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São Carlos
2019
EDUARDO VINÍCIUS DELOVO CARARA
São Carlos
2019
FOLHA DE APROVAÇÃO
Instituição: EESC-SEP
Instituição: EESC-SEP
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Prof. Dr. Sérgio Rodrigues Fontes da
EESC/USP com os dados inseridos pelo(a) autor(a).
Aos meus pais Luís Osmar e Vanda, por todo amor, carinho e confiança depositada
em mim ao longo dos anos, possibilitando um caminho de conquistas e felicidade.
Aos meus irmãos Lucas Henrique, Luís Guilherme e João Vitor por estarem sempre
juntos comigo e me ensinando cada dia mais.
Aos meus avós Laura, Osvaldo, Alzira e Belmiro que sempre olhou e cuidou de nós
da maneira mais amorosa possível.
À todos aqueles que partiram, mas foram parte imprescindível no meu crescimento
enquanto pessoa.
Aos amigos:
Aos parceiros de longa data Luiz Carlos, Bruno, Miyagui, Marco, Borgato, Taina e
Rafaela pela amizade duradoura e a certeza de que estaremos sempre juntos.
Aos grandes amigos que São Carlos me deu: Jaca, Shimada, Zé, Patone, Barça,
Hashi, Marchesini, Paulinho e Gustavo pelos momentos e amizade ao longo desses
5 anos.
Ao professor Dr. Luiz Cesar Ribeiro Carpinetti pelo auxílio e apoio durante a
execução deste trabalho e em diversos momentos da graduação.
RESUMO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 17
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ....................................................................... 17
1.2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 17
1.3 OBJETIVO ................................................................................................... 18
1.4 MÉTODO PARA DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO ................................ 18
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 21
2.1 PRODUÇÃO ENXUTA ................................................................................. 21
2.2 HISTÓRICO ................................................................................................. 21
2.3 AS SETE PERDAS ...................................................................................... 24
2.4 AGREGAR VALOR PARA O CLIENTE........................................................ 25
2.5 OS CINCO PRINCÍPIOS .............................................................................. 27
2.6 PRINCIPAIS FERRAMENTAS ..................................................................... 29
2.6.1 MAPA DE FLUXO DE VALOR ................................................................. 29
2.6.2 METODOLOGIA 5S ................................................................................. 31
2.6.3 FLUXO CONTÍNUO ................................................................................. 32
2.6.4 KANBAN ................................................................................................... 33
2.6.5 TRABALHO PADRONIZADO ................................................................... 35
2.6.6 SMED (SINGLE MINUTE EXCHANGE OF DIE) ...................................... 35
2.6.7 OEE (Overall Equipment Effectiveness) ................................................... 37
2.6.8 TAKT TIME ............................................................................................... 38
2.6.9 METODOLOGIA A3 ................................................................................. 39
3 EMPRESA ESTUDADA E ESTRATÉGIA ADOTADA ..................................... 41
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ............................................................ 41
3.2 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS ............................................... 41
3.3 PRODUTOS E PROCESSOS ...................................................................... 43
3.4 ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAÇÃO......................................................... 44
3.5 AÇÕES ESPECÍFICAS ................................................................................ 46
4 RESULTADOS OBTIDOS ................................................................................ 48
4.1 AUMENTO DA PRODUTIVIDADE ............................................................... 48
4.2 REDUÇÃO DOS ESTOQUES ...................................................................... 52
4.3 ESTABILIDADE E SUSTENTAÇÃO ............................................................ 55
4.4 BENEFÍCIOS E DIFICULDADES ................................................................. 59
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................. 61
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 63
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1 INTRODUÇÃO
1.2 JUSTIFICATIVA
1.3 OBJETIVO
Este trabalho tem por objetivo realizar uma revisão bibliográfica a respeito dos
princípios, conceitos e ferramentas da produção enxuta que foram implementados
em uma empresa de produção têxtil e analisar os resultados com aumento de
produtividade e redução de estoques obtidos pela implementação da filosofia Lean.
Ainda Ganga (2012) diz que a pesquisa qualitativa utiliza métodos interativos
e humanísticos, em que o raciocínio interpretativo do pesquisador é a principal
ferramenta de análise nos procedimentos de estudo. Logo abaixo está uma definição
e relação entre pesquisa qualitativa e estudo de caso.
