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Disciplina: Elementos de Máquinas

ELEMENTOS DE MÁQUINAS

PROJETOS MECÂNICOS /
DIMENSIONAMENTO A FADIGA

Arnaldo Augusto Almeida de Souza Júnior


Professor do Curso Técnico de Mecânica

IFPA / Belém – 2023


Disciplina: Higiene
Máquinas
Elementos
Ciclo
e Segurança
de
deFluxo
Palestras
Máquinas
dode
Trabalho
Engenharia – CPE 2016

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE
ELEMENTOS DE MÁQUINAS
UM PROJETO DE UM DETERMINADO ELEMENTO
DE MÁQUINA É:
- Uma sequência de idéias
- Uma satisfação pessoal ou de um grupo
- Uma transformação contínua
- Uma sequência de processos, até a assimilação final
daquilo que se idealizou como peça
- Uma revisão contínua daquilo que foi feito.
É NECESSÁRIO SE TER:
- Conhecimentos básicos de Resistência dos Materiais e
Ciência dos Materiais
- Conceitos de Mecânica Aplicada (Estática e Dinâmica)
- Senso prático
- Conhecimentos sobre Processos de Fabricação.
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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE
ELEMENTOS DE MÁQUINAS

PROJETO MECÂNICO:
.
- Surge sempre de uma necessidade
- Necessita apreciar uma avaliação econômica da(s)
escolha(s) feita(s)
- Exige definir claramente o problema e suas respectivas
limitações
- Garantir sintetizar as soluções encontradas
- Avaliar o projeto dentro de tudo aquilo que foi proposto
(como critérios para a avaliação estão: o atendimento à
necessidade e às limitações definidas anteriormente e
todos os demais fatores limitantes eventualmente
levantados durante a síntese).
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DIMENSIONAMENTO A FADIGA
MECÂNICA

Fadiga Mecânica é a degradação das propriedades


mecânicas, levando à falha do material ou de um
componente sob carregamento cíclico. No geral, fadiga é
um problema que afeta qualquer componente estrutural
ou parte que move.

Pode-se afirmar que 90% das falhas em serviço de


componentes metálicos que experimentam
movimento, de um jeito ou de outro, é devido à fadiga.
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DIMENSIONAMENTO A FADIGA
MECÂNICA
Freqüentemente, a superfície de fratura por fadiga irá
mostrar algumas características macroscópicas de fácil
identificação e associação ao fenômeno da fadiga, tais
como as “marcas de praia”
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DIMENSIONAMENTO A FADIGA
MECÂNICA
A figura anterior mostra um esquema da superfície de
fratura de um aço, que falhou por fadiga. As principais
características a serem observadas neste tipo de falha
são:
1) Ponto ou sítio de iniciação da trinca (geralmente na
superfície);
2) Região de propagação da trinca, mostrando as
marcas de praia; e
3) Região de fratura rápida, onde o comprimento de
trinca excede um valor crítico.
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DIMENSIONAMENTO A FADIGA
MECÂNICA
A figura a seguir, mostra uma fratura por fadiga de um
parafuso, causada por flexão repetida, unidirecional. O
ponto A indica o início da trinca que se propagou,
deixando “marcas de praia”, indicada pelo ponto B e
finalmente o ponto C, indicando a região final da fratura:
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DIMENSIONAMENTO A FADIGA
MECÂNICA
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TENSÕES CÍCLICAS
Na definição de fadiga, destacou-se que ela se deve a
esforços cíclicos repetidos. De maneira geral, peças
sujeitas a fadiga estão submetidas a esforços que se
repetem com regularidade. Trata-se das tensões
cíclicas.
A tensão cíclica mais comum é caracterizada por uma
função senoidal, onde os valores de tensão são
representados no eixo das ordenadas e o número de
ciclos no eixo das abscissas. As tensões de tração são
representadas como positivas e as tensões de
compressão como negativas.
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TENSÕES CÍCLICAS
As cargas que atuam nas peças podem ser classificadas
em dois grandes grupos: cargas constantes e cargas
variáveis.
Entre as constantes destaca-se a chamada carga estática
(constante e gradualmente aplicada na peça). Esta
designação não significa que a carga nunca varie; indica
que a variação, se houver, ocorrerá um número de vezes
relativamente pequeno e de tal modo que não acarrete
fadiga, nem choques no material. Entre as cargas
variáveis, obedecendo a um ciclo, destacamos:
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TENSÕES CÍCLICAS
a) Carga Alternada ou Carga Variável com Reversão
Completa. Neste tipo temos: ІσMáxІ = ІσMínІ
b) Carga Repetida: carga variável sem reversão, com o
valor mínimo nulo: σMín = 0
c) Carga Variável com ou sem reversão parcial não se
enquadrando, portanto, nas duas anteriores, isto é, não
terá nunca ІσMáxІ = ІσMínІ, nem σMín = 0
 Como exemplos característicos dos dois primeiros tipos,
citamos:
* Caso a) Eixo girando, com as cargas de flexão
constantemente dirigidas em um determinado sentido;
* Caso b) A carga que atua nos dentes das engrenagens;
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TENSÕES CÍCLICAS

