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Módulo 2

Como a tecnologia de bioflocos


surgiu e se desenvolveu?

Criação de Peixes e Camarões pela Tecnologia de Bioflocos (BFT)


Ficha Técnica
2022. SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL DE GOIÁS - SENAR GOIÁS

1ª EDIÇÃO – 2022
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GERENTE DE EDUCAÇÃO FORMAL DO SENAR GOIÁS
Mara Lopes de Araújo Lima

Criação de Peixes e Camarões pela Tecnologia de Bioflocos (BFT)


Sumário
Módulo 2........................................................................................... 4
Aula 1.................................................................................................... 6
Bioflocos no mundo.............................................................................. 8
Precursores............................................................................................ 10
Bioflocos no Brasil................................................................................. 10
Aula 2................................................................................................... 14
Outros modelos...................................................................................... 16
Aquamimicry.......................................................................................... 17
Aquacultura Multitrófica integrada (AMTI)..................................... 17
Simbiótico.............................................................................................. 18
Bio-RAS................................................................................................... 18
BRÁSYS................................................................................................... 19
Aula 3................................................................................................... 21
Projetando o tanque............................................................................. 24
Escolhendo o modelo de tanque....................................................... 25
Aula 4................................................................................................... 31
Tilápia....................................................................................................... 34
Camarão branco do Pacífico............................................................... 34
Pirarucu.................................................................................................... 35
Pegando o peixe................................................................................. 36
Atividade de aprendizagem.............................................................. 40

Criação de Peixes e Camarões pela Tecnologia de Bioflocos (BFT)


Módulo 2 – Como a tecno-
logia de bioflocos surgiu e
se desenvolveu?
Olá! Nossas boas-vindas ao Módulo 2 do curso!
No primeiro módulo do curso, você aprendeu sobre a história da aqui-
cultura. Neste módulo, o foco é a tecnologia de bioflocos! Vamos voltar
no tempo para entender como essa tecnologia surgiu como alternativa
para a produção aquícola.
Veja quais serão os assuntos de cada aula e os respectivos objetivos.

Apresentação Atividade de
aprendizagem

Aula 1
Aula 2 Aula 3 Aula 4

Apresentação
Você está aqui!

Aula 1: Histórico da tecnologia de bioflocos no mundo e no Brasil


Objetivo: entender como a tecnologia de bioflocos surgiu no mundo e
no Brasil

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Aula 2: Evolução da tecnologia
Objetivo: compreender as diferentes formas de pensar em bioflocos

Aula 3: Principais layouts produzidos pela tecnologia de bioflocos


Objetivo: entender como cada layout contribui para o controle de sóli-
dos e melhor desempenho

Aula 4: Produção de tilápia, camarão e pirarucu em BFT


Objetivo: analisar as diferentes espécies que foram validadas para pro-
dução em BFT

Atividade de aprendizagem

Tudo pronto? Então, vamos adiante!

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Aula 1
Histórico da tecnologia
de bioflocos no mundo
e no Brasil

Esta aula vai apresentar o histórico da tecnologia de bioflocos. Vai mos-


trar também um pouco sobre cada expoente dessa tecnologia, contan-
do brevemente sobre os cientistas envolvidos nessas pesquisas. Ao
final da aula, você vai ser capaz de contar como a tecnologia de bioflo-
cos surgiu no mundo e como chegou ao Brasil.
Acompanhe!

Patrícia
Oi, Damião! Então, falei pra você que ia
pesquisar sobre bioflocos. Descobri umas
coisas bem legais!

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Damião
Opa! Muito bom! Eu também fiz minha
lição de casa e pesquisei sobre isso.

Patrícia
De tudo o que eu li, o que me deixou mais
animada é o fator sustentável. Essa é uma
grande preocupação para mim e o fato de
ter uma renovação mínima de água com
certeza vai contribuir muito no meu trabalho!

Damião
Legal. Já eu me interessei mais pelo fato
de produzir um volume maior de peixes ou
camarões num espaço menor. Isso seria
perfeito para o meu projeto! Mas eu fiquei
pensando... De onde tudo isso surgiu? Quem
foi o abençoado que teve essa ideia?

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No módulo anterior, vimos que todos os sistemas de produção ligados
à aquicultura estão em constante evolução, porém alguns fatores são
decisivos para essa inovação. Entre eles, a questão ambiental é um
ponto crítico ao longo de toda a cadeia produtiva, sendo necessário
observar os riscos relacionados à excessiva exploração dos recursos
naturais, que podem ameaçar várias espécies e pôr em risco a própria
atividade econômica.
Você já tinha pensado nisso?

