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Núcleo de Estudos em Nutrição

de Animais de Companhia
Fonte: www.portaleducação.com.br
Cativeiro restrito
com alimento
balanceado
Década de 90:
• Alimentos – baseados em estudos atendendo as
necessidades;
• Alto valor nutricional e qualidade de matéria- prima;
• Alimentos para condições específicas.
Fonte: NRC (2006)
PRINCIPAIS NUTRIENTES

Carboidratos Proteínas Lipídeos


CARBOIDRATOS
Gatos Cães
• Possuem metabolismo único • Melhor adaptação a
para glicose; carboidratos;
• Carnívoro restrito; • Pode ser considerado onívoro;
• Não possuem alfa amilase • Não possuem alfa amilase
salivar; salivar;
• Pouco amilase pancreática.
• Possuem maior atividade da
• Possuem hexoquinase ativa e amilase pancreática.
não possuem glicoquinase ativa
• Menor tolerância a lactose.
ou possuem baixa atividade.
Tabela 1 – Composição do leite da cadela,
vaca e gata.
PROTEÍNAS E AAS
Gatos Cães
• Maior requisito protéico que • Menor requerimento
cães;
protéico;
• Gliconeogênese intensa;
• Não necessitam de taurina
• Necessidade dietética de taurina
(ácido β-amino sulfônico); dietética;
• Não convertem triptofano em • Convertem triptofano em
niacina;
niacina;
• Sensíveis a deficiência de
arginina. • Menos sensíveis a deficiência
de arginina.
Tabela 2 – Essencialidade de Aas para cães e gatos
Essenciais Sintetizados a partir de substratos Não Essenciais
(Não sintetizados) limitados (Facilmente sintetizados)
Arginina (Arg)* Hidroxilisina (Hyl)2 Alanina (Ala)
Histidina (His) Cistina e Cisteína (Cys)3 Ácido aspártico (Asp)
Isoleucina (Ile) Tirosina (Tyr)4 Asparagina (Asn)
Leucina (Leu) Ácido glutâmico (Glu)
Lisina (Lys) Hidroxiprolina (Hyp)
Metionina (Met) Glicina (Gly)
Fenilalanina (Phe) Serina (Ser)
Treonina (Thr) Prolina (Pro)
Triptofano (Trp)
Valina (Val)
Taurina1
Fonte: Sousa et .al (2004)
* Símbolo do aminoácido
1 - Essencial para gatos
2 - A Hidroxilisina pode ser sintetizada a partir da Lisina
3 - A Cistina e Cisteína podem ser sintetizadas a partir da Metionina
4 - A tirosina pode ser sintetizada a partir da Fenilalanina
PROTEÍNAS E AAS
Arginina
Arginina – extremamente importante nos gatos;
Quando a proteína é quebrada no processo de digestão há
produção de uréia ;
A uréia será excretada na urina (com participação da
arginina no processo de excreção) ou será quebrada até
amônia, que é tóxica!!!
Sem arginina (aa) não é possível excretar a uréia através
da urina.
PROTEÍNAS E AAS
 Os gatos não são capazes de sintetizar eficientemente a ARGININA, a

partir de citrulina ou ornitina, como os outros animais!!!

 Ocorre em menos de uma hora em gatos alimentados com dietas pobres

em arginina e a toxicidade da amônia pode causar morte em duas a cinco


horas ;

A deficiência desse aminoácido é rara, sendo apenas relatada em gatos


alimentados com dietas especialmente formuladas sem esse aminoácido.
PROTEÍNAS E AAS
Taurina
• A taurina:
aminoácido β-sulfônico que não está presente nas
proteínas;
como aminoácido livre em tecidos de origem animal,
principalmente nos músculos, vísceras e cérebro.

