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Programa

ABC Cerrado
Sistema de integração Lavoura-
Pecuária-Floresta (iLPF)
30 horas
2019 - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR

1a. Edição - 2019


TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui viola-
ção dos direitos autorais (Lei nº 9.610).

A coleção ABC Cerrado é uma iniciativa do Senar com objetivo de manter disponível
ao público rural os cursos elaborados no âmbito do Projeto ABC Cerrado e demais
tecnologias sustentáveis de produção agropecuária preconizadas no Plano ABC.

Fotos
Banco de imagens do SENAR
Banco Multimídia Embrapa
iStock
Shutterstock

Informações e contato
SENAR Administração Central
SGAN 601 – Módulo K Edifício Antônio Ernesto de Salvo – 1º andar
Brasília – CEP 70830-021
Telefone: 61 2109-1300
www.senar.org.br

Presidente do Conselho Deliberativo do SENAR


João Martins da Silva Junior

Diretor Geral do SENAR


Daniel Klüppel Carrara

Diretora de Educação Profissional e Promoção Social


Andréa Barbosa Alves

Coordenadora de Programas Especiais


Janei Cristina Santos Resende

Coordenadora do Núcleo de Educação a Distância


Ana Ângela de Medeiros Sousa

Coordenador Técnico do Projeto ABC Cerrado


Mateus Moraes Tavares

Equipe técnica Senar


Dyovanna Depolo de Souza Pinto
Larissa Arêa Sousa
Sumário
Apresentação........................................................................................................................... 4

Módulo 1: Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta.........16


Aula 1: Sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta.....................................................19
Aula 2: Benefícios dos Sistemas iLPF............................................................................................29
Aula 3: Seleção dos Sistemas iLPF.................................................................................................33
Aula 4: Boas Práticas para a Implantação dos Sistemas iLPF..................................................40
Atividade de aprendizagem..............................................................................................................45

Módulo 2: Implantação........................................................................................................48
Aula 1: Modalidades do Sistema iLP..............................................................................................51
Aula 2: Implantação do Sistema iLP...............................................................................................58
Aula 3: Implantação do Sistema integração Lavoura-Floresta.................................................66
Aula 4: Implantação do Sistema integração Pecuária-Floresta...............................................69
Aula 5: Implantação do Sistema integração Lavoura-Pecuária-Floresta...............................72
Aula 6: É Importante Você Saber....................................................................................................86
Atividade de aprendizagem..............................................................................................................89

Módulo 3: Manejo I...............................................................................................................92


Aula 1: Manejo Inicial do Componente Florestal nos Sistemas iLPF.......................................94
Aula 2: Manejo Zootécnico nos Sistemas iLPF.............................................................................97
Atividade de aprendizagem..............................................................................................................95

Módulo 4: Manejo II..............................................................................................................97


Aula 1: Manejo Florestal nos Sistemas iLPF.................................................................................99
Aula 2: Manejo das Principais Pragas do Eucalipto no Cerrado........................................... 108
Aula 3: Manejo das Principais Doenças do Eucalipto no Cerrado........................................ 116
Aula 4: Colheita Florestal............................................................................................................... 119
Atividade de aprendizagem........................................................................................................... 125

Encerramento...................................................................................................................... 128

Referências.......................................................................................................................... 129
Apresentação
Bem-vindo(a) ao curso de Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Flo-
resta.
Neste curso, você verá que, na mesma área em que a floresta é plantada, é
possível ter pastagens e lavouras. Essa integração favorece o controle de
pragas e a mitigação de carbono, traz maior renda ao homem do campo e
é adequada à legislação ambiental.

Porteira aberta de uma fazenda.


Fonte: CNA Brasil / Foto: Adriano Brito

Para facilitar a sua aprendizagem, o curso está organizado em quatro mó-


dulos. Veja a seguir as aulas que compõem cada um deles.
Apresentação

Módulo 1 – Introdução ao Sistema de Integração Lavoura-


Pecuária-Floresta

Aula 1 – Sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Aula 2 – Benefícios dos Sistemas iLPF

Aula 3 – Seleção dos Sistemas iLPF

Aula 4 – Boas Práticas para a Implantação dos Sistemas iLPF

Módulo 2 – Implantação

Aula 1 – Modalidades do Sistema iLP

Aula 2 – Implantação do Sistema iLP

Aula 3 – Implantação do Sistema iLF

Aula 4 – Implantação do Sistema iPF

Aula 5 – Implantação do Sistema iLPF

Aula 6 – É Importante Você Saber

Módulo 3 – Manejo I

Aula 1 – Manejo Inicial do Componente Florestal nos Sistemas iLPF

Aula 2 – Manejo Zootécnico nos Sistemas iLPF

Módulo 4 – Manejo II

Aula 1 – Manejo Florestal nos Sistemas iLPF

Aula 2 – Manejo das Principais Pragas do Eucalipto no Cerrado

Aula 3 – Manejo das Principais Doenças do Eucalipto No Cerrado

Aula 4 – Colheita Floresta

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Apresentação

Este curso faz parte da Coleção ABC Cerrado – Tecnologias Sustentáveis


de Produção Agropecuária no Bioma Cerrado. Essa coleção, que é com-
posta de sete cursos, é fruto do Projeto ABC Cerrado, que foi implemen-
tado durante os anos de 2014 a 2019. Vamos conhecer um pouco mais
sobre esse projeto?

O Projeto ABC Cerrado


O Brasil ocupa um lugar de destaque entre os maiores produtores de ali-
mentos do mundo, além de ser um dos países que mais preserva o meio
ambiente – consegue produzir em apenas 27,7% do seu território, en-
quanto mantém 61% coberto com vegetação nativa.
Mesmo assim, durante a 15ª Conferência das Partes (COP-15), em 2009,
o País assumiu o compromisso de reduzir as emissões de gases de efeito
estufa (GEE). De lá para cá, a agricultura de baixa emissão de carbono
(ABC) passou a receber uma atenção maior por parte do Governo e de
diversas instituições, que criaram programas para incentivar o produtor
rural brasileiro a adotar técnicas sustentáveis.
O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) participa dessas
iniciativas que contribuem com a meta nacional de redução de emissão
de gases do efeito estufa pela atividade agropecuária. É o caso do Projeto
ABC Cerrado, que disseminou práticas de agricultura de baixa emissão
de carbono e estimula o produtor a investir na sua propriedade, para im-
pulsionar a produtividade e a renda, ao mesmo tempo em que preserva o
meio ambiente.
Oito estados do bioma Cerrado participaram do Projeto: Bahia, Distrito
Federal, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Piauí e To-
cantins.

O projeto foi desenvolvido em parceria com o Ministério


da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)
e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), com recursos do Programa de Investimento
em Florestas (FIP) e o Banco Mundial.

