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10 - TRANSFORMAÇÕES DE

FASE EM METAIS
• 10.1 Introdução
• 10.2 Diagramas Isotérmicos
• 10.3 Diagramas por Resfriamento Contínuo
• 10.4 Comportamento Mecânico
• 10.5 Martensita Revenida
10.1 Introdução
• Versatilidade dos materiais metálicos: ampla gama de
propriedades mecânicas;

• Três mecanismos para o aumento de resistência: refino


do tamanho de grão, solução sólida e encruamento;

• Capítulo 10: Desenvolvimento de microestrutura,


alterando as propriedades mecânicas.
10.1 Introdução
• Taxa de transformação: a maioria das transformações de
fase não ocorram instantaneamente;

• A maioria das transformações de fases exige um certo tempo


para ser concluída;

• Uma limitação dos diagramas de fases é a sua incapacidade


de indicar o tempo necessário para o equilíbrio;

• Estados Metaestáveis: é um estado fora de equilíbrio que


pode persistir por um período de tempo muito longo;
10.1 Introdução
• Para resfriamento fora do equilíbrio, as transformações são
deslocadas para temperaturas mais baixas do que as
indicadas no diagrama de fases. No aquecimento, o
deslocamento se dá para temperaturas mais elevadas. Estes
fenômenos são denominados super-resfriamento e
superaquecimento, respectivamente;

• Quanto mais rápido o resfriamento ou o aquecimento, maior


será o super-resfriamento ou o superaquecimento;

• Por exemplo, para taxas de resfriamento normais, a reação


eutetóide ferro-carbono é tipicamente deslocada entre 10 e
20ºC para baixo da temperatura de transformação de
equilíbrio.
10.1 Introdução

Figura 10.1 – Diagrama de fases ferro-cementita.


TRANSFORMAÇÕES
AUSTENITA

Resf. lento Resf. Rápido


Resf. moderado

Perlita Bainita Martensita


(α + Fe3C) + α fase
próeutetóide (α + Fe3C) (fase tetragonal)

reaquecimento

Ferrita ou cementita Martensita Revenida


(α + Fe3C)
10 - TRANSFORMAÇÕES DE
FASE EM METAIS
• 10.1 Introdução
• 10.2 Diagramas Isotérmicos
• 10.3 Diagramas por Resfriamento Contínuo
• 10.4 Comportamento Mecânico
• 10.5 Martensita Revenida
10.2 Diagramas Isotérmicos
• Neste item serão abordados as transformações
isotérmicas que ocorrem nos aços, a partir da austenita:

– Perlita
– Bainita
– Cementita globulizada (esferoidita)
– Martensita

• Diagrama TTT
Perlita
• Com o resfriamento, a austenita se transforma em ferrita e
cementita;

• A temperatura desempenha um papel importante na taxa de


transformação da austenita em perlita;

• Para a curva 10.2, os dados foram coletados após se resfriar


rapidamente uma amostra composta por 100% de austenita
até a temperatura indicada, e permanecer com esta
temperatura constante durante a reação.
Perlita

Figura 10.2 – Fração sob reação isotérmica em função do


logaritmo do tempo para a transformação da austenita em perlita
para uma composição eutetóide (0,76%C).
Perlita
• Uma maneira mais conveniente de representar a dependência
dessa transformação (tempo e temperatura) está representada na
figura 10.3 para uma composição eutetóide;

• Observe que a temperatura eutetóide (727ºC) está indicada por


uma linha horizontal;

• A transformação só ocorre abaixo da temperatura eutetóide;

• São conhecidos como diagramas de transformações isotérmicas


ou gráficos da transformação – tempo – temperatura (ou T T T)
Perlita

Figura 10.3 -
Demonstração de como
um diagrama de
transformação isotérmica
(parte inferior) é gerado a
partir de medições da
porcentagem
transformada um função
do logaritmo do tempo
(parte superior).
Perlita
• A curva real de tratamento térmico isotérmico (ABCD na
figura 10.4) está superposta ao diagrama de transformação
isotérmica para um liga ferro-carbono eutetóide;

