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Bloco 2

Asfaltos
Modificados

Patrocinadores

ASFALTOS Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Asfaltos


Bloco 2

Asfaltos
Modificados

Autores

ASFALTOS Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Asfaltos


Autoria

As aulas contidas neste CD foram elaboradas pela


seguinte equipe de professores:

ƒ Liedi Légi Bariani Bernucci - Universidade de São Paulo

ƒ Jorge Augusto Pereira Ceratti - Universidade Federal do Rio Grande


do Sul

ƒ Laura Maria Goretti da Motta - Universidade Federal do Rio de


Janeiro

ƒ Jorge Barbosa Soares - Universidade Federal do Ceará

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Lista dos assuntos do
CD completo
Este CD contém 30 aulas, em 10 blocos organizados
por assunto:
ƒ Bloco 1 – Introdução
ƒ Bloco 2 – Asfaltos
ƒ Bloco 3 – Agregados e Fíler
ƒ Bloco 4 – Tipos de Revestimentos Asfálticos
ƒ Bloco 5 – Dosagem de Misturas Asfálticas e de Tratamento Asfáltico
ƒ Bloco 6 – Propriedades Mecânicas de Misturas Asfálticas
ƒ Bloco 7 – Materiais de Bases e Soluções de Pavimentação Asfáltica
ƒ Bloco 8 – Técnicas Executivas
ƒ Bloco 9 – Avaliação de Pavimentos Asfálticos
ƒ Bloco 10 – Técnicas de Restauração e Reabilitação de Pavimentos Asfálticos

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Observação

O conteúdo das aulas aqui apresentadas tem caráter educacional


e foi elaborado pelos quatro autores a partir das respectivas
experiências em ensino, pesquisa e extensão. As informações
possuem a contribuição de alunos e profissionais envolvidos
nestas atividades.

Na melhor de suas possibilidades, os autores registraram o crédito


devido nas diversas informações, incluindo fotos e figuras.
Nenhuma informação deverá ser entendida como conselho ou
recomendação de qualquer ordem.

Os materiais referidos não poderão ser copiados, reproduzidos,


adaptados, publicados ou distribuídos em qualquer forma sem o
consentimento prévio dos autores.

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Asfaltos Modificados

ƒ Por polímeros

ƒ Por borracha de pneu

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Razões para Substituição de Asfaltos
Convencionais por Modificados

ƒ Rodovias com alto volume de tráfego


(ex.:corredores de ônibus).
ƒ Melhoria da resistência à formação de trilhas de
roda.
ƒ Aumento da coesividade e adesividade.
ƒ Criação de membranas de proteção das camadas
superficiais de reflexão de trincas.
ƒ Revestimento de pontes para diminuir
susceptibilidade térmica e aumentar resistência à
flexão.

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Razões para Substituição de Asfaltos
Convencionais por Modificados

ƒ Redução de custos de manutenção de


pavimentos.

ƒ Aumento da resistência ao envelhecimento e


oxidação.

ƒ Aumento da resistência à abrasão de misturas.

ƒ Uso de filmes finos de ligante nos agregados.

ƒ Aplicações em misturas não convencionais: SMA,


ultradelgados, módulo elevado, camadas
drenantes e microrrevestimentos.

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Escolha do Tipo e Teor de
Polímero no Asfalto Modificado
Levar em conta:
ƒ Preço do polímero.
ƒ Facilidade de incorporação do polímero no asfalto.
ƒ Equipamentos disponíveis para mistura do polímero com
asfalto.
ƒ Composição química do cimento asfáltico a ser modificado
por polímero.
ƒ Resistência ao envelhecimento.
ƒ Curva de Viscosidade para estimativa da temperatura de
usinagem e compactação.
ƒ Estabilidade à estocagem.

