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GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

ESCOLA ESTADUAL DE TEMPO INTEGRAL PROFº ALMIRO DE FRANÇA SILVA


CURSO TÉCNICO EM AGROECOLOGIA

ITANÚBIA KAROLINE FREITAS SILVA


HAYSHA KAUANY BENVIDES AIRES

IMPLANTAÇÃO DE UM BIODIGESTOR NA ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR


ALMIRO DE FRANÇA SILVA NA CIDADE DE CARAÚBAS - RN

CARAÚBAS – RN
2022
ITANÚBIA KAROLINE FREITAS SILVA
HAYSHA KAUANY BENVIDES AIRES

IMPLANTAÇÃO DE UM BIODIGESTOR NA ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR


ALMIRO DE FRANÇA SILVA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso Técnico de nível médio em Agroecologia da
Escola Estadual de Tempo Integral Profº Almiro de
França Silva, em cumprimento às exigências legais
como requisito parcial à obtenção do título de
Técnico em Agroecologia.

Orientador: Emanuel Isaias Mota Araújo

CARAÚBAS – RN
2022
ITANÚBIA KAROLINE FREITAS SILVA
HAYSHA KAUANY BENVIDES AIRES

AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE UM BIODIGESTOR NA


ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR ALMIRO DE FRANÇA SILVA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso Técnico de nível médio em Agroecologia da
Escola Estadual de Tempo Integral Profº Almiro de
França Silva, em cumprimento às exigências legais
como requisito parcial à obtenção do título de
Técnico em Agroecologia.

Orientador: Emanuel Isaias Mota Araújo

Aprovado em: ___/___/____

Banca Examinadora

Titulação Nome do Professor(a) – Orientador(a)


Escola Estadual de Tempo Integral Profº Almiro de França Silva

Titulação Nome do Professor(a) – Avaliador(a) 01


Instituição de Ensino a qual pertence

Titulação Nome do Professor(a)– Avaliador(a) 02


Instituição de Ensino a qual pertence
AGRADECIMENTOS
RESUMO

Biodigestores são uma alternativa sustentável para a produção de energia e


reaproveitamento de resíduos orgânicos ou dejetos animais. Diante disto, este trabalho
objetiva a implantação de um biodigestor na Escola Estadual Professor Almiro de França
Silva. O mesmo foi alimentado pelas sobras da alimentação escolar, onde ocorreu a produção
do biofertlizante, em que esse produto será aplicado em uma horta escolar e também na
produção de um biogás, que irá servir como gás de cozinha para o consumo na própria
comunidade escolar. Esse trabalho também mostra o passo a passo da produção de um
biodigestor de baixo custo e fácil acesso, que será utilizado no ambiente escolar, com o intuito
de aperfeiçoar a preparação dos alimentos destinados a merenda escolar, bem como na
qualidade de vida dos alunos. Os biofertilizantes naturais são uma ótima solução para aquelas
pessoas que querem enriquecer suas hortas com nutrientes que não irão prejudicar a mesma,
sem utilização de substancias químicas. Já o biogás é um tipo de biocombustível produzido a
partir da decomposição de matérias orgânicas, como restos de alimentos e dejetos animais,
que irá produzir o gás de cozinha caseiro. Esse trabalho utiliza a introdução de um co-
substrato, que é o capim elefante, como forma de enriquecer, de maneira qualitativa, a
produção do biogás e ter um aumento quantitativo em sua produção de biofertilizantes e
enriquecendo de nutrientes.

Palavras-chave: Biogás. Biodigestores. Biofertilizante.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................................7

2. OBJETIVOS..........................................................................................................................8
2.1. OBJETIVO GERAL.....................................................................................................8

2.2. ESPECÍFICOS..............................................................................................................8

3. REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................................9
3.1. ENERGIAS RENOVÁVEIS........................................................................................9

3.2. PROCESSO DA BIODIGESTÃO...............................................................................9

3.2 FATORES QUE INFLUENCIA NA DIGESTÃO ANAERÓBIA...............................9

3.3. UTILIZAÇÃO DE CO-SUBSTRATOS (CO-DIGESTÃO) NO PROCESSO DE


BIODIGESTÃO................................................................................................................10

3.4. CAPIM ELEFANTE..................................................................................................10

3.5. BIOGÁS.....................................................................................................................10

3.6. BIOFERTILIZANTE.................................................................................................11

4. METODOLOGIA...............................................................................................................12
4.1. LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO...................................................................12

4.2. ENTREVISTA COM FUNCIONÁRIOS RESPONSÁVEIS PELA


ALIMENTAÇÃO ESCOLAR...........................................................................................12

4.3. CONSTRUÇÃO DO BIODIGESTOR.......................................................................12

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES......................................................................................14

