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MÓDULO DE TÉCNICAS DE
TREINAMENTO DE PESSOAL
– TRP –
2ª.edição
Rio de Janeiro
2010
© 2007 direitos reservados à Diretoria de Portos e Costas
____________ exemplares
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................. 5
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APRESENTAÇÃO
Portanto, estamos incluídos nesse novo cenário, e você, caro aluno, está vivenciando o
ensino a distância, cujo objetivo é oportunizar a todos o acesso ao conhecimento sem
fronteiras.
Este módulo foi concebido para aprofundar a sua compreensão acerca dos princípios
que envolvem a prática adequada do treinamento a bordo. Sabemos que todas as atividades
que desenvolvemos dentro e fora do nosso ambiente de trabalho depende de procedimentos
específicos que utilizamos. Tais procedimentos por vezes otimizam a ação que empreendemos
e nos possibilitam a conquista de resultados positivos e satisfatórios.
Bom estudo!
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COMO USAR O MÓDULO
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IV – Objetivos das unidades
V – Avaliação do módulo
Após estudar todas as Unidades de Estudo Autônomo (UEA) deste módulo, você estará
apto a realizar uma avaliação da aprendizagem.
VI – Símbolos utilizados
Existem alguns símbolos no manual para guiá-lo em seus estudos. Observe o que cada
um quer dizer ou significa.
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Este lhe diz que há uma visão geral da unidade e do que ela trata.
Este lhe diz que há, no texto, uma pergunta para você pensar e responder a
respeito.
Este lhe diz que há uma tarefa a ser feita por escrito.
Este lhe diz que esta é a chave das respostas para os testes de auto-avaliação.
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UNIDADE 1
Com base nesse princípio, o homem e a mulher do século XXI carregam em si a missão
de autodesenvolvimento e buscam, a cada dia, o crescimento educacional, intelectual, ético,
humanístico, técnico, espiritual e, sobretudo, a qualificação profissional, que lhes dará subsídio
para competirem e se manterem no mercado de trabalho.
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1.1 CURSOS MODELOS DA IMO
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1.2 EDUCAÇÃO E TREINAMENTO
1.2.1 Educação
“No navio Camorim, Cláudio que se encontra na praticagem, necessita falar com o
Comandante. Entra em seu camarote sem bater à porta e nem pedir licença”. Essa atitude é
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resultado de possíveis falhas na sua educação informal. Hábitos e atitudes que não foram
devidamente transmitidos e ou incorporados por ele.
“Suzana foi chamada por uma empresa multinacional de cosméticos, para o cargo de
auxiliar de departamento. Suzana possui o ensino médio completo, conhecimentos básicos de
informática, mas não possui curso de inglês, um dos pré-requisitos solicitados pela empresa
para efetivar a contratação”.
Nesse exemplo estamos nos referindo à educação formal, que possibilita a formação, o
aperfeiçoamento e atualização do profissional. Não podemos esquecer que estes são apenas
uns dos muitos exemplos que poderiam ter sido apresentados para distinguir a educação
formal da informal.
1.2.2 Treinamento
Muitos milênios passaram até que, em face do progresso alcançado pela humanidade,
as atividades de treinamento e desenvolvimento de pessoal começaram a ser percebidas,
compreendidas, sistematizadas e utilizadas em benefício mais amplo. Até então tínhamos um
treinamento cujo significado era adestrar, isto é, ensinar certas habilidades para o
desempenho de uma determinada atividade de forma operacional, motora e
eminentemente individual. Hoje o treinamento consiste na qualidade dos serviços, na
formação de equipes com objetivos comuns e, sobretudo, no desenvolvimento do profissional
nos diferentes contextos e áreas de atuação.
Existe hoje uma preocupação e certo investimento por parte das empresas, com
treinamentos de caráter preventivo, devido aos freqüentes acidentes que resultaram em morte,
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graves prejuízos financeiros e poluição no meio ambiente marinho. Portanto, treinamentos com
tais objetivos devem ser conduzidos por profissionais qualificados, que dominem o assunto e
as técnicas de ensino. Além desses aspectos devem ser habilidosos para promover a
conscientização, a mudança de procedimentos e conduta profissional, isto é, a aprendizagem,
não é meramente um adestramento.
Tarefa
Com base nos conceitos apresentados até aqui, estabeleça a diferença entre
educação e treinamento:
____________________________________________________________________________
Educação pode ser dividida em informal que é aquela recebida pela família e formal
que é aquela obtida em escola/instituição de ensino. Treinamento é o esforço dirigido
____________________________________________________________________________
a uma equipe a fim de fazê-la alcançar um desempenho ou resultado.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
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Vejamos! A história do treinamento organizacional sempre esteve relacionada com os
modelos de administração e sofreu, ao longo das décadas, influência multidisciplinar de várias
áreas da Sociologia, da Filosofia, da Engenharia e da Ciência Psicológica, tais como: a
Psicologia Instrucional, a Psicologia Cognitiva e a Psicologia Organizacional.
Uma das áreas de atuação que proporcionou maior influência na sistematização das
práticas de treinamento foi a militar.
Agora que você já possui uma compreensão maior sobre o conceito de treinamento e
sua origem, vamos ver um pouco da perspectiva histórica ao longo das décadas. Segundo
Bastos (1991), tais períodos são denominados de “ondas”. Isso significa dizer que temos
“quatro ondas” para estudarmos.
O período de 1950 a 1970 – foi marcado pela supervisão direta do encarregado sobre
o comportamento do treinando. Existia uma necessidade das organizações de treinar para o
trabalho. A ênfase era o desenvolvimento de habilidades técnicas e profissionais voltadas para
o desempenho no trabalho, visando à alta produção. Os programas de treinamento eram
destinados a preparar chefes e supervisores.
No período de 1970 a 1990 – o foco dos programas de treinamento estava cada vez
mais nas necessidades, aspirações, motivações e dificuldades de aprendizagem do indivíduo.
Tem como característica o aumento da importância da educação aberta e continuada, em
que o próprio trabalhador identifica e prioriza sua necessidade de treinamento.
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iniciativa, tomada de decisão, criatividade, pró-atividade, liderança, trabalho em equipe,
flexibilidade, adaptação ao novo, aprendizagem continuada, disposição para enfrentar desafios,
e saber trabalhar sobre pressão...
Como você pode perceber, apesar das grandes mudanças que ocorreram no mundo ao
longo dos anos, ainda hoje, em pleno século XXI encontramos muitos “ranços”. Nosso maior
desafio é superá-los. Portanto, se treinamento o remete a lembranças desagradáveis do
passado, aproveite para rever seus conceitos e, munido de novos conhecimentos, ser agente
de mudanças para a nova geração que está embarcando.
Vale recordar!
“Que o homem não só saiba o que faz, mas, se possível, que ele perceba a natureza
modificada por ele. Que, para cada um, seu próprio trabalho seja um objeto de
contemplação”.
(Simone Weil)
Como você viu nas leituras anteriores desta unidade, o mundo passou e está passando
por grandes mutações, graças ao homem e sua polivalência. Quando falamos hoje em
treinamento, queremos dizer que cada um tem a sua cota de responsabilidade naquilo que faz.
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Portanto, o instrutor não é o único responsável pela aprendizagem, mas sim aquele que
planeja, mostra caminhos, orienta, dirige e acompanha o processo. Em contrapartida, o
treinando adulto e consciente do que quer deve ser um participante ativo e protagonista de sua
história, desenvolvendo todo o potencial na construção do próprio conhecimento.
No atual cenário do treinamento, todos os personagens são importantes. Está em
desuso a superioridade e o autoritarismo do instrutor. Na verdade existe uma horizontalidade
na relação de aprendizagem. Confira os conceitos e o perfil de cada um.
Está sempre falando durante as Pedir que ele fale para todo o
explicações. Usa tom de voz baixo, mas grupo, pode ser uma boa medida.
COCHICHADOR
que incomoda o instrutor e atrapalha Recomendar sutilmente que os
quem quer prestar atenção. cochichadores sentem-se
distanciados entre si.
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Gosta de se exibir. Impõe sua opinião. Às Reconhecer suas qualidades,
vezes, está bem informado, ou é apenas mas deixar claro que é preciso
SABE TUDO um é convencido de que sabe tudo. considerar a opinião dos outros.
Evitar que domine o grupo.
O Instrutor deve estar preparado para lidar com os diversos tipos de treinandos e,
sobretudo, estabelecer uma linha de conduta que favoreça a integração e facilite a
aprendizagem.
Tarefa 1.1
O instrutor Valdir, ao apresentar o conteúdo de “Segurança Pessoal”, foi por diversas
vezes interrompido e contestado por um treinando “do contra”.
Responda com suas palavras qual a postura do instrutor mais adequada, frente a
este tipo de treinando:
____________________________________________________________________________
O instrutor deve reconhecer a fala do treinando e tentar alcamá-lo para que ele sinta
____________________________________________________________________________
abertura para assimilar a fala do instrutor e para que o seu comportamento de
constante negação não se generalize pelo grupo.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
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1.4 A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO A BORDO DE EMBARCAÇÕES
MARÍTIMAS
Isto é possível?
Ou ainda es tamos nos referindo a
adestramento?
Temos que utilizar técnicas para treinar
alguém?
O profiss ional não dev e chegar pronto a
bordo?
De quem é esta responsabilidad e?
Estão nos dando mais fainas?
Com certeza, essas e outras dúvidas pairam sobre a sua cabeça e você chega a
pensar: será que esse “treinamento” de que a empresa fala não é um modismo? Será que
não sabem que nosso quarto de serviço é apertado, que temos tantas atividades, além de
trabalharmos com uma tripulação reduzida?
Pode ser que não encontremos algumas soluções e respostas para tantas perguntas,
porém podemos afirmar que o profissional da pós-modernidade nunca está totalmente pronto.
Ao escolher sua carreira, na prática, você construiu uma trilha. Utilizando a linguagem
marinheira: você traçou um rumo.
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1.5 A NECESSIDADE DE TREINAMENTO A BORDO DE EMBARCAÇÕES
Veja esta situação: Bento era um taifeiro muito experiente, da empresa Sapucaí.
Durante muito anos foi o responsável pela confecção das refeições (rancho) de alguns navios
por onde passou. Sempre foi muito dedicado e gentil com todos.
Tarefa 1.2
Se você fosse o Comandante do navio onde o Bento estava embarcado, o que faria?
Será que a melhor solução seria desembarcá-lo? Um treinamento resolveria o
problema? Uma boa conversa ajudaria?
Pense um pouco e, com base em sua experiência profissional, responda:
____________________________________________________________________________
Talvez uma conversa ajude sim. Outra solução seria um treinamento para lidar melhor
com suas emoções e problemas pessoais no trabalho.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
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se necessita familiarizar o(a) praticante-aluno(a) ou qualquer outro componente da
tripulação;
o líder tem um conhecimento novo e importante para a tripulação, tanto de caráter técnico,
como relacional, que deseja compartilhar;
se precisa realizar treinamentos rotineiros para manter a tripulação sempre alerta e
preparada para qualquer sinistro.