Bioflocos no mundo
Antes de continuarmos, você precisa ter claro o que é o sistema de
bioflocos. Trata-se de técnica desenvolvida com a proposta de permitir
a renovação da água usada nas atividades de aquicultura. Isso leva a
uma economia de recursos naturais.
Como qualquer outro tipo de cultivo, produzir peixes e camarões é um
trabalho que exige constante monitoramento, além de uma série de
outras necessidades, como troca da água, fornecimento de ração, oxi-
genação dos tanques etc. Em criações tradicionais, a troca precisa ser
feita diariamente, uma vez que essa água passa a ter resíduos conse-
quentes das atividades das espécies.

Bioflocos nada mais é do que um


recurso voltado para permitir que a
água utilizada na piscicultura dure
muito mais tempo do que o normal.

Agora que você já sabe, em linhas gerais, o que é esse sistema, vamos
conhecer sua história?

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A primeira referência científica ao sistema de bioflo-
cos ocorreu em 1964, relacionando as bolhas geradas
Década de
pelas ondas do mar à formação de agregados ricos
1960 em elementos orgânicos; servindo como base para os
estudos sobre flotação.

A tecnologia de cultivo em bioflocos surgiu com o


intuito de conciliar as questões ambientais com as
econômicas. A empresa Ralston Purina (EUA), espe-
cialista em ração e saúde animal, iniciou suas pes-
Década de quisas no cultivo de camarão. Na mesma década, a
1970 IFREMER-COP (Institut Français de Recherche pour
l’Exploitation de la Mer) iniciou os primeiros trabalhos
de produção de camarão marinho com a tecnologia
de bioflocos, na Polinésia Francesa. Nesse período, a
tecnologia ainda não era aplicada em escala comercial.

Nesse período, o desenvolvimento da BFT (Biofloc


Technology) teve a IFREMER (Polinésia Francesa), a
WMC (Beaufort, EUA) e a Texas A&M (Texas, EUA) como
Décadas de
os principais exemplos do cultivo de camarão marinho.
1980 e 1990 Quanto à aplicação comercial, criadores no Taiti (1988)
e em Belize (1997) implantaram um modelo de fazen-
da de camarões utilizando a tecnologia de bioflocos.

Hoje em dia, a tecnologia no cultivo de camarão em


BFT já está difundida com sucesso em larga escala na
Ásia e América Latina, bem como em estufas de pe-
quena escala nos Estados Unidos, Coreia do Sul, Itália,
Anos 2000 em
China e outros. A biotecnologia está cada vez mais
diante presente nos modelos de cultivo aquícola (seja exten-
sivo, seja intensivo), desde o entendimento do ciclo de
nitrificação até a busca de soluções para o controle de
nitrogenados.

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Precursores
Que tal saber um pouco mais sobre os cientistas e pesquisadores que
desenvolveram e divulgaram essa técnica ao redor do mundo? Confira
no infográfico a seguir.

Israel
Dr. Yoram Avnimelech trabalhou vários anos no Tailândia
estudo da BFT, ministrando cursos e palestras Dr. Robins McIntosh, em 1997, foi o responsável
ao redor do mundo. É autor do famoso livro pela divulgação mundial dos aspectos
Biofloc Technology – BFT (2009). científicos da BFT. Atualmente, é vice-
presidente da maior produtora de camarão
integrado do mundo, na Tailândia.

Malásia
Dr. Nyan Taw é um dos principais pesquisadores
que desenvolveu a tecnologia no cultivo de
camarões, em Sumatra (Indonésia) e,
atualmente, pela Blue Archipelago, na Malásia.

Tudo que se sabe sobre BFT hoje se deve ao que foi iniciado pelo Dr.
McIntosh, Avnimelech e pelo Dr. Nyan Taw e ao que fizeram na prática.
Esses precursores publicaram livros práticos e ministraram cursos e
palestras divulgando a tecnologia em todo o mundo.

Bioflocos no Brasil
Agora que você já conhece um pouquinho mais sobre o que é a tecno-
logia de bioflocos e seu surgimento no mundo, vamos descobrir como
ela chegou ao Brasil e quem foram os pesquisadores que a trouxeram
para cá?

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No início da década de 1980, Harvey
Persy criou a TMT (Tropical Mariculture
Technology). Com Henry Clifford e Reggie
Markham, iniciaram um importante proje-
to integrado de carcinicultura no Brasil: a
Maricultura da Bahia S.A., onde desen-
volveram o cultivo dos camarões: Litope-
naeus vannamei e P. stylirostris.

Nos anos 1980-1990, Harvey também par-


ticipou da implantação da Aquatec (maior
laboratório brasileiro de pós-larvas de ca-
marão) e da Camanor, que desenvolveu o
sistema AquaScience (RN, Brasil).

Já nos anos 2000, outros pilares da di-


vulgação científica da BFT surgiram no
Brasil. O Prof. Dr. Wilson Francisco Britto
Wasielesky Júnior trouxe os conceitos da
tecnologia empregada na WMC (Waddell
Mariculture Center) para o grupo de Car-
cinicultura da FURG, Rio Grande do Sul.

