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Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO......................................................................................................................................................... 4
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................................. 7
UNIDADE I
HIDRODINÂMICA GERAL.................................................................................................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
CONCEITOS GERAIS EM HIDRODINÂMICA ............................................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 2
MECÂNICA DOS FLUIDOS................................................................................................................................................................................ 28
UNIDADE II
HIDRODINÂMICA APLICADA.......................................................................................................................................................................................... 47
CAPÍTULO 1
HIDRODINÂMICA APLICADA À VEÍCULOS SUBMARINOS E EMBARCAÇÕES.......................................................................... 47
CAPÍTULO 2
HIDRODINÂMICA APLICADA A MERGULHADORES............................................................................................................................. 65
UNIDADE III
MODELAGEM E SIMULAÇÃO HIDRODINÂMICA..................................................................................................................................................... 72
CAPÍTULO 1
MODELAGEM HIDRODINÂMICA, MODELAGEM MATEMÁTICA E ELEMENTOS FINITOS..................................................... 72
CAPÍTULO 2
SIMULADORES HIDRODINÂMICOS............................................................................................................................................................ 88
UNIDADE IV
ESTUDOS COMPLEMENTARES E ESTUDOS DE CASOS (EC)........................................................................................................................... 98
CAPÍTULO 1
CONCEITOS COMPLEMENTARES DE HIDRODINÂMICA..................................................................................................................... 98
CAPÍTULO 2
ESTUDOS DE CASOS......................................................................................................................................................................................... 113
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................................................... 118
APRESENTAÇÃO
Caro aluno
Conselho Editorial
4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO
DE ESTUDOS E PESQUISA
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto
antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para
o autor conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma
pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em
seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas
experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para
a construção de suas conclusões.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam
para a síntese/conclusão do assunto abordado.
5
Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/
conclusões sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando
o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
6
INTRODUÇÃO
Objetivos
» Conhecer os conceitos fundamentais da Hidrodinâmica e Mecânica
dos Fluidos.
7
HIDRODINÂMICA
GERAL UNIDADE I
CAPÍTULO 1
Conceitos gerais em hidrodinâmica
A suposição principal é que um fluido ideal tem viscosidade zero. Essa é uma
diferença fundamental para um fluido real com viscosidade permanente. Não
é apenas que a viscosidade vai a zero, mas também as equações diferenciais
que descrevem um fluido real e um ideal que têm características diferentes!
9
Unidade i | Hidrodinâmica Geral
10
Hidrodinâmica Geral | Unidade i
x
Fonte: elaborada pelo autor.
∂u N kg
=t m=
∂z m 2 ms 2
Com viscosidade dinâmica:
kg
m
ms
11
Unidade i | Hidrodinâmica Geral
∂u ∂u ∂ ∂u
Fm = [t z + δ z − t z ] δ xδ y = m − m δ xδ y = m δ xδ yδ z
∂z z +δ z ∂z
z ∂z ∂z
∂ 2u N
fm = m 2 3
∂z m
Além da viscosidade dinâmica, muitas vezes se usa uma viscosidade cinemática:
m2
1
v= m
r s
Muitos problemas podem ser caracterizados por números adimensionais.
Por exemplo, considere um fluxo de um fluido com viscosidade (dinâmica)
µ, densidade ρ e velocidade U através de um tubo infinitamente longo
com diâmetro L. Esses parâmetros µ, ρ, U e L basicamente definem todo o
problema.
rUL UL
: Re
Número de Reynolds= =
m v
Como veremos mais tarde, este número de Reynolds é encontrado
comparando o termo inercial na equação de momento ρ (u · ∇) u com as
forças viscosas ∼ρ∆u.
12
Hidrodinâmica Geral | Unidade i
A
Linhas de fluxo
Tubo de fluxo
Fonte: http://fis.uc.pt/data/20072008/apontamentos/apnt_316_12.pdf.
13
Unidade i | Hidrodinâmica Geral
Equação da continuidade
V1 A2 V2
A1
V1.t
V2.t
Fonte: https://image.slidesharecdn.com/hidrodinamica-131116072126-phpapp02/95/hidrodinamica-5-638.jpg?cb=1384586531.
ΔV 1 - ΔV 2
14
Hidrodinâmica Geral | Unidade i
∆V
Q=
∆t
m3
[Q ] =
[s]
Podemos afirmar, então, que:
∆V1 ∆V2 A ∆x A ∆x
Q1 =Q2 → = → 1 1= 2 2
∆t ∆t ∆t ∆t
E, finalmente, chegamos à Equação da Continuidade:
A1.V1 = A2V2
Pela equação da continuidade podemos afirmar que “a velocidade de escoamento
é inversamente proporcional à área da secção transversal”.
