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e Aplicações
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS DA ANÁLISE TÉRMICA..................................................................... 11
CAPÍTULO 1
HISTÓRICO............................................................................................................................. 11
CAPÍTULO 2
ELEMENTOS IMPORTANTES PARA O DESENVOLVIMENTO DA ANÁLISE TÉRMICA........................... 15
CAPÍTULO 3
CONCEITO DAS ANÁLISES TÉRMICAS....................................................................................... 38
UNIDADE II
PRINCIPAIS MÉTODOS TERMOANALÍTICOS............................................................................................. 42
CAPÍTULO 1
FUNDAMENTOS DAS ANÁLISES TÉRMICAS................................................................................. 42
CAPÍTULO 2
EQUIPAMENTO........................................................................................................................ 47
CAPÍTULO 3
FATORES QUE AFETAM A ANÁLISE TERMOGRAVIMÉTRICA E TIPOS DE ERRO............................... 49
UNIDADE III
ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL (DTA) E CALORIMETRIA EXPLORATÓRIA DIFERENCIAL (DSC).................... 55
CAPÍTULO 1
ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL (DTA)...................................................................................... 55
CAPÍTULO 2
CALORIMETRIA EXPLORATÓRIA DIFERENCIAL (DSC).................................................................. 63
CAPÍTULO 3
FATORES QUE PODEM INFLUENCIAR AS CURVAS DTA E DSC..................................................... 71
UNIDADE IV
APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS................................................................................................. 72
CAPÍTULO 1
APLICAÇÕES EM ANÁLISE TERMOGRAVIMÉTRICA (TGA) E TERMOGRAVIMETRIA
DERIVADA (DTG)............................................................................................... 72
CAPÍTULO 2
APLICAÇÕES EM ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL (DTA) E CALORIMETRIA EXPLORATÓRIA
DIFERENCIAL (DSC)................................................................................................................. 76
CAPÍTULO 3
CÁLCULOS ESTEQUIOMÉTRICAS E GRÁFICOS ENVOLVENDO TGA, DGT, DTA E DSC................... 83
REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 113
Apresentação
Caro aluno,
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
7
Introdução
A energia está presente em todos os materiais e a energia na forma de calor
pode ser liberada ou absorvida, levando a mudanças em suas estruturas e em
seu comportamento. Assim, torna-se importante conhecer e compreender as
alterações estruturais e comportamentais que os materiais podem sofrer quando
sob calor, uma vez que tais mudanças podem ser úteis ou mesmo indesejadas.
Ao se chegar ao conhecimento das alterações sofridas pelos materiais e/ou seu
comportamento sob aquecimento, pode-se apreender os limites de temperatura,
aos quais podem ser submetidos sem que se comprometa as suas propriedades,
como também, levar a alterações e modificações desejadas ao fornecer calor de
forma direta e controlada.
8
Objetivos
»» Conceituar análises térmicas.
9
10
HISTÓRICO E
CONCEITOS BÁSICOS UNIDADE I
DA ANÁLISE TÉRMICA
CAPÍTULO 1
Histórico
Um dos primeiros a fazer análises quantitativas foi Lavosier (1743-1794). Ele foi, na
verdade, um dos primeiros a utilizar a balança analítica em seus estudos, utilizando-a
inclusive para medir massas de produtos da combustão. Talvez possa se dizer aqui
que Lavosier é responsável pelos primórdios da Análise Térmica, estudando as
transformações promovidas pelo calor. Se o metal libera o flogístico, era de se esperar
que sua massa final (cal) fosse mais leve. Entretanto, o que se constatou foi justamente
o contrário. Lavosier percebeu que algo não estaria certo nessa teoria e a contestou.
Contudo, os defensores da teoria argumentaram dizendo que deveria existir dois tipo
de flogístico: um encontrado em papel, gordura, madeira etc. – que teria peso – e outro
encontrado nos metais – que teria peso negativo.
Pode-se dizer, portanto, que até antes do século XVIII poucos tinham sido os
avanços mais sofisticados para a aplicação do calor e todos eram qualitativos.
Os fornos eram precários e, com o passar do tempo, se percebeu a necessidade
de medir (quantificar) a temperatura no seu interior. A termometria foi,
portanto, bem estabelecida na primeira metade do século XVIII, ou seja, durante
11
UNIDADE I │ HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS DA ANÁLISE TÉRMICA
É difícil avaliar a razão na qual a eletricidade substituiu o gás como fonte de calor em
análise térmica. O gás ainda estava em uso generalizado, apesar da facilidade com
que a electricidade podia controlar e obter temperaturas conhecidas e tempos de
programação, o gás era ainda uma fonte de calor importante na Análise Térmica ao
longo do período em análise. No entanto, estima-se que no início do século XX o uso
de fontes de calor foi razoavelmente equilibrado e somente nas décadas seguintes é
que a eletricidade se tornou mais comum.
12
HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS DA ANÁLISE TÉRMICA │ UNIDADE I
No Brasil, a introdução das técnicas foi realizada principalmente pelos Profs. Drs.
Pérsio de Souza Santos e Ernesto Giesbrecht tendo sido amplamente divulgadas
pelo Prof. Dr. Ivo Giolito. Essa introdução se faz necessária, pois a Análise Térmica
teve sua origem quando se começou a controlar o fogo e o calor, encontrando
formas de se reter este calor e maneiras de controlar o resfriamento de certos
materiais. São apresentadas na sequência as diversas formas que os homens foram
desenvolvendo para se medir a temperatura de materiais, desde os primeiros
termômetros, menos sensíveis, até alguns equipamentos de maior precisão e
que detectavam temperaturas mais elevadas, podendo então ser utilizados como
aparatos para controle dentro de fornos.
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UNIDADE I │ HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS DA ANÁLISE TÉRMICA
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CAPÍTULO 2
Elementos importantes para o
desenvolvimento da análise térmica
O fogo
Faz-se uma compilação das principais teorias envolvendo o fogo e como o
entendimento do calor foi feito ao longo dos anos, desde os primeiros filósofos,
passando pelos alquimistas, até os primeiros químicos modernos, de forma
que se deve mostrar sua importância para os primeiros homens e como a
qualidade de vida deles melhorou quando começaram a manipular e entender
o fogo. Seguindo, faz-se uma descrição da utilização do fogo para o benefício
do homem e a construção dos primeiros fornos, como forma de controlar o
fogo e reter calor.
Acredita-se que o primeiro contato que os homens primitivos tiveram com o fogo
foi por meio de incêndios causados pelos raios. Nossos antepassados perceberam o
quanto essa ferramenta era importante para a sobrevivência devido a seus múltiplos
valores: iluminar, aquecer, espantar os animais e os insetos, assar a carne, endurecer
o barro. Entretanto, quando ou onde o primeiro homem descobriu os valores do fogo
é desconhecido, embora possa muito bem ter sido na China.
Figura 1. Produção do fogo. a) Cena do filme “Guerra do Fogo”, que ilustra a produção do fofo a partir de
Na Grécia antiga tem-se a história de Prometeu, um titã que ficou conhecido por
roubar o fogo de Zeus e entregá-lo aos mortais. Há, no Brasil, muitas histórias
indígenas dentre os diferentes povos sobre a origem do fogo. Muitos colocam
animais, como a onça, o corvo, o cervo, o pica-pau, como sendo os donos do fogo
e que outros animais, inclusive o homem, tentavam roubar-lhes este fogo. Existem
outros mitos indígenas em que o fogo foi roubado do sol. Na Roma antiga tinha-se o
costume de fazer fogo doméstico sobre pedras que se denominavam lar. O termo foi
extendido e passou a se referir a própria casa, a família e aos seus deuses protetores,
mostrando assim a importância do calor do fogo para a construção de uma sociedade
sedentária, baseada nos principios familiares.
Como se pode perceber através dessas histórias, não há grandes registros e evidências
das primeiras origens e utilizações do fogo. Mas, o uso do mesmo na produção de
metais e extrato de cerâmica pode ser seguido prontamente por meio de evidências
arqueológicas e esta fase é de consequência considerável na história da análise
térmica. A história de qualquer técnica termoanalítica é, portanto, intimamente
entrelaçada com a evolução da física, termoquímica e principalmente da mineralogia.
Potanto, o homem passou a utilizar o fogo para fundir metais para criar ferramentas.
Para tal, percebeu-se a necessidade de criação de fornos. Acredita-se que os primeiros
artefatos tecnológicos criados pelo homem foram as lareiras (fogueiras) feitas sobre
pedras (Figura 2). Alguns destes artefatos encontrados na Europa e outras localidades
datadas do sétimo/oitavo milênio antes de Cristo provavelmente não produzissem
calor suficiente para queimar cerâmicas ou fundir metais, mas a evolução desta para
lareiras fechadas (ou fornos) com temperaturas que chegassem até aproximadamente
1100-1220°C poderiam facilmente alcançar esse objetivo.
