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ESTÁGIO SUPERVISIONADO
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
APLICAÇÃO DA NORMA REGULAMENTADORA NR 36 EM UMA
AGROINDÚSTRIA
LAGES SC
2013
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ESTÁGIO SUPERVISIONADO
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
APLICAÇÃO DA NORMA REGULAMENTADORA NR 36 EM UMA
AGROINDÚSTRIA
LAGES SC
2013
I
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TERMO DE APROVAÇÃO
ESTÁGIO SUPERVISIONADO
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
APLICAÇÃO DA NORMA REGULAMENTADORA NR 36 EM UMA
AGROINDÚSTRIA
Conceito: ______.
______________________________________
Data:____/____/2013.
II
3
IDENTIFICAÇÃO
CNPJ: 03.914.460/0216-63
CNAE: 143010
Duração: 45 dias
III
II
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço e dedico este trabalho primeiramente a Deus, pois ele é tudo, sempre esteve
comigo me amparou e me deu forças a seguir em frente por meus objetivos e metas, a minha
mãe, que sempre me deu maior força para que eu lutasse por meus sonhos. A minha irmã pela
força e dedicação e sem esteve ao meu lado me apoiando. E meu irmão pelo seu esforço e
humildade.
O desenvolvimento do projeto foi um desafio, pois tivemos que nos empenhar e
dedicarmos boa parte do nosso tempo no planejamento e na execução deste. Quando digo
“nós” quero dizer não somente o autor deste trabalho, mas as pessoas envolvidas diretamente
e indiretamente. Quero registrar o meu agradecimento, ao Gerente Industrial, e os
colaboradores da Alfa Alimentos, pela paciência e atenção dedicada a este acadêmico. Aos
meus professores e orientadores, o professor Johnny e Carlos Eduardo, que dedicaram parte
de sua vida para disponibilizar a atenção necessária na execução deste projeto e aos amigos
que sem ser preciso nomeá-los, sabem que foram fundamentais na minha vida sendo sempre
companheiros e leais em todo o tempo juntos.
IV
5
Sem sonhos, a vida não tem brilho. Sem metas, os sonhos não têm alicerces.
Sem prioridade, os sonhos não se tornam reais. Sonhe, trace metas, estabeleça prioridade e corra riscos para
executar seus sonhos.
(Augusto Cury)
V
6
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo analisar aplicação da norma regulamentadora número 36
(Portaria nº 3.214/1978), que versa sobre a segurança dos trabalhos envolvendo atividades
desenvolvidas em frigoríficos. A análise de aplicação da norma regulamentadora da portaria
do Ministério do Trabalho e Emprego, apresenta as principais itens e conceitos e definições
trazidos pelo texto da norma. O trabalho busca avaliar os itens aplicáveis da norma na
agroindústria e as contribuições da mesma. A relevância do tema abordado reside na proteção
do bem maior, a vida humana, através da melhora das condições de saúde e segurança para os
trabalhadores. A oportunidade de desenvolvimento do estudo relacionado com a segurança e
saúde no trabalho através da aplicação da norma foi feita como forma de se alcançar o
objetivo principal que é de se entender o processo de desenvolvimento de aplicação da norma.
A metodologia de aplicação foi de observações no dia a dia do trabalho na agroindústria e a
necessidade da organização em adequar-se a nova norma. O presente trabalho tem como
objetivo analisar os itens aplicáveis da norma e demonstrar a contribuição e benefícios para a
saúde e segurança dos trabalhadores. Para tanto foram selecionados os itens e subitens da
norma aplicáveis neste escopo. O cumprimento destes itens e subitens foi verificado e as não
conformidades foram comentadas e recomendações emitidas. Concluiu-se que os serviços da
agroindústria são regidos pela legislação vigente e que a mesma encontra-se em fase de
adequação quanto aos itens e subitens da norma a serem aplicados sendo assim a mesma deve
adequar-se e fiscalizar o cumprimento da norma regulamentadora.