6. CONCLUSÃO.....................................................................................................................17

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................18
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1. INTRODUÇÃO

Energias renováveis são aquelas que vêm de fontes naturais e que são reabastecidas
naturalmente, além disso, essas fontes preservam o meio ambiente, tendo como exemplo, o
sol, vento, marés, energia geotérmica e chuva. As energias renováveis são uma ótima solução
para que se tenha um devido cuidado com o planeta terra, principalmente, diante da
preocupação do derretimento das calotas polares, gerado pelo recorrente aumento do
aquecimento global, como também a preocupação com morte de diferentes espécies de
animais, mudanças climáticas e o aumento de desastres como terremotos e furacões.
Diante desse contexto, surge como alternativa o uso do biodigestor, que trata-se de
compartimentos que realiza a decomposição de matérias orgânicas, tais quais resíduos de
produção vegetal, animal, industrial e humana, e, em decorrência disso, geram biogás e
biofertilizantes. Para tanto, existe a chamada digestão anaeróbica que, por sua vez, é realizada
por bactérias que aceleram o processo de decomposição da matéria orgânica através da
ausência de oxigênio. Por existirem diferentes tipos de biodigestores e esses apresentarem
diversos benefícios, muitas pessoas ainda têm dúvidas de como utilizá-los e como podem
fazer para aperfeiçoar a gestão de resíduos e gerar energia no campo (BLOG SANSUY,
2020).
O biodigestor tem sido indicado para aquelas regiões que não há um devido serviço de
saneamento básico, para as fazendas que tem criação de animais, que iram produzir uma
grande quantidade de esterco e para escolas que tem um grande desperdício de alimentos.
É de suma importância que se desenvolvam projetos desde as séries iniciais, em
escolas e colégios, sobre o conhecimento das produções de energias renováveis, da
reutilização de dejetos animais e de restos de comidas, para a produção de biofertilizante e
biogás em escolas e em suas propriedades.
Com a preocupação do grande desperdício de alimentos produzidos na Escola
Estadual de Tempo Integral Prof. Almiro de França Silva, observou-se que uma boa solução
para esse problema seria a realização de uma implantação de um biodigestor caseiro, de baixo
custo e fácil acesso, que através do mesmo, será produzido biofertilizante que será utilizado
para a manutenção das hortas, além da produção de biogás, que entre outras utilidades, poderá
ser um substituto do gás de cozinha para o ambiente escolar ou domiciliar.
Esse trabalho mostra a produção de um biodigestor caseiro e as matérias-primas
utilizadas em seu desenvolvimento, demonstrando o passo a passo para a sua confecção e sua
utilização na escola, além da sua produção de biogás e biofertilizante.
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2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Reaproveitar os resíduos da merenda para produção de biofertilizantes e gás de


cozinha na Escola Estadual Professor Almiro de França.

2.2. ESPECÍFICOS

 Realizar um levantamento da quantidade de alimentos desperdiçados na Escola


Estadual Almiro de França Silva;
 Solucionar o problema do desperdício alimentar, produzindo um biodigestor
utilizando materiais de baixo custo;
 Reutilizar os resíduos orgânicos através da produção de um biodigestor;
 A produção de biofertilizante (composto) ecológico e orgânico que não degrada o
solo;
 Produzir um gás, que será uma alternativa ao gás de cozinha.
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3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1. ENERGIAS RENOVÁVEIS

Energias renováveis é um recurso inesgotável, disponível permanentemente, graças à


possibilidade de renovação pela própria natureza. São exemplos de recursos naturais: sol,
vento, chuva, marés ou correntes de água e energia geotérmica. Outra característica
extremamente importante desse elemento é que causam pouco ou nenhum impacto ambiental,
nem mesmo quando são transformados em eletricidade (AVRUCH, 2021).
Hoje em dia, as energias renováveis são bem mais utilizadas, pois, com a atual
situação do planeta terra, ela tem sido buscada com mais constância, devido ao fato de não
produzirem gases de efeito estufa durante a sua produção de energia, além de auxiliarem na
redução de doenças relacionadas à poluição, como asma, pneumonia e outras doenças
respiratórias.

