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Revista Brasileira de Zootecnia

© 2011 Sociedade Brasileira de Zootecnia


ISSN 1806-9290 R. Bras. Zootec., v.40, p.165-174, 2011 (supl. especial)
www.sbz.org.br

Produção e nutrição de peixes ornamentais

Jener Alexandre Sampaio Zuanon1, Ana Lúcia Salaro1, Wilson Massamitu Furuya2
1 Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG.
2 Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, PR.

RESUMO - Aproximadamente um bilhão de peixes ornamentais são comercializados anualmente, envolvendo mais de
100 países, compreendendo cerca de 4.000 espécies de água doce e 1.400 espécies marinhas. Os valores alcançados com as
vendas no varejo de peixes ornamentais, salários e materiais associados com o aquarismo rendem cerca de 15 bilhões de dólares
ao ano. Entretanto, apesar de sua importância econômica, existem poucas informações a respeito dos sistemas de cultivo e
nutrição de peixes ornamentais. Atualmente os peixes ornamentais são cultivados utilizando os mesmos princípios básicos da
produção de peixes de corte, com algumas adaptações para a despesca. As exigências nutricionais dos peixes ornamentais são
basicamente as mesmas dos peixes de corte, acrescidas dos carotenóides necessários para a pigmentação da pele. As exigências
nutricionais por alguns nutrientes podem ser maiores para os peixes ornamentais do que para peixes de corte, em função de
estarem frequentemente expostos a fatores estressantes relacionados ao manejo dos peixes. O aprimoramento no conhecimento
sobre sistemas de cultivo e exigências nutricionais para peixes ornamentais permitirá desenvolver pacotes tecnológicos que
possibilitem a criação sustentável de peixes ornamentais e o aumento da competitividade do setor em relação ao mercado
internacional, bem como diminuam a pesca extrativista e contribuam para a preservação de espécies nativas.

Palavras-chave: alimentação, comercialização, exigências nutricionais, manejo, pigmentação da pele, sistemas de cultivo

Production and nutrition of ornamental fish

ABSTRACT - Nearly one billion of ornamental fish are traded each year, comprising more than 4000 species of
freshwater and 1400 marine species, affecting the economies of more than 100 countries. The values achieved with retail
sales of ornamental fish, wages and associated materials amount about 15 billion dollars per year. However, despite their
economic importance, little information exists concerning about the farming systems and nutritional aspects of these
species. Currently, ornamental fish are cultivated using the same basic principles of food fish production, with some
adaptations to facilitate their harvesting. The nutritional requirements of ornamental fish are basically the same of food
fish, plus carotenoids which are needed for skin pigmentation. The nutritional requirements for some nutrients may be higher
for ornamental fish than for food fish due to their stressors related to fish management. The improvement of knowledge
about farming systems and nutritional requirements for ornamental fish will contribute to develop technological packages
that enable the sustainable ornamental fish farming, the increase the competitiveness of productive sectors in the
international market and the decrease the fishing efforts. These improvements will lower harvest pressure on wild
populations and contribute to the preservation of native species.

Key Words: commercialization, feeding, management, nutritional requirements, production systems, skin pigmentation

Introdução A popularidade e os altos valores alcançados pelos


peixes têm alavancado o setor de peixes ornamentais, o qual
A produção de organismos aquáticos ornamentais, em apresenta crescimento anual médio de 14% desde 1985
especial de peixes, tem se destacado no cenário mundial, em (Bartley, 2000), rendendo aproximadamente 703 milhões de
função da possibilidade da utilização de pequenas áreas dólares ao ano, apenas com as exportações de peixes (FAO,
para sua realização, o que representa menores custos com 2007). Se considerados os valores de vendas no varejo,
investimentos para instalações (Zuanon, 2007). O menor materiais associados, salários e produtos não-exportados,
intervalo de tempo de cada ciclo de produção possibilita os valores do setor podem chegar a 15 bilhões de dólares
maior produção anual e, consequentemente, maior anuais (Bartlet, 2000). Entretanto, a comercialização de
rentabilidade da produção. peixes ornamentais, principalmente no Brasil, ainda necessita