• As proteínas de origem animal são as únicas fontess


desse aminoácido.
PROTEÍNAS E AAS
METIONINA

TAURINA Hipotaurina

Homocisteína
Cisteína sulfinato
descarboxilase

Cisteína
Cistotionina
PROTEÍNAS E AAS

Fonte: Hora & Hagiwara (2002)


TRIPTOFANO

30 a 50 x
maior

Ácido picolínico

Ácido picolínico
descarboxilase

Acetil CoA

NIACINA
LIPÍDEOS
Cães
Felinos
• Não convertem AGE • Cães convertem AGE

linoléico em araquidônico. linoléico em araquidônico.

ÁCIDO
ARACDÔNICO
C20:4
Gatos Cães

• Não convertem β-catoreno • Convertem β-catoreno em


em vitamina A; vitamina A;
• Necessidade de Niacina é 4 • Necessidades normais de
x > em gatos; Niacina.
• Tiamina – tiaminases!!!!!
• Palatabilidade é algo agradável ao gosto e portanto, saboroso e agradável

– que é, uma resposta de um organismo a um gênero alimentício;

• Palatabilidade é “refere-se às propriedades físicas e químicas da dieta que

estão associados com a promoção ou supressão do comportamento


alimentar durante o período pré-absortivo e imediatamente após o período
pós-absortivo, isto é, uma resposta não condicionada, antes que um efeito
metabólico ou qualquer subseqüente condicionamento na ingestão de
alimento ocorra” (McArthur et al., 1993).
 “A palatabilidade pode ser definida como a somatória dos
aspectos sensoriais como o paladar, cheiro, textura, forma e
também pelo tamanho, sensação de mastigação e deglutição
envolvidas no interesse de ingerir determinado alimento”
(Carciofi, 2006).

“A palatabilidade é resultante de uma série de interações, positivas


ou negativas, relativas aos ingredientes utilizados na ração e do
palatabilizante empregado no produto, que vão interferir
diretamente no consumo ” (Bennet, 2004).
• Gatos são normalmente neófilos (selecionam um novo alimento ou um
novo sabor do alimento);

• A textura e o conteúdo em umidade – mais importante para gatos


(dieta úmida-carne ou dieta enlatada) ;

• Flavores que aumentam a aceitabilidade de dietas para cães e gatos


inclui gordura animal, peptídeos, e certos aminoácidos;

• O açúcar aumenta a aceitabilidade de dietas para cães, mas não para


gatos;

• Os gatos são mais sensíveis ao gosto amargo que várias outras espécies;
• Cães e gatos gostam especialmente de sabores dos
componentes da carne e peptídeos (hidrolisados protéicos
ou digestão enzimática) e aminoácidos livres como alanina,
prolina, lisina, histidina, e leucina.
Cães Gatos
• Preferem horários • Alimentos ad libitum;
estabelecidos; • 10 a 20 refeições dia;
• A presença de outros animais - • A presença de outros animais
⇑ consumo alimentar; diminui consumo.
• Animal dominante - ⇓
consumo.

