Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Palhoça
2020
FELIPE ANDRADE ZIMMERMANN
MARIANA TERNES LENNERT
Palhoça
2020
Dedicamos este trabalho a nossas famílias,
professores e amigos por todo o apoio e
incentivo para a conclusão dessa etapa.
AGRADECIMENTOS
Civil construction is one of the most important sectors in the country, however, it is also the
sector responsible for one of the highest rates of fatal work-related accidents. Regardless of the
existence of the regulatory norms (“Normas Regulamentadoras”, or NRs), which seek to protect
the worker, to reduce accidents, and benefit both companies and employees, many of the
companies in this field still neglect its recommendations, provoking lack of attention from its
laborers (through inadequate training), non-adequate use of PPEs, lack of inspection or use of
obsolete equipment.
Because of that, it was performed an analysis of the workplace safety regulatory norms NR 7,
NR 9, and NR 18 in civil construction, as well as the calculation of the possible fines in the case
of noncompliance, as fixed in the NR 28.
This way, to accomplish this study about the costs and the implementation of the regulatory
norms, their text was analyzed, to note the advantages brought on by their application, both to
the business and its employees. Besides, a bibliographical research was made, based in articles,
books, and publications, in a way to bring more familiarity with the theme.
The intended conclusion is to reinforce the importance of knowing the norms in the civil
construction field, especially to the engineer, demonstrating that their application brings
advantages to the company and to its workers, to prevent and avoid accidents, improving the
health of the laborers and sparing the company from fines and embargos.
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 13
1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO .............................................................................................. 14
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA ......................................................................................... 14
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 14
1.4 OBJETIVOS .................................................................................................................... 15
1.4.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 15
1.4.2 Objetivos Específicos................................................................................................... 16
1.5 METODOLOGIA ............................................................................................................ 16
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................... 17
2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................... 18
2.1 SEGURANÇA DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ..................................... 18
2.2 RISCOS E ESTATÍSTICAS............................................................................................ 19
2.3 NORMAS REGULAMENTADORAS ........................................................................... 21
2.3.1 Norma Regulamentadora 7 ........................................................................................ 27
2.3.2 Norma Regulamentadora 9 ........................................................................................ 29
2.3.2.1 Programa de Gerenciamento de Riscos ...................................................................... 31
2.3.3 Norma Regulamentadora 18 ...................................................................................... 32
2.3.4 Norma Regulamentadora 28 ...................................................................................... 37
2.4 TRABALHOS CORRELATOS ...................................................................................... 40
3 ANÁLISES E RESULTADOS......................................................................................... 44
3.1 RECONHECIMENTO E ANÁLISE DOS RISCOS AMBIENTAIS ............................. 44
3.2 PERIODICIDADE DOS EXAMES MÉDICOS ............................................................. 48
3.3 INTERDIÇÕES E EMBARGOS DE OBRAS ................................................................ 54
3.4 MULTAS E PENALIDADES ......................................................................................... 57
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 98
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 99
ANEXOS ............................................................................................................................... 103
ANEXO A – Anexo II – Norma Regulamentadora 28 ...................................................... 104
13
1 INTRODUÇÃO
1.3 JUSTIFICATIVA
a construção civil está crescendo, e esse laço também se mantém em situações desfavoráveis.
(ALMIR OLIVEIRA, 2019)
Dada essa contextualização, é importante lembrar que o crescimento da construção civil,
apesar de ser uma excelente notícia, também levará ao crescimento de estatísticas não tão
favoráveis. O setor hoje é responsável por uma das maiores taxas de acidentes de trabalho fatais.
Boa parte das empresas negligenciam as Normas Reguladoras e as recomendações das NBRs,
fato que, associado à ineficiência do governo em fiscalizar as obras, traz uma expectativa de
que o número de acidentes só venha a piorar. (FERRO, 2019)
Essa negligência talvez parta do princípio de que as empresas consideram o
investimento em segurança e aplicação das normas economicamente desfavorável, um
pensamento equivocado primeiramente pelo fato que é impossível avaliar o valor da vida e da
saúde de uma pessoa, e, segundo, porque a segurança e aplicação das normas é um investimento
necessário, que trará diversos benefícios para as empresas, inclusive econômicos.