EI p∀ p∀ p
= = = ( Energia de pressão )
P P γ∀ γ
Ec mV 2 mV 2 V 2
= = = ( Energia cinética )
P 2P m2 g 2 g
E P V2
= H = Z1 + 1 + 1 ( Energia total ou carga hidráulica )
P γ 2g
15
Unidade i | Hidrodinâmica Geral
A situação vista acima é um caso particular. Num caso geral seja uma superfície
A fechada delimitando um volume V imerso em um fluxo. A normal à superfície
aponta para fora do volume. Entre os instantes t e t+dt a massa contida nesse
volume tem uma variação dm. A taxa dm/dt é dada pela integral do fluxo de
massa infinitesimal dΦ (t por -1 devido à convenção da normal):
𝑑𝑑𝑑𝑑
= − ∮ 𝑑𝑑 = ∮ 𝜌𝜌𝜌𝜌𝜌𝜌𝜌 𝜌𝜌𝜌𝑑𝑑𝑑𝑑 = − ∮ 𝜌𝜌 ⃗𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢
𝑑𝑑𝑑𝑑
𝐴𝐴 𝐴𝐴 𝐴𝐴
⃗
∮ 𝜌𝜌𝜌𝜌𝜌𝜌𝜌 𝜌𝜌𝜌𝜌 = ∫ 𝛻𝛻𝛻𝛻𝛻 ⃗𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢𝑉𝑉
𝐴𝐴 𝑉𝑉
e, portanto,
𝑑𝑑𝑑𝑑
= 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 = − ∫ 𝛻𝛻 (𝜌𝜌𝜌𝜌𝜌𝜌)𝑑𝑑𝑑𝑑
𝑑𝑑𝑑𝑑
𝑉𝑉 𝑉𝑉
Ou,
𝜕𝜕𝜕𝜕
∫( + 𝛻𝛻𝛻 𝛻𝛻𝛻𝛻𝛻𝛻𝛻𝛻𝛻 𝑑𝑑𝑑𝑑 = 0
𝜕𝜕𝜕𝜕
𝑉𝑉
Como o volume V é genérico o integrando acima tem que ser sempre nulo,
ou seja, obtemos, assim, a equação genérica da continuidade:
∂r
+ ∇.[ r u ] = 0
∂t
Há dois casos particulares:
» Fluido incompressível (densidade ρ constante, no espaço e no tempo):
∇.u =0
16
Hidrodinâmica Geral | Unidade i
Forças de superfície
17
Unidade i | Hidrodinâmica Geral
Força normal
Volume de controle
Forças de volume
18
Hidrodinâmica Geral | Unidade i
Fonte: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2087979/mod_resource/content/1/Equa%C3%A7%C3%A3o%20da%20quantidade%20
de%20movimento%20para%20regime%20permanente.pdf.
19
Unidade i | Hidrodinâmica Geral
Sabemos que,
I m = vazão de massa
dm
Im =
dt
d (mv)
∑ FR =
dt
∑ FR = I m ∆v
Em um intervalo de tempo dt, a massa do fluido que atravessa a seção (1)
com uma velocidade v será dm 1, provocando um incremento da quantidade
de movimento fluido entre seções (1) e (2).
I=
m2 Im
=1 Im
Portanto:
FR I m ( v2 − v1 )
=
Essa equação mostra que a força tem a direção da variação da velocidade e o
ponto de aplicação pode ser encontrado na intersecção das direções de v 2 e v 1.
Essa equação também pode determinar a força resultante que age no fluido
entre (1) e (2).
20
Hidrodinâmica Geral | Unidade i
A equação acima corresponde aos casos em que o fluido está em contato com
a superfície sólida na superfície lateral entre (1) e (2). Nessas condições, a
força F’s representaria a força resultante da parede do conduto no fluido.
I m ∆v
= ( p1 A1n1 ) + ( p2 A2 n2 ) + I m ∆v − G
21
Unidade i | Hidrodinâmica Geral
Escoamento em condutos
22
Hidrodinâmica Geral | Unidade i
Fluido
23
Unidade i | Hidrodinâmica Geral
Em que:
ρ: massa específica
V: viscosidade cinemática
µ: Viscosidade dinâmica
24
Hidrodinâmica Geral | Unidade i
Nível constante
t1
t2
Nível Variável
t3
25
Unidade i | Hidrodinâmica Geral
Escoamento uniforme
(Velocidade constante) Escoamento não uniforme
(Velocidade distintas)
26
Hidrodinâmica Geral | Unidade i
27
CAPÍTULO 2
Mecânica dos fluidos
O que é um fluido?
Na vida cotidiana, reconhecemos três estados da matéria: sólido, líquido e gás.
Embora em muitos aspectos diferentes, líquidos e gases têm uma característica
comum que os diferem dos sólidos: são fluidos, sem a capacidade dos sólidos
de oferecer uma resistência firme a uma força que deforma.
28
Hidrodinâmica Geral | Unidade i
» Outra diferença entre sólidos e fluidos é que um sólido tem uma forma
fixa, enquanto um fluido mantém sua forma, a qualquer momento
em particular, do vaso que o contém. Considere um fluido entre duas
placas paralelas, que é submetido a uma tensão de cisalhamento por
causa de um movimento impulsivo da placa superior.
u=U
Elemento
fluído
u=0
t=0
𝜏𝜏
θ
𝜏𝜏
t=∆t
Fonte: adaptada de Fox, McDonald e Pritchard, 2006.
29
Unidade i | Hidrodinâmica Geral
τ = μθ
μ = coeficiente de viscosidade
𝜏𝜏
𝛾𝛾
Sólido
𝜏𝜏
t=0 t=∆t
τ = Gγ
G = módulo de cisalhamento
30
Hidrodinâmica Geral | Unidade i
Hipótese de continuum
Densidade
T = 4 °C;
32
Hidrodinâmica Geral | Unidade i
Volume específico
Gravidade específica
Pistão
CV
V
dp
E= −
dV / V
33
Unidade i | Hidrodinâmica Geral
A viscosidade é uma propriedade de um fluido real (um fluido ideal não possui
viscosidade) que estabelece sua resistência a tensões de cisalhamento. Quando
movimentos fluidos reais são observados cuidadosamente, são vistos dois tipos
básicos de movimento. O primeiro é um movimento suave em que elementos
ou partículas fluidas parecem deslizar umas sobre as outras em camadas. Esse
movimento é chamado fluxo laminar. O segundo movimento diferente que
acontece é marcado por um movimento aleatório ou caótico de partículas
individuais. Esse movimento é chamado fluxo turbulento.
34
Hidrodinâmica Geral | Unidade i
tintas e alimentos, que fluem, mas cuja resistência não é caracterizada pela
lei de viscosidade de Newton.
A estática dos fluidos aborda os problemas integrados aos fluidos que não estão
em movimento, ou seja, em repouso. O fluido pode ser líquido ou gasoso. A
estática do fluido também é conhecida como hidrostática, quando ele é um
líquido, e como aerostática, quando é um gás. Na estática do fluido, não há
movimento relativo entre as camadas adjacentes e, assim, não existe tensões
de cisalhamento (tangenciais) no fluido tentando deformar. O único estresse
com o qual lidamos na estática dos fluidos é a pressão, e a alteração da pressão
ocorre somente devido ao peso do fluido. Desse modo, a estática dos fluidos
tem significação apenas nos campos gravitacionais, e as relações de força
que se desenvolvem de forma natural abrangem a aceleração gravitacional
g. A força desempenhada sobre uma superfície por um fluido que não está
em movimento é normal à superfície no ponto de contato, já que não há
movimento relativo entre o fluido e a superfície sólida e, por conseguinte,
nenhuma força de cisalhamento pode agir de forma paralela à superfície.
