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a) Use a aproximação de Stirling (completa) para estimar a altura do pico da distribuição de multiplici-
dades
b) Derive uma fórmula para a função de multiplicidade nas vizinhanças deste pico, em termos do parâmetro
x ≡ N↑ − N/2. Use as mesma técnicas usadas no texto/aula no caso dos dois sólidos de Einstein (aprox.
de Stirling e a aproximações à função ln discutidas no Ex. 1 acima). Cheque que
q o valor dessa expressão
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em x = 0 coincide com o resultado do item (a). Solução: Ω(x) = 2N e−2x /N 2
Nπ
b) Considere agora um par de sólidos de Einstein, cada um com N osciladores, e com energia total
Utot = 2N distribuída entre eles. Quantos macroestados existem para este sistema combinado?
c) Adapte o resultado do item (a) para encontrar o número total de microestados (a multiplicidade total)
deste sistema combinado. Dica: Basta considerar o sistema inteiro como um único sólido de Einstein
com N 0 = 2N osciladores e q = 2N ! Não jogue fora o termo com a raiz quadrada, vamos precisar dele !
d) Como já sabemos, o macroestado mais provável para este sistema é aquele no qual ambos os sólidos
tem metade da energia total. Use novamente o resultado do item (a) para obter uma expressão para
a multiplicidade deste macroestado. Você deve obter um valor muito semelhante ao do item anterior -
exceto pelo termo na raiz quadrada.
e) O resultado do item (d) te diz a altura do ‘pico’ da distribuição de multiplicidades. O resultado do
item (c) te diz a área total dessa distribuição. Podemos usar esses números para obter a largura deste
pico, i.e., o tamanho da faixa de valores de qA que tem probabilidade não desprezível. Basta assumir,
numa aproximação grosseira, um pico retangular contendo toda a probabilidade, de modo que a área
total deve ser a altura vezes a largura. Verifique que a largura obtida dessa forma coincide, a menos de
um fator numérico constante, com o valor obtido na aula usando a aproximação gaussiana. Este valor
corresponde a qual fração do número total de macroestados, obtido no item (b)?
B) Qual é a entropia da mistura? Suponha NA, NB>> 1. Mostre que esta é a mesma fórmula que
você deduziu no trabalho de casa da última semana. (Você pode agora entender porque não há
entropia de mistura quando todos os átomos são idênticos?)
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a) Use análise dimensional para mostrar que um buraco negro de massa M deve ter um raio da ordem de
GM
c2 , onde G é a constante universal da gravitação e c é a velocidade da luz. Calcule o raio aproximado
de um buraco negro de massa igual à massa solar (M = 2 × 1030 kg).
Obs: O chamado raio de Schwarzschild, que define o horizonte de eventos, i.e., a distância do centro do
buraco negro abaixo da qual é impossível qualquer coisa escapar, vem a ser igual a exatamente o dobro
dessa estimativa.
b) No espírito do Ex. 7 acima, explique por que a entropia de um buraco negro deve ser, em unidades
fundamentais, da ordem do número máximo de partículas que poderia ter sido usado para criá-lo.
c) Para criar um buraco negro de uma dada massa M com o maior número possível de partículas, deve-
mos usar partículas com a menor energia possível: fótons de grande comprimento de onda (ou outra
partícula também sem massa, cuja energia só depende de seu comprimento de onda E = hc/λ). Mas
o comprimento de onda não pode ser maior que o tamanho do buraco negro. Portanto, considere que
a energia total dos fótons seja M c2 e estime o número máximo de fótons que poderia ter sido usado
para criar um buraco negro de massa M . A menos de um fator 8π 2 , seu resultado deve concordar com
a fórmula exata para a entropia de um buraco negro, obtida em 1973 por Stephen Hawking através de
um cálculo muito mais difícil:
GM 2
SBN = k.8π 2
hc
d) Calcule a entropia de um buraco negro de massa igual à do nosso Sol, e compare-a com a entropia do
próprio Sol, conforme estimada no Ex. 7 acima. Comente.
e) Mostre que a equação acima pode também ser escrita na forma SBN = C ∗A, onde A é a área superficial
do buraco negro (não o seu volume!), e C é uma constante que depende apenas das constantes universais
G, c e h e um fator numérico. Essa famosa relação foi apontada pelo físico Jakob Bekenstein, e até hoje
há um debate sobre seu real significado em termos de uma multiplicidade microscópica.