas das vantagens de utilizar este tipo de estaca são: grande produtividade,
versatilidade e mobilidade, além de não produzir vibrações no terreno e ainda
possibilitar a construção de estacas inclinadas. Entre as desvantagens estão que
a resistência de ponta não contribui com a capacidade de carga da estaca e a sua
utilização em solo com nível de água muito elevado exige o emprego de fluido
estabilizador.
60
FUNDAÇÕES PROFUNDAS I – ESTACAS E BLOCOS SOBRE ESTACAS │ UNIDADE III
6.1 Estaca raiz: de acordo com a NBR 6122 (ABNT, 2019), as estacas
raiz são estacas armadas e preenchidas com argamassa de cimento e
areia, executada por perfuração rotativa moldada in loco, revestidas
integralmente por um conjunto de tubos metálicos, conforme mostra a
figura 29. Entre as vantagens desse tipo de estaca estão a possibilidade
de perfurar qualquer tipo de solo incluindo matacões, rochas e concreto,
além de não causarem vibração no terreno. Uma das desvantagens
das estacas raiz é o custo elevado se comparado com outros tipos de
fundações e, ainda, geram muito desperdício de água e demandam
elevado consumo de cimento.
1 2 3 4
5
Estaca
pronta
61
UNIDADE III │ FUNDAÇÕES PROFUNDAS I – ESTACAS E BLOCOS SOBRE ESTACAS
Perfuratriz
Misturador
Agitador
Calda de
Argamassa cimento
62
FUNDAÇÕES PROFUNDAS I – ESTACAS E BLOCOS SOBRE ESTACAS │ UNIDADE III
5 – Corte e preparo
da cabeça da
estaca
63
UNIDADE III │ FUNDAÇÕES PROFUNDAS I – ESTACAS E BLOCOS SOBRE ESTACAS
Anel metálico
Chapa de aço
Parafuso com
Ponteira rosca e porca
metálica
PERFIL LAMINADO
B HIOI,6 , HI27 e
PERFIL LAMINADO HI52,4 mm
HPL, HPM ou HPP PERFIL SOLDADO Padrão americano
Padrão europeu CS (H=B)
64
FUNDAÇÕES PROFUNDAS I – ESTACAS E BLOCOS SOBRE ESTACAS │ UNIDADE III
8. Estaca mega: é definida pela NBR 6122 (ABNT, 2019) como sendo
uma estaca de concreto ou metálica que é introduzida no terreno
através de um macaco hidráulico que vai reagir contra uma estrutura
que já existe ou criada especificamente para este fim. Sua execução
acontece da seguinte forma: a cravação se dá contra as fundações
que já estão no local, ou seja, por baixo das fundações existentes
é colocado um cabeçote de concreto armado que vai se ajustando
aos elementos que ali existem de modo a permitir que a estaca nova
entre em carga imediatamente após a retirada do macaco, conforme
mostra a figura 34.
N.T
Recalque
Fundação
existente Macaco
Pistão hidráulico
Módulos
pré-moldados
N.A
Ponta
65
UNIDADE III │ FUNDAÇÕES PROFUNDAS I – ESTACAS E BLOCOS SOBRE ESTACAS
66
CAPÍTULO 2
Dimensionamento
De modo geral, a capacidade de carga de uma estaca obtida como o menor dos dois
valores entre a resistência do material da estaca e a resistência do solo que está
submetido.
67
UNIDADE III │ FUNDAÇÕES PROFUNDAS I – ESTACAS E BLOCOS SOBRE ESTACAS
Caso seja verificado que a ruptura não acontecerá por flambagem, o cálculo
poderá ser realizado seguindo a NBR 6118, em que a carga de compressão será
majorada na proporção (1+6/h), porém não menor que 1,1. O valor de “h” será
em centímetros e deve ser o menor lado do retângulo mais estreito circunscrito à
seção da estaca.
68
FUNDAÇÕES PROFUNDAS I – ESTACAS E BLOCOS SOBRE ESTACAS │ UNIDADE III
A = (π . d²)/4
A = (π . 0,8²)/4 = 0,5 m²
σ = N /A
(N-PL) / A = 5 MPa
(2800-PL) / 0,5 = 5000
PL = 300 kN
z = 20 / 1000 . 300
z=6m
6
γ f . N . =
1 + 0,85 Ac . fcd + As' fyd
h
Em que:
γf = 1,4
6 6
1+ =1 + =1, 075 =adotado1,1
h 80
500
≅ 435 MPa
fyd = 1,15
0, 2% E =0, 2% × 210000 = 420 MPa ou 420000 kN / m²
s
69
UNIDADE III │ FUNDAÇÕES PROFUNDAS I – ESTACAS E BLOCOS SOBRE ESTACAS
0,5
As' min = × 5000 =25 cm 2 , sejam 8 ∅ 20 mm
100
∅ 3 × σ s2
=ω × Equação 46
2ηb − 0, 75 Es × ftk
Em que:
Os valores de ω são:
» Para estacas não protegidas em meio agressivo (fissuras até 0,1 mm).