6
Apresentação

O SENAR atuou como responsável pela transferência de tecnologias aos


produtores rurais do bioma Cerrado por meio de capacitação, pela formação
de instrutores e de técnicos de campo, além de fornecer assistência técnica
e gerencial à atividade rural, com foco em tecnologias preconizadas pelo
Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC).
Desde a sua criação, o SENAR levou aos agricultores e pecuaristas bra-
sileiros os avanços da ciência e da tecnologia. Com esse curso, espera
contribuir para o crescimento do seu empreendimento e da produção de
alimentos com sustentabilidade.

No ambiente virtual de aprendizagem (AVA), você poderá


assistir ao vídeo que conta a história de sucesso do Senhor
Alcides e de sua família que foram beneficiados pelo
Projeto ABC Cerrado.

Vale a pena conferir!

Os Cursos
A coleção ABC Cerrado é composta por um conjunto de sete cursos:

Recuperação de Pastagens Degradadas


Carga horária: 20 horas

Sistema Plantio Direto


Carga horária: 30 horas

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Apresentação

Florestas Plantadas
Carga horária: 30 horas

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Carga horária: 30 horas

Tratamento de Dejetos Animais


Carga horária: 20 horas

Fixação Biológica de Nitrogênio


Carga horária: 20 horas

Mudanças Climáticas e Agricultura


Carga horária: 20 horas

8
Apresentação

Esses cursos foram desenvolvidos com o objetivo de


levar a você e aos demais produtores do bioma Cerra-
do a atualização sobre novas técnicas que favorecem a
redução na emissão de gases de efeito estufa que pro-
movem o aquecimento global, ao mesmo tempo que
entregam ao produtor maior produtividade e retorno
econômico na atividade.

Fazenda Rio Novo


Para facilitar sua compreensão dos assuntos e das técnicas abordadas
nos sete cursos, apresentaremos o caso fictício da fazenda Rio Novo. Ela
é de propriedade da família do Sr. Antônio e da Sra. Teresa e fica no esta-
do de Goiás, em uma região onde predomina o bioma Cerrado.
Todos dessa família vão se empenhar em adotar práticas sustentáveis na
propriedade, que trarão maior produtividade e ainda contribuirão para re-
duzir a emissão dos GEEs. Cada membro será o responsável por uma ação
específica na fazenda e acompanhará os participantes dos diferentes cur-
sos. Conheça um pouco dessa família clicando sobre cada integrante:

Antônio Teresa João Carmen Rogério Natália Mariana


76 anos 72 anos 49 anos 47 anos 28 anos 24 anos 20 anos

9
Apresentação

Antônio
76 anos
Ensino fundamental completo

No final da década de 1960, Antônio herdou um pedaço de terra no interior de


Goiás, região de Cerrado, e lá iniciou um discreto plantio de milho. Alguns anos
mais tarde, passou também a criar gado na mesma propriedade.
Sem muito estudo, viu sua propriedade crescer, fruto de seus esforços e de
sua esposa, Dona Teresa. No entanto, junto com o crescimento da propriedade
também veio a degradação das pastagens pelo gado e pelo manejo incorreto
da própria pastagem.
Hoje, o Sr. Antônio quer reintegrar as áreas degradadas pela pastagem ao
processo de produção de alimentos. Com isso, quer evitar a abertura de novas
áreas para a pastagem, o que é benéfico ao meio ambiente, além de trazer
economia para o próprio bolso.
Para isso, pretende aplicar práticas que recuperem a capacidade produtiva do
solo degradado na fazenda Rio Novo.
Você pode acompanhar essa empreitada do Sr. Antônio no curso Recuperação
de Pastagens Degradadas.

Teresa
72 anos
Ensino fundamental completo

Ao lado do Sr. Antônio, Teresa plantou as primeiras sementes de milho na pro-


priedade Rio Novo ainda na década de 1960. Juntos, trabalharam duro para
que essa propriedade crescesse e fosse produtiva.
Ela é uma pessoa muito observadora e gosta de conversar com outros produ-
tores da região. Sempre em contato com os vizinhos e “antenada” em tudo que
acontece por ali.
Apesar de não ter tido a oportunidade de estudar além do ensino fundamental,
viu que seus vizinhos utilizavam uma técnica muito interessante para proteger
o solo e evitar erosões. Quem sabe a técnica não daria certo na fazenda Rio
Novo? Resolveu testar e... deu!
Agora, Dona Teresa quer aprimorar ainda mais a aplicação da técnica para re-
solver os problemas de conservação de água e solo, como a erosão na fazenda
Rio Novo. Você pode conferir mais sobre a técnica e os resultados que ela ob-
teve no curso Sistema Plantio Direto.

10
Apresentação

João
49 anos
Técnico agrícola

João cresceu vendo seus pais, Antônio e Teresa, darem duro na fazenda Rio
Novo e presenciou o grande crescimento da propriedade.
Inspirado pela dedicação e amor dos pais pela terra, nunca passou pela sua
cabeça deixar o campo para exercer outra atividade... Queria fazer a diferença
no campo!
Assim, ao terminar o Ensino Médio, matriculou-se em um curso técnico agrí-
cola. Lá teve a ideia, junto com Carmen, hoje sua esposa, de plantar árvores
comerciais de rápido crescimento na fazenda, como uma alternativa de renda
para a família.
Acompanhe o João no curso Florestas Plantadas.

Carmen
47 anos
Técnica agrícola

Carmen conheceu seu marido João ainda na adolescência, no colégio onde es-
tudavam. Ao se casar com João, mudou-se para a fazenda Rio Novo, de pro-
priedade de seu sogro Antônio.
Fizeram juntos o mesmo curso técnico agrícola, onde tiveram a ideia de plantar
espécies florestais na propriedade.
Para fazer a ideia dar ainda mais certo, Carmen tem se empenhado em integrar
a lavoura e as pastagens à nova área florestal.
Sempre cuidadosa, quer aumentar a renda da propriedade, mas sem descuidar
da legislação ambiental vigente.
Você pode acompanhar o passo a passo de suas ações no curso Integração
Lavoura-Pecuária-Floresta.

11
Apresentação

Rogério
28 anos
Engenheiro agrônomo

Rogério é o filho mais velho do casal João e Carmen, primeiro neto de Antônio
e Teresa.
Apaixonado pela terra, formou-se engenheiro agrônomo.
Durante a graduação, percebeu que o dejeto de animais pode se tornar uma
potencial fonte de energia e até mesmo de renda.
Por isso, tem se empenhado em tratar esses dejetos da forma correta na pro-
priedade Rio Novo.
Você pode aprender a técnica utilizada pelo Rogério no curso Tratamento de
Dejetos Animais.

Natália
24 anos
Bióloga

Natália é filha do casal João e Carmen e neta de Antônio e Teresa. Sempre mui-
to curiosa, desde criança desejava ser “cientista”.
Influenciada pelo ambiente em que cresceu, e enxergando uma oportunidade
para colocar em prática toda a sua curiosidade sobre as plantas e animais, tor-
nou-se bióloga.
Seu Trabalho de Conclusão de Curso foi sobre o ciclo do nitrogênio na natu-
reza. Com base nos amplos conhecimentos obtidos em seus estudos, tem de-
fendido o plantio, na fazenda Rio Novo, de propriedade da família, de espécies
que possibilitem a fixação de nitrogênio no solo. Isso permitirá uma melhora na
fertilidade do solo da propriedade.
Você também pode ter acesso a esses conhecimentos da Natália realizando o
curso Fixação Biológica de Nitrogênio.

