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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC

CENTRO DE ENGENHARIA, MODELAGEM E CIÊNCIAS SOCIAIS


APLICADAS

MATERIAIS E SUAS PROPRIEDADES (ESTO006-17)

ATIVIDADE PRÁTICA 03
ENSAIOS MECÂNICOS – ENSAIOS DE TRAÇÃO E FLEXÃO

Quadrimestre Suplementar – 3q 2021


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Instruções para realização desta atividade:

1 – Leia a introdução do roteiro para você se familiarizar com o assunto da


atividade prática.

2 – Leia os objetivos da atividade.

3 – Assista aos vídeos sobre os ensaios de tração e flexão.

5 – Descreva suscintamente o comportamento dos materiais ensaiados.

6 – Responda às questões.

7 – Escreva uma conclusão suscinta.

8 – Utilize este mesmo documento para completar o relatório.

9 – Submeta a atividade no formato PDF.

10- Data de entrega: até 23/11/2021.


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1. INTRODUÇÃO

Algumas das principais propriedades mecânicas comumente medidas nos


materiais incluem: constantes elásticas (módulo de elasticidade ou de Young,
coeficiente de Poisson), resistência mecânica (limite de escoamento, limite de
resistência, resistência à fratura) e ductilidade (alongamento, redução em área) [1].
O tipo de equipamento mais usado para determinação destas propriedades
é a máquina universal de ensaios mecânicos (o termo “universal” refere-se à
variedade de estados de tensão que pode ser estudada). Estas máquinas são
projetadas para aplicar força (tração ou compressão) com taxas (velocidades)
controladas e ensaiar materiais usualmente em tração, compressão ou flexão. O
tensionamento do corpo-de-prova (CP) pode ser por carregamento contínuo e
monotônico ou em modo cíclico (fadiga). Os principais tipos de máquinas universais
de ensaios mecânicos são eletromecânicos e servo-hidráulicos. O mecanismo de
aplicação de carga (força) nos servo-hidráulicos pode ser com pistão e cilindro
hidráulicos, tendo um sistema de fonte de potência hidráulica, e nos
eletromecânicos pode ser transmitido por roscas precisas com movimento
controlado por engrenagens, redutores e um motor elétrico [1-2].
A Fig. 1 apresenta uma imagem da máquina universal do tipo eletromecânica
e a Fig. 2 apresenta esquematicamente os principais componentes desta máquina
(ambas em configuração vertical). Nos barramentos verticais estão contidas as
roscas que movimentam a travessa (travessão) horizontal, que pode se movimentar
para cima ou para baixo (em condições usuais de ensaios, resultam em
carregamento em tração e compressão, respectivamente). O CP para ensaio de
tração é posicionado de tal forma que seu eixo longitudinal fique alinhado na vertical
e fixado em uma extremidade na garra presa à travessa horizontal móvel e na outra
extremidade na garra presa à base horizontal inferior fixa da máquina [1-4].
Dois acessórios importantes usados nas máquinas de ensaios mecânicos
são a célula de carga, que mede com precisão a força aplicada no material, e o
extensômetro, que mede com precisão a variação dimensional ou a deformação do
material em decorrência da tensão aplicada. A Fig. 3 mostra um extensômetro de
vídeo, do tipo sem contato com a amostra, que mede o comprimento de dois pontos
pintados sobre o CP durante o ensaio. Com a máquina de ensaios mecânicos e
estes acessórios, são obtidas as curvas tensão versus deformação do CP [1-4].
As propriedades mecânicas (módulo de elasticidade, limite de escoamento,
limite de resistência, alongamento e redução em área) de materiais com
comportamento dúctil usualmente são determinadas em ensaio de tração. No caso
de materiais com comportamento mecânico frágil, como as cerâmicas, usualmente
determina-se a resistência à fratura em ensaio de flexão. Estas propriedades são
determinadas em testes com velocidades de carregamento relativamente baixas
(taxas de deformação usualmente na faixa de 10 -5 a 10-1 (s-1) e, por isso, são
chamadas de testes em condições (quase-) estáticas.
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Fig. 1 – Imagem de uma máquina universal de ensaios mecânicos do tipo


eletromecânica.
Fonte: Instron Inc..
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Fig. 2 – Componentes de uma máquina universal de ensaios mecânicos com


sistema de carregamento eletromecânico.
Fonte: [3]
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Fig. 3 – Imagem mostrando o extensômetro de vídeo, do tipo sem contato (AVE –


Advanced Video Extensometer).
Fonte: Instron Inc..

