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MEDINDO A DISPONIBILIDADE DE

FÓSFORO PARA A CULTURA 1


EFICIÊNCIA DA ADUBAÇÃO COM O MINERAL POLIHALITA:
UM FERTILIZANTE MULTINUTRIENTE
Fábio Vale1
Edienne Silva Girotto2

1. INTRODUÇÃO primordial para se obter sucesso. Deve-se dar atenção para

A
que as plantas tenham acesso a todos os nutrientes neces-
população mundial atingiu o patamar de sete sários e em quantidades adequadas para cada espécie a ser
bilhões de pessoas, e esse número vem aumen- cultivada, pois existe uma relação entre eles, e a escassez de
tando anualmente. Com isso, a necessidade qualquer um deles tem o potencial de limitar o crescimento, a
de se produzir alimentos e energia é crescente, incluindo produtividade e a qualidade das culturas, como afirma a “Lei
cereais, grãos, hortaliças e proteína animal. A fome mundial do Mínimo” de Justus von Liebig (BROWNE, 1942). Isso
aumentou em 2020 sob a sombra da pandemia do Covid-19. significa que, além de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio
Depois de permanecer praticamente inalterada por cinco anos, (K), deve-se fornecer os outros macronutrientes – cálcio (Ca),
a prevalência de subnutrição (PoU) subiu de 8,4 para cerca de magnésio (Mg) e enxofre (S), e também incluir nos manejos
9,9% em apenas um ano, aumentando o desafio de se atingir nutricionais os micronutrientes, pois a adubação balanceada
a meta do Fome Zero até 2030 (FAO, 2021). é fundamental para se obter o máximo potencial de produti-
A produção de alimentos é basicamente dependente da vidade das culturas.
agricultura, ganhando cada vez mais importância a necessi- Embora o K esteja presente na maioria das rochas e
dade de serem adotados manejos corretos dentro dos sistemas solos, as fontes econômicas desse nutriente estão associadas
produtivos, visando o aumento de produção da agropecuá- a depósitos evaporíticos sedimentares na forma de cloretos
ria, sem, contudo, ameaçar a sustentabilidade ambiental. O e sulfatos. Poucos minerais de K são utilizados na produção
desafio é produzir mais alimentos, interferindo minimamente de fertilizantes potássicos, sendo a silvinita e a carnalita os
no tamanho da área cultivada, isto é, aumentando a produ- mais comuns para produção da fonte mais abundante do
tividade. Dentro desse cenário, a utilização das melhores nutriente – o cloreto de potássio (KCl). Depósitos desses
práticas visando a adequada nutrição mineral das plantas é minerais formaram-se há milhões de anos por evaporação

Abreviações: B = boro; Ca = cálcio; Fe = ferro; IS = índice salino; Mg = magnésio; N = nitrogênio; Cl = cloreto; K = potássio; KCl = cloreto
de potássio; Na = sódio; NaCl = halita; P = fósforo; PoU = prevalência de subnutrição; S = enxofre; CaSO4 = anidrita.

1
Engenheiro Agrônomo, Dr., ICL América do Sul; e-mail: fabio.vale@icl-group.com
2
Engenheira Agrônoma, ICL América do Sul; e-mail: edienne.girotto@icl-group.com

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de águas salinas em bacias restritas, que geraram minerais de potássio, magnésio e cálcio, associados à halita (NaCl)
concentrados em profundidade, variando de 300 até mais de (BARBIER et al., 2017).
2.500 m em algumas regiões do planeta. Porém, existem Registros históricos da descoberta da polihalita existem
depósitos em lagos com alta concentração salina, com pos- em diversos lugares do mundo. Incialmente, foi encontrada
sibilidade de se extrair fertilizantes. Israel e Jordânia produ- na Áustria e descrita por Stromeyer (1818), posteriormente,
zem KCl por meio da evaporação das águas do Mar Morto em outras áreas da Europa, porém, o principal depósito do
(ROBERTS, 2005). mineral foi registrado décadas depois no Texas e no Novo
Além do KCl, outras fontes do nutriente têm sido México, EUA (SCHALLER; HENDERSON, 1932), a seguir
utilizadas nas últimas décadas, destacando-se o sulfato de na Rússia (KURNAKOV et al., 1937), e por último em Zechs-
potássio (K2SO4), o sulfato duplo de potássio e magnésio, tein, Yorkshire, Inglaterra (STEWART, 1949).
obtido do mineral langbeinita (K2SO4.2MgSO4), e o nitrato Na década de 1930, os Estados Unidos demonstravam
de potássio (KNO3) (Tabela 1). forte interesse por esse mineral, pela sua abundância na região
oeste do Texas e Novo México – cerca de 106.800 quilôme-
Tabela 1. Composição dos fertilizantes minerais potássicos.
tros quadrados de depósito (MANSFIELD; LANG, 1929).
N K2O S Mg Cl Contudo, com a descoberta do KCl em grandes quantidades
Fertilizante em Saskatchewan, Canadá, o interesse diminuiu, fazendo com
- - - - - - - - - - - - - (%) - - - - - - - - - - - -
que a indústria se voltasse para aquela área de mineração.
Cloreto de potássio 58-62 47 Historicamente, o mineral atraiu pouco interesse das
Sulfato de potássio 48-53 15-19 empresas devido ao seu menor teor de K e disponibilidade
prolongada, em comparação a outras fontes de K. Porém, nos
Langbeinita 21-22 20-22 10-11
últimos anos, a polihalita vem sendo vista como um fertili-
Nitrato de potássio 12 44-46 zante em potencial, em função do aumento do preço do KCl,
que possibilitou incentivos para a utilização de fertilizantes
Fonte: Adaptada de Agrolink (2022).
potássicos alternativos, e pela necessidade de S para otimi-
zar a produtividade e qualidade das culturas. Atualmente, é
O Brasil é o segundo maior consumidor de potássio,
extraída em pequenos volumes, comparativamente a outros
o terceiro de fósforo e o quarto de nitrogênio (OLIVEIRA et
fertilizantes, mas com aumentos significativos nos últimos
al., 2019), sendo o quarto consumidor mundial de fertilizan-
anos. A indústria continuou a evoluir, e atualmente a Boulby
tes, com 7% do volume, atrás da China, dos Estados Unidos
Mine, subsidiária da empresa Israel Chemicals Limited
e da Índia (SAAB; PAULA, 2008). Em 2021, estima-se
(ICL UK), extrai o mineral a 1.200 m de profundidade na
que o consumo de fertilizantes no país tenha ultrapassado
região de Yorkshire, Reino Unido, distribuindo cerca de
42 milhões de toneladas, dos quais mais de 11 milhões de
800 mil t/ano de polihalita para todo o mundo, como fer-
toneladas são de KCl.
tilizante para aplicação direta ou para complementação de
Desde 2015, um novo mineral – a polihalita – vem misturas NPK (IMAS, 2017) (Figuras 1 e 2).
ganhando destaque como fonte alternativa e complementar
Esse mineral natural, de características exclusivas, é
para a adubação potássica, trazendo quatro macronutrientes
utilizado como fertilizante multinutriente, além de ser uma
em um único grânulo – K, Ca, Mg e S, e apresentando diversas
das poucas fontes de K indicadas para culturas sensíveis ao
características diferenciais, como baixo índice salino e dispo-
cloreto. O primeiro relato sobre o uso da polihalita como ferti-
nibilidade prolongada dos nutrientes no solo. Assim, vem se
lizante foi feito por Fraps (1932), a partir de um experimento
mostrando como fonte de nutrientes com alto potencial para
realizado em vasos com as culturas de milho e sorgo no Texas,
o manejo sustentável do balanço nutricional das principais
EUA (Figura 3). Ele mostrou que a polihalita é uma fonte
culturas, permitindo ganhos em produtividade, sanidade e
adequada para uso como fertilizante potássico, fornecendo
qualidade (VALE; SÉRIO, 2017).
equivalência na disponibilidade de K em comparação com
os fertilizantes KCl e K2SO4.
2. FORMAÇÃO E EXTRAÇÃO DO MINERAL
O efeito da polihalita como fertilizante foi comparado
POLIHALITA ao de sais comerciais solúveis equivalentes em vários expe-
A polihalita é um sulfato de potássio, cálcio e magnésio rimentos. Na Universidade do Colorado, EUA, Barbarick
diidratado [K2Ca2Mg(SO4)4.2H2O]. Corresponde ao mineral (1991) encontrou melhor resposta produtiva do sorgo for-
natural produzido por sucessivos eventos de evaporação mari- rageiro a doses crescentes de polihalita, em comparação às
nha ao longo da história (KEMP et al., 2016) e que apresenta mesmas doses de sulfato de potássio (Figura 4), atribuindo à
enorme potencial como fertilizante potássico devido à baixa característica de solubilidade mais lenta a responsabilidade
quantidade de Cl e riqueza em K, Ca, Mg e S (OGORODOVA por esse efeito. Tiwari et al. (2015) encontraram vantagem na
et al., 2016; ALBADARIN et al., 2017). Em grego, polihalita utilização de polihalita para a produção de óleo nas culturas
significa “muitos sais” e é o mineral derivado de sulfatos de mostarda e gergelim, em relação à utilização de quanti-