Ao iniciarmos este assunto, convido você a analisar o seguinte caso: Joana é o 2º piloto
do rebocador “Araponga”. Na primeira semana de seu embarque, foi vítima de chacotas,
preconceitos; por ser mulher e estar num espaço antes restrito aos homens, sofreu rejeições e
até pegadinhas.
Naquele mesmo dia planejou suas ações, reuniu a tripulação em pequenos grupos para
não comprometer os serviços e iniciou um treinamento, cujos objetivos foram:
quebrar paradigmas quanto à presença do sexo feminino a bordo;
acolher novos membros da tripulação; e
exercitar a ética profissional e regras de convivência.
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O que se ganha com o treinamento em serviço?
Vo
Você terminou a unidade 1. Parabéns, então, por essa trilha de
aprendizagem vencida. Antes de estudar a unidade 2, verifique seus
conhecimentos e faça a auto-avaliação proposta.
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b) O treinamento, ao longo da história, sofreu influências multidisciplinares. Uma das
sistematização
áreas de atuação que proporcionou maior influência na _________________________
militar
das práticas de treinamento foi a ________________________.
c) O período de 1950 a 197 foi marcado pela supervisão direta do encarregado sobre o
comportamento do treinando. Existia uma necessidade das organizações de treinar
o trabalho
para ___________________________________.
1.3) Escreva as competências que os profissionais do século XXI precisam desenvolver na era
da informação, do conhecimento e da sabedoria, segundo a teoria das “ondas”.
iniciativa, tomada de decisão, criatividade, pró-atividade, liderança, trabalho em
____________________________________________________________________________
equipe, flexibilidade, adaptação ao novo, aprendizagem continuada, disposição para
____________________________________________________________________________
enfrentar desafios.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
Um Oficial devidamente qualificado para treinar sua equipe pode identificar a necessidade
de treinamento a bordo quando
(a) toda a rotina do pessoal de bordo transcorrer sem anormalidades.
(b) toda a tripulação estiver devidamente qualificada para o serviço de bordo.
X (c) houver a necessidade de treinar para prevenir, evitar acidentes, desperdícios ou manter
a integridade física e emocional da tripulação.
(d) houver a necessidade de manter ocupada a tripulação, por causa da ociosidade a
bordo.
1.5) Com base na sua prática, descreva cinco benefícios potenciais adquiridos com a utilização
do treinamento a bordo.
Maior integração entre os tripulantes
1. __________________________________________________________________________
2. __________________________________________________________________________
Otimização do tempo
3. Padronização do procedimento
__________________________________________________________________________
Fortalecimento do convívio social
4. __________________________________________________________________________
5. __________________________________________________________________________
Aumento da produtividade
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UNIDADE 2
PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
os fundamentos da psicologia;
a história da psicologia;
a psicologia da aprendizagem seu conceito e objetivo;
a importância das Teorias da aprendizagem nos programas de treinamento;
o estilo de aprendizagem;
as condições necessárias para a aprendizagem significativa e participativa;
a aprendizagem na idade adulta (andragogia);
a diferença entre motivação e incentivação da aprendizagem;
o valor da inteligência múltipla na aprendizagem; e
dicas úteis para o treinamento a bordo.
“Conhece-te a ti mesmo”!
(Sócrates)
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compreensão do homem, ser complexo e inacabado. O presente módulo não contemplará
nenhum estudo profundo de Psicologia, mas algumas contribuições da Psicologia da
Aprendizagem, que certamente lhe ajudará a compreender melhor os treinandos que estiverem
sob a sua responsabilidade como instrutor.
Por falta de conhecimento científico, as pessoas usam o senso comum como psicologia.
Ouvimos com freqüência as frases do tipo:
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Diagnosticamos os comportamentos das pessoas, prescrevemos receitas e achamos
que entendemos as mais variadas reações dos indivíduos à nossa volta e, por vezes,
desprezamos os conhecimentos científicos.
Esse vasto conjunto de concepções, geralmente aceitas como verdadeiras, em
determinado meio social recebe o nome de senso comum.
A psicologia por si só é uma área da ciência que tem apresentado, ao longo da história,
diferentes contribuições ao estudo da aquisição de conhecimentos, embora inicialmente se-
dedicasse ao estudo da alma, Isto é, do comportamento humano. Questões como
autoconhecimento, o modo de pensar das pessoas e expressões de suas emoções como as
situações sintomáticas (pânico, ansiedade, depressão, fobias, anorexia) e manifestações
psicossomáticas (dores e outras enfermidades que se apresentam no corpo) crises pessoais,
conflitos, dificuldades nas transições de vida, etc. – todas elas funcionam como objeto de
estudo para a psicologia.
A psicologia se divide em muitas modalidades e cada uma delas tem diferentes objetos
de estudo. Como vimos inicialmente, a psicologia sofreu ao longo da história diferentes
influências teóricas. Isto significa dizer que não é fácil estudá-la e conhecê-la, como muitos
pensam.
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2.3 PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
Certamente para você responder a essas perguntas, teve que fazer uma retrospectiva
da sua vida escolar e trajetória de aprendizagem.
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Qual é o objetivo geral da Psicologia da Aprendizagem?
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Teorias de aprendizagem Características
Epistemologia Genética de O ponto central é a estrutura cognitiva do sujeito, tais estruturas mudam
em função dos processos de adaptação: assimilação e acomodação.
Piaget Assimilação envolve a interpretação de eventos em termos de estruturas
cognitivas existentes, enquanto que a acomodação se refere à mudança
da estrutura cognitiva para compreender o meio.
As pessoas têm níveis diferentes de desenvolvimento cognitivo.
Teoria Desenvolvimentista ou Para aprender, o indivíduo precisa estar pronto, ter maturação biológica, e
condição psicológica para aquisição de informações de acordo com essa
do Desenvolvimento Humano prontidão.
O indivíduo é agente ativo de seu próprio desenvolvimento na medida em
Jean Piaget, que constrói o conhecimento. Então, a partir do nascimento, a criança
está pronta para uma carreira de aprendizagem, que não termina com a
idade adulta, mas dura toda a vida.
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Teoria do Behaviorismo O objeto de estudo é o comportamento humano. O indivíduo aprende pela
repetição, pelo condicionamento (associação de estímulo a uma
ou resposta).
Comportamentalismo O conceito de condicionamento foi mais tarde aperfeiçoado por Skinner,
que introduziu a noção de “reforço” (positivo e negativo).
O reforço é um estímulo associado a uma resposta anterior que funciona
(John B. Watson)
de modo a inverter o processo.
e Por exemplo: Estímulo–Resposta desejada–Recompensa/Estímulo–
(Skinner) resposta inadequada–Castigo. Com este procedimento, Skinner produz o
condicionamento operante, noção pela qual qualquer coisa é reforço
quando associada a uma dada resposta de modo sistemático.
Você acabou de ver algumas das diferentes teorias de aprendizagem e com certeza
percebeu que algumas são mais indicadas para o treinamento a bordo.
Ainda nesta unidade de estudos você poderá ampliar mais seus conhecimentos sobre a
teoria das inteligências múltiplas de Gardner, que tem sido amplamente divulgada e aplicada
nos diferentes contextos da atualidade. Veja na seção 2.8.
Caso ainda tenha dúvida, volte a ler o quadro das teorias de aprendizagem para realizar
a tarefa abaixo.
Tarefa 2.1
Responda. Com base nas teorias apresentadas, qual você aplicaria ao treinamento a
bordo, por que?
__________a__
_Aplicaria _____________
aprendizagem ____________Por
experimental. ___estar
_____a__bordo
_ _ _ __ _ _____a
temos __valiosa _ __________
_______oportunidade
_de
___ ___as
ver __coisas
_______
na__prática,
_______de___estar
_____confrontados
____________com
____a__realidade
________e__não
____em
___uma
____sala
_____
de aula, longe do objeto do aprendizado. Creio que seja uma oportunidade
_____________________________________________________________________________ que não
deva ser desperdiçada.
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Antes de você estudar o próximo assunto, leia o caso abaixo.
Antes de partir para uma atividade de demonstração prática, fez uma explanação
teórica. Nesta fase percebeu que Bruno tinha um ritmo muito mais lento para responder às
perguntas do que os outros, sempre anotava para não esquecer. Marcos precisou repetir a
mesma coisa, pelo menos duas ou três vezes para que ele compreendesse, enquanto que os
demais respondiam imediatamente.
Ao analisarmos este caso, podemos perceber que as pessoas têm ritmos diferentes
para aprender. Esses ritmos podem ser denominados de:
Estilo de aprendizagem
O ciclo de aprendizagem baseia-se na premissa de que os indivíduos percebem e
processam informações de maneiras diferentes. Cada um tem uma forma de conceber as
informações, preferências e ritmo de aprendizagem que mais lhe convém. Essas preferências
criam estilos únicos de aprendizagem que devem ser respeitados pelo instrutor.
Vimos que para aprender cada um tem seu “tempo”, de acordo com a teoria de
Vygotsky, aprender é uma atividade social que fica aprimorada através da colaboração,
intercâmbio de idéias e perspectivas entre as pessoas. Veja então a importância da
aprendizagem participativa nos treinamentos.
Aprendizagem participativa
Na aprendizagem participativa, o instrutor tem o papel de promover um clima amistoso,
com atividades contínuas, dando aos treinandos oportunidades de estabelecer a troca de
experiência e conhecimentos.
Logo, para efetivação dessa aprendizagem, o instrutor deve adotar técnicas que
favoreçam o diálogo reflexivo, as sessões de prática de habilidades e tarefas realizadas em
grupos pequenos ou em duplas.
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Saiba mais sobre aprendizagem significativa:
Portanto, quanto mais você se apropriar desse conhecimento, mais fácil será planejar e
executar um treinamento que leve o treinando aprender.
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Podem os adultos aprender bem em qualquer idade?
Vejamos!
Existem muitos mitos e crenças a respeito da aprendizagem na idade adulta, há aqueles
que erroneamente afirmam que, para aprender, o individuo precisa ser jovem, pois acreditam
que com o passar dos anos perdemos todas as nossas estruturas cognitivas. Segundo
Moscovici, “os adultos sofrem, com a idade, certo declínio nas funções orgânicas e intelectuais,
o que ocasiona limitações fisiológicas, mas não significa impossibilidade de aprender coisas
novas ou de efetuar mudanças em seus comportamentos...” Isto significa dizer que podemos
aprender sim, em qualquer idade.
Se com ao passar do tempo existe um certo declínio de nossos neurônios, é bem verdade
que o ritmo desta aprendizagem pode mudar, o que não nos impede de aprender. Um instrutor
não pode desconsiderar a bagagem educacional, intelectual, técnica, emocional e cultural do
treinando, seja em qualquer idade. Tudo que somos é fruto de uma vivência anterior, muito
importante na aquisição de novos conhecimentos.
Para aprender, não existe uma idade determinada. A todo instante estamos aprendendo
novos conhecimentos, porém a metodologia e a abordagem devem ser diferentes para o
público adulto.