Considera-se essa uma pesquisa de extrema importância, pois o ser humano é o bem
mais valioso de uma empresa e merece ser tratado como tal. Ao longo da graduação, ouve-se
muitas vezes sobre a importância da prevenção em todos os setores da engenharia civil e não é
diferente com relação aos trabalhadores. Essa pesquisa trará benefícios para diversas partes;
para nós da graduação, sairemos da universidade como profissionais mais atentos às
necessidades dos trabalhadores. Estes poderão usufruir de um ambiente de trabalho muito mais
saudável e seguro, já que a intenção é incentivar os investimentos das empresas nessa área. Por
fim, as empresas terão diversos benefícios, tais como colaboradores mais produtivos, menos
riscos no canteiro, evitarão despesas como multas e indenizações, além de possíveis embargos.
Enfim, essa pesquisa busca fortalecer a indústria da construção como um todo, trazendo uma
perspectiva diferente sobre saúde e segurança para o setor.
1.4 OBJETIVOS
Este trabalho tem como objetivo descrever a correta aplicação das normas
regulamentadoras NR 7, NR 9 e NR 18 da segurança do trabalho na construção civil e as
possíveis multas, previstas na NR 28, caso elas não sejam cumpridas.
16
1.5 METODOLOGIA
O método qualitativo foi utilizado, pois, de acordo com Sordi (2017, p.63), “[...] se
volta à subjetividade dos sujeitos (ou objetos) estudados e é operacionalizado de forma mais
indutiva, objetivando a construção de teorias (estratégias de pesquisa construtivas)”.
O objetivo do estudo é classificado como exploratório, tendo como objetivo
proporcionar maior familiaridade com o problema, tornando-o mais claro ou criando hipóteses
sobre ele (PRODANOV e FREITAS, 2013).
O procedimento técnico empregado foi a pesquisa bibliográfica, concebida a partir de
material científico já publicado sobre o tema, através pesquisas e dados estatísticos.
17
Para que o estudo sobre custo e implementação das Normas Regulamentadoras seja
realizado, será feita uma análise das normas, observando a vantagem da sua aplicação para a
empresa e seus funcionários.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A indústria da construção civil está entre os segmentos que mais registram acidentes de
trabalho no Brasil, ocasionando mortes, incapacidade permanente e afastamentos (ANAMT,
2019).
Ao se analisar a atividade empresarial do setor da construção civil, pode-se encontrar
um padrão de desatenção com a segurança do trabalho, em muitos casos claramente uma
negligência com as normas. A indústria da construção passa por um momento pleno de
desenvolvimento tecnológico, incluindo tecnologias altamente benéficas para a segurança dos
trabalhadores, porém as empresas parecem ter uma aversão grande à saúde e segurança, criando
uma adoção seletiva de tecnologias que excluem as tecnologias de saúde e segurança do
trabalho (FILGUEIRAS, 2015).
Historicamente, a indústria da construção civil sempre teve uma estrutura de segurança
do trabalho inadequada. Os recordes em acidentes de trabalho desse setor não são recentes,
possuindo uma enorme contribuição para acidentes de trabalho fatais registrados desde os anos
60, mesmo com a existência de uma lei especifica desde os anos 70 (FILGUEIRAS, 2015).
O setor parece também não ter uma boa perspectiva para o futuro, visto que se tem
criado um ciclo de desobediência das normas por parte das empresas e de conciliação por parte
das instituições públicas responsáveis por fiscalizar e penalizar essas infrações. Essa cultura de
burlar a legislação prejudica não só os trabalhadores, mas também as empresas que cumprem
com todas as normas e oferecem saúde e segurança aos seus funcionários, pelo fato de que as
empresas burladoras se tornam economicamente mais atrativas para serem contratadas, por
conta dessa economia na saúde e segurança. E, por causa dessa competitividade no mercado,
muitas empresas corretas acabam se rendendo as práticas de burlar as leis trabalhistas
(FILGUEIRAS, 2015).
