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Índice
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Objetivos Gerais
• Caracterizar os sistemas de qualificação com base nas finalidades, no público-alvo, nas
tecnologias utilizadas, no tipo e modalidade de formação pretendida;
• Identificar a legislação, nacional e comunitária, que regulamenta a Formação Profissional;
• Enunciar as competências e capacidades necessárias à atividade de formador;
• Discriminar as competências exigíveis ao formador no sistema de formação;
• Identificar os conceitos, as principais teorias e os modelos explicativos do processo de
aprendizagem;
• Identificar os principais fatores e as condições facilitadoras da aprendizagem;
• Desenvolver um espírito crítico, criativo e empreendedor.
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Siglas e Abreviaturas
• ALV - Aprendizagem ao longo da vida
• ANQ - Agência Nacional para a Qualificação
• CCP - Certificado de Competências Pedagógicas
• CEF - Educação e Formação de Jovens
• CEFA - Centro de Estudos e Formação Autárquica
• CIC - Caderneta Individual de Competências
• CNAEF - Classificação Nacional de Áreas de Educação e Formação
• CNQ - Catálogo Nacional de Qualificações
• CQEP - Centros para a Qualificação e Ensino Profissional
• CV - Curriculum Vitae
• ECTS - European Credit Transfer and Accumulation System
• ECVET - European Credit System for Vocational Education and Training
• EF - Programa Educação e Formação
• EFA - Educação e Formação de Adultos
• EQAVET - European Quality Assurance Reference Framework for Vocational
Education and Training
• EQF - Europass Qualifications Framework
• FPIF - Formação Pedagógica Inicial de Formadores
• IEFP - Instituto de Emprego e Formação Profissional
• INA - Instituto Nacional de Administração
• LBSE - Lei de Bases do Sistema Educativo
• MEC - Ministério da Educação e Ciência
• MEE - Ministério da Economia e do Emprego
• PNL - Programação Neurolinguística
• POPH - Programa Operacional Potencial Humano
• QEQ - Quadro Europeu de Qualificações
• QNQ - Quadro Nacional de Qualificações
• QREN - Quadro de Referência Estratégico Nacional
• RVCC - Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências
• SNQ - Sistema Nacional de Qualificações
• EU - União Europeia
• UFCD - Unidade de Formação de Curta Duração
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Introdução
A formação profissional tem vindo a sofrer alterações estruturais e conteudísticas nos últimos anos,
lançando os formadores em redes formativas cada vez mais complexas e desafiantes. Neste
sentido, o enquadramento da atividade surge como uma exigência para os futuros formadores,
nomeadamente no que diz respeito a aspetos como os contextos de intervenção, os novos desafios
da profissão, a estruturação dos programas de formação e o desenvolvimento da formação por
competências.
O presente manual insere-se no contexto da Formação Pedagógica Inicial de Formadores (FPIF) e
consiste na compilação de um conjunto de indicações teóricas e práticas que tem como finalidade
fornecer um itinerário pedagógico que se traduza numa formação estruturada e na consolidação
de aprendizagens através de um método ativo.
Considerando que o aproveitamento na FPIF certifica o indivíduo para o exercício profissional das
funções de formador, este primeiro módulo tem como objetivo familiarizar o formando com os
contextos onde poderá vir a desenvolver a sua formação, o enquadramento legal e princípios
deontológicos da profissão, as suas principais competências e responsabilidades e alguns conceitos
relacionados com a formação.
Numa primeira parte, referente ao submódulo 1.1. Formador: Contextos de Intervenção, objetiva-
se dotar os formandos dos conhecimentos legislativos subjacentes à formação, de modo a que
tenham consciência dos contextos e desafios da profissão. A segunda parte, que incide sobre o
módulo 1.2. Aprendizagem, Criatividade e Empreendedorismo, tem como propósito principal
transmitir aos formandos os conceitos de criatividade, empreendedorismo e aprendizagem
diferenciada.
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SUBMÓDULO 1.1.
Formador: Contextos de intervenção
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as pessoas devem ter para alcançar o emprego, a realização pessoal, a inclusão social e
a cidadania ativa: comunicação na língua materna, comunicação em línguas
2Para conhecer o Sistema Educativo Português, sugere-se a leitura do último relatório do Centro Europeu para o
Desenvolvimento da Formação Contínua (CEDEQP) sobre o Sistema de Educação e Formação e o último relatório sobre a
Educação e Formação em Portugal, criado pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC).
