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Cariacica
2017
TASSIO FERNANDO PEZZIN PIN
Cariacica
2017
P645a Pin, Tassio Fernando Pezzin
CDD: 658.5
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, aos meus pais e a toda a minha família, os quais sempre me
incentivaram e estiveram ao meu lado, desde o início da minha caminhada, além de
me oferecerem todo o amor e apoio necessário para o meu sucesso pessoal e
profissional.
The distribution segment is fundamental to the supply chain. Through wholesalers and
distributors, retailers have access to goods produced by large industries and make
them available to end consumers. However, factors such as the pressure of new
competitors, new technologies and increasingly demand consumers, turn the
companies’ attention toward logistics, which are required to improve their processes
and develop appropriate strategies to ensure reliability and security in the delivery of
their orders. In this context, one notices that in the search for a competitive differential,
the application of tools and concepts of the Lean present effective results for the
organizations, increasing their capacity in improving the performance of processes and
adding value to their products. Ergo, this paper’s goal is to implement improvements
in the dispatch department of the distribution center of a wholesale distributor of food
products, through the application of the Lean tool - A3 Report, in order to reduce the
problem of returned goods. This tool, from Toyota, establishes a robust structure for
the implementation of the PDCA (Plan, Do, Check and Act) management and the Lean
philosophy, intrinsic. The conduction of the studies occurred through the
methodological approach of action research, in which the researcher is involved in a
participatory way in the results achieved, whose steps have similar characteristics to
the stages of the A3 Report tool. The study resulted in a reduction of 65.97% in the
logistic returns indicator after the implementation of the proposed improvements, in
addition to significant gains in the performance of the sector's processes. Thereby, it
contributed to the generation of positive results for the company under research,
besides providing an annual reduction of R$ 76,530.24 (seventy-six thousand, five
hundred and thirty reais and twenty-four cents) in the cost of its payroll with the
improvement of the indicators.
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................. 13
1.1 JUSTIFICATIVA............................................................................................ 14
1.2 OBJETIVOS.................................................................................................. 15
1.2.1 Objetivo geral.............................................................................................. 15
1.2.2 Objetivos específicos................................................................................. 15
1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO................................................................. 15
2 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................... 16
2.1 LOGÍSTICA EMPRESARIAL........................................................................ 16
2.2 LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO.................................................................. 17
2.2.1 Centro de distribuição................................................................................ 18
2.2.1.1 Separação ou picking................................................................................... 21
2.2.1.2 Expedição..................................................................................................... 23
2.3 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO APLICADA À LOGÍSTICA..................... 24
2.4 LEAN............................................................................................................. 26
2.4.1 Relatório A3................................................................................................. 27
2.4.2 Mapeamento de processos........................................................................ 32
2.4.3 Os cinco sensos (5S).................................................................................. 33
2.5 INDICADORES DE DESEMPENHO.............................................................34
2.5.1 Indicadores de desempenho logístico...................................................... 35
3 METODOLOGIA........................................................................................... 37
4 DESENVOLVIMENTO.................................................................................. 40
4.1 A EMPRESA................................................................................................. 40
4.1.1 Apresentação da empresa......................................................................... 40
4.1.2 O centro de distribuição............................................................................. 40
4.1.3 Expedição.................................................................................................... 43
4.2 RELATÓRIO A3............................................................................................ 46
4.2.1 Histórico.......................................................................................................47
4.2.2 Situação atual.............................................................................................. 52
4.2.3 Objetivos...................................................................................................... 54
4.2.4 Análise de causas....................................................................................... 55
4.2.5 Contramedidas............................................................................................ 57
4.2.6 Plano de ação.............................................................................................. 58
4.2.7 Acompanhamento....................................................................................... 66
5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.......................................... 68
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................... 73
REFERÊNCIAS............................................................................................ 75
APÊNDICE....................................................................................................80
APÊNDICE A – Layout final do Relatório A3................................................ 81
13
1 INTRODUÇÃO
Os atacados são definidos como “[...] comércio em grande escala, realizado entre
produtores e revendedores, que se encarregam de fazer chegar o produto aos
consumidores finais” (DICIONÁRIO, 2012, [s.p.]).