19
Com as mudanças que estão por vir, devido a normas atualizadas e mais objetivas, se
espera um maior interesse por parte das empresas da indústria da construção em atender as
obrigações das normas, tendo em vista que as Normas Regulamentadoras atualizadas trarão
mais autonomia para os empregadores e objetividade nos textos. Se a indústria da construção
civil como um todo se adaptar às normas atualizadas e criar uma cultura de atendimento as
obrigações, inclusive por parte dos pequenos negócios que normalmente usam a falta de capital
como desculpa para ignorar alguns pontos das NRs, será possível reverter algumas estatísticas
com relação aos riscos da construção civil, que infelizmente são a o cenário atual da indústria,
como será visto a seguir.
Tendo como objetivo a segurança dos colaboradores, pode-se dizer que o ambiente de
trabalho e as normas merecem uma diligência complementar das empresas, que devem ficar
atentas a diversos fatores que os trabalhadores ficam expostos diariamente.
Para que seja consolidada a segurança na indústria da construção civil, é de extrema
importância que as Normas Regulamentadoras sejam atendidas à risca. Muitos profissionais na
construção civil sabem pouco sobre elas, além de possuírem pouca preocupação em aplicar as
obrigações em obra. Por isso, os próximos tópicos têm o objetivo de apresentá-las, trazendo
uma abordagem geral de todas as Normas Regulamentadoras e abordando especificamente as
NRs 7, 18 e 28, que terão seu conteúdo sintetizado a fim de contextualização.
Trabalho no Ministério do
Trabalho (MTB)
Estabelece os critérios a serem adotados pela
fiscalização do trabalho quando da aplicação de
penalidades pecuniárias (multas), critérios que
28 Fiscalização e Penalidades devem ser aplicados durante a visita do agente
fiscal do trabalho (prazos, por exemplo) e a
interdição de locais de trabalho ou
estabelecimentos.
Tem como objetivo regular a proteção obrigatória
contra acidentes e doenças profissionais, assim
Segurança e Saúde no
29 como facilitar primeiros socorros a acidentados e
Trabalho Portuário
alcançar as melhores condições possíveis de
segurança e saúde aos trabalhadores portuários.
Esta norma se aplica à proteção e regulamentação
Segurança e Saúde no das condições de segurança e saúde dos
30
Trabalho Aquaviário trabalhadores aquaviários e que realizam trabalhos
a bordo de embarcações.
Tem como objetivo estabelecer os preceitos a
Segurança e Saúde no serem observadas na organização e no ambiente de
Trabalho na Agricultura, trabalho, de forma a tornar compatível o
31 Pecuária Silvicultura, planejamento e o desenvolvimento de quaisquer
Exploração Florestal e atividades da agricultura, pecuária, silvicultura,
Aquicultura exploração florestal e aquicultura com a segurança
e saúde e meio ambiente do trabalho.
Tem a finalidade de cuidar da saúde dos
Segurança e Saúde no
profissionais da área da saúde, (não só os da área
32 Trabalho em
hospitalar, inclusive todos os que estão no Ensino e
Estabelecimentos de Saúde
Pesquisa).
Segurança e Saúde no Definir o reconhecimento de espaços confinados,
33 Trabalho em Espaços assim como a avaliação, monitoramento e controle
Confinados de riscos que neles possam existir.
27
É de responsabilidade do empregador:
causados pelos agentes, estipulando também medidas de prevenção, que dependem das
características das exposições e necessidades de controle.
Uma análise preliminar do trabalho deve ser realizada, junto à coleta de dados já
disponíveis relativos aos agentes, a fim de determinar quais medidas de prevenção ou avaliações
qualitativas e quantitativas serão necessárias. A avaliação quantitativa deverá ser realizada para:
b) como nível de ação para agentes químicos, a metade dos limites de tolerância;
No próximo capítulo do trabalho será elaborada uma análise de risco, com base na NR
9 e PGR, para funções da construção civil, de forma a avaliar a periodicidade dos exames
segundo a NR 7.
eles. A NR 18 também possui várias obrigações quanto a utilização das máquinas. Na utilização
de ferramentas os trabalhadores devem ser capacitados e treinados seguindo as recomendações
da própria NR 18 e do manual do fabricante (NR 18, 2020).
Com relação a movimentação e o transporte de materiais e pessoas, deve ser aplicadas
todas as obrigações que a NR 18 impõe, das quais se destacam a obrigação de os
dimensionamentos de equipamentos de transporte vertical, bem como todas as instalações,
montagem, operação e manutenção serem realizadas por profissionais habilitados.