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HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS DA ANÁLISE TÉRMICA │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS DA ANÁLISE TÉRMICA
quent sec
ar terra
molhad frio
água
Fonte: Adaptado de FARIAS, 2005.
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HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS DA ANÁLISE TÉRMICA │ UNIDADE I
da expansão árabe (por volta de 650 d.C.), alguns conceitos sobre a construção
fundamental da matéria foram alterados. Os alquimistas árabes, dentre eles Djabir,
modificaram a doutrina dos quatro elementos, já que não era suficiente para
expressar todas as características dos materiais. Para Djabir os metais eram os que
mais poderiam passar por transformações e seriam formados por dois “princípios”:
o enxofre e o mercúrio; sendo o primeiro caracterizado pela combustão e o segundo
pelas propriedades metálicas. Com o tempo, o sal foi incluido nesses princípios, uma
vez que caracterizava a estabilidade do metal. E esses três princípios (chamados de
Tria Prima por Paracelso, 1943-1541) persistiram até o advento da química moderna.
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UNIDADE I │ HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS DA ANÁLISE TÉRMICA
Como o uso do fogo passou a ser algo essencial nos laboratórios alquímicos, se
percebeu a necessidade de formular teorias para explicar o processo de combustão.
Dentre os alquímicos estava Becher (1635-1682), com a teoria de que as substâncias
sólidas seriam constituídas de tipos de “terras”: terra fluida, terra lapida e terra pinguis.
Seguindo essa proposta, um pedaço de madeira se comporia originalmente de cinzas e
terra pinguis e quando queimada a madeira liberaria a terra pinguis e permanece com
as cinzas. Sthal (1660-1734), sob influência de seu mestre Becher, extendeu a teoria da
terra pinguis para o campo da mineralização e chamou o “espírito ígneo” de flogístico
(do grego phlogistós, inflamado) e o que restava da combustão era denominado cal do
metal. Esse processo deveria ser reversível. E enquanto a química se baseava apenas
em aspectos qualitativos, a teoria do flogístico foi plausível para explicar os processos
de combustão e calcinação.
A Balança
Acredita-se que as primeiras balanças sejam as de dois pratos e que tenham sido
desenvolvidas no Egito. Para alguns povos as balanças iam além do emprego na
área comercial e econômica, elas possuiam caráter místico. No Egito, por exemplo,
a balança tinha a conotação de justiça, pois simbolicamente foi representada no
Livro dos Mortos mostrando que, ao final da vida, o indivíduo tinha o peso do seu
coração comparado com o peso da pena da verdade. Se o coração fosse mais pesado
que a pena o indivíduo ganharia o céu, caso contrário, o inferno. A Figura 5 ilustra
duas situações em que a balança aparece nesse contexto. Ainda hoje a balança em
equilíbrio representa a justiça, por tradição da representação da Deusa da Justiça
Romana Iustitia (olhos vendados), equivalente Grega (de olhos abertos) Diké, filha
de Themis. A espada desembainhada na mão direita representa a força do Direito.
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HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS DA ANÁLISE TÉRMICA │ UNIDADE I
Na idade Média poucas foram as mudanças realizadas nas balanças (Figura 6).
Elas possuiam fins bem definidos e estavam ajustadas de maneira satisfatória
para cumprir esses fins, sem que precisassem de melhorias. Além disso, as
pesquisas químicas não tiveram muitos avanços quantitativos e, novamente,
não se tinha justificativa para melhoras das balanças. Somente por volta do
século XVI é que as balanças começaram a ter papel importante nas pesquisas
e seu maior desenvolvimento foi necessário. No século seguinte, as balanças se
tornaram mais sensíveis, devido à expansão da metalurgia. E no século XVIII
muitos trabalhos sobre química quantitativa fundamentados no uso da balança
começaram a ser apresentados.
Figura 6. Esquema geral segunda da Termobalança de Honda apresentada no XV Congresso ICTAC em 2012 no
Japão.
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UNIDADE I │ HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS DA ANÁLISE TÉRMICA
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HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS DA ANÁLISE TÉRMICA │ UNIDADE I
dU = dq - dw
dH = dU – PdV
Sendo que se a pressão (P) do sistema for constante e não houver trabalho de
expansão ou compressão (dw = 0), temos que a variação de entalpia (dH) será
igual à variação de calor aplicado ao sistema:
dH = dU – PdV p/ dU = dq – dw e PdV = dw
dH = (dq - dw) + dw
dH = dq
Já a segunda Lei usa a entropia (S) para identificar quais das transformações
permitidas ocorrem espontaneamente. Desta forma, o calor (q) está intrinsecamente
ligado à entropia, da seguinte forma:
q dq ( rev )
dS = ∫
q0 T ( viz )
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UNIDADE I │ HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS DA ANÁLISE TÉRMICA
Pontos triplos marcam condições nas quais três fases diferentes podem
coexistir. Por exemplo, o diagrama de fase da água possui um ponto triplo
correspondendo à única temperatura e pressão na qual água sólida, líquida
e gasosa (vapor) podem existir em um equilíbrio estável. O solidus é a
temperatura abaixo da qual a substância é estável no estado sólido. O liquidus
é a temperatura acima da qual a substância é estável num estado líquido.
Pode haver um hiato entre o solidus e liquidus; no intervalo, a substância
consiste de uma mistura de cristais e líquidos (como uma “pasta”). Os mais
simples diagramas de fase são diagramas pressão-temperatura de uma
única substância, tais como a água. Os eixos correspondem à pressão e à
temperatura. O diagrama de fase mostra, em espaço pressão-temperatura, as
linhas de equilíbrio ou contornos de fase entre as três fases de sólido, líquido
e gás.
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HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS DA ANÁLISE TÉRMICA │ UNIDADE I
Figura 7. Um típico diagrama de fase. A linha pontilhada mostra o comportamento anômalo da água. As linhas
verdes marcam o ponto de congelamento e a linha azul o ponto de ebulição, mostrando como tais grandezas
Fase sólida
Líquido
Fluido supercrítico
compressível
Pressão crítica
Fase gasosa
Temperatura
Ttp Crítica (Tcr)
Temperatura
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Diagrama_de_fase#/media/File:Phase-diag.svg.
F=C–P+2
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HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS DA ANÁLISE TÉRMICA │ UNIDADE I
Para os pontos D, E e F, os quais se encontram sobre a uma das curvas, sendo esta
de fusão, ebulição ou sublimação, temos que o número de fases é definida, sendo ela
sólida + líquida para no ponto D, sólida + gasosa no ponto E e líquida + gasosa no
ponto F (P = 2). E considerando que o gráfico em questão se trata de uma substância
pura (CO2) e não de uma mistura, o número de componentes pode ser expresso por
C = 1. De forma que o valor de F aplicando a regra de Gibbs, e igual a 1. O ponto G
trata-se do ponto crítico e o ponto H trata-se do ponto triplo, onde o mesmo se
encontra dando origem às três curvas, sendo estas de fusão, ebulição ou sublimação.
Assim, temos que o número de fases é definida como sólida + líquida + gasosa (P =
3). E considerando que o gráfico em questão se trata de uma substância pura (CO2)
e não de uma mistura, o número de componentes pode ser expresso por C = 1. De
forma que o valor de F aplicando a regra de Gibbs, e igual a 0 (zero ou nulo).
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UNIDADE I │ HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS DA ANÁLISE TÉRMICA
Outros tipos de diagramas de fase muito mais complexos podem ser construídos,
particularmente quando mais que um componente puro está presente, no caso
em que concentração torna-se uma variável importante. Diagramas de fase com
mais que duas dimensões mostram o efeito de mais duas variáveis na fase de uma
substância. Diagramas de fase podem usar outras variáveis em adição para ou no
lugar de temperatura, pressão e composição, por exemplo a força de um campo
elétrico ou magnético aplicado e podem também envolver substâncias que tomem
mais que somente três estados da matéria. No diagrama de fase ferro-carbeto de
ferro (Fe–Fe3C), a porcentagem de carbono presente e a temperatura define a
fase e a liga ferro-carbono e por isso suas características físicas e propriedades
mecânicas. A porcentagem de carbono determina o tipo de liga ferrosa: ferro, aço
ou ferro fundido.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Eutektikum_new.svg.
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HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS DA ANÁLISE TÉRMICA │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS DA ANÁLISE TÉRMICA
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HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS DA ANÁLISE TÉRMICA │ UNIDADE I
amorfos com uma fase de transição clara entre elas. Vale aqui lembrar também que
o poliamorfismo é estudado também em água sob congelamento. Material amorfo
ou substância amorfa é a designação dada à estrutura que não têm ordenação
espacial a longa distância (em termos atómicos), como os sólidos regulares. É
geralmente aceito como o oposto de estrutura cristalina. As substâncias amorfas
não possuem estrutura atômica definida. Algumas substâncias comuns no
dia-a-dia são amorfas, como o vidro, o poliestireno e até mesmo o algodão-doce.