CARGA ALTERNADA CARGA REPETIDA

CARGA VAR. COM REV. PARCIAL CARGA VAR. SEM REVERSÃO


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TENSÕES DE FADIGA
A experiência tem mostrado que uma peça submetida a
uma carga cíclica (carga variável, portanto) falha, depois
de um certo tempo, em tensões muito mais baixas do
que as obtidas nos testes estáticos do material de que é
feita. Diz-se, então, que houve falha por fadiga, isto é,
foi atingido o limite de resistência à fadiga ou limite
de duração do material.
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TENSÕES DE FADIGA
Nas cargas definidas anteriormente, têm-se as tensões
máxima (σMáx), mínima (σMín), média (σM), variável ou
amplitude (σV).
 Assim,
a) Carga Alternada: ІσMáxІ = ІσMínІ, sendo:
σM = (σMáx + σMín) / 2 = 0 e σV = (σMáx - σMín) / 2 = σMáx

b) Carga Repetida: σMáx ≠ 0 , σMín = 0, sendo:


σM = σMáx / 2 e σV = σMáx / 2
c) Carga Variável com ou sem Reversão Parcial: σMáx ≠ 0 ,
σMín ≠ 0, sendo:
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TENSÕES DE FADIGA
Limite de Resistência à Fadiga ou Limite de Duração
(σN) de um material, referente a uma tensão média (σM), é
a tensão alternada máxima que, superposta a essa tensão
média, possa ser aplicada indefinidamente sem causar
fratura do material.
Quando a tensão média de referência é nula (σM = 0) diz-
se, apenas, limite de resistência à fadiga ou limite de
duração. Tais limites são determinados em testes.
No estudo da fadiga, os esforços variáveis podem ser
quaisquer, isto é, tração, compressão, flexão, torção ou
qualquer combinação desses.
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TENSÕES DE FADIGA
Os testes para a determinação do limite de resistência à
fadiga, σN, não tem a simplicidade de um teste de tração,
por exemplo. Assim, são relativamente fracas as
informações diretas, tabeladas, do σN, enquanto que
facilmente se tem σRuptura e σEscoamento para a tração.
As experiências têm mostrado que há relação entre a σRuptura
e σN, não parecendo existir entre σEscoamento e σN. Os metais
ferrosos, em geral, têm o limite de resistência à fadiga bem
definido. Outros materiais (não ferrosos) não têm o σN
definido. Em conseqüência, a tensão que tais materiais
podem suportar com carga variável é função do número de
ciclos, isto é, tais materiais exigem o cálculo feito para uma
determinada duração (vida) da peça.
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TENSÕES DE FADIGA
Considerando que seja efetuada o teste da barreta rotativa
(carga de flexão alternada), com corpo de prova
"espelhado" (preparado em laboratório), diâmetro da
barreta da ordem de 7,62 mm e ausência completa de
qualquer elemento causador de concentração de tensões,
poderemos apresentar algumas relações entre o limite de
resistência à fadiga (σN) e a tensão de ruptura por tração
(σRuptura), conforme pode ser visto na tabela 01 a seguir:
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FATORES QUE INFLUENCIAM O LIMITE DE


RESISTÊNCIA À FADIGA

1) Acabamento Superficial:
Não se deve empregar os valores de σN tabelados, sem se
fazer uma correção correspondente ao acabamento
superficial. Tais correções são encontradas em tabelas ou
diagramas, em função da tensão de ruptura por tração do
material, tal como é visto na tabela 02 a seguir:
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FATORES QUE INFLUENCIAM O LIMITE DE


RESISTÊNCIA À FADIGA

2) Tamanho da Peça:
A tabela 03 permite determinar a correção a ser
considerada, tendo em vista o tamanho da peça. Note-se
que na tabela, entre 10 mm (≈1/2") e 50 mm (2") de
diâmetro, o limite de resistência à fadiga varia de 100% a
70%. Nesta faixa, alguns autores preferem trabalhar com o
valor médio de 85%.
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FATORES DE SEGURANÇA NO CASO DA FADIGA


