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Tratamentos Térmicos

Aulas

Os diagramas TTT e TAC são aqueles que são utilizados a nível industrial. Na prática, os diagramas de
equilíbrio não são utilizados porque as velocidades de arrefecimento que estão subjacentes a estes
diagramas são extremamente lentas e isso não é compatível com a prática industrial. Por outro lado, os
diagramas de equilíbrio (ferro e carbono) só têm em consideração o ferro e carbono.

Como sabemos, os diagramas de ferro e carbono têm impurezas, podem conter elementos de liga,
embora nunca estejam presentes no diagrama de equilíbrio. Assim, são utilizados os diagramas TTT e
TAC, que nos indicam como se trata a transformação de austenite em condições de não equilíbrio, mas
para além destas condições também têm em consideração a composição química do aço.

Portanto, para cada aço existe um diagrama TTT e TAC, enquanto um diagrama de equilíbrio de fero-
carbono é apenas para ligação com ferro e carbono.

Em relação aos diagramas TTT, são divididos em 3 zonas:

o A zona superior (domínio perlítico), significa que a austenite se for submetida a um estágio
isotérmico dentro deste domínio vai formar perlite. O dmimnio está acima do ponto mais à
esquerda da diagrrma, chamado o nariz da curva; abaixo do anterior referido está sempre o
domínio bainítico (neste caso, a austenite transforma-se em bainite); em baixo, temos o
domínio da transformação da austenite em martensite.

Relembrando que estes diagramas são válidos para uma determinada parte do ciclo térmico, ou seja,
temos sempre um aquecimento, um estágio feito à temperatura da austenitização e um certo tempo de
estágio a essa temperatura.

Para que serve a temperatura da austenitização e o tempo do estágio?

Serve para homogeneizar, em termos de composição química, toda a base da peça que estamos a tratar
termicamente e, em termos da microestrutura, garantir que a microestrutura é austenite. Assim, temos
uma composição química homogénea que, eventualmente, é diferente em termos de homogeneidade
da composição química da partida. APARTE: a microestrutura também pode ser diferente da
microestrutura de partida do ciclo térmico.

De seguida, partindo do último ponto, temos um arrefecimento rápido, isto é, quando o arrefecimento é
representado com uma linha reta paralela ao eixo das temperaturas quer dizer que se considera que a
temperatura arrefeceu instantaneamente de um valor para outro. Na realidade, isso não acontece, mas
sim existe uma múfula (à temperatura da austenitização), onde foi feita a austenitização e próximo
dessa múfula temos uma segunda múfula (à temperatura do estágio isotérmico).

À temperatura de estágio isotérmico, o estágio possui uma determinada duração e depois as amostras
são arrefecidas, em regra, ao ar.

Um diagrama com um ciclo térmico efetuado com recurso à informação de um diagrama TTT tem
sempre a seguinte configuração:

o Aquecimento;
o Estágio;
o Arrefecimento rápido;
o Novo estágio;
o Arrefecimento, normalmente, ao ar.

No 2diagrama TTT (mais complicado), a primeira linha do lado esquerdo é a linha de inicio de
transformação de austenite em cima do constituinte pro-eutectoide (ferrite ou cementite). Na segunda
linha, é o inicio da transformação da austenite no constituinte eutectoide, isto é, a austenite que ainda
não formou ferrite vai agora transformar-se progressivamente, em perlite. Na terceira linha, significa
que a austenite se transformou em tudo aquilo em que se tinha de transformar, neste caso, ferrite e
perlite. A partir daqui, não vai haver mais nenhuma transformação de austenite.

Portanto, imaginando que já austenitizei a uma certa temperatura vou passar do estágio de
austenitizaçao para a múfula 2, que já esta à temperatura adequada. Na prática, esta transferência tem
de ser feita o mais rápido possível para que o aço não arrefeça durante o transporte de uma múfula
para a outra, visto que pode gerar alterações na microestrutura (e não queremos que isso aconteça).

No momento em que o aço é inserido a 600°C, não acontece nada, é necessário um tempo de incubação
para que a austenite de se transforme em ferrite e, no caso do gráfico que estamos a tratar, esse tempo
é de 2 segundos. Continuando o estágio isotérmico, dentro desse intervalo de tempo, a austenite vai
transformar-se em ferrite. Inicialmente tínhamos graus de austenite e depois, dentro daquele domínio,
formaram-se grãos de ferrite nas fronteiras de grão da austenite.

