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Colégio Estadual Pedro Calmon

1º B - MATUTINO

Produção de Biofertilizante e sabão ecológico a partir da


manipueira

Amargosa - BA
2017

7ª Feira de Ciências da Bahia

FECIBA
Colégio Estadual Pedro Calmon – Amargosa – BA
Praça da bandeira, 371 – Centro; CEP 45300-000
Telefone (75)3634-1159; cepcamg@hotmail.com

PRODUÇÃO DE BIOFERTILIZANTE E SABÃO ECOLÓGICO A PARTIR DA


MANIPUEIRA

Hanallaia Santos; João Vyctor Neri; Raynara Vitória Borges; Fábio Santana

Orientadores: Edicarlos Santana e Flávio Augusto

Relatório de Pesquisa apresentado


durante a Feira de Ciências Escolar
do Colégio Estadual Pedro Calmon
como pré-requisito para participação
na 7ª Feira de Ciências da Bahia.

Amargosa - BA
10/09/2017 – 28/10/2017

7ª Feira de Ciências da Bahia

Colégio Estadual Pedro Calmon – Amargosa – BA


Praça da bandeira, 371 – Centro; CEP 45300-000
(75) 3634-1159; cepcamg@hotmail.com
Agradecimentos

Agradecemos primeiramente a Deus, pois Ele é a razão maior da nossa


existência e vitórias alcançadas, e por sempre estar conosco em todos os momentos
de nossas vidas. Por isso te exaltamos Senhor! Sobre tudo e todos e te oferecemos
este salmo como prova da nossa gratidão, “O Senhor é o meu pastor e nada me
faltará.” Sl 91. 1.

Aos professores que contribuíram de forma direta para que nossa pesquisa
de campo fosse realizada, especialmente ao professor Flávio Augusto que nos
acompanhou durante a mesma.

À Amanda Correia que nos auxiliou quando precisamos, ao pai de João


Vyctor M. Neri que disponibilizou o transporte num valor irrisório para que ocorresse
a pesquisa de campo.
Dedicamos este trabalho aos professores Edicarlos
Santana e Flávio Augusto por toda a ajuda e por todo
incentivo para que esse projeto fosse possível.
RESUMO

O presente trabalho objetivou, verificar o efeito ocasionado pelo uso de diferentes


doses de manipueira – biofertilizante – nas características agronômicas do alface,
cenoura e tomates em substituição à adubação mineral e produção de um sabão
ecológico. As vantagens apresentadas pelo composto preparado com o lixo orgânico
são as seguintes: melhora a qualidade do solo e reduz a contaminação e poluição
ambiental; estimula o exercício à cidadania pela contribuição na diminuição de
resíduos descartados nos rios; melhora a eficiência dos fertilizantes químicos; recicla
os nutrientes e elimina agentes patogênicos dos resíduos domésticos. O que deve
ser considerado pelo fato de que o lixo doméstico costuma ser mais problemático
que os restos de culturas existentes no campo. Nas regiões mandioqueiras, além
dos restos culturais, existe a manipueira ou água da mandioca, liberada pelas casas
de farinhas e fecularias que passa a ser um enorme poluidor, tanto pela presença do
Ácido Cianídrico como o acúmulo de grande quantidade de matéria orgânica. Com o
estimulo das pessoas do campo para as utilidades deste líquido tóxico, uma
pergunta muito frequente é: “Como reaproveitar a manipueira?”. Recomenda-se usá-
la na alimentação dos ruminantes, controle das pragas e doenças, na adubação das
lavouras, na produção de tijolos, fabricação vinagre e de sabão. Por ser solúvel e de
fácil fermentação, a maior parte da matéria orgânica da manipueira se degrada em
ácido orgânico de forma muito rápida. A vantagem é a existência de intensa mistura
orgânica, o adubo natural consegue devolver muitos nutrientes ao solo e suprir as
necessidades naturais da planta, o que faz a produtividade aumentar em até 20%. O
objetivo do trabalho foi avaliar o uso de manipueira na compostagem para a
adubação da mandioca e a eficácia do sabão. Bem como, demonstrar os acréscimos
obtidos e sua importância. No experimento do sabão ecológico pudemos perceber
de forma clara o quanto vale a pena investir na sua produção. Suas características
apresentam assépticas, ação detergente e excelente consistência. Os produtores
que se propõem a produzi-lo estarão, de forma direta, ajudando o meio ambiente.

