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Agroecologia e à
produção orgânica
Carga horária: 25 h
“É impossível “Agricultura
alimentar o mundo “Produtos orgânicos não orgânica só dá
com orgânicos.” têm a mesma certo em pequena
produtividade que os escala.”
produtos convencionais.”
Ao ouvir essas afirmações, você deve ter ficado se perguntando se isso tem alguma
fundamentação. Pois bem, neste curso, vamos tratar sobre a produção orgânica e
agroecológica com base no conhecimento científico, e isso vai te mostrar que tais afir-
mações não passam de enganos e alguns mitos.
Mas, antes de estudar os conteúdos de cada módulo, entenda a estrutura do curso.
Agora que você já conhece um pouco do que preparamos para você neste
curso, você está pronto para avançar!
Siga em frente!
Bom estudo!
Agora sim!
Siga para a primeira aula e boa leitura.
Histórico da Agroecologia
Segundo relato de arqueólogos, historiadores e outros pesquisadores, a agricultura surgiu
há cerca de 10 mil a 12 mil anos em várias regiões do mundo, e, se comparadas à situação
vivida hoje, podemos considerar que as escalas de produção eram bem reduzidas.
Há cerca de 100 anos, ou seja, um período muito pequeno quando comparado com a his-
tória da agricultura no mundo, houve uma mudança radical na forma de produzir alimentos,
chamada convencionalmente de modernização ou industrialização da agricultura, e também
de “revolução verde”.
O Desenvolvimento Sustentável
O conceito do desenvolvimento sustentável, amplamente difundido nesse perí-
odo, é fruto de uma série de relatórios e reuniões organizados pela Organização
das Nações Unidas (ONU) nos últimos anos, como a Primeira Conferência Mundial
sobre o Homem e o Meio Ambiente, em 1972; a Conferência das Nações Unidas
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como Rio-92, em junho de
1992; a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio +
20, em junho de 2012; entre outras.
A promoção da Agroecologia
Os anos 2000 trouxeram avanços significativos para a promoção da Agroecologia
para a sociedade civil e as políticas públicas brasileiras. A Agroecologia, enquanto
ciência, promoveu ações no meio científico, como seminários e congressos, even-
tos para fomentar essa discussão entre os agricultores familiares, extensão rural,
cursos – tanto de capacitação, como também cursos de ensino superior em Agroe-
cologia –, além de estar presente como uma linha de orientação na PNATER (Políti-
ca Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural).
Agroecologia em foco
A primeira característica de uma agricultura com base nas práticas
agroecológicas é quanto à diversidade de cultivos.
Na produção convencional, busca-se o estabelecimento de uma ou
poucas culturas agrícolas em seus sistemas. Já a produção orgânica
prioriza o aumento da quantidade de cultivos.
Quanto maior for a diversidade de cultivos, maiores serão as oportu-
nidades dos produtores para a comercialização, pois terão uma oferta
diversificada na maior parte do ano.
A interação entre as plantas das culturas também favorece o bom de-
senvolvimento de todo o conjunto, reduz o uso de fertilizantes, e favo-
rece o manejo de pragas.
Agroecologia e
produção de alimentos
Quando nos referimos à Agroecologia enquanto conhecimento científico, queremos dizer
que ela é como uma teoria que orienta as práticas mais sustentáveis, não apenas do ponto
de vista ambiental, mas também dos aspectos social, econômico, político e cultural. Lembra
da Roberta, a técnica de campo do Senar? Veja o que ela tem para acrescentar sobre isso:
Diversidade de alimentos
Uma diversidade de alimentos que apresentam alta qualidade, sem
o uso de agroquímicos. Além disso, essa diversidade possibilita uma
oferta contínua desses alimentos, não só para a família dos produ-
tores, mas também para a rede de consumidores.
Produtos diferenciados
Outra questão relacionada com alimentação está no fato de que,
com o aumento da diversidade, é possível ofertar aos consumidores
produtos diferenciados, como plantas que não são convencional-
mente comercializadas nos grandes mercados, tais como as PANCs
(plantas alimentícias não-convencionais) e variedades tradicionais.
Dessa maneira, a produção orgânica é uma aliada aos demais produtores que Está lembrado do Douglas?
visam promover a segurança alimentar e nutricional da sociedade. Ele é aquele personagem
que é produtor rural e está
em fase inicial de transição
Pelas características das rochas e do clima que os formaram, em um processo chamado de intempe-
rismo, os solos podem se apresentar em diferentes composições em todo o Brasil.
No solo são definidos cinco horizontes, que variam conforme o processo de intemperismo que eles
sofreram até a sua constituição. Conheça-os a seguir:
Por isso, é importante que os produtores tenham esse cuidado e preservem tanto as ma-
tas ciliares quanto as áreas do entorno de nascentes e olhos d ‘água, seguindo o que está
estabelecido no Código Florestal Brasileiro.
FAO
Organização das Nações Unidas
para Agricultura e Alimentação,
Pelos dados catalogados por instituições como a FAO e a Embrapa, pode ser
do inglês, Food and Agriculture
identificado um processo de perda de diversidade vegetal, o que vem se acen-
Organization.
tuando gradativamente com a tendência a uniformização dos sistemas alimen-
tares e produtivos. Olha só o que a Roberta tem a acrescentar:
Áreas de floresta
no bioma Ama-
zônico.
Os campos
preservados do
Cerrado.
As florestas da
mata atlântica
no litoral brasi-
leiro.
Os campos pam-
peanos do sul do
Brasil.