Antes de abordar o termo Andragogia, farei uma breve explanação sobre o conceito de
Pedagogia, pois acredito que você já tenha ouvido falar deste termo, bem mais usual no
âmbito da educação. Segundo o Dicionário Aurélio: “é arte de educar crianças; ciência da
educação das crianças”.
Por sua vez, Andragogia é a arte e ciência de orientar o adulto a aprender. É o processo
pelo qual o indivíduo é levado a conduzir as atividades que serão propostas, extraindo de sua
experiência e vivência diária as reflexões necessárias que o conduzirão a uma nova prática de
suas funções profissionais nas quais o conhecimento de cada participante é colocado a serviço
do grupo.
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Como você pôde perceber, não existe grande diferença entre uma e outra, o que muda
mesmo é o público e a metodologia.
A andragogia é mais que uma novidade, ela foi redescoberta. Os filósofos gregos,
como Sócrates, Platão e Aristóteles, ensinavam a adolescentes e adultos em grupos
pequenos, com grande interação, e adotavam a prática da discussão, da dialética, da
dedução e da indução.
O termo andragogia foi inicialmente utilizado por Alexander Kapp, professor alemão,
em 1833, para descrever elementos da Teoria de Educação de Platão. O termo foi
esquecido e voltou a ser utilizado em 1921, por Rosenstock, por significar o conjunto de
filosofias, métodos e professores especiais necessários à educação de adultos.
O método andragógico tem sido muito utilizado nas corporações, nos programas de
treinamentos, na educação continuada, na gestão de pessoas, planejamento estratégico,
marketing, comunicação, processos de qualidade, e até em simples reuniões.
Tarefa 2.2
Como você pôde ver nesta seção, aprender independe da idade. A seguir você verá que
depende muito mais da motivação interna de cada um e da incentivação produzida no
ambiente de estudo e na conduta de seus protagonistas.
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TRP
2.
2.7 A MOTIVAÇÃO E A INCENTIVAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO
E APRENDIZAGEM
Como você pôde ver nas perguntas acima, por vezes desconhecemos os motivos de
cada pessoa em relação aos seus comportamentos e fazemos algumas confusões entre
motivação e incentivação, principalmente no ato de aprender.
Os motivos pelos quais cada um luta para alcançar seus objetivos podem ser de origem:
biológica, psicológica ou social. Esses motivos que impulsionam o indivíduo corresponde
sempre a necessidades, desejos, vontades, ideais ou aspirações que resultam da sua relação
com o seu meio social e cultural.
Por analogia podemos dizer que o ser humano também não chega a seu destino, não
alcança os seus objetivos se não tiver o combustível, ou seja, a motivação. Portanto, para
realizar seus sonhos, conquistar metas, ascender profissionalmente, formar uma família,
estudar e viver, você precisa ter motivação.
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A motivação pode ser intrínseca (nasce dentro do indivíduo) ou extrínseca (fora do
indivíduo, no ambiente). Ou seja, podemos dizer que a motivação no ambiente, extrínseca
funciona no processo de ensino e aprendizagem como a incentivação.
Esses níveis de interesses e motivos podem variar de indivíduo para indivíduo e, quanto
o grau de intensidade e duração que podem ser:
Como você pôde perceber, no exemplo de Alfredo a motivação foi transitória, durou
pouco e ele desistiu. Diante dos primeiros desafios, faltou-lhe perseverança, um componente
indispensável na educação a distância.
Devido ao seu estado de saúde, pediu ajuda aos colegas, justificou à coordenadora do
curso a falta de acessos nos chats e fóruns, bem como solicitou uma nova oportunidade para
entrega das tarefas. As solicitações de Simone foram atendidas, graças ao seu desempenho e
esforço.
Simone teve muitos motivos para desistir, porém o desejo de realizar o curso foi mais
forte do que seus problemas. Ela tem por característica não desistir frente aos desafios, mas
sim enfrentá-los.
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relação a Alfredo, porém não desistiu, pois sua motivação era intensa. Sendo assim, encontrou
forças para superar as dificuldades.
Podemos, então, dizer que os motivos que impulsionam uma pessoa a prosseguir no
processo de aprender, pode ser diferente do que faz a outra recuar.
O instrutor deve estar preparado para lidar com os diferentes treinandos, os que estão
motivados e os que não estão, os que têm uma motivação transitória e os que têm motivação
intensa.
Então, como instrutor, eu não posso determinar as forças internas e os motivos de cada
treinando para aprender. Contudo, preciso despertar neles o desejo de aprender o conteúdo do
treinamento que está sob a minha responsabilidade, dando um colorido emocional, mostrando
o significado do assunto em questão, contextualizando com o real e usando as situações do
ambiente e da realidade local.
Podemos afirmar que a motivação é fundamental tanto para o instrutor como para o
treinando. O instrutor que gosta do que faz, conhece o conteúdo do treinamento, é um bom
comunicador, utiliza as estratégias de ensino e as técnicas que estimula a participação do
treinando certamente produzirá estímulos que o motivará a aprender.
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3) O método ou as modalidades práticas de trabalho – a forma como utiliza os
diferentes procedimentos, tais como: a exposição oral, a diálogo, as discussões, os
trabalhos em grupo, atividades que promovam atitudes de investigação, resolução
de problemas, demonstração prática, vivências, simulação, reflexões e os
despertem para os novos desafios.
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No final do dia, o instrutor pediu que os treinandos lhe dessem um feedback de seu
desempenho. Alguns ficaram inibidos e preferiram não falar, porém dois participantes mais
corajosos fizeram o seguinte relato: - o conteúdo apresentado estava muito bom, os recursos
utilizados, tais como: filmes, slides e folha de informação, eram compatíveis com o assunto e
bem elaborados. Porém, faltava ao instrutor dinamismo em sua fala, o que tornou o treinamento
muito enfadonho.
Podemos perceber nitidamente que nesse exemplo houve falha na incentivação, não
pelos recursos, mas pela falta de colorido emocional na transmissão do instrutor, que se
resume em falta de competência na comunicação.
É evidente que a incentivação da aprendizagem deve ser uma preocupação constante
do instrutor durante todas as suas aulas.
Você já deve ter observado no seu dia-a-dia que as pessoas demonstram facilidades
para desempenhar determinadas funções em detrimento de outras.
Por exemplo: Ricardo é Chefe de Máquinas, mas nas horas vagas toca violão muito
bem e pinta quadros belíssimos, sem nunca ter feito nenhum tipo de curso nessas áreas.
Veja o outro exemplo: Solange é médica cirurgiã plástica; nas horas vagas se dedica ao
balé clássico, que aprendeu desde criança, e recentemente aprendeu a bordar.
No segundo, temos a médica que, além de desempenhar a função de cirurgiã, faz balé
clássico e borda, atividade esta que faz com muita destreza.
O que podemos afirmar é que essas pessoas apresentam habilidades diferentes, que
muitas vezes, no cotidiano, chamamos de tendências; tendência para bordar, para tocar
instrumento, para pintar quadros. Na verdade as pessoas apresentam diferentes habilidades,
ora descobertas espontaneamente, ora desenvolvidas de forma sistemática.
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Essa múltipla capacidade de fazer ou desenvolver certa atividade de forma espontânea
ou através de cursos denominamos de inteligência múltipla.
Is
Isso quer dizer que eu posso ter mais de uma inteligência?
É isso mesmo! Você não tem apenas uma inteligência, como se falava no passado,
pode ter muitas e conjugá-las em prol do seu desempenho.
Como você já viu anteriormente, o teórico responsável pelas inteligências múltiplas é
Howard Gardner. Então, vamos estudar esta teoria agora!
Inteligência interpessoal Esta inteligência pode ser descrita como uma habilidade
para entender e responder adequadamente a humores, temperamentos motivações e desejos
41
TRP
de outras pessoas. Ela é mais bem apreciada na observação de psicoterapeutas, professores,
políticos e vendedores bem sucedidos.
Então, após você ter conhecimento sobre as características de cada tipo de inteligência,
responda:
Ricardo ou Solange?
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Acredite em seu potencial, ou melhor, desenvolva as suas múltiplas inteligências e
valorize o potencial de inteligências de seu grupo!
Veja algumas características que poderão ajudar você nesta tarefa.
Apesar de cada pessoa ter a sua característica própria e ser mais ou menos dotado em
um ou outro tipo de inteligência, por questões de mercado de oportunidades sócio-econômicos
ou até mesmo por direcionamento familiar, pode estar desempenhando uma atividade que
favoreça as suas maiores potencialidades.
Você como instrutor terá que identificar qual o potencial mais predominante no seu
grupo de treinandos e, em cada indivíduo em particular, de modo a incentivá-los, para que seu
recado seja absorvido por cada um deles da melhor forma possível.
É lógico que muitas pessoas são dotadas de um tipo de inteligência que as torna
verdadeiros “peixes fora d’água” em determinadas atividades. Compete ao instrutor a difícil
tarefa de integrar essas pessoas, de forma que suas características pessoais sirvam para o
enriquecimento do grupo e produtividade das atividades a bordo.
Como intuito de ajudá-lo em suas atribuições como instrutor, veja as dicas a seguir!
43
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2.7 LEIS – DICAS ÚTEIS PARA O APRENDIZADO NO TREINAMENTO
Nesta unidade, você viu o que é a aprendizagem, como ela ocorre e as contribuições
das teorias no processo de aprender.
As dicas abaixo, não funcionam como receita de bolo, mas são um pouco de tudo que
foi estudado sobre o ato de aprender.
Vamos lá!
L EI DA PREST EZA
Ninguém aprende sem motivação; o treinando precisa ter vontade de aprender.
L EI DA INT EN SIDADE
O treinando precisa usar preferencialmente os cinco sentidos, tendo a oportunidade de
ver, ouvir, degustar, cheirar e tocar enquanto estiver aprendendo.
L EI DA R EC EPT IVIDAD E
O treinando é influenciado por fatores ambientais, emocionais e por pressões de
compromissos externos.
L EI DA A SSOC IAÇÃO
Experiências passadas de outros podem ser incorporadas ao treinamento.
L EI DA R EL EVÂNC IA
O aprendizado é mais rápido e duradouro quando o conteúdo possui um significado
relevante e imediato para o indivíduo.
L EI D O EXERC ÍC IO
Aprendemos melhor fazendo, colocando em prática, exercitando e vivenciando a
experiência de aprendizagem.
L EI DA S DIF ER ENÇAS
As pessoas possuem diferentes velocidades e ritmo de aprendizado.
Você está se preparando para ser um instrutor, portanto, faça bom uso dos
conhecimentos adquiridos.
Comentário final
Pois bem, nesta unidade você aprendeu que a psicologia surgiu da necessidade que
44
homem sempre teve de se conhecer e de conhecer os outros com os quais ele convive.
Portanto, procure conhecer melhor cada treinando. Lembre-se: as pessoas são diferentes e
possuem ritmos diferentes de aprendizagem. O instrutor não ensina; ele é o mediador e o
facilitador da aprendizagem.
2.1) Com base nos conceitos apresentados, estabeleça a diferença entre psicologia e senso
comum.
