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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS

Dione José Costa e Silva

ANÁLISE DOS BENEFÍCIOS ECONÔMICOS E AMBIENTAIS DA REUTILIZAÇÃO


DE DEJETOS NA PRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE EM CONFINAMENTO
COMERCIAL

Limeira
2016
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS

Dione José Costa e Silva

ANÁLISE DOS BENEFÍCIOS ECONÔMICOS E AMBIENTAIS DA REUTILIZAÇÃO


DE DEJETOS NA PRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE EM CONFINAMENTO
COMERCIAL

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em
Gestão do Agronegócio à Faculdade de
Ciências Aplicada da Universidade
Estadual de Campinas.

Orientador: Prof. Dr. Márcio Marcelo Belli

Limeira
2016
Ficha catalográfica
Universidade Estadual de Campinas
Biblioteca da Faculdade de Ciências Aplicadas
Renata Eleuterio da Silva - CRB 8/9281

Silva, Dione José Costa, 1985-


Si38a SilAnálise dos benefícios econômicos e ambientais da reutilização de dejetos na
produção de bovinos de corte em confinamento comercial / Dione José Costa e
Silva. – Limeira, SP : [s.n.], 2016.

SilOrientador: Márcio Marcelo Belli.


SilTrabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Estadual de
Campinas, Faculdade de Ciências Aplicadas.

Sil1. Confinamento. 2. Bovino - Criação. 3. Carne bovina. I. Belli, Márcio


Marcelo,1965-. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências
Aplicadas. III. Título.

Informações adicionais, complementares

Título em outro idioma: Analysis of the economic and environmental benefits of the reuse of
deposits in the production of cutting cattle in commercial confinement
Titulação: Bacharel em Gestão do Agronegócio
Banca examinadora:
Luiz Eduardo Gaio
Data de entrega do trabalho definitivo: 07-12-2016

Powered by TCPDF (www.tcpdf.org)


Agradecimentos

A Deus, por ter me proporcionado esse momento em minha vida, pois foi com muito
esforço, luta e dedicação que se alcançou tal feito, e sempre me aparou nos momentos difíceis
me mostrando o caminho certo e colocando as pessoas certas nos momentos difíceis da minha
vida.

A minha família que sempre me amparou nas horas difíceis, com um concelho ou até
mesmo uma bronca quando o cansaço e a insegurança eram grandes, em especial aos meus
pais, parceiros de uma vida, grandes exemplos de cidadãos de bem, que sempre lutaram por
aquilo que queriam e lutam até hoje, sempre me mostrado o caminho certo, onde me
mostraram que não é necessário prejudicar ninguém para crescer na vida e profissionalmente.

Ao professor Marcio Belli, que aceitou me orientar nessa etapa dos meus estudos, e ser
esse bom professor, que cobra, mas oferece todas as ferramentas para isso. Agradecer a
Faculdade de Ciências Aplicadas/ Unicamp, que possibilita a formação com qualidade dentro
de um dos maiores centros de pesquisa.

Ao meu amigo e parceiro Fábio Luis Henrique que me ajudou na elaboração desse
projeto e na parceria da vida, por que 2016 foi puxado, e ele esteve sempre presente em todos
os momentos, a minha grande amiga Kelcy Carolina Santos de Oliveira que também
disponibilizou grande parte do seu tempo pra me ajudar quando bateu um desespero.

Aos alunos da Faculdade Zootecnia e Engenharia de Alimentos tanto de graduação e


pós - graduação que colaboraram direto ou indiretamente na minha trajetória de estudos, pois
não foi fácil, e me deram conselhos quando necessário.
Resumo

O trabalho consiste em uma releitura, de outras teses, artigos e publicações, que visa mostrar
aos produtores da bovinocultura de corte as vantagens de investir em tratamento de dejetos na
pecuária nacional. Já é sabido por todos que os problemas climáticos e ambientais vêm
crescendo e ganhando grande repercussão no mercado nacional e internacional. A produção
de carne é um pouco defasada em algumas partes do ciclo de produção e para que possamos
nos firmar de vez na atividade com uma boa produtividade, qualidade e responsabilidade na
questão alimentar, produzindo muito com qualidade e responsabilidade, tanto nas questões
econômicas, quanto nas questões sociais e ambientais. Sendo essas questões o tripé de um
mercado bem estruturado, com o dinamismo com que todo comercio necessita, mas não se
esquecendo do meio em que se está inserido. Entretanto para que isso ocorra, é preciso buscar
alternativas viáveis e econômicas para que o produtor consiga aceitar e realizar as mudanças
necessárias de dentro para fora, sem que saia de sua atividade. Ao contrário, que seja uma
saída para que permaneça no mercado globalizado ativo e de caráter celetista onde os
visionários sobrevivem, produzem e ganham dinheiro com novas técnicas e formas de
produção. E esse estudo pega uma pequena parte desse sistema e tentar expor seus problemas,
soluções e benefícios dessas transformações que vem ocorrendo no mundo a fora, onde não
basta apenas produzir, sendo sim necessário produzir com responsabilidade e de maneira
sustentável. Um diferencial que atenda as novas demandas do novo mercado consumidor de
carne, onde a inovação é a siada mais rápida e talvez a mais concreta, onde reciclar é preciso.
Nesse trabalho foi possível comprovar os benefícios da implantação de um biodigestor na
pecuária de corte, ficando demonstrado a rentabilidade da ciclagem de dejetos.
Abstract

This work consists in a bibliographic search using theses, articles and publications that aim to
show the advances of bovine waste treatment. It is already known by all that climatic and
environmental problems have been increasing and gaining great repercussion in the national
and international market, meat production is a little archaic in some parts of the production
cycle. And so that we can establish ourselves once in the activity with a good productivity,
quality and responsibility in the food issue. Producing a lot, but with quality and
responsibility, both in economic, social and environmental issues. These issues being the
tripod of a well-structured market, with the dynamism that every trade needs but not
forgetting the environment in which it is inserted.However, for this to happen, it is necessary
to look for viable and economical alternatives so that the producer can accept and make the
necessary changes from the inside out, without leaving his activity. Rather, let it be an outlet
for it to remain in the globalized active, globalized marketplace where visionaries survive,
produce, and make money out of new techniques and ways of producing. And this study takes
a small part of this system and tries to expose its problems, solutions and benefits of these
transformations that are occurring in the outside world, where it is not enough to produce, it is
necessary to produce responsibly and sustainably. In the present work it is possible to attest
the cattle breeding environmental and economic benefits.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................10

2. METODOLOGIA .......................................................................................................................11

2.1. Objetivo Geral ......................................................................................................................11

2.2. Objetivos Específicos ............................................................................................................11

3. DESENVOLVIMENTO ..........................................................................................................12

3.1. Produção da bovinocultura de corte no Brasil................................................................12

3.1.1. Produção extensiva de bovinos de corte .....................................................................13

3.1.2. Produção semi-intensiva ............................................................................................14

3.1.3. Produção intensiva .....................................................................................................15

3.2. Sistema de Criação Confinado detalhado ............................................................................17

3.3. Impactos Ambientais dos dejetos bovinos ...........................................................................19

3.4. Benefícios do Tratamento de dejetos ...................................................................................24

3.5. Utilização e implantação de biodigestores ...........................................................................27

3.6 Simulações da instalação e utilização de um biodigestor em confinamento de bovinos de


corte .............................................................................................................................................28

3.6.1. Tratamento dos resíduos sem separação de sólidos diagnóstico ........................................29

3.6.2 Utilização e prática de compostagem ................................................................................38

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................40

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................42


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1. INTRODUÇÃO
A bovinocultura no Brasil tem uma grande variedade de sistema produtivo, atrelada a
sua grande dimensão territorial e condições climáticas favoráveis, com isso o país consegue
atender a vários mercados internacionais.