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Apresentação

Mariana
20 anos
Estudante de Engenharia Ambiental

Filha mais nova do casal João e Carmen, defende o meio ambiente com unhas
e dentes, mas sem se descuidar do setor produtivo da fazenda!
Está no terceiro ano da faculdade de Engenharia Ambiental e deseja especiali-
zar-se na área de sustentabilidade no campo.
Quer permanecer na propriedade Rio Novo da família, adaptando a produção
às mudanças climáticas e fiscalizando a adoção de práticas sustentáveis por
todos!
O curso Mudanças Climáticas e Agricultura fala sobre esse assunto e apre-
senta as práticas sustentáveis defendidas pela Mariana.

A família do Sr. Antônio contará com a ajuda do Marcos,


técnico do SENAR que atende à região. Você perceberá
que, em diferentes momentos dos cursos, o técnico Marcos
enviará dicas e orientações por meio de áudios. Portanto, ao
se deparar com o ícone ao lado nos cursos, não deixe de ouvir
suas valiosas dicas!

Mas aqui na apostila vamos facilitar para você e colocar a


transcrição dos áudios.

Por isso que é tão importante você acessar o ambiente virtual


de aprendizagem e passar por essa experiência de interação
com o conteúdo.

Recursos educacionais e interativos


Ao longo do curso, você encontrará imagens, áudios e vídeos. O objeti-
vo é tornar seu aprendizado mais interessante e prazeroso. Além disso,
também se deparará com recursos interativos que ajudarão a aplicar da
melhor forma os novos conhecimentos.

13
Apresentação

Recursos como este serão utilizados para sugerir textos


complementares ou destacar informações importantes.

No AVA, sempre que você vir um ícone com alguma


animação, principalmente com setas, significa que
uma informação será exibida ao clicar sobre ele. Não
deixe de conferi-la, pois esses elementos fazem parte
de uma experiência de aprendizagem completa!

Outro exemplo de recurso interativo são as palavras destacadas, que exibirão


sua definição ou uma explicação extra quando forem acionadas. Veja como
vai aparecer lá no AVA.
A maioria dos solos no Cerrado é muito antiga e bas-
Processos
tante modificada pela ação de processos químicos e químicos e físicos
físicos e possui baixa fertilidade, com sérias limita- Também chamados
ções à produção. de intemperismo.

Durante todo o curso, você terá a companhia da Car-


men. Como você já viu, ela é esposa do João e ao se ca-
sar mudou-se para a fazenda Rio Novo, de propriedade
de seu sogro Antônio.

Sempre cuidadosa, quer aumentar a renda da pro-


priedade, mas sem descuidar da legislação ambien-
tal vigente.

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Apresentação

Atividades de aprendizagem
A navegação pelo conteúdo deste curso é sequencial e linear. Isso signifi-
ca que você deve acessar o primeiro módulo e conferir todos as aulas. Ao
final, você realizará a atividade de aprendizagem para, então, liberar o
conteúdo do módulo seguinte.

As atividades de aprendizagem têm o objetivo de verificar


se você teve um bom aproveitamento em relação ao con-
teúdo do módulo. Por isso é tão importante acessar o AVA
e responder à atividade para liberar o módulo seguinte.

Canais de comunicação
Este é um curso autoinstrucional, isso quer dizer que, diferente de outros
cursos no formato a distância, neste não temos a figura do tutor, pois ele
foi construído para que o aluno aprenda de forma autônoma. Mas isso não
significa que você está sozinho nesta jornada!
Durante seus estudos, você poderá utilizar os canais de comunicação dis-
ponibilizados no seu ambiente virtual de aprendizagem (AVA) para escla-
recer dúvidas técnicas com a monitoria do curso.

Os monitores dão o suporte necessário às dúvidas de cunho


mais técnico relacionadas ao AVA e às regras de conclusão do
curso.

Siga em frente e bom estudo!

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Módulo 1:
Introdução
ao Sistema de
integração Lavoura-
Pecuária-Floresta
Bem-vindo ao Módulo 1, Introdução ao Sistema de integração Lavoura-
-Pecuária-Floresta. É importante que você preste atenção ao conteúdo que
preparamos para você, pois ele lhe ajudará na realização de suas atividades.

SISTEMA iLP SISTEMA iLF

SISTEMA iPF SISTEMA iLPF

Imagem dos Sistemas iLPF.


Fonte: SENAR NA.
Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Neste primeiro módulo do curso, falaremos sobre os benefícios, seleção e


boas práticas do Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta com
foco no bioma Cerrado. Veja a seguir o que preparamos para cada uma
das aulas deste módulo.

Aula 1 | Sistemas de Aula 2 | Benefícios dos


integração Lavoura-Pecuária- Sistemas iLPF
Floresta • Benefícios econômicos
• Sistema de integração • Benefícios sociais
Lavoura-Pecuária
• Benefícios ambientais
• Sistema de integração
Lavoura-Floresta
• Sistema de integração
Pecuária-Floresta
• Sistema de integração
Lavoura-Pecuária-Floresta

Aula 3 | Seleção dos Sistemas Aula 4 | Boas Práticas para a


iLPF Implantação dos Sistemas iLPF
• Diagnóstico da propriedade • Diagnóstico da área
• Planejamento • Práticas conservacionistas
• Estudo de mercado do solo
• Escolha do Sistema iLPF • Correção do solo
• Arranjo de plantio • Preparo do solo

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Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Você pode buscar mais conhecimentos com a Embrapa!

Visite a Unidade da Embrapa mais próxima de sua pro-


priedade. Todas elas possuem biblioteca com muitas pu-
blicações disponíveis para leitura, além de pesquisadores
para poder conversar.

No site da Biblioteca da Embrapa também é possível


encontrar muitas informações. Acesse:

• https://www.embrapa.br/biblioteca

O serviço Informação Tecnológica em Agricultura (Info-


teca-e) dá acesso a informações técnicas na forma de car-
tilhas, livros para transferência de tecnologia, programas
de rádio e de televisão editados com linguagem adaptada
de modo que produtores rurais, extensionistas, técnicos
agrícolas, estudantes e professores de escolas rurais, co-
operativas e outros segmentos da produção agrícola pos-
sam assimilá-los com maior facilidade. Visite:

• https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br

Você também poderá comprar livros publicados pela Em-


brapa diretamente no site de comunicação. Acesse:

• http://vendasliv.sct.embrapa.br/liv4/principal.
do?metodo=iniciar

Pronto(a) para começar a primeira aula?

