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CENTRO TECNOLÓGICO - CT
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO – LATO SENSU
ENGENHARIA DE SEGURANÇA DE TRABALHO
VITÓRIA – ES
NOVEMBRO/2012
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VITÓRIA – ES
NOVEMBRO/2012
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COMISSÃO EXAMINADORA:
___________________________________
Prof. Dr. José Eduardo Rigo
Orientador
___________________________________
Prof. Dr. Daniel Rigo
Examinador
Cora Coralina
5
Unido
LD – Limite de Detecção
NR – Norma Regulamentadora
Trabalho
LISTA DE FIGURAS
Portaria Nº 8 de 16/01/97
Ministério de Minas e Energia
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AGRADECIMENTOS
Ao Professor Dr. José Eduardo Rigo, pela orientação competente e apoio durante
toda a realização do trabalho.
À Minha mãe por me fazer acreditar no trabalho com ética e moral como a única
forma de evoluir e se obter o sucesso.
RESUMO
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 12
1.1 OBJETIVOS ................................................................................................. 13
1.2 OBJETIVO GERAL ................................................................................... 13
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................... 13
1.4 METODOLOGIA ........................................................................................... 13
1.5 JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 15
2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................... 16
2.1 PANORAMA DA SEGURANÇA EM POSTOS........................................... 16
2.2 PRINCIPAIS NÃO CONFORMIDADES EM POSTOS ............................... 20
2.3 POSTOS COMBUSTÍVEIS E OS RISCOS À SAÚDE DOS
TRABALHADORES .............................................................................................. 27
3 ESTUDO DE CASO – POSTOS DE COMBUSTÍVEIS DA GRANDE VITORIA .. 31
3.1 OCORRÊNCIAS GERAIS NA GRANDE VITORIA .................................... 31
3.2 ANÁLISE ITEMIZADA DA NR 20............................................................... 33
3.3 APLICABILIDADE DA NOVA NR – 20 ....................................................... 47
4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES........................................................... 49
4.1 CONCLUSÕES ............................................................................................... 49
4.2 RECOMENDAÇÕES ...................................................................................... 50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 51
ANEXOS .................................................................................................................. 54
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1 INTRODUÇÃO
A NR-20, levada à consulta pública há mais de três anos, teve seu título alterado
para “Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis” e foi
revisada pela Portaria da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) nº 308, de 29 de
fevereiro último. A revisão tornou a NR 20, que especificava alguns critérios, limites
e procedimentos, mais sintonizada com normas internacionais estabelecidas pela
Convenção 174 da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
1.1 OBJETIVOS
1.4 METODOLOGIA
Em uma segunda etapa, foi realizada uma consulta a vários Órgãos Fiscalizadores
Estaduais, a fim de avaliar previamente a situação atual das ocorrências na região
da Grande Vitória e identificar as principais dificuldades encontradas.
Para ilustrar o cenário atual do segmento, foi realizada uma pesquisa em 03 postos
de combustíveis da região metropolitana de Vitória, postos estes localizados em
avenidas de grande movimento no Centro da Cidade, que são vias de passagem
obrigatória para alcançar outras regiões da cidade e municípios.
Esses itens foram escolhidos devido à sua importância para a atividade de postos
combustíveis e sistemas retalhistas, já em operação, em todas as etapas do
processo: implantação, atividade e finalização das mesmas. Estes itens são os
pontos principais que são avaliados durante fiscalizações e os que, em geral,
apresentam maior suscetibilidade a irregularidades e acidentes. Além disso, nesses
pontos estão as mudanças significativas na nova versão da NR – 20, estando
detalhados no novo texto sendo por isso, aqui avaliados.