Observando os fatores que levam à fidelização dos consumidores para empresas que
atuam nesse ramo, percebe-se, entre eles, a importância da logística para a conquista
de seus clientes. Portanto, a busca incessante pela melhoria contínua nessa área
passa a ser um pré-requisito para a sobrevivência dessas empresas.
1.1 JUSTIFICATIVA
Com base nos argumentos descritos acima, o trabalho se mostra relevante mediante
o alcance de resultados eficazes na aplicação da ferramenta Lean – Relatório A3 e na
implementação de melhorias no setor de expedição de um centro de distribuição.
1.2 OBJETIVOS
2 REFERENCIAL TEÓRICO
De acordo com o mesmo autor, como parte dos objetivos mais gerais da companhia,
a logística empresarial procura atingir metas de processos de cadeia de suprimentos
que venham conduzir a organização, com o propósito de providenciar níveis de
serviço adequados aos clientes no que concerne aos objetivos globais.
Ballou (2006) ressalta que o escopo da logística empresarial pode ser segmentada
em dois canais: o suprimento físico e a distribuição física. Como se pode observar na
figura 1, os produtos passam por várias etapas que vão desde as fontes de
abastecimento de matéria-prima até a distribuição do produto ao consumidor final.
17
Segundo Neves (1999 apud STERN, 1996, p. 32), empresas de distribuição são
organizações interdependentes envolvidas no processo de tornar o produto ou serviço
acessível ao consumo. Por meio da distribuição, produtos e serviços se tornam
disponíveis aos consumidores, já que o produto precisa ser transportado, estocado e
trocado. O autor reforça que a razão da emergência dessas organizações se dá devido
às seguintes premissas:
a) O processo de troca é mais eficaz com a existência desses intermediários,
além de diminuir o número total de transações.
b) Homogeneização da oferta: uso de lotes, acumulação de diversas ofertas de
diversas fontes de um mesmo produto em um lote e ajuntamento produtos
diferentes para venda.
c) Contato com consumidores, que acontece antes, durante e após as vendas.
De acordo com Santos (2006, p. 35), os fatores principais que levam ao uso dos
centros de distribuição são basicamente:
• redução do lead time;
• desempenho nas entregas;
• localização geográfica;
• melhoria no nível de serviço;
• redução dos custos logísticos;
• aumento do market share;
• novo patamar de competitividade.
Pode-se dizer que a etapa de expedição é uma das mais importantes, já que o
embarque é a finalização do negócio entre o fabricante e o cliente. Caso essa
operação for ineficiente, as demais atividades anteriores perderão o seu valor.
Rodrigues (1999), reforça que a atividade de picking pode ainda ser considerada
responsável pela coleta do mix correto de produtos, em suas quantidades corretas da
área de armazenagem, para satisfazer as necessidades do consumidor.
Moura (2005) reforça que a separação é uma das atividades mais importantes de um
armazém, visto que grande parte dos custos de um CD está atrelada a ela e
acrescenta que falhas nos processos de separação de pedidos têm causado grandes
prejuízos às empresas, entre os quais podem ser mencionados tanto os diretos
relacionados a devoluções de pedidos e outras não conformidades nas entregas
quanto os indiretos relacionados ao descontentamento dos clientes. Este último pode
causar muito mais danos e onerar mais as organizações.
Contudo, nota-se a grande necessidade da definição por parte das empresas de uma
estratégia de separação de pedidos a ser aplicada as suas operações e deve ser
escolhida a estratégia mais adequada ao tipo de negócio em que ela está inserida.
