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NOVA IGUAÇU
NOVEMBRO/2021
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICACELSO SUCKOW DA
FONSECA – CEFET/RJ UNIDADE DE ENSINO DESCENTRALIZADA DE
NOVA IGUAÇUDEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
NOVA IGUAÇU
NOVEMBRO/2021
ii
Cefet-RJ/Sistema de Bibliotecas/campus Nova Iguaçu
F383 Ferreira, Ismael da Silva.
A redefinição do layout das instalações como estratégia de
melhoria da produção : um estudo de caso de uma marcenaria / Ismael
da Silva Ferreira. – 2021.
83 f. : il. (algumas color.)
iii
A REDEFINIÇÃO DO LAYOUT DAS INSTALAÇÕES COMO
ESTRATÉGIA DE MELHORIA DA PRODUÇÃO: UM ESTUDO DE
CASO DE UMA MARCENARIA
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________________
Prof. Orientador: Aluísio Monteiro, MSc. CEFET/RJ UnED NI
_________________________________________________________________
Prof. Orientador: Liliane da Costa Dias, MSc. CEFET/RJ UnED NI
_________________________________________________________________
Prof. Orientador: José André Villas Boas Mello, D. Sc. CEFET/RJ UnED NI
_________________________________________________________________
Rogério Odivan Brito Serrão, D. Sc./IBGE
Nova Iguaçu
NOVEMBRO/2021
iv
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais e a minha vó, pilares essenciais da minha
formação como cidadão me orientando em todo o caminho correto. Este trabalho é a
prova de tudo o que vocês fizeram por mim valeu a pena.
v
AGRADECIMENTOS
A minha esposa, que me deu todo apoio e suporte sendo compreensiva nos meus
momentos de ausência. Muito obrigado pela sua presença em minha vida, meu amor.
Ao meu sogro, por permitir que a sua empresa fosse objeto de estudo deste trabalho
divulgando todas as informações necessárias e possibilitando um paralelo entre a minha
formação profissional e o crescimento da empresa.
vi
RESUMO
vii
ABSTRACT
The furniture sector in Brazil stood out positively amid the global crisis triggered by
COVID-19 in 2020 (IBGE, 2021). The company studied in this work is a joinery
located in the state of Rio de Janeiro that, due to the change in consumer habits caused
by social isolation, doubled its turnover in the midst of the pandemic, making it
necessary to have a greater number of employees, materials and tools for increasing
production capacity. With the rapid growth and lack of proper planning, the company's
productivity dropped due to confusing flows and lack of space to carry out work. Thus,
the present work sought to reorganize the entire physical industrial arrangement of the
company from three design alternatives developed using the Systematic Layout
Planning method. The study carried out involved the analysis of volume x variety of
product families, the definition of the most suitable type of layout, the analysis of
interrelationships between activities and the study of production flows. Three layout
alternatives were proposed and for each of them, the estimated revenue increase was
calculated, how much the movement reduction would represent in annual financial
values, the return on investment and the return on investment time. Finally, the Analytic
Network Process method was applied to select the best project based on the
aforementioned financial criteria and also on other criteria such as ease of future
expansion, adaptability, flexibility, percentage of material flow efficiency, percentage of
use of spaces, ease of supervision and the final value of the investment. The chosen
solution represents an annual savings for the company of approximately R$ 158,467.09.
viii
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO .................................................................................. 1
1.1 Considerações iniciais ......................................................................................... 1
1.2 Descrição da situação problema ........................................................................... 1
1.3 Pergunta da pesquisa ........................................................................................... 2
1.4 Objetivos da pesquisa .......................................................................................... 2
1.4.1 Objetivo geral ............................................................................................... 2
1.4.2 Objetivos específicos..................................................................................... 2
1.5 Relevância da pesquisa ........................................................................................ 3
1.6 Delimitação da pesquisa ...................................................................................... 3
1.7 Estrutura metodológica da pesquisa ..................................................................... 4
1.8 Organização da pesquisa ...................................................................................... 6
CAPÍTULO 2 – REVISÃO DE LITERATURA ............................................................ 7
2.1 Conceitos de arranjo físico e suas finalidades....................................................... 7
2.2 Fases do planejamento do arranjo físico ............................................................... 8
2.3 Tipos de layout .................................................................................................. 10
2.3.1 Layout por produto ......................................................................................... 11
2.3.2 Layout celular ................................................................................................. 12
2.3.3 Layout funcional ............................................................................................. 13
2.3.4 Layout por posição fixa .................................................................................. 13
2.3.5 Layout híbrido ................................................................................................ 14
2.4 Critérios para escolha do arranjo físico .............................................................. 15
2.4.1 Indicadores financeiros ................................................................................... 16
2.4.2 Método ANP .................................................................................................. 17
2.5 Estudo preliminar dos recursos envolvidos ........................................................ 20
2.6 Ferramentas para análise de layout..................................................................... 21
2.6.1 Método SLP ................................................................................................... 21
2.6.2 Modelagem matemática .................................................................................. 24
2.7 Ferramentas escolhidas para o projeto ................................................................ 25
CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA CIENTÍFICA DA PESQUISA ............................. 27
3.1 Classificação da pesquisa ................................................................................... 27
3.2Técnica de coleta de dados ................................................................................. 28
3.3 Procedimento para análise de dados ................................................................... 29
3.4 Caracterização do universo da pesquisa ............................................................. 30
3.5 Limitação do método ......................................................................................... 30
ix
CAPÍTULO 4 – Estudo de caso .................................................................................. 31
4.1 Caracterização e contextualização da unidade de análise .................................... 31
4.2 Classificação de rentabilidade por família de produto ........................................ 32
4.3 Características das famílias de produto .............................................................. 33