1.5 JUSTIFICATIVA
Essa atividade, classificada como de alto risco tanto em segurança como para o
meio ambiente, tem se tornado desde o inicio da década passada, alvo dos órgãos
fiscalizadores devido às crescentes estatísticas de acidentes como vazamentos,
incêndios e explosões ocorridos. Até então, a fiscalização não era tão rigorosa e a
própria NR-20 trazia algumas brechas.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
É factível também lembrar que no quesito Satisfação com o Trabalho, quanto maior
grau de instrução dos trabalhadores frentistas, menor a satisfação do mesmo com a
atividade laboral. Pesquisas do Ministério do Trabalho e acadêmicas, indicam que
este fato está ligado ao conhecimento dos riscos a que estão expostos ou a pouca
possibilidade de crescimento na empresa, já que encontrou-se frentistas com mais
de 10 anos de profissão.
20
É importante registrar que há obrigatoriedade no uso dos EPI, mas não existe a
cultura em fazê-lo nessa atividade e, medidas de prevenção e acompanhamento da
saúde dos trabalhadores frentistas deveria ser rotina neste meio, por se tratar de
uma atividade insalubre e perigosa.
De acordo com um estudo realizado pela CETESB em 2006, sobre as causas dos
acidentes nos postos de combustíveis no Estado de São Paulo, entre o período de
1984 até novembro de 2006, verificaram-se as porcentagens apresentadas no
quadro abaixo:
CAUSAS PORCENTAGEM
Tanque 31,5
Tubulação 16,3
Extravasamento 8,1
Descarte 5,4
Outros 5,4
Desativado 4,6
Bomba 3,0
Caixa Separadora 1,8
Fonte: Adaptada de CETESB, 2006.
Por isso, existe uma grande dificuldade em detectar estes pequenos vazamentos,
eles passam despercebidos pelos administradores dos postos, que só tomam
providências quando há uma perda significativa de combustível.
Além da corrosão em tanques e tubulações, existem outros aspectos que têm igual
importância como fontes de derramamentos ou vazamentos de combustíveis, por
exemplo, alguns aspectos construtivos do posto podem propiciar rotas de migração
dos combustíveis.
Outro caso foi no Rio de Janeiro, o vazamento de combustível fez com que gasolina
e óleo fossem parar no poço de elevadores de prédios próximos ao posto. Em
regiões urbanas, além dos danos ambientais e à saúde, também comuns a essa
atividade, outros relacionados à segurança destacam ainda mais o problema. Já que
tais vazamentos podem atingir diversos pontos de confinamento como garagens
subterrâneas, metrô, instalações, instalações públicas, etc. (Zeppini, E, 2007).
O quadro abaixo mostra dados dos acidentes ocorridos entre 2008 e 2010 para este
segmento de atividade econômica.
28
2010 39
SEM CAT REGISTRADA 2009 63
2008 40
2010 -
DOENÇA DO
2009 -
TRABALHO
2008 -
Além dos problemas causados pela exposição à gasolina, álcool, gás veicular e
outros produtos derivados de petróleo, podem-se citar outros riscos a que os
frentistas estão submetidos. “Contaminação biológica por bactérias na hora da
lavagem dos automóveis ou nos banheiros e vestiários é um deles, assim como
problemas ergonômicos que podem ser provocados pela carga horária excessiva e
riscos físicos causados pela exposição a ruídos e condições climáticas”, enumera. )
Jacobina, 2001).
Além disso, é possível destacar ainda nos itens referentes à Saúde do Trabalhador
os 100% de não fumantes, tal fato pode está relacionado ao risco de fumar no local
de trabalho e uma provável seleção de não fumantes para ocupação dos cargos de
frentista. Quanto à bebida alcoólica a avaliação não é totalmente positiva já que 69%
dos pesquisados afirmam ter hábito como forma de lazer e, bebem em média uma
vez por semana.
Tem nível médio completo de escolaridade 88%, médio incompleto 4%, fundamental
completo 4%, fundamental incompleto 4% e superior incompleto 4%.
Quanto ao tempo de trabalho 19% tem menos de 6 meses, 22% tem 6 meses ao 1
ano, 28% de 1 a 3 anos, 6% de 3 a 5 anos, 19% mais de 5 anos e 6% tem mais de
10 anos de trabalho.
