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. *CTC02-000737*
Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais /CETEC
••••
Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais/CETEC t>·<)t-}S
Governo do Estado de Minas Gerais /Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia
Volume 1:
Estudo das oleaginosas
nativa~s de Minas Gerais
Belo Horizonte
1983
DIRETORIA DE PROGRAMAS E PROJETOS DIRETORIA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO TECNOLOGICO
PROGRAMA ENERGIA SUPERINTENDENCIA DE APOIO TECNICO
PROJETO ENOV SETOR DE TECNOLOGIA QUfXICA
Equipe Técnica:
°Hérbert Martins - Químico
Lincoln Cambra ia Teixeira - Técnico~Químico
Arnô Hartins de Oliveira - Técnico-Químico
José Luit Fonscc3 Duarte - Estagiário
Marilene Marques Costa - Estagiária
Maria Feliei.i R.5.C.García - Auxili<lT' Administrativo
662.756
F98lp FUNDAÇí\O CENTRO TEOOLOGlCO DE MINAS GERAIS.
Programa Energia. Produção de combustíveis
líquidos a partir de óleos vegetais. Relató-
rio final. Belo Horizonte, 1983. 2v.
1. INTRODUÇÃO 5
2. MACAOBA 23
2.1. Descrição Botânica 25
2.2. Distribuição e Ocorrência da Palmeira em Minas
Gerais 26
2.3. Utilidades da Palmeira 3S
2.4. Aspectos da Cultura 37
2.5. Composição do Fruto 39
2.6. Aproveitamento Industrial do Coco Macaúba 61
3. PINH.1\o-MANSO 70
3.1. Descrição Botânica 74
3.2. Distribuição do Pinhão-Manso em Minas Gerais 78
3.3. Aspectos Gerais da Cultura 79
3.4. Utilização e Aproveitamento Industrial do
Pinhão-Manso 85
3.5. Composição do Fruto 87
4. INDAIÁ 96
4.1. Descrição Botânica 97
4.2. Distribuição Geográfica em Minas Gerais 101
4.3. Utilização e Aproveitamento Econômico do Indaiá . 107
4.4 .. Aspectos da Cultura 110
4.5. Composição do Fruto 1~3
L_:,.- L.
MILTON DE LIMA FILHO
Pres idente dOa
Fundação Centro Tec ológico de Minas Gerais
1.
Introducao
, .
Para atender às necessidades de uma civilização industrial cada
vez mais exigente, o aumento do consuIr.:> de combustíveis fósseis,
especialmente o petróleo, é de tal dimensão, que suas reservas
poderão esgotar-se nos próximos 50-100 anos, caso se mantenham
as atuais taxas de crescimento.
05
Por outro lado, o setor industrial vem experimentando uma série
de procedimentos para diminuir o consumo de óleo combustível.
Além da adoção de medidas de conservação de energia, o uso de
fontes alternativas, tais como bagaço de cana, lenha, carvão ou
biogás, procura-se estimular o emprego de carvão mineral encon-
trado, abundantemente, no sul do Brasil, A utilização do alca -
trão, subproduto da pirólise da madeira, é outra possibilidade
de impacto para economia do óleo combustível.
06
tar uma possibilidade interessante na substituição parcial ou
total das frações mais leves do petróleo, principalmente o óleo
diesel. Ademais, sua produção maciça irá resultar em grandes b~
nefícios sociais decorrentes do alto índice de geração de empr~
go por unidade de capital investido.
07
Energético Brasileiro, que dá destaque especial ao emprego da
biomassa, a agricultura e silvicultura deverão desempenhar ou-
tra função, ou seja aumentar a oferta de produtos agrícolas e
florestais para uso exclusIvamente energéticos, sem deixar de
desempenhar o papel tradicional de fornecedor de alimentos e de
matéria-prima para a exportação.
08
até 1985, irá propiciar o pleno desenvolvimento e a rápida ex-
pansão da cultura no Brasil.
09
A macaúba (Acrocomia sclerocarpa Mart.), encontrada abundante-
mente em Minas Gerais, desenvolve-se bem nos solos de cerrado e
vegeta, mesmo ap~ as queimadas anuais. Sua frutificação ocorre
normalmente apoo 5 anos de idade com um rendimento médio anual
de 4 cachos por palmeira, cada um dos quais pode produzir 12-
15 Kg de cocos. Em algumas regiões de solos mais férteis encon-
tram-se palmeiras até com oito e dez cachos.
10
No entanto, as perspectivas, a curto prazo, de utilização dos
óleos vegetais como combustível líquido nos próprios locais de
produçio sio bastante promissoras. Como consequ6ncia, isto viri
reduzir, substancialmente, os custos do combustível, comparado
aos derivados do petróleo, uma vez que as despesas com transpo!
te seria pouco significativas.
11
Também na !ndia; em 1940, foram realizadas experiências com cer
ca de uma dezena de óleos vegetais, cuja utilização nos motores
diesel, em testes de curta e média duração, atê períodos de 50
horas, demonstrou a maior formação de resíduos de carbono, prin
cipalmente nos bicos injet~res. Exceto o óleo de algodão, os d~
mais óleos apresentaram maior consumo específico em relação ao
óleo diesel.
12
o emprego do óleo de girassol ou soja para movimentar máquinas
agrícolas tem sido experimentado com relativo sucesso em alguns
países, como em Zimbabwe e Ãfrica do Sul. O funcionamento dos
tratares ê eficiente em períodos até 100 horas, não se observa!!.
do efeitos adversos significativos.
13
Para solucionar os inconvenientes do uso direto de óleos vege-
tais nos motores diesel, estudos iniciados na Bélgica em 1940
foram desenvolvidos visando ã produção, em escala semi-industrial,
da mistura de ésteres etílicos, a partir do óleo de dendê, para
utilização direta em motores diesel. O processo industrial nao
apresentou dificuldades técnicas, sendo muito baixo o consumo
energético para a sua obtenção (1).
. 14
Os problemas de redução na vida útil do lubrificante nos moto-
res de injeção direta, quando se utiliza o óleo transesterifica
do, estão relacionados com o grau de insaturação dos ésteres e
presença do ácido linoléico como grupo lateral nos glicerídeos,
sendo que os óleos saturados dão melhores resultados. Daí ser
imprescindível a avaliação de um grande numero de óleos, para
que não se defina a inviabilidade do combustível etanolisado
através de resultados obtidos com emprego. por exemplo. de óleo
de soja esterificado. cuja composição elevada em ácido linoléi-
co certamente não o recomendaria como padrão de referência.
15
As considerações ora apresentadas revelam nitidamente a enorme
potencialidade e relevância do emprego de" óleos vegetais como
sucedâneos do óleo diesel. Embora sua produção seja atualmente
mais onerosa e insuficiente para atender. a curto prazo. às di-
retrizes estabelecidas no Pró-óleo. o País dispõe de recursos
múltiplos e suficientes para permitir a expansão rápida da ofer
ta de sementes e frutos oleaginosos. inclusive explorando a ca-
pacidade instalada da indústrii de óleos vegetais. cuja ociosi-
dade atual no setor de extração é estimada em torno de 8 milhõ6
de toneladas de grãos. Além de disponibilidade de mão-de-obra.
a imensa fronteiraagr!cola representada pelo cerrado. cujas
condições edafoclimáticas são favoráveis· ao cultivo. em larga
"escala. de espécies oleaginosas di versas .. certamente dará garan
tia plena de sucesso do programa.
16
Dada as grandes quantidades excedentes de biomassa residual na
etapa de extração, o seu aproveitamento implicará na redução dos
custos finais do ólflQ vegetal.
17
químicos de largo emprego industrial, os quais são obtidosatual
mente a partir de derivados do petróleo.
Fonte: PETROBRÁS
18
Para 1990, cuja demanda de energia primária é indicada na Tabela 2,
prevê-se uma produção de óleos vegetais para fins energéticos
6
da ordem de 10xlO t,valor equivalente a cerca de 30\ das neces-
sidades de óleo diesel no Pars.
(x10 6t)
Ano 6leo Diesel 6leo Combustível
19
Após a queima de parte dos resfduos da extração para geraçao de
vapor necessário aos processos, inclusive etanólise, a disponi-
bilidade final dos insumos energéticos excedentes é bastante
significativa.
20
Com a implantação e o gradual desenvolvimento agrícola das espé
eies oleaginosas mais produtivas, como dendê, macaúba e pinhão-
-manso, uma fração da produçao global de óleos vegetais poderá
eventualmente ser destinada a substítuir determinados tipos de
6leo combustÍvel de empregq maís nobre, tais como o BTE e o OC-~
ambos de custo mais elevado, para consumo próximo as áreas de
produção.
21
2.
Macaúba
A macaúba pertence ao grupo das palmeiras do genero Acrocomia. ,
Famflia Palmae. Sub-Fam~lia Ceroxylinae, Tribo Bactrini, englo-
bando
. . de is espêcies. cuja distribuição estende-se do 1-1ê-
cerca
xico à.Argentina, embora sl~ocorrênciaseja mais abundante nas
Antilhas, Costa Rica, Paraguai e .Brasil;
23
Novaes (6), em 1~S2, assinala também a ocorrência nativa da
macaúba em quase todos os municrpios de são Paulo, principalme~
te nas regiões circunvizinhas a Mogi-Guassu, Barretos, Franca e
Ri,beirão Preto. onde ar aparecia com maior incidência. No enta~
to, essas reserv~s da p~lmeira foram depois praticamente extin-
tas para dar lugar aos plantios sistemáticos de café.
24
A sinonímia estrangeira é também vasta: coyol (Costa Rica, Pan~
má), Corozo(Venezuela), Catey (República Dominicana), Mbocaiá
ou Coquito (Paraguai, Argentina).
25
lhas inferiores arqueadas; inflorescência cm espadice, de 50-
80 cm de comprimento, pendente, protegida por espata de acúleos
castanhos; folíolos, em numer~ de 70 a 80, lon?o-acuminadas,fl~
xíveis e verdes na face superior, flores monôicas de coloração
amarelo-claro; fruto e drupa globosa, esféricos ou ligeirame~te
achatados, de 3,5 - 5,0 cm"de diâmetro; casca, ou epicarpo, ver
de"amarelado, duro mas quebradiço; polpa ou mesocarpo amarelo
ou esbranquiçado, comestível, fibroso e mucilaginoso. sabor ad~
cicado, rico em glicerfdeos; endocarpo, fortemente aderido i
polpa fibrosa, parede óssea enegrecida; albúmen ou amêndoa olea
ginosa, comestível; a árvore é robusta de considerável desenvo!
vimento radicular, bastante resistente _as secas e as queimadas,
26
Foto 1 Acrocomia totai
Posadas, Argentina
Foto 2 A. sclerocarpa
Formações nativas em Santa Luzia, M.G.
27
Foto 3 Formações Espontâneas de Macaúba
Jaboticatubas, M.G.
28
Região de Belo Horizonte
29
ffla~or exuberância de suas formaçoes nativas, com um Indice de
p~od~t~vidade ag~rcola superior ao observado nos povoamentos na-
turais de Santa Luzia e Jaboticatubas, cujos frutos s~o de meno-
res dimensoes e de peso em torno de 40 g,
Regiã,o de Abaete
De solos heterogéneos,
.
sobretudo
.
os cambissolos distróficos, la-
tos solos vermelho escuro e vermelho amarelo,
.
os municJ:pios minei-
ros de Abaeté, Tiros, são Gotardo e Hatutina, caracterizam-se p~
la ocorrência abundante de densas formaçoes de macaúba, certame~
te as maiores do Estado, cujo potencial pode atrngir números su-
periores a 60 mil toneladas anuais de cocos, As concentraçóes da
palmeira, nessa região de forte influência .agropastoril, foram
calculadas em 100, 50 e 25 pis por hectare. Tendo em vista a ca~
paciciade de regeneração da palmeira, a explo~ação racional e sus
tentada desses povoamentos na.tivos, de forma a comportar não mais
de 100 palmeiras por hectare, implicaria no dupl~ aproveitamento
de solo já que a área se prestaria ai.nda a outras finalidades, tais
como pastagens ou cultivo de plantios intercalares.
30
A adaptação da macaúba nos solos de cerrado,
. ,
freqUentemente
.
su-
,eltos a grandes osci~aç5es climiticas e pluviom6trlcas, para
sustentar os mesmos níveis de produtividade verificados nos so-
los mais privilegiados, vai depender naturalmente da utilização
de práticas agronômicas di~igidas com enfase na preparação c cor
reçâo do solo.