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O Que São Polímeros

ƒ Macromoléculas: moléculas gigantescas que resultam do


encadeamento de dez mil ou mais átomos de carbono,
unidos por ligações covalentes, podendo ser naturais
(madeira, borracha, lã, asfalto, etc.) ou sintéticas
(plásticos, borrachas, adesivos, etc.).
ƒ Polímeros (do grego “muitas partes”) são
macromoléculas sintéticas, estruturalmente simples,
constituídas de unidades estruturais repetidas em sua
longa cadeia, denominadas monômeros.
ƒ Os homopolímeros são constituídos por apenas um
monômero, e os copolímeros são os que apresentam
pelo menos dois monômeros em sua estrutura.

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Principais Tipos de Polímeros (1)

ƒ Termorrígidos: são aqueles que não se fundem, degradam


numa temperatura limite e endurecem irreversivelmente
quando aquecidos a uma temperatura que depende de sua
estrutura química. Apresentam cadeias moleculares que
formam rede tridimensional que resiste a qualquer mobilidade
térmica.
Por exemplo: resina epóxi, poliester, poliuretano.

ƒ Termoplásticos: são aqueles que se fundem e se tornam


maleáveis reversivelmente quando aquecidos. Normalmente
consistem de cadeias lineares, mas podem ser também
ramificadas. São incorporados aos asfaltos à alta temperatura.
Por exemplo: polietileno, polipropileno, PVC.

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Principais Tipos de Polímeros (2)

ƒ Elastômeros: são aqueles que, quando aquecidos, se


decompõem antes de amolecer, com propriedades
elásticas.
Por exemplo: SBR (estireno butadieno).

ƒ Elastômeros termoplásticos: são aqueles que, a


baixa temperatura, apresentam comportamento elástico,
mas quando aumenta a temperatura passam a apresentar
comportamento termoplástico.
Por exemplo: SBS (estireno butadieno estireno) e EVA
(acetato de vanil etila).

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Polímeros Empregados na
Modificação de Asfalto – PIARC (1999)

ƒ Espanha: 39% SBR, 26% EVA, ƒ Hungria: 45% SBS, 39% SBR
18% SBS e 12% SB. e 15% EVA.

ƒ França: 80% elastômeros e ƒ Polônia: 61% SBS, 36% SBR


20% plastômeros. e 3% NR.

ƒ Portugal: 66% SBS e 33% EVA. ƒ Áustria: 76% SBS, 18%


resinas e 6% NR.
ƒ Malásia: 72% NR e 28% SBS.
ƒ Argentina: SBR em
ƒ Austrália: 44% SBS, 34% BMP e microrevestimento, EVA em
23% EVA. camada drenante e SBS em
CBUQ.

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Especificações de Asfaltos
Modificados por Polímeros
Existem muitas especificações no mundo:
ƒ Brasil
9 do DNER para modificação por SBS
9 da Comissão de Asfalto IBP – ANP

ƒ EUA
9 SUPERPAVE
9 ASTM para modificações por SBR, EVA e SBS

ƒ Europa: para modificações por elastômeros e para


modificações por plastômeros.

ƒ Especificações para modificações por borracha moída de pneu.

ƒ Especificações por misturas de EVA com SBS ou PIB.

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Equipamentos de Mistura

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Diferentes SBS

Lineares
ƒ TR 2040 Petroflex - menor PM, maior teor de estireno e
maior polidispersão que TR 1101 Shell.

ƒ A moagem dos TR 1101 Shell ou TRD 101 Petroflex conduz


a copolímeros de menor peso molecular. SBS moído contém
sílica para evitar reaglomeração.

Estrelados
ƒ TR 1186 Shell apresenta PM duas vezes maior que TR
1101.

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Asfaltos Modificados por SBS

ƒ Alta viscosidade a altas temperaturas dificulta operações


de usinagem e compactação.

ƒ SBS é o polímero que confere as melhores propriedades


elásticas ao ligante modificado.

ƒ SBS é de difícil incorporação, requer equipamentos


sofisticados, formulação bem ajustada e bom controle das
condições operacionais.

ƒ Estabilidade à estocagem é fator crítico e depende do tipo


de petróleo.

ƒ Não apresenta boa resistência ao envelhecimento

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Fatores a serem considerados em
Asfaltos Modificados por SBS

ƒ Mecanismo de modificação - inchamento e posterior formação


de duas fases na escala micro.