A psicologia é o estudo do modo de pensar, do comportamento e das emoções do
homem, já o senso comumé tudo que vem do pensamento intuitivo, espontâneo, de
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
tentativa de erros e acertos, que se constrói nas experiências cotidianas, não tem
_____________________________________________________________________________________________
nenhuma correspondência com o pensamento cientí
fico.
2.2) Qual é o objetivo da psicologia da aprendizagem?
É oportunizar o estudo e a compreensão dos processos de aprendizagem e suas
____________________________________________________________________________
relações com as diferentes dimensões do fazer pedagógico.
____________________________________________________________________________
2.3) Fernando é marítimo e da última vez que desembarcou disse para um amigo: “Aprendi
muito com a tripulação do navio que estive embarcado”. Esta fala de Fernando demonstrou que
houve uma interação entre os tripulantes e o meio, permeada por estímulos externos. Que
45
TRP
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
2.4) Durante a sua trajetória escolar e tempo de embarque, certamente conviveu com
pessoas muito diferentes de você, inclusive no ritmo de aprender. Recorde o que foi visto
descrevendo em que consiste o estilo de aprendizagem.
Cada um de nós percebe e processa as informação de forma particular. Com isso
____________________________________________________________________________
podemos dizer que cada indivíduo terá um estilo de aprendizagem que mais se
____________________________________________________________________________
adaptará a ele.
2.5) A partir de sua experiência profissional como marítimo dê um exemplo para demonstrar o
que aprendeu sobre cognição.
Cognição é o processo por meio do qual o mundo de significados tem origem.
____________________________________________________________________________
Conforme o ser interage com o mundo ele estabele relações e atribui significados à
____________________________________________________________________________
realidade em que se encontra.
____________________________________________________________________________
2.6) Graças às pesquisas de Gardner ficou comprovado que o ser humano é dotado de
inteligências múltiplas. Demonstre o que você aprendeu sobre esta teoria, destacando três e
descrevendo-as.
_____________________________________________________________________________
Inteligência musical: Esta inteligência se manifesta através de uma habilidade para
apreciar, compor ou reproduzir uma peça musical.Inteligência naturalí stica: Refere-seà
_____________________________________________________________________________
habilidade do indivíduo de fazer discriminações na natureza.Inteligência interpessoal:
_____________________________________________________________________________
Descrita como uma habilidade para entender e responder adequadamente a humores,
_____________________________________________________________________________
temperamentos motivações e desejos de outras pessoas.
2.7) O processo de ensino-aprendizagem é dinâmico e ativo, assim como as pessoas também
são e o que torna o conteúdo de um treinamento interessante e estimula a aprendizagem do
treinando são as estratégias adotadas pelo instrutor. Com base nessa informação, estabeleça a
diferença entre motivação e incentivação.
Motivação é o “combustível” que move o ser humano em prol das realizações de suas
____________________________________________________________________________
vontades. Jáincentivação éo objeto ou situação externa que vai ativar osórgãos dos
____________________________________________________________________________
sentidos de uma pessoa.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
2.8) A aprendizagem deve ser significativa para o treinando. Com base neste princípio,
descreva quais são as condições para que ela ocorra.
O treinando precisa ter disposição para aprender, e o conteúdo a ser aprendido tem
____________________________________________________________________________
que ser potencialmente significativo, com estrutura lógica, psicológica e aplicável ao
____________________________________________________________________________
seu contexto profissional.
____________________________________________________________________________
46
“Seja fiel no cumprimento de todos os seus
deveres. Execute com capricho e amor todas
as tarefas que recebe, embora pareçam
insignificantes. Qualquer coisa que esteja
fazendo, por menor que seja, é um passo à
frente em seu progresso. Realize suas tarefas
todas, como se delas dependesse – como de
fato depende – todo o seu futuro”.
(Anônimo).
47
TRP
48
UNIDADE 3
"As pessoas podem ser divididas em três grupos: os que fazem as coisas
acontecerem, os que olham as coisas acontecerem e os que ficam se perguntando o que
foi que aconteceu”.
(S. Brown)
Partindo do princípio de que treinar pessoas é uma arte e desenvolver o lado artístico
requer: disciplina, criatividade, dedicação, exercício, conhecimento técnico e habilidades,
espero que você esteja incluído no grupo dos que fazem as coisas acontecer. Daqueles que
buscam novos conhecimentos e são competentes canais de mudanças para os treinandos.
Logo, não espere ser convocado a treinar pessoas para aprender. Comece agora,
coloque em prática as informações recebidas, seja pró-ativo, desenvolva novas competências
e faça conexões com a sua experiência profissional.
49
TRP
Veja os conceitos abaixo.
Conteúdo: Anexo 1 da MARPOL, no que se refere aos prejuízos causados pela poluição
no meio ambiente marinho.
O quadro a seguir, com os dados do exemplo acima, vai ajudar você na compreensão
dos termos: conhecimentos, habilidades e atitudes, os componentes da competência, o famoso
CHA dos programas de treinamento.
50
2. Conhecimento dos riscos 2. Habilidade para conscientizar 3. Orientar para resultados,
ambientais, e conseqüências os membros de cada equipe, ser referência para o grupo,
legais quanto a não quanto ao cumprimento correto persuasão, e avaliação do
conformidade. de cada tarefa, agindo de forma desempenho de cada um.
preventiva.
Faça uma auto-análise e identifique a competência que você possui e em que aspecto
precisa melhorar. Lembre-se: um bom profissional não nasce pronto, as competências e
habilidades precisam ser treinadas e desenvolvidas.
51
TRP
15. Capacidade de lidar com situações novas e desafiadoras.
Esteja você incluído, como falei inicialmente, no grupo dos que fazem as coisas
acontecer. Se treinar é uma arte, o perfil de um instrutor por sua vez, é composto por uma série
de atributos, ou melhor, competências. Veja a primeira delas, que é a comunicação.
Tarefa 3.1
A habilidade é um componente da competência. Isto significa dizer que existe
diferença entre uma e outra. Com base nos conceitos vistos nesta seção, escreva
com suas palavras a diferença entre competência e habilidade.
____________________________________________________________________________
Competência é um conjunto de características como habilidade, conhecimento,
objetivos e valores, capazes de causar um desempenho efetivo em uma tarefa. Por
____________________________________________________________________________
habilidade entende-se a característica de hábil, a qualidade na execução de uma tarefa.
____________________________________________________________________________
Reconhecer sua limitação na oratória pode ser um pequeno começo, porém, sair do
estágio inicial, em busca da melhoria de sua capacidade de comunicação, pode ser um grande
feito. Afinal, quem nunca ouviu dizer: “que a oratória é um dom natural de alguns poucos
privilegiados, e apenas a esses a vida conferiu o poder da comunicação”. Este é um falso
conceito, precisamos desmistificar certas opiniões infundadas, de que a natureza elege seus
escolhidos.
Portanto, ser um bom comunicador, e falar bem, requer não só o dom natural, mas,
sobretudo, treino, técnica, exercício, leitura, persistência e muita ousadia. Se você tem
dificuldades de falar em público, de organizar suas idéias, de transmitir uma mensagem, não
desista, há esperança para o seu problema.
Veja o exemplo: Marcelo, no início de sua carreira como oficial de Náutica, foi indicado
pelo comandante para treinar os taifeiros e marinheiros sobre a “Coleta seletiva do lixo a
bordo”.
52
Fez um excelente planejamento e cuidou de todos os detalhas do treinamento. Mas, no
primeiro encontro, ficou muito nervoso, teve dor de barriga, gaguejou e teve a sensação de que
não lembraria o que deveria falar. Porém, respirou fundo, procurou se acalmar e continuou o
treinamento.
No término das atividades, fez sua auto-avaliação e concluiu que ele não era um bom
comunicador. Contudo decidiu não desistir, treinou mais em seu camarote, fez exercícios
mentais para se acalmar e no dia seguinte se saiu bem melhor. No decorrer de sua profissão,
realizou muitos treinamentos e a prática o tornou um grande orador. Hoje ele é diretor de uma
empresa de navegação e um exímio palestrante.
Com base no exemplo de Marcelo, não desanime diante das dificuldades iniciais, ou
dos deslizes nas apresentações em público. Se você for responsável por treinar um grupo e
ficar nervoso, é normal, não tenha medo, procure controlar suas emoções, seja espontâneo e
faça conforme planejou. Mesmo que nas primeiras tentativas você não se saia muito bem, não
desista, enfrente, persista, treine que conseqüentemente o progresso virá.
Neste momento eu estou me comunicando com você através deste módulo de estudo,
cuja linguagem utilizada é a verbal, escrita, e você a entende porque domina a leitura e a
escrita da língua portuguesa e tem uma organização cognitiva para esse nível de
compreensão.
A origem da palavra ‘comunicar’ está no latim ‘comunicare’, que tem como significado
‘por em comum’. Ela implica compreensão.
O que é comunicação?
53
TRP
Num sentido amplo, comunicar é transmitir idéias, informações ou conhecimentos, tendo
em vista modificar atitudes ou formas de comportamento.
Com certeza, desde o início de sua vida escolar você já ouviu falar nesses quatro
elementos. Usamos até algumas técnicas e brincadeiras para os ilustrarmos, dentre elas a
dinâmica do telefone sem fio, que é um bom exemplo.
É bem provável que você já tenha dado boas risadas, quando, ao término desta
ingênua brincadeira, percebeu a mensagem inicial completamente distorcida. E em nosso dia-a
dia de trabalho também nos deparamos com as distorções das mensagens, que até parece
uma brincadeira de criança, ou uma pegadinha.
A seguir, você verá alguns exemplos de barreiras na comunicação que foram extraídas
do livro Aspectos Comportamentais da gestão de pessoas, FGV- (2006).
54
Barreiras presentes no receptor:
A mensagem comunicada pode ser afetada por ruídos ou barreiras por parte do emissor
e/ou do receptor ou de ambos, tornando falho o objetivo da comunicação, comprometendo o
entendimento.
CÃO
ATENCÃO!
FEROZ
SIGA ENTRADA
EM FRENTE PROIBIDA PARE
55
TRP
Ao visualizar esses símbolos, também estamos nos comunicando. A figura do casal nos
comunica: amor, romantismo, namoro, felicidade... Já a imagem do homem debruçado sobre a
mesa do escritório pode nos comunicar: cansaço, estresse, preguiça, tristeza... Os símbolos e
mensagens em destaque podem representar significados diferentes para cada leitor. Portanto,
a comunicação também está sujeita à subjetividade conforme as interpretações dos indivíduos.
Como você pôde observar, a comunicação, quanto à forma, pode ser: simbólica, não-
simbólica, verbal e não-verbal, formal, informal, consciente, inconsciente e extrasensorial. Por
vezes os símbolos falam mais do que muitas palavras.
O contexto do século XXI é marcado pelas imagens; dizemos que é o mundo visual. O
que vemos prende nossa atenção, fica registrado na memória, e até nos dispersa. Lembre-se: o
estímulo visual é muito mais eficaz que o sonoro.