31
Mapa 01 - Dis tribuição l,cogrãfica da ~lacaúba em ~linas Gerais
• Jonoübo
• $60 Francisco
•
BonfiM;:ol1s
SOo Rom~oCt
.eCC/DeÔO de Jesus
• Alrncn:1ro
• JeQ.uilinllonh"
de !l,~ir)os
• • Monlt's CloroS
Minos Novos
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• Novo Cruzeiro
JOO(! PinheIro
• lIomorondiba
• oTcôfilo Otool
• CurveJo
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Poroopeho
•
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Oespocl'lo
• t'l'\Yl'lroidos •
~
.. Corulingo
• BElO HORIZONTE:
l~arOí>e' _ _ _ _ _ _ _ _ _----'-_..l..- -l-----l
32
As observações de campo sobre as formações nativas e homogêneas
da palmeira. como as verificadas em Igarapê, Tiros e Brasília
de Minas. demonstraram a incidência média de 4 cachos por pó e
300-500 frutos por cacho, a despeito de esses maciços espontâ -
neos não exigirem o emprego de qualquer prática agrícola. e ló-
gico presumir. portanto, que mediante a introdução de pequenos
melhoramentos agrícolas, obter-se-iam maiores rendimentos nas
populações da palmeira já existentes no Estado.
33
As perspec'tivas de aU)llento do rendimento de óleo por unidade de
área cultivada a nIveis superiores aos mencionados, embora devam
ser vistas com certa cautela, não podem todavia, ser desprezadas
já que os estudos genéticos da espécie ainda estão por fazer; a
formaçâo de banco de germoplasmas e o emprego de práticas agrí-
colas mais desenvolvidas podem efetivamente consagrar a macaúba
entre as oleaginosas mais promissoras.
34
Conforme foi observado nas três microregiões visitadas, a dis-
tribuição da macaúba é bastante variável, dependendo do grau
de utilização agrícola do terreno, ou da fertilidade do solo.Os
maiores adensamentos da palmeira estão nos locais mais sujeitos
ao manejo agrícola.
35
Além do palmito, muito consumido pelos moradores das reg~oes de
grande incidência da palmeira. obtém-se do cerne do estipe uma
fécula nutritiva que, co'zinhada e fermentada, produz um vinho
bastante apreciado nos países da Amériêa Central.
Ta,nto o' óleo de polpa como o de amêndoas têm bom mercado na in-
dústri~ de sabões, podendo ambos, no entanto, serem usados para
consumo hUmano, desde que haja seleção de frutos, recém colhi-
dos e nao deteriorados.
36
2.4- Aspectos da Cultura
37
De modo geral, uma mesma palmeira exibe produção decrescente a
cada ciclo de 3 anos, isto é. boa produção no IV ano, regular
no 29 ano, produção inferior no 3' ano, e retornando a bom ren-
dimento no ano subseqUente. Talvez. um esgotamento da palmeira
num perIodo de grande produção determine essas variações, ncces
s~tando a planta de algum tempo para elaborar ou absorver do so
10 os elementos essenciais para uma nova safra abundante.
38
Dada a importância dessa oleaginosa perene, deve-se incentivara
seu melhoramento através da enxertía, o que determinará possivel
mente a produção mais regular e mais uniforme, com o que se ga-
rantirá o abastecimento das fábricas.
39
dade no fruto, o ~ue posteriormente facilita a exclusao da cas-
ca • A u~idade está distribuída desigualmente pelas diferentes
partes do fruto, sendo menor na amêndoa e maior na polpa e na
casca.
Peso do Lote de ('.ocos (gJ Composiçao l~dia do Coco tBase Seca) (%)
Lote
C~9 de. Cocos) Base Omida Base Seca Casca Polpa Endocarpo Jimêmloa
20 (7) 320,.86 217,25 23,8 36,4 31,7 8,1
21 (7) 336,30 220,20 25,7 37.3 29.7 7,3
22 (8) 356,42 239,95 24.4 40.1 28,4 7,1
23 (8) 348,53 225,80 26,1 39,3 28,0 6.6
24 (7) 318,54 225,68 21,8 42,8 28,3 7,2
25 (7) 343,86 222,70 25,2 38,0 29,5 7,4
26 (8) 359,88 253,58 22,0 43,4 27,6 7.0
Fonte: CETEC
40
Tabela 06 - Composição do Coco Macaúba
Frutos Tipo C - Peso Médio do Fruto Fresco: 66,0 g
Orígem: Esmeraldas - MG
Lote Peso do Lote de Cocos (g) Co~osição ~€dia do Coco (Base Seca)(~
(N9 de Cocos) Base Omida Base Seca Casca Polpa Endocarpo Amêndoa
27 (3) 199,24 130,40 26,3 41.4 23,4 4,9
28 (4) 247,60 167,30 22,5 45,7 24,7 7,1
29 (6) 375.53 241,16 22,9 46,1 24,5 6,5 .
30 (6) 390,16 271,20 21,0 51,0 22.2 5,8
31 (6) 405,20 251,49 23,1 46,4 24,1 6,4
32 (6) 411,40 269,50 22,1 47.9 23,9 6.1
33 .( 7) 459,60 289,10 21,8 47,7 24,2 6,3
Fonte: CETEC
41
A relação polpa-endocarpo para os diversos tipos de frutos, re~
pectivamente, 0,87 : 1,37 : 2,00, determinada com base nos dados
de composição média do coco macaúba, indicados na Tabela 08,mo~
tra a maior participação da polpa oleosa nos frutos do tipo C,
ao contrário dos frutos do tipo A, de menor peso, em que a par-
cela devida ao endocarpo ê mais representativa.
Fonte: CETEC
42
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44
Tabela 09 - Dados Quantitativos do Coco Macaúba
Fonte: CETEC
45
Tabela 10 - Características Físico-Químicas dos 01eos de Pa1múceas
Fonte: CETEC
46
Tabela 11 - Oleo de Palmâceas
Composição em Ácidos Graxos (")
Fonte; CETEC
A comparação
. .
dos dados analíticos nas Tabelas .10 e 11 para os dife
-
rentes óleos de palmâceas permite identificar o acentuado grau
de insaturação do óleo obtido da polpa de macaúba, cuja compos!
ção e~ âcidos graxos, determinada por cromatografia em fase ga-
sosa, o consagr~ certamente entre os óleos de alta qualidade p~
ra fins comestíveis, principalmente em razão do baixo "teor de
âcido linolênico. Os glicerídeos do óleo da polpa de dendê, ao
contrârio, apresentam distribuição quase equitativa entre os
grupos insaturados e saturados, fato que não recomenda seu em~~
go alimentício, como óleo tipo salada, pois se tornam parcia1mm
te solidificados nas temperaturas de-refrigeradores, a menos qtC
se processe a ".\vinterização" do óleo bruto, que permite remover
os glicerídeos saturados de ponto de fusão relativamente altos.
47
Figura 01 - 'Análise po~ Cromatog~afia Gasosa - Oleo da Casca de ~ncaúba
o . ....... , ...
o ,i
*
I -I
PK TIME AREA ARfA ~
j ;
1T 6.12 3852956 25.43 0----'
2T 6.99 878600 5.80 '----.
~ .. --....
3T .. 10.13 735308 4.85 r--
4T
5r- 14.30
12.05 7809156
1638320
51.53
. 10.81
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48
Figura 02 - Anâlise por Cromatografia Gasosa - Óleo da Polpa de ~bcaw)a
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lT 6.07 308534Q 18.63 I- Cll --<-----I
2T 6.97 325220 1.96
31 10.22 1266796 7.65
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5T
6T
14.47
18.42
2880840
219232"
17.39
1.32
§--:r -
ll> --------..l
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TOTAL 16565532 100.00
1
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! i -~ - , ,
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A coloração amarela-alaranjada, por vezes bastante intensa, do
óleo da polpa de "macaúba ê devida ã presença de carotenõides,e~
pecialmente os Isómeros a e ~, conforme determinação feita por
cromatografia de sílica gel em camada fina.
SI
elevado de ácidos graxos insaturados presentes na cadeia lateral
da mistura de glicerIdeos, relativamente ao que se verifica nos
óleos de babaçu e de palmiste.
S2
Entre as 6 cepas isoladas e identi;ficadas, conforme se indica na
Tabela 12, apenas uma (Aspergillus sp F) apresentou forte ativi
dade lipãsica, sendo os fungos miceliais os que constituem a
maior parte dos contaminantes do coco macaúba. "
53
As Tabelas 13 e 14 mostram as variações na acidez do óleo de pol.
pa, em tempos variados e sob condições diferentes, obtido de f~
tos maduros e recém-colhidos, os quais foram classificados em 17
lotes 'de 10 frutos, dos quais 7 lotes foram suj ei tos a es terili-
zação por fumigação com formal a l~.
54
sofre a açao da microflora. De outro mo-do, ocorrerão variações
na acidez do óleo extrafdo da polpa, principalmente se os fruIDs
forem mantidos em estufa a 60 9 C, enquanto expostos ao ar as alt~
rações são pouco significativas, o que comprova a eficiência da
fumigação prévia dos fruto? na estabilidade do óleo da polpa.
11 B 16 13,1
12 B 3Q 30,4
13 B 32 35,9
14 D 14 1,0
15 D 18 1,8
16 D 48 2,2
17 D 55 6,8
Fonte: CEIEC
55
o
II'
CH 2 -O-C-R
I ~
rn'"
CH-O-C-R ) CH +
o
II
rL-o-2-R
/
CH-O-C-R
H
Fonte: GETEC
56
Como resíduos de ext ração, a torta da amêndoa, de aI to teor pro-
téico, ~onstitui matéria-prima excelente para balanceamento de
rações destinadas ao consumo animal.
57
elals ao desenvolvimento vegetativo da palmeira, conforme reve
la a analise inorgànica de suas cinzas, a seguir:
Fonte: CETEC
58
Para avaliar o efeito do teor relativamente elevado de lignina
do endocarpo no rendimento de carvão e alcatrão foram homo gene i
zados lotes diferentes do ~oco inteiro, assim como de endoc~rpo
completamente isento de polpa fibrosa, retirando-se a seguir
9 Kg de cada amostra, através de quarteamentos sucessivos, para
experimentos com retorta ~létrica. Durante o perrodo da pir6li-
se, a taxa de aquecimento da retorta foi controlada por progra-
mador de temperatura acoplado a um termopar.
59
A análise dos dados indica, segundo se poderia esperar, que os
rendimentos de carvão, a partir do endocarpo da macaúba ou do
babaçu, são superiores àqueles que ocorrem na madeira, como con
seqUência do.maior teor de lignina. Ressalte-se ainda que é bas
tante significativa a incidência da parcela devida ao alcatrão
insolúvel, em torno de 19,0~, contra aproximadamente 5~ obtidos
a partir da madeira.
Temperatura de 11
2 Ltl
4 CO CZH6 CO Z
Carbonização (Q C) N B M B M B M TB M E
450 1,6 4,1 6,8 9,2 41,0 2'1,6 2,0 2,8 48,9 59,)
550 2,6 - 8,3 - 38,3 - 2,3 - 48,5 -
700 5,7 11,7 11,0 12,S 36,8 Z4,3 ' 2,2 2,7 44,4 48,8
- .EC (13)
l-onte: CL'[
M- Endocarpo da ~1acaúba
E- Endocarpo do Babaçu
2.6- Aproveitamento Industrial do Coco Mataúba
61
aplicação na fabricação de sabões. De modo geral, os frutos da
macaúba são deixados amontoados ao ar, durante vários meses, an
tes de serem submetidos à extração nas prensas hidráulicas.
62
Foto 7 Prensa Doméstica de Extração de 61eos
Santa Luzia, M.G.
63
mediante tração animal. Costuma-se, nessa operaçao, adicionar à
massa assim elaborada uma quantidade de água quente para facili
tar a extrusão do óleo.
Entre
. os inconvenientes da extração
.
do coco macaúba em prensas
contínuas, admitindo-se o emprego em grande escala do óleo para
fins carburantes ou comesti:vei.s, inclueJ!1-seas perdas do óleo l'e
tido na torta residual, em torno de 8 a lO~ de seu peso, e apre
sença de mucilagcns, aI huminas, subs tâncias ami lâceus ou açúcares
na polpa do frutu, que dificultam os processos de lJUrificação do
produto final. Por isso, a tendência natural, mormente nas usi-
nas de maior capacidade instalada, será o emprego de unidades de
'extraçio por solventes orginlcos.
65
cionais, proporcionando um produto de maior qualidade, que pos-
sa, inclusive, ter destinaçao como insumo energético ou alimen-
tíd,o.
Problemas Sugestões
1. Oferta irregular dos eLevantamento do potencial e disponibilida
frutos à Usinas de de frutos nas áreas de amior incidêncIa
da palmeira.