•Cerca
Respondem positivo
de 30-40% ao sabor
dos cães e gatos irão ter uma superalimentação e
sobrepeso ou ainda ficar obesos se permitir a eles comer o tanto quanto
umami.
eles quiserem durante todo o dia!!!! (NRC, 2006)
Fonte: ANFAL(2009)
Fonte: ANFAL (2009)
Alimentos extrusados secos; Alimentos “naturais”
úmidos e semi-úmidos
CONVENCIONAIS ALTERNATIVOS
 As matérias primas são divididas em produtos de origem vegetal e animal.
 Entre os produtos de origem vegetal temos:
Cereais e subprodutos como o trigo, milho, cevada, centeio e arroz;
Glúten de milho que possui altos teores de proteína, mas um perfil inadequado
de aminoácidos, pois é pobre em lisina e triptofano. Dessa maneira se torna uma
fonte proteica de baixa digestibilidade; (?)
Levedura de cerveja e farelo de soja que complementam a proteína animal;
Óleos vegetais que visam o aporte de ácidos graxos essenciais como os óleos de
canola, girassol e linhaça;
Cenoura, alfafa desidratada e cozida - dietas “light”;
Melaço e açúcar que são utilizados como palatabilizantes;
Polpa de beterraba, maçã, citrus, farelo de trigo, casca de amendoim, casca de
soja e bagaço de tomate que são fontes de fibra, sendo as 3 primeiras mais
indicadas para rações caninas por possuírem fermentação moderada.
Figura: Produtos e
subprodutos do Milho
(Fonte: Butolo, 2002)
Figura: Produtos e
subprodutos de Soja
(Fonte: Butolo, 2002)
• Entre os produtos de origem animal, pode-se utilizar:
• Carne bovina que possui 50 a 80% de proteína bruta; é rica em fósforo e
deficiente em cálcio.
• Farinha de carne e ossos que são fontes de proteína, cálcio e fósforo.
• Farinha de ossos que são utilizadas no aporte de cálcio e fósforo (recomendável
que seja calcinada).
• Farinhas de aves (carcaças sem cabeças, patas e penas) que aumentam a
palatabilidade da ração.
• Óleos animais – onde a gordura de frango apresenta maior palatabilidade.
• Farinhas de vísceras (fígado e rins) que são consideradas boas fontes de P e Fe;
• Farinha de pena hidrolizada e farinha de sangue que não são recomendáveis
para rações caninas e felinas por possuírem baixa digestibilidade e perfil de
aminoácidos pouco adequado;
• Farinha de peixe que é rica em ácidos graxos polinsaturados, mas
rancifica com facilidade.
• Ovos desidratados que são fonte de proteína e colina.
• Carne de cordeiro e peru que são utilizadas em rações “premium”
hipoalergênicas.
• Outras carnes como rã e coelho que também são utilizadas em rações
hipoalergênicas.
RAÇÕES A BASE DE CEREAIS E LEGUMINOSAS

 Zearalenona:
A zearalenona (ZON) é um metabólito tóxico produzido por
fungos de campo (umidade de 23% no grão) do gênero
Fusarium – principal sp. F. graminearum;
 O F. graminearum pode crescer em uma ampla variedade
de grãos (milho, trigo, soja, cevada, aveia, sorgo, arroz;
 Os grãos infectados por esse fungo apresentam uma
coloração rosada devido ao pigmento que produz.
RAÇÕES A BASE DE CEREAIS E LEGUMINOSAS

 Zearalenona:

Figura - Milho embolorado por cepa toxigênica de Fusarium graminearum - coloração


rosada

 Grãos esses, que podem ser utilizados na formulação da ração de pets


(rações secas: cães, aves silvestres, pássaros ornamentais, hamsters, gatos,
peixes) e de zootécnicos.
RAÇÕES A BASE DE CEREAIS E LEGUMINOSAS

 Toxicidade:
 ZON - desencadeia no animal alterações no sistema
endócrino.
 Em cães:
 são observados redução da fertilidade;
 aumento de absorção de embriões;
 redução do tamanho da ninhada;
 alterações dos níveis séricos de progesterona e estradiol e
 alterações no peso da adrenal, tireóide e hipófise.
RAÇÕES A BASE DE CEREAIS E LEGUMINOSAS

 Um termo conhecido na intoxicação por ZON em suínos é splay leg, ou


seja, impossibilidade do animal ficar de pé, o qual também ocorre em
cães.

Prolapso vaginal em cadelas – hiper estrogenismo. Splay leg em suínos récem nascidos
provocado por zearalenona.
RAÇÕES A BASE DE CEREAIS E LEGUMINOSAS

 Os efeitos da intoxicação por ZON nos animais são


importantes, tanto interferem diretamente na saúde dos pets
quanto na sua progênese.
RAÇÕES A BASE DE FARINHAS DE CARNE E OSSOS

 O controle microbiológico das farinhas de carne e ossos destinados à nutrição


animal é de suma importância, visto que a ingestão dessa matéria-prima
contaminada por bactérias pode ser a causa de sérios problemas para os animais
que as ingerem (Andriguetto et al., 1990).

