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I

Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP


Escola de Minas
Departamento de Engenharia de Produção,
Administração e Economia – DEPRO
Campus Morro do Cruzeiro
Ouro Preto – Minas Gerais - Brasil

Arranjo Físico:
Uma Proposta Para Armazém de
Beneficiamento, Empacotamento e Armazenagem
de Grãos e Farinácios.

Thiago Lopes Ribeiro


Ouro Preto, Agosto de 06
II

Thiago Lopes Ribeiro


thilori@yahoo.com.br

Arranjo Físico de Fábrica:


Uma Proposta Para Armazém de Grãos e Farinácios.

Monografia apresentada ao Curso de


Engenharia de Produção da Universidade
Federal de Ouro Preto como parte dos
requisitos para a obtenção do Grau de
Engenheiro de Produção.

Prof. Dr. Luiz Fernando Ríspoli Alves

Ouro Preto, Agosto de 06


III

Monografia defendida e aprovada, em 06de Setembro de 2006, pela comissão


avaliadora constituída pelos professores:

Prof. Dr. João Esmeraldo da Silva


Universidade Federal de Ouro Preto
Presidente da Banca

Prof. Dr. Luiz Fernando Ríspoli Alves


Universidade Federal de Ouro Preto
Prof. Orientador

Prof. Msc. Jorge Luis Brescia Murta


Universidade Federal de Ouro Preto
1º Membro da Banca

Profª. Msc. Irce Fernandes Gomes Guimarães


Universidade Federal de Ouro Preto
2º Membro da Banca

Prof. Msc. Washington Luís Vieira da Silva


Universidade Federal de Ouro Preto
3º Membro da Banca
IV

“Assim, diz-se que aquele que conhece o inimigo e a si mesmo não correrá perigo
algum em cem confrontos.
Aquele que não conhece o inimigo mas conhece a si mesmo será por vezes vitorioso e
por vezes encontrará a derrota.
Aquele que não conhece o inimigo e tampouco a si mesmo será invariavelmente
derrotado em todos os confrontos.”

Sun Tzu
V

Aos meus pais por todo o amor incondicional demonstrado


Em todos esses anos que vivi fora.

Agradeço a minha irmã Camila que mesmo de tão


Longe sempre presente em meu coração.
Minha irmã Renata pela amizade e carinho demonstrada

A República Serigy que me acolheu em todos


Esses anos de Ouro Preto.
VI

Agradeço com todo meu amor a Roberta que sempre esteve ao meu lado mesmo nos
momentos difíceis me ajudando em quaisquer circunstâncias.

Ao Thiago (Preto) por me ajudar nos momentos em dificuldades


Computacionais e temporais.

A todos os professores que me instruíram durante esses mais de 5 anos de Ufop.


Em especial o professor Ríspoli que me fez ver a engenharia como um campo infinito de
oportunidades e trabalho, mas nem sempre de serviços. E o professor João Esmeraldo
como exemplo de exercício da profissão de professor.

A entidade Escola de Minas,


Da qual me orgulho de ser hoje um filho de Gorceix.

A Universidade Federal de Ouro Preto


Por demonstrar que se pode ensinar mesmo em condições inferiores que um
profissional do ensino deveria trabalhar, demonstrando amor pela profissão.
VII

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo propor uma disposição fabril para um
armazém que trabalha com o empacotamento e beneficiamento de feijão, arroz, grãos
em geral e farinácios. Inicialmente, serão discutidos os pontos importantes que foram
verificados durante a implantação de um sistema de empacotamento dentro da Fábrica,
baseados nas recomendações e nas normas prescritas pelos Ministérios: do Trabalho e
Emprego, da Agricultura e do Abastecimento e do Ministério da Saúde, juntamente com
o código sanitário da Secretária de Estado da Saúde editado em Minas Gerais. Em
seguida será demonstrado o modelo de instalação projetado, com os propósitos de:
assegurar o pleno atendimento das necessidades de produção, minimizar os desperdícios
de diversas naturezas, a segurança e a saúde do trabalhador, a organização e a higiene
no local de trabalho, ampliar as condições essenciais para a melhoria da produtividade.

Palavras-chave: arranjo físico, instalações industriais, célula de fabricação, sistema de


empacotamento, processo celular, armazenagem, normas e regulamentos técnicos.
VIII

ABSTRACT

The present work has as objective to consider a disposal manufacture for a warehouse
that work with the wrapping up and improvement of beans, rice, grains in general and
farinácios. Initially, the important points will be argued that they had been verified
during the implantation of a system of wrapping up inside of the Plant, based in the
recommendations and the norms prescribed for the Ministries: of the Work and Job, of
Agriculture and the Supplying and the Health department, together with the sanitary
code of the Secretary of State of the Health edited in Minas Gerais. After that the
projected model of installation will be demonstrated, with the intentions of: to assure the
full attendance of the production necessities, to minimize wastefulnesses of diverse
natures, the security and the health of the worker, the organization and the hygiene in
the workstation, to extend the essential conditions for the improvement of the
productivity.

Key-words: physical arrangement, industrial installations, cell of manufacture, system of wrapping


up, cellular process, storage, norms and regulations technician
IX

LISTA DE SIGLAS

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária


COPOM Comitê de Política Monetária
FIPE Fundação Instituto de Pesquisa Econômicas
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Abia Associação Brasileira das Indústria de Alimentação
PIB Produto Interno Bruto
CLT Consolidação das Leis do Trabalho
NR Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho
RDC Resolução da Diretoria Colegiada
SVS/MS Secretaria de Vigilância Sanitária / Ministério da Saúde
Código Inter. Recomendado de Práticas:
CAC/VOL Princípios Gerais de Higiene dos Alimentos
EPI Equipamento de Proteção Individual
POP Procedimentos Operacionais Padrão
NBR Normas Brasileiras
X

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01 Decisão do arranjo físico................................................................... 25


FIGURA 02 Tipos de Processo em Sistemas de Manufatura................................ 26
FIGURA 03 Planta baixa do novo armazém.......................................................... 42
FIGURA 04 Posicionamento feijão....................................................................... 48
FIGURA 05 Posicionamento do Arroz.................................................................. 49
FIGURA 06 Posicionamento dos Farinácios......................................................... 50
FIGURA 07 Posicionamento dos grãos................................................................. 51
FIGURA 08 Posição dos armários de bobina........................................................ 53
FIGURA 09 Logística de descarga de matéria prima............................................ 54
FIGURA 10 Logística de Carregamento do produto acabado............................... 55
FIGURA 11 Esquema explicativo para entrada do pátio. ..................................... 55
FIGURA 12 Esquema distribuição do ar comprimido........................................... 57
XI

LISTA DE TABELAS

Comparação dos preços com a inflação no período de Janeiro à


TABELA 1 Junho de 2004.................................................................................. 18
TABELA 2 Grupos de iluminância..................................................................... 22
TABELA 3 Fatores específicos de determinação da iluminâncias..................... 22
TABELA 4 Relação entre tipos de processos X tipos básicos de arranjo físico.. 27
TABELA 5 Comparação entre arranjos físicos................................................... 28
TABELA 6 Área necessária para estocagem de bobina....................................... 52
TABELA 7 Principais resultados encontrados ou futuros................................... 57
XII

LISTA DE QUADROS

Taxa reais de crescimento – Industria de transformação de 18


QUADRO 1 alimento.............
QUADRO 2 Produção primeiro semestre de 2005........................................................ 30
QUADRO 3 Relação posição pallet entre e Kg entre matéria prima e produto acabado... 43
QUADRO 4 Produção diária primeiro semestre 2005 – 25 produtos principais................ 44
QUADRO 5 Proporção da produção diária entre grãos, feijão, arroz e farinácios............. 45
XIII

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................17
1.1 CONTEXTUALIZANDO A ECONOMIA NACIONAL – BREVE COMENTÁRIO ......................................17
1.2 A INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO DE ALIMENTOS NA ECONOMIA NACIONAL ..........................17
1.3 ORIGEM DO TRABALHO ...............................................................................................................19
1.4 IMPORTÂNCIA DO TRABALHO ......................................................................................................19
1.5 OBJETIVOS ...................................................................................................................................20
1.5.1 Objetivo Geral ....................................................................................................................20
1.5.2 Objetivos Específicos ..........................................................................................................20
1.6 LIMITAÇÕES DO TRABALHO .........................................................................................................21
1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO .........................................................................................................21
1.8 METODOLOGIA ............................................................................................................................22
2 BASE TEÓRICA DE ESTUDO: CONCEITO DE ARRANJO FÍSICO .....................................24
2.1 REQUISITOS PARA ELABORAR PROJETOS DE INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS NO SEGMENTO DE
TRANSFORMAÇÃO DE ALIMENTOS: AS PRINCIPAIS NORMAS, LEIS, DECRETOS E RESOLUÇÕES...............24
2.2 ESTRUTURA DO EDIFÍCIO FABRIL ................................................................................................26
2.3 ARRANJO FÍSICO E PROCESSO ......................................................................................................27
2.3.1 Definição do Tipo de Processo ...........................................................................................37
2.3.2 Definição do Arranjo Físico. ..............................................................................................38
3 ARRANJO FÍSICO DE FÁBRICA: UMA PROPOSTA PARA ARMAZÉM DE GRÃOS E
FARINÁCIOS. ..........................................................................................................................................41
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ..................................................................................................41
3.2 ESTOQUE .....................................................................................................................................44
3.2.1 Pallet...................................................................................................................................45
3.2.2 Divisão e dimensionamento da produção ...........................................................................45
3.3 POSICIONAMENTO ........................................................................................................................47
3.3.1 Feijão:.................................................................................................................................48
3.3.2 Arroz ...................................................................................................................................51
3.3.3 Farinácios...........................................................................................................................52
3.3.4 Grãos ..................................................................................................................................53
3.3.5 Embalagem .........................................................................................................................54
3.3.6 Pátio de carga e descarga ..................................................................................................56
3.3.7 Compressor de ar................................................................................................................59
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................61

5 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA ..............................................................................................63


XIV
17

1 Introdução

1.1 Contextualizando a Economia Nacional – Breve comentário

Segundo o balanço anual de 2005 e perspectivas para o ano de 2006 da ABIA


(Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação), demonstra que o ano de 2005 foi
encerrado com notícias otimistas para a economia brasileira apesar do crescimento do
PIB de 2,3% relativo ao ano de 2004 ter sido praticamente a metade.