Às vezes a forma como se fala, é muito mal interpretada pelo outro. Deixamos de passar
a mensagem que deveríamos, passando totalmente o oposto disso, comprometendo a
comunicação e provocando na relação de treinamento uma animosidade.
Cabe ao instrutor, como um bom comunicador, estar atento a esses fatores para que
sua mensagem seja clara, correta, culta, concisa, confiável, coloquial e comunicativa.
O quadro a seguir, ilustra com precisão a mensagem não-verbal que passamos através
dos nossos gestos corporais.
MENSAGENS
56
Você já deve ter ouvido a expressão “o corpo fala”, que é inclusive tema de livro. É isso
mesmo, nossos movimentos corporais são tão importantes quanto a nossa fala. Aquelas
famosas “caras e bocas” podem detonar com o nosso discurso e provocar uma antipatia inicial
nos treinandos. Sabe aquela frase: “a primeira impressão é a que fica?” Infelizmente, alguns
comprometem todo o planejamento da instrução por não saberem dosar a expressão fácil e
corporal.
No treinamento o instrutor é um referencial para o treinando, os gestos e expressões
faciais são visivelmente percebidos por todos. Portanto, o instrutor deve estar atento à postura
que está comunicando.
Comunicação assertiva
É quando o emissor expressa o que sente e pensa de forma clara e objetiva,
sem, contudo, melindrar o receptor. Para transmitir a mensagem, usa como
recursos o tom e ritmo da voz e se mostra mais ou menos incisivo, dependendo
do que se quer transmitir. Nessa comunicação a postura corporal é fundamental,
a qual se traduz num forte aperto de mão ou num tronco ereto. O modo como
uma pessoa se expressa revela muito de suas atitudes.
Tarefa 3.2
Para ser um bom comunicador, o instrutor deve se preocupar com sua aparência,
seus gestos corporais e expressão facial e com a mensagem que está
comunicando. Então, responda: quais são os componentes principais que devem
conter em uma mensagem?
____________________________________________________________________________
A mensagem precisar ser clara, correta, culta, concisa, confiável, coloquial e
comunicativa.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
É notório que nos comunicamos de diversas formas, portanto, como instrutor, durante
ou ao término de cada treinamento, é fundamental o retorno de nossa mensagem, ou seja, o
feedback. De posse dessas informações pelo treinando, poderemos corrigir e eliminar as
distorções, preservando a qualidade da nossa comunicação.
A seguir um outro disse: - “quando o instrutor passou as orientações teóricas e deu voz
de comando para a simulação, seu tom de voz estava baixo, e faltou ênfase nas ordens dadas”.
57
TRP
Esse é um tipo de feedback que, infelizmente, as pessoas não gostam de receber.
Contudo, se fizermos uso desta prática, precisamos nos preparar para ouvirmos, avaliarmos as
pertinências e mudarmos nossas posturas.
Ao receber um feedback desse tipo, o instrutor não pode demonstrar irritação, ironia e
usar a avaliação como uma “arma” para prejudicar o treinando.
Relembrando o exemplo do caso citado no início desta seção, como será que o instrutor
se sentiu após ouvir o que os treinandos falaram? Por isso, “receber” feedback é tido como o
risco de ouvir o que não se quer, o que também não é fácil, pois nem sempre estamos
preparados psicologicamente para tal.
Portanto, uma sessão de feedback tem embutido um risco: o fato de não saber como a
pessoa vai reagir, se vai aceitar ou não o que será falado. Quais devem ser as suas atitudes
perante os outros, principalmente em se tratando de um grupo que terá que conviver durante
algum tempo a bordo de navios e embarcações offshore.
58
A seguir o treinando “relatou que estava triste e preocupado, pois tinha recebido a
notícia de que sua filha de três anos estava muito doente”. O instrutor compreendeu, deu-lhe
uma palavra de encorajamento e alguns conselhos que o ajudaram a recobrar o ânimo.
Como você pôde perceber, nem sempre é fácil “dar” feedback, principalmente quando
a opinião que temos a respeito dos outros não é muito favorável. Nesse caso a conversa pode
transformar-se num momento bastante difícil e penoso até.
Por outro lado ao receber o feedback, o treinando teve a oportunidade de saber qual
era a percepção do instrutor a seu respeito, seu desempenho nas tarefas, valores pessoais e
opiniões.
Quando quem recebe o feedback compreende o que foi dito e aceita a crítica como
positiva, tem oportunidade de aprender com as próprias falhas ou distorções. Esse processo
aumenta a autoconsciência de quem recebe, qualifica as suas atitudes para consigo mesmo e
para com o outro.
59
TRP
Tarefa 3.3
Receber feedback não é fácil para ninguém. Contudo, se bem conduzido pelo
instrutor, pode ser muito positivo para todos. Descreva quais são os benefícios para
o treinando com uma seção de feedback:
____________________________________________________________________________
O treinando tem a oportunidade de aprender com suas próprias falhas. Por vezes o
treinando não tem conhecimento de suas deficiências e através do feedback ele terá
____________________________________________________________________________
a oportunidade de conhecê-las e desenvolvê-las.
____________________________________________________________________________
É bem provável que você já tenha pensado assim alguma vez, em algum momento de
sua vida. Realmente entender os outros e ser entendido por eles é o grande desafio da relação
interpessoal. A convivência humana sempre foi difícil e desafiante.
60
3.3.1 A Relação Interpessoal, uma competência a ser desenvolvida
A seguir, você verá numa forma simbólica a janela de Johari, que facilitará a sua
compreensão sobre as constantes mudanças nos comportamentos das pessoas na convivência
grupal.
Procure lembrar agora da figura de uma janela. A janela de sua casa ou a “vigia” do
navio fica sempre fechada? Ou fica sempre aberta?
É claro que você disse não, pois abrimos ou fechamos uma janela conforme a
necessidade. Simbolicamente os quadrantes da janela de Johari representam, na relação
interpessoal, aquilo que mostramos, revelamos aos outros, ou aquilo que omitimos,
escondemos ou não revelamos porque não temos consciência disse.
No início de uma relação, as pessoas são como estranhas, não se conhecem e algumas
fazem questão de mostrar uma imagem idealizada, que difere da imagem real. Com a
convivência as pessoas mudam, as máscaras caem e deixam mostrar quem realmente são.
Conhecido I II
pelos outros ‘EU ABERTO’ ‘EU CEGO’
61
TRP
Compreende o nosso comportamento em muitas atividades,
conhecido por nós e por qualquer pessoa que nos observe. São as
nossas características pessoais: maneira de falar, atitudes gerais e
A área I (Eu aberto)
principais habilidades.
Ao me referir à janela, lembramos que ela pode ficar totalmente aberta, entreaberta e/ou
totalmente fechada. Assim é a relação no grupo, já que o instrutor pode passar aos treinandos
uma imagem de: “autoritário”, “carismático”, “o dono do saber”, “arrogante”, “bonzinho”...
Podemos também nos deparar com treinandos que passam a imagem de: “curioso”,
“participativo”, “sabe tudo”, “crítico”, “bajulador” e outros, conforme estudamos na unidade 2.
Você já deve ter observado que, quando o navio sai do porto em que os tripulantes
tiveram a oportunidade de baixar terra, nos dois primeiros dias de viagem, as pessoas
conversam, compartilham as experiências que tiveram e tudo corre bem.
62
Passados alguns dias se alguém olha meio atravessado para o outro, já é possível que
isso gere uma discussão ou mesmo uma briga, um conflito.
Por falar em conflitos, veja a seguir mais uma competência que você precisa
desenvolver na arte de treinar pessoas.
Antes de abordamos o conceito de conflito, quero convidar você a ler e analisar o caso
que servirá como ponto de partida para este assunto.
Vejamos!
Assim que chegou ao porto, solicitou a empresa a ficha do marinheiro e constatou ter
ele antecedentes semelhantes, ou seja, não uso de EPI’s, fato esse que o levou a solicitar seu
desligamento.
Para evitar maiores rumores de fofocas, Dimas reuniu todos os tripulantes e contou a
verdadeira versão, bem como as implicações no que diz respeito a não utilização EPI’s e
normas de segurança a bordo. Enfatizou também que tem ordem da empresa para repreender
e até demitir aqueles que descumprirem esses procedimentos e os regulamentos de
segurança.
63
TRP
Como você pôde perceber, por falta de real conhecimento da situação, as pessoas
podem tomar partidos errados, fazer comentários infelizes, “infernizarem” a vida de alguém,
pautadas em posições infundadas e antagônicas, ou seja, em fofocas.
Veja a seguir o conceito de conflito e como exercitar esta competência, que também é
uma arte, e que arte!
Poderíamos citar inúmeros conceitos de conflitos, contudo este atende ao que vamos
estudar. Veja!
O conflito surge das divergências de percepção e idéias; portanto, é muito natural, nas
relações de grupo, as pessoas defenderem posições antagônicas, caracterizando assim,
situações de conflitos, que são componentes inevitáveis e necessários no grupo.
Com base em nossas experiências nos diferentes grupos sociais, os conflitos existem,
e, dependendo da forma como lidamos com eles, podem ter funções positivas e contribuir para
o crescimento e fortalecimento dos grupos de trabalho e de treinamento. Quando surgem os
conflitos, saímos da acomodação e somos estimulados pelos desafios e pela oposição a
reagirmos na busca de soluções.
64
3.4.2 Como surgem os conflitos
Você viu que, na embarcação comandada por Dimas, o que desencadeou o surgimento
do conflito e culminou na demissão foi o comportamento insubordinado e inconseqüente do
marinheiro, quem sabe, um desvio de conduta. Este exemplo de como surgem os conflitos é
um, em muitas outras possibilidades.
Por mais que você tente evitar, os conflitos podem surgir; isso é normal nos grupos.
Com a convivência surgem às divergências, sem falar que cada um de nós também pode
experimentar o dissabor do conflito interno, que é uma “briga” consigo mesmo. Cabe destacar
que os conflitos podem ser de duas naturezas: interna e externa.
“Durante os embarques enfrenta muita crise existencial, revolta-se contra tudo e todos,
se isola, e por vezes é agressivo com a tripulação. Este é um conflito interno, não é só negativo
para o Frede, mas também para os que com ele convivem”.
Como no exemplo de Frede, o que antes era só um conflito interno passou a ser
também um conflito externo, pois ele se tornou agressivo com os colegas. Podemos perceber
que, se este problema não for sanado a tempo, trará muitas complicações a bordo.
65
TRP
Injustiças e falta de eqüidade por parte dos líderes e entre os liderados.
Necessidade de status.
Diferentes condutas culturais e falta de respeito com o outro.
Desrespeito com o trabalho do outro e com a hierarquia de bordo.
Preferências do líder em relação a uma pessoa ou por um grupo.
Conflito latente: não é declarado e não há, por parte dos elementos envolvidos, uma
clara consciência de sua existência. Eventualmente não precisam ser trabalhados.
Exemplo: “um oficial mercante frustrado na carreira, mas que não passa seus recalques
para os outros, consegue desenvolver bem suas funções sem demonstrar o que sente”.