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Em relação à cor da pele, brancos são 22%, pardos 50% e negros 28%
(Portela,C,H at all). Desta forma observa-se que a avaliação da segurança do
Trabalho é algo mensurável, mas que objetiva sempre a redução dos acidentes e
prevenção ambiental na atividade.
Para cada um dos 03 postos analisados foram escolhidos 13 itens da norma, que
são os itens mais cobrados em fiscalização e onde as mudanças se fizeram mais
notáveis entre as normas. O descritivo de cada item podem ser visualizados no
quadro abaixo:
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Seguindo a itemização dos principais pontos da nova requisição, tem-se o item 20.7
– Segurança Operacional. Neste item, o empreendedor deve enviar os projetos e
estudos do sistema operacional necessários quanto à saúde e segurança do
trabalhador.
Os projetos em sua maioria são mal elaborados e/ou apresentam falha de layout,
isto é, sempre falta algum item ou sistema de segurança. Segundo a nova norma, a
partir de sua publicação, os postos têm 180 (cento e oitenta) dias para se adequar.
No item 20.8 tem-se a Manutenção e Inspeção das Instalações. O que pode ser
observado in loco: Posto Centro 1 - a manutenção dos equipamentos e estruturas é
realizada quando do defeito ou comprometimento das mesmas. Não existe plano de
manutenção preventiva no posto Centro 01 e os funcionários mal têm conhecimento
das épocas de manutenção dos equipamentos. Postos Centro 02 e Jucutuquara -
existe uma rotina de manutenção dos equipamentos devido os mesmos serem
novos.
O item 20.10 diz respeito a Análise de Riscos. Esse é o elemento chave dos
Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho. Deve ser coordenado por
profissional habilitado e com conhecimento sólido a cerca da atividade para efetivo
levantamento dos dados.
Enquanto isso no item 20.11 tem-se a Capacitação dos Trabalhadores. Deve ser
realizada por profissionais capacitados e atender ao previsto no anexo II da NR – 20.
Não esquecendo a emissão e controle dos certificados de lecionamento. Em geral,
os cursos seguem etapas como: Integração, Básico, Intermediário, Avançado I e II e
Específico.
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No posto Centro 01 foi informado por um supervisor, que acompanhava a visita, que
os funcionários não recebem treinamento enquanto que nos postos Centro 02 e
Jucutuquara, receberam o treinamento inicial, sem ser informado o teor do mesmo.
Entretanto, o posto Centro 01, antes de sua primeira reforma em 2000, possuía um
tanque desse tipo, pequeno, para armazenagem de querosene. Não foi informada a
utilização desta, mas o mesmo foi removido durante as obras.
Nenhum dos postos tem horizonte de utilização, mas foi informado que este item foi
requerido pelo órgão ambiental licenciador e encontra-se atendido por todos os 03
postos.
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a) Projeto da Instalação;
b) Procedimentos Operacionais;
c) Plano de Inspeção e Manutenção;
d) Análise de Riscos;
e) Plano de prevenção e controle de vazamentos, derramamentos, incêndios e
explosões e identificação das fontes de emissões fugitivas;
f) Certificados de capacitação dos trabalhadores;
g) Análise de Acidentes;
h) Plano de Resposta a Emergências.
Este item foi atendido por todos os postos. Não obteve-se acesso ao documento,
mas as 03 gerências afirmaram a apresentação deste ao órgão ambiental mediante
complementações. Outra observação é que nenhum funcionário dos 03 postos tem
acesso a essa documentação. Somente os responsáveis técnicos pelo posto e a
gerência.
Um deles, o Centro 01, sofreu há alguns anos um pequeno incêndio devido a fiação
antiga que destruiu parte do telhado do posto, motivando assim, sua reforma. Mas
após a reforma e consequente mudança de gerencia, adquiriram o documento.
Não possui
20.9 Possui a documentação Possui a documentação
documentação
Não prevê treinamento e Tem o Plano, mas não Tem o Plano, mas não
20.14
nem o Plano prevê treinamento. prevê treinamento.