• Elaboração de contratos de compra da mat~
ria-prilJk'"l junto a cooperativas ou particE.
lares a preços compensadores.
• Distribuição de centros coletores ao lon-
go dos adensamentos da palmeira.
"Padron:l:zação das técnicas de colheita do
coco.
2. Excessivo grau de dete- • Desenvolvimento de sistemas colotores do
rioração dos frutos co- fruto Crodes ou cestos) dispostos em cír-
mercializados e que re- culo no tronco da palmeira.
sultam na acidez eleva-
da do óleo de polpa • Fumi gação com produtos quími cos .
"Padronização das técnic.as de esteriliza-
ção e arnlazenagem da matéria-pTima.
----
3. Colheita de cachos com li Experimentos visando ao amadurecimento ar
frutos de maturidade nao t.:l.ficial do fruto at.ravés de tTatamento -
uniforme téJ1l\:l.co e por reagentes químicos.
4. Separação polpa-caroço \) Ut:l.li.zação da despolpadoi ra Benatti.
no fruto fresco recém co
lhido -
66
Figura 04 - Fluxograma da Extração Industrial de 01co da Macaúba de A1 ta
Acidez para Produção de Sabão
Processamento Usual nas Saboarias de Santa Luzia e·Jaboticatubas
Polpa
~
Despolpador Caroço
520 Kg/h 480 Kg/h
Silo Silo
Quebrador
de .
Caroço
Amêndoa 80 Ka/h
Flotação Emlocarpo
400 l\g/h
Pb lpa 6lco
61 co 32% 50%
Cozinhador Cozinhador Torta Torta
Torta Óleo
01eo J.2% Olco
Prensa Prensa 12% Prensa <'"5% Carbonizaçõ(
. Óleo de amêndoa
'--
130 Kg/h
Decantação Decantaçõo
Filtração Filtração
Oleo de
Polpa Torta
Polpa 'J O1eo de
IImêndoa
Torta de
IIm3ndoa Carvuo
104 Kg/h 416 Kg7h 3fJ K"/h 4 KgJI~ 130 K~/h
Fonte: CETEC
67
Figura 05 - Processamento Industrial do Coco ~~caúba
Fluxograma e Balanço 'de Massa
Frutos Frescos
~ 10000 Kg
Vapor _____~Esterilização
t 8200 Kg
jDeSPOlPadeira I
l
I
ICasca da pOIP1
t sí9s Kg Caroço
Vapor
I
• CC'zinhador 2405 Kg
Que bradar
+ t
~rensagem Amêndoa
~ Secagem
1t
Pren sagem
4;11,8 Kg
+ t t
Oleo Brute Fibra Endocarpo Oleo Torta
1873 ,-i\g .
2367 Kg 1907 Kg 268 9 Ko LLO," Kg
Fonte: CETEC
3..
Pinhao·manso
o pinhão-manso, planta da família das Euforbiâceas, procede da
América do Sul, possivelmente originária do Brasíl, tendo sido
introduzida por navegadores portugueses, em fíns do séculO XVI II ,
nas I lhas de Cabo VerJe e em Guiné, de onde mais tarde foi disse~
minada pelo continente africano.
70
Por razões õbvias, o principal centro consumidor dos grãos de
pinhão-manso continua a ser Portugal, onde o óleo extraído das
sementes ê empregado na fabricação de sabão, aproveitando-se ai~
da a torta ou farelo como adubo orgânico de excelente qualidade.
Em outros
,
países da África,
,
mormente os de língua portuguesa,os
plantios de pinhão-manso desonvolvorron-se juntos ou próximos as
aldeias para serem utilizados como cerca viva. Os indigenas ti-
ram proveito das sementes para feitio de sabão artesanal ou pa-
ra extração de óleo, que se emprega na iluminação.
71
fins carburantes. As duas espécies. assim como o pinhão-manso, 5 ao pouco
exigentes do tipo de solo, desenvolvendo-se cm condições climá
ticas diversas, crescendo espontaneamente nos terrenos âridos e
pedregosos e suportando longos períodos de estiagem.
72
Quadro 02 - Distribuição do Gênero Jatropha no Brasil
73
3.1- Descrição Botânica
74
Foto 8 Pinhão-Manso
Ocorrência em Januâria, M.G.
Foto 9 Pinhão-Roxo
Ocorrência em Januâria, M.G.
7S
Foto la Pinhão-Manso
Frutos em Estágio de -Maturação
Foto 11 Pinhão-Manso
Frutos em Estado de Maturação
76
ou 2,O-d,0 cm de largura e 3,0-4,0 cm de comprimento. base fruto
fresco, carúncula pequena, tr~coca, cortâcea com 3 valvas locu-
licidas. O fruto, indeiscente, verde inicialmente, passa a ama-
relo, castanho e por fim preto, quando atinge o estado de matu-
raçao.
77
-manso nao prospera; arbusto mais frágil, de folhas glabras e
pecioladas, palm'ldas, lobadas, margens, cUiadas ou glandubí feras,
3-5 part'idas ou 3-5 lobadas, com segmentos ovadas, pontiagudos,
denticulados ou inteiros; as folhas recentes sio avermelhadas
flores violáceas, inflorescência em cimeiras, câpsula ovóide e
sub-globosa, Com 3 lóculos contendo 3 sementes oleaginosas, ta!!:
bêm de dimensões inferiores as do pinhio-manso; propriedades pt~
gativas mais intensas que o pinhao-manso.
78
no seu estado espont~neo, sem quaisquer tratos agrfcolas, os pés
isolados. são bastante produtivos, conforme demonstraram as amos
tragens feitas ln locum, em fevereiro, em que se obtiveram ren-
dimentos médios de 6 Kg de sementes maduras por arbusto. perma-
necendo retidos na planta cerca de 30\ de frutos não maduros, o
que representa uma produção anual efctiva em torno de 8,6 Kg de
sementes.
No plantio da euforbiácea
. em espaçamento de 3x3"m, o que ~quiva-
le a uma população de cerca de 1180 pés por hectare, o rendimen
to anual de 81eo pode alcançar Indices entre 3,00 -4,00 t por hec
tare, ou até mais, dependendo d~ trato que se dá ao cultivo da
planta. "
79
Mapa 02 Distribuição da Ocorrência do Pi nhão-r-.1anso no Estado de Minas r.,cr~lis
r- ~6~ 4.!I~O-
- - -__1_:5°
+-1-'
Sõo R()mõo~ +'~++'
eo +,-t'+,-!-'
Bonfínopolis
de Minas -I~*+'+
. ~+.p+,
Minas NDVUS
o
Jooo F'i~hciro
"
Sf;o Goncufo
..
do r,boe16
e Corini0
.. Curvclo
Tiros
..
Ma1111i:;Q
o>
Soo Goiardo
t-
..
Poroopeba
..Baldim
.. Jabolicoluucs
Bom
'''j'''~ '.m~"'"
~ t.!Zjj> BELO HOHIZONTE
IJ~;rnp~ •
80
é mais demorada, mas esse processo tem a vantagem de gerar esp~
cies mais robustas. normalmente de cIclo vegetativo mais longo,
podendo atingir 100 anos de vida,
81
. e julho, quando então o pinhão-manso entra em repouso v~
janeiro
.
get~tiyo, com perd~ das tolhas, até o início das chuvas em outu-
. # .
A maturação
. dos frutos é completa com
. o escurecimento das câpsu-
las; a colheita, segue-se L secagem ao ir. onde sio amontoados
p~~tica que provoca a deiscência espontânea dos frutos; depois
separam-se as sementes por mero de trilhadoras e peneiras.
82
Foto 12 Pinhão-Manso: Repouso Vegetativo no
Período Junho-Outubro·
83
pois, de modo geral, fornecem altos rendimentos por unidade de
área plantada, fixando o nitrogên:l:o atmosférico e transferindo
aos solos, por decomposição org~nica, os elementos nutrientes e~
senciais como fósforo. câlcí:o ou enxofre além do n·itrogênio. E~
tre as principais leguminosas, destaca-se a Crotolaria ~aulina
Sch.ranck,
. .
ou mucuna preta como vulgarmente ê conhecida, cuj à pro-
dução de massa seca por hectare atinge Índice ao redor de 7 tOI~
ladas anuais, as quais podem transferir ao solo cerca de 195 Kg
de nitrogên±o, 23 Kg de Pl 05 e 144 Kg de KlO por hectare.
84
ciadas, mas sobretudo porque ele poderá ocupar os solos pouco
fé~teis e arenosos, de modo geral inaptos à agricultura de sub-
sistência, proporcionando, dessa maneira, uma nova opção econô-
mica às regiões carentes do Pa~s.
85
ção do óleo, que em seguida, é filtrado, centrifugado e clarif!
cada, resultando, afinal, um produto livre de impurezas.
86
o es~agamento das sementes em monjolos ou p~lões; depo~s, coze-
-se a ~aSSa oleosa em água at; i fervura; separa-se, af~nal o
óleo cOm'e~prego de colher de pau.
R7
Tabela 20 - Composição do Fruto do Pinhão-Hanso
Fonte: CETEC
88
·.
Foto 14 Frutos do Pinhão-Manso
89
Embora o índice de iodo seja o mesmo do óleo da polpa de dendê,
indicativo, portanto, Para ambos, de uma estrutura química de
mesmo grau de ínsaturação, a diferença marcante entre os corre~
pondentes óleos resíde no baixo ponto de solidificação do óleo
de pinhão-manso, .inferior a lQ9C negativos, bastante diferente dos
valores atribuídos aos óleós de macaúba e de dendê, em torno de
l5 Q C positivos, aspecto que pode favorecer o emprego direto do
óleo de pinhão-manso, puro ou em mistura com diesel, nos motores
de combustão interna, mesmo nas regiões de clima temperado.
Pinhão-~lanso Pinhão-Bravo
Ácidos Graxos
CliTEC lNT (191 lNT (] 9)
Ácido Palnútico 14,3 ] 5,5 13,5
Ácido Palmito1cico 1,3 - -
Ácido Estcârico 5,1· 5,4 6,2
Ácido Oleico 41,1 44 2 22,9
Ácido Linoleico 38,1 34:9 57,4
Ácido Lino1ênico 0,2 - -
Ácido Saturados 19,4 20.9 19,7
Ácido lnsaturnuos 80,6 79,1 SO,3
90
Figura 06 Oleo de Pinhão-Manso
91
Conforme se vê, a acentuada incidência do grupo linoléico nas
molêculas individuais dos glicerídeos, que constituem o óleo de
pinhão-bravo, pode representar. no entanto. um ponto negativo
do uso da Jatropha pohliana 1·1uell , como fonte produtora de óleos
vegetais para fins carbura~tes, pois, como já se disse. a sua es
trutura favorece a formaçao de reações de polimerização o que
por isso, pod~ dificultar a sua queima completa na câmara de com
bus tão do motor.
92
minimizar, talvez por adição de inibidores, os efeitos da auto-
oxidação dos óleos insaturados.
93
mentos nut.~entes essenç~a~s para o bo~ desenvolvimento vegeta-
tivo da planta.
94
4.
Indaiá
o inda iã é planta da famíl ia das Palmáceas, sub-família Ceroxylinae,
tribo Attaleini e gênero Attalea, o qual engloba cerca de 25 es-
pécies, sendo que 20 delas sio encontradas no ~rasil. A palmeir~
possivelmante'originária da América Meridional, ocorre desde o
sul do continente ã Colômbia, Ven~zuela e países da América Cen'
tra·l.
96
cluem qualquer possibili~ade do p~antio económico de culturas de
ciclo anual.
97
folhas longas acima de 1m. de comprimento, pinaticompostas, bai-
nha fol;i.ar pouco desenvolvida, pec~olo curto com margens fibro~
sas, pinas espaçadas regul?rmente no raque ou agregadas; plantas
monóicas com flores diclinas em cachos separados ou no mesmo c~
cho; espatas lenhosas fortemente sulcadas com ápice rostrado; es
pádice andrõgino ramificado, cada rama com muitas flores; flores
femininas grandes, protegidas por.2 brácteas com 3 sépalas conve
xas desiguais e 3 pétalas semelhantes; gineceu com um anel est~
micoidal circundando o ovário; "três carpelos soldados, estigmas
basicamente com 3 ramos estigmáticos e estilete pouco desenvolvi
dO; espádices masculinos multiramificadas, com flores masculinas
dísticas na raquila, ou irregularmente distribuídas com 3 sépalas
e 3 pétalas, sendo estas maiores do que as primeiras; estames 6-
15 em cada flor, anteras retas com tecas cónatas menores do que
as pétalas; f~utos com 1-5 sementes, possuindo exocarpo fibroso,
mesocarpo amiláceo ou oleaginoso, ocasionalmente pontuado com f~~
. xes esclerenquimáticos fibrosos; endocarpo lignificado bem desenvo!
vido, constituindo aproximadamente 50% da espessura do fruto,que
contém perianto persistente; anel estaminoidal expandindo com se
mentes que possuem endosperma homogéneo.