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Figura 1. Boulby Mine, localizada na região de Yorkshire, Reino Unido – única mina comercial de polihalita em operação atualmente.
Crédito da foto: ICL Fertilizers UK.

Figura 2. Extração de polihalita a 1.200 m de profundidade na


Boulby Mine, região de Yorkshire, Reino Unido.
Crédito da foto: ICL Fertilizers UK. B

dades equivalentes de fertilizantes solúveis. Em repolho e


couve-flor, maiores rendimentos e qualidade foram obtidos
quando a polihalita foi utilizada como fonte de Ca, Mg e S, em
comparação com a adubação com sais solúveis equivalentes
(SATISHA; GANESHAMURTHY, 2016).

3. CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES
DA POLIHALITA
A polihalita, por ser um mineral com características
únicas, é um fertilizante com alto potencial para atender as
culturas em geral, promovendo diversos benefícios relacio-
nados à qualidade e produtividade.

3.1. Composição mineralógica


A polihalita é um mineral evaporítico – sulfato hidra-
tado de potássio, cálcio e magnésio – que se cristaliza no Figura 3. Primeiro trabalho registrado sobre avaliação da nutrição de
sistema triclínico pseudo-ortorrômbico, embora os cristais plantas com polihalita. Imagem da capa da publicação (A)
sejam muito raros. O formato normal varia de maciço a e do experimento em vasos, comparando polihalita e sulfato
fibroso. Apresenta coloração de branco a cinza, como o de potássio no desenvolvimento de milho em areia (B).
mineral extraído na Boulby Mine (Figura 5), embora possa Fonte: Fraps (1932).

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80 12% de Ca, 3,6% de Mg e 19,2% de S, todos na forma solúvel
Polihalita
em água. Apesar de apresentar um limite de solubilidade em
Sulfato de potássio
água menor do que o de outras fontes de K, quando aplicado
70 em doses abaixo do seu limite de solubilidade fornece K, Ca,
Mg e S em quantidades mais que suficientes para o cresci-
Matéria seca (g vaso-1)

mento das plantas (YERMIYAHU et al., 2017).


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3.3. Mineral natural com utilização direta
y = -0,0002x2 + 0,1555x + 35,24
na agricultura
R² = 0,9287
50 Por ser um mineral praticamente isento de contaminan-
y = -6E-05x2 + 0,0578x + 45,36 tes e estar na forma de sais solúveis, a polihalita é simples-
R² = 0,8557
mente extraída, triturada, peneirada e distribuída para todo o
40 mundo, sendo utilizada no solo em seu estado natural. Na sua
100 200 300 400 500 600 produção não há processos químicos envolvidos e está pronta
K (mg kg-1 de solo) para uso – direto da mina para o campo. Em função da produ-
ção simplificada, apresenta baixa pegada de carbono, sendo
Figura 4. Produção de matéria seca de sorgo forrageiro em função fator interessante e levado em consideração por produtores e
de doses crescentes de potássio na forma de polihalita e
processadoras de alimentos, quando na obtenção de insumos,
de sulfato de potássio.
em diversas partes do mundo, incluindo o Brasil (Figura 6).
Fonte: Barbarick (1991).

kg CO2/ kg produto

Polihalita 0,034
Sulfato de potássio 0,11
Cloreto de potássio 0,23
Superfosfato triplo 0,25
Nitrato de cálcio 0,68
MAP 0,70
15-15-15 0,76
Sulfato de amônio 0,83
Ureia 0,90
Nitrato de cálcio e amônio 1,00
Nitrato de amônio 1,15