NÍVEIS DE
QUALIFICAÇÕES
QUALIFICAÇÃO
Nível 1 2.º Ciclo do ensino básico
3.º Ciclo do ensino básico obtido no ensino básico ou por
Nível 2
percursos de dupla certificação
Ensino secundário vocacionado para prosseguimento de
Nível 3
estudos de nível superior
Ensino secundário obtido por percursos de dupla
certificação ou ensino secundário vocacionado para
Nível 4
prosseguimento de estudos de nível superior acrescido de
estágio profissional – mínimo de 6 meses
Qualificação de nível pós-secundário não superior com
Nível 5
créditos para prosseguimento de estudos de nível superior
Nível 6 Licenciatura
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Nível 7 Mestrado
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Nível 8 Doutoramento
Tabela 2. Estrutura do QNQ.
profissional que, apesar de não se encontrarem integradas no CNQ, pressupõem a sua conclusão
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com aproveitamento. Este documento promove uma apresentação mais eficaz das formações e
competências adquiridas ao longo da vida e permite aos empregadores apreender mais facilmente
a adequação das competências dos candidatos aos postos de trabalho.
As redes de entidades formadoras do SNQ são as seguintes (http://portal.iefp.pt):
• Centros para a Qualificação e o Ensino Profissional (CQEP);
• Estabelecimentos de ensino básico e secundário do Ministério da Educação e Ciência
(MEC);
• Centros de formação profissional e de reabilitação profissional de gestão direta e
participada do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP);
• Escolas profissionais;
• Estabelecimentos de ensino particular e cooperativo com paralelismo pedagógico;
• Entidades formadoras de outros ministérios;
• Entidades com estruturas formativas certificadas do sector privado.
A obtenção de qualificações pode ocorrer através da formação inserida no CNQ, do
reconhecimento, dos processos de RVCC e do reconhecimento de títulos adquiridos noutros países
por parte da Agência Nacional para a Qualificação (ANQ).
Ensino básico: escolaridade obrigatória. O ensino básico é constituído por três níveis de
escolaridade (Tabela 1):
• 1.º Ciclo. Aquisição de competências básicas (monodocência).
• 2.º Ciclo. Organização em várias áreas do saber (pluridocência).
• 3.º Ciclo. Preparação para prosseguimento de estudos ou entrada na vida ativa
(pluridocência).
Ensino superior. O ensino superior estrutura-se de acordo com os princípios de Bolonha, estando o
acesso sujeito a numerus clausus. O acesso ocorre mediante um exame nacional ou específico para
maiores de 23 anos. Organiza-se em universidades e politécnicos, sendo atribuídos os graus de
licenciado, mestre e doutor.
Entende-se por FORMAÇÃO PROFISSIONAL INSERIDA NO MERCADO DE TRABALHO a que é
destinada especificamente a ativos, por conta própria ou de outrem, podendo também ser
destinada a candidatos ao primeiro emprego. O objetivo principal é o exercício qualificado de uma
atividade profissional. Esta formação é promovida por empresas, associações empresariais, centros
de formação e outras entidades empregadoras ou formadoras.
No âmbito da formação profissional inserida no mercado de trabalho, podemos destacar as escolas
tecnológicas, as escolas de hotelaria e turismo e as escolas de saúde. As escolas tecnológicas têm o
objetivo de promover a formação inicial e a valorização dos quadros médios empresariais de
setores caracterizados pela tecnologia existente e proporcionar a requalificação dos técnicos já
ativos e contribuir, por essa via, para a inovação tecnológica. Estas escolas são privadas e contam
com a participação de associações empresariais e entidades com representação industrial. Existem
oito escolas tecnológicas em Portugal.
As catorze escolas de hotelaria e turismo existentes em Portugal procuram responder a dois
desafios: a qualificação de novos profissionais para a entrada no mercado de emprego e o
aperfeiçoamento de ativos.
No que diz respeito às escolas de saúde, a formação inicial na área da saúde é executada pelas
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profissionais tecnológicas. Existem igualmente escolas privadas que oferecem cursos de formação
inicial conferindo graus de licenciatura. A formação inicial dos profissionais de saúde está integrada
ou no sistema de ensino ou no mercado de trabalho. Nas escolas integradas no sistema de ensino,
algumas têm dupla tutela (Educação e Saúde) e incluem as escolas públicas que ministram os cursos
de enfermagem e de tecnologias da saúde. Ao nível da formação profissional ligada à aprendizagem
(alternância), existem cursos para ingresso na vida ativa como ajudantes de fisioterapia, assistentes
de geriatria, assistente familiar e técnico-adjunto de saúde.
Também podemos destacar a formação promovida pelo IEFP, que é o serviço público de emprego
nacional e tem como missão promover a criação e a qualidade do emprego e combater o
desemprego, através da execução das políticas ativas de emprego e formação profissional. As
principais ofertas formativas disponíveis podem ser consultadas na página oficial do IEFP
(www.iefp.pt), de acordo com a sua rede de centros.
A oferta poderá ainda ser consultada na página do POCH (Programa Operacional Temático Capital
Humano - https://www.poch.portugal2020.pt), segundo os seus cinco eixos de intervenção
prioritários:
• Promoção do sucesso educativo, do combate ao abandono escolar e reforço da qualificação
dos jovens para a empregabilidade;
• Reforço do ensino superior e da formação avançada;
• Aprendizagem, qualificação ao longo da vida e reforço da empregabilidade;
• Qualidade e inovação do sistema de educação e formação;
• Assistência técnica.
