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de boas
práticas
para a
cultura
manual
de boas
práticas
para a
cultura
MEDRONHEIRO – MANUAL DE BOAS PRÁTICAS PARA A CULTURA
4
PRÓLOGO
MENSAGEM DO PRESIDENTE
6
MEDRONHEIRO – MANUAL DE BOAS PRÁTICAS PARA A CULTURA
| ÍNDICE 4. PRÁTICAS
CULTURAIS
62
4.1. Controlo de infestantes 64
4.1.1. Vantagens do mulching orgânico 66
4.2. Nutrição e fertilização 67
4.3. Poda 73
1. CARACTERIZAÇÃO
DA PLANTA
08 4.3.1.
4.3.2.
O que podar
Ações a evitar
76
79
1.1.
1.2.
1.2.1.
Espécie
Desenvolvimento do fruto
Fase de multiplicação celular
10
21
22
5. COLHEITA
DO FRUTO
80
1.2.2. Fase do engrossamento celular 22 5.1. Características do fruto 82
1.2.3. Fase de maturação e colheita 23 5.1.1. Evolução da maturação 83
1.3. Associações simbióticas 24 5.2. Época de colheita 85
1.3.1. Produção de plantas micorrizadas 26 5.3. Métodos de colheita 87
1.3.2. Pomares de medronheiros 5.3.1. Colheita para consumo em fresco 87
micorrizados 26 5.3.2. Colheita para transformação 89
2. CULTURA
28 6. POTENCIAL
DO FRUTO
90
2.1. Exploração de medronheiros 30 6.1. Produtos fermentados 92
2.1.1. Áreas naturais 31 6.2. Produtos não fermentados 94
2.1.2. Áreas de pomar em solos florestais 6.3. Valorização dos subprodutos 97
e agrícolas 32
98
2.2. Plantas de origem seminal vs clonal 33
CONSIDERAÇÕES
2.3. Pomar produtor de semente 37
FINAIS
3. INSTALAÇÃO
38
3.1.
3.2.
Avaliação prévia da aptidão do local
Preparação do terreno
40
48
BIBLIOGRAFIA
102
3.3. Fertilização de instalação 52
3.4. Plantação 57 Agradecimentos
3.4.1. Recomendações à plantação 60 Projetos desenvolvidos, Entidades e Equipas
MEDRONHEIRO – MANUAL DE BOAS PRÁTICAS PARA A CULTURA
8
1. CARATERIZAÇÃO DA
PLANTA
1.1.
| ESPÉCIE
O medronheiro ( Arbutus
unedo L.) é uma Ericácea que
pertence ao género Arbutus que
inclui mais dez espécies, das
quais quatro se encontram na
bacia do Mediterrâneo e sete no
ocidente da América do Norte.
Arbutus andrachne L. – Foto: © Lior Almagor Flora Arbutus menziesii Pursh – Foto: Oregon State Univ.
of Israel Online
10
Folha esclerófila de azinheira
CLIMA
12
SOLO
ECOLOGIA E
DISTRIBUIÇÃO
14
Pode constituir vegetação permanente
e dominante em cristas rochosas ou
noutras estações de solos incipientes,
fisiologicamente secas por ação do vento
ou ainda participar como co-dominante
em etapas sucessionais mais degradadas
como sejam urzais (matos baixos de
ericáceas), tojais (matos de Ulex sp. pl.)
e estevais (matos de Cistus sp. pl.).
O medronheiro em áreas secas e solos delgados, associado a matos baixos, como urzes, no Barranco do Velho,
Associação de Produtores Florestais da Serra do Caldeirão – Foto: P. Jesus
MEDRONHEIRO – MANUAL DE BOAS PRÁTICAS PARA A CULTURA
ECOLOGIA E
DISTRIBUIÇÃO:
DOIS GRUPOS
16
Na área litoral, o
medronheiro, aparece
associado a arbustos
de folha larga, como a
adelfeira (Rhododendron
ponticum), em Monchique.