» Para estacas não protegidas em meio não agressivo (fissuras até 0,2
mm).
70
FUNDAÇÕES PROFUNDAS I – ESTACAS E BLOCOS SOBRE ESTACAS │ UNIDADE III
π
Ac =
4
( 0,5 2
− 0,322 ) = 0,116 m²
500
≅ 435 MPa
fyd = 1,15
0, 2% E =0, 2% × 210000 =420 MPa
s
71
UNIDADE III │ FUNDAÇÕES PROFUNDAS I – ESTACAS E BLOCOS SOBRE ESTACAS
Enfim, será admitido meio agressivo protegido para o cálculo da estaca trabalhando à
tração, ou seja, ω = 1 (fissuras com abertura máxima de 0,1 mm).
∅ 3σ s2
=1 ×
2 ×1,5 − 0, 75 210000 × 2,5
627
σs =
√∅
627
σs
= ≅ 198 MPa
√ 10
N tk 180 ×10−3
As
= = = 0,91×10−3 m 2 ou 9,1cm²
σs 198
Com isso concluimos que a armadura que atende ao mesmo tempo a todas as fases
de carregamento da estaca será: As = 9,1 cm^2 → 12 Ø 10 mm.
72
FUNDAÇÕES PROFUNDAS I – ESTACAS E BLOCOS SOBRE ESTACAS │ UNIDADE III
Tabela 4. Valores de Asw em cm²/m para estribos de dois ramos. Roteiro de cálculo (unidades em MPa).
100
𝐴𝐴𝑠𝑠𝑠𝑠 = × 𝑏𝑏𝑤𝑤 × 𝜏𝜏𝑑𝑑 (com 𝑏𝑏𝑤𝑤 em cm)
𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓 𝜌𝜌
0,001 0,015
Armadura de flexão:
500
1,15 = 435 MPa
fyd =
0, 2 E ≅ 420 MPa
100 s
b = 0,3 m
d = 0,27 m } bd 2 fcd ≅ 0, 25 MN .m
73
UNIDADE III │ FUNDAÇÕES PROFUNDAS I – ESTACAS E BLOCOS SOBRE ESTACAS
1, 4 × 45 ×10−3
µ
= ϕ 0,82
= 0, 252 →=
0, 25
1, 4 × 45 ×10−3
=As = 0, 0007 m 2 ou 7 cm 2 → 4 ∅16 mm
0,82 × 0, 27 × 420
100
Asw = × 30 × 0,36= 2, 6 cm 2 / m
420
74
CAPÍTULO 3
Detalhamento
Para tanto, a fim de conhecimento e visualização seguem nas figuras 38, 39, 40 e 41
alguns exemplos de detalhamento para diferentes estacas.
LEGENDA LE
DIAM. E – Diâmetro da estaca
DIAM. ESTR – Diâmetro do estribo 40
QAL – Quantidade de armadura longitudinal
BIT. L – Bitola da armadura longitudinal
LARM – Comprimento da armadura longitudinal 10
L1 – Comprimento da armadura acima da CA
L2 – Comprimento da armadura abaixo da CA
S – Espaçamento
LE – Comprimento efetivo da estaca
QEST – Quantidade de estribos DIAM. E
BITESTR – Bitola dos estribos
ESP – Espaçamento
DIAM. ESTR
LESTR – Comprimento do estribo
75
UNIDADE III │ FUNDAÇÕES PROFUNDAS I – ESTACAS E BLOCOS SOBRE ESTACAS
200
21 x P2
6 x P1 - Φ16,0 mm
Estribo 40
P1 – Φ 16,0 mm c= 600 cm C= 600 cm
P2 c/ 20 cm
P3 15
d (cm) c (cm) 500
38 L=134
comprimento útil
36 128
34 122 40
32 115
P3 21 x P2 Φ 6,3 mm c/ 20 cm c=141 cm
30 109
100 15
5 x P3 Φ 6,3 mm c/ 20 cm c=variável
(Comprimento médio = 122 cm)
Fonte: http://comofazerorcamentodeobra.blogspot.com/2016/02/como-montar-uma-composicao-de-precos.html. Acesso
em: 2/2/2020.
N7
0,03
N7 – 3 Φ 12,5 mm
1,1
N8
N8 – 3 Φ 12,5 mm
N6 0,65
0,02
0,32 0,28
N8
N6
N7
N6 – 14 Φ 6,3 mm C/10
0,02 0,28 0,02
Fonte: Buttignol; Almeida, 2013.
