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Articuladores:

Os articuladores são peças mais importantes que o cirurgião dentista possui no laboratório de prótese fixa e
da odontologia de um modo geral. Pois, ele serve para registrar as relações intermaxilares, o eixo terminal de
rotação e registrar os movimentos mandibulares com exatidão, como são realizados no próprio paciente.
O que são relações intermaxilares? É a relação do superior com o inferior. E, o que é eixo terminal de
rotação? É uma linha imaginária que vai conectar o centro de rotação dos dois côndilos (esquerdo e direito).
É do eixo terimanal de rotação que partem todos os movimentos mandibulares. E, quais são os movimentos
excêntricos mandibulares? Guia anterior, lateroprotrusão esquerda, lateroprotrusão direita e máxima
intercúspidação habitual.
Temos vários tipos de articuladores, sendo o semi-ajustável o mais importante para o cirurgião dentista
brasileiro. Nós possuímos os articuladores do tipo:
Oclusores (também chamados de Charneira), esse tipo de articuladores não são adequados para se executar
uma boa odontologia. Esse tipo é o mais usado no Brasil (pois, é fácil de usar e é o mais barato) apesar ser de
menor qualidade. O articulador do tipo oclusor só faz o movimento de abrir e fechar.
Verticulador, são de modelos parciais (pouco usado, usado apenas por quem faz prótese). O articulador do
tipo verticulador faz, apenas, o movimento de abrir e fechar.
Não-ajustáveis, possuem valores médios fixos. Exemplo: Shofu Handy II e New simplex: incrustações,
coroas e pequenas pontes. Nesse tipo de articulador não usa-se o arco fácil, sendo a distância intercôndilar
fixa. Com isso, o articulador Não-ajustável é melhor que o do tipo Charneira, porém pior que o tipo Semi-
ajustável.
Semi-ajustáveis, são o tipo de articuladores que aceitam registros, possuem arco fácil e possuem medidas
arbitrários. Exemplo: Wip-Mix e Dentatus.
Totalmente ajustáveis, esse tipo de articuladores são totalmente programados – pantografia. Exemplo: Stuart-
dener. O articulador totalmente ajustável não é usado no Brasil, pois é caro e é mais difícil de montar.

 Articulador Semi-ajustável:
Nesse tipo de articulador é pego alguns dados da face do paciente, com auxilio do arco fácil, e transferimos
para o articulador. Lembrando que esse tipo de articulador é semi-ajustável, e, não, totalmente ajustável, ou
seja, o totalmente ajustável é melhor. Porém, nós temos como transformar o semi-ajustável para o totalmente
ajustável.
Quais os tipos de articuladores semi-ajustáveis? São dois tipos, chamados Arcon e Não-Arcon. Quais as
diferenças? O Arcon é apoiado anteriormente na mesa plástica e posteriormente nos côndilos (duas esferas),
ou seja, é comente apoiado (ramo inferior e superior não são presos), enquanto o Não-Arcon o ramo superior
é fixo no ramo inferior; o ramo inferior do Arcon possui os côndilos (esferas) presas na mandíbula (ramo
inferior), representando a anatomia humana real, enquanto o Não-Arcon possui as esferas estão presas no
ramo superior e a fossa no ramo inferior, contrariando, então, a raça humana; o arco facial do Arcon e do
Não-Arcon também possuem diferenças.
 Arcon  Não-Arcon
 Ramo inferior e ramo superior não são  Ramo inferior e ramo superior são fixos;
fixos;  Esferas no ramo superior e a fossa no ramo
 Representa a anatomia humana com os inferior, contrariando a raça humana;
côndilos (esferas) na mandíbula (ramo inferior);  O arco fácil registra oclusal e incisal dos
 O arco fácil registra oclusal e incisal dos dentes da arcada superior, marca a infra-orbitaria do
dentes da arcada superior, marca o násium ou paciente e marca a 12mm a cima do plano axio
glabela do paciente e marca no meato auditivo cantus. (ler sobre o arco fácil a baixo).
externo.
Para mexer com uma peça na odontologia devemos saber tudo sobre essa peça. Com isso, será falado tudo
sobre o arco fácil do articulador do tipo arcon.
Existe uma discussão na odontologia que acham que para
monta o articular semi-ajustável não é necessário o arco fácil
(incorreto), deve haver o arco fácil!
O arco fácil serve para montar os dentes da arcada superior
(somente superior) na mesma posição espacial que a maxila
está em relação ao crânio; localizar o eixo terminal de rotação;
e, achar a distância intercôndilar (entre um côndilo e outro) por
intermédio das três marcas situadas na parte anterior do arco
fácil.
 O arco fácil serve para:
 Montar os dentes da arcada superior na mesma
posição espacial que a maxila está do crânio;
 Localizar o eixo terminal de rotação;
 Achar a distância intercôndilar.

