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Limeira
2016
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Limeira
2016
Ficha catalográfica
Universidade Estadual de Campinas
Biblioteca da Faculdade de Ciências Aplicadas
Renata Eleuterio da Silva - CRB 8/9281
Título em outro idioma: Analysis of the economic and environmental benefits of the reuse of
deposits in the production of cutting cattle in commercial confinement
Titulação: Bacharel em Gestão do Agronegócio
Banca examinadora:
Luiz Eduardo Gaio
Data de entrega do trabalho definitivo: 07-12-2016
A Deus, por ter me proporcionado esse momento em minha vida, pois foi com muito
esforço, luta e dedicação que se alcançou tal feito, e sempre me aparou nos momentos difíceis
me mostrando o caminho certo e colocando as pessoas certas nos momentos difíceis da minha
vida.
A minha família que sempre me amparou nas horas difíceis, com um concelho ou até
mesmo uma bronca quando o cansaço e a insegurança eram grandes, em especial aos meus
pais, parceiros de uma vida, grandes exemplos de cidadãos de bem, que sempre lutaram por
aquilo que queriam e lutam até hoje, sempre me mostrado o caminho certo, onde me
mostraram que não é necessário prejudicar ninguém para crescer na vida e profissionalmente.
Ao professor Marcio Belli, que aceitou me orientar nessa etapa dos meus estudos, e ser
esse bom professor, que cobra, mas oferece todas as ferramentas para isso. Agradecer a
Faculdade de Ciências Aplicadas/ Unicamp, que possibilita a formação com qualidade dentro
de um dos maiores centros de pesquisa.
Ao meu amigo e parceiro Fábio Luis Henrique que me ajudou na elaboração desse
projeto e na parceria da vida, por que 2016 foi puxado, e ele esteve sempre presente em todos
os momentos, a minha grande amiga Kelcy Carolina Santos de Oliveira que também
disponibilizou grande parte do seu tempo pra me ajudar quando bateu um desespero.
O trabalho consiste em uma releitura, de outras teses, artigos e publicações, que visa mostrar
aos produtores da bovinocultura de corte as vantagens de investir em tratamento de dejetos na
pecuária nacional. Já é sabido por todos que os problemas climáticos e ambientais vêm
crescendo e ganhando grande repercussão no mercado nacional e internacional. A produção
de carne é um pouco defasada em algumas partes do ciclo de produção e para que possamos
nos firmar de vez na atividade com uma boa produtividade, qualidade e responsabilidade na
questão alimentar, produzindo muito com qualidade e responsabilidade, tanto nas questões
econômicas, quanto nas questões sociais e ambientais. Sendo essas questões o tripé de um
mercado bem estruturado, com o dinamismo com que todo comercio necessita, mas não se
esquecendo do meio em que se está inserido. Entretanto para que isso ocorra, é preciso buscar
alternativas viáveis e econômicas para que o produtor consiga aceitar e realizar as mudanças
necessárias de dentro para fora, sem que saia de sua atividade. Ao contrário, que seja uma
saída para que permaneça no mercado globalizado ativo e de caráter celetista onde os
visionários sobrevivem, produzem e ganham dinheiro com novas técnicas e formas de
produção. E esse estudo pega uma pequena parte desse sistema e tentar expor seus problemas,
soluções e benefícios dessas transformações que vem ocorrendo no mundo a fora, onde não
basta apenas produzir, sendo sim necessário produzir com responsabilidade e de maneira
sustentável. Um diferencial que atenda as novas demandas do novo mercado consumidor de
carne, onde a inovação é a siada mais rápida e talvez a mais concreta, onde reciclar é preciso.
Nesse trabalho foi possível comprovar os benefícios da implantação de um biodigestor na
pecuária de corte, ficando demonstrado a rentabilidade da ciclagem de dejetos.