Materiais amorfos são comumente preparados ao resfriar materiais derretidos.
Esse resfriamento reduz a capacidade de mobilidade das moléculas. Materiais
como os metais são muito difíceis de serem preparados como rígidos amorfos. A
não ser que o material tenha alta resistência à fusão (como cerâmicos) ou baixa
energia de cristalização (como os polímeros), a preparação de um sólido amorfo
deve ser extremamente rápida.
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UNIDADE I │ HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS DA ANÁLISE TÉRMICA
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HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS DA ANÁLISE TÉRMICA │ UNIDADE I
teor de cromo e baixos teores de níquel e carbono. Este último e o tipo austenítico
não podem ser temperados. O aço é atualmente a mais importante liga metálica,
sendo empregue de forma intensiva em numerosas aplicações tais como máquinas,
ferramentas, em construção, etc. Entretanto, a sua utilização está condicionada
a determinadas aplicações devido a vantagens técnicas que oferecem outros
materiais como o alumínio no transporte por sua maior leveza e na construção
por sua maior resistência a corrosão, o cimento (mesmo combinado com o aço)
pela sua maior resistência ao fogo e a cerâmica em aplicações que necessitem de
elevadas temperaturas.
Ainda assim, atualmente emprega-se o aço devido a sua nítida superioridade frente
às demais ligas considerando-se o seu preço. Já que existem numerosas jazidas
de minerais de ferro suficientemente ricas, puras e fáceis de explorar, além da
possibilidade de reciclar a sucata. Os procedimentos de fabricação são relativamente
simples e económicos, e são chamados de aciaria. Os aços podem ser fabricados
por processo de aciaria eléctrica, onde se utiliza eléctrodos e processo de aciaria
LD, onde se utiliza sopro de oxigénio no metal líquido por meio de uma lança.
Apresentam uma interessante combinação de propriedades mecânicas que podem
ser modificados dentro de uma ampla faixa variando-se os componentes da liga e as
suas quantidades, mediante a aplicação de tratamentos. A sua plasticidade permite
obter peças de formas geométricas complexas com relativa facilidade.
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UNIDADE I │ HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS DA ANÁLISE TÉRMICA
até 0,8% sendo este último considerado um aço de verdade. Os egípcios por volta
de 900 a.C. já dominavam processos relativos a tratamentos térmicos nos aços para
fabricação de espadas e facas. Como quando o teor de carbono supera 0,3% o material
torna-se muito duro e quebradiço caso seja temperado (resfriado bruscamente em
água) de uma temperatura acima de 850 °C a 900 °C, eles utilizavam o tratamento
denominado revenido que consiste em diminuir a fragilidade minimizando-a por
reaquecimento do aço a uma temperatura entre 350 °C e 500 °C. Hoje é comum falar
sobre “o ferro e o aço”, como se fossem uma coisa só, mas historicamente eles são
produtos diferentes.
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HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS DA ANÁLISE TÉRMICA │ UNIDADE I
A austenita, também conhecida como ferro gama (γ-Fe) é uma fase sólida, não
magnética, constituída de ferro na estrutura CFC. A fase foi denominada em
homenagem a um metalúrgico inglês, sir William Chandler Roberts-Austen
(1843-1902). De acordo com o diagrama de fase ferro-carbono ao lado, essa fase
geralmente se encontra muito acima da temperatura ambiente, tendo seu mínimo
a 912°C (1185K) para o ferro puro e a 727°C (1000K) para o aço carbono eutetóide
(perlita). Entretanto, as ligas metálicas influenciam muito na formação dessa fase,
podendo esta inclusive ser estável à temperatura ambiente sob a forma de aço
austenítico. Os principais elementos de liga que permitem que isso ocorra estão
representados no diagrama de Schaeffler expresso na figura 10 abaixo.
Figura 10. Diagrama de fase de ferro-carbono, mostrando as condições necessárias para se formar suas mais
diferentes fases.
Temperatura (ᵒC)
δ+líquido
δ Líquido
δ+γ γ
+líquido Fe3C+líquido
Austenita
γ
α+γ γ+Fe3C+ Fe3C+ Cementita
ledeburita ledeburita Fe3C
Ferrita α
Fe3C+ Fe3C+
α+perlita
Ledeburita ledeburita
+perlita
Percentual de
carbono
(em massa)
Perlita Perlita
(eutectóide) (eutética)
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Phase_diag_iron_carbon.PNG.
35
UNIDADE I │ HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS DA ANÁLISE TÉRMICA
Há de ser notado todavia, que isto é válido apenas para o aço. Outras ligas metálicas
podem apresentar fases que recebem o nome clássico de austenítica, como por
exemplo as ligas com memória de forma mas a estrutura dessas fases normalmente
não é cúbica de face centrada. Sobre o processo de cristalografia, podemos afirmar
que o fator de empacotamento atômico (ou FEA) é um índice que varia de 0 a 1 e
representa a fração do volume de uma célula unitária que corresponde a esferas
sólidas, assumindo o modelo da esfera atômica rígida. Tem como objetivo informar
quantos átomos podem ser organizados numa estrutura cristalina e determinar a
qualidade no empilhamento. Não existem estruturas cristalinas cujo FEA é igual
a 1, pois se isso ocorre não existem espaços entre os átomos nos interstícios. Se o
FEA é igual a zero, então trata-se de uma estrutura amorfa. Sabe-se que os tipos
de estrutura cristalina com maior eficiência de empacotamento são as do tipo CFC
(cúbica de face centrada) e HC (hexagonal compacta). Calcula-se o FEA através
da fórmula:
N ( átomos ) x V ( átomo )
FEA =
V ( célula unitária )
aonde Nátomos é o número de átomos, Vátomo é o volume de cada átomo e Vcélula unitária
é o volume ocupado pela célula. No mais, devemos aqui lembrar que mais comuns
empacotamentos esféricos de sistemas atômicos e seus fatores de empacotamento são:
cúbica de Corpo Centrado (CCC): 0,68; cúbica de Face Centrada (CFC): 0,74; hexagonal
Compacta (HC): 0,74.
que nenhum outro têm: isotropia térmica e óptica. Isso significa que a luz e o calor
neles se propagam com a mesma velocidade, seja qual for a direção. Pertencem ao
sistema cúbico os cristais de 7,8 % das espécies minerais conhecidas, entre elas
diamante, ouro, granadas, prata, espinélio, pirita e sodalita.
37
CAPÍTULO 3
Conceito das análises térmicas
38
HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS DA ANÁLISE TÉRMICA │ UNIDADE I
Quadro 1. Tipos de materiais e insumos farmacêuticos que podem ser estudados por análise térmica
Materiais
Fármacos
Excipientes
Embalagens
Solventes
Aditivos
Polímeros
Medicamentos
Polimorfos
Fonte: próprio autor.
Figura 11. Tipos de materiais e insumos farmacêuticos que podem ser estudados aplicando as termoanálises.
Compatibilidade
fármaco/excipiente
Transição vítrea Estabilidade térmica
39
UNIDADE I │ HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS DA ANÁLISE TÉRMICA
Dimensões Termodilatometria TD
Quadro 3. Classificação das principais técnicas termoanalíticas segundo seus principais usos e propriedades
medidas.
Mudança de fases
Temperatura Análise térmica diferencial
Reações
Capacidade de calor
Mudança de fases
Entalpia Caloria exploratótia diferencial
Reações
Calorimetria
40
HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS DA ANÁLISE TÉRMICA │ UNIDADE I
Fonte: http://tennessine.com.br/dsc-tga-e-dta-simultaneo-sta-449-f1-jupiter.
41
PRINCIPAIS
MÉTODOS UNIDADE II
TERMOANALÍTICOS
CAPÍTULO 1
Fundamentos das análises térmicas
42
PRINCIPAIS MÉTODOS TERMOANALÍTICOS │ UNIDADE II
ANÁLISE TÉRMICA
TG/DTA-GC/MS
TG/DTG
43
UNIDADE II │ PRINCIPAIS MÉTODOS TERMOANALÍTICOS
Δm ou y
Massa(%)
Patamar final
(massa constante)
T
Temperatura (ᵒC) ou x
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/An%C3%A1lise_t%C3%A9rmica#/media/File:Grafico_1_An%C3%A1lise_T%C3%A9rmica.jpg.
