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02/06/2020

SOBREMORDIDA
Plano de aula EXAGERADA

1. Introdução
2. Conceito
3. Evolução da sobremordida
4. Etiologia 1. Introdução
SOBREMORDIDA EXAGERADA 5. Diagnóstico
6. Tratamento
7. Conclusão
Prof. Pedro Lima Emmerich Oliveira
8. Referências

O que é SOBREMORDIDA? O que é SOBREMORDIDA? O que é SOBREMORDIDA?


É o trespasse dos incisivos centrais superiores
sobre os incisivos centrais inferiores no plano 9,5 – 11,5 mm
vertical. É a distância que a borda incisal do incisivo comprimento da coroa
(Strang, 1950) O trespasse
superior transpassavertical normal
verticalmente é
a margem
incisal do incisivo inferior, quando em oclusão
de 30% ou 1/3.
cêntrica ou máxima intercuspidação habitual.
3 mm - sobremordida

É o relacionamento vertical entre os incisivos.


(Graber, 1972)
(GRABER, 1972)
(Salzmann, 1974)
Arnett, 2004

Classificação da sobremordida Sobremordida Leve Sobremordida Moderada


Quando os bordos incisais dos incisivos centrais inferiores tocam Quando os bordos incisais dos incisivos centrais inferiores
o terço incisal das coroas dos incisivos superiores. ocluem com a metade das coroas dos incisivos superiores.
(Baume, 1950) (Baume, 1950)

Leve Moderada Exagerada

Graber, 1972
FO-UFRJ FO-UFRJ

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SOBREMORDIDA

Sobremordida Exagerada EXAGERADA


Sobremordida Exagerada
Quando os bordos incisais dos incisivos centrais inferiores ocluem na
região de cíngulo das coroas dos incisivos superiores ou na mucosa
palatina. ü Maloclusão vertical
(Baume, 1950) ü Incisivos superiores
2. Conceito transpassam
verticalmente mais do
que 1/3 das coroas dos
incisivos inferiores.
FO-UFRJ
(Proffit & Fields, 1995)

FO-UFRJ

Sobremordida Exagerada Sobremordida Exagerada Sinonímia:


Consequências:
§ função anormal Sobremordida Mordida Mordida
profunda profunda fechada
§ mastigação inadequada

§ trauma

§ bruxismo
Trespasse Sobressaliência
FO-UFRJ
Sobremordida
§ estresse mastigatório excessivo vertical vertical
É a condição mais danosa que pode existir quando se pensa a saúde dos exagerada aumentado aumentada
tecidos de suporte e longevidade dos elementos dentais (Strang, 1950). § distúrbios da ATM Graber, 1972

Incidência
Incidência Incidência
Tenório Filho, 1975:
Quanto ao gênero: Quanto a raça: •782 fichas da clínica de Ortodontia da UFRJ
• Diferenças notáveis entre grupos raciais •6 a 13 anos

• 2 x mais prevalentes em brancos do que em negros •Sobremordida exagerada em 58,3%


Não há diferença estatística significante. Devido a diferenças morfológicas faciais

•Classe II de Angle em 57,6%
Maior frequência nas
• E não devido a influências ambientais •Classe I de Angle em 41,8% maloclusões Classe II de
Fleming, 1961
Helm,1968 Angle
•Classe III de Angle em 0,6%
Proffit & Fields, 1995

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Incidência Prevalência
Maloclusão: Classe II
2ª divisão
SILVA & CAPELLI JR.(1990):

Classe II, 2ª divisão: mais frequente

Devido aos incisivos centrais superiores estarem Classe II Classe II


mais verticalizados, cobrindo total ou quase Classe I Classe III
2ª divisão 1ª divisão
totalmente os incisivos inferiores.