 Esse subproduto animal, como mencionado pertinentemente


em literatura nacional e internacional encontra-se freqüentemente contaminado por
patógenos, destacando-se o gênero Salmonella.
RAÇÕES A BASE DE FARINHAS DE CARNE E OSSOS

 A Salmonella é um agente patogênico comumente encontrado em produtos secos e


produtos derivados de carne;
 Como a maioria dos alimentos se encaixa nessas categorias, a salmonela é um dos
organismos que oferecem grande preocupação;
 Cães e gatos:
 Alimentos secos para animais de estimação, bem como petiscos e ossinhos
mastigáveis recreacionais – PERIGO!!!!
Figura: Fontes de
Salmonella para cães e
gatos e fatores
predisponentes que podem
favorecer a salmonelose
clínica em animais
portadores assintomáticos.

Fonte: Adaptado de
Carter e Quinn (2000).
 Os ingredientes são testados antes de serem utilizados em produtos para garantir
que não possuem adulterantes ou existem problemas de qualidade que possam afetar
a integridade do produto final;
 O produto final é também testado para determinar a segurança e ou o nível de
qualidade;
 Principais microrganismos:
 Escherichia coli - um exemplo de um organismo indicador, uma vez que é
comumente encontrada no trato intestinal de mamíferos e, muitas vezes, é
utilizada para determinar a contaminação de um produto por fezes.
 Clostridium perfringens - comumente encontrado em produtos que
contenham carne, é uma bactéria anaeróbia em forma de bastonete, gram-
positiva, esporogênica, sulfito redutora, considerada como parte da
microbiota intestinal normal do homem e de animais.
LIMITES RECOMENDADOS E PREVENÇÃO

TABELA - Temperatura mínima requerida para eliminar alguns microrganismos.


Bactéria Temperatura mínima (ºC)

Salmonella 80

Escherichia coli 70

Listeria monocytogenes 80

Staphylococcus aureus 90

Bacilus cereus 126

Clostridium perfringens 126

Fonte: Mair (2003)


No Guia de Identidade e Qualidade Pet (2008), alguns limites de
contaminantes biológicos são estabelecidos.

TABELA - Limites para contaminantes biológicos em alimentos comerciais para cães e gatos.
Limites
Satisfatório Limite de Não satisfatório Inaceitável
Contaminantes biológicos aceitabilidade perigo
Salmonella sp. Ausente em 25g ----- ----- Presente em
25g
Escherichia coli Ausente em 25g ----- ----- Presente em
25g
Clostridium botulinum* Ausente ----- ----- Presente
Clostridium perfringens <10 10-104 104 - 105 >105
Bacillus cereus <10 10-104 104-105 >105
Staphylococcus aureus <10 10-103 103-104 >104
Bolores e leveduras <10 10-103 103-104 >104
Campylobacter jejuni Ausente em 25g ----- ----- Presente
em 25g
Clostridium sulfito redutor <10 10-104 104-105 >105
Coliformes fecais <10 10-103 103-104 >104
Enterobacterias <10 10-103 103-104 >104
TABELA - Normas microbiológicas para rações fareladas

Fonte: Santos et al. (2000)


 “Estas matérias primas sejam menos
ricas em nutrientes, elas podem suprir,
ao menos em parte, as necessidades
energéticas dos animais, sendo
geralmente abundantes em fibra e ricas
em lignina ”.