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Fora da costa brasileira, em 2014, o setor
de Maricultura do Laqua, da UFMG,
desenvolveu diversos cursos e trabalhos
de pesquisa sobre o cultivo de tilápias e
camarão marinho no sistema de bioflocos.

Recentemente, Amazônia Sustentável:


uma nova perspectiva para a aquicul-
tura foi o tema do I Workshop Nacional
sobre Tecnologia de Bioflocos (BFT) na
Amazônia, organizado pelo Grupo de
Pesquisa Aquicultura na Amazônia Oci-
dental do (Inpa/MCTI).

De certa forma, os avanços em pesquisa científica e extensão da FURG,


UFRPE, UFMG e INPA são responsáveis pelo pioneirismo da carcinicul-
tura desenvolvida nos anos 1980 e 1990 na Bahia e no Rio Grande do
Norte, foram os principais polos responsáveis pela disseminação da
tecnologia de bioflocos em todo o território brasileiro.
Você imaginava que havia tanta ciência por trás dessa tecnologia?
Foram essas pesquisas que permitiram todo o avanço que vimos nos
últimos anos.

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Caiu na rede!

Quer saber mais detalhes sobre o início da tecnologia de


bioflocos no mundo? Clique aqui e leia esse artigo da
Aquaculture Brasil.

Que tal conhecer melhor Harvey Persyn, um dos precursores


da tecnologia de bioflocos? Neste link, você pode conferir
uma entrevista concedida à Shrimp News (em inglês).

Clique aqui e assista a uma entrevista com o professor


Wilson Wasielesky Jr., coordenador do Projeto Camarão da
FURG, falando sobre “Bioflocos no Brasil: histórico, avanços
e perspectivas”.

Saiba mais sobre a AquaScience, uma tecnologia registrada


pela Camanor Produtos Marinhos. Clique aqui e confira!

Nesta aula, você viu como a tecnologia de bioflocos se desenvolveu no


mundo e como chegou ao Brasil. Na próxima, você vai saber mais so-
bre a evolução dessa tecnologia.
Continue seus estudos!

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Aula 2
Evolução da tecnologia

Esta aula vai apresentar alguns aspectos mais técnicos sobre bioflocos.
Ao final dela, você vai ser capaz de compreender as diferentes formas
de pensar em bioflocos, além de descobrir o que é BFT convencional,
Bio-RAS e BRÁSYS, entre outros.
Mas, antes de começar, que tal ter notícias da Patrícia e do Damião?

Damião
Oi, Patrícia! Muito legal saber mais sobre a
história do sistema de bioflocos, mas não
entendi muito bem como essa tecnologia
funciona...

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Patrícia
Oi, Damião! Vou contar pra você um
pouquinho do que eu sei da minha prática.

Patrícia
Na aquicultura, as fezes dos animais, os
restos de comida e até mesmo a sujeirinha
trazida pelo vento são elementos que
tendem a deteriorar a água. Por isso,
precisam ser removidos e a troca do
volume de água dos tanques é um trabalho
constante. Do contrário, o crescimento dos
peixes e outras vidas marinhas, como os
camarões, fica em risco, já que eles não
podem conviver em um ambiente com
baixa salubridade. Pelo que eu entendi
até agora, bioflocos é uma tecnologia que
permite que a água utilizada dure muito
mais tempo do que o normal.

Damião
Ah, agora eu entendi o que você falou
antes sobre a tecnologia de bioflocos ser
mais sustentável. Mas tem outros sistemas
que também reutilizam a água, certo? Vou
pesquisar sobre eles também...

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Como vimos anteriormente, os sistemas de cultivo de peixes e cama-
rões têm passado por diversas transformações desde a década de
1970. De forma prática, a criação de peixes e camarões em tecnologia
de bioflocos é uma derivação dos sistemas com recirculação de água
(RAS - Sigla em inglês para Recirculating Aquaculture Systems), na qual
não se utilizam filtros mecânicos nem filtros biológicos convencionais.

Os resíduos orgânicos gerados


na produção (as fezes, o muco
dos peixes e as sobras de ração)
são desintegrados e mantidos em
suspensão dentro dos próprios
tanques, servindo como substrato
para o desenvolvimento das bac-
térias heterotróficas.
Dessa forma, aquilo que antes se
acreditava não necessitar de filtros
para remoção de matéria orgânica em excesso, na tecnologia de bioflo-
cos, hoje sabemos que é imprescindível o uso de filtros como clarificado-
res, skimmers, entre outros tipos.

Fique atento, pois mais adiante vamos tratar sobre os tipos de filtro,
mas, para adiantar, Skimmer é uma palavra da língua inglesa que sig-
nifica escumadeira ou desnatadeira. Sua principal função é remover
matéria orgânica (proteínas, resto de ração, fezes de peixe), sujeira fina
e microalgas da água.