Os produtos são transferidos para a área de separação ou seleção, à medida que são
processados os pedidos. Deve ser lembrado que essa é uma das funções mais
23
2.2.1.2 Expedição
1 LIFO = Last in First Out = Último que entra, primeiro que sai.
24
Ching (2001) relata que as demandas de clientes estão moldando os novos padrões
de distribuição. Ele acrescenta que, entre os fatores que estão direcionando essas
mudanças, estão as novas tecnologias, permitindo que as empresas operem de
maneira diferente. Fleury et al. (2000) destacam que, com o ambiente empresarial
cada vez mais competitivo, a tecnologia de informação, quando bem utilizada, torna-
se um diferencial para as empresas que buscam a excelência do atendimento ao
cliente.
Existem algumas formas de tentar reduzir erros nas atividades do armazém usando a
tecnologia da informação como aliada da organização. Uma dessas formas é a
utilização de código de barras, um meio rápido e bastante seguro de movimentar
produtos e atualizar quantidades.
O código de barras é definido por Costa (2005, p. 14) como “Representações gráficas
de caracteres numéricos ou alfabéticos, formado por combinações distintas de barras
e espaços em sequência. Seguem uma lógica determinada conforme o padrão do
código utilizado”. De acordo com a GS1 (2011), o código mais utilizado para a
identificação de produtos no Brasil e no mundo é o EAN-13, com 13 dígitos. A estrutura
desse código pode ser observada na figura 4.
25
Heckel (2007) diz que, devido à praticidade, os coletores portáteis são utilizados onde
há dificuldade em realizar a movimentação dos itens. Na figura 5, apresenta-se um
coletor portátil muito comum no comércio varejista.
Armazéns não são vistos como fontes de lucro, mas compõem uma parte muito
importante da cadeia de suprimentos. Além da tecnologia, Myerson (2012) aborda que
práticas Lean em um armazém de produtos acabados podem oferecer um
processamento de pedidos de maneira mais eficiente, minimizando os desperdícios e
atividades que não agregam valor nas atividades de recebimento, estocagem,
separação, embalagem e entrega.
2.4 LEAN
Ohno (1997) define os desperdícios como perdas, cujas caracterizações estão assim
denominadas: (i) perdas por superprodução (quantitativa e por antecipação); (ii)
27
perdas por transporte; (iii) perdas no processamento em si; (iv) perdas devido à
fabricação de produtos defeituosos; (v) perdas nos estoques; (vi) perdas no
movimento; (vii) perdas por espera.
A gestão Lean procura fornecer consistentemente valor aos clientes com os custos
mais baixos (PROPÓSITO) por meio da identificação de melhoria dos fluxos de valor
primários e de suporte (PROCESSOS) e por meio do envolvimento das pessoas
qualificadas, motivadas e com iniciativa (PESSOAS) (LEAN INSTITUTE BRASIL
WEBSITE, 2010).
2.4.1 Relatório A3
Para a Toyota, é possível registrar, em uma única folha de papel A3, cada problema
ou desafio que uma organização enfrenta. O Relatório A3 representa uma ferramenta
poderosa para a resolução de problemas e implantação de melhorias.
De acordo com Shook (2009), os A3s são compostos por uma sequência de etapas,
a saber:
a) histórico: estabelecer o contexto do trabalho e a importância de um problema
ou assunto específico;
b) condição atual: descrever as condições atuais do problema;
28
O ciclo PDCA representa o método gerencial mais utilizado para controle e melhoria
de processos. Sobek (2008) explica que o ciclo PDCA é uma metodologia gerencial
para propor mudanças em um determinado processo, sendo preciso implementar,
monitorar e avaliar os resultados e ações adequadas. Constitui-se de uma sequência
de etapas, com objetivo de fazer certo desde a primeira vez.
De acordo com Shook (2008), podem-se, assim, definir os quatro estágios do ciclo
PDCA:
Planejar (hipótese) — Identificar os problemas existentes, definir metas para
um processo e propor ações.
29
O importante nos relatórios A3 não é a elegância com que as seções são preenchidas
e os gráficos são traçados, mas o processo de comunicação, assim como pode ser
customizado de diversas formas. Segundo Shook (2008), não existe um modelo
padrão para o Relatório A3, cujo papel dos consultores é decidir o que enfatizar no
relatório de acordo com a situação e contexto.