A formação contínua da administração pública é levada a cabo pelo Instituto Nacional de
Administração (INA) e pelo Centro de Estudos e Formação Autárquica (CEFA).
Para além das intervenções formativas promovidas pelas instituições públicas, há que destacar a
emergência de inúmeras iniciativas e de entidades privadas com atuações relevantes na formação
inicial e contínua. Podemos identificar como entidades igualmente formadoras as associações
sindicais, patronais e instituições de solidariedade social. Com os apoios dos quadros comunitários
e do atual POCH, um número crescente de empresas tem vindo a organizar ações de formação
dirigidas aos seus ativos, através de estruturas de formação próprias ou recorrendo a terceiros.
Refira-se também a existência de um conjunto diversificado de cursos de formação inicial
homologados por diferentes instituições. A homologação de cursos promove o reconhecimento da
capacidade técnico-pedagógica das entidades formadoras por instituições públicas, garantindo a
qualidade dos cursos que desenvolve e a sua adequação ao exercício de diferentes profissões. Os
cursos de Formação Pedagógica Inicial de Formadores (homologado pelo IEFP), de Técnico Superior
de Segurança e Higiene do Trabalho (homologado pela ACT – Autoridade para as Condições do
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Ainda a este respeito, atente-se na publicação do Decreto-Lei nº 92/2011 de 27 de Julho, que veio
simplificar o acesso a várias profissões, mediante a eliminação da necessidade de obtenção de uma
carteira profissional para o desenvolvimento de atividades como cabeleireiro, massagista de
estética, manicuro, cozinheiro, pasteleiro, operador agrícola, técnico de eletrónica, entre outras.
Pode, assim, optar-se pela frequência de formação profissional em entidades certificadas.
A formação tem uma terminologia própria, pelo que é importante reter alguns conceitos
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(http://certifica.dgert.msess.pt/):
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metodologia e duração;
• PORTARIA 230/2008 DE 7 DE MARÇO, que define regime jurídico dos cursos de educação
e formação de adultos (cursos EFA) e formações modulares previstos no Decreto-Lei
396/2007 de 31 de dezembro e revoga a Portaria 817/2007 de 27 de julho;
• DECRETO-LEI 396/2007 DE 31 DE DEZEMBRO, que estabelece o regime jurídico do SNQ e
define as estruturas que asseguram o seu funcionamento (QNQ, CNQ e CIC);
• PORTARIA 256/2005 DE 16 DE MARÇO, que aprova a nova CNAEF.
Em qualquer das vias, de acordo com a Portaria 994/2010 de 29 de setembro, o CCP está isento de
renovação e não apresenta prazo de validade, o que não dispensa os titulares da necessidade de
manterem atualizadas as respetivas competências.
O CCP é emitido pelo IEFP (entidade certificadora responsável pela certificação de formadores).
Desde janeiro de 2012, a candidatura ao CCP de formador deve ser formalizada através do NetForce
(portal para a formação e cerificação de formadores e outros profissionais), que se encontra
disponível em http://netforce.iefp.pt/. Nos casos em que o candidato tenha frequentado com
aproveitamento a FPIF, este processo é automático.
Para além da posse do CCP, o formador deve ter uma qualificação de nível superior. Em
componentes, unidades ou módulos de formação orientados para competências de natureza mais
operativa, o formador pode ter uma qualificação de nível igual ao nível de saída dos formandos,
desde que tenha uma experiência profissional comprovada de, no mínimo, cinco anos.
A título excecional, o IEFP também pode autorizar a intervenção na formação dos profissionais que,
não sendo certificados, possuam especial qualificação académica e/ou profissional não disponível
ou pouco frequente no mercado de trabalho. Pode também autorizar a intervenção de profissionais
que, detendo uma qualificação inferior àquela em que se enquadra a ação de formação a realizar,
apresentem uma qualificação profissional não disponível ou pouco frequente no mercado de
trabalho. O pedido de autorização é formulado pela entidade formadora ao IEFP com uma
antecedência mínima de 20 dias úteis face ao início da ação, através do preenchimento do
formulário Regime Excecional.
Encontram-se isentos de CCP os seguintes profissionais:
• Detentores de habilitação profissional para a docência;
• Docentes do ensino superior universitário e politécnico;
• Responsáveis da administração educacional e das atividades de formação avançada para o
sistema científico e tecnológico.
Os formadores que obtiverem o CCP podem, se explicitamente o solicitarem, vir a integrar uma
Bolsa Nacional de Formadores, organizada por regiões e por setores de atividade/áreas de
formação, a qual se encontra disponível para as entidades gestoras, formadores e beneficiários de
formação.
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Perfil de Formador
Na atualidade, é reconhecida à formação profissional uma importância estratégica, enquanto
espaço privilegiado para a aquisição de conhecimentos, saber-fazer e comportamentos, exigidos
para o exercício das funções próprias de uma profissão, capaz de assegurar a mobilidade e a
capacidade de adaptação a novas profissões. Neste processo a qualidade dos formadores é
unanimemente considerada um pilar fundamental no desenvolvimento das formações.