Outros modelos
Assim como a BFT evoluiu do RAS, outros modelos híbridos (ou seja,
com dois ou mais sistemas integrados) surgiram no sentido de aumen-
tar o controle dos sólidos e nitrogenados nos tanques de cultivo. Esta-
mos falando dos sistemas Aquamimicry, Aquacultura Multitrófica Inte-

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grada (AMTI), Simbiótico, Bio-RAS, BRÁSYS, entre outros.
Esses sistemas surgiram da necessidade de dominar a comunidade
bacteriana heterotrófica e plânctons, por meio do balanceamento e da
manutenção das relações de carbono e nitrogênio (C/N). O controle
de carbono e nitrogênio serve para aperfeiçoar a produção dos flocos
e, consequentemente, a retenção dos nutrientes. Em todos eles, traba-
lha-se com trocas mínimas de água, aproveitando os alimentos gerados
naturalmente. No próximo módulo, você vai compreender exatamente
como isso funciona!
Mas, antes, vamos ver alguns desses sistemas?

Aquamimicry

Sistema desenvolvido na déca-


da de 1990, na Tailândia. Ele cria
condições semelhantes ao de
um estuário (ambiente aquático
de transição entre um rio e o mar)
rico em zooplâncton para nutrição
suplementar dos camarões culti-
vados e bactérias benéficas a fim
de manter a qualidade da água.

Aquacultura Multitrófica integrada (AMTI)


Nesse sistema, cultiva-se uma
espécie de peixe (ex.: salmão),
alimentada com ração comercial,
integrada com outras espécies
consumidoras de matéria orgânica
(ex.: ostras), que se aproveitam dos
restos de material particulado pro-
venientes da espécie alvo e, por
último, outra espécie consumidora
de nutrientes (ex.: macroalgas).

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Simbiótico
Nesse sistema, há o controle de
C/N como principal objetivo téc-
nico. Há a promoção do bokashi,
que se trata de um processo
fermentativo realizado por mi-
crorganismos (probióticos) sobre
um substrato vegetal ou animal
(prebióticos). Essa fermentação
controlada de farelos de cereais
(arroz ou o trigo), com micror-
ganismos possibilita a quebra de moléculas complexas em moléculas
mais simples, servindo de alimento aos animais. A fermentação desses
farelos resulta na formação de ácidos orgânicos, como o ácido láctico,
acético e butírico.

Bio-RAS
Esse sistema apresenta uma
tecnologia menos conhecida
que combina o sistema RAS (re-
circulação) com a tecnologia de
bioflocos (BFT). Atualmente, há
uma tendência de fusão desses
dois sistemas para otimizar os
cultivos com redução dos custos
de produção, principalmente com
alimentos e energia elétrica. No
Bio-RAS, os bioflocos podem fazer parte de vários compartimentos de
um RAS ou de toda a água circulante.

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BRÁSYS
No Estado de Goiás, o modelo
BRÁSYS integrou três modelos
de produção: bioflocos, RAS e
aquaponia, que é um sistema de
produção de alimentos que com-
bina a aquicultura convencional
com a hidroponia, que é a técni-
ca de cultivar plantas sem solo.
Foi reduzida a quantidade de
carbono orgânico em vez de esti-
mular e suspender grandes quantidades de bioflocos.
O excesso dos sedimentos é removido do sistema e direcionado para um
biofiltro, tendo parte dos nitrogenados como alimento para os vegetais
cultivados. Ao final, a água retorna ao sistema, reduzindo em até 70% o
gasto com água, quando comparado a outros sistemas superintensivos.
Somada às tecnologias BFT e RAS, a aquaponia é um sistema que
engloba a aquicultura com hidroponia, no qual a água proveniente da
produção dos organismos aquáticos é utilizada para irrigar o vegetal,
com grande quantidade de nutrientes nitrogenados gerados pelo siste-
ma. Há também a preocupação com os sólidos, pois podem acumular-
-se nas raízes dos vegetais.

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Caiu na rede!

Quer saber mais sobre cada um desses sistemas? Clique


nos títulos abaixo para conhecer outros materiais que tratam
do assunto.

Recirculação da água (RAS)

Aquamimicry (em inglês)

Aquacultura Multitrófica integrada (AMTI)

Simbiótico

Bio-RAS

BRÁSYS

Aquaponia

Nesta aula, você soube um pouco mais sobre os aspectos mais técni-
cos de bioflocos. Conheceu também sistemas como o Aquamimicry,
Aquacultura Multitrófica Integrada (AMTI), Simbiótico, Bio-RAS e
BRÁSYS, que foi criado em Goiás. Na próxima, você vai conhecer os
principais layouts que são produzidos pela tecnologia de bioflocos.
Não deixe de conferir!