VI
7
ABSTRACT
This paper aims to examine the application of the regulation number 36 (Ordinance No.
3.214/1978), which deals with the safety of the work involving activities in refrigerators. The
analysis of application of the regulation of the Ordinance of the Ministry of Labour and
Employment, presents the main concepts and definitions and items brought by the text of the
standard. The study sought to determine the applicable standard items in the agroindustry and
the contributions of the same. The relevance of the subject lies in protecting the greater good,
human life, through the improvement of health and safety for workers. The opportunity to
study development related to health and safety at work through the application of the rule was
made in order to achieve the main goal is to understand the development process of applying
the rule. The methodology was applied to observations in the daily work in the agricultural
industry and the need of the organization to adapt to the new standard. This study aims to
analyze the items applicable standard and demonstrate the contribution and benefits to the
health and safety of workers. Therefore, we selected the items and sub-items of the standard
applicable in this scope. Compliance with these items and sub-items have been checked and
nonconformities were commented and issued recommendations. It was concluded that the
services of the agricultural industry are governed by law and that it is in the process of
adaptation as to the items and sub-items of the standard to be applied therefore it must suit up
and monitor compliance of the regulation.
VII
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LISTA ILUSTRAÇÕES
VIII
9
IX
10
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11
1.1 Apresentação ...................................................................................................................... 11
1.2 Objeto de pesquisa .............................................................................................................. 12
1.3 Problemática ....................................................................................................................... 13
1.4 Objetivos.............................................................................................................................13
1.4.1 Objetivo geral ................................................................................................................. 14
1.4.2 Objetivos específicos ...................................................................................................... 14
1.5 Justificativa ......................................................................................................................... 14
1.6 Limitações do trabalho .......................................................................................................15
1.7 Relevância e contribuição da pesquisa ...............................................................................15
1.8 Estrutura de desenvlvimento do trabalho............................................................................16
1.9 Metodologia........................................................................................................................17
1.9.1 Delineamento da pesquisa................................................................................................17
1.9.2 Coleta de dados................................................................................................................19
1.9.3 Análise de dados..............................................................................................................20
1.10 Cronograma......................................................................................................................20
2 REFERENCIAL TEÓRICO...............................................................................................21
2.1 Historicidade das normas regulamentadas .........................................................................21
2.2 Normas Regulamentadoras ................................................................................................23
2.2.1 Conceitos gerais...............................................................................................................24
2.3 Controle dos riscos..............................................................................................................26
2.3.1Avaliação dos ricos...........................................................................................................28
2.4 A gestão de segurança e saúde no trabalho ........................................................................35
2.5 Os aspectos que influem nos acidentes e a análise das situações potenciais de acidentes .37
3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO.........................................................41
4 ANÁLISE E APLICAÇÃO DA NR 36 EM UMA AGROINDÚSTRIA.........................43
4.1 Caracterização da Empresa.................................................................................................45
4.2 Aplicação do método check-list..........................................................................................45
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS DA APLICAÇÃO DA NR 36......................................67
5.1 Análise quantitativa dos dados............................................................................................67
6 CONCLUSÃO......................................................................................................................74
REFERÊNCIAS .....................................................................................................................76
X
11
1 INTRODUÇÃO
1.1 Apresentação
A empresa localiza-se na área industrial de Lages. Sua matriz está localizada em uma
cidade na região do Oeste, atuando em todo estado de Santa Catarina e no Brasil e exterior.
Diante de tamanho mercado atingido, a Alfa LTDA. Tem voltado suas perspectivas
totalmente ao ramo da produção e desenvolvimentos de produtos no ramo de alimentos
derivados da carne tendo nos últimos anos tornando-se uma multinacional neste ramo.
1.3 Problemática
1.4 Objetivos
1.5 Justificativa
1.9 Metodologia
Ainda segundo Gil (2002), com base nos objetivos gerais, as pesquisas podem ser
classificadas quanto ao tipo em três grandes grupos: exploratórias, descritivas e explicativas.