Competências e capacidades
Apesar da dificuldade inerente à definição das competências do formador, podemos caracterizar
três tipos de competências principais: psicossociais, pedagógicas e técnico-profissionais.
Competências psicossociais
• Saber-estar em situação profissional (no posto de trabalho, na empresa/organização e no
mercado de trabalho), tendo em consideração aspetos como a assiduidade e pontualidade,
a postura pessoal e profissional, a aplicação ao trabalho, a corresponsabilidade e
autonomia, as boas relações de trabalho, a capacidade de negociação, o espírito de equipa
e o autodesenvolvimento pessoal e profissional;
• Ter capacidade de relacionamento com os outros e consigo próprio, contemplando aspetos
como a comunicação interpessoal, a liderança, a estabilidade emocional, a tolerância, a
resistência à frustração, a autoconfiança, a autocrítica e o sentido ético e profissional;
• Ter capacidade de relacionamento com o objeto de trabalho, através de características
como a capacidade de análise e de síntese, a capacidade de planificação e organização, a
capacidade de resolução de problemas, a capacidade de tomada de decisão, a criatividade,
a flexibilidade, o espírito de iniciativa e a abertura à mudança.
Competências pedagógicas
• Ter a capacidade de compreender e integrar-se no contexto técnico em que exerce a sua
atividade: a população ativa, o mundo do trabalho e os sistemas de formação, o domínio
técnico-científico e/ou tecnológico, objeto de formação, a família profissional da formação,
o papel e o perfil do formador, os processos de aprendizagem e a relação pedagógica e a
conceção e organização de cursos ou ações de formação;
• Ter a capacidade de adaptar-se a diferentes contextos organizacionais e a diferentes grupos
de formandos;
• Ter a capacidade de planificar e preparar as sessões de formação: analisar o contexto
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realização da ação), ciar planos das sessões, definir objetivos pedagógicos, analisar e
estruturar os conteúdos de formação, selecionar os métodos e as técnicas pedagógicas,
Competências técnico-profissionais
• Dominar a área de atividade, quer no domínio técnico, quer tecnológico;
• Manter-se atualizado.
Atividades
O exercício da função de formador contempla três atividades ou funções basilares,
independentemente de fatores como a natureza da formação, os objetivos ou o público-alvo. Estas
funções encontram-se sistematizadas no quadro 3:
FUNÇÕES DESCRIÇÃO
Comunicar os objetivos;
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Ainda neste contexto, há diferentes tipos de formadores que podem diferenciar-se quanto ao
regime de ocupação e quanto ao vínculo para com a entidade onde desenvolvem a formação:
• Quanto ao regime de ocupação, podem ser permanentes ou eventuais consoante
desempenhem as funções de formador como atividade principal ou secundária;
• Quanto ao vínculo, podem ser internos ou externos conforme tenham ou não vínculo com
a entidade formadora ou beneficiária.
• Cooperar com a entidade formadora, bem como com outros intervenientes do processo
formativo, no sentido de assegurar a eficácia da ação de formação;
• Preparar, de forma adequada e prévia, cada ação de formação;
• Participar na conceção técnica e pedagógica da ação;
• Zelar pelos meios materiais e técnicos;
• Ser assíduo e pontual;
• Cumprir a legislação e os regulamentos aplicáveis à formação;
• Avaliar cada ação de formação e cada processo formativo em função dos objetivos fixados
e do nível de adequação conseguido;
• Possuir certificação da aptidão de formador obrigatória a partir de 1 de janeiro de 1998.
Formação inicial
De acordo com o artigo 3.º do Decreto-Lei 396/2007 de 31 de dezembro, a formação inicial tem
como objetivo a aquisição de saberes, competências e capacidades necessárias para iniciar o
exercício de uma profissão.
Na formação inicial ainda se pode distinguir dois formatos: a formação inicial simples e a formação
inicial de dupla certificação.
A formação profissional inicial simples garante uma única certificação. Este formato qualifica para
uma profissão, ao passo que a formação de dupla certificação, para além de qualificar para uma
profissão, também garante uma habilitação escolar.
A formação inicial de dupla certificação é toda a formação inicial integrada no CNQ e desenvolvida
por uma entidade formadora certificada para o efeito ou por estabelecimento de ensino
reconhecido pelos ministérios competentes. A dupla certificação não é mais do que o
reconhecimento de competências para exercer uma ou mais atividades profissionais e de uma
habilitação escolar.
