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e Camarões pela
Tecnologia de
Bioflocos (BFT)
20h/aula
Ficha Técnica
2022. SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL DE GOIÁS - SENAR GOIÁS
1ª EDIÇÃO – 2022
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INFORMAÇÕES E CONTATO
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO
Rua 87, n° 708, Ed. Faeg, 1º Andar: Setor Sul, Goiânia/GO, CEP: 74.093-300
(62) 3412-2700 / 3412-2701
E-mail: senar@senargo.org.br
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http://ead.senargo.org.br/
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
PRESIDENTE DO CONSELHO ADMINISTRATIVO
José Mário Schreiner
SUPERINTENDENTE DO SENAR GOIÁS
Dirceu Borges
DIRETOR DO DEPARTAMENTO TÉCNICO DO SENAR GOIÁS
Flávio Henrique Silva
GERENTE DE EDUCAÇÃO FORMAL DO SENAR GOIÁS
Mara Lopes de Araújo Lima
Atividade de aprendizagem
Atividade de aprendizagem
Atividade de aprendizagem
Atividade de aprendizagem
Damião
Oi, Patrícia! Aqui é o Damião. Recebi o
seu contato pelo pessoal da cooperativa de
pesca e aquicultura aqui da região. Estou
procurando alguém que entenda do assunto
para trocar informações.
Patrícia
Oi, Damião! Legal, eu sou bióloga e técnica
em aquicultura. Trabalho há 5 anos numa
grande produção de tilápias e camarões, mas
estou sempre pesquisando novas técnicas
que ajudem nos desafios que aparecem.
Damião
Prazer!
Damião
Sou agricultor e tenho uma propriedade
rural média, de 12 hectares, onde cultivo
alho para o comércio aqui da região.
Estou em busca de outra fonte de renda e
sugeriram a aquicultura!
Damião
Não muita coisa...
Patrícia
Então acho que posso ajudar você! E o
que eu não souber, vamos aprender juntos!
Vamos começar?
Agora que você já conhece o percurso e as informações necessárias,
já pode começar sua jornada de aprendizado. Explore tudo o que te-
mos disponível no curso e lembre-se:
Você terá sucesso garantido na busca por crescimento pessoal e
profissional se mantiver a organização e a dedicação ao longo do
caminho. Siga em frente e bons estudos!
Apresentação Atividade de
aprendizagem
Aula 1
Aula 2 Aula 3 Aula 4
Apresentação
Você está aqui!
Atividade de aprendizagem
Damião
Oi, Patrícia! Tudo certo? Você falou que
trabalha com tilápias, né? Mas eu estava
pensando... Elas não são peixes brasileiros...
Então, como vieram parar aqui?
Patrícia
Aprendi sobre isso no meu curso de
Aquicultura. É uma história bem legal, que
começa lá atrás, mas é importante a gente
conhecer para saber as dificuldades que
foram encontradas e como elas foram
resolvidas. E você tem razão! A tilápia não
é um peixe nativo do Brasil, ela é originária
da África, mas se adaptou muito bem por
aqui, né? No meu trabalho, a gente percebe
que a demanda cresce a cada ano! O que é
ótimo, mas já estamos procurando formas de
aumentar a produção no espaço que temos...
Damião
É bom saber disso! Minha intenção é
começar com a aquicultura como uma
segunda fonte de renda, porque o meu foco
é o cultivo de alho. Meu espaço é limitado,
mas me falaram de uma tecnologia nova que
pode ajudar. Só que eu ainda não sei bem
por onde começar...
Patrícia
Que tal começar conhecendo melhor a
aquicultura? Encontrei um material bem legal
aqui. Vou enviar pra você!
Pesca Aquicultura
Atualmente Atualmente
Emprega 30 milhões de pessoas A produção comercial inclui
em todo o mundo, tendo a Ásia 98 espécies de peixes, 18 de
com 35% da produção mundial. crustáceos, 10 de moluscos e
20 de plantas.
Caiu na rede!
Para aprofundar seus conhecimentos sobre a evolução
histórica da aquicultura, clique aqui e leia o artigo do
professor Luis Vinatea.