“ Dois coprodutos da refinação de


milho, o farelo de glúten de milho 21 e o
farelo de glúten de milho 60 têm sido
amplamente empregados, apesar de
muito pouco estudados para cães e
praticamente não estudados para
gatos”.
Fonte: Kawaushi et al. (2009)
Revista Pet Food
TABELA - Avaliação do perfil higiênico-sanitário dos ingredientes da ração

Fonte: Santos et. al (2000)


TABELA - Avaliação microbiológica de rações iniciais

Fonte: Santos et. al (2000)


TABELA -Análise de microscopia de ingredientes das rações

(+) escasso;
(++) moderado;
(+++) abundante;
(++++) campo repleto
FCO= farinha de carne
e ossos.
TABELA - Análises das seis dietas experimentais para Salmonella sp.
(presença ou ausência), clostrídio sulfito redutor (NMP/g) e coliformes
fecais (UFC/g).

Contaminantes biológicos
Salmonella Clostrídio sulfito Coliformes
presença em redutor (NMP/g) fecais (UFC/g)
TRATAMENTOS
(1) Ração seca ausente <10,00 >2400,00
(2) Ração úmida presente 5,0 x 101 >1000,00
(3) Mix carne cru presente 2,3 x 102 >2400,00
(4) Mix frango cru presente 1,6 x 102 >1000,00
(5) Mix carne aquecido presente <10,00 680
(6) Mix frango aquecido presente 1,0 x 101 <3,00
Fonte: França (2009)

Em um estudo, Salmonela sp. foi identificada em amostras de carnes na


incidência de 7,5% da carne bovina, de 44,6% da galinha e de 49,9% de
peru (Rose et al., 2002)
TABELA -Proporção para presença ou ausência de Salmonella nas amostras de
fezes e de alimentos dos comedouros de todos os animais, segundo os tratamentos
estudados.

TRATAMENTO PROPORÇÃO
Salmonela Comedouro Salmonela Fezes
(1) Ração seca 0,0001 1,0000
(2) Ração úmida 1,0000 1,0000
(3) Mix carne cru 1,0000 1,0000
(4) Mix frango cru 1,0000 1,0000
(5) Mix carne aquecido 1,0000 1,0000
(6) Mix frango aquecido 1,0000 1,0000
Fonte: França (2009)
As salmonelas são habitantes naturais do trato intestinal de animais
domésticos e selvagens e, de acordo com Joff & Schlesinger (2002), os
sorotipos para as Salmonellas que colonizam o trato gastrintestinal e são
expelidas nas fezes podem ser diferentes dos sorotipos presentes nos
alimentos contaminados.
A história da indústria de pet food teve início em 1860 - James Spratt, um
eletricista...

Inglaterra - cães se alimentavam de biscoitos velhos que


ele descartava...

James contratou uma companhia em Londres, para produzir dois tamanhos de


biscoitos utilizando uma fórmula que combinava carne e farinha de trigo e
introduziu seus produtos nos Estados Unidos em 1870!!!!
INDICAÇÃO NO RÓTULO

Alimentos completos Alimentos


Alimentos especiais
complementares

Crescimento Complementos para


Manutenção Dietas clínicas dietas caseiras
Atividade Obesidade Complementos para
Senilidade atividade
TABELA - Nutrientes contidos em alimentos secos, semiúmidos e enlatados para
cães, com base na matéria natural (MN) e matéria seca (MS).
Categoria do alimento Base MN Base MS
Seco
Umidade (%) 6-10 0
Gordura (%) 7-20 8-22
Proteína (%) 16-30 18-32
Carboidrato (%) 41-70 46-74
EM (kcal/kg) 2800-4050 3000-4500

Semiúmido
Umidade (%) 15-30 0
Gordura (%) 7-10 8-14
Proteína (%) 17-20 20-28
Carboidrato (%) 40-60 58-72
EM (kcal/kg) 2550-2880 3000-4000