Diagrama de Pareto
Diagrama de Ishikawa
Para o efeito, uma série de causas é levantada, as quais podem ser agrupadas em
categorias por afinidade, visando auxiliar na organização das ideias levantadas. As
causas são comumente organizadas nos chamados “6M”: Matéria-prima, Mão de
Obra, Máquina, Medida, Método e Meio Ambiente. Pode-se observar a estrutura do
diagrama na figura 8 para melhor entendimento da ferramenta.
EFEITO
(Problema)
5W2H
A ferramenta 5W2H foi criada como uma ferramenta auxiliar na utilização do PDCA,
mais precisamente na parte de planejamento, por profissionais da indústria
automobilística do Japão. Polacinski (2012) descreve que a ferramenta consiste num
plano de ação para atividades preestabelecidas que precisem ser desenvolvidas com
a maior clareza possível, além de funcionar como um mapeamento dessas atividades.
Segundo Hunt (1996), sua análise estruturada permite, ainda, a redução de custos no
desenvolvimento de produtos e serviços, a redução nas falhas de integração entre
sistemas e melhoria do desempenho da organização, além de ser uma excelente
ferramenta para possibilitar o melhor entendimento dos processos atuais e eliminar
ou simplificar aqueles que necessitam de mudanças.
Na busca pela melhoria contínua dos processos, Faria e Costa (2007) destacam que,
para tornar isso possível, é imprescindível a monitoração do desempenho deles por
meio de indicadores de desempenho.
Como a logística é uma área que está presente nos três níveis hierárquicos da
organização (estratégico, tático e operacional), seus indicadores também devem estar
presentes nesses três níveis. Mas a visão da logística sob um enfoque estratégico é
algo recente, e seus indicadores de desempenho como elemento estratégico são
também relativamente recentes no meio empresarial (NEVES, 2009).
3 METODOLOGIA
Quanto aos objetivos, essa pesquisa pode ser caracterizada como exploratória.
Segundo Gil (2007), esse tipo de pesquisa visa aumentar o conhecimento do
problema para assim entendê-lo de maneira mais correta e sugerir hipóteses de
melhoria.
Pode-se observar, na figura 13, que, para os fins deste trabalho, as etapas propostas
pelo autor foram realizadas e adaptadas da seguinte maneira:
39
4 DESENVOLVIMENTO
4.1 A EMPRESA
A empresa faz parte de um grupo que hoje conta 220 funcionários e vem-se firmando
como uma das principais do seu segmento no Estado. Em 2015, abriu a sua quarta
loja de varejo e registrou um crescimento de quase 20% no seu faturamento.
Observando o crescimento tanto no recebimento quanto na expedição de mercadorias,
a empresa resolveu estruturar-se para suprir as demandas emergentes, migrando
para um novo centro de distribuição.
O centro de distribuição atual dispõe de seis docas, das quais duas para recebimento
de fornecedores e quatro para expedição. Ele encontra-se dividido em três setores e
uma área de escritórios, como se pode observar na figura 14.
A distribuidora opta por armazenar seus produtos em dois tipos de estruturas, a saber:
porta-paletes: armazenam produtos de pequeno a médio porte;
blocados: armazenam produtos volumosos.
A fim de realizar um processo de separação de pedidos mais ágil, uma vez que
produtos são separados diariamente para expedição, a área de armazenagem da
empresa encontra-se segmentada em dois tipos de áreas:
área de separação ou de picking: 1.º nível das estruturas de blocados e porta-
paletes, com até 1,87m de altura;
área de estocagem ou pulmão: 2.º e 3.º nível das estruturas porta-paletes,
com até 6,0m de altura.
Na figura 15, é possível observar fotos reais dos tipos de estruturas de armazenagem,
assim como identificar as áreas de picking e de pulmão.
42
Vale ressaltar que o foco deste estudo se encontra nos processos logísticos internos
da empresa, excluindo análises quanto ao processo de transporte dos pedidos.