4.3.1 Acabamento em Placas de fibra de média densidade (MDF) ........................... 33
4.3.2 Acabamento em folha de madeira ................................................................... 33
4.3.3 Acabamento em pintura .................................................................................. 33
4.3.4 Acabamento em madeira maciça ..................................................................... 34
4.3.5 Acabamento em fórmica ................................................................................. 34
4.4 Processo produtivo da empresa .......................................................................... 34
4.3.1 Processo de fabricação de móveis em MDF .................................................... 35
4.3.2 Processo de fabricação de móveis em folha de madeira ................................... 36
4.3.3 Processo de fabricação de móveis em pintura .................................................. 36
4.3.4 Processo de fabricação de móveis em madeira maciça .................................... 37
4.3.5 Processo de fabricação de móveis em fórmica ................................................. 38
4.4 Características do arranjo físico atual da empresa .............................................. 39
4.4.1 Características dos recursos envolvidos .......................................................... 42
CAPÍTULO 5 – Definição do novo arranjo físico ........................................................ 43
5.1 Análise volume-variedade ................................................................................. 43
5.2 Tipo de arranjo físico mais adequado ................................................................. 45
5.3 Fluxograma de processos por família de produto ............................................... 47
5.4 Distribuição dos recursos por espaço ................................................................. 49
5.5 Inter-relação entre as áreas................................................................................. 51
5.6 Análise de áreas e espaços necessários ............................................................... 53
5.7 Elaboração de alternativas de layout .................................................................. 55
5.8 Seleção do melhor layout ................................................................................... 64
5.8.1 Redução de desperdício .................................................................................. 65
5.8.2 Indicadores financeiros ................................................................................... 69
5.8.3 Aplicação do método ANP ............................................................................. 71
5.8.4 Escolha e detalhamento do projeto .................................................................. 77
CAPÍTULO 6 – Conclusão ......................................................................................... 79
Referências Bibliografias ............................................................................................ 83
x
LISTA DE FIGURAS
xi
LISTA DE EQUAÇÕES
xii
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Análise volume variedade por família de produto para o ano de 2020 ......... 43
Gráfico 2: Distribuição percentual de volume em 2020 por família de produto ............ 44
Gráfico 3: Relação percentual entre faturamento e volume produzido por família de
produto em 2020. ........................................................................................................ 45
Gráfico 4: Análise de sensibilidade do peso do valor final de investimento sobre a
escolha do projeto ....................................................................................................... 77
xiii
LISTA DE TABELAS
xiv
LISTA DE ABREVIAÇÕES E ACRÔNIMOS
xv
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
1
No ano de 2020, a empresa dobrou o faturamento fazendo com que fosse necessário
um maior número de funcionários, materiais e ferramentas para aumento de capacidade
produtiva. Entretanto, não foi realizado nenhum estudo por trás destas alterações e a
própria empresa percebeu que o fluxo de produção estava prejudicado e a produtividade
havia caído.
O aumento da capacidade produtiva é uma das causas mais comuns que levam as
empresas a reorganizarem o seu layout (Peinado & Graeml, 2007). A W M Marcenaria
encontra-se em um contexto de aumento de sua demanda e alto custo de produção
evidenciando a necessidade de melhorias que promovam o aumento de capacidade
produtiva.
2
Definir o tipo de arranjo físico mais adequado para a empresa em estudo;
Determinar a área necessária para cada setor da empresa em estudo;
Calcular a redução de desperdício por alternativa de layout da empresa em
estudo
Calcular de tempo de retorno do investimento por alternativa de layout definida
para a empresa de estudo
Aplicar o método ANP para a análise de critérios relacionados com a escolha do
novo layout da empresa em estudo;
3
situada no Rio de Janeiro, com atividade principal voltada para a fabricação de móveis
sob medida.
4
Figura 1: Estrutura metodológica da pesquisa
5
1.8 Organização da pesquisa
Esta pesquisa possui seis capítulos em sua totalidade. O presente capítulo possui
como objetivo situar o leitor dentro da delimitação da pesquisa, contextualizando o
problema proposto.
6
CAPÍTULO 2 – REVISÃO DE LITERATURA
Um sistema produtivo por mais básico que seja depende de pessoas, materiais,
máquinas, ferramentas e processos Carlos et. al. (2013). Devido a isso a simplificação
dos processos e a redução de movimentações e transportes desnecessários representam
grandes melhorias para o fluxo de produção como um todo.
7
que levam as empresas a reorganizarem os seus arranjos físicos estão o aumento da
demanda e a busca pelo aumento da capacidade produtiva (Peinado & Graeml, 2007).
Para Tompkins et. al. (2010), o planejamento do arranjo físico envolve dez etapas
diferentes: Definição dos produtos a serem fabricados ou montados, Especificação dos
processos de fabricação ou montagem, determinação das inter-relações entre as
atividades, propostas de layout alternativas, avaliação dos projetos de layout
alternativos, seleção do melhor layout, implementação, adaptação do planejamento e
atualização de informação de produtos a serem fabricados ou montados. A figura 2
sintetiza as etapas de planejamento citadas acima conforme é possível observar abaixo:
8
Figura 2: Etapas do planejamento de layout
9
A próxima etapa consiste em avaliar as alternativas propostas e estabelecer critérios
de custos envolvidos, melhor retorno sobre investimento e melhoria que cada alternativa
possibilita ao processo como um todo.
10
Além disso, os tipos de arranjos físicos mais comuns são: Layout por produto,
layout celular, layout por posição fixa e layout funcional conforme é possível observar
na figura 4 (Slack, Chambers, & Johnston, 2007).
11
Figura 5: Exemplo de layout de uma fábrica de papel
12
2.3.3 Layout funcional
O layout funcional consiste na localização de operações semelhantes no mesmo
espaço físico agrupando máquinas e equipamentos (Villar & Júnior, 2014). Esse layout
também pode ser encontrado em processos produtivos que envolvem montagens ou
ainda em organizações comerciais. Um bom exemplo é a disposição de layout de uma
biblioteca, conforme exemplificado na figura 7, onde os livros, as mesas de estudo e os
computadores são agrupados cada um em seu respectivo espaço, visando facilitar os
processos semelhantes.
13
(Villar & Júnior, 2014). Um exemplo clássico é a fabricação de aeronaves, onde o
processo produtivo ocorre com o produto parado e os demais recursos em movimento,
conforme ilustrado na figura 8.
14
realiza exames de sangue um layout por produto e as salas de exame de imagem um
layout funcional (Slack, Chambers, & Johnston, 2007).