• Um resfriamento muito rápido da austenita até uma dada


temperatura está indicado pela linha AB e o tratamento
isotérmico nessa temperatura está representado pelo
segmento horizontal BCD;

• A transformação da austenita em perlita começa na


interseção, ponto C (após aproximadamente 3,5 s) e termina
após transcorridos aproximadamente 15 s, correspondendo
ao ponto D.
Perlita

Figura 10.4 - Diagrama de transformação isotérmica para uma


liga ferro-carbono eutetóide.
Perlita
• A razão entre as espessuras das camadas de ferrita e de cementita
na perlita é aproximadamente 8 para 1;

• Entretanto, a espessura absoluta da camada depende da


temperatura na qual a transformação isotérmica ocorre;

• Em temperaturas imediatamente abaixo da temperatura eutetóide,


são produzidas camadas relativamente grossas, tanto na ferrita
quanto de Fe3C. Essa microestrutura é chamada perlita grossa;

• Nessas temperaturas, taxas de difusão são relativamente altas, tal


que durante a transformação, os átomos de carbono podem se
difundir a distâncias relativamente grandes, o que resulta na
formação de lamelas espessas;

• Com a diminuição da temperatura, a taxa de difusão do carbono


diminui e as camadas se tornam progressivamente mais finas. A
estrutura em camadas finas é denominada perlita fina.
Perlita

Figura 10.5 – Fotomicrografias de (a) perlita grossa e (b) perlita fina.


Ampliação de 300x.
Perlita
• Para ligas ferro-carbono de outras composições, uma
fase proeutetóide (quer de ferrita ou cementita) irá
coexistir com a perlita;

• Desta forma, também devem ser incluídas no diagrama


de transformação isotérmica as curvas adicionais
correspondentes a uma transformação proeutetóide;

• Uma parte de um diagrama destes tipo para uma liga de


1,13%pC é mostrada a seguir.
Perlita

Figura 10.6 – Diagrama de transformação isotérmica para uma liga


ferro-carbono com 1,13%pC: A, austenita; C, cementita
proeutetóide; P, perlita.
Bainita
• Além da perlita, existem outros microconstituintes que são
produtos da transformação austenitica;
• Um destes é chamado bainita;
• A bainita é composta de uma matriz de ferrita e partículas
alongadas de Fe3C (Ferrita + carbetos em formas não
lamelar);
• A bainita ocorre em temperaturas abaixo daquelas nas quais
a perlita se forma;
• Os detalhes microestruturais da bainita são tão finos que sua
resolução só é possível com o auxílio de um microscópio
eletrônico.
Bainita
• A perlita se forma acima do nariz do diagrama TTT (na faixa
de temperatura entre aproximadamente 540 e 727ºC);

• A bainita é o produto da transformação em temperaturas


entre aproximadamente 215 e 540ºC;

• As transformações perlítica e bainítica são, na realidade,


concorrentes entre si, e uma vez que uma dada fração de
uma liga tenha se transformado em perlita ou bainita, a
transformação para o outro microconstituinte não será
possível sem um reaquecimento para formar a austenita.
Bainita

Figura 10.8 – Diagrama


de transformação
isotérmica para uma liga
ferro-carbono de
composição eutetóide,
incluindo transformações
austenita em perlita (A-P)
e austenita em bainita
(A-B).
Cementita Globulizada
• Se uma liga de aço com microestruturas perlítica ou bainítica
é aquecida até uma temperatura abaixo da temperatura
eutetóide por um período de tempo suficientemente longo
(cerca de 700ºC durante 18 a 24 horas) uma outra
microestrutura se formará;
• Ela é chamada de cementita globulizada ou esferoidita;
• Neste caso a fase Fe3C aparece como partículas com um
aspecto esférico, dispersas em uma matriz contínua da
ferrita;
• Esta transformação ocorre devido à difusão adicional de
carbono, sem nenhuma mudança nas composições ou
quantidades relativas de fases ferrita e cementita;
• A formação da cementita globulizada não está incluída no
diagrama TTT.
Cementita Globulizada

