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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO TECNOLÓGICO - CT
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO – LATO SENSU
ENGENHARIA DE SEGURANÇA DE TRABALHO

TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO

ANÁLISE DA NOVA VERSÃO DA NR – 20 E DE SUA


APLICAÇÃO EM POSTOS DE COMBUSTIVEIS

LARA SOSSAI C. DA COSTA

VITÓRIA – ES
NOVEMBRO/2012
2

LARA SOSSAI C. DA COSTA

ANÁLISE DA NOVA VERSÃO DA NR – 20 E DE SUA


APLICAÇÃO EM POSTOS DE COMBUSTIVEIS

Trabalho de Fim de Curso


elaborado pela aluna Lara Sossai
C. da Costa apresentado ao
Colegiado do Curso de Pós
Graduação – Lato Sensu, em
Engenharia de Segurança do
Trabalho da Universidade Federal
do Espírito Santo, para obtenção
do certificado de Especialista.

VITÓRIA – ES
NOVEMBRO/2012
3

LARA SOSSAI C. DA COSTA

ANÁLISE DA NOVA VERSÃO DA NR – 20 E DE SUA


APLICAÇÃO EM POSTOS DE COMBUSTIVEIS

COMISSÃO EXAMINADORA:

___________________________________
Prof. Dr. José Eduardo Rigo
Orientador

___________________________________
Prof. Dr. Daniel Rigo
Examinador

Vitória - ES, 24 Novembro 2012


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“Saiu o semeador a semear.


Semeou o dia todo
e a noite o apanhei ainda
com as mãos cheias de
sementes.
Ele semeava tranqüilo
sem pensar na colheita
porque muito tinha colhido
do que outros semearam”.

Cora Coralina
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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

ACGIH - American Conference of Governmental Industrial Hygienists

ANP – Agencia Nacional do Petróleo

APP/APR – Análise Preliminar de Perigo/ Análise Preliminar de Riscos

CBMES – Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo

CBO – Classificação Brasileira de Ocupações

CEPA – Decreto de Proteção Ambiental Canadense

CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

CLT – Consolidação das Leis do Trabalho

CNAE – Cadastro Nacional de Atividades Econômicas

DEFRA – Departamento de Assuntos Ambientais, Alimentícios e Rurais do Reino

Unido

EPI – Equipamento de Proteção Individual

GTT – Grupo Tripatite de Trbalho

IEMA - Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

LD – Limite de Detecção

MTE – Ministério do Trabalho e Emprego

NR – Norma Regulamentadora

NBR – Norma Brasileira Regulamentadora

OIT – Organização Internacional do Trabalho


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PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

PAH – Hidrocarbonetos Nucleados Poliaromáticos Nucleados*

PMO – Plano de Manutenção e Operação

PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

SCT – Selo de Conformidade Técnica

SESMT – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do

Trabalho

SIT – Secretaria de Inspeção do Trabalho

SPDA – Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas

USEPA – Agencia de Proteção Ambiental dos Estados Unidos

VOC’S – Compostos Orgânicos Voláteis


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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01 - Esquema básico de um posto combustível..........................................16

FIGURA 02 - Número anual de atendimento a acidentes em postos e sistemas


retalhistas de combustíveis no Rio Grande do Sul.....................................................17

FIGURA 03 - Acidentes em postos e sistemas retalhistas de combustíveis atendidos


pela CETESB, por ano no Estado de São Paulo.......................................................18

FIGURA 04- Posto Centro 01 – Tráfego de veículos próximo ao posto.....................35

FIGURA 05 - Posto Centro 02 – Detalhe para tonéis de armazenagem de resíduos


destampados e sob o ar condicionado.......................................................................36

FIGURA 06 - Posto Jucutuquara – Detalhe para o layout geral do posto..................37

FIGURA 07 - Posto Centro 01 – Detalhe para os elementos no entorno do posto:


telefone público, poste de energia e diversos carros estacionados na calçada do
posto...........................................................................................................................40

FIGURA 08- Posto Centro 01 – Vista geral da localização do posto.........................40


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LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO TEMA

Lei Nº 9.478 de 6 de agosto de 1997


Agência Nacional do Petróleo

Decreto Nº 2.953 de 28 de janeiro de 1999


Agência Nacional do Petróleo

Resolução CONAMA Nº 237 de 19 de dezembro de 1997

Resolução CONAMA Nº 273 de 20 de novembro de 2000

Portaria Nº 116 de 5 de julho de 2000


Agência Nacional do Petróleo

Portaria Nº 202 de 30 de dezembro de 1999


Agência Nacional do Petróleo

Portaria Nº 8 de 16/01/97
Ministério de Minas e Energia
9

AGRADECIMENTOS

Ao Professor Dr. José Eduardo Rigo, pela orientação competente e apoio durante
toda a realização do trabalho.

Aos colegas do CEEST – Turma 16 pela amizade e companheirismo durante o


curso.

À Minha mãe por me fazer acreditar no trabalho com ética e moral como a única
forma de evoluir e se obter o sucesso.

E principalmente a Deus, por me dar a força necessária à busca do aperfeiçoamento


pessoal e profissional.
10

RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo a análise do o novo texto da NR – 20 em vista


da versão anterior pontuando mudanças importantes e, avaliando sua aplicabilidade
em postos de combustíveis. Foram avaliados três postos de revenda de
combustíveis localizados na cidade de Vitória, em dois diferentes bairros, mas em
avenidas de grande fluxo. O estudo compreende uma análise bibliográfica sobre o
tema, analise critica da nova versão, comparativos entre os textos e estudos a
respeito do tema, buscando-se identificar junto à literatura as principais modificações
da norma e os fatores que mais interferem na atividade dos postos e sistemas
retalhistas: saúde dos frentistas, condições de higiene nas instalações internas e
externas, pressão em relação ao tempo para realização da atividade, risco de
acidente, os pontos de maior exposição toxicológica, etc. A partir daí avaliou-se em
como a norma contorna em seu novo texto essas problemáticas e como os postos
tem se adequado a ela. Por fim, fez-se o balanço da aplicabilidade do novo texto e
forniram-se recomendações aos postos combustíveis e fornecer ferramentas que
melhorem a gestão da segurança nessas unidades.

Palavras-chave: NR 20, Posto de Combustível, Segurança.


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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 12
1.1 OBJETIVOS ................................................................................................. 13
1.2 OBJETIVO GERAL ................................................................................... 13
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................... 13
1.4 METODOLOGIA ........................................................................................... 13
1.5 JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 15
2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................... 16
2.1 PANORAMA DA SEGURANÇA EM POSTOS........................................... 16
2.2 PRINCIPAIS NÃO CONFORMIDADES EM POSTOS ............................... 20
2.3 POSTOS COMBUSTÍVEIS E OS RISCOS À SAÚDE DOS
TRABALHADORES .............................................................................................. 27
3 ESTUDO DE CASO – POSTOS DE COMBUSTÍVEIS DA GRANDE VITORIA .. 31
3.1 OCORRÊNCIAS GERAIS NA GRANDE VITORIA .................................... 31
3.2 ANÁLISE ITEMIZADA DA NR 20............................................................... 33
3.3 APLICABILIDADE DA NOVA NR – 20 ....................................................... 47
4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES........................................................... 49
4.1 CONCLUSÕES ............................................................................................... 49
4.2 RECOMENDAÇÕES ...................................................................................... 50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 51
ANEXOS .................................................................................................................. 54
12

1 INTRODUÇÃO

A NR-20, levada à consulta pública há mais de três anos, teve seu título alterado
para “Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis” e foi
revisada pela Portaria da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) nº 308, de 29 de
fevereiro último. A revisão tornou a NR 20, que especificava alguns critérios, limites
e procedimentos, mais sintonizada com normas internacionais estabelecidas pela
Convenção 174 da OIT (Organização Internacional do Trabalho).

A nova NR 20 se aplica a setores como os de petróleo, petroquímico, químico,


revendas e postos de combustíveis, engarrafadoras e revendas de gases
inflamáveis, usinas de álcool, distribuição de gás natural, sucroalcooleiro, depósitos,
armazéns e tanques, terminais e o manuseio e manipulação de inflamáveis e
combustíveis.

O texto da nova NR 20 apresenta diversas mudanças comparativamente com a


norma antiga, de 1978, com preocupações na segurança e saúde com inflamáveis
(gases e líquidos) e combustíveis (líquidos) em todo o ciclo de vida da instalação,
iniciando pelo projeto, passando pela construção, manutenção, operação, até a
desativação, abrangendo a extração, produção, armazenamento, transferência,
manuseio e manipulação.

O que acontece é que muitas vezes o proprietário, ou mesmo sua gerência de


postos, que já existem, não tem como se ajustar às exigências antigas devido sua
localização ou por inadimplências com os procedimentos padrões ou os necessários
quanto à operação de descarga e armazenamento dos combustíveis e demais
líquidos inflamáveis que possa comercializar.

Pretende-se ao final, mostrar a eficiência que se tem em implementar o exigido pela


norma em locais com menos fiscalização e de mais difícil adequação, como postos
de combustíveis, e fazer uma análise comparativa entre a versão antiga e a atual da
NR 20.
13

1.1 OBJETIVOS

1.2 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral desta pesquisa é analisar o novo texto da NR – 20 em vista da


versão anterior, pontuando mudanças importantes e avaliando sua aplicabilidade em
postos de combustíveis, ambientes comuns em meio urbano e de difícil adequação
devido sua restrição de área.

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Comparar solicitações do novo texto à versão anterior, por meio de análise


bibliográfica, como a ênfase na questão da gestão de segurança e na
capacitação de trabalhadores envolvidos trazidas pelo novo texto,
principalmente a necessidade de elaboração de projetos específicos à
atividade.

 Avaliar a aplicabilidade da NR por meio de um formulário, em atividades como


postos de gasolina, que são atividades mais simples, porém que também
apresentam riscos a partir de exemplos reais.

 Avaliar o impacto da norma e sua respectiva regulamentação como benefícios


ou atrasos para os empreendimentos em análise por meio das informações
fornecidas pelas gerencias dos postos e pelos órgãos fiscalizadores, como
CBMES.

1.4 METODOLOGIA

Foi realizada ampla pesquisa bibliográfica em livros, artigos, teses de doutorado e


dissertações de mestrado, normas (NR e NBR) e guias técnicos, registros sobre
práticas recomendáveis para atendimento a acidentes e ao controle de vazamentos
de gases e líquidos combustíveis inflamáveis e similares.
14

Em uma segunda etapa, foi realizada uma consulta a vários Órgãos Fiscalizadores
Estaduais, a fim de avaliar previamente a situação atual das ocorrências na região
da Grande Vitória e identificar as principais dificuldades encontradas.