ƒ Micromorfologia compatível é sensível a tratamentos térmicos.

ƒ Inversão da matriz asfáltica ↔ polimérica ocorre em teores de


4 a 6%, que coincidem com faixa usual de utilização e com a
variação drástica de propriedades (Ponto Amolecimento).

ƒ Seleção de CAP que acarrete compatibilidade é questão


econômica (preço do CAP + custo de ajustes de polímero
versus custos de tanques com agitação). Muita solubilidade
nem sempre reflete melhores propriedades.

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Morfologia do SBR

ƒ Copolímero randômico.

ƒ Apresenta-se sob forma de látex de fácil dispersão no CAP.

ƒ PM altos acarretam aumento de viscosidade, limitando seu


emprego em 3%.

ƒ Propriedades mecânicas inferiores às do SBS.

ƒ BASF produz vários tipos de SBR de mesmo teor de


estireno, mas com propriedades distintas que resultam em
misturas compatíveis com CAP de diferentes procedências.

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Asfaltos Modificados por SBR

ƒ SBR é facilmente incorporado ao CAP e não requer


agitador de alto cisalhamento.

ƒ Alta viscosidade a alta temperatura.

ƒ Compatibilidade é fator crítico à semelhança do SBS.

ƒ Teor limitado a 3,5% em peso correspondendo a PG 70.

ƒ Melhor grau de desempenho PG não está associado ao


maior retorno elástico.

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Morfologia do EVA

ƒ Maior teor de acetato, maior


caráter amorfo e se aproxima
de elastômero.

ƒ Menor teor de acetato, maior


a cristalinidade,
comportamento plastomérico.

ƒ Solubiliza em frações
saturadas devido a natureza Região Cristalina

alifática - seqüências
Região Amorfa
etilênicas de alto PM.

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Asfaltos Modificados por EVA
ƒ São fluidos pseudoplásticos acima de 100ºC.
ƒ O uso de derivado de xisto na formulação reduz a viscosidade a altas
temperaturas, facilitando as operações de usinagem e compactação.
ƒ Apesar de ser considerado um plastômero, a região amorfa do EVA
confere elasticidade, permitindo valores de retorno elástico de até
60%.
ƒ Ligante com 5% de EVA apresenta valores de ângulos de fase e
toughness& tenacity a 25ºC bem próximos aos obtidos com ligantes
com 3% de SBS.
ƒ Fácil incorporação e não requer alto cisalhamento.
ƒ Apresenta boa resistência ao envelhecimento, igual à do CAP.
ƒ Estabilidade à estocagem não é fator crítico, não é dependente do
tipo de petróleo.

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Morfologia do PE

ƒ Conformação plana com regularidade de cadeia,


cristalino.

ƒ PE funcionalizado com ramificações de 4 a 5 átomos


de carbono, visualizadas por NMR produzem
misturas compatíveis e menor viscosidade, devido ao
menor volume molar e semelhança de parâmetros de
solubilidade do CAP e polímero.

ƒ Fácil dispersão no CAP.

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Asfaltos Modificados por PE

ƒ Obtenção de asfaltos modificados compatíveis e com


baixa viscosidade a alta temperatura, facilitando o
bombeamento, a usinagem e compactação, tanto em
mistura com CAP de petróleo brasileiro como de árabe.

ƒ PE é de fácil incorporação e não requer alto


cisalhamento.

ƒ Boa resistência ao envelhecimento.

ƒ Promove resistência à deformação permanente.

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Ensaios para Asfaltos
Modificados
ƒ Consistência: penetração e ƒ Parâmetros reológicos:
viscosidade. módulo complexo G*,
ângulo de fase.
ƒ Segurança: ponto de fulgor.
ƒ Ensaios de desempenho:
ƒ Densidade.
ponto de amolecimento,
ƒ Elasticidade: retorno elástico 10 ponto de ruptura Fraass e
e 25ºC, antes e após RTFOT. coesividade.
ƒ Compatibilidade: variação do ƒ Resistência ao
ponto de amolecimento. envelhecimento: variação do
ponto de amolecimento e
ƒ Outros ensaios de elasticidade: penetração.
toughness & tenacity,
ductilidade a 4, 5, 7, 10, 13 e ƒ Grau de desempenho
15ºC, tração & alongamento, SUPERPAVE.
força – ductilidade.