Rakosi, Jonas & Graber, 1993

Maloclusão: Classe II Maloclusão:


Maloclusão: Classe I Classe III
1ª divisão

FO-UFRJ
Arnett, 2004

SOBREMORDIDA
EXAGERADA

Evolução da sobremordida Evolução da sobremordida

Dentição decídua
Em algumas etapas do desenvolvimento,
3. Evolução da sobremordida a sobremordida exagerada é considerada
Dentição mista , devendo apenas ser
acompanhada.
Graber, 1972

Dentição permanente

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Dentição decídua Irrupção dos 1°s molares decíduos


Dentição decídua Erupção dos incisivos inferiores e
superiores Primeiro levante
de mordida da
dentição
Sobremordida exagerada

Erupção dos 1°s molares decíduos

1° levantamento da mordida Diminuição da


sobremordida

Sobremordida em topo MAIA, 2012

Dentição decídua Dentição Mista


Erupção dos primeiros molares
permanentes

2° levante de mordida

FO-UFRJ Erupção dos incisivos permanentes

Sobremordida leve Dentição mista “Fase do patinho feio”

Sobremordida exagerada fisiológica

Dentição mista: Fase do Patinho Feio Fase do Patinho Feio


Sobremordida exagerada
fisiológica
7 anos 9 anos

Proffit, 2007

12 anos 14 anos
FO-UFRJ Broadbent, 1941

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A sobremordida exagerada deve ser considerada parte Dentição permanente Dentição permanente
normal do desenvolvimento.

FO-UFRJ

É auto-corrigida com a erupção dos caninos, pré-molares e FO-UFRJ

segundos molares permanentes.


Sobremordida normal

SOBREMORDIDA
EXAGERADA
Etiologia
Dentes Perda dos
Ângulo
posteriores dentes
Em que área da dentição está localizado o problema posteriores
interincisivo

que gerou essa condição???

4. Etiologia Fatores
Dentários
Fatores
esqueléticos
Fatores
neuromusculares Fatores dentários
? ? ?
Dentes Inclinação axial
Dentes lingual excessiva
anteriores anteriores +
dos dentes
Diferentes planos de dentes
posteriores posteriores
tratamento
Strang, 1950

Fatores dentários Fatores dentários


Fatores dentários

Dentes Dentes
anteriores posteriores
ü Excesso de erupção dos dentes anteriores FO-UFRJ
üFalta de erupção (crescimento alveolar) dos
(crescimento alveolar) dentes posteriores

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Fatores dentários Fatores dentários

Dentes ü Coroas anatômicas curtas


posteriores
ü Mucosa “espessada” na região palatina

Dentes anteriores + dentes posteriores


Ângulo
interincisivo
ü Infra-oclusão dos posteriores + supra-oclusão
dos incisivos
FO-UFRJ

Fatores dentários
Inclinação axial

Síndrome de Brodie
lingual excessiva

Síndrome de Brodie
dos dentes
Inclinação axial lingual posteriores
excessiva dos dentes
posteriores

Dimensão
vertical

Sobremordida Dimensão vertical Sobremordida


Souto e
Mucha, 2005

Fatores dentários Fatores esqueléticos

Fatores esqueléticos Altura do


ramo
Perda dos mandibular
dentes
posteriores Altura do
Divergência
Altura do
Divergência
dos planos
dos planos horizontais
ramo horizontais da terço inferior
da face
mandibular face da face
FO-UFRJ

FO-UFRJ

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Fatores esqueléticos

Altura do terço Fatores neuromusculares


inferior da face
Hábitos orais e Tonicidade muscular

Fatores
neuromusculares

Braquicefálico Mesocefálico Dolicocefálico


RAKOSI, 1999 Ferreira, 1998

SOBREMORDIDA
Hábitos orais e Tonicidade muscular EXAGERADA

Diagnóstico Facial

FO-UFRJ
5. Diagnóstico Diagnóstico Cefalométrico
ü Retroinclinação dos incisivos inferiores
ü Projeção dos incisivos superiores Diagnóstico Dentário

Diagnóstico facial 1.Terços faciais


1. Terços faciais
Diagnóstico
Diagnóstico
facial
Facial
1. Terços faciais Tríquio Tríquio

Glabela Glabela
2. Exposição do incisivo superior em repouso
Subnási 1/3 inferior
3. Nível de exposição gengival durante fala e Subnásio diminuído
sorriso o
Mento Mento
4. Espaço Funcional Livre
FO-UFRJ FO-UFRJ

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1.Terços faciais 1.Terços faciais

SOBREMORDIDA EXAGERADA TERÇO INFERIOR DIMINUÍDO: Se sobremordida Se sobremordida persistir