O arco fácil arcon, por intermédio do garfo, ele registra a


oclusal e a incisal dos dentes da arcada superior, ele também marcará o nasium ou glabela do paciente, e a
terceira posição é no meato auditivo externo. A diferença do arco fácil arcon para o não-arcon é que o não-
arcon marca a incisal e a oclusal dos dentes da arcada superior (mesma função do tipo arcon), a outro é que o
não-arcon ao invés de marcar o nasium ou glabela ele marcará na região infra-orbitaria, e a terceira é que o
arco fácil do não-arcon, ao invés de marcar o meato auditivo externo (como o arco fácil do tipo arcon), ele
marca uma linha do trágus ao canto de olho (plano axio cantus), e sobre essa linha, partindo do trágus, é
marcado 12mm e estaremos em cima do côndilo – na direção exata – (na lateral e em cima do eixo terminal
de rotação).
O ramo inferior do articulador temos a mesa plástica do
pino guia incisal, na parte anterior. Depois, posteriormente
temos a placa de montagem (onde monta o modelo
inferior). E, depois, na parte posterior, temos o poste com
uma esfera em cima (essa esfera representa o côndilo).
O ramo superior possui na parte anterior o pino guia-
incisal, esse pino guia-incisal apoia na mesa plástica do
pino guia-incisal. Nesse pino guia- incisal existe uma
graduação, e essa graduação existe três traços que
envolvem todo o pino (a superior, a média e a inferior),
quando coloca-se o pino guia-incisal na linha do meio
coincidindo com a parte superior, o ramo superior fica
paralelo ao ramo inferior (a do meio é o usado) – o ramo
superior deve sempre ficar paralelo ao ramo inferior –.

Existe duas angulações no articulador semi- ajustável (uma vai


de 0° a 60° e a outra vai de 0° a 30°). Por
intermédio do parafuso interno ela marcará a inclinação côndilar do paciente (a que vai de 0° a 60°), isso
varia de paciente para paciente, essa angulação fica localizada no ramo superior na parte lateral. Já a
marcação de 0° a 30° marcará o ângulo de Bennett (fica no lado de balanceio – no lado de trabalho é
movimento de Bennett), essa angulação fica localizada no ramo superior ao lado da marcação da inclinação
côndilar.
No arco fácil temos duas barras horizontais (esquerda e direita) que estão unidas pelo parafuso anterior e
atrás (na parte posterior) existe duas pontas plásticas, que são chamados dispositivos plásticos auriculares –
pode ser chamado de oliva ou ogiva [não é o termo correto](vai dentro do conduto auricular). Depois há uma
barra transversal que une as duas barras horizontais pelos parafusos laterais. Nessa barra transversal tem dois
postes (ou pinos) um vertical e outro horizontal, presos do lado esquerdo. Esse poste vertical é unido com o
poste horizontal
pela presilha universal. E, depois temos o relator
nasum (ou relator nasal), que possui parafuso
superior que prende essa haste que tem uma parte
convexa na ponta, que será justamente a parte que
vai encostar no nasum. E, inferior tem outro
parafuso que irá prender na parra transversal.