O método ANP também se mostra como uma boa ferramenta de análise multicritério
de apoio a escolha do layout. Ele consiste em um aperfeiçoamento do método AHP,
onde a única diferença de uma abordagem para a outra consiste na análise de
15
interdependência entre os critérios de seleção. A metodologia consiste em uma matriz
de ponderação que relaciona os critérios de seleção com as alternativas através de pesos,
calcula os autovetores associados, utiliza a fórmula de índice de coerência do
julgamento, cria uma super matriz através dos autovetores e por fim gera uma matriz
limite onde a linha da matriz de maior fator aponta o resultado de melhor escolha (Al-
Hawari, Mumani, & Momani, 2014).
De acordo com Maniya & Bhatt, o método PSI possui maior simplicidade e grande
potencial de alcançar os mesmos resultados do método ANP (Maniya a & Bhatt, 2011).
Porém, existe uma robustez matemática maior associada ao método ANP devido à
validação de coerência dos julgamentos propostos gerando uma sensibilidade menor
para possíveis erros (Carmo, 2017).
O ROI pode ser definido como a relação percentual entre o valor retornado por
determinado investimento e o próprio investimento realizado, permitindo analisar a
rentabilidade e a eficácia global do dispêndio monetário (SANTOS, 2014). Já o payback
consiste em mensurar em quanto tempo o retorno financeiro se igualará ao investimento
realizado (GITMAN, 2002). As equações 1 e 2 mostram como o ROI e o payback são
calculados:
16
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑟𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑎𝑑𝑜 − 𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜
𝑅𝑂𝐼 =
𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜
𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
𝑃𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 =
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑟𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
Critérios Alternativas
Critérios 1 1
Alternativas 1 1
17
C1 C2 C3 C4 A1 A2 A3
Critério 1 0 1 1 1 1 1 1
Critério 2 1 0 1 1 1 1 1
Critério 3 1 1 0 1 1 1 1
Critério 4 1 1 1 0 1 1 1
Alternativa 1 1 1 1 1 0 1 1
Alternativa 2 1 1 1 1 1 0 1
Alternativa 3 1 1 1 1 1 1 0
Segundo Saaty (1980), o próximo passo consiste em comparar cada par de critérios
definindo os seus respectivos pesos, a fim de estabelecer uma matriz recíproca e
calcular os autovetores associados através da média geométrica das linhas conforme é
possível observar na tabela 3.
𝑁
𝐴𝑢𝑡𝑜𝑣𝑒𝑡𝑜𝑟 𝐶𝑁
𝜆 = ∑ 𝑆𝑜𝑚𝑎 𝐶𝑁 ∗
𝑆𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑎𝑢𝑡𝑜𝑣𝑒𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠
1
18
Fonte: Elaborado pelo autor
Para Saaty (1980), a consistência da matriz deve ser verificada através do índice de
coerência e da razão de coerência, conforme as equações 4 e 5 abaixo:
𝜆−𝑛
Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎 =
𝑛−1
Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎
𝑅𝑎𝑧ã𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎 =
Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑟𝑎𝑛𝑑ô𝑚𝑖𝑐𝑜
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Índice randômico 0 0 0,58 0,9 1,12 1,24 1,32 1,41 1,45 1,49
Para Saaty (1980), os julgamentos são coerentes se a razão de coerência for menor
do que 10%. A partir desta etapa é possível elaborar a matriz de decisão e a partir desta
obter a matriz dos pesos e a super matriz.
A matriz dos pesos é obtida através da multiplicação dos autovetores de cada par de
comparações com a matriz de alcance global, conforme exemplificado na tabela 5.
Critérios Alternativas
Critérios 0,4 0,5
Alternativas 0,6 0,5
19
De igual modo, a super matriz é obtida multiplicando os autovetores de cada bloco
de comparação pelos respectivos valores da matriz de decisão, conforme é possível
observar na tabela 6.
C1 C2 C3 C4 A1 A2 A3
Critério 1 0,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0
Critério 2 0,5 0,0 8,0 9,0 10,0 11,0 12,0
Critério 3 0,3 0,1 0,0 13,0 14,0 15,0 16,0
Critério 4 0,3 0,1 0,1 0,0 17,0 18,0 19,0
Alternativa 1 0,2 0,1 0,1 0,1 0,0 20,0 21,0
Alternativa 2 0,2 0,1 0,1 0,1 0,1 0,0 22,0
Alternativa 3 0,1 0,1 0,1 0,1 0,0 0,0 0,0
Multiplicando a matriz de pesos pela super matriz é possível construir a super matriz
ponderada. Como a super matriz ponderada é uma matriz estocástica ao elevar-se até
determinada potência suas colunas convergirão para uma matriz limite. A normalização
da matriz limite fornece as prioridades de alternativas que é o resultado do método.
Para Slack, o fluxo de produção pode sofrer certas variações dependendo da família
de produto que se deseja trabalhar (Slack, Chambers, & Johnston, 2007). Por isso, é
importante agrupar os produtos em famílias que necessitem dos mesmos recursos e
percorram fluxos de processos semelhantes.
Na próxima etapa a área necessária para cada atividade é determinada. Este dado
unido à informação de área disponível colabora para a elaboração do diagrama de inter-
relações de espaços.
21
Os dados levantados unidos as restrições práticas do projeto e considerações de
mudanças possibilitam diferentes alternativas de layout. O tomador de decisão de
acordo com os seus critérios irá selecionar a melhor alternativa. Embora o processo seja
relativamente simples existem diversas dificuldades práticas que podem surgir em sua
aplicação. Além disso, a conversão de um diagrama de relacionamento em diferentes
projetos de layout não é um processo simples, pois depende da experiência do
profissional responsável (TOMPKINS, et. al., 2010).
22
representar à intensidade do fluxo, sendo A (Absolutamente necessário), E
(Especialmente importante), I (Importante), O (Normal) e U (Desimportante).
23
A partir de todas as informações trabalhadas diferentes projetos podem ser
elaborados e as diferentes alternativas serão avaliadas e a melhor de acordo com os
critérios de seleção será implementada.
A modelagem exata busca alcançar o ótimo global, o que nem sempre é possível no
caso de soluções de layout devido à alta complexidade das restrições (Xu, Mei, Luo, &
Tan, 2020). Já no caso da modelagem não exata, também conhecida como métodos
heurísticos ou metaheurísticos, o melhor ótimo local é encontrado dentro de um
conjunto de possibilidades e através disto busca-se corresponder de modo satisfatório a
função objetivo.