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Aula 3
Principais layouts
produzidos pela
tecnologia de
bioflocos

Esta aula vai apresentar alguns modelos de tanques para a aquicultura,


como os tanques circulares, raceways e os tanques escavados. Ao final
da aula, você vai ser capaz de entender como cada layout contribui
para o controle de sólidos e melhor desempenho.

Antes de começar, que tal conferir como estão a Patrícia e o Damião?

Damião
Oi, Patrícia! Como vai? Cada vez mais
eu me convenço de que a tecnologia de
bioflocos é para mim!

Criação de Peixes e Camarões pela Tecnologia de Bioflocos (BFT) 21


Patrícia
Que bom, Damião! Por aqui também, só
estou vendo vantagens.

Damião
Já estou dando uma olhada na minha
propriedade e escolhi o lugar para instalar
os tanques.

Patrícia
Ah! E você procurou um consultor ou um
assessor técnico?

Damião
Não! Precisava?

Patrícia
Antes de instalar os tanques, é muito
importante ter a ajuda de um profissional
qualificado! Essa pessoa vai desenvolver
um estudo sobre a viabilidade técnica e
econômica do empreendimento. O projeto
do sistema de cultivo vai ter como base a
sua realidade local e regional. Ou seja, é
um projeto feito exclusivamente para você,
considerando as características da sua
propriedade.

Criação de Peixes e Camarões pela Tecnologia de Bioflocos (BFT) 22


Patrícia
Essa pessoa também pode trazer novas
ideias de cultivo, sempre pensando na
sustentabilidade do seu negócio.

Damião
Não sabia nada disso. Pensei que poderia
fazer tudo sozinho. Você faz esse trabalho?

Patrícia
Como técnica em aquicultura, eu também
faço consultorias, mas no momento estou
me dedicando só à empresa para a qual
estou contratada. Que tal você buscar a
ajuda da cooperativa? Com certeza lá tem
alguém para indicar!

Criação de Peixes e Camarões pela Tecnologia de Bioflocos (BFT) 23


Projetando o tanque
A escolha do modelo de tanque (layout) visa minimizar custos, otimizar
processos e aumentar a eficiência do processo zootécnico. Por isso,
fique atento a esta etapa!
Um bom projeto de aquicultura pela BFT precisa reunir algumas carac-
terísticas. Veja as principais no infográfico a seguir.

Terreno plano ou
com leve inclinação,
Disponibilidade Disponibilidade de
Escolha o local que permita
de infraestrutura água de qualidade
adequado correção com
energética. (preferencialmente
máquinas.
de poço artesiano).

Uma das principais etapas na escolha do sistema de produção está


relacionada ao modelo do tanque. Cada modelo é ideal para um siste-
ma de produção diferente. E essa definição não é uma coisa simples,
pois depende da experiência do seu consultor ou assessor técnico,
assim como da infraestrutura básica existente na fazenda. O objetivo
do trabalho desse profissional é proporcionar o cultivo dessas espécies
em condições adequadas, planejadas e regularizadas para o consumo
humano.
A seleção da área passa pelo levantamento topográfico (consiste na
representação (em carta ou planta) dos pontos notáveis, assim como
dos acidentes geográficos e outros pormenores de relevo de uma
porção de terreno), feito por um agrimensor, que servirá de base para o
estudo e a definição do layout a ser empregado.

Criação de Peixes e Camarões pela Tecnologia de Bioflocos (BFT) 24


Na fase de elaboração do projeto
básico, é feito o dimensionamen-
to adequado do tamanho dos
tanques, das estruturas elétricas
e hidráulicas, bem como a obten-
ção das licenças ambientais para
a implantação do projeto.
A definição do design de todo o
projeto deve estar bem alinhada
com a sua capacidade financeira
de conseguir implantar todo o projeto.

Atenção! O pré-projeto elaborado


por um profissional qualificado é a
principal etapa de todo o processo a
ser definido!

Escolhendo o modelo de tanque


A tecnologia de bioflocos apresenta diversos layouts que foram pen-
sados, testados e validados de acordo com o cultivo e as condições
climáticas previstas. Trata-se de estruturas planejadas que buscam a
melhor eficiência no uso da água, manejo e praticidade, além de maior
segurança e desempenho zootécnico dos cultivos.

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Para aprender mais sobre os tipos de tanques, leia o
conteúdo a seguir ou acesse o seu Ambiente Virtual de
Aprendizagem (AVA) e assista em formato de vídeo!

Conecte-se e desfrute desse material de um jeito mais


dinâmico e interessante.

Se você estiver on-line e quiser ir direto para a página do


Portal EAD do Senar Goiás, clique no player.

Vamos conhecer os tipos de tanques usados no cultivo de peixes e


camarões, mas agora com foco na tecnologia de bioflocos.
O tipo de tanque escavado lonado é praticado com maior frequência
em regiões de costa, aproveitando tanques que evoluíram do sistema
extensivo. Utiliza aeradores do modelo de pás rotativas (paddle-wheel).