Os andaimes devem ser projetados e executados por profissionais habilitados, possuírem
sistema de proteção contra queda em todo o seu perímetro, possui superfície com forração
completa, resistência, ser antiderrapante, nivelada e fixa (NR 18, 2020).
De acordo com a NR 18, os trabalhadores são obrigados a utilizarem roupas de alta
visibilidade quando estiverem trabalhando em áreas de passagem de veículos e cargas, além
disso as obras possuem as seguintes obrigações quanto a sinalização:
• Identificar os locais de apoio;
• Indicar as saídas de emergência;
• Advertir quanto aos riscos existentes;
• Uso de EPI;
• Áreas de movimentação e transporte de materiais;
• Acessos e circulação de veículos e equipamentos;
• Locais com substâncias tóxicas, corrosivas, inflamáveis, explosivas e
radioativas.
Serviços de A critério do
4 horas
impermeabilização empregador
16 horas, sendo
Utilização de cadeira pelo menos 8
8 horas/anual
suspensa horas para a parte
prática
24 horas, sendo
Atividade de escavação pelo menos 8
8 horas/anual
manual de tubulão horas para a parte
prática
A critério do
Demais A critério do
empregador/ a critério
atividades/funções empregador
do empregador
Fonte: Norma Regulamentadora nº 18 - Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da Construção, 2020.
agentes de inspeção do trabalho podem visitar o canteiro de obra. As penalidades devem ser
corrigidas segundo o prazo da notificação. Caso haja risco grave a saúde e integridade do
trabalhador, poderá ocorrer a interdição total da obra.
Entre os itens observados pela norma estão: organização e segurança do ambiente de
trabalho, condições de higiene no local, proteção coletiva e individual dos trabalhadores e a
documentação de segurança. Assim, existem diferentes ferramentas de fácil implantação que
podem ajudar empresas a fiscalizar os itens das normas em um canteiro de obras.
da lista de verificação nas três construtoras, o número de empregados existentes em cada obra
foi incluso no cálculo, implicando que quanto maior o número de funcionários, maior será o
valor da infração.
Buzzi (2018) identificou, nas diferentes construtoras, 126, 62 e 25 itens não conformes
com as obrigações da norma. A construtora de maior porte e que possuía o maior número de
funcionários foi a que obteve menos itens não atendidos, já a construtora de pequeno porte e
com um número de funcionários muito menor, obteve praticamente o quíntuplo de não
conformidades pela norma.
Os valores gerados de multas mínimas e máximas para cada construtora pelo total de
não conformidades ocorridas no canteiro foi: 126 itens não atendidos pela construtora de
pequeno porte e poucos empregados, obtiveram um valor mínimo de R$ 202.651,50 e um valor
máximo de R$ 249.419,70. Os 62 itens não atendidos pela segunda construtora chegaram a R$
115.177,10 e R$ 132.981,60. Já a construtora de maior porte e que obtinha mais empregados,
teve como penalidade mínima R$89.624,89 e máxima R$ 102.102,50. Todos esses valores
gerados seriam as possíveis multas que as construtoras teriam que pagar caso houvesse uma
possível fiscalização no canteiro.
Silveira et al. (2005) realizou um estudo sobre acidentes de trabalho na construção civil
investigados durante dois anos através de prontuários hospitalares na cidade de Ribeirão Preto,
SP. Foram pesquisados 6.122 prontuários, com objetivo de identificar o número de
trabalhadores acidentados da construção civil, suas características pessoais e as circunstâncias
dos acidentes.
De todos os prontuários analisados, 150 estavam relacionados à construção civil, todos
eram do sexo masculino e a causa predominante dos acidentes foram as quedas (37,7%). As
partes do corpo mais lesadas foram os membros superiores (30,7%). Em nenhum prontuário
encontrou-se uma via da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT).
Entre os 150, Silveira et al. (2005) observou a existência de pedreiros ou ajudantes de
pedreiro (55,2%), serralheiros, marceneiros, carpinteiros e seus ajudantes (17,2%), pintores
(7,5%) e outros profissionais como vidraceiros, ajudantes de montagem, oficiais de serviço,
operadores de betoneira, ajudantes de encanador, calheiros e encarregados de obras (18,6%).