Para ilustrar o cenário atual do segmento, foi realizada uma pesquisa em 03 postos
de combustíveis da região metropolitana de Vitória, postos estes localizados em
avenidas de grande movimento no Centro da Cidade, que são vias de passagem
obrigatória para alcançar outras regiões da cidade e municípios.

A análise foi feita mediante a verificação em cada um dos 03 postos, de itens


padronizados em um formulário desenvolvido para a pesquisa que segue em anexo,
com itens da norma compilados. Foram entrevistados todos os funcionários
disponíveis nos postos como frentistas, gerentes e supervisores, pois quase sempre
os proprietários não estão presentes no local.

Essa exemplificação demonstra a importância da articulação das partes interessadas


na busca de soluções que atentam à proteção da saúde humana e a segurança
ocupacional para evitar acidentes. Como forma de avaliar o novo texto da NR – 20,
tomou-se como base alguns itens da norma conforme listados abaixo:

 20.7 – Segurança Operacional;


 20.8 – Manutenção e Inspeção de Instalações;
 20.9 - Inspeção em Segurança e Saúde no Ambiente de Trabalho;
 20.10 – Analise de Riscos;
 20.11 – Capacitação dos Trabalhadores;
 20.12 - Prevenção e Controle de Vazamentos, Derramamentos, Incêndios,
Explosões e Emissões fugitivas;
 20.13 - Controle de Fontes de Ignição;
 20.14 – Plano de Resposta a Emergências da Instalação;
 20.15 – Comunicação de Ocorrências;
 20.16 – Contratadas;
 20.17 – Tanques em Edifícios;
 20.18 – Desativação da Instalação;
 20.19 – Prontuário de Instalação.
15

Esses itens foram escolhidos devido à sua importância para a atividade de postos
combustíveis e sistemas retalhistas, já em operação, em todas as etapas do
processo: implantação, atividade e finalização das mesmas. Estes itens são os
pontos principais que são avaliados durante fiscalizações e os que, em geral,
apresentam maior suscetibilidade a irregularidades e acidentes. Além disso, nesses
pontos estão as mudanças significativas na nova versão da NR – 20, estando
detalhados no novo texto sendo por isso, aqui avaliados.

1.5 JUSTIFICATIVA

Pouco se tem sobre a adequação de postos de combustíveis na bibliografia


disponível. Trata-se de um nicho muito especifico e carente de informação. Existem
normas construtivas e a própria NR – 20 que trata de orientações construtivas, mas
ainda é um tema em fase de construção e adequação.

Essa atividade, classificada como de alto risco tanto em segurança como para o
meio ambiente, tem se tornado desde o inicio da década passada, alvo dos órgãos
fiscalizadores devido às crescentes estatísticas de acidentes como vazamentos,
incêndios e explosões ocorridos. Até então, a fiscalização não era tão rigorosa e a
própria NR-20 trazia algumas brechas.

A nova versão veio com a finalidade de propor adequações e melhorias à atividade,


além de enrijecer o processo de fiscalização visto que alguns postos já existentes,
devido a sua localização, porte, ou motivo correlato, encontram-se engessados
quanto a algumas exigências da norma antiga, sendo mais fácil a implementação do
exigido pela nova versão. Vislumbra-se assim, propor alternativas de adequação a
esses proprietários de forma que reduzam o risco de acidentes, adequem-se à
norma de forma satisfatória e segura.
16

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 PANORAMA DA SEGURANÇA EM POSTOS

Os acidentes com produtos químicos perigosos têm se caracterizado como um


importante problema de segurança (tanto para quem trabalha quanto para a
vizinhança) e de saúde pública devido à amplitude de suas consequências e à
complexidade da sua abordagem.

Antes de se começar o detalhamento, é importante que se tenha em mente o


esquema padrão de um posto de combustível: seus principais componentes, layout,
etc. A seguir tem-se uma figura ilustrativa do esquema geral.

FIGURA 01 – Esquema básico de um posto combustível.

Fonte: FERNÌCOLA, N.A.G.G., et AL, 2001.

Considerando que estes eventos ocorrem em grande parte, em áreas urbanas


densamente povoadas e envolvem risco de incêndios e explosões em ambientes
confinados, como sistemas subterrâneos de água e esgoto, telefonia, metrô,
eletrificação, subsolo de edificações, poços de água, caixas de rebaixamento de
17

lençol freático, entre outros, cuidados e medidas específicas devem ser


desencadeadas para o controle dos riscos, o que demanda a intervenção de
pessoas devidamente capacitadas e equipadas para executar as operações.

Muitos esforços têm sido empreendidos por organismos internacionais e nacionais


de muitos países para o desenvolvimento de ferramentas de prevenção e para a
capacitação e melhoria das ações de atendimento emergencial (Noji, 2000).

Nas figuras 02 e 03 é possível visualizar gráficos relativos a uma década de


acidentes monitorados nos Estados do Rio Grande do Sul e São Paulo
respectivamente com uma série histórica de 1994 a 2004 do numero de acidentes
em postos combustíveis.

A primeira refere-se a um total de 38 acidentes avaliados durante cada ano da série.


Os dados da Figura 02 não permitem uma avaliação adequada da magnitude do
problema no Estado. Os números são baixos, apesar do Estado possuir 2.250
estabelecimentos, o que deve ao fato de estarem associados a restrita atuação do
órgão fiscalizador para eventos de grandes proporções.

FIGURA 02 – N ÚMERO ANUAL DE ATENDIMENTO A ACIDENTES E M POSTOS E


SISTEMAS RETALHISTAS DE COMBUSTÍVEIS NO R IO G RANDE DO S UL .

Fonte: FEPAM,(Rio Grande do Sul, 1994 – 2004).


18

FIGURA 03 – Acidentes em postos e sistemas retalhistas de combustíveis


atendidos pela CETESB, por ano no Estado de São Paulo.

Fonte: CETESB (São Paulo, 1984 – 2004).

Na Figura 3, há um total de 550 acidentes ocorridos durante o período de 1984 a


2004. Os acidentes ambientais envolvendo vazamentos de combustíveis
automotivos em postos e sistemas retalhistas passaram a ser notificados à CETESB
a partir de 1984 como mostram os dados da Figura 03. Desde então, até o ano de
1999, o número de ocorrências atendidas anualmente aumentaram
significativamente.

A partir de 2000, houve uma diminuição do número de casos seguido de uma


tendência de estabilidade, o que pode estar associado ao início da atividade de
licenciamento ambiental realizado pela CETESB em cumprimento à Resolução
CONAMA n. 273 de 29 de novembro de 2000 e à conscientização dos proprietários
desses estabelecimentos e de empresas distribuidoras de combustíveis.

Pode-se dizer que discussões sobre segurança e qualidade de vida no trabalho já


vêm de muito tempo e ainda precisa ser trabalhada. No que se refere aos
trabalhadores de postos de combustíveis, é importante citar que no Brasil alguns
Estados já tornaram lei o uso obrigatório do Equipamento de Proteção Individual –
EPI, com a finalidade de proteger a saúde dos trabalhadores, minimizarem as
19

possibilidades de acidentes de trabalho e instigar as ações preventivas durante o


exercício do trabalho (Projeto de Lei nº 1100/2003 RJ).

No âmbito internacional, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos –


USEPA completou, em 2004, 20 anos do programa federal para tanques de
armazenamento subterrâneo. Nesse período, mais de um milhão e meio de tanques
antigos, sem as condições de segurança necessárias para evitar vazamentos, foram
desativados no País; quase 300.000 vazamentos de combustíveis foram
remediados; praticamente todos os tanques subterrâneos foram adaptados ou
substituídos (USEPA, 2004).

A Agência Ambiental do Canadá, por meio do Comitê Diretório Interdepartamental


para Assuntos Ambientais, na esfera federal, decidiu em 1997 que as diretrizes
técnicas para gerenciamento de tanques de armazenamento deveriam ser
incorporadas no Decreto de Proteção Ambiental Canadense (CEPA).

Além disso, uma regulamentação foi desenvolvida, exigindo o acompanhamento e


registro pelos Departamentos Federais Apropriados (AFD) (Environment Canada,
2004).

No Reino Unido, o Departamento de Assuntos Ambientais, Alimentícios e Rurais –


DEFRA conta com o Código de Proteção de Águas Subterrâneas, editado em
novembro de 2002. Ele contempla os postos de combustíveis automotivos e demais
instalações que possuem tanques de armazenamento subterrâneos. Contempla,
ainda, recomendações para proteger a água subterrânea dos vazamentos de
hidrocarbonetos em tanques de armazenamento subterrâneos (DEFRA, 2004).

É factível também lembrar que no quesito Satisfação com o Trabalho, quanto maior
grau de instrução dos trabalhadores frentistas, menor a satisfação do mesmo com a
atividade laboral. Pesquisas do Ministério do Trabalho e acadêmicas, indicam que
este fato está ligado ao conhecimento dos riscos a que estão expostos ou a pouca
possibilidade de crescimento na empresa, já que encontrou-se frentistas com mais
de 10 anos de profissão.
20

Um ambiente de trabalho seguro oferece ao trabalhador atividades laborais


saudáveis, ou seja, a satisfação deste, pela certeza de que possíveis acidentes
tornem-se menos suscetíveis. Isso se dá através da aquisição de equipamentos de
proteção individual, oferecido pelo empregador, como também a explanação da sua
importância e uso.

É importante registrar que há obrigatoriedade no uso dos EPI, mas não existe a
cultura em fazê-lo nessa atividade e, medidas de prevenção e acompanhamento da
saúde dos trabalhadores frentistas deveria ser rotina neste meio, por se tratar de
uma atividade insalubre e perigosa.

No entanto está ao alcance da administração destes postos de combustíveis e suas


bandeiras, a implantação ou a continuidade de políticas de prevenção a acidentes e
qualidade de vida no trabalho para estes profissionais que estão na ponta e fazem o
elo entre a empresa e seus usuários.

2.2 PRINCIPAIS NÃO CONFORMIDADES EM POSTOS

A atividade dos postos de abastecimento apresenta diversas não conformidades


comuns na atividade. Essas incoerências ou condições inseguras são as principais
causadoras de acidentes e problemas para os donos de postos, visto que muitas
solicitações importantes da norma não são observadas pelos mesmos e funcionários
independente do porte e localização do posto.