Está pesquisa utilizará da abordagem qualitativa, uma vez que não utilizará
de ferramentas estatísticas para relação de causa e efeito e, sim, usará da
capacidade analítica do pesquisador para análise do estudo de caso, que segundo
Gil (2008) possui, por natureza, um procedimento qualitativo.
Conforme Yin (2001, p.35) estudo de caso é definido como “uma investigação
empírica que estuda um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida
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Portanto, o estudo de caso foi escolhido, já que esse trabalho tem o propósito
de entender e explorar como os princípios do Lean Manufacturing geraram bons
resultados em um contexto da vida real, uma empresa do ramo têxtil.
Revisão Bibliográfica
o Princípios e conceitos
o Principais ferramentas
Empresa estudada
Resultados obtidos
Considerações finais
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.2 HISTÓRICO
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Eiji voltou dos EUA e junto com seu gênio engenheiro de produção, Taiichi
Ohno, concluíram que a produção em massa não funcionaria no Japão devastado
pela Guerra, os motivos são, segundo Womack, Jones e Ross (2004, p.38):
De acordo com Womack, Jones e Ross (2004, p. 3), o termo Lean foi utilizado
pela primeira vez pelo pesquisador John Krafcik no grupo de pesquisa International
Motor Vehicle Program – Programa Internacional de Veículos Automotores (IMVP)
do Massachussets Institute of Technology (MIT). Essas pesquisas abordavam
indústrias automobilísticas ao redor do mundo e culminaram na publicação de um
dos livros mais conhecidos na área chamado The Machine That Changed The World
– A Máquina Que Mudou o Mundo – dos autores James P. Womack, Daniel T. Jones
e Daniel Ross em 1991, onde STP foi também denominado, pela primeira vez, por
Lean Manufacturing. Esse livro evidenciou as diferenças de produção e desempenho
das montadoras japonesas e as ocidentais, e o quanto as metodologias japonesas –
Lean Manufacturing ou Produção Enxuta – obtinham melhores resultados, devido
suas atividades garantirem a qualidade que o cliente desejava e utilizarem menos
recursos como: tempo, dinheiro, esforço humano, estoque.
Taiichi Ohno, em sua visita a Ford, conseguiu identificar e elencar sete perdas
ou muda, e definiu perda ou desperdício como qualquer atividade que consuma
recurso e não agregue valor ao produto ou serviço na visão do cliente. Essas perdas
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Atividades que não agregam valor (NAV): atividades que não agregam valor
ao serviço ou produto na visão do cliente e que são desnecessárias a
produção, caracterizando com um desperdício. Exemplo: movimentação,
processamento inadequado, retrabalho.
Atividades necessárias e que não agregam valor (NAV): atividades que não
agregam valor ao serviço ou produto na visão do cliente, mas que são
necessárias para o processo produtivo, a não ser que o processo passe por
uma mudança radical.
1º. Valor;
2º. Fluxo de valor;
3º. Fluxo contínuo;
4º. Produção puxada;
5º. Perfeição.
2.6.2 METODOLOGIA 5S
O fluxo contínuo baseia-se no fluxo de uma peça por vez, em que o item é
processado e já em seguida passado para a próxima etapa de processo, não
ocorrendo estoque intermediário, mantendo o fluxo ininterrupto e produzindo apenas
o que o processo posterior necessita, como exemplificado na Figura 5.
“O fluxo contínuo significa produzir uma peça de cada vez, com cada item
sendo passado imediatamente de um estágio do processo para o seguinte sem
nenhuma parada.” (ROTHER; SHOOK, 2003, p. 45).
2.6.4 KANBAN
O sistema puxado precisa ser instalado onde não há como realizar o fluxo
contínuo e o processo posterior deve puxar a produção. Para Rother e Shook (2003)
o sistema puxado entre dois processos tem a finalidade de o processo posterior dar
a ordem exata do tipo de item e a quantidade que o processo anterior deve produzir
de acordo com o consumo do processo posterior, sem tentar prever a demanda. A
solicitação de produção é feita através do consumo de um estoque controlado
denominado de supermercado.
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O processo posterior retira o item que está com um cartão junto, coloca o
cartão do quadro Kanban e utiliza o item. Os cartões vão se acumulando no quadro,
o espaço verde indica condições normais de operação, o espaço amarelo sinaliza
atenção para o processo anterior produzir, e o espaço vermelho sinaliza urgência
para o processo anterior produzir, pois os itens disponíveis estão acabando e a
produção pode parar. Esse sistema pode ser exemplificado na Figura 6.
a troca de ferramentas e ajustes são feitas, até o momento que a primeira peça ou
produto seja produzido corretamente.
