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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA TÊXTIL
NATAL
2023
ERICH BERGRA MEIRELES BERNARDO
Orientador:
Prof. Dr. Francisco Claudivan da Silva
NATAL
2023
ERICH BERGRA MEIRELES BERNARDO
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
Prof.ª Msc. Iêda Letícia de Souza Ferreira (UFRN)
_________________________________________________
Prof.ª. Drª. Íris Oliveira da Silva (UFRN)
_________________________________________________
Prof. Dr. Francisco Claudivan da Silva (Orientador/UFRN)
“Não importa quanto tempo leve, o importante é o quanto você se dedica para tornar tudo possível. E o quanto
acredita em si mesmo. A mágica está em si, e nos detalhes que você compõe o seu mundo. Mova-se, pois só
quem se move promove mudanças”
Driu Kilberg
RESUMO
The textile industry plays an important role in the economy worldwide. The market
has been evolving due to frequent imports and exports. The purpose of this TCC is
to demonstrate that the optimization of the fabric improvement process can be
achieved using the organization's available resources. Additionally, the pursuit of
continuous improvement is emphasized, as innovative ideas can enhance the
process and effectively meet market demands. The application of Lean Thinking
Philosophy, PDCA methodology, 5S, Value Stream Mapping, and other techniques
is explored in this study. Implementing these methodologies has resulted in increased
productivity by eliminating identified waste during the process.
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12
1.1 OBJETO GERAL ................................................................................................ 14
1.2 OBJETOS ESPECÍFICOS .................................................................................. 14
CHAMUSCAGEM ........................................................................................... 15
DESENGOMAGEM ......................................................................................... 16
PURGA ........................................................................................................... 16
ALVEJAMENTO .............................................................................................. 16
MERCERIZAÇÃO ........................................................................................... 17
TINGIMENTO .................................................................................................. 18
ESTAMPAGEM ............................................................................................... 18
RAMAGEM...................................................................................................... 19
SANFORIZAÇÃO ............................................................................................ 19
2.2 5S ........................................................................................................................ 20
VALOR ............................................................................................................ 30
PERFEIÇÃO.................................................................................................... 31
SUPERPRODUÇÃO ....................................................................................... 32
ESTOQUE ....................................................................................................... 33
ESPERA .......................................................................................................... 33
TRANSPORTE ................................................................................................ 33
PROCESSAMENTO ....................................................................................... 33
MOVIMENTAÇÃO ........................................................................................... 33
REPROCESSO ............................................................................................... 34
3. METODOLOGIA ............................................................................................. 37
4.1 VERIFICAÇÃO.................................................................................................... 47
6. REFERÊNCIAS ............................................................................................... 50
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1. INTRODUÇÃO
2. REFERÊNCIAL TEÓRICO
2.1.1 PREPARAÇÃO
CHAMUSCAGEM
Processo seco em que o tecido passa por chamas para queima de fibrilas e
pequenas sujeiras. Melhora a aparência visual e o toque do tecido pela eliminação de
partículas que estão sobre a sua face. Dependendo do tecido, da fibra de sua
construção e do seu peso a chama pode ser mais ou menos intensa, de apenas um
lado do tecido ou de ambos os lados. Processo realizado em máquinas
Chamuscadeira, que possui dois ou quatro queimadores.
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DESENGOMAGEM
PURGA
ALVEJAMENTO
BRANQUEAMENTO ÓPTICO
O substrato têxtil mesmo após o alvejamento, tem como tendência refletir uma
coloração amarelada. Existe o processo de branqueamento por meio óptico onde é
aplicado um produto que reflita raios azulados e avioletados que combatem o tom
amarelado dando a impressão de um branco mais branco, mais intenso. Os
branqueadores ópticos proporcionam reflexão por fluorescência na região de 430 a
440 nm quando submetidos a luz ultravioleta, a chamada luz negra, muito frequente
em casas noturnas.
MERCERIZAÇÃO
Foi criada por John Mercer em 1848. Consiste na aplicação a frio de Soda
cáustica concentrada - hidróxido de sódio (NaOH - 27º a 32º Bé) sobre o tecido de
algodão sob tensão. A Soda cáustica reage com a celulose das fibras de algodão
causando um intumescimento da fibra, deixando-a com um perfil mais redondo, e
diminuindo as zonas amorfas da celulose, o resultado final é uma melhor hidrofilidade
da fibra, uma aparência mais lustrosa e um toque mais macio no tecido. O tempo de
reação da soda cáustica no tecido varia entre 25 e 50 segundos, posteriormente o
tecido precisa ser lavado e preferencialmente neutralizado através de um banho de
ácido, sempre sob tensão, para que saia com um pH o mais próximo do neutro, não
interferindo em processos posteriores e evitando irritação no toque à pele.