O consumo externo, devido a desvalorização do Real, alavanca o setor, não


somente no campo de alimentos semi-elaborados como também nos demais setores, que
gerarão emprego e renda, aumentando a massa salarial e o volume de recursos para
consumo de alimentos industrializados e semi-elaborados.

No ano de 2004, houve um crescimento na produção que estimulou o crescimento


do PIB em 4,9% nos três primeiros trimestres. Este crescimento foi estimulado pelo o
crédito privado interno e com o crescimento das exportações em 2004 melhorou o nível
de emprego, ampliando o consumo interno em todos os setores, gerando deflação com o
aumento da taxa de juros pelo o COPOM (Comitê de Política Monetária).

1.2 A Indústria de Transformação de Alimentos na Economia Nacional

No período entre Novembro de 2004 e Junho de 2005, segundo dados da ABIA


o preço dos alimentos industrializados no varejo segundo a FIPE (Fundação Instituto de
Pesquisa Econômicas) estão abaixo da inflação no mesmo período como observado na
tabela a seguir.
18

JAN/JUN (VAR%)

FIPE Geral 2,72

Alimentação 1,32

semi-elaborados -2,59

Industrializados 2,10

TABELA 1: Comparação dos preços com a inflação no período de Janeiro à Junho de 2004
FONTE: FIPE e ABIA

Pelo os dados do IBGE, podemos observa que houve um crescimento na


indústria de transformação de alimentos no ano de 2004.

Taxas Reais de Crescimento - Industria de Trâsformação de


Alimentos

10
8
6
VAR %

4
2
0
-2 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
-4
ANO

QUADRO 1: taxa reais de crescimento – Indústria de transformação de alimento (período de 1992 a 2004)
FONTE: IBGE

Com esse perfil de mercado nacional e o crescimento da indústria de alimentação


se da pelo fato de que o gasto nominal com alimentação não diminuiu, mas ouve uma
migração para o consumo de produtos com menos valor agregado.
19

1.3 Origem do Trabalho

Este trabalho teve origem durante um estágio de férias em uma empresa do setor
alimentício. Durante este período, estava para acontecer a mudança do local da indústria
e armazém para uma nova planta.

Com o início da greve e a continuação do estágio, surgiu a oportunidade de


desenvolver esta monografia nas dependências da empresa com o objetivo de criar um
melhor planejamento da instalação industrial da produção e do armazém.

1.4 Importância do Trabalho

Por se tratar da mudança do local de uma indústria de transformação do setor de


alimentos, e por envolver um custo muito elevado, o planejamento das instalações é de
grande importância para a redução dos custos e da criação de uma estrutura industrial
inteligente, prática e econômica.

Mesmo que não utilizada para a empresa em questão, por se tratar apenas de
uma sugestão de implementação, pode servir como ponto de partida para futuras
instalações, ampliações ou mesmo adaptações não só para a empresa aqui abordada mas
sim para qualquer empresa de beneficiamento de graus e farinácios interessada por este
trabalho.
20

1.5 Objetivos

1.5.1 Objetivo Geral

O objetivo geral deste trabalho é propor um projeto de arranjo físico para a nova
área de produção e armazenagem de cereais e farinácios da empresa trabalhada.

1.5.2 Objetivos Específicos

• Realizar um levantamento bibliográfico sobre os temas:

- Arranjo físico;

- Instalações Industriais básicos:

- Armazenagem;

• Levantar as Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho (NR) sobre


os temas relevantes ao trabalho em questão;

• Levantar Regulamentos Técnicos de boas Praticas para serviços de Alimentação da


Agência Nacional de Vigilância Sanitária;

• Avaliar os pontos críticos referente aos arranjos físicos abordados;

• Propor um arranjo físico que atenda todas as normas e necessidades da empresa


estudada.
21

1.6 Limitações do Trabalho


As limitações do trabalho é referente às dificuldades de obtenção de material
para estudo e informações necessárias para o desenvolvimento completo do trabalho.

Por não estar mais na empresa, o acompanhamento dos dados ficou um pouco
defasado devido à distância da empresa com a cidade de Ouro Preto e a impossibilidade
de visitas periódicas. Para suprir tal deficiência foi mantido contado por meio
eletrônico.

Por tais motivos o objetivo deste trabalho é desenvolver uma proposta de


desenvolvimento de uma planta industrial.

1.7 Estrutura do Trabalho


O Capítulo 1 aborda a origem do trabalho sua importância e seus objetivos
gerais e específicos. Neste capítulo também consiste em mostrar as limitações deste
trabalho. Destaca o setor alimentício no Brasil e faz uma menção ao seu crescimento
nos últimos anos.

No Capítulo 2 “Metodologia” demonstra qual método de pesquisa foi utilizado


no trabalho, quanto a sua natureza, demonstrando ser um trabalho com abordagem
exploratória e ao objeto, que neste caso serão as pesquisas bibliográficas e o estudo de
caso.

No Capítulo 3, “Normas, Leis, Decretos e Resoluções como Orientação para a


Elaboração das Instalações de uma Indústria de Transformação de Alimentos”.

O Capítulo 4 “Estrutura do Edifício Fabril Arranjo Físico e Processo” trata de


um levantamento geral de normas regulamentadoras, decretos, leis e resoluções que
definem parâmetros industriais voltados para a transformação de alimentos, relativos
aos interesses da empresa foco deste trabalho. Aborda também a definição do tipo de
processo e sobre a definição do arranjo físico ideal para um armazém que trabalha com
o beneficiamento e empacotamento de cereais em geral.
22

O Capítulo 4 “Estudo de Caso – Exemplo Prático” especifica o modelo


trabalhado, demonstrando as necessidades de espaço, posicionamento e dimensionando
o espaço para a produção.

O Capítulo 5 “Considerações Finais” decorre sobre a conclusão do trabalho e do


modelo proposto. O Capítulo 6 “Referências Bibliográficas” enumera as fontes
utilizadas no trabalho.

1.8 Metodologia
Esta monografia segundo ANDRADE (1994), pode ser classificada utilizando
seus quatro elementos para distinguir os diversos tipos de pesquisas.

A natureza deste trabalho segundo os critérios de ANDRADE (1994) está


contido na classe de resumo de assunto. Como dito em Objetivos Específicos são
realizados levantamentos bibliográficos para um embasamento teórico rico e que dê
credibilidade as sugestões propostas.

Conforme explicitado por Andrade (1997, p. 98) a pesquisa exploratória tem


como objetivo:

(...) proporcionar maiores informações sobre determinado assunto;


facilitar a delimitação de um tema de trabalho; definir os objetivos ou
formular as hipóteses de uma pesquisa ou descobrir novo tipo de
enfoque para o trabalho que se tem mente(...).

Portanto, tal afirmativa se encaixa com o perfil proposto para este trabalho
quando se diz referente à questão de proporcionar uma maior informação sobre
determinado assunto, facilitando o enfoque dos pontos importantes a serem abordados
perante uma instalação industrial. Por este motivo, este trabalho tem como objetivo ser
um trabalho de pesquisa exploratório.

O terceiro ponto relatado por ANDRADE (1994) são os procedimentos pelo qual
se extraiu os dados dentro da monografia. Neste trabalho foi utilizado uma pesquisa
bibliográfica, fontes secundarias (artigos publicados, livros, monografias defendidas e
outras fontes).
23

Para a ultima classificação de ANDRADE (1994) temos a pesquisa quanto ao


objeto, que neste caso serão as pesquisas bibliográficas que como dito anteriormente
tem o objetivo de centrar em um único trabalho, ou seja, os pontos relevantes para
instalar um galpão de cereais e farinácios.

Por fim, este trabalho classificado como qualitativo, pois, mesmo utilizando de
dados, números, formulas e métodos, estes servirão apenas para uma melhor tomada de
decisões.

É importante ressaltar que este trabalho é um estudo de caso, pois se baseia em


uma empresa que servirá de base para as aplicações das teorias abordadas. Para
SEVERINO (2000) “(...) monografia (é) aquele trabalho que reduz sua abordagem a um
único assunto, a um único problema, com um tratamento especificado”, que será tratado
neste trabalho tendo o “único assunto” Instalações Industriais e como “único problema”
uma proposta para a nova planta da empresa do estudo de caso, o “tratamento
especifico” já foi exposto neste capítulo segundo as teorias de ANDRADE.

Em outras palavras, classificando quanto aos fins e os meios de realização do


trabalho temos: que fim do trabalho seria exploratório enquanto o meio para alcançar
seria bibliográfico.
24

2 BASE TEÓRICA DE ESTUDO: CONCEITO DE ARRANJO


FÍSICO

Estudar arranjo físico é de extrema importância para se descobrir o melhor


layout para tornar a produção mais eficiente, otimizada e maximizando os recursos.

Neste sentido, descreve-se no presente capítulo as características de algumas


normas leis, decretos e resoluções de âmbito nacional como base para o pano de fundo
do trabalho e essencial para não extrapolar os limites abordados pelas leis, para
interpretar e compreender o ambiente industrial do projeto de layout.

De um modo geral, o conteúdo aqui exposto auxilia a visualizar o melhor


processo para o problema proposto como também sobre a definição do arranjo físico
definido neste trabalho.

2.1 Requisitos para Elaborar Projetos de Instalações Industriais no


Segmento de Transformação de Alimentos: as Principais Normas,
Leis, Decretos e Resoluções.