O takt time pode ser definido como o tempo em que se deve produzir um
produto ou uma peça para atender o ritmo de vendas ou demanda do cliente. Assim,
ele é calculado entre a divisão do tempo disponível de produção em um determinado
período pela demanda do mercado nesse mesmo período.
Fazer com que o sistema produtivo produza nesse ritmo determinado pelo
cliente é essencial, uma vez que produzir mais rápido causa excesso de produção
(estoque) e mais devagar causa desabastecimento do mercado. Portanto, o takt time
é tempo de referência do ritmo de produção.
2.6.9 METODOLOGIA A3
Esses rolos passam para o setor de Tingimento a onde são tingidos de índigo
ou preto. Entretanto as possibilidades de cores são maiores que essas duas, uma
vez que a tonalidade pode ser alterada, gerando uma gama maior de cores. Nesse
momento os subprodutos (rolos tingidos) são classificados por família de produtos,
como por exemplo, a família 10/1 índigo em que “10/1” é a classificação do fio e o
“índigo” é a cor utilizada.
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Após essa última etapa o produto está pronto, passando pela área de Revisão,
a qual é responsável pela identificação e separação de tecido de tecido de primeira
e segunda qualidade. E pela área de Expedição, a qual o tecido é enviado para o
cliente.
Assim, chega-se a última etapa que é a montagem dos projetos. Para cada
melhoria abordada monta-se um grupo de projeto que irá investir seus recursos para
atingir aquela melhoria.
Esses projetos foram criados com o foco no setor Tingimento como piloto,
uma vez que é o setor mais caótico da organização, a onde ocorre o maior número
de acidentes, maior demanda de manutenção, maior estoque intermediário e onde
precisa de um maior controle de qualidade.
A empresa também optou que esse estudo fosse realizado com os princípios
e ferramentas utilizados para atingir os seguintes objetivos: aumento de
produtividade e diminuição dos estoques. Dessa maneira, há envolvimento direto
dos projetos 1, 3, 5 e 6 no desenvolvimento desse trabalho.
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4 RESULTADOS OBTIDOS
O primeiro passo para aumentar a produtividade foi entender como ela era
medida, assim foi realizado uma revisão conceitual do indicador OEE, qual a sua
finalidade, como medir e quais são os motivos de paradas não programadas de
máquina. Também foi levantado o seu valor inicial e o valor das perdas por máquina
parada como representado na Figura 13.
O pareto de paradas evidência que a principal perda de produção é por set up.
Para investigar a causa dessa perda foi acompanhado a execução de um set up e
foi possível observar que a organização não possui um procedimento padrão tanto
de execução do trabalho quanto de organização para execução das atividades.
Dessa maneira cada operador deixa as ferramentas necessárias em um local
diferente, longe do local de utilização e ainda contava com ferramenta perdida.
produção puxada, o qual o setor anterior produz somente o que o setor posterior
necessita na quantidade e no momento corretos. Nesse contexto, a ferramenta
utilizada para realizar esse processo foi o Kanban.
Além disso, com o estoque intermediário menor, o produto flui mais rápido
entre os processos, portanto o lead time (tempo de atravessamento do produto pela
cadeia produtiva) também diminuiu 57,7% como mostra a Figura 18.
A partir desses dados e informações foi possível inferir que mesmo com uma
redução de 34,8% da quantidade de estoque intermediário e a flutuação de vendas
natural do mercado, não houve paradas ou atrasos de produção por falta de
abastecimento de matéria-prima.
Figura 21. Os quadros são analisados todos os dias na reunião de equipe e os itens
em vermelho (fora do padrão) são discutidos para resolução e não repetição.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
padronizado, SMED e takt time, assim como os já citados: Mapa de Fluxo de Valor e
A3. Toda essa metodologia aplicada trouxe bons resultados para a organização
como o aumento da eficiência operacional representado pelo aumento de 9,5% do
indicador OEE, chegando ao patamar de 80,84%, e a redução de 36,2% do capital
da empresa mobilizado em estoque, obtendo uma economia de R$ 5.571.446,00.
REFERÊNCIAS
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2008.
78. 1998.
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