3.2. PROCESSO DA BIODIGESTÃO

A biodigestão tem sido uma solução muito utilizada para quem quer produzir biogás
ou biofertilizantes, com um baixo custo de produção, também sendo utilizada como uma
alternativa renovável para quem procura uma forma de reutilizar os restos de comidas e
dejetos animais sem prejudicar o meio ambiente.
A digestão é um processo biológico causado por ação bacteriana. As bactérias
anaeróbias, responsáveis pelo processo de digestão, não sobrevivem em ambientes com
oxigênio. Desta maneira, devido à presença de oxigênio na mistura da matéria prima, decorre
um tempo até que as bactérias aeróbias consumam o oxigênio presente, para então o processo
de digestão se iniciar (TEIXEIRA; SOARES apud METZ; LEONARDO, 2005).

3.2 FATORES QUE INFLUENCIA NA DIGESTÃO ANAERÓBIA

A digestão anaeróbia é um processo de degradação da matéria orgânica por


microrganismos anaeróbios que produzem biogás. O biogás é um gás calorífico, composto por
metano, gás carbônico, sulfeto de hidrogênio, vapor de água e outros gases em menor
quantidade (NEPER, 2022).
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Observa-se que inúmeros fatores contribuem para que as bactérias consigam produzir
ou não o biogás e biofertilizante, como a temperatura que deve ser observada, pois essas
bactérias tem muita sensibilidade a variáveis e mudanças de temperatura, sendo que a maioria
chega a morrer assim que atingem 3ºC. Outro fator é o tipo de alimento que será colocado
dentro do biodigestor sendo, sendo de suma importância que seja rico em carbono, devido ao
seu alto teor de carboidratos.

3.3. UTILIZAÇÃO DE CO-SUBSTRATOS (CO-DIGESTÃO) NO PROCESSO DE


BIODIGESTÃO

A co-digestão é um método utilizado para melhorar o rendimento da digestão


anaeróbia de resíduos sólidos através da mistura de diferentes co-substratos, estabelecendo
um equilíbrio nutricional. A co-digestão pode se dar pela diluição do Resíduo Sólido Urbano
(RSU), pela mistura com outro substrato ou ambos (MATA-ALVAREZ et al., 2000). A
determinação da proporção ideal entre os co-substratos beneficia as características de
funcionamento do biodigestor (BROWN e LI, 2013), melhora a relação C/N, diminui a
concentração de nitrogênio (CUETOS et al., 2008) e resultam em maior rendimento de
biogás.

3.4. CAPIM ELEFANTE

De nome científico Pennisetum purpureum, o capim elefante é de origem africana. A


adaptação ao clima tropical vem daí, tanto que está presente em todas as regiões do Brasil e
tem facilidade de implantação. As cultivares deste grupo apresentam variedades de plantas
com colmos grossos, folhas largas, época de florescimento intermediaria (abril a maio) e
touceiras abertas (LOPES, 2004).
O capim-elefante foi utilizado para o enriquecimento da produção do biofertilizante,
para que ocorra uma melhoria em sua produção, se tornando mais rica em nutrientes e em
vitaminas para as hortas escolares, contribuindo também para um aumento na qualidade do
gás de cozinha utilizado na escola.

3.5. BIOGÁS

O biogás é o produto da decomposição natural de qualquer substância orgânica, como


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dejetos de animais, resíduos vegetais e, também, de lixo residencial e industrial.


O biogás é constituído de vários gases, mas os principais componentes são o metano
(CH4), que corresponde a cerca de 65%, e o dióxido de carbono (CO2), que corresponde a
cerca de 35% da mistura. Encontramos também nitrogênio (N2), hidrogênio (H2), oxigênio
(O2) e gás sulfídrico (H2S), cada um destes correspondendo a no máximo 1% da mistura.
O gás sulfídrico é o gás que dá o odor pútrido característico da mistura, e é também o
responsável pela corrosão verificada nos componentes do sistema de biogás. Os substratos
mais comuns para a produção de biogás são:
 Dejetos e rejeitos de suinocultura, pecuária e avicultura;
 Resíduos agrícolas, como cascas, folhagens, palhas e restos de cultura;
 Resíduos industriais, como bagaços, descartes, restos de alimentos dos restaurantes;
 Vinhaça (subproduto da fabricação de açúcar e álcool).
O processo de produção de biogás ocorre devido às bactérias metanogêneas, sem a
presença de ar. Portanto, o processo é chamado de anaeróbio. (TEIXEIRA, SOARES apud
METZ, LEONARDO, 2005).
O biogás irá ser produzido pelo biodigestor, para que ocorra a produção de gás de
cozinha, que pode ser facilmente utilizada na produção de energia limpa e renovável, se
tornando um procedimento benéfico para o planeta terra.