Formação contínua
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Ainda de acordo com artigo 3.º do mesmo Decreto-Lei, a formação contínua é uma atividade de
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• Cursos de educação e formação para jovens (formação inicial para jovens que
abandonaram ou estão em risco de abandonar o sistema regular de ensino, privilegiando a
sua inserção na vida ativa e permitindo o prosseguimento de estudos);
• Cursos de educação e formação para adultos (cursos para indivíduos com mais de 18 anos,
não qualificados ou sem qualificação adequada, para efeitos de inserção/reinserção e
progressão no mercado de trabalho e que não tenham concluído o ensino básico ou
secundário);
• Cursos de especialização tecnológica (cursos de nível pós-secundário não superior que
visam conferir uma qualificação com base em formação técnica especializada);
• Outras formações modulares inseridas no CNQ, no quadro da formação contínua.
O Decreto-Lei 396/2007 de 31 de dezembro refere outras modalidades que têm em comum o facto
de não serem de dupla certificação, na medida em que não dão equivalência a níveis de qualificação
escolar, mas podem ter dupla certificação se forem inseridas em processos de RVCC:
• Formação-ação (dirigida a micro, pequenas e médias empresas e assente na prestação de
serviços integrados de formação e consultoria);
• Outras ações de formação contínua (que incluem todas as outras formações que não são
de dupla certificação e que não são realizadas dentro das pequenas e médias empresas,
mas que servem para reciclagem, aperfeiçoamento ou aumento de competências – inclui-
se aqui a formação para públicos diferenciados, como pessoas com deficiência, e a
formação em contexto de trabalho em empresas de qualquer dimensão e todo o tipo de
organizações).
secundário.
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E-learning
É uma modalidade de ensino a distância que permite a autoaprendizagem, com a mediação de
recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes
tecnológicos de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculado através da
Internet.
B-learning
O blended learning ou b-learning refere-se a um sistema de formação onde a maior parte dos
conteúdos é transmitido em curso a distância, normalmente pela Internet, mas inclui situações
presenciais, daí a origem da designação blended (misto). O b-learning pode estruturar-se em
atividades síncronas ou assíncronas (tal como o e-learning), o que pressupõe o trabalho conjunto
entre formandos e formador num horário predefinido ou flexível. Geralmente, o b-learning não é
totalmente síncrono, porque exigiria uma disponibilidade individualizada para encontros
presenciais, o que dificulta o entendimento e o agendamento.
Processos de RVCC
O processo de RVCC permite a indivíduos com mais de 18 anos de idade o reconhecimento, a
validação e a certificação de competências adquiridas e desenvolvidas ao longo da vida (artigo 3.º
do Decreto-Lei 396/2007 de 31 de dezembro). A qualificação pode ainda resultar do
reconhecimento de títulos adquiridos noutros países.
O RVCC escolar certifica competências escolares associadas a habilitações de nível básico e nível
secundário de ensino (Portaria 370/2008 de 21 de maio) e o RVCC profissional certifica
competências profissionais associadas a qualificações de nível 2 e nível 4 (Portaria 211/2011 de 26
de maio).
Ainda neste âmbito, é importante fazer referência aos Centros Qualifica, regulados pela Portaria
232/2016 de 29 de agosto. O Programa Qualifica é um programa vocacionado para a qualificação
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de adultos que tem por objetivo melhorar os níveis de educação e formação dos adultos,
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Estes centros passam a funcionar de acordo com o Sistema Nacional de Créditos do Ensino e
Formação Profissionais, que permite a atribuição de pontos de crédito às qualificações integradas
no Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ) e ainda a outras formações certificadas, desde que as
mesmas se encontram registadas no Sistema de Informação e Gestão da Oferta Educativa e
Formativa (SIGO) e cumpram os critérios de garantia da qualidade em vigor. Este sistema incorpora
os princípios do Sistema Europeu de Créditos para o Ensino e Formação Profissionais (ECVET),
favorecendo a mobilidade no espaço europeu.
Refira-se, ainda, o Passaporte Qualifica, um instrumento tecnológico de registo das qualificações e
competências adquiridas ou desenvolvidas ao longo da vida do adulto e de orientação para
percursos de aprendizagem. A partir da capitalização dos resultados de aprendizagem já alcançados
e das competências adquiridas pelo adulto, o Passaporte Qualifica simula diversos percursos de
qualificação possíveis para a obtenção de novas qualificações e/ou progressão escolar e
profissional.
Sendo uma prioridade do Sistema Nacional de Qualificações o aumento do nível de qualificação dos
adultos, o Passaporte Qualifica prioriza propostas de conclusão e/ou aumento da qualificação dos
adultos, bem como para a qualificação de dupla certificação. Os percursos de qualificação são
sugeridos em função da maior capitalização possível de unidades de formação já certificadas e de
créditos já obtidos pelo adulto em formações anteriores (ver o Despacho 1971/2017 de 8 de
março).
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SUBMÓDULO 1.2.
