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Índice
Objetivos Gerais
• Escolher e a aplicar as técnicas e os métodos pedagógicos mais adequados aos objetivos,
aos públicos-alvo e ao contexto de formação;
• Descrever as vantagens e importância da criatividade em meio pedagógico;
• Identificar estratégias inclusivas de públicos diferenciados;
• Identificar vantagens e desvantagens da aplicação das diferentes técnicas pedagógicas em
contextos diferenciados.
Introdução
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que o formando deve definir o seu próprio caminho para alcançar os objetivos a que se propõe. A
receção e memorização de informações dá lugar à procura ativa, à seleção e aplicação do
conhecimento.
As estratégias de autoestudo, particularmente importantes na formação a distância (onde o
formando fica “entregue a si mesmo” mediante a orientação do formador) referem-se a um
conjunto integrado de tarefas e recursos que têm o propósito de desenvolver no formando a
capacidade de aprender os conteúdos da formação de modo autónomo e significativo.
O autoestudo promove a aprendizagem individualizada, de acordo com os ritmos de cada um,
facilita a atualização formativa e oferece um maior controlo à qualidade da formação. Contudo,
este é um processo trabalhoso que necessita de maior motivação do formando, que deve definir
os seus próprios objetivos e comprometer-se emocionalmente com eles.
Alguns métodos e técnicas de autoestudo incluem a repetição, o significado, a segmentação, a
associação, a organização, a visualização e a motivação.
Neste ponto, e antes de avançarmos para os próximos tópicos, convém fazer uma distinção entre
método e técnica, dois conceitos muitas vezes confundidos. O método reporta-se ao caminho
utilizado pelo formador para que os formandos atinjam os objetivos (a aquisição de conhecimento
e competências), definindo as linhas gerais de atuação para a consecução dos fins pedagógicos.
São, de uma forma simples, uma espécie de classes onde se inclui diversas técnicas, que constituem
a forma como vamos concretizar o método através de diferentes instrumentos auxiliares. Os
métodos pedagógicos requerem, assim, o uso de diferentes técnicas pedagógicas e condicionam as
situações formativas e os resultados da formação.
Métodos Pedagógicos
A efetivação da aprendizagem só pode ocorrer através da existência de um método pedagógico,
que consiste num conjunto estruturado de princípios que orientam a formação e definem o
caminho utilizado pelo formador para conseguir atingir o objetivo (aprendizagem). Conforme
referenciado, o método pressupõe a utilização de técnicas distintas e tem um papel decisivo no
resultado da formação.
Os métodos podem ser mais orientados para o formando ou para o formador. Os métodos que
colocam o formando no centro do processo formativo são os não-diretivos (ativo), que têm o
propósito de facilitar a aprendizagem ao ritmo dos formandos, o que pressupõe um maior
dispêndio de tempo e uma menor necessidade de recorrer aos meios audiovisuais. Os métodos
orientados para o formador são os diretivos (expositivo e demonstrativo), uma vez que se baseiam
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dispêndio de tempo e uma maior necessidade de recorrer aos meios audiovisuais. Podemos, ainda,
falar dos métodos semidiretivos, nomeadamente o método interrogativo, que poderá assumir um
papel mais ativo ou mais passivo consoante a maior ou menor orientação do formador a este
respeito.
Os métodos pedagógicos não têm uma hierarquia diferenciada de importância e o uso isolado de
cada um deles não é considerado infalível. O importante é que o formador saiba experimentar e
escolher vários métodos tendo em conta os aspetos descritos acima, relacionados com as
características e condicionantes de cada situação formativa.
O formador pode, inclusive colocar algumas questões antes da escolha do método pedagógico a
utilizar:
• Qual a complexidade da informação?
• Qual será a resistência dos formandos àquilo que vai se apresentado?
• Qua a importância da participação dos formandos?
• Quanto tempo tenho disponível?
• Os métodos selecionados potenciam a diversidade e a participação?
• Qual o meu domínio e segurança face ao método selecionado?
• Qual o trabalho que terei após a seleção de um método?
• É possível utilizar dois ou mais métodos em conjunto?
• O método escolhido requer equipamentos ou salas com condições específicas?