Este trabalho tem como objetivo de desenvolver uma sugestão de instalação que,
atenda todas as necessidades de produção, desperdício, lucro, trabalho, segurança, saúde
e higiene de uma maneira prática e legal. Para tanto, é feito um levantamento baseado
em leis e normas nacionais do Ministério do Trabalho e Emprego, do Ministério da
Agricultura e do Abastecimento e do Ministério da Saúde juntamente com o código
sanitário da Secretária de Estado da Saúde.

Segundo a norma 1.1 da NR 1 – Disposições Gerais:

As Normas Regulamentares - NR, relativas à segurança e medicina do


trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e
públicas e pelo os órgãos públicos da administração direta e indireta,
bem como pelos os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que
possuam empregados regidos pela a Consolidação das Leis do
Trabalho – CLT.
25

Conforme as Normas Regulamentadoras 1, o empregador tem a obrigação de


fazer cumprir as disposições legais como prevenir atos inseguros no desempenho do
trabalho, adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e as condições
inseguras de trabalho. Sendo a base para qualquer atividade que decida se utilizar de
métodos adequados para uma atividade lícita.

Para a Resolução - RDC Nº. 216, de 15 de Setembro de 2004 que dispõem sobre
Regulando Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação, seu objetivo seria
“Estabelecer procedimentos de Boas Práticas para serviços de alimentação a fim de
garantir as condições higiênico-sanitarias do alimento preparado”. Seguindo os métodos
básicos para a conduta correta perante a vigilância sanitária.

A Resolução - RDC nº. 275, de 21 de outubro de 2002 foi desenvolvida com o


propósito de atualizar a legislação geral, introduzindo o controle contínuo das BPF e os
Procedimentos Operacionais Padronizados, além de promover a harmonização das
ações de inspeção sanitária por meio de instrumento genérico de verificação das BPF.
Portanto, é ato normativo complementar à Portaria SVS/MS nº. 326/97.

A Portaria SVS/MS nº. 326, de 30 de julho de 1997 foi baseada no Código


Internacional Recomendado de Práticas: Princípios Gerais de Higiene dos Alimentos
CAC/VOL. A, Ed. 2 (1985), do Codex Alimentarius, e harmonizada no Mercosul, essa
Portaria estabelece os requisitos gerais sobre as condições higiênico-sanitárias e de Boas
Práticas de Fabricação para estabelecimentos produtores/industrializadores de
alimentos.

A Portaria MS nº. 1.428, de 26 de novembro de 1993 foi precursora na


regulamentação no tema de boas praticas com alimentos, essa Portaria dispõe, entre
outras matérias, sobre as diretrizes gerais para o estabelecimento de Boas Práticas de
Produção e Prestação de Serviços na área de alimentos.
26

2.2 Estrutura do Edifício Fabril

O transporte interno, o uso racional da energia, as condições estabelecidas para o


ambiente interno fabril, a capacidade de sustentação das estruturas/colunas, fazem parte
do estudo de um “layout” industrial. A escolha do tipo do edifício industrial reflete
como todos esses pontos vão ser refletidos na estrutura da fabrica.

Considerando uma estrutura em um único plano, segundo Claude Machline (et


all FGV, Rio de Janeiro – 1990) tem vantagens como:
1) O fluxo da produção no plano é geralmente o mais racional possível. O
transporte vertical fica reduzido ao mínimo.
2) É possível planejar a iluminação natural por meio de telhado, devidamente
posicionado, e do tipo serrilhado ou com faixas de policarbonato translúcido.
3) A ausência de escadas e elevadores diminui o custo da construção e aumenta
proporcionalmente a área útil levando em conta a altura da estrutura e a
possibilidade de se utilizar empilhadeiras.
4) Os custos das fundações são menores além de possibilitar construções em
terrenos de baixa resistência específica.
5) Ampliações e novas construções podem ser realizadas sem interrupções da
produção.
6) Pode-se adotar grandes vãos e maiores alturas, possibilitando a instalação de
máquinas altas, largas ou compridas, bem como, a instalação de pontes
rolantes.
7) A iluminação lateral é muito boa, pois as paredes costumam ser altas e os
escritórios podem ser instalados em mezaninos com iluminação natural.
8) A grande altura permite um ambiente mais saudável; os gases e vapores
podem ser eliminados por um exaustor.

No entanto, um edifício de um único pavimento tem suas deficiências e


desvantagens como por exemplo:
1) Alto custo percentual do terreno relativo ao m² de construção.
27

2) A extensão de uma fábrica de um só pavimento provoca maiores gastos com


tubulações, fiações, etc. provocando maior dispêndio por m² para as
instalações.
3) A maior área de telhado aumenta este investimento além do custo de
manutenção.
4) Há necessidade de isolamento térmico e acústico adequado, senão a
instalação será quente demais no verão e fria no inverno, além do incomodo
ruído em períodos de chuvas.
5) Os deslocamentos de materiais e pessoas normalmente são mais longos e este
fato deve ser considerado.
6) As instalações para o escoamento das águas das chuvas tem de ser muito
bem estruturada, levando em consideração a grande área do telhado e do
peso que a chuva pode causar no mesmo.

2.3 Arranjo Físico e Processo

Segundo Contador, J. C. & Outros (1998) o arranjo físico é definido como a


disposição de máquinas, equipamentos e serviços de suporte em uma determinada área
com o objetivo de minimizar o volume de transporte de materiais no fluxo produtivo de
uma fábrica bem como promover uma integração total dos processos envolvidos
aproveitando todo o espaço disponível.

Claude Machline (2000) enumerou quatro princípios para se fazer planejar o


modelo de arranjo físico de um edifício fabril.
- Princípio da economia do movimento – Redução das distâncias a ser percorrida
pelos operários, e ferramentas entre cada operação.
- Princípio do fluxo progressivo – O movimento ininterrupto de uma operação
para a próxima, sem transportes de volta ou cruzamentos de materiais, homens e
equipamentos, é o preferível.
- Princípio da flexibilidade – A possibilidade de arranjos econômicos para adaptar
a produção às mudanças do produto, do volume de produção e dos equipamentos
e processos, sempre que possível, é o desejável.
28

- Princípio da integração – A integração entre os fatores é necessária para que o


arranjo físico seja ótimo. Esta integração é sempre desejável.

É sempre importante frisar que uma estrutura inteligente sempre pensa não
apenas nestes quatro princípios, mas tem de ter em mente sempre a possibilidade de
expansão das atividades executadas, tanto em quantidade dos produtos já existentes
quanto ao leque de produtos novos a serem fabricados.

Outros pontos também são importantes como a máxima utilização das máquinas
e da mão de obra. A economia em todos os aspectos possíveis (distância, tempo,
investimento). E todos esses pontos sempre visando a segurança do trabalhador e bem
estar no local de trabalho.

Todos esses princípios têm como objetivo facilitar o fluxo de materiais e


pessoas, evitando assim atropelos e mantendo distâncias mínimas entre postos de
trabalho. Permitir a expansão da indústria. Diminuir os investimentos em equipamentos
e instalações das linhas de água, vapor, esgoto e força devendo ser planejadas de
maneira mais econômica e racional possível. Assegurar o conforto e a segurança aos
operários como já foi dito é um requisito básico para uma indústria hoje. Facilitar o
controle de qualidade, quantidade e supervisão das atividades. Dar flexibilidade em caso
de modificações, sem necessitar longas paradas do produto e sem recorrer a custosos
sistemas de desvio e de transporte.

Atendendo a todos esses princípios temos fatores que tem de ser considerados
para se montar um arranjo físico adequado.
► Fator produto:
• Tamanho: Os tipos de produtos que são encontrados em indústrias que trabalha com
cereais e sementes (feijão, arroz, milho, milho de pipoca, amendoim, ervilha seca,
lentilha, semente de girassol, etc.) e farinácios (farinha, fubá, polvilho, amido, trigo pra
quibe, etc.). Deste modo a granulometria vai variar do pó até ate cerca de um centímetro
de diâmetro.
• Peso: O peso médio dos produtos não são muito alto, neste caso o peso do montante
trabalhado que tem de ser levado em conta.
29

• Quantidade: Para o trabalho é considerado uma quantidade de cinqüenta toneladas


beneficiadas e empacotada por dia. 1200 toneladas de mátria prima e 700 toneladas de
estoque, gerando um total de 1900 toneladas de produtos no armazém.
• Condições especiais que afetam o produto: Por se tratar de alimentos, é de extrema
importância levar em consideração os fatores que podem danificar o alimento.
Levaremos em consideração a luz, poeira, umidade e pragas urbanas. Outro ponto
importante é o acondicionamento perto de outros alimentos que podem “contaminar” os
demais devido sua pequena granulometria, como é o caso do amido e do polvilho doce.

► Fator matérias-primas:
Por ser apenas beneficiar e empacotar os produtos, a matéria prima, em alguns casos, é
basicamente igual ao produto acabado, diferenciando apenas pela a embalagem e a
limpeza dos produtos.
• Variedade: A variedade da matéria prima é igual ao produto acabado que, como já foi
dito no item anterior são: grãos e sementes (feijão, arroz, milho, milho de pipoca,
amendoim, ervilha seca, lentilha, semente de girassol, etc.) e farinácios (farinha, fubá,
polvilho, amido, trigo pra quibe, etc.), ao todo 25 tipos de produtos diferentes.
• Quantidade: 1200 toneladas.
• Tamanho: A granulometria varia do pó até ate cerca de um centímetro de diâmetro.
• Estoque: O estoque é grande devido ao grande giro do produto (entrada e saída).
• Tempo de armazenamento: Devido a grande produção o tempo de armazenamento do
estoque não passa de 15 dias para os produtos menos empacotados.
• Regime de entrega: Contínuo e esporádico, ou seja, sempre há entrega, no entanto de
todos os produtos, mas sem seguir um cronograma fixo.