O rebanho bovino brasileiro chegou a 212,3 milhões de cabeças em 2014, um


acréscimo de 569 mil animais em relação a 2013. Com isso, o Brasil manteve-se como
segundo colocado no ranking mundial, atrás apenas da Índia (IBGE).

Favorecendo assim a criação no sistema extensivo, onde a produção é realizada a


pasto, com alta qualidade de pastagens e de desempenho animal. Já alternativa para produção
de bois (carne) no Brasil é a intensiva, que através de confinamento em áreas menores se faz a
concentração de animais.

Sendo assim essa pratica visa o aumento de peso de um boi em um tempo menor, que
visa aperfeiçoar a produção na pecuária. E a raça que mais se adaptou as condições climáticas
e ao sistema de produção intensivo (gado confinado), foi à raça Nelore, alcançando altos
níveis de engorda.

Por outro lado a preocupação maior desse sistema de produção são os dejetos, já que
sua produção é alarmante, pois nem todos os confinamentos se preocupam com a questão
ambiental e não tratam os dejetos para descartar.

As fontes de contaminação são diversas: solos, água, ar e proliferação de moscas que


prejudicam os animais da criação, interferindo de maneira direta no ecossistema ao entorno
dos confinamentos.

Tudo isso atrelado ao estereótipo que se cria em torno do mercado nacional, em cima
do produto final, como um produto poluente, que é mal visto em outros mercados
internacionais.

A implantação de um processo de tratamento desses dejetos através de um biodigestor


traz vários benefícios à produção de carne através do confinamento, que por si só sustenta
todo o processo, capaz de trazer vários benefícios ao produtor.

Como citado anteriormente o aumento da produção em confinamento tem preocupado


vários órgãos ambientais, devido à alta produção de dejetos do sistema de produção, com
11

elevado grau de poluentes. A busca para solucionar tal problema vem crescendo, devido à
demanda por novos mercados que fazem restrições as carnes derivadas de sistemas poluentes.

Na produção de carnes não é só problemas, a geração de dejetos no confinamento bem


manejada e bem tratada traz benefícios ao produtor, com a produção de biogás, biofertilizante
e a diminuição da emissão de gás carbônico no meio ambiente.

Em ambos os casos em alta no mercado nacional e internacional, que trazem uma


fonte de renda a mais para a propriedade, como alternativa de fonte de energia renovável e o
biofertilizante que pode ser utilizado na agricultura diminuindo assim o uso de fertilizantes
nas lavouras reduzindo assim custo com a produção.

O objetivo deste estudo é fazer o levantamento de dados que demonstram a relação do


custo de implantação e benefícios econômicos e ambientais, do tratamento de dejetos de
bovinos confinados ao produtor.

2. METODOLOGIA
Este trabalho foi feito com base em uma pesquisa exploratória bibliográfica, segundo
Antônio Carlos Gil tem o caráter de tornar o problema abordado na análise mais explicito ou
de construir hipóteses.

Sendo assim o objetivo principal é o aprimoramento das ideias, abordando vários


aspectos relativos ao fato estudado que estimulem a compreensão e elaboração de novas
soluções dentro da sociedade, que é uma das partes afetadas pelo problema abordado na
pesquisa.

2.1. Objetivo Geral


O objetivo geral desse trabalho foi fazer um estudo voltado à eficiência econômica da
implantação de um biodigestor na bovinocultura de corte.

2.2. Objetivos Específicos


Os objetivos específicos desse trabalho foram:

- Comparar os benefícios econômicos da implantação do biodigestor;

- Abordar os ganhos ambientais e sociais gerados dentro e fora da cadeia produtiva de


carnes;

- Citar os problemas ambientais envolvidos nessa atividade;


12

- Mostrar as soluções para os dejetos dos confinamentos.

3. DESENVOLVIMENTO

3.1. Produção da bovinocultura de corte no Brasil


A dimensão continental do Brasil, a variedade de ecossistemas e a diversidade
socioeconômica das regiões e dos produtores, fazem com que a pecuária brasileira apresente
uma gama considerável de estratégias para quanto aos sistemas de produção na bovinocultura
de corte (figura 1). Propõem uma classificação com base nos regimes alimentares e a idade de
abate dos animais:

a) produção extensiva – regime exclusivo de pastagem tratando-se de um sistema tradicional


e mais explorado no Brasil, abrangendo as fases de recrias e engorda em mais de 36 meses.
Exige pouco investimento na fase de cria, praticamente é utilizado sal mineral para as
matrizes, priorizando o ganho de peso no período das águas com uso de sal mineral com um
consumo de 60 a 80 g/dia e ganho médio de 500 g/dia, já no período da seca pode-se utilizar a
suplementação com mistura de sal mineral e uréia para evitar a perda de peso.

b) produção semi-intensiva – pastagem mais suplementação a pasto sendo opção da


utilização de creep-feeding na cria, com os animais passando por 2 secas e 1 período de águas
após da desmama. Nos períodos de seca se faz necessária a suplementação proteica para as
condições brasileiras (recria e engorda).

c) produção intensiva– pastagem mais suplementação em pasto e confinamento.

Figura 1. Diferentes idades de e ganho de peso ao abate de bovinos de corte


mantidos em diferentes estratégias de sistema de produção (FIGUEIREDO et al.,
2007).
13

3.1.1. Produção extensiva de bovinos de corte


Dos vários sistemas utilizados na criação de bois no Brasil, ou seja, na produção de
carnes o sistema extensivo é o mais prático e econômico, por isso é o mais empregado na
pecuária nacional (Figura 2).

Devido a grande extensão territorial, as condições climáticas favoráveis a sua


implantação se tornou muito viável nas décadas de 80 e 90, custo terra boi foi uma forma de
investimento e poupança, pelo baixo risco e sua liquidez, (IBGE 2006).

Sendo assim tornou se uma forma de desbravar o centro oeste e o norte do país, e uma
forma extrativista, pois existem duas formas de pastagens: a nativa que foi bastante utilizada
no começo e a cultivada que foram implantadas novas variedades de capim com valores
maiores de proteína e energia.

Conforme descrito acima isso só ocorreu com a ajuda da tecnologia e centros de


pesquisas, umas das vantagens competitivas são a de fixar carbono pelas pastagens agregando
valor no produto final, conquistando novos mercados exigentes em sustentabilidades e bem
estar animal, criando assim selos do tipo, boi verde, segundo (SOUSA et al., 1997).

Também a pontos negativos nesse sistema de criação, pela grande extensão territorial
que necessita, o mesmo causa degradação ao meio que é implantado afetando o meio
ambiente ao seu redor.

Os problemas são: redução da fertilidade do solo, erosão (causada pelo transporte de


animais na área), lixiviação, fixação e acúmulos nos malhadouros, onde os animais se alocam
para beber água e manejo com animais.

Portanto ocorreu a necessidade de um aprimoramento do sistema, pois é um sistema


antigo e defasado e onde mudanças causam estranheza e preocupação. A palavra chave nesse
caso é a produtividade animal (ALENCAR, POTT, 2003).

E esse sistema de produção é determinado por dois componentes: raça (desempenho


animal, melhoramento genético) e a capacidade de suporte (números de animais por unidades
de área) pesquisas zootécnicas, parcerias com empresas publicas e privadas que buscam um
novo norte na criação de bois no Brasil.

O desafio é grande, e bate na mesma tecla melhoramento genético, com isso se


diminui o custo, ou seja, o tempo de pasto, através de novilhos precoces que acabam
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diminuindo os efeitos negativos da produção de algumas fases da criação (BARIONI et al.


2006).

Figura 2. Modelo de Sistema de produção extensivo de


bovino de corte (Elaborado pelo autor).

