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Curso

Sistema de Produção de Leite em MT


Treinamento de Técnicos da Ater

NORMAS TÉCNICAS PARA A PRODUÇÃO ORGÂNICA:

Instrução Normativa (IN46)-Lei 10831

João Paulo Guimarães Soares


Pesquisador Embrapa Cerrados

Claudimir Roberto Sanches


Fiscal Federal-CPORG/SFA-DF

Sinop-MT 19 de setembro de 2014


SISTEMAS DE PRODUÇÃO

SPO

Legislação
orgânica
Efeitos sobre
SPT os
ecossistemas

Legislação
Ambiental

SPC
SISTEMAS DE PRODUÇÃO

Sistema de Sistema de Sistema de


Produção Orgânico Produção em Produção
(SPO). transição (SPT). Convencional
Mantém a saúde dos solos, Processo gradual e Intenso (SPC).
revolvimento do
os ecossistemas e das pessoas; mudança; solo;
Base:
Processos ecológicos; Ocorre através do tempo, Uso de adubos químicos e
nas formas de manejo dos pesticidas
Manutenção da agro-ecossistemas.
biodiversidade;

Uso dos ciclos naturais


das condições locais ;

Combina a tradição, a
inovação e a ciência.

Fonte: CAPORAL, 2009 apud FEISTAUER (2012); IFOAM (2013)


Normatização
International Federation of Organic Agriculture Movements- IFOAM
Responsável por coordenar e reunir os processos de produção orgânica no
mundo, reduzindo assimetria de informações, padronizando normas e
credenciando agências certificadoras.Abriga a normatização para o comércio
internacional de AO

»No Brasil - A estrutura organizacional está no MAPA, na coordenação de


agroecologia- COAGRE. Nessa coordenação estão contidas as comissões de
produção orgânica de cada estado brasilerio - CPORGS
»Lei 10.831/03 rege a AO brasileira, sendo produto orgânico aquele que engloba
todos os outros processos de produção denominados como ecológico, biodinâmico,
natural, regenerativo, biológico, agroecológico, permacultivado
»A lei foi regulamentada pelo decreto 6323 e suas IN, destacando a IN 46 que
orientam as práticas e processos para produção animal e vegetal no Brasil
SISTEMAS ORGÂNICOS NORMATIZAÇÃO NO BRASIL
•Instrução Normativa no 007, de 17/5/1999
(Ministério da agricultura)

•Lei 10831 sancionada em novembro de 2003


da agricultura orgânica.

•Instalação da Câmara Setorial


da Cadeia Produtiva da Agricultura Orgânica
15/3/2004 (Ministério da agricultura)

Decreto 6.323, de 27 de dezembro de 2007


IN 64 ANIMAL VEGETAL –dezembro 2008

IN 46 ANIMAL VEGETAL –setembro 2011


HISTÓRICO

MP1-(2003-2011)-AGRICULTURA ORGÂNICA.

•Soares e Schmidt, (2008)-Relatório 2003-2007 -PC-Sistema orgânicos de


produção animal. SEG/DPD/Ideare/Embrapa

• Soares e Figueiredo, (2012)-Relatório 2008-2011 -PC-Sistema


orgânicos de produção animal. SEG/DPD/Ideare/Embrapa.

• Embrapa, (2012)-Portfólio de agricultura de base ecológica.

• Brasil, (2012)-Política Nacional de Agroecologia e Produção


Orgânica (PNAPO)- DOU (Decreto n°7.794)

• Brasil, (2012)-Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento da


Agroecologia e Produção Orgânica.
HISTÓRICO

Sistemas orgânicos de produção animal: análise nas dimensões técnicas e


econômicas

Elsio Antônio Pereira de Figueiredo1, João Paulo Guimarães Soares2

Produção orgânica Animal no Brasil


»Produção de leite orgânico em 2010 =6,8 milhões de L (28 bilhões L)
»Produção de 550 mil frangos orgânicos/ano em 2012
»Produção de ovos orgânicos 720 mil dz/ano em 2012
»Produção orgânica de suínos 120 matrizes em ciclo completo
»Produção orgânica de carne bovina 13.800 cab/ano de 18 produtores
em 2012
Regulamentação
• Lei 10.831 de 23/12/2003
• Decreto 6.323 de 27/12/2007
• Instrução Normativa 18 de 28/05/2009
• Instrução Normativa 19 de 28/05/2009
• Instrução Normativa 64 de 18/12/2009
• Instrução Normativa 46 de 06/10/2011
IN 46
Regulamento Técnico para os Sistemas
Orgânicos de Produção Animal e Vegetal
Objetivos
 Manutenção das áreas de Preservação Permanente
 Menor pressão do homem sobre os ecossitemas
 Proteção, conservação e uso racional de recursos naturais
 Incremento da biodiversidade animal e vegetal
 Regeneração de áreas degradadas
Leite orgânico
• Plano de Manejo
• Período de conversão
Início: OAC ou OCS determinam
Duração: 12 meses para pastagens
6 meses para os animais