► Fator maquinaria:
• Quantidade:
.1 máquina de beneficiamento de feijão que inclui ventoinha para a retirada de folhas
secas e poeira, peneira mecânica para a retirada de pedras de granulometria maior que o
feijão e outra com granulometria menor que o feijão, polidora e pulmão para alimentar
as máquinas de empacotamento.
.2 máquinas de empacotamento de feijão.
30

.1 máquina para o beneficiamento do arroz que inclui ventoinha para a retirada de folhas
secas e poeira, peneira mecânica para a retirada de pedras de granulometria maior que a
do arroz, polidora e pulmão para alimentar a máquina de empacotamento.
.1 máquina empacotamento manual para grãos.
.1 máquina de limpeza de grãos.
.1 máquina para empacotamento de grãos com alimentação manual
.2 máquinas para empacotamento de farinácios com alimentação manual.

• Qualidade: É considerado que todas as máquinas estarão em perfeito estado de


conservação.
• Produtividade / capacidade das máquinas: Capacidade de 50 toneladas diárias de
produção (beneficiamento e empacotamento) com funcionamento em três turnos.
• Fundações: Segundo a NR 12, “12.1.1. Os pisos dos locais de trabalho onde se
instalarem máquinas e equipamentos devem ser vistoriados e limpos, sempre que
apresentarem riscos (...)”. Importante lembrar que a máquina de limpeza de feijão e
arroz necessitam de fundações abaixo do nível do chão para a construções de fossos
muito bem armadas (para a alimentação da máquina e fosso dos elevadores), as demais
máquinas somente de um estrutura que suporte o peso da máquina sem prejudicar o
piso. Para a segurança dos trabalhadores, a NR 11 diz que o piso do armazém deverá ser
constituído de materiais não escorregadios e sem aspereza.
• Pé-direito: A máquina de beneficiamento de feijão é a mais alta, tendo um pé-direito
de aproximadamente 7 metros de altura, a de beneficiamento de arroz tem um pé-direito
de mais de 5 metros, as demais não passam de 3 metros.
• Serviços especiais:
- Energia: Pela a NR 12 as máquinas e os equipamentos que utilizarem energia
elétrica devem possuir chave geral, em local de fácil acesso e acondicionado em
caixa que evite seu acionamento acidental e proteja suas partes energizadas. A
norma sobre proteção de máquinas e equipamentos, diz que as máquinas devem
ter suas transmissões de força enclausuradas dentro de sua estrutura ou
devidamente isoladas por anteparos adequados, salvo a uma altura superior a
2,50 m (dois metros e cinqüenta centímetros) que podem ficar expostas. Todas
as máquinas funcionam e 380V com acionamento na máquina com parada de
emergência.
31

- Esgoto: Não necessitam de saídas de esgoto por se tratar de um beneficiamento


feito a seco. Para a limpeza das máquinas é utilizado ar comprimido. O esgoto
fica apenas na área de vestiário e banheiro. Para o resto do armazém fica
resumido ao sistema pluvial.
- Anteparos acústicos: Devido ao grande barulho gerado pela as máquinas de
beneficiamento (acima de 100 decibéis (dB) com ruídos contínuos (ou
intermitentes) que segundo a NR 15 é “o ruído que não seja ruído de impacto”.
Sendo assim necessário o uso de anteparos para o isolamento acústico das
máquinas ou a utilização de EPI´s para a proteção dos trabalhadores do local.
- Exaustores: existe a necessidade de exaustores para as saídas das máquinas de
limpeza da palha no feijão, conhecida como “casinha de palha”. Para as demais
máquinas e locais de trabalho não são necessárias.

► Fator manuseio, movimento: É importante distinguir o trabalho manual do mecânico


no caso da movimentação. Conforme a NR 11 fica estabelecida a distancia máxima de
60 metros para o transporte manual de sacos (que é definida como toda atividade
realizada de maneira contínua ou descontínua, do qual o peso da carga é suportável
integralmente por um trabalhador, incluindo o levantamento e sua deposição final). A
distância fica ilimitada com a utilização de carros manuais e o peso transportado fica
resumido a capacidade do carro manual. Por se tratar de um local fechado (armazém), é
proibido a utilização de máquinas transportadoras movidas à combustão interna.

► Fator armazenamento: O armazenamento não poderá ser superior a 30 fiadas de


sacos quando for usado o processo mecanizado de empilhado (esteiras rolantes), no caso
do empilhamento manual (utilização de escadas de madeira de lance único e altura
máxima de 2,25 metros de altura) esse número cai para 20 fiadas. O peso armazenado
não poderá ultrapassar a capacidade de carga do piso. A disposição da carga não poderá
dificultar o trânsito, a iluminação, o acesso às saídas, obstruir equipamento contra
incêndio, obstruir portas e ficar a mais de 0,50 metros da estrutura lateral do armazém.

► Fator limpeza: Por se trabalhar apenas com alimentos “secos”, a manutenção da


limpeza fica resumida a utilização de ar comprimido utilizado em todo o corpo da
32

máquina (do pulmão ate o local de empacotamento). Para a limpeza do chão do


armazém se utiliza vassouras comuns para a limpeza.
• Facilidade de acesso às máquinas: conforme a NR 12, as áreas de circulação e os
espaços em torno das máquinas deve ser dimensionado de forma que os material e os
trabalhadores possam se movimentar com segurança. Devem existir distâncias mínimas
entre as máquinas (0,80 metros), entre suas partes moveis a distância mínima é de 1,3
metros. Obedecendo estas distâncias mínimas, o acesso aos locais onde devem ser
limpos não constitui um problema.
• Freqüência da limpeza: As máquinas devem ser limpas no final de cada turno e
quando ocorrer mudança de produto beneficiado e/ou empacotado. Com o intuito de
evitar pragas urbanas e acidentes, o chão deve de ser limpo sempre que necessário.

► Fator processo:
• Roteiro do processo: De uma maneira generalista, uma empresa de beneficiamento e
empacotamento de grãos e farinácios tem apenas uma atividade básica que é: estocar a
matéria prima em silos ou pilhas de sacas, conduzir a matéria prima em sacas (ou no
silo) manualmente, com a utilização de tubulações ou transporte mecânico, depositar o
material na maquina (empacotamento ou beneficiamento), após processado e
empacotado o produto é levado para a área destinada ao estoque aguardar sua saída para
o mercado consumidor.
• Seqüência exigida: A seqüência de trabalho é linear, não podendo pular ou alterar seu
roteiro. Devido a isso é importante manter um fluxo otimizado para evitar gargalos.
• Métodos de trabalho: O método de trabalho tem de seguir requisitos básicos como a
Resolução - RDC nº. 216, de 15 de setembro de 2004 que dispõem sobre o Regulamento
Técnico de Boas Praticas para Serviço de Alimentação. Esta resolução tem por objetivo
de garantir a qualidade higiênico sanitária e a conformidade dos alimentos com a
legislação sanitária. Como também questões de segurança e saúde do trabalhador.
Levando em consideração pontos importantes como: higienização, limpeza,
manipulação dos alimentos, manual de boas práticas, medidas de controle para reduzir
ou eliminar agentes que comprometam a qualidade do alimento, registro das atividades,
alocação dos resíduos e procedimentos operacionais padronizados (POP).
• Alternativas, para compras de máquinas, remoções de máquinas, modificações de
layout, etc.: Para qualquer ramo de negócios, a estagnação e a impossibilidade de
33

crescimento por motivos estruturais, físicos ou gerenciais são problemas que podem ser
minimizados com a utilização de um planejamento bem feito, visando a viabilidade de
crescimento e expansão da empresa.
• Alternativas de mudanças dos sistemas elétricos, vapor, gases, etc.: como no item
anterior, estas alternativas de mudanças tem de ser consideradas no planejamento das
instalações para que futuramente se calcule os benefícios que estas mudanças possam
gerar.

► Fator serviços:
• Distribuição de energia elétrica: por subestação de alta e de média tensão, uso de
corrente contínua.
• Instalação de ar comprimido: avaliar se é melhor uma instalação local (ao lado de cada
máquina para se ser limpa) ou central. Outro fator importante na instalação de ar
comprimido é a definição do layout, no qual as linhas devem ser dimensionadas com
critérios adequados de velocidade ou perda de carga que o compressor possa sofrer.
• Iluminação: natural e artificial, buscando sempre seguir os critérios da NR 17
(Ergonomia) que diz que “em todos os locais de trabalho deve haver iluminação
adequada, natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada a natureza da
atividade”. Ainda conforme a NR 17, a iluminação geral deve ser uniformemente
distribuída e difusa, sendo projetada e instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos
incômodos, sombras e contraste excessivo.

► Fator Iluminação:
Para atender as leis sobre iluminação, deve-se utilizar como base para a
iluminação a norma NBR 5413 – Iluminância de Interiores. Esta norma “estabelece os
valores de iluminâncias médias mínimas em serviço para iluminação artificial em
interiores, onde se realizem atividades de comércio, indústria, ensino, esporte e outras”.
Antes se deve entender que segundo a norma, tem três grupos de iluminâncias de
tarefas visuais como podemos observar na tabela:
34

TABELA 2: Grupos de iluminância. ref: tabela 1 NBR – 5413/92

Desta tabela constam os valores de iluminâncias por classe de tarefas visuais. O


uso adequado de iluminância específica é determinado por três fatores conforme a
norma NBR – 5413 que são:

TABELA 3: Fatores específicos de determinação da iluminâncias. ref: tabela 2 NBR 5413/92

Segundo Hélio Creder em “Instalações Elétricas” (2002), outros dois fatores são
importantes para definir a iluminação. O primeiro fator é a definição da refletância dos
tetos, paredes e pisos. Em se tratando de um galpão, temos que a reflexão do teto (telhas
altas e escuras) tem um péssimo índice de reflexão, mas tem a vantagens de se utilizar
telhas translúcidas, utilizando assim, durante o dia, iluminação natural que em muitos
casos é o suficiente para suprir a demanda de iluminação nos locais de armazenamento
do estoques e da matéria prima, sendo utilizado um complemento artificial apenas nos
pontos de trabalho (empacotamento e beneficiamento). A parede como o teto tem baixo
grau de reflexão. O chão que tem de ser resistente, muitas vezes uma massa asfáltica ou
cimento reforçado, sendo nesse caso escuro.
35

O outro fator abordado por CREDER, é o de depreciação ou fator de


manutenção que esta diretamente relacionada com o ambiente de trabalho: se é limpo,
normal ou sujo. No caso de um armazém de cereais o ambiente pode ser considerado
sujo devido a quantidade de partículas que são liberadas nos processos de
empacotamentos e beneficiamento.