As pesquisas exploratórias de acordo com Bertucci (2008, p.48) “são aquelas que
tratam determinados problemas de pesquisa de forma quase pioneira, buscando descrever
determinadas situações, estabelecer relações entra variáveis, ou definir problemas de pesquisa
a serem continuadas por outros pesquisadores”.
O autor afirma ainda que este tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento
da realidade, pois explica a razão, o porquê das coisas.
Este modelo na literatura cientifica, segundo o autor descrito acima recebe o nome de
delineamento. Para Gil (1999, p.64) “o delineamento refere-se ao planejamento da pesquisa
em sua dimensão mais ampla, envolvendo tanto a sua diagramação quanto a previsão de
analise e interpretação dos dados”.
De acordo com Gil (2002) as pesquisas podem ser classificadas com base nos
procedimentos técnicos utilizados sendo elas:
Pesquisa Bibliográfica
Pesquisa Documental
Pesquisa Experimental
Pesquisa Ex-post facto
Estudo de Coorte
Levantamento
Estudo de Campo
Estudo de Caso
Pesquisa-ação
Pesquisa participante
1.10 Cronograma
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capítulo são apresentadas as teorias que nos subsidiaram para a análise dos
dados da pesquisa. Iniciou-se com as referências relacionadas ao estudo da historia das
normas regulamentadoras, Bem como os assuntos relacionados á saúde e a segurança do
trabalho.
Todos os dados e informações foram levantados mediante pesquisas de referências
bibliográficas de textos e artigos na internet, bem como em livros e periódicos de circulação
nacional. Foram obtidas ainda informações com os técnicos, supervisores, engenheiros, e a
equipe do SESMT Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho da empresa entre esses profissionais encontravam-se os enfermeiros do trabalho,
engenheiro de segurança do trabalho, os tecnicos em segurança do trabalho médico do
trabalho e a fisioterapeuta.
O nosso referencial teórico abrange temas relacionados às normas regulamentadoras
e saúde e segurança do trabalho.
da OIT, pelo Decreto Legislativo n.º 24, apenas em 29/05/1956, promulgado pelo Decreto n.º
41.721, de 25/06/1957, ou seja, 10 anos mais tarde.
Em decorrência disto, em 15/03/1965, com a expedição do Decreto n.º 55.841, surge
o Regulamento da Inspeção do Trabalho, que estrutura as carreiras dos Agentes da Inspeção
do Trabalho nas diversas especialidades – Fiscal do Trabalho, Médico do Trabalho,
Engenheiro e Assistente Social, e estabelece normas de inspeção.
Em 1977 fora editada a Lei nº 6.514 alterou o Capitulo V do Titulo II da CLT,
relativo à segurança e medicina do trabalho, na seção IX, que trata das instalações elétricas
em seu art. 179 diz:
Ainda, para apontar a causa do acidente deve ser realizada uma análise mais
profunda e real dos acidentes, no qual outros fatores devem ser levados em consideração.
Fonte:ATLAS, 2006
de 1920 do século XX, nesse mesmo país foi publicado um vasto trabalho que veio
demonstrar a extensão dos problemas econômicos dos acidentes do trabalho. Trata-se do livro
“Industrial Accident Prevention”, de H. W. Heinrich, que passou a ser a base para estudos de
custos de acidentes e precursor dos programas de controle de perdas que vieram mais tarde.
Segundo Silva (2004) a evolução do estudo dos riscos iniciou-se com W. Heinrich e
R. P. Blake. Heinrich e Blake foram pioneiros ao considerarem a ideia de acidentes sem
lesões, apenas com danos a propriedade. Assim, são considerados todos os acidentes que
expõem ao perigo a execução de uma atividade, e que causam danos materiais.
Nessa linha de estudo, considerados acidentes com lesão incapacitante, lesão não
incapacitante e acidentes sem lesão, tem-se a Pirâmide de Heinrich, representada na figura 3.