4.1.3 Expedição
Em busca de uma visão mais ampla que facilitasse este estudo, decidiu-se tratar o
processo de expedição como um fluxo único desde a separação até o carregamento
dos pedidos nos veículos. Na tabela 1, apresenta-se o quadro de pessoas que
trabalham no setor de expedição da empresa com as respectivas funções.
Cada carga montada se refere a uma rota e respeita as restrições do veículo alocado,
como peso ou cubagem. É feita sempre em D+1, ou seja, todos os pedidos hoje
separados e carregados serão expedidos no outro dia pela manhã.
b) “Separação por carga” — Nesta estratégia, os operadores coletam a soma
das quantidades de cada produto necessárias para atender a todos os
pedidos de uma mesma carga.
Depois de a carga ter sido montada, o mapa de separação, ou picking list, é impresso
e entregue aos separadores. Na picking list, encontra-se o endereço para a coleta de
cada produto dentro do armazém e as respectivas quantidades a serem coletadas, de
forma organizada e numa sequência lógica. Com o auxílio de paleteiras hidráulicas,
conforme se mostra na figura 18, os separadores realizam a coleta dos produtos nos
respectivos endereços.
45
4.2 RELATÓRIO A3
A resolução do problema foi conduzida por meio da ferramenta Relatório A3, que,
conforme abordado no trabalho, é uma ferramenta de modelagem do pensamento
originada na Toyota e tem sido bastante utilizada nos ambientes fabris de todo o
mundo.
O desenvolver de cada uma das fases citadas será detalhado e comentado nos
subtópicos seguintes. O layout final do Relatório A3 será exibido no APÊNDICE A, ao
final do trabalho.
4.2.1 Histórico
Com a mudança para a nova sede e de posse de um armazém muito maior do que o
antigo, a empresa passou a ter oportunidade de atender a um maior montante de
clientes, negociar com novos fornecedores e, consequentemente, trabalhar com um
mix de produtos muito mais expressivo em muito pouco tempo. Em 2016, o catálogo
da empresa saltou de 1.200 para 1.892 SKUs.
A média de pedidos expedidos por mês no ano de 2016 ultrapassou 8.000. Foram
movimentadas cerca de 6.000 toneladas neste ano, o que corresponde a uma média
de 500 toneladas mensais, e a empresa pretende movimentar mais de 7.000 em 2017.
Como consequência desse expressivo crescimento, as suas atividades logísticas
ganharam grande importância e concomitantemente complexidade.
Todavia, com o crescimento das vendas em 2016, a ausência de uma atenção maior
aos processos logísticos tem resultado em problemas recorrentes de devoluções
pedidos, o que tem gerado insatisfações de seus clientes.
3.50%
3.00% 2.88%
2.64% 2.67%
2.50%
2.14% 2.13%
2.00% 2.08% 1.90%
1.69%
1.50% 1.61% 1.40% 1.54%
1.34%
1.00%
0.50%
0.00%
Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Por prezar sempre pela satisfação e proximidade de atendimento aos seus clientes e
devido ao rigor adotado ao longo dos anos com a qualidade dos serviços prestados,
isso tem sido um problema para a empresa, a qual determinou, em seu planejamento
estratégico para 2017, como um de seus objetivos: “Reduzir o índice de devoluções
totais”.
10%
40%
50%
1.30%
1.23%
1.10% 1.10% 1.07%
0.90% 0.85% 0.83%
0.74%
0.70%
0.50%
0.30%
0.10%
Observa-se no gráfico 3 que, nos últimos seis meses de 2016, os dados históricos
mostram um índice médio de devoluções logísticas de 0,97%, assim como é notável
uma tendência de crescimento no período. Para melhor entendimento do indicador de
devoluções logísticas, a equação a seguir traz detalhadamente sua forma de cálculo:
(2)
Logo, para entender melhor o que pode estar afetando o índice de devoluções
logísticas, mostrou-se uma necessidade de investigar as ocorrências que afetam esse
indicador. Nesta etapa, foram coletados dados do sistema da empresa, que registra
diariamente todas as ocorrências de devoluções.
