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Formação Pedagógica Inicial de Formadores

Módulo 2 - Simulação Pedagógica Inicial


Formação Pedagógica Inicial de Formador

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Formação Pedagógica Inicial de Formador

Índice

Enquadramento do módulo ............................................................................................................... 4


O que é a simulação pedagógica ou autoscopia ................................................................................ 5
Fases de realização de uma autoscopia ............................................................................................. 6
Preparação ..................................................................................................................................... 6
Desenvolvimento ........................................................................................................................... 7
Visionamento ................................................................................................................................. 7
Análise ............................................................................................................................................ 7
Síntese ............................................................................................................................................ 7
Características da simulação pedagógica inicial................................................................................. 8
Elaboração de um projeto de melhoria para acompanhamento da progressão das
aprendizagens .................................................................................................................................... 9
Bibliografia........................................................................................................................................ 10

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Enquadramento do módulo

Simulação Pedagógica é uma técnica utilizada na formação de formadores, de comerciais, em


dinâmica de grupos, na preparação de pessoas que assumem cargos públicos, na formação de
artistas do espetáculo e na formação na área do ‘saber-fazer’ (na indústria e no desporto), como
facilitadora da descentração, da autoanálise e da melhoria do desempenho do indivíduo, de uma
forma mais objetiva e ativa.
A utilização desta técnica, como motor inicial do desenvolvimento de uma ação de formação
Pedagógica Inicial de Formadores, pretende que os formandos identifiquem as suas principais
aptidões, expressas em termos de comportamentos, indispensáveis na preparação,
desenvolvimento e análise de uma sessão de formação; e, que desenvolvam ferramentas de
autoanálise e de identificação de comportamentos pedagógicos a adquirir e a melhorar.
A Simulação Pedagógica ou Autoscopia é uma técnica de formação pedagógica que pretende
proporcionar os meios de análise da atuação dos participantes, visando a aprendizagem e o
aperfeiçoamento dessa atuação.
As estratégias de formação de formadores visam articular a componente teórica e a prática
orientada. O recurso a instrumentos de análise da interação na sala de formação e a outras técnicas
de observação como meios de feedback e de formação permite uma maior clareza no desempenho
a obter.
O ato de formar é, necessariamente um apelo à mudança. A melhoria dos conhecimentos, o melhor
desempenho técnico, a transformação das mentalidades e o alargamento da capacidade relacional
são uma mudança, socialmente requerida e institucionalizada.
A formação pedagógica deve utilizar processos objetivos de orientação e avaliação dos formandos.
A formação de formadores deve basear-se numa estratégia de Objetivação das competências a
adquirir e o seu desempenho deve receber diversos tipos de Feedback do formador, dos restantes
formandos e de si próprio. Por este motivo, a autoscopia tem sido apresentada como uma das
formas mais interessantes para demonstrar e analisar as competências e destrezas do futuro
formador.
A utilização da autoscopia reveste-se de uma importância primordial no curso de formação inicial
de formadores no sentido de permitir ao futuro formador uma verdadeira e total análise do seu
desempenho.
Pretende-se que cada formando, após este módulo esteja apto a:
 Preparar, desenvolver e avaliar sessões de formação;
 Identificar os aspetos pedagógicos considerados mais importantes no processo de ensino-
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aprendizagem;
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 Propor soluções alternativas, apresentar sugestões de estratégias pedagógicas


diversificadas;
 Exercitar competências de análise e de autoanálise relativamente a comportamentos
observados no desenvolvimento da sessão de ensino-aprendizagem.

O que é a simulação pedagógica ou autoscopia

A autoscopia consiste num processo de autoanálise que permite ao formando rever-se na ação que
desempenha e obviamente conhecer-se melhor, através da tomada de consciência dos seus pontos
fortes e pontos fracos.
Assim, a utilização da autoscopia, na formação de formadores, tem como objetivo:
 A identificação e descrição das principais aptidões, expressas em termos comportamentais,
indispensáveis na preparação, desenvolvimento e análise de uma sessão de formação.
 A autoanálise, no sentido de desenvolver a uma atitude critica.
 A identificação dos comportamentos pedagógicos a adquirir ou a melhorar.

A autoscopia, visa melhorar o comportamento do formando, através da observação global da sua


intervenção, em situações didáticas normais ou próximas das reais.
A ideia base, é colocar o formando numa situação de formação (sessão), a fim de ser observado
pelos restantes colegas, que analisam e criticam com ele a sua atuação. Permitindo deste modo, o
aperfeiçoamento através da integração da opinião do grupo e ainda pelo desenvolvimento das
capacidades de auto-observação e autocrítica.

Mais uma vez, é importante frisar que este tipo de técnica visa:
1. Treino de competências na área da preparação, animação e análise de sessões de
formação;
2. O desenvolvimento de capacidades de crítica, de síntese e de trabalho em grupo; e,
3. O diagnóstico de comportamentos pedagógicos a melhorar.