Não há receitas infalíveis, o importante é saber adaptar os métodos a cada situação e variar. A
diversificação da utilização dos métodos é tanto mais importante se considerarmos que o ser
humano retém: 20% do que ouve, 30% do que vê, 50% do que vê e ouve simultaneamente, 80% do
que diz e 90% do que diz enquanto faz algo em que reflete e participa pessoalmente.
Os métodos mais comuns são o expositivo, demonstrativo, interrogativo e ativo, que serão
descritos a seguir.
Método expositivo
O método expositivo consiste na transmissão oral de informações e conteúdos essencialmente
teóricos. O formando assume um papel passivo na relação pedagógica, limitando-se a receber as
informações do formador, o que resultará num ambiente pouco dinâmico e participativo. Este é o
método mais utilizado no ensino tradicional, em seminários e conferências, aplicando-se
particularmente no domínio cognitivo (saber-saber). Este é um método essencialmente não
participativo, pelo que a qualidade depende inteiramente das competências de comunicação do
formador.
A comunicação é unilateral (o formador fala e o formando escuta), pelo que não deve ser utilizado
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de forma muito frequente nem por longos períodos de tempo, principalmente se considerarmos
que o ser humano apenas retém 20% do que ouve. Além disso, este processo está relacionado com
a eventual perda ou distorção da informação, devido a características como a má colocação de voz
do formador, aos ruídos existentes na sala, ao cansaço dos ouvintes, ao quadro de referência dos
formandos, ao seu conhecimento lexical ou à própria ambiguidade de vários termos.
A utilização do método expositivo pode ser útil em algumas situações, designadamente quando:
• A sessão expositiva é o meio mais prático e menos oneroso de fornecer a informação;
• Os conceitos devem ser explicados de maneira indutiva e o formador é o único a poder
responder às questões dos formandos;
• Num curso cuja metodologia não assente neste método, breves sessões expositivas podem
alterar o ritmo e despertar maior interesse dos participantes;
• A sessão expositiva for a única forma de responder a questionários ou dúvidas dos
formandos e ainda acrescentar informação;
• O método for adequado aos seguintes objetivos: motivação do auditório para um tema
novo, aquisição de conceitos, diretrizes para a execução de uma atividade, reforço de
informação;
• A informação e os conhecimentos sobre um tema podem mudar tão rapidamente que a
atualização para os potenciais formandos/auditório é mais eficaz se recorrermos a uma
exposição oral.
Fonte: http://formacao.fikaki.com
A aplicação do método expositivo deve ter em conta as três etapas fundamentais de uma
exposição: preparação, desenvolvimento e conclusão.
Preparação
• Preparação das sessões de formação atendendo à caracterização prévia do público-alvo
(como, por exemplo, o grau de conhecimentos sobre o tema, a motivação, a idade, as
habilitações ou a experiência profissional);
• Criação de auxiliares de memória apenas com os pontos-chave do tema (nunca escrever
textos completos) e visualmente apelativos;
• Preparação prévia dos conteúdos a abordar;
• Análise prévia das condições materiais existentes e recursos disponíveis (como a sala ou os
equipamentos técnicos);
• Definição de regras de funcionamento;
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Desenvolvimento
• Estímulo do interesse dos formandos para o tema em análise;
• Conhecimento dos interesses e expectativas dos formandos relativamente à formação;
• Comunicação dos objetivos da sessão e verificação de pré-requisitos;
• Exposição dos conteúdos por blocos temáticos, do mais simples para o mais complexo;
• Explicação lógica e coerente dos conteúdos;
• Sistematização das ideias principais;
• Estímulo do debate e participação dos formandos;
• Reforço das opiniões e promoção de feedback;
• Recurso a uma linguagem clara e acessível;
• Recurso a meios audiovisuais que auxiliem a aprendizagem;
• Recurso a analogias e exemplos práticos.
Conclusão
• Síntese da apresentação (que pode ser feita em conjunto com a técnica das perguntas aos
formandos);
• Reforço das ideias principais;
• Abertura do caminho para tópicos futuros;
• Resolução de exercícios para consolidação dos conceitos expostos;
• Manifestação de abertura para eventuais esclarecimentos dos formandos.