Correspondências devem ser enviadas para: zuanon@ufv.br


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de maior organização por meio da criação de cooperativas, quando se trata das espécies nativas (Morais, 2005).
associações ou condomínios de produtores, aumentando Portanto, é fundamental desenvolver pesquisas para o
assim a margem de lucros da criação. desenvolvimento de linhagens melhoradas geneticamente,
Praticamente toda a exportação de peixes ornamentais uma vez que as características procuradas pelo mercado
da América do Sul é proveniente da coleta na natureza consumidor são padrão e intensidade de cor, escamas
(Crampton, 1999; Junk, 1984). No Brasil, a maioria das iridescentes e formato do corpo e das nadadeiras (Monvises
espécies de peixes ornamentais é originária da região et al., 2009). Entretanto, características como rusticidade e
Amazônica (Pelicice & Agostinho, 2005), onde se concentra alto desempenho produtivo e reprodutivo também devem
a maior parte da ictiofauna brasileira. Entretanto, nos últimos ser selecionadas.
anos, a exportação tem declinado (Secex, 2000) em função Qualidade de água e alimentação são fatores
das pressões internacionais pelo fim da pesca predatória, interdependentes e diretamente relacionados com o sistema
uma vez que estudos têm demonstrado que os locais com de produção e da ração utilizada.
maior pressão de pesca (na Amazônia Peruana) têm Os sistemas de produção de peixes ornamentais seguem
apresentado redução na diversidade de espécies e os mesmos princípios básicos dos sistemas de produção de
abundância de peixes ornamentais (Gerstner et al., 2006). peixes de corte, ou seja, qualidade e quantidade de água,
A produção de peixes ornamentais, quando comparada densidade de estocagem e manejo alimentar. Porém, ocorrem
à coleta na natureza, apresenta características positivas, algumas modificações nos sistemas de produção de peixes
como adaptação dos peixes às condições de cativeiro, ornamentais, principalmente quando se refere ao tamanho
controle da produção e estabilidade de preços (Tlusty, e à profundidade dos tanques e viveiros. As dimensões dos
2002), além de minimizar o impacto da pesca sobre espécies tanques e viveiros são definidas em função da despesca,
ameaçadas de extinção. Entretanto, é preciso o por esta ocorrer de forma mais frequente, necessitando de
desenvolvimento de tecnologias de cultivo sustentáveis rapidez e eficiência. O sistema extensivo representa uma
sob os aspectos econômico, social e ambiental. Sob o exceção, pois não se enquadra na produção de peixes
aspecto econômico, é necessário o estabelecimento dos ornamentais, em função principalmente da dificuldade na
índices zootécnicos e o desenvolvimento de dietas que coleta em grandes açudes e/ou reservatórios. Dessa forma,
atendam às exigências nutricionais para as diversas espécies os peixes ornamentais são produzidos nos sistemas semi-
de peixes ornamentais. Além disso, é essencial a formação intensivo e intensivo. A escolha do sistema de produção é
de recursos humanos que possam atuar na assistência decisiva para lucratividade do empreendimento, uma vez
técnica dos produtores. Quanto ao aspecto social, é preciso que desta dependerão a escolha das espécies a serem
envolver os ribeirinhos, que atuam principalmente na pesca criadas, a densidade de estocagem e o manejo alimentar a
extrativista, no cultivo e na comercialização desses animais. ser adotado (Salaro & Souto, 2003).
Acrescido a isso, é fundamental estabelecer sistemas de Normalmente, na produção de peixes ornamentais, os
apoio aos produtores por meio de órgãos governamentais tanques e viveiros são de pequeno volume, podendo ser
e não-governamentais para o financiamento da implantação escavados ou construídos acima da superfície do solo, de
da criação de peixes ornamentais, especialmente na região alvenaria ou até mesmo estruturas cobertas por lona plástica.
amazônica. Sob o aspecto ambiental, é imprescindível o No sistema semi-intensivo, a utilização de fertilizantes
desenvolvimento de sistemas de cultivo que minimizem a orgânicos e químicos fornece nutrientes para a produção de
eutrofização da água de cultivo e dos efluentes da criação. alimentos vivos (fitoplâncton e zooplâncton), o que melhora
Para tanto, é necessário que as rações sejam de boa o desempenho produtivo e reprodutivo (Fernando et al.,
palatabilidade, alta digestibilidade e adequadas quanto à 1991; Kruger et al., 2001; Ribeiro et al., 2008) e a pigmentação
estrutura física para as diferentes espécies, nas diferentes da pele dos peixes (Mandal et al., 2010). Porém, como a
fases de desenvolvimento. criação de peixes ornamentais é feita principalmente em
tanques e viveiros de pequeno volume, o declínio na
Produção de peixes ornamentais
qualidade da água pode ocorrer rapidamente, expondo os
O sucesso da produção de peixes, seja ornamentais ou peixes a condições estressantes. O estresse decorrente da
de corte, depende principalmente da qualidade genética, piora da qualidade da água pode reduzir o crescimento e a
nutrição, alimentação e qualidade da água de cultivo (Chen saúde dos animais, bem como a coloração dos peixes, ponto
et al., 1993). chave dos lucros desta atividade.
Até o momento, no Brasil, a compra de reprodutores é A utilização de viveiros de pequeno volume ainda