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Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Aula 1:
Sistemas de
integração Lavoura-
Pecuária-Floresta
Nesta aula, vamos conhecer o Sistema de integração Lavoura-Pecuária-
-Floresta (iLPF) e as modalidades que fazem parte dele.
Os Sistemas iLPF constituem uma es-
tratégia que visa à produção susten- Efeitos sinérgicos
Efeitos sinérgicos são efeitos
tável, que integra atividades agrícolas, positivos decorrentes da realização
pecuárias e florestais realizadas na simultânea de diferentes atividades
mesma área, em cultivo consorciado, na mesma área. Por exemplo, a
sombra das árvores reduz as variações
em sucessão ou rotacionado, e que da temperatura nas entrelinhas,
busca efeitos sinérgicos entre os com- beneficiando os animais e as culturas
intercalares, seja lavoura ou pastagem,
ponentes do agro e ecossistema, con- e as árvores absorvem nutrientes
templando a adequação ambiental, a residuais das adubações das lavouras
valorização do homem e a viabilidade e da pastagem, localizados em
camadas mais profundas do solo..
econômica (BALBINO et al., 2011).
Esses sistemas preconizam:

• Manejo e conservação do solo e da água.

• Utilização racional dos insumos.

• Manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas.

• Zoneamento agroclimático e agroecológico.

• Redução da pressão para abertura de novas áreas,


seja para pecuária, seja para agricultura.

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Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

• Diminuição da emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE).

• Sequestro de carbono na biomassa aérea e radicular.

• Estímulo ao cumprimento da legislação ambiental.

• Geração de serviços ambientais.

• Adoção de Boas Práticas Agropecuárias (BPA).

• Certificação da produção.

• Ampliação positiva do balanço energético.

Balanço energético: dentro de um sistema iLPF, o balanço energético é


visto de forma positivo, pois, comparado com outros sistemas, a energia
gasta para produzi-lo é menor. Ou seja, no sistema iLPF, a produção ocor-
re em uma mesma área de lavoura, pecuária e floresta sendo que os in-
sumos utilizados para realizá-la são menores do que os utilizados em sis-
temas solteiros – nos quais se produz separadamente a lavoura, pecuária
ou floresta. Essa economia ocorre porque o aproveitamento de nutriente é
mais eficiente no sistema iLPF, ou seja, os insumos que são utilizados para
implantação da lavoura, são também aproveitados pela pecuária (pasta-
gens) e pela floresta. Além disso, a quantidade de energia não utilizada
por uma das atividades pode ser aproveitada por outra, permitindo assim
um aumento no ciclo de vida dos nutrientes.

A utilização racional de insumos implica o uso consciente


e adequado de corretivos, fertilizantes, defensivos agríco-
las, sementes e outros produtos necessários para a pro-
dução agrícola.

Os Sistemas iLPF são constituídos por quatro modalidades de integração,


veja quais são:

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Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Integração Lavoura-Pecuária (iLP) ou Integração Lavoura-Floresta (iLF) ou


Sistema Agropastoril Sistema Silviagrícola

Integração Pecuária-Floresta (iPF) ou Integração Lavoura-Pecuária-Floresta


Sistema Silvipastoril (iLPF) ou Sistema Agrossilvipastoril

Sistema de integração Lavoura-Pecuária


ou Sistema Agropastoril
O Sistema iLP – ou Sistema Agropastoril – integra os componentes agrí-
cola e pecuário, em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma área, em
uma mesma safra ou por múltiplos anos.

O componente agrícola é constituído pelos cultivos anuais


para produção de grãos (arroz, soja, milho, sorgo, feijão
etc.) e o componente pecuário é caracterizado pela inser-
ção de animais (bovinos, ovinos, caprinos etc.).

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Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

O Sistema iLP é entendido como a


diversificação, a rotação, a consor-
ciação e/ou a sucessão das ativi-
dades de agricultura e de pecuária
dentro da propriedade rural, de
forma harmônica, de tal maneira
que haja benefícios para ambas.
Possibilita também que o solo
seja explorado economicamente
durante todo o ano, favorecendo
o aumento na oferta de grãos, de
carne e de leite, a um custo mais
baixo, devido ao sinergismo que
se cria entre lavoura e pastagem.

De olho nos valores


Em uma linguagem simples e prática, pode-se afir-
mar que o Sistema iLP é uma estratégia de produzir
forragem de qualidade, a baixo custo, na entressafra,
tendo sido proposto como uma alternativa para a re-
cuperação de solos com baixa produtividade, sendo
empregado particularmente na recuperação de pas-
tagens degradadas.

Veja a seguir as três modalidades de Sistema iLP que se destacam no


Cerrado.

22
Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Fazendas de pecuária: em que culturas anuais (arroz,


Fazendas de
pecuária
soja, feijão, milho e sorgo) são introduzidas em áreas de
pastagens para recuperar a produtividade dos pastos.

Fazendas especializadas em lavouras de grãos: que uti-


Fazendas lizam gramíneas forrageiras para melhorar a cobertura de
especializadas em solo em Sistema de Plantio Direto (SPD) e, na entressa-
lavouras de grãos fra, para uso da forragem na alimentação de bovinos (“sa-
frinha de boi”).

Fazendas que, sistematicamente, adotam a rotação de


Fazendas que, pasto e lavoura: que utilizam o Sistema iLP para intensifi-
sistematicamente,
adotam a rotação car o uso da terra e se beneficiar da sinergia entre as duas
de pasto e lavoura atividades. Muitas vezes, o Sistema iLP é praticado por
meio de parcerias entre lavoureiros e pecuaristas.

Sistema de integração Lavoura-


Floresta ou Sistema Silviagrícola
O Sistema de integração Lavoura-Floresta (iLF), ou Sistema Silviagrícola,
integra os componentes agrícola e florestal pelo consórcio de espécies ar-
bóreas com cultivos agrícolas (anuais ou perenes). O componente agrícola
pode ser utilizado na fase inicial de implantação do componente florestal
ou em ciclos agrícolas anuais durante o desenvolvimento do sistema.

Sistema iLF: eucalipto com soja.

23
Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Mas onde podemos utilizar o Sistema iLF?


O Sistema iLF é adotado onde existe demanda para produtos agrícolas e
florestais e não há demanda para a produção pecuária ou restrições para a
criação de animais. Geralmente, quando se utiliza o eucalipto como espé-
cie florestal, adotam-se espaçamentos maiores entre renques ou renques
com fileiras múltiplas, onde se pode, ou não, realizar os desbastes progra-
mados, visando à agregação de valor na produção florestal.
Em pequenas propriedades, o Sistema iLF é utilizado para a produção de
diversas espécies agrícolas e florestais e é também conhecido como Sis-
tema Agroflorestal (SAF).
Nesse sistema, é fundamental conhecer o comportamento das diferen-
tes espécies quando cultivadas em consórcio, isto é, se há algum efeito
negativo de uma espécie sobre a outra e as suas exigências por água,
luz e nutrientes.

No Sistema iLF, as espécies arbóreas são todas as espé-


cies de árvores, e, em especial, as que se destinam à pro-
dução de madeira para usos múltiplos (lenha, construção
civil, tratamento de estacas e mourões, serraria etc.).