VANTAGENS DESVANTAGENS
Transmissão de vários conteúdos em pouco Enfoque no formador e nos conteúdos a
tempo; transmitir;
Método demonstrativo
O método demonstrativo assenta no conhecimento técnico/prático do formador e no recuso à
exemplificação prática para mostrar como se realizar uma determinada tarefa técnica ou prática,
que deve ser repetida e aprendida pelo formando. Este método coloca a ênfase no saber-fazer,
requerendo o domínio completo do formador em relação àquilo que pretende demonstrar.
Este método, por si só, não apela à participação dos formandos na descoberta do saber-fazer, mas
potencia o desenvolvimento de automatismos e aptidões motoras. O formador explica e mostra
em simultâneo, associando o saber-saber e o saber-fazer. A utilização deste método é fundamental
em certas aprendizagens de carácter técnico.
Este método desenvolve-se de acordo com uma sequência de quatro fases:
• Explicitar. O formador deve explicar o formando em que consiste a tarefa a realizar e o seu
propósito, questioná-lo acerca do seu grau de conhecimentos e articulá-la com a sua
experiência, criando as melhores condições possíveis para a sua realização;
• Demonstrar. Nesta etapa, o formador demonstra e explica como se realiza a tarefa, dando
destaque às ideias-chave. A demonstração deve ter uma sequência lógica e contemplar as
diferentes formas de realizar a tarefa, respeitando os ritmos de aprendizagem dos
formandos;
• Executar. O formando tem a oportunidade de executar a tarefa, experimentando e
corrigindo os erros até alcançar os resultados esperados. O formador deve corrigir
eventuais erros, reforçar as ideias-chave e esclarecer dúvidas;
• Controlar. O formador deve garantir a aprendizagem efetiva dos formandos, formulando
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próprios.
VANTAGENS DESVANTAGENS
Promoção do diálogo e do ensino prático de Dispêndio de muito tempo na execução do
uma tarefa; método:
Método interrogativo
O método interrogativo baseia-se numa comunicação bilateral assente na formulação de
perguntas, potenciando uma relação pedagógica de maior proximidade entre formador e
formandos. Este método reporta-se a um processo de interações verbais dirigidas pelo formador
que normalmente assume um formato do tipo pergunta-resposta. O seu objetivo consiste na
descoberta pelos formandos dos conceitos ou conhecimentos a memorizar. Este método dá mais
importância ao pensamento autónomo e ativo do formando.
O método interrogativo pode ser aplicado nos domínios do saber-fazer e do saber-saber, aplicando-
se ao conteúdo de uma exposição ou demonstração. Neste sentido, pode ser aplicado em
diferentes situações formativa, designadamente quando se pretende verificar o nível de
conhecimentos dos formandos sobre um determinado tema, para rever assuntos e verificar pré-
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requisitos, para recordar ideias-chave, para consolidar a aprendizagem, para garantir a participação
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dos formandos e captar a sua atenção ou para variar o método pedagógico, imprimindo maior
dinamismo à sessão.
Este método é normalmente utilizado em conjunto com outros métodos, podendo ser aplicado,
por exemplo, em situações de avaliação diagnóstica ou quando se pretende controlar o
conhecimento adquirido através do método expositivo. O recurso a este método pode despertar
um maior interesse e motivação para aprender.
Neste tipo de método, é possível recorrer a técnicas como o interrogatório (perguntas específicas
do formador para avaliar a aquisição de conhecimentos), a argumentação (o formador determina
o tema e os formandos têm de encontrar os argumentos para o discutir com o formador) ou o
diálogo (o formador lança o diálogo sobre um tema e pede ao grupo que dê a sua opinião sobre o
mesmo).