76
FUNDAÇÕES PROFUNDAS I – ESTACAS E BLOCOS SOBRE ESTACAS │ UNIDADE III
100
Φ 4,2 mm c/5 AST= 4,2 mm CA60
Espiras passo 5 e 30
r 2
7 7
Solda elétrica
Eletrodo tipo OK – 48
Φ 3,25 mm
Comprimento L
Detalhe do anel
(L – 200)
Φ 4,2 mm c/5 Anel de emenda
Espess. 3/16”
60 cm Armadura de emenda
80 cm 6 Φ 3/8” / 6 Φ 1/2”
CA 50 A
100
Φ 4,2 mm c/5
77
CAPÍTULO 4
Blocos sobre estacas
Bloco de coroamento
Estaca
Estaca
78
FUNDAÇÕES PROFUNDAS I – ESTACAS E BLOCOS SOBRE ESTACAS │ UNIDADE III
Figura 43. Exemplos em planta baixa de blocos de coroamento para diferentes números de estacas.
Para tanto, para ser considerado rígido, a altura do bloco deve atender ao mesmo
tempo as Equações 47 e 48, de acordo com a figura 44.
ap
Bloco de coroamento h
Estaca
Estaca
79
UNIDADE III │ FUNDAÇÕES PROFUNDAS I – ESTACAS E BLOCOS SOBRE ESTACAS
(a) P (b) P
Compressão Compressão
(Bielas) (Bielas)
P/2 P/2
Tração
(Tirantes)
P/2 P/2
Fonte: Guimarães, 2018.
Para que tal teoria seja aplicada, o ângulo de inclinação das bielas deve estar
entre 40º e 55º. Já o número de estacas por bloco, de acordo com a equação 49,
vai depender da carga total lançada sobre o bloco (P), da capacidade de carga
individual das estacas P est (que depende do diâmetro das estacas, da resistência
do solo e do tipo de estaca) e da eficiência de grupo (e). Logo, o número de
estacas é um número inteiro, cujo valor é encontrado pela equação 49.
Em vários casos, a estaca influencia no bulbo de tensões da outra, por este motivo a
eficiência de grupo é reduzida, seguindo a regra de Feld.
80
FUNDAÇÕES PROFUNDAS I – ESTACAS E BLOCOS SOBRE ESTACAS │ UNIDADE III
Ainda, a altura do bloco precisa atender à relação para o ângulo das bielas, entre
40º e 55º e, ao mesmo tempo, deve satisfazer à condição de comprimento de
ancoragem das barras longitudinais do pilar a fim de garantir boa aderência
do aço ao concreto. Quanto à armadura, o bloco é considerado como rígido de
maneira a aplicar a teoria das bielas e tirantes. Para dimensionar, é poupado
o escoamento da armadura dos tirantes e o encurtamento último do concreto
comprimido das bielas. Logo, a busca é por determinar a área de armadura do
tirante e verificar a tensão de compressão nas bielas.
d
θ = atan Equação 50
L − a p
2 4
81
UNIDADE III │ FUNDAÇÕES PROFUNDAS I – ESTACAS E BLOCOS SOBRE ESTACAS
Rest Rest L a p
=T = − Equação 51
tanθ d 2 4
Logo, a área de armadura principal de tração (A st) é obtida pela equação 52, em
que fyd é a tensão de cálculo de escoamento do aço.
Ast= T / fyd Equação 52
Se a A st for menor que a A s,mín, encontrada pela equação 53, deve ser utilizado o
valor da área mínima. Na equação 53, h representa a altura do bloco e b é faixa
que compreende 85% do diâmetro da estaca.
As,mín=0,0015 . b . h Equação 53
Rest
2 a b sin ²θ < 1, 4 fcd , junto ao pilar
p p
σ c ,biela = Equação 55
Rest
< 0,85 fcd , junto à estaca
Aest sin ²θ
Com base nesta mesma lógica e raciocínio, pode-se determinar as relações para
blocos de três e quatro estacas. Porém, nos blocos de três e quatro estacas,
é aceitável arranjar as armaduras principais de maneiras diferentes, sempre
ligando uma estaca a outra. Na figura 47, é apresentado de maneira resumida o
dimensionamento da armadura principal de acordo com o número de estacas e a
disposição das armaduras principais, além de apresentar a relação para verificar
a tensão de compressão das bielas. L é a distância entre as estacas, A p é a área do
pilar e a m é a menor dimensão do pilar.
82
FUNDAÇÕES PROFUNDAS I – ESTACAS E BLOCOS SOBRE ESTACAS │ UNIDADE III
Figura 47. Resumo para dimensionamento de armadura principal de blocos de coroamento com duas, três e
quatro estacas.
