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QUE FATORES AFETAM

A POPULAÇÃO DE

INSETOS?
COMO ISSO INTERFERE

NO AUMENTO

POPULACIONAL DOS

INSETOS?
DETERMINAÇÃO DO FATOR CHAVE DE MORTALIDADE DA POPULAÇÃO
GRÁFICO PARA RECONHECIMENTO DO FATOR CHAVE DA POPULAÇÃO
BROCA DA CANA
NEM TODO INSETO É
PRAGA
1. Organismos praga: São organismos que competem direta ou
indiretamente com o homem por alimento, matéria prima ou
prejudicam a saúde e o bem-estar do homem e animais.

2. Exemplos de organismos praga


. Pássaros (marrecos, goderos, assanhaços, etc.).
. Mamíferos (ratos, morcegos, capivaras, coelhos, etc.).
. Patógenos (vírus, bactérias, fungos, etc.): os patógenos que atacam
as plantas são estudados pela Fitopatologia.
. Plantas invasoras: são estudados nos cursos de plantas invasoras.
. Nematóides (são estudados pela Nematologia).
. Artrópodes (ácaros, sinfilos, diplopodas, aranhas, insetos, etc.) são
estudados geralmente nos cursos de Entomologia.
. Moluscos (lesmas e caracóis).
3. Conceitos de pragas

3.1. Convencional: Um organismo é


considerado praga, quando é constatada sua
presença no agroecossistema.

3.2. Do ponto de vista do manejo integrado de


pragas (MIP): Um organismo só é considerado
praga quando causa DANOS econômicos.
Fatores favoráveis à ocorrência de pragas

-Descaso pelas medidas de controle

-Plantio de variedades susceptíveis ao ataque das pragas

-Diminuição da diversidade de plantas nos agroecossistemas (o plantio


de monoculturas favorecem as populações das espécies fitófagas
"especialistas" e diminui as populações dos inimigos naturais das
pragas)
Fatores favoráveis à ocorrência de pragas

-Falta de rotação de culturas nos agroecossistemas.

-Plantio em regiões ou estações favoráveis ao ataque de pragas.

-Adoção de plantio direto (geralmente há um aumento de insetos que


atacam o sistema radicular das plantas).

-Adubação desequilibrada (as plantas mal nutridas são mais


susceptíveis ao ataque de pragas)

-Uso inadequado de praguicidas (uso de dosagem, produto, época de


aplicação e metodologia inadequados).
Problemas advindos do uso inadequado de praguicidas

Redução das populações de inimigos naturais em níveis superiores


ao das populações de pragas devido:

a) possuírem maior mobilidade do que as pragas, ficando assim mais


expostas aos praguicidas.
b) ocorrência de maior consumo de pragas contaminadas por
praguicidas devido a maior facilidade de "captura" destas;
c) maior concentração de substâncias tóxicas (o praguicida) em níveis
tróficos mais elevados (no caso dos inimigos naturais).

A redução nas populações dos inimigos naturais traz como


consequências:
a) Ressurgência de pragas
b) Erupção de pragas
Problemas advindos do uso inadequado de praguicidas
Quebra da cadeia alimentar
-Consiste na redução da população de espécies fitófagas, que servem
como fonte inicial de alimentação de predadores, os quais
posteriormente serão essenciais no controle de pragas chaves.
Resistência das pragas aos praguicidas.

Bioacumulação (acúmulo do praguicida no corpo de um organismo).

Biomagnificação (acúmulo do praguicida ao longo da cadeia


alimentar).

Presença de resíduos de praguicidas no solo, ar, água e alimentos.