Exemplo: “um marítimo vem abusando da bebida alcoólica durante o embarque, porém
não o faz às claras, e sim às escondidas. Procura disfarçar o hálito da bebida, chupando
balas e chicletes. Tem procurado desempenhar de forma satisfatória suas atribuições,
porém seus companheiros já perceberam esse vício”.
Exemplo: “Um 2º piloto de náutica foi promovido recentemente a imediato, contudo não
tem o perfil adequado para ocupar um cargo de liderança, pois lhe falta voz de comando e
atitude de líder. Entra constantemente em crise, porque não sabe dar ordens nem cobrar.
Toda a tripulação já percebeu sua fragilidade e não o respeita”.
66
Conflito manifesto: trata-se do conflito que já atingiu ambas as partes, já é percebido
por terceiros e pode interferir na dinâmica do trabalho a bordo e nas atividades de
treinamento.
Para uma solução eficiente dos conflitos, é preciso compatibilizar alguns passos a
serem seguidos, conhecer e aplicar alguns “saberes” e também definir o estilo a ser adotado.
67
TRP
Tarefa 3.4
Qual seria a conduta correta do instrutor para combater os seguintes conflitos
abaixo?
1) Preconceitos:
2) Excesso de brincadeiras, apelidos e pegadinhas:
____________________________________________________________________________
Creio que os dois exemplos podem ser tratados com conversas com ambas as partes.
A conscientização de danos que essas práticas podem causar às pessoas alvos do
____________________________________________________________________________
preconceito e das brincadeiras. Tentar incentivar uma cultura de empatia e parceirismo
____________________________________________________________________________
dos envolvidos também é uma possibilidade.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
Ser flexível.
Saber admitir quando a idéia dos outros são melhores do que as suas.
68
diferentes interesses das partes envolvidas é que nascem oportunidades de crescimento
mútuo.
resolver problemas;
treinar e formar; e
____________________________________________________________________________
É o entendimento entre as pessoas.
3.2) Sabemos que a mensagem comunicada pode ser afetada por ruídos ou barreiras que
comprometem o seu principal objetivo. Com base neste princípio, descreva:
a) duas barreiras presentes no emissor: Uso de linguagem inadequado e tom de voz inadequado.
b) duas barreiras presentes no receptor: Desatenção e tendência a julgar.
c) uma barreira presente no ambiente: Ruídos.
3.3) A partir de sua experiência profissional e dos conceitos que você estudou nessa unidade,
elabore um conceito para relação interpessoal.
É a relação entre duas ou mais pessoas e ela pode ser expressa de forma verbal, não-
____________________________________________________________________________
verbal, por comportamentos manifestos, pensamentos, sentimentos, reações mentas e/
ou físico-corporais.
3.4) A janela de Johari nos auxilia no processo de percepção de um indivíduo em relação a
si mesmo e aos outros. Essa teoria certamente o ajudará a conhecer melhor seus pares a
bordo. Portanto, recapitule o que estudou sintetizando os quadrantes:
69
TRP
a) São características do comportamento percebidas pelos outros
Área II (Eu cego):___________________________________________________________
mas que não temos conhecimento.
b) Área IV (Eu desconhecido):___________________________________________________
São as características desconhecidas tanto pela própria
pessoa como pelos outros.
3.5) Os conflitos são muitas vezes inevitáveis e importantes no processo de crescimento
grupal, principalmente em um ambiente atípico como o do mar, os conflitos se intensificam
devido ao confinamento e o afastamento social. Logo, o instrutor competente precisa saber
identificar os conflitos e administrá-los. Por isso coloque em prática o que você aprendeu
listando três tipos de conflitos, descrevendo-os.
Conflito latente: não é declarado e não há, por parte dos elementos envolvidos, uma
____________________________________________________________________________
clara consciência de sua existência. Conflito sentido: é aquele que já atinge ambas
____________________________________________________________________________
as partes, e em que há emoção e forma consciente. Conflito manifesto: trata-se do
____________________________________________________________________________
conflito que jáatingiu ambas as partes, jáé percebido por terceiros
3.6) Durante seus estudos, você viu que “dar” e “receber” feedback não é nada fácil, devido
aos nossos valores culturais e à falta de preparo psicológico para ouvir. Logo, a eficácia na
comunicação do feedback dependerá do treino de quais habilidades?
Habilidade de transmitir que é a capacidade de se fazer compreender, e habilidade
____________________________________________________________________________
de ouvir que é a capacidade de dar atenção para ouvir e entender os outros.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
Vo
Você realmente é uma pessoa muito especial, eu me orgulho
de seu desempenho como aluno.
70
UNIDADE 4
O conceito de planejamento, segundo Ackoff, nos remete à maneira pela qual você se
organiza para concretizar seus desejos, necessidades e metas traçadas. Isto parece fácil, mas
requer treino, raciocínio e algumas estratégias.
Bem, veja as situações que se seguem.
Quando você elabora uma lista de compras do supermercado, evita a compra
desnecessária de produtos ou gêneros alimentícios que não fazem parte da sua prioridade.
Logo, economiza dinheiro, evita os desperdícios e age com prudência.
71
TRP
Ao calcular o seu orçamento mensal, você está buscando a organização pessoal
através do controle financeiro de seu dinheiro, pois “dinheiro na mão é vendaval”, administrá-lo
traz tranqüilidade e conquistas a médio e longo prazo, dependendo dos seus objetivos e metas
traçadas.
Quando você se propôs a realizar este curso, isto surgiu, é claro, de uma necessidade,
ou motivação, lembra? A conclusão do curso o conduzirá a uma ascensão profissional, para a
qual você se preparou. Nesta preparação, você certamente estudou a situação, viu quais eram
os pré-requisitos pertinentes ao curso, tais como: duração, disciplinas, carga horária, avaliação,
modalidade de estudo, os custos e outros. Houve de sua parte uma organização, e a esta
organização chamamos de planejamento.
Essas e outras situações, como: comprar um imóvel, trocar de carro, fazer um curso de
pintura, treinar pessoas etc, exigem tomada de decisões sensatas e definições de prioridades
através de estratégias que viabilizem atingir o objetivo inicial.
72
Por analogia o instrutor que não faz um planejamento de suas ações pode ficar em
apuros diante dos treinandos e ser fatalmente devorado pela desorganização. Como você viu
no início desta unidade, tanto na vida secular como na atividade profissional, quanto no
treinamento, o planejamento é essencial.
O ato de planejar se inicia nas necessidades e urgências que surgem a partir de uma
sondagem da realidade. É através do conhecimento da realidade e do levantamento das
necessidades do público alvo que se estabelece um diagnóstico.
Ao planejar o treinamento a bordo, você tem uma grande vantagem, pois, em tese, já
conhece o grupo. Afinal, existe uma convivência que facilita esse conhecimento, bem como
algumas características comportamentais e, até quem sabe, as habilidades que cada um
possui.
Lembre-se!
A sondagem da realidade é a primeira etapa do processo de planejamento.
Tema do treinamento.
Definição clara dos objetivos do treinamento.
Determinação e seleção do conteúdo do treinamento, considerando-se os aspectos
de quantidade e qualidade de informação.
Escolha dos métodos e técnicas, considerando-se a tecnologia disponível.
73
TRP
Definição dos recursos necessários para implementação do treinamento, como:
recursos audiovisuais, máquinas, equipamentos ou ferramentas necessárias,
materiais, manuais, etc.
Teoria de aprendizagem.
Época ou período de duração do treinamento.
Seleção dos instrumentos de medidas e avaliação da aprendizagem dos
treinandos.
Local onde será efetuado o treinamento.
Deve ser organizado, isto é, atender as suas necessidades, possibilidades e interesses dos
treinandos.
Deve ter continuidade, isto é, as experiências devem se desenvolver sem interrupções.
Deve ter seqüência, cada experiência baseia-se nas experiências anteriores, ampliando-as e
preparando o treinando para viver novas experiências.
Deve ser objetivo e realizável, levando-se em consideração os recursos disponíveis no local
de treinamento.
“Nenhum vento ajuda a quem não sabe a que porto deverá chegar”.
(Montaigne)
74
algum. Quem sabe até poderá chegar, porém demandará um tempo maior e terá desgastes
emocionais que podem dificultar a sua chegada ao porto.
Na fábula, o objetivo do cavalo-marinho era enriquecer, contudo esse objetivo não foi
alcançado. Você, ao decidir por este curso, certamente estabeleceu um ou mais objetivos, que
podem não ser diferentes dos demais alunos do curso.
Assim como Afonso, se você estabelece objetivos para sua vida, seja na área
profissional, seja na pessoal, faz-se necessário analisar os meios e as estratégias para
alcançá-los.
Objetivos gerais dizem respeito à aprendizagem que deve ser realizada num
espaço de tempo mais amplo, isto é, aquilo que se pretende alcançar ao final do
treinamento.
75
TRP
Ao elaborar os objetivos do treinamento, você deve pensar não apenas em que
resultados deverão ser medidos, mas também em como expressar os objetivos em termos
mensuráveis.
Lembre-se: os objetivos são expressos sempre por um verbo no infinitivo. Os exemplos
a seguir facilitarão a sua compreensão.
76
Tarefa 4.1
O instrutor precisa dominar a arte de planejar. Logo, como deve ser um bom
planejamento?
____________________________________________________________________________
Um bom planejamento deve ser organizado, ter continuidade e sequência, deve ser
objetivo e realizável, deve ser adequado aos fins que quer atingir, e deve ser flexível
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
A seguir você terá uma relação de verbos que vão auxiliá-lo na formulação de
objetivos.
77
TRP
Aceitar Apontar Afirmar Desempenhar Adaptar Integrar
Acumular Localizar Aprovar Estudar Agir Mediar
Dar Nomear Assistir Partilhar Defender Organizar
Descrever Responder Completar Praticar Dispor Revisar
A
Identificar Selecionar Conformar Propor Influenciar Solucionar
F
Perguntar Sensibilizar Convidar Selecionar Mudar Verificar
E
Seguir Usar Descrever Subscrever
T
Discutir Trabalhar
I
Escolher
V
Iniciar
O
Juntar-se a
Justificar
Seguir
Como você estudou na unidade 1, estamos vivendo uma fase da história conhecida
como a era da informação, do conhecimento e da sabedoria, em que o saber está em
constante mutação. A cada momento a ciência e a tecnologia fazem novas descobertas. Por
vezes, o que era verdade, deixa de ser em detrimento de uma nova teoria.
Ao comprar hoje um celular, nós nos sentimos atraídos pela quantidade de recursos
disponíveis em seu display e logo perguntamos ao vendedor: - “O que possui este celular”? Ou
78
seja, nos preocupamos com a quantidade de opções e não com a qualidade do funcionamento.
Neste caso, nossa atenção está voltada para a quantidade do conteúdo oferecido.
Quando nos propomos a comprar um perfume, é bem provável que a vendedora nos
ofereça um, e diga: — “leve este, contém 150 ml e está bem mais em conta do que esta outra
fragrância de 100 ml”. Será que o poder de fixação é o mesmo? Como antes, no caso do
celular, a nossa preocupação é com a quantidade do conteúdo e a vantagem em relação ao
custo.