Configuração
No est. armadura tanɵ T σc,biela junto ao pilar σc,biela junto à estaca Ast
principal
d 2 Rest
Rest Rest T
2 L ap < 1, 4 fcd < 0,85 fcd
− tanθ a p bp sin ²θ Aest sin ²θ fyd
2 4
d
Rest 3Rest Rest T
3 L 3 < 1, 75 fcd < 0,85 fcd
− 0,3am tanθ Ap sin ²θ Aest sin ²θ fyd
3
d
Rest 3Rest Rest
3 L 3 < 1, 75 fcd < 0,85 fcd T 3
− 0,3am tanθ Ap sin ²θ Aest sin ²θ 3 fyd
3
d
Rest 4 Rest Rest T
4 L 2 2, < 2,1 fcd < 0,85 fcd
− am tanθ Ap sin ²θ Aest sin ²θ fyd
2 4
d
Rest 4 Rest Rest T 2
4 L 2 2, < 2,1 fcd < 0,85 fcd
− am tanθ Ap sin ²θ Aest sin ²θ 2 fyd
2 4
d
Rest 4 Rest Rest 1, 25T
4 L 2 2, < 2,1 fcd < 0,85 fcd
− am tanθ Ap sin ²θ Aest sin ²θ fyd
2 4
Fonte: Guimarães, 2018.
Armadura de pele: conforme a NBR 6118 (ABNT, 2014), esse tipo de armadura
se torna obrigatória para peças de concreto com altura maior que 60 cm. A
finalidade de sua utilização é evitar a fissuração superficial do elemento
concreto e, por isso, a armadura de pele é formada por barras de aços paralelas
e próximas às faces dessas peças. A área total de aço dessa armadura, em cada
face da peça, deve ser superior ao valor encontrado na equação 56.
83
UNIDADE III │ FUNDAÇÕES PROFUNDAS I – ESTACAS E BLOCOS SOBRE ESTACAS
Armadura de suspensão: esse tipo de armadura faz com que a carga que foi
aplicada sobre o bloco seja de fato transmitida para as bielas comprimento,
pois, conforme aponta Alva (2007), por mais que a teoria de bielas admita
que toda a carga vertical seja transferida para as estacas através das bielas
principais comprimidas, no comportamento real dos blocos aparecem bielas
secundárias entre as estacas. Ou seja, parte da carga vertical total se espalha
para o intervalo entre as estacas, região esta em que não existe um apoio
direto e, por este motivo, deve-se utilizar este tipo de armadura, a fim de
suspender essa parcela de carga.
Principal (N1)
Principal (N1)
Suspensão (N3)
Pele (N2)
Pele (N2)
Suspensão (N3)
Fonte: Guimarães, 2018.
84
FUNDAÇÕES PROFUNDAS I – ESTACAS E BLOCOS SOBRE ESTACAS │ UNIDADE III
a = 3 . 30 cm + 30 cm + 2 . 15 cm = 1,5 m
b = 30 cm + 2 . 15 cm = 0,6 m
h > (a - ap) / 3
h > (150 - 40) / 3 = 33,3 cm
h > (b - bp) / 3
h > (60 - 20) / 3 = 13,3 cm
d = h – 4 cm
d = 46 cm
85
UNIDADE III │ FUNDAÇÕES PROFUNDAS I – ESTACAS E BLOCOS SOBRE ESTACAS
θ = 52,73°
Conforme enunciado, a carga de projeto do pilar é de 100 kN, logo, como temos
duas estacas então a carga em cada uma delas é de 50 kN, já que não há valor de
momento informado.
Junto ao pilar
Rest
σ c ,biela = 2
a p bp sin ²θ
50
σ c ,biela = 2
40 × 20 × sin ²θ
kN
σ c ,biela = 0, 2 < 1, 4 fcd = 2kN / cm²
cm 2
Junto à estaca
Rest
σ c ,biela =
Aest sin ²θ
50
σ c ,biela =
π 30²
sin ²θ
4
kN
σ c ,biela = 0,11 < 0,85 fcd = 1, 7 kN / cm²
cm 2
Condições OK!
50
Ast =
tanθ 43, 48
86
FUNDAÇÕES PROFUNDAS I – ESTACAS E BLOCOS SOBRE ESTACAS │ UNIDADE III
As,mín=0,0015 . b . h
As,mín=0,0015 . 0,85 .30 . 50
As,mín= 2,25 cm²
Asl> 0,10%.b.h
Asl> 0,10% . 150 . 50
Asl = 7,5 cm²
87
FUNDAÇÕES
PROFUNDAS II UNIDADE IV
– TUBULÕES E
PATOLOGIAS
CAPÍTULO 1
Tipos de tubulões
Os tubulões são elementos estruturais que fazem parte do grupo das fundações
profundas. O tubulão se diferencia dos demais tipos de fundação em função da
forma como acontece a transmissão de carga para o solo. Este tipo de fundação
apresenta seção circular e possui sua base alargada e a transmissão de carga
ocorre através da base, de modo parecido com uma sapata. O que o distingue
de uma sapata é a sua forma de execução, pois o tubulão pode ser escavado
manualmente ou mecanicamente, porém sua finalização se dá com a descida de
uma pessoa para executar o alargamento de base ou pelo menos a limpeza do
fundo da escavação, conforme ilustra a figura 50.