Na área interior, o medronheiro, aparece associado à urze, ao estevão ou às giestas – Foto: A. Guerreiro
MEDRONHEIRO – MANUAL DE BOAS PRÁTICAS PARA A CULTURA
OCUPAÇÃO
ATUAL
Na figura é identificada:
Áreas protegidas
Rede Natura 2000 (SIC)
18
RESILIÊNCIA A ÁREAS
DEGRADADAS
Contributo do medronheiro para o aumento da matéria orgânica do solo: a altura da camada de folhada que
se deposita no solo é superior à do telemóvel, como evidenciado na figura em cima
MEDRONHEIRO – MANUAL DE BOAS PRÁTICAS PARA A CULTURA
RESILIÊNCIA
A INCÊNDIOS
20
1.2.
| DESENVOLVIMENTO
DO FRUTO
Floração
Crescimento do fruto
Indução
Diferenciação floral
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov
1.2.1. 1.2.2.
FASE DE FASE DO
MULTIPLICAÇÃO ENGROSSAMENTO
CELULAR CELULAR
22
1.2.3.
FASE DE
MATURAÇÃO
E COLHEITA
I. A diminuição da taxa de
fotossíntese, do consumo
de hidratos de carbono
de reserva e da taxa de
crescimento dos frutos;
1.3.
| ASSOCIAÇÕES
SIMBIÓTICAS
MICORRIZAS
Absorção de água
e nutrientes do solo
Fungo Raízes
micorrízico das plantas
Energia e
fotoassimilados
Planta de medronheiro evidenciando a presença de micorrizas ao nível das raízes e as vantagens para ambas
as partes (planta e fungo)
24
FUNGOS SIMBIONTES
1.3.1. 1.3.2.
PRODUÇÃO POMARES DE
DE PLANTAS MEDRONHEIROS
MICORRIZADAS MICORRIZADOS
A B C
26
Planta micorrizada com Lactarius
deliciosus e Tuber borchii antes
da instalação do ensaio
MEDRONHEIRO – MANUAL DE BOAS PRÁTICAS PARA A CULTURA
28
2.
CULTURA
2.1.
| EXPLORAÇÃO
DE MEDRONHEIROS
30
2.1.1.
ÁREAS NATURAIS
INTERVENÇÕES
Intervenção em áreas naturais: limpeza, seleção Intervenção em áreas naturais: Adensamento com
de plantas e podas preparação do solo na linha e plantação em S. Pedro
de Alva, parcela da Medronhalva, Lda
MEDRONHEIRO – MANUAL DE BOAS PRÁTICAS PARA A CULTURA
2.1.2.
ÁREAS DE POMAR
EM SOLOS FLORESTAIS
E AGRÍCOLAS
PLANTAS CLONAIS:
SELEÇÃO E
PROPAGAÇÃO
1 2 3 (A ou B) 4
Produção de plantas clonais: seleção (1); avaliação da produção e qualidade do fruto (2); métodos de propagação
(3A - por estacaria ou 3B - por micropropagação) e atempamento final em viveiro (4)
34
PLANTAS CLONAIS:
AVALIAÇÃO EM
ENSAIOS DE CAMPO
PLANTAS CLONAIS:
ALOCAÇÃO
A B
Instalação de pomares com recurso a plantas clonais selecionadas em função da estação ecológica e objetivo do produtor,
em A - Proença-a-Nova, parcela de Tiago Cristóvão; 2,5 anos após a instalação/2014; B - Em Aljezur, parcela de João Pacheco
36
2.3.
| POMAR PRODUTOR
DE SEMENTE
38
3.
INSTALAÇÃO
3.1.
| AVALIAÇÃO PRÉVIA
DA APTIDÃO DO LOCAL
A não existência de espécies arbustivas poderá ser indicador de limitações do meio físico
40
OBSERVAÇÕES
PRELIMINARES
OBSERVAÇÕES
PRELIMINARES
42
CONDICIONANTES
44
Declives superiores a 30%: A existência de espécies protegidas
.. Em áreas integradas na Reserva dá indicação:
C - FAIXAS DE VEGETAÇÃO
ESPONTÂNEA OU DE ÁREA
NÃO MOBILIZADA:
I. Protegem a cultura
de pragas, através do
alimento e abrigo que
proporcionam a insetos
auxiliares (e.g. joaninhas)
e aves insetívoras, espécies
predadoras ou parasitoides
de afídios, cochonilhas
e lagartas, protegendo
preventivamente as plantas
no pomar;
46
D - PROTEÇÃO DO VENTO: E - EXPOSIÇÃO:
3.2.