3.1.2. Produção semi-intensiva


Como citado no sistema anterior de produção bovina no Brasil visa diminuir o tempo
de pasto da criação, esse sistema tem por fundamento um ciclo mais curto de produção
através da suplementação (Figura 3).

E a mesma é feita para atender as necessidades proteicas e energéticas do rebanho, que


no sistema extensivo passa por uma escassez periódica de forragem, a suplementação visa
atender essa carência de oferta de nutrientes para que o animal não perca peso no decorrer do
tempo de pasto, inclusive no tempo da seca (CEZAR et al., 2005).

Para atender essas necessidades metabólicas são ofertados alimentos como: farelo de
soja, milho, sorgo e poupa cítrica e etc. Que complementa a falta de pastagens, que tentam
evitar assim a concentração da oferta de carne em determinadas épocas do ano.
15

Sendo assim tudo isso só vai dar resultados favoráveis, se o rebanho tiver um potencial
genético alto, ou seja, um caixa maior no ganho de peso e na conversão alimentar dos
animais, outros índices zootécnicos também tem que ser levados em conta como: herança
genética, manejo, ambientes e preços dos insumos que viabilizam economicamente toda a
dinâmica do processo, tornando assim rentável ao pecuarista.

Um sistema nessas condições de produção de carne é muito vulnerável a custo, ou


seja, a elevação de preços da arroba do boi ou há de preços de insumos vai delimitar o quanto
investir no processo de produção de carne (HELFAND, REZENDE 2003; BARONI et al.,
2006; BARCELLOS et al., 2008).

Figura 3. Modelo de Sistema de produção semi-intensivo


de bovino de corte (fonte – Norte Agropecuária).

3.1.3. Produção intensiva


A característica marcante desse sistema de criação é a concentração de grandes
números de animais em uma área pequena cercada onde tanto os alimentos e água são
fornecidos nos cochos (Figura 4).

Esse sistema procura uma melhor qualidade na carne, ou seja, no produto final, um
corte diferenciado, um marmoreio, que posa dar um valor agregado no produto, muito
utilizado na terminação dos animais, pré abate, (BARIONI et al 2006).

Ocorrem no Brasil hoje três tipos predominantes de confinadores, o próprio criador


que confina seus próprios animais da sua propriedade, o criador de recria e engorda que
confina os animais adquiridos através da compra de outros criadores e os pecuaristas que
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praticam o conhecido “boitel” onde os animais de diferentes criadores ficam para serem
engordados, onde o criador responsável pelo sistema fica incumbido de alimentar esses
animais, e o mesmo cobra pela utilização de suas instalações e pelo tempo que lá
permanecerem, da fase de terminação ao abate dos mesmo, segundo Cezar et al (2005).

Já com relação ao ciclo do sistema vai depender muito do peso com que os animais
entram para ser confinados, mas em média gira em torno de 90 a 300 dias dependendo do
manejo aplicado.

Hoje em dia existem vários mecanismos para acertar o abate de um animal terminado
com uma alta qualidade de carcaça, para que ocorra uma premiação do frigorifico para com o
pecuarista, isso ocorre através do ultrassom que denomina a área de gordura no animal,
(Sousa et al., 1997).

Sendo assim como citado nos outros sistemas os aspectos zootécnicos são muitos
importantes, assim como a qualidade dos alimentos fornecidos e o ambiente em que os
animais estão inseridos, tudo isso para que ocorra uma maior conversão alimentar, e que tenha
um tempo de cocho menor.

Sendo assim há vários aspectos que dificultam a implantação do sistema, e um deles é


o alto custo com alimentação, que é por esse motivo vários confinamentos tem se mudado
para as áreas com alta produção de matérias primas para a fabricação de rações, como regiões
produtoras de milho, soja e sorgo, isso é comum no centro oeste do Brasil, (CARDOSO
2000).

Outro ponto negativo nesse sistema é a questão ambiental, pela alta produção de
dejetos que ocasionam uma alta contaminação do meio ambiente que está inserido, poluem
solos, ar e a proliferação de vetores como mosca entre outros.

E o mercado nacional e internacional tem adquirido uma consciência ambiental muito


forte, e produtos provenientes desses sistemas tem ficado fora de mercados muito importantes
como os mercados europeus e asiáticos.

A bovinocultura de corte no Brasil, numa análise retrospectiva, era caracterizada pelo


atraso, resistência às inovações tecnológicas e gestão defasada, o que marcou negativamente a
atividade ao longo de várias décadas. Contudo, a bovinocultura de corte contrapõe-se
fortemente a essa situação e passa a utilizar importantes inovações na gestão e no uso de
17

tecnologias (BARCELLOS, et al. 2004). A convivência com a estagnação da pecuária deve-se


ao fato do efetivo bovino ter servido de reserva de capital durante a época de inflação, além
de ter sido o principal instrumento de consolidação das fronteiras agrícolas do país, baseado
no modelo de exploração extensiva e alicerçada no grande fluxo do fator terra.

Figura 4. Modelo de sistema de produção intensivo de


bovino de corte (Elaborado pelo autor).

3.2. Sistema de Criação Confinado detalhado


Como citado anteriormente nesse estudo, há várias maneiras de se produzir carne para
atender as demandas nacionais e internacionais da indústria alimentícia e das demais cadeias
comunicadoras como: frigoríficos, supermercados e franquias de “fast foods”.

Cabe ao produtor estudar um dos sistemas e se adequar as maneiras de criar e produzir


carnes de qualidade e com valor agregado.

E no Brasil uma boa alternativa para isso é a criação do sistema de confinamento, onde
visa o fornecimento de água e alimento no cocho para os animais, com o objetivo de diminuir
o espaço a ser usado, aumentando a taxa de lotação e fazendo com que os animais confinados
não tenham que caminhar por longas distâncias até alcançar seu alimento, por consequência o
animal gastará menos energia, e a mesma será poupada para a conversão de carne,
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melhorando sua conversão alimentar, por outro lado também terá a diminuição dos custos de
irrigação (SANTOS et al. 2011).

Sendo assim para que isso ocorra da melhor forma é necessária que a estrutura esteja
adequada à forma de criação, e tudo gire em torno do bem estar animal: Com relação à
alimentação dos animais deverá ser de boa qualidade garantindo o fornecimento de todos os
nutrientes essenciais, a dieta deve ter seu maior porcentual de concentrado, o mesmo sendo
produzido fora da área na qual se desenvolve a atividade pecuária.

Também a questão do melhoramento genético, é levada em conta para que ocorra a


diminuição de tempo de cocho e o animal fique terminado em um tempo menor que o comum,
selecionando novilhos com boa precocidade.

É uma atividade que visa atender mercados locais e internacionais, por isso é
extremamente móvel e sua localização depende principalmente de critérios econômicos e
sanitários.

Onde o fator econômico é favorecido, pelo baixo custo na aquisição de matérias


primas para fabricação de concentrados e volumosos com preços acessíveis, onde a
localização do mesmo esteja perto de zonas produtoras de milho e soja. Já a questão sanitária
deve-se a localidades livres de doenças como a Febre Aftosa, e as questões dos dejetos dos
animais e resíduos do processo sejam levadas em consideração para que ocorra a agregação
de valor no produto final (HAAN; STEINFELD; BLACKBURN, 1997).

Tornando assim a pecuária parecida com um sistema industrial de produção, onde são
levados em conta os processos de mecanização e automação nos processos de produção.

Para que a qualidade de vida do animal seja um pouco melhor e nada interfira no
ganho de peso e cause prejuízo ao produtor, várias práticas são necessárias. E para que isso
ocorra, o animal tem que sofrer o mínimo de estrés possível, isso no dia a dia com o trato e
com o manejo dos mesmos em dias de pesagem, vacinação e marcação. Tudo isso só irá
ocorrer e dar certo se a estrutura e a mão de obra do confinamento forem de qualidade e
centrada em um único propósito, que é a qualidade no produto final para atender exigências
dos mercados interno e externo segundo (Silva, 2009).

