Você está na página 1de 38

PAVIMENTAÇÃO

Aula 5 – MATERIAIS QUE COMPÕEM CAMADAS


DE PAVIMENTOS – MATERIAIS BETUMINOSOS
E REVESTIMENTOS ASFÁLTICOS (Tópico 3)

Prof. Dr. Marcelo Massulo


REVISANDO....
Solos para camadas de: Reforço de subleito / Sub-base / Base

Ensaios de granulometria / LL / LP / compactação / expansão / CBR ou ISC /


equivalente de areia (apenas p/ base) – Tratamento estatístico.

Quanto mais alta a camada, maiores são as exigências

Revestimento flexível = Ligante asfáltico + Agregados + Vazios

Classificação de agregados  Natureza / Tamanho / Graduação

Mistura de agregados para atender faixa granulométrica

Ensaios de agregados (granulometria, abrasão, índice de forma, durabilidade,


equivalente de areia, adesividade) para atender norma DNIT 031/2006 ES.

Prof. Dr. Marcelo Massulo


INTRODUÇÃO
O asfalto, que se enquadra como Material Betuminoso, é um dos mais antigos e
versáteis materiais de construção. Na maioria dos países, a pavimentação asfáltica é a
principal forma de revestimento. No Brasil, cerca de 95% das rodovias possuem
revestimento asfáltico.

As razões do uso massivo do asfalto são:


 Proporciona forte união dos agregados, agindo como um ligante que permite
flexibilidade controlada (não rígido) e apresenta pouca retração térmica;
 É impermeabilizante;
 É Durável e Resistente;
 Pode ser combinado com vários agregados e aditivos;
 Apresenta Baixo custo em relação ao concreto de cimento Portland

Prof. Dr. Marcelo Massulo


MATERIAIS BETUMINOSOS

Prof. Dr. Marcelo Massulo


LIGANTES ASFÁLTICOS
Importância do estudo dos ligantes asfálticos

 A maioria das rodovias no Brasil são de revestimentos asfálticos.


 O CAP representa de 25 a 40% do custo da construção do
revestimento.
 Quase sempre é o único elemento industrializado usado nas camadas
do pavimento.

Ver Cap. 2 – Pavimentação Asfáltica (ABEDA)

Prof. Dr. Marcelo Massulo


PRODUÇÃO DE ASFALTO

Fonte: http://www.abeda.org.br/mercado/

Prof. Dr. Marcelo Massulo


TIPOS DE LIGANTES ASFÁLTICOS

 Cimentos asfálticos de petróleo –


CAP;

 Asfaltos diluídos de petróleo – ADP;

 Emulsões asfálticas – EAP;

 Asfaltos modificados por polímeros (SBS,


asfalto borracha);

Prof. Dr. Marcelo Massulo


CIMENTO ASFÁLTICO DE PETRÓLEO – CAP
É o asfalto especialmente obtido para apresentar as qualidades e consistências
próprias para uso direto na construção de pavimentos. É semi-sólido à temperatura
ambiente, sendo necessário seu aquecimento quando utilizado para fazer
revestimentos asfálticos.
Do CAP se derivam todos os demais ligantes asfálticos.

Termossensível  Manuseio a quente. Após resfriamento retorna a condição de


viscoelasticidade.
Impermeável  Protege as demais camadas da ação da água.

Viscoelástico  Combina comportamento viscoso (carga de longa duração) e


comportamento elástico (carga de curta duração).
Pouco Reativo  Sofre apenas oxidação lenta em contato com o ar.

Prof. Dr. Marcelo Massulo


CIMENTO ASFÁLTICO DE PETRÓLEO – CAP
Exemplo de material termossensível

Temperatura crescendo

Prof. Dr. Marcelo Massulo


CIMENTO ASFÁLTICO DE PETRÓLEO – CAP
Viscoelasticidade

Prof. Dr. Marcelo Massulo


CLASSIFICAÇÃO – CAP
A partir de 2005 os CAPs são classificados com base no ensaio de penetração.