35
Unidade i | Hidrodinâmica Geral
A estática dos fluidos tem como objetivo a determinação das forças que atuam
em corpos submersos ou flutuantes e das forças que são desenvolvidas mediante
dispositivos, como macacos de carro e prensas hidráulicas. O projeto de sistemas
diversos em engenharia, como tanques que armazenam líquidos e barragens,
requer a determinação das forças que atuam nas superfícies, fazendo o uso
da estática dos fluidos. A descrição completa da força hidrostática resultante
que atua em uma superfície submersa requer a determinação da magnitude,
da direção e da linha de ação da força.
A equação hidrostática
Figura 14. Descrição de um elemento fluido em sistema acelerado sob forças corporais.
𝜕𝜕𝜕𝜕
൬𝑃𝑃 + 𝑑𝑑𝑑𝑑൰ 𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑
𝜕𝜕𝜕𝜕
𝜕𝜕𝜕𝜕
൬𝑃𝑃 + 𝑑𝑑𝑑𝑑൰ 𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑
𝜕𝜕𝜕𝜕
𝑑𝑑𝑑𝑑
𝑦𝑦 𝜕𝜕𝜕𝜕
𝑃𝑃 ൬𝑃𝑃 + 𝑑𝑑𝑑𝑑൰ 𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑
𝜕𝜕𝜕𝜕
𝑑𝑑𝑑𝑑
𝑑𝑑𝑑𝑑
𝑧𝑧
𝑃𝑃
𝑥𝑥
gG - a = geff
36
Hidrodinâmica Geral | Unidade i
∑F
=
total
∑ F+
superfície
∑F
corpo
37
Unidade i | Hidrodinâmica Geral
geff =-gk^
P(x, y) = constante
P(x, y, z) = - gz + constante
P(z) - P 0 = - ρg(z - z 0)
38
Hidrodinâmica Geral | Unidade i
Medição de pressão
A ideia descreve a medição atmosférica, que pode ser estendida para medir
a pressão das câmaras de gás. Considere uma câmara cheia de gás e que seja
necessária sua medição. Uma técnica é conectar o tubo “U” à câmara e medir
a pressão. Dessa forma, o gás é impedido de escapar e sua pressão pode ser
medida com uma interferência mínima no gás (algum gás entra no tubo).
P1 = Patmos + ρgh
As forças que os fluidos (em condições estáticas) extraem nas superfícies são
muito importantes para fins de engenharia. Uma placa que sofre exposição a
um líquido, como uma válvula de gaveta em uma barragem, a parede de um
tanque que armazena líquidos, sofre a pressão do fluido espalhada sobre sua
superfície. Em uma superfície plana, as forças hidrostáticas desenvolvem um
sistema de forças paralelas, e muitas vezes precisamos determinar a magnitude
da força e seu ponto de aplicação, o centro de pressão. Em grande parte dos
casos, o outro lado da placa está aberto para a atmosfera e, por conseguinte, a
pressão atmosférica atua nos dois lados da placa, resultando em zero. Assim,
faz-se necessário subtrair a pressão atmosférica e levar em consideração
somente a pressão manométrica.
39
Unidade i | Hidrodinâmica Geral
40
Hidrodinâmica Geral | Unidade i
41
Unidade i | Hidrodinâmica Geral
A distinção entre essas duas descrições fica mais fácil imaginando uma pessoa
parada ao lado de um rio, fazendo a medição de suas características. No campo
lagrangiano, ela joga uma sonda que se move rio abaixo com a água. No campo
euleriano, ela ancora a sonda em um local fixo na água.
Ainda que existam muitas ocasiões em que a descrição lagrangiana é útil,
a descrição euleriana é comumente mais conveniente para utilizações de
mecânica de fluidos. Além disso, as medições experimentais são geralmente
mais adequadas à descrição euleriana. No entanto, enquanto as equações de
movimento na descrição lagrangiana que seguem as partículas individuais
de fluido são bem conhecidas (por exemplo, a segunda lei de Newton), as
equações de movimento do fluxo de fluido não são tão aparentes na descrição
euleriana e devem ser cuidadosamente derivadas.
Campo de aceleração
42
Hidrodinâmica Geral | Unidade i
43
Unidade i | Hidrodinâmica Geral
44
Hidrodinâmica Geral | Unidade i
45
Unidade i | Hidrodinâmica Geral
Para fluxos constantes, cada partícula desliza ao longo de seu caminho, e seu
vetor de velocidade é tangente em todo lugar ao caminho. As linhas que são
tangentes aos vetores de velocidade em todo o campo de fluxo são chamadas de
linhas de fluxo. Para muitas situações, é mais fácil descrever o fluxo em termos
de coordenadas “aerodinâmicas” baseadas nas aerodinâmicas. O movimento
das partículas é expresso em termos de sua distância (s = s(t)), no decorrer
da linha de fluxo de alguma origem apropriada e do raio de curvatura local
da linha de fluxo (ꭆ = ꭆ(s)). A distância no decorrer da linha de fluxo está
relacionada à velocidade da partícula e ao raio de curvatura.
Para aplicação da segunda lei de Newton a uma partícula que flui no decorrer
de sua linha de fluxo, devemos escrever a aceleração de partículas em termos
das coordenadas da linha de fluxo. A aceleração é a taxa de variação temporal
da velocidade da partícula, a = dV / dt . Para o fluxo bidimensional no plano
x – z, a aceleração tem dois componentes – um ao longo da linha de fluxo, a s,
a aceleração por fluxo e a aceleração normal, a n.