Palavras chaves: Manipueira. Adubação. Sabão ecológico. Meio Ambiente.


Agricultor.
Sumário

INTRODUÇÃO....................................................................................................... 8

OBJETIVO............................................................................................................. 10

METODOLOGIA.................................................................................................... 11

APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS...................................... 13

CONCLUSÕES...................................................................................................... 14

REFERÊNCIAS..................................................................................................... 15
INTRODUÇÃO

A economia do município de Amargosa movimenta-se também com base no


cultivo da mandioca (Manihot esculenta Crantz), sendo responsável por mais de
50% da produção total da lavoura agrícola temporária (IBGE, 2016).
O cultivo de algumas hortaliças é realizado com um grande nível de
agrotóxicos, ficando dependente de adubos industrializados, o que faz com que o
solo se degrade com o passar do tempo, estabelecendo assim uma queda na
produtividade das próximas colheitas. A adubação orgânica é uma alternativa para
repor os nutrientes do solo por ocasião da utilização de agrotóxicos. Sendo assim o
uso da manipueira que é a água de constituição da raiz ou do suco celular,
misturada às águas de lavagem das raízes, gerada no momento da prensagem da
massa ralada para a confecção da farinha de mesa, que é produzida no município é
completamente despejada no meio ambiente e, apesar de ser considerada um
resíduo demasiadamente poluente, é rica em macronutrientes, principalmente
potássio e nitrogênio, possui ainda em sua composição, com exceção do
molibdênio, todos os micronutrientes requeridos pelas hortaliças. Segundo
FERREIRA et al. (2000) cada metro cúbico de manipueira corresponde a 7,6 kg de
uréia, 3,5 kg de superfosfato triplo, 6,2 kg de cloreto de potássio, 0,5 kg de
carbonato de cálcio e 6,3 kg de sulfato de magnésio. Sendo assim, uma ótima
maneira de evitar o despejo incorreto da manipueira em rios ou no meio ambiente, é
utilizá-la como adubo orgânico. Porém, há a necessidade, no entanto, de se prevenir
contra reações adversas ao estabelecimento ou desenvolvimento das culturas
adubadas com manipueira, como também ocorre com outros resíduos orgânicos
adicionados ao solo. Recomenda-se um tratamento prévio da manipueira, através da
fermentação mais completa possível da mesma, antes de sua adição ao solo,
particularmente para reduzir sua carga orgânica, evitando, desta forma, que a
fermentação ocorra na rizosfera, acidente que muitas vezes ocasiona a morte das
plantas, é recomendado que antes da aplicação da manipueira sobre o solo, ela
permaneça em repouso (sem agitação), em recipientes abertos, durante pelo menos
15 dias para que haja a evaporação do ácido cianídrico, além disso é necessário
que se adicione água de acordo com a quantidade de manipueira que está lidando.
A manipueira é também pode ser utilizada no controle de pragas, insetos, como

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carrapaticida, na produção de sabão, tijolos, vinagre e até mesmo como alimento
para ruminantes, lembrando que para o uso no controle de pragas, o mesmo deve
ser usado até 24 horas após sua produção,