Tendo em vista tudo o que foi citado acima a melhor técnica do confinamento de
bovinos deve-se empregar estrategicamente para aproveitar com maior eficácia todos os
19

recursos disponíveis na propriedade, integrando lavoura com pecuária quando houver


necessidade de baixar os gastos de produção.

E muitos produtores se utilizam disso, pode ser uma maneira de aliviar os pastos na
seca, aumentar a renda da propriedade, tendo em vista que reduz a idade de abate dos animais,
colocando no mercado uma carne de qualidade, melhorando a produtividade do sistema de
criação e aproveitando o preço do mesmo, pois o produto final entra mais cedo no mercado
(EMBRAPA, 2014).

De maneira geral cada pecuarista adota um tipo de sistema de criação (confinamento),


começa um pouco antes da seca (maio) até um pouco depois do início do período chuvoso
(dezembro), havendo situações praticadas durante todo ano.

Mas comumente se concentra nos meses de junho a outubro. A duração dos mesmos
varia entre 60 e 110 dias, com um tempo médio em torno de 90 dias. Períodos mais longos
(240 dias) não são praticados nos sistemas que produzem o novilho “superprecoce” abatido
com 13 a 16 meses de idade,

Já em outros sistemas de criação que usam o confinamento para completar o peso de


abate e promover o “acabamento” da carcaça (cobertura de gordura), os animais entram no
confinamento com peso médio de 350 kg e saem com 470 kg ou até mais, com idade entre 24
e 36 meses (CEZAR et al. 2005).

Está cada vez mais difícil de produzir no Brasil nos tempos atuais, com elevados
custos de transporte e produção, cabe ao gestor (pecuarista) transformar seu sistema de
produção em algo dinâmico e eficaz, atendendo as exigências dos consumidores e de novos
mercados com produtos diferenciados.

3.3. Impactos Ambientais dos dejetos bovinos


Com o aumento constante e crescente da população mundial, a questão alimentar em
fornecer alimento com qualidade e segurança, vem crescendo e muito no mundo, e a questão
ambiental e sustentável vem ganhando grande espaço nos mercados internacionais, segundo a
FAO.

“As constantes dúvidas em relação ao futuro do meio ambiente são uma das várias
consequências das transformações que marcaram a segunda metade do século XX”.
(BELLEN, 2005).
20

Sendo assim tudo que o homem faz ou transforma no meio em que se vive tem um
efeito, onde pratica e aplica as suas atividades, tirando do meio ambiente e retornando ao
mesmo um resíduo ou efluente de alta qualidade que pode significar um ganho econômico,
ambiental e social.

Com a tecnificação e desenvolvimento e a modernização dos meios de produção


também refletiram na agropecuária, com a introdução da mecanização e automatização.

Para atender essa demanda por alimentos a utilização do sistema de confinamento,


exige alguns cuidados quanto à disposição dos resíduos produzidos. O acúmulo de fezes,
urina e restos dos alimentos provindo da criação dos rebanhos deverá ser tratado e disposto
corretamente para que não ocorra a poluição do meio ambiente. Quando os dejetos são
dispostos incorretamente, podem ocasionar a poluição do solo (fitotoxidade) e do ar (devido
às emissões de gases ácidos e gases do efeito estufa), a eutrofização de lençóis freáticos e de
corpos d’água (devido ao aumento da carga orgânica disponível, que pode provocar o
aumento excessivo de algas, diminuindo a oxigenação, e provocando a morte de peixes e de
outros organismos presentes na água), e a proliferação de vetores como moscas e varejeiras
que podem transmitir doenças aos animais e ao ser humano, (Amaral et al. 2004).

Segundo Pereira (2009), de uma forma continua e cíclica, a produção causada pelos
resíduos pecuários derivados do confinamento de animais, acaba provocando danos ao
próprio animal, ao homem que trabalha no sistema produtivo e ao meio ambiente como um
todo, uma vez que pode ser causa de doenças nos animais e no homem, ocasionando prejuízo
ao próprio empreendimento.

Perante este panorama e com o crescente desenvolvimento de explorações que


recorrem à produção intensiva estabulada, torna-se imprescindível a implementação de
sistemas de gestão de resíduos pecuários que constituam alternativas eficazes e razoáveis do
ponto de vista econômico, para o tratamento dos efluentes de origem bovina.

Sabendo que nos últimos anos o destino final dos resíduos urbanos e industriais do
agronegócio e a poluição ambiental tornaram-se assunto de grande relevância mundial,
chegando até mesmo a serem alvos de uma grande conferência mundial, promovida pela
ONU, a “II Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento”, no
Rio de Janeiro em 1992.
21

Sendo assim a grande produção de bois tem uma consequência muita séria, que acaba
acarretando uma grande produção de dejetos, onde o manejo inadequado desses pode ser
responsável pela poluição de vários ambientes, sendo eles: águas superficiais e subterrâneas,
pela maior emissão de gases com alto potencial de causar efeito estufa e pelo acúmulo nos
solos, devido ao alto teor de matéria orgânica e agentes patogênicos (MACHADO, 2011).

O grande volume de produtos residuais oriundos dos confinamentos consiste em


esterco e urina, que, devido ao elevado teor de umidade, estão sujeitos aos processos de
lixiviação e percolação no solo, movendo através de vários substratos para atingir a água
subterrânea. O manejo dos dejetos gerados pelos animais é uma importante prática, em que
consiste um manejo adequado quanto a sua disposição no final do ciclo, visto que a produção
diária de fezes e urina corresponde a cerca de 6% do peso vivo do animal adulto (HADDAD,
1995), podendo chegar a um volume total entre 24 a 30 kg diários, para animais confinados.

O manejo envolve diversas etapas, como produção e coleta, armazenagem, tratamento,


distribuição e utilização dos dejetos, onde influenciam as principais fontes de contaminação
como solo, água e ar.

Quando o ambiente está inserido dentro da atividade agropecuária, ele sofre forte
contaminação do solo ocorre por sobrecarga da capacidade de filtração do solo e retenção dos
nutrientes do esterco, pois o mesmo satura e não consegue eliminar todas as fezes. Quando
isso acontece, alguns destes nutrientes podem atingir as águas subterrâneas ou superficiais
acarretando problemas de contaminação (OLIVEIRA, 2003). A ocupação e uso do solo pelas
atividades agropecuárias alteram sensivelmente os processos biológicos, físicos e químicos
dos sistemas naturais. Estas alterações ocorridas nas características do solo se dão devido à
medida que o animal fica confinado, mesmo que em um curto espaço de tempo, para o
manejo do cotidiano da propriedade como, ordenha ou confinado, por exemplo, os dejetos
produzidos ficam concentrados e necessitam ser tratados para evitar esse tipo de poluição.

Já a contaminação da água ocorre por organismos patogênicos liberados pela urina e


fezes, dentre elas a Salmonella e a E. coli, são comuns pois os animais passam por manejos
fitossanitários dentro da propriedade e um desses manejos é a vemifugação dos animais contra
endoparasitas. Também a eutrofização da água é decorrente do mau uso dos dejetos ou de
descarga nos rios sem devido tratamento, (Campos 1997).
22

O comprometimento da qualidade da água para fins de abastecimento doméstico é


decorrente de poluição causada por diferentes fontes, tais como efluentes domésticos,
industrial e deflúvio superficial urbano e agrícola. Os efluentes domésticos, por exemplo, são
constituídos basicamente por contaminantes orgânicos, nutrientes e microrganismos, que
podem ser patogênicos como citado acima. A legislação ambiental tem estabelecido regras
para o lançamento de efluentes industriais e a tendência é de existir um maior controle sobre
esses poluentes.