O uso do tubulão é indicado para obras que precisam suportar cargas elevadas,
como pontes, viadutos, edifícios de porte grande, em áreas com dificuldade de
88
FUNDAÇÕES PROFUNDAS II – TUBULÕES E PATOLOGIAS │ UNIDADE IV
1) Tubulão a céu aberto: este tipo de tubulão é utilizado acima do lençol freático
e em solos que apresentam elevada rigidez, para garantir que não ocorra o
desmoronamento do solo enquanto uma pessoa esteja em seu interior. Durante
o processo executivo deve ser verificado se há a presença de gás gerado pela
decomposição de matéria orgânica.
São três os elementos que compõem o tubulão a céu aberto: a cabeça, que é o
segmento inicial do tubulão, sendo comparado com um bloco de coroamento;
o fuste, é dimensionado como um pilar de concreto simples; e a base é a parte
inferior do tubulão podendo ser alargada ou não, elemento este que transmite
a carga para o solo. Esses elementos podem ser facilmente visualizados na
figura 51.
89
UNIDADE IV │ FUNDAÇÕES PROFUNDAS II – TUBULÕES E PATOLOGIAS
Pilar Bloco de
coroameno
Fuste
Alargamento
da base
90
FUNDAÇÕES PROFUNDAS II – TUBULÕES E PATOLOGIAS │ UNIDADE IV
Cachimbo de entrada
de armação
4.1
Entrada de
operários
Cachimbo
de saída
de terra Cachimbo de
6 concretagem
91
UNIDADE IV │ FUNDAÇÕES PROFUNDAS II – TUBULÕES E PATOLOGIAS
Com isso, pode-se perceber que a diferença nos métodos de execução dos
tubulões se dá também pelos equipamentos utilizados. Os tubulões a céu
aberto quando escavados de forma manual precisam apenas de sarilho, balde,
picaretas e bomba em caso de presença de água. Já os tubulões a ar comprimido
utilizam campânula, compressor de ar, guinchos e encamisamento. Apesar de
haver risco de desmoronamento nas duas técnicas, o tubulão a ar comprimido
acaba envolvendo maiores riscos à saúde dos operários devido às pessoas
trabalharem sob pressões altas.
92
CAPÍTULO 2
Dimensionamento
Tubulões a céu aberto: conforme a NBR 6122 (ABNT, 2019), os tubulões devem
ser dimensionados de maneira que as bases não tenham alturas superiores a 1,8
m. Ainda, havendo base alargada, esta deve ter a forma de um tronco de cone (com
base circular ou no formato de falsa elipse), superposto a um cilindro (ou falsa
elipse) de no mínimo 20 cm de altura, denominado rodapé, conforme a figura 53.
O ângulo β, também indicado na figura 53, deve ser maior ou igual a 60º.
a) b)
93
UNIDADE IV │ FUNDAÇÕES PROFUNDAS II – TUBULÕES E PATOLOGIAS
π D² P 4P
= ∴D = Equação 59
4 σs πσ S
Já se a base possuir seção de falsa elipse, deve ser calculada através da equação 60.
π b² P
+ bx = Equação 60
4 σs
Escolhendo o valor de b (ou x), podemos calcular o valor de x (ou b). A área do
fuste é calculada igualmente a um pilar em que a seção de armadura seja nula,
e pode ser encontra pela equação 61. Segundo a NBR 6122 (ABNT, 2019) os
valores para γ f = 1,4 e γ c = 1,6.
γf P = 0,85 Af fck/γc Equação 61
Logo, a equação 61 pode ser escrita simplificadamente da forma seguinte.
Af = P / σc
0,85 fck
Em que σ c = γ γ , porém aqui usaremos σ c = 5 MPa. O valor adotado do
f c
ângulo β será 60º, dessa forma o valor de h pode ser obtido pela equação
62 ou equação 63, quando a base for falsa elipse.
D −∅
=H tg 60
= °∴ H 0,866 ( D − ∅ ) Equação 62
2
H = 0,866(a – θ) Equação 63
O valor de H deve ser no máximo 1,8 metro, por isso adotaremos H ≤ 1,8 m.
O volume da base pode ser obtido, aproximadamente, como sendo a soma do
volume de um cilindro com 20 cm de altura de um tronco de cone com altura
(H - 20 cm). Assim, temos a equação 64, em que V é em m³, A b (área da base) e
A f (área do fuste) é em m².
H − 0, 2
V= 0, 2 Ab +
3
(
Ab + Af + Ab . Af ) Equação 64
94
FUNDAÇÕES PROFUNDAS II – TUBULÕES E PATOLOGIAS │ UNIDADE IV
4P 4 ×1700
=D = = 1,9 m ou 190 cm
πσ S π × 600
4 ×1700
=∅ = 0, 66 m → 70 cm
π × 5000
A altura é obtida utilizando a equação 62, conforme segue. Lembrando que seu valor
deve ser menor que 1,8 metro. Em seguida, logo abaixo a figura 56 demonstra os
detalhes da fundação calculada.