98
Foto 16 Atta1ea oleífera Foto 17 Frutos da Atta1ea oleífera
99
Quadro 03 ~ Classificação Botânica e Ocorrencia das Espécies
Attalea no Brasil (S)
J.OO
4.2- Distribuição Geográfica em Minas Gorais
101
Areias, prôxim~s ã d~visa dos munic~pios de Januãria e de São
Francisco, onde a espécie ocorre com grande vitalidade e exube-
rância, apresentando!ndices expressivos de produtividade.
102
A d~spersão da ~. compta abrange de modo especial as áreas do
Triângulo Mineiro e do Nordeste do Estado, distribuindo-se os
palmares em três regiôes principais (20):
103
Mapa 03 - Distribuição e Ocorrência do Gênero Atta1ea em Minas r,erais
• •0 .00 .7°
..01-------\-------+-------+-------+-------+----1
150~-----_+------+------+------T--ç::::s:;)
16o~-----+_-----+-----+---J,./
.Unoi
Bonfinôpotls ~ Minas
•
/7 0 1------...:-j-------I-------+----:--;)'
.Porocotu
Jooo P~nhelro ~
I.OI------:-~----_r-----t___j
• Coromondel
o PCllrocinio
.UuMow • Tiro$
I.Of-------'\
• Compinc Vêrd..
.Uberabo
104
Mapa 04 Distribuição e Ocorrência do Cênero Attalea em Minas Cerais·
Monle Azul
"c::---f·-------f------_WI5 0
• Suritis
• Rio Pardo de Minas
• Jonoübo
• • Almc~oro
• Jequi!inhonha
•
Bonfinopolis COrocõo de Jesus
de Minas • • Monles Claros
ÃIluOS Formosos
Minas Novos •
•
• Novo Cruzeiro
Jooo ~nheiro ~
Ilomorondiba
• eTeõfilo Otoni
• Curvelo
• Guonhões
(1"---------1--119°
Molulino
••
Poroopebo
Soo Golardo
• • Boldim
• Jobolicolubos
Esmeraldas
• • Coro!inllo
á!1/jlJ BELO HORIZONTE
IIlor01'80
lOS
Entre as espécies mencionadas, a ~. borgesiana, ou indaiã-raste!
ro, é a que oferece as melhores condições para o cultivo em esc!
la comercial. Alem da precocidade da planta cujo ciclo produti-
vo inicia-se entre Z e 3 anos, segundo afirmam os moradores de
São Joaquim, área de maior incidência do indaiá-rasteiro, a pal-
meira apresenta maiores rendimentos de óleo, comparados aos de,
outras especies do gênero.' Assina1e-se tambem que, a polpa da
fruto constitui u~a fonte de glicerídeos. Por outro lado, a esp~
cie se adapta perfeitamente às condições edafoclimáticas do nor-
te do Estado, sobretudo nas áreas adjacentes a são Joaquim onde
as terras são de baixa fertilidade e impróprias à prática da la-
voura tradicional de subsistência.
106
Embora predominem os solos arenoquart40soS profundos, de textura
média, a região apresenta manchas tanto de solos aluviais eutró-
ficos associados a solos hidromórficos como de latossolo vermelho
amarelo distrófico.
107
ta e sua fonte de maior valor econômico, O fruto maduro de alg~
mas espécies, como a A. borgesiana, i, ocasiona~mente, procura-
do por crianças, que se alimentam da polpa adocicada e tênue do
coco, bem assim das amêndoas, alojadas no interior do caroço du
ro ou endocarpo.
108
óleo de ~êndo~ p~ra consumo doméstlco. No processo artesanal
os frutos, ã mane~r~ do coco babaçu, são quebrados no gume de um
machado virado para cima. Apôs a separação das amêndoas, estas
são aquecidas em fornos de barro, depois trituradas em moinhos de
rosca, tipo moedor de carne, operação que faz fluir óleo, sendo
este recolhido em latas. após ter sido filtrado em panos para re.
moção do farelo residual. -Em seguida, o óleo é introduzido em
grandes tacho's, aquecido em fogões de lenha e novamente filtrado,
procedimento suficiente para fornecer um óleo de boa qualidade
alimentícia. O farelo protéico é aproveitado na produção de bis-
coitos e doces caseiros ou, mais comumente, como ração para aves.
109
deverão ser, entretanto, menos pronunciadas que a do coco babaçu,
devido à,constituição tênue da polpa de seu fruto, mais facilme~
te removida do endocarpo.
110
ou em várzeas, em zonas de alta insolação cuja temperatura osci
le entre ZOOC e 35°C.
111
.A implantação dos palmares deve restringir-se apenas às áreas de
superfície favorável, pois a ondulação com declives superiores a
5% ê altamente prejudicial ã cultura, uma vez que a palmeira re-
tira suas necessidades hídricas e nutricionais das camadas supe-
riores do solo.
112
processamento, situada nas imediações do -cocaI, para serem este-
rilizados, evitando~se, desse modo, a propagaçao da acidez por
açâo da flora criptogamica ou da umidade.
113
Foto 19 Atta1ea borgesiana
Januâria, M.G.
114
Foto 21 Atta1ea borgesiana
Januária, M.G.
115
Tabela 25 - Características do Coco Indaiâ-Rasteiro (~.borgesiana Bondar)
Fonte: CETEC-
Lote Peso do Lote (g) Composiçao Média do Fruto (%) - (Base Seca)
(3fruto~ Base Urnida Base Seca Casca Polpa Endocarpo Amendoa
01 427,8 320,2 7,2 32,2 48,9 11,6
02 473,6 319,7 8,6 29,0 52,0' 10,5
03 484,4 304,,5 7,1 3-5,3 47,6 10,0
04 442,0 300,3 7,0 35,9 46,5 10,6
05 507,2 318,1 6,0 33,9 53,5 6,6
06 519,0 306,1 6,6 32,4 53,2 7,8
07 508,4 341,2 6,2 30,6 53,8 '9,5
08 454,2 266,4 5,8 33,7 52,7 7,8
09 560,3 296,8 5,7 36,0 51,2 7,1
10 495,0 308,4 5,8' 31,1 54,1 8,5
11 532,6 277 ,5 7,2 32,2 ;;2,8 8,4
12 554,3 284,0 -6,2 36,3 51,1 6,5
6,9 33,6 51 9 7,5
~~~J
13 543,3
14 417,8 5,4 33,2 "
53,5 7,9
15 532,7 340,6 '5,9 30,1 53,5 10,6
Fonte: CETEC
116
Tabela 27 - Composição do Coco Indaiâ-Rasteiro (A,borgesiMª Bondar)
Frutos Tipo B - Peso ~€dio do Fruto Fresco: 250-350g
Origem: são Joaquim, Município de Januâria - ~IG
Lote Peso do Lote (g) Composicão ~'édia do f'rllto (',) - Base Seca
0frutos) Base úmida Base Seca Casca Polpa Endocarpo Amêndoa
01 992,7 456,2 4,9 43,7 43,1 8,3
02 894,6 482,7 5,2 45,6 41,7 7,5
03 1018,0 445,7 5,0 43,7 43,7 7,6
'04 835,4 423,1 4,7 44,2 42,6 8,5
05 912,4 418,5 5,2 43,4 43,3 8,1
06 955,2 460,2 5,5 45,8 40,9 7,8
07 876,8 414,4 5,0 43,8 43,7 7,5
08 781,4 390,5 4,5 44,1 43,4 8,0
09 942,0 431,9 4,7 44,8 42,2 8,3
. 10 1035,0 472,6 5,2 42,8 44,1 7,4
Fonte: CETEC
Fonte; CETEC
117
Enquanto nos frutos do tipo A, de peso inferior a l80g, a rela-
ção polpa-endocarpo não chega a exceder 0,6 ,os fenótipos de
maior peso mostram uma relaçao quase duas vezes superior e que
resultará em maiores rendimentos de óleo comparativamente aos
cocos de menor peso, embora o teor ·de óleo seja equivalente em
ambos os tipos de cocos.
Fonte: CETEC
118
Tabela 30 - Características Físico-químicas do 61eo de Indaiá-Rasteiro
119
Tabela 31 - Composição Química em Ãcidos Graxos dos C5lcosExtraídos do
Indaiã-Rasteiro
Dados em Porcentagem
Indaiá-Rastciro Rabaçu
Ãcidos Graxas
.- Polna A."pndoa Amêndoa
Ãcido CaprfUco - 9,0 6,8
Ácido câprico - 10,0 6,3
Ácido Laurico - 44,2 41,0
Ácido Mtríst:tco - 11,9 16,2
Ácido Pa1mÍtíco 22,6 6,7 9,4
Ácido Palmitoleico - - -
Ácido Esteárico 7,5 2,9 3,4
Ácido Oleico 46,7 12,8 14,2
Ãcido Linoleico 21,0 2,0 2,5
Ãcido Linolênico 1,0 - -
Fonte: CETEC
120
Tabela 32 - Análise Cromatográfica dos Oleos de Amêndoa dos Gêneros Attalea
e Orbignya
Dados em Porcentagem
rndaIii Bnhnçu
Ácidos Graxos
A.borgesiana A.compta A.oleífera O.barbosiana
(.Januaria) (f1ouradoquara) TItamarandib<jl T~bntal v:mia)
Fonte: CETEC
121
122
Figura 08
- F"IlE:
1IIJ,
I IDI
"'~-"
o
I
-
±.
:. :: It-"- -Ifl-':::::::::-'t'-/-'-,-·----·--
::1=
•
Tabela 33 - Desenvolvimento da Acidez r,ivre no 6leo de Polpa do lndaiá
1 A O 1,2
2 A O 1,2
3 B la 2,2
4 B 18 3,8
5 B 25 5,3
6 B 28 7,2
7 B 42 10,2
8 B 49 15,0
9 C 07 1,2
la e 12 1,1
11 e 17 1,6
12 C 24 1,0
13 C 29 2,1
14 e 43 5,4
15 C 45 10,0
16 C 50 21,1
124
preservam por mais tempo: transcorridos 30 dias da coleta, a
acidez do óleo ainda ê inferior a 2,2~. No entanto, com a dimi~
nuição gradual da concentração de formaldeido na solução esteri
lizante, a polpa torna-se vulnerável à ação da flora criptogâmi
Ca e da umidade excessiva do meio, o que resulta finalmente no
aumento da acidez.
Fonte: CETEC
125
4.6- Sub-Produtos da Extração
126
A Tabel.a 36 indica os resul, tados das análises das cinzas para os
diversos resíduos da extração. Entre os constituintes inorgâni-
cos principais destacam-se o potássio, presente nas cinzas da
casca e da polpa do fruto, enquanto na amêndoa o fósforo é o el~
mento predominante. A capacidade da planta em absorver do solo
arenoso os elementos nutrientes ·de que necessita, na forma de
silicatos soluveis, é mostrada pelo alto teor de sílica presente
no endocarpo do coco.
Constituintes
Inorgânicos Casca Polpa Endocarpo Amêndoa
127
5.
Buriti
o buriti é planta da família das Palmáceas, sub-famÍlia Lepido-
carinae, tribo Mauritiini e g6nero Mauritia. Segundo Bondar(4),
o g6nero compreende cerca de 17- esp€cíes, das quais 11 ocorrem no Brasil.
129
caracterizadas pela intensa umidade de suas áreas, âs vezes pa~
tanosas e encharcadas com pequenos cursos d'âgua, ou com nascen
teso Os solos, ricos de humus, tornam a vegetação rasteira c ar
bôrea sempre verde, abrigo da fauna diversificada dos cerrados
do norte do Estado, sobretudo durante os períodos de seca prolon
gada, que ai encontra, com abundância, uma garantia para a sobre
vivência.
130
Quadro 04 - Distribuição do Gênero Mauritia no Brasil
131
Foto 23 Maurítia vinifera
132
de comp~imento. castélnho-avermelhado, globoso, revestido exter-
namente por escamas rômbicas. imbricadas e luzidias; polpa ala-
ranjada, mélis ou menos fibro~a, oleosa, de sabor levemente ado-
cicado. que envolve uma semente ovóide de consistência óssea.
Outra
. .
espêcie, freqUentemente associada ao buriti (M.