Haja vista a ausência de lesão tais acidentes não eram considerados, nem no aspecto
financeiro, em decorrência dos danos materiais, e tampouco, os riscos potenciais para o
trabalhador. Portanto, deixava-se de observar o fator contribuinte do acidente, ato ou condição
insegura, ao fim de evitarem-se novos acidentes com perigo de lesão.
Em 1966, Frank Bird Jr. iniciou um programa de Controle de Danos que, sem se
descuidar dos acidentes com danos pessoais, tinha o objetivo principal de reduzir as perdas
oriundas de danos materiais. A principal motivação para realização deste trabalho foram os
30
acidentes pessoais e a consciência dos acidentes ocorridos, uma vez que o Bird fora operário
(Silva, 2004).
O programa de Controle de Danos contemplava quatro aspectos básicos: informação;
investigação; análise e revisão do processo.
Fundamentado nessa teoria e após uma análise de 90.000 acidentes ocorridos na
companhia Luckens Steel, por um período de mais de 7 anos, observou que do total, 145
acidentes foram incapacitantes, 15.000 acidentes com lesão e 75.000 foram acidentes com
danos à propriedade, proporcionalmente representados pela Pirâmide de Bird no ano de 1966
(Silva, 2004).
Mais tarde Frank Bird realizou nova análise, entre 1967 a 1968, na qual analisou 297
companhias americanas, envolvendo nessa análise 170.000 pessoas de 21 grupos diferentes de
trabalho. Neste período, houve 1.753.498 acidentes comunicados. Então Bird aperfeiçoou sua
pirâmide, demonstrada na figura 5, na qual definiu que, para que ocorra um acidente grave
incapacitando o trabalhador, antes ocorreram 600 incidentes sem danos pessoais e / ou
materiais (BITENCOURT, 1998).
31
Para gerenciar riscos é necessário formar uma nova ótica no conceito de segurança
industrial, tanto no aspecto de prevenção como no aspecto da ação. O gerenciamento de riscos
visa a busca de todas as causas básicas de todos os acidentes que possam ocorrer ou que
tenham acontecido numa determinada empresa, ou seja, a ênfase é em relatar todos os
acidentes que causem ou que tenham potencial de causar algum tipo de dano.
Itiro Iida (2002) destaca que o acompanhamento da segurança pode ser feito por meio
de inspeções periódicas aos principais postos de trabalho, sendo disponíveis questionários ou
check-list para fazer essas verificações. Se houver um acidente, deve ser preparado um
relatório minucioso, descrevendo o tipo de acidente, a lesão causada e as condições do local
onde ocorreu o acidente, verificando, principalmente, se houve algum desvio, em relação às
condições normais de operação.
Itiro Iida (2002) relata que o conhecimento das situações perigosas e o
desenvolvimento de comportamento para evitá-las podem diminuir significativamente os
acidentes.
Para definir as práticas seguras no trabalho, é necessário, em primeiro lugar, identificar
as situações de risco. Isso pode ser feito examinando-se os relatórios de acidentes. Contudo,
estes podem ser muito falhos por registrarem apenas os casos mais graves, ou seja, aqueles
que impliquem em lesões dos trabalhadores. Outras fontes de informações são os próprios
trabalhadores e seus superiores imediatos. O levantamento pode ser feito através de
questionários, desde que a linguagem usada seja apropriada. Mas estes provocam certa
desconfiança dos trabalhadores. Para superar essas limitações, o melhor é partir para
observações e entrevistas diretas, baseando-se em fatos concretos e evitando as opiniões ou
suposições pessoais.