Os produtos comercializados como gasolina, álcool, diesel e gás natural são


inflamáveis e voláteis e quando liberados podem resultar em incêndios e explosões,
com danos graves imediatos à vida e saúde das pessoas. Esses cenários resultam
ainda em contaminação do solo e água, e na exposição de pessoas aos vapores
tóxicos. A presença do odor característico é também agravante, pois gera pânico na
população e, em alguns casos, estresse a ponto de aumentar o registro de queixas
de problema de saúde, principalmente entre os funcionários.
21

A contaminação de solos e águas subterrâneas, causada pelos postos de serviço é,


na grande maioria dos casos, provocada por vazamentos em tanques e tubulações
subterrâneas ou constantes e sucessivos extravasamentos junto às bombas e
bocais de enchimento.

De acordo com um estudo realizado pela CETESB em 2006, sobre as causas dos
acidentes nos postos de combustíveis no Estado de São Paulo, entre o período de
1984 até novembro de 2006, verificaram-se as porcentagens apresentadas no
quadro abaixo:

QUADRO 01 – Causas comuns dos acidentes em postos combustíveis no Estado de


São Paulo.

CAUSAS PORCENTAGEM
Tanque 31,5
Tubulação 16,3
Extravasamento 8,1
Descarte 5,4
Outros 5,4
Desativado 4,6
Bomba 3,0
Caixa Separadora 1,8
Fonte: Adaptada de CETESB, 2006.

Os vazamentos em tanques de armazenamento de combustíveis, que apresentou o


maior percentual (31,5%), são gerados principalmente por corrosão nos pontos de
solda das chapas causadas por agentes do subsolo (acidez, salinidade, correntes
elétricas, umidade, flutuação do lençol freático, concentração de oxigênio no solo,
etc). Estatísticas norte americanas recentes indicam que 91% dos tanques
subterrâneos sofrem corrosão a partir do seu exterior, enquanto que, apenas 9%
deles sofrem corrosão a partir da parte interna.
22

A corrosão a partir da parte interna dos tanques subterrâneos está normalmente


relacionada aos componentes do produto comercializado, como é o caso do óleo
diesel com altos teores de enxofre, que facilita a degradação das chapas metálicas,
sendo que a oxidação tenderá a ser mais intensa na parte vazia dos tanques, pela
presença de oxigênio.

Normalmente os vazamentos em tanques combustíveis não são grandes, mas


pequenas infiltrações (de 2 a 3 litros por dia) que com dez, quinze anos de operação
acabam contaminando o subsolo, águas subterrâneas e superficiais, atingindo
outras áreas fora do limite do posto.

Por isso, existe uma grande dificuldade em detectar estes pequenos vazamentos,
eles passam despercebidos pelos administradores dos postos, que só tomam
providências quando há uma perda significativa de combustível.

Estas pequenas perdas são consideradas por estes administradores como


resultantes do processo de colocação do combustível nos tanques dos veículos e
dos níveis normais de evaporação. A ausência de sensores capazes de detectar
vazamentos reduz a sensibilidade de controle das perdas de combustíveis.

Além da corrosão em tanques e tubulações, existem outros aspectos que têm igual
importância como fontes de derramamentos ou vazamentos de combustíveis, por
exemplo, alguns aspectos construtivos do posto podem propiciar rotas de migração
dos combustíveis.

Já a proteção contra transbordamento é realizada por reservatório estanque, câmara


de calçada e válvula contra transbordamento que evitam o extravasamento do
combustível do tanque durante a operação de descarregamento do caminhão. Esse
sistema conta com uma válvula de esfera flutuante para evitar a passagem do
produto para a linha de respiro.
23

Também é composto pela descarga selada de combustível, protegida por uma


câmara de contenção que armazena, durante a descarga do caminhão, o excesso
de combustível e contém um dreno interno para o retorno deste material para o
tanque subterrâneo.

A CETESB (2006) destaca os mais significativos:

a) As trincas ou afundamentos existentes no piso das pistas de abastecimento


do posto, reflexos do esforço mecânico imposto pela circulação de veículos
no local, principalmente, veículos pesados (caminhões e carretas). Nestas
condições, as tubulações e tanques subterrâneos estão sujeitos aos efeitos
da vibração e da movimentação do solo, podendo gerar rupturas,
principalmente nas conexões.

b) Não pavimentação da pista de abastecimento ou construção com blocos de


concreto, asfalto ou paralelepípedos, os quais permitem que, durante as
operações de descarregamento ou de abastecimento dos produtos, qualquer
vazamento superficial de combustível, se infiltre no solo.

c) A ausência de canaleta ou canaleta direcionada para via pública e não para


um separador água e óleo. Desta forma, os produtos extravasados
acumulam-se nas calçadas e sarjetas, atingindo as galerias de águas pluviais
ou de esgotos, gerando atmosferas inflamáveis em seu interior.

d) Falta de estanqueidade das bombas de abastecimento. Neste caso é


recomendável a utilização de câmara de contenção impermeável que impede
o contato direto do produto vazado com o solo.

e) Instalação com tubulações metálicas galvanizadas convencionais que são


mais susceptíveis a vazamentos, pois são mais sujeitas à fragilização por
esforço mecânico.
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f) Câmara de calçada da boca de descarga de combustível não


impermeabilizada e sem área de contenção para caso de eventuais
extravasamentos no descarregamento de combustível, sendo comum
observar a presença de combustível acumulado nas bocas de descarga ou a
presença de solo impregnado com o produto ao redor das mesmas.

g) Manutenções das válvulas extratoras (conhecidas também como válvulas de


pé) que ao serem reinstaladas inadequadamente podem gerar vazamentos,
os quais são visualmente detectados pela presença de produto impregnado
na parte superior da válvula de abastecimento ou impregnado no solo, ao
redor e no interior da câmara de calçada.

h) Extravasamento nos respiros durante as operações de descarga do produto,


devido ao excessivo enchimento dos tanques.

i) Vazamentos através das conexões e tubulações do sistema de filtragem de


óleo diesel. Os vazamentos podem ser visualmente detectados através da
impregnação externa do equipamento, das suas tubulações expostas e do
piso ao seu redor.

j) As caixas separadoras de água e óleo estão sujeitas à ocorrência de trincas


em sua estrutura ou mesmo ao extravasamento por excessivo acúmulo de
resíduos.

Outros fatores importantes que contribuem são os aspectos operacionais, alguns


deles relacionados à falta de treinamento ou imprudência no serviço. Segundo a
CETESB (2006), dentre esses se destacam:

a) O controle de estoque através do método manual (considerado muito


rudimentar), que utiliza uma régua de medição, cuja confiabilidade não é total,
pois existe a possibilidade de que as pequenas variações no volume do
produto estocado não sejam detectadas ou consideradas como perdas
aceitáveis associadas à evaporação do produto.
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b) Vazamentos durante a operação de abastecimento dos veículos. Dentre as


principais causas, destacam-se as falhas operacionais no acionamento do
sistema automático de bloqueio do fluxo dos bicos de abastecimento e a
movimentação do veículo durante o abastecimento.

c) Vazamento durante a operação de descarregamento de combustível próximo


aos bocais de descarga, provocados pelo transbordamento do tanque ou pelo
derramamento do produto ainda presente na tubulação de descarga do
caminhão-tanque, ao final da operação.

No cenário nacional, podemos citar alguns episódios envolvendo postos


combustíveis. Segundo periódicos de segurança, recentemente um posto na Bahia
foi fechado após constatação do vazamento de seu tanque subterrâneo. Os vizinhos
perceberam que a água do chuveiro tinha cheiro de gasolina.

Outro caso foi no Rio de Janeiro, o vazamento de combustível fez com que gasolina
e óleo fossem parar no poço de elevadores de prédios próximos ao posto. Em
regiões urbanas, além dos danos ambientais e à saúde, também comuns a essa
atividade, outros relacionados à segurança destacam ainda mais o problema. Já que
tais vazamentos podem atingir diversos pontos de confinamento como garagens
subterrâneas, metrô, instalações, instalações públicas, etc. (Zeppini, E, 2007).

Esse investimento é a garantia de que a atividade econômica daquele ponto


continuará existindo, sem oferecer riscos e totalmente integrada aos padrões de
comportamento dos seus clientes / usuários. O bom planejamento das ações a
serem desencadeadas em situações emergenciais, por exemplo, é de grande
relevância para a minimização dos danos para a saúde humana, meio ambiente e o
patrimônio público ou privado.

Na fase de planejamento, devem ser definidas todas as etapas a serem executadas


bem como a sequência lógica das ações, a definição dos procedimentos técnicos e
o exato dimensionamento dos recursos materiais necessários (equipamentos,
instrumentos, etc), bem como a articulação e a atuação conjunta de todos os atores.
26

A adequação atrasada dessas instituições e a mobilização desnecessária de


recursos, não apenas compromete a qualidade da adequação e a eficiência da
fiscalização.

O tempo de resposta, a eficiência das ações empregadas, a magnitude dos danos


evitados e a disponibilidade dos recursos necessários são alguns dos parâmetros
importantes durante o projeto de um posto ou de adequação e fiscalização destes.

Pode-se citar também, o layout do posto combustível. O arranjo físico de uma


operação produtiva preocupa-se com a localização física dos recursos, ou seja,
decidir onde colocar todas as instalações, máquinas, equipamentos e pessoal da
produção, determinando a forma ou aparência, consequentemente reduzindo o
tempo e o custo para a organização.

O planejamento do layout/arranjo físico é muito importante para a organização, pois


influi diretamente no desempenho das atividades, no comportamento e na motivação
dos colaboradores. Ainda o layout trata entre outras coisas do ambiente de trabalho,
ao espaço físico, conforto, iluminação, o aspecto visual e estuda todos os fluxos
dentro do empreendimento: desde a movimentação de papéis até pessoas.

Ainda, o layout traz grandes vantagens operacionais e competitivas para a


organização, isso quando o layout é bem estruturado e planejado, não podendo
esquecer que um layout sem planejamento traz prejuízos enormes, como
desperdício e encalhe de produto, a empresa fica visualmente desfavorável aos
olhos dos visitantes e colaboradores, além dos prejuízos financeiros com energia
elétrica, baixa produtividade, dificuldades físicas e locacionais.