- vinífera
Mart.), ê o buriti-bravo (M~ armata Mart.), geralmente formando
grupos de la a 20 espiques flexuosos, de caule ereto, medindo
atê la m de altura, armado de fortes espinhos cônicos; folhas c~
lindrico-pecioladas, em número aproximado de 20, dispostas no á-
pice em leque, glaucas na página inferior e com segmentos linea-
res acuminados; espadice longo-pedunculado; fruto baga globosa,
de dimensões inferiores às do buriti, amarelo, contendo polpa co
mestível, de onde se extrai um suco leitoso adocicado.
133
d~ Serra da ~lexeira; no rio Cochá e seus tributários,.formados
pelos riachos
.
1mbiruçu,
. são Matias e Flexeiros; nas áreas circun -
·vizinhas ao rio Borrachudo e Carregos são Domingos, Catolé e Pa-
nela, incluindo-se ~s extensas veredas de Várzea Bonita e arred~
res do Côrrego Pindaibal; na Serra.das Araras e imediações dos
ribeirões Areia e Tabocas rio munic1pio de São Francisco; no muni
cípio de Formoso, em áreas limítrofes ao estado de Goiás; no mu-
nicípio de Pirapora, nas zonas vi zinhas â Serra do ~lorro Vermelho;
nas regiões banhadas pelo rio da Prata, no município de João Pi-
nheiro.
134
principalmente eletricidade e rodovias, para permitir, no momen
to, a exploração economica dos buritizais lá existentes,
135
Mapa OS Distribuição Geográfica do Buriti em Minas Cerais
46· 45· 43· 42· 40·
• J\lmCFlCIrQ
o • Jc<tuitint-C'flha
Bonfinopolis Corocõo dI! Jesus
de Mino5- o
.. • Montes Cloros
--l---.j '1·
Minas Nows
•
• Novo Cru.u:iro
Jooo Pinheiro
• lIomorandiba
o "TecSfilo Oloni
Ouro Verde dI! Minos.
o
,,2'-..../.:.-.._....'::L--+_--I'8.
SôoGonçolo
do Abae-té'
• • Corinto
'Curveto
• Guanh6e!>
Tiros
o
MGhlfino
••
Poraopcho
o .90ldlm
Soo Gotordo
• Joboticolub(;ls
Esmeraldos
o .Corolintlo
fIl.{j) BELO HORIZONTE
loarQPlle
)36·
1
137
do buriti poderá apresentar economicidade caso o.empreendimento
seja integrado ·para ·prod~ztr não somente o óleo de polpa, mas
também aproveitar o caroço do fruto e extrair os pigmentos org~
nicos,· sobretudo·o ~-caroteno, presente em alto índice na polpa
do buri ti.
138
d& par& sepa~&~ & fibr& indesejável, sendo o &mido posterio~men
te retir~do
. por. dec~ntação.
De maior importância,
. -
os frutos
.
do buriti con~tituem a maior re-'
serva natural 'de pró-vitamina 'A. cujo teor atinge o expressivo
fndice de 300 mg por 100 g do óleo de polpa, equivalente a 500000
D.r. de vitamina A (26), muito superior ao observado nos óleos de
dendê e de piqui. A intensa coloração vermelha do óleo, que arrE
ta as substâncias carotenóides no processo de extração, favorece
seu emprego como um corante natural de excepcional valor nutriti
vo, dado os altos teores de vitamina A, podendo substituir os a-
diti vos Artificiais comumente ut:ili zados na indús tria de allmen-
tos.
139
buriti em estados do norte do país, em Minas Gerais, o fruto do
bur!ti somente é explorado visando â obtenção da polpa seca, ou
saieta, da qual se prepara o doce de buriti, típico da região.
140
uma concorrênci~ indesejável ent~e as plantas a qual afeta o ren
dimento de frutos e promovendo maior crescimento do espique da
palmeira. Assim, a colheita dos frutos torna-se uma operação bas
'tante complexa e oneroSa" exigindo habilidade, destreza e mesmo
coragem por parte dos trepadores que, mediante o auxílio de cor-
das a,tadasao corpo, sobem até ao cimo do coqueiro, de onde ret~.
ra,os frutos maduros. Essé penoso' trabalho esgota em poucas horas
a capacidade física do colhedor, sendo quase impossível uma ativi
dade intensiva d~rante todo o dia. Além da baixa eficiência da
operação, outro inconvenIente é a possibilidade da colheita pre-
matura de frutos ainda em estado de maturação, desde que o cri-
tério de seleçâo baseia-se apenas na coloração mais escura do
fruto. Em palmeiras mais novas. a colheita pode ser efetivada com
o auxílio de varas ou bambús munidos de lâminas cortantes, adap-
tadas â extremidade superior.
De modo a assegurar
. bons l'endimentos . de frutos, os palmares nat!
-
vos de buri.ti devem ser submetidos a' uma série de tratos cul tura
.
is, por exemplo, a eliminação sistemática das folhas secas
-
que
141
prejudicam o desenvolvimento dos cachos; o desbaste dos cocais
demasiadamente densos, para dotá-los de melhores condições eco-
lógicas, mantendo viva apenas uma população máxima de 150 a 160
palmeiras por hectare; e a limpeza da vegetação espontânea con-
corrente ao redor dos coqueiros, para f'acrlitar os trabalhos de
colheita e de manutenção.
lembra o marfim.
142
ro, calculados com base na análise individual de diversos lotes
de buriti, imediatamente após a cole ta em áreas de São Joaquim,
município de Januária.
Fonte; GETEC
143
Por outro lado, a Tabela , elaborada com base nos números con~
tantes na Tabela 38, e nos dados quantitativos da extração do ó-
leo com hexano, mostra que a polpa oleaginosa do buriti represe~
ta menos de 1/3 do peso do fruto seco. A presença de óleo na ca~
cu do fruto deve-se ã sua aderéncia na polpa alaranjada, que não
ê removível completamente ria operação de descascamento manual.No
entanto, a separação do caroço e da polpa integral associada à
casca pode ser executada sem grandes dificuldades através de má-
quinas apropriadas e submetendo-se depois a massa oleosa ã expre~
são em prensas hidráulicas ou do tipo "expeller". Em seguida, a
torta residual, que ainda retém cerca de 8% de óleo, é tratada
cOm hexano para aumentar o rendimento final da extração.
144
Tabela 39 - Dados Quantitativos do Fruto do Buriti
Fruto
características Fresco Seco
Fonte: CETEC
145
Foto 27 Frutos do Buriti
, ,
Foto 28 Componentes do Fruto
146
Tabela 40 - Análise Físico-QUÍmica do 6leo de Buriti
Fonte: CETEC
147
Figu~a09 - Oleo de Polpa de Buriti
..
o
o
...
- +IV
INJ. ·8
CD
o FILE: '1 lD' 1
PK
. 1
* TINE:·
4.67
RRE:R
844695
RRE:R 7-
J7.76
2 7.71 114812 2.48
3P S.87 3687220 77.52
4T 10.91 118588 . 2.32
TOTRL 4756515 188.138
-
o"l '
-
C)
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iii+-
C)
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o-+:-- o
- - .1
-,
I
(-:/
e
..
o
-
"
o o '
]48
No entanto, em que pese 'o valor o~ganolépttco do õleo de burit~
o baixo rendimento oleífero do fruto, que não ultrapassa a 4% s~
bre o peso da drupa fresca, e a excessiva umidade da polpa torn~
na verdade, multo pouco atrativa sua exploração industrial~Outro
grave inconveniente refereMse à necessidade do imediato processa
mento dos, frutos, logo apôs' a colheita, tendo em vista a rápida
deterioração da polpa pela flora crIptogãmica, cujas enzimas hi-
drolisam os glicerÍdeos aumentando, como consequência, a acidez
livre do óleo.
149
Tabela 42 - Desenvolvimento da Acidez L~vre nos Frutos do Buriti
Fonte: CETEC
Condições: A - Coleta de Análise Imediata
B - Ar Ambiente
C - Estufa a 60 g C
D - Atmosfera de Formal a 1%
150 .
Os dados da Tabela 43, por outro lado, evidenciam o baixo teor
protéico da torta da polpa de buriti como do seu caroço, sobre~
saindo neste a incidência acentuada de carboidratos que, segun-
do Pesce (25), podem representar a manocelulosa, cuja hidrólise
ácida, ou enzimática, produz glicose e manose, ambos os quais
cons ti tuem matéria-prima para ob t.enção de etanol por fermentação.'
151
Tabela 44 - Análise Inorgânica das Cinzas' da Torta de Buri,ti
Dados em Porcentagem
P Z0 5 '4,3 15,4
SiO Z 6,7 0,9
NaZO 1,0 1,Z
KZO 36,1 39,8
CaO 16,7 11,7
MgO 5,3 6,9
MnO 2,9 2,3
Fonte: CETEC
152
6.
Piqui
o piqui e uma planta arbôrea da família Caryocuraceae, gênero
Caryocar L., englobando ce:ca de 20 especies, das quais .11 foram
estudadas e classificadas por Martius, No Brasil, OCorrem pelo
menos 8 espécies do gênero Carrocar, a maioria de porte alto e
compondo a vegetação da floresta amazônica, inclusive estenden-
do-se seu habitat natural aos países limftrofes, principalmente
Peru, Suriname e Guianas. Não obstante, a existência de algumas
especies do piqui na América Central, o centro de dispersão da
oleaginosa foi com certeza'a Amazônia,
No Brasil,
.
o piqui distribui-se desde a sua area de maior ocor-
.
rência no Para e no Amazonas, aos estados do Nordeste e estende~
do-se ainda aos estados do Mato Grosso, Goias, Minas Gerais,São
Paulo e norte do Parana,
154
incidência no Brasil Central, e constituindo-se mesmo em espé-
cies típica da paisagem florística dos cerrados de Minas Gerais.
155 .
e piqúiâ rana da várzea.
C.brasiliense Camb. Piqui, Pequi ,Piquirana ,Pe- Piauí, Ceará ,Minas Gerais,
qui Banana, Pequiá-ête Goiâs,Bahia
C.vil1osum Pers. Pequeâ,Pequiâ,Pequi,Petiá Ceará,Bahia,Pará a Amazo
" nas, Pará. . -
C.nuciferum L. Pequiâ amare10,Árvore da Amazonas,Ceará
Manteiga
C.crenatum Wittm, Pequi ou Pequiâ Goiás,Piauí,Ceará
f.g1abrum Pers. Piquiâ larrolja,Piquiâ ra Amazonas, Pará ,Pernambuco,
na de pe:ixe,Tatajombá,PI' Ceará
quiaran~ -
C.barbinerve Miq. Pequ:l: ou P:l:qu:l:,Pequi-me- Bahia,Espírito SroltO
rindiba
~.gracile Wittm. Pequiá-rana AI to Amazonas
C.amygda1iferum Mutis. Amazonas, GUirolas
C. coreaceum Wi ttm, Ceará,Espírito Santo,
Piauí, Goiás.
C.cuneatum Wittm. Goiás
Ç,.intennedium Wittm.
C.microcarpum Ducke Piquiá rrola da várzea
C,tomentoslun Wi11d. Suari Guirolas
156 .
6.1- Descrição Botânica do Gênero Caryocar (8,29)
157
• Caryocar villosum Pers. (30)
158
• Caryocar brasiliense Camb (31)
159
Foto 29 Piquizeiro
Mirabe1a, M.G.
Foto 30 Piquizeiro
Mirabe1a, M.G.
160
o interesse incomum demonstrado pela população rural em preser-
var incólumes os plquizeiro; espontãneos decorre ;obretud~ do
valor intrínseco de seus frutos, que representam não somente uma
reserva alimentícia natural para consumo' doméstico mas também uma
fonte extra de divisas aos .habitantes locais que, nos períodos
de safra, comercializam os excedenres da produção para os centros
urbanos mais ?róximos.
Conforme indicado
" .
no Mapa 06, os povoamentos espontaneos da espé
-
cie em Minas Gerais assumem maior vulto nas seguintes regiões:J~
nuária-Bonito-São Joaquim-Pandeiros, Montalvania-Juvenília. São
Francisco-Serra das Araras, Mirabela-Coração de Jesus-Lontra,Pi-
"
161
Mapa 06 Distribuição Geográfica do Piqui em Minas Gerais
Monte Azul
,::---j-------1---:-------+-t15 0
~Buritis
• Ria Pordo de Minas
• Jonoolba
~
· .