Enlatado (úmido)
Umidade (%) 75 0
Gordura (%) 5-8 20-32
Proteína (%) 7-13 28-50
Carboidrato (%) 4-13 18-57
EM (kcal/kg) 875-1250 3500-5000 NRC (2006)
Classificação comercial
Características nutricionais e de comercialização
Alimentos Econômicos Apresentam formulação variável e utilizam ingredientes de baixo custo, em geral
de baixa digestibilidade e palatabilidade. Suas concentrações nutricionais
aproximam-se dos limites mínimos ou máximos permitidos, visando minimizar os
custos. As fontes proteicas são mesclas de origem animal e vegetal; empregam-se
farelos vegetais como fontes de carboidrato; os teores de extrato etéreo são
reduzidos e os de fibra bruta e matéria mineral são elevados.
Alimentos Padrão ou Recebem relativos recursos financeiros para publicidade e venda. Sua formulação é
variável, pois os ingredientes empregados são dependentes do preço e da
Standard disponibilidade do mercado. Praticam-se concentrações nutricionais melhores, com
mais proteínas e extrato etéreo, menos fibra, mas permanecendo, em geral, elevada
a matéria mineral. A digestibilidade e a palatabilidade são melhores do que a dos
produtos econômicos.
Alimentos Premium Neste segmento, os investimentos de marketing passam por campanhas educativas
para os proprietários. Têm foco na digestibilidade e na palatabilidade dos produtos,
já incluindo apelos de venda com base em ingredientes diferenciados e
nutracêuticos. Muitas vezes, sua formulação é fixa, sem eventuais substitutos. O
produto visa ao melhor atendimento das necessidades nutricionais e, algumas
vezes, já controlam excessos e desbalanços com maior digestibilidade e energia
metabolizável.
Alimentos Produtos de alta qualidade, com formulação fixa e ingredientes de elevado valor
nutricional. Esses produtos incluem ingredientes especiais, com benefícios
Super premium diferenciados para os animais. Seu processamento é otimizado com moagem mais
fina e adequado cozimento. As concentrações nutricionais empregadas visam à
otimização da saúde, com estrito controle de desbalanços e interações. Pressupõe-
se que tenham sido testados em animais, com protocolos cientificamente
reconhecidos.
Fonte: Carciofi (2007)
 BARF, acróstico de “bone and raw food”, ou “biological

aproprieted raw food” (ossos e alimentos crus), composta por


alimentos de origem animal crus, juntamente com vegetais - Iam
Billinghurst, 1993 (médico veterinário australiano);

BARF: “dieta natural para cães e gatos baseada em alimentos


frescos, crus, integrais e o mais parecido com dieta de canídeos e felino
na natureza e exclui totalmente a administração de alimentos
comerciais”.
 CONTROVERSIAS NA DEFINIÇÃO:

PURISTAS: “Alimento natural é aquele que se aproxima do


alimento consumido no estado selvagem, neste caso, alimentos
naturais segundo os mais puristas, deveriam ser compostos somente
de carcaças (ou presas) inteiras”.

Descarta inclusive os processamentos mais simples, como


moagem, cocção e congelamento.
 Em um conceito distinto:
Alimentos naturais são aqueles que não contêm ingredientes
artificiais e passam por um processamento mínimo.

Segundo a FEDIAF (The European Pet Food Industry Federation)


uma definição mais estrita seria: abrange componentes dos alimentos
para animais de estimação sem eventuais aditivos e que apenas tenham
sido submetidos a um processamento para torná-los aptos para
produção pet food e manutenção do conteúdo de todos os nutrientes
essenciais. Como exemplos podem incluir: congelamento ou a
pasteurização (Groot &Schreuder, 2009).
Melamina (C3H6N6): composto orgânico, comumente produzido a partir
da uréia, utilizado na indústria plástica (resina melamina-formaldeído),
além de constituir subproduto de vários pesticidas, inclusive da ciromazin.
 A dieta natural não inclui subprodutos de alimentos humanos
como:
Farelos e farinhas processadas, grãos triturados, óleos
hidrogenados;
Aditivos: corantes, antioxidantes, antifúngicos, aromatizantes e
outros ingredientes sintéticos ou que contenham produtos
químicos em sua composição.
Segundo Cannoli (2008) os alimentos naturais para cães e gatos não
podem conter corantes artificiais, flavorizantes, aromatizantes e
palatabilizantes artificiais, óleos e gorduras sintéticas e umectantes
artificiais.
 Ingredientes:
 Frescos, congelados ou desidratados e a demanda por eles
compete diretamente em preço com alimentos destinados ao
consumo humano;