Aprendizagem, criatividade e empreendedorismo
Teorias comportamentalistas
As teorias comportamentalistas ou behavioristas supõem que o comportamento inclui respostas
que podem ser observadas e relacionadas com eventos que as precedem (estímulos) e as sucedem
(consequências). Estas teorias limitam-se ao estudo dos comportamentos observáveis e
mensuráveis controlados pelas suas consequências, ignorando o processo mental e privilegiando a
associação estímulo-resposta. O indivíduo tem um papel passivo neste processo, limitando-se a
responder aos estímulos do ambiente externo. Watson, Pavlov, Skinner e Thorndike são os autores
que mais se destacaram nesta linha de pensamento.
Princípios psicopedagógicos:
• Definir de modo preciso os objetivos finais da aprendizagem;
• Analisar a estrutura das tarefas, de modo a determinar os objetivos do percurso;
• Apresentar a matéria em unidades pequenas, de modo a condicionar o comportamento do
indivíduo e conduzi-lo através de experiências positivas de aprendizagem;
• Apresentar estímulos que originem respostas adequadas;
• Reforçar as respostas desejadas;
• Proporcionar o conhecimento dos resultados como forma de retroalimentação do
processo;
• Usar reforços, retirar reforços ou punir, em função dos comportamentos e das
aprendizagens pretendidas;
• Exercitar os comportamentos aprendidos.
Implicações para a prática pedagógica: reforço, repetição, imitação, ensino programado,
demonstrações e memorização.
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Teorias cognitivistas
As teorias cognitivistas consideram que a aprendizagem ocorre pela descoberta e procura, sendo
progressiva e baseada na experiência. A aprendizagem consiste num processo de reorganização da
perceção que se traduz numa modificação estrutura cognitiva do sujeito, permitindo-lhe
reconstruir a informação que recebe. Deste modo, a aprendizagem é vista como um processo de
armazenamento de informações, procurando definir e descrever como os sujeitos percebem,
direcionam e coordenam as suas interações com o ambiente. Piaget, Ausubel, Bruner, Lewin,
Wertheimer e Kohler são alguns dos autores mais representativos desta linha de pensamento.
Princípios psicopedagógicos:
• Motivar o indivíduo para aprendizagem, relacionando as suas necessidades pessoais com
os objetivos da aprendizagem;
• Valorizar a experiência anterior, reconhecendo que a estrutura cognitiva do indivíduo
depende da sua visão do mundo e das suas experiências anteriores;
• Adaptar as estratégias de ensino ao nível de desenvolvimento dos indivíduos;
• Relacionar os conhecimentos novos com os conhecimentos adquiridos anteriormente;
• Valorizar a compreensão em detrimento da memorização;
• Fornecer pistas que facilitem a compreensão, organização e retenção dos conhecimentos;
• Valorizar a prática e a experimentação de novos conhecimentos, facilitando a transferência
de habilidades e conhecimentos para novas situações;
• Sistematizar a informação, iniciando cada unidade temática apresentando conjuntos
significativos e descendo gradualmente ao pormenor.
Implicações para a prática pedagógica: ensino pela descoberta, introduções, sumários,
questionários orientados para a compreensão, esquemas, debates, discussões e estudos de caso.
Teorias humanistas
As teorias humanistas consideram que a aprendizagem é um processo cognitivo, mas a ênfase é
colocada na experiência do indivíduo, na medida em que este tenta descobrir o seu próprio
caminho tentando alcançar a autorrealização e o crescimento pessoal. O indivíduo é um ser
responsável pelos seus atos e livre para fazer escolhas. Maslow e Rogers são os autores mais
representativos destas teorias.
Princípios psicopedagógicos:
• Não nos devemos preocupar tanto com o ensino, devendo colocar a ênfase na
aprendizagem enquanto potenciadora do desenvolvimento da pessoa;
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FORMA COMO
PROCESSOS DE APRENDIZAGEM TEORIAS
APRENDEMOS
Fazendo/Experimentando
Condicionamento ou aquisição de
Com o erro
automatismos Comportamentalistas
Repetindo
Memorizando
Modelagem ou reprodução de Aprendizagem social
Imitando
modelos
Reproduzindo modelos
Com o grupo
Com a situação
Com o problema
Descobrindo Intuição ou descoberta
Transferindo
Cognitivistas
Associando/dissociando Estruturação ou elaboração da
Estruturando informação
Analisando
Contextualizando
Aprendendo a aprender
Incompetência Inconsciente
Para os que já integravam a nova comunidade que conhecem as regras do meio, os recém-chegados
apresentam-se como incompetentes, porém, estes não são sequer conscientes de que há algumas
ações que, segundo os códigos da nova comunidade não se estão a realizar, e outras que se realizam
de forma equivoca.
Incompetência Consciente
Quando “reconhecemos que não sabemos”. Aqui, o juízo de que não sabemos, fazemo-los nós
próprios, e isto situa-nos no umbral da aprendizagem. Esta é uma etapa difícil, pois descobrimos as
limitações produzidas pelos nossos antigos hábitos (físicos, intelectuais e emocionais). Requer
muita prática, atenção e perseverança para que não se abandone a aprendizagem.