4.2.3 Objetivos
Pelo fato de este trabalho tratar apenas do setor de logística, somente o objetivo
relacionado a essa área será levado em conta neste estudo. Dessa forma, foi decidido
pela direção como objetivo do projeto: Reduzir o índice médio de devoluções logísticas,
indicador principal do projeto, em 50% até o fim do primeiro semestre de 2017.
Esta é a última fase da primeira parte do Relatório A3, referente ao planejamento das
ações. É nesta etapa que o problema será analisado por toda a equipe do setor
envolvida e serão identificadas as causas do problema em análise.
Na figura 23, mostra-se o resultado das causas levantadas nas reuniões a respeito do
problema priorizado.
Limpeza
Pouca informatização
Após o levantamento das causas do problema, elas foram divididas pela equipe em
dois grupos, causas raízes (mais críticas) e as causas potenciais, as quais serão
descritas a seguir:
1) Causas raízes do problema:
a) erros na separação dos pedidos: os separadores cometem erros, ao
separarem a soma das quantidades de cada produto necessárias, para
atender a todos os pedidos de uma mesma carga;
b) equipe de carregamento sobrecarregada: ao carregar os veículos, a equipe
coleta os produtos de cada pedido, misturados na carga dentro do box, e
ainda realiza a conferência de cada um deles antes do embarque. A
atividade ainda sofre atrasos recorrentes devido aos erros da equipe de
separação.
c) erros na conferência dos pedidos: o método de conferência é visual e os
produtos apresentam características muito semelhantes, se diferem
apenas pelos rótulos.
4.2.5 Contramedidas
Com uma definição mais direta e concisa do problema e de suas possíveis causas,
tanto raízes como potenciais, e com foco em alcançar os objetivos projetados,
sugeriram-se contramedidas como proposta de melhorias no processo de expedição
da empresa. São elas:
Além disso, ela permite adoções de medidas que possam agilizar o carregamento dos
pedidos, como a conferência dos pedidos em paralelo à atividade de separação e a
prévia ordenação deles na sequência de entrega.
Outra causa raiz identificada para o problema discutido no projeto foram os erros de
conferência. Com base em estudos a respeito da tecnologia aplicada à logística, a
contramedida proposta foi a implantação de coletores portáteis para realizar a
codificação dos códigos de barras dos produtos na conferência para a expedição.
O código de barras tem uma configuração específica como uma digital, não existem
dois códigos de barras iguais. Portanto, ele permite distinguir produtos semelhantes,
de forma a proporcionar maior exatidão e segurança no processo de conferência.
58
Assim sendo, esses indicadores poderão ser capazes de fornecer maior controle e
uma visão mais precisa da situação das principais atividades do processo de
expedição, permitindo, assim, o acompanhamento de performance e identificação de
possíveis irregularidades.
Definição da Estrutura
Líder até 13/Fev
de Desempenho
dos indicadores
Criação das planilhas de Gerenciar a
ADM. Líder até 17/Fev
coleta performance dos -
Logistica
processos
Definição do
encarregado da inserção Analista até 27/Fev
dos dados no sistema
Aquisição dos coletores
2 - Implantar os Leitores
de Código de barras na
até 28/Fev
do processo Gerência
de Picking Discreto
Líder +
Implantar o fluxo futuro até 03/Abr
Supervisão
Treinamento dos
5S no armazém
4 - Implantar o
Como pode ser visto acima com os objetivos dos indicadores definidos, assim como
as fórmulas para medição, unidade de medida e perspectiva de análise do resultado,
foram criadas planilhas de controle para ambos os processos. Nelas constam dados
a respeito do operador, data, horário, pedidos separados e expedidos, as quais são
preenchidas pelos supervisores da operação.
Por fim, foi designado uma semana para testes e simulações da atividade de
conferência de pedidos com os operadores. Nessa semana, todos os ajustes finais de
cadastros foram realizados, assim como o esclarecimento de dúvidas da operação.
coletores de dados portáteis para fazer a leitura dos códigos de barras dos
produtos.
