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PROJETO INTEGRADOR

ANÁLISE DE RESISTÊNCIA DE SOLDA EM CORPOS DE PROVA


SUBMETIDOS A SOLDAGEM COM ELETRODO REVESTIDO E-6013

EDUAR KLABUNDE
FLADERSON SCHOENINGER
LUIZ ROBERTO GONÇALVES
MATHEUS TODT
TALISON LOCH
THAYSE EDUARDA DRUN
RESUMO

Este trabalho terá o enfoque na comparação das soldas realizadas com


eletrodo revestido E-6013 em corpos de prova submetidos a procedimentos de
soldagem, onde, os corpos de prova “a” – passaram por um processo soldagem com
procedimentos corretos, regulagem adequada da máquina de solda de acordo com as
especificações do fabricante do eletrodo e profissional habilitado; e os corpos de prova
“b” – foram submetidos a soldagem com procedimentos inadequados, parâmetros
incorretos da máquina de solda, e realizada por profissional não habilitado. Conforme
a necessidade da situação. Após sua confecção os corpos de prova foram soldados
e posteriormente submetidos ao ensaio de tração, em seguida foi realizada uma
análise dos gráficos e obtido resultados do teste.
Palavras chave: corpos de prova, ensaio de tração, eletrodo revestido.

1 INTRODUÇÃO
Denomina-se soldagem o processo de união entre duas partes metálicas
usando uma fonte de calor, com ou sem aplicação de pressão. A solda é resultado
desse processo. (WAINER, BRANDI, MELLO, 2002).
Para este trabalho propomos analisar por meio de ensaios de tração as
propriedades mecânicas de cordões de soldas realizados com eletrodo revestido
ESAB E-6013 em dois corpos de prova “a” e “b” submetidos a diferentes
características de soldagem, confeccionados e adaptados conforme a capacidade da
máquina de ensaio de tração.

1.1 OBJETIVO GERAL


I. Analisar e comparar através dos gráficos de resistência, a distinção entre
as soldas executadas com eletrodo revestido E-6013 em dois grupos de
corpos de prova com procedimentos de soldagem distintos.

1.2 OBJETIVO ESPECÍFICO


I. Análise da resistência a tração da solda efetuada em condições ideais
do processo (soldador habilitado).
II. Análise da resistência a tração da solda efetuada em condições não
ideias do processo (soldador não habilitado).
III. Realizar um comparativo de efeitos relacionado aos testes de tração,
comparando a interferência de um procedimento de soldagem bem
executado no corpo de prova “a”, enquanto o corpo de prova “b”
submetido a procedimentos incorretos.

2 ENSAIOS MECÂNICOS
Para que se possa determinar as propriedades mecânicas dos materiais
metálicos é necessário a realização de ensaios mecânicos. Estes ensaios se dividem
entre destrutivos e não-destrutivos. Os ensaios mecânicos destrutivos são compostos
por ensaio de tração, dobramento, torção, fadiga, impacto, compressão e outros.
De acordo com SOUZA (1982), compõe os ensaios não destrutivos ensaios por
líquido penetrante, raio x, ultrassom dentre outros.
Para este trabalho optamos por realizar o ensaio de tração, pois através deste,
é possível avaliar diversas propriedades mecânicas dos materiais. Para Souza,
(1982), a facilidade de execução e a reprodutividade dos resultados tornam o ensaio
de tração o mais importante.

2.1 ENSAIO DE TRAÇÃO


Este ensaio está contido no grupo dos ensaios classificados como destrutivos
cujo objetivo é analisar as propriedades mecânicas dos materiais, o corpo de prova é
sujeito a aplicação de força de tração em apenas uma direção axial. Segundo
CALLISTER (1999) essa força é aumenta de maneira uniforme até sua ruptura. A
máquina que realiza o teste de tração alonga o corpo de prova com uma velocidade
constante, e o resultado do teste é registrado em forma de gráfico que relaciona a
força aplicada e deformação ocorrida durante o teste.

2.2 PROPRIEDADES MECÂNICAS OBTIDAS PELO ENSAIO DE TRAÇÃO

Ao realizar o ensaio de tração, um gráfico tensão x deformação é gerado a


partir da análise das medidas das cargas ou (tensão) e da deformação que o corpo
de prova sofre durante o ensaio. O ensaio de tração nos fornece quatro informações
básicas sendo elas: limite Elástico, limite de escoamento, limite de resistência, limite
de ruptura.

2.3 LIMITE DE RESISTÊNCIA

Ao fim da fase elástica o material entra em sua fase plástica, caso a força não
cesse, o ensaio continuará até que seja atingida a tensão máxima que o material
suportará o que caracteriza o fim da fase plástica e o início da estricção. O limite de
Resistência é dado pela expressão:
Equação 1 – Limite de resistência
𝑄𝑟
𝜎𝑟 = Eq. (2)
𝑆𝑜
Onde 𝑄𝑟 representa a carga máxima atingida no ensaio dado em (N) e 𝑆𝑜
representa a área inicial dado em (mm²). A unidade de medida do limite de resistência
é dada em (MPa).