Como as atividades agropecuárias são de grandes dimensões e bastantes dinâmicas, os


poluentes resultantes do deflúvio superficial agrícola são constituídos de sedimentos,
nutrientes, agroquímicos e dejetos animais. Para as condições brasileiras não se tem
quantificado o quanto esses poluentes contribuem para a degradação de recursos hídricos. Nos
Estados Unidos, no entanto, admite-se que 50% e 60% de carga poluente que contamina os
lagos e rios respectivamente, são provenientes da agricultura (PIMENTEL et al., 1992).

A poluição atmosférica ocorre através das emissões de gases malcheirosos e moscas


são problemas de poluição ambiental provocados pelos dejetos animais oriundos dos diversos
sistemas de produção animal.

Como citado anteriormente esses gases são oriundos das emissões antrópicas de
metano (CH4) dióxido de carbono (CO2) e óxido nitroso (N2O) à atmosfera. O aumento da
concentração desses gases provoca o aquecimento superfície terrestre e destruição da camada
de ozônio na atmosfera. Os países mais desenvolvidos têm sido apontados como os principais
responsáveis pela situação atual da atmosfera do planeta, sendo a pecuária uma das maiores
responsáveis pelo efeito estufa e consequentemente pelo aquecimento global, onde o foco se
volta em acordos e reuniões climáticas para diminuírem as emissões desses gases no planeta.

Hoje em dia não tem mais espaço para esses modelos de produção mal organizados no
mercado, pois a sociedade está cada vez mais exigente em sistemas limpo, sustentáveis e com
consciência ambiental.

E a cada processo inovador que resulta na melhora do sistema é bem vindo, pois onde
ocorre agregação de valor no produto final da pecuária nacional, e um dos métodos de
tratamento desses dejetos é a biodigestão anaeróbia.

Atualmente, o profissional chamado de “produtor rural” ou “empresário rural” é


aquele proprietário de terra ou simplesmente um investidor que se associa a um proprietário
23

de terra através de ferramentas de gestão conduz a atividade agropecuária com enfoque


empresarial (SILVA, 2009).

Segundo (Xavier 2009), a intensidade da produção animal é o fator da extensão do


impacto ambiental.

E por tudo citado anteriormente, não se pode deixar passar batido, a questão da
contaminação ambiental, devido a fortes atividades agrícolas nesses países em
desenvolvimento. Os dejetos como fator de impacto ambiental num sistema de produção de
ruminantes devem ser manejados com responsabilidade. Sendo assim, a utilização de
biodigestores no meio rural tem merecido destaques devidos aos aspectos de saneamento e
geração de energia, além de estimular a reciclagem orgânica de nutrientes (SANTOS LUCAS
JR., 2004).

Como definido pelo autor citado acima digestão anaeróbica é um processo através do
qual a matéria orgânica, como estrume, sobras de alimentação, resíduos de carne e resíduos
vegetais são estabilizados por microrganismos estritamente na ausência de ar. Durante esse
processo, alguns compostos orgânicos são convertidos, principalmente nos gases metano
(CH4) e dióxido de carbono (CO2), ocorre uma reciclagem do substrato proveniente dos
dejetos dos animais confinados.

Na prática, tanques especialmente concebidos e isolados são utilizados para facilitar o


processo de digestão anaeróbica sob uma atmosfera controlada, o mesmo deve ocorrer em
uma câmara sem a presença de ar, para que os microrganismos possam fazer a reciclagem da
matéria orgânica.

Quando os dejetos sofrem ação da fermentação anaeróbica dentro do digestor, após a


conclusão deste processo, têm valor nutritivo e podem ser aplicados ao solo tendo a vantagem
de possuir muito menos odor, em comparação com o estrume armazenado
(NAVARATNASAMY E POPWORTH, 2007).

Sendo assim a biodigestão anaeróbia proporciona diversas vantagens, entre elas estão
produção de gás combustível, controle e poluição das águas, controle dos odores, valorização
do efluente residual como biofertilizante e bioinseticida, remoção dos agentes patogênicos da
matéria orgânica. Tais benefícios direcionam ao mecanismo de desenvolvimento limpo
(MDL) que ainda possibilita acesso aos créditos de emissões reduzidas.
24

Por tudo isso relatado (Pereira 2009) assinala os principais benefícios de instalação do
equipamento para biodigestão de dejetos bovinos:

a) Baixo custo de implantação e operacional;


b) Adequada eficiência na remoção das diversas categorias de poluentes;
c) Não há consumo de energia elétrica uma vez que dispensa o uso de bombas,
baixa demanda de área, reduzindo os custos de implantação,
d) Produção de metano, gás de elevado teor calorífico, e,
e) Produção de biofertilizante, visando a sua aplicação com fertilização de
culturas agrícolas;

Para (PEREIRA, 2009) outros desses benefícios os tratamentos desses efluentes pode
se processar por intermédio da fermentação anaeróbica (metânica) que além da capacidade de
despolui, permite valorizar um produto energético (Biogás) e ainda obter um excelente
fertilizante, cuja disponibilidade contribui para uma rápida amortização dos custos da
tecnologia instalada.

Figura 5. Esquema de Biodigestor de fluxo contínuo. Fonte: EMBRAPA (2009).

3.4. Benefícios do Tratamento de dejetos


Depois que os dejetos passam pelo processo de digestão anaeróbia e se transformam,
surgem dois tipos de efluentes, um gasoso denominado Biogás, e o outro líquido conhecido
como Biofertilizante, comumente utilizado na agricultura como um excelente fertilizante,
todos esses subprodutos de excelente qualidade e com alto valor de mercado.
25

Já o Biogás está sendo empregado na produção de energia renovável, tendo no seu


processo de produção um ciclo limpo e com baixo custo de produção, (Oliveira 2004).

O mesmo é o produto final da degradação anaeróbia de matéria orgânica pela via


metanogênica. Assim pode-se relacionar a produção de biogás de matéria orgânica removida
no processo de digestão.

Segundo (Lo e Liao 1987) a composição do biogás analisada por meio de


cromatografia gasosa, ao longo das fases operacionais resultou na concentração muito alta do
gás metano e em nenhuma das análises foi observada a presença de sulfeto. A ausência de
sulfeto no biogás facilita o beneficiamento do biogás.

Também chamado de gás dos pântanos ou gás de esgoto, por ser naturalmente
produzido nestes ambientes, o biogás é um combustível gasoso composto por hidrocarbonetos
de cadeia curta e linear, principalmente metano (CH4) (65%). Sendo assim para a produção
de biogás o material orgânico, neste caso o dejeto animal é metabolizado através de digestão
anaeróbia, por uma mistura de microrganismos capazes de metabolizar carboidratos lipídeos e
proteínas produzindo, principalmente metano (CH4), dióxido de carbono (CO2) e material
celular (SANTOS 2007).

O processo de digestão anaeróbio é conhecido como biometanização e compreende


um sistema biológico delicadamente balanceado, onde cada microrganismo tem uma função
essencial. Tal processo de biometanização envolve quatro fases: hidrólise, acidogênese,
acetogênese e metanogênese.

Sendo que na primeira fase no processo de degradação anaeróbia consiste na hidrólise


de materiais particulados complexos (polímeros) em materiais dissolvidos mais simples
(monômeros) os quais podem atravessar as paredes celulares das bactérias fermentativas. Esta
conversão de materiais particulados em materiais dissolvidos é conseguida através da ação de
enzimas excretadas pelas bactérias fermentativas hidrolíticas (EMBRAPA).

A grande responsável pela transformação do substrato em ácido acético, hidrogênio,


dióxido de carbono, ácido fórmico, metanol, metalaminas e monóxido de carbono um dos
últimos passos para a formação do biogás é a fase de metanogênese. Estima-se que a digestão
anaeróbia com formação de metano seja responsável pela completa mineralização de 5 a 10%
de toda a matéria orgânica disponível na terra (SANTOS 2001).
26

Com o agronegócio brasileiro cada vez mais dinâmico, é necessário varias mudanças
com o emprego de tecnologias diversas para conseguir o aumento da produtividade e ter um
bom retorno financeiro.