dependente de linhagens desenvolvidas fora do País, mesmo dificulta a realização de re-adubações, em função das rápidas
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flutuações na qualidade da água (pH, amônia, alcalinidade disco. Entretanto, esse sistema é comumente utilizado em
etc) e consequente diminuição na disponibilidade de países com menor disponibilidade de água e terras
alimentos vivos. Para se obter a continuidade da produção adequadas para construção de viveiros, como Israel
de fito e zooplâncton, é necessária a preparação de outro (Halachmi, 2006).
viveiro, para onde os peixes são transferidos. Esse processo A alimentação dos peixes é feita com rações comerciais,
é chamado pelos piscicultores de “tombar o tanque”. exceto na fase larval, onde são fornecidos alimentos vivos,
Durante esse procedimento, também são realizadas a triagem porém a produção do alimento vivo ocorre em locais distintos
dos peixes, separação dos alevinos das matrizes e da criação dos peixes, diminuindo riscos de deterioração da
classificação dos jovens por tamanho. Este manejo evita o qualidade da água com adubações e fertilizações. Os
canibalismo e aumenta a uniformidade dos lotes (Zuanon, alimentos vivos mais utilizados são: Paramecium sp
2007). (infusório), Rotifera (rotífera), Anguilula silusiae
Neste sistema, a principal fonte alimentar é oriunda da (microverme), náuplios de Daphnia sp (dáfinia) e
produção primária (fertilização dos tanques), e a alimentação principalmente náuplios de Artemia salina (artêmia).
é complementada com ração comercial para peixes de corte. Neste sistema, os peixes são separados por fase de
Alguns produtores utilizam ainda farelos ou farinhas na desenvolvimento, as matrizes são acasaladas em aquários
complementação da alimentação dos peixes. Porém, nesses de vidro, amianto, PVC ou lona plástica, e os ovos podem
casos, os animais não recebem uma dieta balanceada, o que ser incubados natural ou artificialmente, dependendo da
pode levar a perdas decorrentes da deficiência de alguns espécie, o que permite a sincronização das desovas por
nutrientes e até mesmo à eutrofização do ambiente pelo meio de indução hormonal ou por práticas de manejo. O
excesso de alimentação. maior controle da reprodução permite o planejamento do
O sistema semi-intensivo apresenta rendimento variável uso das instalações e a produção de lotes mais uniformes.
em função de diferentes taxas de sobrevivência dos alevinos. Geralmente quando se adota esse sistema, o produtor também
O menor controle da qualidade da água e da quantidade e define uma ou poucas espécies para a produção e em função
qualidade de alimento pode predispor os peixes ao estresse, do alto valor de mercado.
a doenças e à maior mortalidade. Atualmente, em função da pouca disponibilidade de
O sistema intensivo pode ser caracterizado pelo maior informações a respeito das exigências nutricionais dos
controle da produção, principalmente no que se refere à peixes ornamentais, neste sistema ainda é comum o
qualidade de água e, consequentemente, à densidade de fornecimento suplementar de alimentos vivos. Além disso,
estocagem e qualidade da ração a ser utilizada. Os tanques as rações disponíveis no mercado são específicas para
de produção são protegidos por tela contra predadores, peixes de corte, as quais, em sua maioria, não atendem
principalmente por aves. Em regiões com oscilações térmicas, principalmente às exigências por carotenoides. Assim, no
os tanques são cobertos com estufas para manutenção da Brasil, a maior parte da produção de peixes ornamentais é
temperatura dentro de limites adequados, o que permite a realizada em sistema semi-intensivo.
obtenção de alevinos durante o ano todo, maior número de Dentre os poucos trabalhos avaliando sistemas de
lotes por ano e, consequentemente, maior lucratividade. produção de peixes ornamentais, Ribeiro et al. (2008)
Neste sistema ocorre renovação da água, geralmente observaram melhor desempenho produtivo para o acará-
acima de 10% do volume total do tanque por dia, o que bandeira (Pterophyllum scalare) criado em sistema semi-
permite maior adensamento dos peixes. Os peixes podem ser intensivo em relação ao sistema intensivo. Os autores
cultivados em sistemas com renovação contínua ou argumentam que a presença de alimento vivo pode ter
recirculação da água. Nos sistemas de recirculação de água, favorecido o crescimento dos peixes criados em sistema
é necessária a utilização de filtros mecânicos, biológicos e semi-intensivo.
ultravioleta. Os sistemas de recirculação de água necessitam É importante salientar que ambos os sistemas de
de menos de 10% da água e da área utilizada pelo sistema produção de peixes ornamentais apresentam vantagens e
semi-intensivo para produção de determinada quantidade desvantagens do ponto de vista econômico, técnico, social
de peixes, permitindo a utilização de áreas urbanas para e ambiental. A intensificação dos processos aumenta a
criação, e consequente diminuição dos custos com o produção por unidade de área e traz, em curto prazo, maiores
transporte dos peixes (Halachmi, 2006). No Brasil, a utilização ganhos econômicos, porém há necessidade de maiores
de sistemas de recirculação ainda é incipiente e restrita à investimentos com as instalações e a alimentação dos
criação de espécies de alto valor de mercado como o acará- peixes.