95
UNIDADE IV │ FUNDAÇÕES PROFUNDAS II – TUBULÕES E PATOLOGIAS
H = 0,866(D-θ)
H = 0,866(190-70)
H =104 cm
Φ = 70 cm
D = 190 cm
H = 105 cm
Exemplo 2: projete um tubulão para o pilar abaixo com taxa no solo de 0,6 MPa.
P1 (30x30)
1200 kN
4P 4 ×1200
=D = = 1, 6 m
πσ S π × 600
96
FUNDAÇÕES PROFUNDAS II – TUBULÕES E PATOLOGIAS │ UNIDADE IV
Se utilizarmos a equação 59, veremos que a mesma não serve para este caso,
pois o valor obtido de 1,6 m resulta em uma distância do centro do pilar à
divisa inferior que D/2. Dessa forma, devemos adotar uma falsa elipse para a
base, utilizando a equação 60.
O valor de b = 2 . 62,5 = 125 cm, pois, diferentemente das sapatas, não é preciso
deixar folga de 2,5 cm para a colocação de forma. Assim teremos:
π b² π 1, 25² 1200
+ bx
= + 1, 25=
x x 0, 65 m
∴=
4 4 600
4 ×1200
=∅ = 0,55 m → 70 cm
π × 5000
Lembrando que, neste caso, a relação a/b deve ser menor ou igual a 2,5. Então,
190/125<2,5. OK!
A altura é obtida utilizando a equação 62, conforme segue. Lembrando que seu valor
deve ser menor que 1,8 metros. Em seguida, logo abaixo a figura 58 demonstra os
detalhes da fundação calculada.
H = 0,866(D-θ)
H = 0,866(190-70)
H = 104 cm
Φ = 70 cm
x = 65 cm
b = 125 cm
H = 105 cm
97
UNIDADE IV │ FUNDAÇÕES PROFUNDAS II – TUBULÕES E PATOLOGIAS
P1 (30 x 50)
P2 (30 x 60)
1880 kN
1980 kN
Resolução: inicialmente devemos analisar o diâmetro da base. Como a base dos tubulões
irá se sobrepor, devemos adotar falsas elipses e deixar uma folga de 10 cm entre as
duas. Adotaremos b=160 cm, logo, teremos a resolução seguinte.
Pilar 1
Área necessária
A = 1880 / 500
A = 3,76 cm²
Área do retângulo
3,76 – 2 = 1,76 m²
Verificação
OK!
Altura da base
H = 0,866(D-θ)
H = 0,866(270-70)
H = 175 cm
98
FUNDAÇÕES PROFUNDAS II – TUBULÕES E PATOLOGIAS │ UNIDADE IV
b = 1,6 m
x = 1,6 m
H = 1,8 m
Φ = 70 cm
x = 110 cm Φ = 75 cm
b = 160 cm x = 125 cm
H = 175 cm b = 160 cm
H = 180 cm
99
UNIDADE IV │ FUNDAÇÕES PROFUNDAS II – TUBULÕES E PATOLOGIAS
fck f ' yk
1, 4 N 0,85 Af
= + As Equação 65
1,5 1,15
𝐹𝐹 = 1,3 𝑝𝑝 × 𝑅𝑅
1,61 𝐹𝐹
𝐴𝐴𝑠𝑠 =
𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓
Estado-limite último
fck f ' yk
1, 4 N 0,85 Af
= + As
1,5 1,15
100
FUNDAÇÕES PROFUNDAS II – TUBULÕES E PATOLOGIAS │ UNIDADE IV
Estado-limite de utilização
fck
1, N = 0,85 Af Equação 66
1,3
Conforme mostra Alonso (2010), o valor de fck deve ser limitado a 18 MPa e
a camisa de aço é considerada com f’yk=240 MPa. Como a camisa é existente
do topo da base para cima, é necessária a colocação de uma armadura de
transição, cujo dimensionamento é feito com base na figura 62. Esta armadura
não necessita de estribos e é cravada na base em seguida da concretagem.
𝑒𝑒 𝑒𝑒
𝜋𝜋𝜋𝜋𝑚𝑚 𝑒𝑒 𝑓𝑓 ′ 𝑦𝑦𝑦𝑦 = 𝜋𝜋𝜋𝜋𝜋𝜋 𝜏𝜏𝑏𝑏𝑏𝑏 ℓ1
Como 𝑑𝑑𝑖𝑖 ≅ 𝑑𝑑𝑑𝑑, pois 𝑒𝑒 é pequeno,
ℓ1 𝑓𝑓′𝑦𝑦𝑦𝑦
ℓ1 = 𝑒𝑒
𝜏𝜏𝑏𝑏𝑏𝑏
ℓ2 é 𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 80 𝑐𝑐𝑐𝑐.