36
Quando forem identificadas todas as situações de risco, estas podem ser classificadas
de acordo com a gravidade e frequência de ocorrência para se estabelecer as prioridades de
tratamento. A etapa seguinte é a de desenvolver práticas seguras de trabalho a serem
transmitidas aos trabalhadores. Muitas vezes, a própria observação do trabalho pode indicar a
existência de uma prática mais segura e, em outros casos, esta precisa ser desenvolvida, e
pode envolver a mudança de ferramentas, pequenas modificações de local de trabalho,
implicando em estudos de um novo layout para o local ou o uso de equipamentos de proteção
individual. A prática segura no trabalho depende das seguintes atividades.
2.5 Os fatores que influem nos acidentes e a análise das situações potenciais de acidentes
Modelos Sequenciais:
Os modelos sequenciais de acidentes são aqueles que apresentam uma cadeia de
eventos que levam a um acidente. Heinrich (1959), segundo Itiro Iida (2002), formulou um
modelo bastante difundido, que é chamado também de “dominó” do acidente, pois existiriam
cinco eventos encadeados que levariam à lesão do trabalhador: personalidade; falhas
humanas; causas de acidentes (condições inadequada se atos inseguros); acidente; e lesão. A
prevenção, segundo essa teoria, deveria ser feita pela remoção das causas de acidentes, para,
assim, evitar-se a propagação da queda dos “dominós”. Essa teoria é muito contestada, porque
admite a existência de certos traços de personalidade (insegurança, irresponsabilidade,
teimosia, valentia) que tornariam algumas pessoas mais suscetíveis a acidentes e isso não tem
comprovação prática. Outro modelo sequencial foi apresentado por Ramsey (1978), também
apresentado por Itiro Iida (2002), segundo o qual, uma pessoa exposta a uma condição
insegura, apresentaria os seguintes comportamentos sequenciais:
Qualquer falha em uma dessas etapas contribuiria para aumentar os riscos de acidentes. O
método sequencial mais elaborado é o método da árvore de falhas, proposto por Leplat e
Rasmussen (1984), que é apresentado no livro de Itiro Iida (2002).
O método da árvore de falhas representa graficamente as interações entre as diversas
falhas que conduzem a um acidente. Entende-se aqui, por falha, qualquer tipo de erro
humano, defeito mecânico ou deficiências ambientais que provocam desvios na tarefa.
Em geral, há uma cadeia de eventos que levam até o acidente. Evidentemente, no caso de
uma simples falha de um componente, como uma lâmpada que se queima, é uma falha
isolada, que não provoca maiores consequências. Mas, em geral, os acidentes são precedidos
de diversos tipos de falhas, cujos efeitos cumulativos provocam os acidentes.
38
Os autores salientam que, em vez de ficar procurando quem foi o “culpado” pelo acidente,
é melhor fazer uma análise das falhas que ocasionaram esse acidente, com o objetivo de
eliminá-las, para que as mesmas não se repitam futuramente.
Isso envolve ações como modificações em máquinas e equipamentos, alterações no
processo produtivo, mudanças de layout, melhoria da organização do trabalho, sistemas de
manutenção, treinamento dos trabalhadores, melhoria do sistema de informações e assim por
diante.
Em outras palavras, consiste em introduzir modificações no sistema produtivo, de modo
que ele possa resistir aos erros humanos, ou para que tenha tolerância para absorver certa
faixa de variação do comportamento humano. Por exemplo, vamos supor que uma pessoa
deva dirigir um carro de 150 cm de largura em linha reta, mas, devido à variação natural do
comportamento humano, ele provoque desvios frequentes à direita e à esquerda, e que esses
desvios sejam de 50 cm, no máximo, para cada lado. Nesse caso, a estrada deveria ter pelo
menos 250 cm de largura para absorver os desvios do motorista.
Modelos Fatoriais:
Os modelos fatoriais, atualmente, são mais aceitos para explicar a ocorrência de
acidentes. Segundos estes, não existiria uma sequência lógica ou temporal de eventos, mas um
conjunto de fatores que interagem entre si, continuamente, e cujo desfecho pode ser um
acidente ou quase-acidente. Os fatores normalmente incluídos em estudos de acidentes são: a
tarefa; as máquinas e ferramentas; o trabalhador; a personalidade; a sonolência; a estrutura
organizacional e o ambiente físico.