Intoxicações agudas no homem, componentes da fauna, flora e


microorganismos.
QUEBRA DA CADEIA
ALIMENTAR
B M
I A
O G
N
I
F
I
C
A
Ç
Ã
O
•AGROTÓXICOS / PROBLEMAS

Segundo a OMS:
- + de 3 milhões de pessoas são envenenadas por agrotóxico/ano;
- 220 mil mortes;
- 750 mil pessoas apresentam intoxicação crônica (câncer,
problemas neurológicos, mortalidade embrionária, reprodução
debilitada, inibição de atividade enzimática do cérebro, redução ou
inibição de crescimento e de formação da espinha dorsal e perda
de apetite).
Países ricos:
- Consomem 80% de todo o agrotóxico produzido no mundo.
- Menos de 50% das mortes.

Tabela 2. Estimativa anuais dos custos ambientais e sociais decorrentes do uso de


agrotóxicos na agricultura dos EUA.
Danos U$ Milhões / ano
Efeitos na saúde humana 787
Envenenamento de animais domésticos 30
Eliminação de inimigos naturais 520
Resistência das pragas aos agrotóxicos 1.400
Perdas de abelhas e de polinização 320
Perda de culturas e de produtos 942
Perda de peixes 24
Perda de aves 2.100
Contaminação de águas subterrâneas 1.800
Controle governamental 200
Total 8.123
É possível produzir
sem usar
agrotóxicos?
A CONTINUAR ASSIM TEREMOS MUITOS

PROBLEMAS COM O NÚMERO DE AGROTÓXICOS

DISPONÍVEIS PARA USO


DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO

Substâncias são sintetizadas a


50.000 cada ano;
500 São selecionadas como possíveis
candidatas;
50 Vão para ensaios de campo
2 São apresentadas para registro

1 Vai para o mercado

Tempo: 10 - 12 anos
Custo: 200 a 250 milhões de dólares
O IMPORTANTE É SABER USAR
DDT : um exemplo a não seguir

 1874 : síntese
 1939 : descoberta do poder inseticida
 1943 : combate aos piolhos e ao tifo
 1947 : combate às pragas
 1973 : uso agrícola proibido nos EUA
 1985 : proibido no Brasil
TEM SEMPRE O OUTRO LADO
CRESCIMENTO NECESSÁRIO NA
PRODUÇÃO DE GRÃOS ATÉ 2020

3.4 bilhões
de toneladas

3.0

2.7

2.4 2.7
2.5
2.1
2.3
1.9 2.2
2.0
1.9
1995 2000 2005 2010 2015 2020

Produção Necessária: + 2,4% ao ano


Produção Estimada: + 1,5% ao ano
DANO

R$
NÍVEL DE DANO
ECONÔMICO
Nível de dano econômico (ND)

- Corresponde a densidade populacional do


organismo praga na qual ele causa prejuízos de
igual valor ao custo de seu controle.
(Kg/ha)
Custo de controle = R$ 200/ha.
Insetos / amostra Prejuízo
% R$
0 0 0
2 2 40
4 4 80
6 6 120
8 8 160
10 10 200
20 20 400
30 30 600
40 40 800
50 50 1000
60 60 1200
70 70 1400
80 80 1600
90 90 1800
100 100 2000
Custo de controle = R$ 300/ha.
Insetos / amostra Prejuízo
% R$
0 0 0
2 2 100
4 4 200
6 6 300
8 8 400
10 10 500
20 20 1000
30 30 1500
40 40 2000
50 50 2500
60 60 3000
70 70 3500
80 80 4000
90 90 4500
100 100 5000
Custo de controle = R$ 400/ha.
Insetos / amostra Prejuízo
% R$
0 0 0
2 2 40
4 4 80
6 6 120
8 8 160
10 10 200
20 20 400
30 30 600
40 40 800
50 50 1000
60 60 1200
70 70 1400
80 80 1600
90 90 1800
100 100 2000
Nível de não-ação (NNA):

Corresponde a densidade populacional do


inimigo natural capaz de controlar a
população da praga.
Tipos de pragas de acordo com sua importância:

Organismos não-praga:
Pragas ocasionais ou secundárias
Pragas chaves
Pragas Chaves: Pragas severas:
c) praga chave
INJÚRIA