46
HIDRODINÂMICA
APLICADA UNIDADE II
CAPÍTULO 1
Hidrodinâmica aplicada à veículos
submarinos e embarcações
47
Unidade II | Hidrodinâmica Aplicada
48
Hidrodinâmica Aplicada | Unidade II
valor crítico. Hoje se sabe que esse valor depende da forma que o escoamento
está sendo perturbado. Outra descoberta importante realizada por Reynolds
foi a existência de regiões turbulentas intermitentes (spots), uma propriedade
posteriormente estabelecida como comum a escoamentos próximos de paredes.
Reynolds deixou também outra contribuição importante ao desenvolver as
famosas equações médias de Reynolds para os escoamentos turbulentos quando
ele introduziu as conhecidas tensões de Reynolds (1884).
49
Unidade II | Hidrodinâmica Aplicada
Vorticidade
O vetor vorticidade (𝜔) é uma medida da rotação de uma partícula fluida que
se move no campo de escoamento. Ela é definida por:
ω = ∇ ×V
Para que um escoamento possua vorticidade não nula, um torque deve ser
aplicado às partículas fluidas. Esse torque é oriundo das tensões de cisalhamento
atuantes no fluido, que por sua vez, estão diretamente relacionadas com a
50
Hidrodinâmica Aplicada | Unidade II
Onde:
⃗ ⃗ )𝜔
(∇. 𝑉 ⃗⃗, o transporte advectivo da vorticidade;
51
Unidade II | Hidrodinâmica Aplicada
F = f ( r , g , v, A, l , β , h, l , t )
Alternativamente, sete parâmetros não dimensionais podem ser definidos
para substituir, uma escolha é o coeficiente de força:
F A h l
= C F . , , β , R , ω t
r gl 3
Aqui, achamos conveniente usar a frequência de onda ω, que não é um parâmetro
independente adicional, mas relacionado a g, A e λ. Nesse problema, o número
de Reynolds R deve ser a razão Ul/υ, onde U é uma escala de velocidade típica
do fluido em relação ao corpo. Uma vez que o deslocamento oscilatório das
52
Hidrodinâmica Aplicada | Unidade II
U 2 / Ul = A / l
Em primeiro lugar, restringimos nossa atenção ao caso de uma grande estrutura
ou navio, como o casco de um navio, onde a proporção é pequena e os efeitos
viscosos são desprezíveis. Se assumirmos, além disso, que a amplitude da onda
A é pequena em comparação ao comprimento de onda λ e a profundidade
h, então, o coeficiente de força será linearmente proporcional a A, com
contribuições não lineares proporcionais a A 2 negligenciadas. O movimento
linearizado do fluido é sinusoidal no tempo, com frequência ω, e pode ser
expresso na forma:
C F C M U + Cd U
=
53
Unidade II | Hidrodinâmica Aplicada
CM ≅ ( m11 + rV ) / r gl 3
Cd ≅ 0
Assim, no caso especial onde A ≪ l ≪ λ, a força da onda é dada pela aproximação:
F ≅ ( m11 + rV ) U
54
Hidrodinâmica Aplicada | Unidade II
1 2
F=( m11 + rV )U + r l CD U U
2
Uma vez que a validade de cada termo é restrita a um regime onde A/l é,
respectivamente, pequeno ou grande, a justificativa para a fórmula de Morison
é estritamente pragmática e deve depender da confirmação experimental.
Um esforço experimental considerável foi dedicado à validação da fórmula
de Morison. Para corpos submersos, uma aproximação semelhante parece
válida para fins de engenharia, desde que os coeficientes sejam determinados
experimentalmente e para valores apropriados do número de Reynolds e do
parâmetro A/l. Para corpos como estacas perfurantes de superfície verticais,
não existe confirmação experimental satisfatória da equação acima, as razões
para isso não são compreendidas de forma adequada. Pesquisas sobre esse
assunto foram feitas por Hogben (1974) e Milgram (1976).
55
Unidade II | Hidrodinâmica Aplicada
m deve ser adicionada aos nove parâmetros físicos dos quais a força depende.
Na forma não dimensional, segue-se que:
y A h l
= f . , , β , R,ωt , m / pl 3
A
Como m = ∀ρ, o último parâmetro acima é igual a ∀/l 3. Para uma forma corporal
prescrita, esse parâmetro é independente da escala de comprimento; assim,
o último parâmetro pode ser excluído em nosso estudo de corpos irrestritos.
56
Hidrodinâmica Aplicada | Unidade II
Equação de Navier-Stokes
57
Unidade II | Hidrodinâmica Aplicada
∂t yx dy ∂t yx dy
Fvx = t yx + dxdz − t yx − dxdz
∂y 2 ∂y 2
0 0
∂t yx
Fvx = dxdydz
∂y
∂ ∂u
Fvx = m dxdydz
∂y ∂y
Ou seja, para o caso em que ∂u/∂y é o único gradiente de velocidade e µ é
constante, a força resultante devido ao atrito viscoso na direção x, por unidade
de volume, é dada por:
Fvx ∂t yx ∂ 2u
= = m 2
dxdydz ∂y ∂y
Vemos que essa força é proporcional ao gradiente da tensão τyx. Se a tensão
de cisalhamento for uniforme em todo o fluxo, as partículas de fluido serão
distorcidas, mas não haverá força resultante devido a tensões viscosas. Em
outras palavras, deve haver gradientes de tensão viscosa para que a tensão
viscosa contribua para a aceleração de partículas de fluido.