Em muitas ocasiões quando são buscadas as causas deum acidente, devido à
escassez de recursos humanos e materiais adequados, acaba-se por não
identificar suas reais causas. Assim deixa-se escapar uma grande
oportunidade de agregar conhecimentos que, certamente, contribuiriam para
que outros acidentes fossem evitados. (IIDA, 2002).
O presente relatório visa neste capítulo descrever algumas das atividades realizadas no
estágio supervisionado do curso de Engenharia de Produção da Universidade do Planalto
Catarinense UNIPLAC o qual foi realizado em uma agroindústria de Lages SC. No
departamento de engenharia de segurança do trabalho. Sendo as atividades direcionada a área
de gestão e execução de algumas atividades da área especifica da engenharia de segurança do
trabalho.
As atividades desenvolvidas no estágio foram diretamente desenvolvidas na subárea do
conhecimento da engenharia de produção na área de engenharia e segurança do trabalho.
Realizou-se o estagio no período de 1 de março a 6 de maio de 2013. Em um primeiro
momento desenvolveu-se um pré projeto no qual o objetivo era devolver e aplicar algumas
ferramenta de analise de risco em algumas atividade desenvolvidas na empresa Alfa
Alimentos.
Porém no decorrer das atividades do estágio notou-se a necessidade da empresa em
realizar uma análise quanto ao atendimento de uma norma regulamentadora, sendo que a
partir desta necessidade, iniciou-se um diagnóstico quanto a análise dos itens e sub itens da
NR 36.
Analisando o contexto da organização podemos observar que a mesma necessitava de
imediato um diagnóstico quanto a situação atual da mesma ao atendimento dos itens da NR
36.
A partir desta necessidade iniciou-se o estudo de diagnostico da empresa quanto aos itens
e subitens da NR. Analisando os quais a organização deve adequar-se e os períodos para as
devidas adequações.
O estágio teve como base o estudo quanto à implementação da NR 36, que tem como
objetivo a melhoria dos ambientes laborais em indústrias do ramo frigoríficos.
Foram realizadas inúmeras reuniões junto às áreas responsáveis entre elas manutenção,
engenharia de segurança, área da saúde, áreas produtivas, logística, áreas administrativas e
recursos humanos.
41
O ministro d estado do trabalho e emprego, no uso das atribuições que lhe conferem o
inciso II do parágrafo único do art. 87 da Constituição Federal e os art. 155 e 200 da
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 5.452, de 1º de
maio de 1943, resolve:
Art. 3º Esta Portaria entra em vigor 6 meses após a sua publicação, exceto quanto aos
itens abaixo discriminados, que entrarão em vigor nos prazos consignados, contados da
publicação deste ato:
- Itens que demandem alterações nas instalações físicas da empresa. Prazo 24 Meses.
43
-36.2.7, “d”
Cabe resaltarmos que a NR 36 que esta em vigor desde 19 de Abril de 2013. Deixa
claro que os intens e subitens mencionados acima e os prazos para as empresas do ramo se
adequarem.
Realizando a analise e interpretação dos dados com objetivo de atender um dos
critérios pré estabelecido em nossos objetivos especifícos.Pretendemos esclarecer de forma
clara e objetiva, como foi desenvolvido e aplicado o check-list, usando os criterios atende
(SIM), não atende(NÃO) e não aplicavel (NA) para os itens e subitens da NR 36.
44
Quadro 3
Levantamento de Investimento para Atendimento ao item 36. 4.1.2 da NR 36
Item 36.4.1.2 Para manipulação de caixas, bandejas, engradados.