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Estabilidade à Estocagem

Duas definições

ƒ COMPATÍVEL - Inexiste a separação de fases, sem


precauções com manuseio, estocagem sem agitação.

ƒ SEMICOMPATÍVEL - A separação de fases pode ocorrer.


A separação lenta pode ser evitada usando estocagem
com agitação, e a separação rápida de fases requer
agitação intensa, mesmo em transporte rápido.

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ASTM D 5892 Compatibilidade

ƒ Ensaio que quantifica


estabilidade à estocagem.

ƒ Correlaciona muito bem com


observações em microscopia
ótica por fluorescência.

ƒ Correlaciona com resultados


de tempo de relaxação do
spin hidrogênio por NMR.

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Ensaio de separação de fases

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Coesividade Vialit

Coesão, J/cm2
1,6
1,4 CAP20
Asfalto AMP
1,2
Modificado
1,0 por Polímero
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
0 20 40 60 80 100

Temperatura, °C

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Coesividade Vialit

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ASTM D 5801
Toughness & Tenacity

Prensa Instron

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ASTM D 5801
Toughness & Tenacity

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Recuperação Elástica
ASTM D 6084

ƒ Utiliza o dutilômetro;

ƒ Molde modificado;

ƒ Teste realizado a 25°C ou


a 4°C;

ƒ Velocidade de estiramento
de 5 cm/min.

ƒ Distingue bem materiais


modificados com
elastômeros dos demais.

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Recuperação Elástica
ASTM D 6084

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Especificação de asfalto-polímero (SBS) proposta
pela Comissão de Asfalto
IBP (2005)
Tipo A B C D
Grau (faixa penetração/Ponto de Amolecimento mín.) Método ABNT 45-70/55 45-70/60 45-70/65 45-70/70
Ensaios na amostra virgem: Limite da especificação
Penetração 25°C, 5 s, 100 g, dmm NBR 6576 45-70 45-70 45-70 45-70
Ponto de Amolecimento mín., °C NBR 6560 55 60 65 70
Viscosidade Brookfield a 135°C, spindle 21, 20 RPM, máx, cP NBR 15184 1500 3000 3000 3000
Viscosidade Brookfield a 155°C, spindle 21, 50 RPM, máx., cP NBR 15184 anotar anotar anotar anotar
Viscosidade Brookfield a 175°C, spindle 21, 100 RPM, máx., cP NBR 15184 anotar anotar anotar anotar
Solubilidade em TCE, % NBR 14855 anotar anotar anotar anotar
Estabilidade à Estocagem, máx., °C NBR 15166 5 5 5 5
Retorno Elástico a 4°C, 10 cm, % NBR-15086 anotar anotar anotar anotar
Retorno Elástico a 25°C, 20 cm, mín., % NBR-15086 65 75 80 90
Ensaios no resíduo do RTFOT
Variação de massa, máx., % ASTM D 2872 1 1 1 1
Aumento do PA, °C, máx. - 6 7 7 7
Redução do PA, °C, máx. - 3 5 5 5
Percentagem de Penetração original, mín. - 60 60 60 60
Percentagem do Recuperação Elástica Original, mín - 80 70 70 70

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Efeito do SBS na Penetração

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Comparação de Propriedades
de Asfaltos Modificados

PG Máximo de Asfaltos Modificados por SBS, EVA & Ponto de Amolecimento de Asfaltos Modificados por SBS, EVA &
PE PE