INJÚRIAS: - Lesões ou alterações


deletérias causadas nos órgãos ou
tecidos das plantas
INJÚRIAS DOS MASTIGADORES

Lesões em órgãos subterrâneos


INJÚRIAS DOS MASTIGADORES
 Roletamento de plantas
INJÚRIAS DOS MASTIGADORES

 Broqueamento de caule
INJÚRIAS DOS MASTIGADORES
 Broqueamento de fruto
INJÚRIAS DOS MASTIGADORES
 Queda de flor
INJÚRIAS DOS MASTIGADORES

 Desfolha
INJÚRIAS DOS MASTIGADORES

 Confecção de minas
INJÚRIAS DOS SUGADORES
 Sucção de seiva
INJÚRIAS DOS SUGADORES
 Introdução de toxinas

 Engruvinhamento
INJÚRIAS DOS SUGADORES

 Vetores de viroses
Avaliação do Agroecossistema

Tomada Estratégia
de Decisão de Controle

Táticas de Controle
I. Avaliação agroecossistema: fenologia cultura x praga

Pulgões
Mosca branca
Curuquerê
Bicudo
Lagarta-das-maçãs
Lagarta rosada

Fonte: Ramalho (1994), Araújo (2001)


- AMOSTRAGEM COM CONTAGEM DIRETA NA PLANTA;

- AMOSTRAGEM COM APARATO


Talhão
PRINCIPAIS TIPOS DE CAMINHAMENTO
NO TALHÃO
II. Tomada decisão: níveis de ação

Amostras/
Praga Nível controle
talhão

Lagarta-da-maçã 100 plantas 10% plantas atacadas

Mosca branca 50 folhas 40% folhas atacadas

Até 1a flor: 5% botões atacados


Bicudo 200 botões
1a flor até colheita: 10% botões
atacados
II. Tomada decisão: níveis de ação

Amostras/
Praga Nível controle
talhão

1 armadilha/ha 10 mariposas/armadilha
Lagarta rosada
100 maçãs 3% maçãs atacadas

5 lagartas < 1,5 cm/planta

Curuquerê 100 plantas 2 lagartas > 1,5 cm/planta


Tomada de decisão
Técnicas de amostragem:
Exemplo:

Amostras/
Praga Nível controle
talhão

5 lagartas < 1.5 cm/planta

Curuquerê 100 plantas 2 lagartas > 1,5 cm/planta


AMOSTRA LAGARTAS DE 1 cm LAGARTAS DE 2 cm
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
...
100
AMOSTRA LAGARTAS DE 1 cm LAGARTAS DE 2 cm
1 5 2
2 5+5=10 3
3 10+4=14 6
4 5+14=19 7
5 19+1=20 8
6 20+10=30 9
7 30+2=32 9
8 32+5=37 9
9 37+8=35 12
10 35+5=40 15
11 40+0=40 17
12 40+5=45 20
13 45+3=48 20
14 48+4=52 21
15 52+1=53 22
16 53+0=53 25
17 53+5=58 26
18 58+2=60 28
... ... ...
100 351 120
AMOSTRA LAGARTAS DE 1 cm LAGARTAS DE 2 cm
1 5 2
2 5+5=10 3
3 10+4=14 6
4 5+14=19 7
5 19+1=20 8
6 20+10=30 9
7 30+2=32 9
8 32+5=37 9
9 37+8=35 12
10 35+5=40 15
11 40+0=40 17
12 40+5=45 20
13 45+3=48 20
14 48+4=52 21
15 52+1=53 22
16 53+0=53 25
17 53+5=58 26
18 58+2=60 28
... ... ...
100 555 CONTROLE 120 CONTROLE
Amostragem Seqüencial de Alabama argillacea

Fernandes et al. (2003)