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Alimentação e nutrição de peixes ornamentais na água através das brânquias pode chegar a níveis críticos,
intoxicando e causado estresse nos animais (Wu, 1995). Em
A grande questão que paira quando se fala em
contrapartida, as rações com composição química mais
alimentação e nutrição de peixes ornamentais seria não
próxima das exigências nutricionais dos peixes ornamentais
errar, uma vez que ainda não se conhecem as exigências
nas fases de crescimento e terminação não apresentam
nutricionais para a maioria das espécies de peixes
tamanho de pélete adequado, havendo a necessidade de
ornamentais. Portanto, parte-se do principio que esses
triturar e peneirar a ração para adequação ao tamanho da
animais necessitam de manejos alimentares e nutricionais
boda dos peixes. Assim, apenas os grânulos médios são
semelhantes aos dos peixes de corte. Assim, por
aproveitados para a alimentação dos juvenis e peixes em
extrapolação dos resultados obtidos com peixes de corte, é
terminação e o pó decorrente desse processo não é
possível estimar os índices necessários para a alimentação
aproveitado, resultando em desperdício e diminuição da
e nutrição de peixes ornamentais.
margem de lucro da criação.
O manejo alimentar adotado garante a expressão do
As exigências nutricionais dos peixes ornamentais são
potencial de crescimento e reprodutivo dos animais. A
basicamente as mesmas dos peixes de corte (energia, proteína
adequada alimentação permite que os mesmos suportem
e aminoácidos, ácidos graxos, vitaminas e minerais),
condições adversas do meio e resistam ao manuseio de
acrescido dos carotenoides necessários para a pigmentação
captura e transporte, minimizando as respostas de estresse,
da pele. Entretanto, em função das peculiaridades de seu
a instalação de doenças e as perdas por mortalidade (Salaro
comércio, os peixes ornamentais estão mais expostos a
et al., 2003). Assim, para manter os peixes saudáveis, é
condições estressantes que os de corte. Para a
preciso entender os aspectos relacionados à qualidade e
comercialização de peixes ornamentais, são necessários
quantidade do alimento, assim como a frequência de
manejos semanais de captura, seguidos dos procedimentos
administração do mesmo. Portanto, é de fundamental
de embalagem, transporte e alterações na qualidade de água
importância a realização de estudos das exigências
decorrente de tais procedimentos (Sales & Jansssens, 2003).
nutricionais das espécies ornamentais. Uma vez
Portanto, as exigências nutricionais por alguns nutrientes
estabelecidas as exigências nutricionais das espécies de
podem ser maiores para os peixes ornamentais,
peixes ornamentais, torna-se mais fácil definir a estratégia
especialmente para ácidos graxos, vitaminas e minerais.
nutricional e o manejo alimentar de determinada espécie.
Entretanto, deve-se atribuir igual importância ao
Atualmente, a alimentação de peixes ornamentais em
atendimento das exigências nutricionais por energia,
produções comerciais é feita quase que exclusivamente
proteína, lipídeos, vitaminas e minerais, essenciais para o
com rações para peixes de corte, uma vez que as rações
crescimento e desenvolvimento normais dos peixes
comercializadas para peixes ornamentais são destinadas ao
ornamentais.
comércio varejista, para uso em aquário, com preços de 10
a 60 vezes maior que as rações para peixes de corte (Tamaru Ácidos graxos
& Ako, 2000). Além do baixo suprimento de carotenoides,
Os lipídeos da dieta são importantes fontes de energia
as rações destinadas aos peixes de corte também apresentam
e ácidos graxos essenciais das séries n-3 e n-6, os quais são
incompatibilidade entre composição química e estrutura necessários para o crescimento e desenvolvimento normais
física, quando utilizadas para alimentação de peixes dos peixes, além da participação da absorção de vitaminas
ornamentais. lipossolúveis.
As rações que apresentam péletes de tamanho Assim como outros vertebrados, os peixes não
compatível com a abertura da boca dos peixes ornamentais, conseguem sintetizar os ácidos graxos α-linolênico
geralmente, apresentam valores de proteína acima do (18:3n-3) e linoleico (18:2n-6). Portanto, esses ácidos graxos
indicado para a maioria das fases de desenvolvimento dos são essenciais e devem ser fornecidos na dieta. Esses
peixes ornamentais, exceto para a fase larval. A proteína ácidos graxos podem ser dessaturados e elongados para
consumida em excesso pode causar redução no crescimento formação de ácidos graxos polinsaturados de 20 e 22
(James & Sampath, 2003), pois apenas parte da proteína da carbonos. O ácido α-linolênico é precursor dos ácidos
dieta é utilizada para síntese proteica, e os aminoácidos eicosapentaenoico (20:5n-3) e docosaexaenoico (22:6n-3),
excedentes serão deaminados. O processo de deaminação enquanto o ácido linoleico é precursor do ácido araquidônico
de aminoácidos resulta em maior gasto energético (Jauncey, (20:4n-6). O grau em que os animais podem realizar essas
1982; James & Sampath, 2003) e consequente redução no conversões é dependente da atividade das enzimas
crescimento. Além disso, o aumento da excreção de amônia elongases e dessaturases, que, por sua vez, dependem do
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TCE = taxa de crescimento específico; HIS = índice hepatossomático; VSI = índice viscerossomático; GSI = índice godanossomático; TS = taxa de sobrevivência; GP = ganho de peso; CF = comprimento final; CR = consumo de ração;
suprimento desses ácidos graxos em suas dietas naturais