Outro ponto importante é a emissão do Certificado de Aprovação de Instalações -


CAI. O posto de gasolina como qualquer outro empreendimento, deverá solicita-lo
para sua implantação, exigência prevista pela NR2 - Inspeção prévia.
27

2.3 POSTOS COMBUSTÍVEIS E OS RISCOS À SAÚDE DOS


TRABALHADORES

As consequências dos vazamentos de combustíveis automotivos em postos e


sistemas retalhistas estão associadas à possibilidade de incêndios e explosões
porque os danos imediatos à vida humana são graves. Já a exposição humana
ocorre na volatilização de vários compostos presentes nos combustíveis,
principalmente gasolina e óleo diesel que podem ser inalados.

A composição dos combustíveis comercializados varia de acordo com o tipo de


petróleo e o uso de aditivos específicos e a toxicidade de cada composto também
pode variar significativamente (Klaassen, 2001).

Ainda, segundo Klaassen, a exposição humana, dependendo da concentração de


substância no ar e do tempo de exposição, pode provocar irritação nos olhos e
mucosas, irritação do aparelho respiratório e até depressão do sistema nervoso
central.

Segundo o CBO do IBGE, o frentista está classificado pelo código 7212.15. O


trabalhador do segmento de venda a varejo de combustíveis, pelo CNAE, está
classificado na seção G, divisão 47, grupo 473 e classe 4731-8 – comércio a varejo
de combustíveis.

Esta classe compreende a venda a varejo de combustíveis e lubrificantes para


veículos, realizada em postos de combustíveis, a venda a varejo de gás natural de
petróleo para veículos automotores, a venda a varejo de combustíveis para barcos
de pequeno porte e a venda a varejo de álcool carburante e tem como grau de risco
3, de acordo com o Quadro I da NR 04.

O quadro abaixo mostra dados dos acidentes ocorridos entre 2008 e 2010 para este
segmento de atividade econômica.
28

QUADRO 2 – Número de acidentes de trabalho no Brasil, por situação do registro e


motivo, no comércio a varejo de combustíveis entre 2008 e 2010.

2010 39
SEM CAT REGISTRADA 2009 63
2008 40
2010 -
DOENÇA DO
2009 -
TRABALHO
2008 -

9QUANTIDADE 2010 781


ACIDENTE
DE 2009 729
DE TRAJETO
ACIDENTES 2008 839
DO 2010 840
ACIDENTE
TRABALHO E COM CAT 2009 875
TIPICO
TIPOS POR REGISTRADA 2008 887
ANO 2010 1810
TOTAL 2009 1667
2008 1546
2010 2401
TOTAL GERAL 2008 2602
2009 2473
CNAE 2010 4731
Fonte: Adaptada de Lima Oliveira et all (Salvador, 2008).

Conforme mostra o quadro 2, de acordo com o somatório para cada atividade, o


maior percentual foi o de acidentes típicos, totalizando 56,1% em 2008, sofrendo
ainda um decréscimo no ano seguinte, para 52,8%, e um outro pequeno decréscimo
em 2010, tendo 52,2%.

A atividade desenvolvida pelo trabalhador frentista demanda largos períodos de


exposição aos Compostos Orgânicos Voláteis – VOC, justificando assim a
necessidade de implantação de medidas de prevenção mais eficazes, tendo em
vista que nos deparamos com profissionais trabalhando com qualquer vestimenta e
até mesmo de chinelo.
29

A American Conference of Governmental Industrial Hygienists – ACGIH estabelece o


valor de TLV – TWA (Média Ponderada pelo Tempo) para gasolina de 300 ppm para
se evitar irritação do trato respiratório superior e ocular e como limite de exposição
de curta duração (STEL) 500 ppm para se evitar depressão do sistema nervoso
central (Fernícola et al, 2001).

Outro grave problema relativo à profissão dos trabalhadores em postos de


combustíveis, em especial aos frentistas, que manuseiam diretamente os
combustíveis que têm em sua composição o benzeno, hidrocarboneto altamente
cancerígeno.

Nesses ambientes é possível identificar o contato do trabalhador com os produtos


químicos durante a atividade de abastecimento de veículos, lubrificação, manuseio
de partes contaminadas do motor para medir níveis de óleo e água, lavagem de
veículos e contato com panos e estopas contaminadas.

Além dos problemas causados pela exposição à gasolina, álcool, gás veicular e
outros produtos derivados de petróleo, podem-se citar outros riscos a que os
frentistas estão submetidos. “Contaminação biológica por bactérias na hora da
lavagem dos automóveis ou nos banheiros e vestiários é um deles, assim como
problemas ergonômicos que podem ser provocados pela carga horária excessiva e
riscos físicos causados pela exposição a ruídos e condições climáticas”, enumera. )
Jacobina, 2001).

Os fatores apontados, de acordo com Jacobina, podem causar problemas


respiratórios, dermatoses químicas (doenças causadas pelo contato dos
combustíveis com a pele), varizes e dores na coluna, já que os trabalhadores de
postos de combustíveis trabalham em pé o tempo inteiro.

Uma das principais doenças que podem acometer esses trabalhadores é o


benzenismo, provocada pela exposição ao benzeno, substância que compõe a
gasolina e que é carcinogênica. A doença causa problemas no sangue, diminuindo
o número de glóbulos brancos. A consequência é a deficiência no sistema de defesa
do organismo (Erhardt, 2008).
30

Referente à Saúde do Trabalhador Jacobina informa ainda que os trabalhadores


apresentam diferentes formas de posicionarem-se diante da questão: desconfortos
apresentados após jornada diária de trabalho, exposição a riscos, contudo, foi
identificado que os trabalhadores com menor tempo de profissão sentem com maior
frequência: cefaleia (dor de cabeça), irritação nos olhos e coceira.

Além disso, é possível destacar ainda nos itens referentes à Saúde do Trabalhador
os 100% de não fumantes, tal fato pode está relacionado ao risco de fumar no local
de trabalho e uma provável seleção de não fumantes para ocupação dos cargos de
frentista. Quanto à bebida alcoólica a avaliação não é totalmente positiva já que 69%
dos pesquisados afirmam ter hábito como forma de lazer e, bebem em média uma
vez por semana.

Um levantamento realizado pela UFPA no município de Santarém com 42


trabalhadores frentistas em 06 (seis) postos de combustível, sendo que compuseram
a amostra 32 frentistas que trabalhavam no turno do dia, período em que foram
coletados os dados. A amostra corresponde a 76% do universo pesquisado.

Nesse mesmo levantamento, foram positivas as respostas no quesito relacionado à


realização de exames ocupacionais e a hospitalização devido ao trabalho, pois 78%
afirmam terem realizado pelo menos uma vez exames ocupacionais, ainda que a
maioria tenha feito só ao ser admitido, 64% e 100% dos trabalhadores nunca
precisaram ser hospitalizados em decorrência do trabalho.

Segundo os dados obtidos nesse estudo em Santarém, pode-se observar a


predominância do sexo masculino exercendo a profissão, cerca de 60% e 40%
mulheres, 53% se encontra na faixa etária de 20 a 29 anos e 47% de 30 a 39 anos,
são solteiros 53%, casados ou estáveis 44% e separados 3%.

Tem nível médio completo de escolaridade 88%, médio incompleto 4%, fundamental
completo 4%, fundamental incompleto 4% e superior incompleto 4%.

Quanto ao tempo de trabalho 19% tem menos de 6 meses, 22% tem 6 meses ao 1
ano, 28% de 1 a 3 anos, 6% de 3 a 5 anos, 19% mais de 5 anos e 6% tem mais de
10 anos de trabalho.
31

Em relação à cor da pele, brancos são 22%, pardos 50% e negros 28%
(Portela,C,H at all). Desta forma observa-se que a avaliação da segurança do
Trabalho é algo mensurável, mas que objetiva sempre a redução dos acidentes e
prevenção ambiental na atividade.

3 ESTUDO DE CASO – POSTOS DE COMBUSTÍVEIS DA GRANDE VITORIA

3.1 OCORRÊNCIAS GERAIS NA GRANDE VITORIA

Na unidade do CBMES – Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo de Vitória, 1º


BM, há uma lista das infrações mais recorrentes observadas em vistoria de postos
de abastecimento combustível na Grande Vitória.

Dentre elas, pode-se citar 05 (cinco) principais: Sistemas de Proteção Contra


Descargas Atmosféricas – SPDA - irregulares, a maioria dos postos apresenta
sistema inadequado, obsoleto, com barramentos dispostos de maneira incorreta e
sem apresentação de projetos. Em alguns casos não há o sistema de para-raios.

Outro problema comum é a questão do aterramento dos caminhões para


abastecimento dos tanques. O modo correto é ligar uma das extremidades do cabo
de aterramento ao bocal do tanque subterrâneo ou ao ponto de aterramento do
tanque aéreo onde será descarregado o produto.

Ligar a outra extremidade do cabo à placa de aterramento do caminhão, pois, se


houver eletricidade estática acumulada, esta escoará para a terra. Mas o que ocorre
é a falta de aterramento em alguns postos, principalmente quando o mesmo ocorre
em tempo firme.

Outro ponto observado foi o Sistema de Proteção por Extintores insuficiente ou


inadequado. Muitos postos contam com extintores vencidos, alocados de maneira
insuficiente e errada de como requer a norma ou até mesmo com peças defeituosas,
como mangueiras soltas, travas frouxas, etc.
32

Cita-se ainda a sinalização desses extintores em desconformidade com a


norma NR – 23 como sinalização no chão e paredes e coloração das tampas das
caixas e mangueiras de incêndio, saídas de emergência contra incêndios,
iluminação e sinalização de segurança e hidrantes.

Uma questão frequente apresentada pelo CBMES é a falta do Projeto Técnico de


Proteção Contra Incêndio e Pânico aprovado pelo CBMES. Esse projeto prevê a
esquematização das medidas preventivas como o projeto preventivo deve consistir
na definição, dimensionamento e representação do sistema de prevenção e combate
a incêndio, incluindo a localização precisa dos componentes em conformidade com
a NR - 12, características técnicas dos equipamentos do sistema, demanda de água,
bem como as indicações necessárias à execução das instalações (memoriais,
desenhos e especificações). Compreende também a documentação necessária à
apresentação e aprovação pelo Corpo de Bombeiros Oficial.

Muitos desses projetos não são apresentados ao CBMES e a unidade fica


desprotegida por distribuição inadequada ou insuficiente dos equipamentos. Pode-se
citar ainda, como complementação ao item anterior, a construção inadequada das
unidades de abastecimento em desacordo com o projeto técnico aprovado
pelo CBMES.