Tensões normais devido às taxas de deformação extensional também levam a
tensões viscosas. Uma análise semelhante àquela dada anteriormente mostra
que, para um fluxo onde ∂u / ∂x é o único gradiente de velocidade e µ é
constante, a força resultante devido ao atrito viscoso na direção x, por unidade
de volume, é dada por:
Fvx ∂t xx ∂ 2u
= = m 2
dxdydz ∂x ∂x
Onde o subscrito xx denota uma tensão que atua na direção x e está associada
a um gradiente de velocidade também na direção x. No caso geral, onde os
gradientes de velocidade atuam em todas as direções, o componente x da força
viscosa por unidade de volume em coordenadas cartesianas torna-se:
Fvx ∂t ∂t yx ∂t zx
= m xx + +
dxdydz ∂x ∂y ∂z
58
Hidrodinâmica Aplicada | Unidade II
Fvx ∂ 2u ∂ 2u ∂ 2u
m 2 + 2 + 2 =
= m∇ 2u
dxdydz ∂x ∂y ∂z
Condições de limite
59
Unidade II | Hidrodinâmica Aplicada
A equação de Euler não inclui a tensão viscosa, de modo que ela não pode
satisfazer as mesmas condições de contorno que a equação de Navier-Stokes. Em
particular, não pode satisfazer a condição de derrapagem, e o escorregamento
é permitido. No entanto, em relação à superfície sólida, a velocidade do fluido
normal a uma superfície sólida ainda deve ir a zero para que não haja fluxo
através da superfície. Ou seja, a condição de contorno para a equação de Euler
na parede é:
n.V = nV
. w
Lei de Stokes
60
Hidrodinâmica Aplicada | Unidade II
Fb
Fd
mg
Nessa figura, o FBD lista três forças agindo na esfera: F b , F d e mg. As duas
primeiras forças surgem do efeito de flutuabilidade do deslocamento do fluido
em questão e do arrasto viscoso do fluido na esfera, respectivamente. Ambas
as forças atuam para cima – a flutuabilidade tende a ‘flutuar’ a esfera (F b ) e
a força de arrasto (F d ) resistindo à aceleração da gravidade. A única força
atuando para baixo é a força corporal resultante da atração gravitacional
(mg). Ao somar as forças na direção vertical, podemos escrever a seguinte
equação:
Fb + Fd =
mg
A força de empuxo é simplesmente o peso do fluido deslocado. Como você
deve lembrar-se, o volume de uma esfera (esfera v) é escrito como:
4
vesfera = π r 3
3
Combinando esse volume com a densidade de massa do fluido, r fluido, agora
podemos escrever a força de empuxo como o produto:
4 3
Fb m=
= df g π r r fluido g
3
61
Unidade II | Hidrodinâmica Aplicada
4 3
π r r fluido g + 6πmVd =
mg
3
Reorganizando e reagrupando os termos da equação acima, chegamos à
seguinte relação:
2π 2 ( resfera − r fluido ) g
V=
9m
Embora a Lei de Stokes seja direta, ela está sujeita a algumas limitações.
Especificamente, esta relação é válida apenas para fluxo “laminar”. O fluxo
laminar é definido como uma condição em que as partículas de fluido se movem
em trajetórias suaves na lâmina (camadas de fluido deslizando umas sobre as
outras). A condição de fluxo alternativo é denominada fluxo “turbulento”.
Essa última condição é caracterizada por partículas de fluido que se movem
em caminhos irregulares aleatórios, causando uma troca de momento entre
as partículas. Os engenheiros utilizam um parâmetro adimensional conhecido
como o número de Reynold para distinguir entre essas duas condições de fluxo.
Esse número é uma razão entre as forças inerciais e viscosas dentro do fluido.
A aplicação do número de Reynold a problemas de fluidos é determinar a
natureza das condições de fluxo de fluido – laminar ou turbulento. Para o
caso em que temos um fluido viscoso e incompressível fluindo em torno de
uma esfera, a Lei de Stokes é válida, desde que o número de Reynold tenha
um valor menor que 1,0. Ao utilizar a Lei de Stokes, é apropriado verificar
se a aplicação desta lei é apropriada.
62
Hidrodinâmica Aplicada | Unidade II
63
Unidade II | Hidrodinâmica Aplicada
64
CAPÍTULO 2
Hidrodinâmica aplicada a
mergulhadores
Arrasto hidrodinâmico
Segundo Counsilman (1967), a velocidade de nado, em dado momento, é o
resultado da interação entre a força de arrasto e a propulsão. Um nadador
poderá incrementar a sua velocidade de deslocamento a partir de três estratégias:
=D W=
d J m
1
N( )
Vilas-boas (2001) refere que, para que um nadador/mergulhador se desloque no
meio aquático, é necessário que, a cada momento, produza uma força propulsiva
de intensidade pelo menos igual à da força de arrasto hidrodinâmico. Amar
(1920) assume que a resistência está diretamente relacionada com o quadrado
da velocidade de nado, como demonstra a equação:
D = Kv 2
65
Unidade II | Hidrodinâmica Aplicada
F D = ½ * d * FSA * C D * v 2
FD = K * v2
66
Hidrodinâmica Aplicada | Unidade II
Num estudo efetuado por Kjendlie et al. (2004a), verificou-se que o tamanho
do corpo parece ser o fator mais importante na influência do custo energético
em adultos e crianças. As diferenças no comprimento do corpo entre crianças
e adultos refletem-se na forte relação linear (r = 0,74) entre este e o custo
de nado. Toussaint e Hollander (1994b) referem que o custo de nado está
dependente da força de arrasto e da eficiência do impulso. Descobriu-se que
a eficiência do impulso aumenta a sua magnitude, tendo em conta não só
estudos empíricos (TOUSSAINT et al. 1991), como também considerações
teóricas. Vilas-Boas (1997) refere que quanto maior for o comprimento total
do corpo, menor será a força de arrasto hidrodinâmico, pelo que se deverá
privilegiar as posições alongadas na água, não só no deslize, como durante o
nado propriamente dito.
Nas técnicas de nado, torna-se difícil definir qual a melhor posição geral do
corpo a adotar (MARINHO; FERNANDES, 2003). Souto (2000) justifica esta
dificuldade com o fato de o nadador assumir diferentes posições corporais
durante as diferentes fases do ciclo gestual dos membros superiores. Para
Maglisho (1993), para que o nadador preserve um correto alinhamento
lateral, é necessário aproximar as ações propulsivas do eixo longitudinal de
deslocamento, o que é facilmente conseguido por meio da rotação ao longo do
eixo longitudinal. Ainda para o mesmo autor, uma baixa ondulação e esteiras
com pouca amplitude que se criam à volta do nadador são indicadores de uma
“boa hidrodinâmica”. O oposto é caracterizado por um desperdiçar de energia,
movimentação forte e por uma massa de água confusa e turbulenta.