Abstract
This work consists in a bibliographic search using theses, articles and publications that aim to
show the advances of bovine waste treatment. It is already known by all that climatic and
environmental problems have been increasing and gaining great repercussion in the national
and international market, meat production is a little archaic in some parts of the production
cycle. And so that we can establish ourselves once in the activity with a good productivity,
quality and responsibility in the food issue. Producing a lot, but with quality and
responsibility, both in economic, social and environmental issues. These issues being the
tripod of a well-structured market, with the dynamism that every trade needs but not
forgetting the environment in which it is inserted.However, for this to happen, it is necessary
to look for viable and economical alternatives so that the producer can accept and make the
necessary changes from the inside out, without leaving his activity. Rather, let it be an outlet
for it to remain in the globalized active, globalized marketplace where visionaries survive,
produce, and make money out of new techniques and ways of producing. And this study takes
a small part of this system and tries to expose its problems, solutions and benefits of these
transformations that are occurring in the outside world, where it is not enough to produce, it is
necessary to produce responsibly and sustainably. In the present work it is possible to attest
the cattle breeding environmental and economic benefits.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................10
2. METODOLOGIA .......................................................................................................................11
3. DESENVOLVIMENTO ..........................................................................................................12
1. INTRODUÇÃO
A bovinocultura no Brasil tem uma grande variedade de sistema produtivo, atrelada a
sua grande dimensão territorial e condições climáticas favoráveis, com isso o país consegue
atender a vários mercados internacionais.
Sendo assim essa pratica visa o aumento de peso de um boi em um tempo menor, que
visa aperfeiçoar a produção na pecuária. E a raça que mais se adaptou as condições climáticas
e ao sistema de produção intensivo (gado confinado), foi à raça Nelore, alcançando altos
níveis de engorda.
Por outro lado a preocupação maior desse sistema de produção são os dejetos, já que
sua produção é alarmante, pois nem todos os confinamentos se preocupam com a questão
ambiental e não tratam os dejetos para descartar.
Tudo isso atrelado ao estereótipo que se cria em torno do mercado nacional, em cima
do produto final, como um produto poluente, que é mal visto em outros mercados
internacionais.
elevado grau de poluentes. A busca para solucionar tal problema vem crescendo, devido à
demanda por novos mercados que fazem restrições as carnes derivadas de sistemas poluentes.
2. METODOLOGIA
Este trabalho foi feito com base em uma pesquisa exploratória bibliográfica, segundo
Antônio Carlos Gil tem o caráter de tornar o problema abordado na análise mais explicito ou
de construir hipóteses.
3. DESENVOLVIMENTO
Sendo assim tornou se uma forma de desbravar o centro oeste e o norte do país, e uma
forma extrativista, pois existem duas formas de pastagens: a nativa que foi bastante utilizada
no começo e a cultivada que foram implantadas novas variedades de capim com valores
maiores de proteína e energia.
Também a pontos negativos nesse sistema de criação, pela grande extensão territorial
que necessita, o mesmo causa degradação ao meio que é implantado afetando o meio
ambiente ao seu redor.
Para atender essas necessidades metabólicas são ofertados alimentos como: farelo de
soja, milho, sorgo e poupa cítrica e etc. Que complementa a falta de pastagens, que tentam
evitar assim a concentração da oferta de carne em determinadas épocas do ano.
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Sendo assim tudo isso só vai dar resultados favoráveis, se o rebanho tiver um potencial
genético alto, ou seja, um caixa maior no ganho de peso e na conversão alimentar dos
animais, outros índices zootécnicos também tem que ser levados em conta como: herança
genética, manejo, ambientes e preços dos insumos que viabilizam economicamente toda a
dinâmica do processo, tornando assim rentável ao pecuarista.
Esse sistema procura uma melhor qualidade na carne, ou seja, no produto final, um
corte diferenciado, um marmoreio, que posa dar um valor agregado no produto, muito
utilizado na terminação dos animais, pré abate, (BARIONI et al 2006).
praticam o conhecido “boitel” onde os animais de diferentes criadores ficam para serem
engordados, onde o criador responsável pelo sistema fica incumbido de alimentar esses
animais, e o mesmo cobra pela utilização de suas instalações e pelo tempo que lá
permanecerem, da fase de terminação ao abate dos mesmo, segundo Cezar et al (2005).
Já com relação ao ciclo do sistema vai depender muito do peso com que os animais
entram para ser confinados, mas em média gira em torno de 90 a 300 dias dependendo do
manejo aplicado.