► Fatores sociais e administração de pessoal:


• Refeitório: Conforme a NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de
Trabalho, em estabelecimentos com mais de 300 (trezentos) operários, é obrigatório a
existência de um refeitório. Sendo instalado em local apropriado, não podendo se
comunicar diretamente com os locais de trabalho e instalações sanitárias. Para
estabelecimentos acima de 30 (trinta) operários e menos de 300 (trezentos) não é
obrigatório a existência de um refeitório, no entanto é exigida um local para onde se
possam ser feitas as refeições.
• Relógio de ponto e quadros de aviso: para uma maior conveniência para os
trabalhadores, é pertinente a colocação do relógio de ponto e os quadros de aviso em um
local onde todos os operários circulam e de proximidade com a saída do local de
trabalho, como por exemplo na área dos vestiários.
• Vestiários: Em todos os estabelecimentos industriais e naqueles em que a atividade
exija troca de roupas, ou seja, imposta o uso de uniformes ou guarda-pó, tem de haver
local apropriado pra o vestiário dotado de armários individuais e separados por sexo.
Como no caso dos refeitórios, não pode se comunicar diretamente com o local de
trabalho.
• Instalações sanitárias, chuveiros: As instalações sanitárias têm de ser separadas por
sexo, é satisfatório um sanitário para cada 20 (vinte) operários, assim como os
lavatórios. Para os chuveiros o conveniente é um chuveiro para cada 10 (dez) operários
nos trabalhos com exposição a substâncias que provoquem sujidade ou poeiras.
Conforme a NR 24 nas indústrias de gênero alimentícios ou congêneres, o isolamento
das instalações sanitárias devera ser o mais rigoroso possível, a fim de evitar poluição
ou contaminação dos locais de trabalho.
36

► Fator manutenção:
• Sistemas de remoção de máquinas leves e pesadas: Devido as grandes dimensões e
peso da maioria do maquinário utilizado para o empacotamento e beneficiamento de
farinácios e cereais, a remoção das máquinas fica praticamente inviável, neste caso, a
manutenção tem de ser realizada no próprio local onde a máquina se encontra. Para as
de menor porte e casos mais sérios, a existência de uma oficina na indústria é o mais
apropriado. A substituição de escadaria por rampas de acesso facilita a remoção dos
maquinários.

► Fator controle:
• Necessidade de vistoria: Devido a simplicidade das atividades realizadas nas
operações de beneficiamento e empacotamento de cereais e o baixo valor da matéria
prima, a vistoria exercida pelo encarregado de produção se resume a um controle mais
generalista, se preocupando com o fluxo da operação e com a conduta e comportamento
dos operários.
• Visibilidade das atividades: Por existir inúmeras pilhas de fardos de cereais, a
visibilidade fica quase sempre restrita aos setores onde esta sendo realizada determinada
operação.

► Fator edifício.
• fluxo vertical (gravitacional) ou horizontal: O fluxo existente em uma indústria de
cereal é uma mistura entre um pouco de vertical (gravitacional forçado com elevadores)
e horizontal que representa a maior parte das operações.

► Fator pátio:
• Utilidade do pátio: Utilizado como estacionamento, mas tem como sua principal
função a movimentação de carga (entrada de matéria e a saída do produto acabado).
Outra utilidade de um pátio no caso de uma empresa que trabalha com cereais é a
pesagem de carretas e caminhões. Importante frisar que o pátio tem de ter uma área livre
suficiente para uma grande carreta poder manobrar.
• Fluxo no pátio: Principalmente de carretas e caminhões. Em sua grande maioria, a
permanência dos veículos é demorada devido a grande quantidade de carga removida ou
colocada em suas carrocerias.
37

► Fator expansão e facilidade de mudança:


• Viabilidade e possibilidade de uma ampliação ou novas construções na área utilizada
pela a fabrica.

Conforme o tipo de estrutura desejada, determinados fatores vão ter prioridades


(peso) em relação aos demais fatores conforme os princípios a serem seguidos.

Para definição do tipo de arranjo físico a ser utilizado em um edifício fabril de


maneira geral existe algumas decisões a serem tomadas segundo Slack (1999) como
mostra o esquema apresentado na Figura 1.

FIGURA 1: Decisão do arranjo físico - Adaptação livre de SLACK (1999)

2.3.1 Definição do Tipo de Processo

Conforme o número de produtos (variedade) e do volume produzido, existe


processos mais adequados, alguns tipos de processos podem ser utilizados para as
mesmas características do processo volume/variedade. A escolha do processo neste caso
é baseada em fatores já citados anteriormente.
38

FIGURA 2: Tipos de Processo em Sistemas de Manufatura – FONTE: SLACK (1999)

Em se tratando de uma industria de beneficiamento e empacotamento de cereais


e farinácios, temos como a melhor opção de processo o sistema de lote onde
encontramos um volume e variedade medianos.

2.3.2 Definição do Arranjo Físico.

Definido o processo de produção, tem que se decidir a melhor forma geral do


arranjo de recursos produtivos de operação, ou seja, o arranjo físico básico. Existem
muitas maneiras diferentes de se organizar os recursos produtivos podendo ser
basicamente divido em quatro tipos básicos: posicional, por processo, celular e por
produto.
Os tipos de processo de produção interfere na escolha de um arranjo físico, mas
de maneira nenhuma exclui a possibilidade de uma escolha não convencional para a
realização do processo. Em outras palavras, a relação entre os tipos de processo e tipos
básicos de arranjo físico não é totalmente determinística, mas cada tipo de processo
pode adotar diferentes tipos básicos de arranjo físico conforme podemos observar as
tabelas abaixo:
39

TABELA 4: relação entre tipos de processos X tipos básicos de arranjo físico. FONTE SLACK (1999)

Posicional Funcional Celular Linear


Tipo do Produto Grande Médio/Pequeno Médio/ Pequeno
Pequeno
Diferenciação do Alta Alta Média/ Baixa Baixa /
produto Nenhuma
Volume de Uma ou Pequenas Pequena ou Grande
produção por tipo poucas Quantidades Média Quantidade
de produto unidades Quantidade
Produção Sob Sob encomenda Para Estoque Para Estoque
encomenda
Projeto Especial Variável Repetitivo / Padronizado
sobre Customizável Modular
encomenda
Flexibilidade do Alta Alta/ média Média/ Baixa Baixa /
Processo Nenhuma
Variação de Roteiro Alta Alta/média Média / Baixa nenhuma
Mão de Obra Qualificada Qualificada Polivalente Baixa
Qualificação
TABELA 5: Comparação entre arranjos físicos. FONTE: SLACK (1999)

Baseado nas tabelas pode-se descartar os arranjos físicos posicional por ser mais
usual em processos por projetos, onde é encontrada uma variedade muito alta e um
volume muito pequeno de produto processado. Como também se descarta o arranjo
linear, mais utilizado quando se tem uma variedade mínima de produtos e com um
volume muito grande de produção.

No arranjo físico funcional, agrupam-se todas as operações de um mesmo


processo ou tipo de processo. Caracteriza-se pela movimentação do produto ficando
máquinas e equipamentos fixos; pela utilização em sistemas de produção intermitentes;
pela variedade de produtos e roteiros; por utilizar equipamentos de média flexibilidade;
40

por possuir uma programação e controle da produção complexos; pela formação de


filas. Como exemplo temos marcenarias, confecções entre outros.

O arranjo físico celular tem como montar grupos de trabalho dentro da fábrica.
Grupos de produtos com características semelhantes (semelhança geométrica,
semelhança de processo, etc.) são produzidos por minifábricas dentro da fábrica. Suas
principais características são a produção em lotes de tamanho médio; a existência de
produtos e processos variados; o agrupamento das máquinas e equipamentos
necessários; a utilização de operários multifuncionais.

Nestas células, o agrupamento das máquinas diminui as filas intermediárias e as


peças processadas fluem continuamente de uma operação para a seguinte. Além da
redução de tempo de ciclo de produção do produto, temos um espaço menos saturado e
disponível para expansões de capacidade.

Para o perfil de uma indústria de beneficiamento e empacotamento de grãos e


farinácios, levando-se em conta todos os fatores e princípios enumerados por Cloude
Machline, o modelo de arranjo físico que mais se aproxima das necessidades é o celular.
41

3 ARRANJO FÍSICO DE FÁBRICA: UMA PROPOSTA PARA


ARMAZÉM DE GRÃOS E FARINÁCIOS.

3.1 Caracterização da empresa

A empresa estudada situa-se no município de Belo Horizonte, tem mais de 30


anos de atividade com a compra e venda atacadista de grãos em geral, sendo pioneira na
seleção e empacotamento de grãos em Minas Gerais, onde fornecer produtos
alimentícios diversos, atendendo às necessidades de seus clientes.

A missão da empresa é o atendimento das exigências alimentares atuais e futuras


do público consumidor. Atentar ao crescimento do ritmo de vida das donas de casa.
Desde sua criação, pautou seu trabalho no desenvolvimento de produtos práticos, de alta
qualidade e baixo custo.

A empresa é dividida em dois seguimentos básicos. O primeiro é a de


beneficiamento e empacotamento de grãos como feijão, arroz, farinácios e cereais em
geral, sendo uma produção exclusivamente empurrada. O segundo seguimento é mais
recente, o setor de alimentos nutricionais institucionais, tendo como público alvo
prefeituras, hospitais e escolas, tal setor conta com um grupo de nutricionistas e
engenheiras de alimentos, que possuem a sua disposição cozinhas experimentais para
testes e um laboratório para análises com rígido controle de qualidade dos alimentos
produzidos, este setor, por sua vez, tem como característica uma produção puxada, ou
seja, espera o pedido para começar a fazer o produto, a não ser se tratando de produtos
para o mercado varejista (como a farofa pronta e o arroz doce), neste caso é uma
produção empurrada.