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OBJETIVOS, QUESTÃO DE PESQUISA E RELEVÂNCIA DA PESQUISA

O principal objetivo é o reaproveitamento da manipueira, fazendo com que ela


contribua na preservação da natureza, pois este resíduo da mandioca na sua
composição inicial contém um ácido que jogado no meio ambiente, contamina os
rios, riachos e lagos, porém ele pode ser utilizado como um fertilizante narutal, onde
os agricultores não precisarão investir um custo alto em adubos para suas
plantações pois é simples e fácil de ser produzido, pode também ser um defensivo
natural para conter pragas na própria plantação que foi utilizado o biofertilizante e
terão um sabão de excelente qualidade para ser utilizado no dia a dia das famílias
agrícolas. Um outro propósito é averiguar a contaminação do Rio Corta – Mão, para
obvservarmos o quanto ele é afetado, uma boa parte devido ao descarte incorreto
da manipueira.

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METODOLOGIA

Na primeira semana após darmos início ao nosso projeto, arrecadamos uma


quantia em dinheiro para que pudéssemos fazer uma viagem de campo ao Rio
Corta-Mão, arrecadamos o dinheiro através de doações, saímos do município às
07:00 da manhã, no dia 10 de setembro (domingo), ao longo do caminho
percebemos a degradação do rio em diversos pontos, não haviam peixes nem
qualquer outro tipo de animal aquático, e foi assim durante todo o trajeto, até
chegarmos ao Distrito de Corta-Mão, tivemos a oportunidade de conversar com um
agricultor que nos explicou como era feito o descarte da manipueira, aí então
entendemos o motivo do rio estar daquele jeito, ela era jogada lá, pois segundo o
agricultor, a maioria das pessoas que moram na localidade, não sabem os riscos da
manipueira, então não se preocupam em fazer o descarte correto, e a minoria que
sabe não tem os instrumentos necessários para que possam descarta-la
corretamente. Nossa segunda parada foi na Cambaúba, onde visitamos uma “casa
de farinha” e entrevistamos uma senhora que era dona do local, perguntamos a ela
onde era feito o descarte da “água da mandioca” – pois ela não conhecia por
manipueira – que era feito a céu aberto, no meio ambiente, ela tinha conhecimento
dos perigos, mas não sabia dos benefícios e alegou não ter outra maneira de
descarte, retornamos às 12:20.

Duas semanas após a nossa pesquisa de campo, demos início a procura pela
manipueira para o preparo do biofertilizante e a fabricação do sabão ecológico,
voltamos ao Distrito de Corta-Mão e conseguimos 20L de manipueira, no dia
seguinte (26/09/2017), coletamos terra fértil para o plantio das hortaliças, enquanto
alguns alunos preparavam a terra, outros misturavam a manipueira com água,
fizemos a mistura da seguinte maneira: 6L de água com 2L de manipueira durante 5
minutos. Enquanto a mistura ocorria, regamos todas as vasilhas com exatos 200ML
de água, após isso cavamos a terra e deixamos um espaço para que as sementes
de alface, coentro e tomate fossem semeadas. Posteriormente, o plantio foi
realizado da seguinte forma: cultivamos 3 vasilhas com as sementes e às regamos
com 200ML de manipueira, a quarta vasilha foi cultivada sem a inserção da
manipueira, em seguida fizemos a observação/comparação durante todo o período
de germinação regando-as todos os dias com 200ML de água, os recipientes
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ficaram ao ar livre durante 3 semanas e foram regados com 200ML de manipueira
toda semana.

Para dar continuidade ao experimento, um mês depois nos reunimos no


laboratório do colégio e fomos coletar mais terra fértil, após a coleta, distribuímos em
6 vasilhas, regamos a terra com 200ML de água, esperamos 3 minutos, misturamos
durante 5 minutos 6L de água com 2L de manipueira, demos início a plantação da
seguinte forma: foram plantadas sementes de alface, cenoura, tomate coração de
boi e tomate lycopersicum, sendo que cada um tinha o seu grupo controle, para que
houvesse a observação da eficácia do produto, após semearmos as sementes,
fizemos a irrigação com a manipueira, medimos num béquer 200ML e regamos os
recipientes, os recipientes ficaram no laboratório durante o restante do projeto.