ALMEIDA et al, 2008
Deve-se iniciar a correção pela extrusão dos dentes posteriores
normalizar
Combinação de fatores
TERÇOS HARMÔNICOS: TERÇO INFERIOR DIMINUÍDO: posteriores e extrusão de
Qual a quantidade de extrusão necessária? Infra-oclusão dos
É provável que a sobremordida É provável que haja elementos anteriores
ü Colocar rolete de cera entre as faces oclusais dos dentes
exagerada esteja sendo comprometimento esquelético ou
posteriores e solicitar que o paciente aperte até que os
dentes posteriores inferiores e/ou superiores.
estabelecida por extrusão ou envolvimento dos dentes
inclinação axial incorreta dos posteriores no estabelecimento do terços faciais tornem-se HARMÔNICOS
dentes anteriores. problema. (quantidade de cera = quantidade de extrusão necessária)
ALMEIDA et al, 2008
ALMEIDA et al, 2008

2.Exposição incisivo superior em repouso 2.Exposição incisivo superior em repouso


Métodos para avaliar a relação do lábio superior
com o incisivo superior:
Quantidade de Se exposição estiver aumentada, pode-se realizar a
exposição do incisivo intrusão dos incisivos superiores.
superior em relação ao
lábio superior quando v
em repouso
Arnett, 2004

2 a 4 mm - homens
Brito, 2009
3 a 5 mm - mulheres
Arnett, 2004

Sobremordida exagerada x relação do incisivo superior com o lábio superior


2.Exposição incisivo superior em repouso Diagnóstico facial 3.Nível de exposição gengival
durante fala e sorriso

Distância diminuída
Distância aumentada O lábio
extrusão dos superior deve se posicionar
intrusão dos incisivos
posteriores de forma a expor toda
Normal a coroa dos incisivos centrais
Exposição normal superiores e até 1mm
de gengiva
Intrusão dos incisivos
inferiores ALMEIDA et al, 2008
Arnett, 2004
Brito, 2009

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Diagnóstico facial 4. Espaço Funcional Livre


Diagnóstico
Diagnóstico Cefalométrico
cefalométrico

EFL = DVR - DVO ü Marca-se a ponta do nariz ao mento. Padrão de crescimento


ü Em oclusão e em repouso. facial
ü Não deve ser inferior a 3mm.
Intrusão de incisivos está contraindicada EFL > 3mm

Inclinação axial dos


PERMITE EXTRUSÃO DOS POSTERIORES
incisivos
Brito, 2009
ALMEIDA et al, 2008

Padrão de crescimento facial Braquifacial Mesofacial Dolicofacial Avaliação das radiografias

Horizontal - Braquifacial ü
ü
Plano S-N
Plano palatal
ü Plano Mandibular
ü Plano Oclusal
Normal – Mesofacial ü Ângulo interincisal
ü Altura ântero-inferior (AFAI)
ü Ramo mandibular
Vertical - Dolicofacial ü Ângulo goníaco

Proffit, 1995

Inclinação axial dos incisivos Análise dos


Diagnóstico Dentário modelos

Normalmente alterada na Análise dos Inclinação axial V-L dos dentes


maloclusão com modelos Altura das coroas clínicas
sobremordida exagerada
Morfologia dos
processos alveolares
Classe II 1° divisão: aumentada
Classe II 2° divisão: diminuída

Alinhamento dentário

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Análise dos Inclinação do plano oclusal


modelos

Análise dos
Curva de Spee acentuada com:
modelos
ü supra-oclusão dos incisivos
Curva de Spee
inferiores,
Inclinação do plano oclusal
ü infra-oclusão de pré-molares e

primeiros molares inferiores Contorno gengival


Contorno oclusal

ALMEIDA et al, 2008 Brito, 2009

SOBREMORDIDA
EXAGERADA

Tratamento:

Plano oclusal alterado : onde está o problema?


6. Tratamento Placa de Ortodontia
mordida fixa

Brito, 2009 ALMEIDA et al, 2008

Placa de mordida Placa de mordida Placa de mordida


Indicações:
Ø Pacientes jovens em crescimento
Contra-indicações:
§ Extrusão dos dentes
Mecanismo de Ação
Ø Faces longas
Ø EFL = 3mm
Ø Pacientes adultos
posteriores
1/3 inferior da face diminuído
Ø
§ Leve intrusão dos dentes
anteriores inferiores
§ Crescimento vertical do
processo alveolar posterior
§ Aumento do 1/3 inferior da
face
WILLIAMS et al, 1997
FO-UFRJ

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Placa de mordida Placa de mordida