Figura 6. Medida da pegada de carbono de produtos utilizados


como fertilizantes na agricultura.
Fonte: ICL FERTILIZERS.
Figura 5. Polihalita extraída na Boulby Mine, no Reino Unido.
Mineral natural, em sua composição original, formado
pela evaporação de mares.
3.4. Solubilidade com disponibilidade
Crédito da foto: ICL Fertilizers UK. prolongada
A solubilidade é uma característica importante dos fer-
se apresentar vermelho em algumas regiões, devido a inclu- tilizantes e varia consideravelmente entre as fontes, afetando
sões de óxido de ferro. É transparente, fluorescente e não a taxa de liberação dos nutrientes e, portanto, a sua disponi-
magnético por natureza. Suas fraturas são frágeis, como bilidade para as plantas. Além disso, ela afeta o potencial de
mostrado por vidros e minerais não metálicos (BINDI, perdas por lixiviação, escorrimento superficial e volatilização,
2005). em adição à possibilidade de uso na produção de fertilizantes
líquidos. Barbarick (1991) afirma que a polihalita é menos
3.2. Composição química solúvel em água do que as fontes de fertilizantes convencio-
A polihalita é um mineral de ocorrência natural con- nais e pode liberar os nutrientes de maneira gradual. Essa
tendo quatro macronutrientes: K, Ca, Mg e S. A pureza do disponibilidade prolongada dos nutrientes garante a nutrição
mineral é muito alta (95% polihalita), com concentração de durante as diferentes fases de desenvolvimento das culturas e
cloreto de sódio (NaCl) menor que 5%, além de apresentar faz com que as perdas por lixiviação sejam reduzidas.
traços de boro (B) e ferro (Fe) na ordem de 300 e 100 mg kg-1, Diversos experimentos que avaliaram a utilização de
respectivamente. A polihalita tem a garantia de 14% de K2O, polihalita mostraram vantagens significativas em grande

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número de culturas (PVFCCo, 2016a, 2016b; TAM et al., crescentes de água até 800 mm. Enquanto K e Mg apresen-
2016; MELGAR et al., 2018; TIEN et al., 2018; ERYUCE et taram resíduos desprezíveis ou nulos, a dissolução de S foi
al., 2019). No entanto, alguns pesquisadores observaram que mais gradual, e os resíduos de Ca permaneceram constantes.
os grânulos de polihalita permanecem visíveis no campo por Apoiado por pesquisas anteriores, o estudo demonstrou que
algum tempo após a aplicação, levantando dúvidas sobre a dis- a dissolução da polihalita em água leva mais tempo e requer
ponibilidade de nutrientes após a aplicação deste fertilizante. maiores volumes de água, em comparação a outros fertili-
A solubilidade da polihalita e a potencial disponibili- zantes solúveis. Porém, o residual de grânulos de nutrientes
dade de seus vários minerais constituintes foram investigadas visualmente presentes na superfície após as avaliações não
tanto em teste de laboratório quanto em experimento de campo foram significativos, indicando segurança, ao se considerar
por Yermiyahu et al. (2019). No teste de laboratório, os sais de os teores garantidos do produto. Esta vantagem reduz os
K e Mg foram completamente dissolvidos, enquanto os sais riscos de danos por excesso no uso do fertilizante e permite
de Ca apresentaram solubilidade mais lenta. No experimento a aplicação de polihalita como fertilizante de liberação mais
de campo, realizado em solo arenoso, no deserto do Negev, lenta, comparada às fontes mais solúveis.
em Israel, sob ciclos repetidos de molhamento que simula- Pesquisa realizada em colunas de lixiviação na Uni-
ram eventos de chuva sucessivos, todos os constituintes da versidade de Nottingham, Inglaterra, confirmaram que a
polihalita encontravam-se dissolvidos, na faixa de 75 a 100%, polihalita, comparativamente a outras fontes, apresenta
após a aplicação de 300 mm de água, na seguinte ordem: liberação mais prolongada de S (Figura 8). A solubilização
K > Mg > S > Ca (Figura 7). completa do S da polihalita ocorreu em até 50 dias, porém, aos
Ainda nesse trabalho, ocorreram diferenças signi- 10 dias após a aplicação, cerca de 50% do nutriente já estava
ficativas na solubilidade com a aplicação de quantidades disponibilizado, o que já permite adequada nutrição das

Figura 7. Percentual residual dos elementos Ca, Mg, K e S da polihalita em experimento de campo. A polihalita foi aplicada em doses
equivalentes a 1.000, 2.000 e 3.000 kg ha-1. As medições ocorreram em aplicações de água acumulada entre 300 e 800 mm.
Fonte: Yermiyahu et al. (2019).

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Figura 8. Estudo em colunas de lixiviação mostram que a polihalita apresenta disponibilidade prolongada (até 50 dias em condições de
laboratório), em relação a outras fontes de enxofre.
Fonte: Jiang et al. (2017).