• Produção paralela
Espécies diferentes
Mesma espécie com finalidades diferentes até cinco anos
Normatização
Normatização - IFOAM, Lei 10.831/03 e IN
46 COAGRE e CPORGs

Conversão

• 12 meses culturas anuais,


• 18 meses perenes,
• 12 meses pastagens perenes,
• 6 meses bovinos de leite
• 12 meses bovinos de corte, caprinos e
ovinos
Objetivos
• Promover saúde e bem estar animal
• Técnicas sanitárias e práticas de manejo preventivas
• Manter higiene em todo processo utilizando apenas produtos
permitidos
• Oferecer alimento em quantidade e qualidade adequadas de acordo
com exigências nutricionais
• Oferecer água em quantidade e qualidade adequadas
• Utilizar instalações adequadas de acordo com a espécie e local de
criação
• Destinar de forma ambientalmente adequada os resíduos
Aquisição de animais

• Comunicar OAC ou OCS


• Preferencialmente de sistemas orgânicos
• Quando não orgânicos respeitar período de
conversão
Nutrição
• Alimentos produzidos na própria unidade de produção
• Alimentos oriundos de outra unidade orgânica
• Alimentos não orgânicos permitidos até 15% da matéria seca
da dieta total autorizados pelo OAC ou OCS
• Suplementação mineral e vitamínica
• Proibição ao NNP (uréia)
• Proibição aos Organismos Geneticamente Modificados
• Aleitamento materno de no mínimo 90 dias
Instalações e manejo
• Proibida a retenção permanente do animal
• Animais estabulados devem ter ao menos 6 horas de
acesso ao pasto durante o dia
• Densidade máxima em área externa de 500m²/100Kg de
peso vivo
• Densidade máxima de 6m²/vaca leiteira em instalações
fechadas
• Inseminação artificial permitida
• Corte de ponta de chifre, castração, mochamento e
marcação são permitidos desde que autorizados pelo OAC
ou OCS
Controle Sanitário
• Vacinações obrigatórias
• Proibido uso de hormônios ou OGMs
• Proibidos os quimiossintéticos artificiais, sendo permitidos apenas
em situação de sofrimento ou morte do animal quando substâncias
permitidas não surtem efeito
• Neste caso o período de carência para o medicamento será o dobro
do recomendado em bula
• Uso de quimiossintéticos no máximo duas vezes no período de um
ano, se exceder o animal será retirado do sistema orgânico
• Durante tratamento e carência o animal fica isolado dos outros e o
produto não será comercializado como orgânico
Processo de avaliação da conformidade
orgânica
• certificação auditada
• certificação participativa

Serviços participativos de Garantia-SPG

• organismos de controle social-OCS


• certificação facultativa
A DINÂMICA DO MERCADO DE
PRODUTOS ORGÂNICOS
O mercado no Brasil destaca-se:

 Organização; 70% dos produtos orgânicos vendidos são comercializados nos


supermercados; 30% em mercados médios.

SUPERMERCADO
CESTA LOJAS FEIRAS S, VAREJÕES E CANAL
DOMICILIAR ESPECIALIZADAS LIVRES RESTAURANTES INSTITUCIONAL
VEGETARIANOS

Venda em um
Venda direita
como produto mesmo local;
Venda direita; fiscalização
Fornecimento de orgânico; Vendas ao
fornecimento sanitária;
produtos orgânicos Usual boa para os granel, em renegociação de
surtidos em bolsas margem de lucro; proprietários bandejas com o
preços; atenção
nas residências. Forma rápida de das lojas de selo orgânico
aos prazos de
conseguir novos orgânicos entrega.
clientes

LIMA, 2006 apud AVELAR 2012; PROARGEX, 2010


Normatização
» Certificação - Sistema Brasileiro » Selos das Certificadoras ou
organismos avaliadores da
de Avaliação da Conformidade Orgânica- conformidade orgânica
SBACO
Conclusões
• A lógica da “feira” versus a lógica dos“contratos”
• As exigências contratuais
• A lógica da cadeia
• Qualidade
• Confiabilidade
• Capacidade de Inovação
Produção orgânica de leite
• A Cadeia do leite orgânico
• Condiçoes de produção
• Certificação
• Mercado internacional e doméstico
• Relações contratuais no mercado
• Qualidade, pontualidade, embalagem,
confiabilidade, custo,
• sanidade, tecnologia usada etc.
• Preço (sobrepreço do inovador)
Considerações finais
Sistemas orgânicos de produção leite são técnica e
economicamente viáveis
Existem vários arranjos produtivos (propriedade, paisagem,
recursos naturais), logística e mercado que necessitam ser
equilibrados
» Para Produção de leite requer áreas de produção de forragem
» Apenas 15% da MS/dia pode ser adquirida fora da propriedade
» Menor investimento e custeio, porém mais mão de obra
» Mais preocupação com meio ambiente, bem estar animal e ausência de
resíduos
» Mercado preferencial de produtos frescos (local e regional)
» O leite tem valor agregado e se processados podem alcançar mercados mais
distantes e rentáveis da rede de varejo global
Muito Obrigado!
jp.soares@embrapa.br

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