Figura 10.9 -
Fotomicrografia de um
aço tendo uma
microestrutura de
esferoidita. As partículas
pequenas são cementita
e a fase contínua é a
ferrita. Ampliação de
1000x.
Martensita
• Um outro microconstituinte ou fase chamado de martensita é
ainda formado quando as ligas ferro-carbono austenitizadas
são resfriadas rapidamente até uma temperatura
relativamente baixa (próxima à temperatura ambiente);

• A martensita é uma estrutura monofásica que não se


encontra em equilíbrio, a qual resulta de uma transformação
não-difusional da austenita;

• A transformação martensítica ocorre quando a taxa de


resfriamento é rápida o suficiente para prevenir a difusão do
carbono;

• Qualquer difusão que venha a ocorrer resultará na formação


das fases ferrita e cementita;
Martensita
• Isto ocorre de tal maneira que a austenita CFC apresenta
uma transformação para uma martensita tetragonal de corpo
centrado (TCC);

• Todos os átomos de carbono permanecem como impurezas


intersticiais na martensita;

• Os átomos constituem uma solução sólida que é capaz de


rapidamente se transformar a outras estruturas se aquecida
até temperaturas nas quais taxas de difusão se tornam
apreciáveis;

• Muitos aços, entretanto, retêm sua estrutura martensítica


quase indefinidamente à temperatura ambiente.
Martensita
• Os grãos de martensita assumem a aparência ou de
placas ou de agulhas, como indicado na Figura 10.11;

• A fase branca na micrografia é austenita (austenita


residual) que não se transformou durante o resfriamento
rápido;

• A martensita bem como outros microconstituintes (por


exemplo, perlita) podem coexistir.
Diagrama TTT

Figura 10.12 – Diagrama


de transformação
isotérmica completo
para uma liga ferro-
carbono com
composição eutetoide.
A: austenita, B: bainita,
M: martesita, P: perlita

OBS: A transformação de 100%


para martensita não é concluída
antes de uma temperatura final
(Mf) de -46ºC.
FATORES QUE AFETAM A
POSIÇÃO DAS CURVAS TTT NOS
AÇOS
• Teor de carbono;

• Composição química (elementos de liga);

• Tamanho do grão da austenita.


TEOR DE CARBONO

• Quanto menor o teor de carbono mais difícil de se obter


estrutura martensítica
COMPOSIÇÃO
QUÍMICA/ELEMENTOS DE LIGA
Quanto maior o teor e o número dos elementos de liga,
mais numerosas e complexas são as reações
Ð
Todos os elementos de liga (exceto o Cobalto) deslocam
as curvas para a direita, retardando as transformações
Ð
Facilitam a formação da martensita

*** Conseqüência: em determinados aços pode-se obter martensita mesmo


com resfriamento lento
TAMANHO DE GRÃO DA AUSTENITA
Quanto maior o tamanho de grão mais para a direita
deslocam-se as curvas TTT
Ð
Tamanho de grão grande dificulta a formação da
perlita, já que a mesma inicia-se no contorno de grão
Ð
Então, tamanho de grão grande favorece a formação
da martensita
TAMANHO DE GRÃO DA AUSTENITA
No entanto deve-se evitar tamanho de grão da
austenita muito grande porque:

• Diminui a tenacidade
• Gera tensões residuais
• É mais fácil de empenar
• É mais fácil de ocorrer fissuras
CURVA TTT PARA AÇO EUTETÓIDE

Temperatura de γ
austenitização

α+Fe3C
Martensita

Perlita

-Como a martensita não envolve difusão, a sua formação ocorre instantaneamente


(independente do tempo, por isso na curva TTT a mesma corresponde a uma reta).
Diagrama TTT
• A presença de elementos de liga (Cr, Ni, Mo e V) pode
causar significativas mudanças nas posições e forma
das curvas nos diagramas;