Meinelt et al. (2000)


(Tocher, 2003). Os peixes de água doce, em geral, têm

Ling et al. (2006)

Ikeda et al. 2011


maior capacidade para realizar essas conversões que os

Referência
peixes marinhos (Sargent et al., 2002). Portanto, os ácidos
linoleico e α-linolênico podem satisfazer as exigências
nutricionais de peixes de água doce, porém os peixes
marinhos também necessitam dos ácidos
eicosapentaenoico e docosaexaenoico (Watanabe, 1982;

0,17 (14,93 de n-3 e 39,50

Sem diferença significativa


de n-6 - % do total ácidos
Kanazawa, 1985).
Os ácidos araquidônico e eicosapentaenoico são

graxos da série n-3


substratos das enzimas cicloxigenases e lipoxigenases para

Níveis recomendados

graxos da dieta)
2,2% de ácidos
síntese de um conjunto de substâncias parácrinas
(hormônios de ação local), coletivamente chamados de
eicosanoides. Essas substâncias, produzidas em
praticamente todas as células, participam de diversas
funções fisiológicas como a coagulação sanguínea,
respostas do sistema imune, respostas inflamatórias,

TS, GP, CF, CR, CA, K e


tolerância ao frio e calor
funções renais, cardíacas e reprodutivas. As enzimas

perfil de ácidos graxos


produção de alevinos,
TCE, IGS, IHS, IVS,
cicloxigenases e lipoxigenases apresentam maior afinidade Parâmetros avaliados

pelo ácido araquidônico do que pelo ácido


eicosapentaenoico, produzindo eicosanoides com maior
atividade biológica. Assim, o consumo excessivo de ácidos
graxos da série n-6 pode levar a problemas cardiovasculares
CF

e inflamatórios (Tocher, 2003). Portanto, é preciso fornecer


os ácidos graxos das séries n-3 e n-6 em proporções
adequadas em suas dietas para evitar consequências
Tabela 1 - Exigências nutricionais por ácidos graxos para espécies de peixes ornamentais

de 3,41; 3,12; 1,13; 0,36 e 0,17


de linhaça com 3,1; 2,2 e 1,0%

10% de óleo de girassol e/ou de


6,7% de óleo de lula e/ou óleo

patológicas relacionadas com a formação excessiva de


de ácidos graxos da série n-3

8% de óleo de soja, linhaça,


peixe com relações n-3/n-6

eicosanoides com alta atividade biológica.


A determinação da exata exigência nutricional requer
que consideremos não só a quantidade absoluta, como
Níveis avaliados

oliva ou canola

também a relativa de cada ácido graxo na dieta dos peixes,


assim como a capacidade de cada espécie metabolizar esses
ácidos graxos (Sargent et al., 2002).
Poucos são os estudos sobre exigências nutricionais e
metabolismo de ácidos graxos e processos relacionados
com respostas inflamatórias e atividade do sistema imune
Fêmeas com 20 semanas

de peixes ornamentais.
Os principais relatos de estudos avaliando fontes e
Tamanho inicial

0,72 g e 2,56 cm

níveis de inclusão de óleos em dietas para peixes ornamentais


CA = conversão alimentar; K = fator de condição.

estão apresentados na Tabela 1. Apesar da importância


desses trabalhos, ainda são necessários estudos avaliando
Larva

o efeito de dietas com diferentes perfis de ácidos graxos, na


prevenção do estresse e atividade do sistema imunológico
de peixes ornamentais, uma vez que esses ácidos graxos
Pterophyllum scalare

estão diretamente envolvidos na prevenção do estresse


Xiphophorus helleri

causado pelo constante manejo dos animais.