67
Unidade II | Hidrodinâmica Aplicada
Arrasto de pressão
De acordo com Sanders et al. (2001), um fluido que passa ao longo do corpo de
um nadador pode separar-se num certo ponto, dependendo da forma, tamanho
e velocidade do nadador. Esse ponto designa-se por ponto de separação, e
poderá dar origem a uma esteira (CLARYS, 1979). Desse modo, podem-se gerar
diferenças de pressão entre a parte anterior do nadador (ponto ou região de
estagnação – zona de altas pressões) e a sua porção posterior (esteira – zona
de elevada vorticidade traduzindo-se numa zona de baixas pressões), que
resultam na criação de forças denominadas arrasto de pressão (VILAS-BOAS,
1997a). Segundo Sanders et al. (2001), o arrasto de pressão de um corpo é
proporcional ao quadrado da velocidade do fluido, tornando-se cada vez mais
importante à medida que a velocidade de nado aumenta. Vilas-Boas (1997a)
refere que a forma mais hidrodinâmica é a forma de uma gota de água. No caso
do corpo do nadador, que oferece um perfil menos hidrodinâmico, poderão
ser encontrados vários pontos de pressão decorrentes de alterações súbitas
de forma: cintura escapular, região glútea etc.
Arrasto de onda
68
Hidrodinâmica Aplicada | Unidade II
pés), causa alterações na pressão hidrodinâmica. Dado que, cada ponto cria
o seu próprio sistema de ondas, com uma velocidade de propagação igual,
poder-se-á dizer que a onda resultante é caracterizada por rápidos aumentos
dos valores de pressão ao nível da cabeça e cintura escapular (onda anterior),
da região glútea (onda média) e dos pés (onda posterior) (CLARYS, 1979).
Arrasto de fricção
Costill et al. (1992) e Maglischo (1993) referem que esse componente do arrasto
hidrodinâmico – arrasto de fricção – é o resultado da fricção entre a pele dos
nadadores e a água, fazendo com que transportem algumas moléculas de água
com eles, colidindo com outras imediatamente à sua frente. Essas moléculas
vão acumulando-se em correntes adjacentes, causando um cada vez mais vasto
69
Unidade II | Hidrodinâmica Aplicada
» a área de superfície;
» a velocidade;
Enquanto o nadador nada, o corpo nunca está numa posição fixa, já que é
necessário criar algumas forças propulsivas. Foi conjecturado que o movimento
necessário para criar propulsão podia induzir resistência adicional. Assim,
arrasto ativo é a resistência que o nadador sente quando se encontra a nadar.
Arrasto passivo é a resistência que o nadador sente quando não mexe nem os
membros superiores nem os membros inferiores (MCINTYRE, 2003).
Arrasto ativo
Arrasto passivo
70
Hidrodinâmica Aplicada | Unidade II
71
MODELAGEM
E SIMULAÇÃO UNIDADE III
HIDRODINÂMICA
CAPÍTULO 1
Modelagem hidrodinâmica, modelagem
matemática e elementos finitos
72
Modelagem E Simulação Hidrodinâmica | Unidade III
73
Unidade III | Modelagem E Simulação Hidrodinâmica
74
Modelagem E Simulação Hidrodinâmica | Unidade III
UUV
Navio hospedeiro
Essa faixa transversal começa com o veículo totalmente dentro e se estende até
uma posição com a extremidade traseira do duto do propulsor aproximadamente
nivelada com o ponto mais à frente da plataforma. A partir da comparação
de execuções de trajetórias, fica claro que o modelo de forças e momento
implementado em um algoritmo de movimento de seis graus de liberdade
pode resolver forças de controle em função do tempo para qualquer trajetória
desejada. Os efeitos da velocidade da embarcação hospedeira são incorporados.
A técnica de suavização é responsável pela incompatibilidade inevitável entre
os modelos de interação derivados experimentalmente com o coeficiente
paramétrico baseado em forças hidrodinâmicas em águas abertas e permite
que modelos geometricamente semelhantes sejam testados usando o resultado
experimental existente. No entanto, é importante observar que essa solução
é específica para o ambiente de lançamento e experimentos que precisam ser
repetidos para o modelo empírico se o UUV estiver localizado em outro lugar
ao redor da nave-mãe. Além disso, os métodos de fluxo potencial tendem a
superestimar a recuperação da pressão na popa do veículo devido à negligência
dos efeitos viscosos.
75
Unidade III | Modelagem E Simulação Hidrodinâmica
Bull (1996) afirma que uma variedade de técnicas de validação deve ser
investigada para garantir que todas as características hidrodinâmicas e estruturas
de fluxo sejam representadas com precisão. Ele recomenda comparar o DFC
e os resultados experimentais para os seguintes parâmetros:
76
Modelagem E Simulação Hidrodinâmica | Unidade III
Bull (1996) também sugere que a validação entre DFC e resultados experimentais
para veículos subaquáticos deve começar com C d ou C t, pois é o mais estável
dos coeficientes. O C f deve ser comparado por último, pois é o menos estável
e, portanto, o parâmetro mais difícil de replicar.
Quando o rebocador está próximo à popa do navio (posição 1), pode ocorrer
um aumento em sua velocidade devido à velocidade do fluxo na popa do navio.
Em estreita proximidade com o casco do navio, uma baixa pressão move o
rebocador na direção do navio. Para navios em condição de lastro, ou navios
com particular proa pendente, o rebocador pode facilmente ir para a posição
2, gerando danos ao seu casco ou superestrutura.
Indo para frente e próximo ao casco (posição 3), o rebocador está sob a ação
de uma importante força de sucção na direção do casco do navio, e o momento
negativo de guinada (baseado no referencial cartesiano destro) é devido ao
acumulado de água na proa do rebocador. Quando o rebocador é atraído pelo
navio, geralmente é difícil recuperar seu curso. Quando o rebocador está na
posição 4 (lado da proa), ele entra em uma área de alta pressão, o momento
negativo de guinada é crescente, e deve ser compensado pelo uso adequado
do leme e da hélice para evitar o risco de acidente.