1970
Nessa época, retomou-se o investimento em espécies
autóctones, que são aquelas nativas do ecossistema em
que vivem (como tambaqui, pacu e piaus) para o uso na
piscicultura.
1980
No interior do país, as escavações para obtenção de
barro serviram para inundações de pequenas represas,
que promoveram o mercado de peixes destinados ao
pesque-pague, estimulando a prática e o cultivo de
espécies nativas. Logo depois, espécies exóticas também
foram introduzidas.
1990
O cultivo de pescados no Brasil até a década de 1990 era
praticado tradicionalmente em reservatórios de áreas rurais,
açudes ou viveiros escavados.
1990
Dos anos 1990 em diante, surgiram novas técnicas de
aquicultura, com apoio da iniciativa privada. Paralelamente,
a carcinicultura marinha também se expandiu na região
Nordeste. O cultivo de ostras e mexilhões também se
expandiu no estado de Santa Catarina.
Caiu na rede!
Que tal saber mais sobre o potencial do Brasil? Clique
aqui e leia o artigo “Desenvolvimento e potencial da
tilapicultura no Brasil”, de Schulter e Vieira Filho, 2018.
Damião
Novas técnicas? Ah, então ela pode ser
implementada de várias formas, certo?
Patrícia
Pois é, existem vários sistemas de cultivo.
Aprendi um pouco sobre eles no meu curso,
mas ainda tem muita coisa que eu não sei. Vou
mandar para você o que eu tenho e o resto a
gente descobre juntos!
Cultivo extensivo
Nesse tipo de cultivo, não há muita inovação. Geralmente, são aprovei-
tados o que já existe na fazenda, como açudes e lagos naturais. Assim,
cerca de 80% do sucesso dessa criação depende das condições e da
oferta de recursos naturais.
Os peixes são criados de ma-
neira totalmente natural, princi-
palmente quanto à alimentação.
Com isso, não são esperados
muitos resultados, pois nunca po-
deremos comparar aos obtidos
em cultivos mais tecnificados.
Tem como vantagem ser uma
atividade que pode ser desen-
volvida como secundária em uma
propriedade rural.
Cultivo semi-intensivo
Este modelo exige um pouco mais do piscicultor, e é o sistema produti-
vo mais utilizado pelos aquicultores atualmente. O cultivo começa pelo
projeto, em que a área destinada à produção é dimensionada de acor-
do com a oferta e o fluxo da água, topografia, atendimento à regulação
ambiental, entre outros fatores.
Cultivo intensivo
Graças ao desenvolvimento de diversas ferramentas para a análise de
água (oxímetro, sondas de multicanal e fluorímetro), bem como o de-
senvolvimento de técnicas de manejo e avaliação zootécnica frequente,
houve uma evolução dos modelos de produção na aquicultura.
Com tudo isso, é possível aumentar a quantidade de animais por me-
tro quadrado. Ademais, a alimentação usada é totalmente artificial,
resultando no melhor desenvolvimento dos animais.
Nesse tipo de cultivo, costuma-se usar filtros biológicos ou outros
meios de filtragem para manter a qualidade da água. Exceto os tan-
ques-redes cultivados em grandes barragens, a aeração artificial é
fundamental para manter os níveis de oxigênio.
Cultivo superintensivo
Esse cultivo tem sido estudado nos principais centros de pesquisa em
aquicultura em todo o mundo. Além de ter as mesmas características
do sistema intensivo, permite que o produtor possa ter altas taxas de
povoamento em tanques. Quer saber como? Este será o assunto do
próximo módulo!
Caiu na rede!
Esta aula vai mostrar como foi a evolução dos tipos de produção e
quais tecnologias são empregadas. Ao final dela, você vai ser capaz
de diferenciar os tanques escavados dos tanques-redes, além de co-
nhecer o histórico dessas tecnologias.
Antes de começar, que tal conferir como estão a Patrícia e o Damião?
Damião
Oi, Patrícia! Muito bom o material que você
me enviou sobre os tipos de cultivo. É bom
saber disso para entender o potencial da
minha fazenda. Acho que o sistema
superintensivo pode ser o ideal para mim.