A Fig. 4 apresenta esquematicamente as principais dimensões de um CP


típico de tração, que pode ter seção transversal circular (cilíndrica) ou retangular
(chapa). O CP apresenta extremidades com maior seção (dimensão C), uma região
interna com seção reduzida (dimensões D e A) e uma região de transição (indicada
com raio R) para evitar concentração de tensão entre estas duas seções; a
dimensão G indica o comprimento útil da seção reduzida.

Fig. 4 – Principais dimensões de um CP de tração. A seção transversal pode ser


circular (cilíndrica) ou retangular (chapa, com espessura t).
Fonte: [4]

A Fig. 5 apresenta esquematicamente a curva tensão-deformação de


engenharia de um metal submetido ao ensaio de tração e algumas propriedades
mecânicas determinadas nesta curva.
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Fig. 5 – Curva tensão-deformação de engenharia esquemática de um metal


ensaiado em tração.
Fonte: [1]

A resistência mecânica dos materiais cerâmicos usualmente é avaliada por


meio do ensaio de flexão (em três ou quatro pontos), devido ao seu comportamento
frágil.
Informações adicionais sobre ensaios de tração e de flexão devem ser
obtidas nas apresentações de aula teórica e das referências indicadas no final deste
roteiro.

2. OBJETIVOS

Os objetivos desta atividade prática são:


i) Compreender o funcionamento de uma máquina universal de ensaios
mecânicos;
ii) Compreender o método de ensaio de tração e observar o comportamento de
uma amostra metálica e de uma amostra polimérica sendo ensaiada;
iii) Compreender o método de ensaio de flexão e observar o comportamento da
amostra sendo ensaiada.
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3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

3.1 Ensaios de tração e flexão

Assistir aos vídeos de:

Ensaio de tração em Polímero e Máquina universal de ensaios mecânicos


(completo): https://www.youtube.com/watch?v=GapBqPPLOyk&t=707s

Ensaio de tração em Metal (a partir do instante de 16 minutos e 30 segundos


do vídeo): https://www.youtube.com/watch?v=pAQmymXHDoE

Ensaio de flexão de uma resina acrílica (completo):


http://iptv.usp.br/portal/video.action?idItem=39432

Descrever sucintamente o comportamento dos três materiais enquanto ensaiados.


(realize aqui mesmo)

4. RESULTADOS E QUESTÕES

Vamos supor o seguinte problema prático:

Um corpo de prova cilíndrico de alumínio com diâmetro 12,8 mm e comprimento


inicial de 50,8 mm foi submetido a um ensaio de tração. Os resultados do ensaio de
tração (que permitem a construção da curva tensão de engenharia–deformação de
engenharia) são apresentados abaixo:
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(dados retirados do livro de Callister, W.D. e Rethwisch, D.G Fundamentals of Materials Science and Engineering, 4th Ed.)

Responda às questões sobre esta situação prática (utilize os dados em N e em mm


da tabela):
a. Construa a curva tensão de engenharia – deformação de engenharia
(Observação: Lembre-se que a tensão é em Pascal (N/m2) e a deformação é
em porcentagem em relação ao L0, ou seja, ∆L/L0);
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Para construir a corva de tensão X Deformação foram utilizados os seguintes dados:

Carga(N) Comprimento Comprimento Deformação Alongamento Tensão Pa Tensão MPa


(mm) (M) (ΔL/L0) (%) (N/M2) (N/mm2)
0 50,800 0,05080 0 0,0 0 0
7.330 50,851 0,05085 0,001 0,1 56963170,5 57,0
15.100 50,902 0,05090 0,002 0,2 117345685,6 117,3
23.100 50,952 0,05095 0,003 0,3 179515585,2 179,5
30.400 51,003 0,05100 0,004 0,4 236245618,7 236,2
34.400 51,054 0,05105 0,005 0,5 267330568,5 267,3
38.400 51,308 0,05131 0,010 1,0 298415518,3 298,4
41.300 51,816 0,05182 0,020 2,0 320952106,9 321,0
44.800 52,832 0,05283 0,040 4,0 348151438,0 348,2
46.200 53,848 0,05385 0,060 6,0 359031170,5 359,0
47.300 54,864 0,05486 0,080 8,0 367579531,7 367,6
47.500 55,880 0,05588 0,100 10,0 369133779,1 369,1
46.100 56,896 0,05690 0,120 12,0 358254046,7 358,3
44.800 57,658 0,05766 0,135 13,5 348151438,0 348,2
42.600 58,420 0,05842 0,150 15,0 331054715,6 331,1
36.400 59,182 0,05918 0,165 16,5 282873043,4 282,9

b. Calcule o módulo de elasticidade;

o módulo de elasticidade pode ser calculado a partir da Tan(α), no no ponto onde


se encontra o limite da deformação elástica, em nosso caso no quinto ponto do
ensaio, desse modo temos:

Δ𝜎 236,2
tan(𝛼) = =𝐸= = 59.050 𝑀𝑃𝑎 = 59,05 𝐺𝑃𝑎
Δ𝜀 0,004
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c. Determine o limite de escoamento, a partir de uma deformação de


engenharia 0,002;

Para determinar o limite de escoamento é necessário traçar uma reta no valor de


deformação pretendido, nosso caso 0,002, paralela a reta que representa o módulo
de elasticidade inicial, o ponto em que está reta tocar a curva de tensão x
deformação corresponde ao limite de escoamento, onde foi encontrado um valor de
aproximadamente 280MPa conforme figura abaixo:

d. Determine o limite de resistência do material;

O valor do limite de resistência a tração, que equivale ao ponto de máxima tensão


no gráfico de Tensão X Deformação, no nosso caso, equivale ao 12º ponto de
medição no teste, aproximadamente 369,1Mpa.
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e. Determine aproximadamente a ductilidade, expressa em porcentagem de


alongamento;

Para obter a ductibilidade, devemos traçar a partir do ponto onde ocorre a fratura,
uma reta paralela a reta da região do gráfico onde ocorre somente deformação
elástica, no início da curva de Tensão X Deformação, a ductibilidade em
porcentagem representa 100X o valor lido no gráfico, sendo assim temos:

% 𝐴𝑙𝑜𝑛𝑔𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 ~ 100 ∗ 0,160 = 16%

f. Seria possível fazer este mesmo ensaio em um material cerâmico? Explique.

Em materiais cerâmicos não é possível realizar esse tipo de ensaio, como materiais
cerâmicos são muito mais resistentes a compressão do que a tração muitas
dificuldades podem surgir ao tentar realizar esse tipo de ensaio, dentre elas estão
a dificuldade de acoplar os corpos de prova de forma adequada, dificuldade de
observar valores significativos de deformação plástica até a fratura no gráfico
plotado além de possíveis trincas serem introduzidas nos corpos de prova durante
a fabricação.
Para as cerâmicas normalmente são utilizados os ensaios de flexão, muito mais
adequados as características do material.

5. CONCLUSÃO

Escrever a conclusão.

REFERÊNCIAS
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[1] Callister, W. D. Jr, Ciência e Engenharia de Materiais: uma introdução; Editora


LTC, 7ª. Edição 2008.
[2] ASM Handbook, v. 8 – Mechanical Testing and Evaluation. Ed. H. Khun e D.
Medlin. Materials Park: ASM International, 2000.
[3] ASTM E8/E8M – 09, Standard Test Methods for Tension Testing of Metallic
Materials, ASTM International, 2009.
[4] ASTM D638 – 10, Standard Test Methods for Tensile Properties of Plastics,
ASTM International, 2010.

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