24
Para Ulutas e Islier (2015), indústrias que possuem grandes variações de demanda
sazonais envolvendo mudanças no fluxo de produção necessitam de um layout flexível
onde diferentes cenários podem ser considerados. Caso as movimentações de
maquinário sejam de baixa complexidade o método DFLP torna-se o mais viável dado
que considera diferentes cenários e possibilita o somatório de todos os custos de
movimentação associados a cada cenário permitindo uma avaliação de cenário com
menor custo (Ulutas & Islier, 2015).
Em estudo de caso de SU et. al. (2020) para dimensionar uma cabine de um navio
foram utilizados dois métodos: O SLP e o algoritmo genético, a conclusão do trabalho
mostrou que o método SLP apresentou resultados igualmente satisfatórios que unidos ao
algoritmo melhoraram a solução final (Su, Zheng, Xu, & Wang, 2020).
25
Já em relação aos critérios de escolha do melhor projeto de layout, segundo Slack, a
seleção do layout proposto não deve ter como critério único e exclusivo o custo
associado ao projeto de layout, visto que um maior retorno sobre o investimento pode
estar diretamente ligado a um projeto com maior dispêndio monetário (Slack,
Chambers, & Johnston, 2007). Mediante a isso, quanto maior o número de critérios
adequados maior a chance de selecionar um layout ótimo. Desta forma, os métodos
quantitativos de análise multicritério mostram robustez para auxiliar na tomada de
decisão levando em consideração critérios relacionada à futura expansão e crescimento
da organização, fazendo com que a escolha atual represente um custo menor
futuramente quando forem necessárias novas adaptações (Al-Hawari, Mumani, &
Momani, 2014).
26
CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA CIENTÍFICA DA
PESQUISA
Com base nisto, o presente capítulo tem como objetivo descrever a metodologia da
pesquisa, apresentar as técnicas de coletas de dados utilizadas, explicitar o
procedimento de análise e relatar as limitações dos métodos escolhidos.
27
objetivo é mitigar as principais perdas de produção buscando melhorias relacionadas ao
arranjo físico da empresa. Para Zanella, este tipo de pesquisa tem como motivação a
solução prática e imediata de problemas que podem ser locais ou regionais (Zanella,
2013).
Algumas técnicas para coletar informações são a pesquisa estruturada, que consiste
em um questionário pronto, a não estruturada, que permite o entrevistado dar respostas
mais abrangentes de maneira mais informal e a semi-estruturada que combina os
benefícios da entrevista estruturada e não estruturada (Mattos, 2005).
28
No presente trabalho, foi feita primeiramente uma entrevista não estruturada com o
gerente de produção com a finalidade de adquirir informações relativas ao crescimento
de demanda, famílias de produtos da empresa e processos produtivos envolvidos e uma
lista de critérios mais importantes para a escolha do layout. Mediante a isto, foi possível
compreender a operação da empresa e montar utilizando o software bizagi o fluxo do
processo de cada família de produto para entender o funcionamento da produção e quais
eram os processos semelhantes entre os diferentes tipos de produtos. Além disto, foi
realizada a análise volume-variedade para determinar os melhores tipos de combinações
de layout. Através de uma coleta de dados no local envolvendo especificações e
medidas de cada maquinário, medidas da área disponível e lista de materiais envolvidos
e suas dimensões realizou-se um levantamento dos recursos necessários para cada área,
buscando compreender se era necessário eliminar recursos em excesso ou adquirir
novos recursos em função das mudanças na instalação.
Mediante a estes dados de entrada, um estudo dos fluxos de materiais e atividade foi
realizado, possibilitando o cálculo da matriz de inter-relações e a elaboração do
diagrama de inter-relações utilizando o software Microsoft excel. Dentro da empresa,
foram realizadas medições para o estudo dos espaços relativas aos produtos em estoque
de matéria prima, estoque em processo, estoque de produto acabado, máquinas,
ferramentas, postos de trabalho e terreno atual da empresa.
Além disto, foi realizada uma entrevista semi-estruturada que permitiu preencher
todos os julgamentos necessários para aplicação do método ANP conforme mostra a
tabela 21.
Por fim, foram geradas três alternativas de arranjo físico através do método SLP
considerando plantas 2D e 3D utilizando o software Sketchup e feita a sugestão do
melhor layout proposto baseado no método ANP utilizando o software Microsoft excel.
29
Através das informações coletadas relativas aos critérios de maior relevância para a
decisão de escolha do layout, foi possível estabelecer através do método ANP o layout
que agregava mais valor para a empresa.
30
CAPÍTULO 4 – Estudo de caso
4.1 Caracterização e contextualização da unidade de análise
A W M Marcenaria é uma empresa localizada na baixada fluminense do Rio de
Janeiro que possui como atividade principal a fabricação de móveis sob medida. A
empresa atende diretamente o consumidor final se responsabilizando pela montagem e
garantia de seus produtos. A produção caracteriza-se como de baixa escala e alto valor
agregado com uma média de 18 móveis fabricados por mês.
O perfil do cliente são pessoas com alto poder aquisitivo que compram ou reformam
seus imóveis localizados nas áreas nobres do Rio de Janeiro tendo como responsáveis
pela obra uma equipe de engenharia e arquitetura. Os arquitetos por sua vez fazem os
projetos de todos os móveis para a casa do cliente com todas as especificações técnicas
e encaminham para suas marcenarias parceiras, as marcenarias ganhadoras do pedido
serão as que tiverem melhor histórico de qualidade e confiabilidade de produtos, melhor
prazo de entrega e melhor custo associado.
31
Além disto, com a alta demanda por embalagens devido à rápida ascensão de pedidos
feitos pela internet e por aplicativos a cadeia de suprimentos de papel, celulose e
madeiras ficou sobrecarregada por dependerem da mesma matéria prima extraída da
natureza, tendo sua retomada de demanda antes da recomposição da indústria de base.
32
Fonte: Elaborado pelo autor
33
tipo de padrão é que o cliente pode escolher a cor, a textura e a tonalidade mantendo a
uniformidade em todo o móvel. Este acabamento possui alta sensibilidade a riscos,
quebras, manchas e deformidades fazendo com que a limpeza, o manuseio, a
embalagem e o transporte exijam maior cuidado.