Item da NR Situação
Critério Sim Não Não Aplicável Necessidade de Adequações Quanto custa R$
Quadro 4
Levantamento de Investimento para Atendimento ao item 36. 4.1.2 da NR 36
Item 36.2 Mobiliário e Postos de Trabalho
Item da NR Situação
Critério Sim Não Não Aplicável Necessidade de Adequações Quanto custa
R$
Quadro 5
Item da Situação
NR Critério Sim Não Não Necessidade de Adequações Quanto custa
Aplicável R$
Quadro 6
Item da Situação
NR Critério Sim Não Não Necessidade de Adequações Quanto custa
Aplicável R$
Existem barras de apoio para os pés para Não possui. Adquirir e instalar
alternância dos membros inferiores? Em as barras de apoio para os posto
36.2.7 c) R$ 8.000,00
caso negativo, especificar quais adequações de trabalho realizado
são necessárias. exclusivamente em pé.
Fonte: Autor, 2013.
52
Quadro 7
36.2.8 Pausas
Item da Situação
NR Critério Sim Não Não Necessidade de Adequações Quanto custa
Aplicável R$
Quadro 8
Item da Situação
NR Critério Sim Não Não Necessidade de Adequações Quanto custa
Aplicável R$
R$ 0,00
O local de afiação de facas possui espaço
físico e mobiliário adequado e seguro? Em
36.8.11 OK
caso negativo, especificar quais adequações
são necessárias.
Os equipamentos e ferramentas R$ 0,00
disponibilizados favorecem a adoção de
posturas e movimentos adequados,
facilidade de uso e conforto, de maneira a
36.8.1 não obrigar o trabalhador ao uso excessivo NA
de força, pressão, preensão, flexão, extensão
ou torção dos segmentos corporais? Em caso
negativo, especificar quais adequações são
necessárias.
Fonte: Autor, 2013.
Quadro 9
Item da Situação
NR Critério Sim Não Não Necessidade de Adequações Quanto custa
Aplicável R$
pizza
Quadro 10
Item da Situação
NR Critério Sim Não Não Necessidade de Adequações Quanto custa
Aplicável R$
Observação:
em caso de uso de empilhadeira climatizada NA R$ 0,00
este item pode ser reavaliado
Quadro 11
Item da Situação
NR Critério Sim Não Não Necessidade de Adequações Quanto custa
Aplicável R$
Quadro 12
Item da Situação
NR Critério Sim Não Não Necessidade de Adequações Quanto custa
Aplicável R$
R$ 0,00
b) Há sinalização e/ou separação das áreas
de passagens de veículos, animais e
36.6.1 NA
pessoas? Em caso negativo, especificar
quais adequações são necessárias.
R$ 0,00
c) Há plataforma de descarregamento de
animais, isoladas de outros setores? Em caso
36.6.1 NA
negativo, especificar quais adequações são
necessárias.
Quadro 13
36.7 Máquinas
Item da Situação
NR Critério Sim Não Não Necessidade de Adequações Quanto custa R$
Aplicável
R$ 0,00
Os elevadores e guindastes oferecem
garantias de resistencia, segurança e
36.7.4 OK
estabilidade? Em caso negativo, especificar
quais adequações são necessárias.
As instalações elétricas das máquinas e R$ 0,00
equipamentos estão projetadas e mantidas de
modo a prevenir, por meios seguros, os
36.7.6 OK
riscos de choque elétrico, conforme NR 12 e
NR 10? Em caso negativo, especificar quais
adequações são necessárias.
Existem mecanismos que garantam a
proteção do colaborador com relação a
emissão ou liberação de agentes físicos ou
As Panelas à gás da sala de
químicos pelas máquinas e equipamentos;
molho possuem temperatura um
emanações aquecidas de tubulações e
36.7.7 pouco elevada, apresentando R$ 7.000,00
contato do trabalhador com superfícies
risco de queimadura. Fazer
quentes de máquinas e equipamentos que
proteção (grade)
possam ocasionar queimaduras? Em caso
negativo, especificar quais adequações são
necessárias.
61
Quadro 14
Item da Situação
NR Critério Sim Não Não Necessidade de Adequações Quanto custa R$
Aplicável
são necessárias.