Competência Consciente
Quando “começamos a ser minimamente competentes” no que estamos a aprender. Movemo-nos
com grande atenção em cada uma das ações que realizamos. Aprendeu-se algo e compreenderam-
se as suas regras, mas estas ainda não são inteiramente dominadas.
Competência Inconsciente
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É esta a finalidade da aprendizagem, quando todos os padrões, que aprendemos de forma tão
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conscienciosa, se harmonizam numa tranquila unidade de conduta. Age-se com um baixo grau de
reflexão, num fluxo de ações. Apenas as situações inesperadas obrigam a interromper esse fluxo. A
parte consciente determina o objetivo e deixa que o inconsciente o execute, libertando a sua
atenção para outras coisas.
Mestria
A mestria é mais do que a competência inconsciente. Ocorre quando algo que exige grande
habilidade é executado de forma que pareça fácil de ser feito. Quem viu o Cristiano Ronaldo a jogar
futebol tem a exata noção disto. É na mestria que se alcança o estado de fluir (flow).
Você flui.
• Local de aprendizagem.
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3A aprendizagem em espiral refere-se ao facto de se iniciar a aprendizagem a partir do conhecimento e experiências dos
formandos. O objetivo é que os formandos relatem as suas experiências e que o formador recorra a analogias e exemplos
práticos que facilitem a aprendizagem.
• Memória sensorial ou operativa, que está relacionada com as informações obtidas pelos
sentidos e que podem ser rapidamente esquecidas. Se a informação armazenada for
processada, passa para a memória a curto prazo;
• Memória a curto prazo, que retém informação durante um período limitado de tempo,
podendo ser esquecida ou passar para a memória a longo prazo;
• Memória a longo prazo, que se encontra associada à preservação da informação por
períodos longos, para posterior recuperação.
Em suma, a memória a curto prazo tem uma capacidade de armazenar informação limitada, e a
memória a longo prazo tem uma capacidade ilimitada. Estes dois tipos de memória variam em
função do período de tempo durante o qual a informação é retida.
A atenção, por outro lado, consiste num processo cognitivo de concentração seletiva num
determinado estímulo em detrimento de outro. Este fator é indispensável para o processo de
aprendizagem, porque nos permite captar/receber a informação que dará origem à aprendizagem
(é como o interruptor que nos permite ligar a luz). Considerando que o ser humano é incapaz de
absorver todos os estímulos do meio e que apenas presta atenção a alguns deles, em contexto
formativo o formador deve ter a capacidade de direcionar a atenção dos formandos para os
estímulos de maior relevância. O número de estímulos, a familiaridade, a similaridade, a
novidade/imprevisto e a complexidade encontram-se entre os fatores que podem (ou não) atrair a
atenção.
Produz os mesmos resultados que a estrutura da sala de aula do ensino tradicional a preços
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mais baixos;
• Permite que os alunos/formandos adquiram novas qualificações.
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Por fim, importa referir que a diferenciação pedagógica pode ser feita a três níveis: conteúdos (dar
aos alunos várias opções de acederem à informação), processos (recorrer a várias opções de
apresentação e exploração, de acordo com os conhecimentos prévios, os estilos de aprendizagem
e os interesses dos alunos) e produtos (meios e formas utilizados pelos alunos para mostrarem a
compreensão dos conteúdos ensinados). Por esse motivo, em contexto de sala de aula é importante
que o professor seja flexível, analise os estilos de aprendizagem dos alunos, valorize o trabalho
autónomo, negoceie com os alunos, diversifique as estratégias, atividades e materiais e recorra a
novas formas de avaliação e ao trabalho em equipa.
Diferenciar porquê?
Conforme referenciado por um provérbio chinês, “Diz-me e eu esquecerei, ensina-me e eu lembrar-
me-ei, envolve-me e eu aprenderei”. O grande desafio que se nos coloca atualmente é o de
deixarmos de estar tão preocupados em ensinar e de criarmos, pelo contrário, condições efetivas
para que os alunos aprendam, havendo uma deslocação do enfoque no ensino para a
aprendizagem, o que implica a aplicação de estratégias de diferenciação. De acordo com Perrenoud
(1997, citado por Santana, 2000, p. 30), “diferenciar é romper com a pedagogia magistral – a mesma
lição e os mesmos exercícios para todos ao mesmo tempo – mas é sobretudo uma maneira de pôr
em funcionamento uma organização de trabalho que integre dispositivos didáticos, de forma a
colocar cada aluno perante a situação mais favorável ao seu processo de aprendizagem”.
As salas de aula são lugares cada vez mais heterogéneos. A tarefa dos sistemas educativos atuais
consiste em reconhecer não só as diferenças culturais entre os alunos, mas também os diferentes
ritmos e estilos de aprendizagem e a pluralidade de interesses e capacidades, encontrando
estratégias de adaptação e desenvolvimento que a todos respeite e a todos inclua. Neste sentido,
é importante diferenciar para formar indivíduos responsáveis, críticos, atuantes e solidários,
conscientes dos seus direitos e deveres.