Bonfinopolls
• do Minos
• • • Montes Cloros
Minas Novas
• Jequifinhonho
(----.-+---1110
•
.-Novo Cruzeiro
Jooo Pinheiro
• lIamoroneliOO
• • Teõfilo Otoni
São Gon~olo
cio Aboeté
•
• • Corinto
• Curvelo
•
• Guanl\ões
Tiros
• tt"--------+-...J19"
Motutino
••
PorOopebO
Soo Gotorclo
• • Bolelim
o Jobo1icalubos
• Corotinl/O
~ BELO HORIZONTE
!lIor ope.
162
~e1at~vamente
a frutos de outras·procedgncias.
. ' . " .
163
A dispersão da planta., bem menos expresslva, nos campos de c~r
~ados de Sete Lagoas, Paraopeba e Cordisburgo parece ser o resu~
tado do desmatamento gradual dessas áreas para a formação de pa~
tagens, preservando-se, porém, os exemplares remanescentes da es
pécie, apenas para o sombreamento do gado.
164
tudo, nos casos em ~ue se exigem durabilidade dos materiais, co-
mo na fabricação de estacas, pilares,
,
moirões,
,
dormentes, pilões,
rodas de carro e, de modo mats amplo, na indústria civil e naval.
165
para confcrir-lhes sabor e chetro especiais. A polpa oleosa é
ingerida . com ccrto cuidado pa,ra
. não .
expor os finos espinhos ade-
~idos ao endocarpo, que podem ocastonalmente ferir a língua. O
caroço .residual .encerra internamente uma amêndoa branca e ale agi--
nosa, também comestível e muito nutritiva, cujo sabor dão-lhe um
valor econômico semelhante às melhores amêndoas importadas.
166
A produção
. . ,
ca,seirl1, do óleo de polpa, aindfl hoje uma at~v~dade tra-
.
dicional dos moradores
, ,
dessas localidades, ê conduzida segundo
técnicas bastante rudimentares, primeiro retirando-se manualmente
a polpa do c~~oço e depois submetendo a massa amarela à maceraçao
em pilões de madeira para facilitar a extrusão do õleo. Em segu~
da,. 'a pasta oleosa resultante é deixada em água, à temperatura
de ebuUçao. atê que todo ,o dleo venha sobrenadar à superfície
sendo então retirado por meio de colheres de pau e filtrado, logo
a seguir, em sacos de linhagem, O óleo, assim extraído, ê secado
ao calor do fogo, depois transferido para garrafas de 600 mI, e
'finalmente encaminhado ao mercado de Brasília de Minas e de Mon-
tes Cla~os, pa~a ser v~ndido a preços três a quatro vezes super~
Ores ao dos õleos comestíveis tradicionais.
Pe mo~o
a facilitar a extração subsequente da amêndoa, a carga
~esidual de ca~oço despolpado é mantida durante alguns dias em
exposição ao sol para secagem, quando então se processa ao corte
do endocarpo com instrumentos cortantes.
167
Foto 31 Comércio de Piqui
Mirabe1a, M.G.
168
senta uma va~iação unimodal, sendo novemb~o-janeiro ·0 perfodo JUais·
chuvoso e junho-agosto o perrodo mais seco. A configuraçãô da umi
dade é bastante diversa, em torno de 75 á 80~ durante o verão cam
do para 50 -60~ no inverno.
169
Os estudos realizados por Hertnger (31) mostraram que as sementes
estratificadas, ou seja ltvres das partes envoltórias do endoca~
po, germinam mais rapidamente, corroborando, por outro lado, as
observações apresentadas por Lane de que o crescimento inicial
da planta só é possível, s~ mantidas as mudas sob regime de irri
gação, dispensando~se desses cuidados. no entanto, somente após
o primeiro ou segundo ano. Segundo Heringer, um inibidor de cres
cimento pode estar presente no caroço, controlando a germinação,
que só se efetiva em condições ecológicas propícias à planta, o
que, talve z, expl ique a :incidência rara de plantas j avens mesmo
nas áreas de grande ocorrência do piqui, fato que foi constatado
também na pesq~isa de campo empreendido pelo CETEC.
No curso
. da pesquisa do campo, em áreas do norte
'
do Estado, as
informações coletadas junto is populações locais não descartam a
Rossibllidade de que a dispersão da espécie possa ser processada
170
através dos inúmeros roedores, parte íntegrante do ecossistcma,c~
mo o rato-da-campo, a pre~ e a p~ca, os q~ais, na época da safra,
são vistos freqUentemente
.
próximos
. aos piquizeiros à procura de
irutos caídos no solo.
171
cimento completo, mas aderidos fortemente à polpa, antes da mat~
raçao.
172
Foto 32 Frutos do Caryocar brasiliense
Mirabela, M.G.
Foto 33 Piqui
Mirabela, M.G.
173
Foto 34 Componentes do Fruto'
174
Tabela 45 Composição do Fruto de Piqui
Origem: Lontra, Januaria
Lote de 10 Peso do Lote (g) Con~osição ~€dia do Fruto - Base Seca (%)
frutos Base úmida Base Seca Casca Polua Endocaroo Amêndoa
01 2088,0 507,0 44,3 24,1 24,8 6,8
02 1245,0 284,0 46,9 29,1 18,0 6,0
03 2056;0 633,0 58,0 16,2 20,7 5,1
04 1322,0 276,0 55,3 24,1 15,2 5,5
05 1975,0 401,0 46,6 23,6 24,4 5,4
06 1062,0 264,0 42,2 28,1 24,3 5,4
07 1078,0 528,0 46,4 21,3 25,3 7,1
08 1091,0 243,0 49,S 23.7 .22,5 '4,4
09 1243, O 326,0 56,2 18,2 19,1 6,5
Fonte: CETEC
175
Tabela 46 - Composição e Teor de Oleo do Piqui - Base Seca
Dados em Porcentagem
Fonte: CETEC
de.
176
Tabela 47 - Dados Quantitativos do Piqui
177
Tabela 48 - Dados Analíticos do dleo de Piqui
178
Tabela 49 - Composição Química em Ácidos Graxos dos Oleos
Extraídos do Piqui
Dados em Porcentagem
-
Ácido PalmÍtico 34,0 34,4. 32,0 42,2 38,4
Ácido Palmito1eico 1,6 ·2,1 ·1,3 2,6 2,7
Ácido Esteârico 3,7 1,8 2,1 1,5 1,4
ÁcidoOleico 54,3 57,4 56,3 52,5 52,1
Ácido Linoleico 4,2 ' . 2,8 7,2 0,8 4,9..
Ácj.do Linolênico 1,8 1,0 0,3 0,4 0,4
Ácida; Sàtur~dos 37,7 36,2 34,1 43,7 39,8
Ácida;·Insaturádos 62 ,,3 63,8 .. 65,9 56,3 60,2
Fonte: CETEC
179
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I P~;F~'?4 ..~ ':1
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180
Figura 11 - 01co de Polpa
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. -I- - -r--". , ==+= IIH.
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181
Figura 12 - 01eo de Amêndoa de Piqui
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c=:: ~.:=.::.+---~-:--'
_.. ....
~~ _--,.-----.----_. - ------
----_.--, ---
182
Tabela 50 - Desenvolvimento da Acidez Livre na Polpa do. Piqui
1 A O 0,6
2 B 3 0,4
.
3 B 10 1,1
4 B 15 2,6
5 B 20 4,8
6 C 3 0,8
7 C 7 3,0
8 C 10 4,0
9 C 20 6,0
10 D .7 0,8
11 D 14 1,2
12 D 21 0,9
Fonte: CETEC
Condições: A - Coleta e Análise Imediata
B- Ar ambiente
C- Atmosfera de Formol 1%
D- Estufa a 105 9 C por 1 hora,
e deixado em ambiente seco
183
A esterilização do caroço
. se processa
. satisfatoriamente por tra-
tamento térmico, a S09-l109C, faixa de temperatura suficiente p~
ra tornar inativas as enzimas lipolÍticas, eventualmente presen-
tes, eliminando-se, ao mesmo tempo, a excessiva umidade da polpa
de piqui.
Os caroços,
.
assim es terilizados,
. a seguir;
. armazenados
.
em ambie;l
te seco. mantêm inalteráveis a acidez do óleo de polpa. a níveis
inferiores a l~. ao contrário do que se observa com caroços fre~
cos. dotados de umidade natural. cuja acidez livre ê gradualmente
aumentada nas condições do meio ambiente.
184
Conforme indicam os númerOS da Tabela 51 , os extrativos da cas-
ca do fruto representam cerca de 30~ do peso do resfduo seco, e
consistem essencialmente de taninos do grupo do ácido elâgico
de largo emprego na indústria de couros.
185
7.
Mamona
A mamo na é um arbusto herbáceo da família das Euforbiáceas, sub-
família Crotonoideae, tribo Acalypheae, subtribo Ricinae. e gene-
1'0 Ricinus, do qual apenas existe a espécie communis.
187
Quanto ã produção mundial de bagas de mamoria, que aumentou cerca
de 40\ no período de 1977-1979, propiciando um montante de 927
mil toneladas, o·Brasil ocupa a liderança, participando com 40~
deste total, aproximadamente, e apresentando índices de produti-
vidade, ao redor de 925 Kg/ha, somente inferiores aos obtidos na
Tailândia, o quinto maior produtor mundial, cerca de 1070 Kg/ha.
188
7.1- Descrição Botânica (36)
189
mos novos, como veremos mais tarde, tem bastante importância na
caracterização das variedades, pois e um dos pontos de pàrtida
para essa caracterização. Os ramos novos podem apresentar ainda
glândulas nectariferas, nas proximidades da base do pecíolo da
folha, dispondo-se em fiadas, mais.ou menos ligadas e mais ou
menos numerosas. (c) Folhas: São grandes, chegam a ter 60 cm de
comprimento, glabras. verdes ou purpúreas, a.lternas, quase sem-
pre peltadas e palmatifendidas, palmatilobadas ou palmatipnrti ~
das, com 7-11 lobos, estes ovados, oblongos a ovadolanceolndos
ou lineares, agudos ou acumlnados na extremidade; as nervuras p~
dem ser verdes, amarelas, rosadas ou purpúreas. Os pecíolps ati~
gem 60 cm de comprimento; com glândulas (néctares extraflorais )
mais ou menos numerosas e desenvolvidas, de diferentes coloraçoo~
amarelas, purpúreas e de ambas as cores, normalmente situadas na
base do limbo e a diferentes distâncias desta. As estípulas sao
grandes, ovadas. (d) Inflorescência: As inflorescências são ca-
chos compostos androgínicos, terminais ou aparentemente laterais,
em resultado do crescimento simpodial dos ramos; as ramificações
do cacho inserem-se alternadamente, apresentando brácteas trian-
gulares, membranosas, marcescentes, acompanhadas, cada uma. de
glândulas estipulares, que também existem ou não, espalhadus pe-
lo eixo. Às vezes, ao meio da inflorescência, aparecem ramifica-
ções nas quais a flor terminal 6 feminina e ~s outras masculina~
outras vezes aparecem flores henmifrodi tas, principalmente a flor
terminal da cacho; I'lcontece ainda a inflorescência ter a flor te!.
minaI ~asculina ou apenas flores masculinas. (e) Bot6es Florais
Masculinos: De grande interesse para a classificação, para o que
se atende à forma, à cor e ã existência ou não existência de
polvilho. Podem ser verdes, glaucos, purpfireo5 ou arroxeados
globosos, subglobosos ou cônicos mais ou menos acuminados. (f)
FIares Masculinas; Estão colocaóas inferiormente no cacho. Pedi··
celas articula.dos, cálice membranoso tetra ou pentâmero, com co-
rola nula. Estames indefinidos num recepticulo plano-convexo cm
fascículos distintos, muitas vezes dicot6micDs na parte SUperio~
antora.s amarelas, hiloculare5, didimoglobosas, dorsif1xas, 100g1
tudinalmente deiscentes. (g) Flores Femininas: Estio colocadas
190
na parte superior da inflorescincia. Corola nuia, cilice tri ou
pentâmero, muito freqUentemente espatáceo-fendido, muito caduco
- Ovirio triloculado, os lóculos do ovário uniovulados (o lóculo
anterior com brâctea), quase sempre revestidos exteriormente de
emergências aculeares; três estiletes unidos na parte inferior,
cada um com um estigma mais ou menos bifendido, plumoso, de modo
geral colorido de amarelo, rosado o vermelho. (h) Inflorescência
Frutificada: Apresenta formas e aspectos mui to di versos, dependon
do do número do cápsulas formadas, da sua disposição ao longo do
eixo, coloração e aculeado das mesmas, comprimonto dos pedúncu -
los, etc. (i) Fruto: O fruto ê uma cápsula tdcoca, raramente I,
2, 4 ou 5 cocas, abrindo-se em cocas bivalves, subglobosa, elip-
sóide ou oblonga, de cor verde, vermelho-vivo, purpúrea ou tons
intermédios; a cápsula pode estar ou não revestida de polvilho e
a superfície apresentar-se coberta de emergências, de acúleos o~
menos vezes, inerme. Acúleos mais ou menos compridos, rígidos ou
flácidos, erectos ou nio erectos, mais ou menos grossos, c6nicos,
com ou sem polvilho, de base longa ou es trei ta; di spastos maisou
menos densamente, terminam sempre por uma unha. (j) Semente: Li-
sa, ovóide, com carúncula, a face dorsal geralmente convexa, a
face ventral achatada, constituída por duas superfícies planas
concorrentes na linha média longitudinal, que representa a liga-
ção com o rafe. O tegumento é coriáceo, espesso, duro, diversa,..
mente colorido. O albúmen é abundante e oleoso; os cotilédones
grandes, largos, ch~tos e a radicula pequena.