44
PRINCIPAIS MÉTODOS TERMOANALÍTICOS │ UNIDADE II
M = f(T) ou M = f(t)
dm dm
F (=
T) ou
= F (t )
dT dT
45
UNIDADE II │ PRINCIPAIS MÉTODOS TERMOANALÍTICOS
Δm
dm/dT
46
CAPÍTULO 2
Equipamento
Sobre as termobalanças modernas, pode-se afirmar, como foi muito bem resumido
por Ionashiro (1980) e Denari e Cavalheiro (2009), que o equipamento para análise
termogravimétrica é composto basicamente pela termobalança, podendo sofrer
alterações em sua configuração dependendo do fabricante, mas mantendo seus
fundamentos. Segundo Ionashiro (1980) e Denari e Cavalheiro (2009), a termobalança
permite a pesagem contínua de uma amostra em função da temperatura, ou seja, à
medida que ela é aquecida ou resfriada. Seus principais componentes são: balança
registradora, forno, suporte de amostra e sensor de temperatura, programador
de temperatura do forno, sistema registrador e controle da atmosfera do forno.
A figura 16 apresenta um diagrama de um equipamento genérico para análise
termogravimétrica. A sensibilidade das termobalanças é da ordem de 0,1 µg e,
geralmente, apresentam capacidade de até 1 g.
47
UNIDADE II │ PRINCIPAIS MÉTODOS TERMOANALÍTICOS
Isolamento
Programador de
Temperatura
Registrador
Controle da
balança
Porta Forno
Termopar
amostra da amostra
Fonte de gás
para controle
da atmosfera
do forno
Fonte: Denari, 2013.
48
CAPÍTULO 3
Fatores que afetam a análise
termogravimétrica e tipos de erro
49
UNIDADE II │ PRINCIPAIS MÉTODOS TERMOANALÍTICOS
50
PRINCIPAIS MÉTODOS TERMOANALÍTICOS │ UNIDADE II
Fonte: http://www.ceraltec.com.br/cadinho-preco.
51
UNIDADE II │ PRINCIPAIS MÉTODOS TERMOANALÍTICOS
52
PRINCIPAIS MÉTODOS TERMOANALÍTICOS │ UNIDADE II
Existem diversos outros fatores que podem provocar alterações nas curvas analíticas
TG/DTG, portanto, deve-se reportar o maior número possível de detalhes quanto
ao experimento realizado, incluindo informações sobre o histórico da amostra,
sempre que possível. Sobre os fatores que influenciam as curvas TG/DTG,
Ionashiro (1980) comenta que muitos fatores acima mencionados ainda continuam
sendo estudados, porque se de um lado boa parte deles é constante para uma
dada termobalança (geometria do suporte de amostra, sensibilidade da balança,
empuxo do ar), por outro, muitos são variáveis e difíceis de serem controlados
(tamanho de partícula da amostra, compactação, solubilidade na amostra dos
gases liberados etc.). É por isso que continua sendo difícil correlacionar os dados
obtidos com vários sistemas termoanalíticos disponíveis, mesmo porque, até o
momento, inexiste ainda algum tipo de amostra padrão ou, melhor ainda, uma
termobalança padrão, por meio da qual poderiam ser comparados os diferentes
aparelhos comerciais.
Causas de erros
Impulsão do ar sobre o cadinho e seu suporte
Correntes de convecção e turbulência do forno
Medições de temperatura e calibração
Fonte: adaptado de Ionashiro, 2004.
53
UNIDADE II │ PRINCIPAIS MÉTODOS TERMOANALÍTICOS
54
ANÁLISE TÉRMICA
DIFERENCIAL (DTA)
E CALORIMETRIA UNIDADE III
EXPLORATÓRIA
DIFERENCIAL (DSC)
CAPÍTULO 1
Análise térmica diferencial (DTA)
Essas técnicas, DTA e DSC, permitem, como bem destacado por Ionashiro (1980),
acompanhar os efeitos de calor associados com alterações físicas ou químicas da
amostra, tais como transições de fase (fusão ebulição, sublimação, congelação,
inversões de estruturas cristalinas) ou reações de desidratação, de dissociação,
de decomposição, de óxido-redução etc. capazes de causar variações de calor. As
duas técnicas permitem ainda estudar as transições vítreas, que podem ocorrer a
certos polímeros. Essas reações e transições podem se caracterizar como efeitos
endotérmicos, onde há consumo de energia; ou exotérmicos, quando há liberação de
energia. As cristalizações, oxidações e algumas reações de decomposição, de modo
geral, liberam energia e, assim, produzem efeitos exotérmicos, enquanto as transições
de fase, desidratações, reduções e certas reações de decomposição produzem efeitos
endotérmicos.
55
UNIDADE III │ ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL (DTA) E CALORIMETRIA EXPLORATÓRIA DIFERENCIAL (DSC)
Sendo, DTA e DSC, técnicas muito semelhantes no que tange ao tipo de resultado
obtido, essas técnicas são muitas vezes confundidas. Mas são técnicas diferentes,
e a fundamental diferença entre elas é que a DSC é um método calorimétrico no
qual são medidas diferenças de energia e na DTA são registradas diferenças em
temperatura. Dessa forma, ao utilizar as técnicas DTA e DSC, deve-se ter em mente
suas limitações, sendo importante ressaltar que nenhuma grande precisão pode
ser obtida sem um rígido controle das variáveis que afetam as curvas DTA ou DSC,
aliás, em muitos casos é extremamente difícil.
A análise térmica diferencial pode ser definida como uma técnica térmica que
determina continuamente as temperaturas da amostra e de um material de
referência termicamente inerte, apresentando, assim, suas diferenças, à medida que
ambos vão sendo aquecidos ou resfriados em um forno. As medições de temperatura
apresentadas na técnica DTA são diferenciais, pois registra-se a diferença entre a
temperatura do material de referência Tr, e a da amostra Ta, ou seja (Tr – Ta = ΔT),
em função da temperatura ou do tempo, uma vez que o aquecimento ou resfriamento
são feitos em ritmo linear (dT/dt = k, sendo este, constante).
Uma deficiência da técnica DTA seria em relação à medida de calor, para tal, a
DTA é considerada uma técnica semiquantitativa. Segundo Ianoshiro (2004),
todas as aplicações da DTA se baseiam na interpretação adequada dos picos endo e
exotérmico que aparecem nas curvas DTA e o número, a forma e a posição desses picos
permitem interpretações qualitativas e as áreas, após a medição adequada, permitem
determinação quantitativa. Os dados experimentais, após o tratamento matemático,
permitem também importantes conclusões sobre a cinética das transformações. A
figura 18 apresenta curvas de variação de temperatura para uma amostra hipotética
e sua curva DTA com a formação dos picos endo e exotérmicos.
56
ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL (DTA) E CALORIMETRIA EXPLORATÓRIA DIFERENCIAL (DSC) │ UNIDADE III
Figura 18. Curvas da temperatura real de uma amostra hipotética e da temperatura diferencial em função de T
ou t.
Exo
a b c
T = 0
Endo
0 20 40 60 80 100
Temperatura (T) ou tempo (t)
Fonte: Ionashiro, 2004.
(Ionashiro, 1980)
57
UNIDADE III │ ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL (DTA) E CALORIMETRIA EXPLORATÓRIA DIFERENCIAL (DSC)
Como bem abordado por Matos et al. (2009), na curva DTA, as áreas sob
os picos endotérmicos e exotérmicos estão relacionadas com as energias, ou
seja, mudanças entálpicas, envolvidas nas reações químicas que ocorrem ao
longo da análise térmica. Ainda segundo Matos et al. (2009), as alterações
detectadas de temperatura da amostra durante o ensaio DTA estão relacionadas
a transformações de fase, reações no estado sólido, decomposições, reações
de superfície com alguns gases e transições de segunda ordem. O material
de referência empregado nos ensaios térmicos DTA devem apresentar
características específicas. O quadro 7 detalha melhor as características
exigidas ao material de referência. Entre os materiais mais comumente
empregados como referência para ensaios térmicos DTA, podemos citar:
alumina e carborundun (SiC) e tanto o material de referência, como a amostra
são utilizados na forma de pó.
temperatura utilizada.
Características
Inerte
Endotérmico
Não sofre eventos
Exotérmico
Amostra
Não reagir com Suporte da amostra
Termopar
Condutividade térmica
Similares ao da amostra
Capacidade de aquecimento
Fonte: Matos et al., 2009.
58
ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL (DTA) E CALORIMETRIA EXPLORATÓRIA DIFERENCIAL (DSC) │ UNIDADE III
referência, o que leva à exatidão nas medidas, mas também ao risco de interações
entre o sensor e o material. Na célula DTA moderna, tem-se o porta-amostra
repousando sobre os sensores, reduzindo, assim, a possibilidade de interação
entre os materiais. A figura 19 mostra um esquema preciso de uma célula de DTA
moderna.
Gás
Referência Amostra
Sensor de
fluxo do calor
Gás
Fonte de calor
Gás
Fonte: Matos et al., 2009.
Como foi muito bem abordado por Ionashiro (1980), o método térmico
diferencial é essencialmente um método empírico e depende de inúmeros
parâmetros experimentais relacionados com a instrumentação utilizada
e de determinadas características da amostra. Assim, as curvas de uma
mesma amostra, obtidas em aparelhos diferentes, podem apresentar entre
si diferenças mais ou menos acentuadas. O quadro 8, abaixo, apresenta os
principais fatores que podem modificar as formas das curvas DTA.