A maior parte dos acidentes foi causada por quedas (37,3%), acontecidas em escadas,
muros e andaimes (possivelmente causadas pela falta de utilização dos EPIs). A seguir,
acidentes por contato com ferramentas, máquinas e aparelhos (16%). Em 19 casos (12,7%),
ocorreram acidentes no trajeto do trabalho (atropelamentos, colisão, quedas de motocicletas,
entre outros). Os impactos por objetos (11,3%) aconteceram porque foram lançados por outros
43
3 ANÁLISES E RESULTADOS
Neste capítulo são apresentadas as análises e resultados da pesquisa que buscou verificar
a aplicação das Normas Regulamentadoras em um canteiro de obras. Com base na NR 9, foi
realizado um reconhecimento de riscos de cinco funções da construção civil (pedreiro, ajudante
de pedreiro, carpinteiro, armador e gesseiro) e, em seguida, foi feita uma análise baseada na NR
7, para conhecer a periodicidade dos exames médicos necessários para essas cinco funções.
Então, em segundo momento, foi elaborado um estudo sobre principais causas de
interdições e embargos de obras que se dão pelo descumprimento da NR 18. Por fim, foi feito
o cálculo das multas e penalidades sofridas caso haja o descumprimento dessas Normas
Regulamentadoras, baseando-se na NR 28.
Cargo: Pedreiro.
Descrição das atividades: Organizar e preparar o local de trabalho na obra. Construir
fundações e estruturas de alvenaria, aplicar revestimentos e
contrapisos.
Risco e Avaliação: - Físico: Radiação solar e ruído;
- Químico: Poeira mineral e álcalis cáusticos;
- Biológico: Não identificado;
- Ergonômico: Luminosidade e postura inadequada;
46
• Aterramento elétrico;
• Uso correto de EPIs;
• Treinamento para execução das tarefas;
• Orientação para o uso dos equipamentos;
• Manutenção preventiva dos equipamentos;
• Correção das posturas de trabalho;
• Guarda corpo de proteção periferias, vãos das lajes e escadas.
Pensando sempre que a economia com as medidas de prevenção pode gerar danos
irreversíveis à saúde do trabalhador e gastos significativos a longo prazo, uma medida
importante para a antecipação dos riscos são os exames periódicos estabelecidos pela Norma
Regulamentadora 7.
Conforme a tabela de análise de riscos citadas no capítulo anterior (tabelas 11 a 15), foi
feito um estudo em conjunto com um profissional de medicina do trabalho. Assim foi possível
observar com que frequência devem ser realizados os exames médicos para que a empresa se
mantenha dentro das normas durante a realização de trabalhos em canteiros de obras (Quadros
1 a 5).
não cumprir as exigências estão sujeitas a multas ou interdição, como previsto nas normas
regulamentadoras.
Essas duas variáveis possuem diferentes classificações, apresentadas pela NR 03, que
servem para ponderar da forma mais precisa possível, o real risco de uma condição de trabalho.
As tabelas da NR 03 a seguir apresentam as diferentes classificações para as variáveis
Consequência e Probabilidade:
55
• 7.4.1. O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames
médicos:
a) admissional;
b) periódico;
c) de retorno ao trabalho;
d) de mudança de função;
e) demissional.
• 7.4.2. Os exames de que trata o item 7.4.1 compreendem:
a) avaliação clínica, abrangendo anamnese ocupacional e exame físico e mental;
b) exames complementares, realizados de acordo com os termos específicos nesta NR e
seus anexos.
• 7.4.2.1. Para os trabalhadores cujas atividades envolvem os riscos discriminados nos
Quadros I e II desta NR, os exames médicos complementares deverão ser executados e
interpretados com base nos critérios constantes dos referidos quadros e seus anexos. A
periodicidade de avaliação dos indicadores biológicos do Quadro I deverá ser, no
mínimo, semestral, podendo ser reduzida a critério do médico coordenador, ou por
notificação do médico agente da inspeção do trabalho, ou mediante negociação coletiva
de trabalho.