plantas nessa fase. Já o sulfato de amônio, a fonte mais solú-


vel utilizada na avaliação, disponibilizou todo o S em até
5 dias, ficando, assim, passível de perdas por lixiviação no
solo (JIANG et al., 2017).
Essa característica da polihalita, de disponibilização
prolongada de nutrientes, além de proporcionar nutrição nas
fases adequadas de desenvolvimento das culturas, contribui
para menor lixiviação dos nutrientes nela contidos, sobre-
tudo o S. Diferente de outras fontes, a polihalita continua
fornecendo sulfato às plantas mesmo após chuvas intensas
durante o ciclo, sendo fonte adequada para as adubações em
diversas fases durante o ciclo produtivo, desde aplicações em
pré-plantio, no sulco de plantio ou em cobertura. Apresenta,
ainda, a vantagem de poder ser utilizada como única fonte
de S, sem necessidade de parcelamentos.
Estudos realizados pela EMBRAPA com três cultivares
de soja mostraram que durante o estádio vegetativo das plan- Figura 9. Marcha de absorção de enxofre por diferentes cultivares de
tas a absorção de S ainda é baixa, acumulando menos de 20% soja: BRS 184, SYN 1059 e DM 6563 - Intacta RR2 PRO.
das necessidades da cultura (Figura 9), porém, acentua-se Fonte: Oliveira Júnior et al. (2016).
durante o estádio reprodutivo, atingindo valores acumulados
de 20%, 50%, 70% e 100%, respectivamente, nos estádios R1, se disponibilizam por completo na solução do solo. Já o S
R4, R5.1 e R5.5 (OLIVEIRA JÚNIOR et al., 2016). Dessa apresenta 70 a 80% de solubilização nos primeiros 15 dias, e
forma, pode-se afirmar que a utilização de polihalita como o restante entre 45 e 50 dias após a aplicação. O Ca apresenta
fonte de S pode atender a demanda do nutriente desde as fases disponibilização mais lenta, comparada à dos quatro macro-
iniciais de desenvolvimento da cultura até aquela de maior nutrientes, ou seja, próximo de 60% aos 10 dias e completa
exigência, isto é, no início da fase reprodutiva (Figura 10). dissolução ao redor dos 50 dias. Isso mostra a diferença de
Diversos estudos realizados em condições de labo- solubilidade entre as formas químicas presentes no produto:
ratório e de campo permitiram definir as curvas médias de o sulfato de potássio e o sulfato de magnésio mais solúveis,
solubilização da polihalita (Figura 11). Para o K e o Mg a enquanto o sulfato de cálcio com solubilidade um pouco mais
solubilização completa é mais rápida – entre 10 e 20 dias eles lenta (YERMIYAHU et al., 2019).

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ambiente. Praticamente todos os materiais fertilizantes são
sais – eles se dissolvem na água, que é o meio que transporta
os nutrientes através do solo e onde estão acessíveis às raízes
das plantas. No entanto, o aumento do sal em concentrações
acima de certos limites pode causar efeitos adversos à cul-
tura, geralmente tratados como estresse salino. Portanto, para
evitar problemas de salinidade induzidos por fertilizantes é
essencial reconhecer a natureza química dos produtos em uso,
não apenas como fornecedores de nutrientes, mas também
como sais, e estabelecer regras e limites para sua aplicação.
A salinidade pode causar dois grandes impactos nas
plantas: estresse tóxico e estresse osmótico (MUNNS; TES-
TER, 2008). Os efeitos tóxicos ocorrem quando a concentração
de íons sódio (Na) ou cloreto (Cl) no citosol nas células das
folhas ficam acima de certo limiar, geralmente 150-200 μmol,
danificando as enzimas e as estruturas fotossintéticas. Várias
espécies de plantas ativam os mecanismos de compartimen-
tação, armazenando os íons salinos em vacúolos e órgãos,
tentando evitar sua influência danosa. No entanto, como essas
habilidades diferem muito entre as espécies de cultivo, um
teste de toxicidade parece inútil para avaliar e comparar o
efeito da salinidade dos fertilizantes. Além disso, a maioria
dos fertilizantes não contém Na, enquanto os fertilizantes
livres de Cl estão ganhando cada vez mais valorização.
Em contraste, o componente osmótico do estresse salino
tem efeitos semelhantes em todas as espécies de plantas. À
Figura 10. Disponibilização do sulfato por diversas fontes e medida que as concentrações de íons ou compostos solúveis
demanda de enxofre pela cultura da soja. na fase líquida do solo aumentam, a disponibilidade de água
Fonte: ICL Fertilizer. para as raízes das plantas diminui. Este fenômeno é expresso
pelo potencial osmótico do extrato do solo, cuja força também
depende das propriedades químicas dos compostos solúveis.
Consequentemente, os fertilizantes podem diferir significa-
tivamente em seu efeito sobre o potencial osmótico do solo.
Assim, a fim de avaliar o efeito osmótico dos fertilizan-
tes, foi estabelecido na década de 1940 (RADER et al., 1943)
o parâmetro conhecido como índice salino (IS), que expressa
a proporção do aumento da pressão osmótica da solução salina
produzida por determinado fertilizante em comparação com a
pressão osmótica de mesmo peso de nitrato de sódio (NaNO3),
que foi selecionado como padrão para medir o índice salino
porque é completamente solúvel em água (IS do NaNO3 é
igual a 100). Por exemplo, o valor do IS do KCl considerado
pelos autores é 116, isto é, a salinidade desse fertilizante é
Figura 11. Disponibilidade prolongada dos nutrientes da poliha-
lita, cerca de 40-50 dias totalmente disponíveis em 16% superior à do NaNO3 quando os produtos são aplicados
condições de campo. na mesma dose.
Fonte: ICL Fertilizer. No entanto, o método de Rader muitas vezes parecia
impraticável e, além disso, suas tabelas de IS não incluíam
3.5. Índice salino muitos dos fertilizantes que foram desenvolvidos poste-
riormente. Assim, Jackson (1958) publicou um método
A utilização de fertilizantes é um pré-requisito para de laboratório mais simples, no qual o IS do fertilizante é
a agricultura sustentável, principalmente em solos intem- medido pela condutividade elétrica em relação ao NaNO3.
perizados, como os das regiões tropicais. Quando praticada Vários laboratórios têm utilizado este método para avaliar
corretamente, a adubação deve atender as demandas nutri- novos materiais. Mais recentemente, muitas referências,
cionais das culturas, com mínima influência sobre o meio como o Crop Protection Handbook (CPH, 2006), adotaram e