Qualquer divergência de tipo ou quantidade de produtos detectada é
sinalizada ao supervisor naquele momento, previamente ao embarque do
pedido. Em seguida, o pedido é alocado no palete definido dentro do boxe
referente à rota.
d) Montagem da carga e faturamento — Depois de todos os pedidos de uma
carga já estarem separados e conferidos e os possíveis cortes efetuados, o
faturista faz a montagem da carga e emite as notas.
e) Roteirização — A sequência de entregas continua sendo feita por bairros
dentro de cada rota (permanece inalterada).
f) Carregamento — Neste momento, os pedidos já se encontram dispostos no
boxe, conferidos e exatamente na ordem de carregamento deles; portanto, os
pedidos devem ser somente movimentados para dentro do veículo,
respeitando o LIFO.
4. Implantar o 5S no armazém.
4.2.7 Acompanhamento
Como definido na etapa dos objetivos, o índice de devoluções logísticas precisa ser
reduzido em 50% até o final do 1.º semestre de 2017. Para acompanhar esse
processo, decidiu-se realizar reuniões mensais para análise da evolução do
desempenho do indicador, assim como reuniões semanais com a equipe de
supervisão para a discussão do andamento da implantação das ações e necessidades
de ajustes.
1.40%
1.23% 1.17%
1.20% 1.14%
1.10% 1.15%
1.00%
1.07%
0.85%
0.80% 0.74% 0.83%
0.60%
0.40%
0.39%
0.30%
0.29%
0.20%
0.00%
Índice de Devoluções
Notou-se que o índice médio de devoluções logísticas, calculado pela média dos
dados históricos dos seis meses anteriores ao projeto (entre julho e dezembro de
2016), saiu de 0,97% para 0,33% no período de abril a junho de 2017 (pós-
implementação), o que corresponde a uma queda de 65,97% em relação aos índices
anteriores.
69
Portanto, tais resultados mostram que o objetivo do projeto de reduzir esse indicador
em 50% até o fim do primeiro semestre de 2017 foi alcançado com êxito. Desse modo,
é notória a efetividade do plano de ações implementado e da metodologia adotada no
projeto.
Como resultado, pode-se notar no gráfico 6 uma redução de 66,2% no índice médio
de erros no picking, com o indicador saindo de 3,4% para 1,15% após a
implementação. Esse fato comprova a efetividade das melhorias na resolução da
causa priorizada pelo estudo relacionada aos erros de separação de pedidos.
% de Erros
5.0%
4.0%
3.4%
3.0%
2.0%
1.4%
1.1%
1.0% 1.0%
0.0%
Março/17 Abril/17 Maio/17 Junho/17
% de Erros
0.80%
0.70%
0.68%
0.60%
0.50%
0.40%
0.30%
0.20% 0.24%
0.17% 0.16%
0.10%
0.00%
Março/17 Abril/17 Maio/17 Junho/17
Ademais, vale ressaltar que, no cenário anterior à implantação das melhorias, devido
à ausência de uma ordenação prévia dos pedidos dos clientes na sequência de
entrega, os operadores a realizavam no ato do carregamento do caminhão, o que
demandava muito tempo e recurso humano para a procura dos produtos de cada
pedido no meio das cargas.
71
À vista disto, observa-se, no quadro 3, que a empresa obteve uma redução mensal
do custo da folha de pagamento de R$ 6.127,52 (seis mil cento e vinte e sete reais e
cinquenta e dois centavos) – considerando salário mais encargos pessoais –, o que
resulta ou resultando em uma redução anual de R$ 73.530,24 (setenta e três mil
quinhentos e trinta reais e vinte e quatro centavos).
72
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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management, quality and all other professionals. Micro electron Reliab, v. 36, n. 2,
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FARIA, A. C.; COSTA, M. F. G. Gestão dos custos logísticos. 1. ed. São Paulo:
Atlas, 2007.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
MELLO, G. Setor atacadista e distribuidor vê 2017 com otimismo após faturar R$250,5 bi
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APÊNDICE
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