Para quem não sabe, aeradores são apa-


relhos usados para adicionar oxigênio à
água. Existem vários modelos diferentes
e eles trazem muitos benefícios! Esses
aqui são posicionados para criar um tipo
de vórtex ou escoamento giratório. Sua
ação é focada em criar uma correnteza
artificial, simulando a oxigenação natural,
o que permite que os bioflocos fiquem
em suspensão na coluna d’água.

Criação de Peixes e Camarões pela Tecnologia de Bioflocos (BFT) 26


As lonas de Polietileno de Alta Densida-
de (PEAD) são necessárias para evitar
infiltrações da água de cultivo no terre-
no. Assim, com menos troca de água, as
lagoas revestidas com lona normalmente
têm boa produção com 90% menos uso
de água e de rações comerciais, o que
reduz os custos de produção de 15% a
20%! Não é animador?

Agora, você precisa ficar ligado no tamanho do tanque! Os que têm até
1,6 hectare podem ser utilizados para o cultivo de camarão marinho,
com despescas de 11 a 26 toneladas por hectare por ciclo produtivo.
Agora vamos falar de outro tipo de tanque, os elevados em forma
retangular ou raceways, que são os de fluxo contínuo. Esse layout é
o principal modelo da tecnologia, utilizado por diversas fazendas de
pequeno porte. É um modelo de projeto com muita tecnologia, desde
as estruturas hidráulicas e elétricas até a automação das leituras físi-
co-químicas. Ou seja, vai um bom investimento aí!

Criação de Peixes e Camarões pela Tecnologia de Bioflocos (BFT) 27


Esses tanques são cobertos com estufa
agrícola (greenhouse) e geralmente têm
dois tamanhos: o tanque berçário, de
40 metros cúbicos (27,3 m x 2,5 m), e
o tanque para engorda, de 100 metros
cúbicos (33,5 m x 3 m).

Funciona assim: o dimensionamento uti-


liza a área de coleta de resíduos em uma
ponta do tanque e destina esse material
para um tanque externo (clarificador). Lá,
a matéria orgânica bruta sofre um pro-
cesso de decantação e a água clarifica-
da retorna para o tanque de cultivo.

Vamos para mais um tipo de tanque: os


elevados circulares.

Os projetos com bioflocos que adota-


Funciona assim: o dimensionamentoram utiliza
esseadesign
área de
deprodução
coleta de se resídu-
base-
os em uma ponta do tanque e destina aram nos material
esse layouts dopara
sistema
umRAS. Eles
tanque
utilizam estufas
externo (clarificador). Lá, a matéria orgânica brutacirculares
sofre um individuais
processo ou de
retangulares com mais de um tanque.
decantação e a água clarificada retorna para o tanque de cultivo.
Nesse modelo, a estratégia principal é
Vamos para mais um tipo de tanque: os elevados circulares.
provocar o vórtex central para coleta
dos resíduos em uma caixa coletora
central ou cano central perfurado e tela-
do, instalado no centro do tanque.

Criação de Peixes e Camarões pela Tecnologia de Bioflocos (BFT) 28


Muitas fazendas que adotaram o sistema de produção com tanques
elevados circulares buscam integrar o cultivo de organismos aquáticos
(aquicultura) com o cultivo plantas (aquaponia) e a irrigação de pastos
(fertirrigação).
Desde a década de 1990, a integração da tecnologia de bioflocos com
outras tecnologias, como aquaponia e/ou RAS, foi validada e é estuda-
da. Nesse layout, a retirada de matéria orgânica tem maior eficiência e
praticidade por ter um ponto de coleta ao centro do tanque de cultivo
por conta do redemoinho.

Pescando ideias

Diversos modelos foram criados de acordo com várias


necessidades de controle de volume de sólidos, aumento
da eficiência energética, entre outros.

A escolha do layout precisa estar de acordo com os


modelos desenvolvidos em escala comercial, praticados
com maior praticidade e controle dos nitrogenados que podem limitar o
desenvolvimento do animal cultivado.

Caiu na rede!

Se você quiser saber mais sobre a construção de difer-


entes tipos de tanques, clique aqui e assista a um compi-
lado de vídeos e imagens sobre o assunto!

Nesta aula, você aprendeu sobre os principais layouts de tanques para


a aquicultura. Focamos nos modelos:

Criação de Peixes e Camarões pela Tecnologia de Bioflocos (BFT) 29


• Tanques escavados lonados;
• Tanques elevados em raceways ou retangulares; e
• Tanques elevados circulares.
Você também aprendeu sobre como cada layout contribui para o con-
trole de sólidos e a melhora desempenho.
Na próxima aula, você vai aprender a produzir tilápia, camarão e piraru-
cu em BFT.
Avance!