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publicaram tabelas de IS com base em cálculos que utilizam Tabela 2. Índice salino de diferentes fertilizantes determinado pelo
valores de ambos os métodos (MORTVEDT, 2001). Compa- método de cálculo (CPH, 2006) e pela condutividade
rando diferentes métodos, Murray e Clapp (2004) mostraram elétrica (Jackson, 1958), no IMI TAMI R&D Institute,
que os valores de IS de quatro fertilizantes potássicos podem Haifa, Israel.
diferir significativamente entre si (Tabela 1) e que, portanto, Índice salino
deve-se considerar mais de uma abordagem nas avaliações Fertilizante
CPH Jackson
do IS de fertilizantes. Para o KCl, os autores obtiveram valor
de IS próximo de 150 utilizando o método de Jackson, bem Polihalita 32,3 52,0
superior ao padrão definido nas primeiras pesquisas sobre o KCl 116,2 138,0
assunto, enquanto pelo método CPH encontraram resultado
semelhante aos padrões de Rader, indicando a possibilidade Gesso (CaSO4) 8,1 42,0
de utilização do método CPH na prática de rotina. Barbier et K2SO4 42,6 100,0
al. (2017) também encontraram diferenças consideráveis entre
MgSO4 44,0 76,0
os valores de IS para o mesmo fertilizante, determinados por
diferentes laboratórios, sendo que o valor do IS para o KCl foi Langbeinita (K2SO4∙MgSO4) - 26,6
de 128 pelo método de Jackson. KNO3 69,5 85,0
Fried at al. (2019), em experimento no IMI TAMI R&D
Institute, Haifa, em Israel, determinaram o IS da polihalita Fonte: Adaptada de Fried et al. (2019).
e de outras fontes contendo K, Ca, Mg e S, comparando o
método CPH ao método de Jackson. Pelo cálculo teórico CHP, ao índice salino, são os baixos teores de cloreto no mineral,
o IS da polihalita foi de 32,3 (Tabela 2), significativamente reduzindo o risco de acúmulo do íon em profundidade e
inferior ao padrão 100 do NaNO3. No entanto, houve grande os impactos durante a formação do sistema radicular das
diferença entre os valores nos dois métodos. No método de plantas.
Jackson os valores de IS foram muito maiores em todas as Bernardi et al. (2018) compararam o fornecimento de
fontes. No entanto, as diferenças entre os fertilizantes dentro potássio de duas fontes, KCl e polihalita, para a alfafa (Medi-
de cada método foram consistentes. Os valores de IS dos fer- cago sativa), em condições controladas, com doses variando
tilizantes fornecedores de K diminuíram na seguinte ordem: de 0 a 200 kg ha-1 de K2O (fontes puras ou em misturas). Os
KCl > K2SO4 > KNO3 > polihalita > langbeinita. resultados mostraram o benefício da substituição do KCl pela
A polihalita apresenta baixo índice salino, comparada polihalita, que promoveu aumento de biomassa, resultando
a outros fertilizantes comuns e equivalentes, e isso pode ser em maior produtividade. Comparando as doses crescentes
atribuído à porção dominante de CaSO4 no mineral. Esta é dos dois produtos puros (Figura 12) pode-se observar maior
uma vantagem significativa da polihalita, pois há redução risco quando se utiliza o KCl, pois as plantas apresentam
dos riscos de salinidade durante os estádios iniciais de desen- menor desenvolvimento em função do maior IS do adubo. Na
volvimento de muitas culturas, que são mais sensíveis nesse mesma dose de K2O, o KCl disponibiliza aproximadamente
período (HAVLIN et al., 1999). Outra vantagem, referente 5,5 vezes mais Cl que a polihalita.

A B

Figura 12. Desempenho de alfafa cultivada em vasos sob quatro níveis de aplicação de potássio (0; 50; 100; 200 kg ha-1 K2O) utilizando
KCl (A) e polihalita (B).
Crédito das fotos: A.C.C. Bernardi.

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3.6. Formas de utilização e aplicação índice salino, ou aplicada à lanço em superfície, atendendo
às faixas de aplicação dos fertilizantes mais comumente uti-
Outra vantagem da polihalita está relacionada à sua lizados na agricultura (Figura 14).
versatilidade, pois pode ser utilizada como fertilizante sim-
ples ou em misturas NPK, fornecendo K, S, Ca e Mg com 3.7. Cálcio e magnésio móveis no perfil do solo
disponibilidade prolongada. Nas misturas físicas com outros
fertilizantes disponíveis no mercado, a polihalita mostra-se Devido à crescente adoção da adubação potássica
totalmente compatível, não afetando as características químicas nos solos brasileiros, a disponibilidade de Ca e Mg vem se
e físico-químicas das formulações, graças às suas característi- tornando um desafio nas áreas agricultáveis. Graças às carac-
cas de neutralidade e baixa higroscopicidade (Figura 13). Dis- terísticas químicas dos calcários, que apresentam baixa mobi-
ponível nas formas granular e farelada, ela pode ser aplicada lidade no perfil do solo, tem-se observado que a prática da
em todas as culturas, desde que manejada de acordo com as calagem por si só não consegue corrigir os níveis de ambos os
necessidades nutricionais, em quantidade certa e no momento nutrientes, e em maiores profundidades a situação se agrava,
certo da demanda, em função de sua liberação gradual. Pode principalmente em áreas de plantio direto e também naquelas
ser aplicada no sulco de plantio ou incorporada, por seu baixo com cultivo de culturas perenes, onde o calcário é aplicado

Figura 13. Compatibilidade entre matérias-primas para produção de fertilizantes formulados, com base no método do IFDC.
Fonte: ICL Fertilizers.

A B

Figura 14. Granulometrias disponíveis de polihalita – granular (A) e farelada (B).


Crédito das fotos: ICL Fertilizers.

33
INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS NPCT Nº 13 – MARÇO/2022
superficialmente e sem incorporação, ficando os nutrientes 20-30 cm e 30-40 cm, determinando-se os teores de K, Ca, Mg
concentrados na camada superficial (FREIRIA et al., 2018; e S em todo perfil do solo. A aplicação de calcário aumentou
MARTINEZ et al., 2000). Dessa forma, a inclusão de Ca e a disponibilidade de Ca e Mg apenas na camada de 0-10 cm,
Mg nas adubações passa a ser ferramenta para a obtenção de proporcional à sua incorporação mecânica. A aplicação de
maior sustentabilidade agrícola. polihalita aumentou os teores de Ca e Mg em todo o perfil do
O Ca é responsável pela estabilidade estrutural e solo, incrementando o Ca em 23% e 8%, respectivamente, nas
fisiológica dos tecidos das plantas, forma fitatos e pectatos, camadas 0-20 cm e 20-40 cm. Quanto ao Mg, o incremento
que o tornam importante na manutenção da integridade da foi de 25% e 17%, respectivamente, nas mesmas camadas.
parede celular. Ativa vários sistemas de enzimas reguladoras Essa movimentação das bases acompanhou o movimento do
de crescimento, ajuda a converter nitrato em formas necessá- sulfato, observando-se crescimento do teor de S no perfil,
rias para a formação de proteínas e contribui para melhorar a sobretudo na camada de 20-40 cm (Figura 15).
resistência das plantas às doenças. É um elemento pouco móvel
na planta, por isso os sintomas de deficiência aparecem nas
Mg no solo (cmolc dm-3)
folhas jovens. Essas folhas normalmente são menores do que Ca no solo (cmolc dm-3)
0 0,5 1 1,5 2
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4
as normais, apresentam superfície clorótica entre as nervuras, 0 0

pintas necróticas e tendência a se encurvarem para baixo 5 5

Profundidade (cm)
Profundidade (cm)
10 10
(MARSCHNER, 2012). 15 15
20 20
O Mg desempenha importantes funções no metabo- 25 25

lismo vegetal, como na atividade fotossintética e na incor- 30 30


35 35
poração do carbono, sendo ele o átomo central da molécula 40 40
K no solo (cmolc dm-3) S no solo (mg dm-3)
de clorofila (MARSCHNER, 2012). Também tem papel 0 0,5 1 1,5 2 0 5 10 15 20
fundamental nos mecanismos de defesa da planta em condi- 0
0