Danio rerio

Vitaminas
Espécies

As vitaminas são essenciais para os peixes em função


de sua participação em processos relacionados à ingestão

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170 Zuanon et al.

de alimentos, ao crescimento, à reprodução, formação de

Blom & Dabrowski (2000)

Mehrad & Sudagar (2010)


células sanguíneas, repostas de estresse, atividade do

Fracalossi et al. (1998)


sistema imune e secreção de muco. Além disso, atuam como

Lim et al. (2002)


cofatores de enzimas, como antioxidantes e componentes

Referência
estruturais de fosfolipídios.
Dietas deficientes em vitaminas podem causar
deformações no esqueleto, perda de apetite, crescimento
reduzido, hemorragias, convulsões, anemia, edema,
exoftalmia, degeneração da retina a aumento na mortalidade,

armazenamento de vitamina C no fígado


entre outros (Halver, 2002).

360 mg/kg para manter o máximo de


Existem poucas evidências de hipervitaminoses para as

crescimento e sinais de deficiência


25 mg/kg para evitar a redução do

GP = ganho de peso; CA = conversão alimentar; TCE = taxa de crescimento específico; TS = taxa de sobrevivência; PF = peso final; CF = comprimento final; K = fator de condição.
vitaminas hidrossolúveis, uma vez que esses compostos

Níveis recomendados

1000 mg/kg para melhorar


são rapidamente metabolizados e excretados quando a

a resistência ao estresse
ingestão excede a capacidade de armazenamento do fígado
(Halver, 2002). Entretanto, o excesso de vitaminas
lipossolúveis na dieta pode levar a condições tóxicas (NRC,

2000 mg/kg
1993). Os sintomas relacionados com hipervitaminose A e
D podem ser confundidos com os sintomas de deficiência
dessas vitaminas, enquanto os sintomas de hipervitaminose
E e K são mais discretos. É comum a ingestão excessiva de
vitaminas lipossolúveis em peixes de corte, especialmente
GP, atividade da L-gulonalactone

choque osmótico, concentração


os carnívoros, que são alimentados com dietas contendo
concentração ácido ascórbico
oxidase, sinais de deficiência,
de ácido ascórbico no fígado

de ácido ascórbico no corpo


TS, PF, CA e concentração

altos níveis de óleo de peixes, ricos nessas vitaminas

Resistência ao estresse por


Parâmetros avaliados

desempenho reprodutivo
(Halver, 2002).

CF, PF, GP, TCE, K,


As exigências por vitaminas são afetadas pelo
tamanho, idade, taxa de crescimento, bem como vários
fatores ambientais e inter-relações entre nutrientes (NRC,
Tabela 2 - Exigências nutricionais por vitamina C para espécies de peixes ornamentais

no fígado

1993). Atualmente são conhecidas apenas exigências por


vitamina C para poucas espécies de peixes ornamentais
(Tabela 2).
Durante a avaliação das exigências nutricionais por
0 – 30 – 120 – 360 – 720 –

vitaminas envolvidas com as repostas de estresse


2000 mg vitamina C/kg

2000 mg vitamina C/kg


1440 mg vitamina C/kg

0 – 400 – 800 - 1200 -

(vitamina C) e com a atividade do sistema imune (vitaminas


200 mg vitamina C/kg
Níveis avaliados

C, E, A e ácido fólico) dos peixes ornamentais, também é


0 – 200 – 1000 -

preciso avaliar os parâmetros hematológicos


0 – 25 – 75 –

relacionados com essas funções, em função da frequente


exposição desses animais a fatores estressantes durante
todo o manejo dos peixes.
Minerais
Tamanho inicial

As funções dos minerais nos peixes são semelhantes às


29,2 g

0,34 g

0,01 g
1,12 g

suas funções nos animais terrestres, participando da


formação do esqueleto e regulação do equilíbrio ácido-
base, osmótico e iônico. Também são responsáveis pela
Pterophyllum scalare

excitabilidade das membranas celulares de neurônios e


Astronotus ocellatus

Poecilia reticulata

Poecilia reticulata

músculos, importantes componentes de enzimas e


hormônios, além de participarem da ativação de enzimas.
Os peixes também podem absorver alguns minerais do
Espécies

meio aquático (NRC, 1993) através das brânquias e da pele,


reduzindo as exigências nutricionais. Atualmente são
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Produção e nutrição de peixes ornamentais 171

Tabela 3 - Exigências nutricionais por minerais para espécies de peixes ornamentais


