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PESSOAS
A atribuição de responsabilidade para as pessoas representa a tarefa menos complexa no que
tange a definição da estrutura organizacional. Nesse tipo de estrutura, não há formalização na
descrição dos cargos e sim das tarefas, ou seja, todos os funcionários fazem de tudo um pouco.
Nessa estrutura existe um contratempo que você já deve estar imaginando qual é: como não
há definição dos cargos, quando um funcionário é deslocado para outra área, as tarefas são
redistribuídas, o que pode acabar gerando um acúmulo de função e, por consequência, um
aumento na insatisfação no quadro dos funcionários. A estrutura baseada em pessoas não é
indicada para empresas de médio e grande porte, visto que nessas empresas a definição dos
cargos e funções deve estar muito bem definida para que se possa ter um controle maior e
mais efetivo, e para que os resultados esperados pelos gerentes das áreas possam ser
atendidos.
ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL
Já o critério de departamentalização baseado em organização funcional pode ser aplicado
tanto na pequena empresa quanto na grande empresa. Na estrutura funcional, as
responsabilidades de trabalho são atribuídas às funções organizacionais; ou seja, o setor de
produção representará uma unidade de negócio e terá as suas responsabilidades atribuídas. Da
mesma forma, as funções de marketing, finanças, pesquisa e desenvolvimento, e gestão de
pessoas. São as estruturas organizacionais departamentalizadas pelo critério funcional.
É um critério que é utilizado pelos diversos níveis hierárquicos da empresa. Por
exemplo: o primeiro nível, representado pelo administrador, irá administrar todo o
conjunto das funções organizacionais. Já nos departamentos, os gestores das áreas
irão administrar as suas equipes. Esse é, inclusive, um estilo de estrutura
organizacional muito comum nas empresas, sobretudo porque pode ser utilizado
em diversas situações.
Observe através do exemplo que...
a sua implantação pode ser feita tanto para empresas de pequeno porte, e que
estão iniciando no mercado, quanto por grandes empresas que possuem
pequena variação de portfólio (mix) de produtos. Mesmo sendo de grande
porte, essas empresas têm o seu processo de distribuição concentrado em
apenas um canal (exemplo: empresas que só vendem os produtos através da
internet, outras que só vendem de porta em porta, ou ainda, outras que só
vendem no ponto de venda fixo); ou quando suas operações estão concentradas
em uma mesma área geográfica.
Desta forma, uma das principais características das estruturas funcionais é que
elas possuem um único centro de resultado, ou seja, o lucro ou prejuízo será
avaliado para a empresa como um todo e não apenas das unidades operacionais.
Esta é uma forma que acaba motivando toda empresa no cumprimento da meta
estabelecida pelos acionistas do negócio. Assim sendo, se a equipe comercial não
bate a meta das vendas, a equipe de produção também não baterá e assim vai
gerando impacto em toda empresa.
Na estrutura funcional, nem sempre haverá um departamento para cada função. O
que vai determinar esse fato é a necessidade de cada negócio. Um sócio
presidente pode também acumular a função de diretor de vendas. Ou ainda,
quando um diretor for demitido, outro diretor pode acumular a função até que um
novo diretor seja contratado.
Existem casos em que a estrutura funcional da empresa exige a criação de uma
nova diretoria. Acompanhe os exemplos: uma empresa que possui um número
muito grande de colaboradores, precisa implantar a Diretoria de Gestão de Pessoas
para administrar o volume grande de admissão, demissão, treinamento e
desenvolvimento desses colaboradores. Desta forma, o seu organograma será
composto de mais uma função organizacional. Já uma outra empresa que possua
um foco voltado para a tecnologia, pode definir na sua estrutura a Diretoria de
Tecnologia; uma outra que possua um foco muito grande na comercial, pode criar
na sua estrutura a Diretoria de Marketing e Vendas.
A estrutura funcional é mais indicada quando a empresa possui um ambiente
externo estável. O ambiente externo apresenta as variáveis incontroláveis ao
negócio, a exemplo de: aspectos ambientais, econômicos, políticos, sociais. E
quando essas variáveis, apesar de serem incontroláveis, impactam pouco no
negócio, o gerenciamento da estrutura funcional é facilitado.
É importante chamar à atenção para o fato de que as estruturas funcionais podem
variar de empresa para empresa e elas podem ter as funções se desdobrando em
subfunções, que por sua vez, também podem sofrer novos desdobramentos. Neste
caso, mesmo com os desdobramentos, o administrador principal tem controle
sobre a organização, no que tange ao cumprimento da missão organizacional. Além
disso, as tarefas são distintas e bem definidas.
Dentre as vantagens da estrutura funcional destacamos:
Favorece a especialização profissional: as organizações funcionais tendem a
favorecer o desenvolvimento da competência técnica, uma vez que as funções são
definidas e os grupos podem se concentrar apenas nas suas atividades, o que acaba
melhorando a produtividade, além de revelar os melhores especialistas. Na
departamentalização funcional, os profissionais da mesma especialidade ficam
concentrados na mesma unidade de negócio/departamento. A grande vantagem é
que existe boa produtividade, além de um trabalho eficiente feito por bons
especialistas.
Possibilita um melhor controle dentro da função: os procedimentos e técnicas
tendem a ser padronizados e uniformes. O comando da área funcional fica por
conta do diretor da função.
Favorece a redução dos custos: a redução dos custos é proveniente da
especialização dos funcionários da área e da alta produtividade gerada pela
especialização.
Possibilita melhor centralização: facilita o destaque da liderança da chefia
principal, tendo em vista que os executivos das funções organizacionais são
especialistas e cuidam das suas atribuições específicas.
Mesmo com as vantagens apresentadas, cabe do gestor uma reflexão sobre a
implantação da estrutura funcional, visto que ela também apresenta desvantagens,
as quais destacamos a seguir:
Dificuldade de descentralização das ações: na estrutura funcional, a ação de
uma área específica impacta na outra, ou seja, se a área de vendas vai
muito bem, o setor de produção será afetado da mesma forma que o setor
financeiro e setor de pessoal, que precisará de mais funcionários para
atender a demanda do comercial. Neste exemplo específico, na estrutura
funcional, as decisões são tomadas pelo alto escalão da empresa, o que
acaba dificultando os fluxos de trabalho e a comunicação. Além disso,
quando a empresa vai aproveitando as oportunidades de mercado e
crescendo, as decisões tomadas apenas no topo tendem a atrasar todo
processo;
Falta de visão sistêmica do administrador principal: os administradores são
dedicados às suas especialidades e não possuem visão sistêmica da
organização. O que acaba requerendo treinamentos especializados e
rodízios de funções.
Dificuldade na avaliação dos resultados de cada unidade: na estrutura
funcional, não é possível comparar o desempenho de cada função
isoladamente, bem como também não é possível apurar o resultado
financeiro de cada função. O controle é feito através de índices de padrões
de desempenho e estabelecimento de metas.
As desvantagens da estrutura funcional geram impactos muito mais expressivos nas
empresas de médio e grande porte, ao contrário das pequenas empresas onde
muitas vezes essas desvantagens passam despercebidas ou não existem.
ATIVIDADE
Atividade
A expressão a seguir traduz um conceito de uma terminologia relacionada nas
alternativas. Identifique qual alternativa correta corresponde ao respectivo
conceito.
“Significa fazer a coisa bem-feita, ou seja, fazer aquilo que está sendo feito da
melhor forma possível.
A) Isonomia.
B) Eficácia.
C) Eficiência.
D) Economicidade.
E) Perfeição.
Alternativa correta: letra (c).
a) Errada, pois isonomia significa “igualdade”.
b) Errada, pois significa apenas fazer as coisas certas.
c) Correta, significa fazer cada vez melhor.
d) Errada, pois significa apenas a operação no menor custo possível.
e) Errada, pois significa “defeito zero”.
AULA 2
ATIVIDADE
Importante
Descentralizar não significa não acompanhar os processos da organização. O foco
da descentralização é não sobrecarregar a alta direção com decisões que podem
ser tomadas por outro nível hierárquico da empresa. Desta forma, quando a
organização opta por descentralizar os seus processos, deve-se ter o controle das
decisões tomadas pelos demais níveis e participação nas grandes decisões e do
planejamento estratégico.
As principais vantagens da descentralização são: maior fluidez nos processos; não
sobrecarregar a alta direção com decisões de baixo impacto; maior agilidade na
resolução de problemas específicos, além de estimular a motivação do tomador de
decisão, uma vez que ele passa a ter iniciativa e senso de responsabilidade.
A descentralização tende a gerar maior agilidade nas tomadas de decisões,
entretanto as organizações descentralizadas podem correr o risco de que as
decisões sejam tomadas de forma equivocada, uma vez que o tomador de decisão
não possui a visão global da empresa. Em alguns casos, também se observa uma
falta de identificação do funcionário com a empresa, o que acaba comprometendo
os processos. Desta forma, para evitar erros na tomada de decisão, a alta direção
deve implantar um bom sistema de comunicação, para que os demais níveis
tenham conhecimento e visão sistêmica do negócio.
Para Refletir
Eis o grande desafio da empresa descentralizada: atuar em equipe para ser
eficiente e eficaz. A alta direção deve envolver suas equipes e motivá-las para o
trabalho e criar prêmios de incentivo, além de implantar a auditoria interna para
acompanhar os processos.
As pessoas que costumam trabalhar em organizações centralizadas tendem a se
desestimular pelo trabalho, uma vez que têm pouca iniciativa e baixo índice de
responsabilidade. Por isso, é importante que a alta direção tenha o cuidado de ter
as pessoas certas, no local certo, envolvidas e motivadas para trabalhar
corretamente a apresentar resultados eficientes e eficazes.
Vantagens e desvantagens das organizações centralizadas e descentralizadas
VANTAGENS
CENTRALIZAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO
UNIFORMIDADE DE PROCEDIMENTOS GERENTES AUTONOMOS E
RESPONSAVEIS POR SUAS DECISÕES
FACILIDADE DE CONTROLE FACILIDADE DE AVALIAR GERENTES
RAPIDEZ NA COMUNICAÇÃO COMPETIÇÃO POSITIVA ENTRE
UNIDADES
ACESSO RAPIDO A INFORMAÇÃO CRIATIVIDADE NA BUSCA DE
SOLUÇÕES
REDUZIDA DUPLICAÇÃO DE ESFORÇOS AGILIDADE NA TOMADA DE DECISÕES
DESVANTAGENS
CENTRALIZAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO
DEPENDÊNCIA DA HIERARQUIA PAR PERDA DA UNIFORMIDADE
TOMAR DECISÕES
UNIFORMIDADE IMPEDE COMPETIÇÃO TENDÊNCIA AO DESPERDÍCIO E
DUPLICAÇÃO
DEPEDÊNCIA NA HIERARQUIA PARA COMUNICAÇÃO DISPERSA
AVALIAR GERENTES
DESESTÍMULO À CRIATIVIDADE DIFICULDADE DE LOCALIZAR
RESPONSAVEIS
INEFICIÊNCIA NO USO DOS RECURSOS DIFICULDADE DE CONTROLE E
AVALIAÇÃO
Burocracia e desburocratização
Agora, aprofunde seus conhecimentos realizando a leitura do artigo intitulado Em
busca de uma teoria da burocracia pública não-estatal: política e administração no
terceiro setor, disponível no link: http://goo.gl/bexhTf
O termo burocracia está associado à ideia de inflexibilidade, morosidade nos
processos, complicação e entrave no funcionamento administrativo. É muito
comum ouvir dizer que o serviço público é muito burocrático, sobretudo porque
existem muitos procedimentos a serem cumpridos de forma rigorosa. Só que a
burocratização também existe no setor privado.
Reengenharia
Substituição dos processos ineficientes por outro redesenhado, com menor
quantidade de recursos e etapas melhor definidas.
No período da administração científica, a reengenharia foi vista como algo
negativo devido ao fato de ser associada à redução de custos e essa redução de
custos, muitas vezes, representava o corte de pessoal.
Desta forma, durante um determinado período, a reengenharia ficou associada à
demissão em massa. Além desse aspecto, a mudança dos recursos e processos
poderia fazer com a organização perdesse a sua identidade e o risco acabasse
sendo maior que os benefícios. Por esses motivos, a reengenharia também passou a
ser conhecida como redesenho de processos.
A metodologia para a implantação da reengenharia pode ser definida da seguinte
forma:
Diagnóstico – identificar a necessidade de o processo ser redesenhado.
Mapeamento – traçar as etapas do processo.
Identificar problemas – identificar a ineficiência do processo.
Alternativas – traçar as alternativas para redesenhar o processo.
Implementar e monitorar – implementar o processo redesenhado e
acompanhar os resultados.
O foco da reengenharia está no processo e não na função. Desta forma, a atuação
dos gerentes está nos trabalhos restritos e nos processos centrais da empresa, ou
seja, recomeçar um processo, destacar como um trabalho é feito e implementar
técnicas para que seja feito melhor ainda.
Frequentemente, a reengenharia é aplicada nas empresas porque elas precisam
ofertar produtos com qualidade cada vez maiores, sendo produzidos a custos cada
vez menores. Logo, o foco sempre é a qualidade total.
Curiosidade
Observe que pensar na reengenharia é imaginar a empresa partindo do zero. Por
isso será fundamental que o gestor da alta direção defina como a empresa deve ser
estruturada, como seriam os processos, quantas pessoas seriam contratadas, ou
seja, o que precisa ser feito para que a empresa obtenha sucesso. Na
reengenharia, a empresa deve fazer alguns questionamentos como: por que
fazemos isso? O que deveríamos fazer no lugar disso? Funciona como uma espécie
de priorizar a eficácia, fazendo exatamente o que precisa ser feito. Após a
eficácia, o gestor se preocupa com a eficiência, que é fazer o que tem que ser
feito e bem-feito.
Downsizing
É o planejamento da eliminação de cargos e funções de uma organização, ou,
simplesmente, uma redução no tamanho da empresa no que tange ao número de
empregados e níveis hierárquicos, visando minimizar os custos.
As empresas que decidem implantar o downsizing devem ficar atentas a essa
reestruturação. Não se pode correr o risco de demitir a equipe que tem
conhecimento do negócio e fragilizar o capital intelectual que detém o
conhecimento técnico dos processos. Além disso, o processo de comunicação deve
ser efetivo, para que não abale a motivação e consequentemente o desempenho
dos funcionários que ficarem na organização.
Quando ele é bem planejado, traz benefícios importantes para empresa, como
redução de custos, maior flexibilidade e maior agilidade na tomada de decisões.
Benchmarking
Representa um processo de comparação do desempenho de uma empresa com o
desempenho de outra. O foco do benchmarking é um aproveitamento de uma
técnica positiva utilizada por outra empresa, concorrente ou não, que tenha dado
resultado positivo ao negócio. Essa técnica de sucesso é implantada em outra
empresa como se fosse um processo de imitação das melhores práticas de
administração, de modo que essa empresa possa ganhar vantagem competitiva no
mercado.
A seguir, apresentamos algumas definições sobre benchmarking, que lhe
possibilitará ter uma visão mais ampliada sobre esse processo.
Processo contínuo de medição de produtos, serviços e práticas em relação aos mais
fortes concorrentes, ou em relação às empresas reconhecidas como líderes em suas
indústrias. (David Kearns – executivo da Xerox).
ATIVIDADE
Centralização, como o próprio nome já sugere, se configura na reserva
de autoridade em pontos centrais da organização, ou seja, boa parte
das decisões não é tomada por quem executa as tarefas, e sim por
quem ocupa um cargo mais alto na organização. Em relação à
centralização e descentralização, é corretor afirmar:
ENCERRAMENTO
Resumo da Unidade
Nesta unidade, apresentamos os requisitos para se definir a estrutura de uma
organização. Você aprendeu a diferença entre estrutura e departamento.