Na alimentação
Um dos produtos que teve um salto significativo na demanda alimentar é o açaí, que
é fruto de uma palmeira (Euterpe edulis), e sua extração não prejudica o ecossistema
florestal amazônico ou da Mata Atlântica, onde é encontrado. A Castanha do Pará é
outro exemplo, e tem tido uma significativa demanda do mercado. O cacau brasileiro
apresenta sabores característicos e únicos. Incluem-se aqui frutas nativas dos biomas
brasileiros. Cerrado: pequi, fava-danta, umbu, cajuí, cagaita, mangaba, coquinho aze-
do, buriti, entre outros. Caatinga: murici, seriguela, pitomba, umbu, cajá, caju, cambuí,
maracujá da caatinga, murta. Pampa: ariticum e butiá. Mata Atlântica: cereja do mato,
pitanga, araçá.
No artesanato
Muitas são as espécies que podem fornecer fibras, folhas e sementes para a produ-
ção de artesanatos e utensílios, tais como capim-dourado, butiá, ráfia, sementes de
açaí, jarina, buriti, jerivá, dentre tantas outras. Algumas penas e plumas também são
aproveitadas para o artesanato.
Você ficou interessado em saber mais sobre esses produtos? Se tiver interesse, consulte o
Catálogo dos produtos da sociobiodiversidade brasileira, publicado pelo Ministério do Meio
Ambiente em 2019, que dá uma mostra do que pode ser aproveitado no Brasil.
A agricultura orgânica
Agroecologia em foco
Existem vários estilos de agricultura orientados pelos princípios da Agro-
ecologia. No Brasil, eles são descritos pela Lei nº 10.831, de 2003, que
também define os parâmetros para um produto ser considerado orgânico.
Diz a lei: “considera-se produto orgânico, seja ele in natura ou processa-
do, aquele que é obtido em um sistema orgânico de produção agropecu-
ária ou oriundo de processo extrativista sustentável e não prejudicial ao
É chegado o momento de conhecer outros estilos de agricultura que são orientados pela produ-
ção sustentável. Você conhece a permacultura? Siga com a leitura, e veja mais sobre ela.
A permacultura
A permacultura nasceu na Austrália, na década de 1970, influenciada pelas ideias da Agricultura
Natural, em que as atividades agrícolas devem estar o mais próximo possível dos sistemas natu-
rais. Ela nasce da junção entre as palavras:
São estas éticas que vão basear os conceitos da permacultura. Estimula-se que os produtores
adeptos à permacultura estejam atentos às dinâmicas da natureza, se colocando como parte
integrante dos sistemas. Acompanhe mais informações sobre esse estilo de agricultura.
A permacultura se vale do
princípio ético em rela-
ção ao uso dos recursos
naturais. O redesenho não
se restringe aos sistemas
agrícolas, mas também na
forma como as pessoas
vivem, como se relacio-
nam, a energia que as
pessoas utilizam para
sobreviver e os alimentos
que consomem.
Simplificados
Biodiversos
Para complementar o assunto da conversa que você acabou de ler, nesses sistemas, nos primei-
ros anos de implantação das árvores, quando os animais não circulam nas áreas ainda, há a pos-
sibilidade de produção de culturas agrícolas. Quando os animais podem circular, nas entrelinhas
das árvores costuma-se cultivar pastagens. De algumas espécies, por exemplo a amora (Morus
nigra), que tolera bem podas drásticas, é possível fornecer os resíduos de poda como alimenta-
ção complementar para os animais, otimizando de forma máxima o aproveitamento das áreas
agrícolas. Fique de olho em mais uma dica da Roberta!
E lembre-se de que na tela de conclusão do AVA você poderá baixar sua recompensa por suas
conquistas, o áudio contendo o resumo no canal de podcast do Um Giro no Agro, cujo tema é:
Princípios de Agroecologia!Acesse e garanta a sua recompensa!
Siga em frente!
Módulo 1 – Princípios de Agroecologia pg. 73
Atividade de
aprendizagem
Módulo 1
Retrospectiva da
produção orgânica
Vamos começar falando sobre as principais diferenças da Agroecolo-
gia e da produção convencional. Vamos lá?
Falando em produção convencional, ela é voltada para uma ou pou-
cas culturas agrícolas, o que a difere da produção orgânica, que foca
em aumentar a quantidade dos seus cultivos, tendo várias culturas
Trouxemos as questões aqui, pois assim você poderá ler os enunciados com calma
e atenção e, caso precise, antes de ir ao AVA, poderá rever os pontos que serão
analisados.
Então, veja as questões:
1. Se você tivesse que explicar para os seus vizinhos e amigos sobre o conceito
de agroecologia, como você o descreveria?
a. Uma etapa de avaliação dos cultivos para iniciar com a redução dos insumos
químicos e, em seguida a sua substituição, trocando-os por alguns orgânicos e
biodinâmicos. Com o tempo, ele poderia pensar em reorganizar os cultivos, utili-
zando cultivos integrados.
b. Começar do zero! Retirar todos os cultivos que ela mantinha, eliminar todos os
insumos químicos, e buscar cultivos novos e orgânicos, que serão cultivados sem
a adição de nenhum produto que tenha procedência fora da propriedade.
d. A agrobiodiversidade está presente nas plantas e nos animais que são utilizados
na agricultura, além daqueles organismos que afetam indiretamente na agricultu-
ra, como os polinizadores, dispersores e biota do solo.
a. Permacultura.
b. Sistemas agroflorestais.
c. Agroecologia.
d. Biodinâmica.
Parabéns!
Assim, você finalizou a leitura do módulo 1,
e está pronto para avançar com a leitura do
próximo módulo.
Siga em frente e
continue seus estudos.
Módulo 1 – Princípios de Agroecologia pg. 81