Hoje em dia existem vários mecanismos para acertar o abate de um animal terminado
com uma alta qualidade de carcaça, para que ocorra uma premiação do frigorifico para com o
pecuarista, isso ocorre através do ultrassom que denomina a área de gordura no animal,
(Sousa et al., 1997).
Sendo assim como citado nos outros sistemas os aspectos zootécnicos são muitos
importantes, assim como a qualidade dos alimentos fornecidos e o ambiente em que os
animais estão inseridos, tudo isso para que ocorra uma maior conversão alimentar, e que tenha
um tempo de cocho menor.
Outro ponto negativo nesse sistema é a questão ambiental, pela alta produção de
dejetos que ocasionam uma alta contaminação do meio ambiente que está inserido, poluem
solos, ar e a proliferação de vetores como mosca entre outros.
E no Brasil uma boa alternativa para isso é a criação do sistema de confinamento, onde
visa o fornecimento de água e alimento no cocho para os animais, com o objetivo de diminuir
o espaço a ser usado, aumentando a taxa de lotação e fazendo com que os animais confinados
não tenham que caminhar por longas distâncias até alcançar seu alimento, por consequência o
animal gastará menos energia, e a mesma será poupada para a conversão de carne,
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melhorando sua conversão alimentar, por outro lado também terá a diminuição dos custos de
irrigação (SANTOS et al. 2011).
Sendo assim para que isso ocorra da melhor forma é necessária que a estrutura esteja
adequada à forma de criação, e tudo gire em torno do bem estar animal: Com relação à
alimentação dos animais deverá ser de boa qualidade garantindo o fornecimento de todos os
nutrientes essenciais, a dieta deve ter seu maior porcentual de concentrado, o mesmo sendo
produzido fora da área na qual se desenvolve a atividade pecuária.
É uma atividade que visa atender mercados locais e internacionais, por isso é
extremamente móvel e sua localização depende principalmente de critérios econômicos e
sanitários.
Tornando assim a pecuária parecida com um sistema industrial de produção, onde são
levados em conta os processos de mecanização e automação nos processos de produção.
Para que a qualidade de vida do animal seja um pouco melhor e nada interfira no
ganho de peso e cause prejuízo ao produtor, várias práticas são necessárias. E para que isso
ocorra, o animal tem que sofrer o mínimo de estrés possível, isso no dia a dia com o trato e
com o manejo dos mesmos em dias de pesagem, vacinação e marcação. Tudo isso só irá
ocorrer e dar certo se a estrutura e a mão de obra do confinamento forem de qualidade e
centrada em um único propósito, que é a qualidade no produto final para atender exigências
dos mercados interno e externo segundo (Silva, 2009).
Tendo em vista tudo o que foi citado acima a melhor técnica do confinamento de
bovinos deve-se empregar estrategicamente para aproveitar com maior eficácia todos os
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E muitos produtores se utilizam disso, pode ser uma maneira de aliviar os pastos na
seca, aumentar a renda da propriedade, tendo em vista que reduz a idade de abate dos animais,
colocando no mercado uma carne de qualidade, melhorando a produtividade do sistema de
criação e aproveitando o preço do mesmo, pois o produto final entra mais cedo no mercado
(EMBRAPA, 2014).
Mas comumente se concentra nos meses de junho a outubro. A duração dos mesmos
varia entre 60 e 110 dias, com um tempo médio em torno de 90 dias. Períodos mais longos
(240 dias) não são praticados nos sistemas que produzem o novilho “superprecoce” abatido
com 13 a 16 meses de idade,
Está cada vez mais difícil de produzir no Brasil nos tempos atuais, com elevados
custos de transporte e produção, cabe ao gestor (pecuarista) transformar seu sistema de
produção em algo dinâmico e eficaz, atendendo as exigências dos consumidores e de novos
mercados com produtos diferenciados.
“As constantes dúvidas em relação ao futuro do meio ambiente são uma das várias
consequências das transformações que marcaram a segunda metade do século XX”.
(BELLEN, 2005).
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Sendo assim tudo que o homem faz ou transforma no meio em que se vive tem um
efeito, onde pratica e aplica as suas atividades, tirando do meio ambiente e retornando ao
mesmo um resíduo ou efluente de alta qualidade que pode significar um ganho econômico,
ambiental e social.