Possui atualmente mais de 200 colaboradores, sendo cerca de 150 atuantes na


sua matriz localizada em Belo Horizonte no Bairro Betânia, e o restante nos outros
Estados brasileiros, principalmente, em São Paulo, onde conta com uma filial.
42

Hoje a empresa possui um maquinário no setor de beneficiamento e


empacotamento de grãos, cereais e farinácios que contem:
- 1 máquina de beneficiamento de feijão que inclui ventoinha para a retirada de folhas
secas e poeira, peneira mecânica para a retirada de pedras de granulometria maior que o
feijão e outra com granulometria menor que o feijão, polidora e pulmão para alimentar
as máquinas de empacotamento.
- 2 máquinas de empacotamento de feijão.
- 1 máquina para o beneficiamento do arroz que inclui ventoinha para a retirada de
folhas secas e poeira, peneira mecânica para a retirada de pedras de granulometria maior
que a do arroz, polidora e pulmão para alimentar as máquinas de empacotamento.
- 1 máquina empacotamento manual para grãos.
- 1 máquina de limpeza de grãos.
- 1 máquina para empacotamento de grãos com alimentação manual
- 2 máquinas para empacotamento de farinácios com alimentação manual.

Atualmente o galpão da empresa é de apenas um pavimento, retangular com


dimensões de 95 metros por 25 metros, totalizando uma área de 2375 metros quadrados.

A produção mensal gira em torno de 1200 toneladas, aproximadamente 40


toneladas por dia distribuída em 3 turnos diários de 8 horas, totalizando uma carga
horária integral de trabalho, exceto para carga e descarga de matéria prima e produto
acabado.

Como observado no gráfico a seguir que mostra a produção no primeiro


semestre de 2005, esta tendo um crescimento acentuado na produção.
43

Produção Armazém Ano de 2005

1.600.000,00
1.400.000,00
1.200.000,00
Peso (kg)

1.000.000,00
800.000,00
600.000,00
400.000,00
200.000,00
0,00
O

O
IL

AL
O

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AI

ST
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LH
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AB

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JU
N

G
AG
M
VE
JA

L
TA
FE

TO
Data

QUADRO 2: Produção primeiro semestre de 2005


FONTE: Próprio autor, baseado no levantamento de campo

Com esta crescente produção o galpão atual não suportara a demanda dentro de
algum tempo. Para resolver este problema foi adquirida um novo galpão para a
produção de beneficiamento e empacotamento da empresa.

O novo galpão se trata de um edifício de apenas um pavimento, exceto para a


área de escritório que é constituída de dois pavimentos. É um galpão básico, com teto
médio de 7,5 m (sete metros e meio) e com aproximadamente 4320 m2 em forma de
“L”, sendo praticamente três vezes maior que o galpão atual.

Possui apenas cinco portões para a entrada e o escoamento da produção,


significando uma dificuldade que tem de ser contornada com uma linha de produção e
logística de escoamento bem arquitetada, visando sempre o fluxo progressivo e a
economia de movimento, assim ganhando tempo e economizando com chapas
(profissional autônomo que é contratado para fazer o carregamento ou descarregamento
da carga, na origem ou destino).

Analisando a planta baixa do galpão, observa-se a área externa (denominada


anexo), um pequeno galpão que faz divisão de parede com o armazém maior. Este
44

anexo possui como medidas 6 metros de largura por 36 de comprimento, totalizando


uma área de 216 metros quadrados.

A área denominada para o escritório e o vestiário ocupam uma área de 6 metros


por 60 metros ao todo, nesta mesma área esta situada o refeitório abaixo do escritório
que se encontra no segundo andar, na frente deste escritório e refeitório temos o
estacionamento dos funcionários e a portaria.

Es critório
Vestiár io

Anexo

FIGURA 3: Planta baixa do novo armazém.


FONTE: Próprio autor, Pesquisa direta, 2006

3.2 Estoque

Para uma analise mais simplificada é considerado um estoque constante, ou seja,


não haverá uma variação de estoque na matéria prima e produto acabado.
45

3.2.1 Pallet

Para simplificar a área que o estoque ocupa, utiliza-se com unidade básica o
pallet VILMA, que tem como dimensões 1,30 x 1,50 metros. A escolha por pallet
VILMA se deve ao fato que este acomoda melhor os sacas (ou fardos), que tem as
medidas que variam de 0,70 à 0,80 metros de comprimento por 0,40 metros de largura
formando pilhas mais firmes e distribuídas uniformemente sobre o pallet. Para sacas tão
grande, o pallet PBR com dimensões de 1,00 x 1,20 metros não é o mais recomendado.

Para pilha montada com sacas no pallet VILMA tem a capacidade máxima de
1.500 kg em produtos para matéria prima em sacas e até 1000 kg para produtos
acabados em fardos.

3.2.2 Divisão e dimensionamento da produção

Durante o período do primeiro semestre de 2005, em média, se teve uma


quantidade de 445 posições pallet para a matéria prima, que como já foi dito, da
aproximadamente 667.500 kg de matéria prima em estoque. Para o produto acabado, a
posições pallet foram de 750, que em quilogramas corresponde a 750.000 kg de
produto.

Proporção m édia - Posição Pallet Proporção m édia - KG

Matéria
prima Matéria
37% prima
43%
Produto
acabado
Produto 57%
acabado
63%

QUADRO 3: Relação posição pallet entre e Kg entre matéria prima e produto acabado – 1º semestre de 2005
FONTE: Próprio autor, baseado no levantamento de campo
46

Analisando os 25 principais produtos empacotados e beneficiados na empresa, e


considerando estes como os únicos trabalhados, podemos observar no gráfico a seguir
uma concentração, demanda ou prioridade em determinados produtos trabalhados.

A relação entre matéria prima e estoque é diretamente relacionada com a


produção do produto. Exemplo: a produção diária de farinha de mandioca é relativa a
10% da produção diária da empresa.

Neste caso significa que a matéria prima de farinha de mandioca é de 66.750 kg


de produto, sendo igual a aproximadamente 45 posições pallet, totalizando uma área
ocupada igual a 87,75 metros quadrados.

polvilho
Média Produção Diária amendoin
girassol 2% trigo para quibe alpiste 3% arroz
0% painco tapioca 1% 0% 16%
0% 0% amido de milho
grao de bico 2% aveia
0% 0%
lentilha canjica
0% 2%
milho para pipoca canjiquinha
3% 1%
fuba creme de minho
7% 0%
feijao roxo ervilha
3% 0%
feijao preto farinha de mandioca
10% 10%
feijao jalo farinha de rosca
3% 1%
feijao branco
feijao carioca
0%
34%
QUADRO 4: Média produção diária primeiro semestre 2005 – 25 produtos principais (hachuras)
Fonte: próprio autor, baseado no levantamento de campo

No entanto, a operação de empacotar cada produto é realizado nas mesmas


máquinas que os demais do mesmo grupo, como por exemplo o feijão. Todos os feijões
são trabalhados na mesma máquina. O mesmo acontece com os grãos que são
empacotados na mesma maquina e os farinácios também.
47

Observando, a quantidade de cada grupo de alimento empacotado em cada


máquina, se tem a proporção de espaço e o espaço entre as máquinas dos grupos.

Proporção entre Grãos, Feijão, Arroz e Farinácios

grãos
farinácios 11%
24%

arroz
16% feijao
49%

QUADRO 5: Proporção da produção diária entre grãos, feijão, arroz e farinácios.


FONTE: Próprio autor, baseado no levantamento de campo

Observando o gráfico, nota-se que o feijão é o principal produto da empresa


analisada, chegando a ser quase cinqüenta por cento da produção. Por conta disto, é
prioridade analisar sua posição na fabrica, também devido ao fato que a máquina de
beneficiamento de feijão é a maior e necessita de cuidados especiais para sua instalação.

3.3 Posicionamento

Determinadas máquinas de beneficiamento e empacotamento necessitam de


posicionamentos específicos dentro do armazém para trabalharem de maneira correta.
Seguindo o mesmo raciocínio, determinados produtos nos estoques de matéria prima e
de produto acabado tem posicionamentos especiais devido a características de odores e
a sujidade.
48

3.3.1 Feijão:

Como já abordado, deve-se começar a analisar pela produção de feijão que


representa quase metade da produção e com características próprias para o
beneficiamento.

Para este exemplo é utilizado para estocar a matéria prima em silos, dispostos na
área denominada anexo, onde se pode colocar ate 6 silos com capacidade de ate 40
toneladas de capacidade.

Como se trata de um silo para guardar alimentos, estes devem ser de materiais
apropriados com no caso de aço galvanizado. Possuindo sistema auto-limpante para
trocas constantes de tipos de feijões nos silos. Outro ponto importante é se utilizar de
esteiras para a condução do feijão do funil de captação do caminhão até o silo, deve-se
evitar o transporte baseado em rosca que pode quebrar o feijão em banda,
desvalorizando o produto.

Uma etapa importante para o beneficiamento do feijão é o expurgo, também


conhecido como fumigação que, segundo o manual técnico do produto GASTOXIN é a
operação que visa a eliminação dos insetos que se encontram nos produtos armazenados
em suas diversas fases de desenvolvimento (ovos, larvas, pupas e adultos), procurando
atingir uma eficiência de 100% no controle.

Na operação de expurgo, são empregados defensivos conhecidos como


fumigantes sendo a fosfato de alumínio (fosfina) o mais utilizado atualmente.

A operação de expurgo pode ser realizada com os grãos a granel ou ensacados.


A granel, os grãos são depositados em silos verticais, horizontais ou armazéns
graneleiros.