O tipo de perguntas colocado aos formandos deve ser claro, objetivo e simples, de modo a evitar
distorções por parte dos formandos, e as questões devem estar em articulação com as experiências
do grupo. Deste modo, é possível falar em diversos tipos de perguntas:
• Perguntas dirigidas à memória: são aquelas que implicam o relembrar de informação
específica;
• Perguntas dirigidas ao raciocínio: são perguntas que levam o formando a pensar e a
desenvolver a sua informação;
• Perguntas criativas: exigem do formando soluções novas e originais, a partir de dados
fornecidos anteriormente;
• Perguntas pessoais: este tipo de perguntas suscita no formando a expressão de opiniões,
sentimentos e valores pessoais. Esta classificação de perguntas baseia-se na taxonomia de
objetivos educacionais de Bloom. Estão também hierarquizadas por níveis de complexidade
de operações cognitivas;
• Perguntas abertas: são aquelas perguntas cujas respostas se conseguem através de uma
elaboração diferente de indivíduo para indivíduo. Podem ter uma ou várias respostas
aceitáveis;
• Perguntas fechadas: são perguntas que apenas têm uma única resposta correta à qual só
se chega através de processos mentais semelhantes.
Fonte: http://formacao.fikaki.com
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VANTAGENS DESVANTAGENS
Dinamismo e interação entre formador e Desmotivação do formando no caso de
formandos; responder incorretamente às questões;
Método ativo
O método ativo reporta-se à aprendizagem do formando através da sua experiência pessoal e de
uma forma interativa, baseando-se na atividade, liberdade e autoexpressão. O formador assume o
papel de orientador, mediador e observador da formação. Este tipo de método abrange os
domínios cognitivo (saber-saber), afetivo (saber-ser) e psicomotor (saber-fazer), incluindo em si
todos os outros métodos. O processo de aprendizagem é grupal, ativando uma comunicação
multilateral e uma troca dinâmica de informações, opiniões e experiências. O objetivo é criar
situações o mais semelhantes possível à realidade profissional dos formandos e potenciadoras da
descoberta de soluções.
Neste processo, há uma maior autonomia e responsabilização do formando pelo seu próprio
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processo de aprendizagem, na medida em que este constrói o seu saber recorrendo a atividades
significativas e em articulação com os seus interesses e motivações. Este método tem em conta o
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formando na sua globalidade e prevê o exercício da sua autonomia e liberdade num contexto
dinâmico, seguro e aberto à diversidade.
O método ativo é o mais adequado quando pretendemos desenvolver nos formandos
competências cognitivas, comportamentais e sociorrelacionais, como é o caso do trabalho em
grupo, dos processos de tomada de decisão, da capacidade de liderança, das competências
comunicacionais ou da criatividade. Além disso, potencia a aquisição de conhecimentos teóricos
através do trabalho de grupo. Neste sentido, o formador atua como um gestor pedagógico,
cooperando com o grupo (estimula), ajudando os formandos (clarifica) e conduzindo os esforços
do grupo (orienta). Desta forma, os formandos têm uma nova postura perante a formação,
discutindo, analisando os temas, procurando soluções e interagindo com o grupo e com o
formador, de acordo com uma perspetiva socioconstrutivista da aprendizagem.
VANTAGENS DESVANTAGENS
Promoção da cooperação e do espírito de Maior dificuldade na condução da sessão;
grupo;
Técnicas Pedagógicas
A técnica pedagógica refere-se a uma estratégia, procedimento ou forma concreta de apresentar
ou orientar as aprendizagens, com o propósito de facilitar a aquisição de conhecimentos. As
diferentes técnicas são complementares, pelo que não podem ser usadas isoladamente, tal como
acontece com os métodos pedagógicos. A seleção das técnicas a utilizar terá sempre por base os
objetivos da formação.
A diversificação e a aplicação sequencial das técnicas são fatores essenciais para o sucesso da
formação e a consecução dos objetivos propostos. A utilização correta das técnicas pedagógicas
contribui para que o método desempenhe a sua função de gestão da formação, pelo que é
importante o domínio das técnicas que garantam que o método adotado seja um fator efetivo de
aprendizagem e sucesso.
Também é importante referir que há técnicas que podem ser aplicadas para a obtenção de
conhecimento, para a avaliação ou para a investigação, mas a mesma técnica pode ser útil para
mais do que uma habilidade.
De seguida, vamos descrever as seguintes técnicas pedagógicas: simulação, jogo de papéis,
exposição, demonstração, estudo de casos, tempestade de ideias, projetos, aprendizagem no posto
de trabalho, exercícios práticos, tutoria e dinâmicas de grupo.