78
Modelagem E Simulação Hidrodinâmica | Unidade III
Na posição 5, quando o rebocador está próximo à proa, uma forte força lateral
negativa na popa traz o rebocador para a frente e sob a proa com risco de
virar. Então, a condição operacional adequada deve ser aplicada. O estudo da
interferência quando um rebocador está operando próximo a outro navio é
importante para definir a previsão das características de manobra do rebocador
e é útil para otimizar a operação hidroviária. Portanto, o desenvolvimento
de um modelo que seja capaz de prever as forças de interação com precisão,
considerando águas restritas e a manutenção do curso dos navios, é necessário.
» velocidades do veículo;
» formas do casco;
» profundidades submersas;
» profundidade da água.
Modelagem matemática
Equações do movimento
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Unidade III | Modelagem E Simulação Hidrodinâmica
Modelo cinemático
80
Modelagem E Simulação Hidrodinâmica | Unidade III
81
Unidade III | Modelagem E Simulação Hidrodinâmica
Modelo dinâmico
Equações de Newton-Euler
82
Modelagem E Simulação Hidrodinâmica | Unidade III
O modelo dos esforços externos depende muito da aplicação que se deseja. Por
exemplo, os modelos de veículos aéreos geralmente consideram somente a
gravidade como esforço externo, desconsiderando as forças devido ao arrasto
aerodinâmico, a massa adicionada e o efeito do vento. Diferentemente dos
veículos aéreos, as forças externas têm papel fundamental no comportamento
dinâmico do submarino, não podendo ser desprezadas no modelo dinâmico
desse veículo.
Massa adicionada
Arrasto Hidrodinâmico
83
Unidade III | Modelagem E Simulação Hidrodinâmica
Forças restaurativas
Distúrbios ambientais
84
Modelagem E Simulação Hidrodinâmica | Unidade III
A fluidodinâmica computacional
85
Unidade III | Modelagem E Simulação Hidrodinâmica
86
Modelagem E Simulação Hidrodinâmica | Unidade III
Caro aluno, segue aqui o estudo realizado por Santos (2017), que analisou
a obtenção dos efeitos de um navio quando em proximidade a um outro
em águas calmas. Objetivando obter um modelo que seja compatível
com simulador de manobras para posterior implementação, foi feita uma
introdução à modelos de manobra e, em seguida, foi discutido um método
para o cálculo do efeito de interação entre navios utilizando teoria potencial.
Os resultados obtidos foram comparados qualitativamente com resultados
experimentais presentes em bibliografia. O estudo é intitulado de “Análise
do efeito da proximidade entre navios”.
87
CAPÍTULO 2
Simuladores hidrodinâmicos
Figura 19. Representação dos volumes de controle em uma malha utilizada na resolução de um problema de escoamento
interno em duto.
Volume de
controle
88
Modelagem E Simulação Hidrodinâmica | Unidade III
Malha computacional
Inicialmente, em toda solução via CFD, é necessária a geração de uma malha
que defina, em todo o domínio computacional, as células nas quais as variáveis
do escoamento serão calculadas. A precisão nesse tipo de solução depende do
número de elementos e como esses estão distribuídos na malha. Entretanto, há
a necessidade de balanceio entre precisão da solução a partir de refinamento da
malha e o custo computacional. A qualidade da malha possui papel fundamental
na qualidade da análise, sendo a geração da malha a etapa mais importante e
que demanda mais tempo nas análises de CFD (SANTOS, 2010).
89
Unidade III | Modelagem E Simulação Hidrodinâmica
Malhas estruturadas
As malhas estruturadas podem ser definidas como malhas que apresentam uma
clara lei de orientação dos seus elementos. A construção de malhas estruturadas
pode ser feita, por exemplo, pelo uso da técnica dos multiblocos, que tem
como base a associação de blocos com diferentes subdomínios geométricos.
Essa técnica permite conectar diversos blocos e construir um domínio inteiro,
com uma distribuição uniforme em cada bloco. Malhas estruturadas oferecem
vantagens sobre outros tipos de malha por apresentarem simples implementação
e por requererem menor capacidade de armazenamento. Um fato muito
importante é que, em geral, malhas estruturadas geram um número menor de
células em comparação com malhas não estruturadas, tendo como referência
a mesma geometria base. A grande desvantagem desse tipo de malha é a falta
de flexibilidade em se ajustar a geometrias complexas.
Malhas não estruturadas
Malhas híbridas
Simuladores de manobras
90
Modelagem E Simulação Hidrodinâmica | Unidade III
Para os casos de interação entre navios, Wang (1975) apresentou uma das
primeiras estimativas de curva como função da posição relativa do navio
aplicando o método das faixas, sendo uma referência para esse tipo de interação.
Seelig (2001) propôs a aplicação de fatores de correção para as expressões
obtidas por Wang (1975), baseadas em outros trabalhos, relacionando fatores
de correção para águas rasas e distância relativa. O trabalho de Varyani et al.
(2002) apresentou ensaios em escala reduzida, obtendo expressões matemáticas
92
Modelagem E Simulação Hidrodinâmica | Unidade III
93
Unidade III | Modelagem E Simulação Hidrodinâmica
94
Modelagem E Simulação Hidrodinâmica | Unidade III
Navios: Exibição:
-Leme (s) -Cena Visual
-Máquina (s) -Radar
-Propulsores Posição -Auxílio à navegação
-Comportamento inerente. -Instrumentação da ponte de
comando.
Velocidade
Controle do Navio:
Comandos -Prático
Timoneiro -Mestre (rebocador)
-Comandante
95
Unidade III | Modelagem E Simulação Hidrodinâmica
96
Modelagem E Simulação Hidrodinâmica | Unidade III
97
ESTUDOS
COMPLEMENTARES
E ESTUDOS DE UNIDADE IV
CASOS (EC)
CAPÍTULO 1
Conceitos complementares de
hidrodinâmica
98
Estudos complementares e Estudos de Casos (EC) | Unidade IV
∑ r
n
r
i =1 i
99
Unidade IV | Estudos complementares e Estudos de Casos (EC)
Segundo a lei de Fick, uma espécie pode ter velocidade relativa à velocidade
mássica ou molar média apenas se existirem gradientes de concentração.