• Estas incluem:
– O deslocamento da inflexão da transformação
austenita em perlita para tempos mais longos (e
também de uma inflexão da fase proeutetóide, se
essa existir);
– A formação de uma inflexão separada para a bainita.
Diagrama TTT

Figura 10.13 - Diagrama de


transformação isotérmica
para um aço-liga (tipo
4340). A: Austenita. B:
bainita. P: perlita. M:
martensita.
ALGUMAS CURVAS DE RESFRIAMENTO A
TEMPERATURA CONSTANTE, PARA UM AÇO
EUTETÓIDE, E AS RESPECTIVAS
MICROESTRUTURAS FORMADAS PARA CADA UM
DOS CASOS
Exemplo
Especifique a natureza da microestrutura final
(microconstituintes e porcentagens) de uma amostra que foi
submetida aos tratamentos descritos a seguir.

Considere o diagrama TTT da liga ferro-carbono eutetóide


inicialmente a 760ºC na fase austenítica.
Exemplo
A) Resfriamento rápido até 350ºC,
manutenção dessa temperatura
durante 104s e têmpera até a
temperatura ambiente.
Exemplo
B) Resfriamento rápido até 250ºC,
manutenção dessa temperatura
durante 100s e têmpera até a
temperatura ambiente.
Exemplo
C) Resfriamento rápido até 650ºC,
manutenção dessa temperatura
durante 20s, têmpera até 400ºC,
manutenção dessa temperatura
durante 103s e têmpera até a
temperatura ambiente.
Diagrama TTT

Figura 10.14 – Diagrama TTT para uma composição hipereutetóide (1,13%pC).


Diagrama TTT

Figura 10.15 – Diagrama TTT para uma composição hipoeutetóide (0,5%pC).


10 - TRANSFORMAÇÕES DE
FASE EM METAIS
• 10.1 Introdução
• 10.2 Diagramas Isotérmicos
• 10.3 Diagramas por Resfriamento Contínuo
• 10.4 Comportamento Mecânico
• 10.5 Martensita Revenida
10.3 Diagramas por Resfriamento
Contínuo
• O diagrama de transformação isotérmica só é válido apenas
para condições de temperatura constante;

• Para resfriamento contínuo, os tempos necessários para o início


e o término da reação são retardados;

• Um gráfico contendo estas curvas modificadas para o início e o


término da reação é denominado diagrama de transformação
por contínuo resfriamento (TRC).

• Duas curvas de resfriamento correspondendo a taxas


moderadamente rápidas e lentas estão superpostas figura 10.20,
para um aço eutetóide.
10.3 Diagramas por Resfriamento
Contínuo

Figura 10.20 – Superposição dos


diagramas de transformação
isotérmica e de transformação
por resfriamento contínuo para
uma liga ferro-carbono eutetóide.
10.3 Diagramas por Resfriamento
Contínuo
• A bainita não irá se formar quando houver o resfriamento
contínuo até a temperatura ambiente;

• A região que representa a transformação da austenita em perlita


termina imediatamente abaixo da inflexão, como indicado na
curva AB da figura 10.21;

• Para qualquer curva de resfriamento que passe através de AB, a


transformação será interrompida e a austenita que não tiver
reagido começará a se transformar em martensita após o
cruzamento da linha Minício.
10.3 Diagramas por Resfriamento
Contínuo

Figura 10.21 – Curvas de


resfriamento moderadamente
rápido e de resfriamento lento em
um diagrama de transformação
por resfriamento contínuo para
uma liga ferro-carbono eutetóide.
10.3 Diagramas por Resfriamento
Contínuo
• Não há variação da temperatura da transformação da
martesita;

• Existe uma taxa de têmpera crítica, que representa a taxa


mínima de têmpera que irá produzir estrutura totalmente
martensítica;

• Há uma faixa de taxas de resfriamento na qual serão


produzidas tanto perlita quanto martensita.
10.3 Diagramas por Resfriamento
Contínuo