59
UNIDADE III │ ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL (DTA) E CALORIMETRIA EXPLORATÓRIA DIFERENCIAL (DSC)
temperatura utilizada.
Fatores Fonte
Razão de aquecimento do forno
Natureza do suporte de amostras
Profundidade do raio do orifício de suporte no qual é colocada a amostra
Localização, natureza e dimensões dos termopares diferenciais
Instrumental
Natureza da substância inerte, utilizada como referência
Influência da atmosfera do forno
Efeito de colocação de tampa sobre o orifício da amostra
Tamanho e forma do forno
Tamanho da partícula
Grau de cristalinidade
Cátions adsorvidos
Condutividade térmica Amostra
Capacidade de calor
Quantidade de amostra
Compactação da amostra e referência nos orifícios do bloco de suporte
Fonte: Matos et al., 2009.
Em relação ao efeito da atmosfera do forno sobre as curvas DTA, assim como o efeito
da cobertura dos orifícios do suporte de amostras, o quadro 9, abaixo, apresenta
considerações de alta relevância abordadas por Ionashiro (1980).
Quadro 9. Efeito da atmosfera do forno e da cobertura dos orifícios do suporte de amostras sobre as curvas DTA.
Efeitos
As reações que ocorrem com perdas de massa são consideravelmente influenciadas pela cobertura do orifício de amostra.
As reações que são acompanhadas por perdas de massa (desidratação, perda de CO2) podem ser acentuadas, cobrindo-se o orifício da amostra, e
os picos deslocam-se para temperaturas mais elevadas.
As reações acompanhadas de ganhos de massa (oxidação) podem ser totalmente inibidas ou se tornar pouco definidas quando o orifício da amostra
é coberto.
Embora o recurso da cobertura possa auxiliar a obtenção de linhas bases horizontais e retas, deve ser evitado no caso em que se pretende fazer
uma prospecção geral prévia.
A composição da atmosfera afeta consideravelmente o início e o andamento das reações que ocorrem com mudanças de massa.
O início e o andamento de reações de desidratação, de decomposição de carbonatos e de oxidação são influenciados, respectivamente, pelas
pressões de vapor de água, CO2 e O2 na atmosfera do forno.
Fonte: Ionashiro, 1980.
60
ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL (DTA) E CALORIMETRIA EXPLORATÓRIA DIFERENCIAL (DSC) │ UNIDADE III
61
UNIDADE III │ ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL (DTA) E CALORIMETRIA EXPLORATÓRIA DIFERENCIAL (DSC)
A análise térmica diferencial, como foi muito bem abordado por Ionashiro
(1980), é semelhatemente à termogravimetria, afetada por inúmeros parâmetros
experimentais e, portanto, as curvas obtidas de uma dada amostra em diferentes
aparelhos podem apresentar pequenas diferenças entre si, com respeito à
temperatura e à forma dos picos. Mas, atualmente, as curvas obtidas por meio
de modernos instrumentos são perfeitamente reprodutíveis.
62
CAPÍTULO 2
Calorimetria exploratória diferencial
(DSC)
Como foi muito bem abordado por Matos et al. (2009), a DSC é uma técnica
derivada da DTA e, por isso, muito semelhantes ou até complementares. Pode-se
dizer que a DSC executa todas as aplicações da DSC e também fornece informações
quantitativas sobre o calor envolvido em cada processo. Assim, a DSC fornece
dados quantitativos das reações, físicas e químicas, que ocorrem com a amostra,
tais como:
»» reações de desidratação;
»» reações de decomposição;
64
ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL (DTA) E CALORIMETRIA EXPLORATÓRIA DIFERENCIAL (DSC) │ UNIDADE III
Endotérmico
dH/dT
Exotérmico
Temperatura (K)
Fonte: Ionashiro, 2004.
65
UNIDADE III │ ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL (DTA) E CALORIMETRIA EXPLORATÓRIA DIFERENCIAL (DSC)
Tr Ta
Amplificador
de
potência
Curva DSC
dH/dT
Endotérmico
Temperatura
Fonte: Ionashiro, 1980.
66
ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL (DTA) E CALORIMETRIA EXPLORATÓRIA DIFERENCIAL (DSC) │ UNIDADE III
Tr Ta
(Ta – Tr)
T
Endotérmico
Temperatura
Fonte: Ionashiro, 1980.
onde:
k é o coeficiente de calibração;
A é a área do pico.
67
UNIDADE III │ ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL (DTA) E CALORIMETRIA EXPLORATÓRIA DIFERENCIAL (DSC)
Figura 28. Tipos de eventos térmicos registrados pelo DSC análises térmicas.
a ΔHm = kA
(4)
Pico exotérmico
ΔCp b Área do pico
máximo
exotérmico
c (6)
Fluxo de calor
0 (I)
(II)
(1) (2)
T0
(5) (III)
Zero T
diferencial
Endo
T pico
Início da
decomposição Final da
(3)
térmica decomposição
térmica
Temperatura
Fonte: Matos et al., 2009.
A figura 28 muito bem definida e explicada por os autores nos apresentam seis
eventos térmicos ao longo da curva:
1. início do aquecimento;
3. fusão da amostra;
4. recristalização da amostra;
6. decomposição térmica.
68
ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL (DTA) E CALORIMETRIA EXPLORATÓRIA DIFERENCIAL (DSC) │ UNIDADE III
Sendo que, o primeiro evento, início do aquecimento, não está asssociado à amostra
em si, mas ao período de estabilização do sistema que ocorre à medida que se
envia potência para aquecer o forno e leva à alteração da linha de base esperada
(zero diferencial). Portanto, não se deve levar em conta o que ocorre nos primeiros
minutos de aquecimento. O segundo evento, mudança no sentido endotérmico, pode
ocorre por uma transição vítrea, por exemplo, passagem do estado vítreo e mais
ordenado, para um estado mais flexível e menos ordenado, sendo uma transição de
segunda ordem, muito empregada na caracterização de polímeros. A figura 28 ainda
ressalta, em sua ampliação, a faixa que caracteriza a transição vítrea de um polímero,
apresentando os pontos a (início extrapolado, onset), b e c (final extrapolato, endset).
Já o terceiro evento, também um pico endotérmico e estreito, pode ser definido como
processo de fusão da amostra, enquanto o evento de número 4, pico exotérmico e
também estreito, poderia ser definido como recristalização da amostra que pode
ocorrer logo após a fusão. Ao passo que, no quinto evento, pico endotérmico, pode
ser definido como transição cristalina ou início do processo de decomposição do
material em análise, que, como em uma energia de ativação de reações, pode iniciar-
se com absorção de energia para que os rompimentos de ligações químicas ocorram,
assim como volatilização de compostos formados. Por fim, o evento de número seis,
pico exotérmico e largo, é típico de processos térmicos associados à decomposição do
material, como oxidação, e são favoráveis à liberação de calor. Numa interpretação
mais aprofundada do sexto evento, Matos et al. (2009) detalham o seguinte:
Sendo que, a área hachurada do pico, entre T0, Tpico e T, é diretamente proporcional
ao ΔH e à massa (m) da amostra empregada na reação, ou seja, ao calor liberado no
processo térmico. Além disso, o eixo de abcissas pode representar a temperatura
de referência TR, da amostra TA ou externa (do forno) Te e o eixo da ordenada
pode representar o ΔT, sendo TA – TR para DTA, ou o fluxo de calor diferencial
para DSC. Ao comparar as técnicas DTA e DSC, em suas semelhanças e diferenças,
podemos obsevar vantagens e desvantagens de cada uma delas sobre a calorimetria
69
UNIDADE III │ ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL (DTA) E CALORIMETRIA EXPLORATÓRIA DIFERENCIAL (DSC)
Quadro 9. Principais vantagens e desvantagens das técnicas DTA ou DSC sobre a calorimetria clássica.
Vantagens Desvantagens
Rapidez nas determinações. Precisão e exatidão relativamente baixas (5-10% em muitos casos).
Pouca massa de amostra. Não permitem determinar a entalpia de reações sobrepostas.
No caso da DTA, há necessidade de calibração em todo o intervalo de
Amostra pode ser sólida ou líquida.
temperatura de interesse, por que K é uma função da temperatura.
Aplicável ao processo de resfriamento e medidas sob alta pressão. Inexatidão na determinação da área do pico devido à mudança de linha
Estudar diferentes tipos de reações químicas. base durante a transição ou reação.
Fonte: adaptado de Ionashiro, 2004.