Mineral Espécies Tamanho inicial Parâmetros avaliados Níveis recomendados (%) Referência
Fósforo Puntius tetrazona 0,33 g GP 0,52 Elangovan & Shim (1998)
Fósforo Poecilia reticulata 0,24 g GP, mineralização dos ossos 0,53-1,23 Shim & Ho (1989)
Ferro P. reticulata 4 semanas Prevenção contra 0,008 Shim & Ong (1992)
anemia hipocrômica microcítica
Magnésio P. reticulata 0,17 g GP 0,054 Shim & Ng (1988)
Zinco P. reticulata 0,25 g GP, CA 0,01 Shim & Lee (1993)
GP = ganho de peso; CA = conversão alimentar.

conhecidas apenas as exigências nutricionais por alguns aos azuis. A pigmentação da pele também atua como
minerais para poucos peixes ornamentais (Tabela 3). sinalização durante interações sociais como agressão e
A possibilidade de absorção de minerais da água através submissão entre os peixes.
das brânquias e da pele dificulta a determinação das Dentre os fatores que influenciam a pigmentação da
quantidades exigidas na dieta de peixes. Além disso, muitos pele de peixes, destacam-se a quantidade de pigmentos
elementos traço são exigidos em quantidades tão pequenas na ração, o tipo (estrutura da molécula), a forma,
que dificultam a formulação de dietas experimentais com estabilidade e disponibilidade do pigmento. O tempo de
baixos níveis desses minerais (Lall, 2002). fornecimento da dieta suplementada com carotenoides
É importante salientar o papel dos elementos inorgânicos também influencia a eficiência de pigmentação (Meyers
sobre as funções do sistema imune, prevenção de doenças & Latscha, 1997).
e reprodução de peixes, evidenciando a necessidade de Os carotenoides são sensíveis à luz, calor, oxigênio,
estudos com peixes ornamentais nesse contexto. oxidantes, enzimas, ácidos e bases. Em rações, os
carotenoides podem ser extremamente instáveis e, portanto,
Carotenoides
seu efeito pigmentante pode ser reduzido em função da
Carotenoides são substancias lipossolúveis que composição, do tipo de processamento e das condições de
apresentam importante participação na pigmentação da armazenamento das rações (Meyers & Latscha, 1997).
pele dos peixes e também atuam como antioxidantes, como Na maioria dos estudos em que os autores avaliaram
provitamina A, na proteção hepática e na melhoria do fontes e níveis de inclusão de carotenoides em dietas para
crescimento e reprodução. Os carotenoides ainda participam peixes ornamentais, a astaxantina foi o pigmento mais
em respostas de estresse e atividade do sistema imune. eficiente na pigmentação da pele (Tabela 4). Entretanto, em
Os peixes, assim como outros animais, não têm função do alto custo da astaxantina sintética, é preciso
capacidade de síntese de carotenoides e, assim, precisam avaliar diferentes fontes naturais de carotenoides como
ser supridos via dieta. Portanto, dietas deficientes em substitutos da astaxantina sintética.
carotenoides causam diminuição da pigmentação da pele e Mukherjee et al. (2009), avaliando diferentes níveis de
consequente diminuição do valor de mercado dos peixes inclusão de açafrão em dietas para Poecilia reticulata,
ornamentais. observaram efeito positivo sobre a taxa de crescimento
Os carotenoides são sintetizados por algumas plantas, específico, taxa de eficiência alimentar e coloração da cauda.
algas e microganismos. As fontes naturais de carotenoides Lee et al. (2010), avaliado a suplementação de páprica
mais utilizadas em rações para peixes são farinha de resíduo (Capsicum annuum) em dietas para Zacco platypus e Hancz
de crustáceos, farinha de Krill, Spirulina, flor de malmequer et al. (2003) para Cyprinus carpio e Carassius auratus,
(Tagetes erectus), milho, glúten de milho, pimentas observaram aumento na coloração vermelha dos peixes.
vermelhas e algumas leveduras. Os produtos sintéticos Porém, nos peixes que consumiram as dietas com níveis
formulados à base de astaxantaina e cantaxantina são os mais altos de páprica, os autores observaram redução no
mais comuns. crescimento e no consumo de ração pelos peixes. Entretanto,
Além da importância para o valor de mercado dos Kop et al. (2010), avaliando a suplementação de cenoura ou
peixes ornamentais, a pigmentação da pele também é páprica como fontes naturais de carotenoides em dietas
importante como sinal de aptidão (fitness) para o para Herus severus (50 mg de pigmentos totais/kg),
acasalamento, como relatado por Clotfelter et al. (2007), observaram aumento no conteúdo de carotenoides nos
que observaram preferência de fêmeas de Betta splendens peixes, sem efeitos significativos no crescimento e na
para o acasalamento com machos vermelhos em relação eficiência alimentar.