| PREPARAÇÃO
DO TERRENO
Gradagem, com grade rebocada para limpeza Ripagem para aumentar a profundidade do solo
da vegetação espontânea (em pormenor dentes do ríper)
48
III. Em alternativa, usar a alfaia de duplo VI. A profundidade da ripagem varia
efeito (gradagem e ripagem em em função do grau de desagregação
simultâneo); e da profundidade da rocha-mãe,
da existência de camadas compactas
IV. Mobilizar quando o solo está em sazão
e da textura do solo;
ou seco, para promover o rompimento
e arejamento do solo; VII. A profundidade de trabalho pode variar
entre 0,6 m a 1 m. Em solos pedregosos,
V. Não mobilizar com excesso de água,
o dente do ríper deverá ter um ângulo
induz a compactação do solo e limita
entre 76° e 90° de forma a não favorecer
o desenvolvimento das raízes.
a subida/carreamento de pedras.
Mobilização com excesso de água no solo (a não realizar) Carreamento de pedras após ripagem realizada
a profundidade inadequada
MEDRONHEIRO – MANUAL DE BOAS PRÁTICAS PARA A CULTURA
C - OPERAÇÕES
COMPLEMENTARES:
V. Na ausência de vegetação
espontânea, proceder à
sementeira de leguminosas
e gramíneas ou à cobertura
com mulch (resíduos
orgânicos castanhos,
ricos em carbono, casca
de pinheiro) ou outro
coberto vegetal.
50
Perfil do solo Análise do solo Vegetação Topografia
• Profundidade
e grau de
desagregação
da rocha–mãe • Aplicação de • Corte e • Valas de drenagem
corretivos incorporação
• Pedregosidade • vs mobilização
(calagem) a 20–40cm
curvas de nível
• Adubação de fundo • Gradagem segundo
(P) e localizada as curvas de nível,
à plantação simples ou cruzada
Operações complementares
3.3.
| FERTILIZAÇÃO
DE INSTALAÇÃO
Colheita de amostras de terra para análise, em São Pedro de Alva, parcela da Medronhalva, Lda.
52
COLHEITA DE
AMOSTRAS DE TERRA
ANÁLISES
A REALIZAR
ANÁLISES OBRIGATÓRIAS
DE ACORDO COM AS NORMAS
DA PRODUÇÃO INTEGRADA
(FRUTEIRAS):
Análise granulométrica,
matéria orgânica, pH (H2O),
54
PARÂMETROS pH (H2O) Designação*
INDICADORES DA
FERTILIDADE DO SOLO ≤ 4,5 Muito Ácido
≤ 25 Muito baixa
26-50 Baixa
51-100 Média
101-200 Alta
Em função do resultado da
análise de terra, poderão ser
aplicados ao solo:
56
3.4.
| PLANTAÇÃO
Pomar de sequeiro na Pampilhosa da Serra, parcela da Lenda da Beira, Lda – Foto: C. Gama
58
Instalação de plantas
de medronheiro com
protetores
Foto: J. Pacheco
3.4.1.
RECOMENDAÇÕES
À PLANTAÇÃO
I – ÉPOCA DE PLANTAÇÃO
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Tipo Regadio
de
cultura Sequeiro
60
II – TIPO DE PLANTAS III – COMPASSOS DE PLANTAÇÃO
3,5-5m
2-3m 2-3m
62
4. PRÁTICAS
CULTURAIS
4.1.
| CONTROLO
DE INFESTANTES
Plantação de medronheiros com revestimento vegetal do solo Plantação de medronheiros com compasso que
na entrelinha – Foto: C. Gama permite o controlo das infestantes na entrelinha
64
NA LINHA NA ENTRE-LINHA
Deve deixar-se uma faixa de terreno (pode O coberto vegetal herbáceo deve estar
ir até 1 m de cada lado da linha de plantação) sob controlo, nomeadamente:
livre de vegetação:
.. na época de colheita, para melhorar
.. se o espaço entre as plantas não permitir a transitabilidade;
a passagem do trator o controlo deve
ser feito com motorroçadora ou herbicida;
.. na primavera-verão, para diminuir
a concorrência hídrica e reduzir o risco
.. se o compasso for grande e permitir a de incêndio.
passagem do trator, o controlo deve ser
feito com corta‑mato ou destroçador Deve-se cortar a vegetação com o corta‑mato
e complementado com a motorroçadora. ou destroçador e deixar a massa vegetal no
solo para funcionar como mulching orgânico
com inúmeras vantagens.