As carnes frescas mais comumente utilizadas são:


Galinha e peru, carne mecanicamente desossada destinada
à indústria humana de salsicharia humana, carne de boi,
cordeiro, carne de porco e peixe;
Carnes exóticas: búfalo, canguru, carne de veado e de pato.
 As frutas e legumes incluem tomates, cenouras, ervilhas,
maçãs, favas, espinafre e muitos outros, frescos ou
desidratados;

 O objetivo da inclusão de vegetais é tentar simular o


conteúdo estomacal de presas de carnívoros na natureza.
 Vantagens segundo Iam Billinghurst (1993):

Níveis apropriados de sódio e potássio;


Equilíbrio em cálcio e fósforo;
Nenhuma substância química;
Baixos níveis de CHO’s cloretos e de grãos;
Nenhum processamento – calor – reação de
Maillard.
Pontos de riscos:
Contaminação biológica: salmonelose, toxoplasmose e as verminoses
diversas;
Iam Billinghurst: “esses patógenos são inofensivos ao cão devido ao
baixo pH estomacal.”
Porém casos de Salmonella sp. clínico são bem descritos em cães.
Armazenamento:
Refrigeração: temperaturas de 0 a 7ºC;
Congelamento: -18ºC ou inferiores
A -10ºC existem microrganismo que crescem!!!
TABELA 1 Valores médios dos coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca
(CDAMS), proteína bruta (CDAPB), extrato etéreo (CDAEE), da energia bruta (CDAEB),
em percentagem (%), em base na matéria seca (MS), segundo os tratamentos estudados
em cães Beagles adultos.

VALORES MÉDIOS1
TRATAMENTOS
CDAMS CDAPB CDAEE CDAEB

(1) Ração seca 83,33(±2,45)B 82,17(±3,96)C 93,64(±0,68)B 86,53(±1,49)C

(2) Ração úmida 87,33(±0,76)A 90,39(±1,95)B 93,77(±0,92)B 90,80(±0,57)B

(3) Mix carne cru 83,70(±2,84)B 92,98(±1,10)A 94,19(±1,18)B 91,19(±1,60)B

(4) Mix frango cru 85,76(±2,33)A 93,79(±1,31)A 96,16(±0,53)A 93,53(±1,03)A

(5) Mix carne aquecido 86,17(±2,04)A 93,90(±1,28)A 95,12(±0,77)A 93,13(±1,27)A

(6) Mix frango aquecido 87,07(±5,00)A 93,83(±2,77)A 96,00(±1,55)A 93,72(±2,54)A

CV (%) 3,38 2,54 1,02 1,68


1Médias seguidas de letra distintas na coluna diferem entre si pelo teste de Scott-knott a um nível nominal de
significância de 5%.
TABELA 2 Concentrações plasmáticas de ureia, creatinina (CRE.), triglicerídeos (TAG),
colesterol (COL.), lipoproteína de densidade muito baixa (VLDL), lipoproteína de alta
densidade (HDL) e lipoproteína de baixa densidade (LDL), em mg/dL, dos cães que
receberam os alimentos testes.