Muitas unidades são construídas de maneira irregular e até mesmo adaptadas na


unidade original em locais de difícil adequação como é o caso dos postos visitados e
que serão descritos posteriormente.

As unidades de abastecimento, muitas vezes, construídas às pressas acabam por


‘atropelar’ certas etapas de projeto e a construção fica sujeita a adaptações futuras
que, se feitas de maneira irregular, podem trazer consequências desastrosas ao
posto e seu entorno.

De acordo com a NBR 7505, as instalações projetadas e construídas devem


obedecer às boas práticas de engenharia, aos procedimentos internos e controles
de qualidade inerentes e devem estar documentadas adequadamente para viabilizar
33

a aprovação, vistoria e fiscalização dos órgãos competentes. Esta documentação


deve incluir (sem se limitar a estes itens):

·Projeto completo, englobando arquitetura/civil, segurança, mecânica e


elétrica/instrumentação;

· Anotações de responsabilidade técnica dos projetos civis, segurança, mecânicos e


elétricos, da construção e montagem eletromecânica, dos testes e ensaios;
· Laudos dos ensaios hidrostáticos dos tanques (NBR 7821) e das linhas (ASME B
31.1 e ASME B 31.4);
· Laudos das soldas dos tanques (tetos e costados) e das linhas;
· Laudos das soldas do fundo dos tanques (NBR 7821) e da resistência da malha de
aterramento (NBR 7824).

Os itens acima listados são a documentação básica requerida para a atividade em


analise. Para o levantamento de campo, foram avaliados 03 (três) postos de
combustíveis na cidade de Vitória:

 Posto Centro 01 – Localizado na Av. Princesa Isabel.


 Posto Centro 02 – Localizado na Rua Henrique Novaes.
 Posto Jucutuquara – Localizado na Av. Vitória.

À luz da nova NR-20, essas unidades em estudo classificam-se como Classe I e


devem atender as exigências prescritas em norma para tal classe.

3.2 ANÁLISE ITEMIZADA DA NR 20

Para cada um dos 03 postos analisados foram escolhidos 13 itens da norma, que
são os itens mais cobrados em fiscalização e onde as mudanças se fizeram mais
notáveis entre as normas. O descritivo de cada item podem ser visualizados no
quadro abaixo:
34

QUADRO 03 – Itens da NR – 20 analisados no texto.

ITEM TEXTO SEGUNDO A NR - 20


20.7 Segurança Operacional
20.8 Manutenção e Inspeção de Instalações
20.9 Inspeção em Segurança e Saúde no Ambiente de Trabalho
20.10 Analise de Riscos
20.11 Capacitação dos Trabalhadores
20.12 Prevenção e Controle de Vazamentos, Derramamentos, Incêndios, Explosões e
Emissões fugitivas
20.13 Controle de Fontes de Ignição
20.14 Plano de Resposta a Emergência da Instalação
20.15 Comunicação de Ocorrências
20.16 Contratadas
20.17 Tanques em Edifícios
20.18 Desativação da Instalação
20.19 Prontuário de Instalação
Fonte: Arquivo do Autor (Agosto, 2012).

Para facilitar a pesquisa e a análise in loco, foi elaborado um formulário com


perguntas abertas a respeito da aplicação dos 13 itens avaliados que segue em
anexo ao trabalho.

Seguindo a itemização dos principais pontos da nova requisição, tem-se o item 20.7
– Segurança Operacional. Neste item, o empreendedor deve enviar os projetos e
estudos do sistema operacional necessários quanto à saúde e segurança do
trabalhador.

Estes devem estar atualizados no máximo trienalmente para instalações classe I e II


(Caso em análise nesse trabalho) e quinquenalmente para instalações classe III.
Como dito anteriormente, este é um dos itens com maior índice de negligência
segundo o Corpo de Bombeiros. Faz-se de extrema importância para instalação dos
postos de combustíveis, mas ainda é falho tecnicamente.
35

Os projetos em sua maioria são mal elaborados e/ou apresentam falha de layout,
isto é, sempre falta algum item ou sistema de segurança. Segundo a nova norma, a
partir de sua publicação, os postos têm 180 (cento e oitenta) dias para se adequar.

Nos postos visitados, observou-se que:

No Posto Centro 01 (Figura 04) - a estrutura é muito antiga e os sistemas de


segurança existentes estão obsoletos e no Posto Centro 02 (Figura 05) e
Jucutuquara (Figura 06) - passaram por reformas recentes e automatizaram os
sistemas de tanque e de bombas, os quais agora possuem sistemas de segurança
integrados.

Outro ponto é o treinamento recebido pelos funcionários destes postos, os quais


apresentam em sua grade noções de segurança na operação dos equipamentos.

Posto Centro 01 – Sistemas de Segurança Obsoletos;


Posto Centro 02 – Sistema automatizado de segurança em equipamentos;
Posto Jucutuquara - Sistema automatizado de segurança em equipamentos;

FIGURA 04 - Posto Centro 01 – Tráfego de veículos próximo ao posto.


(Arquivo do autor, 2012).
36

No item 20.8 tem-se a Manutenção e Inspeção das Instalações. O que pode ser
observado in loco: Posto Centro 1 - a manutenção dos equipamentos e estruturas é
realizada quando do defeito ou comprometimento das mesmas. Não existe plano de
manutenção preventiva no posto Centro 01 e os funcionários mal têm conhecimento
das épocas de manutenção dos equipamentos. Postos Centro 02 e Jucutuquara -
existe uma rotina de manutenção dos equipamentos devido os mesmos serem
novos.

Posto Centro 01 – Não há plano de manutenção e Inspeção;


Posto Centro 02 – Há plano de manutenção e Inspeção;
Posto Jucutuquara – Há plano de manutenção e Inspeção;

FIGURA 05 - POSTO CENTRO 02 – DETALHE PARA TONÉIS DE ARMAZENAGEM DE RESÍDUOS


DESTAMPADOS E SOB O AR CONDICIONADO. (ARQUIVO DO AUTOR, 2012).
37

FIGURA 06 - posto Jucutuquara – Detalhe para o layout geral do posto.


(arquivo do autor, 2012).

As inspeções devem ser registradas e sua periodicidade definidas em função da


análise de riscos, recomendações da CIPA e SESMT e das condições agressivas.
Instalações Classe I, II e III devem possuir um Plano de Inspeções e Manutenção
devidamente documentado.

O empregador deverá ainda elaborar um Plano que contemple a prevenção e


controle de vazamentos, derramamentos, incêndios e explosões e, nos locais
sujeitos à atividade de trabalhadores, a identificação das fontes de emissões
fugitivas.

Deve, também, comunicar ao órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego -


MTE e ao sindicato da categoria profissional predominante no estabelecimento, a
ocorrência de vazamento, incêndio ou explosão envolvendo inflamáveis e líquidos
combustíveis que tenha como consequência ferimento ou morte do trabalhador. Ou
seja, mais um documento de notificação além da CAT.
38

Item 20.9 - Inspeção em Segurança e Saúde no Ambiente de Trabalho refere-se


a implementação de um cronograma de inspeções em segurança e saúde no
ambiente de trabalho e uma rotina propriamente dita para implementação dessa
inspeção. As instalações devem ser periodicamente inspecionadas. As mesmas
devem ser documentadas para controle por parte da fiscalização e da própria
empresa. Inspeção em Segurança efetiva só recebem os postos Centro 02 e
Jucutuquara, por possuírem sistemas novos e automáticos.

Posto Centro 01 – Não possui as documentações da inspeção.


Posto Centro 02 – Possui as documentações da inspeção.
Posto Jucutuquara – Possui as documentações das inspeções.

O item 20.10 diz respeito a Análise de Riscos. Esse é o elemento chave dos
Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho. Deve ser coordenado por
profissional habilitado e com conhecimento sólido a cerca da atividade para efetivo
levantamento dos dados.

A meta aqui: Capacitar os trabalhadores a terem percepção dos riscos; analisar os


riscos articulados com o PPRA/CIPA/SESMT e equipe multidisciplinar; revisar a
análise de riscos por gestão de mudanças e integrar a análise de riscos com o
PPRA. Nos posto Centro 01, por ser mais antigo, a gerência disse não tomar
conhecimento da documentação comprovativa, mas que a análise já foi feita no
posto. Já em Jucutuquara e Centro 02, a análise foi feita (existe uma gestão de
riscos) e documentada.

Posto Centro 01 – Não possui a documentação;


Posto Centro 02 – Possui a documentação;
Posto Jucutuquara – Possui a documentação.

Enquanto isso no item 20.11 tem-se a Capacitação dos Trabalhadores. Deve ser
realizada por profissionais capacitados e atender ao previsto no anexo II da NR – 20.
Não esquecendo a emissão e controle dos certificados de lecionamento. Em geral,
os cursos seguem etapas como: Integração, Básico, Intermediário, Avançado I e II e
Específico.
39

Faz-se importante neste item, as informações sobre perigos, riscos e procedimentos


para situações de emergência a todos os trabalhadores, mesmo os que não
adentram em áreas e, capacitação de todos os funcionários. A partir da data da
publicação da NR - 20, os postos terão um prazo de 360 (trezentos e sessenta) dias
para se adequarem.

No posto Centro 01 foi informado por um supervisor, que acompanhava a visita, que
os funcionários não recebem treinamento enquanto que nos postos Centro 02 e
Jucutuquara, receberam o treinamento inicial, sem ser informado o teor do mesmo.

Posto Centro 01 – Nenhum funcionário recebeu/recebe treinamento;


Posto Centro 02 – Os mesmos receberam treinamento inicial;
Posto Jucutuquara – Os mesmos receberam treinamento inicial.

O item 20.12 - Prevenção e Controle de Vazamentos, Derramamentos,


Incêndios, Explosões e Emissões fugitivas requer planos para intervir, controlar e
minimizar: vazamentos, derramamentos, incêndios e explosões. Importante também
que incluam emissões fugitivas e seja integrado ao Plano de Resposta à
Emergências. Importante na prevenção de ocorrências é manter o plano de
prevenção e controle atualizado via Gestão de Mudanças. Em todos os postos foi
dito da existência desses documentos, porém, não se teve acesso aos mesmos.
Ressalta-se aqui que o prazo para adequação é de 180 (cento e oitenta) dias após a
publicação da norma.

Posto Centro 01 – Possui o Plano de Prevenção e Controle;


Posto Centro 02 – Possui o Plano de Prevenção e Controle;
Posto Jucutuquara – Possui o Plano de Prevenção e Controle.
40

FIGURA 07 - Posto Centro 01 – Detalhe para os elementos no entorno do


posto: telefone público, poste de energia e diversos carros estacionados
na calçado do posto. (Arquivo do autor, 2012).