191
o principal fornecedor de sementes, participando com quase 46'
do total produzido no País, seguindo-se o Paraná com cerca de
291.
192
Além dos problemas decorrentes de fatores climáticos que prejudi
cam sensivelmente a cultura da mamona, subsiste ainda nos estudos
do Nordeste o tipo de lavoura rústica dos pequenos produtores ,
calcado, via de regra, na aus~ncia de tratos intensivos e, no ca
so especifico da mamona, sua exploração sc desenvolve, de modo
geral, em consorciação com lavouras de subsist~ncia, em áreas de
dimensões reéluzidas e segundo um esquema ni tidamente famili ar
sem a utilizaçio de trabalho assalariado, Neste sistema agrlcol~
as culturas de mamona são comumente heterogêneas, seja cm razão
da diversificação de variedades plantadas, seja pela desorganiz~
'ção dos plantios, realizados as vezes em épocas diferentes, o
que redunda negativamCJ,lte em sua produtividade.
193
Fi.gura 13 - Aptidão l-olacroclimãtica para a Cultura de Mamana (38)
IS"
I-+-- --_-1:2
~ T4> 200C
6. h!lliCQIi toti:ofot6rio,
APTA- C<lfl(jjCÕ.' t?t"mi:l'O.8
REsTRITA.· Excen.tl
,.)Í~~~~IIII~
To:20
194
Tabela 54 - Produção de Bagas de M'lJIlonas por ~1icro-Região em r.!inas Gerais
195
Foto 36 Mamona (Ricinus communis)
Foto 37 Mamona
Frutos em Estado de Maturação
196
Assim, para assegurar um bom desempenho dos plantios de Illamona ,
devem ser evitados, além das grandes altitudes, os locais sujei-
tos a inundações constantes que acabam por saturar os solos de
umidade. Por outro lado, os climas excessivamente quentes ou ca-
racterizados por constantes precipitações de chuva, em níveis a-
cima de 1500 mm anuais, sao também bastante prejudicinis ii cult~
ra da mamona, pois em que pese o maior desenvolvimento vegetati-
vo da planta, a produção de frutos por planta torna-se sensivel-
mente reduzido.
197
pontaneamente, graças ao polimorfismo genético bastante pronun-
ciado da espécie, e advindo um número de formas, que ultrapassam
hoje a casa do milllar. Na verdade, tal propagaçio ,heterog5nea da
mamona normalmente dificulta os trabalhos de seleçao da molhor
variedade a ser cultivada, tamanho é o número de formas com apti:.
dões e exigências culturais ou produtividade,
Macrocarpus 2 7
Bailundensis P. Cout
Vasconcellosli 2 9
Mega,lospcrmus Mull 4 7
Rugdsus 4 19
Inermis Jacq.
Lividus Jacq. 2
Armatus Andr. I
L~ucocarpusBertol.
Badius Reichb. ' I
Benguelensis Mull I
Reichcnbachianus Mull
Amblyocalyx Mull I
Genui,-us Mull 3 2
Africanus Mull 2 1
Brasiliensis Mull 1
Uridulatus Bess
Specl.osus Burro
Rheedianus Mull
Microcarpus Mull 9 2
]98
As perspectivas de melhoramento genético da mamona no Brasil têm
sido promovidas desde 1930., graças ao esforço pioneiro do Institu-
to Agronômico de Campinas que inicialmente concentrou seus estu-
dos na obtenção de cultivares produtivos, de porte baixo,que pro
porcionassem não apenas o incremento dos rendimentos econâmicos
da cultura, mas também :facilitando as operações de colheita dos
frutos, comumente dispendiosa e grandes absorvedores de rniio-de-
-obra. Através de sucessivas hidridizações e meticulosa análise
das numerosaS progênies resultantes, e astudadas por diversas g!
rações em ensaios ~omparativos, aquele Instituto pôde obter vá-
rias linhagens de considerável valor comercial, destacando-se as
cultivares IAC-38, Campinas e Guarani que apresentam as seguintes
~ .
caracteTl.stl.cas:
.
199
fico no Distrito Agro-Industrial de Jaíba, município de Manga
Considerando-se os dados da produçio m6dia de sementes e outras
características agronômicas estudadas, tais como ciclo vegetati-
vo, rusticidade, estatura, indeiscência dos frutos e resistência
is pragas e doenças, pôde-se finalmente definir as cultivares
que melhor atendem is condiçôes cdafoclimáticas do Norte do Est~
do, sendo a Campinas a de maior produtividade por unidade de árffi
plantada (Tabela 55).
200
Enquanto em são Paulo ou no Paraná predominam eis plantios com
cultivares de porte baixo, no Nordeste ainda se cultivam as varl
eelades arbóreas, que chegam a alcançar atê Sm, sendo que o maior
inconveniente reside na maturaçíio irregular dos frutos e também
em sua :tndeiscênci'a, obr:tgando a real i zação de várias colhe i tas
por safra.
201
nutrientes devem ser supridas pela adição de fertilizantes e man
tendo-se toda a massa verde desbravada no próprio terreno, que é
complementado da matéria orgânica necessária, mediante a utiliz~
ção de esterco bovino e de resíduos agrícolas eventualmente dis-
poníveis. Outra possibilidade, de grande eficiência, é o aprovei
tamento da torta, obtida na extração industrial do óleo de mamo-
na, cujos teores elevados de NPK a recomendam como adubo de exc~
lente .. qualidade. Contudo, a exagerada adubação orgânica da. terre-
no pode acarretar o acentuada desenvolvimento vegetativo da plan
ta, resultando, como consequência, menores rendimentos de frutos
por unidade de área cultivada.
Nos cu1 ti vos de mamana conduzidos em esca.1 a i ndustd aI, além dos
cuidados normais de fCTti1izaçio do solo ou de seleçio da varie-
dade mais produtiva 6u que melhor se adapte as condiç6es locais,
deve-se atentar para'l boa preparação do terreno com a efeti vação
de~adncens profundas, de modo a permitir e a facilitar o desen-
volvimento do sistema radicular da planta e resguardando o plun-
tio das contigênclas de secas prolongadas.
202
o consórcio da mamona em cultivo com plantas de porte rasteiro e
de ciclo vegetativo curto tem sido praticado com freqUência no
País, especialmente nos estados do Nordeste, recomendando-se co-
mo culturas intercalares as leguminosas fixadoras de nitrogênio,
·sobretudo ;j;eij ão, soja ou amendoim, que propiciam uma produção a
bundante de massa verde residual a ser .depois incorporada ao so-.
lo '. De acordo com dados oficiais,· 40 % da mamona produzida em Pc!:
nambuco e no Ceará são cul t:l.vadas segundo essa t2cnica, pri.nci.p:;!
mente em ·consórcio com lavoura de subsistênc:l.a. por exemplo de
fei.jão e mand:l,oca.
203
Quanto aos espaçamentos mais indicados aos plantios da mamona,os
estudos concentram-se sobretudo nas varie.dades de porte anão ,que
são cons ideradas as nlelhores opçoes para a exploração· econômica
da cultura, devido ao seu potencial produtivo e â maior facilid~
de de mecanização, embora as recomendações seguintes, apresenta-
das pela EPAmG (44), abranjam também .as varied.udes de porte mé-
dio e do tipo arbóreo:
204
Quadro 07 - Doenças da Mamona (45)
l-
.~ÚL,cha Bacteriana ~bnchas aguadas nas foll1$.. Eliminação das plantas
cotiledonares das mudinh~ contaminadas
novas; infecçoes· intensaS I . Emprego de variedades
com o amarelecimento . da resistentes
planta c desfo1JlanJcnto pro
maturo;os frutos e os ra':-
cinos florais podem ser a
tacados I
205
7;6- Aproveitamento Econômico do 6leo de Mamona
206
mercado de fluídos hidriulicos, cujo consumo global do 61eo re-
presenta mais de SOl da produção nacional não exportada (Tabela
56).
Z07
difundido sobretudo em algumas situações específicas em que OS
óleos minerais tornam-se menos eficientes. Tal é o caso de certos
equipamentos, como mancais ou engrenagens sujeitas a esfriamento
a água, determinando, portanto, a necessidade de lubrificação com
óleo de mamona, cujo grupo hidroxílico no derivado ricineJéico
lhe confere alta capacidade de ader~ncia as superfícies umedeci-
das. Além de seu baixo ponto de solidificação. em torno de 30 9 C
negativos, outras qualidades do óleo de mamona, tais como resis-
tência ao escoamento e· viscosidade elevada, o recomendam também
como lubrificante de turbinas de aeronaves ou de veículos autom~
tores que operam em regiões geladas. Suas características físico
-químicas favorecim, por outro lado, a sua utilizaçio como fluí-
do para freios hidrâulicos de veículos, não atacando a borracha,
metais ou plásticos, sendo que esta aplicação do óleo de mamona
é a mais importante no Brasil.
Nos Estados Unidos cresce cada vez mais a demanda do óleo de ma-
mona na indústria de tintas e vernizes, que sozinha responde por
mais de 45~ do consumo interno do óleo. Outra at~vidade em expa~
são naquele País, que utiliza grandes quantidades de óleo de ma-
mona, é a indústria de espumas de poliuretana, cujo produto, de
textura leve e resistente, é especialmente indicado para amorte-
cedores contra choques e Vibrações.
208
de sua cadela, e pox: >lpx:esentax: uma dupla l;lgação ds entre os
carbonos 9 e la.
209
Quadro OS - Transformações Químicas do Oleo de ~Iamona
,
OH
Ql -O-Ç;-(Ql ) Ql=OI-Of -Of-(OI ) 01
I Z à 2 7 Z Z5 3
Olcos comestíveis, ~( HC~-C-cR
ceras, etc
I 'O . glicerfdcos do óleo de mnmona
Ql -O-C-R
Z "
l~letanol-NaO!l
O
45~C
I.Fusão Alcalina
ZSO-Z75~C 180-Z00 9C
NaOH,
ác. undecilênico heptaldeldo NaOH, 2 moles 1 mal·
111.\1'
1 peróxidos
ácido sebácico
OH
ácido 10-hidroxideca
nóico
Nylon 11
Z10
Se a Teação é conduzida a 250-275 9 C, usando-se neste caso dois
moles de NaOH para cada mal de ricinoleato de metila, os prod~
tos são o álcool caprílico e o ácido sebácico, do qual os éste-
res de octila, de baixo ponto de congelação, são especialmente
recomendados como lubrificantes específicos de aviões a jato.
211
mo alimento para ruminantes nao se generalizou industrialmente.
212
em todas as proporções, o que o distingue rapidamente dos demais
óleos vegetais.
213
MV- • A
214.
Tabela 58 - Especificações do 6leo de Hamona Comercial
A Tabela 59 dis:rimina
.
as principais
. características físico-quími-
cas do óleo de mamona não refinado, obtido por prensagem a frio
de sementes da variedade preta, co1etadas na região de Januáría.
Pode-se constatar as diferenças marcantes, relativamente aos ou-
tros óleos vegetais, no que concerne à densidade, ã viscosidade
e. ao índice de hídroxila. Embora a elevada viscosidade do óleo
de mamona seja um ponto favorável para justificar seu emprego cQ
mo lubrificante, por outro lado, ela representa um grave inconVQ
n~ente para sua utilização direta, como carburante, nos motores
de combustão interna,
215
mistura de ácidos graxos. A participação significativa desse hi
droxi-áçiJo, de IS átomos de carbono, na estrutura química dos
glicerídeos do óleo de mamona ocasiona, evidentemente, as suas
propriedades anômalas como, por exemplo, a e levada viscos idade ou
a miscibilidadc do óleo em etanol.'