Sistema de integração Pecuária-Floresta


ou Sistema Silvipastoril
O Sistema de integração Pecuária-Floresta (iPF), ou Sistema Silvipasto-
ril, integra os componentes pecuário e florestal em consórcio, de forma
a permitir a produção de pastagem e criação de animais, madeira e/ou
fibras. O componente pecuário pode ser constituído por animais de várias
espécies, como bovinos, ovinos e caprinos; e o componente florestal pode
ser composto por espécies arbóreas destinadas à produção florestal para
múltiplos usos.

24
Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Sistema iPF: eucalipto com gado de leite.

Nesse sistema, utiliza-se, geralmen-


te, o plantio do eucalipto com espaça- Renques
Renques ou aleias são faixas
mentos intermediários entre renques, espaçadas entre árvores que podem
renques com fileira simples, duplas, conter uma ou mais linhas de plantio.
triplas ou quádruplas.
As fileiras múltiplas normalmente são usadas para a produção de madeira
para energia (lenha ou carvão) em regiões onde se verifica forte demanda
desses produtos como, por exemplo, pelas empresas de siderurgia e pelas
empresas ceramistas.

Sistema iPF: eucalipto no 2º ano e pastagem de braquiária.

25
Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

O cultivo do milho e do sorgo é bastante utilizado nesse sistema, tanto


para a produção de feno ou silagem quanto para a produção de grãos vi-
sando à alimentação animal, pois permite que, em aproximadamente 60
dias após a colheita, a área seja pastejada por categorias de animais mais
leves, como bezerros ou animais adultos (vacas), por meio da utilização de
cerca elétrica para proteção das árvores.

Sistema de integração Lavoura-


Pecuária-Floresta ou Sistema
Agrossilvipastoril
O Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF), ou Sistema
Agrossilvipastoril, integra os três componentes: agrícola, pecuário e flo-
restal, em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma área. O componente
agrícola pode ser utilizado na fase inicial de implantação do componente
florestal ou em ciclos agrícolas anuais durante o desenvolvimento do sis-
tema. O componente pecuário, via de regra, é introduzido no sistema em
substituição ao componente agrícola.

Sistema iLPF: eucalipto, feijão no 2º ano e pastagem no 3º ano.

26
Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

No Sistema iLPF, preconiza-se o planejamento da distribuição espacial


das árvores na área, objetivando a sinergia e/ou a menor interferência en-
tre os componentes agrícola, pecuário e florestal. A distribuição espacial
das árvores na área é mais conhecida como arranjo de plantio e deve fa-
cilitar a adoção de práticas de conservação do solo e da água, favorecer o
trânsito de máquinas e observar os aspectos comportamentais dos ani-
mais, em especial o seu deslocamento e o senso de manada.

Lá na fazenda Rio Novo


Lá na fazenda, o arranjo de plantio mais simples e efi-
caz que utilizamos é o de renques ou aleias, com espa-
çamentos amplos. Como queremos privilegiar a produ-
ção de madeira, utilizamos renques mais estreitos ou
com maior número de fileiras (mais
árvores/ha); quando queremos dar Árvores/ha
preferência à produção agrícola e/ou Árvores por
pecuária, utilizamos espaçamentos hectares.
maiores, ou seja, aleias mais largas,
com menos linhas em cada faixa.

Sistema iLPF: eucalipto no 5º ano, plantio leste/oeste e com gado de corte.


Foto: Ronaldo Trecenti.

27
Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

O plantio no sentido leste/oeste é recomendado para áreas com topografia


plana, para permitir mais penetração de luz nos cultivos intercalares. Em
áreas com declividade, recomenda-se fazer o terraceamento e o plantio
em nível, visando à conservação do solo e da água.
Para facilitar seu entendimento em relação ao funcionamento do Sistema
iLPF, criamos uma tabela que apresenta o resumo das etapas de cada
modalidade dele.

Sistemas iLPF Componentes Características Objetivos

Correção do solo,
cultivo de lavouras Recuperar áreas de
de grãos por até três pastagens degradadas
anos e rotação com com cultivo de grãos e/
Sistema iLP ou Lavoura e pastagem por igual ou produzir forragem
Agropastoril pecuária período ou implantação para o gado na
de forragem entressafra e palhada
consorciada com a para o Sistema de
lavoura para pastejo na Plantio Direto (SPD).
entressafra.

Correção do solo, Produzir grãos na fase


implantação da floresta inicial da floresta para
Sistema iLF ou Lavoura e
e cultivo de grãos nas ajudar a amortizar
Agroflorestal floresta
entrelinhas até que a os custos da sua
produção seja viável. implantação.

Recuperar pastagens
em regiões
Correção do solo,
tecnicamente
implantação da floresta,
Sistema iPF ou Pecuária e impróprias para o
recuperação ou
Silvipastoril floresta cultivo de grãos ou em
renovação da pastagem
áreas onde há forte
nas entrelinhas.
demanda pela área de
pastagem.

Correção do solo,
implantação da floresta,
seguida do cultivo de Recuperar áreas de
grãos nas entrelinhas pastagens degradadas
Sistema iLPF ou Lavoura, pecuária
e floresta até que a produção produzindo grãos, carne
Agrossilvipastoril
seja viável, e posterior ou leite e madeira na
implantação da mesma área.
pastagem, mantendo-a
até a colheita florestal.

28
Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Aula 2:
Benefícios dos
Sistemas iLPF
Vamos dar início agora a aula 2, na qual você verá os benefícios que o
Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta trazem para a vida no
campo.
A conversão de pastagens degradadas em Sistemas iLPF, associada ao
Sistema de Plantio Direto (SPD) – fundamentado no revolvimento mínimo
do solo, na rotação de culturas e na cobertura permanente do solo -, pode
até quadruplicar a capacidade de carga das pastagens, garantindo, as-
sim, mais renda ao produtor, que passa a ganhar também com a atividade
agrícola e/ou silvicultural. Os Sistemas iLPF, entretanto, não se limitam
a grandes lavouras e a extensas áreas de pecuária. Pequenos e médios
agricultores podem adotá-los, recorrendo a máquinas de menor porte e
até mesmo de tração animal.

De olho nos valores


Os benefícios dos Sistemas iLPF podem ser de ordem
econômica, ambiental e social.

29
Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Benefícios econômicos

Pastagem renovada com Sistema iLP.


Foto: Ronaldo Trecenti.

Veja os potenciais benefícios econômicos da adoção dos Sistemas iLPF:


• redução ou viabilização do custo de recuperação/renovação de pas-
tagens em processo de degradação ou degradadas;
• aumento da taxa de lotação das pastagens;
• aumento da taxa de natalidade;
• aumento do ganho de peso animal;
• aumento da produção de leite;
• diversificação das atividades na propriedade;
• redução dos riscos climáticos e de mercado;
• melhoria das condições físicas, químicas e biológicas do solo;
• redução na ocorrência de pragas, doenças e plantas daninhas, com
consequente diminuição no uso de inseticidas, fungicidas e herbi-
cidas;
• mais eficiência no uso de fertilizantes pelas diversas culturas com
diferentes sistemas radiculares;
• produção de forragem de qualidade na entressafra, com baixo cus-
to, para alimentação animal na estação seca;

30
Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

• eliminação de investimentos na construção de sombra artificial aos


animais, sobretudo para gado de leite;
• otimização no uso de máquinas, equipamentos e mão de obra;
• redução dos custos com insumos, tanto na atividade agrícola quan-
to na pecuária;
• aumento da produção por unidade de área;
• aumento da competitividade do agronegócio brasileiro;
• agregação de valor à produção;
• aumento de renda da propriedade.