R. Bras. Zootec., v.40, p.165-174, 2011 (supl. especial)


172 Zuanon et al.

Como os carotenoides também estão relacionados


com as respostas de estresse e atividade do sistema

Kop & Durmaz (2008)


Pan & Chien (2009)
Baron et al. (2008)
Wang et al. (2006)

imune, em peixes alimentados com dietas deficientes em


carotenoides, pode ocorrer comprometimento entre
pigmentação da pele e capacidade imunológica dos peixes
Referência

(Clotfelter et al., 2007).


Dharmaraj & Dhevendaran (2011) avaliaram a
recuperação da coloração de fêmeas de Xiphophorus helleri
submetidas a estresse (por luz solar – seis horas/dia durante
Fonte de carotenoides e/ou níveis recomendados

quatro dias, ou hipoclorito de cálcio – 0,01 g) alimentadas


Maior conteúdo de carotenóides totais para com dietas com carotenoides microbianos (Streptomyces
sp.). Os referidos autores observaram que a exposição ao
pigmentação e reduziram a necessidade

peixes alimentados com astaxantina


40 mg astaxantina/kg melhoraram a

de enzimas antioxidantes endógenas

estresse reduziu a pigmentação e que o fornecimento de


pigmentação da pele e a escolha da
Astaxantina sintética melhora a

Maior pigmentação da pele com

carotenoides microbianos na dieta acelerou a recuperação


astaxantina sintética e natural,
na concentração de 160 mg/kg

dos pigmentos da pele dos peixes. Portanto, nos estudos de


avaliação de fontes e níveis de inclusão de carotenoides, é
fêmea pelos machos

preciso avaliar também as respostas de estresse e atividade


do sistema imune dos peixes ornamentais.

Considerações Finais

O limitado conhecimento sobre diversos aspectos da


produção e nutrição de peixes ornamentais poderia ser
capacidade antioxidante e proteínas

PF, coloração da pele, preferência

nadadeiras, pele, fígado, intestino,

considerado como entrave na produção. Entretanto, o


PF, CF, conteúdo de carotenóides
TS, PF, carotenóides no corpo,

diagnóstico dos elos fracos da cadeia produtiva pode ser


interação social entre machos

TS, PF, GP, concentração de


astaxantina e β-caroteno nas

considerado como oportunidade para alavancar o


Tabela 4 - Exigências nutricionais por carotenóides para espécies de peixes ornamentais

da fêmea pelo macho e

crescimento do setor.
Parâmetros avaliados

O aprimoramento no conhecimento sobre sistemas de


músculo e gônadas

totais dos peixes

cultivo, exigências nutricionais, eficiência de utilização dos


plasmáticas

nutrientes e processamento de rações para peixes


TS = taxa de sobrevivência; PF = peso final; GP = ganho de peso; CF = comprimento final.

ornamentais permitirá diminuir a dependência do


fornecimento de alimentos vivos e, assim, ampliar a
utilização de sistemas intensivos de criação. Tais
astaxantina natural (alga H. pluvialis)
Amphilophus citrinellum Astaxantina e β-caroteno sintéticos e

conhecimentos permitirão desenvolver pacotes


Astaxantina e β-caroteno sintéticos

Porphyridium cruentum (50 mg/kg)


β-caroteno (1:1), nas concentrações

tecnológicos que possibilitem a criação sustentável de


beterraba vermelha; pigmento
pigmento extraido a partir da
combinação de astaxantina e

peixes ornamentais sob os aspectos econômico, social e


extraido de cenouras negras
Astaxantina, β-caroteno e

100 ppm de astaxantina,

ambiental, para aumentar a competitividade do setor


de 10, 20 e 40 mg/kg

nas concentrações de

produtivo em relação ao mercado internacional, bem como


e algas vermelhas

diminuir a pesca extrativista e contribuir com a preservação


Níveis avaliados

80 e 160 mg/kg

de espécies nativas.
Diferentemente do que tem sido discutido para peixes
de corte no estabelecimento de espécies prioritárias para o
desenvolvimento de pacotes tecnológicos, para peixes
ornamentais é necessário o desenvolvimento de pacotes
Hyphessobrycon eques

tecnológicos para várias espécies, uma vez que o comércio


de peixes ornamentais é realizado com base na diversidade
Herus severus

de espécies.
Colisa lalia

É necessária a integração entre pesquisadores,


Espécies

produtores, fabricantes de rações, e profissionais que atuam


nos órgãos de fomento à pesquisa e ambientais, otimizando
R. Bras. Zootec., v.40, p.165-174, 2011 (supl. especial)
Produção e nutrição de peixes ornamentais 173

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