Controlo de infestantes/matos com corta-matos Aspeto após a passagem com corta matos na entrelinha
MEDRONHEIRO – MANUAL DE BOAS PRÁTICAS PARA A CULTURA
4.1.1.
VANTAGENS DO
MULCHING ORGÂNICO
66
4.2.
| NUTRIÇÃO
E FERTILIZAÇÃO
Potássio Início do crescimento até ao final Indução floral, qualidade dos frutos
(K) da maturação (mar-nov/dez) (peso, calibre, cor, sabor, teor em
açúcares), maturação, rendimento
na transformação;
Resistência à secura e ao frio.
68
Antes de efetuar qualquer correção/ ..colher folhas nos ramos frutíferos,
fertilização deve-se: inseridas no terço médio dos ramos,
à mesma altura da copa;
I. Monitorizar a fertilidade do solo:
..colher amostras de terra para análise ..colher de 4-8 folhas/planta, de modo
a obter folhas dos 4 pontos cardeais.
(final no inverno/ início da primavera);
..colher as amostras na zona da projeção III. Monitorizar a qualidade da água de rega
da copa numa camada com 0 a 50 cm
(em regadio):
de profundidade;
..realizar as amostragens para análise ..amostrar 1,5 l, meia hora após o início
da bombagem.
de 4 em 4 anos.
Colheita de amostras de terra, com sonda de trado, na Colheita de amostras de folhas, no início da primavera,
zona de projeção da copa inseridas no terço médio de ramos frutíferos e à mesma
altura da copa
MEDRONHEIRO – MANUAL DE BOAS PRÁTICAS PARA A CULTURA
70
Ensaios realizados e resultados obtidos:
Aspeto geral do ensaio instalado em 2007 (7 anos), na Pampilhosa da Serra, parcela da Lenda da Beira, Lda
MEDRONHEIRO – MANUAL DE BOAS PRÁTICAS PARA A CULTURA
72
4.3.
| PODA
OBJETIVOS
CARATERÍSTICAS
DA PLANTA
Aspeto geral de plantas de medronheiro em áreas naturais, em Monchique, parcela de Francisca Melo, Lda
74
HÁBITOS DE
FRUTIFICAÇÃO
4.3.1.
O QUE PODAR
76
EM ÁREAS DE
REGENERAÇÃO
NATURAL
78
4.3.2.
AÇÕES A EVITAR
80
5. COLHEITA
DO FRUTO
5.1.
| CARACTERÍSTICAS
DO FRUTO
82
5.1.1.
EVOLUÇÃO DA MATURAÇÃO
100
90
80
70
60
50
Firmeza (%)
40
30 26,6 ºBrix
21,3 ºBrix
20
21,4 ºBrix
10
12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
nov nov ov nov nov nov nov nov nov nov nov
Evolução do grau de firmeza e teor final de °Brix observados em frutos com diferentes colorações (verde, amarelo
e alaranjado) após a colheita
MEDRONHEIRO – MANUAL DE BOAS PRÁTICAS PARA A CULTURA
12 novembro
18 novembro
Verdes Amarelos
84
5.2.
| ÉPOCA DE
COLHEITA
Fruto com coloração vermelha, adequado para transformação ou para consumo em fresco imediato
Não Sim
Escala de cor dos frutos de medronho para tomada de decisão quanto à colheita.
86
5.3.
| MÉTODOS
DE COLHEITA
5.3.1.
COLHEITA PARA
CONSUMO EM FRESCO
EMBALAGENS PARA
COMERCIALIZAÇÃO
88
5.3.2.