Criação de Peixes e Camarões pela Tecnologia de Bioflocos (BFT) 30


Aula 4
Produção de tilápia,
camarão e pirarucu em
BFT

Esta aula vai apresentar uma análise das diferentes espécies que foram
validadas para produção em BFT. Ao final, você vai ser capaz de com-
preender o processo de produção de tilápia, camarão e pirarucu com a
tecnologia de bioflocos.

Patrícia
Oi, Damião! Como vão as coisas?

Damião
Oi, Patrícia! Por aqui está tudo certo!
E por aí?

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Patrícia
Tudo certo também. Vi o vídeo que você
enviou sobre os tipos de tanque. Muito
interessante!

Damião
Sim, e eu já entrei em contato com um
consultor para fazer um estudo da minha
fazenda. Ele me perguntou se eu tenho
alguma espécie de preferência, mas não
conheço muito sobre isso...

Patrícia
Que ótimo que você encontrou alguém!
São várias opções de espécies para cultivo.
Tenho aqui um material bem legal que trata
das espécies que cultivamos aqui onde eu
trabalho. Vou mandar pra você!

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Nas aulas anteriores, você aprendeu sobre sistemas de produção em
linhas gerais. A partir de agora, o foco será o cultivo em BFT de tilápia,
camarão branco e pirarucu. Nos próximos módulos, vamos apresentar
como você pode cultivar essas espécies utilizando as nossas orientações
técnicas, aplicadas em cultivos de fazendas de produção pelo Brasil.
Mas, antes, vamos conhecer um pouco mais sobre cada uma dessas
espécies?

Tilápia Camarão branco Pirarucu


Oreochromis niloticus
do Pacífico Arapaima gigas
Litopenaeus vannamei

Caiu na rede!

Quer saber se outras espécies são aptas à tecnologia de


bioflocos? Clique aqui e leia o artigo da Aquaculture Brasil!

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Tilápia
Apesar de popular no Brasil, a tilápia é uma espécie originária da Áfri-
ca. Ela foi introduzida aqui somente em 1971, por meio do Departamen-
to Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), em reservatórios públi-
cos no Nordeste.

Nesse mesmo período, no Sudes-


te, as companhias hidrelétricas de
São Paulo e Minas Gerais também
produziram significativa quantida-
de de alevinos para povoamento
de seus reservatórios, para venda
e distribuição a produtores rurais.

Represa de Furnas, Minas Gerais.

Camarão branco do Pacífico


Como o próprio nome traz, o camarão branco do Pacífico também é
uma espécie exótica no litoral brasileiro. Sua distribuição natural vai
desde as águas do Oceano Pacífico na província de Sonora, no México,
até o sul de Tumbes, no Peru.

Esse camarão foi introduzido no


Brasil nos anos 1980 e está entre
as cinco espécies de camarão
marinho mais cultivadas no mun-
do, apresentando uma alta acei-
tação no mercado americano.

Sistema de produção intensiva de camarão


branco do Pacífico

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Pirarucu
O pirarucu é a maior espécie carnívora da Amazônia, podendo atingir
até 200 kg de peso total na natureza. Essa espécie tolera altas densi-
dades durante a criação, pois tem capacidade de resistir às altas con-
centrações de amônia.

A bexiga natatória desse peixe é


adaptada para realizar trocas ga-
sosas com o sistema circulatório
em uma analogia ao pulmão de
aves e mamíferos, por isso permi-
te que suba à superfície, respire o
oxigênio e o CO2 seja eliminado
pelas brânquias.

Tanque de pirarucus – Amazonas.

Um olho no peixe...

Atenção! Não deixe de consultar um técnico capacitado


para ajudá-lo a escolher o tipo de cultura que você quer
desenvolver!

Para o sucesso do cultivo, é preciso considerar alguns aspectos im-


portantes:
• o manejo deve ser intensivo e seguro, baseado nos parâmetros
de qualidade de água;
• a espécie escolhida deve ser adequada para o cultivo, ter valor de
mercado agregado e uma alta demanda no mercado consumidor;

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• conhecimentos de bioquímica, engenharia e microbiologia são
fundamentais para compreender melhor o meio heterotrófico de
cultivo presente na tecnologia de bioflocos. Se você não sabe, os
seres heterotróficos são os que se alimentam de outros organismos
ou dos resíduos orgânicos produzidos por outros organismos.

Caiu na rede!

Para saber mais sobre o assunto, clique aqui e leia o ar-


tigo do Panorama da Aquicultura, que trata do cultivo do
camarão branco em águas de baixa salinidade.

Nessa entrevista (em espanhol), o pesquisador Harvey


Persyn conta como desenvolveu pela primeira vez larvas
de camarão branco (Penaeus vannamei) em laboratório.