Benefícios ambientais e sociais

Pastagem em Sistema iLPF na seca.


Foto: Ronaldo Trecenti.

Além dos benefícios econômicos, o Sistema iLPF tam-


bém promove benefícios ambientais e sociais. Tenho
uma mensagem de áudio do Marco, técnico do Senar,
na qual ele informa quais são esses benefícios. Ele tam-
bém a mandou por texto, leia aí.

31
Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Benefícios Ambientais e sociais

Dica do Técnico

Olá, Carmen, fico feliz em poder ajudar.

Os benefícios ambientais mais relevantes da adoção dos Sistemas iLPF são:


a) maior taxa de infiltração e armazenamento de água no solo;
b) controle de erosão;
c) redução de perdas de nutrientes do solo;
d) uso racional de agrotóxicos e consequente redução dos riscos de contami-
nação do ambiente;
e) melhoria das condições de ambiência animal, ou seja, proteção contra tem-
pestade, ventos frios, granizo, altas temperaturas, pelo sombreamento das
pastagens, afim de reduzir o estresse dos animais;
f) redução da emissão de GEE;
g) sequestro de carbono pelas raízes das plantas e pela madeira serrada e;
h) prevenção do desmatamento pelo aproveitamento de áreas degradadas.

Já alguns dos benefícios sociais e econômicos que podemos encontrar na


adoção dos Sistemas iLPF são:
a) geração de empregos;
b) redução na sazonalidade do uso de mão de obra na propriedade;
c) necessidade de capacitação técnica dos colaboradores;
d) incremento no valor da remuneração pela qualificação do trabalhador;
e) melhoria da renda e da qualidade de vida na propriedade rural;
f) mais oferta de alimentos, fibras e agroenergia com sustentabilidade;
g) estímulo à participação da sociedade civil organizada;
h) melhoria na imagem do setor agropecuário brasileiro perante a sociedade e
os mercados internacionais e;
i) possibilidade de estabelecer na propriedade até 3 safras por ano.

Entre em contato sempre que precisar, um abraço e até breve.

Agora que você já conheceu os benefícios econômicos, ambientais e sociais


que mais se destacam no Sistema iLPF, vamos seguir para a próxima aula.

32
Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Aula 3:
Seleção dos Sistemas
iLPF
Nesta aula, veremos que a seleção do Sistema iLPF a ser adotado em
uma propriedade depende do objetivo do empreendedor e das condições
da propriedade. É fundamental que seja realizado um planejamento para
implantação do Sistema escolhido, levando-se em consideração diversos
fatores, como:
a) condições edafoclimáticas (tipo de solo, topografia, altitude, preci-
pitação, temperaturas máximas e mínimas, umidade relativa do ar
e ventos);
b) atividades já desenvolvidas na propriedade e o saber local;
c) demanda de mercado para os diferentes produtos do Sistema iLPF;
d) recursos humanos, materiais e financeiros disponíveis;
e) possíveis fontes de financiamento;
f) disponibilidade de assistência técnica;
g) oferta de insumos (corretivos, fertilizantes, sementes e mudas), de
serviços e de mão de obra;
h) infraestrutura disponível na propriedade e na região para armaze-
namento e/ou processamento da produção;
i) logística de transporte da produção.

Logística
Logística compreende todos os fatores relacionados às condições de acesso à propriedade
(estradas rurais, rodovias, ferrovias, portos) que podem interferir no transporte de insumos e da
produção, afetando os preços finais.

33
Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

O planejamento prevê
a elaboração de um
projeto por um téc-
nico capacitado, que
necessitará fazer um
diagnóstico da pro-
priedade por meio de
uma visita técnica.

A seguir estão as fases do planejamento para que você conheça os deta-


lhes de cada uma delas.

DiagnÓstico Planejamento Estudo Escolha Escolha


da propriedade da produção do mercado do Sistema iLPF do arranjo
do plantio

Diagnóstico da propriedade

DiagnÓstico Planejamento Estudo Escolha Escolha


da propriedade da produção do mercado do Sistema iLPF do arranjo
do plantio

Vamos começar pelo diagnóstico da propriedade, que tem por objetivo


mapear o acesso e as condições gerais da propriedade, as atividades de-
senvolvidas e a infraestrutura disponível, além de identificar o local onde
se pretende implantar o Sistema iLPF, considerando-se condições do re-
levo, conservação do solo e água, fertilidade do solo e atendimento de
exigências legais, como Áreas de Proteção Permanente e Reserva Legal.

34
Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

É imprescindível fazer a coleta de amostras


0cm de solo para análise seguindo as recomen-
dações das boas práticas indicadas pela
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuá-
ria (Embrapa), preferencialmente coletando
amostras em duas camadas de profundida-
de (de 0 a 20 cm e de 20 a 40 cm).
20cm
Solo
Coleta de amostras de solo.
veja mais informações acessando o seguinte
endereço eletrônico:
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/
item/117075/1/Doc-115.pdf.
40cm

Camadas do solo e uma régua demonstrando a profundidade de 0 a 20 centímetros e de 20 a 40 centímetros de


profundidade.
Fonte: Tartila/shutterstock

Planejamento

DiagnÓstico Planejamento Estudo Escolha Escolha


da propriedade da produção do mercado do Sistema iLPF do arranjo
do plantio

A segunda fase é o planejamento, que será realizado com base nas infor-
mações levantadas no diagnóstico da propriedade e nas escolhas feitas
pelo produtor.

Ressalta-se a importância do planejamento para reduzir


os riscos da adoção do Sistema iLPF devido à maior
complexidade do Sistema, em especial, em função da
inserção do componente florestal, que é menos conhecido
pelos produtores rurais e que, uma vez implantado em uma
área, não apresenta mobilidade, como os animais, nem
flexibilidade de substituição, como as culturas anuais.

35
Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Fique atento, pois o projeto deve responder às seguintes questões:

1. O que será produzido?

2. Qual a finalidade da produção?

3. Quanto será produzido?

4. Quando será produzido?

5. Qual é o destino da produção?

6. Quais são os custos da produção?

7. Quais são as receitas previstas?

O projeto deve conter todas as etapas de trabalho, desde o preparo da


área até a colheita e a comercialização dos produtos, com as recomen-
dações para implantação e condução do sistema adotado (iLP, iLF, iPF
ou iLPF), devendo contemplar as demandas de insumos, serviços e mão
de obra, com um cronograma de atividades e de desembolso, análise de
viabilidade do empreendimento com o fluxo de caixa, além das avaliações
periódicas de desempenho.
Existe a linha de crédito do Programa Agricultura de Baixa Emissão de
Carbono (Programa ABC) para financiamento do Sistema iLPF. Nesse
caso, o técnico deverá estar credenciado pelo agente financeiro para ela-
borar projetos seguindo as orientações da instituição de crédito.