COLHEITA PARA
TRANSFORMAÇÃO
90
6. POTENCIAL
DO FRUTO
6.1.
| PRODUTOS
FERMENTADOS
BAGAÇO
Extração de compostos
bioativos (antioxidantes
e corantes naturais)
BAGAÇO
DESTILAÇÃO
AGUARDENTE
LICOR
FERMENTAÇÃO
MEDRONHO
ALCOÓLICA
FERMENTAÇÃO
VINAGRE
ACÉTICA
92
I - LICORES
II - VINAGRES
6.2.
| PRODUTOS
NÃO FERMENTADOS
FRUTO EM FRESCO
POLPAS
Doces e geleias
Chutney
Sumos e néctares de fruta
Preparados de fruta (iogurte, gelados,…)
CONFITADOS
GOMAS
94
Exemplos de produtos não fermentados à base de medronho (desenvolvidos na ESAC)
MEDRONHEIRO – MANUAL DE BOAS PRÁTICAS PARA A CULTURA
TECNOLOGIA
96
6.3.
| VALORIZAÇÃO
DOS SUBPRODUTOS
A B C
A segunda edição deste Manual só foi Esta segunda edição também foi possível
possível graças à parceria com a REN, graças à interação que tem existido
que vai muito além de um mero apoio entre a REN, a Cooperativa Portuguesa
financeiro: nos últimos anos a REN tem do Medronho, as Instituições de I&D,
sido um agente ativo na promoção de em particular a ESAC, da FCT, de
plantações ordenadas de medronheiros produtores e outras empresas à volta
nas faixas de servidão das suas linhas da Fileira do Medronho. O trabalho
elétricas, com o objetivo de estabelecer desenvolvido, de investigação aplicada, teve
as condições de segurança à exploração como objetivo responder às necessidades
das linhas e adequar aqueles espaços ao dos produtores e dos técnicos para o
propósito das redes de defesa da floresta aumento do conhecimento e valorização
contra incêndios, tornando-se assim um de um recurso autóctone e do potencial
agente dinamizador desta cultura. No final de uma cultura emergente.
de 2018 já tinham sido plantados perto de
350 ha, muitos dos quais na região centro A espécie explorada como fruteira,
de Portugal Continental. em ambientes muito diversos, tem
98
uma história muito recente, quando Para sermos capazes de responder,
comparada com outras espécies globalmente, aos desafios do mercado
fruteiras. Assim sendo, o melhoramento nacional e internacional, teremos que ter
da espécie, a instalação, as práticas capacidade de atingir escala de produção,
culturais, a transformação do fruto para sustentada nos resultados alcançados
integração em produtos inovadores, são pela investigação aplicada, a par de um
áreas que ainda requerem investigação aumento da capacidade de organização da
e apoio financeiro pelas entidades produção e da comercialização. Chegámos
competentes. O medronho faz parte até aqui, interagindo com Entidades,
da nossa tradição e da nossa cultura. Produtores, Empresas e Associações, mas
Faltará transformá-lo num produto queremos ir mais longe. Temos um grande
com real valor económico e com taxas caminho ainda a percorrer!
de penetração no mercado de maiores
dimensões, permitindo dessa forma
aumentar o rendimento dos proprietários
florestais das empresas.
MEDRONHEIRO – MANUAL DE BOAS PRÁTICAS PARA A CULTURA
100
Paralelamente a este compromisso com de terrenos atravessados pelos corredores
a floresta, a REN tem desenvolvido um pouco das linhas de transporte de energia,
por todo o país, em parceria com a Quercus estabelecemos uma parceria com a
e com as autarquias locais, a iniciativa Cooperativa Portuguesa de Medronho
“Juntos Plantamos o Amanhã” – uma ação (CPM). A associação da REN como
de reflorestação com alunos das escolas parceira neste Manual reflete esta
do município, que tem como objetivo aposta, cujo objetivo passa por divulgar
sensibilizar os mais novos para a promoção as potencialidades desta espécie enquanto
e defesa da natureza e da biodiversidade. fruto com elevado potencial na indústria
agroalimentar, cosmética, medicinal ou
Atualmente, a espécie que a REN pretende ornamental. Nos últimos 10 anos, a REN
aumentar em área de plantação é o já plantou mais de um milhão de árvores
medronheiro. Para promover a plantação em cerca de 2 000 ha, o que representa a
do medronheiro junto dos proprietários plantação de cerca de 300 árvores por dia.