A m o lecim en to ,°C
90 90
Tem p. em G*/sen δ =

85
80
2,2 kPa, °C

Po n to
80
75 70 PA-SBS
PG M áx-SBS
70 PG M áx-EVA 60 PA-EVA

65 PA-PE
PG M áx-PE
50
60
2 3 4 5 6 7 8
2 3 4 5 6 7 8
Teor de Polímero, % Teor de Polímero, %

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Propriedades do Asfalto
Modificado com BMP

Propriedades do Asfalto Modificado com BMP

100 800
T (G*/se n =2,2kPa ), °C;

90
700
80
600

Visc@ 175°C, P
70
Resiliência
500
Re s., %

60
PG M ax
50
Visc@175°C 400
40
300
30
20
200
10 100
0 0
0 5 10 15 20 25

Teor de BMP, %

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Comparação de Propriedades
de Asfaltos Modificados

Retorno Elástico de Asfaltos Modificados por SBS, EVA Viscosidade Cinemática a 135°C de Asfaltos
& PE Modificados por SBS, EVA & PE

2500
120
Reto rn o Elástico , %

2000

Visc@135°C, cP
100
80 1500

60 1000 Visc135-SBS
Visc135-EVA
40 500 Visc135-PE
RE-SBS
20 RE-EVA
RE-PE 0
0 2 3 4 5 6 7 8
2 3 4 5 6 7 8 Teor de Polímero, %
Teor de Polímero, %

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Aumento do Ponto de Amolecimento
da Mistura com o Teor de Polímero

120

PONTO DE AMOLECIMENTO (ºC)


100

80

60

40
0 4 8 12 16 20
TEOR DE POLÍMERO SBS (% m/m)

Figura VI - Influência de teor de polímero sobre o ponto de amolecimento.

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Asfalto Borracha

Modificação de CAP por


acréscimo de borracha
moída de pneu.

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Asfaltos Modificados por
Borracha Moída de Pneu (BMP)
ƒ São fluidos pseudoplásticos acima de 100ºC.
ƒ Processo de incorporação utiliza alta temperatura e alto
cisalhamento que propicia degradação e desvulcanização
parcial da borracha moída durante a incorporação no asfalto.
ƒ Processo depende do tamanho da partícula para garantia de
compatibilidade.
ƒ Menor tamanho de partícula da borracha propicia maior
viscosidade a alta temperatura.
ƒ Misturas com borracha de pneu requerem 3 a 4 vezes mais
quantidade que polímero virgem para alcançar as mesmas
propriedades reológicas, devido ao fato de a borracha conter
40 a 50% de elementos não polímeros e os polímeros
estarem vulcanizados.
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CONAMA 258-99
Resolução 26/08/99

I - a partir de 01/01/2002: para cada quatro pneus


novos fabricados no País ou pneus importados,
inclusive aqueles que acompanham os veículos
importados, as empresas fabricantes e as
importadoras deverão dar destinação final a um pneu
inservível;

II - a partir de 01/01/2003: para cada dois pneus novos


fabricados no País ou pneus importados, ..., as
empresas fabricantes e as importadoras deverão dar
destinação final a um pneu inservível.

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CONAMA 258-99
Resolução 26/08/99
III - a partir de 01/01/2004:
a) para cada um pneu novo fabricado no País ou pneu novo
importado, ..., as empresas fabricantes e as importadoras deverão
dar destinação final a um pneu inservível;
b) para cada quatro pneus reformados importados, de qualquer tipo,
as empresas importadoras deverão dar destinação final a cinco
pneus inservíveis;

IV - a partir de 01/01/2005:
a) para cada quatro pneus novos fabricados no País ou pneus novos
importados, ..., as empresas fabricantes e as importadoras deverão
dar destinação final a cinco pneus inservíveis;
b) para cada três pneus reformados importados, de qualquer tipo, as
empresas importadoras deverão dar destinação final a quatro
pneus inservíveis.

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Tipos de Uso da Borracha de Pneu
em Revestimentos Asfálticos

ƒ Processo úmido: incorporação ao


CAP como um polímero modificador
das características.

ƒ Processo seco: incorporação à


mistura asfáltica como substituição de
parte do agregado.

