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As equipes são capazes de melhorar o desempenho dos indivíduos quando a tarefa requer
múltiplas habilidades, julgamentos e experiências. Quando as organizações se
reestruturaram para competir de modo mais eficaz e eficiente, escolheram as equipes como
forma de utilizar melhor os talentos de seus funcionários. As empresas descobriram que as
equipes são mais flexíveis e reagem melhor às mudanças do que os departamentos
tradicionais ou outras formas de agrupamentos permanentes. As equipes têm capacidade
para se estruturar, iniciar seu trabalho, redefinir seu foco e se dissolver rapidamente.
Mas não devemos subestimar as propriedade s motivacionais das equipes. Consistente com
nossa discussão sobre o papel do envolvimento do funcionário como agente motivador, no
as equipes facilitam a participação dos trabalhadores nas decisões operacionais. Por
exemplo, alguns operários da linha de montagem da fabricante de tractores e máquinas
agrícolas Joh n Deere também fazem parte das equipes de vendas que visitam os clientes
da empresa. Esses funcionários conhecem os produtos melhor do que qualquer vendedor.
Ao viajar e conversar com fazendeiros, desenvolvem novas habilidades e se envolvem
mais em seu trabalho.
Equipes
U ma equipe de trabalho gera uma sinergia positiva por meio do esforço coordenado. Os
esforços individuais resultam em um nível de desempenho maior do que a soma daquelas
contribuições individuais. O Quadro 9-1 ressalta as diferenças entre grupos de trabalho e
equipes de trabalho.
Tipos de equipes
As equipes podem realizar uma grande variedade de coisas. Elas podem fazer produtos,
prestar serviços, negociar acordos, coordena r projetos, oferecer aconselhamento ou tomar
decisões. 6 Nesta seção vamos descrever as quatro formas mais comuns de equipes que
encontramos em uma organização: equipes de solução de problemas, equipes
autogerenciadas, equipes multifuncionais e equipes virtuais.
unilateralmente suas sugestões. Por exemplo, a Merrill Lynch criou uma equipe de solução
de problemas especificamente para sugerir maneiras de reduzir o tempo necessário para a
realização de alguns processos de administração contábil. 8 Ao sugerir cortes de etapas do
processo, reduzindo-as de 46 para 36, a equipe conseguiu diminuir o prazo médio dos
procedimentos, de 15 dias para 8 dias.
Equipes multifuncionais
Boeing criou uma equipe composta de funcionários das áreas de produção, planejamento,
qualidade, ferramentaria, engenharia de projecto e sistemas de informação par a
automatizar o programa C-17 da empresa. As sugestões dadas pelo grupo resultaram em
uma grande redução de tempo nos processos, de custos, além da melhoria da qualidade do
programa como um todo. 1 5
Este exemplo ilustra o conceito de equipe multifuncional. São equipes formadas por
funcionários do mesmo nível hierárquico, mas de diferentes setores da empresa, que se
juntam para cumprir uma tarefa. Muitas organizações usam grupos horizontais e de
duração limitada há anos. Por exemplo, a IBM criou uma grande força-tarefa na década de
1960 — formada por funcionários de todos os departamentos — para desenvolver o
extremamente bem-sucedido System 360. Uma força-tarefa nada mais é do que uma
equipe multifuncional temporária. De maneir a semelhante, os comitês compostos por
membros de diversas linhas departamentais são um outro exemplo de equipe
multifuncional. Mas a popularidade das equipes de trabalho multidisciplinares teve seu
auge no final dos anos 80. Todas as principais indústrias automobilísticas — incluindo
Toyota, Honda , Nissan, BMW, GM, Ford e DaimlerChrysler — adotaram essa forma de
equipe para coordena r projetos complexos. A Harley-Davidson conta com equipes
multifuncionais específicas para administrar cada uma das suas linhas de motocicletas.
Estas equipes incluem funcionários das áreas de projeto, manufatura e compras, além de
representantes dos mais importantes fornecedores externos. 1 6 As equipes multifuncionais
representam uma forma eficaz de permitir que pessoas de diferentes áreas de u ma empresa
(ou até de diferentes empresas) possam trocar informações, desenvolver novas idéias e
solucionar problemas, bem como coordena r projetos complexos. Evidentemente, não é
fácil administrar essas equipes. Seus primeiros estágios de desenvolvimento, enquanto as
pessoas aprendem a lidar com a diversidade e a complexidade, costumam ser muito
trabalhosos e demorados. Demor a algum tempo até que se desenvolva a confiança e o
espírito de equipe, especialmente entre pessoas com diferentes históricos, experiências e
perspectivas.