Fontes de Análise
Características Físico-Químicas
'CETEC .. lNT (54) Xl\BREGAS (55)
Teor em Ácidos Graxos l,i vres
(como ácido oleico, %1 0,12 0,40 3,70
Densidade específica a 25 9C(g/cm3) '0,9.578 0,9602 (20 9C) 0,9600 (20 9 C)
fndicc de Refraçào a 29. 9C 1,4773 1,4776(20 9 C)
fndice de Saponificação 187 175-183 182
!ndice de Iodo 85 84 88,S
Teor de Insaponificáveis (il '0,51 0,40
fndice de Peróxido 1,9.8
Ponto de Solidificação (9C) 10 -21
Cor ASTh1 1 '0,5
Poder Calorífico Superior, Kcal/kg 8913 8940
Peso Molecular Médio
(por cromatografia gasosa} 924
Viscosidade a 37,S9C(cS~1 285 285,7 915 (20 9 C)
ClfN._.
OXlgemo 15,31
Car50no 73,97
Hidrogênio 10.72
fndice de Hidróxila 156,6 155,7
Fonte: CE'l1iC
216
A Tabela 60 compara os resultados das análises cromatográficas
processadas em óleos obtidos de diversas cultivares. mostrando.
ao mesmo tempo a regularidade entre os dados computados para as
diferentes amostras. exceto a existência de 5 picos adicionais
no cromatograma correspondente i cultivar aruma.
217
Tabela 60 - 61eo de Mamona
Origem: Fazenda EPAMIG, Jaiba - M.G.
Composição do 61eo em Ácidos Graxas (%)
Variedade Ácido Palmí-jÃcido Esteá Ácido Olei- .I'\cido Lino- Ácido Ácido Lino Ácido Di- Ácido Rici-
tico rico - co léico Araquídico lênico - Hidróxi- noléico
Esteârico
IAC-38 1,35 O,~Z 3,52 5,13 1,00 Traços 0,37 87,72
Campinas 1,01 0,85 3,88 4,77 0,92 Traços - 88,57
Guarani 1,01 0,91 3,87 4,85 1,01 Traços 0,28 88,06
Vermelha 1,19 1,01 3,93 5,06 0,99 Traços 0,26 87,57
V-5 1,36 1,06 3.86 5,77 1,10 Traços 0,43 86,42
Azeitona 1,41 1,03 5,04 6,23 1,27 Traços Traços 85,02
Amarela de 1,44 0,97 4,60 6,09 1,31 Traços 0,36 85,22
Irecê
lN\'-3 1,10 1,09 3,33 4,90 0,80 Traços 0,18 88,58
HC-S 1,13 1,30 4,08 4,94 0,88 Traços 0,14' 88,52
BHAGiA 1,24 1,28 4,43 5,14 0,95 Traços 0,32 86,63
Aruma* 1,52 1,58 3,68 2,89 0,45 0,39 0,76 87,47
Sipeal 3 1,41 1,04 4,56 6,10 1,35 Traços 0,55 84,99
Sipea1 4
Sipea1 5
1,19
1,29
0,95
0,99
3,71
4,12
5,61
5,55
1,27
1,22
Traços
Traços
-
-
87,27
86,83
Sipeal 7 1,02 0,79 3,42 4,73 0,94 Traços 0,39 88,70
Sipeal 13 1,38 0,86 3,64 5,32 0,97 Traços 0,31 87,52
Sipeal 14 . 1,24 0,96 3,87 5,42 1,17 Traços 0,46 86,90
Sipeal 15 1,25 0,97 4,63 6,18 1,46 Traços 0,35 85,16
Sipea1 20 1,26 0,90 3,61 5,04 1,04 0,26 Traços 87,90
Sipeal 21 1,29 0,90 3,42 4,97 0,93 Traços Traços 88,50
Sipeal 22 1,20 0,91 3,35 5,05 0,96 Traços 0,36 88,23
Sipeal 24 1,18 0,85 3,32 4,89 0,97 Traços 0,27 88,51
Sipeal 25 1,22 0,87 3,41 4,91 0,94 Traços 0,49 88,17
Sipeal 26 1.16 0,83 3.49 4,85 1,02 Traços 0,53 88,12
OÔS.: * 5 picos adicionals no cl~matograma entre 2,0 e 15 minutos (tempo de retençao Fonte: CETEC
totalizando 1,27%
2:00 - 0,10% / 3:36 - 0,22% / 6:34 - 0,16% / 10:78 - 0,50% / 14:91 - 0,29%
As tentativas de aproveitamento da torta residual, mesmo na pre-
paraçio de formulaç5es de raçio para animais, esbarram principa!
mente em dificuldades de ordem econômica, pois o custo do trata-
mento ·industrial da torta para remoçio dos princípios t6xicos in
viabiliza a comercialização do concentrado, por falta de competi
t~vidade com outros farelos proteicos.
Ademais·, a comp6sição
.
da torta . em ami~oicidos revela baixos teo-
res de metionina e de lisina, o que em consequência, faz diminuir
o seu valor nutricional. Por essas raz6es, e sobretudo pelo po~r
fert~lizante da torta de mamona CTabela 62), esta ê destinada q~
se excl us i vamente para. uso· como· adubo orgâni co.
P 0S
2
3l;SO 40,81
5i0 13,06
2
Na 0 0,28 0,26
2
K 0
2
18,07 21,06
CaO 13,12 19,94
MgO 13,00 14,67
A1 2 0 3 3,23
F.e 203 1,90
Fonte: CBTBC
Entre
.
os componentes t6xicos isolados. por Kuniiz (57) e Wal~er(57)
incluem-se a ricina, uma toxialbumina an510ga is toxinas hilctcria
nas, responsivel pela forte toxicidade das sementes, a ricinaler-.
gina, um complexo proteina-polissacatfdeo de atividade alerg&nic~
220
e a ricina, um alca16ide moderadamente. tóxico, todos presentes
nas sementes de mamona.
221
· . 8.
Outras oleaginosas
Além das'espécies estudadas, outras oleaginosas perenes, nativas'
em Minas Gerais, poderio constituir-se em fontes adicionais, ii
produção de óleos vegetais, tais como o babaçu (Orbygnia barhosiamj),
a cotieira (Joannesia princeps), o tingui (Magonia pubescens), o
tucum (Astrocaryum campestre), o cabeçudo (Cocos capitata) ou o
cansanção (Cnidosculus oligandrus). O dbacate (Persea R!:atissima)
e a jojoba (Simmondsia chinensis), por outro lado, já despertamo
interesse de 'empresários na região mineira do Polígono das secas,
de cujos projetas agro-industriais que se pretendem desenvolver,
alguns dizem respeito à implantação de cultivos intensivos dess~
referidas espécies oleaginosas para posterior beneficiamento in-
dustriaL
8.1- Babaçu
223
poderá proporcionar uma oferta anual de 1 mil toneladas de óleo. Ten
do em vi~ta os baixos rendimentos de~oleo da cultura. a economi
cidade do empreendimento, no entanto, depende do aproveitamento
integral do coco, exigindo-se o processamento de outras partes,
como o endocarpo calorífico. destinado à obtenção de carvão. e
o mesocarpo, do qual se pode extrair o amido - matéria-prima a
fabricação do etanol, num esquema como o apresentado no Quadro O~.
224
Quadro 09- Aproveitallcnto Industricl do Cbco Sabaçu
Loçn:1íqade ; Januária. ~línas Gernis
Área; 5000 ha
Coco Babaçu
25000 t/ano
I.
000 t nOt 1248.8t, 156,3t 1800t 3825t 4640t. 3~~St 5800t 725t 1050t 700 t
Álcool .,
'- .,-_-' "\ .... h........_ _- - J1 r-'--
r
..J1.Jr
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1[ '-----'r-'-------......-- -J-_--i..~-_'I"
"' ,Ir
,I. r • ,
'------t>. Caldeinl Álcool1>bt9r ,Ir
Alimento
indústria Qvímica Dnergio para O 1'1"0 CCS$ amêj)t9 6100 Ú100 Combustível
J:ltanolis~
do
Diesel
1050 t
Figura 15 - Oleo de Babaçu
_:t:l==::j::1=t~=tf-=-.-==:.t=_=t-_==_t~.==:I=I-----===I==t=ggf<: .. I _.l---L_.L......J._..L---l_...l---"'---I
---1-.- :-. : - - - '-.::-:1.-
::
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-.0_1_ .-- - - - - . .
- , - -
.=.:: - - ':--:.:: : _...._--
-- ~._- ... - - - • •- . - -
-- -- .
f - - - l - ..
o n --«) I-
Acido Caprí'1ico (C ) 6,a-
,
a
::: ·1-==·-
-0"_0:: -.- .--
- ::- :.....::: ·-I::=::
-0t== -1=--::--:'.~ ..:
· - 1 - --'J::-: •
Acido cáprico (C 10 ) 6, 3 ~I
Acido Láurico (C 12 ) 41, O =1
.: '0 :.==1-== ==-r::::-
-_ ---1·- ' - 1 -
.0- o: -.--··i.--:---t---1--'
- ~
.:_ ..
Acido Mirístico (C14 ) 16,2 ~1
-- ,. 1 . -.· :.-=-: · - -.... _-- ._Q<:"
::\:!==::j::=11==~==+=:::j==::j.::::;::j==+:::;:=1=:.0~ Acido Pa1rnítico (C ) 9,4_j
~--~ 16
: o _ _ o
Acido Esteárico (C ) 3,4 ~
1a
: 1-= lO' .-. :Acido 01eico (C-la) 14,2 ~
-
j;==_=_' -
~ '~-I"-
- r·-
I:::::I-o_~~~
- 1'-1- _
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-o
226
8.2- Cotieira
227
propagação, resultado do alto pode~ germinativo das sementes,em-
bora nos plantios tecnificados se recomende a conservação das
mesmas em câmaras frias atê à sua semeadura.
Características Composição
Fonte: CETEC
228
Foto 39 Cultivo da Cotieira
CEDAF - Florestal, M.G.
229
A análise dos parâmetros ftsico~qurmicos do óleo de cotieira pe~
mi te caracteriza~, confo~me se pôde observar dos dados da Tabela
65 , o grau
.
predom:i:nantemente
.
insaturado da mistura de glicerídeos,
cujo índice de iodo, ao redor de 125, revela a presença de um
sistema poliinsaturado.
.
Por.outro
. lado, a composição do .óleo em
ácidos graxos, determinada por cromatografia gasosa (Figura 16 )
evidencia a ocorrência de glicerrdeos derivados do ácido linoléi
co, os quais representam mais de 70~ da mistura.
Fonte: CETEC
230
Conforme
.
;i.ndicall\ os dados das Tabelas 66 e 67 , a torta . residu-
aI do albúmen rep~esenta excepcional fonte de nitrogênio e de
elementos nutrientes; po~ isso, seu aproveitamento integral como
fert;i.lizante
. natural impl;i.cará, certamente, na redução do custo
. ' .
final de p!oduçao do óleo de cotieira.
................... '.' - , .
l'onte: CETEC
l'onte: CETEC
231
Figura 16 - O1eo de Cotieira
l'
RREA flRER 7-
130708 1.04
931286 7.38
448400 3.58
1806020 14.32
8215140 73.06
12488. , ,
.18
68040 .55
12613074 lfJfJ.Ol
232
8.3- Tingui
233
Foto 41 Tingui
Monta1vânia, M.G.
234
Foto 43 Componentes do Fruto do Tingui
235
Tabela 68 Dados de Co~pos~ç~o
.. , , .
. ,Cal'acte:1'Ís.tic.as.. , ~ .. '. :'.. ,·Tiri.gui '. . ...Cansanção
Peso de 100 sementes' (g) 155,7
Peso Médio da Semente (gl 1,6
Casca (~) . 37,0 50,0
Albumen m 63,0 50,0
Urli.dade m .
9 ,Q 5,5
Torta (~1 48,4 54,3
, Oleo .(%) .. , ,.,', , .42,6. . , .... .40,2
Fonte: GETEC
Fonte: CETEC.
236
Tabela 70 Composição Qurmica em Acidos Graxos
Dados em Porcentagem
Fonte: CETEC
237
Tabela 71 Dados Anal~t~cos do Oleo de Tingui
Fonte: CETEC
238
:
-- -- _.-
lHJ +111
FlU: 1 aI' ~
I- PK1
2P
*
4TII1E:'
7 RRE:R
. 5 1966432
RRE:R :(
7.86
3 5. S2 1137B16 7.98
4P 1~·72 6436974 59.21
5P 13'~; 787116 4.96
BP 15'63 1453484 18.28
-- rorÍlL 115M936
<248558
18.58
99.9S
=
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