O tecido pode ser somente tingido, somente estampado ou pode passar pelos
dois processos. Não passam por essa fase tecidos construídos com fios tintos e
tecidos de cor branca, com exceção dos sobre tingimentos, onde é conferido cor sobre
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o tecido com fios já tintos. Estas técnicas proporcionam cor aos substratos mediante
corantes e pigmentos por uma seleção de acordo com exigência ou finalidade em
questão. Corantes utilizados em tinturaria, são solúveis ou dispersáveis no meio. No
tingimento são absorvidos e se difundem para o interior da fibra. Há interações físico-
químicas entre corante e fibra. Pigmentos utilizados em estamparia, são insolúveis em
meio, são aplicados e fixados por meio de resinas sintéticas (pastas de estampar).
TINGIMENTO
ESTAMPAGEM
Processo de coloração apenas na face do tecido, podendo fazer uma cor lisa
ou desenhos. O primeiro processo e mais tradicional é conhecido como Silkscreen,
onde são feitos quadros com um tecido fino, gravada a figura para cada cor a ser
estampada, e a aplicação é feita com o tecido junto ao lado externo do quadro e a
pasta de corante é passada do lado interno, somente o corante que passa pela
gravação atinge o tecido. O tamanho do quadro depende do tamanho do motivo a ser
estampado. Posteriormente foi desenvolvido o processo de estamparia rotativa, que
substitui os quadros com a gravação por cilindros com gravação, a pasta de corantes
é aplicada no centro do cilindro e o tecido passa de forma contínua, dando uma maior
produção. O tamanho da figura estampada é limitado ao tamanho da circunferência
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2.1.3 ACABAMENTO
RAMAGEM
SANFORIZAÇÃO
Fonte: https://fremplast.com.br/new-site/beneficiamento-de-tecidos/
2.2 5S
No pós-guerra, a situação do Japão era muito complicada. Este país tem que
superar a escassez de recursos naturais, ainda existem barreiras industriais muito
grandes. Suas exportações são limitadas no cenário mundial porque seus produtos
são inferiores aos de outros países europeus e americanos. No entanto, apesar de
todas as dificuldades que enfrentam Empresas encontram forma de superar a crise:
investir em “planos de qualidade". Em meados do século passado, consultores como
Deming e Juran já trabalhavam em modelos de gestão. As iniciativas da empresa
focam na qualidade e são solicitadas a disseminar as boas práticas, conhecida como
a "Revolução da Qualidade" no ambiente empresarial japonês. Os japoneses são
disciplinados e em pouco tempo alcançaram a qualidade que atende e supera os
padrões internacionais, principalmente dos Americanos. Então, na década de 70,
eles se tornaram líderes na fabricação.
Muitas vezes o 5S é visto como uma grande faxina pelo fato, das pessoas não
conseguirem perceber sua abrangência, limitando o programa a esta esfera física,
perde-se grande parte do que de bom este tem para oferecer: a mudança de valores
e principalmente, iniciar uma mudança de cultura. Na verdade, em sua essência, esse
método explora três dimensões básicas: a dimensão física (layout), a dimensão
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Fonte: GOMES, D. et al. Aplicando 5S na gestão da qualidade total. São Paulo: Pioneira, 1998.
Ao implantar este senso alguns benefícios serão notados, como por exemplo,
a liberação de espaço físico, a diminuição de acidentes, a diminuição de custos de
manutenção, a reutilização de recursos, a melhoria do ambiente de trabalho, entre
outros. Mas, para que esse esforço perdure e não continuemos vivendo com o
desnecessário, devemos adotar alguns hábitos, como: adquirir somente o que
precisar, fornecer apenas se os outros precisarem. Uma frase pode expressar o
significado do SEIRI: A organização gera eficiência.