Prof. Dr. Marcelo Massulo


CLASSIFICAÇÃO – CAP

Ensaio de Penetração

Prof. Dr. Marcelo Massulo


CLASSIFICAÇÃO – CAP
CAP X – Y: Indica os valores mínimo (X) e máximo (Y) de penetração em décimos de
milimetro, para o ensaio realizado a 25º C, com massa de 100g aplicada por 5 s.

CAP 30 – 45: Menos penetrável, mais resistente, menos viscoso.


CAP 50 – 70
CAP 85 – 100
CAP 150 – 200: Mais penetrável, menos resistente, mais viscoso.

Para revestimentos pré-misturados, incluindo concreto asfáltico, devem ser usados CAP
30 – 45, 50 – 70 ou 85 – 100.

Para Tratamentos Superficiais e Macadames asfáltico, devem ser usados CAP 150 –
200.

Prof. Dr. Marcelo Massulo


CLASSIFICAÇÃO – CAP

Prof. Dr. Marcelo Massulo


CLASSIFICAÇÃO – CAP

Ensaio de Ponto de Amolecimento

Prof. Dr. Marcelo Massulo


CLASSIFICAÇÃO – CAP

Prof. Dr. Marcelo Massulo


CLASSIFICAÇÃO – CAP
500
CAP 50/70
450
CAP 30/45
400

350

Viscosidade (cP)
300
Faixa de compactação
250

200
Faixa de usinagem
150

100

50

0
130 135 140 145 150 155 160 165 170 175 180

Temperatura (ºC)

Curvas de temperatura x viscosidade para a definição das temperaturas de


usinagem e compactação (TUC)
Prof. Dr. Marcelo Massulo
ASFALTO DILUÍDO – ADP
Resultam da diluição no CAP em um solvente, com o objetivo de reduzir sua
viscosidade, facilitando a aplicação, geralmente exigindo menores temperaturas que o
CAP para ser misturado aos agregados.

Asfaltos diluídos em querosene são de cura média (CM) enquanto que os diluídos em
gasolina são de cura rápida (CR).

Utilização como ligante asfáltico vem reduzindo. Ainda é comumente usado para
serviços de imprimação.

Prof. Dr. Marcelo Massulo


EMULSÕES ASFÁLTICAS – EAP
Emulsão é a mistura de dois componentes não-miscíveis entre si. No caso das EAP, a
fase dispersante é água e a fase dispersa é o CAP, ou seja, são partículas de Cimento
Asfáltico dispersas em meio aquoso. Há inclusão de uma substância emulsificante.
EAP = CAP + Água + Agente Emulsivo (Silicatos)
As emulsões vieram atender a expectativa de poder dissolver os asfaltos com água em
um processo desenvolvido a frio, isto é, temperatura ambiente.

Vantagens: Desvantagens:
Processo a Frio Somente indicado para tráfego leve
Material mais facilmente estocável
Boa Adesividade
Mais econômico que o CAP

Prof. Dr. Marcelo Massulo


EMULSÕES ASFÁLTICAS – EAP
Ruptura da Emulsão: Separação do CAP e da água.

 Ruptura Rápida: Libera-se o tráfego rapidamente, entretanto perde-se em


resistência. (Emulsão Catiônica)
 Ruptura Média:
 Ruptura Lenta: Mais resistente entretanto causa maiores transtornos ao tráfego.

Utilizam-se emulsões asfálticas nos serviços de PMF (Pré-misturado à frio), em


tratamentos superficiais e pintura de ligação entre camadas.