MEDRONHEIRO – MANUAL DE BOAS PRÁTICAS PARA A CULTURA
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MEDRONHEIRO – MANUAL DE BOAS PRÁTICAS PARA A CULTURA
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108
MEDRONHEIRO – MANUAL DE BOAS PRÁTICAS PARA A CULTURA
PROJETOS
Título: Financiamento:
Melhoramento da espécie e a valorização ProDeR, medida 4.1, Cooperação para
do Medronheiro. [2014-2017] a Inovação, IPC / ESAC; Ref.ª 43748;
URL: www.iia.pt; www.esac.pt medronho
Financiamento:
ProDeR, medida 4.1, Cooperação para Entidade Proponente:
a Inovação; IPC/ESAC, Ref.ª53106, Patrícia Figueiredo
URL: www.iia.pt; www.esac.pt/medronho
Organismos Participantes:
Entidade Proponente: IPC/ESAC; INIAV; DRAPC; FCTUC; Patrícia
GreenClon Figueiredo; Lenda da Beira; Tiago Cristóvão
Organismos Participantes:
IPC/ESAC; INIAV; DRAPC; Lenda da Beira;
Título:
CEVRM; Francisca Melo; Universidade
Arbutus unedo plants and products quality
do Algarve IPC / ESAC, Ref.ª 53106,
improvement for the agro-forestry sector.
URL: www.iia.pt; www.esac.pt/medronho
[2013-2015]
Financiamento:
Título: FCT, IPC/ESAC Ref.ª
O Medronho - Conversão da planta silvestre PTDC/AGR‑FOR/3746/2012
numa espécie fruteira rentável. [2012-2015]
110
Entidade Proponente: Financiamento:
Universidade de Coimbra In-agri, rede de oficinas de inovação
para o sector agro-industrial,
Organismos Participantes:
CENTRO-01-AC28-FEDER-004038; nº 3494
FCTUC; IPC/ESAC; INRB;
IPCB/ESACB; ADPM Entidade Proponente:
IPC / CERNAS
Organismos Participantes:
Título:
IPC/ESAC; IPCB/ESACB; FCTUC; DRAPC;
Produtos Silvestres, Mel e Medronho,
Tiago Cristovão
Grupo de Trabalho / GT8. [2012-2013]
ENTIDADES E EQUIPAS
ESAC: Filomena Gomes, Cláudia João, Universidade do Algarve: M. Dulce Antunes,
David Gomes, David Rodrigues, Fátima Abreu, Ludovina Galego, Adriana Guerreiro, M. Graça
Fátima Oliveira, Fernando Casau, Filipe Melo, Miguel, T. Panagopoulos, M. Leonor Faleiro,
Goreti Botelho, Heleno Abreu, Isabel Duarte, Vera M. Francisco.
Ivo Rodrigues, Jorge Varejão, José Borralho,
Universidade de Coimbra: Jorge Canhoto,
José Maia, Justina Franco, Maria Conceição
Elisa Figueiredo, João Martins, António
Cruz Costa, Rosa Guilherme, Rosinda Leonor
Portugal, Augusto Dinis, M. Teresa Gonçalves.
Pato, Sandra Gamboa, Sandra Santos,
Teresa Vasconcelos. IPCB/ESACB: Margarida Ataíde Ribeiro.
ESAC (Bolseiros): Rita Santos, GreenClon: Luis Pessoa.
Patrícia Figueiredo, Neusa Nazaré, Marta
Lenda da Beira, Lda: José Martins.
Clemente, Fani Plácito, Ana Frias, Sara
Pereira, Celso Santos, Filipa Carreira. Tiago Cristóvão: Tiago Cristóvão.
DRAPC: João Gama, Fátima Curado, Rui Silva, Francisca Melo, Lda: José Paulo Nunes.
Sérgio Martins.
CEVRM: Duarte Candeias.
INIAV: Helena Machado, Ilda Caldeira,
ADPM: Marta Guerreiro.
Maria João Barrento, Rui Sousa, Rita Costa,
Francisco Martins, J. A. Passarinho, M. Luis
Fernandes, M. Lurdes Conceição, Ana
Margarida Fontes, M. Isabel Paquete, Sofia
Catarino, Otília Figueiredo, Deolinda Marques.