Na operação de expurgo em grãos acondicionados em sacos, que é o modelo


mais utilizado hoje, seguem-se as seguintes etapas: Empilha-se a sacaria sobre estrados
de madeira. Cobre-se a sacaria com um lençol impermeável de forma que as laterais do
49

lençol se estenda sobre o piso cerca de 1,0 m. Dispõem as "cobras de areia" sobre as
laterais do lençol que se estende sobre o piso de forma que o lençol fique em contato
com este e evite a saída dos gases do inseticida. Deixa-se um dos lados da pilha sem as
"cobras de areia" para dar acesso à pessoa que vai colocar as pastilhas de fosfina
(inseticida). Distribui as pastilhas de fosfina na quantidade recomendada pelo fabricante
em diferentes locais da pilha de sacos. Após a colocação das pastilhas, veda-se o acesso
colocando as "cobras de areia" no local do acesso. Por fim se espera o período de
exposição dos grãos (aproximadamente 72 horas) e de carência que dura ate 84 horas.

Para os grãos acondicionados a granel em silos, que será utilizado neste trabalho,
as etapas são as seguintes: normalmente as partilhas de fosfina são adicionadas aos
grãos na esteira de carregamento, em doses recomendadas, à medida que esses locais
estão sendo carregados com os grãos. Como alternativa pode-se construir uma casinha
para pastilha na base do silo para ser liberado, neste caso ocorre a extração do pó
residual do silo, o que não acontece com a adição de pastilhas conforme for sendo
carregado o silo.

Porem, para a execução da fumigação nos silos é necessário uma vedação


completa no silo, como também a existência de exaustores para a aeração do feijão após
a operação. A vantagem neste exemplo é que os silos não estarão expostos no mesmo
local de trabalho, sendo assim, a operação de expurgo poderá ser feita sem problema.

A fosfina é um gás inodoro, portanto, o odor de etileno "carbureto" (gás de


alerta) é para alertar as pessoas que trabalham com este produto ou se encontre nas
proximidades dos locais onde a mesma está sendo usada, que a fosfina está no ambiente.

A pastilha do inseticida começa a liberar o gás venenoso uma hora após entrar
em contato com o ar, entretanto, dependendo das condições de temperatura e umidade,
este tempo pode ser mais reduzido. Neste sentido, é aconselhado que a distribuição do
produto seja o mais breve possível e, após a aplicação, evitar a presença de pessoas e
animais no local conforme orientação da vigilância sanitária que proíbe a permanência
de pessoas no local no local onde ocorre o expurgo e principalmente durante a operação
de aeração que necessita de aparelhos como respiradores e exaustores.
50

Devido a tal privação de presença durante o processo de expurgação, aeração e


do período de carência, é conveniente realizar esta operação em um local fora da área de
produção (mesmo para fumigação realizada em silos hermeticamente fechados), pois
neste caso pode-se continuar a tarefas diárias sem a necessidade de paradas que
somando todos os dias levariam aproximadamente uma semana.

Conforme o manual da Gastoxin os limites máximos de resíduos permitidos são


de 0,1 ppm para grãos como no caso do feijão. O fosfeto de hidrogênio ou fosfina é um
gás altamente volátil que, após a aeração, desaparece praticamente por completo dos
grãos, sendo oxidado na atmosfera, transformando-se em formas não tóxicas de fósforo.

Para a máquina de beneficiamento de feijão, existe a necessidade de uma área


para a ventoinha para a retirada de folhas secas e poeira (conhecida também como a
“casinha de palha”) que tem de ficar localizada próximo a parede para facilitar a
exaustão para fora da do armazém.

As posições pallets ocupadas pelo feijão são 220, sendo igual a 429 m² de área
ocupada para a matéria prima. Sendo 1500 quilos por posição pallet, chegando a uma
quantidade de 330 toneladas de feijão. Para seis silos de 40 toneladas, temos uma
capacidade de 240 toneladas.
51

Escritório
Vestiário

FIGURA 4: posicionamento feijão


FONTE: Próprio autor, baseado no levantamento de campo

Em sacaria de feijão ainda terão 90 toneladas distribuídas em qualidades menos


trabalhadas como no caso do feijão branco e roxo já adquiridos imunizados, ou seja,
feijões que já sofreram o expurgo.

Detalhe importante a ser observado é a existência de uma sala acústica para a


contenção do barulho proveniente da maquina de beneficiamento do feijão que é muito
superior a 87 decibéis, que segundo a NR –15, é o limite para a permanência de
trabalhadores em uma exposição máxima de seis horas, mesmo com a utilização de
EPI´s. Esta sala, além do objetivo acústico também ameniza a propagação da sujeira
liberada na operação de limpeza e separação.

3.3.2 Arroz

Semelhante a máquina de beneficiamento de feijão, a maquina de arroz também


tem uma necessidade de proximidade com a parede para a “casinha de palha”.
52

Es critório
Vestiár io

FIGURA 5: Posicionamento do Arroz


FONTE: Próprio autor, baseado no levantamento de campo

3.3.3 Farinácios

O grupo de farinácios representa 24% da produção, estando atrás apenas do


grupo do feijão. Por outro lado, este grupo representa 40% dos tipos de produtos

Outro ponto importante par ser analisado é o fato da granolometria de


determinados farinácios faz com que estes sujem os demais na área de estoque como
acontece no caso do amido de milho. Este produto representa apenas 2% da produção,
mas ainda assim necessita de um local especial de armazenagem.

Segundo as normas da ANVISA (vigilância sanitária), o local reservado para a


estocagem de matérias primas que causam sujeira é composto de uma sala onde o
acesso é possível através de uma cortina de franja de borracha transparente, respeitando
o limite de 0,5 metros da parede e não podendo estocar produto nos locais destinado ao
acesso de pessoas e materiais, assim, pode-se locomover entre a sala e o local de
estoque sem a necessidade de utilizar as mãos.
53

Es critório
Vestiár io

FIGURA 6: Posicionamento dos Farinácios


FONTE: Próprio autor, baseado no levantamento de campo

3.3.4 Grãos

Os grãos representam o segundo maior grupo em variedade, no entanto é o


ultimo grupo relativo à produção. Devido ao fato da pequena produção, muitos produtos
são empacotados de maneira manual, demandando uma área especifica para tal
atividade.
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Es critório
Vestiár io

FIGURA 7: Posicionamento dos grãos.


FONTE: Próprio autor, baseado no levantamento de campo

3.3.5 Embalagem

As embalagens necessitam de acondicionamento adequado para sua melhor


organização e protegidas contra sujidades conforme solicitado no item 4.1.10 do anexo
II da Resolução RDC 275/02 que visa o acondicionamento adequado das embalagens
utilizadas e o item 8.5.1 da Portaria SVS 326/97:

Todo material utilizado para embalagem deve ser armazenado em


condições higiênico-sanitárias, em áreas destinadas para este fim. O
material deve ser apropriado para o produto e as condições previstas
de armazenamento e não deve transmitir ao produto substâncias
indesejáveis que excedam os limites aceitáveis pelo órgão competente.
O material de embalagem deve ser seguro e conferir uma proteção
apropriada contra a contaminação.

Atendendo as necessidades da ANVISA e visando manter os princípios de


Cloude Machline, pode-se criar armários para a armazenagem das embalagens próximo
das máquinas de empacotamento, cada armário contendo apenas as embalagens
55

necessárias para o empacotamento da máquina mais próxima. Desta maneira se ganha


tempo na troca de bobinas e controle para estoque.
A criação de armários locais é diferente de um estoque comum, onde pode
acontecer das bobinas ficarem de maneira desorganizada, não protegidas contra
sujidades e longe do local de utilização. Com estoque descentralizado se ganha em
todos estes pontos se adotados e manipulados de maneira correta.

A bobina de polietileno são cilíndricas, medindo as menores 0,5 metros de altura


por 0,3 metros de diâmetro até as maiores com 0,7 metros de altura por 0,3 metros de
diâmetro. São resistentes e de fácil acondicionamento, sendo preferencialmente
armazenadas de maneira vertical.

Para uma análise pratica, os produtos do grupo do feijão tem em média 2 tipos
diferentes de empacotamento, sendo empacotados em embalagens de 1, 2 e 5 quilos. O
arroz tem três tipos em embalagens de 1, 2 e 5 quilos. O grupo dos grãos tem em média
apenas um tipo de embalagem de 0,5 quilos e o grupo dos farinácios também tem em
média apenas um tipo de embalagem, porem é de 1 quilo.

Para um estoque seguro de bobinas, é considerado uma bobina por produto para
cada 10 % de produção. Considerando a área necessária para a estocagem como sendo
0,3 m² em armários de 2 níveis, chegamos a tabela a seguir:

GRUPO Produto Produção Bobina Estoque Total área (m)


por grupo (%) Grupo necessária
Feijão 5 49 2 5 490 74
Farinácio 10 24 1 3 72 11
Arroz 1 16 3 2 96 14
Grão 9 11 1 2 22 3
Tabela 6: área necessária para estocagem de bobina
FONTE: Próprio autor, baseado no levantamento de campo

Dispondo o mais próximo possível da máquina de empacotamento, em local


permitido e que não atrapalha o fluxo da produção chega-se a seguinte planta:
56

Escritório
Vestiário
OFICINA

FIGURA 8: Posição dos armários de bobina


FONTE: Próprio autor, baseado no levantamento de campo

3.3.6 Pátio de carga e descarga

Com a inclusão de uma área para descarregar feijão a granel, tem se agora seis
entradas para a matéria prima e cinco para a saída de produto acabado. Considerando o
fluxo de entrada descrito na figura a seguir, pode-se observar que determinada entrada é
responsável por uma área especifica para a descarga de matéria prima.