70
CAPÍTULO 3
Fatores que podem influenciar as
curvas DTA e DSC
Muitos fatores podem influenciar as curvas DTA e DSC, como foi muito bem
abordado por Matos et al. (2009), como as duas são técnicas de temperatura
dinâmica, um grande número de fatores pode influenciar os resultados
experimentais e o perfil das curvas. Essa interferência acontece de forma similar
ao observado para as curvas TG/DTG, mas sendo aqui mais numerosos e com
efeito mais pronunciado. Como exemplificado por Matos et al. (2009), a mudança
em condições experimentais, tal como a razão de aquecimento ou a atmosfera do
forno, podem alterar a posição e o número de picos observados nas curvas, ou, a
mudança na atmosfera de nitrogênio para oxigênio, pode inverter o sentido dos
picos endo para exotérmico ou mesmo levar ao surgimento de novos picos e, claro,
que tais mudanças são muito relevantes, ainda mais quando as curvas DTA e DSC
forem usadas com fins qualitativos, onde a forma, a posição e número de picos
endo e exotérmicos são muito importantes.
Nos estudos quantitativos, as áreas dos picos são altamente relevantes, assim, as
condições experimentais precisão ser definidas com rigor e se faz necessário, até
mesmo, estudos prévios a fim de conhecer as condições experimentais, levando
ao desenvolvimento do método analítico e sua otimização para que as análises
sejam executadas, propiciando curvas com exatidão e precisão. Os fatores que
mais influenciam as curvas DTA e DSC podem ser dividos em duas categorias e são
apresentados no quadro 10, abaixo.
CAPÍTULO 1
Aplicações em análise
termogravimétrica (TGA) e
termogravimetria derivada (DTG)
Materiais
Material biológico
Materias de construção
Cerâmicas e vidros
Catalisadores
Explosivos
Gorduras, óleos, sabão e ceras
Retardadores de chama
Alimentos e aditivos
Combustíveis e lubrificantes
Compostos inorgânicos
Cristais líquidos
Metais e ligas
Minerais, solos e argilas
Materiais orgânicos
Materiais farmacêuticos
Polímeros
Tecidos
Fonte: Denari e Cavalheiro, 2012.
72
APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS │ UNIDADE IV
73
UNIDADE IV │ APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS
Para correta interpretação dos eventos térmicos sofridos pela amostra, a curva DTA
e DSC deve ser comparada à TG/DTG para averiguação de perda de massa associada
ao evento indicado na curva DTA e DSC. A termogravimetria/termogravimetria
derivada vem sendo largamente aplicada para o desenvolvimento dos mais variados
tipos de estudos que envolvam reações químicas e físicas com variações de massa
em função da temperatura ou tempo. A análise termogravimétrica permite ainda
ser aplicada como instrumento de investigação e controle de qualidade. Dentre
os muitos estudos que podem ser desenvolvidos com a aplicação da TGA/DTG, é
possível citar: avaliação da estabilidade térmica, estudos de cinética de degradação,
determinação da umidade ou outros solventes e a investigação de temperatura
correta para secagem do material, caracterização de polimorfos, avaliação da
composição de produtos e medicamentos por meio da análise de interação entre
os materiais.
74
APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS │ UNIDADE IV
75
CAPÍTULO 2
Aplicações em análise térmica
diferencial (DTA) e calorimetria
exploratória diferencial (DSC)
»» caracterização de polimorfos,
76
APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS │ UNIDADE IV
Figura 29. Curvas DSC para amostras de AZT com diferentes quantidades de impurezas.
-1,00
Endo
Fluxo de calor (mg/mW)
-2,00
77
UNIDADE IV │ APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS
T fusão (puro)
T fusão (amostra)
Concentração de impurezas
Pontos fora do ajuste
Temperatura (C)
Pontos corretos
4 6 1/F
0 2
Fonte: Matos et al., 2009.
78
APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS │ UNIDADE IV
Figura 31. Curvas DSC e TG para CaC2O4.H2O (a), cálculos renais de oxalato de cálcio mono-hidratado (b) e di-
hidratado (c).
DSC TG
(a)
(a)
H2O de hidratação 12,33%
12,33%
(b)
(b)
Fluxo de calor (mW/mg)
umidade
10,95%
10,95%
Massa (%)
(c)
(c)
17,65%
17,65%
25%
25%
Endo
0,70 mW/mg
Compatibilidade fármaco/excipiente
Muitos são os trabalhos disponíveis na literatura que apresentam as técnicas
termoanalíticas como alternativas rápidas para a avaliação da interação e
compatibilidade entre fármaco e excipientes que poderiam ser conjuntamente
empregados em uma formulação farmacêutica (MATOS et al., 2009).
Assim, de acordo com a figura acima, a aplicação das análises térmicas ocupam
papel de destaque, uma vez que fornecem informações a respeito da interação
entre as substâncias em estudo e, assim, subsidiam a tomada de decisão
quanto à possibilidade de aplicação de um dado excipiente farmacêutico em
uma formulação farmacêutica desejada. Para uma melhor forma de ilustração
79
UNIDADE IV │ APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS
Avaliação de polimorfismo
»» dureza;
»» ponto de fusão;
»» pressão de vapor;
»» solubilidade;
»» densidade;
»» grau de higroscopicidade;
»» comportamento térmico.
80
APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS │ UNIDADE IV
Matos et al. (2009) também fazem uma discussão a respeito da figura acima,
apontando a forma polimórfica I como a mais estável termicamente e foi a curva
com menor número de eventos. Seu processo de decomposição se iniciou em
245 ºC (Tpico = 268,6 ºC). Já a forma polimórfica II é considerada menos estável,
sua curva DSC apresenta maior número de eventos, sendo um pico relacionado
à fusão do fármaco (endotérmico, Tpico = 193,9 ºC), seguido da recristalização e
consequente transformação da forma polimórfica II em forma I (exotérmico, T pico
= 209,4 ºC), e pela decomposição do fármaco aumenta temperatura menor que a
observada para a forma I na curva a (endotérmico, T pico = 257,6 ºC).
Corrêa et al. (2016) verificaram, ao aplicar a DSC, dois eventos térmicos, o primeiro
próximo a 60 ºC e o segundo próximo a 100 ºC, sendo atribuídos à perda de etanol fora
da rede cristalina e à perda do etanol preso à rede, respectivamente. A matéria-prima não
estressada (temperatura ambiente) apresentou apenas um evento térmico, mostrando
que o etanol da molécula está preso em sua rede cristalina. Ao longo do tempo em que
as amostras foram submetidas ao calor seco, o etanol deixa a rede cristalina e dois
eventos térmicos podem ser observados, sendo o segundo de menor intensidade.
81
UNIDADE IV │ APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS
82
CAPÍTULO 3
Cálculos estequiométricas e gráficos
envolvendo TGA, DGT, DTA e DSC
Figura 32. Curvas curvas TG/DTG obtidas para uma amostra de calcário.
100
m1 = 1,040 mg
m
m2 = 0,306 mg
80 m1
m3 = 2,069 mg
m2
40 m3
20
Com base nessas curvas, é possível calcular as porcentagens de: água de hidratação
(H2O), óxido de magnésio (MgO) e óxido de cálcio (CaO).
83
UNIDADE IV │ APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS
Δm1 = Desidratação
Assim:
m MgO = 0,280 mg
m i ------------- m MgO
m CaO = 2,636 mg
84
APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS │ UNIDADE IV
mi ------------- mCaO
Para uma segunda situação que pode ocorrer durante experimentos referentes
às análises térmicas acima citadas, tomemos como base a figura 33, abaixo, a
qual apresenta curvas TG/DTG de uma amostra de calcário de outra procedência,
obtidas nas mesmas condições exceto massa inicial (mi = 8,042 mg).
m m1 = 0,804 mg
m1 m2 = 0,201 mg
m2 m3 = 2,410 mg
m3
Com base nessas curvas, é possível calcular as porcentagens de: água de hidratação
(H2O), óxido de magnésio (MgO) e óxido de cálcio (CaO).
Δm1 = Desidratação
Assim:
85
UNIDADE IV │ APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS
m MgO = 0,184 mg
m i ------------- m MgO
m CaO = 3,07 mg
mi ------------- mCaO
Para uma terceira situação que pode ocorrer durante experimentos referentes às
análises térmicas acima citadas, tomemos como base a figura 34, a qual apresenta
as curvas TG/DTG para amostra contendo Ca, Sr e Ba, a qual foi recebida para
a análise desses metais. Seguindo o procedimento descrito na literatura, 1,600
g dessa amostra foi dissolvida e os respectivos íons metálicos precipitados
quantitativamente como oxalato. O precipitado depois de convenientemente
86
APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS │ UNIDADE IV
Figura 34. Curvas TG/DTG para amostra contendo cálcio, estrôncio e bário.
m m1 = 1,070 mg
m2 = 0,978 mg
m1
m3 = 0,632 mg
m4 = 0,447 mg
m3
m4
m5
Com base nessas curvas, é possível calcular as porcentagens de: Ca, Sr e Ba.
Δm1 = Desidratação.