ℓ2
Tabela 5. Valores das cargas máximas resistidas por tubulões com camisa de aço incorporada.
101
UNIDADE IV │ FUNDAÇÕES PROFUNDAS II – TUBULÕES E PATOLOGIAS
{
1
150 .
4
ℓ1 = 180 5/ 16 .
4. 3 .
220 .
8
π di ²
E=ρ Equação 67
4
Campânula de
Pressão equilibrada ar comprimido
(resistida por tração
nas paredes da
câmpanula)
Tubulão
P
di
Pressão desequilibrada
(a ser resistida pelo
próprio + ancoragem)
Fonte: Alonso, 2010.
102
FUNDAÇÕES PROFUNDAS II – TUBULÕES E PATOLOGIAS │ UNIDADE IV
empuxo E precisa ser menor ou igual a 1,3 vezes P, em que P é o peso próprio
do tubo somando ao peso da campânula. As campânulas pesam geralmente
de 20 a 30 kN.
df (cm)
70 80 90 100 110 120 130 140 150
p MPa
0,03 12 15 19 24 29 34 40 46 53
0,05 19 25 32 39 48 57 66 77 88
0,07 27 35 45 55 67 79 93 108 124
0,10 39 50 64 79 95 113 133 154 177
0,15 58 75 95 118 143 170 199 231 265
0,20 77 100 127 157 190 226 265 308 353
0,25 96 126 159 196 238 283 332 285 442
0,30 116 151 191 236 285 339 398 462 530
Fonte: Alonso, 2010.
Fuste (cm)
70 80 90 100 110 120 130 140 150
Espessura da camisa
¼ pol 1,10 1,26 1,41 1,57 1,73 1,88 2,04 2,20 2,36
5/16 pol 1,38 1,58 1,78 1,98 2,18 2,37 2,57 2,77 2,97
3/18 pol 1,65 1,88 2,12 2,36 2,59 2,83 3,06 3,30 3,53
π × ( 20 + 70 + 20 ) ²
=Af = 9500 cm²
4
103
UNIDADE IV │ FUNDAÇÕES PROFUNDAS II – TUBULÕES E PATOLOGIAS
fck f ' yk
1, 4 N 0,85 Af
= + As
1,5 1,15
1, 6 50
1, 4 × 8000 =0,85 × 9500 + As
1,5 1,15
As = 45 cm2 → 23 θ 16 mm ou 9 θ 25 mm
F = 1,3 . p . R
Ab = P / σs
Ab = 8000 / 1000
Ab = 8 m²
Diâmetro
4P 4 × 8000
D
= = D 3, 2 m
→=
πσ S π 1000
Altura da base
H =0,866(D-θ)
104
FUNDAÇÕES PROFUNDAS II – TUBULÕES E PATOLOGIAS │ UNIDADE IV
H =0,866(3,2-1,1)
H =1,8 m
1,8 m ≤ 1,8 m
OK!
70
23 Φ 16
2ª concretagem
(a céu aberto) Estribos Φ 6,3 c 15
85 cm 20 cm
15 cm 15 cm Ferro extracálculo
200 cm
1ª concretagem
(sob ar 9 Φ 25
160 cm
comprimido) cravados após
concretagem
20 cm
da base
320 cm
Fonte: Alonso, 2010.
105
UNIDADE IV │ FUNDAÇÕES PROFUNDAS II – TUBULÕES E PATOLOGIAS
Ferragem de ligação
com o bloco
9 Φ 25 cravados após
concretagem da base
180 cm
80 cm
160 cm
1ª concretagem
20 cm (sob ar comprimido)
D = 320 cm
Fonte: Alonso, 2010.
π 1,1²
E = 100
4
E = 95 kN
P = 30 + 20 . 2,18
P = 74 kN
P/E < 1,3, portanto há necessidade de ancorar a campânula para uma força F que é
calculada da seguinte forma.
(P + F) / E = 1,3
(74 + F) / 95 = 1,3
F = 49,5 kN
106
CAPÍTULO 3
Detalhamento
d = diâmetro do fuste
Armadura (p/
compressão Concreto simples
simples) de ligação, usual ≥ 13,5 MPa
usual aço 12,5 mm
c/ 2 m.
H = altura do fuste
h = altura da base
i = altura do rodapé
D = diâmetro da base
107
UNIDADE IV │ FUNDAÇÕES PROFUNDAS II – TUBULÕES E PATOLOGIAS
Armadura de coroamento
Concreto
Va
Anéis metálicos
1,5 a 2,0 m
Prancha de madeira
(sarrafos)
Diâmetro do fuste
Prancha de madeira
(sarrafos)
Anel metálico
Fonte: Constancio, 2004.
108
FUNDAÇÕES PROFUNDAS II – TUBULÕES E PATOLOGIAS │ UNIDADE IV
Φ mín = 0,8 m
Peso
Cinta metálica
Tubo metálico
Braço
Máquina
Rotação
Benoto
Peso
Fonte: Constancio, 2004.