Estudo de mercado

DiagnÓstico Planejamento Estudo Escolha Escolha


da propriedade da produção do mercado do Sistema iLPF do arranjo
do plantio

Vamos ver agora a terceira fase do projeto, o estudo de mercado, o qual


objetiva avaliar as vantagens competitivas e comparativas para a implan-
tação do Sistema iLPF, considerando diversos fatores, como:

36
Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

a) demanda da produção pelo mercado externo e pelo interno (regio-


nal e local);
b) b) organização das cadeias produtivas para os produtos a ser pro-
duzidos;
c) nichos de mercado (demanda por produtos específicos e/ou dife-
renciados);
d) compradores dos produtos na região de produção;
e) fornecedores de insumos na região de produção;
f) existência de prestadores de serviços;
g) disponibilidade de mão de obra;
h) estrutura de armazenamento, processamento e beneficiamento da
produção;
i) Arranjos Produtivos Locais (APL);
j) modelos de contratos para venda da produção;
k) logística para transporte da produção.

Escolha do Sistema iLPF

DiagnÓstico Planejamento Estudo Escolha Escolha


da propriedade da produção do mercado do Sistema iLPF do arranjo
do plantio

Agora sim podemos ir para a quarta fase, que é escolher o Sistema iLPF a
ser adotado. Trata-se de uma decisão do empreendedor rural e deverá ser
tomada com base na orientação de técnicos experientes, considerando a
análise de todos os fatores apresentados previamente à elaboração do
projeto, lembrando que o
Sistema escolhido pode
iLP, iLF, iPF e iLPF
ser iLP, iLF, iPF ou iLPF. iLP = Sistema de integração Lavoura-Pecuária
iLF = Sistema de integração Lavoura-Floresta
Após eleger o sistema,
iPF = Sistema de integração Pecuária-Floresta
o empreendedor pode ir iLPF = Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta.
para a quinta fase.

37
Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Arranjo de plantio

DiagnÓstico Planejamento Estudo Escolha Escolha


da propriedade da produção do mercado do Sistema iLPF do arranjo
do plantio

A quinta fase, arranjo de plantio, é uma denominação mais utilizada quan-


do o componente arbóreo integra o sistema escolhido e serve para indicar
o número de fileiras, o espaçamento entre fileiras e o espaçamento entre
plantas. O espaçamento entre fileiras e/ou entre renques deve ser escolhi-
do com base nas informações da área, do clima, do mercado, do foco da
produção, da largura das máquinas e implementos (semeadora, pulveri-
zador, colhedora), do sistema a ser adotado e da condução preconizada.
Em geral, em arranjos com fileiras múltiplas, são programados desbastes
considerando-se a população final de 150 a 200 árvores por hectare (no
caso do eucalipto), com foco na agregação de valor à produção (madeira
para serraria, laminação e tratamento para estacas, mourões e postes).
Veja alguns exemplos de utilização do Sistema iLPF.

Sistema iLPF com uma fileira de Sistema iLPF com três fileiras de
plantação de eucalipto. plantação de eucalipto.

Campo aberto e plantação de eucalipto em uma fileira. Campo aberto e plantação de eucalipto em três fileiras.

38
Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Sistema iLPF com quatro fileiras de


Sistema iLPF duas fileiras
plantação de eucalipto.

Campo aberto e plantação de eucalipto em duas fileiras. Campo aberto e plantação de eucalipto em quatro fileiras.

Agora que você já conhece o passo a passo para selecionar o Sistema


iLPF, veja a próxima aula e conheça as boas práticas utilizadas para sua
implantação.

39
Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Aula 4:
Boas Práticas para
a Implantação dos
Sistemas iLPF
Nesta aula, conheceremos algumas práticas utilizadas para uma boa im-
plantação dos Sistemas que fazem parte do iLPF. Elas estão presentes
nas seguintes fases:

Diagnóstico Práticas Preparo Correção


da área de conservação do solo do solo
do solo

Diagnóstico da área

Diagnóstico Práticas Preparo Correção


da área de conservação do solo do solo
do solo

No diagnóstico da área são levantadas as dimensões do


talhão ou da gleba, as condições de acesso, a topografia do
terreno, o tipo de solo, a presença e a identificação de plan-
tas daninhas. Caso não haja informações recentes sobre a
fertilidade do solo dessa área, deve-se proceder à amos-
tragem do solo para análise.

Homem coletando amostras do solo.

40
Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Práticas conservacionistas do solo

Diagnóstico Práticas Preparo Correção


da área de conservação do solo do solo
do solo

Caso a área apresente declividade, é fundamental que sejam adotadas


práticas de conservação de solo e da água, como a demarcação de curvas
de nível, a construção de terraços e a adequação de estradas e carreado-
res. É imprescindível que as operações de incorporação de corretivos e
fertilizantes (aração e gradagem), de sulcagem/subsolagem para plantio
da floresta, de semeadura e tratos culturais das culturas de grãos sejam
realizadas em nível.

Construção de terraço com


Demarcação de curvas de nível.
terraceador.

Homem no campo utilizando aparelho para Trator no campo puxando equipamento de


demarcar as curvas de nível. construção de terraço, terraceador.

Mão na Terra
Caso as estradas não sejam construídas em nível, é
fundamental que seu leito seja construído com desnível
para as laterais, para evitar que a água da chuva es-
corra pelo leito da estrada. Dessa forma, é necessário
construir caixas de retenção dos dois lados da estrada,
nos pontos que ela cruzar os terraços, com elevação do
nível da estrada nesses pontos (travesseiros).

41
Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Construção de travesseiros nos


Construção de caixas de retenção de
pontos onde as curvas de nível
água das chuvas.
interceptam as estradas.

Campo e estrada ao lado. Campo e estrada ao lado.

Em áreas de pastagens e solo degradados, faz-se necessário proceder a


eliminação de trilheiros (caminhos deixados pelos animais) e a destrui-
ção mecânica dos cupinzeiros de montículo, por meio do preparo do solo.
É fundamental também fazer a derrubada dos montículos, concomitante
com o controle dos cupinzeiros, que pode ser mecânico e/ou químico. Nes-
ses locais também é comum a presença de formigas cortadeiras (saúvas
e quenquéns). O seu controle deve ser feito de 30 a 60 dias antes da im-
plantação do Sistema iLPF.

Cupins de montículo. Olhos de formiga saúva.

Campo com grama e casas de cupins de montículo. Campo com grama e parte superior do formigueiro
de formiga saúva.