34
arquitetos na obra irá explicar o projeto e todas as especificações. Mediante a isto o
encarregado desenha uma planta baixa de cada móvel em uma chapa com todas as
medidas reais e folgas necessárias. A partir disto, é feita uma lista de peças e medidas
exatas e o plano de corte é desenhado. Após esta etapa o projeto e a planta baixa
desenhada são entregues e explicados ao marceneiro para que ele execute o móvel. A
fase de execução se inicia com o corte das chapas e segue para o revestimento das
bordas, usinagem, furação, instalação de ferragens, pré-montagem, desmontagem,
embalagem e separação. Cada tipo de acabamento explicado no tópico anterior possui
um tipo de execução diferente com etapas semelhantes e algumas etapas adicionais em
caso de acabamentos com maior valor agregado. Ainda assim a fase de planejamento é a
mesma para todas as famílias de produtos.
35
4.3.2 Processo de fabricação de móveis em folha de
madeira
O processo de fabricação dos móveis com acabamento em folha de madeira envolve
cortar, engrossar, casar e colar as folhas, prensar, usinar, furar, pré-montar, desmontar,
lixar a folha, aplicar primeira demão de seladora, lixar folha com seladora, aplicar
segunda demão de seladora, lixar novamente, aplicar verniz e embalar. A figura 11
demonstra de forma esquemática os processos envolvidos:
36
Figura 12: Processo de fabricação de móveis com acabamento em pintura ou laca
37
Figura 13: Processo de fabricação de móveis em madeira maciça
38
4.4 Características do arranjo físico atual da empresa
Com o aumento de demanda no ano de 2020, a W M Marcenaria promoveu algumas
mudanças no início de 2021 em seu layout, porém embora se tenha notado melhoras no
fluxo, problemas de armazenamento, recebimento de matéria prima e fluxos confusos
de produção continuam ocorrendo. As figuras 15 e 16 comparam o layout da empresa
no ano de 2020 e o layout atual em 2021.
39
Figura 16: Planta baixa layout da empresa em 2021
40
Figura 17: Imagem aérea do terreno da empresa
41
Figura 18: Imagens da empresa
42
CAPÍTULO 5 – Definição do novo arranjo físico
5.1 Análise volume-variedade
A WM Marcenaria possui seu processo de produção por projeto de produto
buscando atender as necessidades especificas de cada cliente. Embora cada projeto seja
exclusivo, os móveis fabricados sob medida seguem cinco padrões de família de
produto por acabamento conforme citado no capítulo anterior, sendo eles: acabamento
em MDF, acabamento em folha de madeira, acabamento em pintura, acabamento em
madeira maciça e acabamento em fórmica.
260
87 72
12 3
Gráfico 1: Análise volume variedade por família de produto para o ano de 2020
43
Percentual de itens produzidos em
2020 por família de produto
Madeira Fórmica
Folha 3% 1%
16%
Laca
20%
MDF
60%
44
Relação percentual entre o faturamento e o
volume produzido
0.14%
Fórmica 0.69%
Família de produto
2.13%
Madeira 2.76%
22.38% Faturamento
Folha 16.59%
Volume produzido
22.32%
Laca 20.05%
53.04%
MDF 59.91%
Percentual
45
Figura 19: Relação entre processos produtivos e arranjos físicos
46
em madeira e fórmica possui um volume de produção mais baixo. Porém, embora este
tipo de inclinação possa demonstrar a necessidade de analisar separadamente produtos
de baixo volume e alta variedade e produtos de alto volume e baixa variedade, não é
este o caso da empresa objeto de estudo, pois o volume de produção total da empresa é
baixo e existem muitas operações semelhantes entres as famílias de produto permitindo
uma análise agregada.
Desta forma, com alta variedade de produtos e baixo volume de produção, os tipos
de arranjos físicos já citados anteriormente mostram-se mais adequados. Outro fator
relevante observado no Gráfico 3, é que os acabamentos em MDF, folha de madeira e
pintura representam juntos 96,55% do volume de produção e 97,74% do faturamento da
empresa o que indica que os processos de produção relacionados devem ter prioridade
nas análises realizadas comparado aos demais.
47
Figura 20: Carta de processos múltiplos da produção da W M Marcenaria
48
5.4 Distribuição dos recursos por espaço
Através das etapas de processos semelhantes observadas na carta de processos
múltiplos é possível determinar quais recursos podem ser compartilhados e devem estar
na mesma área. Como o tipo de layout escolhido inclui o arranjo físico por processo é
necessário identificar as áreas comuns aos processos das famílias de produto da
empresa. Sendo assim, as áreas de uso comum são: a área de corte, a área de engrosso, a
área de furação e usinagem, a área de montagem, a área de pintura e a área de
embalagem. As tabelas 8 e 9 representam duas listas de recursos disponíveis na
empresa, sendo que a tabela 8 agrega os mesmos tipos de recursos e a tabela 9 detalha
as características particulares de cada recurso.
49
Tabela 9: Lista específica de recursos disponíveis da W M Marcenaria
50
Tabela 10: Alocação de recursos por tipo de processo
Desta forma, é possível observar que as bancadas devem estar agrupadas em uma
mesma área para montagem, engrosso de peças ou embalagens. Além disto,
equipamentos de corte, furação, usinagem e prensagem devem estar agrupados em
setores para facilitar a utilização dos mesmos e reduzir o fluxo de pessoas e materiais
entre os equipamentos.