FIGURA 08 - Posto Centro 01 – Vista geral da localização do posto.


(Arquivo do autor, 2012).
41

No item 20.13 – Controle de Fontes de Ignição refere-se aos cuidados com


trabalhos em atmosferas inflamáveis, principalmente quanto ao manuseio de
eletricidade nesses locais. Ou seja, tudo que diga respeito a equipamentos elétricos
fixos, móveis e portáteis, equipamentos de comunicação, ferramentas e similares.
Neste tópico, os postos de gasolina apresentaram somente a utilização do pára-raio
ou sistema SPDA presentes nos três postos:

Posto Centro 01 – Para – Raio;


Posto Centro 02 – Para – Raio;
Posto Jucutuquara – Para-Raio.

Os mesmos não recebem manutenção em periodicidade, mas as 03 gerências


afirmam que, por vezes, os mesmos são vistoriados. Ainda foi citado que, por tratar-
se de ambiente aberto e com atividade somente de abastecimento rápido, não há a
formação de atmosfera explosiva nos locais.

Para o item 20.14 - Plano de Resposta a Emergências da Instalação, requer


plano de resposta às situações de emergências para instalações Classe I, II e III.
Este plano deve seguir as recomendações das Análises de Riscos e se faz
necessário realizar exercícios simulados com avaliação de sua eficácia. Além disso,
Integrantes das brigadas de emergência, caso haja, devem ser treinados e com
avaliação médica específica (NR 07). Em nenhum dos postos foi realizado esse
tipo de treinamento simulado. Os postos Centro 02 e Jucutuquara possuem
análise de riscos, mas não contemplam resposta a emergências:

Posto Centro 01 – Não possui a analise;


Posto Centro 02 – Possui analise de riscos;
Posto Jucutuquara – Possui analise de riscos.

Deve-se sempre observar a formulação da Brigadas com trabalhadores voluntários,


a integração desses trabalhadores em todo o processo e o desenvolvimento do
Plano de Resposta às Emergências em conjunto com a Análise de Riscos. Os
postos terão o prazo de 180 (cento e oitenta) dias para se adequarem quando da
publicação da norma.
42

Pelo item 20.15 - Comunicação de Ocorrências existem vários meios de


comunicação de incidentes para com os órgãos fiscalizadores que é o descrito neste
item. Comunicar os incidentes (fatalidades, ferimentos de explosão e/ou
queimaduras de 2° e 3º graus com internação hospitalar, intervenção pelo PRAE),
ao Regional do MTE e Sindicato.

Ainda existe o Relatório de Investigação e Análise dos incidentes. Este documento


em geral é feito após a ocorrência pela própria empresa ou órgão fiscalizador. Este
item é de suma importância na remediação e mitigação de futuras ocorrências.
Ficando sujeito à penalidades aqueles que não atenderem a este item.

Como é sabido, nenhum empreendedor quer ter a imagem de seu estabelecimento


associada a alguma ocorrência negativa. Nos postos avaliados, foi afirmado que
nenhuma ocorrência consistente ocorreu nos últimos anos, somente pequenos
incidentes que, segundo a gerência, não necessitam de comunicação.

Posto Centro 01 – Informam que comunicam ocorrências;


Posto Centro 02 – Informam que comunicam ocorrências;
Posto Jucutuquara – Informam que comunicam ocorrências.

Item 20.16 – Contratadas. Informar os riscos envolvidos nos serviços às


contratadas é de suma importância para esse item. É de obrigação do
contratante informar ao contratado os reais riscos envolvidos nas atividades
do posto. Outro ponto importante é a capacitação dos funcionários da contratada
em concordância com os riscos envolvidos nos serviços. Mas em contrapartida,
requer do contratante fiscalização das contratadas, pois ele que responderá pelos
atos destas, sendo eles positivos ou negativos. Nos postos avaliados, não há a
utilização de mão-de-obra contratada. Somente a empresa abastecedora dos
tanques, mas essa não presta serviço rotineiro.

Posto Centro 01 – Não possui contratadas;


Posto Centro 02 – Não possui contratadas;
Posto Jucutuquara – Não possui contratadas.
43

Tem-se agora o item 20.17 – Tanques em Edifícios. Só podem ser instalados


no interior de edifícios tanques enterrados e para armazenamento de diesel. Caso
não possa instalar tanque enterrado, utilizar o tanque de superfície para uso
exclusivo a geração de energia elétrica e pressurização de rede de água (incêndio).
Tanques de superfície deve atender à vários requisitos descritos no item 20.17.2.1.
A instalação dos Tanques deve ser precedida de uma Análise Preliminar de
Perigo/Riscos (APP/APR) e requer um Responsável Técnico pela Instalação.

A capacidade máxima para tanque de superfície é de 3 x 3000 L. Os trabalhadores


envolvidos com a operação e manutenção devem ser treinados no curso
Intermediário do anexo II desta NR. Ressalta-se que nenhum dos postos de
combustíveis em análise possuía esse tipo de tanque.

Entretanto, o posto Centro 01, antes de sua primeira reforma em 2000, possuía um
tanque desse tipo, pequeno, para armazenagem de querosene. Não foi informada a
utilização desta, mas o mesmo foi removido durante as obras.

Posto Centro 01 – Não possui Tanque enterrado;


Posto Centro 02 – Não possui Tanque enterrado;
Posto Jucutuquara – Não possui Tanque enterrado.

Seguindo a ordem 20.18 Desativação da Instalação Cessadas as atividades da


instalação, requer que o empregador adote procedimentos para desativação da
instalação. Devem ser observados no processo de desativação os aspectos de
segurança, saúde e meio ambiente.

Falta de cultura para procedimentos de desativação na maioria das empresas tende


a ser um grande problema, daí a importância dos treinamentos para os funcionários
além do plano de desativação.

Nenhum dos postos tem horizonte de utilização, mas foi informado que este item foi
requerido pelo órgão ambiental licenciador e encontra-se atendido por todos os 03
postos.
44

Posto Centro 01 – Informa que possui Plano de desativação;


Posto Centro 02 – Informa que possui Plano de desativação;
Posto Jucutuquara – Informa que possui Plano de desativação.

Item 20.19 Prontuário da Instalação - Outro documento exigido pela norma é o


Prontuário da Instalação contendo:

a) Projeto da Instalação;
b) Procedimentos Operacionais;
c) Plano de Inspeção e Manutenção;
d) Análise de Riscos;
e) Plano de prevenção e controle de vazamentos, derramamentos, incêndios e
explosões e identificação das fontes de emissões fugitivas;
f) Certificados de capacitação dos trabalhadores;
g) Análise de Acidentes;
h) Plano de Resposta a Emergências.

O prontuário de Instalações deve ser mantido atualizado e adequado às instalações


existentes, sendo que a cada modificação na estrutura ou sistema do posto, o
prontuário deve ser revisto.

Este item foi atendido por todos os postos. Não obteve-se acesso ao documento,
mas as 03 gerências afirmaram a apresentação deste ao órgão ambiental mediante
complementações. Outra observação é que nenhum funcionário dos 03 postos tem
acesso a essa documentação. Somente os responsáveis técnicos pelo posto e a
gerência.

Ainda pela nova versão, temos a inserção da COMISSÃO TRIPARTITE - CNTT. O


artigo 2º da NR 20 aprova a criação da Comissão Nacional Tripartite Temática, com
o objetivo de acompanhar a implantação da nova regulamentação. A CNTT avaliará
os prazos consignados após 12 meses da publicação desta nova NR podendo
propor ajustes.
45

Nos casos estudados, os 03 postos de combustíveis são bem antigos e sofreram


reformas ao longo dos anos. Dois deles não possuíam nem mesmo a documentação
básica: como as plantas lacacionais, “layouts”, documentação de equipamentos, etc.

Um deles, o Centro 01, sofreu há alguns anos um pequeno incêndio devido a fiação
antiga que destruiu parte do telhado do posto, motivando assim, sua reforma. Mas
após a reforma e consequente mudança de gerencia, adquiriram o documento.

Posto Centro 01 – Possui o Prontuário;


Posto Centro 02 – Possui o Prontuário;
Posto Jucutuquara – Possui o Prontuário.

O Quadro 04 a seguir, apresenta uma síntese da situação do atendimento da norma


pelos 03 postos visitados, para cada item da NR-20 avaliado neste trabalho e
citados acima, se utilizando do formulário confeccionado para o levantamento que
segue no Anexo B.
46

QUADRO 04 – Síntese da situação de atendimento dos itens da NR-20 nos postos


visitados.

ITEM CENTRO 1 CENTRO 2 JUCUTUQUARA

Estrutura antiga e Estrutura e equipamentos Estrutura e equipamentos


20.7
equipamentos obsoletos modernos modernos

20.8 Sem manutenção Manutenção programada Manutenção programada

Não possui
20.9 Possui a documentação Possui a documentação
documentação

Possui Analise de risco da Possui Analise de risco Possui Analise de risco da


20.10
atividade da atividade atividade

Não receberam Receberam o treinamento Receberam o treinamento


20.11
treinamento inicial e inicial

20.12 Possui plano Possui o Plano Possui o Plano

20.13 Pára-raio Pára-raio Pára-raio

Não prevê treinamento e Tem o Plano, mas não Tem o Plano, mas não
20.14
nem o Plano prevê treinamento. prevê treinamento.

Comunicam ocorrências Comunicam ocorrências Comunicam ocorrências


20.15
aos órgãos aos órgãos aos órgãos

Não possuem
20.16 Não possuem contratadas Não possuem contratadas
contratadas

Não possui tanque em Não possui tanque em Não possui tanque em


20.17
edifício edifício edifício

Possui plano de Possui plano de Possui plano de


20.18
desativação desativação desativação

20.19 Possui o Prontuário Possui o Prontuário Possui o Prontuário

Fonte: Arquivo do Autor, (2012).


47

3.3 APLICABILIDADE DA NOVA NR – 20

Em seu texto atual, a NR 20 traz questões que até então não eram contempladas
pela norma, por exemplo, o estabelecimento de diretrizes básicas para a gestão da
Segurança e Saúde no Trabalho contra os fatores de risco de acidentes
provenientes das atividades de extração, produção, armazenamento, transferência,
manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis.