Segundo Pereira (2009), de uma forma continua e cíclica, a produção causada pelos
resíduos pecuários derivados do confinamento de animais, acaba provocando danos ao
próprio animal, ao homem que trabalha no sistema produtivo e ao meio ambiente como um
todo, uma vez que pode ser causa de doenças nos animais e no homem, ocasionando prejuízo
ao próprio empreendimento.
Sabendo que nos últimos anos o destino final dos resíduos urbanos e industriais do
agronegócio e a poluição ambiental tornaram-se assunto de grande relevância mundial,
chegando até mesmo a serem alvos de uma grande conferência mundial, promovida pela
ONU, a “II Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento”, no
Rio de Janeiro em 1992.
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Sendo assim a grande produção de bois tem uma consequência muita séria, que acaba
acarretando uma grande produção de dejetos, onde o manejo inadequado desses pode ser
responsável pela poluição de vários ambientes, sendo eles: águas superficiais e subterrâneas,
pela maior emissão de gases com alto potencial de causar efeito estufa e pelo acúmulo nos
solos, devido ao alto teor de matéria orgânica e agentes patogênicos (MACHADO, 2011).
Quando o ambiente está inserido dentro da atividade agropecuária, ele sofre forte
contaminação do solo ocorre por sobrecarga da capacidade de filtração do solo e retenção dos
nutrientes do esterco, pois o mesmo satura e não consegue eliminar todas as fezes. Quando
isso acontece, alguns destes nutrientes podem atingir as águas subterrâneas ou superficiais
acarretando problemas de contaminação (OLIVEIRA, 2003). A ocupação e uso do solo pelas
atividades agropecuárias alteram sensivelmente os processos biológicos, físicos e químicos
dos sistemas naturais. Estas alterações ocorridas nas características do solo se dão devido à
medida que o animal fica confinado, mesmo que em um curto espaço de tempo, para o
manejo do cotidiano da propriedade como, ordenha ou confinado, por exemplo, os dejetos
produzidos ficam concentrados e necessitam ser tratados para evitar esse tipo de poluição.
Como citado anteriormente esses gases são oriundos das emissões antrópicas de
metano (CH4) dióxido de carbono (CO2) e óxido nitroso (N2O) à atmosfera. O aumento da
concentração desses gases provoca o aquecimento superfície terrestre e destruição da camada
de ozônio na atmosfera. Os países mais desenvolvidos têm sido apontados como os principais
responsáveis pela situação atual da atmosfera do planeta, sendo a pecuária uma das maiores
responsáveis pelo efeito estufa e consequentemente pelo aquecimento global, onde o foco se
volta em acordos e reuniões climáticas para diminuírem as emissões desses gases no planeta.
Hoje em dia não tem mais espaço para esses modelos de produção mal organizados no
mercado, pois a sociedade está cada vez mais exigente em sistemas limpo, sustentáveis e com
consciência ambiental.
E a cada processo inovador que resulta na melhora do sistema é bem vindo, pois onde
ocorre agregação de valor no produto final da pecuária nacional, e um dos métodos de
tratamento desses dejetos é a biodigestão anaeróbia.
E por tudo citado anteriormente, não se pode deixar passar batido, a questão da
contaminação ambiental, devido a fortes atividades agrícolas nesses países em
desenvolvimento. Os dejetos como fator de impacto ambiental num sistema de produção de
ruminantes devem ser manejados com responsabilidade. Sendo assim, a utilização de
biodigestores no meio rural tem merecido destaques devidos aos aspectos de saneamento e
geração de energia, além de estimular a reciclagem orgânica de nutrientes (SANTOS LUCAS
JR., 2004).
Como definido pelo autor citado acima digestão anaeróbica é um processo através do
qual a matéria orgânica, como estrume, sobras de alimentação, resíduos de carne e resíduos
vegetais são estabilizados por microrganismos estritamente na ausência de ar. Durante esse
processo, alguns compostos orgânicos são convertidos, principalmente nos gases metano
(CH4) e dióxido de carbono (CO2), ocorre uma reciclagem do substrato proveniente dos
dejetos dos animais confinados.