51
escritório. A Figura 21 mostra o diagrama de relacionamento entre as áreas necessárias
na W M Marcenaria:
52
5.6 Análise de áreas e espaços necessários
Existem 5 métodos principais de determinação dos requerimentos de espaço, os
quais são: Método numérico, método de conversão, padrões de espaço, arranjos
esboçados e projeção de tendências. O método utilizado para o cálculo de áreas
necessárias neste trabalho foi o método numérico que consiste em determinar a área
necessária por cada elemento do espaço multiplicando pelo número de elementos
necessários e adicionando um espaço extra para estoque em processo, manuseio de
materiais e movimentação dos operadores, definido neste trabalho a partir de medições
realizadas no local. A tabela 11 mostra as áreas necessárias para cada espaço:
Área de movimentação ou
Ambientes Área Ocupada (m2) estoque em processo (m2) Folga (m2) Área total (m2)
Estoque de
matéria prima 53,5175 32,1105 5,35175 90,98
Setor de corte 74,77 29,908 7,477 112,16
Setor de pré-
montagem 59,06 23,624 5,906 88,59
Setor de
prensagem 16,643 6,6572 1,6643 24,96
Setor de
usinagem 5,61 2,244 0,561 8,42
Cabine de
pintura 60,98 24,392 6,098 91,47
Setor de
embalagem 17,7 7,08 1,77 26,55
Estoque de
produto
acabado 21,09 8,436 2,109 31,64
Sala de
ferramentas 16 6,4 1,6 24,00
Refeitório 43 17,2 4,3 64,50
Vestiário 20,4 8,16 2,04 30,60
Banheiro da
produção 2,52 1,008 0,252 3,78
Escritório 8,6 3,44 0,86 12,90
Banheiro do
Escritório 2,52 1,008 0,252 3,78
Total 614,31925
Como pode ser observado na tabela 11 a área total necessária para os setores da
empresa é de 614,31 metros quadrados e o terreno da instalação possui
aproximadamente 900 metros quadrados. Desta forma, o terreno atual da empresa é
suficiente para a operação levando em consideração os recursos existentes e disponíveis.
O espaço de aproximadamente 285,69 metros quadrados de folga servirá para a entrada
de veículos de carga e descarga.
53
Com as relações de preferências definidas do diagrama de relacionamento da figura
19 e a necessidade de espaços estabelecida através da tabela 11 é possível elaborar o
diagrama de fluxo entre as áreas. A tabela 12 possui o padrão de conversão proposto por
(Muther, 1978) para transformar o diagrama de relacionamento em um fluxograma.
A fim de que o fluxograma final pudesse ser visualizado de forma mais clara, a
convenção de cores e linhas foi utilizada exceto o tipo de linha indicado para o efeito
indesejável devido à poluição visual proporcionada pelo grande número de relações
indesejáveis conforme mostra a figura 20. Desta forma, o tipo de linha utilizado para o
efeito indesejável foi uma linha tracejada marrom suave, a fim de que as relações de
maior preferência pudessem ser bem visualizadas. A figura 22 mostra o fluxograma de
inter-relações entre as áreas:
54
Figura 22: Fluxograma de inter-relações entre as áreas
55
1ª proposta – A entrada e o escritório permanecerão no mesmo lugar e os
demais setores serão reorganizados.
56
Figura 23: Primeira proposta de layout
57
Figura 24: Primeira proposta de layout com dimensões
58
Próximo a entrada da empresa foi colocado o estoque de matéria prima e no
pavimento acima o refeitório e vestiário dos funcionários. Em todos os três projetos
propostos as cabines de pintura consideram cortinas de ar em suas portas e um sistema
de exaustão simples que canaliza o cheiro e a poeira provocada pela pintura para as
caixas de água localizadas logo acima da estrutura. Vale ressaltar que para o
funcionamento da cabine será necessária a instalação de uma bomba que permita a
circulação de água de uma caixa para a outra, a fim de que a poeira da pintura não
retorne pelo sistema de exaustão.
59
Figura 25: Segunda proposta de layout
60
Figura 26: Segunda proposta de layout com dimensões
61
As principais vantagens deste layout são: Possibilidade de entrada de caminhões
maiores para entrega de materiais simultaneamente a saída de veículos da empresa, a
área de estacionamento dos veículos da empresa possui espaço para o carregamento dos
produtos acabados sem que seja necessária a retirada do veículo e a possibilidade de
dois escritórios. As suas principais desvantagens são: Maior tempo de execução do
projeto devido à reestruturação do muro da frente e maior custo em relação ao primeiro
projeto.
62
Figura 28: Terceira proposta de layout com dimensões
63
setor de usinagem e a área de estacionamento dos veículos possui espaço para
carregamento dos produtos acabados. Entretanto, as principais desvantagens são: Maior
custo em relação aos demais projetos, o projeto contempla apenas um escritório e o
tempo de execução do projeto é o mais elevado dentre as alternativas.
Figura 29: Exemplo de avaliação de layout pelo método de análise dos fatores
64
Porém, tal método de avaliação pode incorrer em uma análise incorreta caso os
fatores de consideração possuam interdependência entre si. Deste modo, uma análise
utilizando o método ANP torna-se mais apropriada por considerar a relação de
dependência entre os fatores no índice final do ranking (Al-Hawari, Mumani, &
Momani, 2014). Os critérios considerados para a análise são: ROI, payback, facilidade
para futuras expansões, adaptabilidade, flexibilidade, eficiência do fluxo de materiais,
utilização de espaços, facilidade de supervisão e controle e custo final do projeto. A
atribuição de notas foi realizada através de entrevista semi-estruturada com o
proprietário da empresa.
65
Distância percorrida
Layout
Ordem Etapa produtiva atual Layout 1 Layout 2 Layout 3
66
Tabela 14: Tabela do percentual de distância percorrida por tipo de layout em relação
ao layout atual da empresa
Dados dos relatórios de produção da empresa mostram que em média uma prateleira
de MDF como proposta na simulação leva um dia de produção de um marceneiro. Em
um mês com 22 dias de produção, considerando os 10 marceneiros e 4 meio-oficiais
marceneiro aptos para a execução deste trabalho a capacidade produtiva deste item
aumenta de 308 prateleiras para aproximadamente 399 prateleiras por mês. A equação 6
demonstra o cálculo do total de prateleiras produzidas em um mês.
𝑄𝑝𝑟𝑜𝑑
𝑇𝑝 = 𝑥 𝑇𝑚ê𝑠 𝑥 𝑁𝑡𝑟𝑎𝑏
𝑇𝑝𝑟𝑜𝑑
Legenda:
𝑄𝑝𝑟𝑜𝑑
= 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 𝑒𝑚 𝑑𝑖𝑎𝑠
𝑇𝑝𝑟𝑜𝑑
67
assim, o ganho financeiro direto da empresa levando em consideração apenas a
fabricação da prateleira no período de um ano é de R$ 273.000,00, conforme
demonstrado na equação 7.