São muitas informações novas, não é mesmo? Mas não se preocupe!


Nos próximos módulos, vamos aprofundar o conteúdo, esclarecendo
ainda mais a questão prática do sistema Bioflocos.
Para concluir este módulo, vimos como a tecnologia de bioflocos surgiu
como alternativa de cultivo no mundo e no Brasil. Entre as principais
vantagens da BFT está a diminuição do uso de água e efluentes, bios-
segurança, altas densidades, formação dos flocos como fonte adicional
de alimento e estabilidade da qualidade de água, promovendo o culti-
vo de diferentes espécies de animais, como tilápia, pirarucu e camarão
marinho em nosso Estado e em todo o Brasil.

Pegando o peixe
Agora é a sua vez!
Reflita sobre todos os aprendizados deste módulo e responda:

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Do seu ponto de vista, qual espécie a ser cultivada é mais adequada
para sua realidade?
E qual seria o melhor modelo de tanque para esse cultivo?

Para finalizar o conteúdo do módulo, vamos ler mais um trecho da con-


versa entre Patrícia e Damião?

Damião
Oi, Patrícia! Como vai? Tenho boas notícias!

Damião
Conversando com o consultor técnico do
meu projeto, estou inclinado a começar
a minha produção com tilápias, usando
tanques retangulares e com cobertura,
tipo uma estufa. O que mais me chama
atenção nesse modelo é que ele é perfeito
para áreas pequenas, economiza água e
reduz o ciclo de produção. Além disso, os
berçários protegem o cultivo das variações
do ambiente. Vou ter que fazer um
investimento, mas tenho fé que o retorno
vem logo!

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Patrícia
Que boa notícia, Damião!

Damião
Sim, nós vamos aguardar o resultado do
estudo, mas acho que vai dar certo!

Patrícia
Vai dar certo sim! Você está se dedicando
bastante para isso! Aqui onde eu trabalho,
utilizamos os tanques escavados com
lona. Funciona bem, mas nossa demanda
aumentou, então precisamos intensificar a
produção. Quero entender melhor o papel
dos microrganismos e dos elementos físico-
químicos no sistema de bioflocos para
saber se mantemos ou não.

Damião
Opa! Parece algo que eu preciso aprender
também!

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Antes de passar para o próximo módulo, você precisa responder algu-
mas atividades de aprendizagem disponíveis em seu Ambiente Virtual
de Aprendizagem (AVA)!
Mas, se quiser se preparar para esse momento, que tal dar uma espia-
dinha nas questões?

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Atividade de
Aprendizagem

1. Os sistemas intensivos associados à tecnologia de bioflocos (BFT)


não requerem troca de água, permitem a manutenção da qualidade
da água do cultivo e proporcionam a utilização de elevadas densida-
des de estocagem.
Considerando o que foi estudado neste módulo, no que diz respeito
à importância conhecer o histórico e a evolução da BFT, podemos
afirmar que:

a) ( ) Desde a década de 1970, a tecnologia de bioflocos foi empre-


gada em escala comercial, tendo sucesso como modelo de produção
em diversas espécies aquícolas.
b) ( ) O modelo RAS tem como fundamento o controle de nitrogena-
dos e sólidos fora do tanque de cultivo, promovendo a troca de água
constante.
c) ( ) A biotecnologia ainda está muito distante da realidade das fa-
zendas de produção em BFT.

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d) ( ) A aquaponia é uma tecnologia que permite o aproveitamento
dos nitrogenados, oriundos da água de cultivo, porém sem a devida
preocupação com sólidos, pois os vegetais aproveitam tudo.
e) ( ) A espécie de peixe ou camarão a ser cultivado em BFT deve-se,
entre outras características, ao hábito alimentar filtrador e/ou detritívoro.

2. O cultivo em BFT é possível por causa da experiência do seu con-


sultor/assessor, com a vivência nas atividades de manejo e controle
da qualidade de água, associadas a segurança e backups no sistema
elétrico.
Considerando o que foi estudado neste módulo, no que diz respeito
à importância de conhecer os modelos aplicados em BFT, é correto
afirmar que:

a) ( ) Os tanques escavados podem ser vistos como uma estratégia


ideal para o layout no cultivo em BFT, com ou sem lona PEAD.
b) ( ) Os tanques escavados lonados são praticados com maior fre-
quência em regiões de costa, aproveitando tanques que evoluíram do
sistema extensivo.
c) ( ) Os raceways ou tanques retangulares desenvolvidos pela WMC
e praticados em centros de pesquisa aquícola no Brasil são exclusivos
para o cultivo de tilápia.
d) ( ) Os tanques elevados circulares são um layout empregado pelo
sistema BFT e que evoluíram para o RAS em todo o mundo.
e) ( ) O tipo de layout no sistema BFT independe das características
biológicas e físico-químicas empregadas.

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