Sendo assim a produção de biogás a partir dos dejetos do confinamento de bovinos


pode resultar em autossuficiência energética, também gera renda pela comercialização da
energia limpa excedente para rede só pela ideia de independência energética por si só são
atrativos para a implementação de um sistema desses.

Já a possibilidade de redução de passivos (econômico e ambiental) e a geração de


ativos como caso de publicidade, subsídio para fomento do empreendimento, certificações,
bonificações em mercados específicos que valorizam modelos de negócios sustentáveis, como
os mercados europeus também tornam a implantação do sistema atrativo.

Segundo (Lucas JR 2004) a geração de energia elétrica a partir da combustão de


biogás proveniente de esterco de confinamento da pecuária é também, uma quebra de
paradigma num setor extremamente tradicionalista como a pecuária no Brasil apesar dos
avanços no desenvolvimento das técnicas empregadas na produção agrária no país como
investimento em tecnologia e profissionais capacitados.

Fora que a recente crise energética e a alta dos preços do petróleo têm determinado
uma procura por alternativas energéticas no meio rural, para que se possa diminuir o custo
para produzir, ainda mais a agricultura que sofre interferência de inúmeras variáveis, clima,
demanda e mercados.

O outro substrato tão importante como o biogás é o biofertilizante ou adubo orgânico


advindo dos dejetos de animais, pode ser utilizado como fertilizante de alta qualidade em
lavouras e pastagens, diminuindo os custos com adubo, não comprometendo a tipologia do
solo e também sem causar danos ao meio ambiente. Para que não cause danos o produtor deve
saber as exigências do solo através de analises do mesmo, e a composição dos dejetos, vai
saber ao certo o local e a área certa para sua aplicação (MIRANDA, ZARDO, GOSMANN,
2009).

Aplicado de maneira correta o biofertilizante pode representar em um ganho da


produção agrícola, pode ser utilizado na adubação de vários sistemas de produção, nas de
grãos, fruticultura, pastagens e reflorestamento ou na utilização de áreas degradadas (Xavier
2009).
27

Sendo esse uma fonte rica de nutrientes, assim como a digestão anaeróbia são
liberados essencialmente metano e gás carbônico, formados C, O e H é de se esperar que a
concentração de outros elementos presentes no substrato aumente durante o processo (IEA
BIOENERGY, 2010; AMORIM, 2005; PETERSEN et al. 2007).

Segundo (Amorim 2005) a concentração dos nutrientes aumenta no efluente quando


comparada com a do afluente. Isso se deve ao processo de fermentação anaeróbica, torna a
biomassa mais rica em nutrientes limpos, para a aplicação do mesmo na agricultura dando
uma economia nos custos com adubos e a utilização de ótimo fertilizante com altas taxas de
nutrientes fundamentais para as plantas.

Vários trabalhos e estudos inclusive no Brasil, já trataram da análise da contribuição


do biofertilizante no desempenho de plantas e nas características do solo. (Tomaz et al. 2011)
mostram uma análise do uso do biofertilizante na agricultura brasileira. Em estudos
conduzidos por (Ribeiro e Mangaravite 2009), com uso de dosagens de biofertilizante
resultantes da biodigestão de substratos com composições variáveis, em plantações de milho,
verificou-se diferença significativa de desempenho da planta em termos de matéria seca.

3.5. Utilização e implantação de biodigestores


E para que ocorra toda essa transformação no substrato altamente poluente em resíduo
de qualidade com grande potencial econômico e social é preciso uma ferramenta muito
importante para esse processo de fermentação anaeróbia, o biodigestor.

Como citado acima uma das alternativas possíveis de tratamento desses efluentes que
é processado pela fermentação anaeróbia, que além de tratar os dejetos bovinos, permite
valorizar um produto energético, o biogás e obter um fertilizante cuja disponibilidade
contribui para a rápida amortização dos custos da implantação do mesmo (PIRES, 1996).

A estrutura do biodigestor compõe se, basicamente por: uma câmara fechada na qual
uma biomassa (em geral dejetos de animais) é fermentada anaeróbicamente, isto é, sem a
presença de oxigênio. Como resultado desta fermentação ocorre à liberação de biogás e a
produção de biofertlizante.

Sendo assim é possível definir biodigestor como um equipamento destinado a conter a


biomassa e seu produto: o biogás. Segundo (Barrera 1993), “o biodigestor, como toda grande
ideia é genial por sua simplicidade”. Podem ser de produção descontinua ou de produção
continua.

O biodigestor de produção descontinua, o reservatório é totalmente abastecido com o


material orgânico e fechado para produção de biogás, oque ocorre em média após noventa
28

dias. Após a fermentação do composto, o biodigestor é aberto, limpo e novamente carregado


para um novo ciclo de produção de biogás.

Já no outro sistema de produção o sistema continuo, a produção pode acontecer por


um longo período ininterrupto para a limpeza. O material orgânico é colocado no biodigestor
e após a biodigestão, o material residual o biofertilizante pode ser retirado sem a necessidade
de abertura do equipamento.

Para a implementação do projeto de tratamentos de dejetos bovinos é a instalação do


biodigestor para o seu dimensionamento é necessária uma avaliação das variáveis: vazão de
dejetos (m³/dia), carga orgânica e tempo de retenção hidráulico.

No mercado nacional existem diversos modelos utilizados comercialmente, do tipo


horizontal, com largura maior que a profundidade e área de exposição ao sol são maior, o que
favorece a produção de biogás. Onde sua cúpula de plástico maleável, tipo PVC, que infla
com a produção de gás, como um balão. A caixa de carga é feita em alvenaria, por isso pode
ser mais larga evitando o entupimento, onde a cúpula pode ser retirada, o que ajuda na
limpeza, esse tipo de sistema é o mais empregado no Brasil pelo baixo custo e pela facilidade
de manejar os dejetos e efluentes, (COUTO, J. e THOMAS, D, 2009).

A produção de ruminantes tem que trabalhar com responsabilidade, pois a grande


intensidade da produção animal é o fator da extensão do impacto ambiental em vários tipos de
vertentes, complicando cada vez mais a comercialização da carne brasileira em mercados
internacionais (Xavier 2009).

Sendo assim, a utilização de biodigestores no meio rural tem sido de bastante


destaque, devido aos aspectos de saneamento e geração de energia, além de estimular a
reciclagem orgânica de nutrientes. O mesmo também permite significativa melhora nas
condições sanitárias das propriedades acarretando em benefícios a saúde do trabalhador,
família e do ambiente, (LUCAS JR, SILVA 1987).

Em um comercio competitivo tanto no mercado nacional e internacional, a pecuária


intensiva pode - se tornar um referencial no processo de modernização do produto final,
agregando valor e dinamismo ao setor implantado, levando assim a novos ganhos e patamares
de tecnologia, ciências e conhecimentos.

3.6 Simulações da instalação e utilização de um biodigestor em confinamento de bovinos


de corte
Esta simulação foi realizada pelo Zootecnista, Me. Ricardo Galbiatti Nogueira no ano de
2011, durante a disciplina “Biodigestores: Biogás e Biofertilizantes” do curso de Pós-Graduação em
Agronomia na Faculdade de Ciências Agronômicas/UNESP Botucatu. Os valores em Reais (R$)
referentes aos custos de produção.
29

3.6.1. Tratamento dos resíduos sem separação de sólidos diagnóstico


Confinamento com capacidade estática para 10.000 animais.

Cada animal produz diariamente 12kg de dejetos.

Não será realizada separação de sólidos dos dejetos gerados.

Os dejetos devem ser diluídos em água uma proporção de 1:4.