A realização de uma autoscopia pressupõe a simulação de sessões. Em que o formador em


formação desempenha o papel de formador e os colegas do grupo, o papel de formandos.
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Fases de realização de uma autoscopia

Preparar uma autoscopia, implica a passagem por cinco fases:


1. Preparação
2. Desenvolvimento
3. Visionamento
4. Análise
5. Síntese

Preparação
Uma vez definidos os objetivos da sessão (simulada), o formando deve preparar a sessão.
Assim, deve-se começar por definir o Tema da Sessão.
Na autoscopia inicial, o tema pode ser livre, mas, nas intervenções seguintes, os
participantes deverão escolher conteúdos da sua área profissional (preferencialmente). O
tema deve ser simples para que o trabalho se centre sobretudo na forma de condução da
sessão para o segundo plano, deve deixar, o conteúdo da informação.
Em seguida, é importante definir a População Alvo. Isto é, a população a quem é dirigida
a sessão (definição do perfil dos participantes da sessão: níveis etários, escolaridade,
situação profissional...e pré-requisitos). Relativamente à Duração da Sessão, esta deve ter
uma duração máxima determinada à priori (sendo variável de situação para situação). Não
se deve esquecer os materiais necessários à sessão.
A sessão deve compreender todas as etapas necessárias para a prossecução dos objetivos
visados, isto é, deve permitir a aprendizagem do tema pelos formandos com o perfil
previamente estabelecido. É importante e imprescindível que a duração não ultrapasse o
tempo de definido.
Para que tudo corra como o planeado, o formando deve criar um plano de sessão, simples,
onde se encontre explicado tudo que será realizado na sessão. Devem ser originais, mas
minuciosos. Quanto mais pormenorizado melhor.
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Desenvolvimento
Antes do início da sessão, cada formador deverá clarificar a população-alvo, estabelecendo um
contrato com os colegas que desempenharão o papel de formandos.
Por todas as razões até agora apresentadas, há toda a conveniência em filmar a sessão. O registo
servirá para posteriormente se proceder a uma auto e hétero análise da sessão. Tendo obviamente
todas as finalidades pedagógicas.

Visionamento
Nesta fase, procede-se ao visionamento das sessões gravadas por todos os formandos. É este o
momento, em que cada formando (formador) se confronta com a sua imagem, enquanto monitor
de uma sessão de formação. Os restantes colegas e o formador, confirmarão as impressões
recolhidas acerca do visionamento. A análise de todas as sessões gravadas assume uma perspetiva
de mudança.

Análise
A análise das autoscopias pode ser feita segundo vários modelos, sendo um dos mais utilizados, o
que consiste em que para cada formando é selecionado um colega que terá como papel analisar e
criticar a performance do respetivo colega (com base em critérios pré-definidos, depois os
restantes colegas poderão completar com algumas observações), sendo seguidamente a vez do
próprio autor da sessão fazer uma análise e autocrítica, e finalmente a avaliação por parte do
formador. É importante que as críticas sejam as mais objetivas possível.

Síntese
No final de cada autoscopia é necessário que cada formando reconheça os pontos fortes e fracos
relativos à sua sessão, identificando os aspetos a melhorar na sua ação pedagógica.
Na autoscopia final, poderá ser importante comparar a performance dos formandos (formadores)
com a da autoscopia inicial.
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É possível aplicarem-se vários modelos na realização da autoscopia

MODELO I MODELO II MODELO III

Gravação de todas as Gravação de parte das Gravação de cada intervenção


intervenções intervenções
Visionamento, análise e síntese Visionamento, análise e Seguida do visionamento,
de cada intervenção síntese de parte das análise e síntese de cada
intervenções intervenção

Características da simulação pedagógica inicial

Nesta fase da formação, o formando pode escolher livremente o tema da sua apresentação. Pode
optar por apresentar uma receita, demonstrar como fazer uma flor de papel, etc.
Tem de fazer um plano de sessão que contenha, pelo menos, um pequeno esquema com os
objetivos, o conteúdo e o desenvolvimento previsto.
Geralmente a duração da sua sessão deverá situar-se entre os 10 e os 15 minutos, o que depende
do número de formandos.

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Elaboração de um projeto de melhoria para acompanhamento da progressão das


aprendizagens

Depois de todas as simulações gravadas é tempo de as visualizarmos e avaliarmos. Cada formando


deve pensar no seu trabalho e de forma crítica preencher o documento “projeto de melhoria
individual” que é fornecido pela entidade, ou seja, encontra-se disponível na plataforma para que
o possam imprimir e usar na vossa simulação inicial. Este documento será muito útil ao longo do
curso, pois, poderá sempre acrescentar dicas e sugestões no sentido de uma constante melhoria e
progressão das aprendizagens. Os itens apresentados são exatamente os mesmos que servirão de
base da avaliação da simulação final.
Ao longo do curso vamos somando aprendizagens que serão avaliadas através de fichas de
avaliação, trabalhos práticos e do Projeto de Intervenção Pedagógica (todas as informações sobre
este trabalho estão na plataforma), todos estes tempos avaliativos ajudarão na preparação da
simulação final. Assim sendo estaremos sempre a trabalhar para o momento mais importante do
curso, a Simulação Pedagógica Final.

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Bibliografia

 CNFF, Divisão de Estudos. (1991) “A Autoscopia na formação”. Coleção Formar


Pedagogicamente (nº2). IEFP. Lisboa
 Raseth, António; Sacramento, Armando. “Essa misteriosa Autoscopia”, in Revista Formar
(nº9). IEFP. Lisboa, p.52-57
 Cardoso, Maria Guilhermina. (1997) “Manual de Apoio à Formação de Formadores de
Formadores”. Turim.
 SADALLA, Ana Maria F. A.; LAROCCA, Priscila (2004). Autoscopia: Um procedimento de
pesquisa e formação. In Educação e Pesquisa. V. 30, nº 3, pp. 419-433. São Paulo
 SCHRATZ, John et al (2000). Self-evaluation in European Schools. London:
RoutledgeFalmer

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