Os atuais sistemas de ensino devem diferenciar para construir escolas que respondam às
necessidades das sociedades contemporâneas e para aniquilar uma visão hegemónica e vertical
que se instituiu nas esferas governamentais e nos conselhos educativos das instituições educativas.
Só mediante a aplicação de uma pedagogia diferenciada será possível responder a questões
relativas à qualidade educativa, à pertinência dos currículos, à democratização dos espaços
escolares, à integração social e à formação ética dos alunos.
A pedagogia diferenciada relaciona-se, assim, com aspetos como a autonomia, a cooperação, a
inclusão e a aprendizagem significativa (relacionada com as informações previamente adquiridas
pelo aluno). Por isso, deve-se conceder uma importância cada vez maior à comunicação
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alunos nas diversas dimensões, mas sem perder a perspetiva de universalidade que a escola tem
individual);
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• As pessoas agem de acordo com o modo como entendem e representam o mundo, e não
de acordo com a maneira como o mundo é (o que significa que o mapa não é o território);
• A estrutura da representação interna do mundo apresenta regularidades e é única para
cada indivíduo;
• Essa estruturação, a linguagem e comportamento do indivíduo regem-se por relações
sistemáticas. As representações internas sujeitas e o processamento refletem-se na sua
linguagem e no seu comportamento externo (por exemplo, o comportamento não-verbal),
sendo importante saber observar e utilizar esses aspetos;
• As competências, crenças e comportamentos são aprendidos (por exemplo, as
competências têm sequências correspondentes de representação interna). A
aprendizagem é um processo através do qual tais representações e as sequências são
adquiridos e modificados;
• A capacidade de um indivíduo para aprender é influenciada pelo seu estado
neurofisiológico (por exemplo, um estado de curiosidade em vez de um estado de tédio) e
pelas suas crenças sobre a aprendizagem e sobre si mesmo. Tais estados e crenças também
são aprendidos e suscetíveis à mudança.
• Essa mudança acontece por meio da comunicação entre professor e aluno, que ocorre
através de canais verbais e não-verbais, consciente e inconscientemente;
• Toda a comunicação influencia potencialmente a aprendizagem (por exemplo, a linguagem
e comportamento dos professores influencia os alunos ao nível da compreensão do tema
e as suas crenças sobre o mundo);
• A consciência do professor sobre a escolha dos próprios padrões de linguagem e
comportamento e a curiosidade sobre a sua influência e interação com as representações
internas do aluno são essenciais para a eficácia do ensino e da aprendizagem.
Em suma, o ensino é o processo que visa criar estados conducentes à aprendizagem e facilitar a
exploração das representações internas, orientando os indivíduos para o objetivo desejado. De
seguida, identifica-se algumas técnicas da PNL a que se pode recorrer em contexto de sala de aula:
• Criar harmonia, mediante a negociação contínua entre o professor e alunos, trabalho em
equipa e estratégias de comunicação entre o grupo;
• Espelhar o comportamento daqueles que queremos influenciar (por exemplo, ao nível da
postura, gestos e expressões faciais). Para que a comunicação seja natural, os aspetos
verbais e não-verbais precisam de ser combinados em atividades comunicativas. Os alunos
podem ser convidados a refletir o comportamento de personagens na televisão antes
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• Criar estados positivos e ancoragem através de uma imagem mental formada pelo processo
de alcançar algo mentalmente ou fisicamente, e este estado é ancorado por um gesto,
expressão ou movimento do corpo que é repetido para manter ou recuperar o estado;
• Manter o fluxo, mantendo o equilíbrio entre as competências existentes e novos desafios,
de modo a que os alunos mantenham a sensação de controlo daquilo que se passa em sala
de aula. Pode-se, por exemplo, recorrer a jogos colaborativos e competitivos, anedotas e
canções;
• Modelagem de boas práticas recorrendo às estratégias utilizadas pelos outros.
ponte entre o conteúdo da sessão e a experiência dos formandos; dar ênfase ao apoio
visual mediante o uso de flipcharts, handouts resumidos e demonstrações que possibilitem
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Conclusão
Os desafios contemporâneos que envolvem a atuação do formador exigem um conhecimento
profundo do sistema, contextos e perfil inerentes ao espaço da formação. Este espaço deve ser
perspetivado como um lugar de partilha de conhecimento, onde formador e formandos são
coprodutores dos objetivos a alcançar com a formação. Com efeito, um dos aspetos fundamentais
da formação contemporânea prende-se com a corresponsabilização de todos os intervenientes
pelos resultados formativos, valorizando-se a proatividade e a escuta ativa.
Através deste manual, procurou-se apresentar os principais fatores a considerar quando se
pretende exercer a atividade de formador. De entre os aspetos apresentados, destaca-se a
importância da flexibilidade e do conjunto de competências necessárias para fazer face aos desafios
da formação atual, onde a diferenciação e o sucesso das intervenções formativas são o principal
objetivo a alcançar
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