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Requisitos da Borracha Moída
de Pneu para Processo Úmido

Peneira % Passante
BMP Tipo 1 BMP Tipo 2
# 8 (2,36 mm) 100 ---
# 10 (2,00 mm) 95 – 100 100
# 16 (1,80 mm) 40 – 60 70 – 100
# 30 (600 µm) 0 – 20 25 – 60
# 50 (300 µm) 0 – 10 0 – 20
# 100 (150 µm) 0–4 0 – 10
# 200 (75 µm) --- 0–5

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Borracha Moída de Pneu

COMPOSIÇÃO TÍPICA
(ASTM D 297 – Termogravimetria)

ƒ Cinzas – 8 % máx
ƒ Negro de fumo – 28 a 38%
ƒ SBR – 42 a 65%
ƒ Borracha natural – 22 a 39%
ƒ Solúveis em acetona – 6 a 16%

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Incorporação de Borracha
de Pneu
PROCESSO
ÚMIDO

3
1 Pneus usados
2 Sacos de borracha
transformam-se... moída
Borracha é
misturada
com o
betume
4
Silos dos
agregados
6
5 Agregados aquecidos no BMB é misturado
tamborisecador com os agregados

7
Os caminhões são carregados
8 e levados para a obra A mistura betuminosa
com BMB é colocada em
silos

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Exemplo de Amostra de
Asfalto Borracha

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Usina Móvel de
Preparação de AMB

Arizona - USA

Controle de qualidade
em campo pelo
viscosímetro

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Incorporação da Borracha
de Pneu

ESTOCÁVEL NÃO ESTOCÁVEL


ƒ Alta temperatura; ƒ Inchamento superficial da
borracha nos maltenos do
ƒ Agitação em alto cisalhamento;
CAP;
ƒ Despolimerização;
ƒ Borracha com maior tamanho
ƒ Desvulcanização; de partícula;
ƒ Reação da borracha ƒ Rápida incorporação para
desvulcanizada e despolimerizada evitar redução de viscosidade;
com moléculas do CAP;
ƒ Não ocorre despolimerização
ƒ Menor viscosidade; nem desvulcanização;
ƒ Borracha com menor tamanho de ƒ Agitação em baixo
partícula. cisalhamento.

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Exemplo de
usina de CA
com caminhão
tanque de
asfalto
borracha
estocável
alimentando a
fabricação da
mistura

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Máquina de produção de
asfalto borracha não estocável

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Máquina de produção de
asfalto borracha não estocável

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Requisitos Físicos do Asfalto Borracha
ASTM D 6114 - Não Estocável

TIPOS – EM FUNÇÃO DO CLIMA


PROPRIEDADES
1 - QUENTE 2 - MODERADO 3 - FRIO

Visc. Rotacional a 117°C, Pa.s 1,5 – 4 1,5 – 4 1,5 – 4

Penetração a 4°C, 200g, 60 s, dmm 10 mín. 15 mín. 25 mín.

Ponto de Amolecimento, °C 58 mín. 54 mín. 51 mín.

Resiliência a 25°C, % 30 mín. 25 mín. 15 mín.

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Aplicações de Asfalto Borracha

ƒ Concreto asfáltico denso;

ƒ Membranas absorvedoras de tensão (SAM);

ƒ Camada intermediária anti-reflexão de trincas (SAMI);

ƒ Concreto asfáltico descontínuo (Gap Graded);

ƒ Camada porosa de atrito (Aberto);

ƒ Camada Selante (Cape Seal);

ƒ Tratamento superficial duplo ou triplo.