Pano de amostragem sequencial
Amostra Limite Inferior Contagem Acumulativa Limite Superior
1 - -
2 - -
3 - -
4 1 4
5 1 4
6 2 5
7 3 6
8 3 6
9 4 7
10 5 7
11 5 8
12 6 9
13 6 9
14 7 10
15 7 10
16 8 11
17 8 11
18 9 12
19 9 12
20 10 13
21 11 13
22 11 14
23 12 15
24 12 15
25 13 16
26 13 16
27 14 17
28 14 17
(29) 15 18
Amostra Limite Inferior Contagem Acumulativa Limite Superior
1 - -
0
2 - -
0+1=1
3 - -
1+0=1
4 1 4
1+1=2
5 1 2+0=2 4
6 2 2+1=3 5
7 3 3+1=4 6
8 3 4+0=4 6
9 4 4+1=5 7
10 5 5+1=6 7
11 5 6+0=6 8
12 6 6+1=7 9
13 6 7+1=8 9
14 7 8+0=8 10
15 7 8+0=8 10
16 8 8+1=9 11
17 8 9+1=10 11
18 9 10+0=10 12
19 9 10+1=11 12
20 10 11+1=12 13
21 11 12+0=12 13
22 11 12+1=13 14
23 12 13+1=14 15
24 12 14+0=14 15
25 13 14+0=14 16
26 13 14+0=14 16
27 14 14+1=15 17
28 14 15+1=16 17
(29) 15 16+1=17 18
Amostra Limite Inferior Contagem Acumulativa Limite Superior
1 - -
0
2 - -
0+1=1
3 - -
1+0=1
4 `- 1+1=2 4
5 - 2+0=2 4
6 - 2+1=3 5
7 - 3+1=4 6
8 `- 4+0=4 6
9 - 4+1=5 7
10 5 5+1=6 7
11 5 6+0=6 8
12 6 6+1=7 9
13 6 7+1=8 9
14 7 8+0=8 10
15 7 8+0=8 10
16 8 8+1=9 11
17 8 9+1=10 11
18 9 10+0=10 12
19 9 10+1=11 12
20 10 11+1=12 13
21 11 12+1=13 13
22 11 14
23 12 15
24 12 15
25 13 16
26 13 16
27 14 17
28 14 17
(29) 15 18
Amostra Limite Inferior Contagem Acumulativa Limite Superior
1 - -
2 -
0 -
0+1=1
3 - -
1+0=1
4 1 4
1+1=2
5 1 4
2+0=2
6 2 5
2+1=3
7 3 3+1=4 6
8 3 4+0=4 6
9 4 4+1=5 7
10 5 5+1=6 7
11 5 6+0=6 8
12 6 6+1=7 9
13 6 7+1=8 9
14 7 8+0=8 10
15 7 8+0=8 10
16 8 8+0= 8 11
17 8 11
18 9 12
19 9 12
20 10 13
21 11 13
22 11 14
23 12 15
24 12 15
25 13 16
26 13 16
27 14 17
28 14 17
(29) 15 18
MÉTODOS DE CONTROLE
Métodos culturais

Emprego de práticas agrícolas


normalmente utilizadas no cultivo das
plantas objetivando o controle de pragas.
Controle químico

Aplicação de substâncias químicas no


controle de pragas
Controle por comportamento

Consiste no uso de processos (hormônios,


feromônios, atraentes, repelentes e macho
estéril) que modifiquem o comportamento da
praga de tal forma a reduzir sua população e
danos.
Resistência de plantas

Uso de plantas que devido suas características


genéticas sofrem menor dano por pragas.
Métodos legislativos

Conjunto de leis e portarias relacionados a


adoção de medidas de controle de pragas.
Controle mecânico

Uso de técnicas que possibilitem a eliminação


direta das pragas.
Controle físico

Consiste no uso de métodos como fogo,


drenagem, inundação, temperatura e radiação
eletromagnética no controle de pragas.
Controle biológico

Ação de inimigos naturais na manutenção da


densidade das pragas em nível inferior àquele
que ocorreria na ausência desses inimigos
naturais.

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