Deve-se lembrar que somente as matérias primas de feijão podem ser carregas
por chapas, as demais localidades devem ser transportada por carro transportador
manual devido a longa distância entre o local de saída e chegada, estando próximo do
limite para a descarga na área reservada para os farinácios e transpassando os 60 metros
permitidos para as áreas de arroz e de grãos.
57

Escritório
Vestiário
OFICINA

Figura 9: Logística de descarga de matéria prima


FONTE: Próprio autor, baseado no levantamento de campo

Para a carregamento do produto acabado, todos os pontos podem ser carregados


por chapas, exceto o arroz que segundo o item 11.2.2.1 referente a NR – 11 deve ser
transportada por carro de mão apropriada como por exemplo uma paleteira. Para a
proposta de fluxo de saída a seguir nota-se uma malha maior que a utilizada para o
transporte de matéria prima, no entanto utilizando apenas quatro hangares para a carga
de produto acabado.
58

Escritório
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OFICINA

FIGURA 10: Logística de Carregamento do produto acabado.


FONTE: Próprio autor, baseado no levantamento de campo

Para a locação dos caminhões e carretas para a carga e a descarga de matéria


prima e de produto acabado, é necessário antes dispor em local onde não se possa fazer
manobra, a balança para os caminhões com matéria prima, principalmente os carregados
com matéria prima a granel. Essa impossibilidade de manobra sobre a balança é para
uma vida útil maior e para evitar que a balança seja descalibrada.

Para contemplar este fator, o local aconselhado será próximo ao portão de


entrada para o pátio como observado na gravura a seguir. A casa ao lado da balança tem
como objetivo analisar o peso dos caminhões.

FIGURA 11: esquema explicativo para entrada do pátio.


FONTE: Próprio autor, baseado no levantamento de campo
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3.3.7 Compressor de ar

Segundo o guia pratico de Ar Comprimido da empresa METALPLAN, diz que o


ruído emitido pelos equipamentos de compressor de ar deve ser isolado do exterior e a
sala deve estar o mais distante possível da presença humana, exceto de seus
responsáveis. É importante observar que a captação do ar atmosférico deve ficar distante
de quaisquer tipos de fontes de contaminação ou calor, tais como: torres de resfriamento
de água, ruas sem calçamento, banhos químicos, chaminés, caldeiras e escapes de
motores de combustão. Conforme o guia da empresa METALPALN, o descuido com
esse item gera problemas com a qualidade do ar comprimido e com o consumo de
energia.

O layout, a área, a altura, o piso e outras características da sala devem facilitar a


operação e a visualização dos painéis de controle dos equipamentos, além de livre
acesso para manutenção. A entrada no local deve ser permitida apenas ao pessoal
autorizado. Deve-se cuidar para que todas as normas de segurança sejam atendidas,
principalmente as relativas a comandos e motores elétricos e equipamentos sob pressão.

O galpão por ser de apenas um pavimento demanda mais tubulação conforme já


foi dito anteriormente. Ainda assim, para tentar minimizar estes gastos, deve-se
encontrar o melhor local para a criação da casa de maquina para o compressor a ar.

A utilização do ar comprimido é apenas para a limpeza das maquinas,


demandando apenas o próprio ar atmosférico sob pressão e livre de quaisquer sujidade
que possa prejudicar a limpeza dos aparelhos.

A área externa próxima à porta de acesso fica aproximadamente entre as duas


linhas horizontais das maquinas. Conforme pode-se verificar na figura, sendo este o
local proposto.
60

Escritório
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FIGURA 12: esquema distribuição do ar comprimido.


61

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No decorrer do trabalho foram analisadas diversas normas para desenvolver uma


proposta de layout em conformidade com as normas da ABNT, ANVISA e Ministério
do Trabalho e Emprego nos quesitos abordados, levando em consideração as condições
operacionais existentes da empresa pesquisada e as limitações físicas do armazém.

A definição do modelo proposto para este trabalho foi realizado de forma a


atender as necessidades exclusivas do armazém estudado, visando a
movimentação/fluxo interno e a logística de matéria prima e produtos acabados. No
entanto, os pontos abordados e a idéias apresentadas podem ser aproveitadas para outros
projetos semelhantes.

Os pontos importantes para a inclusão de tópicos foram remetidos à operação de


gerenciamento, como no caso da rede elétrica, pluvial, esgoto e iluminação. Não foram
considerados neste trabalho pela necessidade de um aprofundamento especifico, mas
com a base aqui apresentada, os projetos subseqüentes posem ser agregados ao layout
final.

A abordagem principal foi focada no processo e na logística de posicionamento


das máquinas e matérias primas como também nos processos de entrada e saída dos
produtos respeitando as normas legais vigentes em nosso país.

Para a conclusão do modelo proposto foi de extrema importância à apreensão e


compreensão de todas as atividades operacionais executadas exercidas em armazéns que
trabalham com produtos a granel ou em sacaria. Esse conhecimento possibilitou as
condições técnicas e criativas na busca das soluções mais adequadas para os problemas
estudados.

Os principais resultados do estudo em termos de ganho de produtividade na


logística fabril encontram-se detalhados na tabela a seguir.
62

Principais Problemas Proposta de melhoria Resultados esperados ou


futuros
Feijão 49% da produção. Alocação da célula que trabalha Visível melhoria no escoamento
com o feijão no melhor local de do feijão devido à eliminação das
escoamento da produção. rotas de cruzamento dos outros
processos dentro do armazém.
Estoques relevados de matéria Utilização de 6 silos, em aço Melhoria do arranjo físico
prima de feijão. galvanizado, com capacidade de proporcionando a liberação de
40 toneladas. espaços no interior do armazém,
permitindo uma melhor
distribuição dos produtos,
aumento da largura dos
corredores. Tudo isso, facilitou a
locomoção e manuseio das
paleteiras.
Local para a realização do Utilizar os silos, localizado na Eliminação das paralisações das
expurgo, tratamento químico, do estrutura anexa ao armazém, para atividades operacionais mesmo
feijão. a realização do expurgo. durante a realização do expurgo e
da aeração nos silos.
Localização da máquina de Proposição de posicionamento da A localização projetada
beneficiamento de feijão. Devido máquina próxima a parede proporcionou maior adequação
a “casinha de palha” externa, no local projetado para a de manuseio e armazenamento
célula do processo de feijão. da palha retirada do processo de
beneficiamento.
Localização da máquina de Proposição de posicionamento da A localização projetada
beneficiamento de arroz para máquina próxima à parede proporcionou maior adequação
alocar a “casinha de palha” externa, no local projetado para a de manuseio e armazenamento
célula do processo de arroz. da palha retirada do processo de
beneficiamento do arroz.
Estocagem especial para as Atendimento das normas da SVS A ante sala permitiu o efetivo
matérias primas que causam com a criação de uma ante sala. isolamento da área de estocagem,
sujidade no interior do armazém. reduzindo as probabilidades de
contaminação do ambiente com
as partículas expelidas pelas
matérias prima.
Armazenagem das bobinas nas Com o propósito de evitar a O posicionamento dos armários
proximidades das células. criação de um local único de proporcionou os seguintes
armazenagem, foi proposto a ganhos: de tempo quanto a
instalação de armários, organização e higiene durante a
adequadamente dimensionados, manipulação das bobinas.
próximo, as células de trabalho.
Localização da balança de Localização perto do portão de Maior vida útil da balança e
pesagem dos caminhões, com o entrada onde as carretas se pesagem mais dinâmica devido a
propósito de eliminar a manobras locomovem apenas em linha reta. necessidade de passar sobre a
realizadas neste local. balança sempre que se entra no
pátio.
Criação de um local adequado Posicionamento do motor de ar Proposta mais coerente devido as
para instalação do motor de ar comprimido entre as duas linhas inúmeras restrições quanto a
comprimido dentro das das máquinas, em local externo, instalação do equipamento. A
adequações técnicas exigidas. de fácil acesso. proposta sugerida atende as
exigências estipulado dentro das
normas.
TABELA 7: Principais resultados encontrados ou futuros.
FONTE: Próprio autor , Pesquisa direta, 2006
63

5 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA

AGENCIA NACIONAL DE VIGILANCIA SANITARIA. Resolução - RDC nº. 275,


de 21 de outubro de 2002.

AGENCIA NACIONAL DE VIGILANCIA SANITARIA. Portaria SVS/MS nº. 326, de


30 de julho de 1997.

AGENCIA NACIONAL DE VIGILANCIA SANITARIA. Resolução - RDC Nº. 216,


de 15 de Setembro de 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5413/1992.


Iluminação de Interiores

CONTADOR, J. C. & et al. Gestão de Operações: a engenharia de produção a serviço


da modernização da empresa. 2 ed. Editora Edgard Blücher, São Paulo, SP, 1998.

CREDER, Hélio. Instalações Elétricas. Ed. Ao Livro Técnico S.A. São Paulo 2002.

GASTOXIN. Manual técnico (apostila, mimeo).

MACHLINE, Claude. Manual de administração da produção. Rio de Janeiro: FGV,


1990.

METALPLAN. Guia Prático - Ar Comprimido (apostila, mimeo).

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria MS nº. 1.428, de 26 de novembro de 1993

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Normas Regulamentares de Segurança


e Saúde no Trabalho. NR 01 – Disposições Gerais

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Normas Regulamentares de Segurança


e Saúde no Trabalho. NR 10 – Segurança em Instalação e Serviço em Eletricidade
64

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Normas Regulamentares de Segurança


e Saúde no Trabalho. NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio
de Materiais

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Normas Regulamentares de Segurança


e Saúde no Trabalho. NR 12 – Máquinas e Equipamentos

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Normas Regulamentares de Segurança


e Saúde no Trabalho. NR 15 – Atividade e Operações Insalubres

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Normas Regulamentares de Segurança


e Saúde no Trabalho. NR 17 – Ergonomia

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Normas Regulamentares de Segurança


e Saúde no Trabalho. NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de
Trabalho

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. rev. ampl.
São Paulo: Cortez, 2000.

SLACK, N. ; CHAMBERS, S. ; HARLAND, C. ; JOHNSTON, R. (1999)


Administração da Produção – Edição Compacta. Editora Atlas, São Paulo, SP.

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico. São Paulo : Atlas,
1994.

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