Cálculo da porcentagem de Ca
Ca ----------------- CO2
mCa = 0,5756 mg
87
UNIDADE IV │ APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS
mT ----------------- 7,042 mg
mT = 6,280 mg
mT ------------- mCa
Ca = 9,166%
Cálculo do percentual de Sr
Sr ------------------ CO2
mSr = 0,8899 mg
m T ------------------- mSr
Sr = 14,17%
Ba ------------------ CO2
mBa = 1,427 mg
88
APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS │ UNIDADE IV
mT ---------------- mBa
Ba = 22,75%
Para uma quarta situação que pode ocorrer durante experimentos referentes
às análises térmicas acima citadas, tomemos como base a figura 35, a
qual contém curvas TG/DTG do oxalato de zinco, as quais foram obtidas
utilizando-se atmosfera de ar, vazão de aquecimento igual a 10 ºC min -1 ,
suporte de amostra de Pt e massa de amostra igual a 7,366 mg. As curvas são
apresentadas a seguir.
m1 = 1,402 mg
m m2 2,780 mg
m2
ZnO
mi = 7,366 mg;
89
UNIDADE IV │ APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS
mH2O = 36,06 mg
se n = m ÷ Mol
n = 36,06 ÷ 18,02
n=2
Dessa forma, podemos afirmar que o composto possui duas moléculas de H2O. Para
o cálculo da perda da massa teórica, temos:
Δm teórica= 4,202 mg
Δm teórica -------------------------- Δm TG
%pureza = 99,52
Para uma quinta situação que pode ocorrer durante experimentos referentes
às análises térmicas acima citadas, tomemos como base a figura 36, a qual
contém curvas TG/DTG de uma mistura de sulfatos de níquel e de alumínio são
amostradas a seguir.
90
APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS │ UNIDADE IV
Figura 36. Curvas TG/DTG para amostra de uma mistura de sulfatos de níquel e de alumínio.
Mi = 9,210 mg
m m1
m1 = 0,810 mg
m2 = 2,638 mg
m3 = 2,317 mg
m2
m3
Suporte de amostra de Pt, atmosfera de ar, vazão de 100 ml min -1, razão de
aquecimento de 10 ºC min -1. Sabendo que:
m Ni ---------------- 2,638
m Ni = 1,935 mg
mi -------------------------------- mNi
Ni = 21,01%
m Al -------------- 2,317
m Al = 0,5205
91
UNIDADE IV │ APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS
m i ------------------------- mAl
Al = 5,651 %
Para uma sexta situação que pode ocorrer durante experimentos referentes às
análises térmicas acima citadas, tomemos como base a figura 37, a qual contém
curvas TG/DTG de uma amostra de carbonato básico de zinco hidratado obtida
utilizando-se massa de amostra igual a 7,684 mg, razão de aquecimento de 10 ºC
min-1 atmosfera de ar, com vazão de 100 ml min-1 suporte de amostra e α-alumina.
Figura 37. Curvas TG/DTG para amostra carbonato básico de zinco hidratado.
m m1 = 0,4733 mg
m1
m2 = 0,7101 mg
m1 = 1,1562 mg
m2
Resíduo = 5,3442 mg
m3
Com base nesses dados, é possível calcular a massa molar desse composto,
considerando, para isso, os dados abaixo. Devemos lembrar que a resolução se
segue logo após a apresentação dos referidos dados.
mi = 7,684 mg
92
APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS │ UNIDADE IV
H2O (hidratação) = 1 x 2 = 2
CO2 = 1 x 2 = 2
ZnO = 2,5 x 2 = 5
Para uma sétima situação que pode ocorrer durante experimentos referentes às
análises térmicas acima citadas tomemos como base a figura 38, a qual contém
curvas TG/DTG do precipitado de Ni (II) com a 8-Hidroxiquinolina (C9H7NO),
depois de convenientemente tratado e seco.
Figura 38. Curvas TG/DTG para amostra de precipitado de Ni (II) com a 8Hidroxiquinolina (C9H7NO).
Mamostra = 7,420 mg
m m1 m1 = 0,6670 mg
m2
m2 = 0,3335 mg
m3 m3 = 1,1455 mg
m4 = 3,8945 mg
ResíduoNiO = 1,3795
mg
m4
93
UNIDADE IV │ APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS
Como base no gráfico acima apresentado, é possível calcular a massa molar desse
composto, conforme podemos ver na resolução abaixo:
NiO = 74,71
C9H6NO = 144,16
Δm3 + Δm4 = 5,0400 mg = 67,925% (ΔL = perda de ligante com formação de NiO)
ΔL = 0,49886 ÷ 0,24886 = 2
94
APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS │ UNIDADE IV
Figura 39. Curva TG/DTG para oxalato de cálcio com razão de aquecimento 10 ºC min-1 e vazão de ar sintético
100 ml min-1.
CaC2O4.H2O
0,5
100
0,4
80
Derivada/%C-1
0,3
Massa/%
0,2
60
0,1
40
0,0
Temperatura
95
UNIDADE IV │ APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS
x = 12,33%
y = 19,16%
z = 30,11%
Para o cálculo da percentagem de resíduo (um mol de CaO por mol de CaC2O4.H2O):
w = 38,39%
% perda de massa
Evento Intervalo de temperatura/°C
Calculada Experimental
1 96,8 – 186,4 12,33% 12,59%
2 380,4 – 491,9 19,16% 18,90%
3 579,9 – 734,9 30,11% 29,83%
Resíduo* 734,9 38,39% 38,28%
* Temperatura na qual o teor de produto formado foi medido.
Fonte: Denari e Cavalheiro, 2012.
96
APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS │ UNIDADE IV
Figura 40. Curvas TG-DTA do produto de reação do selenito de sódio com cloreto de lantânio, depois de
convenientemente tratado.
10
0 m
T
50
0
200 400 600 800 1000 1200
Temperatura (C)
Curvas TG-DTA simultâneas do selenito de lantânio (m = 20,05 mg)
Aquecimento = 10 ºC . m-1 ; atmosfera = ar , 20 ml . min-1, suporte de amostra de Pt
Fonte: Ionashiro, 2004.
m i = 20,05 mg
97
UNIDADE IV │ APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS
= 7, 73= 0, 429
H 2O %
=
Mol 18, 02
2 La 2O3
y= %
= 45,=
4 0, 279
1 162,91
Mol
2
0, 429
= 1,5 x2 3 ( n )
=
0, 279
0, 423
= 1,5 x2 3 ( y )
=
0, 279
0, 279
x2 3 ( x )
= 1=
0, 279
La2(SeO3)3.3H2O
No selênito de lantânio, as três moléculas de água são perdidas em uma única etapa,
por meio de um processo lento, até a temperatura de 200 ºC. O composto anidro é
estável até 700 ºC, e o óxido de lantânio é formado acima de 1200 ºC. No caso do
mecanismo de decomposição térmica. A primeira perda de massa associada ao pico
endotérmico (110ºC) é atribuída à desidratação. As três perdas de massa observadas
entre 700 ºC e 1200 ºC, em correspondência aos três picos endotérmicos, são
atribuídas à decomposição térmica do selenito a óxido de lantânio, isto é:
Então:
∆m2
La2(SeO3)3.3 → H2O La2(SeO3)3 + 3H2O↑
∆m2
La2(SeO3)3 → La2O1,5(SeO3)1,5 + 1,5SeO2↑
m3 La O (SeO ) + 0,5SeO ↑
La2O1,5(SeO3)1,5 ∆→ 2 2 3 2
∆m4
La2O2(SeO3) → La2O3 + SeO2↑
98
APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS │ UNIDADE IV
Para uma segunda possível situação, tomemos como exemplo as curvas TG-DTA
do produto de reação do selenito de sódio com cloreto de itérbio, as quais estão
mostradas na figura 41.
Figura 41. Curvas TG-DTA simultâneas do selenito de itérbio (20,00 mg) razão de aquecimento, 10 ºC min-1
m
T
mi = 20,00 mg
H 2O 7,=
= 00 0,388
18, 02
SeO 2 43,
= = 0 0,388
110,96
1
= (Yb2O3) 50,
= 0
197, 04
0, 254
2
0,388
H
= 2O = 1,5 x2 3 ( n )
=
0, 254
0,388
SeO
= 2 = 1,5 x2 3 ( y )
=
0, 254
1 0, 254
(Yb=
2O3) = 1( x )
2 0, 254
Yb2(SeO3)3.3H2O
Portanto:
∆m1
Yb2(SeO3)3.3H2O → Yb2(SeO3)3 + 3H2O↑
m2 Yb O (SeO ) + 1,5SeO ↑
Yb2(SeO3)3 ∆→ 2 1,5 3 1,5 2
100
APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS │ UNIDADE IV
m3 Yb O SeO + 0,5SeO ↑
Yb2O1,5(SeO3)1,5 ∆→ 2 2 3 2
m4 Yb O + SeO ↑
Yb2O2(SeO3) ∆→ 2 3 2
No selenito de itérbio, nas curvas TG-DTA, a curva DTA (Figura 42) não mostra
nenhum evento exotérmico. No entanto, o primeiro pico endotérmico atribuído
à decomposição térmica do sal anidro, possui uma área menor que a dos outros
dois, apesar da massa perdida nessa etapa ser maior. Isso sugere que esse pico
é resultante de dois eventos térmicos opostos. Isso foi confirmado utilizando-se
o DTA clássico, onde a amostra foi diluída e compactada. Com a compactação,
verificou-se o aparecimento de um pico exotérmico que, pelo seu aspecto, sugere
um processo de cristalização acompanhada de transição cristalina, e que não é
afetada pela compactação (fenômeno físico), enquanto os picos endotérmicos
atribuídos à decomposição térmica são deslocados para temperaturas mais
elevadas. Por essa razão, o pico endotérmico atribuído à última perda de massa
não é observado na curva DTA clássica.