Equipes virtuais
Os tipos de equipes analisados até agora realizam seu trabalho face a face. As equipes
virtuais usam a tecnologia da informática para reunir seus membros, fisicamente dispersos,
e permitir que eles atinjam um objetivo comum. 1 7 Elas permitem que a pessoas
colaborem on-line— utilizando meios de comunicação como redes internas e externas,
videoconferência ou correio eletrônico — quand o estão separadas apenas por uma parede
ou em outro continente. As equipes virtuais podem fazer tudo o que as outras equipes
fazem — compartilhar informações, tomar decisões, realizar tarefas. Podem incluir
membros de uma mesma organização ou fazer a ligação entre membros de u ma
organização e os de outras empresas (por exemplo, fornecedores ou parceiros). Podem
durar alguns dias para a solução de um problema, alguns meses para a conclusão de um
projeto, ou permanentemente. 1 8 Os três fatores básicos que diferenciam as equipes
virtuais das que trabalham face a face são: (1) ausência de gestos não verbais ou
paraverbais; (2) contexto social limitado; e (3) capacidade de superar limitações de tempo
e espaço. Nas conversas face a face, as pessoas sugerem mensagens paraverbais (tom de
voz, inflexão, volume da voz) e não verbais (movimentos dos olhos, expressão facial,
movimentação das mãos e outras linguagens corporais). Essas mensagens ajudam a tornar
a comunicação mais clara, enriquecendo seu sentido, mas não estão disponíveis nas
interações on-line. As equipes virtuais freqüentemente possuem meno r empatia e interação
direta entre seus membros. Não são capazes de imitar as trocas pessoais que ocorrem em
uma discussão face a face. Especialmente quando os membros não se conhecem
pessoalmente, as equipes virtuais tendem a se voltar mais para a tarefa e menos para a
troca de informações sociais e emocionais. Não é surpreendente, portanto, que os membros
dessas equipes demonstrem meno r satisfação com o processo de interação do grupo do
que os participantes de equipes que trabalham face a face. Finalmente, as equipes virtuais
são capazes de trabalhar mesmo que seus membros estejam separados por milhares de
quilômetros e diferente fusos horários. Permitem o trabalho em conjunto de pessoas que,
de outra forma, nunc a seriam capazes de colaborar entre si. Empresas como Hewlett-
Packard, Boeing, Ford, Motorola, GE, Lockheed Martin, VeriFone e Royal Dutch / Shell
tornaram-se usuárias contumazes das equipes virtuais. A Lockheed Martin, por exemplo,
constituiu uma equipe virtual para projetar e construir um novo avião militar para a Força
Aérea dos Estados Unidos. A equipe é composta de engenheiros e projetistas de todo o
mundo , que trabalharão simultaneamente neste projeto de 20 bilhões de dólares. A
empresa espera que esta estrutura de equipe seja capaz de economizar 250 milhões de
dólares durant e a década em que o avião será desenvolvido. 1 9
Contexto
Clima de Confiança Os membro s das equipes eficazes confiam uns nos outros. E também
demonstram confiança em seus líderes. 3 1 A confiança interpessoal entre os membros da
equipe facilita a cooperação, reduz a necessidade de monitoramento dos comportamentos
individuais e une as pessoas em torno da crença de que nenhuma delas tentará tirar
proveito da outra. Por exemplo, quando existe confiança, os membros da equipe
apresentam mais disposição para assumir riscos ou mostrar vulnerabilidade. Da mesma
forma, como veremos no Capítulo 12, a confiança é a base para a construção da liderança.
A confiança é importante para a liderança no sentido em que torna a equipe disposta a
aceitar e a se compromete r com as metas e as decisões de seu líder.
Composição
Esta categoria inclui as variáveis relacionadas a quem deve integrar as equipes. Nesta
seção, vamos focalizar as habilidades e personalidades dos membros da equipe, a alocação
de papéis e a diversidade, o tamanho da equipe, a flexibilidade dos membros e sua
preferência pelo trabalho em equipe.
Diversidade A maior parte das atividades de uma equipe reque r variedade de habilidades
e conhecimentos. Em vista disso, é razoável supor que equipes heterogêneas — compostas
por pessoas diferentes entre si — têm maior probabilidade de contar com diversidade de
habilidades e de informações, além de serem mais eficazes. As pesquisas confirmam esta
conclusão em termos gerais, especialmente em relação às tarefas cognitivas e que
demandam criatividade. 3 9 Quand o os membros são diferentes em termos de
personalidade, sexo, idade, educação, especialização funcional e experiência, existe uma
maior probabilidade de que a equipe possua as características necessárias para realizar suas
tarefas de forma eficaz. 4 0 A equipe pode ter uma carga maior de conflitos e menos
expediente quando se introduzem e se assimilam mais posições diversas, mas as evidências
confirmam, genericamente, que os grupos heterogêneos têm melhor desempenho do que os
homogêneos. Essencialmente, a diversidade promove o conflito, que estimula a
criatividade e conduz à melhoria do processo de tomada de decisão. E quanto à diversidade
gerada por diferenças raciais ou étnicas? As evidências indicam que esses elementos de
diversidade interferem nos processos da equipe, pelo menos no curto prazo. 4 1 A
diversidade cultural parece ser uma vantagem para tarefas que pedem diferentes pontos de
vista. Mas equipes culturalmente heterogêneas apresentam maior dificuldade para aprende
r a trabalhar em conjunto e para a resolução de problemas. A boa notícia é que essas
dificuldades tendem a se dissipar com o tempo. Embora equipes recém-formadas
culturalmente heterogêneas tenham um desempenho pior quando comparados às equipes
homogêneas, essa diferença tende a desaparecer depois de cerca de três meses. O motivo é
que equipes heterogêneas levam um pouco mais de tempo para aprender a trabalhar em
conjunto, superando as divergências e as diferentes abordagens na resolução de problemas.
Um aspecto da questão da diversidade recentement e chamou a atenção dos pesquisadores.
Trata-se do grau em que os membros de uma equipe compartilham um mesmo atributo
demográfico, como sexo, faixa etária, raça, nível educacional ou tempo de serviço na
organização, e o impacto que esse atributo tem sobre a rotatividade. Chamamos essa
variável de demografia do grupo. Discutimos os fatores demográficos individuais no
Capítulo 2. Vamos considerar aqui os mesmos tipos de fatores, mas no contexto do grupo.
Agora não importa saber se a pessoa é homem ou mulher, ou se está na empresa há um ano
ou há dez anos, mas sim os atributos de um indivíduo em relação aos dos outros com quem
ele trabalha. Vamos analisar a lógica da demografia de grupo, fazer uma revisão das
evidências e depois considerar suas implicações. Os grupos e as organizações são
compostos de coortes, que definimos como aqueles indivíduos que compartilham um
atributo comum. Por exemplo, todos os nascidos em 1960 compartilham a mesma idade.
Isso significa também que eles viveram experiências comuns. As pessoas nascidas em
1970 experimentaram a revolução da informação, mas não a Guerra da Coréia. Quem
nasceu em 1945 viveu a Guerra do Vietnã, mas não a Grande Depressão. As mulheres
nascidas antes de 1945 amadureceram antes do movimento feminista e possuem
experiências muito diferentes das mulheres nascidas depois de 1960. A demografia do
grupo, portanto, sugere que atributos como idade ou época de ingresso em um grupo
específico ou na organização podem nos ajudar a prever a rotatividade. Basicamente, a
lógica é a seguinte: a rotatividade é maior entre pessoas com experiências diferentes
porque a comunicação é mais difícil. Nesses casos, os conflitos e lutas pelo pode r são mais
prováveis e mais intensos. O conflito crescente torna a participação no grupo menos
atraente e os funcionários têm maior probabilidade de sair. Da mesma forma, os perdedore
s na luta pelo pode r são os mais sujeitos a ir embora, voluntariamente ou não. Diversos
estudos foram dedicados a esta tese e as evidências são bastante encorajadoras. 4 2 Por
exemplo, em departamentos ou em grupos de trabalho em que uma boa parte dos membros
entrou ao mesmo tempo, há uma rotatividade significativamente maior entre os
funcionários que ficam fora dessa coorte. Além disso, onde existem largas lacunas entre as
coortes, a rotatividade é mais alta. As pessoas que entram juntas, ou em épocas próximas,
em um grupo ou organização têm maior probabilidade de se associar, de compartilhar uma
perspectiva similar do grupo ou da organização e, por isso, maior probabilidade de
permanecer. Por outro lado, a descontinuidade ou desequilíbrio na distribuição das datas de
entrada no grupo pode provocar uma rotatividade mais alta dentro dele. A implicação desta
linha de investigação é que a composição do grupo pod e ser um bom indicador para prever
a rotatividade. As diferenças, por si, nã o são indicadores, mas grandes diferenças dentro
de um grupo levam à rotatividade. Quand o todos os membros são moderadament e
diferentes uns dos outros, a sensação de ser um estranho é reduzida. Assim, é o grau de
dispersão de um atributo, mais do que o seu nível, que realmente importa.
Tamanho das Equipes O presidente a AOL Technologies diz que o segredo de uma boa
equipe é: "Pense pequeno. O ideal é que sua equipe tenha entre sete e nove pessoas". 4 3
Este conselho é corroborado pelas evidências. 4 4 De maneira geral, as equipes mais
eficazes são compostas por menos de dez elementos. Os especialistas sugerem a utilização
do meno r númer o possível de membros para a realização de uma tarefa. Infelizmente,
existe u ma tendência entre os executivos de compor equipes muito numerosas, embor a
quatro ou cinco pessoas sejam suficientes para garantir a diversidade de habilidades e
pontos de vista. Além disso, os executivos esquecem que o gerenciamento da equipe se
complica na proporção direta em que ela se torna mais numerosa. Quand o a equipe
Projeto do trabalho
Processo
A categoria final relacionada à eficácia das equipes refere-se às variáveis de processo. Isto
inclui o comprometiment o dos membros com um propósito comum, o estabelecimento de
metas específicas para a equipe, a eficácia da equipe, um nível controlado de conflitos e a
redução da "folga" social. Por que os processos são importante s par a a compreensão do
comportament o da equipe? Uma forma de responde r a isto é voltarmos à questão da
"folga" social. Descobrimos que 1+1+1 não é necessariamente igual a 3. Nas tarefas de
equipe em que a contribuição de cada membr o não é claramente visível, existe uma
tendência de as pessoas reduzirem seus esforços. A "folga" social, em outras palavras,
ilustra uma perda do processo em conseqüência do uso de equipes. Mas os processos de
equipe também produzem resultados positivos, ou seja, as equipes podem gerar resultados
maiores do que a soma de suas contribuições. O desenvolvimento de alternativas criativas
por um grupo com diversidade de composição seria um caso assim. O Quadro 9-5 ilustra
como os processos de grupo podem ter impacto sobre a eficácia real do grupo. 5 0 A
"folga" social, por exemplo, representa uma sinergia negativa. O total é meno r que a soma
de suas partes. Por outro lado, equipes de pesquisa costumam ser utilizadas nos
laboratórios porque se pode lançar mão das diferentes habilidades dos membros para
produzir um estudo mais abrangente do que seria possível se eles trabalhasem
individualmente. Ou seja, eles produzem sinergia positiva. Os ganhos do processo
ultrapassam as perdas.
Eficácia da Equipe As equipes eficazes têm confiança nelas mesmas. Acreditam que
alcançarão o sucesso. Chamamos isso de eficácia da equipei Sucesso gera sucesso. As
equipes bem-sucedidas aumentam sua convicção sobre seus sucessos futuros. Isto, por sua
vez, motiva estas equipes a trabalhar mais arduamente . O que os executivos podem fazer
para aumenta r a eficácia das equipes? Duas opções possíveis são ajudar a equipe a
conquistar pequenos sucessos e oferecer treinamento para as habilidades. Os pequenos
sucessos constróem a confiança da equipe. A medida que ela aument a seu histórico de
conquistas, também aument a a convicção coletiva de que os futuros esforços levarão ao
sucesso. Ao lado disto, os executivos também podem oferecer treinamentos para
aperfeiçoar as habilidades técnicas e interpessoais dos membros de suas equipes. Quanto
melhores essas habilidades, mais a equipe tem condições de desenvolver sua confiança e
sua capacidade de contar com esta confiança para a obtenção de resultados.
Folga" Social Aprendemos no capítulo anterior que as pessoas podem se esconder dentro
de um grupo. Podem se entregar à "folga" social e se aproveitar do esforço do grupo, já que
as contribuições individuais não podem ser identificadas. As equipes eficazes não correm
este risco porque seus membros se mantêm responsáveis, tanto no nível individual como
no do grupo. Equipes bem-sucedidas fazem com que seus membros sejam responsáveis,
individual e conjuntamente, pelos propósitos, metas e abordagem da equipe. 5 5 Estas
equipes deixam claro quais são as responsabilidades individuais e quais são aquelas do
grupo como um todo.
O desafio
Os pontos analisados anteriormente serviram para demonstrar que uma barreira substancial
para a utilização das equipes é a resistência das pessoas. O sucesso do funcionário não é
mais definido em termos de seu desempenh o individual. Para ter um bom desempenh o
como membr o de uma equipe, a pessoa precisa ser capaz de se comunicar aberta e
honestamente , confrontar diferenças e resolver conflitos, bem como sublimar suas metas
pessoais para o bem do grupo. Para muitos funcionários, esta é uma tarefa difícil —
quando não impossível. O desafio de criar membros de equipes é maior quand o (1) a
cultura vigente é altamente individualista e (2) as equipes estão sendo introduzidas em uma
organização que sempre valorizou as realizações individuais. Isto descreve as dificuldades
enfrentadas, por exemplo, pelos dirigentes de empresas como AT&T, Ford, Motorola e
outras grandes organizações nos Estados Unidos. Estas empresas prosperaram contratando
e recompensando estrelas do mund o empresarial e criaram um clima competitivo que
estimulava as conquistas e o reconhecimento individuais. Os funcionários destas
organizações podem ficar abalados com uma súbita mudanç a que valorize o trabalho em
equipe. 5 8 Um funcionário veterano de uma grande empresa, que fez sucesso trabalhando
sozinho, descreve sua experiência de integrar-se a uma equipe da seguinte forma: "Estou
aprendend o minh a lição. Acabo de obter minha primeira avaliação de desempenho
negativa em 20 anos de carreira". 5 9 Por outro lado, o desafio enfrentado pelos executivos
é meno r quando a implantação de equipes ocorre em culturas nas quais os funcionários
possuem fortes valores coletivistas — como no Japão ou no México —, ou em
organizações novas, que utilizam equipes desde o início de sua estrutura de trabalho. A
Saturn Corp., por exemplo, é uma subsidiária norte-ameircana da General Motors. A
empresa foi projetada para funcionar com equipes desde o seu nascimento. Todos os
contratados pela Saturn sabiam, desde o início, que iriam trabalhar em equipes. A
capacidade de ser um bom membr o de equipe era uma qualificação básica para a
contratação.
As opções básicas que os executivos têm para tentar transformar indivíduos em membros
de equipes vêm resumidas a seguir.
Seleção Algumas pessoas já possuem habilidades interpessoais par a ser membro s eficazes
de equipes. Quand o se contratam membros de equipes, além das habilidades técnicas
requeridas pelo trabalho, deve-se assegurar que eles tenham condições de desempenha r
seus papéis no grupo. 6 0 Muitos candidatos não possuem habilidades para trabalhar em
equipe. Isso é especialmente verdadeiro para aqueles habituados às contribuições
individuais. Quand o encontram esse tipo de candidato, os executivos têm três opções
básicas. O candidato pod e passar por um treinamento para se transformar em membr o de
equipe. Se isso não for possível, ou não funcionar, as duas outras opções são: transferi-lo
para uma outra unidade da empresa que não trabalhe em equipe (caso exista) ou não
contratá-lo. Nas organizações já existentes e que estão se reestruturando para o trabalho em
equipe, pode-se esperar que alguns funcionários resistam a essa mudanç a e nem sequer
possam ser treinados. Infelizmente, esses indivíduos acabam se tornando vítimas fatais da
abordagem de equipes.
Treinamento Em uma visão mais otimista, uma grande parcela das pessoas habituadas aos
valores individuais pod e ser treinada para se transformar em membros de equipes.
Especialistas em treinamento conduzem exercícios que permitem aos funcionários
experimentar a satisfação que a equipe de trabalho pode proporcionar. Geralmente, isso é
feito através de workshops para ajudar os funcionários a aprimorar suas habilidades de
resolu-ção de problemas, comunicação, negociação, administração de conflitos e
gerenciamento. Os funcionários aprendem também o modelo de cinco estágios de
desenvolvimento do grupo, descrito no Capítulo 8. Na Verizon, por exemplo, o
treinamento enfoca o processo de passagem da equipe pelos vários estágios até a sua
consolidação. E durant e todo o tempo os funcionários são lembrados da importância da
paciência, pois as equipes levam mais tempo para tomar decisões do que os funcionários
que trabalham individualmente. 6 1 No Estado de Missouri, a Speciality Motor Division,
da Emerson Electric, obteve um notável sucesso ao conseguir que os 650 membros de seu
quadro de pessoal não apenas aceitassem, mas recebessem com entusiasmo o treinamento
para trabalhar em equipe. 6 2 Foram trazidos consultores externos para ajudar a
desenvolver habilidades práticas para o trabalho em equipe. Menos de um ano depois, os
funcionários haviam aceitado entusiasticament e o valor do trabalho em equipe.