Como o perfume, a vendedora julga que está lhe oferecendo vantagem em relação à
quantidade, contudo você pode perder na qualidade da fixação da fragrância. Assim, no papel
de instrutor, esteja atento à qualidade do conteúdo que será oferecido aos treinandos e não se
prenda à quantidade de informações. Antes de correr para cumprir o que foi selecionado,
procure avaliar o grau de aproveitamento de cada treinando, bem como o seu desempenho
como instrutor. Afinal, quantidade não é sinônimo de qualidade.
Então, podemos dizer que conteúdo é a listagem de tópicos, com alguma seqüência,
determinados por um programa, que está contido em um campo de conhecimento e abrange
fatos, conceitos, leis, princípios, teorias e generalizações acumuladas pela experiência.
Contudo, os conteúdos nunca devem ser apresentados como definitivos e acabados, pois
temos que concordar com Heráclito, quando diz que permanente é só a mudança.
79
TRP
O conteúdo a ser desenvolvido no treinamento envolve quatro tipos de mudanças de
comportamento:
1) transmissão de informação;
2) desenvolvimento de habilidades;
3) desenvolvimento ou modificação de atitudes; e
4) desenvolvimento de conceitos.
80
Para você selecionar conteúdos adequados, proponho alguns critérios relevantes
tais como:
VALIDADE
VALIDADE Este conteúdo é digno de confiança, isto é, pode ser
comprovado cientificamente ou é uma opinião
pessoal de alguém? Ele está atualizado?
RELEVÂNCIA
RELEVÂNCIA Este conteúdo contribui efetivamente para o alcance
dos objetivos estabelecidos?
SIGNIFICAÇÃO
SIGNIFICAÇÃO Este conteúdo está de acordo com o interesse do
treinando e com a realidade na qual está sendo
desenvolvido?
EXEQÜIBILIDAD
EXEQÜIBILIDADEE Há possibilidade do conteúdo ser desenvolvido,
considerando as reais condições de tempo, de
recursos disponíveis e dos próprios treinando?
UTILIDAD
UTILIDADEE Este conteúdo permite que o treinando se encaminhe
com maior segurança na tomada de decisões para
solucionar situações problemas?
Tarefa 4.2
Como instrutor o que você pode evitar ao selecionar e delimitar os conteúdos
apresentados em um treinamento? Responda com suas palavras.
____________________________________________________________________________
Devemos evitar conteúdos que não estejam ao alcance, seja temporal ou nível
intelectual, dos treinandos. Devemos procurar conteúdos atualizados e de boas
____________________________________________________________________________
fontes. Potencializar o uso dos conteúdos que vêm apresentando bons resultados em
____________________________________________________________________________
treinamentos anteriores e minimizando os que não tem tido boa aceitação e ter
criatividade na tentativa de introduzir novos conteúdos pertinentes ao treinamento.
4 . 4 MÉTODOS E TÉCNICAS DE ENSINO OU PREOCEDIMENTOS DE ENSINO
81
TRP
Um homem ouviu dizer que óleo de fígado de bacalhau fazia bem para a saúde dos
cachorros. Resolveu então dar o tal óleo todos os dias para o seu cão. Prendia o pobre animal
entre as pernas e enfiava o óleo em sua boca enquanto o cão se rebelava, debatendo-se
furiosamente.
A cada dia que passava, maior era a luta, ficando cada vez mais difícil ministrar o
remédio ao cão.
Certo dia, o cachorro se soltou e veio lamber a colher de óleo que se encontrava ao
lado do canil. Foi aí que o homem descobriu que o cachorro gostava do remédio; na realidade,
não lutava contra ele, mas contra o método usado para tomá-lo.
Você viu na ilustração que o cachorro gostava do conteúdo, ou seja, do remédio. O que
ele não gostava era da maneira utilizada pelo seu dono, a forma é que não era a mais indicada.
Dentro desta perspectiva, um bom planejamento de um programa de treinamento deve conter:
objetivos claros e bem definidos, conteúdos devidamente selecionados e procedimentos
(métodos, técnicas e recursos) adequados aos treinandos e ao que se pretende alcançar.
Confira a seguir, a resposta para a dúvida que não é só a sua, mas a de muitos.
Método de Ensino – pode ser conceituado como um roteiro geral para a atividade de
ensino. O método indica as grandes linhas de ação didática, sem se deter em operacionalizá-
las, tem sua estruturação norteada sempre por uma Filosofia de Educação.
82
Os conceitos estudados ajudarão você a entender melhor os diferentes tipos de
métodos e técnicas.
Veja!
83
TRP
Leu em particular o relato de cada treinando e registrou as correções nos
pontos falhos. No encontro seguinte apresentou uma conclusão dos procedimentos
corretos.
Saiba!
Quem escolhe o método ou técnica mais indicada para cada grupo e tema de
treinamento é o instrutor.
Nesta seção estudaremos o método expositivo porque ele é o mais antigo e, está sempre
presente nos mais diversos métodos e técnicas, farei também menção às técnicas mais usuais.
84
Na exposição oral, você deve ter os seguintes cuidados:
Cabe destacar que, a exposição oral pode assumir duas posições didáticas tais como:
exposição dogmática (sem contestações e discussões) e a exposição aberta (com
contestações e discussões).
O que é mais comum no treinamento de adultos é a exposição aberta, pois ela permite
o diálogo e troca de experiência que pode enriquecer a aprendizagem do grupo.
A empresa hoje prioriza o colaborador que pensa, toma decisões, é consciente de suas
responsabilidades, enfim que não fica preso aos “velhos” modelos. Portanto, ao planejar o
treinamento, além de escolher um método que oportunize a aprendizagem ativa, escolha
85
TRP
também a técnica que leve o treinando a vivenciar, a fazer, a raciocinar, e construir
conhecimento pela experimentação. Confúcio, um sábio chinês, já pensava assim em 551,
antes de Cristo.
Existem inúmeros livros e autores que se dedicam ao estudo das técnicas, dos jogos
cooperativos e das dinâmicas de grupo, bem como a sua aplicação nos programas de
treinamento na educação corporativa nas empresas em geral. Porém, não citei todas neste
módulo, selecionei as que julgo aplicáveis no treinamento a bordo de navios e embarcações
offshore.
A seguir você verá de forma bem sucinta algumas técnicas mais utilizadas em
treinamentos:
1) Trabalho em grupo
Deve ser desenvolvido num ambiente propício e estimulante. O instrutor deverá estar
presente e atento a cada grupo e em cada etapa do trabalho.
86
Tarefa 4.3
Quando o instrutor opta pelo método expositivo oral, quais são os cuidados que
ele deve ter?
____________________________________________________________________________
Deve-se usar linguagem simples, direta, culta e de conhecimento dos treinandos, usar tom de voz
adequado, ____________________________________________________________________________
fazer uso de gestos harmoniosos, expressão verbal e corporal devem dar vida e dinamismo ao
discurso, não usar tempo superior a 40 minutos, entre outros.
____________________________________________________________________________
2) Técnica de perguntas
Tipos de Perguntas
Observações
Não se deve “QUEIMAR” o treinando com uma pergunta. Isto ocorre quando
repentinamente citamos o nome de um participante ANTES, perguntando-lhe depois sem dar-
lhe tempo de pensar na resposta.
Não se deve castigar o treinando por não saber responder a uma pergunta. Isto inibirá a
participação espontânea do grupo. Se alguém alega que não ouviu a pergunta, não o
repreenda ou recuse-se a repetir (mesmo que você note que ele estava desatento. Isto já ficou
demonstrado e a pergunta já lhe chamou a atenção).
Procure elogiar sempre que possível às respostas certas, com uma expressão:
“ÓTIMO”, “CERTO”, “MUITO BEM”, etc.
87
TRP
3) Dinâmica de grupo
4) Simulação
Existem várias técnicas que têm em comum o fato de simular a realidade. Nelas, os
treinandos assumem papéis existentes na vida real, comportando-se de acordo com eles,
podendo fazer comparações com as próprias atitudes, comportamentos e valores.
Mesmo sendo técnicas de fácil execução, nem sempre são planejadas e executadas
adequadamente, de maneira a aproveitar todas as suas possibilidades. Muitas vezes são
escolhidas apenas pelo clima da ludicidade (movimento) que proporcionam do que por alguma
razão de ordem pedagógica. Poderão ser também chamadas de vivências, pois é o que
realmente acontece com a sua prática.
88
5) Demonstração prática
Fases da demonstração
6) Estudo de caso
“A tecnologia será importante, mas principalmente porque irá nos forçar a fazer
coisas novas, e não porque irá permitir que façamos melhor as coisas velhas”.
(Peter Drucker)
89
TRP
Há trinta anos, no Brasil, não se falava em telefone celular, máquina digital, TV a cabo,
TV de Plasma, CD-Rom, DVD, videocassete, Internet, microondas, multimídia, navegação com
Posicionamento Dinâmico, praça de máquina automatizada, passadiço integrado, perfuração e
extração de petróleo com tecnologia de ponta.
Não há dúvida de que estamos vivendo um novo tempo e que a cada dia somos
desafiados a desaprender velhas posturas e aprender a dominar a tecnologia que a muitos
ainda causa medo e espanto.
Diante de tantas mudanças o indivíduo também não é o mesmo, o treinando hoje têm a
Síndrome do Pensamento Acelerado – (SPA), desenvolve várias atividades ao mesmo tempo,
é crítico, curioso e bem informado.
Para acompanhar toda a tecnologia, o instrutor precisa aprender novas formas que
facilitem a aprendizagem do treinando. Nessa perspectiva os recursos são apenas ferramentas
que auxiliam o instrutor no alcance de seus objetivos.
90
caixa amplificada e microfone.
f) Nunca utilizar equipamento que não saiba manusear adequadamente (deve treinar
antes).
91
TRP
Os recursos servem para ampliar a compreensão dos treinandos, ajudando-os a reter
informações por tempo mais prolongado. Quando bem escolhidos e utilizados, despertam a
atenção e o interesse do treinando, proporcionando uma melhor compreensão e,
conseqüentemente, melhor assimilação e retenção da aprendizagem.
SENTIDOS %
Paladar 1%
Tato 1,5%
Olfato 3,5%
Audição 11%
Visão 83%
A seguir citarei de forma mais detalhada três recursos que não julgo mais importantes;
porém, podem ser utilizados nos programas de treinamentos a bordo.
São materiais visuais, onde são escritos ou desenhados símbolos visuais (letras,
gráficos, esboços, diagramas, etc,). O quadro-de-giz e o quadro magnético fazem parte de um
equipamento comum das salas de aulas, das empresas e até no navio; mas nem sempre são
bem utilizados. Há fatores que talvez não possam ser modificados, como, por exemplo,
localização, tipo, cor e iluminação. Mas há outros que dependem exclusivamente do instrutor.
3) Videocassete ou DVD
A fita de vídeo é um recurso instrucional eficiente, porém como recurso não deve ser
utilizado indiscriminadamente. O instrutor, ao planejar o treinamento, deve selecionar a(s)
fita(s), ou o DVD que serão utilizados, adequados ao assunto que será transmitido.