Quadro 15
Item da Situação
NR Critério Sim Não Não Necessidade de Adequações Quanto custa R$
Aplicável
Quadro 16- Avaliações dos Itens Conforme e Não Conforme e Não Aplicáveis da NR36.
Descrição Quantidade %
Itens e Subitens em Conformidade 27 Itens 41%
Itens e Subitens em não Conformidade 27 Itens 41%
Itens e Subitens em Não Aplicáveis 12 Itens 18 %
Total 66 Itens 100%
Fonte: Autor 2013
Total R$ 2.795.000,00
Fonte: Autor 2013
69
Total R$ 23.000,00
Prazo Itens da NR para Adequação Valor Orçado
12 Meses Para Manipulação de Caixas, Bandejas e Engradados. R$ 8.000,00
Total R$ 469.000,00
Prazo Itens da NR para Adequação Valor Orçado
24 Meses Condições Ambientais de Trabalho R$ 256.000,00
No quadro 18 são representados os valores orçados para a empresa adequa-se aos itens
analisados da NR podemos neste quadro observar os prazos e valores estimados, sendo que
para facilitar a interpretação dos dados buscou-se apresentar estes de forma objetiva,
subdividindo por prazos e valores orçados e estimados para adequação. Facilitando assim a
70
6 CONCLUSÃO
quanto às adequações a serem realizadas para o atendimento dos itens aplicáveis da norma
regulamentadora.
Conclui-se que este trabalho alcançou os resultados esperados nos objetivos
específicos e no objetivo geral procurando dar ênfase ao acompanhamento do estudo de
análise dos itens aplicáveis da norma regulamentadora e as atividades desempenhadas durante
o período de estágio.
O estágio permitiu verificar diferenças entre a teoria e a prática. O fato mais
marcante dessas diferenças é o de que na prática, os resultados são bem menos previsíveis,
pois sempre ocorrem imprevistos.
Com este trabalho conseguimos ampliar nosso conhecimento sobre a engenharia e
segurança do trabalho e seus aspectos gerais, quando se trata de avaliar as necessidades
específicas das pessoas em relação ao bem-estar, conforto, equipamentos, segurança e
melhoria dos postos de trabalho.
Como sugestão para trabalhos futuros nesse campo de estudo, acreditamos na
possibilidade de aprofundar mais as análises sobre a norma recentemente publicada.
Como proposta recomenda-se que em trabalhos futuros sejam considerados os
seguintes aspectos: Realização de pesquisas em organizações com atividades e sistema de
produção em diferentes áreas e ramos de atividades envolvendo processos e métodos de
trabalho diferentes e com outros tipos de componentes, a fim de estudar melhor as
condicionantes da área de saúde e segurança do trabalho.
Importante ressaltar que em 19 de abril de 2013 com a publicação da NR 36
Norma Regulamentadora sobre segurança e saúde no trabalho em empresas de abate e
processamento de carnes e derivados. O objetivo desta Norma é estabelecer os requisitos
mínimos para a avaliação, controle e monitoração dos riscos existentes nas atividades de abate
e processamento de carnes e derivados destinados ao consumo humano e a fábricas de
produtos não comestíveis, de forma a garantir permanentemente a segurança, a saúde e a
qualidade de vida no trabalho, sem prejuízo da observância do disposto nas demais normas
Regulamentadoras - NR. Sendo esta direcionada para as melhores condições em postos de
trabalho o qual esta relacionado com o nosso objeto de estudo apresentando ajustes
ergonômicos voltadas para adequações no ambiente e na rotina dos trabalhadores provendo a
prevenção de melhores condições para a promoção da saúde e segurança dos trabalhadores.
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REFERÊNCIAS
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
IIDA, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. 8. ed. São Paulo: Edgard Blücher Ltda, 2002.
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LIMA, Manoelita Corrêa. A engenharia de produção acadêmica. 2. ed. São Paulo: Saraiva,
2008.
Florianópolis, 2004.