Figura 42. Curva DTA do selenito de itérbio, diluído a 20% (m/m) com α-Al2O; razão de aquecimento = 10 ºC
T
101
UNIDADE IV │ APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS
Figura 43. Difratograma de raios X, método do Pó do selenito de itérbio. (a) 400 ºC; (b) 750 ºC.
40 30 20 10
2Ө
Fonte: Ionashiro, 2004.
Para uma segunda possível situação, tomemos como exemplo as curvas TG-DTA
referentes à síntese dos 8-hidroxiquinolinatos (C9H6ON-) de magnésio e de zinco
obtidas, assim como suas curvas TG-DTA, as quais são apresentadas a seguir (Figuras
44 e 45):
Figura 44. Curvas TG-DTG para os produtos 8-Hidroxiquinolinatos (C9H6ON-) de magnésio e de zinco.
10
75
m 25
Temperatura (C)
Curvas TG/DTG dos compostos
(a)Mg(Ox)2.2H2O(7,780mg);
Fonte: Ionashiro, 2004.
(b) Zn(Ox)2.2H2O (7,370mg)
102
APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS │ UNIDADE IV
Figura 45. Curvas DSC para os produtos 8-hidroxiquinolinatos (C9H6ON-) de magnésio e de zinco.
100
75
50
25
0
200 400 600
Temperatura (C)
Curvas DSC dos compostos (a) e (b)
Fonte: Ionashiro, 2004.
mi = 7,780 mg
Então:
H 2O 10,
= = 4 0,577
18, 02
=*L 77,96
= 0,5726
136,16
MgO 11,
= = 6 0, 288
40,31
Mg (C9H6ON)2.2H2O
103
UNIDADE IV │ APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS
2L -1/2 O2 → L – ½ O, isto é:
144,16 – 8 = 136,16
104
APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS │ UNIDADE IV
Figura 46. Curva TG/DTG do etilenodiaminotetraacetato de lantânio (LaEDTA), isolado no estado sólido.
m
Figura 47. Curva DTA do etilenodiaminotetraacetato de lantânio (LaEDTA), isolado no estado sólido.
T
La = 138,91
105
UNIDADE IV │ APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS
Então:
→
LA-EDTA ∆ Δm + ½ La2O3
→
427,15 ∆ 264,24 + 162,91
Na curva TG/DTG:
800 °C
mi → Δm
∆
7,00 mg ----- 4,45 mg
→
La [HEDTA.H2O] ∆ Δm + ½ La2O3
106
APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS │ UNIDADE IV
Figura 49. Curva DSC do produto de reação do 4-clorobenzalpiruvato de sódio (Cl-C6H4-CH=CHCOCOONa) com
Nesses casos, nas curvas TG/DTG, a perda de massa que ocorre até 120 ºC é
atribuída à desidratação, e entre 180 e 540 ºC a perda é devido à decomposição
107
UNIDADE IV │ APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS
Portanto:
H 2O 4,=
= 48 0, 249
18, 02
=∆L 71,83%
= 0,3732
192, 46*
Re s.LaOCl 23,
= = 69% 0,1244
190,36
=H 2O 0,=
249 2
0,1244
=∆L 0,3732
= 3
0,1244
=Re s 0,1244
= 1
0,1244
La(L)3.2H2O
108
APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS │ UNIDADE IV
M i = 7,052 mg
=∆L 67,=
75 0, 4733
143,15
=Res 17,50
= 0, 2343
74, 69
=∆m1 0,583
= 2,5
0, 2343
∆m2 0, 234
= = 1
0, 2343
=∆L 0, 4733
= 2
0, 2343
=Res 0,=
2343 1
0, 2343
109
UNIDADE IV │ APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS
Para uma quinta possível situação, tomemos como exemplo as curvas TG-DTA
simultâneas do 4-metoxibenzoato de níquel obtidas em uma termobalança
vertical. Se o composto fundir e evaporar e logo recristalizar no fio de
sustentação do suporte de amostras, à medida que a temperatura aumenta o
material recristalizado se desprende. Se o material desprendido cair dentro
do suporte de amostras, poderá provocar o desequilíbrio da termobalança e,
consequentemente, descontinuidades nas curvas TG/DTG. A ilustração desse
efeito é mostrada a seguir, nas figuras 50 a 52, curvas TG/DTG da salicilamina
(Ponto de fusão = 142 ºC) obtidas em uma termobalança vertical.
80
40
ΔT
0
250 500 750
Temperatura (C)
Fonte: Ionashiro, 2004.
Δm
110
APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS │ UNIDADE IV
eixo
Por fim, para uma sexta possível situação, apresentamos aqui como exemplo
a figura 53, abaixo, a qual contém informações do experimento desenvolvido
com o ácido benzoico, que é usado na indústria farmacêutica como adjuvante
farmacotécnico, conservante, precursor de catalisadores de polímeros e outras
aplicações, e sua respectiva explicação dados por Denari e Cavalheiro (2012).
111
UNIDADE IV │ APLICAÇÕES DAS ANÁLISES TÉRMICAS
Figura 53. Curvas DSC para ácido benzoico com razão de aquecimento 10 ºC min-1 e vazão de ar 50 ml min-1
5,0
Ácido benzoico
2,5
Fluxo de calor / W.g-1
0,0
-2,5
Ciclo 1
-5,0 Ciclo 2
eixo Ciclo 3
0 30 60 90 120
Temperatura (C)
Fonte: Denari e Cavalheiro, 2012.
O que se pode perceber das curvas DSC do ácido benzoico são eventos bem
definidos. No primeiro ciclo observa-se um pico endotérmico com as seguintes
características: T onset: 122,3 ºC; Tpico: 124,6 ºC; ΔH: 120,8 J g-1. A temperatura
de pico observada coincide com a descrição da Merck Index para a fusão do
ácido benzoico, que é de 122,4 ºC. O ΔH medido pela integração da área do pico
endotérmico se refere ao calor latente de fusão (ΔH fusão) do ácido benzoico e se
refere à energia necessária para elevar o estado de agitação molecular que leva o
composto cristalino do estado sólido para o estado líquido. O grau de cristalização
se relaciona com diversos fatores, nesse caso, principalmente com a razão de
aquecimento. Durante o segundo ciclo de resfriamento, observa-se um pico
exotérmico com T onset: 67,7 ºC; T pico: 77,8 ºC; ΔH: 74,9 J g -1. A energia medida
nesse processo se refere ao rearranjo das moléculas da fase líquida, que perdem
energia e reacomodam no estado sólido. Essa energia se refere à cristalização do
material. A diferença entre o ΔH fusão e o ΔHcrist se deve ao fato de que as moléculas
não formam um composto 100% cristalino como era a amostra original e apenas
parte da energia é liberada. No terceiro ciclo há novo pico endotérmico de fusão
com Tonset: 121,9°C; Tpico: 123,7 ºC; ΔH: 79,8 J g-1, cuja energia é próxima àquela
liberada na cristalização do ciclo anterior.
112
Referências
ATKINS, P.; De Paula, J. Físico-Química. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2003.
BOWMAN, D. M. J. S.; JENNIFER, K. Fire in the Earth System. Science, vol. 324,
no 5926, pp. 481-484, ISSN 0036-8075, 2009.
CHENG, S.Z.D.; LI, C.Y.; CALHOUN, B.H.; ZHU, L.; ZHOU, W.W. Thermal analysis:
the next two decades. Thermochim. Acta, vol. 355, pp. 59-68, 2000.
113
REFERÊNCIAS
SMITH, A. W.; COOPER, J.N. Elements of Physics, 8th edition. New York:
McGraw-Hill Publishing, p. 241, 1972,
114
REFERÊNCIAS
em: https://www.americanpharmaceuticalreview.com/Featured-Articles/36776-
Thermal-Analysis-A-Review-of-Techniques-and-Applications-in-the-
Pharmaceutical-Sciences/.
115