Quando se faz a determinação do σN como foi visto,
dos subfatores que compõem o fator de segurança apenas a
margem real de segurança não foi considerada. Todos os
outros, de um modo ou de outro, ficam explicitamente
verificados e suas influências compensadas na determinação
do σN. Assim, considerando σN como tensão perigosa, o FS,
normalmente, fica na faixa de:
1,25≤ FS ≤ 2,5
Valores maiores do que 2,5 exigem estudo mais minucioso
para se verificar se há alguma razão especial para esse
aumento ou se é apenas ponto de incerteza. Em geral, os
valores acima de 3,5 somente poderão ser aceitos em casos
muito especiais (risco de vida, por exemplo).
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APLICAÇÃO DO σN AO CASO DE UMA CARGA


VARIÁVEL QUALQUER

EQUAÇÕES DE SODERBERG E DE GOODMAN


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APLICAÇÃO DO σN AO CASO DE UMA CARGA


VARIÁVEL QUALQUER
EQUAÇÕES DE SODERBERG E DE GOODMAN
A equação de Soderberg é grandemente usada na prática.
Na fig. anterior, o pto. A (0, σN) caracteriza a ação de uma
carga alternada igual ao limite de resistência à fadiga do
material. O pto. B (σE , 0) caracteriza a tensão igual ao
limite de escoamento do material. Qualquer pto. C indicará
a ação de uma carga variável qualquer: C (σM , σV). Assim, a
linha AB caracteriza a falha da peça por fadiga (pto. A), por
deformação (pto. B) ou por efeito de uma carga variável
qualquer (pto. C). Para dimensionar, necessitamos de uma
linha de segurança. Tomando fatores de segurança FS
sobre σN e σE, que poderão ser iguais ou não, temos a linha
DE (no caso, tomamos um só FS, o que nos dá DE paralela
à AB). Essa linha DE é o lugar dos pontos de segurança FS.
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APLICAÇÃO DO σN AO CASO DE UMA CARGA


VARIÁVEL QUALQUER
EQUAÇÕES DE SODERBERG E DE GOODMAN

A equação da reta DE pode ser escrita, sendo P (σM , σV) um


ponto qualquer (ver demonstração em sala):
(1 / FS) = (σM / σE) + (σV / σN)
(1)

A equação (1) é a Equação de Soderberg, aplicada aos


materiais dúcteis e com o mesmo FS sobre σN e sobre σE.

Para materiais frágeis, basta substituir σE por σR, o que


resulta:
(1 / FS) = (σM / σR) + (σV / σN)
(2)
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APLICAÇÃO DO σN AO CASO DE UMA CARGA


VARIÁVEL QUALQUER
EQUAÇÕES DE SODERBERG E DE GOODMAN
Na prática, essas equações são de grande utilidade, permitindo
dimensionar a peça para uma carga variável ou verificar uma
peça já existente. As equações (1) e (2) são simbólicas: o σN
que nelas aparece indica apenas limite de resistência à fadiga.
Poderá ser o de flexão, cargas axiais ou de torção. As tensões
acompanham o esforço considerado. Por exemplo,
considerando a torção, poderíamos escrever:
(1 / FS) = (ƬM / ƬE) + (ƬV / ƬN) (3)
Se quisermos FS diferentes, um sobre σN e outro sobre
σE, as equações (1) e (2) terão aspectos diferentes. Poderão
ser facilmente determinadas pelo próprio leitor (equação de
uma reta passando por dois pontos).
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EXERCÍCIOS
1) Uma barra quadrada de aço forjado deverá suportar uma
carga de tração variável entre os valores 20.000 kgf e
10.000 kgf. Dimensionar a barra:
  
2) Uma peça de máquina sofre tensões que variam
ciclicamente de 800 a 1.600 kgf/cm2 e é fabricada em aço
AISI C 1030 laminado:
a) Considerando o esforço como sendo flexão, determinar o
fator de segurança;
b) Calcular o mesmo fator de segurança, considerando a
solicitação como sendo torção.
 
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EXERCÍCIOS

3) Uma peça de máquina de seção circular sofre um ciclo de


esforços de tração, que varia de -6.000 kgf a + 24.000 kgf.
Sabendo que o material empregado é o aço AISI C 3150
temperado e revenido a 550ºC e o fator de segurança
desejado é 2, pede-se determinar a dimensão da seção da
peça, aplicando a expressão matemática do Diagrama de
Soderberg:
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ANEXO
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Muito Obrigado

Até uma Próxima!!

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