Ainda ressalta-se que a revisão da regulamentação de trabalho com líquidos,


combustíveis e inflamáveis se fazia necessária justamente por não atender mais à
realidade do setor, sempre em expansão e com índices crescentes de
irregularidades, como visto pelos dados coletados do Corpo de Bombeiros do ES.

A principal demanda para a revisão da NR 20 foi sua desatualização, afinal, ela foi
elaborada em 1978, e era, por exemplo, praticamente baseada em “distâncias de
segurança” como medida preventiva o que engessava muito certos locais que não
possuem área suficiente, ficam próximos a vias de grande circulação, praças e
residências (vide figuras do Anexo A) e poderiam lançar mão de outras alternativas.

Outra exigência nova e de igual relevância, foi a introdução da obrigatoriedade do


Prontuário da Instalação, elemento focal para uma eficaz Gestão de segurança e
saúde no trabalho em instalação com inflamáveis e combustíveis.

Além disso, a elaboração do relatório de investigação e análise dos acidentes com


inflamáveis e combustíveis, contendo as causas básicas e medidas preventivas
adotadas, também se torna uma exigência assim como, mantê-los no local de
trabalho a disposição da autoridade competente, dos trabalhadores e seus
representantes.

Antigamente a norma somente se aplicava ao GLP - (Gás Liquefeito de Petróleo),


excluindo outros gases inflamáveis e estando totalmente desatualizada dos marcos
internacionais de prevenção de acidentes com inflamáveis (Convenção 174 da OIT,
Diretiva de Seveso da União Europeia e Process Safety Management dos Estados
Unidos e do GHS (Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem
48

de Produtos Químicos). Sendo assim, sua melhoria fez-se de urgente necessidade


ao longo dos anos, culminando num texto mais completo.

Nessa nova versão, o Grupo de Trabalho Tripartite da NR 20 (GTT) preocupou-se


em diferenciar as instalações em função da atividade e/ou quantidade de inflamáveis
e combustíveis armazenada, exigindo medidas ponderadas e adequadas para cada
tipo: Classe 1, 2 ou 3 e para o armazenamento de envazados . Cada qual com sua
especificação e necessidade.

Além disso, a norma intensifica o controle do combustível em todo seu processo de


administração, minimizando a ocorrência de acidentes. Assim, todas as fases do
empreendimento têm seus níveis de riscos, desde o projeto e a instalação até a
operação, e requer atenção quanto à comprovação e documentação da sistemática
de manutenção.

Algumas medidas preventivas foram acrescentadas como tanques com dupla


proteção, câmaras de contenção, linhas hidráulicas de grande durabilidade,
sistemas de tratamento de efluentes entre outros que podem reduzir
significativamente a possibilidade de qualquer contaminação, alem de tornar a
atividade mais segura.
49

4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

4.1 CONCLUSÕES

Após análise de ambas as versões: portaria 308/2012 e a versão de 1978, constata-


se que em geral, essa nova versão traz a necessidade de implantação de um
sistema de gestão da segurança visando eliminar algumas inconformidades e
implementar o planejamento da atividade com vistas à segurança operacional
atribuindo prioridade às atividades e serviços que atendam da melhor forma às
exigências de Saúde, Segurança e Meio Ambiente.

Foram acrescentadas ao novo texto algumas medidas preventivas e benéficas como


tanques com dupla proteção, câmaras de contenção, linhas hidráulicas de grande
durabilidade, sistemas de tratamento de efluentes entre outros que podem reduzir
significativamente a possibilidade de qualquer contaminação, alem de tornar a
atividade mais segura.

Por meio da aplicação do formulário, elaborado como ferramenta para verificação do


atendimento dos itens da NR in loco, constatou-se diversas falhas por parte das
empresas. Diversos empreendimentos ainda insistem na desorganização e nos
“jeitos mais simples” de resolver as coisas mesmo com prazos para atendimentos e
intensificação da fiscalização.

Pode-se dizer ainda, que um aspecto positivo dessa nova NR é que não foram
criados PPRA ou CIPA específicos para a atividade como ocorre na área portuária e
da construção civil, reduzindo assim a burocracia, o número de exigências e
beneficiando os envolvidos.

Em suma, conclui-se que o atendimento aos itens da nova NR-20, tendo em vista os
novos conceitos incorporados, pressupõe inúmeras melhorias para as atividades
enquadradas independente do tamanho ou local onde está localizado. Ao contrario
da norma anterior, a atual traz soluções para as causas comuns de acidentes em
postos de combustível, pois abrange diversos elementos e partes envolvidas na
atividade e não somente distancias de segurança como a versão anterior.
50

A fim de prover alternativas para aqueles que ainda encontram dificuldades para se
adequarem, sugerem-se ferramentas gerenciais para auxiliar nesse começo e na
manutenção do atendimento.

4.2 RECOMENDAÇÕES

Ressalta-se que a fiscalização sempre é intensificada depois que uma nova norma
ou revisão entra em vigor. Por isso, dentre outras coisas, propõe-se a realização de
auditorias no posto não somente interna, que se faz necessária sempre e para
qualquer atividade, mas também de terceira parte garantindo a idoneidade da
análise, adequação da atividade e qualidade dos serviços do posto.

Sugere-se também montar um programa de treinamento periódico para os


funcionários, como sugere o item 20.11, com normas de segurança, atendimento a
emergências e primeiros socorros, mas que abranja todos os postos de
combustíveis. No caso em tela, o treinamento é ministrado para capacidade de
armazenagem do posto em gases inflamáveis acima de 2 ton até 60 ton; – líquidos
inflamáveis e/ou combustíveis acima de 10 m³ até 5.000 m³.

Outro ponto importante e que se percebeu muito esquecido pelos donos de postos,
é a revisão de toda documentação técnica referente aos itens 20.8, 20.9 e 20.10.
Muitos pensam que uma vez emitidas, não precisam de melhorias/adequações e os
documentos acabam por perder a validade e quando de uma fiscalização, os
documentos jaó não servem.

Sendo, portanto, a palavra de ordem o planejamento da atividade com vistas à


segurança operacional atribuindo prioridade às atividades e serviços que atendam
da melhor forma às exigências de Saúde, Segurança e Meio Ambiente.
51

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Rio de Janeiro.

ABNT/NBR 7821 – Tanques soldados para armazenamento de petróleo e derivados.


1983. Rio de Janeiro.

ABNT/NBR 7824 – Sistemas de revestimentos protetores


com finalidade anticorrosiva. 1983. Rio de Janeiro.

BRASIL. Lei Nº 9.478 de 6 de agosto de 1997 - Agência Nacional do Petróleo.


Dispõe sobre a política energética nacional, as atividades relativas ao monopólio
do petróleo, institui o Conselho Nacional de Política Energética e a Agência
Nacional do Petróleo e dá outras providências.

BRASIL. Decreto Nº 2.953 de 28 de janeiro de 1999 - Agência Nacional do Petróleo.


Dispõe sobre o procedimento administrativo para aplicação de penalidades por
infrações cometidas nas atividades relativas à indústria do petróleo e ao
abastecimento nacional de combustíveis, e dá outras providências.

BRASIL. Resolução CONAMA Nº 237 de 19 de dezembro de 1997. Dispõe sobre


licenciamento ambiental; competência da União, Estados e Municípios; listagem
de atividades sujeitas ao licenciamento; Estudos Ambientais, Estudo de Impacto
Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental.

BRASIL. Resolução CONAMA Nº 273 de 20 de novembro de 2000. determina a


obrigatoriedade do licenciamento ambiental para localização, construção,
instalação, modificação, ampliação e operação de postos revendedores, postos
de abastecimento, instalação de sistemas retalhistas e postos flutuantes de
combustível.

BRASIL. Portaria Nº 116 de 5 de julho de 2000 - Agência Nacional do Petróleo.


regulamenta, pela presente Portaria, o exercício da atividade de revenda
varejista de combustível automotivo.

BRASIL. Portaria Nº 202 de 30 de dezembro de 1999 - Agência Nacional do


Petróleo. Estabelece os requisitos a serem cumpridos para acesso a atividade
de distribuição de combustíveis líquidos derivados de petróleo, álcool
combustível, biodiesel, mistura óleo diesel/biodiesel especificada ou autorizada
pela ANP e outros combustíveis automotivos.

BRASIL. Portaria Nº 8 de 16/01/97 - Ministério de Minas e Energia.

CETESB - Companhia Estadual de Tecnologia em Saneamento Básico (2006) -


Relatório de atendimento a acidentes ambientais em postos e sistemas
retalhistas de combustíveis 1984 a 2004.
52

DEFRA - DEPARTMENT FOR ENVIROMENT FOOD & RURAL AFFAIRS. Petrol


stations and other fuel dispensing facilities involving underground storage tanks.
Disponível em: <
http://www.defra.gov.uk/environment/water/ground/petrol/pdf/groundwater_petrol.
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Salvador, 2008.

ENVIROMENT CANADA. Above ground and underground storage tanks. Disponível


em: <http://www.on.ec.gc.ca/pollution/fpd/tanks/intro-e.html>. Acesso em: Maio,
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FEPAM – Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler.


Acidentes em postos e sistemas retalhistas de combustíveis: subsídios para a
vigilância em saúde ambiental. Porto Alegre, 2004.

FERNÌCOLA, N.A.G.G., et al. Contribuição da toxicologia para a atividade de


controle ambiental – Principais substâncias químicas envolvidas nos acidentes
rodoviários no Estado de São Paulo. CETESB, São Paulo, CETESB, 2001.

Jacobina, A – CESAT – Centro Estadual de Referência em Saúde do


Trabalhador – Relatório de Inspeção ao Ministério Publico. Salvador,
2012.

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http://atarde.uol.com.br/cidades/noticia.jsf?id=901661&t=Seminario+discute+sau
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KLAASSEN, C. D. Cassarett & Doull's toxicology. The basic science of poisons. New
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LIMA OLIVEIRA, D. et all. Análise de exposição a riscos dos frentistas em postos


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MTE – Ministério do Trabalho e Emprego. NR’s para download. Disponível PORTAL


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http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A35F788440135F7C6F7A362DB/NR-
20%20%28atualizada%202012%29.pdf .

NR 2 - Norma Regulamentadora 2 – Inspeção Prévia. MTE. Portaria 35/1983.

NR 4 - Norma Regulamentadora 4 - Serviços Especializados em Engenharia de


Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT. MTE. Portaria GM n.º 202, 22
de dezembro de 2006.
53

NR – 23 – Norma Regulamentadora 23 – Proteção contra incêndios. Redação dada


pela Portaria SIT n.º 221, de 06 de maio de 2011.