O fluxo mássico ou molar de uma determinada espécie pode ser definido como
uma quantidade vetorial denominada por meio da quantidade desta espécie
em unidades mássicas ou molares, que se deslocam em um dado acréscimo de
tempo por uma unidade de área normal ao vetor.
100
Estudos complementares e Estudos de Casos (EC) | Unidade IV
Onde:
J A, z
é o fluxo molar na direção z relativo à velocidade molar média.
DAB é o fator de proporcionalidade: coeficiente de difusão para o componente
A difuso em B.
dC A
é o gradiente de concnetração na direção z.
dz
O sinal negativo sugere que o fluxo está em sentido oposto ao eixo z, isto é,
na região de maior concentração para a de menor concentração.
Onde:
j A, z
é o fluxo mássico na direção z relativo à velocidade mássica média.
dwA / dz é o gradiente de concnetração em termos de fração mássica.
101
Unidade IV | Estudos complementares e Estudos de Casos (EC)
(
yA N A + N B =)c AV é o fluxo molar resultante do componente A.
Onde:
− DAB ∇r A é o fluxo mássico, J A, z , resultante do gradiente de concentração.
wA ( nA + nB ) é o fluxo mássico resultante do componente A transportado no
fluxo do fluido.
102
Estudos complementares e Estudos de Casos (EC) | Unidade IV
1 1 1
sendo= +
k L mkG k L
103
Unidade IV | Estudos complementares e Estudos de Casos (EC)
104
Estudos complementares e Estudos de Casos (EC) | Unidade IV
Convecção
105
Unidade IV | Estudos complementares e Estudos de Casos (EC)
superfície e do fluxo diferirem, haverá uma região do fluido por meio da qual
a temperatura varia de T s em y = 0 a T ∞ no fluxo externo. Essa região, chamada
camada limite térmica, pode ser menor, maior ou do mesmo tamanho da região
em que a velocidade varia. De qualquer forma, se T s > T ∞, a transferência de
calor por convecção ocorrerá da superfície para o fluxo externo.
106
Estudos complementares e Estudos de Casos (EC) | Unidade IV
q′′ h (Ts − T∞ )
=
Transferência de calor
q = ∫ q′′dAs
AS
q
= (TS − T∞ ) ∫ A hdAs
S
107
Unidade IV | Estudos complementares e Estudos de Casos (EC)
Observe que, no caso especial de vazão sobre uma placa plana, h varia apenas
com a distância x da borda principal e a equação anterior se reduz a:
1 L
L ∫0
h= hdx
Ou:
j *A =
−CDAB ∇x A
108
Estudos complementares e Estudos de Casos (EC) | Unidade IV
Difusividade em massa
109
Unidade IV | Estudos complementares e Estudos de Casos (EC)
Um ponto-chave sobre cada um desses grupos é que sua definição exata implica
em um sistema físico específico. Por exemplo, o comprimento característico
l no número Sherwood kl/D será a espessura da membrana para o transporte
da membrana, mas o diâmetro da esfera para uma esfera em dissolução. Uma
boa analogia é o grupo adimensional “eficiência”. Uma eficiência de 30% tem
implicações muito diferentes para uma turbina e para um cervo correndo. Da
mesma forma, um número Sherwood de 2 significa coisas diferentes para uma
membrana e para uma esfera dissolvente. Essa flexibilidade é central para as
correlações que se seguem.
kl velocidade da transferência de massa
Sherwood number →
D velocidade da difusão
k velocidade da transferência de massa
Stanton number 0
→
v velocidade do fluxo
v difusividade do momento
Schmidt number →
D difusividade de massa
α difusividade de energia
Lewis number →
D difusividade de massa
v difusividade de momento
Plandtl number →
α difusividade de energia
l 3 g ∆r / r forças de flutuação
Grashöf number 2
→
v forças viscosas
v 0l velocidade de fluxo
Péclet number →
D velocidade de difusão
kl 2 velocidade de reação
Second Damköhler number ou (Thiele modulus )
2
→
D velocidade de difusão
110
Estudos complementares e Estudos de Casos (EC) | Unidade IV
111
Unidade IV | Estudos complementares e Estudos de Casos (EC)
112
CAPÍTULO 2
Estudos de casos
Estudo de caso 1
Forças hidrodinâmicas entre embarcações e manobras seguras sob efeito do
vento em águas confinadas.
desvio lateral com faixa de 10 graus como um ângulo máximo do leme torna-se
menor que 0,02L, embora U 2/U 1 seja 1,2. Eventualmente, independentemente
da razão de velocidade do navio e tipos de navio, uma embarcação ultrapassada
e ultrapassando pode ser manobrada com segurança, sem desviar do curso
original nas seguintes condições: a distância transversal entre duas embarcações
é aproximadamente mantida em 1,0 vez do comprimento do navio e 5 a 10
graus de alcance no ângulo máximo do leme.
Estudo de caso 2
Análise de interação hidrodinâmica de um veículo flutuante autônomo
subaquático e navio com efeitos de onda.
114
Estudos complementares e Estudos de Casos (EC) | Unidade IV
Estudo de caso 3
O uso de dinâmica de fluidos computacional para auxiliar no projeto
hidrodinâmico de baixo custo de veículos subaquáticos autônomos.
Para tanto, Phillips et al. (2010) sugeriram o uso de uma análise baseada
na fluidinâmica computacional. As abordagens desenvolvidas são
predominantemente de estado estável e adequadas para execução em um
115
Unidade IV | Estudos complementares e Estudos de Casos (EC)
116
PARA (NÃO) FINALIZAR
117
REFERÊNCIAS
118
Referências
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Referências
120
Referências
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Referências
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