Prof. Dr. Marcelo Massulo


ASFALTO BORRACHA

Prof. Dr. Marcelo Massulo


ASFALTOS MODIFICADOS POR POLÍMEROS
Benefícios da adição de polímeros:
 Melhor característica adesiva e coesiva
 Maior resistência ao envelhecimento
 Elevação do ponto de amolecimento
 Maior elasticidade
 Maior resistência à deformação permanente
 Melhores características de fadiga
 Impactos Ambientais – Reaproveitamento de
pneus velhos

Desvantagens da adição de polímeros:


 Execução difícil (Trabalhabilidade ruim)
 Maior custo
Prof. Dr. Marcelo Massulo
DEMAIS TIPOS DE LIGANTES ASFÁLTICOS
Uso restrito a obras de grande porte

 Asfalto de baixa penetração para compor misturas de módulo


elevado.
 CAP TLA (Trinidad Lake Asphalt) Asfalto natural que confere
melhorias à susceptibilidade térmica e à deformação permanente.
 Especificações contidas nos Anexos do livro “Utilização de ligantes
asfálticos em serviços de pavimentação”

Ver Cap. 1 – Utilização de ligantes asfálticos em serviços de


pavimentação

Prof. Dr. Marcelo Massulo


UTILIZAÇÃO DOS LIGANTES ASFÁLTICOS
1 – Serviços de Imprimação:
Consiste na aplicação do ligante asfáltico sobre a camada de base,
visando:
Impermeabilizar a base;
Melhorar a aderência entre base e revestimento;
Aumentar a coesão da base (penetração do ligante).

Ligante mais indicado: ADP

Prof. Dr. Marcelo Massulo


UTILIZAÇÃO DOS LIGANTES ASFÁLTICOS
2 – Pintura de Ligação:
Consiste na aplicação do ligante asfáltico sobre um revestimento antigo
com o objetivo de aumentar a aderência entre as camadas velha e nova do
revestimento
Ligantes indicados: ADP e EAP

3 – Revestimento Asfálticos:
Como elemento aglutinante/cimentante em revestimento asfálticos,
desde o mais nobre (concreto asfáltico) até os tratamentos superficiais.

Prof. Dr. Marcelo Massulo


FLUXOGRAMA DO MERCADO
Fonte: http://www.abeda.org.br/mercado/

Prof. Dr. Marcelo Massulo


REVESTIMENTOS ASFÁLTICOS
Revestimento (capa) é a camada do pavimento destinada a receber
diretamente a ação do tráfego devendo ser impermeável, resistente ao
desgaste e suave ao rolamento.

Pavimento Flexível é aquele em que todas as camadas sofrem deformações


elásticas significativas sob carregamento do tráfego de veículos.

Classificação de Revestimentos Flexíveis:


 Por Mistura
 A quente
 A frio
 Por Penetração

Prof. Dr. Marcelo Massulo


REVESTIMENTOS POR MISTURA
A Quente: São realizadas com CAP, confeccionadas (mistura de ligante
asfáltico e agregado), espalhadas e compactadas a temperaturas bem acima
da ambiente (>135ºC). Os agregados também são aquecidos. Exemplos:
Concreto Asfáltico e Pré-Misturado à Quente.

A Frio: São realizadas com asfalto liquefeito (ADP ou EAP), que podem ser
ligeiramente aquecidos (~50ºC) no processo de confecção da mistura. Os
agregados normalmente não são aquecidos e as misturas são espalhadas e
compactadas em temperatura ambiente.

Prof. Dr. Marcelo Massulo


A QUENTE VERSUS A FRIO

Prof. Dr. Marcelo Massulo


CONCRETO ASFÁLTICO – CA
É mistura composta de CAP (30 – 45, 50 – 70 ou 85 – 100), agregado graúdo,
agregados miúdos e fíler (cimento, cal, calcário) que atendem a rigorosas
especificações estabelecidas pelo DNIT (ES 031/2006)

São Dosados (Tópico 6) para proporcionar: CAP


 Estabilidade
 Durabilidade
 Flexibilidade
 Resistência ao deslizamento

Prof. Dr. Marcelo Massulo


ESPECIFICAÇÃO DNIT 031/2006

O CA só pode ser fabricado, transportado


e aplicado quando a temperatura
ambiente for > 10º C.