Simulação/Autoscopia
A simulação ou autoscopia consiste na reconstituição de uma situação concreta de acordo com um
modelo, implicando o desempenho de um papel próximo do assumido (ou a assumir) pela pessoa
em situação de simulação. A simulação é filmada e posteriormente visionada e analisada pelo
grupo, pelo próprio formando e pelo formador. No contexto da FPIF, a autoscopia é uma técnica
muito comum, tendo por base a simulação de uma sessão. Este processo permite que a pessoa se
reveja em ação e tome consciência dos seus pontos fortes e pontos fracos, de modo a melhorar o
seu desempenho.
A técnica da simulação desenvolve no indivíduo a capacidade de autoanálise e ajuda a melhorar a
preparação, a animação e o desempenho das funções de formador. Ao conhecer-se melhor, não só
através da observação, mas também do feedback do grupo e do formador, o indivíduo pode
contribuir mais eficazmente para a melhoria do seu desempenho e para o sucesso da formação. A
análise da simulação deve ser realizada com um formador com vastos conhecimentos na área
comportamental, na medida em que esta técnica é geradora de ansiedade e stresse por parte da
pessoa que faz a intervenção (principalmente porque sabe ou está a ser analisada). A este respeito,
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convém realçar que os comentários devem restringir-se à forma como os conteúdos são
transmitidos e não ao indivíduo ou ao conteúdo. Deste modo, a simulação deve ser usada com
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precaução (porque pode ser constrangedora) e encarada como um exercício de treino (não um
instrumento de avaliação).
A preparação de uma simulação deverá ter em conta alguns aspetos, nomeadamente as
características dos participantes, o clima do grupo no início da formação, a duração da ação, o local
da ação e os materiais técnico-pedagógicos disponíveis. Além disso, apesar de não haver um
modelo único para a aplicação desta técnica, é fundamental seguir algumas etapas, como é o caso
da preparação da intervenção pelo formando, a videogravação da simulação, o visionamento da
intervenção (pelo próprio, pelo grupo e pelo formador) e a análise (aspetos positivos, aspetos a
melhorar e sugestões para melhoria).
No que diz respeito às suas vantagens, esta técnica de autoavaliação permite que os participantes
se revejam e ganhem consciência daquilo que fazem bem e daquilo onde podem melhorar,
contribui para a alteração de atitudes e comportamentos e potencia a afirmação pessoal através
da transmissão de ideias. Por outro lado, o sucesso desta técnica depende de um profundo
processo de autorreflexão que dificilmente se consegue impor de fora para dentro.
ser estudado naquele momento. No final, pode-se pedir a um elemento do grupo que registe as
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Exposição
A exposição consiste na apresentação de um tema específico perante uma audiência. Esta é a
técnica mais ajustada a grupos grandes e pressupõe fatores como o dom da oratória e da
apresentação (domínio da voz, timbre, volume, gestos), a organização prévia dos materiais de
suporte e de gestão do tempo e a elaboração de esquemas/sínteses.
Demonstração
A demonstração é uma técnica que permite que os formandos observem como se realiza uma
determinada tarefa e que coloquem em prática aquilo que observaram, através da
experimentação. É uma técnica adequada para explicar processos ou operações, sobretudo
psicomotores, podendo ser direta (realizada pelo formador) ou indireta (demonstrada através de
filmes, vídeos ou programas de computador, por exemplo)
Este tipo de técnica requer o cumprimento de quatro requisitos fundamentais:
• Preparação cuidada de todas as fases da demonstração (pois não há lugar a repetições) e
do equipamento/material necessário;
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Estudo de casos
O estudo de casos tem como objetivo criticar dados, opiniões e hipóteses e descobrir novas
perspetivas na apreciação dos problemas e na tomada de decisões. Quando falamos do conceito
de caso, reportamo-nos a uma situação concreta que exige uma resolução ou uma tomada de
decisão. Esta técnica é eficaz quando se pretende desenvolver aptidões como a análise de
situações, a seleção de informações importantes, a conceção de várias hipóteses de solução, a
comunicação de ideias, o diagnóstico de problemas e a tomada de decisões.