Figura 10.22 - Diagrama de


transformação por
resfriamento contínuo para
uma liga ferro-carbono
eutetóide com curvas de
resfriamento superpostas,
demonstrando a
dependência da
microestrutura final em
relação às transformações
que ocorrem durante o
resfriamento.
10.3 Diagramas por Resfriamento
Contínuo
• Carbono e outros elementos de liga também deslocam as
inflexões da perlita (bem como da fase proeutetóide) e da
bainita para tempos mais logos, desta forma diminuindo a
taxa der resfriamento crítica;

• Uma das razões para a adição de elementos de liga em aços


é facilitar a formação da martensita;
10.3 Diagramas por Resfriamento
Contínuo
• A Figura 10.23 mostra o diagrama de transformação sob
resfriamento contínuo para o aço 4340, cujo diagrama de
transformação isotérmica está apresentado na Figura 10.13;

• A presença da inflexão da bainita é responsável pela


possibilidade de formação de bainita durante o tratamento
térmico sob resfriamento contínuo;
10.3 Diagramas por Resfriamento
Contínuo

Figura 10.23 -Diagrama de


transformação por
resfriamento contínuo para
um aço-liga (tipo 4340) e
várias curvas de resfriamento
superpostas, demonstrando
a dependência da
microestrutura final desta liga
em relação às
transformações que ocorrem
durante o resfriamento.
10.3 Diagramas por Resfriamento
Contínuo
• As ligas ferro-carbono que contêm menos do que
aproximadamente 0,25%p de carbono não são tratadas
termicamente para a formação de martensita, porque são
necessárias taxas de resfriamento muito rápidas;

• Elementos de liga, como cromo, níquel, molibdênio,


manganês, silício e tungstênio são efetivos em tornar os aços
tratáveis termicamente;

• Em resumo, os diagramas de transformações isotérmicas e


por resfriamento contínuos são, em certo sentido, diagramas
de fases onde o parâmetro tempo é introduzido.
ALGUMAS CURVAS DE RESFRIAMENTO
CONTÍNUO, PARA UM AÇO EUTETÓIDE, E AS
RESPECTIVAS MICROESTRUTURAS FORMADAS
PARA CADA UM DOS CASOS
A (FORNO)= Perlita
grossa
B (AR)= Perlita + fina (+
dura que a anterior)
C(AR SOPRADO)=
Perlita + fina que a
anterior
D (ÓLEO)= Perlita +
martensita
E (ÁGUA)= Martensita

No resfriamento contínuo, as curvas TTT deslocam-se um pouco


para a direita e para baixo
10 - TRANSFORMAÇÕES DE
FASE EM METAIS
• 10.1 Introdução
• 10.2 Diagramas Isotérmicos
• 10.3 Diagramas por Resfriamento Contínuo
• 10.4 Comportamento Mecânico
• 10.5 Martensita Revenida
10.4 Comportamento Mecânico
• Será estudado o comportamento mecânico de ligas
ferro-carbono que possuem as microestruturas
analisadas:

– Perlita
– Cementita globulizada (esferoidita)
– Bainita
– Martensita
Perlita
• Cementita é muito mais dura, porém muito mais frágil do
que a ferrita;

• O aumento a fração de Fe3C em uma liga irá resultar


num material mais duro e mais resistente
Perlita

Figura 10.24 – Aços que possuem microestruturas compostas por perlita fina. (a)
Resistência ao escoamento, resistência à tração e dureza Brinell em função da
concentração de carbono. (b) Dutilidade (%AL) e energia de impacto Izod em
função da concentração de carbono.
Perlita
• A espessura da camada de cada fase, ferrita e
cementita, na microestrutura também influencia o
comportamento mecânico do material;