12 kg de dejetos serão diluídos em 48 litros de água, gerando um total de 60 litros de resíduo


por animal por dia. Como são 10.000 animais diariamente serão gerados 600.000 litros de
resíduos ou 600m³.

Construção de biodigestores em paralelo de tamanhos e volumes iguais.

Dimensionamento dos biodigestores

Tempo de retenção do resíduo no biodigestor será de 40 dias.

600m³ x 40 dias= 24.000m³ de resíduos.

O volume total do biodigestor deve ser calculado acrescido de 10%= 24.000m³ x 1.1=
26.400m³.

Carga diária por biodigestor será de 75m³.

V=volume do biodigestor
h= altura do biodigestor
A1= área do fundo
A2= área da superfície

Serão necessários a construção de 9 biodigestores com capacidade de 3.000m³ das seguintes


dimensões:

V= 3.000m³.
h= 4,2m.
Área do fundo= 480m².
Área da superfície=697m².
Largura do fundo=12m.
Comprimento do fundo=40m.
Largura da superfície=20,4m.
Comprimento da superfície=48,4m.
30

A figura 6 representa o corte transversal e as dimensões do biodigestor em questão.

Figura 6. Seção transversal do biodigestor.

Figura 7. Planta baixa do biodigestor.

Carga diária necessária para abastecer cada biodigestor.

Carga diária por biodigestor será de 75m³.


31

A figura 8 representa a disposições e respectivas dimensões dos biodigestores no terreno.


2

48,4

48,4

48,4

2 20,4 2 20,4 2 20,4 2

Figura 8. Disposição dos biodigestores no terreno.

Materiais necessários para a construção dos biodigestores

Cada biodigestor possui=20.4+ 48.8+20.4+48.8=138,4m lineares.


138.4m x 9 biodigestores= 1245m lineares.

Área de terraplanagem:
153m de comprimento x 69m de largura= 10.550 m².

Escavação:
3.000m³ por biodigestor x 9 biodigestores= 27.000m³.

Viga de 20cm x 20cm:


Cada metro de viga possui 5m de aço (10mm):
1245m x 5m de aço (10mm)= 6225m de aço(10mm).
Cada metro de viga é necessário 0,004m³ de concreto.
1245m x 0,004 m³ de concreto=5m³ de concreto.

Broca
Para cada 2 metros de biodigestor é necessário a construção de 1 broca.
1245m/2= 622 brocas.
Cada broca possui 12m de ferro (10mm):
622 brocas x 12m de ferro(10mm)= 7470m de ferro (10mm).
Cada broca necessita de 0,147m³ de concreto:
622 brocas x 0,147m³ de concreto= 91,5m³ de concreto.
32

Estribos:
barra de aço 5mm, colocados a cada 20cm.
1m de viga= 5 estribos= 3,5m.
1245m x 3,5m de aço 5mm= 4357m de aço 5mm.

Manta Plástica:
2 chapas de aço= 5cm/3mm ao longo da viga.
1245m x 2 chapas= 2490m de chapa de aço 5cm/3mm.

Fixação da manta plástica:


Parafuso (15cm;10mm), arruela e porca= 1 conjunto a cada 20 cm ou 5 conjuntos por metro.
1245m x 5 conjuntos= 6225 conjuntos de Parafuso (15cm;10mm), arruela e porca.

A tabela 1 apresenta todos os materias necessários para a construção dos biodigestores e seus
respectivos preços.

Tabela 1. Detalhamento dos custos dos materiais utilizados na construção do biodigestor.


MATERIAL UNIDADE $ UNIDADE QUANTIDADE TOTAL
TERRENO
ESCAVAÇÃO m³ 5,5 27000 148500
TRANSPORTE DO MATERIAL m³ 2,95 27000 79650
TERRAPLANAGEM m² 1,4 10550 14770
VIGA
AÇO 10mm barra 12m 29,9 552 16504,8
CONCRETO m³ 239 5 1195
BROCA
FERRO 10mm barra 10m 31 747 23157
CONCRETO m³ 239 91,5 21868,5
ESTRIBO
AÇO 5mm barra 12m 4,9 363 1778,7
MANTA PLÁSTICA
CHAPA DE AÇO 50cm/3mm 6m 24,7 415 10250,5
PARAFUSO barra 1m 1,7 6225 10582,5
ARRUELA; PORCA Unid 0,75 6225 4668,75
BIOGÁS
MOTOR GERADOR 50KVA Unid 26000 1 26000
TOTAL 358925,75
33

Biogás e Geração de Eletricidade

12kg de dejetos com 18% Sólidos Totais


12 x 18%= 2,1kg ST
Potencial de produção de biogás:
0,35m³ de biogás/ Kg ST.
0,35m³ x 2,16= 0,756m³ de biogás animal/dia
0,756m³ x 10.000 animais= 7.560m³ de biogás/dia.
1m³ de biogás produz 1,4kw/h.
7.560m³ de biogás x 1,4kw/h= 10584kw/h por dia.
10.584kw/h x 30 dias= 317.520 kw/h por mês.

1kw/h custa 0,31R$


317520 kw/h por mês x R$ 0,31= R$ 98.431 por mês.

A tabela 2 representa o fluxo de caixa de um ano do projeto.

Tabela2. Fluxo de caixa do projeto de construção dos biodigestores.


MÊS Economia Gerada Fluxo de caixa
1 -358925
2 98431 -358925
3 98431 -260494
4 98431 -162063
5 98431 -63632
6 98431 34799
7 98431 133230
8 98431 231661
9 98431 330092
10 98431 428523
11 98431 526954
12 98431 625385

TRATAMENTO DE RESÍDUOS COM SEPARAÇÃO DE SÓLIDOS E


COMPOSTAGEM

Diagnóstico

Confinamento com capacidade estática para 10.000 animais.

Cada animal produz diariamente 12kg de dejetos.

Será realizada separação de sólidos dos dejetos gerados.

Os dejetos devem ser diluídos em água uma proporção de 1:6


34

12kg de dejetos serão diluídos em 72 litros de água, gerando um total de 84 litros de resíduo
por animal por dia. Como são 10.000 animais, diariamente serão gerados 840.000 litros de
resíduos ou 840m³.

Construção de biodigestores em paralelo de tamanhos e volumes iguais e aproveitamento da


fração grosseira para compostagem.

Dimensionamento dos biodigestores

Tempo de retenção do resíduo no biodigestor será de 30 dias.

Separação de sólidos 20% é retido na peneira outros 80% passam para o biodigestor.

840m³ x 0,8= 672m³ passam para o biodigestor.

168m³ ficam disponíveis para a compostagem.

672m³ x 30 dias de retenção= 20.160m³ de volume útil dos biodigestores.

O volume total do biodigestor deve ser calculado acrescido de 10%= 20.160m³ x 1.1=
22.170m³.

V=volume do biodigestor
h= altura do biodigestor
A1= área do fundo
A2= área da superfície

V= 3100m³
h= 4m
Área do fundo= 588m²
Área da superfície=1100m²
Largura do fundo=14m.
Comprimento do fundo=42m.
Largura da superfície=22m.
Comprimento da superfície=50m.

Carga diária necessária para abastecer cada biodigestor.

Carga diária será de 75m³ por biodigestor.


35

A figura 9 representa o corte transversal e as dimensões do biodigestor em questão.

Figura 9. Seção transversal do biodigestor.

A figura 10 representa a planta baixa do biodigestor e suas respectivas dimensões.

Figura 10. Planta baixa do biodigestor.


36

A figura 11 representa a disposições e respectivas dimensões dos biodigestores no terreno.

2 2

50

22 22 22
4

50

2 22 2 22 2 22 2 22 2

Figura 11. Disposição dos biodigestores no terreno.