O que você acha?
Damião
Vou pesquisar sobre as tecnologias
empregadas e compartilho com você o que
eu encontrar, combinado?
Patrícia
Combinado!
Com todo o resgate histórico que fizemos nas aulas anteriores, você
já percebeu que a aquicultura brasileira vem passando por transforma-
ções importantes que têm alterado a cadeia produtiva como um todo.
Com exceção do setor de carcinicultura do Nordeste, que possui tan-
ques extensos (500 m² a 5 ha), a maior parte da aquicultura brasileira
é caracterizada por empreendimentos de pequeno porte, sistemas
de produção extensivos e baixo nível de tecnologia. No entanto, atu-
almente, esse setor tem vivenciado uma rápida profissionalização a
Nesta aula, você viu como foi a evolução no Brasil dos tanques esca-
vados dos tanques-redes. Na próxima, você vai ter um panorama da
aquicultura no mundo.
Avance!
Patrícia
Oi, Damião! Gostei do vídeo! Obrigada por
compartilhar!
Damião
Nem precisa agradecer!
Damião
Legal! Sempre gostei de pesque-pague. Eu
às vezes fico pensando... A gente tem tanto
pra crescer aqui no Brasil, como será que
são as coisas lá fora?
Patrícia
Vamos descobrir!
Ásia
A aquicultura asiática é caracterizada pelo policultivo de carpas co-
muns e chinesas em tanques envolvendo fertilização. Esse policultivo
de carpas sem o uso de insumos nutricionais em lagoas na Índia já
existe há mil anos!
Porém a aquicultura em outros países asiáticos é relativamente recen-
te. Na maioria deles, a aquicultura se desenvolveu significativamente
a partir da década de 1950. Os peixes selvagens ainda são a principal
oferta na maior parte do Sudeste Asiático, tanto hoje como no passado.
A aquicultura em pequena escala é tradicional em campos de arroz
no Laos e no Norte do Vietnã, onde terras de cultivo de arroz e peixes
selvagens levaram à evolução inicial do cultivo de peixes.
Segundo relatos históricos, os
produtores chineses parecem ter
introduzido a aquicultura de carpas
em tanques escavados na Malásia,
Filipinas, Singapura e Tailândia no
início do século passado.
O cultivo de algas marinhas e
moluscos começou há cerca de
600 anos no Japão.
Américas
A aquicultura teve início na América Latina e no Caribe na década de
1940, principalmente para fins recreativos e de repovoamento. Nas
décadas de 1960 e 1970, a atividade era orientada para a produção de
alimentos para consumo local e para a diversificação das atividades
rurais ligadas à agricultura e à pecuária.
Durante os últimos 20 anos, o desenvolvimento da aquicultura foi
significativo na América Latina. A implementação de sistemas de pro-
dução de última geração e a utilização de novas tecnologias têm per-
mitido aos produtores gerir seus recursos produtivos de forma mais
eficiente, permitindo ao setor contribuir significativamente para a gera-
ção de alimento e de emprego.
Caiu na rede!
Patrícia
Oi, Damião! Como vão os estudos sobre
aquicultura? Manda notícias!
Damião
Oi, Patrícia! Como vai? Olha, eu achei bem
interessante conhecer as diversas formas
de cultivar peixes e camarões pelo mundo,
o que mostra que não há uma única maneira
de atingir bons resultados!
Damião
Tem razão, Patrícia! Eu li numa reportagem
que o consumo de peixes e camarões
tem aumentado muito nos últimos anos,
e ainda tem muito espaço para melhorar.
A reportagem dizia que o setor cresceu
211% nos últimos 15 anos. Já imaginou se
continua assim? Foram mais de 800 mil
toneladas produzidas em 2020. Eu quero
um pedacinho desse mercado pra mim!
Olhando para o meu caso, talvez uma
produção com sistema superintensivo
seria legal, o que você acha?
Patrícia
Pelo que sei, é um sistema interessante
para pequenas áreas, mas que requer mais
cuidado. Já ouviu falar em bioflocos?
Damião
Ouvi falar eu já ouvi, mas saber o que é
mesmo, ainda não sei.
Damião