42
Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Preparo do solo

Diagnóstico Práticas Preparo Correção


da área de conservação do solo do solo
do solo

O preparo do solo tem como objetivo incorporar os corretivos, que vão pro-
porcionar melhores condições para o desenvolvimento e a produção das
culturas, além de auxiliar no controle de pragas e de plantas daninhas. Os
corretivos devem ser aplicados em área total e distribuídos uniformemente,
e a sua incorporação pode ser feita com grade pesada (aradora) ou arado.

Correção do solo

Diagnóstico Práticas Preparo Correção


da área de conservação do solo do solo
do solo

Os solos de Cerrado, em sua maioria, apresentam elevada acidez ativa


(baixo pH) e altos teores de alumínio trocável (tóxico para as plantas),
principalmente no subsolo, além da baixa fertilidade natural, caracteriza-
da pelos baixos teores de fósforo disponível e de bases trocáveis, como o
cálcio, o magnésio e o potássio.

Gradagem para incorporação dos


Calagem em área total.
corretivos.

Trator no campo puxando o equipamento de colagem. Trator no campo puxando o equipamento de gradagem.

43
Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

A correção da acidez do solo é feita com a aplicação do calcário, conhe-


cida como calagem. A neutralização do alumínio em subsuperfície é feita
com a aplicação do gesso agrícola, conhecida como gessagem. A elevação
dos teores de fósforo é realizada com a aplicação de fontes de solúveis,
denominadas fosfatos, sendo mais utilizados o superfosfato simples e o
superfosfato triplo. A elevação dos teores de potássio é executada com a
aplicação de fontes de solúveis, sendo mais utilizado o cloreto de potássio.

As recomendações de correção e adubação do solo de-


vem ser baseadas nos resultados das análises de solo
e na demanda de nutrientes pelas diferentes culturas
(grãos, forragens e floresta), em função da produtividade
esperada.

As quantidades de corretivos serão definidas na recomendação técnica


elaborada por profissional habilitado. Considerando-se áreas para cultu-
ras de alta exigência, deve-se buscar atingir a saturação recomendada de
bases para cada cultura. Havendo elevada presença de alumínio trocável
na camada de 20 a 40 cm, poderá ser utilizado o gesso agrícola.

A saturação de bases (V%) indica a soma das bases trocá-


veis, expressa em porcentagem, com a capacidade de troca
de cátions, isto é, quantos porcento dos pontos de troca
de cátions nos coloides do solo estão ocupados por bases
como cálcio (Ca²+), magnésio (Mg²+) e potássio (K+).

Chegamos ao fim do módulo 1. No AVA, há um vídeo com os principais


pontos que você aprendeu neste módulo. Vale a pena acessar o ambiente
para vê-lo.

Você vai ver


Nos próximos módulos vamos detalhar ainda mais as modalidades dos
Sistemas iLPF e ao final do curso você terá o conhecimento necessário
para selecionar o sistema que mais se adequa à realidade do terreno em
que irá trabalhar.

44
Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Atividade de
aprendizagem

As atividades aqui na apostila servem apenas para você ler


e respondê-las com mais tranquilidade.

Entretanto, você deverá acessar o AVA e resolver lá as


questões. Você terá duas tentativas para realizar cada
questão e só desbloqueará o próximo módulo depois que:

1. acertar as questões; ou
2. usar todas as suas tentativas.

Questão 1
Os Sistemas iLPF podem trazer benefícios de ordem econômica, ambien-
tal e social. Imagine que você decidiu implantar esse sistema em sua pro-
priedade, onde irá consorciar eucalipto e sorgo nos dois primeiros anos e
eucalipto e braquiária do terceiro ano até o décimo segundo ano, quando
cortará o eucalipto para comercializar com serrarias da região. Com essa
estratégia, você irá obter os seguintes benefícios:
a) Redução do custo de renovação de pastagens; redução dos riscos
de mercado; aumento da erosão e perdas de nutrientes do solo;
redução no valor da remuneração pela qualificação do trabalhador.
b) Redução do custo de renovação de pastagens; diversificação das
atividades na propriedade; controle de erosão; armazenamento de
água no solo; redução na sazonalidade de uso da mão de obra na
propriedade.

45
Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

c) Diversificação das atividades na propriedade; otimização de equi-


pamentos e mão de obra na propriedade; aumento dos riscos cli-
máticos; geração de empregos.
d) Otimização no uso de máquinas na propriedade; aumento dos ris-
cos climáticos e de mercado; controle de erosão; maior taxa de infil-
tração de água no solo; redução na sazonalidade de uso da mão de
obra na propriedade.

Questão 2
Paulo é um pecuarista que deseja recuperar uma área de pastagem de-
gradada em sua propriedade, implantando um sistema iLPF. A escolha
pelo sistema integrado de produção foi feita com o objetivo de reduzir os
custos de implantação da pastagem, além de melhorar as condições físi-
cas, químicas e biológicas do solo. A escolha do sistema iLPF a ser implan-
tado na propriedade ocorre em etapas. Qual alternativa a seguir apresenta
uma justificativa coerente que Paulo pode utilizar para convencer sobre a
importância daquela etapa?
a) O diagnóstico da propriedade tem o objetivo de selecionar quais
espécies serão utilizadas no sistema iLPF.
b) A escolha do sistema iLPF a ser adotado é uma decisão do técnico
contratado pelo empreendedor rural. É importante que esse técni-
co tenha experiência e, no caso do Paulo, o sistema indicado teria
maior proporção de árvores.
c) O estudo de mercado objetiva avaliar as vantagens competitivas
e comparativas para a implantação do sistema iLPF, considerando
diversos fatores, como a organização das cadeias produtivas para
os produtos a serem produzidos.
d) Após o planejamento de produção, é realizado o diagnóstico da
propriedade, com o objetivo de levantar informações e as escolhas
feitas pelo produtor.

Questão 3
Joaquim é um produtor rural, há 30 anos na atividade de pecuária de leite,
resistente a inovações. Depois de muita insistência do neto, resolveu recu-
perar uma pequena pastagem em área montanhosa em sua propriedade,

46
Módulo 1 – Introdução ao Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

utilizando o sistema iLPF. Entretanto, Joaquim disse que não irá incorpo-
rar o calcário ao solo. Ele decidiu plantar em nível e construir terraços e
barraginhas na área. O neto do Joaquim, imaginando que o avô poderia
cometer algum engano, convenceu-o a contratar um técnico capacitado
para auxiliá-lo, pois é uma prática que o Joaquim nunca havia trabalhado
dentro da propriedade antes.
a) Joaquim está correto em relação à necessidade de incorporar o cal-
cário e está equivocado em plantar em nível e construir terraços e
barraginhas.
b) Joaquim é um produtor muito experiente e está correto em relação
à necessidade de incorporar o calcário e também está correto em
plantar em nível e construir terraços e barraginhas.
c) Joaquim está equivocado em relação à necessidade de incorporar
o calcário e está correto em plantar em nível e construir terraços e
barraginhas.
d) Joaquim é um produtor resistente a inovações e está equivocado em
relação à necessidade de incorporar o calcário e também se equi-
vocou ao decidir plantar em nível e gastar recursos para construir
terraços e barraginhas.

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