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Requisitos dos Agregados para
Uso com Asfalto Borracha

CARACTERÍSTICA MÉTODO DE TESTE REQUISITO

Absorção de água Método Arizona – 814 0 a 2,5

Equivalente de areia Método Arizona – 242 55 mínimo

Agregados graúdos com faces fraturadas Método Arizona – 212 95% mínimo

Presença de carbonatos Método Arizona – 238 30% máximo

100 giros - 9%
Abrasão Los Angeles máxima AASHTO T 96
500 giros - 40%

Densidade aparente combinada Método Arizona – 814 2,35 a 2,85

Índice de escamação - flakiness Método Arizona – 233 25 máx

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Ensaios de asfalto borracha:
Resiliência e Torção

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Resiliência de asfalto borracha

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Especificação asfalto
borracha do DER _PR
Cimento asfáltico modificado com adição de borracha de pneumáticos

Ensaio Característica Exigência

Mínima Máxima

DNER- ME 003/94 Penetração, 100g, 5s, 25ºC, 0,1mm 25 75

DNER- ME 148/94 Ponto de fulgor, ºC 235 -

DNER –ME 193/96 Densidade relativa, 25ºC 1,00 1,05

ABNT NBR 6560/00 Ponto de Amolecimento, ºC 55 -

NLT 329/91 Recuperação elástica por torção 50

ABNT NBR 14736/01 Efeito do calor e do ar

Variação em massa,% - 1,0

Porcentagem da penetração original 50

ASTM 2196/99 Viscosidade Brookfield a 175ºC, cP 800 2500

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Asfalto Borracha - Evita
Reflexão de Trinca (exemplo)

Segmento 8 – AMB
Segmento 7 – PG 76-10

(Leite, 2002)

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Comparação entre o Asfalto Borracha
(AMB) e Outros Ligantes (Leite, 2002)

Ligante Utilizado AMB SBS EVA CAP 20


Estab. Estocagem 48h, 163°C , ∆°C 5 0.8 1.3 -
Penetração @ 25°C, 100g, 5 s, dmm 50 58 54.2 53
Penetração @ 4°C, 200g, 60 s, dmm 18 - - -
Resiliencia @ 25°C,% 56 - - -
Viscosiade Brookfield @ 135°C, cP 2900 954 925 450
Cisalhamento Din. G*/sen δ, °C 88 76 70 64
APÓS O RTFOT
Cisalhamento Din. G*/sen δ, °C 82 70 76 70
Recuperação Elástica @ 25°C, % 85 90 47 < 20
Penetração @ 4°C, 200g, 60 s, dmm 14 - - -
Ponto de Amolecimento, °C 69 60 67.4 52
APÓS O RTFOT / PAV
Cisalhamento Din. G*sen δ, °C 13 19 22 28
Fluência em Viga (BBR) @ 60 s, °C -18 -12 - 12 -6
Intervalo de Plasticidade, ºC 110 92 92 80
Grau de Desempenho, PG 82-28 70-22 70-22 64-16

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Comparação entre o AMB e Outros
Ligantes Modificados por Polímero

ƒ Os ligantes modificados por borracha e SBS


possuem boas propriedades elásticas
baseadas em resiliência, G* sen δ e boa
recuperação elástica, todos relacionados a
resistência à fadiga.

ƒ O AMB possui propriedades melhores a baixa


temperatura, expressa pela temperatura de
módulo de rigidez de 300 MPa (associado ao
reômetro de fluência em viga – BBR).

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Comparação entre o AMB e
Outros Ligantes

ƒ O asfalto modificado por borracha apresenta


propriedades melhores a alta temperatura,
expressa em termos de grau de desempenho (PG),
que está relacionada a resistência ao afundamento.

ƒ Quando se modifica um asfalto com polímeros ou


borracha de pneu, o ponto de amolecimento
aumenta, indicando um aumento na resistência à
deformação permanente. No caso do AMP o
incremento é maior.

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Asfaltos Modificados por
Polímeros
ƒ São fluidos pseudoplásticos acima de 100ºC.
ƒ A estimativa de viscosidade a diferentes temperaturas
por extrapolação não é válida.
ƒ A viscosidade não pode ser determinada através de
viscosímetros capilares ou Saybolt Furol.
ƒ Deve ser determinada em viscosímetros dinâmicos com
registro da taxa de cisalhamento e geometria.
ƒ SUPERPAVE está estudando medidas mais adequadas
para medir a viscosidade a alta temperatura para
asfaltos polímeros e asfalto borracha.
ƒ Dificuldade de estabelecer temperaturas de misturação
e compactação.