109
UNIDADE IV │ FUNDAÇÕES PROFUNDAS II – TUBULÕES E PATOLOGIAS
Campânula
Ar comprimido
Anel de concreto
2,0 a 3,0 m
N.A.
Porta Cachimbo de
concretagem
Cachimbo
para retirada
de solo
Ar comprimido
110
CAPÍTULO 4
Prova de carga em fundações e
patologias associadas
111
UNIDADE IV │ FUNDAÇÕES PROFUNDAS II – TUBULÕES E PATOLOGIAS
Ainda, a prova de carga pode ser realizada com carregamento rápido, lento,
misto ou cíclico, e para cada tipo de ensaio há uma normativa. No final do
ensaio é feito um relatório em que consta a descrição geral do ensaio feito,
tipo e características da estaca ensaiada, dados de instalação das estacas,
referências aos dispositivos de aplicação de carga e aos extensômetros, aferição
desses equipamentos, ocorrências excepcionais durante o ensaio, tabelas de
leitura carga-deslocamentos e tempo-deslocamentos, curva de carga versus
deslocamento e análise e interpretação dos resultados.
112
FUNDAÇÕES PROFUNDAS II – TUBULÕES E PATOLOGIAS │ UNIDADE IV
Neste tipo de ensaio, é produzida uma onda sonora que se propaga ao longo
da estaca e é refletida na ponta. É medida então a intensidade e a frequência
da onda, assim como as alterações que a onda sofre durante a sua propagação.
Baseando-se nos dados coletados, torna-se possível a avaliação da integridade
da estaca, bem como a determinação do módulo de elasticidade da estaca, que
vai depender da velocidade de propagação do som na estaca e do peso específico
do material que a compõe.
Patologias associadas
Uma estrutura pode apresentar diversos problemas, entretanto os
problemas relacionados às fundações são os que geram maiores custos
para serem recuperados e os mais difíceis de serem solucionados. Esses
problemas que ocorrem são denominados de patologias, e sua análise não é
simples e muito menos imediata. A análise deve ser feita cuidadosamente,
observando todas as alterações que possam aparecer na estrutura, como
113
UNIDADE IV │ FUNDAÇÕES PROFUNDAS II – TUBULÕES E PATOLOGIAS
Schnaid et al. (2015) apontam que as causas e fases principais que acarretam
os problemas em fundações são: caracterização do comportamento do
maciço; análise e projeto das fundações; execução; ações após a conclusão
das fundações; e degradação dos materiais constituintes das fundações. A
figura 75 apresenta de maneira resumida tais situações.
Patologia de
fundações
Ausência Comportamento do solo
Falha ou insuficiência Interação solo x estrutura
Interpretação inadequada Análise e cálculo
Especificações construtivas
Investigação Análise e
do subsolo projeto
Eventos
Execução
pós-conclusão
114
FUNDAÇÕES PROFUNDAS II – TUBULÕES E PATOLOGIAS │ UNIDADE IV
Também, algumas vezes as causas podem ser difíceis de identificar por serem casos
específicos, como por exemplo: a vegetação próxima às fundações; a expansão de
um solo que também pode acarretar danos estruturais; o rebaixamento da superfície
ocorrida devido às alterações nas camadas subterrâneas, como região de mineração
que egram cavernas subterrâneas.
Análise e projeto das fundações: nesta fase geralmente os problemas que mais
ocorrem são a escolha errado do tipo de fundação a ser utilizada; a má avaliação
do desempenho e estimativa de parâmetros do solo; as fundações serem
apoiadas em camadas finas e frágeis. Ainda, incluem-se também problemas
relacionados ao projeto, detalhes estruturais e especificações construtivas.
Execução das fundações: o segundo maior motivo para surgirem patologias nas
fundações são as falhas executivas. Nesta etapa, considera-se também os
elementos com geometria e dimensões erradas, que pode colocar em risco
o bom funcionamento da estrutura. Um erro muito visto nas execuções é a
presença de água durante a concretagem, o que afeta a qualidade do concreto,
e a falta de adensamento do concreto, que pode criar bolhas de ar, espaços
vazios e excesso de água do interior da massa.
115
UNIDADE IV │ FUNDAÇÕES PROFUNDAS II – TUBULÕES E PATOLOGIAS
116
Referências
117
REFERÊNCIAS
JJ LIMA REFORÇOS. Fundação com estaca mega. São Paulo. Disponível em:
https://www.jjlimaempreiteira.com.br/fundacao-com-estaca-mega. Acesso em: 2 fev.
2020.
118
REFERÊNCIAS
VWF FUNDAÇÕES. Estaca tipo Strauss. São Paulo. Disponível em: https://www.
vwffundacoes.com.br/estaca-tipo-strauss. Acesso em: 2 fev. 2020.
119