ções de estresse abiótico (SENBAYRAM et al., 2015), e a


5
5

Profundidade (cm)
Profundidade (cm)

10
10
intensidade luminosa tem forte influência sobre ele. Plantas 15 15

cultivadas em ambientes com alta luminosidade têm maior


20 20
25 25
necessidade de Mg do que as plantas cultivadas em condições 30 30
Polihalita
KCl
de menor intensidade. Como o Mg é móvel dentro da planta, 35
40
35
40
os sintomas de deficiência aparecem primeiro nas folhas mais
baixas e mais velhas. Os primeiros sintomas se manifestam na Figura 15. Teores de Ca, Mg, K e S no perfil do solo em campo de
forma de folhas pálidas, que desenvolvem clorose internerval. soja após tratamentos com calagem e adubação com KCl
Diversas publicações têm evidenciado o aumento da deficiên- ou polihalita em Latossolos.
cia de Mg nas áreas agrícolas em diversas partes do mundo. A Fonte: Vale (2016).
nutrição das plantas com Mg é frequentemente negligenciada
e a escassez afeta negativamente o crescimento das plantas, 3.8. Certificação orgânica
sendo a fome oculta desse nutriente um dos maiores proble-
mas nutricionais das plantas cultivadas (CAKMAK; YAZICI, A mineração da polihalita não envolve processos quí-
2010; GUO et al., 2016; CASTRO et al., 2020). micos, portanto, ela está disponível em sua forma natural.
Presentes na polihalita na forma de sulfatos, o Ca e Mg Isso permite que ela seja utilizada na agricultura orgânica,
apresentam maior mobilidade no solo do que quando forneci- atendendo a critérios de certificação em todo o mundo. As
dos na forma de carbonatos, o que permite que alcancem as certificações já estão disponíveis em países como Estados
camadas mais profundas no solo, promovendo o crescimento Unidos, Canadá, Itália, Brasil, Holanda, bem como na União
do sistema radicular em profundidade e volume. Vale (2016) Europeia e Reino Unido.
comparou o efeito da polihalita com o do KCl como fonte
de K na cultura da soja em Sapezal, estado do Mato Grosso, 4. EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DA
em área que havia recebido 2,5 Mg ha-1 de calcário dolomí- POLIHALITA NO BRASIL
tico, incorporado com grade. No plantio, foram aplicados
100 kg ha-1 de P2O5 na forma de MAP. As fontes potássicas A polihalita é considerada um fertilizante com eficiên-
foram aplicadas na dose de 140 kg ha-1 de K2O em cobertura, cia comprovada por pesquisas agronômicas, com registro no
em área total, sem incorporação, parceladas em duas aplica- Ministério da Agricultura – MAPA, incluída no Anexo I da
ções, 50% no estádio V1 e o restante em V6. Com relação à Instrução Normativa no 39 em vigor (BRASIL, 2018).
produtividade, as parcelas que receberam polihalita apresen- O primeiro estudo comprovando a disponibilidade de
taram aumento de 10,2% em relação às parcelas adubadas nutrientes da polihalita, comparada a outras fontes já reconhe-
com KCl. Após a colheita, foram retiradas amostras de solo cidas, foi realizado por Vitti (2013), citado por Vale e Sério
nas profundidades de 0-5 cm, 5-10 cm, 10-15 cm, 15-20 cm, (2017), com o cultivo de arroz em vasos, em condição de casa

34
INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS NPCT Nº 13 – MARÇO/2022
de vegetação. A polihalita foi aplicada em duas formas físicas,
granular e farelada. Foram utilizados dois tratamentos controle,
o primeiro sem adição de nutrientes e o segundo com nutrientes,
com exceção dos quatro macronutrientes presentes na polihalita
(K, Ca, Mg e S). Também foi utilizado um tratamento com a adi-
ção de todos os nutrientes na forma de sais solúveis reconhecidos
como fertilizantes (sulfato de cálcio, sulfato de magnésio, sulfato
de potássio e KCl) de forma que fossem niveladas as doses dos
quatro macronutrientes. Outro tratamento foi conduzido com a
aplicação da dose dobrada de polihalita, para se avaliar a possível
toxidez do produto. Observou-se que as plantas de arroz que
não receberam os macronutrientes K, Ca, Mg e S apresentaram
desenvolvimento muito inferior, enquanto as fontes solúveis, Figura 17. Efeito dos tratamentos com fertilizantes na produção
incluindo a aplicação de polihalita granular ou farelada, possi- de matéria seca de arroz. Tratamentos: 1. Controle
bilitaram o desenvolvimento normal da planta (Figura 16). A absoluto; 2. Sem adição de K, S, Ca e Mg; 3. Polihalita
polihalita granular e a farelada apresentaram eficácias seme- granular; 4. Sais solúveis de K, S, Ca e Mg; 5. Polihalita
lhantes, quando comparadas às fontes solúveis (Figura 17). granular (dose dobrada); 6. Polihalita farelada. Letras
Não houve problemas de toxicidade ou salinidade após a diferentes indicam diferenças estatisticamente signifi-
cativas em P = 0,05 (teste de Duncan).
aplicação da dose dobrada de polihalita.
Fonte: Vitti (2013), citado por Vale e Sério (2017).
A partir de 2016, diversas pesquisas foram realizadas
no Brasil com a utilização da polihalita, buscando o ajuste do na produtividade em função da redução das chuvas (o KCl
produto dentro das recomendações de adubação para as prin- aumentou em 136% a produtividade em relação à adubação
cipais culturas. Várias áreas com cultivo de soja, milho, café, apenas com MAP). A polihalita aumentou de 10,5% a 19,9%
hortifruti, cana-de-açúcar, algodão, entre outras, já foram o rendimento da soja em relação ao tratamento com KCl
adubadas com polihalita, expressando seu potencial produtivo (Figura 18A). Após a colheita da soja e posterior período de
e qualidade superiores frente às fontes convencionais. pousio, foi realizada a semeadura do milho, em outubro de
Na região de Luis Eduardo Magalhães, no oeste da 2016, e todos os tratamentos receberam a mesma adubação:
Bahia, um experimento foi conduzido visando avaliar a uti- 150 kg ha-1 de N como ureia, 100 kg ha-1 de P2O5 como MAP e
lização da polihalita em substituição parcial da adubação da 60 kg ha-1 de K2O como KCl, para avaliar o efeito residual das
soja com KCl e seu efeito residual no cultivo subsequente fontes aplicadas na adubação prévia da soja. Observou-se que
de milho (VALE; DOWICH, 2017). Apesar do cultivo de a produtividade de milho foi 6% maior com o efeito residual
soja ter sido influenciado pelo fenômeno climático El Niño da polihalita, comparada à adubação com KCl, mostrando a
ocorrido na safra 2015/16, com estiagens prolongadas e importância do S, do Ca e do Mg e a viabilidade da polihalita
chuvas tardias, a adubação potássica teve grande influência na nutrição dessas culturas (Figura 18B).