• 7.4.2.2. Para os trabalhadores expostos a agentes químicos não constantes dos Quadros
I e II, outros indicadores biológicos poderão ser monitorizados, dependendo de estudo
prévio dos aspectos de validade toxicológica, analítica e de interpretação desses
indicadores.
• 7.4.2.3. Outros exames complementares usados normalmente em patologia clínica para
avaliar o funcionamento de órgãos e sistemas orgânicos podem ser realizados, a critério
do médico coordenador ou encarregado, ou por notificação do médico agente da
inspeção do trabalho, ou ainda decorrente de negociação coletiva de trabalho.
• 7.4.3.1. no exame médico admissional, deverá ser realizada antes que o trabalhador
assuma suas atividades;
• 7.4.3.2. no exame médico periódico, de acordo com os intervalos mínimos de tempo
abaixo discriminados:
a) para trabalhadores expostos a riscos ou a situações de trabalho que impliquem o
desencadeamento ou agravamento de doença ocupacional, ou, ainda, para aqueles que
sejam portadores de doenças crônicas, os exames deverão ser repetidos:
64
Pode-se observar nas tabelas de multas da NR 7, que além da importância para a saúde
e bem-estar do trabalhador, a não implementação dos exames médicos para os funcionários
resultam em um prejuízo financeiro para a empresa. O mesmo ocorre com a NR 9, onde
analisou-se os itens da norma apresentados no Anexo 2 da NR 28:
sobre os meios disponíveis para prevenir ou limitar tais riscos e para proteger-se dos
mesmos.
• 9.6.1 Sempre que vários empregadores realizem simultaneamente atividades no mesmo
local de trabalho terão o dever de executar ações integradas para aplicar as medidas
previstas no PPRA visando a proteção de todos os trabalhadores expostos aos riscos
ambientais gerados.
• 9.6.2 O conhecimento e a percepção que os trabalhadores têm do processo de trabalho
e dos riscos ambientais presentes, incluindo os dados consignados no Mapa de Riscos,
previsto na NR-5, deverão ser considerados para fins de planejamento e execução do
PPRA em todas as suas fases.
• 9.6.3 O empregador deverá garantir que, na ocorrência de riscos ambientais nos locais
de trabalho que coloquem em situação de grave e iminente risco um ou mais
trabalhadores, os mesmos possam interromper de imediato as suas atividades,
comunicando o fato ao superior hierárquico direto para as devidas providências.
Para que a empresa evite as multas, os gestores devem prestar atenção redobrada na área
de Saúde e Segurança do Trabalho da empresa, assim como em outras áreas de mais
importância. A realização de um bom planejamento com ajuda de um Médico do Trabalho e
um Engenheiro de Segurança é de suma importância, sempre reavaliando a situação da empresa
e de seus empregados.
Com o intuito de testar o cálculo das penalidades, foi simulada uma pequena construtora
com nove funcionários, localizada na cidade de Florianópolis, encarregada da construção de
uma residência unifamiliar, em que tenha sido observado o descumprimento dos seguintes itens
da Normas:
• NR 07
o 7.2.1. O PCMSO é parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas da
empresa no campo da saúde dos trabalhadores, devendo estar articulado com o
disposto nas demais NR.
96
• NR 09
o 9.2.1. O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá conter, no
mínimo, a seguinte estrutura: a) planejamento anual com estabelecimento de
metas, prioridades e cronograma; b) estratégia e metodologia de ação; c) forma
do registro, manutenção e divulgação dos dados; d) periodicidade e forma de
avaliação do desenvolvimento do PPRA.
o 9.3.5.2 O estudo, desenvolvimento e implantação de medidas de proteção
coletiva deverá obedecer à seguinte hierarquia: a) medidas que eliminam ou
reduzam a utilização ou a formação de agentes prejudiciais à saúde; b) medidas
que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no ambiente de
trabalho; c) medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes no
ambiente de trabalho.
• NR 18
o 18.15.6. Os andaimes devem dispor de sistema guarda-corpo e rodapé, inclusive
nas cabeceiras, em todo o perímetro, conforme subitem 18.13.5, com exceção
do lado da face de trabalho. (item 18.12.1 “d” na atualização de 2020).
Com o total das penalidades impostas à empresa pelas infrações cometidas, pode-se
observar que o valor é impactante. Supondo que a empresa de nove funcionários esteja
construindo uma obra de 200 m², orçada R$ 241.00,00, as penalidades representam 4,5% do
valor total.