3 ANÁLISES DE RESULTADOS DOS CORPOS DE PROVA SUBMENTIDOS


AO ENSAIO DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO
Os valores demonstrados em tabelas retiradas dos relatórios de ensaios são
as cargas máximas que cada corpo de prova suportou, ou seja, a partir deste ponto
os corpos de provas saem da fase plástica e iniciam a estricção mais popularmente
conhecida como empescoçamento, bem como porcentagem de alongamento elástico,
tensão máxima, entre outros. Em anexo aos apêndices segue as informações dos
gráficos Tensão e Deformação gerados pela máquina de ensaio universal. A seguir
tem-se a tabela com os resultados obtidos de forma comprimida para melhor
entendimento.
Tabela 1 – Comparativo de resultados encontrados entre os corpos de prova “A” e “B”.
Comparativo entre os corpos Corpos de prova da familia "A" Corpos de prova da familia "B" Média A Média B %
de prova A e B A A1 A2 B B1 B2

Carga máxima (N) 14070.52 13728.81 13849.41 12911.38 10961.61 13561.3 13882.91333 12478.0967 0.1012
Alongamento elástico (%) 19.55 18.75 20.86 32.99 43.3 28.64 19.72 34.9767 0.4362
Tensão máxima (N/mm²) 478.59 466.97 471.07 443.69 372.84 461.27 472.21 425.9333 0.098
Estricção (%) 51.633 69.49 72.653 63.23 21.68 15.816 41451.83 8102.3333 0.8045
Tensão de escoamento (N/mm²) 324702 320085 333631 325015 278185 330820 326139.3333 311340 0.0454
Carga de escoamento (N) 9546.23 9410.5 9808.75 9457.93 8178.62 9726.12 9588.493333 9120.89 0.0488
Razão elástica 1474 1459 1412 1365 1340 1394 1448.333333 1366.3333 0.0566
Fonte: Os autores.

Ao analisar os resultados obtido pelo ensaio de resistência a tração, pode-se


afirmar que o grupo de corpos de prova “A” cujos procedimentos de soldagem foram
realizados de forma técnica obtiveram médias superiores em relação a carga máxima
e tensão máxima suportada pelos corpos de prova “B” com procedimentos
inadequados. No geral, notoriamente os demais valores encontrados mostram-se de
certa forma homogêneos, mas, observando os resultados obtidos, constatou-se que
a solda realizada com nos corpos de prova “A” obtiveram melhores resultados em
relação aos corpos de prova “B”, o que demonstra que procedimentos de soldagem
tecnicamente bem executados, revelam-se com resultados extremamente
satisfatórios.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através da análise dos resultados, pode-se verificar que os parâmetros de
solda estão intimamente ligados à capacidade que o processo tem de se manter
estável. De tal forma, caso estejam mal ajustados, podem a princípio, não
representarem necessariamente um problema imediato no resultado final, mas se uma
somatória de fatores desfavoráveis acontecer, esses parâmetros estarão contribuindo
diretamente para a geração de falhas no processo.
Para enfatizar tais fatores, as análises dos resultados dos ensaios de
resistência a tração mostram a importância de procedimentos bem executados para
garantir a qualidade e a eficiência no resultado final.
Desta maneira é perceptível que no grupo de corpos de prova “a”, a resultante
de processos bem alinhados durante a soldagem se sobressaem em relação aos
corpos de prova “b”, onde métodos inadequados foram aplicados no processo. Como
mostram os resultados dos gráficos em anexo nos apêndices.
O mais importante, portanto, é detectar as condições específicas de operação
do processo e controlar essas condições de forma que suas variações não
comprometam a eficiência final do processo. Nesse sentido, caso exista viabilidade
econômica, definitivamente vale a pena aplicar os recursos técnicos e soluções
tecnológicas.

5 REFERENCIAL
BRACARENSE, Alexandre Queiroz; MARQUES, Paulo Villani e MODONESI, Paulo
José. Soldagem Fundamentos e Tecnologia. Belo Horizonte: UFMG, 2011.

CALLISTER Jr, Willian D. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução. Salt


Lake City: LTC, 1999.

CENTRO DE CONHECIMENTO ESAB. ESAB. (Online). Acesso em 2019.


Disponível
em:www.esab.com.br/br/pt/education/blog/processo_soldagem_eletrodo_revestido_
mma_smaw.cfm.

DIAS, Cleidimar; BATISTA, Éder; COSTA, Wallyson; Silva, Wilson de Paula.


ANÁLISE DAS JUNTAS DE ELEMENTOS SOLDADOS REALIZADOS COM
ELETRODOS REVESTIDOS E6013 DE DIFERENTES MARCAS. TCC (Engenharia
Mecânica) – Faculdade Uni Evangélica, Goiás, 2017.

SOUZA, Sergio Augusto de. Ensaios mecânicos materiais soldados. São Paulo:
Edgard Blücher LTDA, 1982.

TÉCNICAS, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS. NBR 6152: Materiais


Metálicos: Ensaio de tração a temperatura ambiente. Rio de Janeiro: s.n., 2002.

WAINER, Emilio; BRANDI, Sérgio Duarte; MELLO, Fábio Décout Homem. Soldagem
Processos e Metalurgia. 3. Ed. São Paulo: Edgard Blücher LTDA, 2002.

6 APÊNDICES

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