Continuando o estágio o aço vai entrar no domínio de A+F+C (austenite ; ferrite + cementite = perlite)

A perlite apresenta uma estrutura lamelar de lamelas alternadas de ferrite e cementite.

Temos então os grãos de ferrite pró-eutectoide que se formaram dentro daquele intervalo de tempo e,
a partir daí, a austenite que ainda não se tinha transformado vai originar perlite sendo que, passados
cerca de 50 segundos, a austenite transformou-se, totalmente, ou em ferrite pró-eutectoide ou em
perlite. Caso o estágio se prolongue para além dos 50 segundos, a microestrutura do aço não se vai
alterar porque toda a austenite se transformou, ou seja, em termos industriais prolongar seria um
desperdício de dinheiro. No fundo, o que se quer é induzir um determinado conjunto de propriedades
mecânicas, tais como o nível de dureza.

Os diagramas TTT e TAC são bastante semelhantes, a diferença é que NOS diagramas TAC estão
descritas as várias colunas que vão representar as velocidades de arrefecimento. No final dessas linhas
está um nível de orisa conferido pelo modo de arrefecer o aço e podemos ter valores como, por
exemplo, 22 HRC que é relativamente pouco duro até 62 HRC que é extremamente duro.

Uma das razões pelas quais pelo aço é dos materiais mais utilizados em Engenharia prende-se, pelo
facto, de os tratamentos térmicos serem muito versáteis e reprodutíveis.

O domínio na parte superior (nariz da curva) é o domínio perlítico, em que a austenite vai formar perlite;
abaixo, temos o domínio da bainite. Mais abaixo, é a “zona de ninguém” e quando não temos nada
significa que a transformação de austenite não se está a processar; depois temos o domínio da
martensite.
Ponto critico??

Existem vários M, pode ir de M0 a M100. M10 significa que 10% da austenite que ainda existe
transformou-se em martensite, não a austenite inicial, mas sim a austenite que não se transformou. Em
relação a M50 (considerando o exemplo da aula), significa 50% dos 30% que falta transformar, dado que
70% já se transformaram.

O primeiro ponto é sempre o ponto de partida da curva. De seguida, vamos selecionar um ponto triplo,
que é o ponto onde exista uma intersecção entre uma curva de arrefecimento, uma temperatura e o
tempo. Podem existir várias interseções (vários pontos triplos), mas devemos selecionar aquela que se
encontra à menor temperatura possível para que tenhamos dois pontos o mais distantes possível na
curva (podem-se fazer aproximações desde que haja bom senso).

Na análise dos diagramas, pode estar escrita ou não a temperatura de partida das curvas, o que não
quer dizer que essa seja a temperatura de austenitização. Exemplo da aula: num diagrama TAC, temos
números que nos indicam a percentagem de transformação da austenite nos diferentes constituintes;
relativamente àquela velocidade de arrefecimento a vermelho, à medida que eu acho está a arrefecer a
austenite vai-se transformar, neste caso, temos 45% de austenite a transformar em ferrite e depois 55%
de austenite a transformar em perlite, atingindo 100% de transformação, portanto, daqui até à
temperatura ambiente nada mais vai acontecer.

Finalmente, se eu efetuar o arrefecimento dentro do forno não vai acontecer nada, porém, é boa ideia
tirar do forno e deixar arrefecer ao ar; não se deve arrefecer na água porque pode induzir tensões
residuais e pode ser prejudicial para a peça que estamos a produzir. Além disso, se eu retirar do forno
estarei a libertá-lo para poder introduzir uma carga nova e assim, estamos a otimizar o processo.

O que acontece quando o mesmo aço arrefece a uma velocidade de arrefecimento mais elevada?

O aço vai formar 5% de ferrite, 5% de perlite e 30% de bainite. Os restantes 60% de austenite irão,
eventualmente, transformar-se em martensite PORQUÊ EVENTUALMENTE? Temos de saber os M todos:
Ms……M40……Mf Se a temperatura de Mf for atingida tem-se a certeza que os 60% de austenite se
transformaram em martensite, senão pode ser inferior à temperatura ambiente. Concluindo, vou ter
ferrite, perlite, bainite, uma determinada percentagem de martensite e austenite residual (se não for
atingido Mf ).

As escalas dos tempos estão numa escala logarítmica.

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