O caso pode ser apresentado de diversas formas, como a descrição, a narração, o diálogo, a
dramatização ou o filme. O mais importante é que tenha características que o tornem verosímil,
polémico e motivador. Esta técnica deve ser aplicada quando se pretende motivar os formandos,
desenvolver a capacidade de análise crítica, estimular o trabalho em equipa, promover a aquisição
de novos conceitos, desenvolver o reportório lexical e potenciar a capacidade de tomada de
decisões.
Quando o formador opta por utilizar esta técnica, deve preparar o caso em função das
características e realidade dos formandos, distribuir o caso a cada formando e explicar a
metodologia, manter-se imparcial face à opinião do grupo e realizar uma síntese.
suas ideias;
• Seleção das melhores ideias, fase em que se apuram as ideias mais importantes e que têm
possibilidade de ser colocadas em prática.
Durante a aplicação desta técnica, o formador atua como moderador, não fazendo qualquer
avaliação sobre as ideias dos formandos e garantindo que não sejam emitidos juízos de valor pelo
grupo. Frequentemente, o formador regista as ideias proferidas, agrupa-as em classes e força uma
decisão/solução por parte do grupo, sem emissão de qualquer opinião.
Esta técnica apresenta várias vantagens:
• Capacita os formandos para a criação de ideias e soluções originais;
• Contribui para a superação da padronização, da rotina e da indiferença;
• Revela a existência de uma multiplicidade de soluções;
• Desenvolve a flexibilidade mental;
• Ativa uma relação mais espontânea no grupo e causa bem-estar no final.
No entanto, a técnica é de difícil aplicação em grupos muito grandes e apresenta dificuldades no
que diz respeito ao controlo do grupo.
Projetos
O projeto tem como base a participação dos elementos de um grupo com o propósito de elaborar
um trabalho planificado e organizado em comum acordo. O trabalho encontra-se orientado para a
resolução de um problema e o projeto consiste em estudar um tema, responder a um problema e
concretizar uma ação. Este tipo de técnica relaciona-se com investigação-ação e pressupõe a
existência de uma motivação intrínseca.
Os formandos selecionam um tema ou problema do seu interesse e fazem a sua planificação,
nomeadamente no que se refere ao modo de tratamento ou resolução do problema. Através da
realização de um projeto, os formandos ficam com mais conhecimentos sobre um tema ou
problema específico e desenvolvem a sua capacidade de escrita, reflexão e abordagem pessoal do
tema.
Exercícios práticos
Os exercícios práticos, como o nome indica, permitem aplicar os conteúdos ministrados, verificando
se houve aquisição de conhecimentos e quais as dificuldades dos formandos. Esta é uma das
técnicas mais utilizadas na formação e frequentemente ocorre após a exposição dos conteúdos,
sendo uma forma de consolidar os conhecimentos. Contudo, se usada de forma excessiva, pode
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Tutoria
A tutoria consiste numa ação de orientação e suporte aos formandos por parte de um tutor, sendo
realizada de forma sistemática e contínua. O tutor deve dedicar aos seus tutorandos uma atenção
privilegiada:
• Esclarecendo e debatendo questões;
• Auxiliando-os no seu processo de integração nos contextos formativos;
• Orientando-os e esclarecendo dúvidas;
• Promovendo a sua participação ativa na atividade formativa;
• Refletindo sobre as suas potencialidades e dificuldades;
• Promovendo a motivação para a aprendizagem;
• Promovendo a participação ativa dos formandos e a qualidade do processo de
ensino/aprendizagem;
• Facilitando o desenvolvimento de competências cognitivas, afetivas, pessoais e sociais que
melhorem o seu desempenho, as suas atitudes e as suas relações interpessoais.
Dinâmicas de grupo
A dinâmica de grupos é uma técnica que promove a aproximação, conhecimento e partilha de ideias
e valores entre os intervenientes. Em contextos formativos, pode recorrer-se a estes jogos para
alcançar objetivos específicos em relação a um dado tema, para desenvolver competências
concretas ou apenas para descontrair e quebrara a monotonia, aliviando o ritmo da sessão e
motivando. Este processo permite enriquecer o potencial dos formandos ao nível da criação,
formação e transformação do conhecimento. As dinâmicas também promovem uma maior
integração no grupo, o que contribui para fatores como a segurança, a valorização, a autoestima
ou a afiliação.