Materiais necessários para a construção dos biodigestores

Cada biodigestor possui=22+ 50+22+50=144m lineares.


144m x7 biodigestores= 1008m lineares.

Área de terraplanagem:
108m de comprimento x 98m de largura= 10.584 m².

Escavação:
3.100m³ por biodigestor x 7 biodigestores= 21.700m³.

Viga de 20 cm x 20 cm:
Cada metro de viga possui 5m de aço (10mm):
1008m x 5m de aço (10mm) = 5040m de aço (10mm).
Cada metro de viga é necessário 0,004m³ de concreto.
1008m x 0,004 m³ de concreto=4m³ de concreto.

Broca
Para cada 2 metros de biodigestor é necessário a construção de 1 broca.
1008m/2= 504 brocas.
Cada broca possui 12m de ferro (10mm):
37

504 brocas x 12m de ferro (10mm)= 6048m de ferro (10mm).


Cada broca necessita de 0,147m³ de concreto:
504 brocas x 0,147m³ de concreto= 74m³ de concreto.

Estribos:
barra de aço 5mm, colocados a cada 20cm.
1m de viga= 5 estribos= 3,5m.
1008m x 3,5m de aço 5mm= 3.528m de aço 5mm.

Manta Plástica:
2 chapas de aço= 5cm/3mm ao longo da viga.
1008m x 2 chapas= 2.016m de chapa de aço 5cm/3mm

Fixação da manta plástica:


Parafuso (15cm;10mm), arruela e porca= 1 conjunto a cada 20 cm ou 5 conjuntos por metro.
1008m x 5 conjuntos= 5040 conjuntos de Parafuso (15cm;10mm), arruela e porca.

A tabela 3 apresenta todos os materias necessários para a construção dos biodigestores e seus
respectivos preços.

Tabela 3. Detalhamento dos custos dos materiais utilizados na construção do biodigestor.


MATERIAL UNIDADE $ UNIDADE QUANTIDADE TOTAL
TERRENO
ESCAVAÇÃO m³ 5,5 21700 119350
TRANSPORTE DO MATERIAL m³ 2,95 21700 64015
TERRAPLANAGEM m² 1,4 10558 14781,2
VIGA
AÇO 10mm barra 12m 29,9 420 12558
CONCRETO m³ 239 4 956
BROCA
FERRO 10mm barra 10m 31 604 18724
CONCRETO m³ 239 74 17686
ESTRIBO
AÇO 5mm barra 12m 4,9 294 1440,6
MANTA PLÁSTICA
CHAPA DE AÇO 50cm/3mm 6m 24,7 336 8299,2
PARAFUSO barra 1m 1,7 5040 8568
ARRUELA; PORCA unid 0,75 5040 3780
BIOGÁS
MOTOR GERADOR 50KVA unid 26000 1 26000
TOTAL 296158
38

Biogás e Geração de Eletricidade

12kg de dejetos com 18% Sólidos Totais


12 x 18%= 2,1kg ST.

Potencial de produção de biogás:


0,25m³ de biogás/ Kg ST.
0,25m³ x 2,16= 0,54m³ de biogás animal/dia.
0,54m³ x 10.000 animais= 5.400m³ de biogás/dia.
1m³ de biogás produz 1,4kw/h.
5.400m³ de biogás x 1,4kw/h= 7.560kw/h por dia.
7.560kw/h x 30 dias= 226.800 kw/h por mês.

1kw/h custa 0,31R$


226.800 kw/h por mês x R$ 0,31= R$ 70.308 por mês.

A tabela 2 representa o fluxo de caixa de um ano do projeto.

Tabela 4. Fluxo de caixa do projeto de construção dos biodigestores.


Economia
MÊS Gerada Fluxo de caixa
1 -296158
2 70308 -296158
3 70308 -225850
4 70308 -155542
5 70308 -85234
6 70308 -14926
7 70308 55382
8 70308 125690
9 70308 195998
10 70308 266306
11 70308 336614
12 70308 406922

3.6.2 Utilização e prática de compostagem


Produção diária de dejetos de 12kg diluídos em 72 litros, 84 litros de resíduo produzidos
diariamente por animal.

O ciclo de produção de bovinos de corte em confinamento é de 60 dias.

84 l de resíduo x 60 dias= 5040l de resíduo por animal por ciclo.

A rotatividade do confinamento ocorre a cada 15 dias


39

10.000 animais / 15 dias= 666 animais.

A cada 15 dias são esvaziadas os piquetes de 666 animais que ficaram confinados por 60 dias
e produziram um total de 5040l de resíduos cada animal.

5040l de resíduo x 666 animais= 3356m³ de resíduos.

No momento da separação de sólidos 20% ficam retidos na peneira e serão utilizados na


compostagem.

3356m³ x 0,2= 671m³ de resíduos disponíveis para compostagem a cada 15 dias.

Leiras de compostagem

Base= 4m
Altura= 2m
Área= 2/3B x altura
Área= 5,33m³

A figura 12 representa o corte transversal de uma leira de compostagem e suas dimensões.

Figura 12. Representação esquemática do corte transversal de uma leira de compostagem.

Comprimento= 671m³/ 5,33= 125m ou 2 leiras de 62,5m.

As leiras são formadas a cada 15 dias, cada leira possui capacidade 335m³.
Serão necessárias 6 leiras de 4m de largura 62,5m de comprimento e volume de 335m³.
40

A figura 13 representa a disposição das leiras no terreno e suas respectivas


dimensões

62,5

3 4 2 4 4 4 4 4

Figura 13. Representação esquemática do pátio das leiras de compostagem.


Terraplanagem:
24m de largura x 68.5 de comprimento= 1644m².
O metro quadrado da terraplanagem custa R$ 1,4.
1644m² x R$ 1,4= R$ 2.300,00.
1 m³ de composto tem aproximadamente 512kg.
Serão produzidos a cada 15 dias 335m³ ou 171.520 kg de composto orgânico.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a finalização do trabalho conclui - se que a implantação de um biodigestor é
muito vantajosa, pois gera uma dinâmica nova na cadeia produtiva, para o produtor rural e
para a bovinocultura nacional, em termos de referência em qualidade e sustentabilidade.

Pois a ideia retorna no tripé dos fatores para uma boa produção sustentável, incluindo
as novas exigências desse novo mercado consumidor onde o mesmo está sempre disposto a
absorver novas tecnologias e práticas de manejo dentro da criação de animais: econômica,
social e ambiental. Sendo assim, fechando todo um ciclo de produção e tornando toda
atividade rentável.
41

Como demonstrado no trabalho, o principal problema da atividade – tratamento de


dejetos - se tornou uma solução rentável, com um forte diferencial para o mercado nacional e
internacional, esse cada vez mais seletivo. A busca por modernidade se torna um diferencial
na produção de carne no Brasil. Se os dejetos da atividade eram um grande problema se
tornaram uma saída para a permanência no mercado nacional e internacional, que é cada vez
mais exigente em relação às normas ambientais e de bem estar animal dentro da propriedade.

Sendo assim as mudanças tem que ocorrer de dentro para fora do sistema de criação.
As mudanças devem ocorrer em outros elos da cadeia, como no governo, incentivando
produtores que fazem essa produção limpa em todo ciclo da cadeia através de incentivos
fiscais, premiações e melhorias estruturais como a logística que faz parte das atribuições do
governo.

Conclui – se então que não cabe só ao produtor essa busca por modernização e
dinamismo na pecuária em geral, mas sim a todos envolvidos na cadeia.

Pode – se concluir que essa nova maneira de produzir deve ser considerada como uma
conquista no sentido da modernização do setor.

Para que isso ocorra há muito a se fazer - principalmente aos pecuaristas e gestores da
cadeia produtiva - e é com esse novo olhar no sistema de produção reutilizando os dejetos da
cadeia e tornando o sistema cíclico e sustentável.
42

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