Figura 16. Experimento em arroz cultivado em vasos para registro da polihalita como fertilizante no Brasil.
Fonte: Vitti (2013), citado por Vale e Sério (2017).

35
INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS NPCT Nº 13 – MARÇO/2022
A B

Figura 18. Produtividade de soja em função da substituição parcial de KCl por polihalita (A), e efeito residual no milho (B), em Luis
Eduardo Magalhães, BA.
Fonte: Vale e Dowich (2017).

Dois ensaios foram conduzidos na estação experi- houve efeito significativo da aplicação de KCl em relação
mental da Fundação Rio Verde, em Lucas do Rio Verde, ao controle, com redução de 1,5% na produção de frutos
MT, visando comparar a polihalita, o superfosfato simples devido à adubação com K2O. O melhor resultado foi obtido
e o enxofre elementar pastilhado como fontes de S para com uma mistura de 60% de polihalita e 40% de KCl, que
as culturas de soja e algodão, em aplicação a lanço ou em resultou em aumento de 13,2% na produtividade em relação
sulco. Observou-se que a polihalita se mostrou viável para à adubação com KCl (Figura 19). As plantas que receberam
uso na adubação da soja, nas duas formas de aplicação, e polihalita apresentaram cachos com maior vigor e caule com
seus rendimentos foram superiores aos dos demais trata- maior diâmetro. Portanto, a polihalita é uma alternativa viável
mentos – a aplicação da polihalita no sulco favoreceu um para uso na adubação da bananeira, pois melhora o balanço
incremento de produção de 16,7% em relação ao KCl, de nutricional com oferta de Ca, Mg e S, além de diminuir a
14,1% em relação ao S elementar e de 9,7% em relação ao salinidade e aumentar o potencial produtivo.
ao superfosfato simples. O segundo ensaio, com algodão, Para avaliar o efeito da polihalita em plantações de
avaliou o efeito da polihalita e do sulfato de amônio como laranja no Brasil, um experimento foi conduzido na safra
fontes de S, em aplicação a lanço e em diferentes épocas 2017/2018 em Mogi Guaçu, SP (SILVA; VALE, 2021). Os
de adubação. Os melhores rendimentos foram obtidos com o tratamentos incluíram misturas de adubos, em substituição
sulfato de amônio aplicado aos 20 dias após a semeadura, a parcial do KCl pela polihalita, para manter a dose total cons-
polihalita aplicada aos 5 dias após a semeadura e a polihalita tante de 300 kg ha-1 de K2O. Observou-se que as concentrações
fracionada aos 5 e 20 dias após a semeadura. A polihalita fra- foliares de Ca, Mg e S aumentaram significativamente com o
cionada mostrou-se uma opção interessante, pois foi a forma aumento da dose de polihalita (Figura 20). O rendimento total
de aplicação que favoreceu a maior produção média de maçãs de sólidos solúveis aumentou em 42% em relação ao controle
por planta, podendo ser indicativo do efeito da aplicação do KCl. A dose ótima de aplicação de polihalita foi próxima de
Mg com o fertilizante (PITTELKOW et al., 2018). 400 kg ha-1 (Figura 21). A substituição parcial do KCl por
Diversos experimentos foram realizados com a poliha- polihalita apresentou vantagens significativas para a produção
lita em fruticultura, entre eles a avaliação do manejo da industrial de laranja em condições tropicais.
adubação da bananeira em Juquiá, SP (SILVA et al., 2018). A produção de hortaliças geralmente é realizada em
A adubação com KCl em altas doses é comum no manejo solos com alta fertilidade e excessivamente corrigidos e
da cultura, deixando os solos com alta concentração de K adubados; assim, espera-se baixa resposta dos nutrientes nas
e geralmente com alta salinidade. Isso pode prejudicar o adubações. Os solos normalmente apresentam altos teores
desenvolvimento das plantas e sua nutrição, principalmente de cloreto e sódio, por isso, o uso de fontes menos salinas,
devido à inibição competitiva do K com Ca e Mg. Os trata- como a polihalita, pode ser uma alternativa para obter maior
mentos utilizados no experimento constaram de misturas de produtividade, sanidade e qualidade dos produtos. Na região
KCl e polihalita para fornecer 360 kg ha-1 de K2O, incluindo de Piedade, SP, um estudo avaliando a adubação potássica
um tratamento controle sem aplicação do nutriente, pois o na cultura do repolho mostrou que a substituição parcial do
solo apresentava alta saturação de K. Observou-se que não KCl por polihalita aumentou a produtividade em até 12,4%,

36
INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS NPCT Nº 13 – MARÇO/2022
31
Produtividade de cachos (t ha-1)

29,9
30
29,1
29 28,7

28 27,4 27,5 27,4


26,8
27 26,4
26

25

24

Figura 19. Produtividade de banana nanica em Juquiá, SP, em função da adubação com fontes de K, na dose de 360 kg ha-1 de K2O.
Fonte: Silva et al. (2018).