Existe um conjunto diverso de dinâmicas de grupo que incluem as técnicas de apresentação,
integração, animação ou capacitação. O recurso a este tipo de técnicas permite melhorar a
assimilação de novos conhecimentos e promover atitudes de aceitação face à atividade profissional
dos formandos, sendo fundamental a sua aplicação correta e articulada com os conteúdos
ministrados. Por essa razão, as dinâmicas devem integrar-se construtivamente na estrutura
pedagógica da formação, não surgindo como peças soltas no preenchimento de espaços vazios.
Quando colocados em prática de forma eficiente, os jogos criam interesse e motivação nos
formandos, podendo funcionar como um ponto de partida para outras atividades.
A aplicação de dinâmicas de grupo em contexto formativo rege-se por alguns princípios básicos:
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promover as dinâmicas;
• A mesma dinâmica pode ser utilizada mais do que uma vez e com diferentes objetivos,
considerando o momento da sua aplicação e as características específicas do grupo onde
se aplica;
• As regras devem ser definidas antes do início da dinâmica (não havendo lugar a alterações
após o seu esclarecimento), de preferência fazendo uso da espontaneidade, informalidade,
criatividade e humor;
• O espírito de grupo deve ser estimulado (garantindo a salvaguarda da individualidade de
cada elemento);
• Não há respostas certas ou erradas, dando-se primazia ao envolvimento e participação do
grupo;
• O formador deve evitar atitudes e comentários negativos, destrutivos e ridicularizantes;
• A participação dos formandos não deve ser sujeita a juízos de valor ou interpretações,
devendo ser contextualizada no contexto da própria dinâmica e da relação grupal;
• Após o término da dinâmica, deve haver partilha de opiniões com o grupo.
utilizar;
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de cada um, abrindo espaço para a expressão individual. As próprias questões sobre os conteúdos
Criatividade Pedagógica
A criatividade consiste na capacidade de criar, produzir ou inventar ideias novas. Ser criativo é
pensar “fora da caixa” (“think outside the box”), sendo original e não imitando aquilo que já se
encontra pré-estabelecido ou que já foi feito milhares de vezes. Algumas características da pessoa
criativa incluem a autoconfiança, a flexibilidade, a coragem, a intuição, a capacidade de associação
de ideias e conceitos, a perceção aguçada, a imaginação, a capacidade crítica, o entusiasmo e a
profundidade.
A criatividade é uma função humana intrínseca que pode ser aplicada à criação de objetos de
qualquer natureza ou à resolução de problemas. Esta função está dependente do meio onde
crescemos e da sua estimulação. Contudo, há técnicas individuais e de grupo que permitem
estimular a criatividade. Usualmente, as técnicas de grupo são as mais utlizadas, na medida em que
são mais vantajosas: o brainstorming, por exemplo, pode ser usado individual ou coletivamente,
mas a sua aplicação em grupo melhora significativamente os resultados e estimula a tolerância e a
escuta ativa.
Os mapas mentais constituem um exemplo de uma técnica individual de criatividade. Esta é uma
técnica gráfica que, partindo de uma palavra-chave, ícones ou gráficos, se vai decompondo através
de outros elementos associados e complementares. Esta ramificação dá origem ao mapa mental,
destacando os aspetos mais importantes e levantando questões relacionadas com as vantagens e
desvantagens, o porquê, o como, o onde e o quando. Esta técnica facilita a criação e mostra de uma
forma simples aquilo que se pretende.
A técnica dos seis chapéus é o exemplo de uma técnica que potencia a criatividade em grupo e a
tomada de decisão. Os seis chapéus representam os diferentes pontos de vista com base nos quais
se poderá analisar uma situação ou um problema. O objetivo desta técnica é que todos os
elementos do grupo contribuam com ideias e colaborem no processo de tomada de decisão. Todas
as pessoas devem usar cada chapéu ou ponto de vista para analisar uma situação ou problema,
sendo que cada chapéu tem uma cor diferenciada em função da perspetiva acerca da temática.
obstáculos;
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• Chapéu azul: exposição de uma visão geral sobre a temática, sintetizando o debate,
avaliando e ponderando as alternativas expostas.
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Conclusão
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Bibliografia
Webgrafia
• http://formacao.fikaki.com
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