Além do impacto econômico, é importante observar os impactos sociais e na saúde dos
colaboradores, causados pelos descumprimentos das normas. No exemplo em questão, a falta
do sistema de guarda-corpos e rodapés nos andaimes, combinada com a falta de equipamentos
de primeiros socorros pode causar sequelas nos funcionários ou ainda pôr em risco suas vidas,
caso sofram um acidente e precisem de atendimento imediato. Com as infrações das normas da
NR 09, os riscos citados anteriormente ficam ainda mais difíceis de serem percebidos. Além
disso, com a falta de exames médicos e negligência para com o estado de saúde atual dos
trabalhadores, esses riscos podem ser intensificados.
Percebe-se, então, que o descumprimento das normas traz negativos impactos sociais e
financeiros. A forma mais segura e econômica de se gerir uma construtora é atendendo a todas
as disposições das normas, pois, apesar de alguns critérios parecerem extremamente caros ao
serem aplicados individualmente, a junção de todas essas medidas de saúde e segurança trazem
estabilidade para o canteiro de obras. Dessa forma, a longo prazo, estes custos acabam sendo
recuperados com o bem-estar e produtividade dos funcionários.
Conclui-se, então, que os “custos” para a aplicação das Normas Regulamentadoras
podem ser melhor descritos como investimentos.
98
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ABEG. Construção civil tem expectativa de crescer 3% em 2020. São Paulo, 2020.
Disponível em: https://abeg.com.br/index.php/noticias/item/177-construcao-civil-tem-
expectativa-de-crescer-3-em-2020. Acesso em: 29 de março de 2020.
ANAMT. Construção civil está entre os setores com maior risco de acidentes do
trabalho. São Paulo, 2019. Disponível em:
https://www.anamt.org.br/portal/2019/04/30/construcao-civil-esta-entre-os-setores-com-
maior-risco-de-acidentes-de-trabalho/. Acesso em: 28 de março de 2020.
BATISTA, Vera. Canpat: construção civil está entre os setores com maior risco de
acidentes de trabalho. Brasília, 2019. Disponível em:
http://blogs.correiobraziliense.com.br/servidor/canpat-construcao-civil-esta-entre-os-setores-
com-maior-risco-de-acidentes-de-trabalho/. Acesso em: 27 de abril de 2020.
em: http://trabalho.gov.br/noticias/7362-nova-nr-18-aumenta-seguranca-dos-trabalhadores-e-
estimula-modernizacao-na-construcao-civil. Acesso em: 04 de maio de 2020.
IBGE. Pesquisa Anual da Indústria da Construção. Rio de Janeiro, 2017. Disponível em:
https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/industria/9018-pesquisa-anual-da-industria-
da-construcao.html. Acesso em: 28 de março de 2020.
INSTITUTO Santa Catarina. Principais riscos mecânicos e riscos elétricos. Itajaí, 2017.
Disponível em: https://www.institutosc.com.br/web/blog/principais-riscos-mecanicos-e-
riscos-eletricos. Acesso em: 21 de setembro de 2020.
LIMA, Tomás. Análise de riscos na Construção Civil. Florianópolis, 2017. Disponível em:
https://www.sienge.com.br/blog/riscos-construcao-civil/. Acesso em: 27 de abril de 2020.
MARKO, Rafael. Confira os dez motivos mais frequentes das interdições de obras. São
Paulo, 2018. Disponível em: https://sindusconsp.com.br/confira-os-dez-motivos-mais-
frequentes-das-interdicoes-de-obras/. Acesso em: 21 de setembro de 2020.
METLIFE. Medicina preventiva: o que é e qual sua importância?. São Paulo, 2019.
Disponível em: https://www.metlife.com.br/blog/saude-e-bem-estar/medicina-preventiva/.
Acesso em: 11 de setembro de 2020.
OLIVEIRA, Ana Flávia. Principais riscos ergonômicos encontrados nas empresas. 2019.
Disponível em: https://beecorp.com.br/blog/riscos-ergonomicos-encontrados-nas-empresas/.
Acesso em: 21 de setembro de 2020.
ANEXOS
104