𝐹𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 = 𝑃𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑥 𝑇𝑝
Legenda:
Legenda:
𝑆 = 𝐺𝑎𝑛ℎ𝑜𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜 (𝑆𝑎𝑣𝑖𝑛𝑔)
68
𝑀𝑚é𝑑𝑖𝑜 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑢𝑚 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑎𝑑𝑜𝑟
Tabela 15: Economia anual com custo de mão de obra por tipo de layout
69
Ordem Descrição Layout 1 Layout 2 Layout 3
1 Concretar piso do terreno R$ 75.000,00 R$ 75.000,00 R$ 85.000,00
Mudança de posição do
2 portão da frente R$ - R$ 100.000,00 R$ 100.000,00
3 Levantamento dos muros R$ 74.000,00 R$ 74.000,00 R$ 74.000,00
4 Construção do galpão R$ 630.000,00 R$ 630.000,00 R$ 630.000,00
Demolição de muro
5 existente R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00
Demolição de construção
6 existente R$ - R$ - R$ 289.000,00
Construção de novos
7 ambientes R$ 80.000,00 R$ 250.000,00 R$ 391.000,00
Como existem fatores imprevisíveis associados que podem aumentar o custo final
do projeto, foi considerado um percentual de 11,11% sobre os investimentos estimados,
a fim de que o valor final tenha uma margem de erro associada. Desta forma, foi
considerado o custo de R$ 1.000.000,00 para o primeiro layout, R$ 1.300.000,00 para o
segundo layout e R$ 1.800.000,00 para o terceiro layout.
Descrição ROI
Projeto 1 216%
Projeto 2 153%
Projeto 3 120%
Tabela 17: Retorno sobre investimento em um período de 5 anos por tipo de layout
Distância percorrida
Layout
Ordem Etapa produtiva Fonte: Elaborado
atual Layout pelo
1 Autor2
Layout Layout 3
Descrição Payback
2 anos e 4
Projeto 1 meses
3 anos e 4
Projeto 2 meses
4 anos e 2
Projeto 3 meses
71
retorno sobre o investimento maior deverá ser o peso atribuído a normalização,
entretanto quanto menor for o payback mais preferível será a alternativa e
consequentemente maior deverá ser o seu peso.
Eficiência do
fluxo de materiais 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 1
Utilização de
espaços 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 1 1
Facilidade para
supervisão e
controle 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1
Custo final do
projeto 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 1
Payback 1 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1 1
Facilidade para
futuras
expansões 0 1 1 0 1 0 0 0 0 1 1 1
Projeto 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0
Projeto 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0
Projeto 3 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0
Com as matrizes iniciais prontas foi necessário atribuir os julgamentos para cada
quadrante da matriz local, calcular os autovetores, realizar a normalização dos
autovetores e através do autovalor calcular o índice de concordância e a razão de
concordância para cada grupo de julgamentos realizados. Desta forma, foi calculada a
interdependência da rede de critérios conforme é possível observar na tabela 21:
72
Eficiência do Facilidade para Facilidade
fluxo de Utilização de supervisão e Custo final do para futuras Auto vetor
Elementos ROI Adaptabilidade Flexibilidade materiais espaços controle projeto Payback expansões Auto vetor normalizado
ROI 1,00 5,00 7,00 7,00 5,00 5,00 1,00 1,00 3,00 2,98 23,74%
Adaptabilidade 0,20 1,00 3,00 3,00 1,00 3,00 0,14 0,33 5,00 1,03 8,20%
Flexibilidade 0,14 0,33 1,00 1,00 0,33 1,00 0,14 0,20 5,00 0,51 4,05%
Eficiência do
fluxo de materiais 0,14 0,33 1,00 1,00 3,00 1,00 0,14 1,00 3,00 0,73 5,85%
Utilização de
espaços 0,20 1,00 3,00 0,33 1,00 3,00 0,20 0,33 7,00 0,87 6,92%
Facilidade para
supervisão e
controle 0,20 0,33 1,00 1,00 0,33 1,00 0,20 0,33 3,00 0,55 4,37%
Custo final do
projeto 1,00 7,00 7,00 7,00 5,00 5,00 1,00 1,00 9,00 3,49 27,84%
Payback 1,00 3,00 5,00 1,00 3,00 3,00 1,00 1,00 7,00 2,14 17,07%
Facilidade para
futuras
expansões 0,33 0,20 0,20 0,33 0,14 0,33 0,11 0,14 1,00 0,25 1,97%
Soma 4,22 18,20 28,20 21,67 18,81 22,33 3,94 5,34 43,00 12,54 100%
Autovalor 3
10,03
Levar peças de MDF para a bancada
Razão de 11
12
embalagens
Guardar prateleira no estoque de
produto acabado
34,27
5,49
31,81
5,69
28,17
3,79
27,35
4,85
concordância Total
8,92% 212,51 165,27 173,39 165,13
73
menor fosse o índice do critério maior fosse o peso. Através da síntese de todos os
julgamentos realizados foi possível definir a supermatriz como demonstra a tabela 23:
Eficiência do
fluxo de materiais 0 0 0 0 0,9 0 0 0 0 0,06 0,06 0,06
Utilização de
espaços 0 0 0 1 0 0 0 0 0,5842 0,07 0,07 0,07
Facilidade para
supervisão e
controle 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,04 0,04 0,04
Custo final do
projeto 0,25 0 0 0 0 0 0 0,1 0 0,28 0,28 0,28
Payback 0,75 0 0 0 0 0 0,75 0 0 0,17 0,17 0,17
Facilidade para
futuras
expansões 0 0,125 0,125 0 0,1 0 0 0 0 0,02 0,02 0,02
Projeto 1 0,39 0,09 0,08 0,34 0,32 0,06 0,43 0,44 0,08 0 0 0
Projeto 2 0,32 0,24 0,19 0,32 0,33 0,27 0,33 0,31 0,19 0 0 0
Projeto 3 0,29 0,67 0,73 0,34 0,35 0,67 0,24 0,25 0,73 0 0 0
O quadrante superior do lado esquerdo que relaciona critérios e critérios foi obtido
através da normalização dos pesos atribuídos de forma qualitativa. Já o quadrante
inferior do lado esquerdo que relaciona alternativas de projeto e critérios representa a
matriz de decisão calculada através de critérios quantitativos e qualitativos. Por último,
o quadrante superior direito que relaciona os critérios e as alternativas consiste
basicamente nos autovetores normalizados obtidos na matriz de interdependência dos
critérios.