Na penúltima semana do projeto, demos início a produção do sabão


ecológico, cada membro trouxe um material que iria ser utilizado, 3Kg de gordura
animal, 7L de manipueira, 250g de sabão em pó, 300ml de polvilho e 1Kg de soda
cáustica. Iniciamos a fabricação colocando os 7L da manipueira dentro de um baldo
de 20L, logo após foram adicionados 3Kg de gordura animal, mexemos durante 3
minutos, adicionamos 250g de sabão em pó e 250g de polvilho, mexemos durante,
misturamos a solda cáustica e mexemos durante 2 horas, deixamos secar durante
18 horas, após esse tempo cortamos em pedaços de 4x4 e embalamos.

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APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A manipueira é um recurso biológico que tem seu reaproveitamento viável e


pode minimizar os impactos ambientais. É necessário que ocorra uma Educação
Ambiental para conscientizar os agricultores que produzem a farinha de mandioca
para que os mesmos tenham o entendimento dos benefícios da manipueira se
tratada de forma correta. O biofertilizante apresentou eficiência em diversos
parâmetros, tais como germinação do tomate coração de boi, cenoura e tomate
lycopersicum, (gráfico¹) e altura dos mesmos, (gráfico²). O sabão produzido
apresentou as seguintes características: assépticas, ação detergente e consistência,
quando submetido ao experimento.

Gráfico¹ Estatística de germinação


60
40
20
0
Tomate coração de Cenoura Tomate
boi lycopersicum
Experimento Controle

Gráfico² Estatística de crescimento

Cenoura

Tomate lycopersicum

Tomate coração de boi


0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5

Altura de planta (cm) controle


Altura de planta (cm) experimento

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CONCLUSÕES

Concluímos que os elevados teores de nitrogênio e potássio das manipueiras


de coloração branca, de coloração amarela e da mistura de manipueiras permitem
considerá-las como adubos orgânicos nitrogenados e potássicos, em potencial. As
bruscas variações no pH da manipueira de coloração branca e de coloração
amarela, em curtos intervalos de tempo de fermentação, são indicativos de que as
mesmas devam ser submetidas ao processo de fermentação, antes de sua adição
ao solo. O emprego da manipueira como adubo poderá induzir à redução, ou mesmo
eliminar o seu despejo, sem controle, ao ambiente, possibilitando diminuir a
poluição. A adubação de solos de baixa fertilidade com manipueira possibilita, ao
produtor, obter produtividades semelhantes àquelas alcançadas com a adubação
química. Sendo que com o uso da manipueira não ocorre a degradação do solo e
permite um maior número de cultivos sucessivos, na mesma área.

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REFERÊNCIAS

CEREDA, M.P. Caracterização dos resíduos da industrialização da mandioca. In:


Resíduos da industrialização da mandioca no Brasil. São Paulo: Paulicéia, 1994. p.l
1-50.

FERREIRA, W de A.; BOTELHO, S. M.; CARDOSO, E. M. R.; POLTRONIERI, M. C.


Manipueira: um adubo orgânico em potencial. Belém: Embrapa Amazônia
Oriental, 2001, 21p. (Embrapa Amazônia Oriental. Documentos, 107).

FIORETTO, R.A.; CEREDA, M.P. Fermentação natural de líquido residual de


fecularia. In: CONGRESSO LATINO - AMERICANO DE MICROBIOLOGIA, 9.;
CONGRESSO BRASILEIRO DE MICROBIOLOGIA, 12., 1985, São Paulo.
Resumos. São Paulo: Sociedade Brasileira de Microbiologia, 1985.

IBGE – Produção Agrícola - Lavoura Temporária – Disponível em:


<https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ba/amargosa/pesquisa/14/10193> Acesso em
26/10/2017

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ANEXOS

Imagem 1: Rio contaminado com dejetos orgânicos.

Imagem 2: Experimentação com o biofertilizante.

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