93
TRP
Nunca utilize o filme/vídeo/DVD em um treinamento como um “passatempo”, nem para
se eximir das explicações. Lembre-se: todo recurso instrucional deve ser utilizado visando à
eficácia do aprendizado.
O que é avaliar?
Assim como o planejamento faz parte de um rotina diária, a avaliação também é uma
prática presente em várias situações de nosso cotidiano, tanto no contexto social, quanto no
profissional.
Se você planeja trocar de carro, antes de efetuar a compra propriamente dita faz uma
avaliação que envolve:
Diante do levantamento feito em relação ao novo carro, você tem parâmetros para
tomar decisões mais precisas.
Assim como na compra de um carro, por vezes também avaliamos as pessoas e as
situações, fazemos comparações e até emitimos um julgamento. O resultado de nossas
avaliações nos faz agir de maneira diferente com as pessoas com que convivemos. Chegamos
a ponto de dizer: “Gosto mais de Pedro do que de Paulo”. “Como Maria está séria hoje!”.
“Silas aprende mais rápido do que Gilmar”. “Admiro a competência desse instrutor!”
94
objetivos. Ela determinará até onde os objetivos da aprendizagem foram ou estão sendo
conseguidos. A avaliação oferece, portanto, subsídios para o planejamento ou replanejamento
das atividades de ensino.
Avaliação ou Medida?
AVALIAÇÃO
Processo mais amplo que a medida, podendo-se utilizar descrições
qualitativas e quantitativas mais julgamento de valor em relação ao
comportamento que se espera.
Tarefa mais complexa do que dar testes ou notas.
MEDIDA
Representação quantitativa.
É parte da avaliação e implica objetividade.
a) avaliação do aprendizado;
b) avaliação das reações e comportamentos;
c) avaliação do desempenho instrutor-treinando.
95
TRP
Tipos de Avaliação
instrumentos.
► Exemplo: Você chegou ao final do treinamento de “Primeiros Socorros” e precisa
saber o que efetivamente os treinandos aprenderam. Para verificar o grau de
aproveitamento final dos treinandos, distribuiu uma folha tarefa, acompanhou o
desempenho de cada um registrando um grau e/ou conceito.
Procedimentos de Avaliação
É importante que o instrutor veja a avaliação não como uma ação repressora e punitiva,
mas como uma ação construtiva para si e para o grupo de treinandos. É também uma forma
sadia de se avaliar, corrigir o rumo e buscar novas estratégias de ação.
96
Ao avaliar o treinando, busca-se uma avaliação integral, isto é, procura-se obter informações
quanto:
Para avaliar integralmente o treinando, use procedimentos, selecionando dentre eles aquele
que indicará o tipo de informação que se deseja conseguir.
97
TRP
Prova Consiste na execução prática de determinadas tarefas solicitadas
prática pelo instrutor, através de folhas-tarefa com descrições claras do
que deve ser demonstrado pelos treinandos.
Diante de tudo que foi apresentado, podemos concluir que a avaliação é delicada e
complexa, contudo não podemos desprezar a avaliação, pois é a partir dela que se pode saber
se o treinamento atingiu seus objetivos.
4.1) Em nosso cotidiano, seja na vida profissional, ou pessoal estamos sempre envolvidos
em planejamento. “Planejamos tirar férias numa pousada em Búzios”. “Planejamos a ida ao
Shopping”. “Planejamos a comemoração do Natal em família”. Planejamos o trajeto de casa até
o Centro da cidade”. O ato de planejar é intrínseco a tudo que fazemos.
Se estiver você no papel de instrutor a bordo, com a responsabilidade de planejar um
treinamento para a tripulação, responda às perguntas abaixo a partir dos conteúdos
aprendidos.
4.1.1) Quais são as vantagens desse planejamento?
Evita-se a improvisação e a rotina, prevê os objetivos que deseja alcançar, seleciona
____________________________________________________________________________
os recursos e as técnicas adequadas, estabelece prazos e não corre o risco de perder
____________________________________________________________________________
seu foco.
4.1.2) Quais são as características que esse planejamento deve ter para ser eficiente?
____________________________________________________________________________
O planejamento deve ser organizado, ter continuidade, ter sequência, ser objetivo e
realizável além de ser adequado e também flexível.
____________________________________________________________________________
98
4.1.3) Qual é a primeira etapa na elaboração de um planejamento?
____________________________________________________________________________
Ele se inicia com a sondagem da realidade.
____________________________________________________________________________
4.2) Um bom instrutor precisa ter clareza do que ele quer alcançar com seu grupo de
treinandos. Portanto, conhecer os objetivos e saber aplicá-los em cada situação do processo
de ensino-aprendizagem é fundamental em sua prática. Você já sabe que os Objetivos se
classificam em: Objetivo Geral e Objetivo Especifico. A partir da sua prática a bordo elabore
um exemplo de:
4.3) Na experiência prática do instrutor não basta ter sólido conhecimento técnico da sua
área de atuação. Portanto, saber aplicar os métodos e as técnicas de ensino também
são importantes. Com base no que você estudou, estabeleça a diferença entre: método
de ensino, técnica e procedimentos.
Método de Ensino pode ser conceituado como um roteiro geral para a atividade de
____________________________________________________________________________
ensino. Técnica são maneiras particulares de provocar a atividade dos alunos. E
____________________________________________________________________________
procedimento determina uma ação específica, um modo organizado de ação.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
4.4) O instrutor deve ter clareza de que as técnicas têm a finalidade de ajudar no
processo de comunicação, interação e facilitação da aprendizagem do treinando. Logo,
relembre o que você estudou sobre a técnica de trabalho em grupo e descreva as
atribuições do instrutor, durante os três momentos: no início, durante e ao final do
trabalho em grupo.
Ao início explique aos treinandos o que fazer e como devem se conduzir durante os
____________________________________________________________________________
trabalhos. Durante o trabalho supervisione os trabalhos de cada grupo, ajudando-os a
____________________________________________________________________________
resolverem as dificuldades. Cuidado para não dar muitas “dicas”, principalmente
____________________________________________________________________________
quanto aos itens que você deseja que os treinandos encontrem soluções próprias. E
____________________________________________________________________________
estimule a participação de todos os elementos de cada grupo. Ao final faça perguntas
durante os relatos das conclusões de cada grupo, orientando para a conclusão final.
4.5) Sabemos que é tarefa do instrutor avaliar os treinandos e avaliar-se freqüentemente. Os
resultados obtidos lhe auxiliarão no replanejamento e na verificação do que foi alcançado. A
partir do que você estudou, responda.
99
TRP
4.5.1) Quais são os tipos de avaliação e em quais momentos devem ser usados?
Diagnóstica, usada no início de qualquer aprendizagem. Formativa, usada dutante o
____________________________________________________________________________
processo de ensino-aprendizagem. E somativa, usada ao final do curso.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
4.5.2) Quais são os instrumentos de medida que o instrutor pode utilizar para avaliar os
treinandos?
Observação, entrevista, questionário, testes objetivos e prova prática.
____________________________________________________________________________
4.6) Ao planejar um treinamento, você decidiu usar para incentivar a aprendizagem dos
treinandos um filme em DVD. Ao usar este recurso que cuidados o instrutor deve ter? Cite pelo
menos três.
100
UNIDADE 5
101
TRP
2.3 Teoria Sociointeracionista de Vygotsk.
2.4 A aprendizagem se baseia no princípio de que as pessoas não são iguais;
portanto, cada um tem um ritmo próprio de receber e processar as informações,
criando estilos únicos de aprendizagem.
2.5 Resposta livre.
2.6 Resposta livre.
2.7 Motivação é o “combustível” que move o ser humano em prol das realizações de suas
vontades. Enquanto que incentivação é o objeto ou situação externa que vai ativar os
órgãos dos sentidos de uma pessoa.
2.8 O treinando precisa ter disposição para aprender; e o conteúdo a ser aprendido tem que
ser potencialmente significativo, com estrutura lógica, psicológica e aplicável ao seu
contexto profissional.
3.2
a) características
características pessoais, como timidez, impaciência;
tom de voz inadequado ou comunicação verbal incoerente.
b) Pouca disponibilidade de tempo;
Interesse em distorcer a mensagem; clima hostil falta de franqueza.
c) Inadequação do canal escolhido;
Distorções, ruídos, decoração do ambiente, interrupção freqüentes.
3.3
3.3 Resposta livre.
3.4
a) Representam
Representam os padrões de comportamento que são desconhecidos por nós e
óbvios para os outros.
b) Compreende as coisas das quais não estamos conscientes, nem os outros.
3.5
3.5 Resposta livre.
102
5.4 TESTE DE AUTO-AVALIAÇÃO DA UNIDADE 4
4.1.2) Deve ser organizado, ter continuidade, ter seqüência, ser objetivo e realizável,
ser adequado e ser flexível.
4.5.2)
4.5.2) Observação, entrevista, questionário, testes objetivos e prova prática.
4.6) Resposta livre.
103
TRP
104
BIBLIOGRAFIA
2. ALAMBERT, Murilo. Gestão estratégica de negócios: EAD. Rio de Janeiro: CNI, SENAI,
1998.
5. GANDIN, Danilo. Planejamento: como prática educativa. 13. ed.São Paulo: Loyola, 1983.
8. MASETTO, Marcos. Didática a aula como centro. Coleção aprender & ensinar. São
Paulo: FTD, 1997.
10. MATTOS, Luiz Alves. Sumário de didática geral. 9.ed. São Paulo: Aurora, 1970.
11. MEDEIROS, Ethel Bauzer. Provas objetivas, discursivas, orais e práticas: técnicas de
construção. 9.ed.Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1989.
14. NÉRICI, Imídeo Giuseppe. Didática geral dinâmica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 1989.
16. PHILIPPE, Perrenoud. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artmed,
1999.
105
TRP
17. PIKUNAS, Justin. Desenvolvimento humano: uma ciência emergente. São Paulo: Mc
Graw-Hill do Brasil, 1979.
18. PICKERING, Peg. Como administrar conflitos profissionais. [traduzido por Graziela
Colella]: São Paulo, Market Books, 1999.
19. PHILIPPE, Perrenoud. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed,
2000.
20. POZO, Juan Ignacio. Aprendizes e mestres: a nova cultura da aprendizagem. Porto
Alegre: Artmed, 2002.
21. TERRA, José Carlos Cyrineu. Gestão do conhecimento: o grande desafio empresarial.
São Paulo: Negócio, 2000.
106
ANEXO
PLANEJAMENTO DE TREINAMENTO
107
TRP
Método ou Recursos Avaliação Duração
Objetivos Específicos Conteúdos Técnica Instrucionais
4. Organizar propostas de 4.Como administrar 4. Método Filme em DVD; Folha tarefa; 60 min.
como administrar os conflitos os conflitos a bordo. expositivo oral
a bordo. aberto; Papel pardo; Resultado
Estudo de Jornais e
caso. revistas.
108