Ortodontia fixa
“Benefícios consideráveis podem ser conseguidos com o uso de uma placa”
Graber, 1972
§ Placa de mordida passiva
1. Dobras no arco
§ Uso 24 horas (durante
2. Curva de Spee acentuada ou reversa
todo crescimento)
3. Arco utilidade
§ Diminuição gradual até a 4. Inclinação dos incisivos
remoção 5. Miniimplantes
FO-UFRJ ALMEIDA et al, 2008

Ortodontia fixa Ortodontia fixa Ortodontia fixa


1. Dobras no arco 2. Curva de Spee acentuada ou reversa 3. Arco utilidade

STEP UP

STEP DOWN

ALMEIDA et al, 2008 ALMEIDA et al, 2008 ALMEIDA et al, 2008

Ortodontia fixa Ortodontia fixa Recidiva


4. Inclinação dos incisivos 5. Miniimplantes
Correção
§ Maior casos de recidiva em
adultos.
Musculatura forte § Alteração do EFL.
e madura é
menos adaptável
ALMEIDA et al, 2008
Araújo, 2006 ALMEIDA et al, 2008

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SOBREMORDIDA
Referências
EXAGERADA
Conclusão 1. ARAUJO, T. Ancoragem esquelética em Ortodontia com miniimplantesRev. Dent. Press
Ortodon. Ortop. Facial vol.11 no.4 Maringá July/Aug. 2006
2. ARNETT, G.W. Planejamento facial e dentário para ortodontistas e cirurgiões
bucomaxilofaciais. Editora Artes Médicas, 2004.
ü Sobremordida exagerada é uma maloclusão frequentemente
3. BJORK, A. Prediction of mandibular growth rotation. Am. J. Orthod., 55(6):585-599, jun, 1969.
encontrada;
7. Conclusão
4. BROADBENT. Angle Orthodontist, v. 11, n. 4, Oct. 1941
5. CAPELLI JÚNIOR, J.; SILVA, A.C.P. – O problema da sobremordida exagerada. R.B.O, XLVII
ü É fundamental entender seu comportamento durante a evolução
(4): 38-42, Jul/Ago, 1990.
das dentições; 6. FERREIRA, F.V. Ortodontia: Diagnóstico e Planejamento Clínico. 2ed. São Paulo: Artes
Médicas, 1998. 503p
ü Cada caso deve ser analizado cuidadosamente observando todos
7. GRABER, T.M. Orthodontics – Principles and Practices, 2a ed, Philadelphia and London, W.
os critérios de diagnóstico estudados para garantir sucesso no B. Saunders Co., 1972, 953p.
tratamento, ou seja, estabilidade. 8. INTERLANDI, S. Ortodontia – Bases para a iniciação Ed. Artes Médicas, São Paulo, 1927.
9. LINDEN, F.G.M. van der Ortodontia. Desenvolvimento da Dentição. Editora Santos, 1986.
10. MOYERS, R.E. Ortodontia. 4a ed., Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1991. 483p

Referências
11. NANDA, R. Estratégias Biomecânicas e Estéticas na Clínica Ortodôntica. Editora Santos, São Paulo,
2007.
12. PROFFIT, W.R. Ortodontia Contemporânea. 2ª edição, Editora Guanabara Koogan, 1995. 596p
13. RAKOSI, T.; JONAS, I.; GRABER, T.M.Ortodontia e Ortopedia Facial: Diagnóstico. Porto Alegre:
Artmed, 1999.272p

14. SALZMANN, J.A. Orthodontic in daily practice. 1a edição, J. P. B. Lippincott Company,1974. 658p
15. SOUTO, L.H.; MUCHA, J.N. Tratamento ortodôntico de mordida cruzada posterior vestibular
unilateral (Síndrome de Brodie) Revista SBO, v. 5, n. 2, 2005
16. STRANG, R.H.W. A text-book of ORTHODONTIA. Philadelphia: Lea & Febiger, 1950. 825p.
17. TENÓRIO FILHO, M. J Incidência de sobremordida exagerada na dentição mista e permanente.
Rio de Janeiro, 1975. Tese – Faculdade de Odontologia da UFRJ.
18. WYLIE, W. L. The relationship between ramus height, dental height and overbite. J. Orthod. and
Oral Surgery. V.32, n. 2, p. 57-67, Feb 1946.

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