Temos também o garfo (ou furquilha de mordida), o garfo


propriamente dito e a parte em forma de “U” (ou ferradura) éa
parte que vai intrabucal e a haste do garfo fica fora da boca. É
com esse garfo que marcamos a oclusal e a incisal dos
dentes superiores, mas para que seja marcado devemos
colocar uma substância para marcar, essa
substância pode ser a Cera 7 (não recomendada) ou um
material anelástico, que o melhor é o bastão de godiva de baixa fusão. Essa godiva é plastificada na
lamparina, ou seja, no calor. Essa plastificação não causará nenhum transtorno ao dente, pois ela se plastifica
com aproximadamente 45°C, sendo a temperatura bucal em volta dos 37°C a 39°C. Com isso, pode-se
colocar a godiva em todo o garfo ou em três posições (nos molares – esquerdo e direito – e nos incisivos
centrais).
Deve-se ser muito delicado na hora de introduzir o garfo com a godiva na boca do paciente, pois se for
comprimido terá problema. Na hora de levar na boca temos que perceber se a haste do garfo está coincidindo
com a linha média (do nasum ao meio do filtro) do paciente (a que divide o corpo em direito e esquerdo).
Depois, o garfo tem que coincidir com o plano oclusal, não pode ficar mais alto de um lado ou do outro, pois,
caso contrário, também dará problema no final da montagem.
Quando coloca-se a godiva pode dar o movimento de báscula, fazendo com que a parte anterior caminhe para
baixo. Com isso, o incisivo não toca na godiva, a godiva tem que tocar na incisal e oclusal dos dentes.
Depois de retirar a garfo da boca do paciente deve verificar a godiva, pois os dentes não podem tocar no
garfo em nenhum momento, a marcação da incisal e oclusal deve ficar dentro da godiva, se não dará errado a
montagem. Depois, tem que tirar a vestibular e a lingual da godiva com estilete para que o modelo encaixa
perfeitamente, ou seja, deve deixar marcado somente a oclusal (não deixando nada na vestibular nem na
lingual). Caso o modelo não encaixa confira se há bolhas ou nódulos na godiva, caso haja, tire com o estilete.
Por tanto, temos que ter cuidado na montagem do arco e depois da montagem do arco. Quando leva na boca
novamente, se pegar na haste do garfo se mexer o garfo e a cabeça do paciente não mexer está errado, pois
deve pegar a haste do garfo e fazer o movimento de direita-esquerda (ou baixo-cima) a cabeça do paciente
deve acompanhar, pois está travado.
Caso a godiva perfure pode ser feito um refinamento ou reembasamento do molde, pegue a pasta zinco
eugenólica e coloque em cima da godiva onde está marcado e leva novamente na boca. Com isso, o molde foi
refinado. Porém, se aparecer o garfo novamente deve-se refazer com godiva, caso não apareça está correto.
A montagem do arco facial na face do paciente caso ele esteja mordendo o garfo o paciente irá ajudar na
montagem do arco facial. Primeiro, pede ao paciente para colocar o dedo mínimo e coloca dentro do ouvido
e pede ao paciente para ele abrir e fechar a boca, o local em que ele sentiu mexer levará o dispositivo plástico
auricular nessa região. Com isso, quando for levado ao meato auditivo
pegaremos a presilha universal e coloque-a na haste do garfo. Depois disso, prende o relator de nasum (ou
relator nasal) no meio da barra transversal, encaixando a parte convexa na concavidade do nasum.
Após o arco facial montado individualizaremos as medidas. Na parte anterior do arco facial há três medidas,
se ficar no 1 a distância intercôndilar desse paciente é pequena, se ficar no 2 ou entre o 1 e 2 a distância
intercôndilar é média e se ficar além do 3 ou entre o 2 e 3 a distância intercôndilar é grande.
A primeira peça a ser tirado na hora de desmontar o arco facial é o relator de nasum (ou relator nasal), depois
solta-se os parafusos laterais e o anterior. As presilhas universais não
podem mexer! Depois abre o arco facial para não machucar o paciente e retira da boca do mesmo. Nunca na
hora que tiver montado bata nas barras horizontais!
Após tirar o arco iremos programar o ramo inferior e o ramo superior pela distância intercôndilar achada. No
ramo inferior há o dispositivo metálico que representa o côndilo, ele está preso no poste, que pode ser preso
no de dentro, no do meio ou no de fora (1, 2 ou 3). Caso a distância intercondilar for pequena o parafuso será
atarraxado no de dentro (1), se for média no do meio (2) e se for grande no de fora (3). Com isso, está
programado o ramo inferior.
No ramo superior há dois espaçadores de cada lado entre o ramo e a
fossa, se for grande, fica os dois espaçadores, se for média, tira um
espaçador e coloca na posição, e se for pequena, tira os dois
espaçadores e a fossa fica encostada no ramo. Os articuladores mais
novos não tem esse espaçador, ao invés de ter os espaçadores os
novos tem o fuso expansor micrometro (apontado na figura ao
lado). No fuso expansor micrometro se for pequena está correto
(encostado), se for média solta os dois parafusos e começa a rodar o
fuso expansor,
com isso ele vai abrindo até encontrar o primeiro risco/traço, coincidindo com o primeiro risco a distância
intercôndilar é média, se for grande, continua rosqueando o fuso expansor micrometro até chegar no segundo
risco/traço. Com isso, está programado o ramo superior.
Agora para começar a montar iremos regular os ângulos em medidas médias, o de 0° a 60° iremos colocar em
30° (inclinação côndilar média) e de 0° a 30° iremos colocar 15° (ângulo de Bennett médio). Então, para
começar a montar medidas médias 30° para inclinação côndilar e 15° para o ângulo de Bennett. Depois de
montado tudo iremos individualizar os ângulos.
Em seguida, iremos acoplar o arco facial no ramo superior. Para isso deve-se retirar o posicionador de glabela
e o pino guia-incisal. Com isso, apoiamos na barra transversal e ao lado do ramo superior tem um pino e no
dispositivo plástico auricular tem um buraco, portanto encaixamos esse pino do ramo superior no buraco do
dispositivo plástico auricular.
Nisso, pegamos o modelo superior e encaixamos em cima da godiva. Por isso, a placa de montagem deve
ficar um pouco distante da placa de montagem, em seguida coloca-se gesso até chegar na placa de montagem
para ficar preso. Mas
antes disso, não podemos esquecer de pegar a placa de montagem e na sua parte anterior colocar um pedaço
pequeno de cera utility para facilitar a retirada do modelo no final do trabalho e, além disso, vaselinar as
partes de baixo relevo da placa (alto relevo não vaselina, pois é ele quem vai segurar o modelo), isso tudo é
para facilitar a retirado do modelo. E, a seguir, fazemos ranhuras no modelo e o hidratamos para então
colocar o modelo sobre o garfo e colocamos elástico para dinheiro prendendo o modelo ao garfo para que
quando o gesso contraia não puxe o modelo para cima, e então, colocamos o gesso em cima do modelo e na
placa e prendemos a placa de montagem superior no modelo superior. Após o gesso cristalizar tiramos o arco
facial, e coloca o pino guia-incisal na posição mantendo o ramo superior e o ramo inferior paralelos, e o ramo
superior está montado na mesma posição espacial que a maxila está em relação ao crânio.

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