Não possuem
20.16 Não possuem contratadas Não possuem contratadas
contratadas
Em seu texto atual, a NR 20 traz questões que até então não eram contempladas
pela norma, por exemplo, o estabelecimento de diretrizes básicas para a gestão da
Segurança e Saúde no Trabalho contra os fatores de risco de acidentes
provenientes das atividades de extração, produção, armazenamento, transferência,
manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis.
A principal demanda para a revisão da NR 20 foi sua desatualização, afinal, ela foi
elaborada em 1978, e era, por exemplo, praticamente baseada em “distâncias de
segurança” como medida preventiva o que engessava muito certos locais que não
possuem área suficiente, ficam próximos a vias de grande circulação, praças e
residências (vide figuras do Anexo A) e poderiam lançar mão de outras alternativas.
4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
4.1 CONCLUSÕES
Pode-se dizer ainda, que um aspecto positivo dessa nova NR é que não foram
criados PPRA ou CIPA específicos para a atividade como ocorre na área portuária e
da construção civil, reduzindo assim a burocracia, o número de exigências e
beneficiando os envolvidos.
Em suma, conclui-se que o atendimento aos itens da nova NR-20, tendo em vista os
novos conceitos incorporados, pressupõe inúmeras melhorias para as atividades
enquadradas independente do tamanho ou local onde está localizado. Ao contrario
da norma anterior, a atual traz soluções para as causas comuns de acidentes em
postos de combustível, pois abrange diversos elementos e partes envolvidas na
atividade e não somente distancias de segurança como a versão anterior.
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A fim de prover alternativas para aqueles que ainda encontram dificuldades para se
adequarem, sugerem-se ferramentas gerenciais para auxiliar nesse começo e na
manutenção do atendimento.
4.2 RECOMENDAÇÕES
Ressalta-se que a fiscalização sempre é intensificada depois que uma nova norma
ou revisão entra em vigor. Por isso, dentre outras coisas, propõe-se a realização de
auditorias no posto não somente interna, que se faz necessária sempre e para
qualquer atividade, mas também de terceira parte garantindo a idoneidade da
análise, adequação da atividade e qualidade dos serviços do posto.
Outro ponto importante e que se percebeu muito esquecido pelos donos de postos,
é a revisão de toda documentação técnica referente aos itens 20.8, 20.9 e 20.10.
Muitos pensam que uma vez emitidas, não precisam de melhorias/adequações e os
documentos acabam por perder a validade e quando de uma fiscalização, os
documentos jaó não servem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KLAASSEN, C. D. Cassarett & Doull's toxicology. The basic science of poisons. New
York: McGraw Hill, 2001.
ANEXOS
55
Figura A1 – Posto Centro 01 – Vista geral da localização do posto de ângulo frontal. (Arquivo
pessoal, 2012).
Figura A2 – Posto Centro 02 – Vista geral da localização do posto entre cruzamentos de grande
fluxo. (Arquivo pessoal, 2012).
56
Figura A3 – Posto Centro 02 – Detalhe para localização do posto em uma praça pública. (Arquivo
pessoal, 2012).
Figura A4 – Posto Centro 02 – Detalhe para a banca de revistas e para a agência bancaria ao lado
do posto. (Arquivo pessoal, 2012).
57
Figura A5 – Posto Jucutuquara – Detalhe para as bombas e a organização geral do posto. (Arquivo
pessoal, 2012).
Figura A6 – Posto Jucutuquara – Detalhe para a saída do posto e área de lava-jato. (Arquivo
pessoal, 2012).
ANEXO B – FORMULARIO PARA LEVANTAMENTO DE DADOS
Nos casos em que o Posto Revendedor comercialize, também, o GNV (Gás Natural
Veicular), submetê-lo também a estes questionamentos:
CHECKLIST- NR-20
DADOS DA INSPEÇÃO
Local: Data:
Inspetor: Contato:
Acompanhantes: