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ADUBAÇÃO EFICIENTE

PARA AGRICULTURA DOMÉSTICA

Mariana Cantoni
2023
SOBRE A
AUTORA
Mariana Cantoni, é Engenheira
Agrônoma, formada pela
Universidade Federal de Viçosa e
mestre em Gestão de Recursos
Agroambientais pelo Instituto
Agronômico de Campinas.
Trabalhou em pesquisas nas áreas
de Recuperação de Áreas
Degradadas e Poluição do Solo. As
questões ambientais sempre
foram o foco dos seus estudos e
experimentos acadêmicos.

Desde 2017, é produtora em escala


doméstica de frutas e hortaliças.
Mas ao iniciar sua produção se
deparou com dificuldades em
utilizar as técnicas agrícolas em
pequena escala. Então, aos poucos,
foi adaptando, experimentando e
desenvolvendo um sistema de
agricultura doméstica.
Atualmente, sua produção de
hortaliça abastece a família de
cinco pessoas.

Todos os direitos dessa publicação são reservados. Nenhuma


parte dessa publicação pode ser reproduzida ou apropriada por
qualquer forma ou meio, sem autorização por escrito da autora.
SUMÁRIO PARTE 1

PRODUÇÃO DE ALIMENTO p.01


DE QUALIDADE
Agricultura orgânica

SOLO p.09
Tipos de solo
Teste rápido para determinar a textura do solo

FONTES DE NUTRIENTES p.18


Cálcio (Ca) e Magnésio (Mg)
Fosforo (P)
Nitrogênio (N) e Potássio(K)

PLANTIO p.26
Época de plantio
Espaçamento de plantio

RECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO p.30


Adubação geral para canteiro
Adubação geral para linha de cultivo
Adubação específica por grupos de hortaliça
Adubação foliar

RECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO p.46


EM VASOS
Tamanho de vaso
Substrato
Recomendação de fertilizante orgânico
Montagem dos vasos
SUMÁRIO PARTE 2

PREPARANDO O PRÓPRIO p.57


ADUBO ORGÂNICO
Composteira para áreas maiores
Composteira para áreas menores
Bokashi
Supermagro

IDENTIFICAÇÃO VISUAL DE
DEFICIÊNCIAS E DESEQUIL´ÍBRIOS p.74
NUTRICIONAIS
Nutrição vegetal
Chave de identificação para plantas em geral
Infestações de pragas e doenças apontam
desequilíbrios nutricionais

ADUBAÇÃO ORGÂNICA DE p.81


FRUTÍFERAS
Adubação de plantio
calendário de adubação anual

GRAMADOS p.84
Adubação de plantio
Adubação de manutenção
PRODUÇÃO DE
ALIMENTO DE QUALIDADE
As hortaliças são fonte de fibras, sais minerais, vitaminas,
antioxidantes e água. Compõem um grupo de alimentos
saudáveis que auxiliam na prevenção de doenças. Entretanto,
segundo a organização mundial de saúde (OMS), o consumo
ainda é baixo no Brasil comparado aos valores internacionais.

E, quando observado, o grupo de pessoas que estão abaixo da


linha de pobreza, o consumo é ainda menor. Esse baixo
consumo no Brasil, está ligado principalmente ao hábito
alimentar, a pobreza e falta de conhecimento em técnicas de
produção.

Entretanto, produzir alimento nem sempre traz uma garantia


de qualidade. Quem produz precisa ter um conhecimento
mínimo de qualidade de água, adubação, nutrição vegetal e
controle de pragas e doenças, para garantir a qualidade.

01
A irrigação com água contaminada contendo coliformes fecais
e vermes, é uma das principais fontes de contaminação
humana.

Da mesma forma, algumas caldas usadas no controle de


pragas e doenças, até mesmo as permitidas no cultivo
orgânico, podem oferecer risco de contaminação e intoxicação.

Ou ainda, por falta de uma adubação correta, as verduras,


frutas ou legumes, podem estar com deficiência nutricional e
não conter os nutrientes que desejamos, em quantidades
suficientes para a nutrição humana.

Esses problemas que podem ocorrer na produção, são simples


de serem resolvidos com informação adequada. Na realidade, o
produtor pode achar que está produzindo um alimento
saudável, somente por não pulverizar agrotóxico, mas a
qualidade está muito além disso. Então, como garantir uma
produção de qualidade?

LIVRE DE RICO EM
PATÓGENOS NUTRIENTES

LIVRE DE AGROTÓXICOS RESPONSABILIDADE


AMBIENTAL E SOCIAL

02
Para o consumidor final que não acompanhou a produção, a
garantia da qualidade é ainda mais duvidosa, por isso foram
criados sistemas de produção. Um deles é o sistema orgânico
de produção.

O simples selo ou nome orgânico ¡á remete a uma qualidade


superior e livre de agrotóxicos.

Mas como funciona esse sistema, quando


posso dizer que o produto é orgânico?

AGRICULTURA ORGÂNICA
É um sistema de manejo regulamentado pela lei nº 10.831, de
23 de dezembro de 2003, que a define como um sistema
sustentável da unidade de produção com enfoque sistêmico
que privilegia a preservação ambiental, a agrobiodiversidade,
os ciclos biológicos e a qualidade de vida do homem.

Dentre os princípios da agricultura orgânica podemos destacar


o melhor aproveitamento dos recursos naturais renováveis,
conservação dos recursos não renováveis, minimização da
dependência de energias não renováveis, além da não
utilização de fertilizantes de alta solubilidade, agrotóxicos,
antibióticos, hormônios, aditivos artificiais, organismos
geneticamente modificados e radiações ionizantes. Os
regulamentos técnicos a serem seguidos estão estipulados na
instrução normativa nº 46, de 6 de outubro de 2011.

03
FORMAS DE COMERCIALIZAR PRODUTOS ORGÂNICOS
Existem três formas de comercializar um produto orgânico, são elas:

1
Sendo certificado por um órgão credenciador (OAC).
Quem é certificado passa por auditorias e pode vender
seus produtos a terceiros, em feiras, em supermercados e
exportar. Esse é o modo que demanda mais
investimento, pois precisa de uma certificadora externa
que faça auditoria e emita um selo de garantia. Mas
amplia o leque de locais para comercialização.

2
Por meio de um Sistema Participativo de Garantia- SPG,
que deverá estar sob certificação de um Organismo
Participativo de Avaliação da Qualidade Orgânica – OPAC.
Esse modo, assim como o anterior, tem uma empresa
externa que irá fazer auditoria na produção. O produto
terá um selo, poderá ser comercializado em mercados ou
exportado. O custo poderá ser rateado entre mais de um
produtor, ficando mais viável econômica mente.

Organizando-se em grupo e cadastrando-se ao MAPA


para venda direta sem certificação, chamada de
Organização de Controle Social (OCS). O produtor poderá
oferecer seu produto em feiras de orgânicos, ou

3
diretamente ao consumidor final. A venda pode ser
realizada pelo produtor ou membro da família que
participe do processo de produção. Esse último é o modo
mais acessível, de mais baixo custo, não exige
contratação de empresa externa de auditoria. O controle
é feito por todos que compõe a organização, técnicos,
produtores e consumidores. São feitas visitas periódicas
nas propriedades para conferir o modo de produção e
assim garantir a qualidade. Entretanto, a comercialização
é mais limitada. Os produtores que integram OCS, não
podem vender para mercados ou fazer exportação,
somente poderão comercializar os produtos em feiras ou
diretamente ao consumidor.
04
Um produto pode ser vendido como orgânico, quando é
certificado ou o produtor participa de uma OCS.

Fora isso, não é correto o uso da denominação de produto


orgânico na hora da venda. Como é um sistema
regulamentado por lei, o uso indevido do termo orgânico na
hora da venda poderá ser penalizado

Mas afinal, vale a pena investir em certificação?

O MERCADO DE PRODUTOS ORGÂNICOS


Cada vez ganha mais simpatizantes, sejam produtores ou
consumidores.

Os produtores estão se conscientizando da necessidade de


reduzir os impactos negativos ao ambiente e os consumidores
veem buscando consumir alimentos com mais garantias de
qualidade.

Fonte:
Sebrae

05
PRINCIPAIS DESAFIOS
O alto custo de produção, devido à maior demanda de
mão de obra, comparado ao sistema convencional.

A falta de assistência técnica especializada.

As pesquisas científicas ainda são tímidas nesse tipo de


sistema. O sistema de certificação é complexo e caro.

Uso das ferramentas agrícolas em escala doméstica.

Agora ficou mais claro o que significa a agricultura orgânica e


que esse mercado está em ascensão. Porém, se o objetivo for
produzir para consumo próprio não tem necessidade de
certificação.

PRODUÇÃO DE ALIMENTO PARA CONSUMO PRÓPRIO

O sistema orgânico norteia a maior parte das horta


domésticas. Entretanto, nem sempre as normas são
obedecidas a risca, pois não existe o peso da certificação, o
conhecimento e a mão de obra disponível de um cultivo
comercial.

Entretanto, esse material tem informações para aumentar o


conhecimento dos produtores domésticos sobre o sistema
orgânico.

Independentemente do objetivo, toda horta segue o mesmo


princípio, para as plantas crescerem elas precisam de três
ingredientes, que veremos a seguir.

006
PLANTA:
Contém uma carga genética, um
potencial intrínseco produtivo e
necessidades que variam entre cada tipo
de planta.

SOLO:
É o que vai dar suporte a vida vegetal e
fornecer nutrientes e água. Uma planta
saudável precisa de um solo saudável.

AMBIENTE:
Vai fornecer a luz, água, temperatura.
Porém nele, também estão as pragas e as
doenças.

SER HUMANO:
Vai tentar controlar os fatores, meio
ambiente, planta e solo para conseguir
desenvolver todo potencial de produção.

07
Um dos princípios básicos, se
não o principal para garantir ENTÃO, VAMOS
uma boa produção e de
maneira saudável é o cuidado APRENDER A CURAR
como solo. Um solo saudável
gera frutos saudáveis.
E A CUIDAR DO SOLO?

08
SOLO
SOLO
O solo é um sistema composto por água,
ar, partículas minerais e partículas
orgânicas. As partículas minerais são
provenientes da degradação das rochas.

Existem vários tipos de rocha e cada uma


vai imprimir características específicas ao
solo, como textura, cor e minerais que
irão nutriras plantas.

As partículas orgânicas são provenientes


da decomposição de material vegetal e
animal que formam a matéria orgânica
do solo.

Imagem: Mladen Milicevic

Para ser considerado solo ele deve conseguir suportar o


desenvolvimento mínimo das plantas. Por isso, com frequência
observamos plantas frutíferas, flores ou até mesmo olerícolas
(verduras e legumes) dando frutos sem nenhum tipo de
adubação. Mas, quando se deseja ter uma produtividade
maior, contínua, e com plantas bem nutridas, se faz necessário
o acréscimo de nutrientes.

09
Isso porque, a grande maioria dos solos brasileiros é pobre em
nutrientes e necessita de adubação para uma produção
adequada. Em geral, os solos de regiões tropicais e subtropicais
são mais intemperizados, ou se¡a, mais velhos e desgastados.

O intemperismo, é um processo contínuo, onde a ação da


chuva, do calor, do frio, dos microrganismos vão, ao longo de
milhares de anos, transformando as rochas em solos. E, os solos
continuam sendo intemperizados e a maior parte dos seus
nutrientes como potássio (K), cálcio(Ca), magnésio (Mg), sódio
(Na), fósforo (P) são carregados para o mar, restando solos mais
pobres, ácidos, e ricos em ferro (Fe) e alumínio (Al), chamados
de solos mais velhos.

Uma forma de rejuvenescer o solo é aumentando a


quantidade de matéria orgânica do solo. Os adubos orgânicos
como esterco e compostos orgânicos são fontes de matéria
orgânica.

A matéria orgânica permite que o solo fique mais rico em


nutrientes, mais estruturado e leve, aumenta a retenção e
armazenamento de água, aumenta a oxigenação das raízes,
melhora a drenagem e principalmente, aumenta a quantidade
e diversidade de microrganismos no solo.

Mas somente aplicar adubos orgânicos ao solo não é suficiente.


A matéria orgânica é facilmente degradada quando exposta ao
ar. Ou seja, quando preparamos um canteiro e o solo é revirado
e exposto ao ar, a matéria orgânica reage com o oxigênio, oxida
e se perde na forma de gás carbônico. Portanto, é
fundamental, além da aplicação da matéria orgânica, a
conservação dela no solo. A conservação pode ser feita, por
exemplo, cobrindo o solo com palha.

10
TIPOS DE SOLO

O solo é uma estrutura complexa. A classificação do solo


envolve muitos fatores, porém de modo prático, podemos
dividi-lo quanto a textura em 3 classes: arenoso, argiloso e
médio. A argila dá consistência ao solo, e quando úmido, a
consistência apresenta características como plasticidade e
pegajosidade.

O solo arenoso retém pouca água e nutriente. Os nutrientes


ficam mais disponíveis para a planta, porém por pouco tempo.
Quando não são absorvidos pelas plantas são carregados para
o lençol freático ou camadas mais profundas do solo, longe do
alcance das raízes. Em contrapartida, o solo argiloso retém
mais água e nutrientes, porém, a força de retenção dos
nutrientes ao solo pode ser maior que a força de absorção das
raízes, portanto a planta não consegue absorvê-los.

Sendo assim, em um solo mais arenoso, a adubação e irrigação


precisam ser mais parceladas, para evitar perdas de nutrientes
e contaminação do lençol freático. Já no solo argiloso a
quantidade de adubo aplicada, em geral, deve ser maior para
compensar a força de retenção da argila. E, o solo de textura
média, ou seja, intermediário, é o solo de melhor custo-
benefício. Ele retém os nutrientes, mas de maneira que as
plantas conseguem absorver.

11
Imagem: Guilherme Lourençon e Mariana Cantoni

Um teste rápido pode ser feito para definir o tipo de solo. Isso
será importante para definir a irrigação e a adubação a serem
feitas. O teste é simples e feito tem duas etapas.

12
DETERMINAÇÃO DA TEXTURA:

ETAPA 1 - PLASTICIDADE
1- Pegue um pouco do solo onde será implantada a horta,
coloque na palma das mãos e adicione um pouco de água. Vá
pondo aos poucos para não encharcar.

2- Com uma faca, vá quebrando os torrões e misturando bem,


até ficar com aspecto de massinha de modelar.

3- Molde uma minhoquinha de aproximadamente 4 cm de


comprimento.

4- Num papel, usando uma régua, marque as medidas 6, 4 e 2


milímetros (mm). Tente ir afinando a minhoquinha para ver até
onde ela suporta. Comece com 6 mm, vá para 4 mm até
chegar 2 mm.

5- Levante a minhoquinha e observe se ela suporta o próprio


peso ou se ela quebra ao levantar.

1 2 2

4 5

13
RESULTADO DA ETAPA 1 - PLASTICIDADE
Observando Classificação

Não forma nenhum cilindro Não plástico

Forma uma minhoquinha de


6mm de diâmetro, mas não Ligeiramente
suporta seu peso quando plástico
retirada das mãos.

Forma uma minhoquinha de


4mm, mas não forma a de 2mm.
Plástico

Forma a minhoquinha de 2mm


e ela suporta o próprio peso Muito plástico
quando retirada das mãos.

14
DETERMINAÇÃO DA TEXTURA:

ETAPA 2 - PEGAJOSIDADE
1- Pegue um pouco do solo onde será implantada a horta,
coloque na palma das mãos e adicione um pouco de água. Vá
pondo aos poucos para não encharcar.

2- Com uma faca, vá quebrando os torrões e misturando bem,


até ficar com aspecto de massinha de modelar.

3- Pressione a massa entre os dedos polegar e indicador e


observe a força de aderência.

15
RESULTADO DA ETAPA 2 - PEGAJOSIDADE
Observando Classificação

Não observou nenhuma aderência


do solo com os dedos. Não pegajosa

O solo adere aos dedos, mas Ligeiramente


desprende facilmente. pegajosa
O solo adere aos dedos, quando
afastados tende a alongar-se e Pegajosa
romper-se.

O solo adere aos dedos fortemente


e quando afastados o alongamento Muito pegajosa
é perceptível facilmente.

RESULTADO FINAL DA TEXTURA


Observando Classificação
Não plástico e não pegajoso Arenoso

Muito plástico e muito pegajoso Argiloso a muito


argiloso
Demais situações Textura média

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Se, o resultado da textura der arenoso, significa que as
adubações e a irrigação devem ser feitas em parcelas. E, a
adição de matéria orgânica nesse tipo de solo, é fundamental
para melhorar a capacidade de retenção de água e nutrientes.
Os solos arenosos exigem um cuidado extra também com os
nematoides de solo, que se dão melhor nesse tipo de textura.
Entretanto, por ter boa drenagem a incidência de doenças é
menor.

Se, o resultado de textura der argiloso a muito argiloso,


significa que a adubação deve considerar uma força de
retenção maior dos nutrientes e as doses devem ser
aumentadas para compensar.

Outro fatores devem ser considerados como a maior facilidade


de encharcamento, o que contribui com aumento de doenças,
e o maior risco de compactação. Portando, é imprescindível o
aumento da matéria orgânica para torná-lo mais leve e solto.

17
FONTES DE
NUTRIENTES
FONTES DE NUTRIENTES

Cálcio (Ca) e Magnésio (Mg)


Calcário: a calagem é a aplicação de calcário. O calcário é uma
rocha finamente moída e tem as seguintes funções:

Imagem: Gilmar
Lourençon

Corrigir a acidez do solo.

Fornecer cálcio (Ca) e magnésio (Mg).

Diminuir os efeitos tóxicos das altas concentrações de


alumínio (Al), manganês (Mn) e ferro (Fe) presentes no
solo.

Melhorar o desenvolvimento das raízes. Favorecer a


produtividade.

TIPO DE CALCÁRIO:
Os calcários são classificados por seu poder de neutralização
total (PRNT) e pelo teor de Mg presente.

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Essas informações são importantes para que possa avaliar o
custo-benefício do calcário. Além disso, algumas culturas,
como tomate, são mais exigentes em Mg, então, o uso dos
calcários magnesiano ou dolomítico pode ser interessante.

CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE CALCÁRIO

Teores de Mg
Calcítico Menos que 5% Mg
Magnesiano 5 a 12 % Mg
Dolomítico Mais que 12% Mg

PRNT
Grupo A 45 a 60%
Grupo B 60,1 a 75%
Grupo C 75,1 a 90%
Grupo D Maior que 90%

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QUANDO APLICA CALCÁRIO
O calcário é um material de baixa solubilidade, de reação lenta,
precisa ser aplicado de dois a três meses antes do plantio, para
receber água e dar tempo de reagir. Entretanto, esse tempo
pode diminuir para 15 dias se houver abundância em água,
como irrigação e revolvimento do solo.

Em hortas domésticas e na ausência de análise de fertilidade


de solo para basear os cálculos de necessidade de calagem, a
aplicação pode ser feita anualmente.

QUANTO APLICAR DE CALCÁRIO


A dose mínima recomendada é de 2 toneladas
por hectare, ou seja, 200 gramas por metro
quadrado. Essa dose mínima, pode ser usada
para todos os tipos de cultura e recomendada
quando não há análise de solo. Mas, quando é
feita a análise, a recomendação é mais precisa e
pode garantir melhores resultados. Porém,
pode ter um custo e não ser viável,
principalmente para produção em escala
doméstica.

COMO APLICAR DE CALCÁRIO


Em canteiros, o calcário é aplicado a lanço
na superfície, e depois misturado para
distribuir em profundidade. O ideal é que
seja incorporado nos primeiros 20 cm de
profundidade. Em áreas pequenas é
aplicado com a mão, lançando e
distribuindo de modo mais uniforme
possível.

20
CASCA DE OVO E FARINHA DE CONCHA
Na ausência do calcário pode ser utilizada a casca de ovo e a
farinha de concha. Porém, quanto a capacidade de
neutralização ou correção de pH do solo, a casca de ovo é
menos eficiente em solos ricos em matéria orgânica quando
comparado ao calcário.

Mas em solos pobres em matéria orgânica o efeito é


semelhante ao calcário. Contudo, a casca do ovo é rica em
cálcio (Ca), mas não é fonte de magnésio (Mg), além disso, as
cascas precisam passar por um processo térmico (120°C por
duas horas) para eliminar possíveis patógenos e depois deve
ser triturada o mais fina possível.

A farinha de concha pode ser adquirida pronta ou preparada


em casa (também necessita de tratamento para eliminar
patógenos). E além do cálcio (Ca) e magnésio (Mg), possui
também boro (B), molibdênio (Mo), zinco (Zn), cobre (Cu) e
silício(Si).

FÓSFORO (P)
A maioria dos solos brasileiros é deficientes em fósforo.
Portanto, deve ser feita a adubação para suprir esse nutriente
que é essencial e exigido em maiores quantidades pelas
plantas. A fonte de P que usamos como fertilizante é o fosfato
(P2 O5 ). Existem dois tipos de fosfato, orgânico e inorgânico. O
orgânico é a farinha de osso, o inorgânico é proveniente de
rocha que pode ou não receber algum tratamento.

TIPOS DO FOSFATOS
Farinha de osso
Fosfato de rocha Fontes aceitas pela
Hiperfosfato agricultura orgânica
Termofosfato
21
Os fosfatos de rocha, são chamados de fosfatos naturais,
podendo citar as rochas como apatitas e as fosforitas moídas,
de procedência nacional.

O hiperfosfato, também é um fosfato natural proveniente da


Carolina do Norte-EUA, ou da Tunísia – África.

O termofosfato é um produto proveniente de fosfato de rocha


natural que recebeu um processo térmico para deixar o fosfato
mais solúvel (disponível) para as plantas.

Os fosfatos de rocha natural não são facilmente encontrados


em lojas agrícolas, mas o termofosfato das marcas Yoorin,
Biorin e outras, são mais facilmente encontrados.

Os termofosfatos são ricos em silicatos, o que diminui a


adsoção do fosfato no solo. O fosfato ele faz uma ligação
química forte com as partículas mineiras do solo, chamada de
adsorção. Uma vez adsorvido, o fosfato fica indisponível para a
planta. A planta não consegue absorve, porém quando o
fosfato está na forma silicatada, com o silício, a adsorção é
pequena.

Além disso, os termofosfatos podem ser enriquecidos com


outros nutrientes, principalmente os micronutrientes. O que o
torna ainda melhor, principalmente para quem quer nutrir de
verdade o solo e a planta. E por todos esses benefícios é
considerada uma das melhores fontes de fósforo.

E, por fim, a fonte de fosfato mais utilizada, porém não aceita


no sistema orgânico, os formulados de N-P-K. Esse adubo é
fonte conjunta de nitrogênio (N), fosforo (P) e potássio (K)
granulados. A quantidade de P depende da fórmula, por
exemplo, o 10-10-10, possui 10% de N, 10% de P e 10% de K. Além
dessa, existem outras fórmulas como 4- 14- 8, 4 -30 - 16, 20- 5-
20, entre outros. O adubo formulado pode ser feito com uma
mistura de grânulos ou um mesmo grânulo conter os 3 ou
mais nutrientes, como por exemplo, o osmocote.

22
O osmocote é uma mistura granulada, onde cada grânulo
contém N-P-K, além disso, é de liberação lenta, baixas
solubilidade proporcionando um fornecimento de nutrientes
para as plantas durante um período de até 14 meses.

NITROGÊNIO (N) E POTÁSSIO (K)


Esses são os nutrientes absorvidos em maior quantidade pela
maioria das plantas. Manter a disponibilidade adequada deles
é um grande desafio.

As fontes de N e K podem ser de origem mineral, orgânica ou


organomineral. O cultivo orgânico prioriza as fontes orgânicas
e organominerais, as quais serão descritas a seguir.

ADUBOS ORGÂNICOS E ORGANOMINERAIS


Os fertilizantes orgânicos e organominerais podem ser
comprados ou produzidos na propriedade.

Independentemente da sua origem o importante é saber a


procedência do produto para garantir a qualidade.

ADUBOS ORGÂNICOS
Adubos orgânicos simples são constituídos de uma única
fonte. Esterco animal, torta de filtro (subproduto da indústria),
farinha de osso, vinhaça (subproduto da indústria
sucroalcooleira), torta de mamona (subproduto da indústria),
casca de café, casca de arroz, casca de pinus, cinza de madeira
e palha de milho. Adubos orgânicos composto são produtos
de processo bioquímico, por exemplo, a compostagem e a
adubação verde.

23
Composição química dos principais fertilizantes

Fonte: Trani & Trani


(2011)

24
Se, a relação C/N for menor que 25, a maior parte do N é
liberada no primeiro ano, ou seja, mais nutrientes
disponíveis para as plantas.

Se, a relação C/N for maior que 25, a decomposição será


mais lenta, bem como, o tempo que os nutrientes estarão
disponíveis.

Na tabela anterior, pode ser observado que os materiais de


origem animal, são materiais com relação C/N menor que 25,
portanto, liberam os nutrientes mais rápido que os de origem
vegetal. Ainda na mesma tabela, observa-se que a quantidade
de cada nutriente varia com o tipo de material. Sendo assim,
deve haver um equilíbrio entre materiais, para que não tenha
muito nutriente disponível rapidamente e seja desperdiçado,
nem que tenha muito pouco e a planta não consiga absorver.

Além disso, a quantidade de nutrientes pode ir diminuindo


com o tempo. Ou seja, se um composto ou adubo orgânico
ficar exposto ao ar e umidade ele será consumido, degradado
pelos organismos. E parte, principalmente o nitrogênio, pode
virar um gás e ser perdido para a atmosfera,

A adubação é o ato de adicionar ao solo nutrientes que irão


proporcionar condições suficientes para que a planta expresse
todo seu potencial produtivo. E, o solo é um excelente
reservatório desses nutrientes. Ele recebe, armazena e vai
liberando de acordo com o consumo da planta. Mas ele pode
armazenar e liberar com maior ou menor facilidade,
dependendo do tipo de solo.

25
PLANTIO
ÉPOCA DE PLANTIO
As informações sobre o clima de cada região e as necessidades
de cada cultura fundamentam a tabela a seguir de
recomendação de plantio.

Região Início da
Centro- Colheita
Sul Sudeste Nordeste Norte
Hortaliças Oeste após
plantio
Período Recomendado para Plantio (dias)
Abobrinha Set/Mai Ago/Mai Mar/Out Ano Todo Abr/Ago 45-60
Abóboras Out/Fev Set/Mar Mar/Out Ano Todo Abr/Ago 90-120
Acelga Fev/Jul Fev/Jul NR NR Abr/Jun 60-70
Agrião
(água e terra) Fev/Out Fev/Jul Mar/Set Mar/Jul Abr/Jul 60-70

Alface Ano Todo Ano Todo Ano Todo Ano Todo Ano Todo 50-70

Alho Maio/Jun Mar/Abr Maio Mar/Abr NR 150-180

Alho Poró Mar/Jun Mar/Jun Mai/Jun Abr/Jun NR 90-120

Almeirão Fev/Out Out/Dez Ano Todo Out/Dez Abr/Ago 60-70

Batata Doce Out/Dez Out/Dez Ano Todo Out/Dez Ano todo 120-150
Berinjela Ago/Jan Ago/Mar Ano Todo Ago/Fev Abr/Ago 100-120
Beterraba Ano Todo Ano Todo Abr/Ago Abr/Ago NR 60-70
Brócolis
(Cultivar de Fev/Set Fev/Jul NR Fev/Mai NR 90-100
Inverno)
Cenoura
(Cultivar de Jul/Set Jul/Set Out/Fev Out/Jan Abr/Jul 80-100
Verão)
Cará Jul/Ago Jul/Set Dez/Jan Jul/Ago Jul/Set 150-180
Cebola Jul/Ago Fev/Mai Fev/Abr Fev/Mai Fev/Mai 120-180
Cebolinha Ano Todo Ano Todo Mar/Jul Abr/Ago Abr/Ago 80-100
Cenoura
(Cultivar de Fev/Ago Mar/Jul NR Abr/Jul NR 90-110
Inverno)
Cenoura
(Cultivar de Nov/Jan Out/Mar Out/Mar Out/Mar Out/Mar 85-100
Verão)

Catálogo de hortaliças da Embrapa (2010)

26
Região Início da
Centro- Colheita
Sul Sudeste Nordeste Norte
Hortaliças Oeste após
plantio
Período Recomendado para Plantio (dias)
Chicória Fev/Jul Fev/Jul Fev/Ago Abr/Jun Mar/Ago 60-70
Chuchu Set/Out Set/Out Ano Todo Set/Out Abr/Jul 100-120
Coentro Set/Jan Ago/Fev Ano Todo Ago/Abr Abr/Out 50/60
Couve-de-
Fev/Jul Fev/Jul Abr/Ago Fev/Jul Abr/Jul 80-90
Folha

Couve-Flor
(cultivar de Fev/Jul Fev/Abr Fev/Jul Fev/Jul NR 100-110
inverno)

Couve-Flor
(cultivar de Dez/Jan Out/Fev Nov/Dez Out/Jan NOV/FEV 90-100
verão)
Ervilha de Abr/Mai Abr/Mai NR Abr/Mai NR 60-70
Vagem
Jiló Set/Fev Ago/Mar Mar/Set Abr/Ago Abr/Ago 90-100
Mandioca Out/Dez Out/Dez Mar/Maio Out/Dez Mar/Maio 300-600
Melância Set/Jan Ago/Mar Mar/Set Set/Dez Abr/Ago 85-90
Melão NR Set/Fev Mar/Set Set/Dez Abr/Ago 80-120
Morango Mar/Abr Mar/Abr NR Fev/Mar NR 70-80
Pepino Set/Fev Set/Fev Ano Todo Jul/Nov Abr/Set 45-60
Pimenta Set/Fev Ago/Mar Ano Todo Ago/Dez Jul/Dez 90-120
Pimentão Set/Fev Ago/Mar Ano Todo Ago/Set Abr/Jul 100-120
Quiabo Out/Dez Ago/Mar Ano Todo Ago/Set Ano Todo 70-80
Repolho
(cultivar de Fev/Set Fev/Jul Fev/Jul Fev/Jul NR 90-110
inverno)
Repolho
(cultivar de Nov/Jan Out/Fev Ano Todo Out/Fev Mar/Set 90-110
verão)
Rúcula Mar/Ago Mar/Ago Mar/Jul Mar/Jul NR 40-60
Tomate Set/Fev Ano Todo Ano Todo Ano Todo Mar/Jul 100-120
Catálogo de hortaliças da Embrapa (2010)

27
TABELA DE ESPAÇAMENTO E FORMA DE PLANTIO
ESPAÇAMENTO (m) FORMA DE PLANTIO
Semeadura em
bandeja com
Entre Entre Semeadura no
Hortaliças posterior
Linhas Plantas Local e Plantio transplantio para
local definitivo
Abobrinha Sim Sim
1,0-1,5 0,7-1,0
Italiana
Abobrinha
2,0 2,0 Sim Sim
Brasileira
Abobrinha e Sim Sim
3,0 2,0
Morangas
Sim, com
Acelga 0,4-0,5 0,5 necessidade Sim
de raleio
Agrião
0,2 0,3 Não recomendado Sim
(água e terra)
Aipo (salsão) 0,9 0,4 Não recomendado Sim
Alface 0,25 0,3 Não recomendado Sim
Bulbilhos
(dentes de alho Não
Alho 0,25 0,10 que receberam recomendado
frio)
Alho Poró 0,40 0,20 Não recomendado Sim
Sim, com
0,25 0,25 necessidade Sim
Almeirão
de raleio
Batata doce 0,90 0,30 A batata ou rama Não
Batata doce 1,0 0,80 Não recomendado Sim
Sim, com
Beterraba 0,10 necessidade Sim
0,25
de raleio
Sim, com
Brócolis 0,80 0,50 necessidade Sim
de raleio
Cará (Inhame) 0,80 0,40 O próprio cará
Sim, com
necessidade de
Cebola 0,25 0,10 raleio ou bulbilhos Sim
de 1 a 3 cm de
diâametro

Cebolinha 0,25 0,20 Sim Sim

28
ESPAÇAMENTO (m) FORMA DE PLANTIO
Semeadura em
bandeja com
Entre Entre Semeadura no
Hortaliças posterior
Linhas Plantas Local e Plantio transplantio para
local definitivo
Sim, com
Cenoura 0,25 0,10 necessidade Não
de raleio
Chicória 0,30 0,30 Sim Sim

O chuchu com
Chuchu 5 5 brotação de Não
15-20cm

Coentro 0,20 0,20 Sim Sim


Couve-de- Sim, mas não é a Sim
0,70 0,50
Folha melhor opção
Couve-Flor 0,80 0,50 Não recomendado Sim
Ervilha de Não
1,0 0,5 Sim
Vagem
Jiló 1,2 0,80 Não recomendado Sim
Maniva ou rama,
Mandica 1,0 1,0 Não
pedaço do caule
Melância 3,0 2,0 Sim Sim
Melão 2,0 1,50 Sim Sim

A planta produz
Morango 0,35 0,35 estolões que Sim
formam novas
mudas
Pepino 1,0 0,5 Sim Sim
Sim, mas não é a
Pimenta 1,0 0,5 Sim
melhor opção

Pimentão Sim, mas não é a Sim


1,0 0,5
melhor opção
Quiabo 1,0 0,30 Sim Sim
Sim, mas não é a
Tomate 1,0 0,50 Sim
melhor opção
Repolho 0,25 0,40 Não recomendado Sim
Rúcula 0,20 0,10 Sim Sim
Fonte: Catálogo de hortaliças da Embrapa (2010)

29
RECOMENDAÇÕES AGRONÔMICAS

RECOMENDAÇÃO
DE ADUBAÇÃO
RECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO ORGANO15
A recomendação organo15 foi pensada e desenvolvida para
escala doméstica, não precisa de análise de fertilidade do solo.
E nutre a planta com os 13 nutrientes que são essenciais para
as plantas, mais 2 benéficos, usando adubos orgânicos e
rochas.

O objetivo dessa recomendação é deixar o solo, cada vez mais


fértil e vivo, tornando-se capaz de nutrir a planta de forma
equilibrada, evitando falta e excesso de nutrientes. Assim, o
produtor poderá ter boa produtividade e um alimento de alta
qualidade.

Para entender melhor essa recomendação é necessário


conhecer suas etapas.

1- Calagem, feita uma vez por ano.

2- Fosfatagem, feita uma vez por ano.

3- Gessagem, feita uma vez por ano.

4- Aplicação de adubo orgânico toda


vez que for fazer o plantio, na dose
adequada para a cultura e de acordo
com o tipo de adubo orgânico
utilizado.

5- Pulverização de biofertilizante
quinzenalmente para todos as
hortaliças.

6- Adubação de cobertura, aplicando


mais adubo orgânico para as
hortaliças com ciclo de cultivo de
mais de 70 dias.

30
ADUBAÇÃO MÉDIA PARA HORTALIÇAS EM GERAL
PARA CANTEIROS - ADUBAÇÃO POR M² DE CANTEIRO

1- Calagem: Aplicar 200 g calcário, por m² de canteiro,


revolver, molhar e deixar incubado por 30 dias, ou 15 dias se
molhar e revolver frequentemente. Em solos argilosos, a dose
aumenta em 25%, sendo de 250 g por m² de canteiro.
A calagem deve ser feita somente uma vez por ano.

2- Fosfatagem: Aplicar 150 g de termofosfato por m² de


canteiro e revolver o solo. Caso o solo seja argiloso, aplicar 200
g por m² de canteiro.
A fosfatagem deve ser feita somente uma vez por ano.

3- Adubação orgânica: Aplicar 3 kg de esterco bovino ou


composto orgânico, por m² de canteiro, revolva, misture bem
o solo e molhe. Se utilizar o esterco de galinha ou bokashi, a
dose deve ser de 1 kg. Ou se preferir farelo de mamona, 300g.
Reaplicar a cada novo plantio.

4-Adubação cobertura: Fazer a pulverização das folhas com


biofertilizante quinzenalmente. E em plantas com cliclo de
cultivo maior que 70 dias, aplicar 1 kg de esterco bovino ou
composto orgânico, ou 300 g esterco de galinha ou bokashi,
por m² de canteiro. Ou, se preferir farelo de mamona, 100g.
A adubação de cobertura se inicia com 60 dias depois do
transplante e deve se repetir a cada 30 dias.

5- Gessagem: Aplicar 200 g de gesso agrícola, por m² de


canteiro. Repetir uma vez por ano, preferencialmente, 6
meses depois do calcário.

31
PARA PLANTIO EM LINHA
ADUBAÇÃO POR METRO DE LINHA DE CULTIVO

1- Calagem: Aplicar 100g por metro de linha, em solos


argilosos, a dose aumenta para 125g.
Repetir uma vez por ano.

2- Fosfatagem: Aplicar 100g de termofosfato por metro de


linha. Caso o solo seja argiloso, aplicar 125g.
Repetir uma vez por ano.

3- Adubação orgânica: Aplicar 2kg de esterco bovino curtido


ou composto orgânico, ou 0,5Kg de esterco de galinha curtido
ou bokashi, por metro de linha. Ou ainda, se utilizar farelo de
mamona, a dose é de 200g.
Reaplicar a cada novo plantio.

4- Adubação cobertura: Aplicar 1,0 kg de esterco bovino ou


composto orgânico, ou 300g de esterco de galinha ou
bokashi. Se usar farelo de mamona, a dose é de 100g por
metro de linha.
A adubação de cobertura se inicia com 60 dias após o
transplante das mudas e deve se repetir a cada 30 dias.

Fazer a pulverização das folhas com biofertilizante


quinzenalmente.

5- Gessagem: Aplicar 100 g de gesso agrícola, por metro de


linha de plantio. Repetir uma vez por ano, preferencialmente,
6 meses depois do calcário.

32
ADUBAÇÃO ESPECÍFICA POR GRUPOS DE HORTALIÇAS
ABÓBORAS , MORANGAS, MELÃO E MELANCIA

Plantio - Feito em covas de aproximadamente 40x40x40cm

1- Calagem : Aplicar 200 g de calcário por cova. Em solos


argilosos, a dose aumenta para 250 g.
Repetir uma vez por ano.

2- Fosfatagem: Aplicar 150 g de termofosfato por cova. Caso o


solo seja argiloso, aplicar 200 g por cova.
Repetir uma vez por ano.

3- Adubação orgânica: Aplicar 3kg de esterco bovino ou


composto orgânico, por cova. Revolva, misture bem o solo e
molhe. Se utilizar o esterco de galinha ou bokashi, aplicar
aproximadamente 1kg. Ou ainda, se utilizar farelo de mamona,
a dose é de 300g por cova.
Reaplicar a cada novo plantio

4- Adubação cobertura: A adubação de cobertura se inicia


com 60 dias após germinação e deve se repetir a cada 30 dias.
Aplicar 2 kg de esterco bovino ou composto orgânico, ou 600g
g de esterco de galinha ou bokashi, ou 200g de farelo de
mamona, em cada planta, a cada 30 dias.
Fazer a pulverização das folhas com biofertilizante
quinzenalmente.

5- Gessagem: Aplicar 100 g de gesso agrícola, por cova.


Repetir uma vez por ano, preferencialmente, quando começar
a formar os frutos

33
ALFACE, ALMEIRÃO, CHICÓRIA, ESCAROLA, RÚCULA E AGRIÃO

Plantio - Em canteiro

1- Calagem: Aplicar 200 g por m² de canteiro, em solos


argilosos, a dose aumenta para 250g. Repetir uma vez por
ano.

2- Fosfatagem: Aplicar 150 g de termofosfato por m² de


canteiro. Caso o solo seja argiloso, aplicar 200g.
Repetir uma vez por ano.

3- Adubação orgânica: Aplicar 8 kg de esterco bovino curtido


ou composto orgânico, ou 2,0 Kg de esterco de galinha
curtido ou bokashi, por m² de canteiro. Ou ainda, se utilizar
farelo de mamona, a dose é de 800g por por m² de canteiro.
Reaplicar a cada novo plantio.

4-Adubação cobertura: Fazer a pulverização das folhas com


biofertilizante quinzenalmente.

5- Gessagem: Aplicar 200 g de gesso agrícola, por m² de


canteiro. Repetir uma vez por ano, preferencialmente, 6
meses depois do calcário.

34
ALHO PORÓ E CEBOLINHA

Plantio - Em canteiro

1- Calagem: Aplicar 200 g por m² de canteiro, em solos


argilosos, a dose aumenta para 250g. Repetir uma vez por
ano.

2- Fosfatagem: Aplicar 150 g de termofosfato por m² de


canteiro. Caso o solo seja argiloso, aplicar 200g.
Repetir uma vez por ano.

3- Adubação orgânica :
Aplicar 4 kg de esterco bovino curtido ou composto orgânico,
ou 1,0 Kg de esterco de galinha curtido ou bokashi, ou 400g
de farelo de mamona, por m² de canteiro.
Reaplicar a cada novo plantio.

4- Adubação cobertura:

Aplicar 1,0kg de esterco bovino ou composto orgânico, ou


300g esterco de galinha ou bokashi, por m² de canteiro.
A adubação de cobertura se inicia com 60 dias depois do
transplante e deve se repetir a cada 30 dias.

Fazer a pulverização das folhas com biofertilizante


quinzenalmente.

5- Gessagem: Aplicar200 g de gesso agrícola, por metro


quadrado de canteiro. Repetir uma vez por ano,
preferencialmente, 6 meses depois do calcário.

35
ALHO E CEBOLA

Plantio - Em canteiro

1- Calagem: Aplicar 200 g por m² de canteiro, em solos


argilosos, a dose aumenta para 250g.
Repetir uma vez por ano.

2- Fosfatagem: Aplicar 150 g de termofosfato por m² de


canteiro. Caso o solo seja argiloso, aplicar 200g.
Repetir uma vez por ano.

3- Adubação orgânica: Aplicar 2 kg de esterco bovino curtido


ou composto orgânico, ou 0,5 Kg de esterco de galinha
curtido ou bokashi, por m² de canteiro. Se, utilizar farelo de
mamona, a dose é de 200g por por m² de canteiro.
Reaplicar a cada novo plantio.

4- Adubação cobertura: Fazer a pulverização das folhas com


biofertilizante quinzenalmente.

5- Gessagem: Aplicar 200 g de gesso agrícola, por metro


quadrado de canteiro. Repetir uma vez por ano,
preferencialmente, 6 meses depois do calcário.

36
BERINJELA, JILÓ, PIMENTA, PIMENTÃO, FEIJÃO DE VAGEM,
FEIJÃO DE FAVA, E ERVILHAS

Plantio - Em linha

1- Calagem: Aplicar 100 g por metro de linha, em solos


argilosos, a dose aumenta para 125g.
Repetir uma vez por ano.

2- Fosfatagem: Aplicar 100 g de termofosfato por metro de


linha. Caso o solo seja argiloso, aplicar 125g.
Repetir uma vez por ano.

3- Adubação orgânica: Aplicar 2 kg de esterco bovino curtido


ou composto orgânico, ou 0,5 Kg de esterco de galinha
curtido ou bokashi, por metro de linha. Ou ainda, se utilizar
farelo de mamona, a dose é de 200g.
Reaplicar a cada novo plantio.

4- Adubação cobertura: Aplicar 1,0kg de esterco bovino ou


composto orgânico, ou 300g de esterco de galinha ou
bokashi. Se usar farelo de mamona, a dose é de 100g por
metro de linha.
A adubação de cobertura se inicia com 60 dias após o
transplante das mudas e deve se repetir a cada 30 dias.

Fazer a pulverização das folhas com biofertilizante


quinzenalmente.

5- Gessagem: Aplicar 100 g de gesso agrícola, por metro de


linha de plantio. Repetir uma vez por ano, preferencialmente,
6 meses depois do calcário.

37
BETERRABA, CENOURA, NABO, RABANETE, SALSA E COENTRO

Plantio - Em canteiro.

1- Calagem: Aplicar 200 g por m² de canteiro, em solos


argilosos, a dose aumenta para 250g.
Repetir uma vez por ano.

2- Fosfatagem: Aplicar 150 g de termofosfato por m² de


canteiro. Caso o solo seja argiloso, aplicar 200g.
Repetir uma vez por ano.

3- Adubação orgânico: Aplicar 4,0 kg de esterco bovino curtido


ou composto orgânico, ou 1,0 Kg de esterco de galinha curtido,
ou bokashi e por m² de canteiro. Ou ainda, se utilizar farelo de
mamona, a dose é de 400g.
Reaplicar a cada novo plantio.

4- Adubação cobertura: Fazer a pulverização das folhas com


biofertilizante quinzenalmente.

5- Gessagem: Aplicar 200 g de gesso agrícola, por m² de


canteiro. Repetir uma vez por ano, preferencialmente, 6
meses depois do calcário.

38
BRÓCOLIS, COUVE-FLOR, REPOLHO E COUVE DE FOLHA,
ABOBRINHA ITALIANA, QUIABO, MENTA, HORTELÃ

Plantio - Em linha

1- Calagem: Aplicar 100 g por metro de linha, em solos


argilosos, a dose aumenta para 125g.
Repetir uma vez por ano.

2- Fosfatagem: Aplicar 100 g de termofosfato por metro de


linha. Caso o solo seja argiloso, aplicar 125g.
Repetir uma vez por ano.

3- Adubação orgânica: Aplicar 4,0 kg de esterco bovino


curtido ou composto orgânico, ou 1,5 Kg de esterco de galinha
curtido ou bokashi por metro de linha de cultivo. Ou ainda, se
utilizar farelo de mamona, a dose é de 400g.
Reaplicar a cada novo plantio.

4 -Adubação cobertura: Aplicar 1,0 kg de esterco bovino ou


composto orgânico, ou 300g de esterco de galinha ou bokashi.
Se usar farelo de mamona, a dose é de 100g por metro de linha.
A adubação de cobertura se inicia com 60 dias após o
transplante das mudas, ou germinação de sementes e deve se
repetir a cada 30 dias.

Fazer a pulverização das folhas com biofertilizante


quinzenalmente.

5- Gessagem: Aplicar 100 g de gesso agrícola, por metro de


linha de plantio. Repetir uma vez por ano, preferencialmente,
6 meses depois do calcário.

39
CHUCHU

Plantio - Em cova 50x50x40cm

1 - Calagem: Aplicar 100 g de calcário por cova. Em solos


argilosos, a dose aumenta para 125 g.
Repetir uma vez por ano.

2- Fosfatagem: Aplicar 1 Kg, de termofosfato por cova. Essa


dose é aplicada uma única vez, no plantio.

3- Adubação orgânica: Aplicar 20 litros de esterco bovino


curtido ou composto orgânico, ou 5 litros de esterco de
galinha curtido, ou bokashi, ou ainda, se preferir o farelo de
mamona, a dose é de, 2 litros por cova.
Observe, a unidade, são litros e não quilos.
Essa dose é aplicada uma única vez, no plantio.

4- Adubação cobertura: Fazer a pulverização das folhas com


biofertilizante quinzenalmente.

Anualmente, reaplicar o calcário na mesma dose do plantio,


reaplicar 300g de termofosfato por planta e reaplicar o adubo
orgânico na mesma dose do plantio, porém, dividido em 4
parcelas, 5L de esterco bovino, por mês. Nos meses de chuvas.
Se utilizar outro tipo de adubo, calcular a dose
correspondente como no plantio.

5- Gessagem: Aplicar 100 g de gesso agrícola, por planta.


Repetir uma vez por ano, preferencialmente, 6 meses depois
do calcário.

40
MANDIOCA

Plantio - Feito em linhas.

1- Calagem: Aplicar 100 g por metro de linha, em solos


argilosos, a dose aumenta para 125g.
Repetir uma vez por ano.

2- Fosfatagem: Aplicar 100 g de termofosfato por metro de


linha. Caso o solo seja argiloso, aplicar 125g.
Repetir uma vez por ano.

3- Adubação orgânica: Aplicar 3,0 kg de esterco bovino curtido


ou composto orgânico, ou 1,0 Kg de esterco de galinha
curtido, ou bokashi por metro de linha de cultivo. Ou ainda, se
utilizar farelo de mamona, a dose é de 300g.
Reaplicar a cada novo plantio.

4- Adubação cobertura: Aplicar 1 kg de esterco bovino ou


composto orgânico, ou 300 g esterco de galinha ou bokashi,
ou ainda, se utilizar farelo de mamona, a dose é de 100g por
metro de linha de cultivo. A adubação de cobertura se inicia
60 dias depois da emergência do broto e deve se repetir a
cada 30 dias.

Fazer a pulverização das folhas com biofertilizante


quinzenalmente.

5- Gessagem: Aplicar 100 g de gesso agrícola, por metro de


linha de cultivo. Repetir uma vez por ano, preferencialmente,
6 meses depois do calcário.

41
MORANGO

Plantio - Em canteiro.

1- Calagem: Aplicar 200 g por m² de canteiro, em solos


argilosos, a dose aumenta para 250g.
Repetir uma vez por ano.

2- Fosfatagem: Aplicar 150 g de termofosfato por m² de


canteiro. Caso o solo seja argiloso, aplicar 200g.
Repetir uma vez por ano.

3- Adubação orgânico: Aplicar 2,0 kg de esterco bovino curtido


ou composto orgânico, ou 600g de esterco de galinha curtido,
ou bokashi e por m² de canteiro. Ou ainda, se utilizar farelo de
mamona, a dose é de 200g.
Reaplicar a cada novo plantio.

4- Adubação cobertura: Aplicar 1Kg de esterco bovino curtido


ou composto orgânico, ou 300g de esterco de galinha ou
bokashi, ou ainda, 100g de farelo de mamona, por m² de
canteiro. A adubação de cobertura se inicia 60 dias depois
depois do plantio da muda e deve se repetir a cada 30 dias.

Fazer a pulverização das folhas com biofertilizante


quinzenalmente.

5- Gessagem: Aplicar 200 g de gesso agrícola, por m² de


canteiro. Repetir uma vez por ano, preferencialmente, 6
meses depois do calcário.

42
TOMATE E PEPINO

Plantio - Em linha

1- Calagem: Aplicar 100 g por metro de linha, em solos


argilosos, a dose aumenta para 125g.
Repetir uma vez por ano.

2- Fosfatagem: Aplicar 100 g de termofosfato por metro de


linha. Caso o solo seja argiloso, aplicar 125g.
Repetir uma vez por ano.

3- Adubação orgânica: Aplicar 4,0 kg de esterco bovino


curtido ou composto orgânico, ou 1,5 Kg de esterco de galinha
curtido, ou bokashi por metro de linha de cultivo. Ou ainda, se
utilizar farelo de mamona, a dose é de 400g.
Reaplicar a cada novo plantio.

4- Adubação cobertura: Aplicar 2 kg de esterco bovino ou


composto orgânico, ou 600 g esterco de galinha ou bokashi,
ou ainda, se utilizar farelo de mamona, a dose é de 200g por
metro de linha de cultivo. A adubação de cobertura se inicia
60 dias depois da emergência do broto e deve se repetir a
cada 30 dias.

Fazer a pulverização das folhas com biofertilizante


quinzenalmente.

5- Gessagem: Aplicar 100 g de gesso agrícola, por metro de


linha de cultivo. Quando começar a formação dos frutos.

42
ADUBAÇÃO FOLIAR -
PULVERIZAÇÃO COM BIOFERTILIZANTE
A adubação foliar com biofertilizante ou caldas ajudam a
completar a nutrição vegetal fornecendo principalmente
micronutrientes que não foram oferecidos na adubação de
plantio. Além disso, protege e previne as plantas de ataques de
pragas e doenças.

1 - Início da pulverização - Iniciar 15-20


dias após o transplante das mudas ou
germinação das sementes.

2 - Frequência de pulverização - a cada 15


dias.

3 - Produtos sugeridos - Supermagro,


calda Viçosa, Soil Set e chorume. O
melhor é sempre o mais completo, com
maior quantidade de nutrientes.

4 - Dose - Supermagro, 5 ml por litro de


água; Calda Viçosa, 1 grama por litro de
água; Soil set, 1 mL por litro de água e
chorume, 50 mL por litro de água.

44
5- Modo de Aplicação - Preparar a calda no dia
da aplicação.

Aplicar com um pulverizador nas horas mais


frias do dia, como no fim da tarde. Produtos em
pó devem ser previamente diluídos antes de
serem colocados no pulverizador para garantir a
solubilização total. Aplicar nas folhas e caule até
começas a escorrer.

IMPORTANTE!
O termofosfato é um tipo de fosfato aceito pela agricultura
orgânica. Os principais produtos comerciais são Yoorin e Biorin,
entretanto, o Yoorin master é o produto recomendado nessa
adubação, pois além de fosfato, possui alguns micronutrientes
em sua composição.

A não utilização deste ou substituto com a mesma com


posição irá alterar a recomendação. Contudo, é sabido que
nem sempre é possível comprar o recomendado, sendo assim,
outros outras fontes poderão ser usadas, como farinha de osso
e superfosfato simples. As doses continuam as mesmas, porém
irá alterar a recomendação passada, além disso, o superfosfato
simples não é aceito pela agricultura orgânica.

Da mesma forma o calcário pode ser substituido por farinha de


concha, farinha de casca de ovo, ou cinza de madeira, as doses
continuam as mesmas.

E por fim, uma fonte alternativa de adubo orgânico, a torta ou


farinha de mamona. Esta pode ser comprada, porém a dose é
10X menos que a dose do esterco bovino. E o húmus de
minhoca é um composto orgânico, então a dose é a mesma do
composto.

45
RECOMENDAÇÃO PARA
VASOS
TAMANHO DE VASO
O volume de solo explorado pelas raízes varia com o tipo de
hortaliça. Quanto maior o porte, maior o tamanho de raízes e
volume de solo explorado. Quando plantamos direto no solo, as
raízes não tem limites, podem explorar a área que
conseguirem, tendo acesso a um reservatório de água e
nutrientes maior. Mas quando limitamos o local de
crescimento como vasos e floreiras, ocorre o impedimento
físico, uma barreira, as raízes ficam confinadas num
determinado reservatório.

Essa limitação torna o ambiente extremamente sensível, é


mais difícil adubar um vaso corretamente que uma lavoura.

E por isso, a adubação não é apenas uma conversão de


unidades, uma transformação da quantidade de adubo usada
em 1m² de canteiro para o volume do vaso.

Portanto, comece escolhendo o tamanho do recipiente mais


adequado para a hortaliça que irá plantar.

VASOS OU RECIPIENTES DE 3 A 4 LITROS


1 UNIDADE DE: ALFACE, ALMEIRÃO, CHICÓRIA, ESCAROLA,
RÚCULA OU AGRIÃO

e rco
1 MUDA MORANGO 6 UNIDADES: t
RABANETE
Es N
de re
em
p ob
1 UNIDADE DE: ALHO PORÓ OU CEBOLINHAria l
ate
m
1 UNIDADE DE : SALSA OU COENTRO 6 UNIDADES: CENOURA
erco
t
e Es em
N
d br
e
1 MUDA: HORTELÃ OU MENTA 3 MUDAS: BETERRABA
po l
ria
ate
m
1 UNIDADE DE: TOMILHO OU ORÉGANO

46
TAMANHO DE VASO

VASOS OU RECIPIENTES DE 12 LITROS


1 UNIDADE DE: TOMATE OU PEPINO

1 UNIDADE: BRÓCOLIS, COUVE-FLOR, REPOLHO E COUVE DE


FOLHA, ABOBRINHA ITALIANA OU QUIABO

1 UNIDADE DE: BERINJELA, JILÓ, PIMENTA OU PIMENTÃO

1 UNIDADE : FEIJÃO DE VAGEM, FEIJÃO DE FAVA OU ERVILHA

1 UNIDADE DE: ALECRIM OU MANJERICÃO

VASOS OU RECIPIENTES DE 40 LITROS

1 UNIDADE DE: MANDIOCA

erco
Est
1 UNIDADE: BATATA-DOCE OU BATATA
de INGLESAre
ob p
rial
ate
m N
1 UNIDADE: ABÓBORAS OU ABOBRINHAS
em
rc o
te
e Es e
br
1 UNIDADE DE: CHUCHU d lp
o
ria
ate
m N
em

47
SUBSTRATO
Substrato é o material que irá preencher o volume do vaso, ou
recipiente que for utilizar.

Esse substrato pode ser mineral, orgânico ou uma mistura. A


função do substrato é cobrir as raízes e dar boas condições
dela se desenvolver.

Existem vários tipos de substratos, o solo, pode ser usado como


substrato, mas existem outros que você pode comprar. Aqui,
iremos recomendar alguns, mas é importante que saiba alguns
conceitos para escolher melhor seu produto na hora da
compra.

Na definição, segundo a normativa, substratos para plantas são


classificados quanto à origem e tipo de matérias primas
utilizadas na sua fabricação em:

I - Classe "A": produto que utiliza, em sua produção, matéria-


prima de origem vegetal, animal ou de processamentos da
agroindústria isentos de despejos sanitários, onde não sejam
utilizados no processo metais pesados tóxicos, elementos ou
compostos potencialmente tóxicos, resultando em produto de
utilização segura na agricultura;

Classe "B": produto que utiliza, em sua produção, matéria-


prima oriunda de processamento da atividade industrial ou
erco
E st
da agroindústria isentos de despejos sanitários, onde metais
e
pesados tóxicos, elementos ou compostos dpotencialmente br
e
o
lp
tóxicos são utilizados no processo, resultando emriaproduto de
te
utilização segura na agricultura; a
m N
em o
III - Classe "C": produto que utiliza, em sua produção,
ercqualquer
t
quantidade de matéria-prima oriunda de elixo Es domiciliar
d
isentos de despejos sanitários ou materiais potencialmente
tóxicos, resultando em produto de utilização segura na
agricultura;

48
CONDICIONADORES DE SOLO
A classificação segue F, então, na hora de comprar, procure a
indicação da classe na embalagem e dê preferência a
substratos de CLASSE A.

Outro ponto que pode gerar dúvida na escolhe é a classificação


do produto como condicionador de solo. Entenda, um
condicionador de solo é sempre um substrato, mas um
substrato, nem sempre é um condicionador de solo.

Quando o produto é vendido como condicionador, significa


que além dele ser um substrato para plantas, ele promove
melhorias ao solo, seja melhoria biológica, química ou física.

A seguir a definição de condicionador de solo extraído da


normativa: V - condicionador do solo: produto que promove a
melhoria das propriedades físicas, físicoquímicas ou atividade
biológica do solo, podendo recuperar solos degradados ou
desequilibrados nutricionalmente;

Ele também recebe classificação de A a F, procure sempre pelo


classe A.

Sendo assim, a termo substrato será utilizado para indicar o


material que irá preencher o volume de vasos e recientes.

erco
Est
de ob
re
p
rial
ate
m N
em o
erc
t
e Es
d

49
RECOMENDAÇÃO DE SUSBTRATO
Solo + Areia

O solo ou a terra pode servir de substrato, mas alguns cuidados


são essenciais para melhorar a qualidade.

1° - Quando for retirar o solo, elimine a primeira camada, de


0-30cm, pois nela, estão sementes de plantas daninhas, pragas
e doenças, que podem estar no solo. As camadas mais
profundas, tem melhor sanidade.

2° - Para melhorar a estrutura física e drenagem, misture areia


média ao solo, na proporção 4:1, quatro parte de solo para 1 de
areia média. Mas se o solo que for utilizar for arenoso, não
precisa adicionar areia.

Substrato para mudas

Em geral, é feito usando vários materiais, como vermiculita,


fibra de coco, casaca de pinus. Importante, na embalagem
vem escrito que é para mudas.

Esse substrato tem a vantagem de ser muito leve, de fácil


enraizamento e a drenagem do vaso fica boa.

Condicionadores de solo + Areia


e rco
E st
de
Os condicionadores de solo, são bons substratos. br
e
Observe
o na
ia lp
r
embalagem a classificação. Procure por condicionador de solo
ate
CLASSE A. Entretanto, nem sempre a drenagem m N do vaso fica
boa usando somente condicionador, dependendo em dooque ela é
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e Es garantir
feito, pode empedrar quando seco. Portanto, para
re
boa
drenagem, adicione, 1/4 de areia média na d mistura, b quatro
l po
parte de condicionador para 1 de areia média teria
a
m N
em

50
FERTILIZANTE ORGÂNICO
Os substratos para plantas e os condicionadores de solos não
são fertilizantes, ou seja, podem até ter nutrientes, mas não
tem teores mínimos garantidos para serem classificados como
fertilizantes orgânicos, ou adubo orgânico.

Segunda a normativa, fertilizantes Orgânicos pode ser: simples,


mistos, compostos e organominerais e são classificados de
acordo com as matérias-primas utilizadas na sua produção em:

I - Classe “A”: produto que utiliza, em sua produção, matéria-


prima gerada nas atividades extrativas, agropecuárias,
industriais, agroindustriais e comerciais, incluindo aquelas de
origem mineral, vegetal, animal, lodos industriais e
agroindustriais de sistema de tratamento de águas residuárias
com uso autorizado pelo Órgão Ambiental, resíduos de frutas,
legumes, verduras e restos de alimentos gerados em pré e pós-
consumo, segregados na fonte geradora e recolhidos por
coleta diferenciada, todos isentos de despejos ou
contaminantes sanitários, resultando em produto de utilização
segura na agricultura;

Dos Teores Mínimos de Nutrientes e Outras Garantias e


Exigências para os fertilizantes orgânicos simples, mistos e
compostos para aplicação no solo deve ser dado atendimento
ao seguinte:

51
RECOMENDAÇÃO DE FERTILIZANTE
ORGÂNICO
A grande diversidade de produtos oferecidos em lojas de
jardinagem, gera dúvidas na hora de escolher. E muitas vezes,
os atendente não sabem as diferenças e não conseguem
instruir adequadamente.

Então, agora você sabe que precisa de um substrato ou


condicionador de solo para montar a base dos seus vasos. E
que eles não são fonte de nutrientes. Portanto, precisa de um
adubo, ou fertilizante orgãnico.

Dentro da recomendação Organo15 para vasos, vou passar


algumas opções:

Esterco bovino curtido, composto orgânico, esterco de galinha


curtido, bokashi e farelo de mamona.

MINERAIS ESSENCIAIS
Além do substrato e do adubo orgânico, também será
necessário o fosfato, o calcário e um biofertilizante, para
completar os 15 nutrientes essenciais e benéficos.

O calcário é possível comprar em porções de 1Kg pela internet,


bem como o termofosfato, existe Yoorin master em
embalagens de 1Kg.

O biofertilizante mais recomendado é o supermagro, mas na


sua ausência, pode usar, calda viçosa, soil set, chorume, que
estão no escopo dessa recomendação. E se for usar outra fonte,
dê preferência as formulações que tem maior quantidade de
nutrientes essenciais.

52
MOTAGEM DO VASO

1
Caso tenha escolhido usar algum substrato que
necessite misturar com areia, prepare a mistura. A
proporção é de 4 parte do solo ou condicionador para 1
parte de areia.

Escolha um local onde possa fazer a mistura de todo o

2 material, como se você fosse fazer um concreto na


construção. Pode ser uma bacia, um carrinho de mão,
direto no cimento. Algum lugar que caiba o substrato e o
adubo orgânico necessários para montar os vasos. você
vai precisar de um recipiente para medir os volume. Pois
as doses de adubo orgânico dependem do volume de
substrato.

3
Junte o substrato, o adubo orgânico, o calcário e o
termofosfato, nas proporções recomendadas abaixo, de
acordo com o tipo de adubo orgânico.

Usando esterco bovino curtido ou composto orgânico

Proporção - 1 substrato : 1 esterco bovino ou composto orgânico

1 litros de substrato
1 litro de esterco bovino ou composto orgânico
4 gramas de calcário dolomítico
20 gramas de termofosfato

53
MOTAGEM DO VASO
Usando esterco galinha ou bokashi

Proporção - 3 substrato : 1 esterco galinha ou bokashi

3 litros de substrato
1 litro de esterco galinha curtido ou bokashi
8 gramas de calcário dolomítico
40 gramas de termofosfato

Usando farelo de mamona

Proporção- 9 substrato : 1 farelo de mamona

9 litros de substrato
1 litro de farelo de mamona
20 gramas de calcário dolomítico
100 gramas de termofosfato

54
MOTAGEM DO VASO

Proporções de calcário e termofosfato

Observe as proporções, caso vá preparar maiores quantidades


de substrato, utilize recipientes com volume maior e calcule
proporcionalmente para o adubo orgânico que for utilizar. As
doses de calcário e termofosfato a seguir são calculados em
cima do volume total, da mistura: substrato + adubo orgânico.

2 gramas de calcário dolomítico para cada litro de mistura.

10 gramas de termofosfato para cada litro de mistura.

4
O fundo do vaso ou recipiente deve ser furando para
drenar o excesso de água. Além disso, forre o fundo com
manta geotêxtil ou bidin, para não perder solo pelos
furos.

5
Coloque a mistura no vaso e está pronto para receber a
muda ou a semente. Observe a recomendação de
volume de vaso para cada tipo de hortaliça.

55
APROVEITANDO O QUE JÁ TEM

Caso tenha vasos com terra, use essa terra contida neles como
substrato. Se precisar, faça os ajustes de textura, usando areia.
Feito isso, adicione adubo orgânico, calcário e termofosfato.

Se, os vasos estiverem com alguma praga ou doença de solo, jogue


fora e compre um novo susbstrato.

56
PREPARANDO O PRÓPRIO
ADUBO ORGÂNICO
LEIRA TRAPÉZIO MONTE
A montagem, é a parte mais importante. Ela é feita
intercalando material pobre em nitrogênio (N) com material
rico em N. A proporção correta, ou balanceamento, desses
materiais é fundamental para o desenvolvimento dos
microrganismos.

TIPO DE MATERIAL EXEMPLO


Esterco de animal
Rico em N Resto de alimento cru
Geralmente material Poda de grama
de cor verde Brotos
Resto da horta

Pobre em N Palha
Geralmente material Folhas secas
de cor marrom Galhos

Inicia-se com uma camada de material pobre em N, seguida


de uma camada com material rico em N, irriga com água.
Segue com mais uma camada de material pobre em N,
seguida de uma camada de material rico em N e irriga com
água, assim sucessivamente.

57
A altura máxima, deve ser de 1,20 m. E a última camada deve
ser de palha para proteger e manter a umidade por mais
tempo.

RECEITAS DE BALANCEAMENTO
A seguir, recomendações de balanceamento entre materiais
para formar as camadas do composto. A escolha depende dos
materiais disponíveis no local e do custo. Cada camada deve
ter 30 cm de altura e conter os materiais pobre e rico em N
balanceados, ou seja, na medida certa.

COMPOSTO DE ESTERCO
A proporção quando utilizado somente esterco como material
rico em N é de: 70% de material pobre em N e 30% de esterco.
Ou seja, na montagem das camadas colocar, 20 cm de material
pobre em N e 10 cm de esterco, molhando entre as camadas,
até uma altura máxima de 1,20 m.

Ca
Camada de 30 cm m
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Ca 10 erco
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58
COMPOSTO DE ESTERCO + RESTOS DE ALIMENTO
A proporção quando utilizado esterco e restos de alimento
como material rico em N é de: 70% de material pobre em N,
20% de esterco e 10% de restos de alimento.

Ou seja, na montagem das camadas colocar, 20 cm de material


pobre em N e 7 cm de esterco e 3 cm de restos de alimento,
molhando entre as camadas, até uma altura máxima de 1,20 m.

Ca
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Camada de 30 cm m cm sd
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Obs: restos de alimentos compreendem as cascas de frutas,


folhas cruas, cascas de ovos, filtro de café coado, todos os
restos crus, sem adição de temperos, sal e óleo.

59
COMPOSTO DE RESTO DE ALIMENTO
A proporção quando utilizado somente restos de alimento
como material rico em N é de: 70% de material pobre em N e
30% de resto de alimento

Ou seja, na montagem das camadas colocar, 20 cm de material


pobre em N e 10 cm de resto de alimento, molhando entre as
camadas, até uma altura máxima de 1,20 m.

Ca
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60
COMPOSTO DE PODA DE GRAMA + RESTO DE ALIMENTO
A proporção quando utilizado poda de grama e resto de
alimento como material rico em N é de: 70% de material pobre
em N, 20% de poda de grama e 10% resto de alimento

Ou seja, na montagem das camadas colocar, 20 cm de material


pobre em N, 7 cm de poda de grama e 3 cm de restos de
alimento, molhando entre as camadas, até uma altura máxima
de 1,20 m.

Ca s
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m e ria
de ma t

Essa mistura de grama com restos de alimento aquece


rapidamente, então, deve ser revirado no quarto, sétimo e
décimo dia após a montagem. E, os demais revolvimentos,
deverão ser feitos caso o monitoramento com a barra de aço
aponte a necessidade.

61
COMPOSTO USANDO SOMENTE A PODA DE GRAMA
A poda de grama é rica em N. Caso tenha somente esse material
disponível, monte a composteira molhando entre as camadas
30cm.

Essa mistura de material é a que mais aquece, então, deve ser


misturado em seguida e revirado no quarto, sétimo e décimo dia
após a montagem. E, os demais revolvimentos, deverão ser feitos
caso o monitoramento com a barra de aço aponte a necessidade.

A manutenção da umidade desse material exige mais cuidados .


O aparecimento de um mofo branco indica que o composto está
seco.

Camada de 30 cm
CC
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62
ADITIVOS E ACELERADORES
FOSFATO
O fosfato, pode ser adicionado ao composto, na quantidade de
3L para cada m³ de composteira.

CINZA DE MADEIRA
As cinzas provenientes da queima da madeira é uma
excelente fonte de potássio (K), e pode ser adicionado até 10L
por m³.

CARVÃO
O carvão moído melhora as condições físicas do solo, não é
fonte de nutrientes, somente facilitará a proliferação de
microganismos benéficos no solo.

SORO DE LEITE, OU LEITE


O leite possui lactobacilos que favorecem a fermentação e
proliferação de microganismos benéficos. Pode ser diluído em
água e aplicado para molhar a composteira. Pode usar leite
azedo.

MICROGANISMOS ACELERADORES OU
MICRORGANISMOS EFICIÊNTES (EM)
Alguns microsganismos aceleram o processo de
compostagem, existem produtos comerciais, como o Embiotic,
da empresa Korin; o Bio Compost, da empresa Braspec
biotecnologia, entre outros. Mas é possível fazer a captura e
propagação de microrganismos nativos e produzir seu próprio
acelerador.

63
CONDUÇÃO DA COMPOSTAGEM
Depois da montagem, a composteira deve ter oxigênio e
temperatura em níveis adequados para o crescimento dos
microrganismos que farão a decomposição dos resíduos. Para
isso a temperatura e a umidade devem ser monitoradas.

MONITORAMENTO DA TEMPERATURA
Um pedaço, de aproximadamente 1,20m, de vergalhão de aço
10 mm, deve ser introduzido no centro da composteira e
deixado para consulta de temperatura periódica. A inspeção
segue da seguinte forma:

Se, o ferro estiver frio ou morno depois de 3 dias da


montagem significa que o processo de decomposição não
está ocorrendo, portanto, a composteira precisa ser
revirada, ou o balanceamento está errado.

Se, o ferro estiver quente, mas a temperatura for suportável


para as mãos, significa que a temperatura está entre 40 -
60°C, o processo está acontecendo corretamente. A
composteira deve apresentar essa temperatura no segundo
ou terceiro dias após a montagem.

Se, o ferro estiver quente e a temperatura for insuportável


para as mãos, significa que a temperatura está entre 60 -
70°C. Isso deve acontecer de 15-20 dias depois da
montagem. A temperatura mais elevada é necessária para
eliminar os patógenos. Contudo, se permanecer por muito
tempo acaba matando alguns microrganismos
importantes, então deve ser feito o revolvimento para
baixar a temperatura.

64
MONITORAMENTO DA UMIDADE
O excesso de umidade retira oxigênio do interior da
composteira, portanto deve ser mantida úmida, mas sem
excesso. Um teste rápido pode ser feito para avaliar a umidade.
Em uma amostra retirada do interior da composteira, colocar
nas mãos e apertar contra os dedos:

Se, ao apertar, escorrer água entre os dedos, é sinal de


excesso. Assim, a pilha deve ser revirada e abrigada das
chuvas.

Se, ao apertar, a água verter em pequena quantidade


entre os dedos, a umidade está boa.

Se, ao apertar com força, não verter nenhuma água,


significa que a composteira está seca e precisa molhar.

O ideal é fazer a composteira em local coberto para facilitar o


controle da água, mas nem sempre isto é possível. Para
facilitar o escoamento da água, escolher um terreno com um
pouco de declividade. Ou ainda, optar pelo formato de monte
em épocas de pouca chuva os formatos em leira ou
trapezoidal para épocas mais secas.

REVOLVIMENTO E FIM DE PROCESSO


Durante todo o processo a composteira deve ser revirada de 3
a 5 vezes. O composto leva aproximadamente 90 dias para
terminar o processo e o aspecto final é o de terra e quando
úmido, tem aspecto de graxa.

65
COMPOSTEIRA PARA ÁREAS MENORES
As composteiras para áreas menores são chamadas de
composteiras domésticas.

O processo de compostagem é o mesmo descrito


anteriormente, porém, em menor escala e feito dentro de
baldes ou caixas plásticas. A composteira doméstica pode ser
montada usando 3 baldes ou caixas plásticas empilhadas.

Na primeira e segunda caixa são colocados os restos de


comida e algum material pobre em nitrogênio para balancear,
como folhas secas ou serragem. E na terceira, fica o chorume
que escoa da decomposição.

O chorume e o composto final, são usados como adubo. O


modelo de composteira descrito a seguir, foi desenvolvido pela
Embrapa, é fácil de contruir e de baixo custo.

figura:EMBRAPA
66
BOKASHI
O bokashi é um tipo de composto feito com resíduo vegetal ou
animal e ativado por microrganismos eficientes (EM). Existem
diferentes receitas de bokashi, pode ser feito com diferentes
materiais. A receita a seguir utiliza uma mistura de materiais
secos, melaço ou açúcar mascavo e microrganismos eficientes
(EM).

Os materiais secos podem ser equilibradas da seguinte forma:

50 - 60% de farelo de cerais, pode ser, farelo de trigo, farelo


de arroz e etc.
35 - 40% de tortas de oleaginosas, pode ser, torta de
mamona, torta de soja, torta de dendê e etc.
2% de minerais, pode ser, calcário e fosfato.

Materiais para fazer 10 Kg de bokashi


5 kg de farelo de cerais.
4 kg de tortas de oleaginosas.
100 g de fosfato.
100 g de calcário.
30 mL de melaço de cana ou 30g de açúcar mascavo 5 g
de microganismos eficientes (EM), se for da marca
Compost aid, ou 30 mL de microganismos eficientes (EM)
que já devem estar ativados, pode ser o Embiotic, ou Kefir.
Água sem cloro para molhar a mistura.

67
MODO DE PREPARO
Os materiais devem ser pesados misturados em um local de
piso liso, ou num recipiente, como por exemplo, uma masseira
de pedreiro e deve ser protegido da chuva. A pilha não deve ter
mais de 30 cm de altura. Diluir em 1L de água o melaço e o EM.

Molhar a mistura com essa solução, misturando ainda mais,


misturar bem é fundamental.

Acertar a umidade em aproximadamente 50%, ou seja, ao


pegar um pouco do bokashi na mão e apertar contra os dedos,
formará um torrão que se desmancha com facilidade e não
escorre água entre os dedos.

Depois de misturada e com a umidade correta, deve ser


coberta com um papel, ou algo que ajude a manter a umidade,
mas não impeça a entrada de ar.

A temperatura não deve ultrapassar 50°C. A pilha deve ser


revirada diariamente a partir do segundo dia até o sétimo dia,
que é quando o bokashi estará pronto.

68
SUPERMAGRO - BIOFERTILIZANTE
O supermagro é um biofertilizante usado como adubo foliar. É
um fermentado rico em macro e micronutrientes. Esse
biofertilizante é muito usado no sistema orgânico e pode ser
feito na propriedade.

MATERIAIS PARA FAZER 10 L SUPERMAGRO


Vasilhame de 15L ou mais que seja escuro e não entre
luz
100 g de sulfato de zinco
100 g de cloreto de cálcio
100 g de sulfato de magnésio
15 g de sulfato de manganês
2,5 g de sulfato de cobalto
5g de molibdato de sódio
50 g de ácido bórico ou 75 g de boráx
75 g de cal hidratada
400 mL de melaço ou 200g de açúcar mascavo
350 mL de leite ou soro de leite
10 g de farinha de osso
2,5 kg de esterco fresco
completar o volume com água sem cloro

69
MODO DE PREPARO
Passo 1 - 1° dia
No primeiro dia, colocar no vasilhame:
2,5 kg de esterco fresco
50 mL de leite ou soro
50 mL de melaço ou 25 g de açúcar mascavo

Passo 2 - 4° dia
No quarto dia, colocar no vasilhame:
100 g de sulfato de zinco diluído em água
50 mL de leite ou soro
50 mL de melaço ou 25 g de açúcar mascavo

Passo 3 - 9º dia
No nono dia, colocar no vasilhame:
100 g de cloreto de cálcio diluído em água
50 mL de melaço ou 25 g de açúcar mascavo
10 g de farinha de osso
Obs: nessa etapa não vai leite

Passo 4 - 14° dia


No décido quarto dia, colocar no vasilhame:
100 g de sulfato de magnésio diluído em água
50 mL de melaço ou 25 g de açúcar mascavo
50 mL de leite ou soro

70
MODO DE PREPARO
Passo 5 - 19° dia
No décimo nono dia, colocar no vasilhame:
15 g sulfato de manganês diluído em água
50 mL de melaço ou 25 g de açúcar mascavo
50 mL de leite ou soro

Passo 6 - 24° dia


No vigésimo quarto dia, colocar no vasilhame:
2,5 g de sulfato de cobalto diluído em água
50 mL de melaço ou 25g de açúcar mascavo
50 mL de leite ou soro

Passo 7 - 29° dia


No vigésimo nono dia, colocar no vasilhame:
5 g de molibdato de sódio diluido em água
50 mL de melaço ou 25 g de açúcar mascavo
50 mL de leite ou soro

Passo 8 - 34° dia


No trigésimo quarto dia, colocar no vasilhame:
50 g de ácido bórico ou 75 g de boráx diluido em água
50 mL de melaço ou 25 g de açúcar mascavo
50 mL de leite ou soro

71
MODO DE PREPARO
Passo 9 - 59° dia
No quinquagésimo nono dia, colocar no vasilhame:
75 g de cal hidratada
completar com água e misturar bem

Fim do processo

Depois da etapa 9, espera mais 20 a 30 dias para fermentação


ocorrer e estabilizar o biofertilizante. Durante esse período o
biofertilizante deve ser misturado, agitado todos os dias para
manter o oxigênação. A falta de oxigênio pode estragar o
biofertilizante, o cheiro de ovo podre é sinal de fermentação
sem oxigênio.

MANUTENÇÃO DO BIOFERTILIZANTE
Depois de pronto e coado, o biofertilizante deve ser
mantido em recipiente escuro, fechado, longe do sol e deve
ser agitado frequentemente. Caso comece a ter cheiro
ruim, aumente a frequência de agitação. Se não melhorar o
odor, o mesmo deve ser descartado.

72
CUIDADO

O manuseio inadequado dos sais metálicos usados


no preparo do biofertilizante pode causar alergias,
danos a pele, como irritação e até queimaduras.

Utilize luvas durante a pesagem e manipulação.

Armazene os sais em local, seco, arejado e longe de animais


domésticos e crianças.

Identifique a caixa e coloque um aviso de cuidado.

Não pode ingerir, pois podem causar intoxicação.

Sempre que for fazer


pulverizações, utilize equipamento
de proteção individual.

73
IDENTIFICAÇÃO VISUAL DE
DEFICIÊNCIAS E DESEQUILÍBRIOS
NUTRICIONAIS EM HORTALIÇAS
NUTRIÇÃO VEGETAL
As plantas precisam de água, luz, gás carbônico (CO₂), e
nutrientes para se desenvolverem. Alguns nutrientes são
essenciais, ou seja, a ausência deles impede que a planta
complete seu ciclo.

São classificados como nutrientes essenciais o nitrogênio (N),


fósforo (P), enxofre (S), potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio (Mg),
esses em maior quantidade, chamados de macronutrientes. E,
ferro (Fe), manganês (Mn), zinco (Zn), cobre (Cu), boro (B),
molibdênio (Mo), cloro (Cl) e níquel (Ni), esses consumidos em
menor quantidade, chamados de micronutrientes.

Esses nutrientes, tanto os macros quanto os micronutrientes


precisam estar na forma iônica correta para ficarem
disponíveis e serem absorvidos pelas plantas. Para que isso
ocorra, o pH do solo tem que estar entre 5,5 - 6,5. Se o pH
estiver menor que 5, o Ca, K e Mg ficam indisponíveis para a
planta. E, se o pH for maior que 7, Mn, Cu e Fe, ficam
indisponíveis. Ou seja, se o pH não estiver nessa faixa
adequada, o nutriente pode estar no solo, mas a planta não
consegue absorvê-lo.

74
Depois de absorvidos, os nutrientes são transportados por
vasos condutores. O xilema é o vaso que faz esse transporte da
raiz até as folhas, onde ocorre o processo de fotossíntese e
produção dos açúcares. Esses açúcares são translocados para
toda a planta, por meio do vaso chamado floema. O açúcar, no
interior das células vegetais, é transformado em energia
necessária para formar novas folhas, raízes, galhos e frutos.

75
Se o nutriente estiver em deficiência no solo a planta fará uma
redistribuição interna do nutriente, priorizando as folhas mais
novas. A capacidade da planta redistribuir internamente o
nutriente faltante varia com a mobilidade de cada nutriente.

Por exemplo, se o solo estiver deficiente e nitrogênio a planta


irá retirar o nitrogênio das folhas mais velhas e mandar para as
mais novas. Isso porque o nitrogênio é um elemento móvel e
pode ser translocado das folhas velhas para as novas, sendo
assim, o sintoma de deficiência dos nutrientes com mobilidade
alta aparecerão nas folhas velhas, de onde foram retirados.

Outros nutrientes não são móveis e não podem ser


translocados das folhas velhas para as folhas novas, gerando
um sintoma de deficiência nas folhas novas que não estão
recebendo esse nutriente. Portanto, os nutrientes são
classificados quanto a mobilidade, alta, intermediária e baixa e
essa distinção auxilia no diagnóstico da deficiência nutricional.

Sendo assim, os sintomas de deficiência dos nutrientes de


mobilidade alta e intermediaria, vão aparecer primeiro nas
folhas mais velhas. E, os sintomas de deficiência de nutrientes
de baixa mobilidade vão aparecer nas folhas novas. Por fim, se
a deficiência não for resolvida os sintomas vão aparecer em
toda a planta.

Tipos de mobilidade

76
Portanto, essa característica de mobilidade de cada nutriente,
somados as funções específicas que cada nutriente exerce na
fisiologia da planta, criam um padrão nos sintomas que
permite fazer um diagnósticos visual das deficiências. E, esse
padrão auxilia a diferenciar a injúria causada por pragas e
doenças da deficiência de nutrientes.

Por exemplo, a maior parte das folhas velhas estão amareladas,


mas as novas não estão amareladas. Isso é um padrão. Ou
então, a maioria das novas estão com partes necrosadas e as
velhas não, isso é um padrão.

PADRÃO NOS SINTOMAS


DE DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAL

folhas velhas com injúria folhas novas com injúria

As injúrias, ou sintomas, podem ser amarelecimento, necrose,


arroxeamento ou super brotamento, em folhas velhas ou
novas, dependendo do nutrientes. A chave de identificação a
seguir irá facilitar a determinação do nutriente faltante. Vale
lembrar que, algumas culturas podem ter sintomas diferentes
do geral, exceções a regra. Portanto, o aprofundamento do
tema deve ser feito estudando cada cultura separadamente.

77
DIAGNOSE VISUAL DE DEFICIÊNCIA NUTRICIONAL
A injúria, o problema, apresenta um padrão?

Sim Não

Falta de nutrientes Pragas, doenças, excesso


ou falta d'água,
queimadura de sol

Folhas novas Folhas velhas

Amarelecimento
uniforme
Falta S Falta N

Amarelecimento
entre nervuras
Falta Mn e/ou Fe Falta Mg

Arroxeados
Falta P

Amarelecimento
das bordas
seguido de
necrose em V Falta K

Exceções:
Rúcula, Falta N
arroxeamento
em nervura
Sintomas do fruto:
Fundo preto do
tomate, falta Ca e
Rachadura, falta B
Falta Ca Falta B

78
INFESTAÇÃO DE PRAGAS E DOENÇAS
APONTAM DESEQUILÍBRIOS
NUTRICIONAIS
Além das medidas de controle de pragas e doenças que são
paleativas. Precisa entender a mensagem que a planta está
mandando. Quando ocorre alguma infestação de praga ou
doença é um sinal que a planta está em desequilíbrio, sofrendo
algum tipo de estresse.

As tabelas a seguir mostram algumas relações entre ataque de


pragas e doenças e desequilíbrios nutricionais e qualidade do
solo.

Essas informações são importantes para melhorar a fertilidade,


corrigindo a adubação ou a oferta de água, afinal é a água que
transporta o nutriente até as raízes. E, para melhorar a parte
física do solo, descompactando-o, para um bom
desenvolvimento e oxigenação das raízes.

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS

PRAGAS DESQUILÍBRIO NUTRICIONAL


Lagartas mastigadoras Falta de molibdênio
Cochonilhas Falta de cálcio
Inseto sugadores Excesso de nitrogênio
Ácaros Excesso de nitrogênio
Vaquinha e percevejo Solo compactado
Pulgão na couve Falta de potássio
Pulgão em brotos novos Falta de cobre

79
MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS

DOENÇAS DESEQUILÍBRIO NUTRICIONAL


Pinta preta (Alternaria ) Excesso de nitrogênio
Murcha bacteriana Excesso de nitrogênio e
(Pseudomonas ) falta de manganês
Murcha do verticilium Excesso de nitrogênio
Podridão mole (Erwinia ) Excesso de nitrogênio
Míldio (Peronospora) Excesso de nitrogênio e
falta de cobre e boro
Ferrugem Falta de boro e zinco
Sarna (Cladosporium) Falta de boro
Botrytis (mofo cinzendo) Falta de boro e zinco
Requeima (Phytophthora ) Falta de fósforo e
potássio e
Vírus do vira-cabeça Excesso de nitrogênio
Falta de cálcio

Ana Primavesi, 2016. Manual do Solo Vivo.

80
ADUBAÇÃO ORGÂNICA DE
FRUTÍFERAS
ADUBAÇÃO DE PLANTIO

1 Abra cova, ou berço de 40x40x40cm

2
Faça a calagem com 200g de calcário por cova. Se o solo
for argiloso colocar 250g de calcário. Misturar na terra
retirada da cova e esperar reagir.

3
No dia do plantio adicionar, 1Kg de fosfato por cova. De
preferência usar o Yoorin master como fonte de fosfato.
Misturar a terra retirada da cova.

4
Por fim, adicione uma fonte de adubo orgânico. As doses
variam com o adubo escolhido. Se utilizar esterco bovino
ou composto orgânico, a dose é de 20L por cova. Se
utilizar esterco de galinha, 5L. Se, bokashi, 3L.

Não coloque o adubo orgânico no fundo da cova,


preferencialmente, coloque nos primeiros 10 cm do solo.

81
NC: não é necessário.
Escolher um dos adubos orgânicos sugeridos, esterco de galinha, ou esterco bovino ou composto orgânico, ou bokashi.
A adubação deve ser parcelada de acordo com o cronograma.

82
NC: não é necessário.
Escolher um dos adubos orgânicos sugeridos, esterco de galinha, ou esterco bovino ou composto orgânico, ou bokashi.
A adubação deve ser parcelada de acordo com o cronograma.

83
GRAMADO: ADUBAÇÃO
DE PLANTIO E
MANUTENÇÃO
ADUBAÇÃO DE PLANTIO

1 Descompacte o solo e nivele usando uma régua de


alumínio

2
Na área que vai plantar, espalhe uma camada entre 1 a 2
cm de uma mistura de areia e condicionador de solo.
Essa mistura deve ter 1/3 de areia para 2/3 de
condicionador.

3 Adicione 50 gramas de calcário dolomítico por metro


quadrado, espera pelo menos 15 dias para reagir.

Adicione 70 gramas de fosfato (superfosfato simples ou


Yoorin) por metro quadrado, mais uma fonte de adubo

4
orgânico.

200g por metro quadrado, se for esterco bovino curtido,


ou
50g metro quadrado, se for esterco de galinha
Coloque os tapetes preenchendo a área.

5 Coloque os tapetes de grama e preencha os vãos com a


mistura de areia e condicionador de solo

84
ADUBAÇÃO DE COBERTURA ANUAL

1 Faça a calagem, usando 50g por metro quadrado, de


calcário dolomítico. Espere reagir por 30 dias, pelo menos.

2 Aplique 70g de fosfato por metro quadrado, pode usar o


Yoorin ou o superfosfato simples

3
Fazer uma mistura de areia lavada com condicionador de
solo, na proporção de 1/3 de areia para 2/3 de
condicionador, em área total.

4
Adicione a essa mistura, para cada saco de 25Kg de
condicionador de solo:
1Kg esterco bovino curtido, ou 250g , se for esterco de
galinha.

5 Espalhe em a mistura em área total, uma camada de pelo


menos 0,5cm. E, em buracos, preencher para nivelar.

85

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