• Perlita fina é mais dura e mais resistente do que a perlita


grosseira.
Perlita - Esferoidita

Figura 10.25 – Aços que possuem microestrutura de perlita fina, grosseira e


esferoidita. (a) Durezas Brinell e Rockwell em função da concentração de
carbono (b) Dutilidade (%RA) em função da concentração de carbono
Esferoidita
• Ligas contendo microestruturas perlíticas possuem maior
resistência mecânica e dureza do que aquelas que possuem
cementita globulizada (figura 10.25 a);

• A deformação plástica não é tão restrita, o que dá origem a


um material relativamente dúctil e pouco resistente;

• De todos as ligas de aços, aquelas que são os mais dúcteis e


menos resistentes possuem uma microestrutura de
esferoidita (figura 10.25 b).
Bainita
• Uma vez que aços bainíticos têm uma estrutura mais fina
(isto é, menores partículas de Fe3C na matriz de ferrita), eles
são mais resistentes e mais duros do que os aços perlíticos;

• Entretanto, eles ainda exibem uma combinação desejável de


resistência e ductilidade;

• A figura 10.26 mostra a influencia da temperatura de


transformação no diagrama TTT, para uma composição
eutetóide da liga ferro-carbono.
Bainita

Figura 10.26 – A dureza Brinell e o limite de resistência à tração (à temperatura


ambiente) em função da temperatura de transformação isotérmica para uma
liga ferro-carbono eutetóide medidas ao longo das faixas de temperaturas em
que se formam as microestruturas bainítica e perlítica.
Martensita
• Das várias microestruturas que podem ser produzidas para
um dado aço, a martensita é a mais dura e a mais resistente
e, além disso, a mais frágil;

• Ela possui, na realidade, ductilidade desprezível;

• Em contraste aos aços perlíticos, acredita-se que a


resistência mecânica e a dureza da martensita não estejam
relacionadas à sua microestrutura. Ao invés disso, essas
propriedades são atribuídas à eficiência dos átomos
intersticiais de carbono em restringir o movimento das
discordância;
Martensita
• A austenita é ligeiramente mais densa do que a martensita e,
portanto, durante a transformação de fases que ocorre na
têmpera, há um aumento líquido de volume;

• Consequentemente, quando peças relativamente grandes


são temperadas rapidamente, elas podem trincar como
resultado de tensões internas;

• Isto se torna um problema, especialmente quando o teor de


carbono é maior do que 0,5%.
10 - TRANSFORMAÇÕES DE
FASE EM METAIS
• 10.1 Introdução
• 10.2 Diagramas Isotérmicos
• 10.3 Diagramas por Resfriamento Contínuo
• 10.4 Comportamento Mecânico
• 10.5 Martensita Revenida
10.5 Martensita Revenida
• A martensita, além de ser muito dura, é tão frágil que não
pode ser empregada para a maioria das aplicações;
• A ductilidade e a tenacidade da martensita podem ser
aprimoradas e as tensões internas aliviadas por um
tratamento térmico.

Martensita (TCC, monofásica) →


Martensita revenida (fases α + Fe3C)
10.5 Martensita Revenida
• Martensita revenida: consiste em partículas de cementita
extremamente pequenas e uniformemente dispersas em uma matriz
contínua de ferrita (semelhante à cementita globulizada, porém
muito menores);

Figura 10. 27 – Micrografia


da martensita
revenida. O revenido
foi realizado a 594ºC.
As partículas pequenas
são a fase cementita e
a fase matriz é ferrita α.
Ampliação 9300x.
10.5 Martensita Revenida

Figura 10. 28 – A dureza (à


temperatura ambiente)
em função da
concentração de
carbono para aços
martensítico,
martensítico revenido
(371ºC) e perlítico.
10.5 Martensita Revenida

Figura 10. 29 – Limite de


resistência à tração,
limite de escoamento e
ductilidade (%RA) (à
temperatura ambiente)
em função da
temperatura de
revenido para um aço-
liga (tipo 4340)
temperado em óleo.
10.5 Martensita Revenida

Figura 10. 30 – A dureza (à temperatura ambiente) em função do tempo de


revenido para um aço eutetóide (1080) que foi temperado em água.

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