TRATAMENTO VALORES MÉDIOS1

CRE. UREIA TAG COL. VLDL HDL LDL

(1) Ração seca 0,80 38,75 143,25A 196,50 28,65A 132,00 51,83

(2) Ração úmida 0,73 47,50 37,25B 212,75 7,45B 123,75 81,55

(3) Mix carne cru 0,68 44,00 47,50B 142,75 9,50B 84,75 48,50

(4) Mix frango cru 0,70 41,25 35,50B 171,75 7,10B 104,75 59,90

(5) Mix carne aquecido 0,65 45,75 44,50B 206,75 8,90B 118,63 79,23

(6) Mix frango aquecido 0,68 43,00 40,50B 174,75 8,10B 109,50 57,15

CV(%) 13,90 13,78 6,48 27,60 11,05 23,37 39,38


1Médias seguidas de letra distintas na coluna diferem entre si pelo teste de Scott-knott a um nível nominal de
significância de 5%.
TABELA 3 Escore fecal médio, de acordo com a consistência e o aspecto das amostras
de fezes recolhidas durante os períodos do teste de digestibilidade dos alimentos
testados para cães adultos.

TRATAMENTOS ESCORE FECAL


Média1
(1) Ração seca 3,00C
(2) Ração úmida 2,62D
(3) Mix carne cru 3,00C
(4) Mix frango cru 4,00B
(5) Mix carne aquecido 3,00C
(6) Mix frango aquecido 4,38A
1Médias seguidas de letras distintas na coluna diferem entre si pelo teste de Kruskal-Wallis a um
nível nominal de significância de 5%.

Escore fecal médio 3, fezes macias bem formadas e úmidas,


consideradas ideais para a saúde do intestino!!!
• Alimentos Premium destinados a cães:
• Coeficientes de digestibilidade aparente matéria

seca (CDAMS) e proteína (CDAPB) igual ou

superior a 75%;

• Coeficiente digestibilidade do extrativo

• não nitrogenado (CDAENN) igual ou

superior a 80%;

• Coeficiente digestibilidade aparente do

extrato etéreo (CDAEHA) igual ou superior a 85%.


• Alimentos Super premium destinados a cães:

• Coeficientes de digestibilidade aparente matéria seca (CDAMS) e

proteína (CDAPB) igual ou superior a 80%;

• Coeficiente digestibilidade do extrativo não nitrogenado

(CDAENN) igual ou superior a 85%;

• Coeficiente digestibilidade aparente do extrato etéreo (CDAEHA)

igual ou superior a 90%.


• Alimentos Básico destinados a gatos:

• Coeficientes de digestibilidade aparente matéria seca

(CDAMS) e proteína (CDAPB) igual ou superior a 60%;

• Coeficiente digestibilidade do extrativo não nitrogenado

(CDAENN) igual ou superior a 60%;

• Coeficiente digestibilidade aparente do extrato etéreo

(CDAEHA) igual ou superior a 75%.


• Alimentos Padrão destinados a gatos:

• Coeficientes de digestibilidade aparente matéria seca

(CDAMS) e proteína (CDAPB) igual ou superior a 65%;

• Coeficiente digestibilidade do extrativo não nitrogenado

(CDAENN) igual ou superior a 75%;

• Coeficiente digestibilidade aparente do extrato etéreo

(CDAEHA) igual ou superior a 70%.


• Alimentos Premium destinados a gatos:
• Coeficientes de digestibilidade aparente matéria seca (CDAMS)
igual ou superior a 70% e proteína (CDAPB) igual ou superior a
75%;

• Coeficiente digestibilidade do extrativo não nitrogenado


(CDAENN) igual ou superior a 80%;

• Coeficiente digestibilidade aparente do extrato etéreo (CDAEHA)


igual ou superior a 80.
• Alimentos Super premium destinados a gatos:
• Coeficientes de digestibilidade aparente matéria seca (CDAMS)
igual ou superior a 75% e proteína (CDAPB) igual ou superior a
85%;

• Coeficiente digestibilidade do extrativo não nitrogenado


(CDAENN) igual ou superior a 85%;

• Coeficiente digestibilidade aparente do extrato etéreo (CDAEHA)


igual ou superior a 85%.
email: madalosse@yahoo.com.br

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