3.6. BIOFERTILIZANTE

O biofertilizante é uma excelente fonte de nutrientes para os vegetais, pois apresenta,


na sua composição, elementos que são essenciais ao desenvolvimento das plantas. O baixo
custo é uma das principais vantagens do seu uso na agricultura. Os  biofertilizantes auxiliam
na manutenção do equilíbrio nutricional das plantas, propiciando uma maior formação de
proteínas e menos aminoácidos solúveis, o que resulta em uma maior defesa das plantas
contra o ataque de pragas e microrganismos. Pode ser feita em meio anaeróbico (sem ar),
semiaeróbico (com pouco ar) ou aeróbico (com ar) (UNEB, 2014).
O biofertilizante caseiro é uma ótima solução para aqueles que têm uma grande
quantidade de alimentos desperdiçados, ou uma boa quantidade de dejetos animais em seu
ambiente, e em situações que não sabe o que fazer com essa produção, assim, introduzindo
um biodigestor para solucionar esse problema, produzindo biofertilizantes que podem ser
utilizados em suas produções agrarias.
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4. METODOLOGIA

Este trabalho tem como principal objetivo a implantação de um biodigestor,


construído a partir de materiais alternativos, tendo custos baixos e sua fácil montagem, na
Escola Estadual Professor Almiro de França Silva. Para isso, foi seguida a metodologia que
será descrita abaixo:

4.1. LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO

Com o intuito de levantar dados que fundamentassem esse projeto, foram consultado,
por meios digitais, alguns artigos científicos.

4.2. ENTREVISTA COM FUNCIONÁRIOS RESPONSÁVEIS PELA ALIMENTAÇÃO


ESCOLAR

Foi realizada uma entrevista com as funcionárias responsáveis pela alimentação, para
que fosse possível caracterizar os principais resíduos produzidos na escola.

4.3. CONSTRUÇÃO DO BIODIGESTOR

O biodigestor foi construído de acordo com um modelo adaptado, que se baseou no


modelo de biodigestor chinês cuja metodologia é descrita abaixo.
O recipiente utilizado para servir de biodigestor é uma bombona de plástico, de 80
litros. Nele, foram acopladas saídas para recolher o gás produzido e, também, para drenagem
dos fluidos. A Tabela 1 apresenta os componentes utilizados, suas medidas e também a
quantidade.
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Tabela 1 – Materiais utilizados para produção do biodigestor


Componente Medida Quantidade
Bombona Plástica 80 litros 1
Flange PVC 20 mm 2
Flange PVC 25 mm 2
Cano PVC 20mm 20 cm
Cano PVC 25mm 20cm
Torneira PVC soldável 20mm 1
Fonte: Próprio autor

A partir dessa lista de material, iniciamos o projeto de montagem do biodigestor, na


Escola Estadual Professor Almiro de França.
Para alimentação do biodigestor, foram utilizados resíduos orgânicos sólidos,
provenientes da alimentação escolar, como também, um co-substrato, visto que, através de
pesquisas na literatura, foi comprovada a obrigatoriedade do uso deste recurso para
possibilitar a produção de biogás.
O co-substrato utilizado, foi o capim elefante (Pennisetum purpureum schum), que foi
coletado na Chácara Araújo, localizada no sítio Ponta I, no município de Apodi-RN. O capim
foi triturado em forrageira e acrescentado ao reator juntamente com o resíduo sólido.

Figura 1: co-substrato retirado da chácara Araújo, Apodi - RN

Fonte: Próprias autoras


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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Foi realizada uma entrevista com as responsáveis pela merenda escolar, a fim de que
pudessem ser obtidos parâmetros que orientassem o desenvolvimento da pesquisa, tais como
principais componentes residuais provenientes das sobras da alimentação escolar.
Também foi feita a pesagem dos resíduos gerados pela merenda escolar, com a
finalidade de se obter conhecimento acerca do potencial de produção do biofertilizante e
biogás.

Figura 2: Representação em gráfico dos alimentos mais desperdiçados da merenda escolar

Fonte: Próprias autoras

Como podemos observar, no gráfico acima foi realizada uma pesquisa para que
pudesse ter conhecimento sobre quais são os alimentos que têm sido desperdiçados em maior
quantidade durante a merenda escolar. Dessa forma, observou-se que as cozinheiras, que
responderam ao questionário, foram unânimes em destacar o feijão e o arroz como principais
alimentos desperdiçados.
Os dados expostos acima comprovam a viabilidade de implantação de um biodigestor,
no âmbito da comunidade escolar. Outro ponto que comprova tal fato é a escola contar com
um curso técnico em agroecologia, fator que viabiliza o aproveitamento tanto do biogás como
do biofertilizante.
Em relação ao processo de biodigestão, como descrito no tópico da metodologia, usou-
se um co-substrato para que fosse possível a produção do biogás. Para realização deste
trabalho, foi utilizada uma adaptação do modelo descrito anteriormente, em que, através de
estudos e levantamentos bibliográficos, chegou-se à conclusão de que este seria o mais
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adequado para a realidade da escola e realidade financeira dos alunos, o mesmo pode ser
observado na figura abaixo:

Figura 3: Protótipo de biodigestor produzido na Escola Almiro de França Silva

Fonte: Elaborado pelas autoras

A produção de biogás, a partir de resíduos orgânicos, no trabalho realizado por Metz


(2013) foi de 33,33%, partindo de 180 litros substratos, esse valor é referente à maior
produção observada num período de 13 semanas, fato que se observou na semana de número
cinco. Esses dados podem ser observados na figura abaixo:

Figura 4 - Produção de biogás a partir de resíduo orgânicos ao longo da semana

Fonte: Metz, 2013

O presente trabalho, no entanto, partiu de 20 kg no total, tendo como produção


esperada 6,66L. Porém, vale ressaltar que alguns fatores como umidade, pressão e
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temperatura influenciam no potencial de produção do reator. Também não foi possível


quantificar o biogás produzido durante o experimento realizado na escola, dentre outros
fatores, pela falta de material para realizar esta atividade. Outro fator que pode ter sido
determinante foi a vedação do reator, mas ainda assim, percebemos a presença do biogás por
meio da pressão interna que é emitida. Em um dos nossos manuseios, uma parte do
biodigestor foi amassado após ser deitado no chão, no dia seguinte, estava completamente
normal. Outro ponto importante, para assegurar a formação do biogás, foi o aumento
significativo da massa e o odor característico ao gás convencional de cozinha.
Diante dos resultados observados e através de pesquisas bibliográficas, foi possível
observar que a implantação de um biodigestor, em um ambiente escolar, é uma alternativa
econômica e sustentável, uma vez que, além do biogás, será também produzido o
biofertilizantes, que poderão ser utilizados na produção de hortaliças, que por sua vez,
poderão ser utilizadas na alimentação escolar, melhorando ainda mais a qualidade da mesma.
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6. CONCLUSÃO

Diante do exposto, foi possível observar que houve a produção do biogás e do


biofertilizante no biodigestor e, mesmo na ausência de materiais adequados, foram obtidos
resultados satisfatórios, fato que foi constatado através de pesquisa bibliográfica, por meio de
comparação com outros resultados já divulgados em meios científicos, que utilizaram técnicas
semelhantes. Vale ressaltar que este trabalho foi feito em uma escala experimental, o que
implica também em um menor volume de biogás produzido. E, por fim, o biofertilizante
obtido poderá ser utilizado nas hortas escolares, para que haja produção de insumos que
retornarão para a merenda escolar.
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AVRUCH, M. ENERGIAS RENOVÁVEIS O POTENCIAL DAS FONTES PARA A


GERAÇÃO DISTRIBUÍDA, 2020.

BIODIGESTOR: COMO FUNCIONA E QUAIS SÃO SEUS BENEFÍCIOS. BLOG


SANSUY, 2020. Disponivel em:https://blog.sansuy.com.br/biodigestor/. Acesso em:
30/09/2022.

BROWN, D. e LI,Y. Solid state anaerobic co-digestion of yard waste and food waste for
biogas production. Bioresource Technology 127, 275–280. 2013.

CUETOS, M.J.; GOMEZ, X.; OTERO, M.; MORAN, A. Anaerobic digestion of


solidslaughterhouse waste (SHW) at laboratory scale: influence of co-digestion with the
organic fraction of municipal solid waste (OFMSW). Biochem. Eng. J. 40, 99– 106. 2008.

DIGESTÃO ANAERÓBIA. NEPER, 2022. Disponivel em:


http://neper.shs.eesc.usp.br/digestaoanaerobia/#:~:text=A%20digest%C3%A3o%20anaer
%C3%B3bia%20%C3%A9%20um,outros%20gases%20em%20menor
%20quantidade.Acesso: 28/09/2022.

LOPES, Bruna Adese. O capim-elefante. universidade federal de viçosa centro de ciências


agrárias departamento de zootecnia. 2004.

MATA-ALVARES, J.; MACÉ, S.; LIBRES, P. Anaerobic digestion of organic solid wastes.
An overview of research achievements and perspectives. Bioresource Technology. 74. pp. 3–
16. 2000.

METZ, H. L. Construção de um biodigestor caseiro para demonstração de produção de biogás


e biofertilizante em escolas situadas em meios urbanos. Departamento de Engenharia Rural,
2013.

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