deixe como estava antes; se precisar, deixe fácil de acessar. Todavia, arrumar
somente não é suficiente. Uma metodologia deve ser adotada para assegurar a
eficiência da sistematização (ordem). Para implementar o senso de ordenação,
sistematização e classificação alguns procedimentos devem ser tomados, dentre eles:
Como o próprio nome diz, este senso consiste em manter limpo o ambiente de
trabalho (paredes, armários, gavetas, piso etc.). “Poeira, lama, lixo, e outros nos locais
de trabalho, podem influenciar negativamente na saúde e integridade dos executantes
como também causar danos, defeitos e falhas em equipamentos. O são quebras
inesperadas de equipamentos, ferramentas não disponíveis, deterioração de peças e
materiais etc.” (LAPA, 1998). A filosofia principal neste senso não consiste no ato de
limpar, mas no ato de não sujar. Em um sentido mais amplo estende-se também este
senso para a informação, que deve ser armazenada corretamente e atualizada
frequentemente para garantir que dados inúteis não afetem as tomadas de decisões.
A limpeza deve ser feita de forma sistemática e encarada como inspeção. Pois, assim,
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Este é o senso de maior acuidade no 5S, não que os demais não tenham
importância, mas por ser aquele que trabalha a dimensão social (hábitos, valores,
comportamentos e crenças), aquele que faz com que os indivíduos “aprendam a
aprender”. Os benefícios que este senso traz para empresa são inúmeros, como por
exemplo melhoria do relacionamento interpessoal, aprimoramento pessoal e
empresarial, predisposição ao desenvolvimento de trabalho em grupo devido ao
aumento da responsabilidade e estimulo a criatividade, melhoria da qualidade devido
ao cumprimento das normas e padrões, desenvolvimento de um cenário favorável a
administração participativa, o conceito kaizen (melhoria contínua) se torna natural na
vida pessoal, profissional e empresarial, facilitando a introdução de “Políticas da
Qualidade” na empresa. etc. O sucesso de qualquer empresa é fruto do trabalho das
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e se eliminem todas as outras que não agreguem valor. Desta forma Womark et al
(2003) identificou os cinco princípios:
Fonte: https://rodolfoluz.net/2017/03/10/lean-thinking-o-salto-de-fe-rumo-a-mentalidade-enxuta%EF%BB%BF/
VALOR
Fluxo de valor
empresas devem ter em conta o processo global, desde a criação do produto até ao
consumidor final, não podendo ignorar o serviço de pós-venda (quando aplicado).
FLUXO CONTÍNUO
SISTEMA PUXADO
PERFEIÇÃO
O quinto e último passo da filosofia lean, e que deve ser o objetivo constante e
presente em todos os fluxos de valor de toda a organização, é a perfeição. A procura
do aperfeiçoamento contínuo em direção a um estado ideal deve conduzir e
encaminhar todos os esforços da empresa, em processos bem definidos, onde todos
os participantes e membros da cadeia, tenham um conhecimento bem claro e
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Fonte: https://meuportal.lumis.com.br/a-lumis/blog/lean-desperdicios.htm
1. Desperdício de superprodução
2. Desperdício de estoque disponível (inventário)
3. Perda de tempo na mão (espera)
4. Resíduos no transporte
5. Resíduos do próprio processamento
6. Desperdício de movimento
7. Desperdício de fabricação de produtos defeituosos
SUPERPRODUÇÃO
ESTOQUE
ESPERA
TRANSPORTE
PROCESSAMENTO
MOVIMENTAÇÃO
REPROCESSO
a) Localização do problema;
c) Estabelecer objetivos;
d) Analisar o problema;
Iwahana (2013), afirma que o tipo de objetivos que estabelecemos deve ser
desafiador, evocando a sensação de que é exatamente porque esse obstáculo é tão
difícil que quero superá-lo. Quando as pessoas sentem que um problema ou a ponte
é sua responsabilidade, estabelecer uma meta mais elevada tenderá a aumentar o
conhecimento técnico dos envolvidos.
Esta é a etapa onde se deve fazer todas as análises possíveis para que se
tenha o máximo de entendimento da anormalidade. A capacidade de identificar a
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Ao realizar esta etapa, é possível refletir sobre eventuais resultados que não
seguiram o esperado, mas é possível rever o caminho a cada etapa mesmo que o
resultado seja o esperado. Considere mais o que é particularmente bom e use essa
reflexão para levar o trabalho a um nível superior. Fazer isso é um primeiro passo para
estabelecer metas ou medidas mais altas (Kitahara, 2016).