NR – 12- Norma Regulamentadora 12 - SEGURANÇA NO TRABALHO EM


MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS. aprovada pela Portaria nº 3.214, de 8 de junho
de 1978, 24 de Dezembro de 2010.

NR-20 – Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis, Portaria


SIT n.º 308, de 29/02/2012, disponível em:
<http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm>. Acesso:
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NOJI, E. K. (editor). Impacto de los desastres en la salud pública. Bogotá: OPAS,


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PORTELA, C,H. Proteção e qualidade de vida para trabalhadores frentistas de


postos de combustíveis no município de Santarém, PA.

REVISTA PROTEÇÃO - Artigos e matérias a respeito das modificações no texto da


NR – 20 e desafios na aplicação.

REVISTA PROTEÇÃO. Disponível em:


<http://www.protecao.com.br/noticias/doencas_ocupacionais/benzeno,_inimigo_l
ento_e_mortal_dos_frentistas/J9jjAAy5>. Acesso: 08 de Agosto de 2012.

SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA. Departamento Regional da Bahia – FIEB/SESI.


NR – 20 comentada. Disponível em: http://www.slideshare.net/stoc3214/nr-20-
comentada.

S, GEORGE. SMS - Segurança Meio Ambiente e Saúde. Segurança Meio-Ambiente


e Saúde, Segurança e Saúde no Trabalho, Acidentes de Trabalho, Doenças
Profissionais, Riscos, etc. Abril, 2012.

Shamá, Ricardo – Desafios na Implementação da Nova NR-20 para Empresas,


disponível em: http://trabalhoevida.com.br. Acesso: Maio, 2012.

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12 out. 2004.

USEPA- UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY. Building on


the past to protect the future celebrating 20 years of progress. Disponível em:
<http://www.epa.gov/swerust1/>. Acesso em: Junho, 2012.

Zeppini – Postos de gasolina - http://zeppini.com.br/zeppini/2009/05/07/postos-de-


combustiveis-riscos-ambientais-que-devemos-evitar/ - site sobre meio ambiente
e atitudes sustentáveis.
54

ANEXOS
55

ANEXO A – FIGURAS DOS POSTOS ANALISADOS – JUNHO/2012

Figura A1 – Posto Centro 01 – Vista geral da localização do posto de ângulo frontal. (Arquivo
pessoal, 2012).

Figura A2 – Posto Centro 02 – Vista geral da localização do posto entre cruzamentos de grande
fluxo. (Arquivo pessoal, 2012).
56

Figura A3 – Posto Centro 02 – Detalhe para localização do posto em uma praça pública. (Arquivo
pessoal, 2012).

Figura A4 – Posto Centro 02 – Detalhe para a banca de revistas e para a agência bancaria ao lado
do posto. (Arquivo pessoal, 2012).
57

Figura A5 – Posto Jucutuquara – Detalhe para as bombas e a organização geral do posto. (Arquivo
pessoal, 2012).

Figura A6 – Posto Jucutuquara – Detalhe para a saída do posto e área de lava-jato. (Arquivo
pessoal, 2012).
ANEXO B – FORMULARIO PARA LEVANTAMENTO DE DADOS

FORMULARIO BASICO SOBRE NR-20 PARA AVALIAÇÃO DE POSTOS

20.7 Segurança Operacional

- Há a atualização dos procedimentos operacionais de segurança e sua


documentação devidamente organizada e disponível?

- As etapas de segurança (pré-operação, operação, pós operação, etc) possuem


instrução revisada periodicamente e difundida entre os funcionários?

- Quais são as medidas de controle utilizadas para controle de gases e vapores


durante a transferência de inflamáveis?

20.8 Manutenção e Inspeção das Instalações

- A instalação possui plano de inspeção e manutenção com as exigências mínimas


prescritas pela norma?

- Estes planos encontram-se atualizados?

- Os equipamentos e ferramentas possuem manuais em português disponíveis?

- Os trabalhadores são capacitados para realizarem as manutenções ou os


equipamentos são encaminhados para o fabricante?

- As manutenções são documentadas adequadamente?

- Para atividades não rotineiras são elaboradas permissões de trabalho – PT?

20.9 Inspeção em Segurança e Saúde no Ambiente de Trabalho

- As inspeções de segurança são realizadas periodicamente e por profissionais


responsáveis?

- Esses relatórios ficam disponíveis na empresa para fiscalização e funcionários?


59

20.10 Análise de Riscos

- As análises de riscos da instalação são estruturadas com base em metodologias


apropriadas e em função dos propósitos da análise, das características e
complexidade da instalação e realizadas por equipe habilitada?

- As melhorias apontadas na analise são realizadas no posto?

20.11 Capacitação dos Trabalhadores

- Os trabalhadores recebem atualização e reciclagem periódicas e adequadas para


sua função?

- Os cursos são fornecidos por profissional habilitado e com conteúdo e absorção


satisfatórios?

20.12 Prevenção e Controle de Vazamentos, Derramamentos, Incêndios,


Explosões e Emissões fugitivas.

- A gerencia confecciona plano que contemple a prevenção e controle de


vazamentos, derramamentos, incêndios e explosões e, nos locais sujeitos à
atividade de trabalhadores, a identificação das fontes de emissões fugitivas?

- Os tanques de armazenamento de combustíveis possuem sistema de contenção


adequado?

20.13 Controle de Fontes de Ignição

- O local possui medidas especificas para controle da geração, acumulo e descarga


de eletricidade estática? Qual tipo?

20.14 Plano de Resposta a Emergências da Instalação

- A gerencia elaborou e implementou plano de resposta a emergências que


contemple ações específicas a serem adotadas na ocorrência de vazamentos ou
derramamentos de inflamáveis e líquidos combustíveis, incêndios ou explosões?

- Há a realização de simulados com data e hora combinados no mínimo


anualmente?

- A equipe envolvida na resposta a emergência realiza exames periódicos?


60

20.15 Comunicação de Ocorrências

- Como e para qual órgão é realizada a comunicação de ocorrências?

- Os relatórios de investigação de ocorrências ficam alocados no posto?

20.16 Contratante e Contratadas

- A empresa realiza fiscalização continua das contratadas?

- Com que periodicidade ocorre? As documentações geradas ficam na empresa?

20.17 Tanque de Líquidos Inflamáveis no Interior de Edifícios

- Há tanque de inflamáveis em edifício no posto? Se sim, quais as medidas


preventivas usadas?

- Existe APR para o tanque contendo no mínimo o preconizado em norma?

20.18 Desativação da Instalação

- Existe plano de desativação de instalação? O que o mesmo contempla?

20.19 Prontuário da Instalação

- Qual o conteúdo do prontuário de instalação?


- O prontuário fica disponível tanto para os funcionários quanto para as autoridades
competentes?
61

ANEXO C – CHECK LIST PARA VERIFICAÇÃO DO ATENDIMENTO

Nos casos em que o Posto Revendedor comercialize, também, o GNV (Gás Natural
Veicular), submetê-lo também a estes questionamentos:

CHECKLIST- NR-20

DADOS DA INSPEÇÃO
Local: Data:
Inspetor: Contato:
Acompanhantes:

QUESTÃO SIM NÃO Comentário


Os equipamentos recebem manutenção
periódica? A documentação das ( ) Sim ( ) Não
manutenções fica armazenada?
No caso de acidentes, sejam eles de
qualquer natureza e proporção, são ( ) Sim ( ) Não
comunicados aos órgãos fiscalizadores?
A empresa possui plano de desativação de
( ) Sim ( ) Não
instalação?
O local possui medidas para controle da
geração, acumulo e descarga de ( ) Sim ( ) Não
eletricidade estática?
A empresa possui contratadas? Em caso
( ) Sim ( ) Não
afirmativo, há a fiscalização destas?
Os funcionários recebem Treinamento para
( ) Sim ( ) Não
uso do EPI ao receberem ?
Os combustíveis são armazenados em
( ) Sim ( ) Não
tanques subterrâneos?
Os funcionários são capacitados para o
atendimento adequado ao consumidor,
bem como treinados adequadamente para ( ) Sim ( ) Não
lidar com os combustíveis e os
equipamentos?
O estabelecimento mantém em perfeito
estado de funcionamento e conservação
os equipamentos medidores e tanques de
( ) Sim ( ) Não
armazenamento de sua propriedade, bem
como de terceiros, cuja manutenção seja
de sua responsabilidade?
O distribuidor proprietário dos
equipamentos é notificado sempre que
( ) Sim ( ) Não
existe necessidade de manutenção dos
mesmos?
62

As inspeções de segurança são realizadas


periodicamente e por profissionais ( ) Sim ( ) Não
responsáveis?
Existe plano que contemple a prevenção e
controle de vazamentos, derramamentos,
incêndios e explosões e, nos locais
( ) Sim ( ) Não
sujeitos à atividade de trabalhadores, há
identificação das fontes de emissões
fugitivas?
O livro de movimentação de combustível é
mantido escriturado e atualizado, bem
como as notas fiscais de aquisição dos ( ) Sim ( ) Não
produtos, nas dependências do
estabelecimento?
Os Boletins de Conformidade, emitidos
pelo Distribuidor, relativos aos
combustíveis recebidos nos últimos 6 ( ) Sim ( ) Não
(seis) meses estão nas dependências do
posto?
Toda documentação do posto esta
disponível aos funcionários da ( ) Sim ( ) Não
fiscalização? E aos próprios funcionários?
O responsável pelo recebimento dos
combustíveis preenche o formulário de
Registros das Análises da Qualidade, ( ) Sim ( ) Não
mantendo no Posto Revendedor aqueles
referentes aos 6 (seis) últimos meses?
O local possui plano de atendimento a
emergência que contemple treinamento ( ) Sim ( ) Não
para os funcionários?
O local possui sistema de combate a
incêndio com
( ) Sim ( ) Não
extintores apropriados, em local apropriado
e com a sinalização adequada?
Para efetuar-se o transvazamento de
líquidos
inflamáveis de um tanque para outro, ou
entre um
( ) Sim ( ) Não
tanque e um carro-tanque, os dois
possuem aterramento como no item
20.2.11, ou
ligados ao mesmo potencial elétrico?
O local possui armazenamento de líquidos
inflamáveis dentro do edifício? O mesmo
encontra-se em recipientes
( ) Sim ( ) Não
cuja capacidade máxima seja de 250
(duzentos e
cinqüenta) litros cada?

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