Sendo assim a biodigestão anaeróbia proporciona diversas vantagens, entre elas estão
produção de gás combustível, controle e poluição das águas, controle dos odores, valorização
do efluente residual como biofertilizante e bioinseticida, remoção dos agentes patogênicos da
matéria orgânica. Tais benefícios direcionam ao mecanismo de desenvolvimento limpo
(MDL) que ainda possibilita acesso aos créditos de emissões reduzidas.
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Por tudo isso relatado (Pereira 2009) assinala os principais benefícios de instalação do
equipamento para biodigestão de dejetos bovinos:
Para (PEREIRA, 2009) outros desses benefícios os tratamentos desses efluentes pode
se processar por intermédio da fermentação anaeróbica (metânica) que além da capacidade de
despolui, permite valorizar um produto energético (Biogás) e ainda obter um excelente
fertilizante, cuja disponibilidade contribui para uma rápida amortização dos custos da
tecnologia instalada.
Também chamado de gás dos pântanos ou gás de esgoto, por ser naturalmente
produzido nestes ambientes, o biogás é um combustível gasoso composto por hidrocarbonetos
de cadeia curta e linear, principalmente metano (CH4) (65%). Sendo assim para a produção
de biogás o material orgânico, neste caso o dejeto animal é metabolizado através de digestão
anaeróbia, por uma mistura de microrganismos capazes de metabolizar carboidratos lipídeos e
proteínas produzindo, principalmente metano (CH4), dióxido de carbono (CO2) e material
celular (SANTOS 2007).
Com o agronegócio brasileiro cada vez mais dinâmico, é necessário varias mudanças
com o emprego de tecnologias diversas para conseguir o aumento da produtividade e ter um
bom retorno financeiro.
Fora que a recente crise energética e a alta dos preços do petróleo têm determinado
uma procura por alternativas energéticas no meio rural, para que se possa diminuir o custo
para produzir, ainda mais a agricultura que sofre interferência de inúmeras variáveis, clima,
demanda e mercados.
Sendo esse uma fonte rica de nutrientes, assim como a digestão anaeróbia são
liberados essencialmente metano e gás carbônico, formados C, O e H é de se esperar que a
concentração de outros elementos presentes no substrato aumente durante o processo (IEA
BIOENERGY, 2010; AMORIM, 2005; PETERSEN et al. 2007).
Como citado acima uma das alternativas possíveis de tratamento desses efluentes que
é processado pela fermentação anaeróbia, que além de tratar os dejetos bovinos, permite
valorizar um produto energético, o biogás e obter um fertilizante cuja disponibilidade
contribui para a rápida amortização dos custos da implantação do mesmo (PIRES, 1996).
A estrutura do biodigestor compõe se, basicamente por: uma câmara fechada na qual
uma biomassa (em geral dejetos de animais) é fermentada anaeróbicamente, isto é, sem a
presença de oxigênio. Como resultado desta fermentação ocorre à liberação de biogás e a
produção de biofertlizante.
O volume total do biodigestor deve ser calculado acrescido de 10%= 24.000m³ x 1.1=
26.400m³.
V=volume do biodigestor
h= altura do biodigestor
A1= área do fundo
A2= área da superfície
V= 3.000m³.
h= 4,2m.
Área do fundo= 480m².
Área da superfície=697m².
Largura do fundo=12m.
Comprimento do fundo=40m.
Largura da superfície=20,4m.
Comprimento da superfície=48,4m.
30
48,4
48,4
48,4
Área de terraplanagem:
153m de comprimento x 69m de largura= 10.550 m².
Escavação:
3.000m³ por biodigestor x 9 biodigestores= 27.000m³.
Broca
Para cada 2 metros de biodigestor é necessário a construção de 1 broca.
1245m/2= 622 brocas.
Cada broca possui 12m de ferro (10mm):
622 brocas x 12m de ferro(10mm)= 7470m de ferro (10mm).
Cada broca necessita de 0,147m³ de concreto:
622 brocas x 0,147m³ de concreto= 91,5m³ de concreto.
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Estribos:
barra de aço 5mm, colocados a cada 20cm.
1m de viga= 5 estribos= 3,5m.
1245m x 3,5m de aço 5mm= 4357m de aço 5mm.
Manta Plástica:
2 chapas de aço= 5cm/3mm ao longo da viga.