3. METODOLOGIA
Como tudo que fazemos dentro dessa organização, o primeiro passo para
iniciarmos esse projeto, foi envolver todas as pessoas que possam, de alguma forma
contribuir para o alcance dos resultados. Definimos uma equipe multidisciplinar,
onde as pessoas foram informadas do objetivo do trabalho e aceitaram o desafio.
Promovemos encontros periódicos para levantamento de dados, análises e tomadas
de decisão.
Fonte: Autor
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Fonte: Autor
Para alcançar o objetivo definido, é preciso identificar a verdadeira causa raiz das
anormalidades através de várias análises dos mecanismos que geram o problema.
É importante a equipe aprofundar os conhecimentos referente ao problema, não se
limitando a conceitos conhecidos ou experiências do passado. Nesse momento
envolvemos todas as pessoas envolvidas no processo “stakeholders”. Utilizamos o
diagrama de Ishikawa, uma das ferramentas da qualidade, com o objetivo de levantar
todas as causas e realizar abrangência para outros processos ou sistema de gestão.
Segue algumas causas levantadas nesse processo e analisadas após visitas ao
“Genba”:
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O QUE FAZER? (WHAT) QUAL O PRAZO? QUEM VAI FAZER? (WHO) ONDE SERÁ FEITO? PORQUE FAZER? (WHY) COMO FAZER? (HOW)
Máquina sem funcionamento
Tirar máquinas sem
ocupando espaço e dificultando Vendendo a máquina e transferindo a
funcionamento do processo 2 meses Vanei Área do tingimento
movimentação de material e risco de máquina para o comprador
produtivo
segurança
Definir movimentação de Risco de acidente entre pessoas e Definindo e demarcando local de transito
1 mês Gomes Beneficiamento
pessoas e carros máquinas transitando no mesmo local doas carros e das pessoas
Definir endereços para cada Lotes sem local definido dificultando a Identificando cada local demarcado como
1 mês Erich Beneficiamento
local demarcado localização e o fluxo produtivo um endereço
Fonte: Autor
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Fonte: Autor
3.5 EXECUÇÃO
Fonte: Autor
A mudança de lay out do estoque trouxe uma série de melhorias, entre as quais
se destacam a redução drástica de movimentação dos carros rebocadores, pois dessa
forma conseguem realizar o transporte seguindo o fluxo de produção, com isso,
conseguimos mensurar um efeito secundário, que foi a redução da manutenção dos
carros rebocadores, bem como, a redução no consumo de baterias. Durante um ano
em média a empresa comprava cerca de 8 baterias, e após as melhorias passou
comprar apenas 2 baterias ao ano.
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3.6 PADRONIZAÇÃO
GERENCIAMENTO DA ROTINA
Missão
- Quadros
Manutenção Fabril - Marcação do Gestão à vista do
piso posicionamento dos
- Suporte dos rolos / Pallet
Negócio (Padiola)
quadros - Beneficiamento
(Acabamento)
- Caixas de acrílico - PCP
Empresa prestadora de - Adesivos QUADROS DE - RTA
- Etiquetas
serviço
- Polacial
LOCALIZAÇÃO
Organização
- Folhas coloridas
- Tonner
Equipamentos:
Computadores
Telefones
Impressoras
Plastificadoras
Fonte: Autor
Fonte: Autor
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4.1 VERIFICAÇÃO
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse trabalho trouxe uma série de reflexões, nos possibilitou entender na prática
um pouco do que é a cultura da produção Lean, que consiste em PDCA, trabalho em
equipe, envolvimento das pessoas, visão sistêmica de processo, padronização, busca
da melhoria contínua. Através da utilização do ciclo PDCA, tivemos conhecimento da
situação inicial da empresa, antes da utilização da metodologia, onde foi identificado
os principais problemas que comprometiam a produtividade. A continuidade do ciclo
PDCA está ligada a um dos princípios Lean “perfeição”. Conseguimos verificar
algumas oportunidades de melhoria, o que nos possibilitou realizar a implantação
desse trabalho de forma eletrônica, trazendo resultados ainda mais expressivos.
6. REFERÊNCIAS
The PDCA Cycle. The clinician’s black bag of quality imporvement tools.
http://www.dartmouth.edu/~ocer/CQI/PDCA.html. Acesso em: 25 mai. 2023