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Asfaltos Modificados
por Produtos Naturais

Produtos: gilsonita, asfaltita, asfalto natural


de Trinidad:

ƒ Melhoram a susceptibilidade térmica e a resistência


à formação de trilhas de roda, sem prejudicar a
resistência à fadiga;

ƒ Uso na Europa, EUA, Argentina;

ƒ No Brasil existe uma experiência em Brasília com


asfaltita – CAPPLUS 102 e 104.

⇒ Liberatori (2000)

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Especificação do DNER de
Asfalto Modificado por SBS

ƒ Um só tipo de produto;

ƒ Ductilidade a 25ºC: não deveria ser especificada;

ƒ Compatibilidade: não deveria ser limitada (reportar);

ƒ Ausência de limite máximo para viscosidade;

ƒ Índice de susceptibilidade térmica: faixa estreita;

ƒ Retorno elástico mínimo de 85% requer quantidades


maiores que 4% de SBS;

ƒ Viscosidade cinemática: deveria ser dinâmica.

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Ensaios de Desempenho

Ligantes modificados
ƒ Observam-se muitas alterações em relação aos CAP
tradicionais;
ƒ Isto gera grandes expectativas de mudança no desempenho
das misturas preparadas com asfalto modificado, mas ...

Nas misturas asfálticas:


ƒ Existem outras variáveis que influenciam: granulometria e
natureza dos agregados, dosagem de ligante e vazios.
ƒ No pavimento: Influência de cargas, clima, estrutura.

Portanto:
ƒ Melhorias do desempenho propiciadas por ligantes
modificados é de difícil quantificação isolada.

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Asfaltos mais Adequados às
Condições Brasileiras (Leite,1999)
ƒ Resistência à fadiga: asfaltos modificados por SBS, SBR, BMP e EVA.
ƒ Resistência à deformação permanente: asfaltos modificados por SBS,
BMP, PE e EVA ou CAP 40.
ƒ Em CBUQ a seleção do tipo e teor de polímero a ser empregado no
asfalto modificado pode ser efetuada a partir do critério SUPERPAVE.
ƒ Em revestimentos drenantes, os asfaltos modificados por EVA, por
serem muito menos susceptíveis ao envelhecimento do que os
modificados por SBS, parecem ser os mais indicados.
ƒ Em microrevestimentos: SBR ou SBS, na ordem de 3 a 4%, ou mistura
de EVA com PIB.
ƒ Através da seleção do valor do módulo de resiliência e/ou resistência
à tração adequados àquele tipo de serviço, a partir de banco de
dados.

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ƒ Escolha do teor e tipo de polímero depende
do clima, tráfego e tipo de serviço.

ƒ SUPERPAVE trouxe vantagens na avaliação


do asfalto modificado, permitindo medidas
de ângulo de fase e correlações com
desempenho em misturas modificadas.

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Observações Finais
ƒ Asfalto modificado por polímero precisa de conhecimento,
tanto por parte do fabricante, quanto do usuário.

ƒ Os ensaios de desempenho mais adequados para medir a


contribuição do polímero ainda estão em discussão.

ƒ Interesse comercial dos fabricantes influencia o


estabelecimento de ensaios de especificação que favorecem
mais um determinado polímero em detrimento de outro.

ƒ Existe variação dos parâmetros de resistência mecânica com


asfaltos modificados por polímero.

ƒ Porém, sob alguns aspectos, os CAP convencionais podem


gerar misturas tão adequadas quanto os poliméricos,
principalmente para o clima brasileiro, favorável em termos de
temperatura.

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Observações Finais

O pavimento é uma estrutura complexa, que


requer dimensionamento adequado, controle
da usinagem e da aplicação do revestimento
betuminoso, e ainda controle de cargas
durante o serviço, sendo o asfalto
modificado por polímero apenas um dos
materiais que podem ser empregados no
revestimento superficial, que não é o único
responsável pelo desempenho.

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