1245m x 2 chapas= 2490m de chapa de aço 5cm/3mm.
A tabela 1 apresenta todos os materias necessários para a construção dos biodigestores e seus
respectivos preços.
Diagnóstico
12kg de dejetos serão diluídos em 72 litros de água, gerando um total de 84 litros de resíduo
por animal por dia. Como são 10.000 animais, diariamente serão gerados 840.000 litros de
resíduos ou 840m³.
Separação de sólidos 20% é retido na peneira outros 80% passam para o biodigestor.
O volume total do biodigestor deve ser calculado acrescido de 10%= 20.160m³ x 1.1=
22.170m³.
V=volume do biodigestor
h= altura do biodigestor
A1= área do fundo
A2= área da superfície
V= 3100m³
h= 4m
Área do fundo= 588m²
Área da superfície=1100m²
Largura do fundo=14m.
Comprimento do fundo=42m.
Largura da superfície=22m.
Comprimento da superfície=50m.
2 2
50
22 22 22
4
50
2 22 2 22 2 22 2 22 2
Área de terraplanagem:
108m de comprimento x 98m de largura= 10.584 m².
Escavação:
3.100m³ por biodigestor x 7 biodigestores= 21.700m³.
Viga de 20 cm x 20 cm:
Cada metro de viga possui 5m de aço (10mm):
1008m x 5m de aço (10mm) = 5040m de aço (10mm).
Cada metro de viga é necessário 0,004m³ de concreto.
1008m x 0,004 m³ de concreto=4m³ de concreto.
Broca
Para cada 2 metros de biodigestor é necessário a construção de 1 broca.
1008m/2= 504 brocas.
Cada broca possui 12m de ferro (10mm):
37
Estribos:
barra de aço 5mm, colocados a cada 20cm.
1m de viga= 5 estribos= 3,5m.
1008m x 3,5m de aço 5mm= 3.528m de aço 5mm.
Manta Plástica:
2 chapas de aço= 5cm/3mm ao longo da viga.
1008m x 2 chapas= 2.016m de chapa de aço 5cm/3mm
A tabela 3 apresenta todos os materias necessários para a construção dos biodigestores e seus
respectivos preços.
A cada 15 dias são esvaziadas os piquetes de 666 animais que ficaram confinados por 60 dias
e produziram um total de 5040l de resíduos cada animal.
Leiras de compostagem
Base= 4m
Altura= 2m
Área= 2/3B x altura
Área= 5,33m³
As leiras são formadas a cada 15 dias, cada leira possui capacidade 335m³.
Serão necessárias 6 leiras de 4m de largura 62,5m de comprimento e volume de 335m³.
40
62,5
3 4 2 4 4 4 4 4
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a finalização do trabalho conclui - se que a implantação de um biodigestor é
muito vantajosa, pois gera uma dinâmica nova na cadeia produtiva, para o produtor rural e
para a bovinocultura nacional, em termos de referência em qualidade e sustentabilidade.
Pois a ideia retorna no tripé dos fatores para uma boa produção sustentável, incluindo
as novas exigências desse novo mercado consumidor onde o mesmo está sempre disposto a
absorver novas tecnologias e práticas de manejo dentro da criação de animais: econômica,
social e ambiental. Sendo assim, fechando todo um ciclo de produção e tornando toda
atividade rentável.
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Sendo assim as mudanças tem que ocorrer de dentro para fora do sistema de criação.
As mudanças devem ocorrer em outros elos da cadeia, como no governo, incentivando
produtores que fazem essa produção limpa em todo ciclo da cadeia através de incentivos
fiscais, premiações e melhorias estruturais como a logística que faz parte das atribuições do
governo.
Conclui – se então que não cabe só ao produtor essa busca por modernização e
dinamismo na pecuária em geral, mas sim a todos envolvidos na cadeia.
Pode – se concluir que essa nova maneira de produzir deve ser considerada como uma
conquista no sentido da modernização do setor.
Para que isso ocorra há muito a se fazer - principalmente aos pecuaristas e gestores da
cadeia produtiva - e é com esse novo olhar no sistema de produção reutilizando os dejetos da
cadeia e tornando o sistema cíclico e sustentável.
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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