74
ao mesmo passo que cada escolha de alternativa depende dos critérios para ser a
vencedora. Multiplicando os respectivos quadrantes da supermatriz pelos índices dos
quadrantes associados na supermatriz global foi possível obter a supermatriz ponderada,
conforme mostra a tabela 25.
Eficiência do
fluxo de materiais 0 0 0 0 0,18 0 0 0 0 0,06 0,06 0,06
Utilização de
espaços 0 0 0 0,2 0 0 0 0 0,11684 0,07 0,07 0,07
Facilidade para
supervisão e
controle 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,04 0,04 0,04
Custo final do
projeto 0,05 0 0 0 0 0 0 0,02 0 0,28 0,28 0,28
Payback 0,15 0 0 0 0 0 0,15 0 0 0,17 0,17 0,17
Facilidade para
futuras
expansões 0 0,025 0,025 0 0,02 0 0 0 0 0,02 0,02 0,02
Projeto 1 0,31 0,07 0,06 0,27 0,26 0,06 0,34 0,35 0,06 0 0 0
Projeto 2 0,26 0,19 0,15 0,26 0,26 0,27 0,26 0,25 0,15 0 0 0
Projeto 3 0,23 0,54 0,58 0,27 0,28 0,67 0,19 0,20 0,59 0 0 0
Eficiência do
fluxo de materiais 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03
Utilização de
espaços 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04
Facilidade para
supervisão e
controle 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02
Custo final do
projeto 0,13 0,13 0,13 0,13 0,13 0,13 0,13 0,13 0,13 0,13 0,13 0,13
Payback 0,12 0,12 0,12 0,12 0,12 0,12 0,12 0,12 0,12 0,12 0,12 0,12
Facilidade para
futuras
expansões 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01
Projeto 1 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15
Projeto 2 0,14 0,14 0,14 0,14 0,14 0,14 0,14 0,14 0,14 0,14 0,14 0,14
Projeto 3 0,16 0,16 0,16 0,16 0,16 0,16 0,16 0,16 0,16 0,16 0,16 0,16
75
Fonte: Elaborado pelo Autor
Eficiência do
fluxo de materiais 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06
Utilização de
espaços 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07
Facilidade para
supervisão e
controle 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04
Custo final do
projeto 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24
Payback 0,21 0,21 0,21 0,21 0,21 0,21 0,21 0,21 0,21 0,21 0,21 0,21
Facilidade para
futuras
expansões 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02
Projeto 1 0,34 0,35 0,35 0,34 0,35 0,34 0,34 0,34 0,35 0,35 0,35 0,35
Projeto 2 0,30 0,30 0,30 0,30 0,30 0,30 0,30 0,30 0,31 0,31 0,31 0,31
Projeto 3 0,35 0,35 0,35 0,35 0,35 0,35 0,35 0,35 0,35 0,35 0,35 0,35
76
Análise de tendência de sensibilidade
50,0%
45,0%
40,0%
35,0%
30,0%
Projeto 1
25,0%
Projeto 2
20,0% Projeto 3
15,0%
10,0%
5,0%
0,0%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Através do gráfico 4 é possível observar que quanto maior o custo final do projeto 3
menos preferível ele se torna, em contrapartida o mesmo crescimento percentual sobre o
custo final do projeto 1 faz com que ele se torna mais preferível em relação aos demais.
Considerando que um projeto de reestruturação de toda a instalação da empresa
apresente riscos imprevisíveis não contemplados por este trabalho, um aumento
percentual de mesma proporção do valor final sobre os 3 projetos faz com que o projeto
1 tenha a tendência de ser mais preferível. As tendências mostradas no gráfico acima
foram testadas no modelo ANP dentro do software Microsoft Excel, comprovando este
comportamento.
A partir dos resultados obtidos neste trabalho, o projeto 1 torna-se a melhor opção
de escolha devido as seguintes justificativas:
4. Maior ROI
5. Melhor custo-benefício
Desta forma, é possível realizar as atividades que envolvem parada das operações
nestes períodos e redimensionar as atividades internas enquanto as demais mudanças
são realizadas simultaneamente ao funcionamento da empresa. A sucesso da
implementação da solução proposta depende do correto gerenciamento de projeto a ser
realizado prevendo possíveis atualizações no projeto de acordo com o aparecimento de
novas restrições.
O projeto proposto por este trabalho não contempla cálculos estruturais, parte
elétrica e parte hidráulica sendo necessária a contratação de terceiros para a realização
de tais serviços. O novo layout proposto é híbrido, pois combina o layout posicional na
pré-montagem com o layout por processo nos demais setores.
78
Figura 30: Layout selecionado e seus detalhamentos
CAPÍTULO 6 – Conclusão
Desta forma, a solução proposta por este trabalho iniciou com uma análise da
quantidade produzida por família de produto. Esta informação unida à comparação das
79
etapas produtivas semelhantes dentro do fluxo de processos de cada família de produto
possibilitou a identificação de processos similares que favoreciam o arranjo físico por
processo.
Além disto, mediante a simulação realizada neste trabalho, foi possível identificar
que as principais perdas associadas ao layout atual da empresa objeto de estudo são: A
alta movimentação dos trabalhadores entre os diferentes setores da empresa e o
transporte excessivo de materiais devido à distribuição dos setores não estar de acordo
com o fluxo de produção.
80
decisão. Por isso, nos resultados obtidos por este trabalho na aplicação do método ANP
os projetos 1 e 3 tiveram um empate em relação a seleção da melhor escolha. Enquanto
o projeto 1 ganha em critérios financeiros a curto prazo como payback e valor do
investimento, o projeto 3 ganha em critérios a longo prazo como flexibilidade e
facilidade para futuras expansões. Desta forma, este trabalho conclui que o alinhamento
dos critérios de escolha com a estratégia operacional da empresa são fundamentais para
selecionar o melhor projeto de layout.
81
controle sobre custos e prazos, maior simplicidade no processo de gestão como um todo
e minimização de possíveis riscos.
82
Referências Bibliografias
83
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