Não pode ser executado em dias


chuvosos.

Prof. Dr. Marcelo Massulo


CONFIGURAÇÕES DE REVESTIMENTOS
Agregados mais finos, menos
Agregados mais grossos, ruído, bom coeficiente de atrito.
mais ruído, menor Porém, requer mais ligante, mais
coeficiente de atrito. caro.
Porém, requer menos
ligante, mais barato.

Prof. Dr. Marcelo Massulo


CONCRETO ASFÁLTICO – DOSAGEM
Os concretos asfálticos são dosados através do método Marshall.
Determinação do teor de ligante asfáltico (Tópico 6).
COEFICIENTE DE EQUIVALÊNCIA ESTRUTURAL = 2,00
Método de Dimensionamento do DNIT

PRÉ-MISTURADOS A QUENTE (PMQ)


A forma de mistura e procedimentos gerais são os mesmos do CBUQ,
entretanto não há que se atender a Norma 031/2006 do DNIT.
Revestimentos assim compostos são menos nobres e resistentes que o
Concreto Asfáltico.

COEFICIENTE DE EQUIVALÊNCIA ESTRUTURAL = 1,70


Método de Dimensionamento do DNIT

Prof. Dr. Marcelo Massulo


PRÉ-MISTURADO A FRIO

COEFICIENTE DE EQUIVALÊNCIA ESTRUTURAL = 1,40


Prof. Dr. Marcelo Massulo
PRÉ-MISTURADOS A FRIO (PMF)
Os revestimentos pré-misturados à frio podem ser:
Abertos  Quase não possuindo finos
Semi-Densos
Densos  Grande quantidade de finos. Mais indicado para revestimento.

REVESTIMENTOS POR PENETRAÇÃO


Tratamentos Superficiais

COEFICIENTE DE
EQUIVALÊNCIA ESTRUTURAL =
1,20

Prof. Dr. Marcelo Massulo


DEMAIS REVESTIMENTOS
Existem vários outros tipos de revestimentos asfálticos. No entanto foram apresentados
com maior detalhe os revestimentos mais comuns e aqueles que constam do roteiro de
dimensionamento de pavimentos flexíveis do método do DNIT.

Camada Porosa de Atrito (CPA)  Mistura a quente


Stone Matrix Asphalt (SMA)  Mistura a quente

Areia asfalto usinada a quente (AAUQ)  Mistura a quente


Areia asfalto a frio (AAF)  Mistura a frio
Lama Asfáltica  Mistura a frio

No site www.dnit.gov.br constam as normas para todos estes revestimento menos convencionais.

Prof. Dr. Marcelo Massulo


ENSAIOS DE MISTURAS ASFÁLTICAS
h ≈ 6,5 cm
Os principais ensaios que devem ser feitos em misturas asfálticas são: D = 10 cm

Estabilidade (E) e fluência (F)  Método do CBR

Resistência à tração (RT)  Método do CBR

Ensaio de dano por umidade induzida (DUI)  Método do CBR

Módulo de resiliência (MR)  MeDiNa

Fadiga por compressão diametral (fadiga)  MeDiNa h = 15 cm


D = 10 cm
Resistência à deformação permanente (DP)  MeDiNa

Prof. Dr. Marcelo Massulo


PARA O DIMENSIONAMENTO
PAVIMENTOS EM ÁREAS RURAIS
Para uma carga de roda que provoca uma
z= r . q 1/2 - 1 pressão “q” , para um subleito de resistência σz, e
tgα σz pavimento constituído de materiais que dão uma
distribuição de pressão segundo um ângulo alfa, a
espessura do pavimento deverá ser z.

Até aqui já vimos:


σz  Estudo do Subleito
tgα  Materiais componentes do Pavimento
Falta determinar “r” e “q”.
Estudo do Tráfego (Volume de Tráfego Rodoviário)

Prof. Dr. Marcelo Massulo

Você também pode gostar