e que as proporções entre 40 e 80% de polihalita na mistura


com KCl foram as mais indicadas, mesmo em solos com alta
2,9
B
2,9
fertilidade. Além disso, as plantas que receberam polihalita
Magnésio nas folhas (g kg-1)

2,8
apresentaram-se menos susceptíveis à podridão negra nas 2,8
folhas, causada por Xanthomonas campestris (VALE; SILVA, 2,7
2017). Utilizando a mesma metodologia em experimento com 2,7
a cultura da batata, Vale et al. (2019) concluíram que ocorreu 2,6
efeito positivo na produção de tubérculos com a substituição 2,6 y = -4E-07x2 + 0,0005x + 2,5936
parcial de 50 a 75% do KCl por polihalita. Também obser- 2,5
R² = 0,9714
varam redução no número de hastes atacadas com a bactéria
2,5
Pectobacterium carotovorum, causadora da canela preta.
2,4
Grande parte dos solos cultivados com cana-de-açúcar 0 140 280 420 560 700

Dose de Polihalita (kg ha-1)

28
A 3,4 C
27
26 3,2
Enxofre nas folhas (g kg-1)
Cálcio nas folhas (g kg-1)

25
3,0
24
2,8
23
22 2,6
21 y = 3E-06x2 + 0,0032x + 22,382
R² = 0,9224 2,4 y = 3E-06x2 - 0,0007x + 2,7313
20 R² = 0,8963
2,2
19
18 2,0
0 140 280 420 560 700 0 140 280 420 560 700

Dose de Polihalita (kg ha-1) Dose de Polihalita (kg ha-1)

Figura 20. Efeitos da polihalita na concentração foliar de cálcio (A), magnésio (B) e enxofre (C) em laranjeiras Natal, expressos
por meio de curvas de regressão binomial. * e ** indicam significância da curva de regressão em P < 0,05 e P < 0,01,
respectivamente.
Fonte: Silva e Vale (2021).

37
INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS NPCT Nº 13 – MARÇO/2022
55 sudangrass and leaching in soil columns. Soil Science, v. 151,
p. 159-166, 1991.
Produtividade de frutos (Mg ha-1)

50
BARBIER, M.; YUNCONG, C. L.; GUODONG, L.;
ZHENLI, H.; MYLAVARAPU, R.; SHOUAN, Z. Characte-
45
rizing polyhalite plant nutritional properties. Agricultural
Research & Technology, v. 6, p. 1-9, 2017.
40
y = -5E-05x2 + 0,0458x + 37,366 BERNARDI, A. C. C.; SOUZA, G. B.; VALE, F. Polyhalite
R² = 0,8604
35 compared to KCl and gypsum in alfalfa fertilization. Inter-
national Potash Institute: e-ifc, v. 52, p. 3-9, 2018. Dispo-
30 nível em: <https://www.ipipotash.org/publications/eifc-419>.
0 140 280 420 560 700 Acesso em: 28 fev. 2022.
Dose de Polihalita (kg ha-1) BINDI, L. Reinvestigation of polyhalite, K2Ca2Mg(SO4)4·2H2O.
Figura 21. Efeitos da dose de polihalita na produtividade de frutos Acta Crystallographica, v. 61, p. 135-136, 2005.
de laranjeiras Natal, expressos por meio de curvas de BRASIL. Instrução Normativa Nº 39, de 8 de agosto de
regressão binomial. * e ** indicam significância da
2018. Estabelece as regras sobre definições, exigências,
curva de regressão em P < 0,05 e P < 0,01, respecti-
vamente. especificações, garantias, registro de produto, autorizações,
Fonte: Silva e Vale (2021). embalagem, rotulagem, documentos fiscais, propaganda e
tolerâncias dos fertilizantes minerais destinados à agricultura.
Brasília, 2018. 49 p.
são das classes de Latossolos e Argissolos distróficos, pobres
em nutrientes. Apesar das correções realizadas no plantio, é BROWNE, C. A. Liebig and the Law of the Minimum. ln:
comum observar a ocorrência de deficiência de S nas soquei- MOULTON. F. R. (Ed.). Liebig and after Liebig. Washing-
ras. Vale e Sério (2019) avaliaram a utilização de polihalita no ton, DC: American Association for the Advancement of
manejo da adubação sulfatada de soqueira, em comparação Science, 1942. p. 71-82.
ao uso de gesso agrícola e de sulfato de amônio, na região CAKMAK, I.; YAZICI, A. M. Magnesium: a forgotten ele-
de Catanduva, SP. Os autores observaram que a adição de ment in crop production. Better Crops with Plant Food,
polihalita ao KCl, como fonte de S, apresentou melhor resul- v. 94, n. 2, p. 23-25, 2010.
tado na produtividade de colmos e de açúcar em relação ao
uso de gesso agrícola e de sulfato de amônio. Desta forma, a CASTRO, C.; OLIVEIRA JUNIOR, A.; OLIVEIRA, F. A.; FIR-
polihalita é um fertilizante com viabilidade para ser utilizada MANO, R. F.; ZANCANARO, L.; KLEPKER, D.; FOLONI, J.
como fonte de S para as soqueiras de cana-de-açúcar, podendo S. S.; BRIGHENTI, A. M.; BENITES, V. M. Magnésio: Manejo
substituir o gesso agrícola. para o equilíbrio nutricional da soja. Londrina: Embrapa Soja,
2020. 54 p. (Embrapa Soja, Documentos, n. 430).
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A polihalita é um fertilizante natural que contém R.T. Meister Publishing, 2006. 113 p.
quatro macronutrientes em sua composição (K, Ca, Mg e ERYUCE, N.; OZKAN, C. F.; ANAC, D.; ASRI, F.Ö.;
S) e apresenta baixa salinidade no solo, o que permite a sua GÜVEN, D.; DEMIRTAS, E. L.; SIMSEK, M.; ARI, N.nEffect
utilização em vários tipos de manejo e culturas. A disponibili- of different potassium fertilizers on cotton yield and quality
dade prolongada dos seus nutrientes no solo é um diferencial in Turkey. International Potash Institute: e-ifc, v. 57,
importante, o que a torna uma fonte interessante para ajuste p. 12-20, 2019. Disponível em: <https://www.ipipotash.org/
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